Location via proxy:   [ UP ]  
[Report a bug]   [Manage cookies]                

Ufv Solar View

Fazer download em pdf ou txt
Fazer download em pdf ou txt
Você está na página 1de 11

Estudo de viabilidade técnica de usina solar fotovoltaica flutuante

para suprir consumo da Universidade de Brasília

Pedro Henrique Borges da Silva (UnB) - pedro.borges.96@gmail.com


Rafael Amaral Shayani (UnB) - shayani@ene.unb.br

Resumo:

Este trabalho faz um estudo de viabilidade técnica de um sistema geração fotovoltaico que
tenha produção anual de energia igual ao consumo anual médio de energia elétrica da
Universidade de Brasília. Será estudada a implantação de tal sistema flutuando sobre o lago
Paranoá, cuja área disponível é maior que em solo, evitando uso de terrenos escassos e
aproveitando os ganhos de potência decorrentes da utilização do sistema flutuante. Com um
consumo anual de 24.934,0 MWh/ano da UnB o sistema projetado de 10,5 MWp atingiu o
objetivo gerando 25.843,0 MWh/ano, sendo composto de 21 inversores de 500 kW aos quais
são conectados 119 strings em paralelo de 17 módulos de 360W em série, totalizando 2.023
módulos por inversor e 42.483 no total para o sistema. O sistema, portanto, é viável e a
utilização do lago Paranoá é vantajosa, com taxa de ocupação de 0,18% do lago.

Palavras-chave: Energia Solar, Fotovoltaica Flutuante, Usina Solar de Grande Porte

Área temática: Conversão Fotovoltaica

Subárea temática: Aspectos técnicos de sistemas fotovoltaicos instalados

Powered by TCPDF (www.tcpdf.org)


VIII Congresso Brasileiro de Energia Solar – Fortaleza, 01 a 05 de junho de 2020

ESTUDO DE VIABILIDADE TÉCNICA DE USINA SOLAR


FOTOVOLTAICA FLUTUANTE PARA SUPRIR CONSUMO DA
UNIVERSIDADE DE BRASÍLIA

Pedro Henrique Borges da Silva – pedro.borges.96@gmail.com


Rafael Amaral Shayani – shayani@ene.unb.br
Universidade de Brasília, Departamento de Engenharia Elétrica

Resumo. Este trabalho faz um estudo de viabilidade técnica de um sistema geração fotovoltaico que tenha produção
anual de energia igual ao consumo anual médio de energia elétrica da Universidade de Brasília. Será estudada a
implantação de tal sistema flutuando sobre o lago Paranoá, cuja área disponível é maior que em solo, evitando uso de
terrenos escassos e aproveitando os ganhos de potência decorrentes da utilização do sistema flutuante. Com um consumo
anual de 24.934,0 MWh/ano da UnB o sistema projetado de 15,3 MWp atingiu o objetivo gerando 25.843,0 MWh/ano,
sendo composto de 21 inversores de 500 kW aos quais são conectados 119 strings em paralelo de 17 módulos de 360W
em série, totalizando 2.023 módulos por inversor e 42.483 no total para o sistema. O sistema, portanto, é viável e a
utilização do lago Paranoá é vantajosa, com taxa de ocupação de 0,18% do lago.

Palavras-chave: Energia Solar, Fotovoltaica Flutuante, Usina Solar de Grande Porte

1. INTRODUÇÃO

A renovação da matriz energética mundial tem alcançado relevância cada vez maior e sido prioridade de governos
e inciativa privada, impulsionada pelas previsões negativas de mudanças climáticas decorrentes do aquecimento global.
As fontes de energias renováveis, ora vistas com ceticismo por uma parcela da sociedade, hoje se mostram
economicamente atraentes e competitivas se comparadas às fontes tradicionais de energia não-renováveis. É o caso da
energia fotovoltaica que desponta como solução viável e com seu uso crescendo ao redor do mundo, sendo suas vantagens
consideradas de natureza econômica (segurança energética e geração local de empregos), social (redução do impacto da
poluição aérea na saúde, de acidentes em minas de carvão, e contribuição para acesso off-grid) e ambiental (redução da
poluição de gases de efeito estufa e mineração de carvão) (IPCC, 2014). No Brasil, ações regulatórias elaboradas pela
ANEEL, permitiram e regularam o sistema de compensação de energia elétrica para micro e minigeração distribuídas
(ANEEL, 2012) fazendo o Brasil vivenciar um rápido crescimento de instalações fotovoltaicas, alcançando a marca de 1
GW em geração distribuída em 2019 (ANEEL, 2019). Existe ainda, entretanto, muito potencial energético a ser explorado
com energia fotovoltaica no Brasil.
É relevante se estudar novas aplicações da tecnologia gerando novas oportunidades. Uma aplicação ainda incipiente
no Brasil, mas já relevante em países com menor disponibilidade de terras, como Japão, é a usina fotovoltaica flutuante
(FPV – Floating Photovoltaics), isto é, um sistema de geração fotovoltaico instalado sobre um corpo d´água. Dentre as
principais vantagens aparentes desse tipo de sistema, as que mais se destacam são a conservação de terra, já que se poupa
uso de terreno útil a construção da usina, e o aumento da geração do sistema por conta do resfriamento causado pela água
sob os módulos (AZMI, 2013). Em países do mundo com menor disponibilidade de terra como Japão e Singapura, essa
aplicação já é mais expressiva. Atualmente existem instalados 1,097 GW instalados de FPV no mundo (World Bank
Group, ESMAP and SERIS, 2018). No Brasil maior sistema situa-se no reservatório da hidrelétrica de Sobradinho, Bahia,
com 1 MW de potência instalada. Além dessa usina, o país possui pouca experiência com FPV. Também as usinas de
grande porte são uma aplicação minoritária da tecnologia fotovoltaica no Brasil, dado que as regras da compensação de
energia, grande impulsionadora da expansão da tecnologia, só se aplicam a sistemas de até 5 MWp. Pode-se notar,
contudo, que existem grandes consumidores de energia elétrica, como por exemplo, órgãos públicos e universidades, com
potencial interesse em instalação de sistema de geração fotovoltaica que não se enquadrariam nas categorias estabelecidas
pela ANEEL se visassem gerar sua energia consumida.
O presente trabalho, portanto, se apresenta com o objetivo de estudar essas duas modalidades de aplicação da
tecnologia fotovoltaica, isto é, sistema de grande porte e sistema flutuante, ainda incomuns no cenário brasileiro, através
de um estudo de viabilidade. A Universidade de Brasília é uma das principais universidades do país com mais de 51000
alunos matriculados (UNB, 2018). Situado próximo ao Lago Paranoá, seu Campus Darcy Ribeiro é escolhido como alvo
do estudo de caso. O objetivo específico deste trabalho, portanto, é fazer um estudo de viabilidade técnica de um sistema
de geração fotovoltaica flutuante sobre o lago Paranoá com produção anual de energia igual ao consumo de energia
elétrica anual da Universidade de Brasília. A escolha do lago se deve a três vantagens: (a) a primeira, o lago representa
uma área disponível maior, permitindo, em etapa de análise de viabilidade, uma menor limitação para se chegar ao
objetivo de geração desejado, (b) ao escolher o lago, terrenos em solo, em geral escassos e disputados, deixam de ser
VIII Congresso Brasileiro de Energia Solar – Fortaleza, 01 a 05 de junho de 2020

alocados à implantação da usina, ficando livres para outros propósitos; (c) usinas flutuantes apresentam potencial de
ganho em potência, que também será analisada nesse trabalho.
O presente estudo encontra-se dentro do âmbito do Programa de P&D ANEEL, Chamada ANEEL Nº 001/2016
"Projeto Prioritário de Eficiência Energética e Estratégico de P&D: Eficiência Energética e Minigeração em Instituições
Públicas de Educação Superior", e do Termo de Cooperação Técnica 502/2018, celebrado entre CEB Distribuição S.A. e
Fundação Universidade de Brasília, intitulado "Geração Distribuída no Campus da Universidade de Brasília Integrada à
Rede de Distribuição da CEB".

2. MÉTODO E MATERIAIS

Para determinar a viabilidade técnica do projeto, deve-se fazer avaliação de recursos naturais, escolha de área para
instalação dos painéis, dimensionamento e simulação.

2.1 Avaliação de recursos naturais

A disponibilidade de recursos naturais influencia a geração de energia pelos módulos fotovoltaicos. A eficiência dos
módulos reduz com o aumento da temperatura, por exemplo. Portanto, é importante fazer um levantamento de dados
confiáveis de recursos naturais disponíveis.

2.1.1 Ano Meteorológico Típico (TMY)

Typical Meteorologial Year, TMY, ou Ano Meteorológico Típico, em português, é um conjunto de dados
climatológicos que representa um ano típico de um determinado local no que tange suas características meteorológicas
(NREL, 2008). Os dados reunidos nesse tipo de arquivo são horários e provenientes de uma longa série histórica (30 anos
de medição, por exemplo) sendo selecionados os dados horários de um mês que representa melhor o comportamento de
uma variável meteorológica ao longo de toda série histórica, para esse mesmo mês. De janeiro a dezembro, portanto, o
TMY é composto de meses meteorológicos típicos, completando o equivalente a 1 ano de dados horários. Esse tipo de
arquivo foi desenvolvido pela NREL (National Renewable Energy Laboratory), órgão americano de pesquisa em energias
renováveis, mas já existem bases de dados específicas para vários locais de mundo, incluindo Brasília.

2.2 Avaliação de consumo de energia elétrica

As informações de consumo de energia elétrica da UnB podem ser acessadas diretamente das contas de energia da
Universidade junto à distribuidora local, no caso a Companhia Energética de Brasília, CEB. Essas informações devem
incluir o consumo tanto do campus Darcy Ribeiro como outros campi e outras unidades consumidoras pertencentes à
Universidade de Brasília.

2.3 Dimensionamento do sistema

2.3.1 Estimativa inicial de potência do sistema fotovoltaico

Para efeitos de dimensionamento e simulação, é feito uma estimativa inicial da potência do sistema fotovoltaico a
partir da Eq. (1):

𝐸𝑐𝑜𝑛𝑠.𝑑𝑖á𝑟𝑖𝑜
𝑃𝑠𝑓𝑣 = (1)
𝐻𝑆𝑃 ∙ 𝑃𝑅

Onde 𝑃𝑠𝑓𝑣 [W] é a estimativa inicial de potência do sistema, 𝐸𝑐𝑜𝑛𝑠.𝑑𝑖á𝑟𝑖𝑜 [Wh] é o consumo diário médio de energia
elétrica a ser igualado, HSP são as Horas de Sol Pleno do local e 𝑃𝑅 (Perfomance Ratio) é coeficiente de perdas. É
importante notar que, em um primeiro momento, o valor do coeficiente de perdas não é tão importante, já que os métodos
de dimensionamento e simulação utilizados posteriormente neste trabalho o corrigem para valores mais realistas.

2.3.2 Cálculos de dimensionamento

Os cálculos matemáticos apresentados nas equações (2) a (24) e se baseiam no método desenvolvido por Kerekes et
al (2013) e por Valentini et al, (2008), para projetar usinas de grades escala. Seus resultados já foram comparados com
resultados obtidos por softwares de dimensionamento utilizados no mercado (Roca, 2018).
O número inicial de módulos fotovoltaicos (𝑁𝑚 ) é calculado pela Eq. (2):

𝑃𝑠𝑓𝑣
𝑁𝑚 = (2)
𝑃𝑚,𝑠𝑡𝑐
VIII Congresso Brasileiro de Energia Solar – Fortaleza, 01 a 05 de junho de 2020

Onde 𝑃𝑠𝑓𝑣 [W] é a potência do sistema e 𝑃𝑚,𝑠𝑡𝑐 [W] é a potência do módulo escolhido a condições padrão de teste
(STC). Também a quantidade de módulos do sistema é corrigida posteriormente para se adequar aos componentes
escolhidos. Outro fator importante a ser levado em conta para o dimensionamento do sistema é a área ocupada pelos
módulos. A estimativa inicial de área 𝐴𝑎𝑟𝑟𝑎𝑛𝑗𝑜 [m²] é calculada pela Eq. (3):

𝐴𝑎𝑟𝑟𝑎𝑛𝑗𝑜 = 𝐴𝑚 ∙ 𝑁𝑚 (3)

Onde 𝐴𝑚 [m²] é a área do módulo. O número de módulos que podem ser conectados em série e em paralelo no
inversor depende de especificações elétricas dele. O seguinte algoritmo (Eq. (4) a Eq. (7)) nos retorna a quantidade de
módulos em série:

𝑉𝑖,𝑚𝑎𝑥 + 𝑉𝑖,𝑚𝑖𝑛
𝑉𝑚𝑒𝑑 = (4)
2
𝑉𝑚𝑒𝑑
𝑁𝑠,𝑚𝑎𝑥 = 𝑝𝑖𝑠𝑜 ( )
𝑉𝑚 (5)

Onde a função 𝑝𝑖𝑠𝑜 arredonda o valor da divisão para o menor valor inteiro mais próximo.

𝑁𝑠,𝑚𝑎𝑥 ∙ 𝑉𝑜𝑐 > 𝑉𝐷𝐶,𝑚𝑎𝑥 (6)


Então,
𝑁𝑠,𝑚𝑎𝑥 = 𝑁𝑠,𝑚𝑎𝑥 − 1
(7)

Onde as especificações do inversor são as que seguem: 𝑉𝑖,𝑚𝑎𝑥 [V] é o limite superior de tensão DC de operação em
MPP, 𝑉𝑖,𝑚𝑖𝑛 [V] é o limite inferior de tensão DC de operação em MPP e 𝑉𝐷𝐶,𝑚𝑎𝑥 [V] é a máxima tensão de entrada DC
permitida.
São especificações do módulo os seguintes parâmetros: 𝑉𝑚 [V] é a tensão operacional ideal, isto é, em MPP, e 𝑉𝑜𝑐
[V] a tensão de circuito aberto. A quantidade de módulos em paralelo (𝑁𝑝,𝑚𝑎𝑥 ) é dada pela Eq. (8):

𝐼𝐷𝐶,𝑚𝑎𝑥
𝑁𝑝,𝑚𝑎𝑥 = 𝑝𝑖𝑠𝑜 ( ) (8)
𝐼𝑚,𝑚𝑎𝑥

Onde 𝐼𝐷𝐶,𝑚𝑎𝑥 [A] é a corrente DC máxima de entrada do inversor e 𝐼𝑚,𝑚𝑎𝑥 [A] é a corrente máxima de operação
ideal, isto é, em MPP. A Eq. (9) calcula a quantidade de inversores do sistema (𝑁𝑖 ):

𝑁𝑚
𝑁𝑖 = 𝑡𝑒𝑡𝑜 ( )
𝑁𝑠,𝑚𝑎𝑥 ∙ 𝑁𝑝,𝑚𝑎𝑥 (9)

Com esses dados já calculados, é possível obter resultados para as estimativas feitas. O número final de módulos do
sistema (𝑁𝑚,𝑓𝑖𝑛𝑎𝑙 ) é calculado pela Eq. (10):

𝑁𝑚,𝑓𝑖𝑛𝑎𝑙 = 𝑁𝑠,𝑚𝑎𝑥 ∙ 𝑁𝑝,𝑚𝑎𝑥 ∙ 𝑁𝑖 (10)

Já a potência instalada 𝑃𝑖𝑛𝑠𝑡𝑎𝑙𝑎𝑑𝑎 [W] será dada pela Eq. (11):

𝑃𝑖𝑛𝑠𝑡𝑎𝑙𝑎𝑑𝑎 = 𝑁𝑚,𝑓𝑖𝑛𝑎𝑙 ∙ 𝑃𝑚,𝑠𝑡𝑐 (11)

A área ocupada pelo arranjo final do sistema, 𝐴𝑎𝑟𝑟𝑎𝑛𝑗𝑜,𝑓𝑖𝑛𝑎𝑙 [m²], pode ser calcula Eq. (12):

𝐴𝑎𝑟𝑟𝑎𝑛𝑗𝑜,𝑓𝑖𝑛𝑎𝑙 = 𝑁𝑚,𝑓𝑖𝑛𝑎𝑙 ∙ 𝐴𝑚 (12)

Por fim, o Fator de Dimensionamento do Inversor, característica que se recomenda situar entre 0,7 e 1 para projeto
de usinas (CRESESB, 2014), é calculado pela Eq. (13):

𝑃𝑖,𝑛𝑜𝑚 ∙ 𝑁𝑖
𝐹𝐷𝐼 = (13)
𝑃𝑖𝑛𝑠𝑡𝑎𝑙𝑎𝑑𝑎
VIII Congresso Brasileiro de Energia Solar – Fortaleza, 01 a 05 de junho de 2020

2.4 Simulação do sistema

A temperatura afeta diretamente a produção de energia elétrica pelo módulo. Quando a temperatura do módulo
aumenta, a geração tende a diminuir. Para fazer a simulação levando em conta o comportamento da temperatura ao longo
do ano, utilizou-se as informações de temperatura do TMY obtido para a localidade do sistema. A temperatura do módulo
𝑇𝑚 [ºC] é dada pela Eq. (14) (Yang et al):

𝐺𝑡 (𝑡)
𝑇𝑚 (𝑡) = 𝑇𝑎𝑚𝑏 (𝑡) + ∙ (𝑁𝑂𝐶𝑇 − 20) (14)
800

Onde 𝑇𝑎𝑚𝑏 [ºC] é temperatura ambiente, 𝐺𝑡 [W/m²] é a irradiação solar incidente no plano. A potência do módulo
em ponto de máxima potência 𝑃𝑚,𝑀𝑃𝑃 [W] é dada pela Eq. (15) (Yang et al)

𝐺𝑡 (𝑡)
𝑃𝑚,𝑀𝑃𝑃 (𝑡) = 𝑃𝑚,𝑆𝑇𝐶 ∙ ∙ [1 − 𝛾 ∙ (𝑇𝑚 (𝑡) − 25)] (15)
1000

Onde 𝛾 é o coeficiente de temperatura do módulo [%/ºC]. A potência real de saída do módulo 𝑃𝑚 [W] é dada pela
Eq. (16) (Kerekes et al):

𝑑𝑓 𝑆𝑝
𝑃𝑚 (𝑡) = (1 − ) ∙ (1 − ) ∙ 𝑃𝑚,𝑀𝑃𝑃 (𝑡) (16)
100 100

Onde 𝑑𝑓 [%] é o fator de redução de potência causado por sujeira. 𝑆𝑝 [%] é o coeficiente de perdas por
sombreamento. As perdas de potência no módulo 𝑃𝑚,𝑝𝑒𝑟𝑑𝑎𝑠 [W] podem, então, ser calculadas com a Eq. (17):

𝑃𝑚,𝑝𝑒𝑟𝑑𝑎𝑠 (𝑡) = 𝑃𝑚,𝑀𝑃𝑃 (𝑡) − 𝑃𝑚 (𝑡) (17)

O conjunto de módulos conectados a um inversor, descrito pela quantidade de módulos em série 𝑁𝑠 multiplicada
pela quantidade de módulos em paralelo 𝑁𝑚 , entrega à entrada do inversor uma potência 𝑃𝑖𝑛 [W] que pode ser calculada
pela fórmula da Eq. (18) (Kerekes et al):

𝜂𝑀𝑃𝑃𝑇 𝜂𝐷𝐶 𝜂𝑖𝑛𝑐𝑜𝑚𝑝𝑎𝑡𝑖𝑏𝑖𝑙𝑖𝑑𝑎𝑑𝑒


𝑃𝑖𝑛 (𝑡) = 𝑁𝑠 ∙ 𝑁𝑝 ∙ ∙ (1 − ) ∙ (1 − ) ∙ 𝑃𝑚 (𝑡) (18)
100 100 100

Em que 𝜂𝑀𝑃𝑃𝑇 [%] é a eficiência do inversor ao ponto de máxima potência, 𝜂𝐷𝐶 [%] é a queda de tensão no
cabeamento DC, 𝜂𝑖𝑛𝑐𝑜𝑚𝑝𝑎𝑡𝑖𝑏𝑖𝑙𝑖𝑑𝑎𝑑𝑒 [%] são as perdas por incompatibilidade, causadas por diferenças decorrentes de
fabricação dos módulos e por condições meteorológicas diferentes experimentadas pelos módulos do sistema. Para se
chegar à potência de saída do inversor 𝑃𝑜 [W], utiliza-se o seguinte algoritmo, descrito pelas Eq. (19) a Eq. (23) (Kerekes
et al):

Se
𝑃𝑖𝑛 (𝑡) ≤ 𝑃𝑖,𝑠𝑐 (19)
Então
𝑃𝑜 (𝑡) = 0 (20)
Senão, se
𝑃𝑖𝑛 (𝑡) ≤ 𝑃𝑖,𝑛𝑜𝑚 (21)
Então,
𝜂𝑖𝑛𝑣
𝑃𝑜 (𝑡) = ∙ 𝑃 (𝑡) (22)
100 𝑖𝑛
Senão,
𝜂𝑖𝑛𝑣
𝑃𝑜 (𝑡) = ∙𝑃 (23)
100 𝑖,𝑛𝑜𝑚

Onde 𝑃𝑖,𝑛𝑜𝑚 [W] é a máxima potência permitida do inversor, também a sua potência nominal, 𝜂𝑖𝑛𝑣 [%] é a eficiência
de conversão de potência do inversor e 𝑃𝑖,𝑠𝑐 [W] é a sua potência de auto consumo. Finalmente a potência da usina 𝑃𝑢𝑠𝑖𝑛𝑎
[MW] é calculada pela Eq. (24) (Kerekes et al):
𝜂 𝑇 𝜂𝑐𝑎𝑏𝑒𝑎𝑚𝑒𝑛𝑡𝑜
𝑃𝑢𝑠𝑖𝑛𝑎 (𝑡) = ∙ ∙ 𝑃𝑜 (𝑡) ∙ 𝑁𝑖 ∙ 10−6 (24)
100 100

Onde 𝜂 𝑇 [%] é a eficiência de interconexão dos transformadores, 𝜂𝑐𝑎𝑏𝑒𝑎𝑚𝑒𝑛𝑡𝑜 é a eficiência de conexão dos cabos
AC. A energia entregue pela usina em um determinado período de tempo, entretanto, é afetada pelo índice de
disponibilidade dela. Assim, a energia gerada pela usina 𝐸𝑢𝑠𝑖𝑛𝑎 [MWh] é calculada pela Eq. (25) (Kerekes et al):
VIII Congresso Brasileiro de Energia Solar – Fortaleza, 01 a 05 de junho de 2020

𝑛
𝐸𝐴𝐹
𝐸𝑢𝑠𝑖𝑛𝑎 = ∙ ∑ 𝑃𝑢𝑠𝑖𝑛𝑎 (𝑡) (25)
100
𝑡=1

Onde EAF (Energy Availability Factor) é o índice de disponibilidade da usina. Como se utiliza um conjunto de
dados horários para a simulação, para se obter a produção anual de energia, deve-se fazer o somatório da potência ao
longo das 8760 horas do Ano Meteorológico Típico, portanto 𝑛 = 8760.
Como o objetivo do projeto é gerar uma determinada quantidade de energia anual – aquela igual ao consumo da
Universidade de Brasília – para o algoritmo implementado no MATLAB que realiza os cálculos acima descritos, utilizou-
se um feedback que realimentasse os cálculos com nova estimativa inicial de potência caso não se atingisse a produção
anual de energia desejada.

2.5 Materiais Utilizados

MATLAB: software de cálculos com matrizes capaz de realizar leitura de arquivos externos e que possui extensa
biblioteca de extensões que auxiliam em cálculos e simulações para engenharias e outras áreas. Usado para implementar
algoritmo de dimensionamento e simulação com base no modelo matemático apresentado.
PVPlanner: é um aplicativo da empresa SOLARGIS que faz estudos de potencial fotovoltaico. Inserindo dados de
localização geográfica, potência instalada, inclinação e orientação dos módulos fotovoltaicos, ele gera um relatório de
potencial fotovoltaico e de dados de irradiação e clima.
Excel: programa de criação e manejo de planilhas eletrônicas, realizando operações entre células, e construindo
gráficos a partir dos dados. Usado nesse trabalho para manejar dados TMY e prepará-lo para ser lido no MATLAB.
Google Maps: serviço de visualização de mapas e imagens de satélites gratuito fornecido pela Google via internet.
Utilizado nesse trabalho para coletar coordenadas geográficas da localização desejada do sistema.
PVWatts: ferramenta mundialmente conhecida e utilizada para simulação de sistemas de geração fotovoltaicos.

3. RESULTADOS

3.1 Localização da Usina

Como definido inicialmente, o local de implantação da usina escolhido é o Lago Paranoá. O lago, construído
juntamente com a capital, é localizado próximo ao Plano Piloto. O campus Darcy Ribeiro, por sua vez, é localizado na
Asa Norte, um dos bairros de Brasília, e próximo ao Lago. Serão utilizadas as seguintes coordenadas geográficas obtidas
através do Google Maps, que correspondem a uma localização do lago Paranoá próxima à UnB: -15.757044, -47.861414,
como mostra a Fig. 1:

Figura 1 - Mapa de Brasília com UnB em destaque. Em azul, o Lago Paranoá.

Quando inviável a utilização exata por indisponibilidade de dados ou outras limitações, utilizou-se coordenadas mais
próximas possíveis da acima citada.

3.2 Considerações sobre usina flutuante

Segundo AZMI (2012), um módulo fotovoltaico colocados sobre um corpo d’água experimenta um resfriamento
quando comparados com um módulo em solo, chegando a uma diferença de 5,6 ºC. Para o presente trabalho, considerar-
se-á um resfriamento de 5 ºC nas temperaturas dos módulos do projeto. Outro fator relevante é que os módulos ficam
VIII Congresso Brasileiro de Energia Solar – Fortaleza, 01 a 05 de junho de 2020

consideravelmente menos suscetíveis à poeira devido à distância com solo, portanto, para simulação, considerar-se-á um
fator de redução devido a poeira 𝑑𝑓 de 4% quando usinas de grande porte costumam apresentar 6.9% para esse mesmo
parâmetro (Kerekes et al, 2013).

3.3 Avaliação de Recursos Naturais

Foi coletado um conjunto de dados tipo TMY no National Solar Radiation Database (NSRDB) para a localização
cujas coordenadas geográficas são as seguintes:-15,793400 -47,882293. Esse é o dado mais próximo da localização
escolhida.

3.4 Avaliação de Consumo de Energia Elétrica

Em planilha fornecida pela Prefeitura da UnB os valores de energia elétrica consumidos pelas unidades
consumidoras da universidade nos anos de 2017 e 2018, os dois últimos anos com dados completos de consumo à data
de realização deste trabalho, são apresentados. Com esses dois dados foi obtida a média anual de consumo de energia
elétrica em kWh, que pode-se observar na Tab. 1:

Tabela 1 - Resumo do consumo de energia elétrica da UnB.

Média Diária (kWh) Média Mensal (kWh) Média Anual (kWh)


Consumo fora de ponta 60.726,85 1.847.108,46 22.165.301,5
Consumo de ponta 7.584,13 230.684,04 2.768.208,48
Total 68.310,99 2.077.792,50 24.933.509,98

3.5 Estimativa Inicial de potência do sistema fotovoltaico

A partir da fórmula da Eq. (1), e considerando um valor de HPS igual a 5,76 obtido em relatório do SOLARGIS, e
Performance Ratio de 0,8 foi obtida a estimativa inicial de potência do sistema, apresentada na Tab. 2:

Tabela 2 - Estimativa inicial de potência da usina.

Consumo diário médio de energia 68.310,99 kWh


Estimativa inicial de potência do sistema fotovoltaico 14,824 MWp

3.6 Escolha dos componentes

Para fazer dimensionamento e simulação usando as fórmulas matemáticas já descritas, foram escolhidos os seguintes
componentes para o sistema, cujas características estão sumarizadas nas Tab. 3 e Tab. 4:

• Módulo Policristalino 360W: a tecnologia policristalina é amplamente utilizada no mercado e módulos dessa
potência são comuns e fabricados por diversas empresas, tornando a escolha confiável e facilmente
intercambiável por outros modelos semelhantes sem que se espere uma mudança drástica nos resultados finais
da simulação. Para a simulação, a posição dos módulos será considerada voltada ao norte e com inclinação igual
à latitude.

Tabela 3 - Informações técnicas do módulo.

Módulo Policristalino 360W


Potência STC 360 W
Tensão de máxima potência (Vmp)_ 39,6 V
Corrente de máxima potência (Imp) 9,10 A
Tensão de circuito aberto (Voc) 47,0 V
Corrente de Curto Circuito (Isc) 9,67 A
Dimensões 2000 x 992 x 40 mm
NOCT (Normal Operating Cell Temperature) 45 ºC
Coeficiente de temperatura (Pmax) -0,38% / ºC

• Inversor de 500 kW: O inversor escolhido foi de 500 kW, ao invés de um grande inversor central, para dar maior
flexibilidade à geração final de energia do sistema, já que o dimensionamento é voltado a atingir uma energia
anual específica.
VIII Congresso Brasileiro de Energia Solar – Fortaleza, 01 a 05 de junho de 2020

Tabela 4 - Informações técnicas do inversor.

Inversor de 500 kW
Tensão MPP máxima (Vmpp_max) 830 V
Tensão MPP mínima (Vmpp_min) 550 V
Tensão DC máxima (Vdc_max) 1000 V
Corrente DC máxima (Idc_max) 1091 A
Potência de consumo próprio 110 W
Potência máxima permitida 500 kW
Eficiência 98,7%

3.7 Dimensionamento e simulação com MATLAB

O primeiro passo para realizar o dimensionamento é definir os coeficientes de perda e eficiências citados nos cálculos
do método. Para as perdas associadas ao módulo e cabeamento DC, foram determinados os seguintes valores: 4% para
coeficiente de perdas por sujeira 𝑑𝑓 por se optar por usina flutuante, já que em corpos d’água o acesso é mais difícil à
poeira (em usinas de grande porte em solo esse valor chega a 6.9% (Kerekes et al, 2013)), 3% para o coeficiente de perdas
por sombreamento 𝑆𝑝, 1.5% para a queda de tensão no cabeamento DC 𝜂𝐷𝐶 (IFC, 2015) e 2% para perdas por
incompatibilidade 𝜂𝑖𝑛𝑐𝑜𝑚𝑝𝑎𝑡𝑖𝑏𝑖𝑙𝑖𝑑𝑎𝑑𝑒 . Os valores associados ao inversor e cabos AC foram: 99% para a eficiência do
seguidor do ponto de máxima potência 𝜂𝑀𝑃𝑃𝑇 (Valentini et al, 2008), 99% para a eficiência de interconexão dos
transformadores 𝜂 𝑇 ((Kerekes et al) e 99.5% eficiência de conexão dos cabos AC 𝜂𝑐𝑎𝑏𝑒𝑎𝑚𝑒𝑛𝑡𝑜 (Verna, 2015). O índice
de disponibilidade da usina EAF, foi considerado 99.5% (García). A Tab. 5 resume os coeficientes adotados na simulação.

Tabela 5 - Coeficientes de perdas considerados na simulação.

Perdas por poeira 𝒅𝒇 4%


Perdas por sombreamento 𝑺𝒑 3%
Perdas por incompatibilidade 𝜼𝒊𝒏𝒄𝒐𝒎𝒑𝒂𝒕𝒊𝒃𝒊𝒍𝒊𝒅𝒂𝒅𝒆 2%
Queda de tensão no cabo DC 𝜼𝑫𝑪 1,5%
Eficiência das interconexões do transformador 𝜼𝑴𝑷𝑷𝑻 99%
Eficiência cabos AC 𝜼𝒄𝒂𝒃𝒆𝒂𝒎𝒆𝒏𝒕𝒐 99,5%
Energy Availability Factor EAF 99,5 %

Dada a estimativa inicial de potência do sistema, a escolha dos componentes, a definição dos coeficientes de perdas
e a coleta de dados meteorológicos, faz-se a simulação. Através do MATLAB foi feito o dimensionamento e simulação
do sistema de geração fotovoltaico proposto utilizando o método descrito. Os resultados estão resumidos na Tab. 6:

Tabela 6 - Resumo dos resultados do dimensionamento.

Nº de módulos em série 17
Nº de módulos em paralelo 119
Quantidade de inversores 21
Quantidade total de módulos 42483
Área total de módulos 84300 m²
Potência instalada 15,2939 MWp

O Fator de Dimensionamento do Inversor (FDI) foi de 0,69%, abaixo do recomendado na literatura (CRESESB,
2014). Esse valor, contudo, é uma recomendação, ou seja, não é mandatório, e o modelo matemático descrito utiliza
parâmetros dos datasheet dos componentes em seus cálculos para certificar que a operação ocorra dentro dos seus limites.
Entende-se, portanto, que esse valor pode indicar que o algoritmo utilizado não leva a uma situação ideal, porém
dimensiona dentro dos limites aceitáveis de operação dos módulos e inversores.
O desempenho do módulo nas condições do projeto pode ser observado na Fig. 2, considerando o período de um
ano (8760 horas).
VIII Congresso Brasileiro de Energia Solar – Fortaleza, 01 a 05 de junho de 2020

Figura 2 - Potência MPP, potência real e perdas do módulo.

Os resultados de geração anual de energia por módulo estão resumidos na Tab. 7:

Tabela 7- Energia gerada no módulo.

Energia anual gerada por módulo 733.690,0 Wh/ano


Energia anual gerada por módulo considerando perdas 683.210,0 Wh/ano

A potência entregue pelo conjunto de módulos ao inversor no sistema proposto, bem como a potência de saída do
inversor, são apresentadas na Fig 3:

Figura 3 – Potência de entrada do inversor, potência de saída e perdas no inversor.

A energia total gerada em um ano pelo conjunto de módulos ligado ao inversor bem como a energia entregue pelo
inversor em um ano estão resumidas na Tab. 8:

Tabela 8 - Energia gerada pelo inversor.

Energia total anual dos módulos ligados ao inversor 1.320.800,0 MWh/ano


Energia anual entregue pelo inversor 1.255.600,0 MWh/ano

Da simulação resultou também a geração de energia da usina levando em conta todos os inversores 21 inversores
com seus módulos conectados e perdas envolvidas com utilização de transformadores e queda de tensão nos cabeamentos.
Para chegar a produção anual de energia foi considerado o fator de disponibilidade de energia (EAF - energy availability
fator), que leva em consideração interrupções na operação para manutenção. Esse resultado está sumarizado na Tab. 9 e
é comparado com o resultado obtido na ferramenta PVWatts, para, assim, atestar a confiabilidade do método adotado,
visto que a ferramenta utilizada para cotejo é mundialmente conhecida e utilizada para simulação de sistemas de geração
fotovoltaicos.
VIII Congresso Brasileiro de Energia Solar – Fortaleza, 01 a 05 de junho de 2020

Tabela 9 - Energia anual produzida pela usina.

Produção Anual de Energia (PVWatts) 24.897 MWh/ano


Produção Anual de Energia (Método do presente trabalho) 25.843 MWh/ano
Diferença Percentual (Trabalho/PVWatts) 3,8%

A produção anual de 25.843,0 MWh/ano, portanto, atende e supera em 3,65% o objetivo inicial de 24.933,51 MWh
por ano, ou seja, o consumo da Universidade de Brasília. A diferença percentual desse resultado comparado ao obtido
com o PVWatts foi de apenas 3,8%, que pode ser explicado pela consideração de usina flutuante (o tratamento de dados
para esse caso foi detalhado acima) e pequenas diferenças nos cálculos e coeficientes de perdas utilizados internamente
no software. Os dados possíveis de serem alterados pelo usuário foram o mais fielmente possível semelhantes ao adotado
no método deste trabalho e podem ser vistos na Fig. 4. Com 84300 m² de área, a taxa de ocupação dos módulos é de
0,18% do Lago Paranoá, levando em conta sua extensão de 48 km² O gráfico da Fig. 5 mostra a variação da produção
mensal de energia ao longo dos meses dos meses do ano.

Figura 4 - Parâmetros utilizados em PVWatts Figura 5 - Produção mensal de energia da usina.

4. CONCLUSÕES

O estudo de viabilidade realizado determinou que é tecnicamente viável a implantação de um sistema de geração
fotovoltaica na UnB que tenha produção anual de energia igual ao consumo anual de energia da Universidade de Brasília.
A disponibilidade de área torna possível o projeto, sendo escolhido o lago Paranoá o local de implantação para testar os
ganhos de potência com a diminuição da temperatura do módulo e da perdas com sujeira características de usina flutuante
e para poupar utilização de terrenos, que poderiam ser usados eventualmente pela Universidade, para construção de outros
prédios.
O sistema dimensionado através do algoritmo desenvolvido via MATLAB a partir do modelo matemático descrito
resultou em um sistema de 15,3 MWp de potência instalada, composto de 21 inversores de 500 kW aos quais são
conectados 2023 módulos de 360 W cada, sendo 119 strings em paralelo de 17 módulos em série, totalizando 42.483
módulos fotovoltaicos para o projeto. Esse sistema ocupa 84300 m² com módulos. A simulação do sistema para um ano
meteorológico típico resultou em geração anual de energia de 25.843,0 MWh/ano, portanto atinge e excede o objetivo
inicial de geração de 24.933,51 MWh/ano para igualar o consumo anual médio de energia da Universidade de Brasília.
Sendo a Universidade de Brasília uma instituição pública e sem fins lucrativos, o resultado é relevante para mostrar
que projetos de larga escala, superiores aos limites estabelecidos por lei para participação no sistema de compensação,
poderiam, também, usufruir do um modelo de compensação que os abarcasse, ajudando a renovar mais ainda a matriz
energética brasileira. Também é resultado relevante do projeto o potencial de utilização do lago Paranoá para implantação
de sistema de geração fotovoltaica no caso específico do estudo feito, podendo-se estender esse potencial a outros corpos
d’água espalhados pelo país já que evita a utilização de terreno e aumenta a geração do módulo.
Para futuros trabalhos, sugere-se fazer análise de viabilidade financeira desse projeto dada a atual legislação sobre
geração de energia, e fazer um estudo mais detalhado acerca dos ganhos de potência decorrentes da opção pelo sistema
flutuante em detrimento do sistema em solo.
VIII Congresso Brasileiro de Energia Solar – Fortaleza, 01 a 05 de junho de 2020

REFERÊNCIAS

Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL), 2012. RESOLUÇÃO NORMATIVA Nº 482, DE 17 DE ABRIL DE
2012, disponível em http://www2.aneel.gov.br/cedoc/ren2012482.pdf, acesso em 31/07/2019.
Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL), 2019. Brasil ultrapassa marca de 1GW em geração distribuída
https://www.aneel.gov.br/sala-de-imprensa-exibicao/-/asset_publisher/XGPXSqdMFHrE/content/brasil-
ultrapassa-marca-de-1gw-em-geracao-distribuida/656877 acesso em 13/11/2019.
Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (ABSOLAR), 2019, Infográfico ABSOLAR, disponível em
http://absolar.org.br/infografico-absolar-.html, acesso em 31/07/2019.
Centro de Referência das Energias Solar e Eólica Sérgio de S. Brito (CRESESB), 2014. Manual de Engenharia para
Sistema Fotovoltaicos.
Empresa de Pesquisa Energética (EPE), 2018. Balanço Energético Nacional 2018, disponível em
http://epe.gov.br/pt/publicacoes-dados-abertos/publicacoes/balanco-energetico-nacional-2018, acesso em
31/07/2019.
H-T. Yang, C-M. Huang, Y-C. Huang, Y-C. Pai, 2014. A Weather-Based Hybrid Method for 1-Day Ahead Hourly
Forecasting of PV Power Output. Transactions on sustainable energy, vol. 5, no.3, pp. 917-927.
Intergovernmental Panel on Climate Change (IPCC), 2014. Climate Chance 2014 Synthesis Report, disponível em
https://www.ipcc.ch/site/assets/uploads/2018/05/SYR_AR5_FINAL_full_wcover.pdf, acesso em 31/07/2019.
International Finance Corporation (IFC), 2015. Utility-Scale Solar Photovoltaic Power Plants.
M. García, J. A. Vera, L. Marroyo, E. Lorenzo and M. Pérez, 2009. Solar-tracking PV plants in Navarra: A 10 MW
Assessment, Progress in photovoltaics: research and applications, vol. 17, no. 1, pp. 337-246.
M. Valentini, A. Raducu, D. Sera, R. Teodoresco, 2008. PV Inverter Test Setup for European Efficiency, Static and
Dynamic MPPT Efficiency Evaluation. Aalborg University, Institute of Energy Technology, Dinamarca.
National Renewable Energy Laboratory (NREL), 2008. Users Manual for TMY3 Data Sets.
Roca, A. R., 2018. Design and Modeling of a Large-Scale PV Plant, Tesse de mestrado, Escola Tècnica Superior
d’Enginyeria Industiral de Barcelona, Barcelona, Espanha.
T. Kerekes, E. Koutroulis, D. Séra, R. Teodorescu and M. Katsanevakis, 2013. An Optimization Method for Designing
Large PV Plants, IEEE Journal of Photovoltaics, vol. 3, no. 2, pp. 814-822.
Universidade de Brasília, (UNB), 2018. Relatório de Gestão 2018, disponível em
http://www.dpo.unb.br/index.php?option=com_content&view=article&id=46&Itemid=816, acesso em 31/07/2019.
Verna and S. Singhal, 2015. “Solar PV performance parameter and recommendation for optimization of performance in
large scale grid connected solar PV plant, Jornal of energy and power resources, vol. 2, no. 1, pp. 40-53.
World Bank Group, ESMAP and SERIS. 2018. Where Sun Meets Water: Floating Solar Market Report—Executive
Summary. Washington, DC: World Bank.

TECHNICAL VIABILITY STUDY OF FLOATING PHOTOVOLTAIC POWER PLANT TO SUPPLY


UNIVERSIDADE DE BRASILIA ENERGY CONSUMPTION

Abstract. A technical viability study of a floating photovoltaic power plant with annual energy production equal to the
annual energy consumption of Universidade de Brasília is made. It is studied the deployment of such a system at Lago
Paranoá, which provides great area for the project, to harvest better generation due to floating modules and avoiding
acquisition of lands. Annual energy consumption of UnB was determined to be 24.934,0 MWh/year, and annual energy
production of the simulated 15,3 MWp system was 25.843,0 MWh/year which achieves the goal. The system consists of
21 500 kW inverters and 42.483 modules in arrays of 119 strings of 17 360W modules connected in series. The system is
considered viable and takes 0,18% of Lago Paranoás surface.

Palavras-chave: Solar energy, floating photovoltaics, utility-scale solar power plant.

Você também pode gostar