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Oya Igbalè 334344

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Oyá Ìgbàlè – O Mito

 Fernando D'Osogiyan

Há 9 anos
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Eèpàrìpàà! Odò ìyá

Esse post sobre Oyá serve também para desmistificar de vez a palavra
Ìgbàlè e dar valor a essência da liturgia de Oyá e seus caminhos, dando-
lhe a verdadeira conotação e entendimento litúgico.

Para um melhor entendimento e compreensão deste caminho de Oya,


julgo necessário obter o devido conhecimento da palavra Ìgbàlè.

A palavra Ìgbàlè significa – pequena mata, lugar sagrado; tem a


conotação de “A Floresta Sagrada dos Egúngun” ou “O Bosque Sagrado
dos Ancestrais”. O mito relata que:

“..Em épocas muito remotas, havia na cidade do Oyo um fazendeiro


chamado Alapini, que tinha três filhos chamados Ojéwuni, Ojésamni e
Ojérinlo. Um dia Alapini foi viajar e deixou recomendações aos filhos
para que colhessem os inhames e os armazenassem, mas que não
comessem um tipo especial de inhame chamado ihobia, pois ele
deixava as pessoas com uma terrível sede. Seus filhos ignoraram o
aviso e o comeram em demasia. Depois, beberam muita água e, um a
um, acabaram todos morrendo.

Quando Alapini retornou, encontrou a desgraça em sua casa.


Desesperado, correu ao Babalawo, que consultou o oráculo de Ifá. O
sacerdote indicou que, após o l7º dia fosse ao ribeirão do bosque e
executasse o ritual que foi prescrito no jogo. Ele deveria escolher um
galho da árvore sagrada atori e fazer um “bastão de invocação” do qual
deveria ser denominado de isan. Na margem do ribeirão, deveria bater
com o bastão na terra e chamar pelos nomes dos seus filhos, que na
terceira vez eles apareceriam. Mas ele também não poderia esquecer de
antes fazer certos sacrifícios e oferendas.

Assim ele o fez; seus filhos apareceram. Mas eles tinham rostos e
corpos estranhos; era então preciso cobri-los para que as pessoas
pudessem vê-los sem se assustarem. Pediu que seus filhos ficassem na
floresta e voltou à cidade. Contou o fato ao povo, e as pessoas fizeram
roupas para ele vestir seus filhos.

Deste dia em diante ele poderia ver e mostrar seus filhos as outras
pessoas; as belas roupas que eles ganharam escondiam perfeitamente
suas condições de mortos. Alapini e seus filhos fizeram um pacto: em
um buraco feito na terra pelo seu pai, deveria ser “acomodado” os
fundamentos do culto e denominado de ojúbo – Altar, no mesmo local
do primeiro encontro, ou seja no Igbó Ìgbàlè, ali seriam feitas as
oferendas e os sacrifícios e onde as roupas deveriam permanecer
guardadas, para que eles as vestissem quando o pai os chamasse
através do ritual do bastão.

Seguindo o pacto e as instruções do Babalawo, de que sempre que os


filhos morressem fosse realizado o ritual após o l7º dia, pais e filhos
para sempre se encontraram. E, para os filhos que ainda não tiverem
roupas, é só pedir às pessoas que elas as farão com imenso prazer…”

Assim sendo, poderia interpretarmos Oya Ìgbàlè como “A Senhora da


Floresta Sagrada dos Ancestrais”.

Se um dos atributos de Oya em sua pura essência é o “Espírito do


Vento”, neste caminho ela é denominada de “O Vento da Morte, A
Regente do Vento Invisível dos Egúngun” Oya Ìgbàlè é a divindade que
Olódúmarè outorgou o direito de controlar os espíritos dos seres
humanos quando desencarnados. Ela tem que assegurar que nosso
espírito, de uma forma ou de outra, não seja prejudicado nesta
“transição” tão delicada. Esta transição esta sub-dividida em 9 etapas:
leito de morte, velório, caminho do cemitério, porta do cemitério,
caminho da sepultura, sepultura, ritos fúnebres, despacho do carrego e
o caminho para o além; e caso este espírito tenha que regressar ao
mundo dos vivos, para solucionarmos alguma pendência, novamente
deverá ser acompanhado por Oya Ìgbàlè.

Há tradicionalista modernos quem diga que o conhecido Déjà Vu a esta


divindade pertence.

Oduleke foi o primeiro caçador a receber os ritos do Asese, celebrado


por Oya Ìgbàlè. Até então este rito era somente destinados aos
caçadores, para somente depois ser designado a todos os iniciados e
consagrados ao Culto do Òrìsà e Egún.

Uma de suas principais características, esta em sua lealdade para com


seus seguidores. Quando Oya Ìgbàlè acompanha seus seguidores em
uma batalha, invoca seu poderoso exército de Egúngun liderado por
um dos mais temíveis Ancestrais – Baba Ajimuda. Os mitos relatam
que nesta batalha Oya Ìgbàlè cobre o rosto com uma mascara para
ocultar a face da destruição. Na diáspora, esta mascara foi substituída
pela pintura de efun do qual cobre por completo o rosto de Oya Ìgbàlè e
que ninguém deve dirigir o olhar diretamente a ela, mesmo que esta
cerimônia seja realizada no escuro.

No Novo Mundo Oya Ìgbàlè passa a morar no Ile Awo – A casa do


Segredo, mas especificamente no Ile Sanyin ou popularmente
conhecido com Lesanyin quando cultuada no Culto de Lese Egún e no
Ile Ibo Aku quando cultuada em Lese Òrìsà. Suas representação
materiais e seus atributos diferem de um lugar para outro, porém seu
maior segredo se mantem em igualdade em ambos os cultos. Entre
tantos outros o que mais diferencia seus assentamentos, são a presença
de uma ossada retirada do corpo de um animal, do qual deverá ser
prepara e consagrada para determinadas funções. Sabemos que o osso
representa a morte, a representação de um ser que em outrora vivera.

Oya é evocada para para Proteção contra ataques de perversos ou Iku-


Egun, atrair Amores, fertilidade na esterilidade, saúde das trompas,
vendas de todos os tipos, Melhorias no comércio, movimento de
comercio, atrair clientes, tomar iniciativa, Faxina espiritual, varrer os
espíritos perversos.

YANLE – banquete de Oya

Ewure , Etu , Adiyé , Aparo, Adaba, Agbado cozido e pilado, Egbo


cozido e pilado, Akara, Ipanu (Caramelos com gengibre), Ekò pupa,
Ekuru pupa, Ibakan , Olele, Obi abata com Osun, Orogbo com Osun,
Epo em quantidade, Oyin, etc.

Tabu: Agutan (carneiro), a fumaça, o Adin, a todos os Egusi (abobora,


melão, melancia, cabaças).

Oyà sempre dá uma parte do sacrifico para Sango e Egungun, mas


quando houver sacrifício.

(Por Babá Guido – Okitalande)

Lendas: Oyá Ygbalé/ Iansã do Balé


By

 LucilaCelete

 28/08/2019

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Iansã é a dona dos ventos e tempestades, em sua essência é a
senhora dos movimentos, das ações. Uma guerreira incansável
que é inconstante e rápida, não espera nada vir para sua mão, tem
gosto de ir buscar seja o que for, aonde quer que esteja.
Foi isso que a fez ganhar essa qualidade.

Oyá estava cansada de se ver submissa ao domínio dos orixás


masculinos, que eram detentores do poder.
Então saiu pelo mundo visitando o reino de cada orixá-homem
com a intenção de ter esses poderes também para si.

Ganhou nas matas o domínio do Ofá e Oxóssi lhe ensinou a


se disfarçar de Búfalo, ganhando a sua pele e seus chifres.
Na Forja aprendeu com Ogum a brandar a espada e a lutar
exíminiamente. 
Com Xangô, sua parte masculina, aprendeu a manipular o fogo e a
controlar os relâmpagos.
Com Oxaguiã aprendeu a arte do pilão e assim por diante.

Andou o mundo até chegar no reino de Omulú. Lá tentou de tudo,


mas o Orixá não se rendia a seus encantos.
Se vendo sem alternativas Oyá dançou no vento pelos sete cantos
do mundo em homenagem ao senhor da terra,
que sequer se comoveu com o ato ousado da iabá.

Omulú já era bem velho, e conhecia o


comportamento intempestivo de Iansã, mas se surpreendeu
quando percebeu que ela, sem mais artifícios, prostou os joelhos
no chão e pediu Agô.
Pediu humildemente que Omulú lhe desse alguma sabedoria, e o
velho vendo que finalmente ela havia
entendido o que ele queria passar lhe entregou o domínio do
cemitério
e a responsabilidade das almas que lá se encontram.

Com seu Eruexim, instrumento sagrado feito com rabo de cavalo e


cobre ou seu ramo de Mariwó,
folha do dendezeiro, conduz os espíritos desencarnados para o
Orúm (Céu).
Assim como não permite que os Eguns, espíritos, perturbem os
vivos.

Ganhou o nome de Oyá Igbalé(cemitério).

Essa qualidade de Iansã, diferente das outras, se veste totalmente


de branco
(como sinal de luto pelas almas desencarnadas que comanda).

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