IBGE - Dicionário Geológico e Geomorfológico - Antônio Teixeira Guerra
IBGE - Dicionário Geológico e Geomorfológico - Antônio Teixeira Guerra
IBGE - Dicionário Geológico e Geomorfológico - Antônio Teixeira Guerra
GEOLOGICO-GEOMORFOLOGICO
A
DICIONÁRIO
GEO LÓGICO- GEOMO RFO LÓGICO
ANTÔNIO TEIXEIRA GUERRA
2.a edição
(Revista e aumentada)
Rio de Janeiro
1 966
Série A Biblioteca Geográfica Brasileira Publicaçüo N ° 21
DICIONÁRIO
GEO LÓGICO- GEOMO RFO LÓGICO
ANTÔNIO TEIXEIRA GUERRA
2.a edição
(Revista e aumentada)
Rio de Janeiro
1 966
Aos meus prezados mestres de
Geologia e Geografia Física:
r.a edição
Homenagem aos estimados mestres
da Geologia do Brasil
2. 8 edição
APRESENT AÇÃ O
MAGISTERIO
TRABALHOS PUBLICADOS
I - Livros
1 - "Estudo Geográfico do Território do Amapá" - Biblioteca Geo-
gráfica Brasileira. Publicação n. 0 10 da Série A "Livros", Conselho
Nacional de Geografia - IBGE, Rio de Janeiro - 1954 .
2 - "Estudo Geográfico çlo Território do Acre" - Biblioteca Geográfica
Brasileira. Publicação n. 0 11 da Série A "Livros", Conselho Na-
cional de Geografia - IBGE, Rio de Jan eiro - 1955 .
3 - "Estudo Geográfico do Território do Rio Branco". Biblioteca Geo-
gráfica Brasileira. Publicação n.O 13 da Série A "Livros", Conselho
Nacional de Geografia - IBGE, Rio de Janeiro - 1957.
4 - "Geografia do Brasil'' - Vol. I - "Grande Região Norte" - Orga-
nizador e autor d e vários capítulos - IBGE - 1959.
5 - "Paisagens do Brasil" - Conselho Nacional de Geografia - IBGE,
Rio de Janeiro, 1961 - I Parte - O meio Físico e suas repercussões
na paisagem cultural ( 6 capítulos).
6 "E nciclopédia dos Municípios Brasileiros" - II volume colabo-
ração no capítulo do Relêvo e legenda de fotografias.
7 "Enciclopédia dos Municípios Brasileiros" - VI volume colabo-
ração no capítulo do relêvo e na economia da zona sul do Espírito
Santo.
8 "Enciclopédia dos Municípios Brasileiros" - VII volume - cola-
boração no capítulo do relêvo.
9 "Enciclopédia Delta - Larousse". Organizador e colaborador da
parte referen te à Geografia do Brasil - Vol. I - vários países da
América do Sul - Vol. II.
10 - Atlas do Brasil - Conselho Nacional de Geografia - 1959. Co-
mentários dos mapas: relêvo e atividad es econômicas da Grande
Região Norte e relêvo do Brasil.
11 - Vários verbetes da Enciclopédia "Barsa".
II - Artigos
1 - "O vale elo Parnaíba e as cidades centro ele transportes" - Hevista
do Comércio, ano II, n. 0 10 - 1946.
2 "Terraços marinhos" - Boletim Geográfico, ano VII, n. 0 82 - 1950.
3 "O estudo elas fotografias aéreas e o auxílio ao combate do com-
plexo patogênico nas regiões interh·opicais" - Boletim Geográfico,
no VIII , n.0 86 - 1950.
4 "Formação, evolução e classificação elos solos. Solos h·opicais" -
Boletim Geográfico, ano VIII, n. 0 88 - 1950.
5 "As variações elo nível do mar d epois do Plioceno e métodos de
estudo" - Boletim Geográfico, ano VIII, n. 0 90 - 1950.
6 "Apreciações sôbre o valor dos sambaquis como indicadores de
variações do nível elos oceanos " - Boletim Geográfico, ano VIII,
n.O 91 - 1950.
-XIII -
IV - Comentários
V - Traduções
1 "Observações geológicas no oeste do estado de Minas Gerais" -
Boris Brajnikov - Boletim Geográfico, ano VII, n. 0 87 - 1950.
2 "Conquista dos solos das regiões tropicais", H enri Pratt - Boletim
Geográfico , ano VIII, n. 0 89 - 1950.
3 "Importância econômica da oceanografia física e da geologia
subm arina" C. Francis - Boeuf e V. Romanoviskt - Boletim Geo-
gráfico, ano VIII, n. 0 92 - 1950.
4 "Os traços esh·uturais do vale elo São Francisco", B. Brajnikov -
Bole tim Geográfico, ano VIII, n. 0 93 - 1950.
5 "Ten dências atuais da pedologia nas regiões tropicais e subh·opi-
cais", Albert D emolon , Georges Aubert, Stephane I-Ienin - Boletim
Geográfico , ano VIII, n. 0 94 - 1951.
6 "Amazônia", Pierre Gomou - "Boletim Geográfico", ano VIII ,
n.O 94 - 1951.
7 "Noção d e erosão no modelado elo relêvo terrestre" - Prof. Jacques
Bourcart - Boletim Geográfico, ano VIII, n. 0 95 - 1951.
"Morfologia estrutural e morfologia climática" (em colaboração) -
Boletim Geográfico, ano XVIII, n.O 155.
VI - Vultos da Geografia
ABISSAL (1·egião) - corresponde aos abism os submarinos onde as profundidades são su-
peri ores a 5 000 metros. Esta região morfológica da geografia do fundo elos mares equivale
a uma área total ele 3% dos oceanos. (vide hadal )
Fig. 0 .o 2A - No litoral do estado do Ri o de Jane iro, especialmente e ntre Nite rói e Campos, tê1n-se
grandes depós itos are nosos. Em. certos p ontos, são as restin gas barrando lagoas, enquanto en1 outros,
belas dunas, d ando wn aspecto todo particular a êste trecho da costa nnm inen.;;e . Na fo to achua vê-se
a topografia de um trecho de dunas próximo a Cabo Frio.
(Fo to l:.s;o Hrasile im d e P e tróleo)
4 DICIONÁRIO GEOLÓGICO-GEOMORFOLÓGI CO
ACUM LAÇÃO D E BLOCOS - diz-se do depósito de blocos de desmo ronamento que
surgem nos taludes (vide), ou mesmo em cu r os d'água de regime torrencial.
ADAPTAÇÃO - concordância das forma s topográfica9, co m a estrutura geológica. Em
certos casos, pode-se ter uma adaptação ap<'nas da rêclc hidrográ fi ca à es trutura, enquanto
que as fom1a s d e relevo não apresen tam tais concordâncias.
AD ULÃRIA - variedade de ortoclasi ta de brilho vítreo <' in color, geralmente usada nas
joalherias como o nom e de J! dro da lu.a. Aparece nas. drusas c, mais comumente, nos xistos
cristalinos.
ADVE TíCIA - diz-se das crateras qu e surgem no cone vu lcâ ni co, além à a cratera central,
ou seja, a pa11 c terminal da ·haminé vulcà nica. ( Vide crat era ).
AEHOLITO - o mesmo '111<' meteorito (vide) .
AETOBALI 10 - denominação dada pelo geólogo Grabau ao m e tam o rfi~·mo de contato.
(vide m etam orfism o).
AFA ÍTICA - textura ele rocha de granu l a~ão muito fina , cujos co nstituintes só podem
ser discerníveis ao mi cros-cópio.
AFLORAME TO - tôcla e qual 1uer exposiçao de rochas na superfície da terra. Geralmente
as rochas aparecem cobertas com materiais decompostos. Nas regiões tropicais a decom-
posição química é um dos grandes inimigos. dos geólogos. Os afloram entos podem ser na-
turais ou artific iais . ( Fi ~?. n." ;3A). No trabalho d campo a procura dos afloram entos con ·titui
uma elas principais tarefas do geólogo. A utili zação da pesq uba desses afloramentos em
lj·.g. n.o :JA - Atloramenlo artificial de ma ng:anês na serra do ~avio, no território federal do Amat)á.
Vê-s<• na3 partes l att~mi s a densa flores ta amazônica.
<Foto rco:-.n )
I
fotografias aéreas repre:>enta grande economia d e tempo no trabalho de campo. O geólogo
já parte p ara o campo sabendo onde existem os melhores penh ascos, alcantilados, penedos
isolados , qua1s os lados onde a rocha está menos decomposta, barrancos de rios, trecho9 de
litoral, etc. Como afloramentos artificiais consideramos as perfura ções feitas para os poços,
a exploração de minas, co rte:> de estradas, escavações, pedreiras, etc. Afloram ento na lin-
guagem dos trabalhadores de mi nas é o aparecimento superfi cial de filões .
AFLUENTE - curso d 'água, cu jo volume ou descarga contribui p ara aumentar outro, no
qual desemboca. Chama-se ainda de afluente o curso d ' água q ue desemboca num lago ou
numa lagoa. O traball1o erosivo dos rios afluen tes e s ub a flu e nte~ é geralmente n~e n or que o
do rio principal, pois o volu me d 'água é se nsivelmente menor. Além dêste fator, outros
devem ser considerados, como: estrutura, textura, natureza da:;; rochas, es tado de de-
composição, cobertura vegetal, declive ( perfil longitu dinal ), clim a, etc. Por co nseguinte,
vê-se que é difícil sintetizar êsses problemas qu e dizem respeito à erosão nos· cursos d'água,
quer sejam êles principais, aflu en tes, subafluentes, etc.
AFOSSILlFERO - terreno q ue não cont ém fósseis.
AFRICANO (escudo) velha p latafo rm a ele rochas anti gas. O mesmo qu e E ti ópico. ( Vide
arq uea no).
AFHO-BRASILEffiO - p arte do grand e continente de Gondwa na, q ue se fragm entou nos
meados da era Mesozóica, isto é, no p ríodo Jurússico ( ,·ide M esozóica ).
AFUNDAMENTO - depressão produ zida pela movimenta ção tectônica das camadas, que
pode dar origem a sincli nais, gra bens ou a depressões ck àngulo de falha, onde geralm ente
se instalam os cur so~ d 'água. Os afundam e•üos são. no di zer dos parti dários da isostasia,
com pensados por leva ntamentos em out ras regiões.
ÁGATA - varied ade ele calcedônia fo rm ada de zonas concêntricas de colorações va riadas.
Pode-se di zer que a úgata é um a calcedôni a mu lbcolorida, de brilho ceroso ou litóide.
Suas prin cipa is vari ed ac~ es são: ágata zonada ou em fortifi cação, ágata dencl ríti cn ou ar-
bore>'cente, onix, sernod ix e ágata musgosa. As ;)gatas depois de cortadas, segundo clireções
diversas, são muito usadas nas joalheri as para jóias c objetos de orn amentação.
AGENTES DE DEC0111POSIÇÃO QUíMICA - compree nd e-se geralmente como a parte
da eros·ão elementar ou meteori zação das rochas q ne mod ific a a natu reza e co mposição
química dos diferentes minerais qu e integram as di vf' rsas fam íli as de rochas. A h idratação
é o principal elemento d a decomposição quími ca das roc has.
AGE NTES DE DESAGREGAÇÃO DA S HOCHAS - são os q ue se man ifestam pela de-
sagregação mecânica e p ela rf,ecom pnsiçii o Cf!IÍmica produ zidas p ela amplitude térmica
diári a, gêlo e degêlo, dilatação do;; cristais produzid a pela hidrata ão, plan tas, raios, etc.
AGENTES DE EROSÃO - conju nto de forças q ue cont ribu em para o clescnvolvimenta eh
erosão do relêvo (destrui ção e sedim ent ação ou constru ção de novas fo rmas ). Os agent es
de erosão são, na sua maio r parte, de origem climútic:l , podendo deri\·ar clircta ou ind ireta-
mente da ação do cli ma . En tre os fa tôres qn e d eri\'a m diretam ente d a ação elo clima,
temos: va ri ações de temperatura, insolação, va ri:tções. de umidad e, altern ância elo gêlo e
degêlo, chuvas, ventos, fenôm enos clétricos . En tre os fatores qu e cleri,·am incl iretam ente
do cli ma, temos: o lençol d'(1gu a d e escoa mento superfi cial, os rios, as correntes marinh as
e vagas. Além d ês-ses di versos fa tôres, podemos citar os de ord em biológica, co rn o os ve-
getais, os anima is e os hom ens ( vide erosão ) .
As elevações g ue existem na crosta terrestre st;IO sendo co nstantemente trab alhadas pela
erosão qu e reduz progressivamente a altitu de d n · montanhas, colinas, morros, etc. Progres-
sivamente, tôdas as elev:tções são redu zidas a um ní vP I baixo bem próximo do ní vel elo
mar ( peneplanos nos clim as temperado. ) . Os element os res pons{l\·eis 1 nr es ta nçi1 o ele de -
tru ição sflo cham ados agentes d e erostin.
Existem, no entanto. outra s .forças q ne dt> tempos em tl' mpos. ele\' am certas porções da
crosta, cons titu indo as montanh a!>, os plana ltos ou as superfí cies ele arrasa mento. Assim
endo, o relêvo não desaparece completa mente, p rsisti nclo sôhrc os· co ntin entes, em algum as
regiões, cadeias montanhosas.
AGENTES DO MODELADO - co njunt o ele fat ores lle ord em externa e in tern a q ue contri-
buem para modificar a paisagem fí sica. E ssas modificações podem er lenta , como é o
~a~o dos movimentos dl' costa ; ou poden1 se r súbitas como as observadas apó um terremoto.
Esses agentes podem ser agrupados em du as ca tegori as : l - fôr ças exóge nas ou ex ternas,
F ig. n . 0 4 .--\ - H e l ~vo d e ag rnda <,:ã o na Baixada da G uana ba ra, v e nd o-se ao fundo o maciço d a T iju ca ,
ott .-t t'ja , um rt'lê vo de d c~rada ~: ~i.o. Na p;1rte central da planíc ie foi abe rto um canal d e drenage m .
(F oto Tibor Jnb lonsky d o CNG )
As águas estão em constante circul ação, es tando pres-e ntes tanto na atm osfera sob a
fo-r-ma d e vapor, como sob a forma líquida, na superfíci e do solo, ou mesmo no in terior
do subsolo, cons tituindo lençóis aqüíferos. Três são as partes q ue integram o ciclo hidro-
lógico (vide): 1 - Águ a de evaporação; 2 - Água de infiltração ; 3 - gua de eswamento
superficial.
As águas de eva poração têm grande importância, não só para o estudo do dim a, como
também na alteração das roch as ( decomposição química). Por ocasião das precipitações
plu viais verifica-se que uma parte das águas pode não chegar ao so lo, eva porando, co nsti-
tui a umidade; outra se escoa, e fin almente, a que se infiltra, vai form,.r o lençol subter-
râneo.
Em determinadas condições, devido !t inclinação e impermea bilidade do ten eno vão
se formar co nstantemente as água ele €'Scoamento superficia l qu e produ ze m os; maiores
desgastes, erodindo o solo, produ zindo ravinas ou voço-rocas (vide ), ou mesmo os rios ( vide).
A ação direta ela água da chuva é dupla, pois., reali za simultâneamente uma ação
física e q uímica. Aglomera as poeiras e partícu las sôltas, cava regos e sulcos nas argila.;
tenras, embebe as rochas permeáveis, favorecendo nas regiões c)c cli ma temperado, as
geadas . A água das chuvas dissolve as rochas solúveis e ataca o calcário graças ao gás
carbôn ico que contém em dis-solução.
Quando as chuvas são abundantes os elementos solúveis do solo desaparecem, e muitos
óxidos são transformados em hidróxidos. E , é à prese nça do óx ido d e ferro qu e se deve a
côr verm elha d as rochas de ce rt a~ regiões desérticas - rub efação, (vide).
Os efeitos d as águas da;; chuvas sôbre a superf ície da terra es tão em fun ção dos se-
guintes fatôres:
A - D-ife1·entes tipas de climas : a) equ atori al - predomíni o ela deco mposição quím ica;
b) tropical - decomposição química e d es~gregação mecâni ca; c) temperado - erosão nor-
mal (erosão flu vial ) .
No tocante ao item clima não podemos deixar ele ass ina lar S·ua grande importância
para explicar os efeitos d as águas de infíltmção e das águas corre ntes superficiais, desa-
gregando, deco mpondo, erodincl o, dissolvendo e lava ndo a superfície das rochas e dos solos.
Considerando, por exemplo, uma região equatori al de superfí cie mais ou menos plana ,
onde há uma grand e preci pitação durante todo o ano, vamos obse rva r o predomínio da
decomposição química. Nas regiões tropicais onde há duas estações bem marcada;>, a chuvosa
e a sêca, o efeito das águas da chuva será in tenso num a p arte do ano e menor na outra,
onde temos a preparação do material feita pela insolação - desagregação mecânica -
quando es ta pre domina, as rochas se diaclasam ou se fraturam , e na época das chuvas a
água se infiltra levando co nsigo fragm entos e materiais em disso lução que produzirão a
d ecomposição química.
Nas regiões temperadas onde as quatro estações do ano são bem definid as t e mo~ a
realização do que chamamos erosão normal ( vide).
B - Volum e do 1·elêvo e condições topugráficas: a) mon tanh as; b ) planaltos. c) pla-
nícies; d) bacias de acumulação. -
as regiões montanhosas a ação d~ s águas das ch u v~ é consideráve l co nstituindo as
enxur-radas ( vide) e as t on e11tes (vide ). Hú um a grande ma;;sa q ue se desgasta po r causa
dos fortes decli ves. Nestas regiões a (tgua leva pouco tempo para se infiltrar, o lençol
superfi cial, portan to, corre com rapidez, produzindo um fo rte desgaste. Nas regiões de
planalto êste de gaste vai ser mais forte nas bordas. A erosão no tôpo do planalto é fraca
e nas escmvas é mais ~centu ada, surgindo as voçorocas e rav inas. Nas planícies o trabalho
da eros·ão va i ser relativamente fra co, porgue os rios süo de fra ca decl ividade e escavam
com pouca fôrça o perfil longitudinal.
Nas regiões de depressões relativas - bacias de ac umu lação - as águas das regiões
vizinhas se acumul am e depositam aí os detritos qu e foram carregados em suspensão .
C- Natureza do material :
rl a) rocha sã
b ) roch a alterada
c) solo
A natureza do material que consti tui a superfície elo globo te rráq~ eo tem grande
importância na explicação ela resistência ou da permeabilidade q ue os diferentes tinos de
rochas e solos podem oferece r às águas de infiltração e ele escoa men to superficial. Na tural-
mente não se pode esh1cl ar a importància ela natureza das rochas sem se leva r em consideração
os outros fatôres, como ressalto elo relêvo, tipos de clima e a cobertura vegetal.
T ôdas as rochas são mais ou menos permeáveis, mesmo o granito r1ue dá a impressão
de ser impermeável, permite a infiltraç:io da água. O trabalho elas águas sôbre as rochas
DICIONÁHIO GEOLÓGICO-GEOMOIIFOLÓGICO 9
As águas de enxurrada podem dar aparecimento a pedras movediças ou blocos osci-
lantes, às pirâmides de erosão ou p·irâmides de terra.
Quanto à formação das torrentes, devemos acentuar que foi o engenhei ro Surell qu em
primeiro e tudou de modo cientifico as suas origen9 e evolu ção examinando as torrentes
a lpinas, no ano de 1840.
AGUA DE ADESAO retenção ele água e iônios na superfície de partículas dotadas
de atividacle coloidal (solo e ro h a decomposta).
ÁGUA DE CRISTALIZAÇÃO - Denominação usada para a quantidade variável de água
que as dive rsas substâncias necessitam para a sua cristalização, CuSO, 5Ho0 é sulfato d e
'Obre cri tali zado (contém ág ua de cristalização. (Vide hid·rataçcío ). D eve-se ainda salientar
que h:í sa is hidratados de constituição estável, enquanto, outros, ao contrário, perdem fàcil-
mentP a úgua d e cris·talização. (Vide e florescência ).
AGUA DE EMBEBIÇAO - diz-se da água que, infiltrando-se entre os poros elas rochas
· ca paz de e levar a superfície freáti ca. No caso elas areias por exemplo, quando não existe
(• gua enchendo os poros, não h{t coesão entre os grãos de quartzo.
No studo da infiltração das águas deve-se considerar:
a - abso rção feita pelo solo
infi ltmção { ~ i
perm eabilidade de origem
perm eabilidade aoquirida { ~~
b d iáclascs
juntas de es tratifi cação
c - dis-solução
d - eluviação e iluvü1ção
1 ) su perficiais - fontes superficiais
e - fn rmaçiio d e lenç·0is aqiiíferos ;
{ 2) profundos. - fontes profundas.
D e modo geral , os geógrafos se preo upam mais, com a águ as correntes e seus efeitos,
do que com as úguas de infiltra ão. Todavia a parte do ciclo hidrológico que constitui as
rtguas de infiltração tem gra nel importância não só para a geografia fí sica e pedologia,
como também para a geogra fia hum ana, lat o senstt.
As :ígnas de infiltra 'ão viio dar origem a fenôm enos importante· de la.wgem ( lixiviação)
c dissoluçüo de ce rtos minerais, bem como co nstituir lençóis d ':'tgua superficiais ou profundos
cujas águas pockriio se1Yir para dar aparecimento a fontt's naturais ou mesmo a poços ar-
tificiai ·.
A captação das águ:1 subtcrr::'t nca' constitui , em ce rta ~ ctre:t , condição indispensável
para a sobrevi ê ncia cb spt\·i • hum a na. No NordPste do Brasil, sabemos perfeitamente o
quanto i.· difícil a ca pt a~·iio de tais lençóis devido à exigüidade do manto de deco mposição,
permitindo dêsse modo q ue <r rand e p arte da itgua das chuva s-e escoe pela superfície elo
solo, enquanto uma parcela mínilna se infiltra . Também na r gião s<'m i-úrida do Senegal.
o problema d<' captaçiio de I nçóis d 'água subterdneos é grave. Os anti T()S colonizadorc ·
fra nceses esL·avaram po~·os profundos, :\s y('ze da ordem do!> 200 metros c ma is para en-
coJ,!rar a úgua. :--:a perfuraçiio de ta is po ·os c na subida da ú~ua para a superfície des-
pendem ;,oma cu nsiderán'l com a instalaç·ão de bombas.
O trabalho das águas llubterrânea · embora imperceptível, na maior ia dos casos, é exer-
cido pelo .tnovimento das úgua~. E no momento em qu e a superfície topog rúfi ca intercepta
a superfíci e fn·áti ca surge entiio uma font e. O efeito das :íguas subtcrr:lneas é mais sensível
nns regiões calcárias, pennitindo o aparecimento de ·rios ·ubterrân eos, de cavernas ou
!!,rttta ·, e abism os.
A água é agente mais n cessú rio na transformação dO" sedim entos pois, penetrando
no olo c nas rocha9 tem um pape l cfi az na evolução das rochas em tod a a zona su-
perfi cial.
As ro has mais poro_as absorvem naturalmente maior quantidade de úgua das chuvas.
armazenamento e a rete nção do maior ,·olume do líq uido em circu lação, depende natu-
ralmente do a tTa njo e da natur za das cüferentes camadas. !': as formaçÕ "S onde predominam
as rochas ígn a e metamórfica9 a circula ·ão das á1,ruas do subso lo se faz por meio d
fendas ou di ,\clascs cx i~t cn t cs.
·G ~ I ETEóR I CA - dt> nmnina!;âO d ada d e modo genérico ,·, ~ úguas das chuvas.
ÁG A \11!\'ERAL - d iz-se das <'1guas que emanam de fontes, traze ndo em solução muitas
sub:t<l!lcias min t'rais ( Vide : fonte mineral) ( Fi g. n° 5 A ). Segund o a predominância do
sal co nti do em d i<solução as águas minerais podem se r :
l - Acídulo-gasosa. ( com gás ca rbõni co dis-
solvido) . Em Caxambu , Lambari , São Lourenço,
Cambuquira, etc.
2 Alcalimls ( contend o bica rbonatos alcali-
nos). Nas mes mas cidad ·s e cm Águas do Prata .
'"'
•) Magncs·ianas ( com elevada proporção d e
sais magnesianos) . Principalmente em São Lourenço.
4 ulfídri cas (contendo sulfetos alcalinos
em pcqu<'na proporção) . Em Araxú c Poço!< de Caldas.
,) Ferru ginosas (contendo bicarbonato fer-
roso). Caxambu, Cambuq uira , etc.
H.adioa tivas (quase tôdas tem certo grau
de radioa ti vidade). Lindóia, Arax,\ c qu ase tôdas as água.
das est,\ncins mi nernis.
í Te nnais ( 4ue ten1 ten1p ratura n1 ais e le-
vada q ue a norm al ).
•\GUA PARAD o mesmo C!'' água do rmente (v ide), isto é. úp;uas acumuladas de ntro
d e um a depressão ( Vide lago ).
AGUA PELICULAR o nwsnt o qu e âgu.a ele adesão (v id e).
AGUA SELVAGEM co nstitu i o le nço l d \ 1gua CJU e es-coa c m tôcl as as dircçõcs ( e nxur-
rada ), por consegu inte se m rum o ce rto, mas procurando na tura lm e nte as linh as de maiot
dec lil-c.
ÁGUA BTERl{ ÁNEA - é aq uela qu e c infiltra nas rochas c se los, camin ha ndo ~ t '
o n íve l hiclrostCttico. l\a pr.1tica· >C' n ·rifi ca certa confu ão e ntre água wdosa (vide) c
água subterrânea, pois a prinv·ira i: aq uela qu e se encontra ac itlla da ; upc rfíci e freá tica,
is to é, na zona el e acraçiío.
ÁGUA VADOSA - co nstitu ída pe la água ·meteórica qu e s infiltra nos hori zo ntes elo solo
c na s roc k ts, fi cando acima do nh·el hidrostá ti ca.
Fig. n . 0 GA Em Caldas de Cipó, no es tad o da llahia, próximo ao rio llapi c uru ex is te m fontes de
ag: uas termas (:J7°C) flUC são radioativas c clorctadas mistas, is to é, cálc icas, mag nes ianas e sódicas .
Vide Ág ua minera l.
ALBITA - feldsp ato plagioclásio calcossódico cuja fó1mul a é a seguinte : Na'O, Al'0 3 ,
2Si0°. Apresenta-se geralmente em cri stais brancos e cristaHzado9 no sistema triclínico.
Encontra-se por vêzes nas macias de Carlsbad, Baveno e Manebach. Aparece com freq üên-
cia nas rochas eruptivas e quando se tor;na dominante se rve para desoigná-l as ex.: granito
albítico, etc.
ALCALINA ( rocha) - diz-se das rochas magmáticas que apresen tam um coeficiente mole-
cular de alumina inferior à soma dos coeficientes moleculares cons tituídos pela potas-sa
( K' O) e soda ( Ta"O ) . Buckma n, em suas leis de resistência das mchas à meteorização teve
oportu nidade de dizer que: um aumento do teor em soda e potas&a acelera a decom posição
mas, com o predomínio da primeira (soda), menor será, ainda a resistência relativa. Por
conseguin te as 1'0chas ácidas nas mesmas condições de igualdade co m as ·rochas alcal·inas,
resistem muito mai~ aos. efeitos ela meteorização qu e es tas ú lti mas. As rochas alcalinas
são os sien itos, pobres ou ausentes de quartzo e predom inantemen te fo rmados ele feldspa-
tos a lcalinos e felclspatóides .
ALCANTILADO - aspecto elo relêvo onde se obser va o aparecimento ele grandes desnivela-
mentos relativos. T êrmo usado pelos geomorfólogos nas descrições ela~ paisagens rudes, sem
nenhum valor genético . D escrevendo-se um litoral onde existem falésias abruptas é comum
dizer-se - costa alcantilada (vide) . Tamb ém noso trechos onde o relêvo apresenta ressaltos
topográfi cos escarpados, usam-se escarpas alcantiladas (vide).
ALGARE - denominação usada em Portugal, para certas cavidades naturais, m ais ou
menos verticais, q ue condu zem a cavernas ou rêde de cavern as·. O mesmo que a.1>e11 ou
abime (vide). Trata-se de formas hi pógeias.
ALGOMANIANO ( revolução diastrófica ) - fase caracterizada pelo orogenismo no fim da
era Arqueozóica e início da Proterozóica, qu e deformou o Sistema T emiskaming ela América
do Norte.
l''ig. n. 0 7 A - Alloramento de xistos metamórficos - fil itos da série São Roqne (série i\linns), no
estado de São Paulo.
(Foto Tibor Jablonsky do CNG)
Fig. n. 0 8A - No estad o de Minas Gera is a série Minas aflora cm var10s trechos de sua área. Na
foto acjma vê-se uma frente de e xtração de minério de fe rro no município de l tabira, pertencente à
t.:ompa.n hia Va le do Rio Doce - Do ponto ele vista geomorfológico devemos acentuar o problema da
alteração dos perfis das encostas, em fun ção dos traba lhos realizados. Como exe1nplo mais sugestivo
)>odemos invoca r a extração de todo o pico ferrífero de l ta bira A J)..;omorlo logia antropogené tica (vide)
ainda não foi de \'Ídamente considerada pelos geó logos e geomorfólogos.
(Foto Tibor Jahlonsk-y d o CNG)
diamante, etc. As n ossa~ maiores jazidas de ferro, por exemplo, são a~ do estado de Minas
Gerais e datam dêsse período (Fig. n.0 8A).
Quanto :\s jazidas de man~anês elevemos citar especialmente as ela serra do Navio,
no território do Amapá e as tle Urucum, em Mato Grosso, além das r1ue existem em
Minas Gera is.
ALJóSIO (mais comumente alios) - arenito de coloração pardo-avennelhada que resulta
ele cime ntação dos grãos de areia feita pelo óxido de ferro. Os alios se form am geralmente
pelas migra ~ões descendentes ele sais podendo ori ginar níveis ilu via is de espess ura variável.
Co rresponde aos alias, dos franceses, aos hardpan dos in g l ese~ e aos ortstein dos alemães.
ALITA - termo usado por Harrasowitz para os sedimentos resid uais com postos por subs-
tâncias hiclroaluminosas como a bauxita (vide). Concentração de alumina e compostos fér-
ri cos. Oposto ao grupo sialita (vide). N" ão se deve confundir com o min eral halita..
ALíTICO - diz-s e elo proces-so que acarreta a lixiviação de certos silicatos, bem como da
síli ca, e a conseq üente formaçao de hidratos de alumina. A alitização é por conseguinte
um proces·so específico das regiões tropicais e subtropicais úmidas, que d á origem aos pro-
dutos lateríticos (vide alita). - la terito, bauxita, etc.
ALóCTONE - clenon,inação muito usada em geomorfologi a referindo-se a solos e rios.
Este tenno vem do grego e sign ifica allos - outro, khth ón - terra, por conseguinte são os
d epósitos constituídos de materiais transpo rtados ele outras áreas. O 1·io que percorre d e-
terminadas regiões e não recebe no seu curso médio e inferior nenhum afluente, diz-se,
neste caso, que é alóctone. O antônimo de alóctone é autóctone.
ALÓCTO E (solo ) - resulta do transporte elo material de outras regwes, isto é, são solos
que receberam elementos d e ou tros lugares; em contraposição são chamados au tóctones os
w lo9 formados in situ.
16 DICIONÁRIO GEOLÓGlCO-GEOMOHFOLÓGJCO
ALOTROMóRFJCO - minerais que se apresentam nas rochas sem suas. form as próprias
devido ao fato d e serem os últimos a se cristalizarem no conjunto da massa ao se resfri ar.
ALPINA - revolução orogenética qu e ocorreu nos. fin s do Mesozóico (Cretáceo) e no
Terciário. É também freq iiente encon trar a expressão alpi.no-andino. (Ciclo oro)!;enético
moderno - Vid e diastrofismo). Forma de relevo alpino, isto é, relêvo jovem.
ALTA MONTANHA - denominação u sada p ara as grandes elevações do relêvo com mais
de 1 000 metro .
ALTERAÇÃO DAS ROCHAS - o mesmo que intemperismo, m eteoTização ou erosão ele-
m ental' ( vide) .
ALTERAÇAO QUL\1ICA DAS ROCHAS - p:~rte do processo d e meteorização (vide).
ALTIPLANO - porções elo solo emerso a grandes alturas, de superfície quase horizontal,
isto é, mais ou m enos planas. No Chile e na Bolívia os altiplano s estão situados numa
altitude superior a 3 000 met ros, acima el o nível elo mar. Tra ta-~e ele planaltos entre alinha-
mentos de cordilh e iras.
I · ALTITUDE- PICO
2 · ALTURA E .. RELAÇÃO AOS PONTO!> I E 3
4- ALTITUDE "EGATIVA
~ • ALTITUDE "UL A
Fig. n. 0 DA
Freq lientcm ente s-e class ifica m as terras elo seguinte modo :
ZONAS Área em %
Glillill o - 200
~ 200 -500
10 00 - 2 00 0
+ 20 0 0
Fig. n .0 JOA
~ Talude eplotoformo ab is sa l
~
Fig. n ,o llA
Áreas submersas . .
Áreas emersas . .
100 %
Fig. n .o J2A
A
DICI ON m o GEOLÓc Jc o - c Eol\ !ORFOL Óc .rco 19
A representação vertical das terras emersas, constitui a curva hipsográfica. Foi Ale·
xa ndre de Humboldt quem, p ela primeira vez, em 1842, tentou calcular a altitude m édia
dos continentes, reconhecendo a reduzida extensão das grandes altitudes. Em 1862, p01
ocasião da grande viagem do Cha llenger, coube a J. Murray, demonstrar o mesmo, com
re lação às g randes prohmdidad es . A primeira curva hipsográfica foi feita por Penck qu e
re presentou as superfícies abarcadas pe las diferentes curvas hipsométri ca , nos co ntinente&
e pelas curvas batimétricas, nos oceanos .
Km . 8. 848 m .
6
Altitude M édia dos
PEllCEKT UA L ALTITUDE
PARTES
DO
MUNDO 2GO 500 l 000 Acima
Até
a [L a de :\[ éd ia :\fáxima
200m
500 L OCO 2 000 2 000
· - --- - - -~- --- -- ·-
E uropa .... ..... . . . .. 57 27 10 5 1 300 -1 07 - i\ionte Branco
Ásia . ................ 26 1 22 20 1-l 940 8 40 - Pi co Evereste
África . ....... ....... ] .') 35 28 19 3 670 6 0 10 - Quil1mandj ru·e
América do N orte . ... 33 28 15 18 6 730 6 040 -. ;\-1ac-Kinley
América do Sul .... . ' 43 26 16 6 H 580 7 040 - Aconcágua
Austráli a . .. .. . . ...... 36 55 6 2 1 360 2 211 - T owsend
Antártida .. . ..... . . 4 603 - M arkham
-- -~----
T otal de terras
--- --·- --· ~ . - -· --· - -- - ·----
emersas ..... . 29 27 10 17 8 710 10 -
1 E vere. ·te
Al\'IARROTADA ( rocha ) - o mesmo que camadas deformadas por fôrças tectónicas (vide )
ou atectónicas (vide).
AMAZONITA - variedade de feldspato potássico ( microclina ), cristalizado no sistema tri -
c linico, de coloração e~we rd e ada , muito usada nas joalherias. Esta coloração desaparece
q uando o mineral é submetido a aquecimento (vide m ic1·oclinct ). Sua ocorrência é verifi-
<.: acla em pegJnatitos.
AMETISTA - mineral de côr roxa, constituindo uma variedade de quartzo hialino, cuja
coloração foi durante muito tempo atribuída ao óxido de manganês .
AMIANTO ou ASBESTO ANFIBÓLICO - quimicamente é um silicato de magnésio
hidratado. Pode também ser um silicato de cálcio ou de ferro. Do ponto de vis.ta econô-
mico o amianto é um mineral incombustível, sendo utilizado na fabricação de roupas
de proteção co ntra o fogo, para filtrar ác idoS~; misturado com cimento emprega-se na
'fabricação de chapas onduladas e telhas.
AMONTOADO CAÓTICO - O mes mo qu e caos d e blocos ( vide ) ou contp(tyret dos
franceses.
ANGRA - é uma enseada ou baía form ando uma reentrância com ampla entrada na cos·ta,
cuj a tend ência natural é para a retificaçiío, isto é, enchimento ou coLna tagem. Acontece, no
entanto, por vêzcs, que o jôgo ela erosão diferencial pode facilitar um aprofundamento ela
enseada, se a rocha que consti tui o fundo ela baía fôr menos resisten te qu e as rochas que
lhe estão próximas. A angra, por conseguinte, é uma abertura que aparece num litoral geral-
mente alto e com pequ enas colinas. No litoral elo Bras·il um bom exemplo apa rece na costa
do es tado do Ri o de Jane iro , ex. : Angra elos Reis. (Fig. n. 0 15A ) . Assim a angra é menor
que um gôlfo e maior que a abra.
ANGULO DE HEPOUSO - compreend e-se em geologia como o ângulo de máximo declive
em que um materi a l inconsolidaclo pode manter-se em equilíbrio.
AN IDRITA - sulfato de cálcio anich o.
ANóGENA ( rocha) o mesmo que 1'0cha entptiva. (vide).
ANOROGENÉTICO período de calma dentro do ciclo oro genético (vide).
ANORTITA - feldspato plagioclásio calcossódico cuja fórmula é a seguinte: ......... .
ZS, Q~. Al2 O:l CaO. Cristaliza-s-e no sistema triclínico, porém não é comum aparecer
com pletamente cristali zado . Tem uma densidade de 2,75, e uma dureza ele 6 ,5 . íl:ste
minera l aparece frcqü en tcm ente nas rochas básicas e é atacável pelo ácido cloríclico.
ANORTOCLÃS IO - felclspa to potássio-sódico, em cuja co mposição química clumina até
certo ponto o sódio, sendo muito semelhan te ao ortósio. Cristaliza-se, porém, no sistema
tri clínico e con tém um pouco ele cálcio.
ANORTóSJO - o mesmo qu e anortoclásio (vide).
ANTECAMBRIANO - o mes mo que Pré-Camb·riano, ou C1· ipto:::óico, ou seja, os tempos
geológicos do Ar<JU P::t no e elo Algonquiano.
DiCIONÁRIO GEOLÓC!CO-GEOJ\!OHFOLÓGICO 25
ANTECEDENTE ( ri o) - aqu êle cujo aparecimento se deu ante;; do estabelecimento da
es trutura aluai, persistindo o rio no seu antigo cu rso previamente traçado. A drenagem
a ntecedente quando instalada sôbre uma cobertura sedimentar form a p or vêzes cortes ou
gargantas superimpostas em rochas do embasamento, chegando mesmo a cortar eix09 de
anti clinais. Onde as. rochas são maciças e pouco plásticas pode-se ver, por vêzes, o rio
cortar um escarparnento de falha, aproveitando-se das. fraturas, ou mesmo cortar um batólito
que esteja cob erto de sedim entos, ao invés de contornar êste acidente formado de rochas
mais duras. O fenôm eno da antecedência é por vêzes considerado como sinônimo de su-
perirnposição (vide) por ca usa da difi culd ad e qu e existe na prática de distinguir um do
o utro.
ANTEDILUVIA NO - an terior ao dilúvio univers-al.
ANTICLINAL ou ANTICLíNEO - parte convexa de uma dobra na qual as camadas se
inclinam de maneira divergente, a partir de um eixo. Algumas vêzes a erosão pode trans-
formar o antigo dobramento numa superfície relativamente plana ( F igs. ns. l6A e 17 A),
o u mesmo num vale, ocasionando uma inversão do relêvo (Fig. n.0 l 8A). Sàmente o exame
detalhado da estrutura dobrada pode revelar êstes diferentes fatos geomorfológicos•. ·
ANTICLTNAL ASSL\fÉTRICO - corresponde a um a dobra cujo eixo é inclinado.
EIXO
I
I
/
------
/
/
' .....
/
I'
I'
' '\ '
/ \ '
/
/
\ '
' '
F ig . n. 0 17A - Su1>erfície sub-horiznntal n~s ultante do arrasamento Fig. n. 0 18A - O afundamento de um rio no an-
d e wn anticlinal. O cxante das fotografias aéreas constitui no ticlinal dá aparecimento a uma "combe", c em
presente um auxiliar indispensável para os trabalhos de tal natUl'eza. alguns casos pode dar origem a un1a " inversão do
relêvo".
--- ----..--
/
/
...... - .........
-
...... ........
' ......,
/
/
''
/
/
/
''
/
/
/
• •
..
o •
. •
.. ..
• ••
Areio.s rina.s
Fig . n. 0 20A Convenções para represe ntar as areias, usadas pe los geólogos c ge01norfólogos.
rochas p elos agentes aa erosão elementar ou meteorização se faz por causa de_ sua maiot
resistência, tanto ao desgaste ele ordem física, quan to ú decomposi ção quími ca. Esses. grão ·
d e qu artzo, um a vez desintegrados ela rocha primitiva são trans portados pelos diversos
agentes erosivos ex tern os, indo formar as praias, os tômbolas, as dunas, etc .
.l!sses grãos , qu ando transportados pelos rios ou pelos mareS>, recebem ce rto poli-
men to. O mar tem capacidade de desgastá-los mais profu nd amente devido ao vaivém
consta nte ela~ vagas . Na class ificação elo Prof. A . Cailleux, êsse tip o de grão está co mpre-
endido entre os em oussé lu.isante ( E L ), isto é, grãos polidos. Qu and o o transporte principal
30 DICIONÁRIO G'EOLÓCICO-GEOMOHFOLÓG!CO
é feito pelo ,·ento aclf!ui rem certo arredondamento, porém apre ·entam a superfície pi-
cotada ( rond-mat RM ). Finalmen te, quando são desagregado e transporatdos a pouca dis-
tância, pos!Y 1em a restas e constituem os grãos angulosos ( non u sé 1 ) . ( Fig. n° 21A ).
A cc1r da areia nem sempre é branca dependendo, no entanto, elo cu estado de pureza.
A9 areia misturadas com um pouc·o de :1rgila apresentam coloração ama rcbda ou mesmo
avermelhada, nos climas tropicailll. Outras vêzes, quando possuem c rtos minerais, como
a moscovita, a hi oti ta, a ilmcnita ou a pirita, adquirem brilho~ es peciais ou depósitos
a renosos. As nreias pretas podem ser produzidas pela mi s·tura el e grãos 0 11 fragm ento~
FiJ,!;. n.u 2 .1 A - Are ias angu losas com indfcins de tra balho de agentes t•rn s ivns el e transporte. Esta
amostra de areia fo i colhida no ••arcão" do Ferro, nos ca1npos de Mnca pú a c~rca de 100 qui-
ltJmctros no norte da capital. Os grii.os acima fotogra fados foram aumcntudos 12 vêzcs do
tamanho natural .
ele mag netita e ilmenita; as de co loração cinza podem ser produzitht> pelas q uantidade ele
lama ou lõdo que se acha mish1rada com os grãos de quartzo, denomi nando- e de areias
vnsosas. coloração dourada pode se r d ada pela mo. covita, pirita, ~e ri c ita, etc. Assim
os depósitos arenosos podem aparecer com tonalidades ele colorações muito diversas, em
função elos minerais O U dos Óxidos <[LI C aS <![(' ias COntenham . 0~ d<'pÓ ·i t OS ele pmi as·, OU
melhor, as extensões de art'ias são represen tadas nos mapa. geológico. c geomorfológicos
por um a séri e de pontos, ou ainda po r gradação de côrcs.
podem ser observadas : negra, por causa do Óxido de manganês, verde e azul por causa
da introdução do carbonato de cobre, etc. Algumas vêzes a coloração pode indicar certas
condições de formação como é o caso dos arenitos do Triássico que são avennelhados por
causa do clima que era do tipo desértico durante êsse período (ex.: o arenito de Botucatu
da bacia do Paraná). Os arenitos quando metamorfoseados passam à categoria dos quartzitos
(vide).
Do ponto de vista morfológico os arenitos e os quartzitos., quando o cimento é sili-
coso, apresentam, geralmente, o aspecto ruinifom1e, ex.: arenito de Vila Velha (Fig. ns. 23A
e 24A), Chapada Diamantina. Os solos produzidos pela de9agregação dessas rochas onde
o cimento é silicoso ou ferruginoso, embora férteis nas primeiras colheitas, têm um ciclo
vital muito pequeno. Os. arenitos onde o cimento é calcário, como o arenito Bauru, têm
fertilidade maior e a capacidade da exploração poderá durar mais tempo.
Do ponto de vista geológico existem arenitos de tôdas as idades na superfície da crosta
terrestre. Em algumas áreas formam afloramentos em grande extensão sendo aproveitados
como pedra de construção. O arenito dos Vos.ges, de coloração vermelha, é a pedra por
excelência das construções da cidade de Estrasburgo. Na cidade de Diamantina (Minas
Gerais) os quartzitos areníticos afloram em largas extensões, constituindo o material usado
em tôdas as construções e na pavimentação de ruas.
ARENITO EóLIO - resulta da cimentação de arejas transportadas pelo vento, isto é,
antigas dunas, sendo a estratificação cruzada.
34 DICIONÁRIO GEOLÓGICO-GEOMORFOLÓGICO
ARENITO MICÃCEO - o mesmo que psamito (vide) .
.-'RENITO OLEíFERO - arenito que contém óll)o.
AREOLAR (erosão) - denominação empregada pelos geomorfólogos para a fôr ça de
destruição qu e age sôbre tôcla uma superfíci e de interflúvio. É o oposto de erosão linear,
ou ·vertical, isto é, a que se processa ao longo dos talvegues (vide ). Nos diferentes siste-
mas morfoclimáticos os processos se desenvolvem diferentemente nos talvegues e nos
inte·rflúvios. Os agentes da erosão areolar são múltiplos: agentes atmosféricos, biológicos,
erosão de fil êtes d'água de escorrência, etc. A erosão areolar é conseqüentemente definida
mais pela área sôbre a qual se exerce do qu e p elos seus processos.
AREõMETRO - denominação genéri ca dada a certos aparelhos qu e servem para de-
terminar a clens·idade ele um líquido.
ARESTA - tôcla s-aliência elo terreno de forma mais ou menos aguda, estendendo-se por
uma área de dimensões variada . As rochas estratificadas, quando a estrutura é inclinada,
dão, com facilidade, aparecimento a arestas . As rochas não estratificadas dão mais dificilmente
o aparecimento de formas agudas.
Aresta de anticlinal, li nha qu e segue pelo alto de um anticlínco.
ARGILA - silicatos hidratados de alum ínio de colorações va ri adas em fun ção dos óxidos.
As argilas podem ser definidas como caulins su jos, por ca usa dos óxidos q ue possuem
colorindo-as de verm elho, amarelo ou verde. Para o pedólogo a palavra a·rgUa não des·igna
uma unidade química e s·im uma unid ade de tamanho coloidal cujos di âmetros são inferio-
res a 0,002 mm. O caulim é um silicato. Os feldspatos elas rochas eruptivas e metamórficas
no serem hidratados dão as argilas. A espessura elas camadas argilosas sõbre a rocha é
grande nas regiões de clima tropical úmido e menos espêssa nos climas temperados e ma i!1
rara, por vêzes, nos climas semi-áriclos. Quando a argila possui grande teor ele ferro toma
a coloração vem1elbo vivo sendo chamada de argila laterítica. Al gumas vêzes encontramos
a forma ção ele pequenos- n úcleos ferruginosos na massa argilosa como, por exemplo, nas
argilas mosqu eadas da série Barreiras. A argila quando contém um pouco ele água torna-se
impermeável. Algumas vêzes, a água é em excesso, faz endo com qu e ela se escoe como
c01·rentes de lama . O lençol de escoamento superficial tem feito um forte desgaste nos
morros cariocas, carregando ess as argilas para as partes baixas da cidade. O modelado
resultante das á guas do lençol ele escoamento superficil difuso sôbre o relêvo é a forma-
ção de bad-lands ou o que denominamos de voçorocas (vide ). A rêde hidrográfica é muito
ravinada nos terrenos argilosos por causa oa imperm eabilidade da argila.
As argilas podem ser classificadas em dois grupos principais: a) grupo ela caulinita
c b) grupo ela montemorilonita. O grupo da ca.uli.nita foi empregado desde o início da
civilização no fabrico de cerâmica, segundo o grau ele técnica mais ou menos desenvolvida
de cada povo . Atuahnente êste tipo de argila é empregado na fabricação de grande núme-
ro de objetos e utensílios. para a espécie hum ana.
O {!.I'!I)JO da montemorilonita até bem pouco tempo era inteiramente desprezado, usado
apenas de modo empírico por um ou outro industrial por causa de sua propriedade desco-
rante e de funcionar como catalizador. O emprêgo clêsse grupo de argilas só se tornou
importante, isto é, do ponto ele vista industrial, quando se descobriu que estas argilas
possuem propriedades de descaram ento, de purificação e de catálise, nas indústrias de óleo.
As argi l a~ , por co nseguinte, podem ser definidas como: silicatos hidratados ele alumínio
co ntendo certa quantidade de ferro, cálcio e magnésio, à semelhança de impurezas, as quais
são responsáveis pelas colorações mais fr eqüentes que conhecemos - alaranjadas e averme ..
lhadas. Todavia, os recentes estudos feitos com as argilas aplicando-se os raios X vieram
demonstrar que embora as argilas sejam cons tituídas de silicatos hidratados de alumínio, os
elementos que nelas ocorrem em quantidade mínima são específicos à sua própria es.trutura
Os raios X demonstram que as argilas são constituídas de peq ueninas p artículas criptocris-
talinas dispostas em vários arran jos estruturais. As argilas elo grupo caulínico pos-suem duas
camadas de átomos superpostos e as montemorilonitas três camadas de átomos super-Postos.
ARGILA ALóCTONE -- diz-se dos depósitos. argilosos que sofreram transporte. É o oposto
das argilas autóctones (vide ) . Em outras palavras, as argilas alóctones s-ão argilas secu ndá-
rias (vide), no sentido ela formação, o que não signifi ca id ade secundária .
/ FRATURAS E FALHAS
~~"'
/
/
/
/
SE
wsw--- ----
SW
SSE
F ig n .0 :2-~A
Fig. n. 0 26A
DICIONÁRIO GEOLÓGICO-CEOMORFOLÓGICO 37
Após a formação dos primeiros núcleos de rochas emersas (escudos ) e as- primeiras chuvas,
teve início a erosão. Os estudos dos terrenos do embasamento foram mais aprofundados- na
América do Norte e na Escandinávia. A distribuição geográfica dos principais escudos é a
seguinte:
I Fino-Escandinavo
II Siberiano
III Canadense ou Laurentides-
IV Sul-Africano ou Proto-Afritles
V Guiano ou Orinocoano
VI Brasileiro ou Brasília
VII Patagônico.
As rochas mais características dêsse período s·ão os granitos (Fig. n. 0 27 A e 28A),
dioritos, gnaisses basaltos, riolitos, gabros, calcários e grafitos. No decorrer do Arqueano
os terrenos- do e mbasamento foram perturbados pelas revoluções laurenciana e algomaniana .
Para o Prof. A. Lamego a revolução mais antiga é a Brasílica ocorrida no Brasil. Os terrenos
arqueanos afloram em 1/3 do território, constituindo os seguintes escudos:
I Escudo das Guianas
II Escudo Bóreo-Brasília
III Escudo Austro-Brasília
IV Pequenos Núcleos·
a) Gurupi
b) Bolivio-Matogrossense
c) Goiano-Matogrossensc
d) Sui-Riograndense.
Fig. n. 0 27A - Rochas do e1nbasaJnento cristalino, na serra do Mar, cm Correias, estado do Rio de
Janeiro. As encostas abruptas, são constituídas na 1naioria das vêzes por afloramentos rochosos. No
printeiro plano, o rio Piabanha, que corre adaptado à estnttura apalachiana (vide).
(Foto Tibor Jablonsky do CNG)
FiJ!;. n.o 28A - O rio S:!o Fran cisco desce d;.. superrície do em basamenlo cristalino 1>ediplanado, t>or
um era nde cnõon para a planície sedimentar.
{Foto Tibor )ablonsky do C:>IG)
Há au tores qu e usam outras denominações como: Sul-Amazôn ico, Atlàntico, Árqu eo-
-Atlflllt ida, etc.
D o ponto de vista da geologia e onômiea eneontran1os alguns afloram entos de cri stal
d e rocha , pedras coradas , grafita, ouro, calcário, ilmenita, tório, columbita, mica, manganê;
c monazi ta. Não pod emo~ também esquece r o va lor das rochas arqu eanas como materi al
d e cons tw ção e p ara a e tatuári a.
ÃRQUEO-ATLÂ TIDA - d nomiimção usada por Lui7 Flores ele :\lorae!'l Rego para o
escudo cristalino local izado ao su l da planície amazônica c que K. Caster denominou de
Bóreo-Brasília . H oje é comume nte chamado de escudo Sul-Ama;;ônico, segundo denomi-
nação proposta p or Aroldo de Azevedo .
ARQUEOZÓICA - vide Arqttec111o.
ARQUI-BRASIL - denominação dada por Djalma Guimarães ao bloco co ntin ental da bacia
elo Silo Francisco (' elo Meio-Norte.
ARQUIPÉLAG O - diz-se elo agrupam ento de ilhas que se encontram co ncentrada9 em
certas áreas dos oceanos. É um têrmo mais de caráter geográfico, interessa ndo no entanto,
à geologia c à geomorfologia. Como exemplos de arquipélagos podemos citar o elas Antilhas,
indo-malaio, F ernando d e Noronha etc. Na foz do~ rios deltaicos também se formam os
a rquipélagos de natureza sedim entar. Vide delta .
ARRECIFE - o mesmo qu e recife ( vid ) .
A.RRIBA - denominação usada cin Portugal para as co9tas escarpadas . O mesmo qu e
fal ésia (vide ).
DICIONÁlUO GEOLÓG!CO-CEOJ\IORFOLÓGJCO
ARROIO - deno minação dada nos pequenos rios no sul do Brasil , ex .: arroio Xuí ( Rio
Grande do Sul ). Corre ponde ao igarapés (vide) da região amazôni ca.
ASSE 1TADA - têrmo regional usado em alguns estados, co mo Bahia e Coiás, para de-
signar um terreno plano no alto de uma elevação. Do ponto de vista geológico diz respeito
à divisão estratigráfica - (vide col·u.na geológica).
ASSIDERITO - trata-se de m eteoritos (vide) rochosos, qu e apresentam principalmente
;:ilicatos e quantidades . variáveis de ferro metáli co . Ê o oposto do sielerito, ou seja meteori-
tos metálicos . O s assieleritos poss uem um a com pos-ição mineral ógica semelhante à das ro-
chas ultrabásicas ( gabro, peridotito) .
ASSIMETIUA DO VALE - diz-se das diferenças de inclinação ou pendente de um a ver-
t nte em relação ao talvegue do rio . A ass im etri a é p roduzida pela erosão diferencial.
Mais com um é a sua observação em terrenos de estrutura inclinada.
ASSíSMICOS - denominação dada pelos sis-mologistas às áreas ou países onde os tre.nores
de terra são raios, ou mesmo fracos .
ASSOREAMENTO - di z-se dos processos geomórficos de deposição de sedim en tos, ex.:
fluvial , eólio. marinho .
ASSOREAR - o mesmo que depositação ele sedimentos. Assim ao se e~tudar a costa ma-
ranh ense, ou mesmo a flumin ense no trecho entre a baía de Gu anabara e Campos tem-se
oportunidade de ver interessantes áreas de sedim entação, isto é, d e assoreamento. No
Oriente, podemos citar o exemplo do rio Amarelo, da China, qu e carreia centenas de
milh a res d e toneladas de terra, as-soreando, principalmente, na embocadura.
ASTENOSFERA - denominação dad a por Barrell à zo na ligeiramente mais plástica que
está sob a crosta rígid a, isto é, a litosf~ra (vide) .
DICIONÁRIO G'EOLÓGICO-GEOMORFOLÓGICO 41
O rcs·ultado da atividadc vulcânica é o aparecimento de um tipo de relêvo especial
que pode ser chamado de relêvo oulcânico.
ATLÂNTICO (escudo ) - denominação propo!lta p or Aro Ido de Azevedo à velha pla-
taforma de rochas do Pré-Cam briano. Vide Austro-Brasília ( Kenneth E . Cas·ter).
ATLÂNTIDA - nom e do hipotético continente que existia entre a Europa e a América,
afundado no local hoje ocupado pelo oceano Atl àn tico. ~ste afundamento é cxplicc1do
por um possível cataclismo (?) - (vide).
ATMOCLÃSTICA - di z-se da ação geológi ca ela atmosfera na constru ção de depósitos
como : cones de dejcção, depósitos ele talude, amontoados caóti cos, depósitos piemonte-
ses, f'tc.
ATMOGÊNICO - denomin ação proposta por A. W . Grabau para as rochas formadas pelo
trabalho dos agentes atmosféri cos. Como exemplo podemos citar os de origem eólia . (Vide:
atmocl6stica c atmaltÍ{!.ico) .
Fig. n .(l 31A - Esta grandt! área plana que se vê na foto acima (1955) é resultante de aterros sucessivos,
e na ftmção dos desmontes dos 1norros do Castelo e mais recentemente o de Santo Antônio. No atêrro
da Glória, tcm~sc hoje uma extensa área de planície, onde outrora, era uma parte da ba ía de Guanabara.
Os estudos das formas de relêvo tnoduzidos por <lesmontcs e aterros, são naturalmente de pro-
porções bcn1 menores, que grandes dobramentos, coJno a cadeia dos Andes, dos Alpes, ou do llinlalaia,
por exemplo.
(F oto Tibor Jablonsky)
DlCJO:-!ÁillO GEOLÓCJCO-GEOJ\IOHFOLÓ(:JCO
ATMOLóGICO - o mesmo que m anifestações da atmosfera - &ão os fenômenos atmosfé-
ricos cham ados m eteoros. :t!:stes interessam p articularmente à geologia e à geomorfologia
t endo em vista o trab alho feito principalmente, pelos meteoros aquosos e aéreos, remode-
lando a &uperfície do globo, isto é, a litosfera.
ATMOMETAMORFISMO - diz-se das transformações sofridas pe las rochas quando em
contacto com vapôres que contêm mineralizadores.
ATMONECTON - vide necton.
ATOL - têrmo regional das ilhas Maldivas ( localizada ao sul da pení nsula indos tânica )
designando recifes mais ou menos circul ares ( F ig9. ns. 32A e 33A ), em form a de coroa
fechada, contendo uma lagun a central que com o tempo será colmatada de vasa, trans-
form ando o arq uipélago num a ilha ( vide Tecife).
+
+ + +-+;- + + t
+ +
++ + +
F ig . n.o 32A - Corte vertica l de um atol, vendo-se e m uA", un'la supe rfície e mersa,
e constituída de detritos, carapaças de organismos jogad os pelo mar, já consolidadas.
Na parte central, isto é, "B" te mos uma lagoa d e forma acentuad amente circular.
Apare ce nt també m duas plataformas - "C" - que por o cas iã o das m arés baixas
podent permane ce r descobe rtas .
mcroN..\mo GEOLÓcrco-cEoMoRFOLÓcrc o 43
ATUAL ( período geológico ) - o mesmo qu e I-Ioloceno (vide).
ATUALISMO - teoria que s-e opõe à doutrin a dos cataclismos ou catástrofes (vide) p ara
explicar o aparecimento e as transformações dos diferentes acidentes do relêvo. O atualismo
constitui um princípio básico da geologia, formulado por K. A. V. Hoff em 1826 e depois
por Charles Lyell, segundo o qual os processos geológicos passa dos, devem ter-s e reali zado
com a mesma intensidade qu e assistimos hoje. Por conseguinte, as modificações teriam sido
lentas, ou melhor, semell1antes às qu e conhecemos atualmente. Nas regiões atingidas p elos
sismos, pe l o~ vulcões ou por movin1entos tectónicos violentos observam-se transform ações
súbitas na superfície elo globo terrestre. AliáY, os que admitem a teoria elas catástrofes,
como a doutrina qu e explica as diversas transformações das forma s do relêvo, tom am os
movimentos tectónicos como argumento contrário aos dos partidários do atttalismo .
O atualismo di z respeito à gênese e à evolução elas fom1 as de relêvo de outros tempos,
pelos mesmos processos que observamos hoj e. O a.tua.lismo hoje, é menos ortodoxo qu e
inicialmente. Charles Lyell fêz triunfar o atu alismo ao publicar seu livro Principies of
geology que teve 12 edições entre 1830 e 1872. O subtítulo ela obra é uma verdadeira
declaração metodológica do autor: "Princíp-ios de geologia., onde se pesquisa. a. m edida. em
que as mudanças do passado da superfí cie do globo possam ser explicadas pelas causas
que agem nos nossos dias".
É pro vável que no passado os fenôm enos geológicos se regessem por con di ções di-
ferentes das atuais.
Os fenômenos cíclicos na tectónica não parecem coadunar-se com o atualismo. Não
há necessidade ele imaginarmos que os processos geológico9 no passado , tenham se desen-
volvido exatamente com as mesmas características dos nossos dias . T em-se para penyar-se
que 09 processos se desenvolveram ciclicamen te e que tempos ele calma relativa, conform e
determinadas lei9, alternaram com atividacles internas exaltadas em grau máximo.
O a.tualismo significa reconhecer o postulado da lei ela permanência da nat-ureza, ou
mellior, pe1·manência das leis dos fenômenos geológicos 110 deco·rrer da história físi ca da.
·terra.
A evolução dos fenôm enos geológicos e geomo rfológicos fêz-se, outrora, p elos mesmos
processos qu e temos em frente aos nosso~ olhos. Essa teoria se opõe à elos cataclismos, e
destaca que a intensidade e o ritmo dos fenôm enos podem variar. Assim encontraram-se em
velhos terrenos do ·Pré-Cambriano, corridas de lavas basálicas, depósitos torrenciais, forma-
ções devidas a alterações subaéreas, morainas, etc. Êstes terrenos revelam em sua estru-
tura a marca de suas caus a~ como: vulcanismo, torrentes, ações atmosféricas, glaciação.
Êstes são análogos aos que se formam nos nossos dias. A pennanência da lei da natureza
apoiada no atua lismo é da máxin1a importância para a geomorfologia. Procura explicar a
gênese das formas atuais partindo do seu passado. Êste pode recuar a p eríodos bem antigos·.
Todavia, ela não pode avançar, a não ser pelo emprêgo do raciocínio analógico partindo
do presente. Por conseguinte, a geologia recons trói o passado a partir do presente, e a
geomorfologia explica o presente pelo pass·aclo. Uma e outra elevem então admitir o prin-
cípio do atualismo. O limite da aplicação do princípio da lei do atualismo está na pura
dependência do tempo geológico.
Fig. n.o lB - Bacia sedimentar, vendo-se as :í._reas mais altas que são desgastadas, e a parte central
deprimida onde a~ ca madas se dcpositatn. normalmente segundo o princípio da superpos ição.
BAIXIO ·- terreno submerso constituído de detritos form ando bancos e que aparece no
leito dos rios, ( principalmente na foz) , dos lagos e na plataforma continental (especialmente
junto à costa). No litoral amapaense os baixio9 são em grande número. Quando se navega
próximo à costa se tem m uitas vêzes necessidad e de se viajar com o pnuno à mão para
evita r os baixios ele vasa ( lama) .
O têrm o b aixio na Am azônia é também usado para designar certas enseadas que os
ri os fo rm am nas suas margens, onde a água perm anece por ocasião das vazantes. Trata-se,
por consegu inte, de pequeninos lagos temporári os, por ocasião cla9 vaza ntes, e reentrâncias
marginais, por ocasião das cheias.
No No rdeste do Bras-il os baixios são depressões ou vazantes cercadas de serras e
constitu em-se em verdadeiros reservatórios d ' águ a.
DICIONÁRIO G'EOLÓCICO-GEOMORFOLÓG!CO 49
'~BAJADA" - acumulação de sedimentos. que se realiza logo em continuação a um glaci
d'erosion. O Prof. J. Dresch denominou as bajadas de glacis de sedimentation, uma vez
que êste material resulta, em grande parte, do desgaste fei to na zona chamada de glaci
d' erosion. (Vide pedimento) .
BALÃO - denominação pouco comum usada por alguns autores para as montanhas que
têm os seus pontos elevado9 com forma arredondada.
BALASTRO - fragmentos de rochas. que, segundo o Prof. Jacques Bourcat, estão compre-
endidos entre os blocos com > 500 mm e grânulos com < 5 mm.
BÁLTICO (escudo) - terras antigas, o mesmo que Fenoscândia ou Fino-Escandinavo . (Vide
Arqueano).
BANCO - cam ada ou estrato de materi al depositado, tendo uma espessura rela tivamente
~rande : Geralmente se usa ês te têrmo para os depósitos de areia estratificada - banco
ae arew.
O têrmo banco é tamb ém empregado para os fundos lamacentos. pouco rasos, que
aparecem no leito de certos rios e nas zonas costeiras ou ainda para os leitos de conchas;
(ou mais especificamente bancos conchíferos) etc. No sul do Brasil coshuna-se us.ar o
têrmo banco para certas ilhotas formad as de aluviões, ou ainda para designar um trecho
de um rio onde há muitas corredeiras, como se faz no município de Ilhéus, na Bahia.
Os bancos que aparecem na zona costeira têm sido definidos de modo muito diferentL
pelos diversos autores. H.ecentemente o capitão-tenente A. P. F. Serpa procurou mostrar
as diferenciações existentes entre os três têrmos - baixio, banco e alto-fundo, a fim de
tornar mais precisas as defi nições da nossa terminologia científica. Banco por conseguinte,
é uma elevação mais ou menos extensa do fundo dm; mares, próximo ao litoral, formado de
material não consolidado, isto é, não rochoso que oferece, no entanto, perigos à navegação
de superfície. Os bancos são constituídos de areias, vasas e carapaças de animais marinhos.
Por ocasião da9 marés baixas os bancos, por se acharem a pouca profundidade, ficam des-
cobertos. (Vide alto-fundo).
BANCO CONCHíFERO - (vide sambaqui e banco ).
BANCO DE AREIA - acumulação de aluviões e seixos nas margens dos rios e na beira
dos litorais onde predominam as areias. (Vide banco).
BANHADO - têrmo derivado do espanhol baiíado e usado principalmente no sul do Brasil
para as extensões de terras baixas inundadas pelos rios. Cons·tituem terras boas para cul-
turas, ao contrário dos pântanos. O banhado é um terreno encharcado de água parada
que pode periodicamente apresentar-se enxuto.
BANQUETA ·- o mesmo que leito ma.i01" (vide) ou terra~: o inferior.
BA:'IIQUETA CONTINENTAL - expressão pouco comum usada por certos autores como
sinônimo de plataforma continental (vide) .
BANQUISA ou ICEFIELD - acúmulo de gêlo flutuante junto aos litorais das altas lati-
tudes. A superfície da banquisa no comêço da solidificação é regular tornando-se depois
irregular e de aspecto caótico, constituindo um verdadeiro obstáculo à navegação.
A fusão das banquisas só se verifica durante o verão, colocando assim em liberdame
enormes massas de gêlo que se vão funcli11do à medida que sobe a temperatura ou que
descem em direção às baixas latitudes. (Vide iceberg ).
BARCANA - forma de duna semelhante a uma foice .
BARISFERA - esfera de material rígido, cujo significado é es fera pesada. Cons.titui com
a pirosfera, o núcleo central (vide ) da Terra.
O material rígido da barisfera que constitui o centro da crosta terrestre é compostG
essencialmente de níquel e ferro, o que levou Suess a denominá-la de Nife.
BARLAVENTO - diz-se da encosta voltada para o vento. A encosta oposta, is.to é, ao
abrigo do vento chama-se sotavento. A exposição das encostas de barlavento ou de sota-
vento têm grande importância na geomorfologia. De modo geral as primeiras, isto é, as
50 DICIONÁRIO GEOLÓGICO-GEOMORFOLÓGICO
enc'ostas de barlavento têm um a camada de decomposição quumca mais espêssa que as de
sotavento. No caso do Nordeste brasileiro, expressivo exemplo é a serra da Borborema. Nas
áreas de dunas, no trecho de barlavento o declive é mais suave que na encosta de sotavento.
Vide duna
Nas Antilhas, por exemplo, tem-se do ponto de vista geográfi co ( Peque nas Antilhas) ,
ilhas de Barlacento - Guadalupe, Martinica, Barbados, Tobago, Trinidad, etc. ; e ilhas de
Sota vento - Oruba, Curaçau, Buen Aire, Margarida, Tortuga, etc.
BARRA - bancos ou coroas de detritos carregados pelos cursos d'água e depositados na
fo z dos rios. As b arras nos rios constituem geralmente um p erigoso obstáculo à navegação .
A barra na foz do rio pode crescer quase que infinitamente; estando todavia, em
função do volume dos detritos carregados por êste. A entrada da barra s·ignifica, também,
do ponto de vista geográfico, a entrada num a baía.
BARRANCA - trecho de um rio onde se observa o aparecimento de margen com fortes
declives qu e chegam às vêzes a m ais de 80° e 85°. As barrancas aparecem gera lmente
quando o rio se encaLxa.
BARRANCO - escavamento feito pelos agentes naturais, como o d as águas ou pro-
vocado pelo homem, num trecho de uma encosta, próximo da b ase. O têrmo barranco é
um tanto vago, e usado mais na linguage m popular, ou de engenheiros construtores de
estradas ou de edifícios elo q ue propriamente pelo geomorfólogo ou geólogo. O desliza-
mento de barreiras nos cortes feitos em barrancos de material decomposto constitui um
sério problema para os engenheiros. A maneira de cortar o barranco depende ele muita
prática por parte do engenh eiro no que diz respeito às rochas decompos tas e também um
conhecimento exato do regime elas chuvas ela região.
As ligações ferroviárias entre o Rio de Janeiro e o es tado de Minas Gera is, algumas
vêzes, ficam interrompidas após as grandes chuvas, por causa de barrancos q ue invadem o
leito das ferrovia.
Na via Anchieta, no estado ele São Paulo, vários estudos de deslizamentos de barranco
já foram feitos p elos engenheiros encarregados do seu traçado.
A denominação de barranco é usada em quase todo Brasil para as margens de um
rio q ue apresente certa altu ra relativa.
U~a -se também o têrmo barranco para o ravinamento que aparece em alguns cones
vu lcâni cos, isto é, um a rêde de drenagem radial centrífuga. Foi Lyell quem em 1872 deu
o nome de bar·ranco, às ravi nas escavadas no monte Somma, em Nápoles.
BARREIRA - forma ções terciárias que aparecem como falésias costeiras desde o territó-
ri o do Amapá até o estado da Guanabara. f:stes barrancos têm por vêzes 50 a 60 metros de
altura e termin am de form a abrupta. As barreiras são consti tuídas de arenitos fri áveis interca-
lados com folh elhos mais ou menos decompostos, daí a variedad e de côres que apresentam.
O vocábulo b arreira é usadc com diversas significações regionais no Brasil. Ass im em
alguns municípios de Minas Gerais compreende-se como sendo fonte perene de águas
minerais ; nas margens do Araguaia barrancos escarpados e com extensão de mais de meia
légua. Vulgarmente denomina-se de barreira à parte de um morro, isto é, a uma encosta
onde se explora argila (barro) ou arena (saibro ) ou ainda os barrancos argilosos, cujos
deslizamentos na época das chuvas, causam grandes problemas ao tráfego ferroviário e
rodoviário. Como exemplo têm-se as qttedas de barrei·ras, na zona da Mata, no estado de
Minas Gerais. No Pantanal as barreiras ou salinas são as baías (vide) que secam total
ou parcialmente na estiagem, apresentando elevada salinidade ou mes mo depósitos salinos.
Do ponto de vista geomorfológico considera-se como barreira um litoral típico de
falésia. O ponto extremo oriental do Bra!til - ponta Seixas - no cabo Branco, na Paraíba ,
é um belo exemplo dêsse litoral escarpado de barreira.
Do ponto de vista geológico não se conseguiu dar uma caracterização perfeita, não
se enq uadrando dentro dos critérios es tratigráficos a denominação formação barrreira, cuj3
idade pode ser datada desde os fins do Mesozóico até o próprio início do Quaternário.
No litoral leste do Pará observa-se o conta to da séri e Pirabas ( Mioceno) que está sob os
terrenos considerados da séri e Barreiras. É um a formação afossilífera, com as mais diferen-
DICIONÁRIO GEOLÓGICO-GEOJVIORFOLÓCICO 51
tes facies. Per i · ·o há uma certa t e nd<~ncia para denominar o> chamados· terrenos da ''série
Barreiras" , de f ormações terciárias illdiferen çár;eis.
A geomorfologia brasi leira tem qu<· considemr diferentes formas de relevo dentro dessa,
formações. con~tituídas principalmente de arenito,, folh elhos c argilas mosqu eadas ou vari e·
gadas, que ;e e>tendem por grandes áreas ,la bacia Amazônica c pelo litoral nordestino
c oriental, ati· a baía de Guanabara ( ilha do Governador ). Pode-se [a;~cr referencia ao;
baixos plana ltos, aos tahul<'iros, ao coluvionan1 ento e as fonn :\s ele ,·ert entcs planas e cem
vexas, cncon trad:\S cm tais forma~·<ics. (F ig. n." ..J.B c .5B ) .
BABUEIR A ( r ·ci fe ) fai~as paralelas ao litoral form ando na maioria da · vêzcs um ohstku lo
ao aces-so ú costa. Quanto a sua nature;~a pode m se r de arenito ou ele ca 1c:írio, con fonn .::
a percentagem dominante· das areias ou da., cc ,nch a~ ( ,·ide recife).
t<'ig. n. 0 5B - Topografia d a zona costeira d o Nordes te, vendo-se a zona dos tabule iros d e argila
da série Barre iras e a oeste a linha d e re cifes.
se encontram afloramentos de rochas com eflor escência salina, da qual os caboclos ex-
traem o chamado sal de terra, e onde os animais passam algum tempo lambendo-o, daí J
a expressão "lambedouro" pelos caboclos•. (Fig. n. 0 6B ). /
O têrmo regional barrei.ro qu ando usado na descrição da paisagem física de um ~
região indica o aparecimento de rochas ou de solos com eflorescência salina. No Nordeste
brasileiro usa-se também êste têrmo para o tanqu e ou fôsso escavado em terreno geralmentE
argiloso, no qu al ficam retidas as águas pluviais d a es tação chuvosa, qu e serão consumidas
na época da sêca; ou ainda p ara o local onde se amassa o barro pam a construção de
casas de taipa.
"BARRENTO VERMELHO" (solo) denomina ção region al dad a aos solos de côr aver-
melhada no es tado de S. Paulo, q ue apresentam considerú veis analogias com a terra mssa
( vide) da região mediterrânea.
BARRO - têrmo regional usado para a argila. plástica (vide). Geralmente denomin a-se ele
barro, na linguagem popular, a argila vermelha .
BARROCA - o mesmo que voçomca ( vid e) . Forma produzida pela erosão acelerada.
BARRO BRANCO - denominação d ada pelo povo à argila caulíni ca. (Vide caulim) . D o
ponto de vista es tratigráfi co diz respeito a uma camada argilosa qu e caracteriza um dos
horizontes do carvão em Santa Catarina.
BARRO VERMELHO - o mesmo qu e argila vem1 elha. ( Vide barro).
BASALTITO - vide basalto .
Fig. n .0 GB - No Nordeste scm i-árido vêem-se às vêzes na paisagem pequenas depressões cheias de
água (" b a rre iras~ ') como se fôssent "lagos naturais". O pisoteio do gado e do homem vão normalmente
retirando mate rial da borda dos 1nesmos tornando-os m:t.is la rgos e também mais t>rofundos. - Ao
lado do Hbarreiro" o nordestino costu ma localizar a sua casa de moradia t· tambF-m unt pequeno curral.
!Foto T ibor Jablo nsky)
Fig. n. 0 713 - Afloramento d e rocha bas:Htica, no litoral do estado do l\i o Grande do Sul, e m TOrres.
U lrnpp é consid e rado como o in íc io do l\1 czuz6ico (vide) . Agora vem sendo atribuído ao Cre to\cco,
cuuformc os C'\tndos do Laboratório de G ro cronolog ia de São t>aulo.
(Fo to T ihor j nh lo nsky do CNG)
BASAL TO - rocha efusiva de cô r escura, pesada, tendo como minerai · e9SencJaiS o piro·
xênio augítico, feldspatos calcossódi os (plagioclásio), como a labradorita e a anortita.
A oli ina é considerada pela e cola franc sa, como um dos elen1('ntos típicos do basalto. d
península do Cabo Verde. ( África Ocidental ) observa-se a e'istcncia de grandes "olho
dP olivina''; especialmente no derntnw do · vulcões t.. Jamclles., do Quaternário .
Tomando-se em considera~· ão a quantidade dos difer ntes minerais pode-se distinguir:
a) basalto limb urgítico - possui pouco ou nenhum Feldspato; b) basal ti to constituído de
plagioclásio e piroxênio ele grã fina.
A cristali zação dessa rocha bcís ica pode ser feita cm prismas h exagonais, - b asalto
prismá tico ex.: l aciço Centra l F ra nci's, gru tas do Fínga l na i lha c! Stafa, etc. Quanto à
ida de encon tramos basaltos desd e o Arqueano até o Pieis-toe no. Todavia o ma ior número
de d<'rrames foi registrado no Plcistoccno.
No Mesozóico ocorr<·u grand e cl<'rramc d e lavas, especialmen te d basalto, no sul do
Brasil. (Fig n. 0 78 ).
A decompo ição do basalto dá aparecimento a uma argila de coloraçflo vem1elha, dandc.
ge ralmente solos férteis - terras roxas .
BÃ. I A (rocha) - aquela cuja porcentagem de sílica oscila entre 45 e 52%.
+ +
+ +
+ + -+ -+
+ -+ + + +
--- + + ++ .,.+ + + + ++
-+ + + + +-
+- + + + + +
+ + -t -t -t +
+ + + + + +
+ + + + + + +
+ + -t + 1" + + +
Fig. n. 0 8B - Os batblitos são grandes inieções maciças de mate ria l magmático que
aparecem através da crosta . ~ste ma teria l que se in troduz em estado de fusão,
geralmente ocasiona mn metal'norfismo de contato, havendo o processo de digestão da
rocha encaixante na periferia. A m assa magm át ica do batMito tem larga ligação com
a parte inferior.
2 3 4
- - - -- - - - - - ·-· . ·- . · - ·- - · - -- -
Óxido de alumínio ... 58,3 53,6 52,0 52,2
Óxido de t itâni o .. traços Lraços t r !IÇOS traços
Sílica c insolúveis. 9,6 8,4 19,7 18,9
Ó;..:-ido de ferro . 1,0 6,5 1,9 1,2
Perda ao fogo . ..... • • • • • • o • • • 31,1 30,7 26,6 27,3
Fig. n. 0 9B - Os blocos abaixo resultararn da fratura ção e do trabalho posterior realizado pela e rosão
e lementar (vide). O agente principal de remoção do material decomposto e desagregado ao longo das
diáclases c a água de escorrência, proveniente das t·huvas. - O grande bloco focalizado é chamadoo de
Pedra do Letreiro, por causa das inscrições indígenas (?) nêle existentes. Esh\ localizado no sítio Belém,
junto ao 1>ovoado Brejinho, no sertão semi-árido de Pernambuco.
(F oto Tibor Jablonsky do CNG )
Fig. n.o lOB - A erosão trabalhando as linhas de menor resistência das rochas dá origem, na facltada
atlântica. do BrasiJ, a formas bem diversificadas. Desde a LÍ11ica alteração Jaterítica, às es pêssas capas
de arenas c ;ugilas até os pães-de-açúcar, tJontões e boulde rs ou matacões, como o focalizado acima.
Este é um bloco oscilante (vide) que, uma vez ron1pido o equilíbrio, tenderá rolar pela encos ta . 'Esta
foto foi tirada na costa do Espírito Santo, próximo a Cachoeiro do Itallcmirim.
(Foto Tibor Jablonsky do CNG )
60 DICION ÁH !O GEOLÓGICO-GEOMOHFOLÓG I CO
BO:'\IBEAME TO - o mc!tmo que lll'lJII eameut o ( Yide)
BO ECA DE LOESS - concrc~·cies caldrias que aparec!'m no materia l fino que con~t itu i
o lo ess (vide).
BOQ EIRÃO - têrmo regiona l usado no nordeste elo Brasil para as aberturas ou gargan tas
estreitas co rtadas, por v~zes, em S'<'rras por onde passa um rio; co111o l"'e'"plo temos o
boqu eirão do Poti qu e corta a ~e rra el a Jbi apaba, en tre o Ceará c o Piauí.
O têrmo boqueirão é usado na geo morfologia descritiva seguido, porC:• m, da c~p li
cac;ão gcné·tica elo acidente·. Algumas vezes os hor1ueirõcs silo vndacl ciras ~argantas epi -
gênicas. ( Fig. n .O 12B ).
BóREO-BH.ASíLIA - parle do escudo bra>ileiro; o mesmo que ÁrcJIH' c>-A tlci ntica. (Vide)
ou Sul Amazónico , sc~undo Aroldo ele zcvedo.
BOSSA - denom inação usada p or D a ly para o aflora men to de um esi UlJII e ( vide) com .1
forma circular. O termo bossa tam bC:·m é usado pelos gcomorfó logos para d t•scre,·c r uma
paisagem <'111 que surjam afloranwn tos imponentes com a forma de :timhórios.
BO LDF.R ou :\lATACÃO - bola~; ele rocha9 compactas procluLidas pela csfoliação en•
form a de casca de cebola ( desagrc~aç>to cortical ), sendo gcra lm en tt· ori ginada pelos efei tos
ténnicos acom panhados dos fcnõm nos de hidrataç·ão. Aliás a melhor prova é que as capas
concêntricas es tão geralmente oxidadas c· decompostas. ( ide figs . ns. 9 B t' lOB).
"BO,VALIZAÇÃO" - têrmo usado p los geó logo afrit::lno' pam des ignar o proce~so ele
lat ~ri zaçiio qu e dú aparec im ento ;, ca nga ( b owal ).
"BOWÉ" - têrmo regiona l de origem Foula ( Afriea Ocidental ) para des ignar crosta de
laterito. O pluml de b o 1cé é bntcal , e n proct''<SO que llw d ú origem chama-se IJou;ali;:;açiio.
Fi~. n. 0 128 Aspecto do boqueirão d e Orós, n o estado d "l Ccaní . o" rins escavam gargantas I pi J,!C-
nica", cortand o pl'rpt~ ndicularnwntc il eslrntura das ro<:hns.
( Fulo Tihnr Jahloo>ky do C:"/ C)
BRADISSEíSMO - o mesmo que movime ntos eustáticos. O têrmo bradisseísmo vem do
grego e ~ig nifica mQJiimentos lentos.
BRAQUIANTICLINAL ou DOMO - dobra na qual a largura e o comprimento da parte
elevada com a convexidade para cima ( anticli nal ) são idênticos. As camadas têm uma
direção periclinal com mergulhos mais ou menos idênticos, porém, com direções variadas.
O inverso no braquianticlinal é o braquissinclinal. F azendo-se cortes longitudinais e
transversais êles po ~lem apresentar a forma circular ou elítica.
BRAQUISSINCLINAL - o oposto de braqttianticlinal (vide).
BRASILEIRO (escudo \ - o mesmo que B·rasília ( vide).
BRASíLIA - denominação dada às velhas plataformas co ntinentais arqueanas, o mesmo
que eswdo brasi./eiro (Vide Arque{mo).
BRASILIDAS - o mesmo que himalaia brasílico - terras erguidas pelos grandes dobra-
mentos da era primitiva os quais fo ram produzido9 no fim dos períodos: Arqueano ( Lauren-
ciano) , Algonquiano ( Huroniano) . Por conseguinte brasflia é a massa continental antiga
formada pelas es truturas arqueanas à qual se agregam também as algonquianas, isto é, as
b-rasilides.
BRASILIDES - o mesmo que brasília (vide).
BRECHAS - fragm entos angu loso9 li gados por um cimento. O traço marcante dêsse material
é o fato de os fragm entos de rochas serem angu losos, enquanto nos conglomerados ou
poudi11gs são arredondados, isto é, são seixos.
BRECHA CONCIUFERA - o mes mo que lumaquela (vide).
BRECHA DE ATRITO - o mesmo que brecha de falha (vide) ou brecha de fricção.
BRECHA DE DECLIVE - o mesmo que brecha de talude (vide).
BRECHA DE FALHA - material anguloso que aparece ao longo das linhas de fricção,
daí ser chamado também de brecha de fricção. A distinção entre a brecha de falha e a
brecha simplesmente, é que na primeira de modo geral o material aparece esmagado ou
mesmo metamorfoseado, enqu anto na segunda o material aparece apenas cimentado. Muitas
vêzes é a existência dêsse material esmagado e metamorfoseado que permite delimitai
a antiga linha de falha, pois a atual frente da mes ma pode estar muito d issecada e recuada
vários quilômetros.
BRECHA DE FIUCç_~o - o mesmo que brecha de falha (vide).
BRECHA DE TALUDE - depósito constituído de fragmentos de rochas, carregados prin ·
cipalmente pela fôrça da gravidade, e acumulados no sopé das encostas ou vertentes.
BRECHA METEóRICA - constituída por fragmentos de rochas que não sofreram trans-
porte e que se acham misturados com material decomposto. :l!:ste tipo de brecha é diferente
quanto a sua gênese da brecha de declive ou de talude, cujos fragmentos de rochas que
se acham misturados com o cimento ou materi al decomposto, sofreram transporte, devido
principalmen te ao efeito da gravidade.
BRECHA VULCÂNICA - o mesmo que aglonwrado (vide) .
BRECHóiDE - estrutura de um material ou de uma rocha que toma o aspecto de uma
brecha ( vide) .
BRÉCIA - o mesmo que brecha (vide).
BREJO - terreno plano, encharcado, que aparece nas regiõe9 de cabeceira, ou em zonas
de transbordamento de rios.
"BOULDER-CLAY" - denominação usada pelos geólogo~ inglêses para o material deixado
pelos glaciares - morainas. Os franceses usam o têrmo argile à blocaux. Esta formação
é muito abundante no norte da Europa e da América, por caus-a das glaciações quaternárias.
BURACO-SOTURNO - denominação regional usada no estado de Mato Grosso para as
grutas ou cavernas (vide). A mais importante das gruta~ mato-grossenses é a do Inferno
conhecida pela denominação de buraco-soturno pelos primeiros habitantes das margens do
rio Paraguai, nas proximidades do antigo forte de Coimbra.
DICIONÁRIO G"EOLÓC!CO-CEOMORFOLÓC!CO 63
Fig. n. 0 lC - As pecto das cachoeiras de lguaçu no rio do mesmo nome, aflu ente da margem es ..
querda do rio Paraná. D o ponto de vista gcomorfoJ6gico, es tas cachoeiras podem ser explicadas peln
e rosão diferencia l, tendo em vista a alternância das camadas de are nito C:) m as efusivas básicas. H ol
outros, que procuram explicá-las, como produzidas por efeitos tectônicos de falhamento .
(Foto Esso Brasile ira de Petr6;),o)
CAL - produto obtido pela calcinação de um calcário, dando formaç~o a óxido de dlcio -
cal "Virgem. Quando se lhe adic iona água, torna-se um hidrato de cúlcio, chamado cal e.rti:lta.
A ca l é muito empregada para as pinturas de paredes, rebôco c também na agri cultura
para diminuir a acid ez dos solos.
O ca ld rio é u ma
rocha sedimentar cuj a
aplicação in natura 011
com algum b enefi-
ciamento, é bastante
importante. Preliminar-
mente s-e d eve d estacar
a sua utilização na pro-
dução de cim ento, p e·
dra ele constmção, cal,
mám1ore (calcário m P-
tamorfoseado ). na ca l-
ei fi cação elos so los para
diminuü· a acidez, c
também como fund entc
na metalurgia, além da
produção ele barrilha.
CALCÁRIO CA VER- Fig. n .0 4C - Vales- subterrâneos ou rios sumiclns cavados no calcário por
NOSO - alvéolos. ou {'feito da d isso lu ção do carbonato d e cálcio solú ve l na água. Vemos aqui
a re ~s ur gê n c ia do llon.hcur no .M aciço Central F ran cês. No fundo do vale,
cavidades qu e apare- ''hS<.·rvamos j!ra nd t· quant idade de blocos originatlns pelos desabamentos
cem em grande n{mlero das partes superiores.
na rocha calcária. E s- (Foto do au tor )
tas cavidades são pro-
duz idas pela dissolução do carbonato d e cú lcio. Um dos me lhores exem plos <.· a meulierc
que aflora na bacia de Paris .
CALCARIO LITOGRÁFICO - tipo de calcário compacto no qua l ex iste uma certa homo-
geneid ade no tam anho do~ grão!>'. É constituído de carbonato de dlc io quase puro. o ~
cal d rios li tográficos são s11scetíve i ~ de ser cortados em placas e suportar poli mento. Po r
esta razão são uti li zados para wava.,:ão de carta:. e gravu ras diversas.
CALCEDÔNIA - va riedade criplocristalinn da sílica. Aparece geralmen te nas cavidades
de rochas eruptivas ou sed im entares, sendo com um ente produto de depósito hidroterm al.
Podc-s·c dize r qu e a calcedôn.ia nada mais é qu e um a sílica semi cristalina, constituída por
11m a pasta de síli ca amorf:1 no seio eh q ua l se enco ntram pequ enas agu lhas mi croscópi ca>
de sílica cristalizada .
Va riedades de ca lcedôni a: cornalin a (vermelho ), hc liotrópio (verde-esmeralda), sar-
dôni a ( laranja), cn so pras ts (verde-maçã), plasm;1 (ve rde-es mera lda co m alguns pontos
brancos) sa firiJ1 as (azu l-celeste). Além dessas há ainda as· âgatas, o sílex c o jasp e (vide).
CALCIFICAÇÃO DOS SOLOS - di z-se da aplica.,:ão elo ca leú ri o na cOITe~·ão da acidez
do so lo, de gra nde importànc ia na agricultura. Nas regiões intcrtropicai spluviosas, o seu
emprêgo é de impordncia, uma vc•z <JUe os so los el e tais úreas são, na sua <]U ase totalidade,
úeiclos.
O calcário moído é indispe nsável aos so lo~ tropi ca is qu e se clcs·tin am ao cu ltivo. Às
vezes a influência do calcá rio é mais marcante do qu e a do próprio adubo. O custo d o
preparo do solo é menor com a calcificação elo que com o adubo. Em São Paulo e Minas
Cerais es tão em funcioname nto 11s·in as ele moagem ele calcário para ês te fim. No litoral
sul, em Cananéia (São Pau lo) e Paranaguú ( Paraná), ce1"tas ilhas con têm concheiras , qu<"
es tão sendo explotadas para aproveitar o ca lcário como co rretivo elo solo. Também no
litoral do es tado elo Rio ele Janeiro, cnt Ararua111a, faz-se a extraçilo ele conchas, para
uso na fabri cação de cal e ele barrilh a.
CALCITA - ca rbonato de cálcio cri stali zado no sistema romboédrico . Depois do quartzo
{• o min era l mai ~ comum na superfície do g lobo. Sua dureza é pequena , 3, e a dens idade,
2.,7. - É atacada pelo ácido clorídrico mesmo d il uído .
No campo, o geólogo a reco nh ef'c f;\c il men te riscando-a com uma làm ina ou canivete.
As vari edad es lím pidas ele calcita silo os espal os ele Ish\n clia.
A calci ta form a estalactltes e cstalagmitcs e aparece, de modo geral, nas fendas dos
terrenos calcúrios, onde é depositada p elas águas de infiltração carregadaY de carbonato de
cálcio.
CALCOSSóDICA - rocha c~scncialm c nt e de plagioclúsios.
CALDEIRA - cavid ade de form a circular que constitui a cratera de explosão dos vul cões .
É um têm1o espanh ol usado na ilhas Canúrias e Açôres, e hoje generalizado para as
" CA DElA'' (solo) - d e nomina~· ão regional u. ada para solos mais soltos e mais profundos
qu(' os elos "cerrados", onde predomina a candeia.
___
__....--:t
+ +
+ + +
Canelurcs
F ig. n .0 6C
F i}! . n.G 7 C - Em :"\1 im )SIJ llo Sul. nn l!.s pirito Sa nt o. h á uma <' ncos ta •l a Cade ia Fro nt al ela ~ t a nti
que ira. com g rande nínnc ro de (•ane luras, dando o as pecto do Iapi:'is d as ro d lllS calcárias. As rochas dcs la
c..· ncosta :-ão. na r{'a1id udt·. constitu íd as de gnaissc. ~ra nit o t' xistos .
(Fo to Tibo r Jablonsky )
CANELÃO - têrm o descriti vo qu e pode ser usado para a abertura ele um percée ou
boquei-rüo (vide), isto é, o canal ladeado de paredes abruptas que foi escavado por um
rio co nseqüen temente ao atravessar um a frente ele cu.est(L (vide) ou mesmo um hogback
(vide) . Usa-se também o tPrm o ca nelüo p ara a abertura grande ele um c01ion.
CANELURA - p equenos sulcos· ou regos fJU e cortam as rochas, geralm ente no sentido do
decli ve da encos ta. A ori gem clêsses pequ enos sulcos pode se r devida it disso lução ela
rocha ao longo ele uma cliáclase, ou ainda a certas partes esfoliadas ele uma esca rpa,
que favoreçam a incidência das águas ele escoamento ~up e rfici a l , contribuindo ass im para
o aparecimento das cancluras.
Ês tes sulcos algum as vêzcs são tamb &m oblíq uos ou mesmo pe rpendi culares ao decli ve
da encosta como se pode ver nos dois nHJ tTOS de gran ito q ue existem atrás do co légio da
Fu nd nçfio C.etúli o Vargas, na cidade de Nova F ri b urgo .
Ccralnwntc l" nas <"ncostas de rocha ~ erupti vas co mo o granito, ou sie nito ( pico ele
ltatiaia) ou cm rochas m eta-
mórficas, como os gnaisses, que
melhor se pode observar o apa-
recimento dessas ca n e lu ra ~ . Nas
roc has estratificadas, q uer de
ori gem sed imentar, qu er ele ori-
gem metamórfica, as juntas das
camadas co nstitu em pontos fra-
cos muito aproveitaclo9 para
o estabelecim ento ele caneluras .
( Figs. n°" 6 e 7C ).
CANGA - termo regional usa-
do para as concreções ou cros-
tas ferru ginosas no Brasil (Fig.
n° SC). O mesmo que late-
dto (vide) . É um a abrevia-
t; ão de tapanhoa canga . H á
doi s tipos de canga: 1 - ca n g·~
comercia l ele baixo teor em
Fig. n . 0 8C - Crosta de canga <.tuc aparece nos chapadões d·o ferro ( menos de 50%), de re-
Planalto Central. A id ade d essas carapaças fe rru J.dnosas é dada du ção fácil nos fornos ele car-
t:o mo post-cretácea. Ainda não se d escobriu nenhum fóss il ()U C vão de lenh a; 2 - canga no
pe rmitisse datá-las com seguran ç a. Foto tirada na estrada para
a cnMnia agríc ola de Ccres a S qu il ómetros da cidade d e se ntido de rocha limonitizach
An;Ípolis (Co i:í.s). misturada com argila e areia,
(Foto do au tor )
sendo por co nseguinte impres-
tável p ara a ex tra ção do ferro.
CANHÃO - trad uçüo dada ao ter mo de origem es panho la cwí un (vide) .
CANON - n01ne de origem es panhola usado para designa r va les de paredes abruptas, isto
é, vales encaixados. ( Fig. n.0 9C). O exe mplo cláss ico é o caiíon do rio Colorado, cujo
desnível entre o fundo da ca lha e a superfície chega a ser da ordem elos· 1 000 a 1 800
metros. 1\'a França o JJlelltor exemplo de va le encaix ado é o Tarn no Ca usses elo Maciço
Central Francês .
O ca-i'ion ou cwdl(i o ~' por consegu in te, uma denom in a ·ão dada aos va les profundos
e encaixados, os qll ais adquirem característi cas ma is típicas qu and o cortam estruturas
sedim entares q ue pouco se afastam ela ho ri zontal. Form a-se wna série de degraus ou
pa tamares ao lon go do co rrPdor escavado pela eros ão. Os canhões são na realidade vales
i.m.co i.mdos, vales em garganta, isto é, depressões longit udinais (vide), como se fôss em um
grande d esfiladeiro, onde a d iferença entre a linha de talvegue ou o fundo da ca lh ~
alu vial, e o tôpo elo plan :1lto é, às vêzes, ele algum as dezenas, ou mesmo centenas ele
metros. As en co~tas do vale sfio abrup tas o qu e demo nstra o predomínio da açüo erosiva
verti ca l, resultando numa topogra fia característi ca.
Ah~un s au tores cons·ideram os canhões como forma própria ele m lêvo cárst-i.co, m as
a tendênc ia é generali zar tal denomin ação para todo tipo ele v ale e m ga·rganta, qu e seja
bem encaixad o.
Na Hegi:-w No rcl es tt· ex iste um exem plo de canhão no ri o São Francisco, nos arredare>
da cachoeira de Paulo Af0nsn. A calha es tá profund amen te entalhada no pediplano cons-
titu ído de roc has do escudo (cm grand e pa rte granHos c gnaisscs). O aprofundamento
do can hão se d Pu gra<;as :t existencia de um a n~ cle de fratura" e falhas. As paredes do
ca nh ão são qu ase verticais e as rochas estão b as tante di aclasaclas.
O tra çado t ' lll zi!?:uczague desse trec ho do ri o São Francisco cst{t em fun ção da tcctôn ica
qu ebrantável. As margens abruptas ve rti cais e profundamente cliaclasaelas mostram um a
difcrenc;a ele ní ve l da ordem de 40 a 60 mch·os, entre a superfíci e de erosão d e 240 a
280 metros e o talvegu c elo rio, na (trca de Paulo Afonso.
No s·ul elo Brasil os rios que ck scem, isto é, que atravessam os "aparados'' dos degrau '
e pa tamares da chamada "Serra Gt>ral" em direçfto ao Ri o Grand e elo Sul , também esc:l\'am
belos val es em ga rga nta ou canhões .
CA- O N SUBMARI NO - o mesmo tlue r; ale sub111arin o (vide) enca ixado na plata forma
co nt·incnta l.
CAOS D E BLOCOS - di z-se d o!Y a fl oram entos de gra nde número de fra gmentos ou
blocos de rocha de tamanhos muito va riados.
CAPA dPnominaç:io usada por algun s geólogos como si nônimo de camada ( vide) .
DICIONÁRIO C'EOLÓGICO-GEOJ\'!ORFOLÓGICO 73
Ac re, Amazonas·, Pará - sen e Itaiutuba; na b acia do Meio-Norte; as sen es Piauí, Poti e no
Bras il Meridi onal as séries Itararé e Tub arão. (V ide carvão mineral) .
CAHBONO - elem ento qu ímico de grande importância na geologia e na gcomorfologia .
Ap arece êste elemento sob três formas: 1 - canxlo negro, tamb ém chamado cm·vão m·i-
nem! (v ide) . 2 - gmfita e 3 -diamante (vide). Do ponto de vista quími co é importante
ass ina lar que se conh ecem cêrca de 500 000 co mpostos de carbono, enquanto dos outros
91 elementos juntos são conhecirlos a penas 60 000 com postos·.
CAHHEACÃO - o mesmo CJ U C nappe ele charriage, lençol de a:rmstamento (vide), ou
a inda ma;1t:o tectônü:o .
C AHSICO o m es mo que carste (vide) .
CAH.SO - denom inação regional da Istria, o mesmo r1ue carste (v ide) .
CAHSTE - d eno mi na~·ão dada aos fenômenos específicos· q ue oco rrem nas rochas cakúr ias,
co mo dolinas, poljé, rios sumidos ou aveu gles, uvalas, gru tas ou cavern as, es ta lactites ,
estalagmites, etc . (Fig. n .0 lO C). Esta denominação foi tomada da reg ião calcári <t dos
A lpcs Dinários, Iu gosálvia - no Adriáti co .
gru.\.a.
'\.api. é
J
++ + +
+ +
F ig . n.O IOC - Fonnas d~ rc lêv o c:Írstico no q ual aparece m os lapi és ou lapiils, g rutas goufrt•s e d o linas.
O ca rs·te ~ d efinid o pelas sLt::ts fo rmas esp ecífi cas e tamb ém p ela circulação subterrànea.
D eve-se m esmo excluir do cars te tôdas as rochas- q ue n ão p ermitam a circulação sub-
terrânea embora possam aprese ntar certas forma s de d issolução . Observa-se, por conse-
guinte, q ue o btor li to lógico é o fa tor inicial e fun damental. As formas cársti cas são
muito b em desen volvidas nos calcá ri os puros e di spostos em ca madas espêssas . Os pro-
cessos corros-ivos são muito intensos e 1·ápidos. Os doi s fatos essenciais e b em marcantes
no carste são : as águas qu e descem verticaL11ente em massas· calcári as compactas desde
qu e existam fi ssuras ou juntas et'trati gráfic.:as e a formação de depressões fec hadas, ou
melhor, forma s· ci rcul ares qu e se desen volve m no sentido d a verti cal.
CAH.STE FóSSIL - sign ifica qu e ho uve u ma fl utu.açüo climática; o clim a va riou de um
ciclo úmido nara um ciclo sêco . Trata-se de um área onde o processo de carstificação
fo i paralis·ado·p ox causa da mod ificaçfio do clima. Tem g rand e importànc ia para os estudos
p al eocl imatológicos.
CARTA BATIMÉ TIUCA - ayuela onde as cruvas hatim ét1'icas ligam os pontos de igu al
proJuucli dade, isto é, a topog rafia submarina. As cartas batim étricas repres·e ntam o relevo
nega ti vo enquanto as cartas hipsométricas, (v ide) o relêvo positivo . (Vide cartografia ).
Mapa - Geografia
Carta - Corogra fi a e topografi a
Planta - Topografia co m mais detalh e
Croq uis - Simples desenh o topográfi co .
As cm·tas topográfi cas são em escala grand e, de modo a permitir uma representação
mais minu ciosa. N estas cartas pode-se representar uma séri e de dados da paisagem cultural,
q ue p or efeito da escala têm que ser omitidos nos mapas geog-ráfico,, cuja escala é p equena.
Os mapas geográfi cos gerais, embora podendo conter, talvez sem preju ízo de sua legibi-
lid ade, ma ior número de d ados, es tão quase sa turados, pois trazem vari adas informações
sôbre tudo o que é visível na 9uperfície da terra: a hid rografi a c ac identes correlatas, o
relêvo, a vegetação, as· aglomerações hum anas, as vias de comuni cação e de transmissão,
os limites políticos e administrativos, a nomenclatura dêsses· dados todos, etc. o que con-
corre pma sobrecarregar o mapa - a paisagem física e paisagem cultural. Um dos prin-
cípios ela cartog rafia é, por conseguinte, a generali zação segundo a escala.
Para a leitu ra de u m mapa é necessi1 rio um b om conhecimento ele elementos de car-
tografia e elementos de geografi a.
Nos trabalhos pn1ticos elevemos distinguir bem as tarefas de leitura de ca·rtas, das
q ue di zem respeito à i nterpretação da cmta. Esta últi ma pressupõe, a lém do conhecimento
das convenções e da representação do relêvo, isto é, faze r sen tir num a superfície plana
a terceira dim ensão, através de co ta~ e de curvas ele nível. Os topógrafos, os cartógrafos
lêem as cartas. Mas o geo morfólogo, além des ta tarefa , tem que ter a percepção da terceira
dim ensão, isto é, interpretm· as formas do m lêvo.
L er é apenas ver as formas, imag inar uma paisagem. Interpretar é expl icar essas for -
mas, isto é os diferentes tipos de paisagem. O estudo de uma carta deve resultar numa des-
cri ção expli cativa; p ara descrever é precis<J, em primeiro lugar, ler perfeit::unen te a carta, p ara
explicar é preciso ter conh ecimentos ele geografia geral. A sensibi lid ade na leitura deve
chega r ao pon to d e se poder distin guir ca rtas b aseadas em leva ntamentos topográfi cos de
cartas baseadas cm fotografias aéreas. Até aí, aliás, chega m muito bem os topógrafos e
ca rtógrafos , para quem a ca tta é o ohjetivo último; o geógrafo precisa ir mu ito mais além.,
pois, para êle, a ca rta é apenas o documento ele base, o ponto de pa rtid a na pes qui~a
geográfica .
Quanto à classificação elas cartas, devido às suas mú lti plas finalidad es, não é possível
muita rigidez. Todavia para fac ilidad e de es tudo pode-se usa r quanto ao ass unto a seguinte:
1 Geog rúfi cas gerai9 - apresentam aspectos fí sicos e obras reali zadas pe lo homem.
2 Especiais - focali zam objetivos cspeci:1is de cer tos fenômenos :
Mapas ele relêvo
Mapa geológico
Mapa s es truturais
Mapa mineralógico
Mapa petrográfico
Mapa pedológico
A) Fís·icos Mapa geomorfológico (Fig. n° l2C )
Mapa paleontológico
Mapa sismológico
Mapa geofísico
Mapa hidrográfico
Mapa meteorológico
Mapa cl imatológico
B) . ·r··1cos -
Bwgeogra { 1 - Fitogeográfico
' ,
2 - Zoogeografi co
Cada país cos tuma trabalhar com uma e cala qu e IJ1e seja mais co nveni ente . D evemos ,
no c.: ntanto, pôr em evidência, q u de um modo geral os países das regiõ e~ temperadas
tem ca rtas topográfi cas b em de talhadas, enrtuanto os países intertropicais, na sua m aiori <~
subd esenvo lvidas, t êm apenas oa·rtas geográficas. Algum as poucas áTeas possu em um a
carto graFia na escala topográfi ca. Como exemplo podemos citar a rece nte publicação do
Consel ho Nacional ele Geografia qu e é a Carta ao M-ilionésimo constituída d e 46 fôlhas ,
cobri ndo um a superfície de 8 511 96.5 km". A Bélgica possui uma cnr ta detalhada consti-
tuída d 430 fôll1as. na escala de 1/40 000 que cobrem mn a superfí cie de 30 507 km 0 • A
carta francesa do E -taclo -Maior é ele 1/80 000. Na In glaterra a esca la é med ida cm pole-
gadas e milhas, o mesmo ocorre com as c;ntas dos Estados Un idos.
i'\ o Brasil elevemos de ·taca r as ca rtas topográficas do es tado de São Paulo e de 1vlinas
Gcrais, na esca la ele.: 1/ 100 000. A carta elo antigo Distrito F ederal (Guanabara) fe ita na
Ver!en fe côncava )l( escala l /50 000 p elo Serviço
Geográ fico elo Exército. A pri-
meira Carta do Brasil ao Mi lio-
Ver/en/e convexa .P nésimo foi feita pelo Clube de
E ngenharia e1n 1922 e retom a-
Verfenfe re//1/nea l da p elo Consel.bo Nacional de
Geografia, cubninando com a
Oesfa co·se ainda : recente publicação no ano de
(a colocação 1960.
Ruturo dedec/iye .! .I .I . 1 . I . f da seta indica A ca rta ao milionésimo na
l
.I . I . I . ! . I. o declive m a is projcção policônica é a que se
pron unciado). enquadra na recomendação in-
(os p on- ternacional para o conhecimen to
Rebor " d,o ve
-' h
roc o dura ~ sen tam to s r epre- ele nosso planêta ( Convenção
J 0 Internacional reunida em L on-
·· · · ld ec li ve dres em 1909) .
úm/fe de chapada --=' . i . i . 1 • i . ...- m ais a brup- Quanto aos sistemas de pro-
to ).
;eção, devemos salientar qu e o
Crislo --- - -rem prê!oJ globo ten estre artifidal é a ma-
Rexuros zzzzzz
/)obro rnonoclinal
Eixo anhdinal
!>obro úndino/
!Jobro onhcllno/
+
+-
eixo sindlnol [><.J [><] (><) [XJ
!Jobro /soei/no/
~
/)unas
moveis
{ fixas
6 I'"~ ·
r
/;r:··:
r. r. r...
Cuesfos \.__J '--J '---..1
Cone de dejeção
VIVO
fo/e'sia moria
{
de o!! /ndelerm,'nado l><J l><J I><J 1><1
Fi ~:. 12C
ntCJO:-J .•\H IO C:EOLÓG JCO-GEOl\ IQH FOLÓGICO 79
Terreno ponlonoso
(ta 1 v e g u e em
em azul; aspecto
Vale ponlonoso
{ morfológico e m
prêto) .
Terraços A representação de um a su -
p erfície esférica, num plano, como
é o mapa, traz forço samente de-
forma ções que podem ser de dis-
Vo/e encoi.xodo tâncias, d e áreas e de ângulos.
D êsse modo, quanto aos erros de
representação da T erra num
m ap a, as pro jeções podem ser:
Mormilo Eqü.idistantes - as que man-
têm as distâncias corretas .
E quivalentes - as que con-
servam a proporcionalidade de
áreas entre a superfície da T erra
e a do mapa.
Conformes - quando os ân-
gulos são iguais na T erra e no
Çuedos doquo mapa.
Para representar a esfera
num plano são utilizados os só-
Cos colo II I lidos desenvolvíveis; mais com u-
mente o cilindro e o cone ou num
só plano. D esta forma são cha-
madas respectivamente projeções,
S::;//o., coscofa, correde/ro cilínd1·icas, cônicas e planas ( azi-
mutais). (Fig. n. 0 13C).
O sistema de projeção que
exagera na direção dos pólos é
Mfeondrooboadonodoseco a de Mercator ou projeção cilín-
drica, usada nos chamados pla-
nisférios e nas cmtas mmítimas.
Os paralelos e os m eridianos se
Meandro obondonodo com cortam em ân gulo reto. A proje-
dguo e vegeloçõo ção de Merca tor foi usada pela
primeira vez no mapa qu e êsse
autor construiu em 1538.
No sis tema ele projeção d e
Socados recenfes Mollweicle, as proporções são res-
peitadas, havendo, no entanto,
uma torção dos continentes na
direção dos pólos.
J/ossoroco No sistema de projeção seg-
mentado ou de Goode, os parale-
los são horizontais, mas inter-
rompidos. Este s·istema ele pro-
!Jepressào fechado jeção é útil nas rotas comerciais.
O sistema ele projeção es-
tereográfico pressupõe o observa-
Cris!o apolocheono dor colocado em um ponto d a
superfície terrestre sitúaclo no
hemisfério oposto àquele em que
está o pon to de tangência. Ê ste
Cr/slo monoclinal sistema de projeção é comumen-
te usado nos mapas-muncli .
No que diz respeito aos sis-
temas de projeção ês tes têm
Oepressôo do âagulo de folha o •
Fig. n.0 12C - Algumas convenções utilizadas em ntapas
geomorfológicos.
Fi g. n. 0 l 3C - O desenvolvim e nto do g lobo: num cone, nu m c il indro e num plano.
p(mca importância nas escalas grandes, pois as cleformaçõe · nen1 podem ser cons·icleradas,
tendo em vista a pequ ena {trc:J que os mapas cadastrais 1·epresentam. Se fàr apenas um a
pequena parte do globo q ue tiver ele ser mapead a, un s 200 quilóm etros q uadrados, aí
então a clistorç>w será bem próxima ela própri a di latação e contração elo papel, não
sendo necess{uio grancl c,s pTeocupa çõcs. Por co nsegu inte, as deformaçõ'es relativas são
tão pequenas que, do ponto de vista gráfico são indiferentes ao tipo ele projeção.
As deformações produ zidas pelos sistemas ele projeção acarretam como conclu são que
111íO há mapa peTfeito . Js.to es tá em fun ção ela forma e elo tamanho da T en a.
As coo rdenadas geog ráficas vão definir, ou melhor, permitir a locali zação dos fatos
baseando -se na rêcle de paralelos e meridi anos. D o ponto de vista geográfico a noção ele
coord enadas é muito importante, pois, graças a ela podemos saber imediatam ente onde
nos encontramos. A noção ele locali zação espacial está ligada à 1·êcle ele paralelos e meri-
dianos, qu e são cí rcul os imaginários que cortam todo o globo. Entre os c írculos máximos
cit:Jmos os rne·ridian os e o equador c os círculos mínimos os paralelos.
O ensino elas coordenadas geográficas·, isto é, a noção ele latitude e longitude está
ligada no grande problema ela localização dos fatos na superfície do globo. A noção de
latitud e e de longitude é de grande importância para se localizar um acidente, uma ci-
dade, etc. Para o navegante esta noção adquire então significado todo especiaL Também
para o geólogo e geo morfólogo é indispensável à noção de latitude e longitude para lo-
calizar as suas obse rvações .
A orientação é a fonn a ele se determin ar a direção no terreno, ou melhor, no campo .
A direção é forn ecida pela TOsa dos v entos, cuja9 med1das são baseadas no sistema sexa-
gesimal, qu e é a divi s·ão do círculo em 360°. Os dois processos de orientação mais fre-
qiicn tcs são Sol e bússo la.
As conve nções são de grande importância, pois os· símbolos ç;on venc iona-is usados na
<'artografi a, representam o seu alfabeto, ou melhor, as palavras .
O tmna.nho d os símbolos e a sua general·ização estão em função das escalas usadas.
:'\a;; esca las geográfi c:Js os cmtógrafos são muitas vêzes obrigados a usar símbolos figura-
tivos convencionais. Como exemplo podemos citar a largura de rodovias e m esmo de certos
rios. Uma rod ovia representad a por 0,5 mm num a escala ele 1/ 1 000 000, corresponderia a
500 metros de lnrgura, e isto não corresponde à realidade. São rec ursos usados pela car-
tografia .
1 as cultura9
símbolos di versos
V er·melh o _ { E !>ltraclas de rodagem carroçúveis
Caminhos
Rios
Awl - H idrografia Lagos
{ Pi'm tanos
V erde - Vegetaç;to
Quanto its co nvenções a ltirn,·tr icas, represe ntativas elo rcl(\vo, tem-se:
A ) Curvas de níve l ( côr sé pia )
B ) Hachuras
C) Côres hipsométri cas
D ) Sombreados
As c ur v a~ d e nível sã'l linhas inmgimhias que li ga m os pon tos situados na superfí cie
da terra a igual altitude.
Eqúidistâ:ncia 1·eal é a di stância verti cal entre dois plano~ sucessivos. A egüidistância
redu zida à escala do desenho chama-se eqii-ídistôncia gráfi ca. A expressão da a ltitu de por
algarismos cham a-se cota.
Em toda elevação as co tas elas curvas ele ní vel crescem ela periferi a p ara o cenb·o,
segundo um a proporção constan t - egü idistància. lo caso das depressões e dos va les
as co tas diminu em inversam ente d a perif-eri a para o centro. É interessa nte ressaltar gue
a eqi.i idis tância das curvas de nív I pode ser muito alterada, secrundo se tra te ele màpa
topográfico ou de carta a peq uena esca la. Na~ primeiras a eq üidistância é man ti da nor-
ma lm ente. Nas segund as, isto é, nas cartas geográ ficas, há grande fl exibilidade em fun ção
da genera lização adm itida pela esca la.
CARVÃO MINERAL ou CARVÃO D E PEDRA - é u ma d as formas pela qu al o elemento
carbono aparece na natureza ele modo abundante em certas regiões elo globo. O carvão
mineral resultou ela decomposição de grandes florestas gue existi ra m cm certas partes elo
globo terrestre por ocasião do p eríodo Carbonífero da era Primári a . A hulh a res ulta da
transform ação d a celulose elos vegetais q ue co mpõe as árvores pe la perda elo hidrogêni o
c oxigênio co m grande e nriq u cimento de carbono . Duas co rrentes principais procuram
explicar a origem do s carvões : a ) At1tóctone e b) A lóctone.
A p rimeira dess·as correntes - a utóctone - di z gue a hulh a é oriund a ela decomposição
d as grandes fl orestas no próprio local, enquanto a segund a a cons idera pro veniente da
sed im ntação d e detritos vegeta is carregad os pelas águas.
A principal aplicação do carvão é de servir como combustível, embora se possa também
ex trair clêle gra nde núm ero de subprodutos, como o alca b·ão, do qu al se des ti la o b enzol
ou benze no, xilol, toluo l, etc. Além clêsses produtos temos a inda o áci do fêni co ou fenol,
a nafta li na, etc.
E sta última afinn ativa prende-se ao sustentáculo ele que, num furo de sondagem a
oeste ela falha, realizado em 1953, a 195 metros de profundid ade, há uma camada re-
cuperável ele carvão com 1,66 m ele espessura.
A séri e Tubarão foi bem es tudada em um trabalho fundamenta l J e \Vhite, em 1908
r1ue deu este no me à série, tendo u ma espessura de 248 m, devielida em :
Grupo Bonito, com 158 metros;
Grupo Palem1o, cem apenas 90 metros.
O Grupo Bonito, que nos interessa pela sua importància cconô mi ca, I. C. \.Yhite o definiu
como composto de camadas arenosas e argilosas, com preponderância das p1imeiras de flora
de glossopteris e de camadas de carvão. D evemos acentuar que a flora de gloss<>pteris-gan-
gamopteris teve, naturalmente, sua evolução condicionada ao lima severo que vigorou
durante a época Itararé. Nessas condições, a vegetação produziu tipos de minguados te-
cidos e il1aptos para gerar valiosos depósitos de carvão.
Coube a \ .Yhite a primazia ele discriminar cinco camad as de ca rvã o, assim denomin adas:
1 PONTE ALTA
2 BARRO BRA c o 900 milhões de toneladas
3 IRAPUÃ 10 milhões ele tonelad as
4 TREVIS O
5 BONITO 260 milhões de tonela<las.
O ca rvão ca t:1rinense send o o úni co, até o mom ento, a forn ecer o carvão meta lúrgico,
signi[i.ca possuir quantid ade elevada de hidroca rbonetos pesados.
O engenh eiro Thomas Fraser, do "Bureau of Mines" assim se refere ao ca rvão ca ta·
rin cnsc : .. Apesa r de tôdas· as dificuldad es técni cas, provenientes do a lto teor de cinzas e de
<·nxófr e, a q ualidade coqueifica nte, excepcionalmente forte, desse carvão Barro Branco, s u a~
ade<Ju adas reservas e sua locali zação em re lação aos mesmos depósito9 de min ério d e ferro
de alto teor, excepcionalmente grandes no Bras il , bem podem colocar o ca rvão catari11ense
entre as m~ü s importantes reservas de ca rvão coqueifica nte do mundo, nas d écadas futuras ' ·.
CARVAO DE PEDRA - o mesmo qu e canx7o mineral (vide ) ou hulha .
CASCALHO - têm1u popu la r usado colllo sim\nimo de seixos (vide) . D enom ina-se tam -
bém de cascalho aos depós·itos a luviais <[Ue contêm diamantes e ouro, loca Li zados no leito
do ri u (Fig. n. 0 l5C ) . Aos d e pós ito~ alu viais cHamantíferos c auríferos, situados no leito
maior ou em terrenos mais a ltos denomina-se de g-rupia.ra c go·rgulh o.
CASCALHEIHA - relativo ao depósito de cascalh o (vide) . No Planalto Central encon-
h·am-se cascalheiras (seixos) ern di.ver;;as :íreas . Estas cascalh eiras estão em diversos níveis
,. aprese ntam aspectos bem difere nte~; uma elas outras, havendo muito que esclarecer do
ponto d e vista geológico.
Na Amazô nia as cascalhei1'0s s::ío clepôs ilos de concreções latcríticas, ou mesmo crostas
ern exploração para constru ç·ões .
CASCATÁ - sucessfto d e pequ enos saltos em um curso d 'úgua onde apa recem blocos d e
rochas. Uma c,tsca ta represe nta uma certa quebra na un iformid ade elo declive e é expli-
cada pela res istência oferecida por cert as soleiras ou bancos de rochas mais resistentes à
f' rosão." O rec uo da cascata S<:! faz de jusante para montante, por ca usa da erosão re-
montante.
"CASCO DE TARTARUGA" - denom inação regional pouco co mum , mas usada por certos
autores como sinôniino de " m eia laranja" ( vid <>) .
CASSITERITA - óxido de e. tanho, cons tituindo hoje um m ineral estratégico de primeira
grandeza. Ocorre na superfí cie d,a terra sob du as form as : a) cm p egmatitos, b) em alu-
viões, associadas geralmente it tantalita e à columbita.
J-I:í pegmahtos qu e fornecem exclusivamente cas;;iteri ta, outros qu e dão apenas tanta-
lita e columbita, e outros nos quais se verifi ca o apa recimento da cassiterita e tan talit a
m proporções icru ais.
A cassiterila consti tui o úni co minério exp lorado para a p rodu c.; iío ele estanho.
r L ASE - ação dinâmica realizada pela orogênese (vide) produzindo uma tritura-
ção ou fragmentação das rochas, sem a presença de uma temperatura elevada, capaz de
recri talizar a massa, como ocorre nos casos de dinamometamorfismo termal. Por conseguinte
no metamorfismo cataclástico tem-se uma estrutura de rocha cataclá tica, isto é, triturada.
CATACLI AL (rio) - o mesmo que rio conseqüente (vide).
CATA LT MO - antiga teoria seguida pelos geólogos, que procuravam explicar as di-
ferentes formas de relêvo que aparecem na superfície do globo às transformações súbitas,
ex.: dilúvio universal, afundamento da Atlântida, etc.
A doutrina dos cataclismos ou catástrofes foi devida principalmente ao sábio hancês
uvier que procurou explicar a extinção da fauna e flora de certas regiões por causa dos
catacli mos ou catástrofes (vide). Os geólogos por analogia, transpuseram essa teoria para
o seu campo de estudo e passaram assim a explicar as transfom1ações da paisagem física
por intermédio dos cataclismos ou catástrofes. A teoria oposta a esta é a do atualismo
( ide).
TAD PA - denominação pouco comum usada por certos autores, como sinônimo de
catarata (vide).
CAUSTOBióLITO - roc ha sedimentar combu s-tível cons tituíd a p or res tos de organi smos
vegetais, ex.: carvão, li nh ito, petróleo, etc. As rochas dêssc ti po são tamb ém cham ada fi.t o-
gên-icas ou fi tólitos.
CAVERNA - concavidade subterrânea profunda, o mesmo que gruta (vide), comum nos
terrenos calcários.
CENOZóiCA (era) - compreende tôda a história física da terra decorrida após o Meso-
zóico. Esta era tem a vida inteiramente diferente da que lhe precedeu, com rápido desen-
volvimento dos mamíferos e o desaparecimento dos grandes répteis e dos moluscos cefaló-
podes.
Alguns autores costumam separar esta era em duas: Terciária e Quaternária. Esta
divisão em duas eras ou em dois períodos é uma questão que depende apenas do ponto
de vista do pesquisador.
A era Cenozóica, T erciária ou Neozóica compreende os seguintes períodos:
Quanto ao Quaternário, alguns o separam do Terciário por ter sido no seu início que
apareceram os primeiros hominídeos. Alguns a denominam também da era Antropoz6ic<J
ou Psicozóica. Além do aparecimento do homem, a era é marcada pelas grandes glaciações.
Do ponto de vista estratigráfico não há nenhuma discordância entre o Terciário e o
Quaternário, poden.do-se considerar êste último como a continuação daquele.
88 DICIONÁRIO GEOLÓGICO-GEOMOHFOLÓGICO
O termo T crciúrio foi adotado a partir dos meados do século XVIII , pe lo professor
G. Arduino da Un iversi dad e d e Pádua na Itália, qu e começou a fazer a di visão dos tl' rrc-
li OS do su l dos Alpes .
As tran~gress õ es marinhas dessa era, embora importantes, não foram tão extensas como
as regis-tradas no período do Orclovieiano (Pa leozóico infe ri or ).
As roc has d essa era não são muito consolidadas, e os grandes movimentos ela t·ewlução
alpina p erturbaram as camadas elos grandes depósitos el o!> geossinclinais. A revolução a lpina
se processo u desde os fin s elo Cretáceo até o Plioceno. Os paroxi smos dessa revolu ção se
fi zeram sentir em diferentes períodos . A cadeia dos Pireneus, por exemplo, surgiu antes
do soerguimento da cadeia dos Alpes.
O clima dessa era é mais ou menos uniforme, tomando-se m ais frio , chegando fina l-
mente às g laa.iações, já RO fim do T erciário. No hemisfério sul as glaeiaçõe9 foram limitadas .
O Terdú rio é a idade d os mamíferos, pois verifi ca-se o grande desenvolvimento cl ~ tes
animais bem como co mpl eto desaparecimento dos grandes répteis que dominaram no Me-
sozóico.
Ale m da teoria da trans laçiio dos continen tes não podemos deixar ele referi.!· a da3
pontes continentais, nas migraçõe~t elas es pécies e nos seus isolamentos.
Os protozoá ri os são representados por form as gigantescas q ue chega m algumas vezes
a alcançar 4 a .5 centímetros, os numuli.tes. Os seu~t depósitos deram fo rm ações ele cal átio,
muito importa ntes, sendo ~s t e materi al utilizado em construções co mo as célebres pi ri1mid es
do Egito.
Na flora há o domínio q uase absoluto das angiospermas e na~ regiões temperada,
existia uma vegetação s-emelhante à elas regiões tropicais ahtais.
Os terrenos terciários no Brasil ocupam um a superfície total ava liada em l 352 675
quilômetros quadrados, i~to é, cêrca de 15,88% do território nacio na l. Reco brem grandes
áreas elo baixo pla na lto amazànico e ma ranhense, e zo nas litorâ neas desde o Maranh ão até
Campos c i\lacaé - no estado do Ri o ele Janeiro. Não se pode deixa r ele co n~id erar ainda
as bacias terci{u ias do médio Paraíba elo ui, ela região do vale elo Araguaia (afluente elo
Tocantins) e tam bém ela bacia do Tietê onde se encontra a cidade de S~to Pa ulo, e a de
Ga ndarela em Minas.
Na bacia elo Amazo n a~t, há a forma ção Pebas, série das Barreiras, formações i\ !anaus,
Puca, Rio Branco e Pirabas.
CENTROSFERA - denomin a ão usada por algu ns autores p ara a parte ce ntra l ela T erra,
o mes mo que nife (vide).
Cf.:RRO - denominação regional usada em certas áreas do Brasil para as peq uenas ele-
vações ou colinas, mais ou menos irregul ares, cuja altitude não ex<.:cd e a uns 50 metros,
apresentando vertentes ac identadas.
CILAMINÉ ENCASTELADA - o mesmo que pirâmide ele fada ( vid e) , piri!mide d e te·rra
ou clemoiselle.
CHAMINÉ VULCÂ 1ICA - fe nda ou canal por onde es-capam os gases c o magma qu e
vêm do interior d:t crosta terrestre; põe portanto em comunicação a massa magm áti ca com
o exterior. A chamin é é uma elas partes componentes de um vulcão.
CHÃO DE VALE - parte plana e suavemente inclinada para o fundo elo vale ou elo ri o.
O chiio de vale engloba, por conseguinte, as terras marginais do leito maior e também
os baixos terraços•, q uando ês tes existem num vale de frmdo chato (vide r;ale) .
F ig . n. o l7C - A nordeste da cidade d e Cuiahá existe uma importante chapada constituída de art>nitos
Uevo nian os , cujos estratos m e rgulha m n a direrão de N W. A escarpa é abn1pta e m v irtude do fato de
se re n1 as camadas superiores constituídas de rochas n1ais resistentes à e rosão. Embora a chapada dos
Guimarães te n1Ht um es trutura inclinada, o s eu tôpo é plano . - O fl an co sul d a •·cuesta " dos Gui-
marães é hastante festonado por pe que n os rios obseqüentcs, que fu ncionam apenas n a época do •· .in-
verno"' . - O solo do tôpo d a chapada dos Gu imarães é bastante arenoso, apresentando mesmo vários
lrcchos de areões. com escassa vegeta çã o d. e campo. T odavia, na maior ::Írca da chapad a o revestime nto
vegetal mais im portan te é o d e cam po cerrad o.
(F oto I. Faludi )
as bacias do Toca ntins e do São Francisco . No extenso chapadão do Espi gão Mestre, a
desintegração do arenito Urucui a dá ap arecimento a grandes areões - solos estérei9 -
D eve-se aí citar o fato de existir águas em endadas (vide ), entre os l'ios Sapão, afluente
do Prêto (b acia do São F rancisco ) e um aflu ente do rio do Sono (bacia do Tocantis) o
·~u e mostra a indecisão da linha di visora de águ as em tal tipo de relêvo.
No Nordeste brasileiro as chapada9 podem corresponder a verdadeiros testemunhos
da antiga cobertura cretácea dessa área. Constitui o q ue se denomin a chapada 1·esidual
(vide) . Como exemplo típi co, p odem ser citadas a chapa da do Ara ripe, que se localiza
11a zona fronteiriça do Cea rá , Pernambu co e um pequeno trecho se estend e para o estado
do Piauí, e a chapada do Apodi, entre o Ceará e o Rio Grande do Norte ..
CHAPADA RESIDUAL - testemunho de forma tabular que identifi ca, do pon to de vista
morfológico, a ex istência de um ca peamento (vide t estemunho) . No pedi plano do Nordeste
brasileiro aparecem alguns exemplos de porções de arenitos cretáceos q ue cobriam o "Es-
cudo Brasileiro", e qu e hoje fo ram inteiramen te desgastados p ela erosão, deixando alguma9
chap adas residuais ( testemunh os) , ex.: chapada do Apocli, do Araripe, etc.
CHAPADÃO - t êrmo regional utili zado para uma série de chapa das ou planaltos de su-
perfície 1·egular q ue aparecem nos estados ele i'vlato Grosso (Fig. n° 5G ) e Goiás, princi-
palmente. ( Vide chapada) .
" CHAPEIRÃO" - o mesmo qu e Tecife isolado ( vide ·recife ), isto é, um a ilha produzida
p elo depósito de pólipos.
CHAPÉU D E FERRO - co ncreções superfi ciais de limonita denunciando a existência, em
. profundidade, dum vieira ond e se enco ntram mum is ferrífem s r1ue sofr eram alterações
( piritas, por exemplo ) .
CHARDANGS - o mesm o qu e yanlangs (vide) .
CHARNEIRA parte mais con vexa ele um anti clíneo . ( Vide crista de ant-icNnal ) .
CI-IARRIAGE o mes mo q ue lençol de a1'J'astamento (vide) .
CI-IEBKA - nom e dado no Saara à topografia que se assemelha aos bad-lmuls (vide ) .
No Saara ocidental é onde se encontra um a 1·êcle de corredores formando a chebka mais
característica. Todavia, sua origem parece ter-se reali zado durante um período de es-
coamento no rmal, ocasião em que foram abertos os corredores· ou sulcos. Com a desorga-
nização da drenagem após a degradação. E sta topografi a co nstitui u ma possível prova de
variação climática. Ch ebka, por conseguinte, é a denomina ção dada às superfí cies forte-
mente clissecaclas, no lingu ajar árabe ocidental.
CHERNOZEM - o mes mo q ue t chemoz ion ( vide) .
"CHEVAUCHEMENT" - o mesmo que aca.valamento ( vid e ) . Não s-e eleve confundir o
acavalam ento com o lençol ele a.nastam ento ( ·n appe de charriage ) embora em certos aca-
valamentos o fenôm eno ela carreação seja realizado. Porém, nem. todo acaval amento é acom-
panhado de carreamento.
CHIFRE-DE-BOI - denominação usada p elos garimpeiros p ara pequ enos sei..xos rolado ~
ele siliman ita ou de fibrolita qu e apa recem nas formações diamantíferas. Êstes satélites dos
diam antes constitu em mineralogicam ente um silica to ele alu mínio. Os chifres-de-bo·i. são
comuns nas areias do rio Jeq uitinh onha.
CHISTO - grafia outrora aclotacla por alguns geólogos ( vide xisto ).
" CHÕRO" - denomi nação usad a no Ceará para as p equenas fontes, q ue apa recem, por
vêzes, nos sopés elas chapad as res-iduais, como Ara ripe.
CICLO DAS AGUAS - o mes mo q ue ciclo hidrológico ( vide) .
CICLO D E AGRADAÇÃO - o mesmo que ciclo de sedimentação ou de depósito, corres-
ponde à litogênese de gcólogo9. ( Vide ciclo geológico) .
l I
n .,
>). cic h> ele <' rosn o
I gl iptog& nesc
litogcn csc
-r -r + +
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+ 1- +
+ + ;- + + +
+ + + +
+ ;- + + + +
F i;.:. n .f• 20C - C iclo das :Í g u a~ . - 1 ) Len çol de escoamt• J·.t o s upe rfic ial; 2 ) F il ê tc tlc infiltra<;fio :
3) Cclc ir:Js; 4 ) Neve.
CICLO lll DROL óGICO 011 C ICLO D AS ÁG AS - tem ori gem na c,·a por:u;:'lo. As águ as
da. ch1n as ao ca írem na s11pe rfíc ie d o so lo tomnm os segui ntes d es tinos: u mn p a rte pode
infiltrar-:-t·. 011tra co rre r 'upe rfi cia lm<' ntc. e e ut ra evaporar-se, retorn a ndo i1 a tm os fera
p a ra co nstitui r u m nôvo cicl o ( Fi g. n .0 20C).
CICL O OHOGENÉTICO - co nju nto d e movi mentos qu e levam ao soe rg uim ento d e ca-
d eias d e monta nha s, inte rca la dos com pe ríodos anorogenéticos ( Vid e diastrofism o).
por caus:1 da oncração produzida p lo frete. É interessa nte a sinalur que entre as con. i-
dernções feita · pelo Conselho Naciona l de Ecoonmia ( 1952) , visando ao incremento da
produç·ão d e cimento no país, tendo cm vista a presente distribuição geográfica das fábricas
e o fato de qu e o cald u-io a fl ora 111 condiç-ões fa,·oráveis em diversos stados do interior,
propôs aq uêle ór~ão uma série de m elidas como a insta lação d novas fábricas longe
do litora l. Esta medida visa a h:oralear o preço da matéria-prima tão indispensável ao ciC'-
senvo lvimento elo país.
CI ZA VULCANICA - material sólido c pu lvem lento lançado pelos vulcões por ocaswo
das erupções . Constitui grande perigo para a popu lações que habitam as regiões p róximas
do vulcão, pois causa a morte por asfixia. A granulação d tlsse materia l piroclásti co oscil:1
r ntre 0,25 a 4 mm.
As cinzas caem gera lmente nas úreas próximas do vu lcão, porém, algumas são carre-
gada~ pe los ,·en tos e vão cair a muito · quilómetros elo centro ele origem. 1 o ano ele 512,
cin7as do Vesúvio cníram cm ons tantinopla e Trípoli; em 1875 uma cwpção ocorrida
num vulcão irlandes motivou uma chu va acompanhada de ci nzas vulc<lnicas em Estocolmo,
a cêrca de 1 900 km de dist.l n ia. O exemplo mais conhecido da diss eminação ele cinzas
na atmosfera fo i produzida pe lo vu lcão Cracatoa, em 1883.
ClNElUTO - denominação dad a nos depós itos de cinzas vu lcâni c,1s expe lidas durante um,1
Prupção vu lcânica e qu e ofreram, poslcrionn ente, cimentação.
E~ta denom inação foi dada por Lacroix, em 1906, aos tufos v ulcânicos ( ,·ide) ou
111fiio.
ClR O GLAC L"-RIO - bacia de recepção, isto e, uma gra nde cavid ade, onde a neve se
ncumula.
CíRC LO D E F OGO denominação dada à sen e de vulcões que aparecem ao longo das
70nas continentais, banhadas pelo oceano Pací fico.
que iniciando -se no Cretáceo e prolongou p elo T erciálio. Corresponde à revolu ção oroge-
né•tica alpina, do continE'nte europe u.
ClR C • ' DESN DAÇAO - o mesmo qu e depressão pe1·íJérica ( \'id e).
1
C I 'ALJTAME TO - fratura ção elas rochas onde aparecem abruptos, produ zida p e l o~ es-
fu r~·os tcctônicos.
CLÃSTJCA - nome d ado às rochas sedim entares co mpos tas de fragm entos desagregados.
ou ainda. :"t desagregação produzida pela erosão mecânica ao realizar a desintegração das
rochas. o, sedim entos ass im d sagregados das rocha9 existentes, pod m ser cTassificados
quanto ,1 sua textura qu ando agregados em novas rochas em: macroclástico ou psefitos -
co ng lomerados e criptoclástico ou p elitos - argilito.
D o ponto de vista gran ulom6trico, o sedimentos são c lassificados. segu ndo os diâm e-
trm.. ( \'i ele g ra nulom et ria).
CLl\fATOLOCIA - estudo do climas elo globo . " ltimamentc o estudos de clima têm
s1do de grande utilidade para explicação de cert as formas de relêvo. A ação d os fa tôres
geomorfológico individuais dep nd m de tôdas as relações do clima da paisagem res-
pccti,•a, a cada região climática tem 11m co njunto próprio de fo rm a~. Há presentemente
11 111:1 corrente de estudos fJU l' está dese nvo lvendo ao múximo a geo m orfologia climática.
( ,·id <' ).
CLIVAGEM - consiste no fa to de alg uns minera is se partirem ma is fitcilmente ao longo
d • cert os p la nos . Isto mostra q ue a fôr~·a ele coesão é menor nas dir ções· perpendiculares
a i·>·srs planos . As micas, p or exemp lo, são E1cilmente destacadas em p alhêtas. Os planos
ele t"li,·agem s~o pa ralelos. um ro rpo amorfo a coe ão é a mes ma E' m tôdas as direções
(' portaut o não existe plano de c li vagem.
CLOH ETO DE SóDIO - o mesmo qu e sol de cozi.nlw ou lwlita ( vide), ele grande in te-
H\;se ('co nõmico.
"CL SE" - co rte transversal ao e ixo de um an ticlinal ou às direções de camadas, feito
por 11 m rio (Fig. n. 0 22C ) . O tênno cl.use deve se r reservado prcferenciaL11ente aos co rtes
fe it :>~ pelos rios n o~ eixos das dobras, como os observados na região elo Jura ( França).
COL AR D E FOGO - o mes mo q ue círculo de fo go (vi dr ).
M v
COLUNA GEOLÓGICA ou GEOGRAMA - cons·tituída por terrenos fóss eis que aparece-
ram nas diversas fases da história física da terra. Uma série de princípios é seguida pelos
geólogos para o estabelecimento das colunas geológicas regionais e locais, como: 1 - prin-
cípio da supe1posição das camadas, 2 princípio da sucessão das faun as, 3 - princípio
da correlação dos fóss eis·.
Na tentativa de um conhecimento mais profundo, as consultas feitas a diferentes au-
tores deixam no espírito do iniciante no estudo da geologia históri ca, contrastes <Jne impe-
dem melhor clareza e compreensão.
Para maior clareza no uso da terminologia científica d evemos observar os ~g uintes
fatos: a d esinência ária ou â!'io, óico ou óíca, para designar o gwpo (na escala estrati-
gráfica) ou a em (na escala cronológica): ico para o sistema ou período; i ano para o
anda-r ou idade, ense para a assentada ou fase; prefLxos eo ( páleo ) , m eso e neo, aplicados.
ao nome do sistema ou período c na ordem decresce nte de antiguidade, para as· séries ou
é pocas.
A coluna geológica pode, por conseguintE', ser dividida segundo o crit ério cronológico
ou estratigráfico.
Divi,yão cronológ ica Divisão estratigráfica
Era9 Grupos
Períodos Sistemas
Épocas Séries
Idades Andares
Fas<:: s Assentadas.
Eras Períodos
Ce nozóica o u T crciúri a
I Miuce no
Oligoceno
} NcogL' neo
I Eoceno
Paleocc no
retàc o
} l'a l 'Oi!l' nc •o
~k suzóica o u Secundúria
{ Jurássico
T ri:1ssico
Permiano
Carbonífero
l'al eozúiea o u Primúria I D evoniano
Siluriano
1 Ordovieiano
Cambt·iano
A dumção dessas eras foi muito vari ada , tendo sido a idade d a te rra calculad., cm
litais de 2 bilhões de anos aproximadame nte. J lá, mesmo, os <JU • d;w para a ten a a idade
de .5 bilhões de ano9.
Re:mmindo podemos di zer qu C' a escala estratigráfica ou coluna geológica vAli da p a ra
todo9 os terrenos da superfície do ).( lobo só foi estabelec ida g raças ao pri ncípio d a super-
posiçtio de camadas e aos fósseis.
COLUNA PARADIGl\1A - o mes mo qu e colww geológica (vid e) ou geo grama, a '! " a i
serve de b ase ele co mpa rac;üo pa ra os e tuclos das c:olwws geolcígicas locais.
COLUVIAL (sol o) - Vid solo.
COLúVIO - m a teri al tran&portado de um local para outro, prillcipa lnH.: ntc po r L·feito
da g rav id ade. O material coluvial só a parece no sopé de vertentes ou 111 lu ga re pouco
afas tados de declives qu e Il1 e estão acima. No ma terial dctríti co, pouco g ros. ciro, de um a
ncosta, nem sempre é fácil separarmos a interferência elo ma terial de col úv io, do res idual
ou ainda do aluvial. À vêzes, h á maior predomin â ncia de um d êles, que mas-ca ra com·
pletam e nte os outros.
"COMBE" - vale escavado ao longo do eixo de um an ticlinal. O aprofundam ento co n~
tante elo rio pode ocasionar uma inve rsão de relevo, passando por consegu int e os sinclina is,
a ficar numa altura superior ao antigo a nticlinal. ( Fig . n." 24C e 25C )
COMBRO - denominação regional dada no baixo rio São Francisco aos diqu es margin ais
ou pr<stan as (vide) .
CôMOUO - o m esmo que dttna (vide ).
COMPETÊNCIA DE UM RIO - velocidade ela corrente fluvi al no fundo do leito, que
permite o transporte de detritos, (principalmente no tipo que Gi lbert d enominou de sal-
tation). D e acôrdo com as diversas condições, somente as partículas de detem1inados
diâmetros, são su9Ceptíveis ele ser carregadas pela corrente.
COMPLEXO BASAL - o mesmo que embasamento ou complexo cristalin o (vide).
COMPLEXO BUASILEffiO - denominação dada p elo geólogo norte-americano J. Casper
Branner, em 1917, ao conjunto de rochas anti gas constituidoras do embasamento crista lino
e atribuído ao Arqu eano. (Vide complexo cristalino).
~
(A . d ' Orbigny ). Geralmente os es tudos do complexo brasileiro eram feitos juntamente com
as rochas do Algonq uian o. As rochas elo p eríodo Arqu eano são, para alguns, cris-talinas e
metam órficas. Outros incluem também a existência ele rochas sedimentares como : ca lcários
e graf.itos.
COMPLEXO FUNDA 'J ENTAL - o mesmo qu e complexo brasileiro ou complexo crista-
lin o (vide) .
I
CONCH A LACUSTHE - denominação dada à depressão da crosta terres tre, ocupada corn
as águas de um lago. Trata-se, por cons-eguinte, ela parte qu e perm anece sempre molhada
pelas águ as.
CONCORDÂNCIA (es tratifi cação) - depósito ele ca madas sedim entares p aralelas , indi-
cand o continuida de na sedim entação. É também sinônimo ele confo-rm:idade . O antônimo
de co ncordância d as ca madas é d iscordância.
CONCOllDANTE - Vide estrati ficação.
CO NCREÇÃO - nód ul os qu e se form am graça,; a um a precipitação Cju e se p rocessa em
tôrno ele núcleos, os quais aparecem nos depósitos sedime ntares, a>sim: baritina nas areias,
piritas nas argilas, ca lcári os n_?s mármores, sílex nas margas, ou mesm o as concreções sili-
msas de origem pedológica. Es tes núcleos podem ser: u m min eral, um vegeta l unicelular
ou mes mo um fóssil. Nos calcári os há freqüentemente a form ação de " bonecas de calcário".
As con crc<;õcs são massas de fo rm a usualmente nodul ar ou acentuada mente arredo ndada
ele dim ensões muito variadas, desde pequenos nódulos, até blocos.
A com posição qu ímica e mineralógica das concreções é di ferente ela rocha enca ixante
c apresen ta um a es trut ura concêntri ca, devido ao modo de sua form ação . Assim , as co ncre-
çõe9 podem set· definidas co mo concentrações locais ele certos co mpos tos q uímicos, tais
co mo: os co mpos tos ele ferro , carbonato ele cá lcio, etc. Ê stes co mpos t o~ vão fo rma r grâ-
nulos e, co ncre ões ou nódul os.
CONCHEÇÃ O CALC ÃlUA - peg uenos nód ul os de carbonato ele cá lcio, co mo as bonecas
de calcári o, etc . (Vide concreção ).
CONCREÇÃO SILICOSA - (Vide canc1·eção) .
CONE ALUVIAL - o mes mo q ue cone de dejeçüo (vide) , send o porém esta última de-
signação a m a i ~ usada.
CONE D E DEJEÇÃO depósito ele materi al detrítico que aparece abaixo elo canal de
i escoamento ele uma torrente. Ésses dep ósitos são mais comuns nos p ontos em qu e se vêem
maiores co ntras tes de altitudes relativas, isto é, nas zonas ele piemonte, ou nas encos tas
elas escarpas com as planuras . ( Vide torrente) .
CONE DE DEJEÇÃO LACUSTRE - denomina-se assim aos leq ues de detritos ac umul a do~
f
por uma torrente, em um lago. São verd adeiras águas· selvagens se m bacia ele recepção,
cüjos mellwres exempl os são observados na Itália.
CONE VULCÃNICO - resulta elo acúmulo de materiais expelidos pelos vulcões . São co m·
I postos geralmente de cin zas, lapili, bombas e lavas. O ma teria l acumulado possui um a
estratificação cujo declive es tá em fun ção da topo grafi a do cone no momento da erupção
(Fig. n. 0 24C ). Nos vulcões do Maciço Central F rancês vêe m-se perfeitamente os diveroos
t leitos ele lapili que foram recobertos sucessivamente p or várias erupções . No intervalo
decorrido entre um a e outra há o trabalho realizado pela erosão e tamb ém pela m eteori-
zação, como se pode observar nas diferenças d e colaboração das camad as .
CONFETTI DE TRIVOLI - o mesmo que oolito ( vide ) .
CONFLUÊNCIA - diz-se do local onde dois ou ma is rios se encontram.
CONFORME - o mes-mo q ue concordante. ( Vide estm tificaçüo).
C O~CL O MEH A DO - Sl' i.\t r.; rolad os. agru pados por um ci 11wnto, fo rn rando 11111 depósitc
consolidado . A nat ureza do cim ento p ode ser mu ito va ri <tda : Ferru gi nosa, caldt ria, silicosa,
<~r(Ti l o '<l. etc. O s l'o nglomc rados são geralmente formados de rockts mu ito h c tc rogê n ea~
' ' ' ( F ig . n .0 2.'5C) . Pode-se
ain da def ini r os con -
glomcrados como ro-
chas clús ticas enalo-
bando material h~te
rogcnco, rola do , com
d iànt ctro superi or a
~ mm , c aglut inado p or
um cimento. Os conglo-
merados são encontra-
dos· co m ma is fr eq üên-
cia próxin1o às áreas
litodneas e na m ar gem
•
elos ri os . Constitu em
p rova elo abaixamento
do ní vel do m ar, ou os
a fund am entos de ri o.
Os conglomerados são
também denominados
poucling ou pudim . É
F it!. n. 0 25C - Alg nm as vêzes ce r tas a ltera ções d e roch as nws t ra m a preciso, no entanto, sa-
va r ia <·ii o el o cl im a n o te m po ge o lógico . N a B re tanh a ( França ), por e xe m -
plo , h :'• o ··pu udi n g'~ d e Saint Lo muito du ro, o n d e o c ime nto é fe rru -
li entar q u e atu alme ntc
g in oso t ' a a ltera ção é o t ip o l atcr ítico, o q ue prova a e xis tê n cia d e se engloba de modo
u m d i 111a t ro pi cal. Es tes blo cos fo ram d esagre g ados da fa lésia do ca bo genéri co d entro da ele-
Earpy.
(Fo to d o autor) nominação conglome-
2
(50 700 000 km')
África
( 29 200 000 km') l Velho
Continente l Hemisfério Oriental
87 500 000 km'
=63% da terra emersa
3
4
Austrália
(7 600 000 km')
Norte-Americano
} Novís~imo
Continente \
5 Sul-Americano
( 17 600 000 km')l
( 20 000 000 km' ) Nôvo Nôvo
Continent~ Mundo
l Hemisfério Ocidental
51 600 000 km'
=27% das terras emersas
6 Antártida
( 14 000 000 km') 1
Quanto à distribui ção geográfica das terras e dos mares devemos destacar qu e as
massas continentais p erfazem 139 000 100 km' ou seja 29%, enqu anto as bacias oceànicas,
371 000 000 km', ou seja 71%.
Outro fato a ass inalar é a distribui ção geográfica des igual das massas co ntinentais,
assim no hemisfério norte, há mais terras - 40,4% de terras e 56,6% de águas - sendo
chamado hemisfério contin ental, enq uanto no hemisfério su l, há poucas terras emers·as,
tendo os continentes a form a afunilada - 14,4% de terras e 85,6% de águas. É o hemisféric;
oceânico ou marít imo, cujo pólo se situa numa das ilhas chamadas Antípodas, a sudeste
da ova Zelândia , no Pacífico Sul, enquanto o pólo do hemisfério continental fi ca na
cidade de Nantes, na França. .
O exame de uma carta geográfica mostra claramente a concentração de terras· no
~emisfério_ norte, e a termina ção para o sul, em fonna afunilada das terras ela América .
Africa e Asia. H á grande con b·as te entre as duas áreas palm es, pois, ao norte tem -se um a
&rande depres-são, ocupada pelo oceano ou mar Glacial Ártico e ao sul um grande bloco
de terra coberto totallr.ente p elas geleiras, que constitui o co ntinente Antártico .
D o ponto de vista geográfico destaca-se a existência en tre o co ntin ente am ericano do
norte e do sul, de semelhanças e contrastes; entre as primeiras citam-se a configuração
geográfica, a estrutura , e o relêvo, bem como a população, qu e foi ini cialmente constituída
pe lo indígena, o negro africano e o colono europeu ; entre os con trastes tem-se a situação
geográfi ca (um no hemisfério norte c outro no hemisfério su I) , o que d etennina outras
diferenças.
Quanto ao co ntin ente denominado Oceânia nada mais é qu e um aglomerado de ilhas,
um as ma iores outras menores, existente" no oceano Pacífico, cujas á<ruas as separam el a ~
terras ameri caeas e asiáticas, enquanto o ocea no Glacial Antártico, (~) das terra s polares
do sul. A maior dessas ilhas, qu e cons·titui o continente propriamente dito, é a Austrália.
Seu traço característi co do ponto de vista geomorfológico são extensos planaltos de baixa
altitude e pequenas planícies. Sua parte central é formada por um grand e deserto. (Vide
olti.m etria) .
A Antártida ou contin ente Antártico situado no pólo Sul é inteiramente cob erto por
geleira&, não possui vegetação, não sendo possível a viela humana em caráter permanente
nessas 1egiões, onde apenas vivem pingüins e alguns cetáceos.
Os continentes s·iío também considerados, em partes do mundo a saber:
Asia , América, África, Europa, Oceânia e Antártida .
A Europa, a Ásia e a África são também consid erad as como conti.n ente tríplice e
contém 2/3 da superfí cie terrestre elo globo e 1/6 ela ~ua superfície total. A abertura do
canal de Suez fêz com qu e os geógrafos considerassem a África como um continente se-
parado do euro-as iático. O valor de tais considerações é muito li mitado, no que diz respei to
à geomorfologia.
D o ponto ele vista da extensão, devemos res~altar qu e a Asia é a maior elas partes
do mundo, ou dos continentes, como também se considera, e igua lmente o qu e concentra
f AlÍ StA
VIVA
, ------:..---------..----
..
/ , ,,,.
....:: _______ _
I MOITA
l'lATArORM.A UJOIIÂNEA
Fig . n. o 28C Costa alt a dn tipo fall·sia <' a din:lmica d o mar trabalhand o êstc ti po d e litoral.
COSTA ARTICULADA - aqu ela qu e poss ui um bom n úm ero de inclentações, isto é, ele
golfos, enseadas e b :IÍas , isto é, um litora l muito re(;Q rtaclo qu e permite gera lmente a fá cil
a n C'o ra~e 1n dos. n av ios.
COSTA BAl . ' A - é· o oposto de costa alta ( vi de) ca racteri zada por a present ar fo rm as
sua ves s<• t 1 gra ndes des nivelamentos relati vos .
COSTA CONCOUD ANTE - di z-se do litoral q ue segue paralel.tmcn tc a direçfto geral das
eleva ·õcs do terreno ( tipo pacífico). Como exemplo, pod emos citcll', o litoral meridion al
do Bras il.
COSTA DE ABRASÃO aqu ela qu aprcs·e nta um li to ra l csc•trpado, onde a abrasão
m arinh a ú ativa.
COSTA DE EMEUSÃO - aq uela cujos terrenos da faixa costeira, ou melhor, junto à borda
do ma r, se acha m a diferentes altitudes em re lação ao nível atual do ma r.
Vúrias teori as procuram ex plicar as razões de ser el es a osci lação : eustatismo, epirogc-
n ismo c m ais rece ntemente, s·urgiu a teoria ela fl exura co ntin ental, do Prof. Jacqu es
Bourca rt.
COSTA DE IMERS ÃO - aq uela cuja oscilação entre o níve l el as terras e elas úguas ll O
decorrer ela históri a fí ska do globo terr;iqu eo, teve como conseqü ência a in vasão das terra
pelas úguas elo ocea no.
COSTA DE SUBM.EUSÃO - o mesmo qu e costa de im ersiío (vide) .
COSTA DISCORDANTE - cli z-s·e elos li torais cuja clircçiío ú transversal à lioha ge ra l ela
estrutur;t, ou melhor, elos alinham entos montanh osos ( ti po atlúnti co ) .
COSTA ESCARPADA ou alcantilad a. - diz-se elo litoral onde aparece m ab ruptos mais ou
menos fo1tes. na zona costeira. Es tas denomin ações, são usadas para descrever a pa i sa~e m
f h a invocando apenas os caracteres topográficos. (Fig . n ° 28C ) . Algun s litorais assim
descritos co rrespondem a fa lésias (vide) .
COSTA LEVANTADA - o mesmo qu e costa de e me rsão ( ,·ide) .
lli C' IO 'i .-\HJO CEOLÓC l C O-CEOlvf Oil FOL ÓC.ICO 107
Fig. n .o 29 - A esca qJa ela "serra" do i\'h u·, e n'l An gra dos Reis, l- gcomnrfo iOg icu nwntc um a típ ica
csctrrpa de bloco fa 1h ado. O paredüo nbrup l·o co nstitu i u n1 impressiona nte ncicl c ntc no l ongo d<a costa,
desdo o estu do elo H.ío de Jnnciro alé anta atal'ina. ntura tme ntc, om c1a se nfnsl'a ruais d a lin.ha
de costa, ora se aproxima; mas, un"'U vez ga lgada a escarpa, o tôpo é de nrnn extensa superfície de
ap lain:lrne nto ond e v:lrios ciclos de ero 5o deixa ram suas marcas. A estas velhas supe rf-íc ies cleformaclns
por e pirogêncse, pod e ~ sc dar o nome de pa lcopluinos (vide).
(F utu Tihor j nblonsky do CKG )
"CO T lR " - tenno u ado em Portugal como tradução do termo fran cê côte e do
espanhol cue ta ( ide).
" O TÃO" - denominação r giona l u ada no litoral pauli ta, para o porõe da serra
d Mar, qu p netram na clir ão do oc ano, dando apar cim nto a fa lé ias. É por con-
gu int um tr cho de co ta abrupto inabordável.
n i ClOK .~ HlO C:EO I .Úr. l r.o- < : EO~ I OH FOLÓC LCO 109
Fi g:. n .0 30C Crate ra ucg w"lé " do Puy ele la Vache , no ~·f aciço Central Francês, na qual
se observa a inl'xistê nc ia d e uma elas part es do cone vul cânico.
(Foto do aut o r 1
Sa língua portu gu esa, usamos as duas expressões, indistintam ente. Quanto ao topuni mo
ing lcs creep, o Prof. V. Lcuzinger aportuguesou-o para crip e.
CH.ESCENTES DE PRAIA (c 10issants de plage) - trata-se de sen cs paralelas nas praias,
de alvéo los semicirculares ou tnangulm es, ligados, por vêzes, pelos seus lados .
CRET ÃCEO - período mai~ recente do Mesozóico, tendo durado cêrca de 80 m ilhões de
a nos. Compreende os terrenos situados en tre o Jurássi co e os da base da era Cenozóica .
O termo Cretáceo (vem de creta q ue no latim significa gi;::;) foi dado a ês te período por
causa dos depósitos de greda branca (giz) nêle encontrados. Hoje é sabido q ue a grcda
n ~to aparece em todo o período, restringindo-se apenas ao Cretáceo Superior.
A d csig n a ~·iio crctácea foi originàriam ente adotada por d ' Halloy, cm 1882, para os cal-
cários do su l da Inglaterra.
A vida no Cretáceo é caracterizada no domínio da flora, pelo desenvo lvimento das an -
giospermas - di cotikdà ncas e monocotiledôneas. Verifi ca-se o aparecimento no Cretúceo
Inferior das p ri meiras plantas com flôres. O desenvolvimento das cicadácea9 foi tão grande
nes;;e p eríodo qu e a era ~·l ezozóica é também denominada idade das cicadáceas.
No domínio da faun a, há grande desenvolvimento de foram iníferos, que deram ori gem
it greda branca e esverdeada (por causa da glauconita). Entre os mo luscos cefa lópodes há
as amonitas de tamanho gigantesco e alguns desenrolados como os baculites. Durante a
última etapa dêsse período os· peixes modernos , os teleosteos (arenques, bacalhau, salmões),
principi aram a substituir as fom1as mais anti gas do ti po com escamas ósseas.
Os répteis ti veram grande desenvolvimento, porém, não são tão importan tes como o~
do Jurássico. Entre os terrestres há o I guanodons e entre os marinho9 o Elasmosaurus. No
Cretúceo Superior se dú a extinção elos grandes répteis. O clima do Cretáceo já apresenta
zonas cli máticas mais definidas que no Jurássico, pois, já hit uma certa diferenciação na
f:wn a e flora .
A paleogeografia dos terrenos cretáceos demonslTa a existência de dois b locos con ti-
nentais no hemisfério norte : o continente Atlântico Norte reunindo as· Terras Algonqu iana
o Escandinava e o Sino-Siber-iano, co nstituído pelo co11linente de A ngara ( vide ) que se
d ese nvolveu no sentido meridional.
esse período há, por co nseg ui nte, grande geoss inclinais 0 11 fossas, marinhas, qu e es-
tabeleciam franca comunicação ·ntre os mares. Nos loca is dêss s geoss inclil-·ai9 ergue-
ram-se no decorrer do T erci[trio as gra nd es cadeias ele mon tan ha" res ult antes elos movimc1 tos
a lpinos, omu: Aneles, Alpes, Pircncus, Apeninos, Cárpatos, Him a la ia, At ia, etc. 01os Esta-
dns niclos ocorreu durante o rctácco a revolução luramicleana que leva ntou as mon-
tanhas Ro chosas no oes te elo continente, c também os planalto ele Arizona e Utah.
F oi nesse período que começou o leva ntamento elos Anele co m grande ativiclacle
vulc:lni a, prosseguindo pelo Tcrci;'trio, quando se deu, então, a gra nd e eme rsão ela cordilheira
dos Andes.
Os t rrcnos elo Crctúc.:co, r __
oco rrem cm vastos cha paclõ ·
do Brasil en tra i c cm p<'<]UC-
nos trechos na zona litonlnca.
~ l cs perfazem um total de
686 115 km" ou seja 8,6% elo
território brasileiro.
Os aspecto!; topogrMi eos c
mo rfo lógicos de ses depósitos
sfw caracterizados no!; pla-
naltos chamados, gera lmente,
chapadas ou chapadõe , no
interior, ( Centro-Oeste) e ele
tabuleiro9, no l'itoral. Emprc-
<Ta-sc também esta últim a deno-
·~,inação ( tabu leiros ) para as
forma ções terciárias ( Figs. ns .
.'31 , 32 e 33C).
"CREV ASSE" - fratur as na ca-
lllada d e um a geleira.
CRlPE - vide creep.
CRIPTOD EPRESSÃO de-
presstio relativa, i to é, úrea de-
primida, situada acima do nível
do ma r e co berta de água.
CRIPTOZóiCA (era) - nome
dado por alguns geólogos nor-
le-anlcrican os ~t era prin1itjva e
qu e significa ··vida escondida".
CRISTA - inte rs-ecção elo pla-
no das vertentes - constitui o
oposto do talvegue. A crista é
co nstih1 ída por uma .h nha ele-
terminada p elos pontos mais
altos, a partir da qu al diver-
ge m os dois d ediYes das ver-
tentes .
A linha de crista - em bo-
Fig . ns. 3 1C e 32C - D oi · aspec tos d o arenito cretáceo no
ra reunindo os pontos mai ~ ele- es tado de Pernam bu co, na serra de Tacaratu. Na segunda temos
Yado duma cadeia ele erras um aspecto parcial dê se arenito, no qua l vemos a existê ncia
não d ve ser tomada sem pre de uma es tratificação e ntrecru zada . Os vacíto los ClU C aparecem
como linha divisória ele águas. nas paredes vertificais d êsse are nito siio dev idos à dissoluç-:lo
do c ime nto .
E la apenas poderá er consi-- (Fo to Alfredo J. P. D omingues)
CRlSTA D E DOBRA - fonna de relêvo dada pela ju nção elos pontos ma i ~ el evado~ de
um an ti clíneo, d efinid a, porém, por um a mes ma camada ao longo do eixo.
CRlSTA MONOCLI~AL - di z-se das cristas que surgem fr eqüentement e em estruturas
inclinadas, poss uind o vertentes ass imétri cas, isto é, esca rpa abrupta, o qu e contari a o mer-
gulho das ca mad as e encosta suave a q ue coincide como a inclinaç·ão dos estratos.
CRISTA PINACULAR - diz-se da cadeia ..d e crista fo rm ada por um alinhamen to de pi-
-náculos ( vid e) .
CRISTAL - CO I]JO definido por formas geo m é trica~, li mitado por faces planas e ares tas
retilín eas.
CRISTAL-DE-ROCHA - denominação dada ao quartzo (vide) cri stalizado . Trata-se de ,
bióxido ele silício (S i O') . O cristal ele rocha natural é empregado em instrumentos d e óptica
Crosta terrest re
1 Zona basáltica .. 40 3,2
2 - Zona granít ica . . 20 2,8
A natureza elo núcleo é mal co nh ecida: "ignorância do es tado do núcleo e do g1·ão que
constitu em um m eio esp ecial" . A densidad e cresce da p eriferia p ara o centro, de 8 a 12,3
II - Manto
2 900 k m { composto de ma terial ultrabúsico como o pcridotito
Densidade 5
{i
Zona basáltica (Sim a)
III - C rosta
Zo na u·ranítica ( Sial)
+ 60 km Zona detrítica
'
Pa ra M. D erru au "a esp ess ura total das duas zonas da crosta terres tre varia de um
ponto a outro ( Zona Granítica e Zona Basáltica). No conjunto elas são maiores sob as
regiões montanhosas, que nas planícies ou nos. oceanos. Sob o Pacífico, p arece que a cros ta
está m es mo ausente . Quanto à espessura relativa da camada b asáltica e da camada gra-
nítica, ela varia muito. A superfície interna que as sep ara é extremamente irregular.
O m esmo acontece com a superfície da zo na granítica e da zona detrítica. Precis
tle Geom mphologie (pág. 24)
Segundo Djalm a Guimarães a es trutura da terra pode ser expres·sa por 3 envoltórios;
Constituído de uma liga de ferro, contendo elevado teor de'
níqu el e p equena porcentagem de outros elementos ( di âmetro
a) Núcleo-
( do núcleo 6 942 km - espessura 3 47 1 km - densidade está
entre 10 e 11 )
Cons titu ído de rochas densas de co mposição b asáltica - es tado
plástico - espessura 2 880 km - densidade 4
b) En ooltório
m édio f O envoltório médio, ou melhor, a camada de p lasticidade maior
estari a segundo cálculos do geof ísico Vv. Schweydar a 120 km
( simáti co )
l abaixo da supetfície.
Barrel cha mou a parte inferior à ldosfe·ra de aste nosfera
Cons tituíd a de rochas menos densas, tais como granitos, gna ísges
c) Crosta e:rtem a e rochas sedimentares. Ês te envoltório está ac ima ela de9con tí-
( envoltório J nuidade de Mohorovicic
granítico)
( sial )
l - esp essura de 10 a 30 km
- densidade 2,8
2 E nvoltório
médio { entre as duas descontinuidades
A crosta da
T erra { desde a des·con tinuidade de Mohorovicic
( 30 a 50 km ) até à superfície
CHOSTA DE ALTEHAÇÃO - camada ele espessura variável, qu e adqu ire càr diferente
da rocha ori ginária, ao se decom por. Nas regiões tropicais úmidas, a crosta ele alteração
das rocha s co tuma da r ori gem a um produto de coloração alara njada, ou mesmo averm e-
lllada, is-to é, as a·rgilas lateríticas (vide ).
CUESTA - for ma ele rclêvo dissim étri co constituíd a por um a suces·são altern ada elas ca ma-
das com d iferentes res istênc ia ao desgaste e q ue se inclinam nu ma clireção, form ando um
Flg. n. 0 35C Estrut ura concorclantc inclinada - ucuesla " - na q ua l há alternância de camad as
duras e tenras. As camadas tenras são mais Hlciln1ente a tacadas e des tru ídas pela erosão.
Diferença de ní vel
Decl ive X 100 %
Distância hori zontal
E xe mpl o : 300 - 200 100 m ( diferença de nh·el )
100
X 100 33%
300
C urvas de n ível m uito a fastadas - d eclive fraco; curvas cerradas - d ecli ve forte; cm vas
wgularmcnte es paçadas - d eclive co nsl.ante, curvas irregulares c~pa ~· a cl a s - d ecl ive ·ix lriável .
DECOMPOSIÇÃO ALíTICA - sistema de alteração elas rochas em que oco rre a dissolu ção,
pri ncipalmente da síli ca. ( Vide a lítico ) .
DECOMPOSIÇAO SIALíTICA - sistema erosivo, fo ra elo mun do tropica l, onde a s·ílica e
a a ln mi na não s:to di ssolvidas . ( Vide sialíti.co ) .
DECOMPOSTA ( roch a) -aquela na q ual os elementos primitivos fora m alterados por p ro-
cessos q uímicos . As al tera çõe~ de rochas são 1·ealizadas ma is fàcilmen te nos cli mas quentes
e ú mi dos, onde a hidratação é maior. O trabalho ele decomposição química embora seja
teorica mente sep arado da desagregação m ecânica, na natureza os do is se realizam simultâ-
neamente, d ando co mo res ultado final a rocha alte·r ada ou cleco mJJOsta . A zona de alteração
é gera lmente ob servada na superfí cie exterior pelo fato ele a m esma estar em d ependência
clireta elas ações dos agentes ele erosão ( exógenos ) (fig. n .0 1D ) .
DEFLAÇÃO - trabalho executado pelo vento sôbre a superfí cie das rochas, carregando
os d etritos desagregados pela erosão mecâni ca. Vúri o9 au tores empregam ês te tênn o, proposto
por i\f. ' Va ltt>r. co mo sinônimo ele corrasiio (vide) .
lloje a palavra delta pos5ui não só um conceito geomorfológico, mas também ~en é ti co,
i ~·toé, depósitos sedimentares que aparecem no local d e certos desaguam entos ele rios.
Quanto à po ição os deltas podem ser : co ntinentais e marítimos ou oceâ nicos.
PodC'mos ci tar vários exem plos·: o delta do Volga, rio C]Ue nascendo no plana lto de
Va ld ai, cami nh a na d ire~·ão elo sul e el e sud este para se lan <;a r no mar CC1spio, através
de mais de 70 bocas; o de lta elo Dan í1bio, co nstituindo três bôcas principais·, qu e se loca-
li zam no noroeste elo mar Nc~ro; o de lta elo Mississipi , no ~ô lfo do 'léxico; o delta elo
angcs, ( no ~ô lfo de Ben(ia la ) f)Llt' é o lllaior elo mu ndo; o dC' lta do rio Paraíba do Sul ,
o delta elo Parnaí ba, ele.
D LTA CO TI E TAL - d e nomina~·ão usad2 para os clcpós·itos a lu\'iais cm forma de
I qu e qu e aparc::ccm na foz dC' ri os que desembocam nu m lago .
D ELTA DIGIT ADO - di'l-St' ela foz ele certos rios, co mo o Missis-s ipi , no gôlfo do ~l i-xicn.
qu ~ apresen ta uma série de ilhas a lm·iais separadas por canais naturaiS> divergentes nt>
>t·nticlo de ju ~aule.
D ELTA 1ARÍTii\IO O OCEÂ ICO -
forma de lequ e qu e aparece na foz dos
rios qu desemboca m diretamente nos
....... ·
·····
.....
, ..
ocea nos ou cm mares e, consti tuído ele-
····· depósitos alu viona is ou fluvi omarinh os .
Êsse mater ia l de tríti ca tem ex tensões va-
.:P,·"
··....
ri áveis, conforme o poder de transportt'
·· · do rio.
.::::;;:;:: DELTA OCEÂNICO - o mesmo que
·•""<'".
······
....
····· delta mMítimo (vide) .
::-:<-:-: <<· ·.:::::::~: " DEMOISELLE" - o mesmo que pirâ-
mide d e fada (vide), piràmicle de term
0
Fig. n. 3D ou cham iné e ncastelada. (Fig. n° 3D ).
lllr iO:-I..\11 10 C' I•: OI.ÓGJ CO -GEO;-. JOIIFOI .ÓC !CO 12-'3
dque.\sties feclwda;. cst.rncln a nri~t·m da., 111e~mas ligadas ath fenõmcnos de cris talização do
'":•gma , t' nãc; ao da di~solu~·üo dos minerais que formam a rocha.
Sintcti;.-ancln ,-amos aprest•ntar um t·nsaio de ebss ifica ~;ão de depressões, quanto it
origem , do ProL Jo é A. P. Domingut'', con1 algumas pequ enas modificações por nós in-
t rndu?ida':
.I ) Depressões originada, por simples deslocam entos locais ele terreno:
a) De"iclo it larga clcfnrm:l(;fto ele natureza sincli nn l, podendo nelas formar- se
ontras ck pr ess\íc~ Ex.: /\ lar C:tsp io, Mar de Ara i;
h ) Abaixamento dum fragn1 cnto da crosta terres tre dt>vido ;\ um sistema ele fra -
turas. Ex.: s~·ric elos grandes lagos africanos;
c) Depressões dcvidas a um bombeamento:
d) Por falhas no eas<> de um deslocamen to horizontal.
2) D C'prcssões formadas por remoção elo material da 'U J>t'rfíeic:
a) Por escavamC'nto ao l on~o duma calha fluvial;
h ) Por dissolu ção da rocha, podendo esta dissolução ser sn pcrficial ou suhtcrrànea.
Pode h:ti'L'r mesmo a fonna~· ão ele clepre são de\'iclo a um de!Yabamento após
a dissoluçüo do terreno snhjacc ntc. Forma~·ão de panelas de decomposição
e caC'imbas:
l por ação do intenlpcri smo ;
2 - por a~·ãn b inlúg ica:
:3 - por a~·flo eó li :t dt·,·ido it dcfht<;ão ( c;\SO do dcst •rto do 1amib );
c) Depressão s11hse'l iit·n te t' tl c c ircllndcsnucla ~·iío 1wrifé•riea ;
d) Dei' ido a a~·õt• s )Wriglaci:tr ias· 011 glaciárias.
Fi).!. n. 0 (jiJ ·- No "ertâv norcl<'!otlino 'ur)!t'm. pnr vê7~s, algun~ Jajl'dõcs. l' l11 c uja superfídt· p 'l de- lit~
ver dl')JTl'.')SÕcs ft·chadas. dc tamanho c lnrma o; variadas. f.<: imp o rl :lnh• d(•sta car que tais d e pressões
ocorrem t•m ro<: h a~ du e mhao;anll'nto cris talin o do Nordeste brasileiro.
(Foto Tibor j nhl onsky do C:\'G)
......
3) D e pressões formada s por barrage ns :
a) Barragem devid a a urn des moroname nto ;
b ) Ba rragem de um rio por materi al trazid o por um aflu e nte, fo rm a ndo-s e um
cone de dejeção sôbre o rio principal;
c) Barrage m dum va le por dun as;
d ) Ba rragem por um cordão litorâ neo;
e) Barragem por um diqu e m argin al;
f) Barragem devido ao abandono de meandros;
g) Ba rragem form ad a por um a more na;
h ) Barragem fo rm ada por ações g laciá rias e p eri g laciár ias:
i ) Barragem formad a por um de rrame de J ava~;
j ) Autob a rragens por cursos d 'água ;
I ) Ba n agens forma das por ação elos animuis (castores ).
4) Casos especiais:
a) De pressão elas c ra tera s vulcâni cas;
b ) D e pressão cau sada por qu eda ele m e teor itos;
c) D e pressão formada dev ida à topog ra fi a plana e a ac;ão con juntn de vár ios
ou tros fatôres;
cl ) Ação hum a na .
DEPRESSÃO ABSOLUTA - área sit11 ada abai xo elo ní ve l dos mares . Vid e depressüo.
DEPHESSÃO DE AFUNDAMENTO - o mes mo qu e bacia de afundame nto tec tônico (v ide).
DEPRESSÃO DE FHENTE DE CUESTA - á rea deprimida, em fun ção ela e rosão na es-
carpa de natureza ~e clim enta r, porém, cl f' estrutura in clin ada. O mes mo qu e de pressrl o
subseqiiente (vide dep-ressão ).
DEPHESSÃO FECHADA - denominação genen ca p a ra todo tipo ele área de primida, po-
rém , sem saída a parente para as águas. Uma dolina (vide) é uma depressão fechada n o~
terrenos ele natureza calcári a. As depressões fechadas tamb ém a parecem e m terrenos de
naturezas cri s-talina ou cri stalofili a na, co mo exemplo podemos cita r as qu e existem nas
rochas Dré-ca mhri anas do sertão nordes tino. T a mbé m no m ac iço sieníti co ela se rra elo
Ita ti aia -h ,1 várias p equ enas depressões fech adas. Em rochas s·eclim entares onde existe m a-
terial el e natureza calcá ria a dissolu ção do carbonato de cálcio dá fr eqü ente mente o a pa re-
cim ento a d epressões, co mo doUnas ( vide), 1wala e mesm o os JIOlié, c uja form;1 é a longada .
( vide depressão ).
DEPRESSÃO LONGITUDINAL - correspo nde a um va le, is·to é, uma úrea m ais b aixa
e m relação ao relêvo contíguo, com a form a alongada, porém, es treita . É o opos to a uma
de pressão e m form a ele b acia. ( Vid e depmssüo) .
DEPRESSÃO PERIFÉRICA - o m es mo qu e á rcundesn udaçüo á rea deprimida qu e
aparece na zona ele canta ta e ntre terre nos sedim enta res e o e mbasa me nto c ri stalino. A
depressão p eriféri ca te m a form a alongada.
Examina ndo -se a naturez; elo m aterial, de um lado e el e outro ela cle press·ão , ve rifi ca-se
r1ue um é constituído pnr roc has cri stalin as ou metam órfi cas e outro por cam adas sedim e n-
tares, cuja clireçiio e mergulh o podem ser de terminados.
DEPRESSAO RELA TIVA - vide depressão.
>< X X x X
DESCAMAÇÃO - formação de cascas ou escamas sôbrc uma rocha, produzida pela erosão
elementar. O mesmo que esfoliaçíio térmiw (vide).
DESGASTE (de rochas) - o mesmo que ablaçíio (vide), isto é, trabalho gliptogenético
realizado p elos· agentes exógenos.
DESERTO - região natural caracteri zada pela pequena precipitação ele chuva muito irre-
gular. Nas regiões desérticas quente~ temos formas ele relêvo e alterações de rochas espe-
cíficas como: os ergs, hamadas, 1·egs, rios cuja rêde hidrográfica não tem hierarquização,
dreikanter, verniz do deserto, grande intensid~1de da de~agregação mecânica, dunas, etc.
Do ponto d e vista da distribuição geográfica dos grandes desertos, observa-se que êstes
formam uma faixa no hemisfério norte e outra no hemisfério sul. No primeiro caso, isto é,
deserto9 do hemisfério norte temos: Saara, Arábia, sul do Irã, Turquestüo, Mongólia, sul
dos Estados Unidos e norte elo .México. No segundo caso, isto é, aesertos do hemisflfrio
sul temos: Ausb·ália Central, extremo sul da ilha de Maclagú~car, Kalaari (sul ela África)
e Atacam a (Chile).
A parte da geornorfologia que estuda as formas de relevo cless·as regiões recebe o nome
de geomorfologia das regioes áridas quentes.
DESERTO DE AREIA - aquêle onde aparece um grande manto de areia, e por motivos
de ordem climática não existe pràticarnente vida. Quanto aos agrupamentos humanos, apa-
DESERTO DE PEDRA OU HA.MADA - aqu êle cuja superfície é form ada quase exc lusi-
vament e por grandes afloramentos rochosos, ou como s-e diz vulgarmente de pedra.
DESFILADEIRO - passagem ape1ta da, porémÉ, mais larga qu e as gargantas entre contra-
fort es de um a se rra ou cadeia de montanhas. célebre na história universal o desfiladeiro
das T ermóp ilas na Grécia, por c au ~a da res istência imposta pelo espartano Leônidas, que
co nseg uiu defender a península helênica da in vas ão tentada p elos persas . Assim o desfila-
df' iro é um a pa s~age m abe rta na linha d e cum eada de um a serra, permitindo a pa9sagem
ele um para outro vale.
DESINTEGRAç.~o DA ROCHA - processo p elo qual as rochas são enfraq uecidas em
suas resistências aos diferentes agente9 erosivos, sendo co nsec1üentemente mais fàcilm ente
escavadas .
DESINTEGRAÇÃO GRANULAR - di z-se d a desagregação do9 minerais qu e compõem
as rochas; grão a grão. A predomin ância ela desagregação gra nular ou d a decomposição,
argilosa, depend e de fatôres múltiplos. os climas quentes e úmid06, a decomposição
quími ca mais rápida conduz ao têrm o fin al de alteração - produção de argi la. Nos climas
:írid o9 e semi-áriclos há um a predomin â ncia da desintegração granular elas rochas co m a
forma ção ele fragm entos e grânulos .
DESLIZE CONTINENTAL - o nw s1no qu e translaçlio co ntienntal (vide) ou teori a de
\ Vegcncr.
DES IORONAMENTO - vide al)alanclw.
DESNIVELAMENTO RELATIVO DO HELÊVO - o mesmo qu e am.plitu.de m lat iva do
relêvo ( vide) .
DESNUDAÇÃO - o mes mo qu e denudaçlio (vide) .
DESPENHADEIRO - diz-se das elevações cuj as encostas são muito abruptas . É um
têrmo usado nas descri ções da paisagem fí sica movim entada, como sinônimo de encostas
alca ntilnd as, abruptas, etc.
DESPLACA.MENTO - o m esmo que es foliação (vide) - forma ção de lâminas ele rochas
as qu ais são desagregadas e deixando a marca ou cicatriz no corpo da rocha primitiva. Não
se deve confundir o despla.cam ento com a desca.maçüo ou desa.grega.çlio co·rtical (vide )
qu e é uma ação mecànica d evida, no entanto, a uma ação quími ca q ue é a hidmtaçã.o, ao
passo 4ue a esfoliaçüo ou desplacam ento é puramente mecànica.
DESSECADA - área cuja drenagem foi regulari zada, ou cuja su perfície freáti ca foi rebai-
xada. Não se eleve confundir regilin dessecada, com mgirio dissecada. E sta úIti ma di z resp eito
ao intenso traba lho dos agentes erosivoN.
DESSOLOAGEM - com preende-se como a remoção da camada superfi cial de solo a·rável
ou solo superfi cial realizada pela erosão. A dessoloagem nas regiões de clima tropica l úmido
é sensivelmente acentuada, nas áreas 9ubm etidas à prática de agricultura itineran te.
A remoção lenta da camad a humosa é feita na mai ori a dos casos sem causar a mes ma
sensação elo qu e o esbarrancamento ou voçorocagem.
A clessoloage m por conseguinte é &inônimo de erosão do solo propriamente dito.
DETRíTICA ( rocha) - aqu ela formada com os fra gmentos ou detritos prove ni entes da
destruição ele outras rochas . (Vide detri.tos) .
DETRíTICO (depósito ) - vide detritos.
DETRITOS - sedimentos ou fr agmentos d esagregado~ de um a rocha. Êsse materi al des-
tacado ela rocha i.n situ é geralmente sus·ceptível de transporte, indo co nstituir os depó-
sitos sedim entares. Algumas vêzes os detrit09 são reunidos por um cimento constituindo
as ·rochas detríti cas ou depósitos detríticas, geralm ente compostos ele material muito hete-
rogênf'o. ·
('""""" ,.:.'"~
constituido de ma terial gr osse iro trazido pelo rio durante a enchen te
FiJ.!, n. 0 llD
Jó'ig, n.o 130 - Na serra do l\llar é frcctüentc o di.sseca~nento do relêvo, por causa da ruptura do
equilíbrio morfoclim:í.tico, tendo em vista a destruil·ão maciça da pujunle florest a da fachada atlântica. -
J a foto fixamos un1 trecho da paisagem do vale do Paraíba, vendo~se tantbént a Usina Fontes, pr6x:into
a Barra rio Pirai, no estado rio Rio de Janeiro.
(Foto Tihor Jahlonsky do CNG)
de água9 não é semfxe constitu ído por e levadas cristas. Como exemplo, podemos citar,
alguns divisores do P analto Central do Brasil , CJUe são suaves convexidades, muitas vêzes,
imperceptíveis, e que servem de separadores de águas pluviais. (Fig. n .0 l4D)
No nmp a geológico do Bras il, pode-se marcar os divisores de águas, e observa-se que
as grandes bacias hidrográficas têm se us coletorcs ma is importantes correndo na calha
aluvial. Como exemplo citarí.tmos o caso da11 bacias: amazônica, platina e são-franciscana.
Os divisores de águas na esca la ele 1/ 5 000 000 ultrapass·a m, por vêzcs, as abas da
bacias sedim enta res, locali za ndo-se em terrenos de outras idades·. Não há coincidência entre
os divisores de ,iguas e as partes terminais das bacias sedimentare5. A título de exempb
indicaríamos o cas<J dos diferentes trechos do divisor de águas da bacia Amazônica, com-
preend elldo terre nos, cuja idade va i desde o Arqueano até o H oloceno.
No caso da bacia Nordestina, observa-ite no Meio-Norte os rios correndo em sua
totalidade sôbre rochas sedimentares . Enquanto os elo Nordeste Oriental apres-entam um
importante divisor, a serra ela Borborema, em grande parte cristalina. Isto acontece com
os rios C[Ue e;orrem para leste, atravessa ndo a zo na do Agreste e Mata. Os que vão na
cl ireção do norte, atravessam terrenos ele idad es mais variadas.
No casv das bacias do L este, os divisores de águas correspondem às serras do Espi-
nh aço e Chapada Diamantina, cu jos terrenos são em sua quase totalidade elo Pré-Cam-
briano.
Vejamos doi s casos de di visores numa e~trutura sedimentar concordante inclinada:
a) Os aflu e ntes da .margem esquerda do rio Pa raguai - Taquari e São Lourenço
têm suas ca beceiras' além da escarpa da linha de cu esta que margeia a plan.íci
sedim entar do Pantanal.
b ) Os ri os afluentes da maraem esqu erda do Paranii ultrapass-a m por epigenia a
escarpa da chamada "Serra Geral" e têm suas cabeceiras no primeiro planalto
constituído cm sua grande parte de rochas elo Pré-Cambriano. Quanto ao rio Uru-
guai e seus afluentes, todos implantados no planalto areníti co-basáltico, têm seu.
divisores ou em roch:~s sedim entares - arenito -, ou rochas elo derra me ( tmpp )
- bas·altos c diabúsios.
DOBRA - encuiva mentos de form a acentu adam ente côncava ou convexa - anticlinais e
sinclínais - qu e aparece m na crosta terrestre. Esta movimentação elas camadas da cr:osta
terrestre resulta de movimentos de fôrças tectônicas.
As camadas só podem ser dobradas quando poss uem certa plasticidade. A paitir do
mom ento que os estratos perdem esta plasti cidade ay camadas adq uirem rigidez e a con-
seqüência é a fratu ração ou fa lhamento. ( Vide falha ).
As expressões dobra., regirio dobmda ou estrutura dobrada são tomadas no sentido geral,
de região na qual apa rece um séri e d e an ti clinais e sinclinais. (Fig. n. 0 l5D ).
A largura da dobra se mede, considerando-se a distân ia entre dois eixos de sincli-
nais. Geralmente as dobras são bem mais longas que largas, mas se excepcionalmente elas
forem duas vêzes m enor em ex tensão, teremos - braquicmticlinais c braqu:issinclina·is, e
se for em m ais la rgas teremos então 011 clamas e bacias .
Tas regiões dobradas verifica-se a existência de um a grande espess ura de sedimentos .
Em alguns casos, os dobramentos não se ver ificam apenas nas séries oodimentares, ma ·
tamb ém nas metamórficas.
Do pon to de vista geomorfológico, o es tudo de um a região onde os dobram entos são
de peq uenas ondulações, i to é, suaves, é bem ma is difícil elo q ue o ele uma de fortes
ARENITO
FOLHELHO
,
CALCAR lO
Fie:. n .0 150 - Anticlinal e sinclinal.
cu rvaturas . De Inoclo geral. se a t>rosi'io não ataca r co m v i o lt~ n c ia as dobras, teremos nor-
m:l lmen tL urna paisage m cnja topografia é represe ntada · por cristas e calhas, mais ou
menos pron unciadas·, isto 0, va k s el e sinclinais, mon tanh as dobradas, etc.
DOBRA DE FUNDO - .:tq uela qu e tem um pande raio de curva tura, atingindo áreas
muito extensas. Êste tipo de dobra é também chamado arqueamento ou bombeamento,
p or certos autores .
DOBR A MONOCLINAL - vide laminage m.
DOBl~ADA (estrutura) - vide dobra.
DOBH Ai\lENTO ALPINO - enruga mento da crosta terrestre ocorri dos na era T erciári a.
A denomin ação foi tomada da cadeia dos Alpes.
DOLElUTO (ou di abásio ofítica) - rocha magmática cujá textura é ofíti ca e tem a mesma
composi ·ão quím ica dos microgabros.
O que distingu e um clolerito ou di abás·io de um microga bro é a tex tura e não a com-
posição quí mi ca . Existe u ma certa confusão a res peito do uso dos têrmos dolerito e
diabásio, por parte ele alguns grupos de geólogos, tendo os franceses preferido o uso elo
têrmo cl nlt -rito, enquanto us ameri canos preferem diabás ío .
lJOLI!\A - depressão de forma acentuadamente circular, afun ilada, com larguras e pro-
fund idades Yariadas q ue aparecem nos terrenos cald ri oY. As dolinas podem ser devidas à
clíssolH çiio ou ao cl cs ni (Honam c i~ t o d e tetas de caverna s. No fundo dessas depressões se
enco ntra gL· ralmente :1gua, que ocasiona a di ssolução dos· calcári os dando aparecimento de
terra rnssa . ( vide) .
O tê-rn ,o do lim1 p:HPee originári o do latim dnliwn - pipa, tonel. Na língua iugos lava,
dolina é o climinuti,·o de ,·a le, espécie de fossa em form a de funil qu e aparece em terrenos
pantanosos.
DOLOMITA - ca rbonato d uplo ele cálcio e magnésio cristalizado em romboedros . A dolo-
mita quando entra na co111 pusiç:to de nma rocha cald tria, clú fo rm as mais rcs istcnte9 ao
prnces;o de ca rs tifica~·i"to.
Do po nto de vista gcomorfo lógico, os cal cú rios clolomíti cos são os qu e apresentam
as form as mais bi zarras·, co mo os d e Montpellier de Vieux, por causa da dissolução diferen-
cial produzida pelas :'1gnas de infiltração qu e dissolvem ma is fàcil men te o carbonato de
cálcio.
DOLOMITlZA Ç .~O - transfo rmação sofrid a por um calcá rio cm dolom ita. por efeito da
ci rcul açi10 de :'tguas carregadas ele sais magnes ianos, ou mes mo da úgua elo mar. Quando
se dú na J'ocha um i?;nlllck enriqu ec inwnto cm ca rbonato de magn ésio, e la pas ~a a co nstituir
um cak:í ri o dolomíti <:n . Por ocasi>Io d a dolom itizaç:to a rocha se torna cavcrn m:·a c chega
mesmo a pe rd er os tra<;OS de estra tifi ca ·>10 prim itiva c, cm ce rtos casos, os fósseis.
DOi\10 - c\c,·a: ão do solo com a form a ace ntuad a (lc um a me ia esfcm ; o mEs mo qu e
b r(i qu iu nli clinal (v icie- ) ;,egundo alguns autores (v ide dob·m ) .
O ti·rnw domo (: Lam h(·m us·acl o n:ts descri ções da paisage m físi C<I referindo-se a
c l ev a~·õr • , de F"rm :1 ;.cJn clktnlc a u ·a 11 1Ci;1 es fl· ra sf'm leYar L'IIl l:o nsid cr:1ç·ão a es trutura.
Neste último caso, o domo (, um a form a d e mo ntanha rnredoncl ada produ zid a pelo efeito
d a erosão .
DOMO SA LI NO - clcv:lção cm forma tl c cúpula,
d e dimL'nsôcs variadas, produ zida pela pcnetraçiio
d e jazidas ele sa l.
DUEJKANTER - seixos fa l:<' ta clos e polidos pelos
ventos cm regiões ele clima desérti co . A ês-tc pro-
pósito o P rof. Ancl rc'· Cailleux cha mou atenção dos
cspeci;l lista:< para o fato ele que os seixos facc taclos
cm tres· Sllpcrfícics 0 11 drcika nters, têm êste nú-
mero d face~ em fun c;iin do núm ero das que
o fra gm nto inicial poss uí a, niio impo rtando qu e
seja uma, oito, ou mesmo dez. (Fig. n. 16D ) . Os
d rP ikat~! e r ;; são tamb ém chama dos ele ven tjfatos . Fig. n. 0 16D
Fig. n.• 190 - o litoral do ordeste aparecem var1as dunas. Estas podem ser fixadas usando-se <li-
versos processos. Na foto abaixo vêem-se as dunas fixadas atrás do Quartel do XVI Ragimento de
Infantaria a vários quilômetros a leste de atai.
(Foto Tibor Jnblonsky do CNG)
F ig. n. 0 20D - No litoral maranhc nse e cearense as dunas ocupa1n grandes exte nsões da franja costeira .
Na foto acilna vêe m-se dunas vivas e dunas estabilizadas ou fixadas pela vegetação, n os arre dores de
São Luís .
(Foto E sso Brasileira d e Petróteo)
DUREZA - resi9tência superfic ial que os diversos minerais possuem, exigindo maior ou
menor esfôr·ço p ara se deixa rem riscar. A escala de dureza dos minerais vai de 1 a 10.
:É uma das propriedades dos minerais, usada com freq üência p ara reconhecimento macros-
cópico do9 mes mos.
Talco 1
Sal-gema 2
C aleita 3
F luorita 4
Apatita 5
Ortósio 6
Quartzo 7
Topázio 8
Coríndon 9
Diam ante 10
Como se vê no quadro acima o diamante é o mais duro dos minerais, riscando todos
os outros. As rochas resultam, muitas vêzes, dos agrupamentos de diveroos minerais, de
modo que a sua resistência é veri fica da em relação ao desgaste q ue sofre diante do ataque
feito pela erosão.
dn estado do Ceará.
Fig. n .o 2E - R.!de de drenagem numa estrutura sedimen tar conconlrante inclinada - (tiPo cuesta):
1 - Rio conseqüente: corre segundo o mergulho das camadas . Ja - Trecho conseqiiente de 1un r•o
obseqüente. 2 - Rio subscqücnte : corre segundo a direção das camadas perpendicular ao mergulho.
3 - Rio obseqüente: corre no sentido contr~lrio du m ergulho das camadas, perpendicular às camadas
c :te la encosta m:tis abrupta.
Rio Obsequenle
2 Depressão Subsequenle
3 Rio Subsequente
4 Rio Consequenle
5 Garganta Epigênica
6 Cornija
7 Reverso da cuestJJ
8 Frente de cuesta festonado
9 Testem u nho
Fig. n. 0 3E
Duração
em
.EH AS PERÍODOS milhão Idade da T erra
de
anos
."1 Bopalcozóico . . .
{ siluriano ... . . . .
ordovieian o . ..
30
50
cambnan o .... 100 310 000 000
Pré - cambriana (Arqueozóica
+ Proterozói ca) . . 1 500 000 000
Fig. n. 0 4E - O escoamento superficial das :\guas provoca na superfície do solo um ravintrmento, cuja
intensid ad e vai de pe nde r de uma série de fatôres. N aturalmente o dcsflores tamento é um d os fatôres
mais importan tes, te ndo em v ista o rompimento do equilíbrio ecológico . No sul de Minas êste ravina-
menta torna-se profundo, dando aparecimento a g randes "voçorocns", como n que fo ca lizamos, no
município de Santo Antônio do Amparo.
Fig. n.o 5E - Na foto acima observa-se o resul tado da erosão, acelerada numa encosta de um morro
no Jnwticípio de ltaverá, no estado do Rio de Janeiro. O trabalho díreto do homem, foi o da destruição da
floresta, deixando a superfície da encosta exposta a e rosão das águas das chuvas que produziram ravinas
e mesmo voçorocas. D o ponto de vista morfológico podentos distinguir a fonna convexa geral dos morros
e os entalh amen tos das ravinas dando início a formas côncavas embutidas dentro da vertente convexa.
(Foto Tibor Jablonsky do CNG)
Fig. n .0 SE
A geologia his tórica registra a existência de várias glaciações. As mais conhecidas são
as que ocorrera m no Quaternário. Os estudos elas glaciações foram feitos com m mucJa
nos p aíses europeus, chegand o-se a denomin ar a última era da coluna geológica - era. das
glaciações. ' o Qu atern ário h ouve q uatro grancll's glaciações.
O lençol de escoamento superficial terá seu trabalho mais pronunciado, quanto maior
fór o númhero de detritos existentes na &uperfície da crosta .
Na teoria, separa-se a ação mecânica destruidora da9 gotas da água da chuva do
trabalho de desagregação e de decomposição lenta feita pela erosão elementar. Na prática,
verifica-se que a pluvierosão é favorecida pela erosão elementar. O número de detritos
varia em função da natureza da rocha, das amplitudes tém1icas, etc. São motivados pela
ação preliminar da desagregação mecânica e decomposição química. À fase destruidora
segue a ele transporte - o deplúvio - e finalmente a deposição - o aplúvio. Além da
destruição mecânica produzida pelas gotas da água da chuva, há a considerar a efetuada
pelo lençol superficial e, ainda, pelo de infiltração que ocasiona, nas regiões tropicais,
a formação de certos níveis iluviais de laterito (ex.: na floresta da Costa do Marfim, no
Amapá, etc. ). Nas regiões de savanas, como na Guiné francesa, ou nos cerrados do Brasil,
a água de infiltração forma um nível superficial duro, verdadeira crosta de ferro ( canga,
no Brasil; bowal, na Africa).
EROSÃO-POR-SALPICO ( splash erosion) - denominação dada por Ellison ao trabalho.
ou melhor, ao bombardeio feito pelas gotas de água das chuvas.
EROSÃO REGRESSIVA - é a que se verifica no leito de um rio, sendo o trabalho de
desgaste do fundo feito a partir de jusante para montante, isto é, da foz para as cabeceiras.
tl:sse tipo de trabalho erosivo facilita, em certas áreas, o aparecimento de rios decapitados
(vide). Nos degraus das cachoeiras pode-se observar, com mai9 facilidade, o trabalho
remontante da erosão.
"
-C)
feldspatos
micas
I plagioclásio
{ pot:issica - mosc-ovita
ferromagn esiana - biotita
{ alb ita
anortita, etc .
4 - anfibólios
piroxênios
p eridotos
I ,-ili cJ tos fcrromagnes·ianos
Do agrupam ento dêsses minerais resultam as segu intes roc has: granitos, sieni tos ( ;:em
quartzo ), dioritos, ga bros, traquito, fonolito , riolito. Os granitos c sienito~ se crista lizam
em profundidades variadas. Os de tex tura porfirítica são rochas intru sivas co n sol id a_nd~-se,
no t>ntanto, a_1;1ec uenas 12Illfuru:üdadc.s ( microgranitos e microssicnitos) . O traqu1 to, tono h to
e riólito s·1\o efusivas, cri stalizando-s e t\ superfí cie ou em diqu es.
T extura li'eldspa. to alcali no Feld spato calcossódico com ou F eld spato alcalino Feld spato calcos-
smn quartzo sódico
Granu lar G ranitos Sienitos D io ri tos Ga bros Sienito nefelín ico Gabros nefelínicos Missouritos leucíticos Peridotito
Norito Sienito leucítico Gabros leucíticos P iroxenito
Hornblendito
-
1\llicrogranu lar lVIi crograníto Microssien ito .l\-li crod iorito Microgabro M icross ienito Microsgabros
i\1icronorito nefelínico nefelínicos
i\1~ crossieni to Microsgabros
leucítico leucíticos
l\1icrolítica Riolito Traquito Andes ito Labradorito Fonol ito T efrito Nefel inito Augitito
Bn.salt ito Leucitito Limburgito
Basalto
o 2 4 6 10 km
O mapa geológico elo Brasil na escala l /5 000 000, por exempl o, nos forn ece uma série
de indicações ele caráter geral. Quanto maior a escala maior será o número ele detalhes a
ser representado pela carta. D e modo que um a fôlha geológica na esca la ele 1/80 000 tem
uma riqueza de informações que não pode fi gurar na escala d e 1/ 5 000 000 .
No map a d e escala gra nd e pocle-s.e locali zar afloramentos ou jazidas de minério, o
q ue n.':ío pode ser feito nas cartas de escala pequena. Há casos em qu e a carta geológica
é um auxiliar indispensável, ou mesmo, um instrum ento na p esqu isa ele jazidas. Não se
pode pensar em extrair os recursos. minerais ele um p aís sem primeiramente se ter elaborado
um a boa cartografia geológica.
ESCALA ESTRATIGRÁFICA - constitu ída pelas eras, períodos e suas subdivisões, servindo
para classificar os terrenos no tempo geológico. A escala es trati gráfica é form ada com o
ESCARPA ALCANTILADA - diz-se ele um abrupto importante qu e c],i certo traço ca-
racterísti co a uma paisagem. Trata-se ele uma expressão descritiva. Do ponto ele vista ge-
néti co, uma escarpa alcantilada, pode ter origem endó gena, ou exógena. Isto significa dizer,
qu e tanto pode ser produ zid a por fôrças tectônicas, como por fôrças erosi vas.
ESCARPA DE CIRCUNDESNUDAÇÃO - denomin ação proposta pelo geomorfólogo Azi z
Ab'Saber ( 1949 ) para as " fal ésias" concêntricas (vide) ou depmssão periférica (vide) re-
ferindo-se, naturahn ente, às· escarpas clissimétricas, provocadas pela erosão. No dizer de
Ab'Saher a "s·erra" Geral co nstitui, em quase tôda a sua extensão, um sistema de escarpas
de ·ircunclesnudação, elos mais típicos e g igantes qu e se tem notícia.
ESCARPAMENTO DE FALHA - paredão de forma mais ou menos abrupta, em fun ção
ela idade da falha e do clima ela região. Os es<:arpamentos de falhas quando antigos já
se acham mais trabalhados pela gliptogênese, que ocasiona um elissecamento no espelho
d a antiga falh a, produzindo ass im um recuo e um rebaixamento no degrau da falha .
U111 dos indícios para o ~ geomorfólogos reconhecerem a existência de um a falha res-
ponsável pela topografi a, é o es-carpamen to com ab ruptos, como os encontrados na serra
do Mar. Nesse tipo ele pesquisa o grande perigo é a afirmação ela existência de certa
morfologia baseando-se a p ~ n as na identi dade da form a, sem procurar verifi ca r a estrutura
geológica da região.
Algumas fre ntes de cuestas, quando observadas ele longe, podem ser tomadas por e&-
carpamentos de fa!h as porém, o exame da estrutura geológica imedi atamente revelarú
tratar-se de uma região de estrutura inclinada, com rios conseqüentes, subseqüentes. obse-
q üentes, etc.
Exi te certa controvérsia entre os geólogos e geomorfólogos na denomin ação dêsses
grandes abruptos produ zidos por esfo rços tec tônicos. Assim procuram êles diferençar es-
carpas ele fa lha de escarpas ele linha de falha, dizendo q ue no primeiro caso o abrupto
está no se u ciclo inicial, ou melhor, a erosão ainda não trabalhou o espelho ela falha ,
e nqu anto no segundo caso a antiga frente se acha, por vêzes, consideràveh11 ente recuada
e mes mo rebaixada. O Prof. Francis Ru ellan denominou a êste último tipo de escarpamento
de origem tectônica ele fr ente de falha dissecada.
ESCARP AMENTO DE LINHA DE FALHA - vide esca·rpa.mento de falh a.
ESCOLHO - o mes mo que abrôllw· (vide).
ESCóRJA - lava ele aspecto esponjoso, ou melhor, vacuolar, expelida pelos vulcões. A
escóri a, nada mais é elo que u'a massa grosseira, cujo material adquire tamanho muito
vari ado, cm virtude do resfri amento sofrido de modo desigual pela9 lavas.
ESCORREGAMENTO DE TERRENO - descidas de solo ou elas massas de rochas ele-
compostas, geralmente por efeito ela gravidade. Nas es truturas inclinadas, os escorrega-
ESPECULARIT A - tipo de
he11w:tita especular ( miné-
rio de ferro ) ( vide).
ESPELEISTA - am ador em
assuntos da espeleologia. Vi-
de espeleólogo.
ESPELEOLOGIA - ciência
que es tuda a topografi a e
as. fonn as subterrâneas exis-
tentes nas rochas calcálias.
A e peleologia é, por conse-
guinte, a ciência das grutas
ou cavernas.
E. A. Marte!, é consi-
derado co mo um dos fund a-
dores dessa ciência, a qual
exige além de um a boa cul-
tura geológica e geomorfoló-
gica, grande dose de cora-
gem e resistência física para
suportar o desgas te a que
se sub metem os explorado-
res das anfractuosidades sub-
terrâneas.
Os geo morfólogos se va-
lem dos conhecimentos ad-
q uiridos pela es peleologia
para explicar as form ações
dos salões sub terrâneos e
fend as de dissolução, qu e
ligam a superfí cie da t(': rra
aos vazios subterrâneos.
Espeleologia é por con- Fig. 'n.o llE - Pcclro Guilherme de Lund, naturalista dinamantuês
ded icou os últhttOS anos de s ua vida às explorações das lapas ou
seguinte, a ciê ncia q ue es- carve rnas de Minas Gerais. A prime ira vez que ve io ao Bras il foi
tuda a natureza, a ori gem e m 1827 e a partir de 1 8 34 fixou residência en1 L agoa Santa - região
calcária do vale do São Francisco , tendo ntorriclo n esta região cnl
e a fonnação elas cavernas, 1881. O bus to d e Lund está junto ao seu túmulo, na cidade d e
bem como s-ua fa una e L agoa Santa .
flora. ( Fi gs. ns. l OE e llE). (Foto Esso Bras il eira de Petróleo)
Fig. n.o 13E - Estalactites da gruta de Maquiné, no município de Cordisburgo, no es latlo ele Minas
Gerais. Estas fonnas produzidas pela natureza, 1>oderian1 ser aproveitadas conto atração turística,
conto se faz normalmen te e nt outras partes do mundo.
(Fo to Essa Brasileira d e Petróleo)
ESTOQUE (stock) - intru'são semelhante a um batóUto (vide), com menos de 100 km',
segundo Daly.
ESTRÃO - o mesmo qu e estirdncio (vide), sinônimo de zona lavada.
E STRIA - sulcos não muito profund os que ap arecem nas rochas, segu indo, p or vêzes, de-
termina da direção v id e est1·iaaa ( rocha).
ESTRIA DOS MJNEHAIS - ca ne lmas ou p equ enos sulcos dispos tos para lelamente na face
.dos minera is, resulta ntes d a sua cristalização.
E STRIA GLACIAL - vide estriada ( rocha).
E STRIADA ( rocha ) - rochas nas q uai ~ apa recem pef1u enas ca neluras ou sulcos, muitas
vêzes não p a ra lelo!Y, res ultantes do a trito produ zido pe las m assas glaciais sôbre a super-
fí cie das mes mas. As estri as ap resentam-se com su lcos d e profun d ida des muito variad as ,
por ca usa d a d esigual resistência oposta pe la p arte su perfi cia l d a rocha. T êm grande signi-
fica ção para a geomorfologia e tam bém p a ra a geo logia, pois graças a elas, muitas vêzes,
·se podem explica r as di.reções gera is dos glaciares, e também d e certa9 form as do relêvo.
Atualmente se emprega em geomorfologia o têm1o estri a para d esignar o p olimento
~· ca liza do p or seixos ao atravessare m um b anco ou b a nd a d e rocha d ura. Certos a utores ao
im·és de utili zarem a expressão polimento causado pelos seixos, u sam estriagem. da
rocha causada pelos seixos. Esta confusão de pequ ena importâ ncia no presente, pod erá
te r gra nd es conseqüênc ias no f uhtro.
ESTRUTURA - arra njo macroscópico dos cri sta is nas rochas co nstituindo, em minera logia
e em petrogra fi a, un id ad es maiO! es q ue a textura. Os geólogos e os geomorfólogos fa zem
certa co nfusão no uso d os têrm os estrutu ra, textura e na tureza d as rochas.
En tre os d ife re ntes tipos de estrutura pod emos citar os seguintes: vacuolar, cristalina,
c olunar, fo lh eada ou xistos·a, esferolítica, orb icu lar, etc.
Quan to à na tureza , as rochas pod em ser grupaclas em três gra ndes ra mos: erupti vas ou
c ris tali nas, sed ime nta res e me tamórficas ou cri st alofili anas.
Nas rochas cri sta linas pod emos di stingui r os seguintes ti pos d e cristali zação : l - holo-
c l"istali na, 2 - holoialina, 3 - hipocristalin a, 4 - criptocrista.Hn a.
As roc has metamó rfica s apresentam uma es tru tura e m cam adas , e visive lm e nte crista-
lizada , pod e nd o se r d ivid ida da seguin te man e ira: clú; fica, maculosa., xistosa, granulosa e
.gnúissica.
As rochas scd inlL'ntarcs a prese ntam u ma estrutura q ue não é tão b em d efinid a como
:a das rochas c rupti,·as . Tra ta-se, algumas vêzes, mais d e um a ca racterizção d e certos
e~ta d os da rocl~a , do CJ Ue p r à pri a t~l,e n tc de, e: tru tura. Ela pod e ser : cl ctritica, porosa, homo-
gl'nea , hc tcrogenea , c;.H·c rnosll , fn ave l, plash ca , xtSotosa, etc.
A estru tura do ponto de v ista geológico e geomorfológico, é o es ta do es táti co das
rochas. ta is co mo as observa111os nos di versos cortes. É , em ú lti ma a ná lise, a disp osição
m q uitetural elo subso lo, - ex .: estrutura tabular ou h01izontal , dobrada , inclinada ou m ono-
dina l, fa lh ad a , d isco rda nte, e tc. Em geomo rfologia e geo logia o tem1o oposto a e~trutur a
é tectôni ca . (Vide t ectônica ) .
Alguns au tores estão procura ndo co ntornar a situ ação usa ndo os te rmos esti'U.tttra geo-
lógica e estrutu ra m icrascÓ/)'ica, os quais co rrespond e m respl'c ti vam e nte ao (j ue d efinimos
c orn o estmtura e t ext11 m ( vid e ).
O es tu do ela estrutu ra geológica é ind ispe nsável para o geógrafo fl Ue d eseja com-
p reend er e explicar a distribuição geográfica elas jaz idas min era is.
Na co lun a estrat igrMi ca d o Brasi l el eve-se consid erar, em p ri meiro luga r, as ri q u ezas
min era is da s form ações p-ré-devo nia.nas, e em segu nd o, as bacias sed ime nta·res.
O máximo d e co ncentração de m inérios é enco nt ra do nos te rre nos proterozó icos, isto
é, nas séries : Mi nas, ltacolomi e Lavras. Qua nto à ida de desta últi ma , a l g un ~ a utores
prefere m colocá-la na base do Pa leozóico , isto é, no Cam briano, enq uanto outros a consi -
dera m como sendo do Algonq ui ano sup eri or. F. nas fo rm ações proterozó icas q ue se e n-
c on tram as g randes jazid as de. min éri o d e ferro ( F ig . n ° l OF ) , ma nganês ( F ig. n .0 l M),
níqu el ( F ig. n° 3N), c hu mbo, fil õe~ aur íferos, oco rrênc ia ele d ia mantes, rutilo, b au xita, etc.
Fig. n.• 15E - O rio Paraibuna corre, no dizer do Prof. F. Ruellan, num rclêvo de estilo apalachiano.
- 8 conunn verem-se no leito do rio vários afloramentos, barras e blocos de rocha. - Outro traço
característico da paisagem é o aparecimento de grandes paredões abruptos como o da Pedra de
Paraibuna, que é considerado por alguns autores como sendo uma "escarpa de falha".
(Foto CNG)
jazidas de calcário nos estados de Minas Gera is e Bahia, deve-se assinalar igualme nte as
jazidas de calcári o siluriano da séri e Bodoquena em Mato Grosso, séri e São Roque e Açun-
gui de São Paulo e Paraná.
ESTRUTURA ANTICLINAL - diz-se das camadas geológicas qu e apresentam dobramen-
tos com mergu lhos divergentes a p artir da charn eira. É mais co mum empregar-se a ex-
pres~ ão estnttura dobrada ao invés de estnttu·,.a a.nticlinal, UJn a vez qu e o anticlíneo é a
parte convexa do enru gn mento do solo, enqu anto o sinclín eo é a p n1te côncava. Assim numa
E;strutura dobrada ori gina l se mpre encontramos um anticlinal, seguido de um sinclinaL
ESTRUTURA APALACHIANA - é a qu e com preende um a série de dobras com no tável
paralelismo entre as cristas e os vales. As camadas· sfto constituídas de rochas com dureza
alternncl::t. Os rios antect'dl'llt<·s nt r :wes~a m tra nsversalmente a es trutura regional ( fig.
n.0 15E ). Cos·tuma-se definir o relêvo sudeste do Brasil como sendo do tipo apalachiano.
Êste enqu·a dram ento est{t mais em fun ção da dircção dos rios e fa lham entos do que pelas
charneiras dos anticlinais.
ESTRUTURA CONCOUD ANTE PERICLINAL - diz-se quando se observa a existência de
es·tratos ou camadas acumuladas, normalm ente, dentro de uma bacia. Ocorrendo erosão na
parte periclin al é freqii ente o aparecimento de cscarpamen tos ass·imétri cos - cuestas, como
é o caso da Ibiapaba, ou aind a na bacia do Paraná.
ESTRUTURA DA TEURA - partind o do interior para o exterior, isto é da massa de maior
densidade para o exterior, tem-s e : 1 - Barisfera (esfera p esada), cham ad a por alguns de
m.e.talosfem. Acred ita-se <JU E' no centro da terra haja as maiores minas de ferro e níqu el.
Por êste muli,·o, segundo .Eduard o Suess, esta camada seri a o n'ife. 2 - Pirosf era. camad a
de nHtt<;ria pastosa, o "magma" q ue pa ra Suess :,;eria o si.m.a devido à existência de grande
quantidade de silício e magnésio . Estas duas camadas são cham adas endosféricas. 3 -
Litosfera - camada extern a parte consolidada da terra. Segundo Suess esta é o sial, devid o
à predomin(mcia de sílic<t e silicatos ele alumina. 4 - 1-Jidrosfera. - ocuparia os espaços exis-
tentes entre os blocos do sial ou mes mo as depressões. da própria litosfera - parte líquida
da terra. 5 - Cri.osfera - com preend e as grand es capas de gêlo que formam os inla.ndsis
q ue cobrem gra nd e parte ela superfície terrestre. Como exemplo temos os inla ndsis da An-
tártica e da Groenl â ndi a. 6- l \trnosfera - camada de ar que envolve a terra (Fig. n .0 16E).
Algun s autores procuram inclnir no co ntacto elas três camadas : litosfera, hidrosfera e
atmosfera, a cam ada chamad a biosfera ou psicosfera.
ESTRUTUHA EPlROGÊNICA - fo i C. K. Gi lbert quem primeiro fêz a distinção entre
êste tipo ele estrutura e a orogenética. Esta últi ma implica em movimentação tectônica,
enqu an to a primeira diz res peito apenas à variação de níve l.
ESTRUT URA 1:\TCLI NA D A - o mes mo qn c re levo ass·im étri co ( Fi g. n. 0 J 6E) .
Reverso
F re nte do cues to
/
+ + + + + + ++
+ + + + + + +
+ + + + + + +
+ + + Fig. n . 0 16E
EVAPORITO - rocha sedimentar formada de res íduos ele evaporaç-ão da s úguas carregadas
de subst;lncias químicas dissolvidas, ex. : an iclrita, sal-gema, etc.
EVOLUÇÃO DAS VERTENTES - recuo ou modificações observadas no perfil das en-
cos·tas. O trabalho elo mode lado de uma vertente é complexo e res ulta da ação de vário ·
elementos, sendo a desagregação das rochas e a decom posição química, os dois que pri-
meiramente modelam as vertentes. Duas teorias principais procuram explicar a evolução
das ve rtentes: a de \V. Penck e a de Henri Baulig.
EXARAÇÃO - têrmo pouco usado para o traba lho feito pelas ~c l c iras ao escava rem e
transportarem materiais . Vide e1·osão gla ciária.
EXóGENA (rocha ) -- formada ela desünic;ão de rochas externas, sendo por isto tamb ém
chamada sedim entar. O antón imo de e~·âgcna l' emlng(' lla ; denomina ·iiPs estas dadas por
I-Jumboldt.
EXóGENO (fator ) - aqu êle que result a de fôrc;as geo lógicas qu e agem externamente,
modifi cando a paisagem Êstes fatôt es geológicos ,ão representados pela gravidade, calor
solar, águas correntes·, gelos, ventos e sêres biológicos. Êssc conjunto de agentes dinâmicos
exteriores age constnntemente motlific;tntlo o aspecto externo da paisagem.
EXOMETAMORFISMO - transfom1ações sofridas pelas massas ele rochas encaixantes ao
entrarPrn em eontato C(llll mas~as ele rochas ígneas, ainda 'JU Cntes. Vide tennometamotj-ismo .
FALÉSIA CONCÊNTRICA - denomin ação propos ta por f~ li e ele Beaumont pam os arcos
ele "cu estcu/' oriundos ela circtmdesnudação, o mes mo qu e d el'ressâo Jleriférica ( ,·ide ) . Um
dos bons exemp los, no Brasil, é a depressão paleozóica q nc vai de Si'io Pau lo até Sant a
Catarina.
de-pósito de talude
Fig. n .o üF - Falha i nclin~,da na ft 1Ht1 a camatl a 1 do compartime nt o nbaix:.ulo foi ca rregada pela e rosão.
Gera lmente s:io as cam;u) as el o compartime nto superior 1na is f:tcilmentc crodidas . Neste caso é de s upor
ctuc o ah.ta l compartimento alto estêve mais baixo. tendo conservado a camada. 1
o escarpame nto da
fa lh a h ú um de pósito de talude .
Do po nto de vista morfológico, :1 ~ fa lhas são reconhecidas pt> lo a;; pecto flU e imprimem
à p ai agem ( Fig. n .0 ôF ) . A frente do degrau r\ gera lmente, croclicla es tando recuada
cm r lação à linha d a fa lha original. D êss modo é mais exato fa lar-se m frente dissecada
do e ·carpamento da fall1a. D ve- e, a inda, con iderar o caso das falhas nir;eladas devido à
ero. ão, resulta ndo u m a r ra~am e nto no degrau da falha, fi ca ndo os dois co mpartimentos na
F ig. n. 0 7F - Falha vertical e poste riormente nivelada pela erosão. A) Falha vertical;
B ) Falha nive lada.
lul!r!ltmlitt;;rl!t!ltií!ifi!;Jtlí/ful!;l!rll!!r/IIJrru
2 3
~
6 7 8 9
F ig. n .o SF - Feições morfol6g icas da paisagem: 1 - Planura, 2 - Encosta, 3 - Bacia e planíc ie,
4 - Planalto, 5 - Vales, 6 - Mesa, 7 - Ins t~lbcrg uc, 8 - Pico, H - Paisagem com vales.
Fig. n. 0 9F - As fendas ou diáclases constituem linhas de menor resistência de uma rocha . a foto
acúna focalizmnos um afloramento de granito no município de I tu ( ão Paulo) venclo-se o alargamento
da fenda, produzido pela meteorização.
(F oto Tibor Jablonsky do CNG)
FENô ME O TE CTÔ ICO - resulta da ação de fôrças endógenas, dando como conse-
qüência o aparecimento de falhas, dobras, fossas tectônicas, horst, etc.
Fig. n.o l OF - Vista pan orâm_ica da grande jazida de ferro de Casa de Pedra, loca1izatla 'm :\tinas
Gerais. Esta 1uina é de propriedade da Companhia Siderúrgica Nacional, cujo minério é enviado J)ara·
Volta Hcdonda.
(Foto Companhia Siderúrgica Nacional )
Fig. n ,u li F - Grande ugin<A siden'ngica, Presidente Vargas, locali zada em Volta Redonda, no estado
do Rio de Jane iro.
tFo to Companhia Siderúrg ica Nacional)
3 .0 Minério interm ediário, com as características físi cas interm ediúria dos dois
tipos acima citados c a média de 66% ele ferro ou mais . Frcqücntemente
xistoso;
4. 0 Itabirito - rocha metamórfica laminada, constituída de quartzo granular c
óxido de ferro ;
FÊSTO - o mesmo que Tinha de fêsto ou linha de cumeada (vide) ou crista (vide).
Fig. n.o l 3 F - o corte a ciJna vemos uma série de diques cortando várias camadas
horizontais c dois peque nos filões. camadas.
FIORDE - corredores es treitos e profund os num litoral alto, cavados. pela erosão glaciária,
são hoje submersos invadidos pelo maL No litoral da , oru ega e d a Groenlândia aparece
muito bem representado êste tipo de costa. T am bém na península do Labrador, na Terra
ova, no sul do Chile e na Islândia apa recem costas altas com vales de ori gem glacial, de
paredes abruptas e invadidos pelo mar, constituindo costas do tipo fiord ou fiorde. As
costas ou melhor os va les que constitu em os fiords avançam cêrca de 30 a 40 quilômetros
para o interior e têm profund idades de 400 a 600 me tro~. A escavação desses vales foi
feita a tun nível bem mais alto que o alua i, send o sua posição altim étrica explicada por
lI
.Fig:. n. 0 l4F - Dois picoo; constituindo como que duas agulhas peleanas de fonólito e andes itos ácidos
Uo Sanadoire e TuJJiCre. (1\1aciço Cen tral Francês). Observe-se ainda um grande corred or em fo'l'ma
de U, vale glaciário de Roch cfort. Os dois vulcões Sanadoire c T ulliCre faze m parte ela cadeia de Puy.
(Foto G. d 'O .)
)I" '1//,
!'1'~----
'L .• .. -
Ar-V//Lf.t1
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~
IW"L/.'/,
III! I
Fig. n . 0 15F - Fossa tec tônica limitada de amhos os lados por dois pi lares ou horst.
ele fossa tectônica é o va le do rio Reno, que corre entre o mac iço ela Flores ta Negra ( Ale-
man ha ) c a cad eia elos Vosges (Fran ça). A baía ele Todos os Santos, no es tado ela Bahi a,
tamb ém é um a dPpressão alongada produ zida por desabamento tec tôni co clês·se tipo. O an-
tônimo ela fossa é o horst.
FóSSIL resto ou ves tí gio ele seres org<'tnicos (vege tais ou anim ais) qu e deixa ram suas
pegach s na roc ha da cros ta terres tre. Cons titu em a ampul heta geológica ( Fig. n.0 16F ).
Fig. n. 0 l6F - Col1 c ni a ilapcv(· ns is sp. n. Fóssil-cambriano e ncontrado por Fernando FUvio i\ll arqu e:-;.
de Al meida , en1 dolomitos da série Açungui, na zona sul do estado d e São Paulo. Observam-se
na figura acima três colônias de c o ll e n ia itaptwensis .
(Foto F. F láv io M . d e A lme ida )
l Histórica
Geodinâmica
Tectônica
{ Interna
E xterna
Um quadro muito elucidativo para se compreender a pos1çao ela geologia e &uas ·re-
lações co m as ciências geológicas e demais ciências foi realizado por Field com adapta ção
feita pelo Prof. T. Coelho Filho. ( Fig. n .0 2G)
Do ponto de vista filosófico vejamos algum as considerações a propósito elas front ei-ras
da geologia e da geografia e a unidade desta ciência, segundo E. Backheuser "A necessidade
da especialização é irrefragável; é uma contingência elo crescimento natural das própri as
RIQU EZ AS
ME T Á LICAS E
GEO - EC ON OM ICA
H I STOR I A - ECO NO MI A - B I OL OGI A
Fig. n .o 2G - Diagrama das relações da Geologia co m as tlemais ciências ·aHns .
Mais adian te diz: " ascida no século XVIII, a Geologia tem um nome parecido com
a Geografia. Os primeiros geólogos, Buffon, Hutton, Deluc, Leopoldo de Buch, se ocuparam
quase exclusivamente de fenômeno9 qu e na atualidade se consideram dentro do domínio
da Geografia física. Esta circunstância, como disse Emmanuel de Martonne, é de muito
interê9Se para a história da Geografia e explica, inclusive nos nossos dias, os vínculos tão
estreitos entre a Geologia e a Geografia, dificultando a separação elos dois campos de ação
de amba9 as ciências" ( p ág. 5 ).
"Tomai de um compêndio de Geografi a Física do de De Martonne, elo de Supan, q ue
são os cláss icos, verdadeiros alcorões dos geógrafo9, e lêde-lhes os índices. Grande parte
àêsses volumes são ocupados, com matéria considerada pelos geólogos como de sua le-
gítima propriedade. Vereis versado com igual largueza, por geógrafos e geólogos, e, o
que é mais grave, tratado no mesmo ângulo didático, assuntos Yários: o relêvo do solo,
os deslocamentos da crosta, a gênese elas montanhas, a ação erosiva das águas, a ação dos
geleiras, a ação dos ventos, a ação sedimen tária ou destruidora dos oceanos, etc". ( Backheu-
ser - artigo citado págs. 640-641).
rcs
Paleon tológico Evo lu ção Observa ções e
Fau na e flo ra ded uções
Biocs tratigrafia
Obser vaçÕe9,
D esintegraçiío de min era is racl ioa tivos f
cá lcu lo e
l
clecluçiio
Podemos estuda r a Geologia Históri ca ( id ade das camadas dos diversos co ntinentes),
:gra ças à ex i-;t €·ncia d a en /u na estratig ráfica )Jaradig ma q ue é a coluna es-trati gráfi ca mais
itípi a, ond e fo i possível cá lcu lar a idade elas camadas, graças à existência de fósseis ( res-
tos 0 11 impressões ele orga nismos vivos ) qu e existiram durante um determin ado lapso ele
tempo geológico, ou seja, d urante um período.
<GEOLOGIA HISTóRIC A OH.GÃNJCA - o m esmo qu e paleo ntologia, p arte da geologia,
o u mesmo ciénc:ia autônoma, segundo certos autores, qu e se preocupa co m o es tudo da
viela, no p assado, elo globo terráqu eo.
<GEOLOGIA MECÂNIC A - também denom inada de t ectônica, ou ainda ele dia strofis m o,
.é o ramo da geo logia qu e jú es tá pràti cam entc eman cipado dessas ciências, co nstituindo
assim uma ciencia autônorn a, a r1u al estuda as deformações sofridas pelas diferentes rochns
na superfíc ie do globo. Pode-se, por conseguinte, definir tectônica, corno o estu do ela
a rCJ uitetura elo subsolo, ou me lh or, da li tosfera .
<GEOLOGIA NUCLEAl\ - estud a a d istribui ção geoq uímica elos elementos racl ioa ti vos. f:ste
'Capítu lo ela geologia esté1 fadado a tomar grande desenvo lvimen to no futuro, tendo em
vista a import<lncia econômiea elos m inerais racl ioati vos, no mundo modern o.
'GEOMOBFOGENIA - denom inação usada por a lgun s au tores pa ra a geomo rfologia, p arte
d a geografia física ou da geologia rp e es tu da as fo rmas ele rclêvo c sua evolução. São
também ainda usadas, ele modo indistinto, a ~ clenom inaçücs fis iografia , m o·1jologia, m orfo-
~g e nia , etc .
As b ases ela geo mo rfologia fo ram lançadas por Ri chthofen, na Alemanh a, E. de Mar-
:gerie c de la Noc, na Fran.,:a, e , V, M. D av is, na Am éri ca do No rte .
•GEOMOB.FOLOGIA - ciência qu e estuda as formas de relêvo, tendo em vista a ori gem,
e strutura, natu reza ela~ rochas, o cli ma ela região e as diferentes fôrças e ndógenas e exó-
:genas qu e, de modo gera l, entram como fatôres constru tores e destruidores elo relêvo ter-
restre . Estuda o relêvo atu al, enquan to a paleogeografia é a ci ência qu e se enca rrega de re-
constitu ir as formas ele re levo no decorrer ela históri a fí sica da terra. O campo ele es tudo
.da pa leogeografia (ra mo eh Geologia-H istória para alguns geólogos) é a lgumas vêzes in-
t eiramente hip otético, ex.: paleogcografi a elo Arqueano. T ôclas as hipóteses ele trabalho,
mes mo as mais exa gernclas, niio p odem ser rcjeitacl ns p or causa elo cam po hipotético de
? t:squ is·a . A geo morfologia não eleve ser considerada como um a d ivisão ela geologia ( geo-
<.linàru ica) p ois t em seus métodos próprios - o q u,:litath·o ele D av is, Penck e oub·os; e o
<]ltantitat ivo (físico-quí mico ) - mode rno.
A gcomorfologia ou morfo logia é o es-tudo racional c sistemát ico das fo rm as ele relevo
basea ndo-se nas leis r1ue lhes determi naram a gênese e a evo lu ção. A geomorfologia p ode
ser cliv.i cl ida em : A ) Geomorfolog ia continental ( ,.1odelado terres tre ) ; 13 ) Geomo·r folog-ia
'SUbmari na ( mod elado subm ar ino).
O uso do tênno geomorfologia. ainda não está plenam en te consagrado. Usam , a lguns
autores, como sinônimo, as seguintes denominações: fi s-iografia, orografia, morfologia , geo-
rnorfogênese, topografia, geomorfografia, etc. O têrmo orugra,fia era muito em pregado nos
compêndios antigos, mas fi cava res trito às montanhas. Enquanto a geom.u-rfologia estud a
na realidade as montanhas, os planaltos, as planícies, as d epressões, cuestas, hogbacks, ho·rst.
nwna.dnocks, pene plarws, pediplanos, criopla.nos, i·nterfrí vios.
O es tudo geomorfol ógico das áreas emersas consta de duas partes principais: 1 - He-
lêvo, 2 - Erosão, que trabalha sôbre o primeiro e cuja fa se fin a l é a peneplaniza üo no
climas temperados oceânicos.
Os aspectos morfológi cos mais importantes do relê vo são devidos aos mo vimentos
leclônicos (e ndógenos ). A ~ grandes cadeias de montanh as dêles res ultam .
Os tipos de defo rm ação ocasionados pelos movimentos tectônicos podem ser ele duas
ordens. : 1) - Epirogênicos, abrangem co ntinentes inteiros sendo, dêsse modo, um mov i-
mento de conjunto. 2) - Orogênicos, concern entes às deformações localizadas.
O primeiro é muito importante na morfologia, pois, destes movimentos elos conti -
nentes res ultam as transgressões e as regressões marinhas (corrente dos epirogenistas ) .
As fôrças tectôni cas podem dar origern. a diversos tipos· de relêvo: de dobra, de falh a e de
lençóis de arrastamento ( nappe de charl'iage).
Até os fins elo século passado consideravam-se os vários aspecto,; do rclêvo apenas
como reflexo da estrutura. Assim , a erosão trabalhando em uma es trutura de camad as
hori zontais, a resultante seria um tipo ele relêvo hori zontal. Em um relêvo dobrado, o
resul tado seria o de camadas mergulh ando em clireçiies clive rse~ s com aspecto anti cli nais
e sinclinais.
Em contraposi ção ao conceito ela geomorfologia estrutural, a climática, considera pre-
ponderante, além ela es trutura ela rocha, a influência elo cli ma. As mesmas rochas podem
la r relevos diferentes em climas diferentes . No Hio de Janeiro e no leste elo Espí rito Santo.
por exemplo, os relevos gran íticos e gmíissicos apresentam forma!Y semelhantes às elo P ão cl~:;
Açúcar. Por outro lado, neste clima, a decomposição q uímica é muito intensa. No Maciço
Central Francês as rochas graníticas oferecem aspectos bem diversos . Nota-se o apareci-
mento de uma camada de d ecomposição - arena granítica ou !Yaibro - recobrindo fo rm as
abau ladas devidas à ação erosiva provocada pelo congelamento d a água durante os im·ernos.
Tem-se verifi cado certa atividacle na criação de laboratórios para o estudo qu antitl-
tivo ou das medidas do s diferentes fenôm enos físicos. Não é possível, porém, rea.liza r
experim entaL11 ente todos os fenômenos espontâneos qu e têm por teatro a natureza.
A g omorfologia é como já dissemos um ramo da Geografia Física, segundo certos
autores, e se divide em: 1 - Geomorfologia descritiva, 2 - Geo morfologia evolutiva.
A primeira, estuda as form as topográfi cas e suas características, e a segund a, as diver-
sas etapas pelas quais passa um determinado relêvo terrestre, até chegar à fisionomi a atu a l.
( Prof. Fr:1ncis Rue llan) .
I Mmfografi a
2 Morfologia geológica
3 Morfologia fisiológica
A náré Chollelj defin e o objeto d a geomorfo logia como a explicação do relêvo atual,
isto é, a pesquisa d as cond ições qu e o determ inam em fun ção dos fatô res estruturais e
climáticos; sendo o se u campo de estudo a própria natureza. Toda via, Kirk Bryan di z que
as form as atu ais do relêvo estão, em grande p arte, liga da~ a formas anti gas . Isto significa
a existência de um a herança das form as atu ais. Muitas das form as de relêvo encontradas
numa região não p odem ser explicadas pelo atu al tipo de clima. Levando em consideração
êste princípio da herança das form as de relêvo, Kirk Brya n a firm a: "Por conseguinte, a
es~ên cia ela geom orfologia é a discri minação entre o anti go e o modern o. É , pois, essen-
cialm ente, um ramo da Geologia Histórica". ( "O luga r da geomorfo logia na ciência geo-
gráfi ca" Boi. Geográfi co n.0 108 - pág. 306 ).
Êste mesmo autor a firma em outro trecho do seu arti go q ue: "Assim a interpretação
das form as da terra ( relêvo ) base ia-se mais e mais na Paleoclimatologia. A geomorfologia,
Métodos geomorf<>lógicos :
1 - iH étodo indutivo ,tp licado Po estudo geomnrfológico, co ns-iste primeir amente
na ob ~e r vação e na descrição dos processos sem idéias preconcebidas . Os
fatos geo morfoló!!icos são narrados ta is como êles se apresentam. E stabcle-
ccm-s~ após um ,~" h ipótese explicativa dos mesmos .
M. D•érru au cm S l-' 11 Precis d e Geornorphologíe assin ala: " O p rimeiro
trabalho do geo mo rfólogo {• , por conseguinte, a obse rv ação dü·eta das fomu/S
dn t erreno, nhscrvaçéio q nc deve evidentemente evitar as ilusões de óp ti ca e
p roc urar ,-er o relevo sob ângu los d iferentes. Esta observação não fi ca limi -
tacb a nm simples regi;;tro de fo rm as, ela deve ser orientada logo em
fu nção da interpretação, ou das inte rpretações eventuais. Pa ra escolher a9
prin cipais articu.lac;ões o geo rnorfólogo deve, se m cessa r, confrontar co m as
explicações poss·Ívcis" ( púg . .'3) .
2 ll'f ét odn d edut-i vo , usado de modo abusivo na gcomorfologw, cons1ste em
estab (;lcce r, em primeiro lugar, as form as de relêvo ( modelos- típicos) qu e
devem deri va r da s fô rças que ;)ge m na superfíc ie ela te rra e ver ificar depois
se estas fo rm as coincidem co m as ex istentes.
3 M étodo explicati vo 011- ge nético, ele \V . M. D avis:
a ) Co mbina ção do s mé todos: dedut ivo e induti vo.
h ) O m étodo adotad o po r Dav is é, no ntanto, tac ha do de dedutivo.
c) Na anú lise ele um a paisagem com o emprêgo do método ele Davis deve-se
proceder ela segu inte fo rma:
1) Heunir e ana l.isa r o mate ri al di sponível, istn é, observações própria9
ou descri ções alhe ias, e cartas geográfi cas ;
2) Indu zir generali zações e hipóteses exp l'cati vas;
A -.,· !!'iS f.!/"'OIJI(J/"fológicas dt·corr- ·111 elas fôn;ns (' n dógcna~ c cxc',gl ·nas . A:-: fô n,·as gcon ~ or
fo lúgi ·as q ue dão as fnrm;,s d e re lt\vo são ,·{u·ias. E stas forma9 de rel<\vn süo d evidas a
,·(,rias açôe9 sillllllt:I LL c:-t;,. e a lc· m elo mai s d esco ntínu as. D iz DcrmaLL q LL e p arce<' difíc il co n-
sq~uir- ~ c llll1:1 ex p ressão ma lc l11Ú ti ca para o p erfil d e equilíbrio flu via l, on a cun·a d a e,·o-
lu çri o el e nma ve rte nte .
A h idrú uli ea c a acrodin:\tn ica s·i\ o as du as ciências qu e ma is contribu em no forn ec i-
m en to de ct:> rtos ,·alórcs num ' ri cos, pa ra a geo nwrfolog ia .
l - Fatôres tectônicos
1
Fôrças edificadoras
Helêvo
H. elêvo
Helêvo
dobrado
fa lhad o
ele soergui mento tectônico
He lêvo ele afund amento
1
o rgani za da
ou não
Processo de degradação
Cê lo
1
Hegul ariza ção el a superfície
Vento
Ações quími cas
te rres tre
G ra vidad e
- ni ve lam e nto ele acid ente.;·
1
J'd a io r ou menor dureza da
Fo m1as es trutu ra is
Fo r111 a el e eros:'io difere nc ia l
rocha ou r e ti Ií nea
Qualqu er parte el a li tosfera pode ser mod ifi cad a ele t rês man eiras d ife rentes:
1 Pode ser deform ada por mov ime ntos tt·ctà nicos - Relevo tectrlnico .
2 Po de se r mod ifi cad a por ad ição de ma terial - acumulação de ori gem vul-
c:\ni ca, dun a - Relêuo de acumulação.
3 - Pode ser modificada p ela re tirach de material , como fa ze m, por exem plo, as
vagas na s fa lésias - Relêw de erosüo.
O m eio co nt;ine ntal é ca racteri za do p ela erosão - d~ míni o el os agen te
e rosivos ( desgaste +
acumu lação ) .
O m eio nwTi·n ho é caracte rizado pela scdim entaçiio.
As ro chas são :-~s substâncias sujeitas à ação das fôr ·a~ intern as c externas.
D es tas fôrças resultam: a) D eformações, b ) Desgas tes·, c) Acumulações.
Qualqu er forma ele relêvo primitit;o ou original é passível de modificação,
porém, as deforma ções de maio r importància são as ([ UC res ultam da ação ele
fôrças end ógenas, especialmente a9 q ue são devidas ~\ tcctônica.
Fig. n. 0 4G - Os tra<;ados das rt~rrovias c das rodovias obrigam os engenheiros a realizarem muitas
vt>zcs grandes cortes, ou imensos aterros. E:stes 90dem ser fritos ou com a rocha meteorizada, ou mesmo
CIHH a rocha sã. Tod rlS ês tes movimentos de materiais feitos pelos grupos humanos alteram a fisionomia
das regiões. O equilíbrio das vertentes, não raro, é rompido e, com êle, uma série de fenômenos
ocorre. Como exemp lo, pode-se citar, os deslizamentos de barreiras, ou mesmo as corridas de blocos. -
Na rodovia Rio-Belo Horizonte é interessante ressaltar o fato de que em certos trechos, logo nas pro-
ximidades da cidade de Belo Horizonte, esta foi cortada sôbre afloramentos de minérios de ferro. - Na
fotu ao lado , tirada próximo de Ouro Prêto. vê-se, por exemplo, um barran co onde aflora a jacutinga, ·~
isto é, minério de rerro pulverulento.
(Foto Tihor Jablonsky)
A<> va r i a ~·õ es clinüticas num a área clarão: l - Formas a tu ais ou vivas; 2 Formas
rclírpria, ou fósseis ou ai nda mortas; 3 - Formas exumadas (eventu almente) .
D e ~·! artnnne acentu a : "o clima surge como um fator essenci al do relêvo, no sentido
e m qu (' determ ina as ca racterísticas do modelado . Porém, não devemos atender somente
ú di s-tribuição a tu al dos climas. Os efeitos do modelado glaciário qu aternário tendem a
d cs:lpar.:cer nas regiões onde atualmente trabalha a erosão normal, mas são a inda evidentes
c m grandes ex tc nsõ< ·s" ( Pn nora.m a. da Ceogmfia, vol. I ,págs. 472/473).
GEO~tORFOLOGJA NORMAL - o estudo das forma s de relêvo d as regiões temperadas.
A9 pesqu isas mais minu ciosas refe1·entes à morfologia terrestre foram fei tas nessas regiões.
Êstc neologismo implica, porém. na ex istência de uma gcomorfologia anorm al, tôda vez que
se trat ass<: de es tudos feitos· em regiões de clim a qu ente. Mas na realidade a geom01jologia
tropical é norma l, pois suas caracterí sticas são peculiares ao próprio clima.
O conceito de gE'omor.fologia norm al co meça a tornar-s·c confuso, segundo se co nsidere
os d i ersns autores yne tem tra tado dêste as·sunto.
A) Pa ra Davis a geo m orfologia normal di zia respeito às áreas que tivessem sido
moclebclas p elo clima temperado {unido, como ocorre no nordes te dos E stado9
Un idos, no noroes te da Europa e, em alguns outros poucos lugares da terra,
inclusive na Nova Zelân dia ( importantes es tudos de Coton - discípulo de
D avis) .
B) Pa ra Paul i\-Iacar a geo morfologia n o-rmal é num a parte da geomorfologia.
D e um a maneira gera l podemos disti nguir diferentes tipos de mod elado
terres tre cm ligação com os tipos de clima. Tes te caso podemos falm: de
m od elado d esértico, de um modelado glaciário e, por conseguinte, ele
uma geo m orfologia da s regiões árid as, etc. As form as ele relêvo ele cada
um a dessas pai~age ns d iferem muito das qu e são encontradas nas regiões
cl clima temperado úmido que recebe o nome de geomorfologia no·r mal.
Esta d enominação liga-se ao fato de qu e o mod elado das regiões temperadas
é: o mais estudado e, por conseguinte, o mais co nh ecido.
C) Cholley a dota aSo ex pressões erosão n ormal e geom orfologia normal dando
as seguintes ju stifica tivas:
l - normal, porqu e corresponde ao modo ele escoame nto norm a l e regular
elas :'tguas sôbrc a superfíci e do globo.
2 p orqu e refl ete Úm trabalho regular progressivo e susceptível de alca nçar
uma ú ltim a etapa.
3 agindo sôbre rochas- d iferentes, o trabalho cont ínuo , realizado p elos rios
terá como res ultado diferentes tipos ele relêvo. Impressão de ordem e
hi erarquia qu e sa tisfaz ao espírito.
4 se u ca mpo abra nge a mai or parte elo globo terrestre, 70% excetuando-se
as regiões polares e desérti cas .
5 os es tudos morfológicos fei tos em regiões temperadas são ma is acurados,
pois, nelas vive grande p arte d a população culta da h umanidad e.
D) Para D e Martonne a denomin ação m od elado normal teve um s·enticlo res-
tri to, já que se lim ita à erosão fl·uvial. "Olhando cm tôrno de nós , analisando
os melhores mapas topográ fi cos do território fra ncês, achamo-nos em presença
ele um modelado cujo agente principal é incontes tàvelmente a erosão das
águas correntes e cujo resultado é a multiplicação dos vales, qu e são a
A) Grand e espess ura da ca mada de rochas deco mpostas que m ascaram as for-
m as esh·uturais;
B) Coloração domi nantemente verm elha ou ala ranjada dos solos e regolitos -
aparecinw nt n ele latosso fos ( s{) los lateríti cos ) e de laterUos (crostas ele canga),
C) Vc.:rtenks convf'xas c forma s típi cas de pão- de-aç úcar c pontões, nas áreas
c.-istalinas. ·
D) Vale,; de fundo chato, grandes alvéo los e escassez de materi al aluvionar
(seixos ) Clll terraços, por ca usa da grande di ssolução. ( Vide geomo·rfologia
110"/"1/l{/l ) .
CEOSFE RA - denOIIl inação dada :1 parte sólida do nosso planêta. O exame da estrutura
da geo fe ra, demonstra a existcncia d as segu intes camadas : 1 - Litosfera ( e~fera de
pedra) - a ctlafi zação de sua parte super fi ·ial dá aparecimento ao solo, 2 - Pirosfera,
!c11nh f. m denom inad a sima, ou mesos fera e 3 - J3arish.: ra, nife, ou ainda, núcleo central.
CEOSSJNCLI NAL - depressão alongada ond e os sedi 1nent os, por efeito da subsidência,
:acarretaram u m afund amen to progressi,·o no deco rrer dos tempos geológicos, permitindo
assim a ac umulação de grand es es pess uras ele materi ais. Êsses, p o~te riorm e nte, vieram a
se r elevados por efeito de pressii<:>s· laterais, co mo ex plica a teori a da mi gração dos continentes .
Os geossinclinais co rrespondem às zonas ele in tensa movimentação tectónica onde apa-
r-ecem os diversos tipo> de dobras, charriages, fa lhas e vulcani smo.
Os geossinc linais represent:1m áreas ele afund amento produzida ~ pelo acúmu lo ele sedi-
m entos e separam as :Í reas continenta is. lloje já existe um a certa oposição a esta teoria
d a subsiclencia produzida pelo pes{) dos detrito acumulados nessas zo nas ele fraca resis-
tcJncia.
O tcrn1o gc•>ssin t: lina l ou gcoss inclí nico foi cri ado pelo geólogo James D . D ana.
-GEOSTÃTICA - o ml'srno q ue geologi(! cslrufural. Vide geo logia.
CEOTECTÔNICA - o mesmo CJU e tectônica ( ,·ide ) ou geologia mecânica ( vide) .
C ÊSSO ou GIPSO - rocha form ada pela hidratação do sulfato d e cúlcio, isto é, a gipsita,
<:: uja fórm ula é a seguinte: SO'Ca + 201-1' =
SO"'Ca 201-F.
Fig. n. 0 SG - Antiga g ruta prod uzida pelo trabalho de dissolução das :íg;uas das chuvas e do mar.
Vê-se na foto acima uma d e pressão d e forma circular que constituía uma gruta cujo teto desabou
ficando atualmcnte ligada ao mar por um pequeno canal que se acha e ncimado por um tcto d e pouca
espessura c l arg ura pequena . No Jitoral português, em Cascais, é freqiientc o aparecimento de g nttas
dêsse tipo, nas falésias calcárias .
(Foto Co lcção Passaporte "Loty'')
GRUTA \1ARINHA - cavidades produ zidas p elo trab alho elo mar nas rochas elo litoral
( Figs. ns. 7G e 8G) ou na p la taforma continental. T i\m grand e importància r1uando :~pa
recem na borda do litoral, pois, provam indiscutivelmente uma va riação de nível entre
terras e águas. Estas grut:~s também poderiam ser d e nornin:~clas de marmita9 emersas à
semelhan ça elas flu viais. No Menez Lux, em Telgruc, no Finisterre, foi descoberta unm
an tiga gruta marinha a 135 metros acima do nível elo mar atual. I gualmente no Uru~a i ,
t·m Punta Ball en:~ , encontram -se ca vidades emersas produ zidas pela abrasão marinha. Nas
grutas marinhas emersas, podemos encon tmr um a prova geomorfológica, isto é, um a cavi-
dad e emersa acima do nível do mar, ou ainda um a prova geológica, quando há seixos e
m eias depositados pelo mar.
GUANO - fosfato cálcico originado elo acúm ulo ele excrementos de :~ves marinhas em
il has qu e aparecem no litoral do Peru e, tamb ém, na cos ta chil ena. O guano é mn ito
utilizado como a dubo na agricu lt ura. A palavra guano é ele origem quíchua e signific:~
estêrco (principalmente de aves marinhas). O guano recente, além d e conter o fosfa to
d e cálcio, poss·ui também fo sfato de magnésio, oxalato de amànio, urato d e amônio,
sulfatos de potássio e sódio, matéria orgâ ni ca dos dejetos e detritos de animais mortos.
H á outras hipóte9es como a de Faye, ele Flammar ion, ele Moreux, planetesimal ele
Chamberlin e Moulton, teoria elas marés, ele Jean Jcffrey e James Jean e a T eoria ele
Dauvillier.
Segundo a hipótese planetesímal de Chamberlin e Moulton - a m atéri a ele que se
constituem os planêtas e satélites era outrora um exa me de partículas ou planet esimais
que se dispunham em espiral em tôrno ele um núcleo do sol. Pela passagem ele outra es-
trêla próximo do sol, desprendeu-se grande quantidade ele matéria. Os corpos maiores
foram, em seu giro, absorvendo os menores e, portanto, aum entando de vo lume como se
dera com o nosso planêta.
H á quem acredite, que os m eteoros atuais são p artes destas partícul as, relíquias elos
planetés·imos, da mesma forma a luz zodiacal.
HIPSOMETRIA - diz respeito às medidas· altimétri cas ex : mapas hipsom étri cos. Vide al-
titude.
8 Hortzonte i/av i a i.
Jmnilliillm ~
Ro ch a d ec o m posta
c
+ + + ~ + + + + +
Rocha m(;lfrtz.
+ + + + + + + + +
+ + + + + + + 1' +
+ + + t -t + + + +
Fig. n . 0 2H - Perf il ideal d o solo.
F i ~:. n .0 3H - H orst .
F ig. n.o 1 I - Na reg ião de Patos, na Paraíba , vê -se uma supe rfície pediplanada, onde surge uma
série de umontanhas-ilhas,, isto é, inselbergues .
• (Foto do CNG)
O nome de inlandsis foi dado primeiramente para os campos de gêlo da Groenlândia
e hoje é extensivo n tôdas as calotas glaciais, cujos aspectos se ap roximem do existente na
Groenlândi a.
INSELBERGUE - denominação usada por Bornhardt para as elevações ill1adas. q ue aparecem
em regiões de clima árido. (Fig. n. 0 1 I) Hoje ês te têrmo está sendo usado de modo con-
fuso por certos geomorfólogos para designar cones vulcânicos, form as de pães-de-açúcar, etc-
Os inselbergues são como q ue resíduos. da pediplanação , em climas áridos quentes
e semi-áridos, à semell1ança dos monadnocks, devidos à peneplainação, em regiões de clima
úmido. Neste particular podemos citar o caso do Prof. De Martonne q ue usou a denomi-
nação de inselbergue na des'<.'ri ção do Itatiaia. Aliás, se ativenno-nos à definição dada
acima, o Itatiaia não deve ser descrito como sendo um inselbe·rgue.
O Prof. ~'ilhelm Kegel ao estudar os serrotes, na região da serra dos Cariris Novos
(Ceará-Piauí) diz que os mesmos form am, em certos casos, ·inselbergues. Conceb e-os
neste caro, como elevações pouco alongadas, e relativamen te ilhadas, cuja evolução se fêz
em função de um sistema de erosão, com o clim a semi-árido.
INSOLAÇÃO - q uantidade de calor enviada pelos raios solares à superfície da terra.
A importância da variação d a amplitude térmica diária, isto é, da insolação, é grande, pois
ela explica o aparecimento de certas formas de relêvo. Nas regiões de grandes contras.tes
diários, como nos desertos, a insolação se faz sentir com mais intensidade.
Na superfíc ie do globo observamos que a insolação vari a com a latitude e a altitude,
pois é produ zida pelos raios solares. Mas outros fhtâret> loca is entram em linha de
conta, sendo a cob ertura vegetal a mais importante. Nas. zonas de florestas, o microclima
aí existente, faz com que o efeito da insolação seja bem menor q ue nas superfícies de
campo, onde a exposição aos raios solares é maior.
1NSUA - denominação usada para as iThas. fluviais ou lacustres de pequena dimensão.
Nos rios meândricos é freq üente o aparecimento temporário dessas ínsuas.
íNSULA - o mesmo qu e ·ínsua (vide).
INTEMPERISMO - conjunto de processos mecamcos, qu umcos e biológicos que ocas.ionam
a desintegração e decomposição das rochas. O uso do têrmo intemperismo tem sido com-
batido, por certos autores, que preferem o de meteorização, pelo fato de mell1or corres-
ponder ao têrmo inglês weathering. Talvez mais feliz que o emprêgo do têrmo meteorização
s.eria o de erosão elementar, tendo em vista que esta constitui a etapa preliminar, ou mesmo,
elementar, na realização de qualquer dos ou tros tipos de erosão .
INTERTIDAL - zona costeira que com-
preende a faixa localizada entre a maré baixa
e a maré alta. Chama-se de Unhas coti.dais •
aquelas que, sôbre um mapa, unem pontos
B A
que apresentam a mesma altura de maré,
num a determinada hora. Vide estrão.
lNTERFLúVIO - pequenas ondu lações que
separam os vales, cujas. vertentes são na ! ++
+ +
+
j
maioria dos casos de form a convexa, co nsti- + + ::., . -::
tuindo pequenas colinas. Fig. n.0 2 I ( Vide -+- + + + + +
areolar (erosão). Fig. n .o 21
Fig. n .o 3 I
FONTE : Anuário Es tatís tico do IBGE - 1949. f:s tes d ados d e medida de á reas hi psom étri cas
não foram mai< a tu alizad os pelo IBGE. Atu a lm ente a á rea do Bras il é de 8 511 965 km 2 •
ISOSISTA - linha que liga os pontos de igual intensidade sísm ica, dispo ndo-s-e em form a
concêntrica, ou irregularmente, ao redor do epicentro (vide).
ISóSTASE - grafi a usada em Portugal para isostasia ( vide) .
ISOSTASIA - teoria devida a Pratt, em 1869, e aperfeiçoada por H ayford , em 1909,
segundo a qual a terra tende a tomar permanentemen te uma form a de eq uilíbrio isostáti co,
Fig:. n.o 4 I - Rel ê vo com comêço de inversão d evido ao afundamento de dois va les de anticlinais ficando
em destaque o sinclinal.
•o o
•o o
400
300
zoo
'00
I
000 400
Fig. n.o 5 I
ISTMO - es treita faixa de terra situada entre dois mares, correspondendo, de modo geral,
a wn a zona onde se verificou um afundamento do solo, ou ao contrário, uma invasão do
mar. O trabalho de rasgamento de um braço de terra dêsse tipo - construção de um
canal pelo homem, pode fa zer com que grande economia de tempo seja conseguida pelos
navios, ex. : canal de Suez, Panamá, etc.
lTABIRITO - quartzito hematítico, ro cha metamórfica, xistosa, constituída de grãos de
quartzo e palhêtas de hematita micácea. Ocorre no Brasil na forma ção Itabira, da série
Minas, do Pré-Cambriano Superior. Os itabiritos menos silicosos constituem bom minério
de ferro. Pela p erda total do quartzo passam a hemati ta pura. A substituição metassomá-
tica da silica pelo óxido férrico dá lugar aos; maciços de hematita com pacta q ue formam ,
em Minas Gerais, os proeminentes picos de Itabirito (I tabira do Campo ), Ca uê ( Itabira
do Mato Dentro ), Conceição, Mutuca , Jangada, etc. As reservas itab iríticas do quadri lá-
Lero ferrífero, MG, somam entre 50 e 100 bi lhões de toneladas, e estão entre as m aiores
do mundo.
ITACOLOMITO - q uartzo flexível, no qua !aparecem lâminas de mi ca . Esta rocha de
coloração branca é muito flex ível, sendo encontrada, principalmente, no Brasil e, sobretu-
do, no estado de Minas Gerais.
"ITAIMBÉ ou TAIMBÉ: - denomi nação dada para os grandes abruptos d a "serra" Gear!
no sul do Brasil. Tamb ém usam o têrmo aparado ( vide) para êstes escarpamentos.
ITAIP AV A - de nominação usada em certos estados do Brasil, como sinônimo de co rredeira ,
cachoeira ou salto. No es tado do Pará, há mesmo uma corredeira no rio Xingu com o nome
de Jtaipava.
ITAPIOCANGA - o mesmo que canga ou laterit o (vide)
"ITARANA" - denominação regional dos la.teri.tos (vide) no município de Marapanim, na
zona do Salgado, es tado do Pará.
Êste fenômeno geológico é de grande importância nos estudos morfológicos das regiões
dobradas, como os Alpes, Himalaia, Aneles etc.
JASPE - calceclônia impura ele côres variadas, sendo a vermelha a mais comum. As prin-
cipais. variedades são: jaspe vermelho - contém sesquióxido de ferro qu e lhe dá tal colo-
rido; jaspe roxo, amarelo, negro, p edra ela Iídia ou lidita, que é a p edra de toque elos
joalheiros, muito dura e opaca. Costuma-se ainda chamar ele jas.pe, à argila carregada ele
sílica, que se torna dura e compacta.
JAZIDA MINERAL - ocorrência anormal ele minerais co nst ituindo um depósito natural
que existe co ncentrado em certos pontos ela superfície elo globo terres tre. Consideram-se
assim, tôdas as substâncias minerais ele ori gem natural, mesmo as de origem orgânica, como :
carvão, petról eo, calcário, etc.
As jazidas podem ser classificadas segundo a sua origem, o seu aproveitamento, a sua
proftmdidade, etc.
Segundo a origem podem ser divididas do segu inte modo :
A) Or·igem magmática :
1 Ortomagmáti ca
2 Pneumatolítica ( pegmatíti ca )
3 Hidroterm al
Fig. n . o 2J - No pri_me iro bloco vêem-se as formas agudas do relêvo jove m. No segundo bloco, tôdas
as saliê-ncias já estão arrasadas pela erosão, relêvo maduro.
JU TA - co ntato de uma ca mada com outra. Nas rochas estratifi cadas e, principalmente,
nas de natureza sedim entar se observa ~ue as juntas são da máxima importância para se
e~tud ar o ritmo da sedimentação e a separação d a natureza elo materi al depositado. O têrmo
junta, também, é usado às vêzes para significar as fendas, as frattlra s ou di áclases encon-
tradas na rochas (Vide diáclase)
JUNTA DE ACAMAMENTO - coincide co m os planos de estrati.ficaçâo (vide estratifi-
caçün, plano de ).
JUNTA ESTRATIGRÁFICA - o mesmo qu e ju.nta de acamam ento ou planos de estratifi-
caçân ( vide estmti fic ação, plano de) . São os interstí cos existentes entre as camadas ou
estratos concordantes, que podem ser originadoS> pela variação no tipo ele sedimentação.
JURÁS SICO - compreende os terrenos elo Mesozóico situ ados entre o Triáss ico e o Cretáceo.
Foi no maciço do Jura, na França, onde se encontrou a me lhor coluna de terrenos dêsse
período, daí o seu nome. Na Franç-a e na Inglaterra os depósitos dêsse período são muito
espessos.
A vi da no Jurássico é caracterizad a pelo máximo desenvolvimento dos répteis em di-
versidad e e ta manh o. Êsses répteis eram extremamente especializados em suas fun ções e
adaptados a diversos hábitos de vida.
'
•
KARREN ou SCHRALTEN - terminologia germâni ca para os lapiás (vide) qu e no Jura
são regionalmente chamados de rascles.
KARST - topografi a típica de terrenos calcári os como os que aparecem a noroeste da pe-
nínsul a balcâni ca. E ~ta designação foi tomada da região de Cartso, no Adriáti co. Karst -
grafi a iugos lava de carste (vide) .
KATAZONA - grafi a antiga do tênno catazo1w (vide).
KEEWA TIANA - um a das épocas em qu e se divide o Arquea no, da Améri ca do Norte.
KEUPER - di visão do T riássico superior dos terrenos europeus, situados acima dos do
Muschelkalk.
KIESELGUHR - denominação alemã, a dotada por alguns autores, para o cliatomito (vide).
KILARNEANA - revolu ção orogenética ocorrida no fim do I'Toterozóico da Améri ca do
Norte. As revoluções orogenéti cas L aurenciana, Algom aniana e Kil arn eana fo ram as res-
ponsávei pela formação de cadeias de montanhas da era Proterozóica da América do orte
(engloba os períodos Arq ueano e Algonquiano ).
KIMBERLITO - breccia p eridotítica encontrada em Kimberley, na Afri ca do Sul, da qual
é extraído o diama nte.
KNICK - ângulo form ado pelo sopé do i·11selbergue ( vide) co m a supedície topográ ~i ca de
um pedim ento ou de um pediplnn o ( vide).
KUM - denominação dada na Asia, para as grand es ex t en ~ões de areia, nos desertos. O
mes mo que erg - árab e. ( Vide deserto ele m·eia ).
KUNZITA - varied ade da espoclumênio (silicato duplo de alumínio e lítio) de côr lilás,
rosa, ou mesmo incolor, usada pelos joalheiro .
---------------------
+
+ t + +
+ + + + + +
F ig . n .0 l L L ac6li tos são as intrusões n as quais h á twl estre itamento inie ri ot
e um alarga1nento na 1.n assa superior constituindo alg umas v êzes verdadeiros
lençóis- camadas no espaço e ntre os estratos. O !acóli to pôsto a afl orar devido à
erosão dá a aparência de um "l ago de pe dra", do nde o seu nome.
]JL:-·
I
Fig. n.o 2L - Lacuna estratigráfica .
LACUSTRE (sedimento ) diz-se dm; depósitos detríticas ou ele restos orga mcos acumu·
lados em anti gos lagos. É através do estudo da faci es q ue podemos determin ar a origem ela
rocha sedimentar.
LADEIRA - têrmo descritivo usado, com pouca freqüência, em geomorfol ogia, para designar
terreno inclinado ele uma encosta, ou melhor, de um a eleva ão do relevo.
LAGO - depressões do solo produzidas por ca usas- diversas e cheias de águas confinadas,
mais ou menos tranqüilas, pois dependem da área ocupada pcla9 mes mas. As fo rmas, as
profundidades e as extensões dos lagos são muito variáveis. Geralmente são alün entados por
um, ou mais rios afluentes. PosSouem tamb ém 1·ios emissários o q ue evita o seu transborda-
mento. Os lagos são mais freqüentes nas regiões montanhosas e no hemisfério norte.
Quanto à origem os lagos podem ser : lagos tectônicos, v ulcânicos, residuais, de erosâo,
de barragem , ( Fig. n .0 3 L ) mistos, etc.
Quanto ao regime os lagos podem ser ele caráter tempo rário ou permanente.
Os lagos situados na borda litorânea, que possuem ligações com o oceano são, geral-
mente, cham ados de lagoas, ex.: lagoa dos Patos, Mirim , Rodri go de Freitas·, etc. ( Vide
lagoa).
Pode-se, então, dizer que um lago é uma vasta extensão de água confinada, cercada
de terra por todos os lados. As lagoas podem também ter água salobra ou mesmo salgada.
Ao passo q ue os lagos têm mais comumente água doce, embora exi9tam lagos ele água
salgada como é o caso do chamado lago Salgado, no oeste dos Es tados Unidos.
Na Finlândia, encontramos um grande número ele lagos de barragem glaciária, bem
como de erosão provocada p elas geleiras. Contam-se 35 500 lagos na Finlândia, e aparecem
mais densos, na área compreendida pelos paralelos de 61° e 62° ele latitude norte.
LAGO DE CRATERA acum ulação de água que aparece nas crateras dos vulcões (vide
c ratem ). Ésse tipo de lago tem, geralmente, pouca duração, pois, não possui rios afluentes,
e vive na depend ência exclusiva da água das chu vas.
LAGOA - depressão de formas variadas - principalmente tendendo a circul ares de
profundid ades pequenas, e cheias ele água doce ou salgada.
As lagoas podem ser defin idas como lagos ele peq uena ex tens·ão e profundidade.
Algumas lagoas são temporárias e existem apenas na es tação das águas, h·ansforman.
do -se em pasto~ por ocasião ela estação sêca. A tendência natural dessas lagoas é o seu
enchimento, isto é, sua colmatagem . Muito comum é reservarmos a denominação . lagoJ
para as lagun as situadas nas bord as litorânea , q ue possuem ligações. com o ocea no, ex.:
lago as dos P atos e Mirim , no cstnclo do Hio Grande elo Sul c Hocl n go de Freitas ( Fig.
n.0 4L ), no es tado da Guanabara.
LAGOA EM CRESCENTE ou FERH ADURA - peq uenas depressões cheias de águ a, a9
r1uais aparecem no leito maior elos rios c res ultam de um sacado ( vide).
Fig. n. 0 4L - Aspecto do relêvo da zona sul da cidade do Rio de Janeiro. Do ponto de vista geológico
observam-se dois tipos dominantes de estruturas: 1 - alinhamento de serras e pontões, 2 - as antigas
restingas formando a área da planície. A lagoa Rodrigo de Freitas é resultado de um processo d e 7,~
barragens devidas à justaposição de restingas sucessivas. Observe-se ainda a importância da ponta do
Arpoador entre as praias de Copacabana e a de Ipanema.
LAMEIR.~O - denominação regional, dada no baixo rio São Francisco aos solos arenosos
e argilosos, que são aproveitados com a rizicultura.
LAMELA - têrmo pouco usado como sinônimo de camada· (vide).
LAMINAGEM - adelgaçamento das camadas por ocasião de um dobramento. :ll:ste fenô-
meno é mais fácil de . ser observado nas flexuras ou dobras monoclinais . (Fig. n. 0 5L ). Do
ponto de vista geomorfológico, o aspecto topográfico é, mais ou menos, semelhante ao de
um escarpamento de falha. Porém, o exame da estrutura das camadas, imediatamente
revela a existência de continuidade dos estratos, tratando-se, apenas, de um desnível sem
ruptura, por causa da plasticidade das camadas.
LAPA - denominação dada em alguns estados e, principalmente, em Minas. Gerais, a cavi-
dad e9 ou grutas que aparecem nas encostas das rochas. Usa-se, também, esta denominação
para o chão de u'a mina -em exploração. O teta da mina chama-se capa e as partes
laterais pés direitos.
O têrmo lapa é usado ainda para designar, por vêzes, o afloramento de roch ~s de
superfície chata que aparecem na borda do litoral, nas marés vazantes.
LAPIDIFICAÇÃO - vide díagênese.
LAPIÃS - caneluras ou regos paralelos que entalham a s·uperfície das rochas. É um fenô-
-meno próprio d as rochas solúveis cou1o o calcário, gipsito, etc. Fato análogo pode ser obser-
V-ado, porém, nos arenitos, e mesmo em certos granitos, o que prova que estas rochas podem
ser, em certos casos, sensíveis à corros·ão química e lavagem feitas pelo escoamento super-
ficial das. águas . ( Figs. ns. 6L e 7L )
Lapiós (colcorio)
FiJI:. n.o 6L
Os lapiás são mais comuns e mais bem estudados nas rochas calcárias. No Brasil, po-
demo9 observar, em certos granitos e gnaisses que a superfície das rochas é cortada, por
la pi ás (Fig. n. 0 7C) , como, por exemplo, na ilha do Tatu, na baía de Sepetiba. Algumas
vêzes, a instalação dêsses lapiás se faz por meio da rêde de diáclases existentes na rocha.
Por conseguinte, estas caneluras na superfície horizontal resultam de decomposição quí-
mica realizada pelos agentes exógenos ao longo das diáclases. É freqüente no cruzamento
das diáclases aparecerem mesmo, pequenos alvéolos•. Geralmente, nesses lapiás se encontra
uma vegetação de musgos, líquens e às vêzes, pequenos arbustos. Além da decomposição,
no trabalho de construção dos lapiás, temos a salientar a corrosão e deflação, que consti-
tuem os agentes principais das formas de erosão nos climas árido9 e semi-áridos, onde
os mesmos aparecem.
O Prof. Jean Tricart, na região ootentrional de Belo Horizonte, distinguiu os seguintes
tipos de lapiás: 1 - lapiás de juntas, 2 - lapiás alveolares horizontais, 3 - lapiás celulares
e 4 - lapiás em marmita.
LAPIÉS grafia francesa muito adotada, cuja tradução em português é recente - lapiás
(vide).
LAPmz - grafia adotada por vários autores para o têrmo francês lapiés (vide).
LAPILI - produto sólido lançado pelos vulcões cujo tamanho pode variar de 5 mm a 5 cm.
A forma dêsses fragmentos pode ser angulosa, arredondada, etc. No cone vulcânico o
lapili, geralmente, aparece misturado com cinza, bombas e blocos. No Maciço Central
Francês, certos vulcões, em determinadas ocasiões, expeliram quase que exclusivamente
lapili, cujos leitos pos9uem inclinações diversas e mesmo alterações, o que prova que êsses
leitos foram expelidos em datas diversas.
LATERITO - rocha ferruginosa que aparece nas regiões de climas intertropicais úmidos,
resultante da alteração que se realiza em qualquer tipo de rocha. Esta alteração está
ligada e9Sencialrnente, ao clima, pouco importando a natureza da rocha.
LAVA CORDADA
aquela cuja solidificação
dá uma superfície seme-
lhante a uma série de
cm·elas; daí o seu nom e.
Os indígenas do H avaí
denominam as s-uperfícies
d êsse tipo de "pahoe-
h.oe". A lava cardad a,
por conseguinte, nad a
mais é q ue um vasto der-
rame de magma básico,
o qual se res.friou lenta- F ig. n .0 lOL - Grand es blocos d e la terito cavernoso d esagrega do do
litoral no Cabo Verde (Africa Ocidental) .
men te (vide aa ). (Foto do a utor)
LEHM ou LIMO - um a argila colorida com grande proporção de quartzo. O loess ( vide)
por lixiviação se transfmma em lehm.
LEITO FLUVIAL - canal escavado pelo talvegue do rio para o escoamento dos materiais
e das águas. Em função do escavamento d ê~e talvegue resu lta a fomw do vale, das
veTtentes e também das próprias cristas. O leito fluvial é também chamado de álveo.
LEITO MAIOR - bangu eta de forma plana, inclinada levemente na direção de jusante e,
situada acima do nível das águas, na estação sêca. O leito maior dos rios é ocupado, anual-
mente, durante a época das chuvas , ou então, por ocasião das maiores cheias. Esta banqueta
lateral, aci ma do leito menoT, é tamb ém chamada de terraço. (Fig. n. 0 llL )
+ Le ito Maio r ++
+ .j.
+
+ Leito Me~ + +
~-.~----------~~~~
.. +
Fig. n. 0 llL
LEITO MENOR - canal por onde correm, permanentemente, as águas de um rio, sendo
a sua secção transversal melhor observada por ocasião da vazante. Durante as cheias, os
cursos d'água sobem e inundam a banqueta superior, leito maio·r ou terraço, ocasionando,
algumas vêzes, calamidades. A ês te respeito são bem conhecidos os efeitos das cheias do
Paraíba do Sul e do São Francisco. O rio deixa o seu curso normal e ex travas·a acima do
leito maior, inundando as áreas próxin1as.
LENÇOL AQüíFERO - até bem pquco tempo correspondia ao que chamava de lençol
d'água subterrâneo. Hoje são chamados sin1plesmente de aqii.íferos (vide).
LENÇOL D'ÁGUA, ~ATIVO - diz-se do aqüífero que se encon tra entre duas camadas
impermeáveis. O m e'91'i,o ."que aqüífero artesiano . A importância da água subterrânea é muito
grande para os grupo9 humanos, condicionando certos tipos de habitat. Êsse tipo de depó-
sito d'água é o menos visível, e o mais . difícil de ser medido, tendo em vista a sua situação
interna, isto é, abaixo do solo (Fig. n. 0 12L ).
Fig. n .o 12L -
·-·---·--·...,..,.- .-- .----
lnfluência do len çol d e escoamento n a concentração
da drenagem lateral para o rio A.
LITOLOGIA - es tudo científico da origem das rochas e suas transformações. Esta parte
da geologia é também denominada de petrografia. E um a importante ciência auxiliar da
geomorfologia no estudo das formas do relêvo terrestre.
LITOLOGIA SUBMARINA - es tuda a origem e a transform ação elos sedimentos orgamcos
ou inorgânicos que forram o leito ou fundo dos oceanos, isto é, as ro chas de origem marinha.
LITORAL ou COSTA - faixa de terra emersa, banhada pelo mar. Não se deve definir o
litoral como sendo apenas, a linha de contacto entre o relêvo terres tre e as ág uas oceânicas.
devida à movimentação rítmica da água elo mar - marés·, vagas , correntes, etc. - o que
ocasiona uma variação do nível das águas oceânicas.
Em sentido restrito, o litoral com preende um a faixa qu e tem os seguintes limites:
a) inferior - nível das m arés baixas, b) superior - nível das marés altas . Trata-se de
uma es treita nesga cuja linha ele costa tem a ex tensão globa l de 262 000 km. A zona lo-
calizada abaixo do nível das marés de vazante é a zona sublitoTânea., e a qu e está acima
do limite das< marés montantes é a zona S1.tpralitorânea. Do ponto de vis ta geomorfológico
as zonas litorâneas são interceptadas por um plano de referência - nível zero, a partir
do qual se medem as altitudes positivas< ou negativas - relêvo em erso e relêvo imerso.
Todavia, é preciso acentuar, qu e o atual nível zero, era a isoQ Ípsa ele + 150 metros, por
ocasião da glaciação ' Vurniana . D êste modo, as atuais zonas litorâneas são, até certo
ponto, costas de S1.t.bm ersão. O plano de referência é variáve l no deco rrer da história fí sica
da terra.
O es tudo d o li toral sempre preocupou os geólogos , geógrafos e geomorfólogos e, de
modo geral, cada um, procura esboçar uma classificação para os diferentes tipos de costa.
Eduardo Suess dividiu 09 litorais em: 1 ) Tipo Atlântico e 2) Tipo Pacífico. Os primeiros
têm um a es·trutura de dobram ento ou de falh amento, oblíqua à costa. Como conseqüência,
tem-se um litoral mais rico em acidentes salientes (cabos, pontas, etc.) e reentrantes (baías,
golfos, enseadas etc. ). Quanto à9 do tipo pacífico, a estrutura do dobramento é paraleh
à crista; como exemplo, pode ser citada a da Dalmácia, Andes, Rochosas, etc.
A costa do tipo atlântico é discordante enquanto a do tipo pacífico é concordante. Isto
significa que na primeira, as elevações do relêvo formam um ângulo maior ou menor, com
S· •o
" 20 )0 ...
TOTAL 98,58%
Êstes oito elementos entram na composição dos principais minerais: quartzo, feldspato,
micas, anfibólios, piroxênios, peridoto que por sua vez cons tituem as vá rias rochas; sendo
que o silício, o alum ínio e o oxigênio formam 82,47% das rochas da litosfera. Por cons eguinte,
a litosfera nada mais é do qu e o conjunto das partes- sólidas do globo terráqueo, isto é, o
sial, secundado pelo si.ma; material situado abaixo do sial.
O estudo da litosfera é de importância tanto para a geologia, como para a geomorfologia,
devido, p rincipalm ente, aos seguintes fatos :
1 A crosta sóHda, isto é, a litosfera, é constituída por diferentes tipo ~ de rochas
(eruptivas, sedim entares, metamórficas) .
2 A litosfera é a camada da crosta terrestre cujas form as topográfi cas dependem
dos agentes geológicos exógenos e endógenos-. Ela vai preocupar, particular-
mente, ao geomorfólogo por ser a ca mada que possui as formas- de relêvo,
sôbre as qu ais age a erosão .
3 A p elícul a superfi cial da litosfera alterada e edafisada, co nstitui o que de-
nomin amos, co mum ente, de solo.
4 Na litosfera encon tramos importantes jazidas- de minérios.
LITOSSOLO - di z-se dos solos em cujos horizontes se verifi ca o predomínio da rocha
matri z ( vide so lo ).
LIXIVIAÇÃO - processo qu e sofrem as rochas e solos-, ao serem lavados p ela águas das
chuvas Nas regiões equ ato1i ais, e n a~ {u eas de clima úm ido, com abundantes precipitações
sazo nais, verifi cam-se, com maior facilidade, os efeitos da li xiviação.
Na regiões intertropicais de clima úmido os solos tornam-se estéreis com poucos anos
de uso, graças, em grande parte, aos efeito9 de lixiviação produ zidos pela água das chuvas .
LIXOSSOLO - solo resid ual ele clima úmido se m estia gem ou superúmido co m esti agem,
co ncl içõ s e' tas de extr ema lixiviação sem possibilidades ele retôrno elos iônios lavados.
MAAR - o mesmo que lago de cratera ( vide ). Êste tipo de lago todavi a se encontra numa
cratera de um vulcão embrionário (vide), cuja ativid ade vulcânica se limitou a uma única
explosão, sem ter havido derrame de lavas.
MACIÇA ( rocha) - o mesmo que rocha fresca e compacta.
MACIÇO - têrm o descritivo, u sado em geografia para as áreas montanhosas que já for am,
parcialmente, erodicl as, ex.: maciço arm oricano ( Bretanha), maciço guia no, maciço bra-
leiro, etc. No estudo elas formas ele relêvo do Brasil, o Prof. D elgado de Carvalho teve
oportunidade de fazer wna classificação sistemática usando o têrmo maciço, indistintamente,
para as rochas sedimentares, recentes, como é o caso dos chapadões, que foram por êle
denominados ele Maciço Central, ou ainda a região elo Maciço Atlânti co, compreendendo
as serra~ elo Mar, ela }.(antiqueira e tamb ém a sena Geral, cuj a origem e aspectos morfoló-
gicos são completamente diferentes elas duas outras serras.
O têrmo maciço eleve ficar reservado para as grandes massas ele rochas eruptivas ou
metamórficas, que abranjam áreas, relativamente, extensas.
MACIÇO RESIDUAL - cons titui restos ele antigas superfícies, ou melhor, ele anti go
peneplanos ou pedi planos ge ralmente relacionados com as rochas mais duras, ex.: maciços
ele granitos, ele sienitos, etc, Podemos dizer que os maciços residuais são quase verda-
deiros monadnocks, ou ainda inselbergues, todavia, abrangem extensões muito grande .
MACLA - grupamento ele dois ou mais cristais constituindo, às vêzes, tl111 conjunto gemi-
nado. No estudo microscópico elas rochas, a geminação cons titui, algumas vêzes·, o traço
fund amental na verificação, e na identificação ele certos minerais. Outras vêzes, êste in-
dício auxili a, também, nos reconhecimentos macroscópicos, ex.: o ortósio poss ui as macias
que se produzem segundo as leis ele: Carlsbacl, Baveno e Manebach.
MACROSCóPICO - antônimo ele micwsc6pico, significando o exame elas rochas que pode
ser feito a ôlho nu, no campo, ou mesmo, com o auxílio ele uma pequena lupa. Es-se tipo
ele exame das ro chas só é prati cável em trabalhos ele reconhecin1entos, tanto geológicos
como geomorfológicos.
MACROSSISMO - movimen tos sísmicos elas camad as ela crosta terrestre, percebidos pelo,
homem s-em o uso ele aparelhos.
MADUREZA - diz se dos relevos onde as fonn as fora m completamente destruídas.
MAFICO - mineral ele côr escura como os silicatos ferro magncsianos, ex.: biotita, anfibólio,
piroxênio, etc.
MAGMA - material ígneo qu e está no interior ela crosta terrestre e que deu origem às
rochas emptlvas que se encontram no globo terrestre. As lavas expelidas p elos vulcões
são magmas não solidificados. A composição química elos magmas é um campo vasto
p ara discussões. Algumas vê.zes, êsse magma pode atravess ar r ochas sedimentares, ou
mesmo, eruptivas constituindo um dique, um filão camada, um lacólito, um bat6lito, um
lopolito, dependendo ela fonna que tomar após a solidificação.
MA 'GA ÊS - metal cin zento, duro , r1uebradiço, densidade 7,2 e s·ímbolo quí mico Mn .
H.á vá ri os minerais de tnangan.~s , ex. : pirolusita , m.anganita ou acerdésio, polianita, braunita,
rodonita, etc.
O mangan ês embora tivesse sido usado pelos romanos há vários anos ante9 de C risto,
sàme nte a partir do ano de 1808, foi class ificado como elemento quím ico definido.
Na an ti guidade, fôra usado na indústria do vidro, agindo co mo clescorante quando
1n isturaclo à massa ví trea . Atua lnw nte o mangan ês represe nta verdadeira chave da pre-
paraçao do aço . Mais de 90% do 111a nga nês são empregados no preparo ele aço. Na fabri-
c:a~·ão elo aço o mangan ês atu a como clesoxidanl'e e cles-sulfurizante.
Os vcÍrios minéri os de mangan ês qu e cita mos acima ora são óxidos, ora são carbonatos.
As jazidas de mangan ês p odem ser classificadas, de modo gera l, em dois tipos princi-
pais: 1 - jazidas filonares, 2 - jazid as sedim entares su perficiais, 3 - jazidas- de intemperis-
mo de sili catos. O Bras il poss ui jazidas de manganês qu e se distribuem por diversos es tados .
En tre as mais importante scitam-se as qu e oco rrem no cen tro de Minas C erais, Amapá, Mato
C rosso e Bahia.
No ce ntro elo es tado de 1vlinas Gerais, destaca-se a jazid a elo morro da Mina, em
Consclh eiro L afai ete, com u111a reserva e~ timacl a em 4 mi lhões ele ton eladas de minério,
se ndo sua produção diri gida principalmente para o ex terior. Atua lmente, foi es tabe lecido
um sistema de redu ção progress iva da exportação ele manganês de Minas Gerais. Esta si-
tuaç·ão provocou uma intensificação na explotação do min ério de mangan ês de Mato Grosso .
Em Uru cu111 , próx imo a Co rumbú , o orre possa nte jaz id a es timada em 30 000 milhões ele
toneladas de minér io.
A descoberta do manganes no territóri o elo Am apá data ele 1945, tendo a prospecç:io
come ·ado dois anos após. As minas da se rra do Navio, nas marge ns elo rio Amapar i,
a flu entc do Aragu ari , poss uem uma rc~:e rva ele mais ele 20 milhões ele ton eladas.
A explotação do min éri o cslú sendo feita pela firma arrendatária, Indústria e Co-
mércio de ~ li nérios S. A. de Belo H orizon te ( ICOYI I ).
D e\'e-se acentuar que a conco rrência do minério ex plotado na se rra do Navio será cada
vez maior no co mércio de ex portação. A Bethlehem Steel Co., assegu ra um consumo anual
de 500 mil toneladas de min ' rio do Am a pá. ( Fig. 1M e 2M )
MA GUE - terreno baixo, junto à costa, sujeito às inundações d a~ marés. Esses terrenos
são, na quase totalidade, constituídos de vasas ( lamas) de depósi tos recentes.
MANTO - o mesmo que capa geológica ou camada, com a diferença, todav ia, de ser, ge-
ralmen te, de pouca espessura. Também é freqü ente usarem-se as denominações : manto de
decomposição, manto detrítica, manto alw;ial, manto de internperismo, manto de tena
Para os geofísicos, o manto {- uma das• ca madas do globo terrestre, sob a litosfera.
MARGEM EMERSA - denominação imprópria, porém usada por certos au tores, em s·ubsti-
tuição à palavra tetraço (vide).
MARMITA - buracos que aparecem no leito dos rios produzidos pelas águas turbilhonares
(Fig. n. 0 3M). ~stes buracos aparecem, comumente, logo após uma cachoeira, ou então,
quando há rápido desnível sendo, no entanto, o leito elo rio de rocha dura e compacta. As
Fig. n.o 3M - Marmitas produzidas pelo atrito constante dos seixos. Nesta rocha calcária compacta
espaleozóica (série Bambuí) o rio São Francisco cava êsses buracos pelo efeito do eixo vertical
turbilhonar. Há, porém a acrescentar o efeito da dissolução. O aumento do diâmetro da marmita pode,
algumas vêzes, ser produzido pelo recortamento de várias pequenas, fonnando sàmente uma grande.
(Foto do autor)
Turbilhóes Horizontais
I \ , ·~----~------~--------~
Solapamento_, " '-,-=-
Fig. n . 0 6M
Outro tipo de s·inuosidade descrita pelos cursos d'águ a são os meandros encaixqdos, nos
quais as margens são altas e o vale se acha profundamente escavado.
Nestes meandros é freqüente o recortamento ( sacado), fazendo uma passagem reti-
línea entre as duas extremidades do arco ele círculo, dando aparecimento a um lago em
form a ele crescente, com uma ínsua, cujo destino é a colmatagem e conseqüente de-
saparecimento.
MEDÃO - · têrmo pouco usado para 09 montes de areia ou dun as ao longo ela costa.
MÊDO - o mesmo que côm.oro ou duna. (vide ).
MEGASSISMO - denominação d ada aos terremotos ele grand e intensidade, isto é, ab alos
catastróficos. É o oposto ao mícrossism.o ( vide) .
MEGASCóPIO - o mesmo que nwc1·oscópíco ( vide) .
"MEIAS-LARANJAS" - denominação regional usad a por Pierre D effontaine r,ara as formas
de relêvo qu e aparecem como calotas. Algum a9 vêzes, essas "meias-laranjas ' dão um as -
pecto típico ao 1·elêvo, sendo então denominadas de mm· de m o·rros.
As "m.eías-laran;as" são formas arredondadas que aparecem em rochas graníticas, pois,
os gnais,-es dão mais freqüentemente aparecimento a "pães-de-açúcm·" . No vale do Pa-
ra íba do Sul, pode-se observar vários níveis de "mar de morros" .
MELÃFIRO - denominação dada por alguns geólogos aos basaltos vawolares antigos, isto
é, de idade primária . Certos autores dão esta denominação a todos os basaltos que apre-
sentam vermiculações e vacúol os, cheio , por vêzes, de zeólitas. Outros consideram-na uma
denominação obs<>leta.
Fig. n. 0 SM - N as ilustrações acima vê-se tnimeirame nte a m aneira cmno se apresentam as ca1nadas,
e poste riorme nte a detcrminaçào da direção do mergulho e o se u valor.
MESETA - denominação regional d a Espanha Central para O!> planaltos cuja topografia
é acentuadamente plana.
A meseta é uma forma de relêvo tabular, situada em altitude elevada e ocu pa, às vêzes,
grandes extensões. As mesetas da Espanha são constituídas por estratos sedimentare!> que
foram perturbados por derrames vulcânicos. Nas áreas de mes-etas, disti nguem os geonior-
tólogos, as plataformas estruturais e as platafo rm as de efusão vu lcânica . As primeiras são
constituídas por superfíci es de es·tratos mais ou menos horizontais e mais resistentes à
erosão, q ue carregou as camadas tenras. As seg undas são co nstituídas pelo afloramento de
derrame vulcânico.
O têrmo mese ta tem sido empregado de modo genera lizado, até para superfície de
erosão.
Os autores d e língua es·panhola usam m eseta, indistintamente, para tôdas as formas de
relêvo que se aproximam das formas do planalto, e - quando estas são muito elevadas,
empregam ainda: altiplanície - geralmente a mais de 3 000 m, e altiplano, a mais de
4 000 m.
MESOCRÃTICA - rocha de coloração média, sendo uni intermédi o entre as mela nocráticas
e leucocráticas .
MESOPOTÂMIA - têrmo usado nas descrições geográficas para denominar terra entre
rios.
MESOSFERA - denominação dada, por alguns autore~, à camada da geosfera que se lo-
caliza entre a litosfe-ra (vide) e o núcleo central (vide ) .
MESOSSILíCICO - grupo de rocha em que a quantidade de sílica varia entre 52 e 55%;
mais comumente chamadas de rochas neutras. Vide ácida (rocha ). Como exemplo de rocha
mesossilícica pod emos citar o andesito.
METEORITO - corpo metálico ou rochoso caído na s-uperfíci e da terra, tendo vi ndo dos
espaços interplanetares ou interestelares. É, por conseguinte, matéria rochosa ou mineral
de origem extratelúrica. O estud o da compos·ição quími ca dos di versos minera is (1ue
compõem os meteoritos é de grand e importância para se conh ecer a petrografia dos outros
astros e compará-la com a do nosso planêta.
Tomando-se por base a composição química e, em p arte, a estrutura, os meteoritos
podem ser class ificados do seguinte modo: a) sideritos ou holossideritos, b) sideroli tos, c)
aerólitos-condritos, d ) aerólitos, c) vítreos.
Como exemplo podemos citar o meteorito de Bendegó, caído no rio do mesmo nome,
no estado da Bahi a, e achado em 1789. Seu pêso é de 5 360 kg. E stá atualmente. exposto
no Museu Nacional.
MICA - famíli a de m inerais constituída por silicatos hidratados ele alumínio, potássio,
sódio, ferro, magnésio e, algumas vêzes, lítio, titânio, cromo, manganês e flúor. A família
Fig, n. 0 9M - Placas de mica que vão ser classificadas para emprêgo na indústria, em geral.
(Foto Esso Brasileira de Petróleo)
Fig. n.o 10M - Mineração de garimpagem, é o traço mais característico da economia mineira dos
paúes subdesenvolvidos. A garimpagem constitui, na grande maioria dos casos, uma verdadeira dila-
pidação dêsses recursos. Na foto acima vê-se a mineração do cristal de rocha, no estado de Goiás .
(Foto Esso Brasileira de Petróleo)
MINÉRIO - é um mineral ou uma asoociação de minerais ( rocha) , que pode ser explo-
tado do ponto de vista comercial. A noção de minério está intimamente associada ao
rendimento econômico.
Um mineral que, durante determinadas épocas, se torna um minério importante,
devido a circunstâncias de ordem cultural, momento históri co, etc., pode perder sua
importância, desde que outros produtos naturais ou sintético& venham substituí-lo, podendo,
também, se dar o contrário.
Primitivamente, a noção de minério estava circunscrita aos metais; hoje, porém, ela se
acha generalizada a tôda substância mineral utilizada comercialmente, mesmo as não m e-
tálicas.
As nece&Sidades da vida moderna, exigindo um maxuno de rendimento na explotação
dos min érios, determinaram o desenvolvimento da chamada ciência mineira, a qual fornece
os dados indispensáveis para o estabelecimento d e grandes emprêsas.
Os minérios, por conseguinte, representam o resultado geral da combinação de diversos
metais com o oxigênio e enxôfre. Outros existem, que apresentam em sua estrutura o ácido
carbôni co - como os carbonatos, os qua is s·ão, por vêzes, grupados nos compostos do
metal e oxigênio, desprendendo fàcilm ente o gás carbônico, quando aquecido. Finalmente,
o grupo de minérios mais importante é aqu·êle que se compõe de mais de um metal, como
no caso do chumbo, prata, ferro, cobre, etc. Neste último caso pode-se extrair, apenas,
o metal mais valiooo ou, então, retirar-se todos os metais úteis, deixando naturalmente o
resíduo, a ganga.
MIOCENO - p eríodo qu e marca o comêço dos terrenos do neogeno (era Cenozóica), e
durou aproximadamente 12 milhões de anos, tendo começado há uns 18 milhões. A palavra
m·ioceno significa que contém mais ou menos a metade das espécies atuais.
No fim dêsse p eríodo ou, mais. exatamente, no Pontiano, terminou o segundo paroxismo
dos Alpes. Dobramentos póstumos e carreamentos se realizaram na parte axial, que já
es tava elevada d esde o oli$oceno, como também na fo ssa pré-alpina. Pireneus e Apeninos
têm ne&Se perído o segundo paroxismo, tendo-se o primei1·o verifi cado no enceno.
MISSISSIPIANO - período na coluna geológica regional norte-americana, que até bem pouco
tempo era considerado como uma divisão do carbônico. Hoje, os ten enos do período Missis-
sípico são considerados como os qu e se encontram abaixo do Pensilvâ,nico .
MODELADO - aspecto do relêvo, resultante do trabalho realizado p elos· agentes erosivos.
O trabalho executado pelas águas correntes - erosão fluvi al - é o mais importante trans-
form ador do relêvo primitivo. A esculturação do relêvo terrestre pela erosão fluvial é
universalmente admitida. Os principais agentes do modelado do relêvo terrestre são, além
da eros·ão fluvial : erosão elementar, eólia, marinha, glaciária, pluvial e biológica.
MODELAGEM - ação dos agentes erosivos trabalhando o relêvo, (vide m odelado).
MOFETA - nome dad o às últimas manifestações gasosas da atividade vulcânica. É o
período caracterizado pelas exalações de gás carbônico ( co2) frio, quase sêco, podendo
também misturar-se com água formando fontes ácidas.
As rochas têm grande importância nas paisagens morfológicas graças às diferentes rea-
ções, ou respostas aos agente& do modelado. Todavia, não se deve pensar, apenas, em
afloramentos de 1·ocha sã, pois, nas áreas sujeitas ao clima tt·opical úmido, a intensa decom-
posição quími ca dá um manto de í11temperismo que mascara tôda a estrutura.
P ireneus, Alpes, Apenin os, Cárpatos, cuja topografi a é completamente diferente dos velhos
maciços Xistoso-Renano, ou ainda dos Montes Grampians, ou mesmo dos chamados Alpes
Escandinavos. Também no con tinente americano do norte, êste contraste fris-ante entre
montanhas jovens e montanhas velhas pode ser observado entre as Montanhas Rochosas,
do lado do Pacífico e as Montanhas L aurencianas do Canadá, ou mesmo com o relêvo
rejuvenes-cido da cadeia dos Apalaches. Na América do Sul, também o contraste entre as
montanhas jovens da cadeia Andina e as velhas montanhas desgastadas do Brasil Atlânti co,
é bem marcante.
MONTANHA ANTICLINAL - denominação utilizada por certos au tores para elevação do
terreno que constitui u'a montanha, em razão de um dobramento. Todavia é necessário
frisar que se trata mais de uma noção teórica, do que propriamen te de fenômeno encon-
trado com facilidade na natureza.
MONTA NHA-ILHA denom inação que pode ser usada co mo sinôni.mo de inselbergue
(vide) .
MONTANTE - diz-s e de um lugar situado acima de outro, tomando-se em consideraçãc.
a corrente fluvia l que passa na região. O reMoo de montante é, por conseguinte, aqu êle
que está mais próximo das cabeceiras de um curso d' água, enquanto o de jusm1te (vide )
es tá mais próxim o da foz.
MONTE - grande elevação do terreno, sem se con~id e rar a sua origem. Apenas se leva
em conta o aspecto topográfico, ao descrever-se a região onde aparecem êstes· tipos de
acidentes de relêvo.
O têrmo genérico de monte se aplica, de ordinário, às elevações q ue surgem na pai -
sagem como formas isoladas.
No morfologia dos lagos, monte corresponde ao t alude (vide) so topos to à plataform a.
MORAINA ou MORENA - amontoados de blocos e argi la carregados pelas geleiras. Se-
gundo a sua posição na lingua glacial, elas podem ser classificadas em: moraina de ftmd o,
laterais, fro11tais, m edia11as, etc.
MORAINA TERMINAL - o mesmo que v aZZ.um morainico (vide) .
MORENA - o mesmo qu e m oraina (vide).
MORFOGENIA o me9mo que geomorfologia (vide) .
MORFOLOGIA o mesmo que geomorfologia (vide).
MORFOLOGIA DO SOLO - diz-se da cons tituição física do solo como: textura, es trutura,
consistência, porosidade, côr e espessura dos horizontes, considerando-se cada perfil de solo.
MORFOTECTÕNICA - estudo das. correlações e interações existentes entre a morfologia
e a tectônica, compreendendo o exame das formas devidas à tectônica inicial e a deter-
minação da influência das deform ações tectônicas sôbre a morfologia.
MORRO - monte pouco elevado, cuja altitude é aproximadamente ele 100 a 200 metros.
Têrmo descritivo para o geomorfólogo, e muito usado pelos topógrafos.
MOSQUEADA ( rocha) - diz-se das rochas que apresentam pintas. de côres diferentes :
ex.: argila mosqueada.
MOVIMENTO DE CONJUNTO - o mesmo que epirogênese (vide).
I
ARENITO CALCARIO
FOLI:IELHO ~ CONGLOMERADO
~
Fig. n.o lN
DICIONÁRIO GEOLÓGICO-GEOMORFOLÓGICO
280
estão ao redor. Pode-se di zer, por conseguinte, qu e o "neck" é um pedaço ou tes temunho
de uma anti ga chaminé vulcâ ni ca ( Fi g. n.0 2N). Constitui , algum as vêzes, uma saliência
eS>tranh a de relêvo com a forma mais ou menos arredond ada. Nas fotografi as aéreas, alguns
"necks" são fàcilmente identificáveis, não só por causa da form a, mas também por causa
da qu antid ade de diáclases, da coloração, da peq uena elevação, da vegetação, etc.
Fig. n. 0 2 N - Neck.
NECTO - denomin ação dada por H aeckel ao co njunto de orga nismos das águas do~
mares e lagos possuidore9 de m ovimentos próptios, em oposição ao plancton . A designação
necton é, tamb ém, extensiva aos organismos voadores: atmonecton.
NEFELINA - silicato de alumíino e sódio apresentando cristais de forma hexagonal. E um
mineral incolor e hialino do grupo dos feldspatóides.
NEGATIVO ( movimento ) - vide movimento negativo.
NEOGE O - grupamen to dos dois períodos superiores do Terciá·rio, is to é, Miocênio e
Pliocênio. Vide cenozóica (era).
NEOLíTICO - subdivisão da era quaternária, do p onto de vis·ta da pré-história, correspon-
dente ao aparecimento do homem da época da pedra polida.
NEOZóiCA (era) - o mesmo que era cenozóica (vide ) .
NEQUE - grafia portuguêsa do têrmo neck ( vide).
NERlTICA (região) - aqn:ela que se estende desde a zona intertidal, até a isóbata de
200 metros.
NERíTICA ( se dimentação) - material, relativamente, grosseiro, terrígeno que se acumula
junto à costa. O material que co mpõe êste tipo de fa.cies é, geralm ente, de es tratigrafi a
confuS>a, em relação aos depósitos batiais.
Sedimentação nerítica significa depósito em mares rasos, e se opõe à sedimentação
batial ou abissal.
NERíTICA ( zona) - vide zona nerítica.
NESOGRAFIA - an ti ga denominação dada à parte da geografia estereo gráfi ca (vide) que
se ocupava do es tudo das ilhas. Hoje está completamente abandonada tal denominação.
NETUNIANA ( rocha) - denominação antiga usada para as rochas sedimentares cujo depó-
sito foi realizado no fund o dos mares. A teoria do netunism o fo i criada por G. W erner, expli-
cava a form ação das rochas sedim entares pelo efeito das águas .
NETUNINISJ\'10 - teori a antiga que atribu ía à ação das águas, um papel importante, na
form ação das rochas sedimentares.
NEUTRA ( rocha) - aquela que possui um teor de sílica qu e va ria entre 52 e 65%, isto
é, menos qu e as ácidas e mais do que as básicas.
NICHO - designação usada em geomorfologia, com duplo sentido ; para indicar as cavi-
dades que se encontram nas paredeSl de um a rocha ( o mes mo que taffone), ou aind a para
o sulco escavado nas falésias pela erosão marinha - acanaladura (vide) ou encoche.
NICHO DE NIVAÇÃO - pequenas depressões produzidas pela erosão nival (vide ) .
Fig. n.o 3N - Ao;peclo parcial de uma ntineração de níquel, no muntc•p•o de Niquelânclia - Goiás.
(Foto E sso Brasileira d e Petróleo)
NIVEL DE BASE (de um rio) - ponto limite abaixo do qual a erosão das águas correntes
não pode trabalhar, constituindo o ponto mais baixo a que o rio pode chegar, sem prejudicar
o escoamento de suas águas. O nível de ba ~, embora seja um ponto instável, no perfil
longitudinal dos rios, é no entanto, mais estável, comparando-se com a fragilidade da insta-
bilidade dos outros pontos.
O nível de base geral de todos os rios é o nível do mar. Existe, porém, uma série de
níveis locais ou regionais, em função do!1 quais, os rios realizam o escavamento do perfil
de equilíbrio. Qualquer variação no nível de base do rio acarreta modificações na erosão,
ocasionando uma parada ou, então, uma retoma&.! da. erosão (vide).
OLIVINA - s·ilicato de magnésio e ferro de côr verde que aparece sob a fom1a de cristais
ou de grãos nas rochas eruptivas e metamórficas. Pertence à família dos peridotos. Êste
mineral tem a propriedade de riscar o vidro e não ser riscado por uma lâmina de aço.
A olivina é, por vêzes, um mineral essencial na caracterização macroscópica de certos
basaltos. Altera-s-e fàcilmente, transform ando-se em serpentinas (vide). Os basaltos e melá-
firas que não contêm olivina são designados pelos geólogos franceses de - labradorito ou
pórfiro labradorítico.
OOLíTICO - textura de rochas sedim entares, em cujas camadas aparece uma porção de
minúsculos grãos, semelhantes a ovos de peixe, reunidos por um cimento calcário ou ferru-
ginoso. Os oolitos calcários são típico9 da região do Jura francês, tendo servido aos geó-
logos para denominar um dos níveis de terrenos do jurássico.
A textura semell1 ante a esta, mas do tam anho do grão de ervilha é denomi nada de
piso lítica ( vide pisolito) .
OPALA - mineral amorfo, de aspecto vitroso ou re9inoso. Ê uma variedade de sílica hi dra-
tada apresentando-se, muitas vêzes, com a textura botrioidal ou mamilonar.
A opala é solúvel com facilidade na potassa cáustica, a quente. A proporção de água
é variada, comumente entre 5 a 10%. Existem algumas variedades que podem conter
até 30%.
Entre as variedades de opalas, temos : opala nobre ou preci.osa, muito procurada pelos
joallieiros; opala comum; opala de fo go; opala hid·rófana e opala geisel'ita, qu e aparece
comumente próxima aos gêiseres.
0& nomes desses períodoj foram quase todos retirados dos lugares onde pela primeira
vez foram seus terrenos estutlados, ou das tribos que aí habitavam . Assim temos: tribos
dos Ordovices e Silures, do Pms de Gales; Câmbria e D evon, localidades da Grã-Bretanha;
Ferm , aldeia da Rússia. Os terrenos dos dois últimos períodos do paleozóico superior são
geralmente denominados permocarbonífe1'Ds ou antracolíticos.
A era paleozóica durou cêrca de 340 milhões de anos, sendo caracterizada p ela exis-
tência de um clima quente, úmido, pouco diferenciado, desde a zona dos pólos até o
equador e, sem estações. No permiano e no cambriano, todavia, se verificaram duas gla-
ciações. D o ponto de vista da vida, caracteriza-se pelo domínio dos trilobitas e graptolitos.
Quanto à cobertura vegetal, só começou a desenvolver-s·e no devoniano, culminando mais
tarde, no carbonífero, com o desenvolvimento abundante de uma flora de calamitas, sigi-
lá?·ias, lepidodendros e grande abundância de fetos m·borescentes.
As principais revoluções orogênicas dessa era são as seguintes: penoquiana - no
cambriano; taconiana - no ordoviciano; caledoniana - no fim do siluriano; acadiana - no
fim do devoniano e hercinian a - no carbonífero.
PALEOZOOLOGIA - divisão da paleontologia (vide) que se ocupa do estudo dos animais
fósseis .
PANGÉIA - grande bloco de terra emersa, que no dizer de A. vVegener, constituía o
único continente que existia até o período cretáceo.
PANIDIOMóRFICO ou ALOTRIOMóRFICO - o mesmo que textura sacaroidal ou
aplítica. (Vide - t extura) .
PANTALASSA - denominação dada por Su ess para o grande 11W1' universal, isto é, a
camada líquida ou hidrosfera, que atua lmente constitui 71% da superfície do globo ter-
restre.
PÂNTANO - terreno plano, constituindo baixadas inundadas, junto aos rios.
''PÃO-DE-AÇúCAR" - denominação regional brasileira, usada para os cumes arredonda-
dos e bastante abmptos, como se pode observar no Rio de Janeiro, (Fig. n .0 lP) e no
Espírito Santo. Neste último estado , cos tuma-se, também , chamar es ta fonna de rel êvo
de "pontão".
PARÃCLASE - o mesmo que falha (vide).
PARAGNAISSE - gnaisse oriundo do metamorfismo de sedimentos, cons tituindo as·sim
uma rocha do tipo cristalofiliana. Pode-se, também, chamar o paragnais·se de gnaisse se-
dimentar. Na prática é muito difícil distinguir um gnaisse dêsse tipo de um ortogn aisse,
isto é, de origem eruptiva (vide gnaisse).
Fig. n. 0 3P - Pe diplano, vendo-se: K - knick, G - glacis d'e ros ion (pedimento ), R - raila, f - in-
selbcrgue, B - bajada ou playa c S - sebkra.
Os pediplanos são gran des superfícies de erosão modeladas. nos climas áridos qu en tes
e semi-áridos, não devendo ser confundidos com as penepla:nícies (vide) de Davis.
PEDIPLANO INTERMONTANO - superfí cie aplainada pelo sistema eros.i vo de climas
semi-áridos ou mesmo ári dos quen tes, que s-e localiza en tre trechos montanhosos. Segundo
Ab'Sáber, os campos do alto rio Branco são típi cos pediplanos intermontanos, localizando-
·se entre as serras Ocide ntais e Orientais, elo Planalto das Guianas.
PEDOCAL - t êrmo introdu zido por Marbut, para os. solos calcá ri os, onde não há acúmulo
de ferro e alumínio (vide pedalfer ). Formam-se em regiões cuja precipitação não seja
abundante. As grandes regiões agrícolas do mundo estão em solos da classe dos pedocálcios.
PEDOGENÉTICO (p rocesso) - di z-se elos p rocessos qu e dão ori gem à form ação elos solos
e sua evolu ção .
PEDOLOGIA - ctencia que estuda a origem e o desenvolvim ento elos so los. Seu campo
de es tudo va i d esde a superfície do solo até a rocha decomposta. As inve ti gações p edoló-
gicas são de gra nd e valor para o agrogeógrafo, o geo morfólogo e o geólogo . E, ele não
menos importâ ncia para a ciência dos solos, são também as p esquisas feitas por estas duas
ciências.
Os p rim eiros estuclm; sistemáticos referentes à pedologia foram iniciados pelos ru ssos,
por causa de suas preocupações agrícolas .
PEDRA - denom inação genérica usada para qualquer pedaço ele TOcha (vide) .
PEDRA-DA-LUA - vid e adt~lá?"ia.
PEDRA LASCADA - pedaços de rocha grosseiramente quebrados, que serviam ao9 homens
do período paleolítico, como armas. :ll:sse período é mesmo conhecido como o da Pedra
Lascada; em oposição ao período posterior, em que os grupos humanos embora se utili-
zass·em das pedras, todavia, davam-lhes polimento. :ll:ste período do neolítico é chamado da
Pedra Polida .
Fig. n. 0 4P - Pedaços de upedra sabão", utilizados na fabricação de panelas, potes, cinzeiros, estatuetas,
etc. Há em Congonhas, Minas Gerais, uma verdadeira indústria baseada nesta rocha
(Foto E sso Brasileira de Petróleo)
No trabalho reali zado pela erosão, as rochas duras fi cam em relêvo, e nas rochas
tenras tem-se as partes mais deprimidas, co m a implantação elos talvegues. Nas superfícies
de aplainamento encontram o9 pequ enas bossas ou elevações de rochas mais resistentes
que constituem o qu e Davis chamou ele m onadnocks. Algumas vêze9, estas elevações
não coincidem com as rochas duras, existindo em função d e sua locali zação, por exemplo,
em zonas de cri stas. Neste último caso os alemães chamam a estas elevações, acima da
superfíc ie ele aplainamento, de fernlin g. E , quando coincide co m rocha9 duras é o hartling.
PE NEPLAINAÇ.\0 - diz-se do aplainamento de um peneplano, não se devendo confundi;
com a peneplanizaçtio, isto é, a evolução normal dos processos d e erosão que tendem a
construção de um 7J eneplmw (vide).
PERGELISSOLO - área onde o solo p ermanece sempre gelado. ( Vide - tiale) . Perto do
lago Baical ( UHSS) o pergelissolo tem a espessura de 400 metros. No Alasca o pergelissolo
com eça a cêrca ele 3 a 4 metros, de modo qu e não impede a forma ção da floresta ( taíga ).
PERICLINAL - parte terminal de um dobram ento . Nas fotografias aéreas são fáceis de
ser identificad as com grande rapidez. Quando observamos um relêvo dobrado e arra-
sado vemos qu e, na parte peri clinal, as cam adas aparecem na paisagem à semelhança de
lâminas concêntricas, com fracos ou fortes mergulhos e, em arco de círculo, em todas a~
direções, como se observa na fig. n. 0 BP. A presença de falha s, em qualquer direção, com-
PEHíODO - é uma das divisões ela era geológica . Vide coluna geológica.
PERSILíCICA - denominação proposta por Clark e para as rochas ácidas (vide), isto é.
as que contêm maior quantidade de sílica.
PESTANA ou DIQUE MARGINAL - p equena acumulação de material aluvial, que apa-
rece ao longo ele rios, cujo declive é muito fraco. A denominação pestana é mais usada
no interior do Brasil, em detrimento de dique marginal. Em certos rios da planície ama-
zónica, excepcionahnente noli baixos curso9, podem-se ver alguns bons exemplos de diques
marginais.
PETROGÉNESE - parte da geologia que estuda a origem das rochas.
PETROGRAFIA - parte da geologia que estuda a origem e as transformações das diver-
sa9 rochas. Os elementos mineralógicos que entram na composição das rochas não têm
todos o mesmo tamanho e, além do mais, são às vêzes, de tamanho muito pequeno e não
discerníveis a ôlho nu. O microscópio constitui um precioso auxiliar no estudo petrográfico.
J" ig:. n.o l lP Vis ta pano râmica das nume rosas tf,rrcs de pc rfu rac:ão para cx tração de pe h·ó lco ,
mantid as sô brc es ta cas. no la go ~ l aracaib o, na Ve nezue la.
(Foto E "o Bras ileira d e 1'l'tr61eo)
Dois g rupos pri nc ipais de teo rias podem se r apontados pa ra ex plica r a ori ge m elo pe-
tró leo: teorias inorgânicas e teo rias orgânicas. Segund o os indícios ma is fr eqi.i en tes a pre-
sença cons ta nte de fósse is animais e vege tais nas jaz idas petrolífe ras, cons ti tui um argu-
mento a favor ela ll:oria orgànica.
A importància do petróleo é grand e pela si• ri c ele produtos q ue d ele se obtém: gaso li na,
fJ Ul'J'OS·e ne, so ]v,· ntcs, óleos hiiJrifi ca ntes, CO<JUC, para fin a, vase lina, etc.
A di stribui ção geográfica dos principais produtores é a seguinte: Es tados Unidos, Mé-
xico, Ori ente Próximo, região do ma r Cáspio, Venez uela ( gô lfo Maraca ibo), etc. Qu:1nto
ao Brasil, o petróleo cstú sendo ex plorado na região elo Recôncavo Ba iano, Ca rm ópolis (SE)
e T abuleiro do ~ l a rtin s ( AL ) , have ndo poss ibilidade de ' ua cx isten cia co mercial cm outros
pontos do país.
Podemos dizer, por conseguinte, qu e o petróleo é um líq uido viscoso, cuja densidade
é inferior à da água, coloração escura e odor penetrante. Desde a mais remota antiguidade
foi utilizado como combustível. Hoje é uma matétia-prima ele grand e valia, fo rn ecendo os
produt@s petmq uímicos.
No territóri o nacional, a históri a da pesquisa do petróleo co meça co m Eugênio F er-
reira ele Camargo, q ue nos fin s do século XIX, s-egundo Glycon de Paiva, conseguiu
em Bofete, no estado ele São Paulo, faz er uma sondagem qu e atin giu 410 metros, segundo
uns, e 448 metros, de acôrdo com a tradição. D êsse poço, apenas, jorrou água sulfurosa.
O ano de 1918 pode ser considerado como o início da segunda fase da pesq uisa do
petróleo, com a criação da Empr~sa Paul-ista de Petróleo, q ue no ano de 1919 fêz uma
sondagem, em Rio Claro, no lugar chamado Assistência, alguns qu ilômetros a nordeste da
cidade de São Pedro, tendo atin gido 300 metms de profundid ade.
Em 21 de janeiro de 1939 o petróleo jorrou pela primeira vez no Recôncavo Baiano,
em Lobato, sendo esta a área p etrolífera mais importante elo país, no presente. A sondagem
163, era a terceira que fazia em Lobato e, depois de atravessar arenitos e folhelhos do
Cretáceo, a 216 m, foi encontrada uma camada ele arenito impregnada de óleo, co m a
espessura de 1,50 m. A subida do p etróleo à superfície, ocorreu no momento de repouso
da turm a de sondagem, não obs tante a pressão ela coluna d'água no poço.
Os campos da Bahia estão produzindo, s-egundo a Petrobn1s; mais de 90 000 barris
diários. :l!:ste grande salto não foi devido à expansão ele ativiclacle exploratóri a ou de de9-
~oberta s importantes de novos poços produtivos, e sim o aproveitamento da produção de
poços do Recôncavo anteriormente paralisados por causa da falta de meios. p ara o escoa-
mento do óleo. Foi a construção do termin al Madre ele Deus que proporcionou o apro-
veitamento daqu eles poços qu e de outra form a continu ariam sem exploração.
Na bacia Amazônica várias sondagens foram realizadas com resultados infrutíferos,
até qu e em 1955 jorrou o precioso líquido na localidade de Nova Olinda, alguns quilômetros
ao sul da cidade ele Mana us, interêsse apenas para a pesquis·a, pois o poço não é comercial.
A faixa costeira do Nordeste com suas bacias cretácicas ma rinh as apresenta possibili-
dades. de poss uir petróleo, estando bem localizada, elo po nto ele vista geográfico. ( Fig.
núm eros 13P e 14P).
pH - anotação inclu ída por Sorensen p ara des ignar ac idez e alcalinidade de um solo.
PIÇARRA - têrm o usado para indicar, por vêzes, o estado ele decomposição, ele certas
rochas, no qual elas se acham s-em i-agregadas, ex.: areia grosseira; outras vêzes usa-se
para designar o cascalho que aparece no solo, ou ainda, para as co ncreções ferru.ginosas,
como as que aparecem no território do Amapá.
Fig. n.o I2P - Exudação de pe tróleo no Canad~í. D o ponto de vista geol6gico, d evemos salie ntar que
raramente o geólogo tent a chance de verificar o extravasamento superficial do pe tróleo . O mais
co mum é o processo custoso das prospecções, seguidas por perfurações.
(Foto E sso Brasileira de Petróleo)
Fi g. n. 0 1 4P - A indústria do pe tróleo fornece in úme ros sub produtos. E ntre ê lcs destacam-se os
fertil iza ntes . Na fot o acima vê-se a fábri ca de fe rtilizantes e m Cuba tão, no litoral d e São Pau lo. No
mu nicípio d e Duque de Caxias, no es tad o d o Hio d e Jane iro , a P c trobr(ls in stalo u um a re finari a, c uj o
subproduto m a is i mportante é a borracha s int é tica.
(Foto PETH OBF\AS )
sitos ele piemonte se reali zam sob um clima temperado e ocupam grande extensão, cujo
exemplo clássico é registrado no norte da Itália, nas encostas meridionais do Alpes. Não
se deve confundir êste tipo de depósito com 09 encontrados nas regiões de clima semi-árido,
isto é, os pedim entos (vide), ou mais especificamente "bajadas" (vide).
PILAR - o mesmo que horst segundo os geólogos estru turalistas (vide).
PINÁCULO - formas de relêvo aguçado como se fóssem pontões alongados no sentido
ela vertical, à semelhança elo Dedo ele Deus, na serra dos órgãos. (Fig. n. 0 16P). Para
que tenhamos o aparecimento desta forma é necessário uma desagregação no sentido cla9
diáclases e um conseqüente transporte de todo o material decomposto e clcsagregagaclo. De
modo geral êsses produtos meteorizados são carregados pela gravidade, pela erosão pluvial,
fluvial, eólia, glaciária, nival, etc. Por conseguinte, para que tenhamos um pináculo, é
nece~sário que o material meteorizado não permaneça in situ , isto é, seja carregado pelo9
cliferc=ntes agentes ele transporte da erosão.
PffiÂMIDE DE FADA formas de relêvo que aparecem, principalme~te, devido à erosão
diferencial realizada pelo lençol ele escoamento superficial que carrega os detritos, deixando,
porém, em des·taqu e pequenas piràmides protegidas por blocos ou pequenas placas de
rochas mais resistentes. Essas formas de relêvo são muito localizadas e sem grande extensão.
Planalto T(pico
F ig. n. 0 18P
Vejamos a segu ir uma síntese dêste assunto segundo Paul Macar in Geomorphologie
normale de modo a fixar melhor o que foi dito:
A) Planaltos típicos
B) Peneplanos soerguidos em planaltos
C) Baixos planaltos
GOLFO
Ot L ESTE
,
l-ERA PRIMÁRIA 11-ERA TfRCIARIA ArtT.
, ,
III- E R A TER CIARIA IV-OUATERNARIA
Fig. n. 0 20P
Fig. n.o 2JP - Na fach aà<t ('Os lc ira do sul do Espírito Santo, vê-se na parte leste uma frente escarpada
e contínua de serras, const ituídas por uma série de cabeços c pontões, ora isolados, ora mais gru-
pados. Na foto vê-se um as pecto parcial do pico de Itabira, no município de Cachoeiro do Itapemirim.
(Foto Tibor Jablonsky do CNG)
PORFIRíTICA - tipo de arranjo dos min erais num a rocha. ( Vide textura ) .
PORFffiiTO - roch:-: intrusiva do tipo hipocrhtdina, constituída por fenocristais numa
mas-sa magmas clioríti cos pré-terciários. As se m el ~l<\-se aos a.ndesitos, dos quais se distingue
por questões de idade ecológica. ( Vide arulesito ). Por conseguinte, porfirito é um a.ndesito
de idade pré-terciári a.
PóHFIRO - denominação geral que abrange diversos tipos de rochas ácidas, neutras e
básicas de tex tura porfiróide (vide porfirito).
PÕRFIHO ELEOLíTICO - denominação dada por alguns autores aos fonolitos ele idade
paleozóica.
PóRFffiO LABRADORíTICO ou LABRADOHITO - va ri ed ades de meláfiro s e basaltos
que não possuem olivina.
PóRFffiO QUARTZíFERO - denominação dada aos ri o li tos pré-terciári os (vide riol-ito).
PóRFffiO VERMELHO ANTIGO - trata-se ele andesitos ( vide) da era primária ou Pa -
leozóica .
PORI~IROBLAST~CA - textura ele rocha pseu doporfír ica, co mum em alguma,s w ch as
metamórfi cas, co mo os gnaisses e os xistos. Os porfim blastos, isto é, os grandes cri stais,
são min erais novos q ue se dese nvolve ram mais qu e o resto da massa envolvente.
POHFffiOBLASTO - vide porfiroblástica.
POHOLOGIA - vocábul o pouco usado pa ra a cjência qu e estud a as grutas ou cavernas,
isto é, a espeleologia ( vicl<>).
PORTAL EPIGE 1ÉTICO - o mes mo qu e garga nta e pigênica. (vide) .
POS SANÇA - es pessura de uma ca mada, ele um dique, de um sUl, etc. Ta9 regiões do-
bradas, o estudo da es·pess ura das ca madas pode fornecer muitas vêzes a reconstituição
das form as do relêvo logo após o efeito tectôni co .
De não menor importúncia é o es tudo das espess uras dos. sedim entos num a bacia
sedimentar, para o conhecimento de sua evolução geológica e geomorfológica.
Em geologia aplicada, a possança é definid a como o volume do material utilizável.
POTÊNCIA - o mes-mo q ue possm1ça (vide).
POTO-POTO - denom inaçi'io regiona l dada às vasas no litoral do oes·te afri cano.
POUDINGUE ou PUDIM - o mes mo qu e co nglomerado (vide ).
PRAIA - depósito de areias acumul adas pelos agentes de transportes flu viais ou marinhos .
As praias representam cintas anfíbias d e grãos de quartzo, apresentando um a largura maior
ou meno r, em fun ção da maré. Algumas vêzes podem se~ totalmente encobertas. por
ocasião das marés de sizígia. Qu anto ao materi al qu e co mpõe as prai as, há um domínio
q uase abso luto dos· grãos de q uartzo, isto é, as areias .
Os depósitos de praia, qu ando situados a alguns metros ac ima do alcance das m arés
de sizígia, servem como indicadore9 ela oscilação entre o ní ve l dos oceanos e d as terras.
Os depós itos de praias permitem a inda a seguinte di visão: a) praias ordinárias e b )
pmi as de tempestade. Es tas últim as são constituíd as pelo acúmulo ele areias lançadas na
costa pelas vagas de tempes tade.
PRAIA BAHREIRA - denomi nação usada p ara os co rd ões de res tin ga que, ao colmatarem
um a an gra, um gôlfo, ou baía, form a m um a planície coste'im. As fotografi as aéreas ele
praias dêsse tipo, no litoral elo estado elo Ri o de Janeiro e na Guanabara, permite uma boa
visão clêsse depósito cos teiro.
PHAIA SUSPENSA - denominação usada por certos- au tores para designar os terraços
( vid e ) que aparecem na zona litorânea.
PRAffiiE (prad&ria) - gr3nde grupo de ;olos ?<>nais desenvolvidos em clima subúmido,
com chu vas bem di str ibuídas, verão muito q uente e inverno bem frio (conservação da
1--.ig. n. 0 IQ - A gariJnpagem no Brasil constitui uma atividade, depredadora de nossos recursos 1niner~tis . .
Vemos na foto uma cata de cristal de rocha perto de Cristalina no estado de Goiás. Esta cidade eshi
a poucos quilômetros ao sul de Brasília, e foi o maior centro produtor de cristal de rocha durante a
segunda guerra mundial. Hoje é uma cidade fantasma. Observar o tipo de cristalização do quartzo-hialino.
(Foto Tomas Somlo)
Do ponto de vista geon10rfológico , es tas rocha s dão aspectos ruiniform e~, semelhantes
:1os dos arenitos. Quando ata cados pela eles-agregação mecânica, os qu artzitos se transformam
uovam ente em graos ele areia . Geram solos mu ito arenosos e pobres para a agricu ltura.
QUARTZO - sílica quimicamente pura ( Si0 2 ) , cristali zada no sistema wmboédrico, apre-
sentando prismas retas ele base hexagonal, termin ando em duas piràmid cs . Na escala de
dureza dos minerais é um dos mais· duros - 7.
O quartzo é um mineral qu e tem distribui ção geográfica muito grande, pois ent ra na
co mposição de num erosas rochas eruptivas, metam órficas e sedime ntares.
Do ponto ele vista de suas propriedad es químicas, o quartzo é a sílica aniclra sendo
constituído de 46,7% d e Si e 53,3% de O . O úni co ácido capaz ele clissoh'- lo é o [teido
fluorídrico.
O seu ponto de fu são é de 1 775° C, transformando -se assim cm vidro. Ao resfriar-se,
não retorna à form a cristalina . Toma o molde em qu e fô r co locado, sendo por is·to larga-
nl cnte utili zado na indústri a.
As variedades ele quartzo podem ser consideradas segundo a coloração, cri stali zação, etc.
A classificação dos cristais ele quartzo quanto à coloração pode ser dividida em doi s
grupos: 1 - f]Uartzos qu e apresentam um a co loração ún ica : quartzo hial-ino ou cristal ele
rocha (Fig. n° lQ ) mu ito empregado no fabri co ele lentes, aparelhos de física e q uímica;
prasio - coloração verd e ( por causa ele
um hidrossilica to d e ferro ); quartzo enftt-
maçado; am etista coloração roxa sendo o
óxido ele manganês, o responsável por
es ta côr; citrino ou falso topázio; quartzo
leitoso coloração branca ; mbi da Boêmia,
coloração rósea. 2 - qu artzos q ue apre-
sentam incrustações visíveis macros·càpi-
cam ente e que dão lindos ef~ ito s artísticos,
quartzo cloritoso, ôlho ele gato, cabeleira
de vênus ou setas ele amor, sagenita, aerí-
drico, aventurino, etc.
Quanto à cristali zação temos as· cal-
cedô nias criptocrista linas e as opalas, mi-
neral inteiramente amorfo.
O quartzo tem um papel mu ito im-
portante na geomorfologia. Êste min eral
quando aparece em es tado livre torna a
rocha mais resistente à erosão diferencial
(Fig. n .0 2Q). No Amapá, sob um clima
equatorial observa-se, algumas vêze&, o
aparecimento ele superfíci es ele granito
eriçadas por causa ela grande dissolução
dos silicatos, em geral, restando apenas a
sílica em estado livre.
0 9 recifes em frania, por conseguinte, estão p resos diretamente à costa, ao passo que
o do tipo barreiras deLxa um espaço entre o recife e a costa. :l!:ste fato tem grande signi-
ficação p ara a navegação de cabotagem.
Os recifes coralígenos que aparecem na costa do Brasil são formados pela classe dos
antrozoários e hidrozoários.
Existem duas teoria9 principais que procuram ex-plicar a origem dêsses diferentes tipos
de recifes: 1 - teoria da su bsid{}ncia ( :harles Darwin e J. D. D ana) a qual admite um
abaixamento lento do substrato, acarretando a passagem de recife em franja para um
recife em barreira; e o atol devido ao afundamento de um recife em barreira com uma iU1a
/
-
B
(
\
"' \
""--~
I- Divtsor 1e oguos
· 2- Rio principal do bacio A
3- Rio pri ncipal do bac io B
4- Cotovelo de capturo
5- Cachoeiro
6- Linho de costa
2
Fi g-. n. 0 .5H.
REJUVENESCIMENTO
- fa se do ciclo de erosão
que atesta uma retom ada
da erosão, nas fom1 a,; de
relêvo p sensivelmente
trabalhadas, correspon-
d ente ao estág io da ma-
turidade ou mes mo ela
senilidade, segundo Da-
vis.
A recupera çi:io do
poder erosivo pode-se dar
a
d evido a varia ções cli-
máticas, ou va ri ações de
níveis de base dos rios.
HELÊVO - diversidade
de aspectos ela superfí-
cie da crosta terres tre, ou
seja o co njunto das des- Fi g. n. 0 (iH - •·Reje ito" da falha é a distância X, fornecida pelo des-
nivelações da superfí cie nivelamento vert ica l en tre a base da cam!(lda "a" do cornpartimento
superior, e a base da mesma camada no · compartimento inferior.
do globo mi crorrelêvo,
mesorrelêvo e macrorre-
lêvo. Compreende as forma s do relê r;o emerso e as formas de relêvo suhm.e·rso, co m dim en-
sões muito variadas . As-sim , os pequenos sulcos e pequenas formas com um m etro ou menos
constitu em as microformas do relêvo, enqu anto as extensas cadeias de dobramento , fazem ,
parte das macroform as.
Em topografia o relêw é sempre definido como a diferença de cota ou altitude exis-
tente entre um ponto e outro, porém, na geologia e morfologia é um têrmo descritivo
~uj eito a explicação e interpreta ção. Usa-se a expressão como sinônimo de diferentes tipos
de paisagens.
As diferentes form as de relêvo têm sido explicadas segundo várias teorias. Do ponto
de vista histórico pode-se citar as teorias do catastrofismo e a do atualismo (vide) . A pri-
meira procurava explica r a origem da9 formas de relêvo por grandes catástrofes ou cata-
clismos enqu anto a segunda afirma que as form as· são explicadas pelas mesmas fôrças qu e
atuam no presente, portan to, por movimentos lentos. Ainda a teoria dos netu.nistas ou
pltllonistas que procurava expli car as formas do relêvo terrestre como produ zida9 por fôrças
vulcânicas ou ação de pressão int3rn a.
Outra teo.ria é a da contração, qu e em síntes·e, explica o relêvo como sendo o resultado
de um resfriam ento elo material magmático e te ndo cons eqüentemente uma diminuição de
volum e.
O relêvo é o resultado da atuação de dois grupos de fôrças que podem ser sucessiva9
ou s·imultâneas: en dógenas (dobras, falhas, mantos de charriage, vulcões, terremotos) e,
exógenas - ( desgastes c acumulação).
vValter Penck, chefe da escola geomorfológica alemã, co nsiderou o relêvo, como um
produto de ações simultâneas ele fôrças endógenas e das fôrças exógenas, atuando as
primeiras, em geral, no sentido de acentuar o relêvo e as segundas no sentido de atenuar,
nas sua9 linhas gerais. As form as atuais constitu em, portanto, o resultado final dessas ações
contrári as. Para Dav is as fôrças exógenas· só começavam a trabalhar depois, que cessa
o trabalho das fôrças oriundas do interior do globo.
As fôrças endógenas dão origem à9 formas maiores (grupo de formas de segunda ordem
de Lobeck). Formas originais ou primitivas dando aparecimento a estruturas deslocadas.
... •, ' ,
~---- - --
~--·
- ~ . --· - ·
X I ST O AR E NOSO CRIST4LINO
F ig. n .o 7R
F ig. n .0 8R
O têrm o relêvo é empregado sempre com um adjetivo que o torna mais expressivo.
Assim para exprimir a natureza da rocha usa-se : relêvo granítico, cristalino, gnáissico, cal-
cári o, cárstico, ou ainda relevo de rochas ácidas, de rochas básicas, eruptivas, sedimentares·,
metamórficas, etc. Para exprimir a es trutura tem-se : relêvo tabular, (Fig. n. 0 7R ) relêvo
inclinado e dobrado, ( Fig. n. 0 8H) relêvo falhado (Fig. n.0 9R) e etc. Para exprimir altitude
c topografi a, tem-se : relêvo topog ráfico, aliás co nstitui um a redund ância, ele mo ntanh a, de
RELÊVO FALHADO
~· · .'.·: . ·.·":\.
_........~ --- - "\
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--~--:::::- .· · · . ·. ··. -· · -··· · .··.- ·· -· .
. _:__
rn XISTO B GNÊISSE
1M CALCÁREO
Fig. n. 0 9R
Fig. n .o lOR
plana lto, de baixo plana lto, de plan ície, d e baixad a, ele depressão (a ) Absoluta e b ) H.ela-
tiva ), de topografi a plaina, de topografi a acidentad a, de topografi a ond ulada, ele montanha,
cíclico, tectôni co (Fig. n .0 l OR ), valonaclo, eus tático, epirogênico, glaciá rio, eólio, v igoroso,
ú~pe ro, moderado, ondul ado, rugoso , fraco, .forte, inexpressivo, morto, vivo, maciço, combi-
nado d e erosi\o e 1·elêJ;o do solo. Esta últim a no dizer de Derm au eleve ser fo rm almente
\!Onclenada q uando usada como sinônimo ele ·relêvo. É interessante observar r1ue o titulo geral
do II volume elo T m ité de Geographie Phisiqu.e ele De Marton ne aparece com a expressão
relêvo do si'Jlo no sentido que D ermau condena. H.elêvo elo solo eleve fica r restrito ao mo-
delado da película d e alteração. Devemos acentu ar que no caso cla9 " mesas" ( butte t em oin )
do Planalto Central elo Brasil tem-se um aspecto elo relêvo do solo q ue foi produzido.
por uma cros ta fe rruginosa. Mas no caso das montanhas, como Aneles, Apalaches, Alpes,
não se pode considerar q ue sejam a~p ectos elo relêvo elo solo.
Mu ito~ outros exemplos podem ser citados como: relêvo acidentado ou monótono,
r el~vo di ssecado ( fi g. n° llR ) ou dessecado, relêvo continental ou submarino, relêvo po-
~i ti vo ou negati vo, relêvo de jusante ou ele montante, etc.
São várias as classificações propostas para as form as ele relêvo, segundo os diferentes.
autores:
Classificação d esc1·itiva das fo-rmas de 1·elêvo, segundo Baulig - Vo cab·ttlaire de·
Geom orphologie:
I As form as de relêvo podem ser ru gosas e erg uidas
II Formas de relêvo suaves
III F ormas ele relêvo mais ou menos articuladas - dissecadas
Von E ngeln em sua C eom.orphologie tentou class ifi car o relevo em un idade geo-
morfológicas com o critério estrutu.ral:
I - Unidade de estwl:ura. si.m p les ou. horizontal -
A) Co nsti tuíd as por sedim entos soltos (incoerentes ou fra cam ente cimentados-);
l - Planí cie costeira ; 2 - Planí cie de piemon te; 3 - P lan ície de tundra;
4 - P laní cie fluvia l c lacustre; 5 - Ergs; 6 - P lanícies ghlciá ri as; 7 -
Planícies de loess-.
B) Constituídas de rochas sed imentares- ou magmú ti cas, ma is ou menos co n-
solidadas: l - Planaltos interiores ; 2 - Bacias em form a de concha; 3
Planícies de lava; 4 - Cones vulcânicos.
C) Constituídas por terrenos calcários, como as fo rm as elo relêvo cárs·tico e
as ilhas coralígenas.
II Unidades de est wtttms deslocadas ott pertu.rbadas -
A) Constituídas por terrenos· dobrados e fraturados, com rochas consolidarias.
Saliências ern dômo ( ]acóli tos c batólitos ) . Mon tanh as dobradas e fra-
' turaclas .
B) Cons tituídas por mas-sa rígida ele terrenos muito antigos , como os "es-
cudos" de rochas plutônicas e metamórfi cas, as regiões peneplan izadas e
as geleiras co ntin entais.
n ..... -
Dl C IO:-i .·\ HIO GEOLÓGICO-GEOMORFOLÓCICO ·) ·) /
Pelo princípio da isus tas ia, quando se manti ver, substan ialmente, a diferença
de densidade das roch as co nstituti vas dos fundos oceànicos ( bacias oceà ni ca~) ,
não e compreend e que possa haver nlteração p erm anente e de vulto nos grandes
níveis da crosta: áreas co nt-i-nentais e bodas oceânicas - D esde o Pré-Cambrian o
as áreas emersas são os eswdos, embasam ento ou pedestal. As velhas jJlatafoT-
mas ou bou.clier, elos franceses, são zc, na ~ rí gidas c <JUC a pouc.1 vari ação de nível.
estiveram sujeitas.
II - Form as de segunda ordem ou de eo nstruç:ío:
A) Planícies
B ) Planaltos
C) Montanhas
D ) Vu lcâ ni cas (F ig. n. 0 12R )
+
-1- +-- 4-- -+-+ ++~
-+- + + + + ++
-+-++--+-++
. . BASALTO
~ CALC4RIO
~ ++ ª GRANITO
1:::.:·::.:;::0: I ARENITO
F ig. n .0 12H
III - Formas ele terceira ord em ou ele des trui ção (fôn;as exógenas·)
A ) Fo rm as ele degrada ção ( desgas te p ela erosão)
B) Fo rmas de a gradação ( acurnulação)
C) Va les, bac ias, escarpas c cri stas.
IV - Fo rm as interm ediári as co mpostas e co mplexas·. Co li nas.
o"' .5"' I
w Ho;izon tal Planalto Planalto jovem P lanalto maduro P la na lto v elho
o"' ·;;"'
·:;
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o
R elêvo a lto ::>
l\tio n ta.n ha em d omo velho l\1 on ta n h a em domo jovem
Domo l\1ontanha em domo lVlontanha em domo madura
r
o-
~ 1:"' ~ .s"'
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" Fal has Montanha em falha $"' " Montanha de fa lha j ovem l\1ontanha d e falha madura lVIon tan ha de falha velha
"O
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o o"'
-e"'
('l
o Dobra 1\IIontanhas de dobras t l\1 ontanh a de dobra jovem Montanha de dobra m adura Mon tanh a de dobra ve lha
o
~ Complexa M ontanhas ü Montanha complexa jovem l\rlontanha complexa n1adura Montan ha complexa velh a
"
il< complexas
RELÊVO POLICíCLICO - aquêle que foi sujeito a diversas fas es de erosão e conseqüente
parada. Êste fato deixa na pais·age m marcas importantes para os geomorfólogos e geó-
logos co mo sejam: ruptura9 de declives em vertentes, foz suspensa dos rios aflu entes, ter-
raços, fom1 as mostran do escavamento e paradas de erosão, etc.
RELÊVO POLIGÊNICO - elaborado por 9istemas de erosão sucessivos, podendo em cer-
tos casos chegar a um peneplanu . Helêvo poligênico não é sinônimo de relêoo policíclico
(vide ). Pode-se ter relevos polic íclicos que estejam ligados, por exemplo, à vari ação d e
níveis ele bases. Pode, no entanto, haver coincidência de um relevo policíclico com um
poligênico. Significa sistema de erosão de9Cncadeados, por flutua ções climáti cas (sistema
de erosão diferente do precedente) .
RELÊVO POSITIVO - di z-se das áreas de terrenos situados acima do plano de m ferência,
isto é, do nível do mar.
RELÊ\' O RELATIVO - form as ele acidentes expressas não em relação ao nível do mar
(nível zero ), mas a qualquer nível teó1;co, tom ado p ara efeito de com paração. Nas áreas
de intenso movim ento tectônico, isto é, cadeias de montanhas, encontram-se os maiores
d.esni.v elamentos m lativos ou amplitudes relativas do relêvo. Nas áreas de planície se en-
contram as menore9 amplitudes relativas do relêvo.
RELÊVO TECTÕNICO - formas topográfi cas da superfície do globo terráq ueo qu e re-
sultam ela movim entação feita pelas fôrças lectôni cas (Fig. n. u ] 4H).
RELÊVO VALONADO - vide vallons.
~
RELEVO TECTONICO
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Fig. n .0 14R
RIO TEMPORÁRIO - diz-se do curso d 'água cujo regime não é p ermanen te. No caso
dos rins que atravessa m a zona do sertão nordestino, o leito elos mesmos fica sêco na
época da es tiagem. Por ocasião da ~ chuvas, as águas se avolumam com grande rapidez
no leito elo rio, adquirindo grande correnteza, tendo mesmo características torrenciais,
provocan do inundações. Regionalmente, o caboclo elo interior da caatinga costuma de-
nomin ar êstes rios temporári os, ele 1·ios qu e co rtam, is to é, deixam ele existir peri àclicamente,
embora , haja água no subálveo .
Rio temporá ri o é sinônimo ele 1'in efêm ero, no entanto o ~ hiclrologis tas cos tu mam
di stinguir um a ou tra categori a de tipo de curso d' água, q ue chamam ele ·i ntermitente. Nes te
caso os rios do interior nordestino seriam intermitentes, reservando-se a denominação ele
tempor:u·ios, para aquêles cujo cleflú vio é úni ca mente das ág u a~ superficiais, e subsuper-
fi ciais.
IUOLITO on LIPARITO - rocha efusiva correspondente ao magma granítico, tendo,
porém, textura p orfirítica ou felsítica. Os ri oli tos anteriores- it era T erciári a são chamados
t ambém de pórf"i.ros qum"tz-íferos.
Os riolitos mais an ti gos são geralmente ele coloração ros a e contêm p alhêtas macros-
cópicas ele ferro oligisto . Os riolitos recentes têm geralmente a coloração cinzenta, branca
e às vêzes preta
À famí.li a dos riolitos pertencem, geralmente, os- pomitos, retini.tos, ceratófi.1'0s, obsi-
dianas, perlitos, etc.
ROCHA DE FILÃO - aCJu ela cuj a co nsolidação se processou em fendas ex istentes na crosta
t erres tre. É tamb ém chamada ele m cha. int·r11.siva.
HOCHA DO EMBASAMENTO - aq uela qu e faz parte elo escudo, ou elo embasa mento,
como é o caso d e certos gnaisses, granitos, qu artzitos, etc.
HOCHA ENCAHNEIHADA - aq uela cuja superfície se acha es-triada e na qua l aparecem
pequ enas forma s arredondadas assim étricas, produzidas pelas geleiras.
HOCHA ERUPTIVA - vide eru.pti oa ( rocha ).
ROCHA ESTRATIFICADA - de nom inação cheia <ts rochas sedim entares (vide sedim entar
rocha) .
Cada material depositado corresponde a um a rocha sedim entar:
D ep ó.~ito Rocha sedim entar
Argila Argilito
Areia Arenito
Seixos Co nglom erado
HOCI-IA FHESCA - o mes mo qu e rocha sã (vide ) .
ROCHA ÍGNEA - vide e·rupt'iva ( rocha )
ROCHA MAGMÁTICA - vide eruptiva ( rocha).
ROCHA MATRIZ ou ROCHA "SÃ" - é aquela em qu e os elementos oliginais ou primi-
ti vos não sofrera m transformações mot iV<lclas pela meteor ização. Nos climas intertropicms
úmidos as rochas são mais fàcilmente atacadas, qu e nos climas secos ou semi-áriclos onde
a meteorização não tem o mes mo poder p ara modificá- l a~.
ROCHA METAMóRFICA - vide m etamó1jica ( rocha ).
Fi~. n. 0 15H - Pico cu lminante do ll·rritúrio federal de Fe rnando de i\'"oronha , com 32 .1. m de alt itmlt·.
~~~ te ar<íuÍpéla g:o ~ de natureza vukiànica. O pico focalizado acima é uma ag ulha fonolítica dia<:lasada.
Xo primeiro plano vt--sc a praia ela Concci(;iio.
(Foto L úcio <k Ca; tro Soares do c:-; c )
HUBEFACÃO - op eração m etasso má tica p e la yua l o óx id o el e ferro, co ntido nas roch as ,
,-c m à p~riferia, formando ass im uma p elí cula , cuja esp essura é vari áve l e m fun ção do
microclima e das condições laçais. A rube fação na superfíci e el e um a rocha, ou num d e pó-
s ito ele sedim entos, ocasiona o a parecim ento im ediato da co loração alaran jada ou aver-
m elha da , segundo o· tempo ele exposi ção e a quantidad e el e óx id o d e ferro con tido na
roc ha.
R UBI - mineral co nstituído p elo óxido d e alumíni o juntamen te com óx ido crómico, te ndo
<1coloração averme lh ada. O rubi é uma varie dad e ele cor·índon de c o l ora ~ã o averm e lhada ,
usado gera lm ente p elos joalh e iros (vide alumhw ).
HUDÃCEA - tipo ele tex tura das mchas elásti cas, co mo os co ng lom e rados e brech as . t:ste
tipo d e rochas constitu i a ca tegoria dos ntcUtos (v id e).
HUDITO - d enominação u sa da p elo geólogo Grabau para as rochas elást icas qu e têm
tex tura do tipo 1"ttdácea, co mo os co nglom erados e br ech ,1s
HUGA - o mesmo que dobra (v id e) .
RUGA OHOGENÉTICA - o u simples me nte ntga (v ide) .
RUI VA - vide agu.lh as.
"RU N-OFF" têrrn o ing lr' s significa ndo o mes mo 'Jll l' IÍg u a de escnarn cnt o SUJ!erfi cial
( ,·icl e ) .
"SALÃO" - denominação dada no nordes te do Brasil aos so los sa linos, tendo efl oresçencias
de sa i na superfície. i
I
SALÃO SUBTERRANEO - I
denomin açóio usada por alguns autores co mo s·inônim o de
gru.tas ( vide).
SAL-GEMA - sa l ele cozinha, sal comu m, halita ou &implesmente sal - clol-e to ele sódio
encontradéJ no subw lo. A acumu lação do sal-gema se reali zo u pela cvapOr<\ção da água
dos mares nas épocas ~a históri a fís ica da terra. Na Alemanha se re a !iza r arr~ os melhores
estudos teóri cos e práticos sôbre o sal-gema, na jazida de Stassfurt. ;
O sal-gema também se enco ntra em efl orescência nos cli mas semi-áridos e desérticos
Foram descobertas cspfssas camadas de sal-gema a grande profundi dade, em Sergipe,
lagoas e Amazôni a.
Podemos di zer qu e o sal-gema é um sal fóssi.l no sentido de sua antiguidade.
SALITRE - nitrato de potássio ou ele sódio . O co nhecido salitre do Chile, mu ito usado
na agri cultura, é do ti po sódico. Nas grutas calcá rias aparece, algumas vêzes, a forma ção
de nitrato de cá lcio.
SALMOURÃO - solo argiloso com a lto teor de areia grossa. Êste nom e popular no Centro-Su l
do Pa ís. pa rece provir das encostas lavadas apresenta ndo-se como q ue cobertas de sal grosso,
pois as argilas são caiTcgadas pelas águas e a areia grossa sobressai na superfície. Sáo geral-
mente ori ginados ele granitos em cli ma Úmido: o Feldspato é decompos to em argila, enquanttJ
o q uartzo só sofre alguma fragmentação "in situ.".
SALSA ou VULCÃO D E LAMA - peq uenos montículos comcos, de onde con e lama
sa lgada. carregada de gás, es pecialmente a nafta e carb uretos. ele hidrogênio - terrenos
ardente> elo Caúcaso, Sicíli a e na península itá lica .
SAMBAQUI - acúm ulo ele moluscos ma rinhos, flu viais ou terres tre, feito pelo!i índios
( Figs . ns . 3S c 4S ). 1 esse jazigo de conchas se encontram , correntemente, ossos hum a-
nos, objelos lí ticos e peças de cerâmica .
Os sa mbaquis são rn onmnentos arqueológicos e não pe·1tencem ao campo ela geo-
logia ou da geonw rfologia. Até o presen te tem havido grande co nfusão entre sambaqui
de mige·m artificial, q ue co rres ponde ao Kjoekkenm oeclcling clinamarquê!i e os de origem
ltalural e m·ista.
Os chamados sambaquis ele ori gem natu ra l, melhor designados co11cheiros, são
depósitos realizados pelos agentes geológicos, cons tituindo o que denominamos em geomor-
folo gia de terraço. Qul:lnto à teoria mista, esta afir:rna que os sambaquis podem ser
tanto de ori gem natural como artificial, o que constitui grande esperança para a so-
lução ela q uestão. Porém, a realidade dos fatos observados demon9tra que o sambaqui
corresponde a um depós ito artificial de conchas deixadas pelos indígenas, nada tendo a
ver com os chamados concheiros, q ue cons tituem terraços.
:0~ sambaquís representam testemunhos pré-históricos dos. nossos antepassados não po-
rl endo ser confundido co tn os t-erraços, testemunho de origem geológica e de grande sign i-
fi çação ge~m~qológi ca.
No qi.tadro ·''sumário que segue procuramos dar as ptincipais características que di s-
tingu em os terra ço~ elos sambaquis.
SCHORRE - superfície vasosa que aparece numa altura superior à slikke e qu e raras
vêzes é recoberta p elas águas salgada9 ou salobras. O schone é separado ua slikke por
uma microfalésia. (Vide vasa).
SEBKHA ·- denominação dada no Saara ( lingu jar árabe ocidental ) ao fundo ele depressões·
fechadas. Trata-se de região de evaporação, sempre s·algada e nua.
SECUNDÁRIA (era) - o mesmo que Mesozóica (vide ).
SEDIMENTAÇÃO - processo pelo qual se verifica a deposição dos sedimentos ou de
substâncias que poderão vir a ser mineralizadas. Os depósitos sedim entare9 são resultantes
da desagregação ou mesmo da decomposição das rochas primitivas . Êsses depós·itos po-
dem ser de origem fluvial, marinha, glaciária, eólio, lacus·tre, vulcânica, etc.
Os estudos ütológicos estão em grande progresso, constituindo a "Sedimentalogia" , para
alguns geólogos, uma ciência autônoma. Já em 1949 s·e reali zou, na região de Charente
Maritime (França), um congresso exclusivamente dedicado às questões de sedim entação e
Quaternário.
O Prof. A. Cailleux do L aboratório de Geomorfologia da Escola Prática de Altos
Estudos de Paris desenvolveu um nôvo método morfológico· para o estudo dos grãos de
areia e dos seixos. Os estudos morfoscópicos e granulométricos :>ão ele grande importância
para a sedimentalogia. Usando êstes cloi9 métodos A. Cailleux consegue distinguir
a origem fluvial, marinha e eólia dos grãos de areia, ou mesmo quando há vários agentes
sucessivos de transporte. Essas técnicas s·ão importantíssimas, especialmente na região lito-
rânea para a distinção dos terraços fluviais e marinhos.
Os diferentes tipos de materiais uma vez depositados dão início à sedimentação, que
pelos efeitos diagenéticos pode d ar origem a uma rocha coerente, como Oi'i arenitos, ar-
coses, conglomerados, brechas, etc.
Distinguem-se dois tipos de coberturas sedimentares: transgressiva e regressi:oa. No
primeiro caso quando os estratos mais novos ao se acumularem numa bacia, cobrem total-
+ + +
+ + +
+ +++ +
++++++
SE.DIM EN TAÇAO TRAN SGRESSIVA
t +
+
.·.
'íY.': o .~
+
() () +
+ + ++ + + + + +
t
+ + + + + + + +
SED!f'1E.NTAÇÂO REGRES 5 I VA
Fig. n . 0 5S - T ipos de sedimentação .
francês português
1 > 500mm blocs blocos
2 de 500mm a 25mm galets seixos grandes
3 de 25mm a lOmm graviers ou gravillon seixos médios
4 de lO mm a 2mm granu le seixos peq uenos
Usando-se esta terminologia - blocos, seixos grandes, seixos médios e seixos· pequenos
estaremos falando a mesma linguagem c compreenderemos fàci lmente a unidade do
tamanhos referido. Os fragm ento9 levados pelos rios, ou ainda os fragmentos de rochas
tl espreendidos dos litorais e transportados a longas distâncias, tomam fonnas denunciadoras
do trabalho a que foram submetido9 preliminannente . Os seixos fluviais têm geralmente a
forma de uma esfera ou mesmo de um a elipse. Os seixos transportados pelas vagas oblíquas
e correntes marinhas tomam formas muito achatadas por causa do va ivém ( flotement)
ua9 águas do mar junto ao litoral. Aliás esta é a razão pela qual as areias marinhas no
exa me granulométrico são geralmen te mais fina 9. -
0 9 seixos estriadas são os transportados pelas geleiras. Num depósito de origem glaciária,
se não fôss-e a existência ela argi la com blocos qu e tão bem caracteriza os depósitos
de morainas, o exame elos seixos com a série de es trias basta ri a para revelar a origem
do depósito .
DTCION \ rno C:EO I.ÓG r(;Q - GEO;\ [{) P. F OLÓG ICO 3():}
O clima no Silmiano co ntinua o mesmo do!:i períodos precedentes, isto é, uniforn1e,
apresentando todavia zonas áridas, como nos Estados Unidos, por exemplo, com form a ~·ões
de sal e gêsso.
As rochas do Si lmiano são represe ntadas princi palmente por arenitos, folhelhos ar-
dósim; e calcári os.
No fim do períod o houve a grande revolu ção caledoni ana, que afetou pri ncipalmen te
o norte ela Europa (Escandinávia, Escócia, etc.).
No Brasil ês te dias trofismo apenas produziu dobramentos de peq uena importància. pois,
há muito qu e já e tava form ada a terra firm e chamada Brasília pelos geólogos .
A distribui ção geográfica dos terreno!:i silurianos no Bras il é a seguin te : baixo pla n,1lto
amazónico em es treita faixa desde a co nflu ê ncia elos rios. Negro e Branco até o bai.xo
curso do Amazonas, nos estados de Minas Gerai s e Bahia, no alto e médi o ,·a le do São
Francisco, gra nd es ex tensões de s-ed imentos silurianos da série Bam buí, no vão do Paran á
em Goiás, no Pantanal ~!ato-Grosse n se, c no Hio Grande do Sul .
DeviCl<;> ,'?í· grande ocorrência de calcári os na série
Bambuí são freqü entes as grutas, entre as r1ua is se
des tacam as de Maquin é em l\'linas Gerais e a de
Bom Jes-us da Lapa, na Bahi a.
SIMA - zona qu e vem abaixo do sia l fo rm ada na
maior parte de silicatos, predominando os de magné-
sio e ferro, com pêso especifico próximo de 3,4. O
sima aflora em grande parte nos fundos oceâ nicos .
É também chamado de e·Íwolt6rio basáltico, ou a inda
substrato basáltico da lit osfera . F ig. n .o SS - Sincl in::•l.
''
' ' .... ....
f±±m}
-
I - REGIÕES
2- Rf Gia ES
LEGENDA
GLACIÁRIAS
~ l- REOI5ES PERIOLA CIÁ RIAS SEM PER GELISSOLO B ., - ZONAS FLORESTAIS DE MÉD IAS LATITUDES- VAR IEDADE MEDITERRÂNEA ~ 11-,S.WANA$
fí}t%~J 4- FLORESTA SÔBRE PEROELJSSOLO OUARTEN ÂRI O ~~-=-~ 8- ESTEPES E PRADAR IAS SUIOESÉRTJCAS ~ 12· F-.OAESTAS INTtRTROPJCAIS
00/SAI · D• • · ~. S.C.
Fig. n .0 US
SlNFllA TISMO - denomin ação proposta p elo geólogo Grabau para o m etam orfismo re-
gional, tamb ém chamado d e presslio, de geossinclinal, ou ainda, dinâmico.
SISMO - tremores súbitos da crosta terres tre, que podem ser de forte intensidade, e sen-
tido pelo hom em, ou fraca intensidade e registrados apenas p elos aparelhos. A fonte de
onde partem as ondas vibratórias é denominada de hipocentro ou foco, e o ponto da su-
perfície locali zado diretamente sôbre o fo co de epicentro.
SISMóGRAFO - aparelho usado para re g i ~tra r os terremotos ou sismos. Por meio do sismo-
grama pode-se saber o . tipo ele onda vibratória e sua intensidade.
SISMOLOGIA - ciência q ue es tudo os terremotos.
SISTEMA - vide col-ttn a geológica.
SISTEMA BRASILEIRO - denominação dada pelo geólogo A. d ' Orbigny às rochas elo
complexo cristalino ou brasileiro.
SISTEMA DE CRISTALIZAÇÃO - diferentes formas q ue apresentam os minerais após
s-e cri stalizarem. D e modo geral podemos esquematiza r os tipos de cri stali z:1ção dentro clu
seguinte quadro:
Cri stali z:1 m no sistema cúbi co : halita, galcna e fluorita; no qu adráti co: rutilo e zir-
co nita; no ortorrômbico: topázio e baritina ; no hexagonal : q uartzo e berilo; no romboé-
dri co : ea lcita, co ríndon e ben1atita; no monoclínico : ortósio e gipsita ; no tri clín ico: albita.
SISTEM A DE EROSÃO - associação orgâ ni ca de processos, nos qu ais há u ma combinação
de fôrças qu e atu am p ara esculturar ou modelar as vári as fo rmas de relêvo. Nas diversas
regiões segundo a influência do clima encontra-se um co njunto ele processos nos qu a i ~
domin am a insolação, o gê lo e degêlo, a hid ra tação, etc. Assim teremos· o domínio da de-
sagregação mecâni ca, ou da decomposição q uímica ou mes mo o seu equ ilí brio.
SISTEMA MORFOCLIM.ÃTICO - esta expres ~·ão foi preferid a por A . Cailleux e Tean
Tricart cm substitui ção a que vinha se ndo adotada, ou seja, sistema de eroslio (vide ) ele
A. Cholley. Di zem aq uêles au tores qu e as zonas bioclimatológicas têm grande importância
na explimção das form as de relêvo, podendo- e mes mo fa lar num a ecologia das form lrs
de ·relêvo. ( Fig . llS ).
O sistema morfoclimático representa o complexo de intcração dos processos geomor-
fológicos, que têm início nos p rocessos elem entares, isto é, desagregação mecânica, ou
deco mposição q uímica. Dos elementares, p assa-s e aos processos complexos, e fin almente a (>S
processos morfogenéticas e mo-rfoclimáticos .
Os sistemas !1tOrfoclim áti cos repres-entam um co m plexo por associação e imbricação
ele elementos. Para m elhor compreensão vejamos, por exemplo, o conceito de ecologia
dado pelos natu ralistas - ciência biológica q ue trata da relação elos sêres vivos com o
meio, e entre si. No caso d a geomorfologia moderna as form a9 de relevo passa m a ser
conside rad as e111 relação com a natureza litológica, a es·tru tura e, também, o meio orgtlni<;o
- como os vegetais, animais, e os grupos humanos.
No Brasil a localização geográfica do sistema morfoclimático eq uatoria l é a área ela
grande região norte, isto é, Amazônia. D en tro desta grande área submetida ao sistema
morfoclimático equatorial e tropical úmido tem-se dois morfogenéticas, ou seja, os da floresta
eC]natori ais e o dos campos cerrados.
No sistema morfoclimático eq uatorial, (Fig. n. 0 12S) o processo elementar de maior
importância é a meteorização química. Espêssa é a camada de decomposição das rochas
neste tipo ele clima .
No sistema morfoclimático árido , o processo elementar dominante é a meteorização
física, isto é a desagregação mecànica, por causa da intensa insolação da!j rochas, e a
grande amplitude tém1ica diária.
O processo elementar dom inante no sistema morfocl imático glacitírio é a meteorização
mecànica produzida pelo efeito do congelamento.
"SKIBES" - denon1inação d ada aos litorais baixos e muito acidentados, cujo modelado
foi devido à erosão glaciária, tendo sofrido posteriormen te uma invasão marinha, como
no caso do litoral sueco.
Fig. n .O I 3S - Repartição geográfica dos difere ntes tipos zonais de solos: 1 - tundras; 2 - solos
poch.ASiicos e solos pardos; - 3 - tch c rnozion; 4 - so los esq ue léticos de mo nta nh as; 5 - solos mcd i-
t'crrfmeos; G - so los de es tepes e descrl'os; 7 - zo na lateríti ca. Os solos 3 c 6 co mpreendem os
pcdocillcicos c os 2 , 4. c 7 os pcda lfcrcs.
o, solos trop.ica is são, de modo geral, úcido9 e p ouco 1tcos em bases trocáveis. Nos
clim as intertropi ca is Ún1iclos temos o aparecimento de um a alteração qu e lhe é esp ecífica,
ou se ja a la tc r i za~·i'to e latcrito . Êstes processos ele a lteração aparecem un icamente nos
clim a~ intertropi cais úmidos, não es tand o ligados ao tipo de rocha. O laterito tem sido
369
definido por diversos autores e as opmwes são muito desencontrad as até ao presente. Em
certas condições especiais ele topografia, de vegetação e cli ma, temos o aparecimento ele
crosta lateríticas que afloram formando grandes carapaças fe rr u g in os ,l~ chamado ele bové
( têrmo Foula) pelos geólogos africanos. (Vide lateri.zação e /aterito) .
O solo é, por conseguinte a parte mais externa d a litosfera, e as ca rtas pedológicas,
usadas por geomorfólogos são raras. As cartas zonais, isto é, os es tudo; zonais dos solos não
têm grande valor científico, se não ve jamos o caso elo Brasil c;om 8 511 965 km' aparece
com apenas dois tipos: l - solos latcríti cos, 2 - solos solontch{lk.
SOLO ABC - diz-se dos solos em cujo perfil se enco ntra o hori zon te A, seguido dos ho-
ri zontes B e C .
SOLO AC - denominação usada para os perfis ele so lo qu e pos-s uem sàme nte os hori zo ntes
A e C. (Vide solo ABC) .
SOLO ALUVIAL ~ grupo ele solo azona l, constituído ele detri tos ou sedimentos q ue foram
arra ncado· de outras áreas mais a ltas e depositados em zonas mais baixas . Todavia é
necessário acrescentar que tal d epósito aluvial só passarú ú ca tegoria ele so lo, quando sofr er
eclafização do material.
SOLO ÁRIDO - pelíc ula de terra arável formada s<Jb um clima árido. Êste tipo de solo
é freqü entemente ri co em sais, sendo portanto alcalino. Os solos dêsse tipo, gerados nos
desertos qu entes, são chamados ele solontchak e os áridos fri os sieroz ion.
SOLO AZONAL - q ualquer grupo de solo, onde o perfil não se aprese nta perfeitamente
desenvolvido, havendo por conseguinte grande influência ela natureza geológica da rocha.
ou o tipo de topografi a. Vi de solo.
SOLO BIOLóGICO - vide solo
SOLO BC - di z-se dos solo9 q ue tiveram removidos pela erosão a capa ma is ex terna , isto
é, o hori zon te A. (Vide sul o ABC ).
SOLO CRU - o mes mo CJUe reaolito (vide) segu ndo a lgu ns pedólogos . Através do tempo
passa a so lo sc mimaduro e f inalmente senil.
SOLO GEOLóGICO - vide solo .
SOLO IMATURO - denom inação usada para os s<Jlos cujos perfi s não es tão co mpletamente
dese nvolvidos; o mes mo qu e solo iove m.
SOLO LA TERíTICO - gru po zonal de solos que surgem nas regiões intertropica is de clima
úmido com estações altern adas. O so lo adquire um a co loração avermelhada por ca usa ela
concentração do min éri o de ferro e da li xiviação das bases trocáveis, torn ando-o, assi m,
ácido,
SOLO MADURO - deno minação usada para os solos, cuj o perfil es tú perfeita mente de-
senvolvido e em equilíbrio com as co ndições ecológicas ambientais.
"SOLO OCEÂNICO" - denom inação dada às terras imersas, isto é, ao relêvo subm erso
ou das; bacias oceânicas, n ~o devendo se r confundida co m a denom inação solo no sentido
71eclológico. Geogràficarn ente, "solo oceâ nico" significa con fi guraçfto do relêvo submerso.
É o oposto de rel€oo do solo (vide) .
Fig. n.o l4.S - Supe rfície de apla inamento ou de arrasamento, vcndo~ s e dois vales encaixados, por
causa ele uma re to mada de erosão, c urna pe quena crista {>roduzida por um dique.
Fi J,.!. n .0 ] SS - S upe rfície topo gráfica horizonta l resu ltante do arrasament o de estrut uras d iversas.
TECTONOSFERA - denominação dada por algu ns geólogos it reunião elas ca madas sial
e ima. E sta denominação advém do fato ele ser nestas du as ca madas que se realizam
os esforços· tectônicos cujo resultado é o aparecim ento das cadeias d e montan has .
TEMPO GEOLÓGICO - a noção de tempo em Geologia é um a noção capital, porque
va i p ermitir C0111preend er as diferentes t ransfo rmaçôes sofridas p ela p aisagem terrestre,
ele modo lento. :É graças a es ta concepção qu e a geologia modern a elo atualismo p ôde
antepor fortes argumentos à geo logia anti ga, catast1'0fism o. O desap arecimento de certos
fóss eis e o surgimento de outros só era comp reend ido através d e catástrofes. H oje, sab e-se
qu e êstes fatos e~t ão justamen te em função elo t empo.
A form ação ele grandes cadeias de montanhas, b em como o surgim ento de foss a ocupa-
elas p or ri os, tamb ém tiveram as mesmas ex plicações d adas p elos s·eguiclores ela corrente
elo catastrofismo. Esq ueciam-se êles do agente, ou me lh or, do fator mais i mport a nt~> qu e
é o tempo geológico
A noção ele tempo 6, p ois, fun damen tal em geo logia. E , não possu indo es ta ciência
meios precisos pa ra mcclir o tempo, costuma empregar a expressão geolàgi.came nte falando ,
com os acl jeti vos grande ou peq ueno, longo ou curto para designa r in tervalos ou lapsos,
qu e do ponto de vista hu mano sign ifica longos períodos. Assim um milhão de ano9, geo-
logicamente falando, p ode d izer resp eito a um lapso de tem po m latioamente cu.rto. D i-
ferentes processos silo 11 sados pa ra o cálculo da idade ela T erra p odemos grupá-los cm h·ês :
l - Processos geológicos: a) sa li niclacle elos oceanos; h ) sedim entação, c) des nud ação.
2 - Processos ast1·onômicos: a) p erd a d e calor elo So l e ela Terra, b ) evolução elas
órbitas dos planêtas e sa télites .
3 - Processos físicos ( método racl iogêni co).
Processos geológicos s·ão apli cados ao conh ecimento da idade ela T erra já soli dificada
c com sua atmosfera expur)!acla elo excesso elo vapor d'águ a. É fácil compree nder isso,
considerando-se o sistema solar e a ori gem elo globo terres tre.
O cálculo da idad e ela T erra, baseado na atual co ncentraç·ão salina elos oceanos, dari a
para a Terra, cem milh ões. de anos. Quanto ao processo ela sedimentação, é muito fa lho e,
co nsiderando-se q ue para a form ação ele uma camada ele 30 cm d e calcá ri o, são necessários
5 000 anos, os geólogos chega ram à conclusão ele que· a T erra teri a ele l bilhão e 500 mi-
lhões ele anos a 3 bilhões ele anos. O processo da d es nudação é tam b ém extremamente falho.
Os. processos astron ômicos consideram a massa flu ícla, iniciand o o p ercurso ele sua
órbi ta as tronômi ca. Ê les se· preoc upam em datar não só a idade ela T erra, propriamente
d ita, mas tamb ém a idade elo sistema solar. Pelo processo as tronômico que estuda a evo-
lução elas órb ita~ elos p lanêtas e elos satélites, chegou-se à conclusão, p elo estudo ela evo-
lução ela órbita do p lanêta Mercúrio, qu e o sistema solar teria a idade d e mil milhões a
dez milhões-, enquanto a Lua leri a como idade, quatro mi l milhôes ele anos.
Ainda no processo astronômi co, elevemos considerar a perda d.e calor elo sol e ela t erra.
Os p eríodos glaciais p arecem resultan tes elo desloca mento elo eixo ela terra em relação à
eclíti ca .
Quanto ao processo fís ico, consiste ~a aplicação elo ch amado m étodo radiogénico ou
elo hélio, ou ainda, ele Strutt, qu e diz res peito às transforma ções elos minerais raclioativos
em chumbo. Os elementos ele urânio e ele tório, na roc: ha, se des integram:
a - o w·ânio p rod uzindo os ch amados rádi o G
b - o tório produ zindo p or sua vez, o tório D .
Um á tomo ele urânio se desi ntegra e dá ori gem a: 8 átomos de h élio e a l átomo
de cihumbo
Um átomo de tório se desintegra e dá ori gem a: 6 átomos ele hélio e a 1 átomo de
chumbo.
D ês te~ 3 proc:essos, o mais importante é o físico, porque aplica o ch amado m étodo
racliogêni.co que é o ma is seguro p ara se datar a idade ela T erra.
RUTURA OE
DECLIVE
E s·tuda ndo o Quatern úrio, vamos observar a existência de vários movimentos, uns nega-
tivos, isto é, car;l cterizados pe lo recuo das águas do mar; outros positivos, pelo avanço do
oceano sôbre as saperfícies emersas. As diferentes oscilações do nível do mar são ates-
tadas pela existência de depósitos de origem marinha, como é o cas-o das praias suspensas,
ou terraços, ou então, dos ca'!.YOns submarinos, das ri as, etc. O problema das 'praias sus-
pensas-" tem suscitado grand es disc ussões entre eustatistas e epirogenistas. Para os eus-
tatistas, uma transgressão marinha é ca racteri zada pela superpos ição de um depósito de
orige m marinha ~ôbre uma superfície terrestre emersa. O Prof. Arnold H eim procurou
fazer no seu estudo Problemas de erosión submarina lf sedimentación pelágica del presentq
lf del pasado uma di stin ção para as qu estões referentes a êstes depósitos. Propõe o têrm o
tra·nsm ersion., para as supe rífcies terrestres, onde s-e encontrem êsses depósitos marinhos, cuj;l
origem se ja apenas a ela subida elo nível das águas elo mar, sem qu e tenha havido movi-
men to do continente. A terminologia pa ra êstes movimentos é muito rica, e a lgu ns d enc-
minam ele movimentos " hiclrocrúti cos", o abaixamento da costa; e os leva ntam ento9 sãa
"geocráticos" . A li ás, na prática, é muito difícil se comprovar se se trata ele um movimentJ
da parte sólida emersa, ou ela parte sólida imersa, ou simplesmente elo nível d as águas
oceân icas. o ~ qu e sfw epiroge nistas procuram explicar todos os mov im entos do litoral como
sendo exclusiva mente devidos aos movimentos do continente. Os movimentos epirogênicos
são harmoniosos co m Ofl princípios ela isostasia e, em certos casos, há uma relação íntima
entre a orogênese e a epirogê nese, como justifi ca m, os trabalhos de C eer, Hamsay e ou tros,
sobre a E sca ndin ávia, F inlândia e Ca nadá. Outro9 geólogos, como Issel, L ye ll, L eopoldo
de Buch, os consideram como sendo d evidos aos tremores ele terras, e os denominaram de
Bradíssimo. Quan to aos canyons submarinos existentes, nas plataformas co ntinenta is (mar-
gem con tin ental de Bourca rt ) são ori ginados. pela erosão subaárea. Es tas ex pli cações
foram dadas pelo Prof. Bourcart. Mais tard e, o seu di scí pulo Francis-Boeuf, ao estudar as
rias bretãs, descobriu a existência ele meandros encaixados, subm ersos, qu e sàmente po-
deriam ter sido cavados pela erosão fluvia l. Já Émi le Haug, em se u tratado ele geologia,
tinha emitido um a hipótese se melhante à de Bourcart, quando di z qu e a maiori a
elos rios que se la nçam no Atlftn tico, co ntinuam por um leito subm arino cavado na
plataforma continental, cuja explicação plausível, é a ele ter havido um a imersão ela borda
continental, após. a mes ma ter sofrid o a erosão produ zida pelos val es. Éste é um argu -
O siciliano L' cdral:tcri zado por ter sua fauna intimamente ligada no Plioccno superior
d as regiões da Calúbria, sendo a inda de notar o desaparecimento de a lguns fó sei e n
aparecimento de espécies Frias, como a Cyclrena islandia no Mediterrâneo, etc. A jazida
típi ca dêsse andar e encontra no gôlfo de Palermo, num ma r cujo nível es tari a ent re 80
a 100 metros acima do nível atual.
O milazziano, segu nd o alguns, ainda não es tá sufici en teme nte definido e, p or esta
ra zão colocam -se juntamente com o siciliano. O Prof. H. Furon , na sua Paleografia, diz que
os terraços sicili anos· estã o na altitude média de 60 a 100 metros. O tirreniano é a época
da fauna quen te de StrombP-s no Mediterrâneo, e começa co m o segundo interglacial ( Min-
dei-Elster). A faun a é composta p elos Elephas ant-iquas, M amouth, Hh.in oceros M e rchi e
Hipp opotamus maior, etc.
Finalmente, a transgressão flandri ana cobriu tôda a plataforma emersa durante o palc,;-
lítico superi or; es ta é a idade da rena e do mamute.
Essas dife ren te~: co tas 1nos trarn a importância da variação, tend o es ta diferido profun-
damente de um a transgressão para a outra.
Antes de expor a nova explicação forn ecida pelo Prof. Bolll·cart, a respeito dos ter-
raços marinhos e dos. ccmyons su bmarinos, ve jamos alguns exemplos citados p elo Prof.
Fmon na sua Paleogeogm.fia . O terreno do Plioccno superior, que está a 150 metros de
altitude em Montpellier, está a 500 metros nos Apeninos e 1 000 metros na Calábria e
na Sicília; um terraço quaternário, tirren iano qu e es tú na co ta de 30 metros ao largo
elo cabo Creus, está a 100 metros em Heggio, na Caláb ria e a mais de 350 metros no
istmo de Corinto. :E:ste si ncronismo de depósito deve ter sido feito com um pa ra lelismo
das cotas. Como comp reend er, no entanto, êstes terraços m ar inho , litolàgicamente igun is,
mas que, em virtud e ele deformação posterior, foram colocados em níveis diferentes? Fc (
levando em considera ão ês tes fatos na cos tas do Mar rocos e de Portuga l, que o Prof.
Boucart criou a sua "Teoria da Flexura Continental". Os exemplos citados poderão dar
margens a di scussões, pois, a zo na referida está justame nte ao longo de regiões que so-
freram grandes movimentos tectônicos, cuja paralisação não podemos assegurar es tar per-
feitamente reali zada em nossos dias. O qu e a teoria da fl ex ura co ntinental ainda não
conseguiu explica r é a razão da existência de certos níveis, .cuja altitude parece ser uni-
vers·a l. Ali ás, é esta a razão qu e tem levado certos especialistas em terraços, a manter o
entusi as mo pelo eustatismo. O Prof. Trica rt, na fa lta de uma teor ia mais concreta, lançou
mão, ele maneira provi3Óri a, da teoria elo eus·tatismo juntamen te com a de terraços de origem
climática, para ex plicar certas deformações nos depósitos aluviais dos terraços da bacia
de Pa ri ~.
Acreditam os qu e tan to o eustatismo como a flcx ura têm muito a dar cm benefí cio
do conhecimento mais amp lo das praias suspensas. Uma não exc lui a outra, pelo contrário ,
completam -se.
A teori a ela 'fl ex ura continental" procura ex plica r estas plages so uleuées em fun ção
ela deforma ção da zona li torân ea. E la é definida por um eixo anticli nal, separada da parte
deprimida sinclinal pelo "eixo ela f lexura" (figs. ns . 4T e 5T). A fl exura continental é a
zo na onde o continente c o fundo elos oceanos mudam o sent ido do declive. Se o eixo da
Fig. n . 0 4T Fig. n. 0 5T
--- Tt.STE.NUNHOS
\
'-.
"'
+ + ·+ + + + + + + + -+
+++++++++-+ + + + +
+ + +++
1· t +
+ t + t
?\o centro-oeste brasileiro apa recem testemunh os constituindo grandes " mesas", gra-
ças ao traba lho erosivo, numa es trutma tab ul ar.
TESTEMUNHO PEHICLINAL - diz-se das lâm inas que res taram do arrasamen to reali-
zado p ela erosão num an ti clíneo ou m esmo num peq ueno pedaço de sinclinal. Neste último
caso, na :nea onde existe êste fenômeno, há làgicamente uma inversão de relêvo.
TETO OROGRÃFICO - denominação usada na descri ção da paisagem para mac iço elevado
ou planalto, como o l tatiaia ou o pontão do Bandeira p:Jr exemplo.
TEXTURA - maneira co mo os minerais se orp:a ni zam e se di spõem nas rochas. Nas ro-
eh as eruptivas podemo9 distinguir os seguintes tipos : 1 granular, 2 - porfiróide ( miero·
lítico e microgranu lar ), 3 - vítrea .
A textura granular típi ca dos granitos, é com posta d e grãos· pec1uenos, tendo a crista-
li zação se reali zado lentamente e a certa profundidade. Na t extttra porfiTóide houve dois
tem pos de cri stalização : na microlita a cristalização se processou sob form a de agulhas
fin as, que para serem estudada~ necessitam do emprêgo de microscópio, e na microgramdar
observa-se a fonJla ção de cri stais maiores integ rados na massa mais fina. Na textura
vít·rea não se nota forma ção de cri stais
A distinção por nós adotada entre textura e estrutura, bem corno a nomenclatura em-
pregada ainda não constituem punto pacifico . Algun s denomin am a textura granu lar de
fan erítica e as porfiroi da is, de porfí-rica-afanítica.
Estas classificações geológicas têm a seguinte importância morfológica :
1 - As rochas holocristalinas são, em gera l, as mais re:.·isten tes à erosão. 2 - As roch as
de textura equigranular de minerais muito pequenos revelam, geralm ente, consolidação a
pouca profundidade. 3 - As texturas porfiróides do tipo mi crogranular revelam cristali za·
ção mais profund a. 4 - A9 de textura vítrea sfw as efusivas. 5 - Quanto ao tipo de tex tura,
a erosão diferencial se vai manifestar, com mais difi culdade, nas granulares e com mais
facilidad e nas microgranulares . 6 - A decomposição quí mica se fará mais fàci lmente sôbri.)
as rochas porfiroidais e mais diflcilmente sôbre as d e tex tura granular.
D evemos ainda considerar certas complicações que aparecem , co mo a de texturas iguais
reagirem de maneira diferente à erosão. Porém embora m acroscopicamente elas sejam
iguais, pode-s·e observar no microscópico q ~1 e as diferenciações de reação aos agentes
l''ig. n .0 ST - Na depressão pe rifé rica (v ide) I>crm oca rboníJe ra do sul do Brasil, p ode-se ' 'Cr cm
certos locais, como nas proximidades de Itu (São Paulo) os e fe itos da glacia ão do fim d o Pal e oz6 ico
Na foto abaixo focali zamos um dobrame nto cm varvitos c ti litos prod uz ido pe la m_ov irnentaç5o das
massas de gêlo.
(F oto Tibor Jablonsl.;y do CN G )
TINTEIRO - denominação usada p elos garimpeiros p ara o pó fino de magnetita que apa-
rece nas forma ções, como satélite indicadores da existência de di amantes. Em certas lavra s
diamant íferas é tamb ém denom inado de esmeril.
TJALE - têrmo sueco usado para os solos. gelados . Tricart, diz que se deve preferir o
têrmo pergel-issolo (v ide), já qu e o têm1o t;ale é também aplicado aos s-olos qu e d egelam .
"TOMBADOR" - d enominação usada para lugares íngremes elas encostas ele um a colina
ou montanha e também p ara as próprias montanhas. Neste particular desejamos destacar
a serra elo Tombador, a oes te ele Jacob in a, no estado ela Bahia.
TôMBOLO - é denominação proposta por Gulliver para as l ínguas 0'.1' fl echas de areia
e seixos li gando uma il ha a um contin ente. Os tômbolas conhecidos podem s·er: simples,
cluplos e triplos. Como exem plo podemos citar os tômbolos elo Monte Argentário, a p E'-
nír: sul n ele Quiberona e Ciens. Na Guanabara existem v:1rios tômbolas fósseis, isto é, pro-
fundam en te mod ificado. Como exemplo citaríamos o tômbola em formação ela Pedra ele
Guarat iha .
TôPO - di z-se da parte mais elevada de um morro ou ele uma elevação. Usa-se, algum as
vêzes, como sinônimo d e cum e. É um têrmo descritivo sendo co mum dizer-se : no tôpo do
morro, no tôpo ela montanha, no tôpo elo planalto, etc.
TOPOGRAFIA - diz res pei to à altitude e aos decli ves . A topografia é a arte ele representar,
cm um a fôlh a ele p apel, um a determinad a área el a superfície do globo terrestre com todos
os pormenores naturais (paisagem física) e artificiais (paisagem ~u l tura l ) que aí se en-
::on tram. A topografia pode ser d ividi da do seguinte modo:
I Topologia
II Topometria {Planimetria
Altimetri a
Ca.na.L de escoa.men.\:.o ,®
d. e ~ nfl e :JCÕ.D
~ Con.e de d.·,jecçã.o
Entre as medidas tomadas para evitar 09 efeito~ catastróficos elas torrentes, podemos
clistinguü·:
1 - A escavação realizada pelas águas correntes fa z-se ela fo z para as cabeceiras,
2 - Correção elo leito ele uma torrente, construindo-se barragens sucessivas em degrau>,
principabnente, no canal ele escoamento.
L eis de Surell
1 - A escavação realizada p elas água9 correntes faz-se ela fo z para as cebeceiras,
partindo-se de um ponto fixo (nível de base), situado na parte terminal elo declive .
2 - O perfil longitudinal form a, a partir elo nível fixo, um a cunra regular, côncava
para o céu, tangente ao horizonte, no cu rso inferior, e se eleva gradualmente p ara a•
nascentes, torn ando-se tangente à vertical.
TORRENTE COMPOSTA - aquela onde o canal ele escoamento serve para dar vasão a
duas ou mais bacias ele recepção.
TORRENTE EMBRIONÁRIA - denomin ação dada às enxurradas que, ao descerem um a
enco9ta, podem dar origem ao escavamento de mna canal ele escoamento e cone ele detritos
sem, no entanto, possuírem bacia ele recepção.
TORRENTE TIPICA - trata-se ele uma torrente onde as três partes, isto é, a bacia de
recepção, o canal de escoamento e o cone de clejeção, surgem ele maneira típi ca.
TORSO FINAL - tradução ela denominação dada por Penck ( End?'U.mpf) à degradação
do relêvo montanhooo, cujo soerguünento foi mais rápido que o desgaste. Quando o des-
gaste fo i superior ao soerguü11ento deu Penck o nome de torso primário (vide ).
O tD'rso final ele Penck se confunde, neste caso, com a explicação dada por D av is
para os plainas de erosão nonnal, isto é, os peneplanos (vide) .
TORSO PRIMÁRIO - neologismo introduzido por V. H. Leuzin ger ao traduzir o têrmo
alemão P1imürrumpf, empregado por \V. Penck, para 09 plainos ele erosão normal (pene-
plano de D avi9). O processo genético, segundo a explicação ele Penck, é completamente
diferente ela explicação elo geomorfólogo americano . Enquanto êste explica o peneplano
TURFA - depósito recente ele carvões, form ado principalmen te em regiões de clima fri:.J
ou temperado, onde os vegetais antes do apodrecimento são carbonizados. Esta transfor-
mação exige que a água seja l ím pida e o local não mui to profundo. As regiões ele turfeiras
constituíam, por conseguinte, área de alagad iços.
VALE EM GARGANTA - di z-se de um v ale encaixado ( vide) à seme lhança ele um cafion
(vide) . O va le em garganta adqu ire maior expressão quando o entalhe é feito num a es·
trutura ·edimentar hori zon ta l ou sub- hori zo nt a l.
VALE ENCAIXADO - di z-se do vales cujo
afundamento do talvegue foi muito grande,
dando apareci mento a margens p oucos largas
e vertente ele fortes decli ve.
VALE OCULTO - o m es mo q ue vale "aue u-
gle" ( Yicl ) .
VALE SÊCO - aqu êle cujo leito aparece sêco
temporá ri o ou p ermanentemente. As cau9as
dêsse fenômeno são várias, podendo es tar liga-
das ao clima da região, co mo em certos ri os
do nordes te bras ileiro, cujos leitos fi ca m intei-
ram ente ~ecos duran te o verão; ou podem estar
~===-~-----------
Fig. n, o 5V
Fig. n ,o 3 V - Vale e m V ("nca ixado em rochas antigas do chamado Hcomplexo brasileiro" . Na foto ~\o
Jatlo vêem-se os escarpados parcdõcs rochosos do rio lpiranga, no litoral do es tado elo Paraná. O entalba-
Incnto d o tal vergue fo i muito v igoroso, e tendo em v ista a natureza das rochus, a erosão fluvial dev.c te r-
se adapt ado a uma fra tura. De modo que, a erosão das e ncos tas é muito 1nais lenta que a e rosão ve rtical.
(Foto E sso Bras il ira d e P e tróleo)
VALE SUBTERRÂNEO ou VALE SUi\UDO - denomi nação usada por alguns geólogos
para os rios que, durante pmte do seu curso, cleLxam de correr a céu aberto infiltrando-se
sublerrâneam ente por vários quilômetros. Êsses fenômenos de p erdas e ressurgências são
freqüentes nas rochas calcárias.
"V ALLEUSE" - têrmo francês utilizado para designar os ri o~ de foz suspensa que correm
numa região calcá ri a, 11a qual o escavam ento elo talvegue não se processou nonnahnente.
Ês te fato ocasiona a existência c.le um degrau no nível ele base clêsses rios, ao desaguarem no
oceano .
VÃO - têrm o regional usado no planalto goiano para designar vales profundamente es-
cavados, por on de corre um rio, ex. : vão do Paran5 , dos Angicos, t·tc.
VARVE - depósito inconsis tente, glaciário, constitu ído ele camadas de siltc e ele mat éria
orgànica seclimentacla. No verão acumula-se a camada ele silte, no inverno cess-a o silte e
deposita-se a matéria orgânica . O varve consolidado torna-se o van ;íto (vide).
O Varve é um têrm o oriundo da língua sueca e signifi ca ciclo.
VAI{VITO. - rocha sedimentar de facies glacial ou lacustre , compos ta por uma sucessão
ele camadas - argilosas e siltosas. Estas indicam ciclos a11Uai;;, c possuem es pessura que
varia ele lmm até 2 ou 3 cm.
V ÃRZEA - terrenos baixos e mais ou menos planos qu e se enco ntram junto às· margeus
dm, ri os. Constitu em a ri go r, na li nguagem geomorfol ógi ca, o leito maior elos rios . Em
certas regiões, as várzeas são aproveitadas· para a agri cultura . No Brasil, êste tipo de
aproveitamento do solo é eom um no rio São Francisco, no Parna íha, E'tc. ~ s te tipo de
cul tura é, p or vêzes, denomin ado de modo diferente, segundo a região ; no São Francisco -
cultura de vaza nte, no Ac re na cidad e de Ri o Branco - cu ltura ck pra ia, etc.
VASA - depós itc argiloso, de partículas muito finas, de co l ora~·ão cinza-escura . ou mesmo,
esverdeada, muito pegajoso, escorregadio e com acentuado odor fé ti do de ovos podres.
devido ao gú ~ sulfídrico qu l' contém ( H' S ):
Os bancos de vasa, ou lamas aparecem nas orlas co>·tciras c na toz dos rios, devido
ao efeito da fl ocul ação e da gravidade por ocasião das marés cheias. Os depósitos de va9as
' ~;_-:::
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V' r,=. .b_<,· --
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5\~~:::/~-~-:-~"T-:-::--~~R~IQO!_A~
,._, \~ M~A~PA~'_!P~E~Q~UE~N~O~j
:, r .' ~ ·~
~. .
Fig. n. 0 7V
VAU - palavra portuguêsa usada para os trechos de rio onde o nív el das águas permite
travessia a p é, ou a cavalo. Trata-se, por conseguinte, de um têrmo descritivo, usado princ:--
palmente pela geografia.
VAUCLUSIANA - têrmo da morfologia cárstica vide voclusiana (fonte).
VAZAN TE - denominação d ada na geologia do Brasil a uma formação sedimentar pleis-
tocênica das margens do rio São Francisco. Do ponto de vista hidrográfico significa época
de águas baixas no leito de um rio . É o oposto a cheias. No pantanal, vozante é a deno-
minação dada ao~ p equenos riachos temporários que ligam as baías ( vide), pois aos riachos
p erm anentes chama-se de co·rixos (vide).
VEEIRO - o m es mo que vieira (vide).
VEIO - o mesmo que vieira (vide).
VEIO-CAMADA - di z-se do filão interes tratifi caclo ele modo concordante num depó-
sito sedimentar. O mesmo que filão-camada (vide).
"VEREAU" GLACIÁRIO - b loco rochoso ou soleira saliente no leito de um vale, barrando
a continuidade do declive de um vale glaciário.
VERNIZ DO DESERTO - p elícula pouco esp êssa que aparece cobrindo os afloramentos
rochosos ou mesmo os seixos nas regiões desérti cas, dando uma coloração es-cu ra tendendo,
às vêzes, ao avermelhado , porém brilhante. Êste vern iz é produzido p elos sais de ferro
e manganês, polidos p ela eros·ão eólia.
VERTEDOURO DE UM LAGO - denomina-se assim aos- rios emissários, isto é, os rios
que drenam as águas de um lago.
VERTENTE - planos de declives variados que divergem das cristas ou dos interflúvios,
enquadrando o vale. Nas zonas de p laníci es, muitas vêzes, as· vertentes são mal esboçadas
e o rio divaga amplamente. Nas zonas montanhosas as vertentes podem ser abruptas e
formarem gargantas. Aí as vertentes estão mais próximas- do leito do rio, enquanto nas
p lanícies estão mais afastadas .
J\ 2
Fig. n. 0 BV - Tipos de vertentes: (1) - Verte nte côncava. (2) Verte nte convexa.
(3 ) - Interse cção de vertentes planas. (4) - Interse cção de vertente s côncavas.
(5 ) - Intersecção de vertentes conve xas. x-y - Linha d e cristas ou espigões.
I
As rochas erupti va~, como os granitos, sienitos, e mesmo algumas metamórficas, comJ
os gna isses, dio, nas regiões tropicais úm id a~, o ap arecimento a vertentes de fo rma convexa
e a roc hedos nus. Nas regiões de clima árido quente ou semi-áriclo os contrastes entre as
vertentes abruptas das serras e as baixadas são bem pronunciadas, aflorando as rochas em
quase todos os p ontos-. Nas regiões de calcário são freqüentes as escarpas de vale de
fo rma vertical ou mesmo pendente - surplon (Fig. n. 0 lO V ) . A erosão elementar é um
dos fatôres mais importantes no trabalho lento e contínuo do modelado das vertentes.
O problema da explicação dos diferentes tipos de vertentes constitui ainda, nos nossos
di as, um assunto muito co ntrovertido, segundo as- diferentes escolas geomorfológicas. A êste
propósito, em uma bem funda mentada crítica, o Prof. Victor Ribeiro Leuzinger sinteti zou
o problema mostrando que : para D avis a evolução geomórfi ca das. vertentes se processa
durante longos períodos ele repouso tectôni co e, via ele regra, as transform ações durante o
levantamento tectôni co s5o desprezíveis, constituindo caso particular raro . Penck, prohmdo
conhecedor dos es tudos gcomorfológicos, explica a evolu ção das vertentes ex;1tamente ao
contrário das idéias de Davis, cons·idcrando como pouco digna de atençao e evolução das
vertentes durante o repouso tectônico. A convexidade é atribuída por Davis e Gilbert ao
creep. F enneman e L awson ao escoamen to superficial e finalm ente Penck, pelo levanta-
mento acelerado do con tinente. Como se conclui dos dadoY acima, ainda nos parece ne-
cessário um número bem maior ele estudos regionais, cm diferentes tipos de clima, a fim
de que se possam tirar conclusões ele ordem geral.
VIDRO produto resultan te da fusão de areia. Vide lfllilrtzu.
Fi g . n . 0 1 Y - Yardang.
ZINCO - metal branco, lige iramente azu lado, ele gran de emprêgo em ob jetos domésticos.
E ntra na composição ele várias ligas de latão, bronze, sendo também usado nas pilhas
elétri cas e nas oficinas zincográficas .
Os prin cip a i ~ minerais ele zinco são: blenda ou esfaleri.ta zincita, calanun a e sm:ithson il:a.
ZINWALDITA - min eral da fa mília elas micas, qu e constitui um a transição entre as mica9
b rancas e as pretas . a sua composição quím ica entram o potássio, o litio e o flúor.
ZIRCôNIO - meta l raro encontrado principalmente sob a fo rma de silicatos, cuja utili zação
tem aum entado de modo qu ase que imprevisí veL Do min ério ele zircô nio são extraídos
apenas doi s minerais co m grand e aproveitamento co mercial - zirconita e badeleíta. A
ocorrência dêsse minério se dá noso depósitos aluvionares ou filonares, juntamente com o
rutilo e a monazita.
O Brasil, no momento, co nsti tui pr<ltica mente o único produtor de bacleleíta elo mundo,
sendo esta reserva calculada em 2 000 000 ele ton eladas, e quase tôd a locali zada no estado
ele São Paulo. Quanto à zirconi ta, as. reservas são b em menores e estão locali zadas nas
praias elo litorr.l do es tado elo Esp írito Santo.
A utilização intensiva do zircônio começou muito recentemente, pois o seu uso s:::
restringia, de modo precá rio, ao fabri co de p rod utos ele cerâmica refrat ária e ele certos
ligas de aço c ferro.
' Hoje ês-se mineral é considerado estratégico por causa do seu uso na fabricação de
espoleta especiais para artill1 ari a, nos obuzes, nas couraças para tangues, navios (material
resistente aos projéteis. de alto poder ele penetração). l!:sse minério é tamb ém usado em
certas ligas ele aços especiais, ele elevada dureza . Em estado metálico o zircô nio é usado
como fil amento de lâmpadas incandescentes, de lâmpadas elétri cas de alta luminosidade,
microscópios, projetares, aparelhos ele ópti ca, etc.
O seu m ais recente emprêgo é na fabricação de ligas refratárias, nos trab alhos de
constru ção ela bomba atôm ica, e outras ativiclacles referentes à energia nuclear. No pre-
sente, ainda se desconhece o seu verdadeiro valor na energia nuclear.
"'V)()()('v'V\)o~~&~~~-...- [- - - - - - - - - - - - - - -- - --.
Fi g. n.o lZ
ZONA NERíTICA - parte situada entre o nível zero, isto é, o nível dos oceanos e a cota
negativa de 200 metros, aproximadamente correspondendo à plataforma continental (vide).
Nesta zona observa-se a existência de s-edim entos terrígenos, muito mais grosseiros que nas
outras zonas submarinas.
ZONA SíSMICA - áreas onde os tremores de terra são verificados com grande freqüência.
No istmo de Panamá, no espaço de tempo decorrido entre 1931 e 1939, registraram-se 1 610
abalos sís>micos. Outras regiões freq üentemente atacadas pelos sismos são: o arquipélago
japonês, a península italiana, etc.
ZONAL (solo) - matures, cujo petfil se encontra perfeitamente desenvolvido, e nos
quais o fator clima sobrepujou os demais fatôr es de sua formação .
ZOóGENA - depósito ou rocha onde se reco nhece a existência de restos de animais (vide
orgânica - rocha).
ZOOGEOGRAFIA - parte da biogeografia (vide) que es-tuda a distribuição geográfic~
dos animais no globo terrestre. O seu estudo vem adquirindo grande relevância para o
geomorfólogo, tendo em vista a importância crescente que a biogeografia e9tá adquirindo
com a geomorfologia climáti.ca (vide) .
ZOóLITO - o mesmo qu e zoógena (vide).
DIVISAO CULTUHAL
(Série A - Lin·os)
Publicação n .o 21
S érie A - ."Livros"