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Funções Do Psiquismo e Suas Alterações (Amscoplica) (Novo) .

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PSICOPATOLOGIA GERAL - 2021.1 - PROF.ª. DR.ª. IEDA FRANKEN.

Funções do Psiquismo
e suas Alterações

O EXAME DO ESTADO MENTAL

(AMSCOPLICA)
O Ser Humano é um ser
Bio psico social espiritual
CONSCIENTE
A
IC
L
P
O
C
S
M PRÉ-CONSCIENTE
A

MECANISMOS DE
DEFESA DO EGO

INCONSCIENTE
INTRODUÇÃO

Equivale ao exame físico

Panorama geral do funcionamento psíquico

Não é exclusivo de nenhuma abordagem

Separação teórica das funções do psiquismo

◦ AMSCOPLICA
INTRODUÇÃO

Alterações específicas não necessariamente revelam

patologias ou tem a mesma origem.


Situacionais


Quadros nosográficos


Ser humano biopsicosocioespiritual

Podem ser avaliadas direta ou indiretamente.


ATENÇÃO
ATENÇÃO

É a reação seletiva pela qual o EGO examina o mundo externo e interno. É a

capacidade de focalizar um objeto de maneira intencional. Pode ser de

natureza voluntária (ativa), quando se pretende direcionar a atenção a este

objeto (lendo este texto por exemplo), ou involuntária (passiva ou

espontânea), dirigida a um foco que não é o principal, denotando a capacidade

de mudar de foco (notar ruídos da rua enquanto continua lendo). Quanto

maior o grau de atenção voluntária, menor o de atenção involuntária e vice-

versa. A concentração reflete a capacidade de manter a atenção voluntária.


Alterações na Atenção

Hipoprosexia: diminuição global da atenção que pode ser pela fadiga,

estados tóxicos, lesões orgânicas.

Aprosexia: falta de atenção dependente de fatores tóxicos, afetivos,

traumáticos. indica uma perturbação do EGO, passageira ou

permanente.

Hiperprosexia: capacidade de atender simultâneamente, as mais

variadas impressões sem que se fixe a atenção sobre um objeto

determinado.
Alterações na Atenção

Distração: é um sinal, não de déficit propriamente, mas de

superconcentração ativa da atenção sobre determinados conteúdos

ou objetos, com a inibição de tudo o mais.

Distraibilidade: é um estado patológico dificuldade ou incapacidade

para fixar-se ou deter-se em qualquer coisa que implique esforço

produtivo. A atenção do indivíduo é muito facilmente desviada de um

objeto para outro.


MEMÓRIA
MEMÓRIA

A memória é a capacidade de registrar (percepção, gerenciamento

e inicio da fixação), manter (retenção) e evocar (recordações ou

recuperação) as experiências e os fatos ( internos ou externos) já

ocorridos. Tudo o que uma pessoa aprende em sua vida depende

intimamente da capacidade de memorização. A memoria tem o

objetivo de promover uma adaptação (individuo/ambiente) através

das experiências utilizando o mínimo possível do seu esforço.


As alterações da Memória podem ser Quantitativas e Qualitativas

Alterações Quantitativas da Memória

Hipermnésias: as representações afluem rapidamente, ganhando em

número, perdendo, porém, em precisão. Traduz mais uma aceleração

geral do rítimo psíquico que uma alteração específica da memória.

Amnésias (ou hipomnésias): denomina-se a perda de memoria, seja a

da capacidade de fixar, evocar ou manter antigos conteúdos

mnêmicos. O individuo tem perca de fatos de forma fragmentada,

absoluta, ou não esquece.


Alterações Quantitativas da Memória

As três variedades da Amnésia:

1. Amnésia de fixação ou anterógrada;

2. Amnésia de evocação ou retrograda;

3. Amnésia total ou retro-anterógrada

1. Amnésia de fixação ou anterógrada – o paciente não consegue lembrar

de fatos recentes, repetir imediatamente palavras, fixar objetos que lhe

são apresentados, embora refira-se com exatidão aos episódios antigos.


Alterações Quantitativas da Memória

2. Amnésia de evocação ou retrógrada – é o desaparecimento

das lembranças antigas, há muito fixadas pela memória que, ou

não podem ser evocadas, ou o são a custa de grande esforço.

3. Amnésia total ou retro-anterógrada – deficits de fixação para

o que ocorreu dias, semanas ou meses antes e depois do evento

patógeno.

Ex: alzhaimer
Alterações Qualitativas da Memória

Perturbações qualitativas referem-se às qualidades das

representações mnêmica recebendo o nome genérico de paramnésias

ou falsos reconhecimentos, quer dizer, reconhecimentos que não

correspondem à realidade. São elas:

a) Dejá vú ou fenômeno já visto;

b) Fenômeno nunca visto;

c) Ilusão de memória ou falsificação retrospectiva;

d) Alucinação da memória.
Alterações Qualitativas da Memória

a) Dejá vú ou fenômeno já visto – impressão de já ter visto, ou

seja, vivenciado antes o que na realidade é visto pela primeira vez.

b) Fenômeno nunca visto – ao contrário do caso anterior o

paciente acredita não ter visto nunca algo que na realidade já

vivenciou. Entende-se que a fixação foi intensamente reprimida

por estar ligada à associações de conteúdo desagradável para o

indivíduo.
Alterações Qualitativas da Memória

c) Ilusão de memória ou falsificação retrospectiva - é a

evocação deformada ou a evocação de detalhes imaginários

sob a influência de exigências afetivas, geralmente para

corroborar uma interpretação delirante. Frequente na

paranóia.

d) Alucinação da memória – é uma evocação de algo que

nunca se fixou ou conservou.


SENSO-
PERCEPҪÃO
SENSO-PERCEPҪÃO

Faculdade que nos permite captar os estímulos do

ambiente e tomar consciência deles, de modo

organizar nossas ações voltadas à sobrevivência e

convívio social (Dalgalarrono, 2008).

Alterações podem ser quantitativas e/ou qualitativas.


Alterações Quantitativas da Senso-Percepção

Hiperestesia: todos os sons parecem altos, todas as cores

parecem vivas (ocorre em estados neurastênicos, delírios

tóxicos, crises convulsivas e psicóticas).

Hipoestesia: tudo parece escuro ou cinzento, sem gosto

(ocorre em estados depressivos ou melancólicos). Inclui

também analgesias e alterações na sensação de dor.


Alterações Qualitativas da Senso-percepção

Ilusão: percepção deformada do objeto externo gerador de estímulo;

podem ocorrer devido estados de fadiga grave, emoçõesintensas e

rebaixamento do nível de consciência. Classificadas em visuais,

auditivas, etc.

Alucinação: percepção sem que haja objeto externo gerador de

estímulo. Podem ser classificadas conforme a magnitutide de seus

conteúdos ou conforme o órgão sensorial aparentemente estimulado.

Alucinações audioverbais tem especial valor diagnóstico.


Alterações Qualitativas da Senso-percepção

Pseudo-alucinação ou Alucinose: também é uma percepção sem objeto,

distingue-se da alucinação porque não é aceita pelo juízo de realidade.

Sonorização e eco do pensamento: sensação de ouvir seus próprios

pensamentos no momento em que são produzidos ou logo em seguida

(eco).

Publicação do pensamento: o paciente temnítida sensação de que as

pessoas ouvem o que ele pensa no exato momento em que está

pensando.
Alterações Qualitativas da Senso-percepção

Despersonalização/ desrealização: sensação difusa de ser «estranho a

si mesmo»/ de que o ambiente mudou de alguma forma inexplicável.

Pouco se sabe sobre a etiologia das alterações qualitativas da senso-

percepção. É evidente que há um substrato biológico, provavelmente

ligado à neuroquímica cerebral; contudo, o conteúdo das alucinações,

ilusões e alucinoses está sempre ligado à dinâmica psíquica, envolvendo

projeção de afetos e conflitos inconscientes (psicanálise) e forma de

estruturação da linguagem interna (cognitivismo).


CONSCIÊNCIA
CONSCIÊNCIA

É o estado de « clareza do sensório, ou clareza mental » que possibilita o

reconhecimento do próprio eu e do próprio ambiente. Importa o nível de

alerta e de quão desperto e funcionante está o sistema nervoso central.

Capacidade de o indivíduo se dar conta do que está ocorrendo dentro e ao

redor de si, ao alcance do seu sensório.

As alterações da Consciência:

1) Por obscurecimento da consciência;

2) Por estreitamento da consciência.


CONSCIÊNCIA

As alterações da Consciência por obscurecimento: perda da claridade

de nossas operações mentais, uma espécie de « adormecimento » em

vigília que retrata a elaboração psíquica. Podem ser Obnubilação,

confusão, estupor e coma.

As alterações da consciência por estreitamento: encontra-se nos

estados crepusculares ou oníricos. É a substituição da impressões

corretas por outras falsas de tal forma que a compreensão do mundo

se torna parcial ou errônea.


ORIENTAÇÃO
ORIENTAҪÃO

É o processo pelo qual apreendemos o ambiente e nos situamos

em relação a ele, depende da atenção da consciência e memória.

Alterações da Orientação: A desorientação pode apresentar-se

em qualquer enfermidade mental na qual haja distúrbio da

memória, da senso-percepção, da consciência ou da atenção e

podem ser:
Alterações da Orientação

Desorientação Autopsíquica - quando refere-se a

dados sobre a própria pessoa, nome, origem, situação

que vive etc.

Desorientação Alopsíquica - quando refere-se a dados

foradapessoa como tempo, lugar, objetos.


PENSAMENTO
PENSAMENTO

As alterações do pensamento são:

Distúrbios da Produção;

Distúrbios do Curso;

Distúrbios do Conteúdo.
Distúrbios da Produção:

Pensamento Lógico: o pensamento do homem é orientado por um

critério racional, realista onde as tendências afetivas são

corrigidas pela razão e pela lógica.

Pensamento Mágico: o pensamento mágico não segue os

princípios racionais da lógica, é pré-lógico mas depende das

influências afetivas. Rege-se pelo princípio do prazer.

Representando uma etapa menos evoluída do funcionamento

psíquico. Impregna os mitos as lendas da humanidade.


Distúrbios do Curso

Quando se expressam os pensamentos por meio da

linguagem existe um constante encadeamento de uma das

ideias com a que precede. Normalmente, há uma

coordenação coerente e lógica das ideias a fins e passa-se

ininterruptamente e sem desvios da ideia inicial a final.

Quando isto não ocorre temos os seguintes distúrbios do

CURSO do pensamento:
Distúrbios do Curso

a) Fuga de ideias – por aumento da atividade associativa e por

desvio rápido de uma ideia a outra; as ideias seguem em

sucessão clássica mas não progridem para ideia final, de

modo que esta nunca é alcançada. É um sintoma fundamental

do síndrome maníaco. As palavras deixam de seguir uma

lógica ou finalidade do pensamento e passam a ocorrer por

assonância (p. Ex. Amor, flor, cor ou cidade, idade, realidade).


Distúrbios do Curso

b) Inibição do pensamento – o início e o curso do pensamento são lentos.

Fala devagar e em voz baixa. Observa-se em síndromes depressivas e

esquizofrenia.

c) Perseveração – repetição automática e frequente de ideias que são

introduzidas por um material de recheio para preencher as falhas na

evocação de novos elementos (aliás, naturalmente, né, entende?).

d) Prolixidade – minuciosidade excessiva do pensamento. O objetivo ideatório

é alcançado mas só depois de inúmeros detalhes triviais que fazem

divagações tediosas.
Distúrbios do Curso

e) Desagregação do Pensamento – as associações perdem suas conexões

normais. Mostra-se despedaçado, desorganizado, perde toda a coerência,

não só no seu conjunto mas nos seus termos e ideias. O paciente produz

um pensamento que se manifesta como uma mistura aleatória de palavras

(salada de palavras). Tal alteração é muito comum na esquizofrenia.

f) Bloqueio ou interceptação – tanto a expressão quanto ao curso do

pensamento cessam bruscamente. Condição determinante da

desagregação.
Distúrbios do Conteúdo do Pensamento:

a) Ideias super-valorizadas – as ideias que tem carga afetiva mais

forte tendem a dominar. O Conteúdo do pensamento mostra uma

propensão para centralizar-se ao redor de um tópico especial.

Toda a personalidade é absorvida pela ideia. Será um determinante

da conduta.

b) Delírios – uma ideia ou conjunto de ideias erradas aceitas pelo

juízo de realidade. São a expressão deformada, ou não, de um

impulso inconsciente.
Distúrbios do Conteúdo do Pensamento:

b) Delírio

Em geral o delírio se caracteriza:

i) Pela falta de consciência do transtorno;

ii) Irredutibilidade;

iii) Pela tendência a difusão (difuso/confuso & multiplicação).

Podem ser sistematizados e não sistematizados, agudos ou crônicos

e intermitentes quando evolui por fazes, aparecendo e

desaparecendo.
b) Delírios – Quanto à forma do delírio poderemos ter as

seguintes variedades:

i) Delírio de grandeza – aumento subjetivo de todos os

valores relativos à personalidade: o doente acredita ser

poderoso, rico, belo, amado, inteligente, etc.

ii) Delírio de autoacusação – se arvora em juízo inflexível

severo de suas próprias ações.


iii) Delírios persecutórios – envolve a crença de estar sendo vítima de

conspiração, traição, espionagem , perseguição, envenenamento ou

intoxicação com drogas, estar sendo alvo de comentários maldosos, de

assédio ou está sendo impedido na sua busca de objetivos a longo prazo.

iv) Delírio de influencia – o indivíduo sente a modificação do ego e

atribui a forças naturais ou sobrenaturais, situadas fora dele.

v) Ideias de referência – algumas ações ou observações, fala de outras

pessoas, que não se referem ao doente, é sentido por ele como

referência a sua pessoa.


vi) Delírio hipocondríaco – caracteriza-se pela presença de crenças

e preocupações injustificadas e irredutíveis, em relação ao estado

de saúde corporal (paciente declaram que estão afetados de

grandes doenças).

vii) Delírio niilista ou de negação - relacionados a desgraças,

misérias, sofrimentos e fracassos. O indivíduo pode acreditar que

está morto, que o mundo não existe ou está prestes a acabar, que

não tem coração, cérebro etc.


viii) Delírio Místico – diz respeito a temas religiosos, espíritos, etc.

Neste tipo de delírio, o paciente pode acreditar ser Deus, e que

como tal tem a capacidade para tudo, chegando a se achar capaz de

tirar e dar vida.

ix) Delírio reformador – preocupações relativas à modificações da

realidade ambiental. O doente crê-se um reformador da

humanidade, em qualquer sentido. As suas ideias são normalmente

impossíveis de concretizar, mas este defende-as com convicção.


x) Delírio de Invenção – realiza inventos com escassa finalidade prática ou

apropria-se como o inventor dos feitos.

xi) Delírio de Ciúmes – é a convicção inabalável de traição por parte da

pessoa amada, embora não haja qualquer base real no passado e no

presente. Embora não seja privilégio de uma entidade nosológica definida,

este é muito observado nos alcoólicos crônicos nas personalidades

psicopatas, depressão ou paranóides.

xii) Delírio de descendência – o paciente crê ser filho de algum personagem

ilustre, ao mesmo tempo que nega sua verdadeira origem (ou seus pais).
Distúrbios do Conteúdo do Pensamento

c) Obsessões – são pensamentos que inrrompem na consciência

contra o desejo consciente do doente, que não compreende seu

significado, e se esforça em rechaça-los sem conseguir. São três as

características principais do pensamento obsessivo: Não são desejados;

não são compreendidos e não podem ser rechaçados apesar de que o

indivíduo não compreende sua razão de ser. Os pensamentos

obsessivos estâo estritamente relacionados com «Atos compulsivos».


Distúrbios do Conteúdo do Pensamento

d) Incoerência do pensamento - também citada como transtorno

do curso do pensamento. Por causa de distúrbios do curso como:

fuga de ideias, desagregação, o conteúdo do pensamento pode

tornar-se incoerente.
LINGUAGEM
LINGUAGEM

É o conjunto de sinais convencionais que o homem utiliza

para expressar seus pensamentos e sentimentos. Assim,

quando se acham perturbações nestes sentimentos, estes

transtornos se traduzem também na linguagem.

Ela pode ser: Oral, Escrita e Mímica.


Alterações da Linguagem Oral

Perturbações da linguagem oral por perturbações afetivas sem que haja

comprometimento dos elementos encarregados da articulação da

linguagem – DISLOGIAS.

a) Verborréia ou traquilalia – aceleração da velocidade da expressão por

aceleração associativa; característica dos estados de excitação.


Alterações da Linguagem Oral

b) Jarganofasias – representa uma completa desorganização das palavras. As palavras são

articuladas corretamente porém emitidas em uma ordem caótica e ilógica, podendo ser

misturadas com neologismos e tornando o discurso desprovido de qualquer sentido. É o

equivalente liguístico da desagregação do pensamento.

Nos estados avançados de desorganização esquizofrênica, podem-se observar a chamada

jargonofasia ou esquizofazia, também denominada salada de palavras. Trata-se de produção de

palavras e frases sem sentido, com fluxoverbal desorganizado e caótico. O sinal extremo da

desarmonia das estruturas de pensamento e de linguagem é o desenvolvimento de uma

linguagem completamente incompreensível, uma língua privada (do paciente) que ninguém

entende, denominada criptolalia (no caso da linguagem falada) e criptografia (no caso da

linguagem escrita).
Alterações da Linguagem Oral

c) Bradilalia: lentidão associativa, diminuição na velocidade

de expressão.

d) Mutismo: inibição voluntária ou semi-voluntária da

palavra.

e) Paralogia: emprego de respostas verbais sistematicamente

inadequadas a pergunta mas ligada a ela por uma certa

relação do sentido. Pararespostas ou respostas ao lado.


Alterações da Linguagem Oral

f) Neologismos: criação de palavras por condensação de outras,

deformações de vocábulos.

g) Ecolalia: repetição como se fosse um eco da última palavra, ou frase do

interlocutor.

h) Coprolalia: é a emissão involuntária e repetitiva de palavras obscenas,

vulgares ou relativas a excrementos, que ocorre em cerca de 25% dos

pacientes com transtorno de Tourette. Pode ser também encontrada sob

a forma de coprolalia ictal (durante as crises epilépticas).


Alterações da Linguagem Oral

i) Esteriotipia verbal: repetição automática de certa(s) palavra(s),

síbala(s) ou som que se intercala entre as frases, sem nenhuma

finalidade, é a emissão de segmentos sonoros que são automaticamente

repetidos todas as vezes que o indivíduo tenta se comunicar. Estes

segmentos sonoros, também chamados de “enunciados recorrentes”,

“estereotipias verbais permanentes” e “automatismos de fala”, diferem

consideravelmente de paciente para paciente e podem constituir sua

expressão oral por dias, semanas ou meses.


Modificação da emissão linguagem oral

Compreende um vasto grupo de perturbações que podem ser classificadas em:

a) Disartria – é a dificuldade ou incapacidade motora de articular

corretamente as palavras devido à fraqueza muscular, paralisia ou

coordenação falha dos músculos responsáveis pela fala (« paralelepípedo;

clínica neurológica »).

b) Dislalia - dificuldade na linguagem oral, que pode interferir no

aprendizado da escrita. A criança omite, faz substituições, distorções ou

acréscimos de sons:
Modificação da emissão linguagem oral

Omissão: não pronuncia sons - "omei" = "tomei".

Acréscimo: introduz mais um som - "Atelântico" = "Atlântico".

Substituição: troca alguns sons por outros - "balata" = "barata";

Rotacismo – é a troca do R pelo L- "balata" = "barata”;

Landacismo - é a troca do L - carçada = calçada;

Sigmatismo – é a troca do S – xaúde = saúde.


Modificação da emissão linguagem oral

c) Anartria - perda da capacidade articulatória.

d) Disfenia – são desordens da emissão da palavra, não de

causa orgânica e que podem estar associadas a causas

emocionais. Estão incluídas a gagueira e o balbucio.


Modificação da emissão linguagem oral

e) Disfonias – consiste em uma perturbação da qualidade da voz que

em geral se traduz por rouquidão, restrição do desempenho vocal e

vocalização tensa.

f) Disfasias – debilitação ou perda na formação das associações

verbais por diminuição da capacidade mental, devido a enfermidade,

choque ou trauma. Este grupo compreende os diversos tipos de

afasia, isto é, a perda da capacidade de comunicação pela palavra

falada ou escrita.
Alterações da linguagem mímica

Alterações da linguagem mímica – O estado geral do indivíduo

tem seu correspondente na expressão mímica; a excitação

psíquica traduzir-se-á por uma expressão mímica exuberante; a

depressão se manifestará por uma mímica pobre que reflete

tristeza; nos processos demenciais refletirá indiferença.

Então teremos:
Alterações da linguagem mímica

Hipermímica (aumento dos movimentos ou da expressão facial).

Hipomímica (diminuição de gestos e da expressão facial).

Amímica (sem gestos ou uma imobilidade facial absoluta).

Paramímica (há uma impropriedade mímica; a mímica não traduz

o estado afetivo do indivíduo).


INTELIGÊNCIA
INTELIGÊNCIA

A inteligência pode ser definida como o conjunto das habilidades cognitivas

do indivíduo. Refere-se à capacidade de identificar e resolver problemas

novos, de reconhecer adequadamente as situações vivenciais e encontrar

soluções, as mais satisfatórias possíveis, para si e para o ambiente,

respondendo às exigências de adaptação biológica e socio-cultural.


INTELIGÊNCIA

As alterações ou estados deficitários da inteligência podem ser divididos em

dois grupos: o primeiro é definido pela OMS como uma condição de

desenvolvimento interrompida ou incompleta das capacidades mentais, que

comprometem habilidades cognitivas, chamado de Retardo Mental; o segundo

depende de uma parada ou regressão intelectual que denominamos

Demência.
INTELIGÊNCIA

Graus do Retardo Mental

Limítrofe: QI de 70 a 84; dificuldade de comportamento no ambiente escolar; ainda

não é considerado RM.

Leve: QI de 50 a 69; idade mental de 9 a 12 anos; transtorno de conduta e autismo.

Moderado: QI de 35 a 49; idade mental de 6 a 9 anos; transtorno de conduta e autismo.

Grave: QI de 20 a 34; idade mental de 3 a 6 anos; deficits motores e sensoriais,

epilepsia.

Profundo: QI abaixo de 20; idade mental de menos de 3 anos; deficits motores e

sensoriais, epilepsia.
INTELIGÊNCIA

DEMÊNCIA: Neste grupo inclui as disfunções da eficiência intelectual

devido a um empobrecimento global, progressivo e persistente. Esse

empobrecimento é adiquirido após o sujeito já ter desenvolvido bem as

atividades intelectuais adaptativas.


CONDUTA
CONDUTA

Tendência psicomotora que dá a atividade psíquica. Ou seja, a

ação motora do indivíduo, o comportamento.

Alterações da Conduta:

Aumento de atividade ou hiperatividade – o propósito

nunca é alcançado pois o objeto de trabalho é

constantemente mudado; empreende uma nova atividade

sem ter completado a primeira.


Alterações da Conduta

Diminuição da atividade ou hipoatividade – executa lentamente

como se fosse um esforço penoso.

Catalepsia – uma constante imobilidade numa posição qualquer,

os membros estão rigidos; uma forma cataléptica é a flexibilidade

cérea – quando as articulações oferecem uma resistência

semelhante a da cêra e o indivíduo pode permanecer numa

posição incômoda por um tempo muito longo.


Alterações da Conduta

Compulsões – um impulso irresistível para executar certo ato.

O ato pode ser simples (como tocar duas vezes em cada coisa)

ou complexo (um ritual). As compulsões pode está relacionado

com as obsessões. Sendo a primeira a ação e a segunda o

pensamento.

Negativismo – resistência em executar o que lhe é pedido.


Alterações da Conduta

Obediência automática – automatismo às ordens que são

compulsivas e automaticamente obedecidas.

Ambitendência – relaciona-se com a ambivalência que é na

esfera da afetividade. Ambitendência é da esfera da ação, da

personalidade. Pode caracterizar-se por impulsos antagônicos,

que se fazem consciente simultaneamente; desejar duas coisas

incompatíveis (por exemplo: beijar e bater ao mesmo tempo).


Alterações da Conduta

Maneirismos – maneira específica de efetuar um ato. Contudo, mesmo

que incomuns, buscam certo objetivo. Com relação à marcha: irregular,

balançado exagerado de um lado para outro, arremessos das pernas, etc.

Maneira de se apresentar. Normalmente é consciente.

Ex.: mexer no cabelo, andar charmoso, caras e bocas, etc.


Alterações da Conduta

O maneirismo é um tipo de estereotipia motora caracterizado por movimentos

bizarros e repetitivos, geralmente complexos, que parecem buscar certo objetivo,

mesmo que esdrúxulo. Trata-se de alteração do comportamento expressivo

(mímica, gestos, linguagem), em que a harmonia normal do conjunto de gestos do

indivíduo é substituída por posturas e movimentos estranhos,exagerados, afetados

ou bizarros. Por exemplo, o paciente pega a colher de modo muito próprio e

realiza gestos bizarros para levar o alimento à boca. Ao falar com o enfermeiro,

gesticula, faz caretas, encolhe os ombros de modo peculiar, faz rodopios com as

mãos e movimenta a cabeça de forma afetada.


Alterações da Conduta

Esteriotipias – repetição de certas atividades e do mesmo tipo de

movimento. As estereotipias motoras são repetições automáticas

e uniformes de determinado ato motor complexo, indicando

geralmente marcante perda do controle voluntário sobre a esfera

motora. Por exemplo, o paciente repete o mesmo gesto com as

mãos dezenas ou centenas de vezes em um mesmo dia.

Ecopraxia – imitação dos gestos observados em outra pessoa.


AFETO
AFETO

"Afetividade é um termo genérico, que compreende várias modalidades de

vivências afetivas, como o humor, as emoções e os sentimentos."

(Dalgalarrondo, 2008).

"Define-se afeto como a qualidade e o tônus emocional que acompanha

uma ideia ou representação mental." (Dalgalarrondo, 2008).

Os componentes afetivos são eminentemente dinâmicos e participam de

toda a vida mental, determinando nossa atitude de aceitação ou rejeição

em face de uma experiência.


Alterações do Afeto

Afeto prazeroso – disposição otimista, o indivíduo

sente-se invadido por um sentimento agradável de bem

estar;

Júbilo - ar de prazer e de confiança (pode haver

motivos de tristeza mas ele se desfaz).


Alterações do Afeto

Depressão – sentimento de incapacidade desânimo perde

o interesse por todas as atividades habituais.

Angústia – assemelha-se muito à ansiedade, mas tem

conotação mais corporal (sensação de aperto no peito e

na garganta, de compressão, sufocamento) e mais

relacionada ao passado, é um estado exaltado da tensão.


Alterações do Afeto

Pânico – o pânico se manifesta quase sempre como crises de pânico.

Estas são crises agudas e intensas de ansiedade, acompanhadas de

medo intenso de morrer ou de perder o controle e de acentuada

descarga autonômica (taquicardia, sudorese).

Afeto Inadequado – embotamento emocional em forma de

indiferença ou apatia. Ausência de resposta emocional.


Alterações do Afeto

Puerilidade - a puerilidade é uma alteração do humor que se caracteriza

pelo aspecto infantil, simplório, regredido. O indivíduo ri ou chora por

motivos banais; sua vida afetiva é superficial, sem afetos profundos,

consistentes e duradouros.

Irritabilidade patológica - há hiper-reatividade desagradável, hostil e,

eventualmente, agressiva a estímulos (mesmo leves) do meio exterior.

Qualquer estímulo é sentido como perturbador, e o indivíduo reage

prontamente de forma disfórica.


Alterações do Afeto

Ambivalência afetiva: refere-se à experiência de sentimentos opostos em

relação a um mesmo estímulo ou objeto, sentimentos que ocorrem de

modo simultâneo. Assim, o indivíduo sente, ao mesmo tempo, ódio e

amor, rancor e carinho, por alguém.

Fobia: são medos determinados psicopatologicamente, desproporcionais e

incompatíveis com as possibilidades de perigo real oferecidas pelos

desencadeantes, chamados de objetos ou situações fobígenas.


Alterações do Afeto

Medo: é um estado de progressiva insegurança e angústia, de

impotência e invalidez crescentes, ante a impressão iminente de que

sucederá algo que o indivíduo quer evitar, o que progressivamente se

considera menos capaz de fazer. cabe ressaltar que o medo,

caracterizado por referir-se a um objeto mais ou menos preciso,

diferencia-se da ansiedade e da angústia, que não se referem a objetos

precisos (o medo é, quase sempre, medo de algo).


FIM!

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