2.5 - Caderno de Patrocínios
2.5 - Caderno de Patrocínios
2.5 - Caderno de Patrocínios
O que é o Patrocínio
É anti-profissional e irreal pensar que um Patrocínio se obtém apresentando um pedido e
esperando receber algo em troca; o nome disse é esmola, e se concede como um favor.
O que vale é a parceria: os dois lados trazem benefícios mutuamente, e para isso os dois
precisam se conhecer e saber o que o outro espera receber em troca e saber se tem
condições de fornecê-lo.
Cadeia de Credibilidade
Os patrocinadores devem confiar em vocês. Os estudantes devem confiar em vocês. Vocês
defem confiar em si mesmos. É uma vasta Cadeia de Credibilidade, onde cada ponto de
intercessão, onde cada elo deve figurar o Encontro. Se um deles for frágil, a Credibilidade
fica abalada.
Os Ritmos Internos
Cada empresa e instituição tem seus ritmos internos, seus ciclos de balanço orçamentário.
A depender do tipo de empresa, elas planejam seus recursos com muita antecedência, e
para captar os seus recursos é preciso priorizá-las (tais como Petrobrás, Banco do Brasil,
etc.). E nem sempre seu balanço coincide com o final do ano. Algumas trabalham por
semestre, outras por trimestres. Outras têm condições de fornecer material e/ou apoio ainda
que o contato seja feito um mês antes do evento. Algumas têm departamentos
especialmente para atender a solicitações de patrocínio, outras não. Isso tem que ser
observado e planejado o quanto antes.
Caminhos
Cuidado com secretárias e atravessadores – na mentalidade deles, sua importância pessoal
depende diretamente da importância do chefe; então, passam a dificultar as negociações e a
pôr entraves. E nunca vêem os estudantes como parceiros em potencial, até mesmo porque
não conhecem o evento.
Outra alternativa é manter contato com a secretária, ser gentil, conhecer seu nome. Assim,
de entrave ela se torna sua amiga.
De todos os modos, solicitem audiência para entregar Ofício em mãos. Aproveitem a
oportunidade para entregar-lhes o Projeto.
Complexo de Fausto
Ou, Como Negociar com Diabos
Quanto menor for o patrocinador, quanto mais se distanciar do perfil da empresa
filantrópica, mais o acordo com um possível patrocinador se parecerá com um Pacto com o
Diabo.
Projetos Menores
Nem todo mundo se interessa pelo evento inteiro. Para a alguns patrocinadores, apenas uma
parte do Encontro lhe diz respeito; assim, façam Projetos Menores, para partes distinas do
Encontro, tais como: Conferências, Ato Público, Folheteria (a parte gráfica), e outros mais
que forem necessários. Todos com orçamentos.
Vendo os Patrocínios
Existem dois tipos de investimento financeiro que pode ser feito: o Patrocínio e o Apoio. O
Patrocínio significa que a empresa privada ou a instância do poder público investiram o
equivalente a uma quota considerável (esses parâmetros devem ser fixados pela própria
Comissão Organizadora).
Uma alternativa para montar as cotas é fazer em cima do valor total do orçamento, ou seja,
se o encontro for orçado em R$40.000,00, só será considerado como patrocinador quem der
20% desse valor, isto é R$8.000,00.
Definido o valor, as empresas que contribuírem com menos, serão chamadas de empresas
apoiadoras e o nome deve sair do mesmo jeito no material de divulgação do encontro. Ou
saem menores, ou saem em menos material impresso. Isso faz ainda é a contrapartida.
Quantos mais “espaços” (mídias) forem inventados, mais “moeda” para negociar vocês
terão. Só que também mais trabalho, e a depender, mais custo. Sabendo que terão de honrar
o compromisso.
No caso de isenção de imposto de renda, é necessário que a empresa receba uma nota fiscal.
Isso pode ser feito via FENEA, já que a FENEA é registrada em cartório, ou via
Universidade. A FENEA poderá passar um recibo, mas não nota fiscal, pois como os
Correios e várias outras, ela é isenta de pagar imposto de renda pois é uma instituição sem
fins lucrativos, não se preocupe, isso não vai atrapalhar em nada, é só esclarecer a empresa
patrocinadora que a FENEA não poderá passar uma nota fiscal porque não paga imposto de
renda, pois é uma instituição sem fins lucrativos, mas poderá passar um recibo com CGC e
tudo.
O status de estudante e de evento sem fins lucrativos são melhroes para órgãos públicos e
ONG’s, ou seja, instituições que, de um modo geral, tenham ideais e função social.
Lembrem-se que Sindicatos também contam, e eles têm uma natural afinidade com as
causas sociais dos estudantes.
(Mas não se descarta a possibilidade rara e real de algum empresário se comover com
algum aspecto de sua causa, pela sua condição ou pela sua história pessoal)
Às vezes, Entidades ou pessoas podem não ter algo físico para lhe dar, mas possuem
contatos preciosos.
“A Visibilidade
O trabalho do Encontro é um trabalho de pré-visão, de ver o que acontecerá. O
engajamento ao Encontro se dá à medida que se vai visualizando a sua materialidade. Por
sua vez, a Comissão Organizadora tem essa obrigação – a de visualizar o Encontro um ano
antes...
A reação das pessoas durante o ano do Encontro será em sua maior parte de incredulidade e
desconfiança. Quanto mais se torna possível o Encontro, quanto mais visível ele se torna,
mais pessoas irão se interessar por ele...”
Claro, isso é tarefa para quem está montando a Programação Visual. Mas nada melhor do
que ficar lembrando disso o tempo inteiro.
Um lembrete: não é necessário ter desenvolvido o Encontro para montar as Pastas e buscar
patrocínio. Bastam os contornos: o que é, quando vai ser, quanta gente vai, qual é o perfil
do público, há quanto tempo isso existe, qual o objetivo, quem organiza...
Negociações
Essa parte é inevitável. Por isso, tratem de aprender a gostar. Depois disso, aprender a
negociar é um pulo.
Nas negociações, sempre levantar o tamanho do evento; em muitos casos, é bem-vindo o
exagero. Na verdade, todos exageram, e seu ouvinte já fará um desconto natural. O
importante é a Comissão não acreditar integralmente em seus próprios números.
Ainda sobre exagerar: o outro lado, com quem se negocia, sempre abaterá algo de seu
pedido. Recomenda-se solicitar sempre o dobro do que se deseja realmente.
Nas negociações, ainda, sempre mostrar onde é que o patrocinante ganha investindo no
evento. Pedir sempre ou a coisa desejada, ou o recurso para obtê-la; para isto, mostrar
planilha com três orçamentos pesquisados para esta coisa, com fotocópias dos fax das
empresas.
Institucionalização do Evento
Corresponde ao reconhecimento do Encontro por parte das instituições consagradas de
representação estudantil, acadêmica e profissional, e dos órgãos públicos responsáveis pela
cidade e direta ou indiretamente envolvidos nas atividades do Encontro.
A eficiência dessa ação dependerá muito das relações institucionais e mesmo pessoais de
poder dentro de sua cidade. A influência de órgãos como IAB ou CREA variam muito de
lugar pra lugar, e outros tais como a ASBEA (Associação Brasileira de Escritórios de
Arquitetura) nem mesmo tem representação em algumas cidades.
Na pior das hipóteses, serão fontes de contatos, que às vezes são mais preciosos que o
auxílio de custo em si.
- As mesas e cadeiras podem ser conseguidas com a firma fornecedora de cerveja. Façam o
cálculo para o número que vocês vão precisar e extrapolem esse número no pedido, as
mesas que sobrarem podem ser utilizadas para outras coisas, como oficinas. De
preferência as de plástico, que pesam muito menos que as metal, além de serem mais
higiênicas.
- Façam levantamento dos materiais das oficinas que vocês já tenham e dos que vocês irão
precisar, junte com o material dos workshops - e mais uns excedentes para alguma
atividade extra que os participantes inventem durante o encontro - e podem começar
pedindo apoio em papelarias, em todas. Alguma sempre vai doar algum lápis de cor,
régua, durex, cola. E não esqueçam de colocar o nome delas no folder/ficha de inscrição,
faixas, cartaz, materiais de divulgação do encontro como empresas apoiadoras,
patrocinadoras não, apoiadoras. A não ser que o material que elas doem pra vocês
ultrapasse a cota estipulada para as empresas patrocinadoras.
- Também é bom tentar patrocínio de uma padaria ou outra empresa do ramo alimentício
para conseguir um coffee break.
- Procure alguém na Comissão que tenha contato com pessoal de bandas. Ela pode
conseguir as bandas para tocarem de graça no encontro, instrumentos para o pessoal do
encontro formar sua banda na hora e um som bom e barato.
- Ao pessoal das bandas que não cobrarem vocês devem dar umas cervejinhas e um crachá
para eles participarem das outras festas. As vezes eles querem ver as outras bandas
tocando.
- Definam a quantidade de cerveja por integrante da banda. É bom que sejam no mínimo
três por pessoa, se for cerveja em lata ou long neck.
- Fazer com que o pessoal de outros estados tragam suas bandas. Nesse caso, os integrantes
ficariam alojados no local do encontro e teriam a inscrição de graça, sem a alimentação.
Mas vocês só dêem a inscrição de graça se eles perguntarem.
- Se não conseguirem ônibus nos órgãos públicos, tentem pelo menos o combustível. A
partir daí, vão diretamente nas empresas de transportes urbanos. Vão ao DETRAN,
DNER, DEER, etc. Algumas empresas devem favores à esses órgãos e eles podem
facilitar o processo.
- Mandem cartas ou fax para revistas especializadas e empresas que estão com os endereços
estampados nelas, empresas que trabalhem com arquitetura como Stadler, etc. Fiquem no
pé, insistam sem ser chatos, mandem vários fax e cartas até obterem uma resposta.
Cadeia de Patrocinadores
Comissões Organizadoras não fazem a Propaganda de um Encontro. Elas apenas informam
a quem já sabe o que é um Encontro... Quem faz a propagação são os participantes dos
Encontros anteriores.
(Ver todos esses conceitos no Caderno de Comunicação)
Depois disso, e de listar todos os nomes que vierem à cabeça, é hora de procurar em listas
telefônicas (parece brincadeira, mas você vai ver quantos nomes conhecidos ficaram para
trás), observar nos outdoors de sua cidade quais são as empresas que sempre aparecem
associados à eventos e festas, etc. (depois de algum tempo, você já vai estar fazendo isso
sem nem perceber).
Elabora-se assim uma lista com a relação das empresas e instituições que serão abordadas.
Essa lista nunca pode ser considerada “fechada”, pois sempre aparece um nome que você
jamais imaginaria que pudesse ajudar e te surpreende com generosas contribuições.
Enfim, para cada patrocinador em potencial deve ser estudada uma forma de abordagem e,
principalmente, o que o Encontro pode oferecer em troca do patrocínio.
Uma coisa que muitas vezes nos escapa é que colegas nossos, gente de quem não
suspeitamos, podem ter contatos importantíssimos. Ou conhecer alguém naquela repartição
pública que adiantaria um ofício, ou mesmo ser filho de um figurão de alguma grande
empresa. Os alunos de sua própria Faculdade são um contato importante! Pensar num modo
de fazer esse levantamento de contatos entre os seus colegas...
Com a relação dos nomes em mão, passamos à etapa de preparação das abordagens. Essa
etapa pressupõe que algumas outras estejam concluídas (ou quase), como:
Perde-se apoios importantes quando o Projeto do Encontro é entregue nas mãos da pessoa
errada.
Uma tática é a de procurar pessoas conhecidas que já tenham algum tipo de contato dentro
das empresas. Um pai (ou tio, ou vizinho, até sogra vale nessas horas!) que trabalha numa
empresa e que pode indicar um nome, marcar uma reunião, e até mesmo participar dela
com você. Com isso, cortamos caminho e ganhamos tempo, chegando mais rápido à
resposta.
Caso não haja qualquer conhecido, devemos bater à porta dos setores de Marketing ou
Comunicação, que geralmente são os responsáveis pelo assunto “patrocínio”.
Em alguns casos, as empresas possuem uma agência de publicidade que vai avaliar o
evento, as peças publicitárias e seu alcance, etc, e dar seu parecer. Se possível, apresente o
Encontro para a agência pessoalmente, mostrando as vantagens que a empresa que ela
representa pode obter ao contribuir para a realização do mesmo.
Podemos estar atrás de dinheiro, de serviços, ou de ambos, e devemos estar preparados para
“improvisos”. A flexibilidade, em alguns casos, garante que o bolso saia mais cheio da
mesa de reuniões.
Lembre-se que uma siderúrgica tem interesses completamente diferentes de um shopping
center. O que temos a oferecer, portanto, vai ser apresentado sob a ótica da empresa em
questão. Para a siderúrgica, por exemplo, os estudantes são futuros especificadores de
estruturas metálicas, ao passo que para o shopping, são turistas e consumidores em
potencial.
Nunca apresente todas as possibilidades de antemão. Guarde algumas cartas na manga para
o caso de o outro lado demonstrar interesse, mas relutar em fechar o “negócio”.
Nem sempre as coisas vão se resolver de cara. Normalmente, a empresa precisa de “um
tempo” para estudar o projeto, comparar com os outros 500 que também pediram patrocínio
pra ela esse mês, e tomar sua decisão.
A paciência é uma virtude, mas se os caras começarem a enrolar demais para responder,
vale uma pentelhaçãozinha. Ligue de vez em quando (também não precisa ser 10 vezes por
dia), mande e-mails, e lembre a empresa de que você ainda está à espera.
Sabe aquela baboseira de que a postura e o traje são importantes: é a pura verdade! Vista-se
adequadamente (também não precisa ir de terno. Vale vestir a camisa do encontro!) para as
reuniões, e lembre-se de que estará sendo avaliado desde o momento em que pisar na
empresa.
Seja eloqüente, apresente o projeto com objetividade (se a empresa se interessar por
detalhes, a leitura do texto na íntegra será feita posteriormente) e deixe claro a quem está do
outro lado da mesa que vale a pena investir no Encontro e por que.
NUNCA peça patrocínio pelo telefone. As pessoas lhe dirão não muito mais facilmente.
Sua presença é indispensável! Vá às empresas, instituições, converse diretamente com o
chefe dos setores de marketing, comunicação, etc, ou com alguém por ele designado.
Secretárias não resolvem o problema (não são elas quem decidem), mas podem quebrar um
galho.
Parece bicho de sete cabeças, mas depois da 8º a gente vai pegando a manha.
Mesmo com uma estratégia bem planejada, e com aquela certeza de que "esse cara não
pode recusar uma proposta como essa”, as pessoas que estiverem correndo atrás do
patrocínio, ou seja, TODOS, receberão muitas respostas negativas: “não há recursos
disponíveis no momento”, “a proposta não foi aprovada pelo conselho”, “ausência de
margens orçamentárias”, etc.
Os maiores patrocinadores são aqueles que vão ter o nome nos cartazes, folders, etc..... mas
vocês não devem esquecer dos pequenos, papelarias por exemplo podem fornecer material
de oficinas a troco de ter seu nome divulgado por panfletos que elas mesmo fornecem.