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Estudos Disciplinares Teoria Psicanaliti

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Estudos Disciplinares

Teoria Psicanalítica
Código: 956P

Módulo 9:

Exercício 1:

A descoberta do inconsciente e a invenção da técnica de escuta psicanalítica proposta por Freud rompe c
om a Medicina da época, na medida em que a nova ciência (psicanálise) propunha uma explicação da do
ença não determinada pela degenerescência do “corpo” do homem doente, mas a partir das motivações i
nconscientes deste. 
O novo paradigma estabelecido pela psicanálise revela que:

A) Freud mantinha uma visão cientificista que valorizava a racionalidade científica express
ando sua concepção e compreensão do sintoma histérico pelo funcionamento neurofis
iológico.
B) O método clínico investigativo de Freud valoriza um saber que não sabe a si mesmo, m
antendo-se coerente ao saber da ciência positivista.
C) O método clínico investigativo proposto por Freud mantinha uma visão positivista de ci
ência e fortalecia a objetividade independente da subjetividade.
D) A compreensão do sintoma histérico opõe
se a ideia de que a objetividade prevalece separada da subjetividade.
E) As elaborações teóricas de Freud sustentam o reducionismo do psiquismo aos mecanis
mos cerebrais, cuja determinação biológica prepondera.

Alternativa (D)
Comentários:
Freud pressupõe uma junção entre a objetividade e a subjetividade em relação
ao modo de funcionamento psíquico do indivíduo.

Exercício 2:

Leia a matéria da Revista SUPERINTERESSANTE (Edição 292 de junho/2011)  
Por que cometemos atos falhos?   
Culpa da memória, que preenche suas lacunas com a primeira coisa que vem à ment
e  
Por Natalia Kuschnaroff  
Por que você trocou o nome da namorada na hora H? Freud explica, mas é bom já saber que a
neurociência discorda dele. 
Segundo a psicanalista Vera Warchavchik, a primeira explicação veio no livro Psicopatologia da Vida
Cotidiana, de 1901, em que Freud descreveu o ato falho como uma confusão com um sentido maior por
trás. Ou seja, para Freud, você fala "sem querer querendo".
 Isso aí: todos temos nossos momentos Chaves.   
Já a neurociência considera esse deslize um esquecimento corriqueiro sem nenhum significado especial. 
Ele acontece porque, ao contrário de uma filmadora, o cérebro não grava todos os mínimos detalhes dos
acontecimentos, mas apenas as informações principais. 
Quando ativamos nosso banco de dados para buscar a situação completa, ele monta esses dados como
se editasse um filme. E, para ligar uma coisa a outra, preenche as lacunas com algumas invenções.
Pronto! É exatamente nesse momento que surgem as confusões, que, se pegarem mal, serão
consideradas atos falhos. 

1
A contragosto dos psicanalistas, seriam simples e pequenos tilts na memória sem nenhuma razão oculta. 
Por isso, na próxima vez que der uma mancada na cama, diga que a culpa é do seu cérebro.
Disponível em: - http://super.abril.com.br/ciencia/por-que-cometemos-atos-falhos. Acesso em 02/02/2016
  
A reportagem acima traz a explicação da neurociência para justificar os famigerados e inoportunos Atos
Falhos como problemas insignificantes sem razão oculta e, ao contrário da psicanálise, não lhe atribuem
um significado especial. 
No texto “Sobre a psicopatologia da vida cotidiana” (1901) Freud se insere no cotidiano nosso “de cada
dia” para explicar os lapsos, enganos, esquecimentos... Este texto tem uma importância capital ao
desenvolvimento da psicanálise como ciência, pois favorece a explicação do sofrimento humano:

A) Pela equiparação entre normal e patológico dos atos falhos proposta por Freud revel
a-se que estas são manifestações não-intencionais de ideias reprimidas que emerge
m na vida de qualquer indivíduo. 
B) Porque para Freud, todos os indivíduos estão sujeitos aos atos falhos, pois estes são
frutos do acaso e da desatenção produzidos pela ideia consciente e funcionam como
perturbadores da conduta do indivíduo.
C) Pelo fato de que neste texto Freud nos ensina que tais atos funcionam como deslizes d
o processo de repressão bem-sucedido nos indivíduos com alguma psicopatologia.
D) Porque no texto Freud equipara o normal e o patológico, justificando que os atos
falhos são produzidos pela ação de uma intenção consciente que se inclui ao discurso
ou a conduta em questões que o indivíduo conduziria satisfatoriamente. 
E) Pelo fato de que no texto identificamos que atos falhos são manifestações não-
intencionais de ideias reprimidas que emergem somente na vida dos indivíduos neuró
ticos.

Alternativa (A)

Comentários:
De acordo com Freud os Atos Falhos são a manifestação do inconsciente na
ação consciente.

Exercício 3:

Leia um recorte do cotidiano...  


Marina e Gabriel são primos, ela com 4 anos e meio e ele com 5 anos, foram pegos por uma tia avó muito
reprimida e repressora em brincadeiras sexuais. A tia avó mostrou-se constrangida e reagiu dando uma
severa bronca nas crianças, colocando-os no castigo. 
As respectivas mães, embora irmãs, tiveram reações diferentes. A mãe de Marina conversou com a filha,
a acalmou e com tranquilidade explicou que cada criança pode brincar com o seu órgão e não deve
investir na outra criança, enquanto a mãe de Gabriel demonstrou grande irritação, gritou com o menino e
o colocou de castigo.
 
De acordo com o que vimos aprendendo da sexualidade em Freud e o episódio descrito, considere as
afirmativas abaixo: 
I. A punição de Gabriel é desnecessária, pois para que as crianças estabeleçam os diques de
censura, estas crianças precisam de supervisão e orientação, até que compreendam a ordem do
convívio social. 
II. O comportamento das crianças deve ser encarado como algo preocupante ao desenvolvimento,
já que nenhuma das crianças tem crítica sobre o quê faz, ambas buscam prazer sexual se
excitando entre si, embora já devessem estar submetidas à repressão e censura.
III. A ampliação da sexualidade proposta pela psicanálise nos permite ver o episódio das crianças
como algo que faz parte do processo evolutivo normal, pois a sexualidade está presente desde os
primeiros dias de vida do bebê, sem finalidade reprodutiva. 
IV. Este episódio, apesar de normal, deve ser controlado punitivamente, como fez a mãe de
Gabriel, pois a criança em seu caminhar terá que desenvolver meios de lidar com a sexualidade
de forma que a controle, a fim de conviver socialmente. 
  
 Assinale a alternativa correta:

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A) É correto o que se afirma em I.
B) É correto o que se afirma em III.
C) É correto o que se afirma em I e III.
D) É correto o que se afirma em I e IV.
E) É correto o que se afirma em II.

Alternativa (C)
Comentários:
Segundo Freud, a criança possui desde o princípio o instinto e as atividades
sexuais que servem para dar vazão a diversas espécies de sensações
agradáveis englobadas como prazer sexual.

Exercício 4:

Leia um trecho da reportagem 


Conselhos práticos para ajudar a deixar as fraldas  
Um dos aprendizados infantis que mais preocupam os pais é o controle dos esfíncteres e o uso do
penico. Alguns ficam paralisados diante da incerteza sobre o momento mais indicado, e quais os passos a
serem seguidos para acompanhar seu filho. Outros, cheios de ansiedade, tratam de adiantar o processo
para provar a si mesmos que seu filho superou uma nova etapa de amadurecimento. Apesar do
abandono das fraldas ser um aprendizado um pouco mais difícil, é bom saber que, cedo ou tarde, todas
as crianças acabam dominando este aspecto de seu desenvolvimento. 
Disponível em http://discoverykidsbrasil.uol.com.br/pais/artigos/conselhos-praticos-para-ajudar-a-deixar-
as-fraldas/ Acesso em 25/03/2014. 
    
A fase anal é para a criança particularmente difícil de ser vivida, visto que do ponto de vista do
desenvolvimento psíquico a criança terá que se a ver com os limites que esta fase lhe coloca,
objetivamente pelo controle dos esfíncteres, apesar dos ganhos psicomotores e de linguagem que
conquistou em relação a fase anterior. Considere as assertivas abaixo e identifique a alternativa correta
considerando este momento do desenvolvimento psicossexual:
I. As dificuldades da criança residem no dilema que se impõe: ou ela continua apreciando
sua criação (fezes) ou rende-se às demandas educacionais e sociais. 
II. Nesta fase a criança teme a perda do amor dos pais por ter que renunciar a gratificação
que obtém pelo prazer oriundo de seu órgão sexual (pênis ou vagina)
III. O nojo e a repugnação das fezes pela criança coincidem com seu conhecimento sobre o
excremento anal. 
IV. As fezes como produto da criação da própria criança tornam-se o motivo de críticas e
repreensões em decorrência das cobranças que advêm dos adultos.
Assinale a alternativa correta:

A) São corretas as afirmativas I e II.
B) São corretas as afirmativas I e IV.
C) São corretas as afirmativas II e IV.
D) São corretas as afirmativas II e III.
E) São corretas as afirmativas I, III e IV.

Alternativa (B)
Comentários:
A afirmativa II faz referência a fase fálica, ou seja, a o prazer oriundo de seu
órgão sexual e não ao ânus que seria a fase anal e a afirmativa III está
incorreta como fase do desenvolvimento infantil. A criança substitui o prazer
obtido pela manipulação fecal começando a atribuir uma importância aos
órgãos sexuais e não por nojo ou repulsa.

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Exercício 5:

Acompanhe o diálogo da tirinha...
 

Disponível em http://2.bp.blogspot.com/-5GXkCc--O78/UUCL36z8Y-I/AAAAAAAABYg/9Cz_X-
LCzzo/s1600/mafalda6.jpg. Acesso em 02/02/2016
A tirinha acima mostra um importante momento do desenvolvimento psíquico que ocorre com a criança
após o declínio das vivências e angústias edípicas, é um período diferente das demais fases, pois...  
I. O período de referência da tirinha é a Fase Fálica que faz adormecer a libido sexual e a
criança a direciona à outras atividades de cunho social.
II. A tirinha mostra a criança submetida à consciência moral, por isso o inquilino a que se
refere Mafalda é o Ego.
III. É um momento em que a sexualidade da criança ora é reprimida, ora é sublimada,
enfatizando seu foco e preocupações em atividades intelectuais e sociais.

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IV. Não é considerada uma fase, mas um período, pois neste momento as pulsões sexuais
são reprimidas e/ou sublimadas. 
                  
Assinale a alternativa correta:

A) É correto o que se afirma em I e III.
B) É correto o que se afirma em III e IV.
C) É correto o que se afirma em IV.
D) É correto o que se afirma em I, II e IV.
E) É correto o que se afirma em II.

Alternativa (B)
Comentários:
A afirmativa I não se refere a fase fálica, mas sim ao período de latência
(calmaria dos impulsos sexuais) e a afirmativa II também é incorreta, pois, a
consciência moral refere -se ao superego e não ao ego.

Exercício 6:

Observe a imagem...

Disponível em http://fc08.deviantart.net/fs70/f/2012/029/3/e/id__ego_and_superego_by_fireworkalice-d4nyuvb.jpg Aces
so em 08/03/2015
A imagem acima traz o conflito entre as instâncias psíquicas Id, Ego e Superego, representados pela
intransigência e urgência do Id, pela imposição dos valores éticos do Superego e o empenho do Ego para
manter o equilíbrio.  
A revisão feita por Freud em “O Id e o Ego” (1923), agrega à noção de aparelho psíquico uma perspectiva
dinâmica destas instâncias entre si. A partir da inserção desta interação dinâmica e contínua das
instâncias, podemos considerar: 

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I. À analogia de um cavaleiro que monta seu cavalo e o controla, o Ego corresponde às rédeas
que direcionam o animal.
II. Que o Superego é originado do Id e corresponde ao ideal de ser humano.
III. A formação do Ego se dá a partir do Superego em decorrência da atuação do indivíduo no meio
(Pcpt – CS). 
IV. Na imagem acima o Id corresponde à personagem central, barrada pela primeira e presa pela
última, respectivamente Superego e Ego.

Assinale a alternativa correta:

A) São corretas as afirmativas I e IV.
B) É correta a afirmativa I. 
C) São corretas as afirmativas I, II e III.
D) São corretas as afirmativas II e III.
E) É correta a afirmativa IV.

Alternativa (E)
Comentários:
A afirmativa I está incorreta pois não é o Ego quem corresponde
Analogamente às rédeas de um animal e sim o Superego. A afirmativa II é
Incorreta pois o Superego é o originado pelo complexo de Édipo e não p elo Id.
A afirmativa III é incorreta pois a formação do Ego não se dá a partir do
Superego. O Ego está presente desde o início da vida e encontra-se voltado
para o meio externo sendo um instrumento perceptivo básico daquilo que surge
de fora.

Exercício 7:

Observe a imagem...

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Disponível em http://2.bp.blogspot.com/-xuKxtd8zhNI/T9P2smr9hyI/AAAAAAAAAN0/-vFf6YgpEvU/s1600/imagem-com-duplo-
sentido2.jpg - Acesso em 11/03/2015
A imagem acima nos mostra, em primeira vista o perfil de um homem de barba e cabelos brancos, mas se
olharmos mais detidamente, veremos, com um olhar mais minucioso, um homem montado num cavalo ao
lado de um rio...
Comparando esta imagem com a frase “nem tudo que reluz é ouro” e, a partir do que aprendemos com
Freud sobre sonhos, podemos compreender porque nos sonhos, o que revela também esconde, pois...

I. O conteúdo que é evitado no sonho mantém-se reprimido graças à elaboração


secundária. 
II. Ao rememorarmos um sonho entra em ação a elaboração secundária, que tem como
função apresentar o conteúdo onírico numa imagem e cenário coerente, racional,
inteligível. 
III. A produção onírica acompanha cada etapa do sonho, mas seu efeito é mais visível
ocorre durante a vigília. 
IV. A distorção provocada pela elaboração secundária tem a marca da realização de um
desejo reprimido, que é a verdadeira causa do sonho.
 
Assinale a alternativa correta:

A) São corretas as afirmativas II e IV.
B) São corretas as afirmativas I e IV.
C) São corretas as afirmativas I, II e IV.
D) São corretas as afirmativas II e III.
E) São corretas as afirmativas I, III e IV.

Alternativa (A)
Comentários:
A afirmativa I é falsa pois o conteúdo evitado no sonho não se mantém
Reprimido, ao contrário, esse conteúdo sai disfarçado e a afirmativa III é
Incorreta pois o efeito mais visível do sonho não ocorre quando o sujeito está
desperto e, portanto, consciente.

Exercício 8:

Leia o recorte abaixo: 


João Pedro (35 anos), engenheiro civil, filho único, confidencia a um amigo que está pensando em
separar-se da esposa. É casado com Ana Paula (40 anos) há mais de 10 anos. Conta que a relação foi se
deixando de ser como era, quando se sentia amado, importante, querido, já que sua esposa inicialmente
não tinha atividade fora de casa, por isso era absolutamente dedicada a ele e atendia todas as suas
necessidades e desejos, sem que ele precisasse pedir. Contudo, começou a mudar quando começou a
estudar há 4 anos atrás e, segundo ele ali iniciaram os problemas que culminaram atualmente na ideia de
separar-se, pois depois de formada começou a trabalhar, fazer pós-graduação deixando de atender suas
necessidades. Diz cobrar da esposa, mas esta tenta convencê-lo do quanto sente-se realizada e feliz, não
desejando voltar à vida antiga. Tudo isso instala o conflito, ele lamenta-se e chora ao dizer que está
sentindo-se contrariado, mal-humorado e abandonado... 
  
Tomando como base o recorte do cotidiano, que implicações psicanalíticas poderiam ser identificadas na
relação de João Pedro com a esposa?   

I. Os sentimentos de abandono são decorrentes do abandono real que João Pedro está
vivendo, uma vez que sua esposa, contra vontade de João Pedro, vem abster-se dos
cuidados que outrora lhe oferecia. 
II. A relação de João Pedro com a esposa buscou o modelo de uma escolha analítica.  
III. A relação de João Pedro com a esposa buscou o modelo de uma escolha narcísica.  
IV. João Pedro faz uma escolha narcísica, já que busca ser amado pelo que é, pelo que foi,
pelo que gostaria de ser. 
   
Assinale a alternativa correta:

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A) É correto o que se afirma em I e II.
B) É correto o que se afirma em II e IV.
C) É correto o que se afirma em II.
D) É correto o que se afirma em IV.
E) É correto o que se afirma em III e IV.

Alternativa (C)
Comentários:
João Pedro está buscando na relação com a esposa um modelo
Semelhante ao que tinha com a figura materna.

Exercício 9:

Observe a imagem que segue...

Disponível em: http://1.bp.blogspot.com/_2-3TUX5zK5U/TBacNoMOiQI/AAAAAAAAAGg/tdyOuuEqMcM/s320/egoista+(1).jpg. 
Acesso em 10/05/2014.
A imagem acima traduz uma das noções mais importantes da teoria psicanalítica, desenvolvida no 
texto “Sobre o narcisismo: uma introdução” de Freud (1914), nesta perspectiva do narcisismo, a tir
inha revela uma forma característica de relação do sujeito (sentado em sua poltrona) com o outro. 
O que nos revela a atitude deste sujeito (sentado em sua poltrona) na dimensão do narcisismo? 

I.   Expressa um estado narcísico de renúncias à onipotência infantil.
II.  Revela uma fixação no estágio de narcisismo primário, em que o sujeito é o centro d
o mundo.  
III.  Expressa a faceta do narcisismo primário que, como uma condição do desenvolvime
nto humano é, em si, prejudicial. 
IV.  Que o narcisismo primário é uma fase do desenvolvimento psíquico, portanto perdur
ará sem alterações no curso do desenvolvimento do indivíduo. 
 
Assinale a alternativa correta:

A) É correto o que se afirma em III e IV.
B) É correto o que se afirma em II.
C) É correto o que se afirma em II e III.
D) É correto o que se afirma em I e IV.
E) É correto o que se afirma em III.

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Alternativa (B)
Comentários:
O narcisismo primário é um estado normal no desenvolvimento psíquico do
desenvolvimento humano e nessa fase é natural o sujeito investir sua libido em
seu próprio Ego e posteriormente dirigir sua libido para outros objetos de amor.

Exercício 10:

Leia o recorte a seguir: 


 “Em todo homem, é claro, habita um demônio oculto: o demônio da cólera, o demônio do prazer
voluptuoso frente aos gritos da vítima torturada, o demônio da luxúria sem peias. ” Dostoievski, In:
Os Irmãos Karamazov
Freud em “O mal-estar na civilização” (1929) traz a luta incessante do homem durante toda a vida e
estabelece um ponto de partida à criação da civilização. Assim, se refere a uma luta que ocorre antes de
tudo dentro do próprio homem e, de certa forma, impacta na evolução da civilização. 
Pela ótica psicanalítica a motivação homicida é proveniente...

A) Dos domínios da pulsão de morte sem interferência dos fatores ambientais.
B) Dos domínios da violência própria dos ambientes familiares desestruturados.
C) Da dimensão dos processos narcísicos patológicos.
D) Do domínio das pulsões de Eros na constante luta pela sobrevivência.
E) Da interação das pulsões internas agressivas e fatores ambientais.

Alternativa (E)
Comentários:
Na motivação homicida há interferência dos fatores ambientais e bem como da
pulsão de morte.

Exercício 11:

Freud (1905), na introdução do caso Dora, destaca que o objetivo daquela publicação seria uma tentativa
de demonstrar a importância que a interpretação dos sonhos ocupa na história de um tratamento, quando
se considera que o conteúdo interpretado dos sonhos preenche as lacunas deixadas pelas amnésias,
auxiliando no esclarecimento dos sintomas. O caso Dora passa a ser um dos casos de maior contribuição
à técnica psicanalítica, pois:
  
I. Foi o primeiro tratamento clínico em que Freud utiliza o método psicanalítico como
conhecemos hoje, pautado na hipnose, interpretação de sonhos e na associação livre.
II. A decisão de Dora pelo abandono do tratamento se dá após a narrativa de seu segundo
sonho, cuja interpretação revela seu desejo de transferencialmente colocar Freud no
lugar do Sr. K.
III. Freud com sua publicação torna público seu fracasso no tratamento de Dora, mas abre
os caminhos que definem os parâmetros técnicos necessários ao tratamento clínico das
neuroses.
IV. A notoriedade deste caso se consolida pela habilidade de Freud na condução dos
impulsos eróticos de Dora dirigidos a Freud

Assinale a alternativa correta:

A) É correto o que se afirma em II e III.
B) É correto o que se afirma em III e IV.
C) É correto o que se afirma em IV.
D) É correto o que se afirma em I, II e IV.

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E) É correto o que se afirma em II.

Alternativa (A)
Comentários:
O primeiro caso clínico pautado na hipnose foi o caso “Anna O.” publicado na
obra" Estudos sobre a Histeria". A resistência e a transferência da paciente
(Dora) perante o tratamento marcaram a impossibilidade de Freud dar
continuidade ao caso.

Exercício 12:

Freud no texto “Construções em análise” (1937) faz uma comparação entre o trabalho do psicanalista e
do arqueólogo. Comenta que o arqueólogo reconstrói o todo por meio de fragmentos de pinturas,
paredes, colunas, trabalha com objetos já destruídos, incapazes de retornarem a sua forma original.
Enquanto isso o psicanalista reconstruirá a partir de lembranças, comportamentos, discursos livremente
associados, associações, com elementos ainda preservados. Completa que até os elementos
“aparentemente” esquecidos, estão presentes e se encontram “enterrados” e inacessíveis ao indivíduo.
Com este argumento nos convida a compreender a importância das construções no processo
psicanalítico. Nesta dimensão podemos afirmar:
 
I. Uma construção representa uma comunicação de algo relevante da história do paciente, 
na qual o analista pontua este algo, retirando-o do próprio discurso do paciente.  
II. Uma construção será uma comunicação na qual o analista deduz e se pauta no seu conh
ecimento teórico e técnico.
III. Construção e interpretação têm a mesma função técnica, contudo ocorrem em tempos dif
erentes.   
IV. A construção refere-se à comunicação do analista ao paciente de um fragmento de sua hi
stória primitiva, que ele esqueceu.
  
 Assinale a alternativa correta:

A) É correta a afirmativa II.
B) São corretas as afirmativas I, III e IV.
C) É correta a afirmativa IV.
D) São corretas as afirmativas I e IV.
E) São corretas as afirmativas I e II.

Alternativa (D)
Comentários:
A construção da história do paciente é realizada por meio do próprio discurso
deste e muitas vezes está relacionada aos pensamentos e sentimentos que
foram reprimidos por este.

Exercício 13:

Observe a imagem e leia o texto...

10
Disponível em: http://blog.maesnaodormem.com/wp-content/uploads/2015/07/menina1-e1436838796135.jpg Acesso em 11/02/
2014
Uma menina de 6 anos brinca de casinha, nina sua boneca,  coloca as sandálias de sua mãe, passa
batom e faz de conta que sai para fazer compras, tal qual sua mãe faz em sua presença... Ao mesmo
tempo que esta brincadeira de criança acontece, podemos refletir sobre o que esta imagem do cotidiano
nos revela e pensar num importante mecanismo que marca a vida afetiva e um sujeito, mecanismo ao
qual Freud refere-se no texto “Psicologia das massas e análise do eu” (1921) como determinante de
nossas relações objetais.
 
Identifique abaixo qual das alternativas revela este mecanismo de fundamental importância no nosso proc
esso evolutivo.

A) Identificação histérica, que é mais visível no sintoma e funciona como defesa contra os 
impulsos e fantasias sexuais que lhes são correlatos.
B) Transferência, que se constitui na atualização dos protótipos infantis.
C) Identificação primária, que acontece quando a criança ainda não estabelece relação ob
jetal.
D) Narcisismo primário, que constitui nossa vida psíquica e determina nossas relações obj
etais.
E) Identificação secundária, que supõe trocas com o meio, coincide com a fase do Édipo 
e constituirá o Superego.

Alternativa (E)
Comentários:
A identificação ocorre nessa imagem justamente porque ela se identifica com a
figura materna.

Exercício 14:

Leia o recorte da reportagem...


  
 Caminhos da violência
Um retrato da obscura trajetória dos skinheads (ou, simplesmente, “carecas”), jovens que têm atuado de
forma violenta e pregado o preconceito no Brasil.
Por   Alessandro Brach / 9/9/2007
  
No ano passado, três integrantes do movimento White Power skinheads foram detidos por espalharem na
cidade de São Paulo cartazes condenando as cotas para negros nas universidades. O texto do cartaz:
“Vestibulando branco. Hoje eles roubam sua vaga nas universidades públicas. E chamam isso de direitos
iguais. Se você não agir agora, quem nos garante que eles não roubarão vagas nos concursos públicos?
”. Os autores do protesto eram skins inspirados em grupos suprematistas brancos europeus e norte–

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americanos. O crime se inscreve em uma longa trajetória de ações violentas protagonizadas por
skinheads brasileiros, racistas ou não, desde o início da década 1980.
Disponível em http://www.revistadehistoria.com.br/secao/artigos/caminhos-da-violencia. Acesso em
09/05/2014
  
Freud no texto “Psicologia das massas e análise do eu” (1921) desenvolve interessante compreensão do
funcionamento do indivíduo no grupo. Tomando como base as afirmações de Freud, poderíamos inferir
que o comportamento dos skinheads descrito acima demonstra que:
    
I. A adesão do indivíduo aos grupos é uma tentativa de resgatar a imagem idealizada da
figura materna.
II. A intolerância às diferenças nos skinheads pode ser explicada pelo fato que o outro é o
outro, diferente deste grupo de referência. 
III. O investimento libidinal antes voltado à figura do pai, se volta à figura do líder do grupo. 
IV. A vinculação dos skinheads a este grupo relaciona-se ao investimento libidinal de cada
um deles e é decorrente dos processos de identificação individual. 
 
Assinale a alternativa correta:

A) É correto o que se afirma em I e II.
B) É correto o que se afirma em II, III e IV.
C) É correto o que se afirma em II e III.
D) É correto o que se afirma em I, III e IV.
E) É correto o que se afirma em III e IV.

Alternativa (B)
Comentários:
A identificação com o grupo e com o líder é uma forma de resgatar a imagem
idealizada da figura paterna que vem do Complexo de Édipo onde a figura de
autoridade é representada pela figura paterna e não pela figura materna.

Exercício 15:

Leia o recorte abaixo


  “Parece improvável que a humanidade em geral seja algum dia capaz de dispensar os “paraísos
artificiais”, isto é.… a busca da autotranscedência através das drogas ou... umas férias químicas
de si mesmo... A maioria de homens e mulheres levam vidas tão dolorosas – ou tão monótonas,
pobres e limitadas, que a tentação de transcender a si mesmos, ainda que por alguns momentos,
é e sempre foi um dos principais apetites da alma. ”  Aldous Huxley
 O texto acima parece complementar aquilo que aprendemos com Roudinesco (2000) quando aponta
para a depressão como epidemia psíquica, que domina a subjetividade contemporânea, tecendo críticas
às práticas que oferecem a ilusão de cura, pela via medicamentosa, mas revelando o desejo da
sociedade moderna em expurgar de sua realidade a dor, o sofrimento, a morte e a violência, na
manutenção de um lugar cativo ao homem, afastado de si mesmo...

Refletindo sobre o que vimos aprendendo da psicanálise, podemos considerar que:


 
I. Muito embora, a medicalização do sofrimento psíquico esteja em alta, o deprimido
tornou-se o herdeiro da dependência autorizada, alcançando a felicidade idealizada.
II. Atualmente a depressão, pela via medicamentosa, favorece para que o homem se
abstenha da responsabilidade por seus sintomas, que passam a ser atribuídos às causas
externas, sem registro da importância da psicanálise como forma de tratamento, pela
escuta do sujeito.
III. A psicofarmacologia reservou ao homem uma nova forma de alienação pela promessa de
cura, quando na verdade só fez afastá-lo de sua própria essência humana.
IV. As buscas pela droga lícita, pela religiosidade, pelo culto do corpo perfeito
transformaram-se no ideal de uma felicidade impossível, que na verdade aproxima o
homem de si mesmo.
 

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Assinale a alternativa correta:

A) É correto o que se afirma em I, II e IV.
B) É correto o que se afirma em III e IV.
C) É correto o que se afirma em I, II e III.
D) É correto o que se afirma em II e III.
E) É correto o que se afirma em I, III e IV.

Alternativa (D)
Comentários:
A afirmação I é falsa pois, ao contrário, o deprimido não consegue alcançar a
felicidade idealizada e a afirmativa IV é falsa pois a busca pela droga lícita,
pela religiosidade e pelo culto ao corpo perfeito, na verdade, acabam
afastando o homem de si mesmo.

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