Livro Seresta
Livro Seresta
Livro Seresta
Carinhoso C
Ah, se tu soubesses
Como sou tão carinhoso
E o muito, muito que te quero
E como é sincero o meu amor
Eu sei que tu não fugirias mais de mim
Caminhemos Bm
Chuá Chuá D
Como se fosse
Uma sombra altaneira
Da cachoeira
Fazendo escarcéu
Quando esta luz
Na altura distante
Loira ofegante no poente a cair
Dá-me essa trova
Que e o pinho descerra
Que eu volto pra serra
Que eu quero partir
E a fonte a cantá
Chuá, chuá
E as águas a correr
Chuê, chuê
Parece que alguém
Que cheio de mágoa
Deixaste quem há de
Dizer a saudade
No meio das águas
Rolando também
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Castigo Am
A gente briga
Diz tanta coisa que não quer dizer
Briga pensando que não vai sofrer
Que não faz mal se tudo terminar
Um belo dia
A gente entende que ficou sozinho
Vem a vontade de chorar baixinho
Vem o desejo triste de voltar
Você se lembra
Foi isso mesmo que se deu comigo
Eu tive orgulho e teho por castigo
A vida inteira pra me arrepender
Se eu soubesse
Naquele dia o que eu sei agora
Eu não seria este ser que chora
Eu não teria perdido você
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A Casinha Pequenina Am
Tu não te lembras da casinhapequenina
Onde o nosso amor nasceu, ai ?
Tinha um coqueiro do lado
Que coitado de saudade já morreu.
Tu não te lembras das juras, oh, perjura,
Que fizeste com fervor, ai ?
Tu não te lembras das juras, oh perjura,
Que fizeste com fervor ?
Daquele beijo demorado
Prolongado que selou o nosso amor.
Não te lembras, ó morena, da pequena
Casinha onde te vi, ai ?
Não te lembras, ó morena, da pequena
Casinha onde te vi ?
Daquela enorme mangueira
Altaneira onde cantava o bem-te-vi.
Não te lembras do cantar, do trinar
Do mimoso rouxinol, ai ?
Não te lembras do cantar, do trinar
Do mimoso rouxinol ?
Que contente assim cantava
Anunciava o nascer
Do flâmeo sol. 11
Modinha Em
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Lembranças Am
Lembro um olhar,
lembro um lugar,
teu vulto amado.
Lembro um sorriso
e o paraíso
que tive a teu lado.
Lembro a saudade,
que hoje invade
os dias meus.
Para o meu mal,
lembro, afinal,
um triste adeus.
Sou, agora, no mar desta vida,
um barco a vagar...
Onde está teu olhar,
onde está teu sorriso
e aquele lugar?
Eu devia sorrir, eu devia,
para o meu padecer ocultar.
Mas, diante de tantas lembranças,
me ponho a chorar.
14
Maringá Am
Foi numa leva que a cabocla Maringá
Ficou sendo a retirante que mais dava
o que falar
E junto dela veio alguém que suplicou
Pra que nunca se esquecesse de um caboclo que
ficou Maringá, Maringá
Depois que tu partiste
Tudo aqui ficou tão triste
Que eu garrei a imaginar
Maringá, Maringá
Para haver felicidade
É preciso que a saudade
Vá bater noutro lugar
Maringá, Maringá
Volta aqui pro meu sertão
Pra de novo o coração
De um caboclo assossegar
Antigamente uma alegria sem igual
Dominava aquela gente da cidade de Pombal
Mas veio a seca, toda água foi embora
Só restando então a mágoa
Do caboclo quando chora
15
Sertaneja Am
Sertaneja, se eu pudesse,
Se Papai do Céu me desse
O espaço pra voar,
Eu corria a natureza
E acabava com a tristeza
Só pra não te ver chorar.
17
Luar do Sertão D
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19
20
Último Desejo Am
Nosso amor que eu não esqueço
E que teve o seu começo
Numa festa de São João
Morre hoje sem foguete
Sem retrato e sem bilhete
Sem luar, sem violão
Perto de você me calo
Tudo penso e nada falo
Tenho medo de chorar
Nunca mais quero o seu beijo
Mas meu último desejo
Você não pode negar
Se alguma pessoa amiga pedir que você lhe diga
se você me quer ou não
Diga que você me adora
Que você lamenta e chora
A nossa separação
Às pessoas que eu detesto
Diga sempre que eu não presto
Que meu lar é o botequim
Que eu arruinei sua vida
Que eu não mereço a comida
Que você pagou pra mim 21
Marina E
Marina, morena
Marina, você se pintou
Marina, você faça tudo
Mas faça um favor
Não pinte esse rosto que eu gosto
Que eu gosto e que é só meu
Marina, você já é bonita
Com o que deus lhe deu
Me aborreci, me zanguei
Já não posso falar
E quando eu me zango, marina
Não sei perdoar
Eu já desculpei muita coisa
Você não arranjava outra igual
Desculpe, marina, morena
Mas eu tô de mal
Marina, morena
Marina, você se pintou
Marina, você faça tudo
Mas faça um favor
Não pinte esse rosto que eu gosto 22
Que eu gosto e que é só meu
Marina, você já é bonita
Com o que deus lhe deu
Me aborreci, me zanguei
Já não posso falar
E quando eu me zango, marina
Não sei perdoar
Eu já desculpei muita coisa
Você não arranjava outra igual
Desculpe, marina, morena
Mas eu tô de mal
De mal com você
De mal com você.
23
Índia Bm
Índia, seus cabelos nos ombros
caídos,
Negros como a noite que não tem luar;
Seus lábios de rosa para mim sorrindo
E a doce meiguice desse seu olhar.
Índia da pele morena,
Sua boca pequena
Eu quero beijar.
Índia, sangue tupi,
Tens o cheiro da flor.
Vem, que eu quero te dar
Todo meu grande amor!
Quando eu for embora para bem distante
E chegar a hora de dizer adeus,
Fica nos meus braços só mais um instante
Deixa os meus lábios se unirem aos seus.
Índia, levarei saudade
Da felicidade que você me deu.
Índia, a sua imagem
Sempre comigo vai
Dentro do meu coração,
Flor do meu Paraguai.
24
Amo-te muito C
Amo-te muito, como as flores amam
O frio orvalho que o infinito chora.
Amo-te como o sabiá da praia
Ama a sangüínea e deslumbrante aurora.
25
Ronda D
De noite eu rondo a cidade
A te procurar sem encontrar
No meio de olhares espio
Em todos os bares você não está
Volto pra casa abatido
Desencantado da vida
O sonho alegria me dá
Nele você está
Ah se eu tivesse
Quem bem me quisesse
Esse alguém me diria
Desiste essa busca é inútil
Eu não desistia
Porém com perfeita paciência
Sigo a te buscar
Hei de encontrar
Bebendo com outras mulheres
Rolando um dadinhos
Jogando um bilhar e nesse dia então
Vai dar na primeira edição
Cena de sangue num bar
Da Avenida São João
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Volto pra casa abatido
Desencantado da vida
O sonho alegria me dá
Nele você está
Ah se eu tivesse
Quem bem me quisesse
Esse alguém me diria
Desiste essa busca é inútil
Eu não desistia
27
A Volta do Boêmio Am
Boemia, aqui me tens de regresso
E suplicante te peço a minha nova
inscrição.
Voltei pra rever os amigos que um dia
Eu deixei a chorar de alegria; me acompanha o
meu violão.
Boemia, sabendo que andei distante,
Sei que essa gente falante vai agora ironizar:
"Ele voltou! O boêmio voltou novamente.
Partiu daqui tão contente. Por que razão quer
voltar?"
Acontece que a mulher que floriu meu caminho
De ternura, meiguice e carinho, sendo a vida do
meu coração,
Compreendeu e abraçou-me dizendo a sorrir:
"Meu amor, você pode partir, não esqueça o seu
violão.
Vá rever os seus rios, seus montes, cascatas.
Vá sonhar em novas serenatas e abraçar seus
amigos leais.
Vá embora, pois me resta o consolo e alegria
De saber que depois da boemia
É de mim que você gosta mais". 28
Naquela Mesa Em
31
Felicidade G
Felicidade foi-se embora
E a saudade no meu peito ainda mora
E é por isso que eu gosto lá de fora
Porque eu sei que a falsidade não vigora
34
Negue Am
Chalana C
Perfidia C
Besame mucho Em
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