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Radio Pirata

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INSTITUTO DE FÍSICA

DA UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO

EDM0425 - Metodologia do Ensino de Física I


Professor Dr. Maurício Pietrocola

Módulo Inovador

RÁDIO PIRATA

Autores:
ALAN MAZONI
CARLOS HONORATO DEUSDARÁ
FLÁVIO ALBERTO LOPES SOARES
GUSTAVO YAMASHITA
TATIANE DE PAULA SUDBRACK
RÁDIO PIRATA

APRESENTAÇÃO
RÁDIO PIRATA

APRESENTAÇÃO

Introdução

Uma das principais funções da escola é desenvolver nos alunos habilidades e


competências para que estes consigam interpretar o mundo a sua volta, fornecendo
parâmetros que estes não conseguiriam desenvolver caso não fossem para a escola.
Nesse sentido, a Física tem uma importância muito grande não somente no que diz
respeito ao conhecimento científico do aluno, mas principalmente, por interagir com
o aluno na sua formação de cidadão, uma vez que lhe permite desenvolver seu senso
crítico e entender a sociedade na qual o aluno cidadão se insere, pensando no
desenvolvimento da ciência, o desenvolvimento da tecnologia e sua influência na
sociedade. Nesse sentido é primordial que o aluno saiba diferenciar as tecnologias
que constroem, mas que também destroem a sociedade, como a tecnologia utilizada
na medicina e a tecnologia usada no desenvolvimento de armas bélicas.

Dessa maneira, nossa sequência didática tem o compromisso de fazer do


jovem aluno, um cidadão, um ser que terá uma melhor consciência de sua
importância no mundo que o cerca, entendendo como funciona o planeta Terra ao
tomar consciência de que na verdade esse planeta é sua a casa e que dela dependerá
para sobreviver. Esse contexto, da física como ferramenta para pensar o mundo se
enquadra naturalmente na abordagem CTS da ciência. Segundo Moreira M. A., a
ênfase CTS,

“diferentemente da ênfase da ciência do cotidiano, concentra-se nas


limitações da ciência para lidar com assuntos práticos. Sua substância é um
conjunto de mensagens que primeiro distingue ciência e tecnologia e,
subsequentemente, considerações científico/tecnológicas de considerações
carregadas de valores, envolvidas nas tomadas de decisões pessoais e políticas. É
feita uma distinção entre problemas científicos e problemas práticos, mostrando as
limitações da ciência para resolver os últimos citados, uma vez que sua solução
envolve também aspectos políticos e sociais por exemplo.”

Objetivos Gerais

Os fenômenos físicos por si só, apesar de serem interessantes para um


cientista, quase sempre não o são para um aluno. Porém, quando esses conceitos são
usados para interpretar o mundo ao nosso redor, esses conceitos ganham sentido e
importância. A sequência didática desenvolvida a seguir é pautada
fundamentalmente por essa filosofia. Um problema prático é apresentado ao aluno e
os conceitos físicos são desenvolvidos somente como ferramentas para auxiliá-lo a
resolver este problema. O que se pretende nessa proposta é mostrar o modo de
RÁDIO PIRATA

pensar de um físico e como os conceitos físicos podem ser úteis na resolução de um


problema prático, tendo sempre em vista a relação destes problemas práticos com a
sociedade.

Além disso, pretende-se também através de debates e discussões, trazer o


aluno para o centro do processo de ensino-aprendizagem, pois através destas
atividades espera-se que o aluno passe a argumentar e se posicionar de maneira
crítica. Outro objetivo do curso é fazer com que o aluno desenvolva habilidades
experimentais, de forma que este obtenha familiaridade com medidas experimentais,
podendo assim atuar de maneira ativa em problemas do seu cotidiano.

Apesar de o aluno estar no centro do processo ensino-aprendizagem, o papel


do professor é fundamental como mediador das discussões, assim como para as
dúvidas que surgirão neste processo. Assim, o papel do professor deixa de ser o de
expositor de assuntos pré-selecionados e passa a ser o de atuar como companheiro
dos alunos na busca pelo conhecimento, sendo o gerador das questões
problematizadoras. Isso vai de encontro com as ideias do educador Paulo Freire:

“o educador já não é o que apenas educa, mas o que, enquanto educa, é


educado, em diálogo com o educando que, ao ser educador, também educa.
Ambos, assim, se tornam sujeitos do processo em que crescem juntos e em que os
“argumentos de autoridade” já valem. Em que, para ser-se, funcionalmente,
autoridade, se necessita estar sendo com as liberdades e não contra elas”.

Com essa sequência didática nos comprometemos a criar condições


facilitadoras para que o aluno, articulando os conceitos da Física com a sua cultura,
representada pela tecnologia e sociedade, seja capaz de no final do curso ter os
instrumentos básicos que lhe permitam diante de um problema social, argumentar,
investigar, observar, interpretar e formalizar possíveis respostas ao problema. Além
disso, esperamos que este consiga testar essas hipóteses, fazer conexões entre os
conceitos da Física e os problemas de origem tecnológica e social, podendo propor
soluções.

Objetivo Específico

Como objetivo específico, queremos que o aluno se envolva com uma


abordagem CTS, proporcionando assim que o estudante entre em contato com o
problema das rádios piratas e os controladores de voo. Além da abordagem social
que o tema abrange, o aluno aprenderá alguns aspectos da teoria ondulatória, como
o conceito de ondas eletromagnéticas. Dessa forma, espera-se que o aluno se torne
um cidadão critico e também possa se apropriar da linguagem da Física para
entender o mundo ao seu redor.
RÁDIO PIRATA

Esse é um tema atual, que vem causando muita polemica, como por exemplo,
no caso do caos aéreo no Brasil. Assim, espera-se que este tema motive os alunos
para uma participação mais ativa em sala de aula.
Para um melhor e mais profundo entendimento do tema inovador escolhido
há a necessidade de se escolher certos conceitos, teorias e modelos da Física sem o
qual não teremos um pensamento crítico sobre o tema abordado. Nesse sentido,
esse conjunto de parte da Física será o elemento que dará base a nossa sequência
didática e que promoverá o conhecimento sobre o tema o qual iremos abordar.

Público-Alvo

O curso é destinado preferencialmente a alunos do terceiro ano do ensino


médio. Mas, caso o professor queira introduzir o assunto para alunos de 1º e 2º,
também é possível, cabendo ao professor fazer os ajustes necessários para lidar com
cada série, buscando antes tomar conhecimento do nível em que cada turma se
encontra.

Número de Aulas

Essa sequência didática prevê que o curso tenha oito aulas de 40 minutos
cada. Ela deve ser preparada e exposta em arquivos de PowerPoint, que serão
projetados em telão. Também está previsto tempo para discussões e debates com os
alunos, além de quatro atividades práticas para inserir os alunos na questão
proposta.

Conteúdo das Aulas

A seguir apresentamos os conceitos da Física que serão abordados e que se


espera que os alunos consigam se apropriem para que o tema proposto (rádios
clandestinas) possa ser entendido como um todo.

ASPECTOS CONCEITUAIS

Ondas Eletromagnéticas O que são e como se propagam.


Frequência, comprimento de onda, tipos de
Espectro de Freqüências
radiações.
Como se relaciona com a intensidade de uma onda e
Potência das Ondas
com a distância.
Interferência de Ondas Como uma onde influencia na outra.

ASPECTOS TECNOLÓGICOS

Rádios Funcionamento das principais peças.


Antenas Funcionamento
RÁDIO PIRATA

Como uma rádio pirata pode influenciar nas


Controle de Vôos informações que são transmitidas da torre de
comando para os aviões.

ASPECTOS SOCIAIS

Concessão de Rádio Quem pode ter uma rádio no Brasil.


Legislação sobre Rádio
O que diz a lei.
Pirata
Importância para
Rádios Comunitárias.
Comunidade

Quadro Sintético das Aulas

AULA ASSUNTO CONTEÚDO


RÁDIO:
Desmontar um rádio para conhecer cada peça. Qual
FUNCIONAMENTO DE
1 UM RECEPTOR
peça recebe o sinal, qual é a peça sintonizadora de
estações, como o sinal chega até o rádio.
Atividade 1
ONDAS Conceitos de ondas eletromagnéticas, espectro de
2 ELETROMAGNÉTICAS frequências, comprimento de onda, modelo físico.
RADIO PIRATA Identificação das rádios clandestinas da região, através
3 Atividade 2 do dial do rádio.
COMO FUNCIONA UM Produção de onda eletromagnética, potência,
4 TRANSMISSOR intensidade das ondas e funcionamento de antenas.
ALCANCE E
Usando “radio xuxa” para avaliar alcance das ondas
INTERFERÊNCIA DE
5 ONDAS
eletromagnéticas e contato com transmissor já pronto,
para verificar a interferência.
Atividade 3
RÁDIO PIRATA X
RÁDIO
Diferença entre rádio comunitária e rádio pirata, através
6 COMUNITÁRIA:
de textos de jornal e revistas.
PROBLEMATIZAÇÃO
Atividade 4
LEGISLAÇÃO/ Prós e contras da rádio pirata, sob um enfoque de CTS.
7 DENÚNCIA Você denunciaria uma rádio pirata fazendo uma carta
para a Anatel?
Importância dessas rádios para a comunidade. Presença
DEBATE
8 de líder de rádio comunitária para debate em sala de
aula.
RÁDIO PIRATA

DESCRIÇÃO DAS AULAS


RÁDIO PIRATA

DESCRIÇÃO DAS AULAS

Aula 1 – FUNCIONAMENTO DO RÁDIO (RECEPTOR DE ONDAS)

Objetivo

O objetivo dessa aula é fazer o aluno se familiarizar com o equipamento


rádio, suas peças constituintes, para que servem e como elas funcionam.
Queremos que o aluno entenda como se dá a recepção das ondas
eletromagnéticas, ou como o sinal da emissora chega até o rádio e dele aos
nossos ouvidos. Para tanto, o aluno irá desmontar um radio antigo para ver o
que há dentro dele e assim conhecer a função de cada peça. Assim o principal
objetivo é introduzir ao aluno o conceito que ele irá aprender na 2a aula, que
são as ondas eletromagnéticas.

Conteúdo Físico

Como conteúdo físico o docente deverá apresentar aos alunos os


conceitos de onda e ondas eletromagnéticas.

Recursos Instrucionais

Por se tratar de uma atividade prática, o professor deverá dispor aos


alunos de vários rádios antigos. Pode ser de pilha ou mesmo aqueles antigos a
válvula, e nem precisa estar funcionando, basta que tenha todas as peças, é
claro. Revistas, jornais e artigos contextualizando a importância do rádio na
sociedade, bem como um pequeno filme devem ser usados como recursos
motivadores aos alunos.

Motivação

Devemos motivar o aluno para que ele se interesse por uma ciência
baseada no seu cotidiano, ou seja, que o conceito físico de onda
eletromagnética fique vinculado ao equipamento rádio permitindo assim que o
aluno tome contato com uma Física mais prática e cotidiana.
RÁDIO PIRATA

Dinâmica da Aula

Primeiro Filme para contextualização: o professor irá exibir um


Momento filme curto mostrando a importância das
comunicações bem como quando e por quem o rádio
foi inventado.

Tempo necessário: 4 minutos

Segundo Perguntas motivadoras: antes da atividade, o


Momento professor deverá fazer aos alunos perguntas que os
motivem a fazer a atividade proposta: Como vocês
acham que o sinal chega até o rádio? Qual a peça
responsável por isso? Para que serve o sintonizador da
rádio?

Tempo necessário: 6 minutos

Terceiro Atividade 1: o professor deve trazer para a aula alguns


Momento rádios velhos que serão desmontados pelos alunos e
com a ajuda do professor deverão identificar as
principais as peças. Por exemplo, a peça que recebe o
sinal, a fonte de energia, a peça que sintoniza as
estações, a peça que transforma o sinal eletrônico em
som.

Tempo necessário: 30 minutos

Instruções ao Docente

Traga rádios velhos para os alunos. Você pode comprar rádios de


brinquedos vendidos nas barracas de ambulantes por um custo bem baixo. Não
precisa ser muitos rádios, na pior das hipóteses, um só rádio poderá ajudar.

Procure na internet ou no “youtube” qualquer filme com tempo máximo


de exibição de 4 minutos que mostre a descoberta do rádio e a importância das
comunicações na sociedade atual.

Essa seqüência didática já traz alguns filmes, mas o professor poderá


escolher outros que ele achar mais contundentes.
RÁDIO PIRATA

Aula 2 – ONDAS ELETROMAGNÉTICAS

Objetivo

Apresentar aos alunos a definição de onda eletromagnética assim como


seus princípios físicos e relacionar os usos desta entidade física no cotidiano do
aluno tecendo o caminho para a relação e importância das ondas
eletromagnéticas com as rádios piratas.

Conteúdo Físico

Definição formal de onda eletromagnética e introdução de conceitos


matemáticos básicos utilizados na definição de onda eletromagnética
condizentes com o nível de preparo dos alunos.

Recursos Instrucionais

Computador e Data Show ou transparências e retro-projetor.

Motivação

Adquirindo o conhecimento dos conceitos físicos sobre as ondas


eletromagnéticas espera-se que os alunos tomem consciência acerca dos
eventos preponderantes quanto à geração/criação e transmissão de sinais
eletromagnéticos. Com a ajuda desta formação espera-se que o aluno alcance
uma consciência social embasada nestes conhecimentos obtidos e assim
possam ter uma opinião melhor definida sobre o tema rádio-pirata.
RÁDIO PIRATA

Dinâmica da Aula

Primeiro Introdução: O que é uma onda eletromagnética,


Momento campos elétricos, magnéticos, as ondas e o transporte
de energia. Presença e importância das ondas
eletromagnéticas no universo, associação com o mundo
cotidiano. Ondas eletromagnéticas e a eletricidade, seu
uso em equipamentos do dia a dia, TV, rádios e seus
respectivos transmissores.

Tempo necessário: 10 minutos

Segundo Apresentação: Teoria sobre ondas eletromagnéticas.


Momento Visão do formalismo matemático, conceitos de
frequência, velocidade de propagação – a velocidade da
luz, comprimento de onda e energia associada. Interação
e absorção pela matéria; O espectro eletromagnético.

Tempo necessário: 20 minutos

Terceiro Atividade para os alunos: Verificar as atividades nos


Momento seguintes endereços da web:

http://www.cienciamao.usp.br/tudo/exibir.php?midia=ep
ef&cod=_ondaseletromagneticasean

http://www.sbf1.sbfisica.org.br/eventos/epef/x/sys/resu
mos/T0033-1.pdf

Tempo necessário: 10 minutos

Instruções ao Docente

Como o tema envolve um conceito consideravelmente abstrato, onde


não é possível observar diretamente a causa apesar dos efeitos serem
facilmente perceptíveis o professor deve tratar com zelo os conceitos de campo
magnético e campo elétrico perante os alunos, com estes princípios físicos bem
compreendidos a absorção e o processo de ensino-aprendizagem das ondas
eletromagnéticas será facilitado.
RÁDIO PIRATA

Ainda associado ao nível de abstração necessário o professor pode


perceber durante os momentos de dúvidas uma quantidade considerável de
concepções pré-estabelecidas que devem ser sanadas adequadamente.

É desejável introduzir os aspectos matemáticos após a melhor


compreensão possível da fenomenologia do assunto possibilitando ao aluno as
devidas conexões cognitivas obtendo o melhor aproveitamento da aula.
RÁDIO PIRATA

Aula 3 – RÁDIO PIRATA

Objetivo

Nesta aula o objetivo é fazer com que o aluno entre contato com o
termo “rádio pirata”, ou seja, entenda o que é uma rádio pirata e os possíveis
problemas que uma rádio pirata pode trazer. Além disso, o professor deverá
mostrar para os alunos uma audição (ver em anexo) para que eles vejam como
uma rádio legalizada se apresenta, ou seja, através de seu prefixo ou indicativo
de chamada (ver texto de referência).

Conteúdo Físico

Como já foi feita a introdução do assunto de ondas eletromagnéticas na


aula anterior, nessa aula o professor já pode falar sobre o conceito de
interferência de ondas.

Recursos Instrucionais

O professor deverá utilizar alguns aparelhos de rádio durante essa aula,


para que os alunos procurem no dial do radio possíveis rádios clandestinas. O
docente também pode trazer também uma noticia de jornal para que os alunos
entendam os problemas que uma rádio pirata pode causar (ver vídeo em
anexo). Além disso, deve utilizar power point ou giz e lousa para explicar a
interferência.

Motivação

Com esta aula queremos que o aluno fique motivado a entender um


tema que está ligado com um assunto recorrente do seu dia-a-dia e que
envolve ciência-tecnologia-sociedade e além de perceber alguns dos problemas
que as novas tecnologias podem trazer.
RÁDIO PIRATA

Dinâmica da Aula

Primeiro Filme para contextualização: o professor irá exibir um


Momento filme curto mostrando os problemas que uma rádio
pirata pode trazer (em anexo vídeo do Jornal Nacional).

Tempo necessário: 3 minutos

Segundo Nessa parte da aula o professor deve apresentar a


Momento audição (em anexo) para os alunos de como uma rádio
legalizada se apresenta “ao vivo” e também explicar
que uma rádio legal possui um prefixo ou indicativo de
chamada (por exemplo: ZYB). Além disso, o professor
deve introduzir o conceito de interferência de ondas.

Tempo necessário: 12 a 17 minutos

Terceiro Atividade 3: o professor deve trazer para a aula alguns


Momento rádios e instigar os alunos a procurarem no dial do
rádio algumas rádios clandestinas.

Tempo necessário: 20 a 25 minutos

Instruções ao Docente

Nessa aula é interessante que o docente enfatize bem o problema que


uma rádio pirata pode trazer quando o seu sinal causa interferência nas
transmissões entre a torre de comando de um aeroporto e um avião, para isso
apresentar o vídeo: http://www.youtube.com/watch?v=pgYNYkcHMoE.
Além disso, mostrar qual a diferença que existe em uma transmissão de
uma rádio legalizada e na transmissão de uma rádio pirata, apresentando o
conceito do prefixo da rádio ou indicativo de chamada, utilizando a audição da
página seguinte: http://www.centralderadiobrasil.com/produtos.php?idP=155.
O docente deve trazer alguns rádios para os alunos, que estejam
funcionando, para que eles procurem no dial do rádio uma possível rádio
clandestina. Caso não seja possível terminar a atividade em aula, recomende
que eles terminem em casa.
Outro conceito físico importante que deve ser ressaltado nessa aula é o
conceito de interferência que será demonstrado experimentalmente na aula 5.
RÁDIO PIRATA

Aula 4 – COMO FUNCIONA UM TRANSMISSOR

Objetivo

Mostrar aos alunos como as ondas eletromagnéticas podem ser criadas


artificialmente pelo homem, quais procedimentos técnicos e soluções tecnológicas
são utilizados para manipular estas ondas possibilitando a transferência de
informação de um ponto a outro do espaço, seu contexto histórico e uma introdução
às implicações sociais desta interação.

Conteúdo Físico

Revisão da caracterização física das ondas eletromagnéticas – a variação no


tempo do campo elétrico e o magnético, frequência, comprimento de onda e energia
e a geração de ondas eletromagnéticas: movimento de cargas elétricas aceleradas;
Campo elétrico e o capacitor;
Corrente elétrica, indução eletromagnética e o indutor;
Aceleração de cargas – introdução à eletrônica – o indutor associado com o
capacitor: os circuitos oscilantes e a ressonância;
Contexto histórico, as primeiras formas de geração de ondas eletromagnéticas
– Hertz, os primeiros transmissores de rádio comerciais – Marconi;
A válvula e o transistor;
Formas modernas de transmissão, ondas longas, médias e curtas, micro-
ondas, transmissão em Amplitude Modulada (AM), transmissão em Frequência
Modulada (FM);
Exemplo experimental de um transmissor simples.

Recursos Instrucionais

 Computador e Data Show ou transparências e retro-projetor.


 Receptor de rádio e micro transmissor (ver como construir nos textos
em anexo).

Motivação

Adquirindo o conhecimento dos conceitos físicos sobre as ondas


eletromagnéticas espera-se que os alunos tomem consciência acerca dos eventos
preponderantes quanto à geração/criação e transmissão de sinais eletromagnéticos,
com a ajuda desta formação espera-se que o aluno alcance uma consciência social
embasada nestes conhecimentos obtidos e assim possam ter uma opinião melhor
definida sobre o tema rádio-pirata.
RÁDIO PIRATA

Dinâmica da Aula

Primeiro  Primeiros rádios comerciais, contexto histórico, os


Momento pioneiros: Guglielmo Marconi. Brasil nesta história: o
Padre Landell de Moura;
 Caracterização das ondas eletromagnéticas: frequência,
amplitude, velocidade de propagação e comprimento de
onda;
 Geração de ondas eletromagnéticas por aceleração de
cargas elétricas;
 Introdução à eletrodinâmica e eletrônica: capacitor e
indutor, os circuitos oscilantes – ressonância;
 Formas modernas de transmissão: AM, FM, ondas
curtas, micro-ondas, satélites.

Tempo necessário: 30 minutos

Segundo  Atividade: Demonstração de um mini transmissor


Momento caseiro de rádio, debate entre os alunos sobre o
funcionamento deste.
Tempo total: 40 minutos

Tempo necessário: 10 minutos

Instruções ao Docente

O professor deve se atentar ao fato que diversos assuntos tratados no


momento teórico da aula são realmente inovadores para uma turma do ensino
médio normal, enquanto a caracterização de uma onda eletromagnética nos seus
elementos tradicionais (frequência, amplitude, velocidade de propagação e
comprimento de onda) pode ser encontrada facilmente no currículo tradicional a
proposta prevê a introdução de temas que geralmente só são divulgadas em cursos
técnicos de eletrônica e telecomunicações geralmente com mais tempo disponível e
com foco bem específico.
Neste curso que segue uma abordagem CTS (Ciência, Tecnologia e Sociedade)
o aluno deve receber uma visão abrangente dos conceitos da Física utilizados na
sociedade moderna, assim o aluno deve receber uma visão genérica e o professor
não deve dar um curso de eletrônica em uma aula, mesmo porque isto é impossível
dada a complexidade do assunto, ao invés disso este deve focar em mostrar aos
alunos que existe muita Física nos dispositivos modernos.
RÁDIO PIRATA

Ao abordar o tema da geração de ondas eletromagnéticas pela aceleração de


cargas a abordagem anterior permanece válida – omitir detalhes técnicos – em vista
do foco não ser o técnico especificamente e sim a visão generalista do aluno como
cidadão. Neste ponto deve-se tomar cuidado para que os conceitos envolvidos no
processo não provoquem concepções espontâneas principalmente as associadas à
Física Moderna, os assuntos relacionados com a Física Moderna devem ser tratados
de forma rápida devido a este não ser o foco da aula, porém se houver
questionamento por parte dos alunos o professor deve tratá-los rapidamente.
Ao abordar no contexto histórico o padre Landell de Moura entre os pioneiros
da tecnologia do rádio, o professor deve basear-se na ideia de que ao colocar um
personagem histórico brasileiro, que apesar de não ter recebido os créditos pela
invenção do rádio, é um personagem inserido neste processo e consequentemente
leva os alunos a se sentirem próximos da criação por serem conterrâneos do criador.
Algo parecido com a invenção do avião por Santos Dumont, torna o aluno com a
sensação de que não é impossível fazer parte do desenvolvimento desta tecnologia.
RÁDIO PIRATA

Aula 5 – ALCANCE DE ONDAS E INTERFERÊNCIA

Objetivo

Os tópicos de interferência e alcance de ondas são fundamentais para que o


aluno se familiarize com a abordagem CTS que será dada no curso, tendo em vista
sempre a questão da interferência das rádios piratas na comunicação entre os
controladores de voo e o avião. Assim, nessa aula, o objetivo é que o professor faça
alguns experimentos para que os alunos possam se familiarizar com esses conceitos.

Conteúdo Físico

Como conteúdos físicos serão apresentados os conceitos de interferência


e alcance de ondas eletromagnéticas.

Recursos Instrucionais

Será uma atividade prática, então para isso o professor deverá dispor de
pares de walkie talkies para que os alunos possam vivenciar o alcance que uma
onda eletromagnética pode chegar. Para essa atividade recomenda-se que o
professor separe a sala em alguns grupos e esses alunos caminhem pela escola
se comunicando com os demais alunos.
Caso não seja possível fornecer esse material para os alunos, o professor
deverá comprar “rádios xuxa” que são materiais de baixo custo.
Já para a segunda parte o professor deverá utilizar o transmissor que
construiu na aula anterior para mostrar a inferência de ondas.
Caso o professor não consiga utilizar o transmissor, como alternativa o
professor pode mostrar nessa parte da aula a diferença entre ondas
eletromagnéticas e ondas mecânicas e fazer experimentos de interferência com
ondas mecânicas. Para isso podem ser feitos experimentos com um diapasão
ou com uma cuba de água (ver texto em anexo).

Motivação

Nessa parte esperamos que os alunos fiquem motivamos por poderem


ver os conceitos físicos apresentados em uma aula prática. Além disso,
esperamos que os alunos utilizem essa aula como motivação para se aproximar
do que foi visto em sala e também da problemática apresentada.
RÁDIO PIRATA

Dinâmica da Aula

Primeiro Realização do experimento de alcance de ondas.


Momento Como essa atividade será feita fora de sala de aula
designaremos mais tempo para ela.
Tempo necessário: 25 minutos

Segundo Realização do experimento de interferência de


Momento ondas.
Tempo necessário: 20 minutos

Instruções ao Docente

Nessa etapa, após terem sido feitas aulas expositivas sobre o conceito de
interferência, o docente deverá incentivar atividades com os alunos de forma que
estes possam avaliar a distância que uma onda eletromagnética pode alcançar e
também possam visualizar com uma onda pode interferir na outra.
Para estudar a interferência de uma onda, serão feitos experimentos com o
transmissor utilizado em aulas anteriores ou com um diapasão e/ou uma cuba de
água. Já para medir o alcance os alunos farão comunicações, se possível, com walkie
talkie ou rádio xuxa, que pode ser comprado a preços acessíveis.
Em um ultimo caso, se o professor não conseguir realizar nenhum dos
experimentos de interferência poderá realizar ainda uma um experimento com
interferência de ondas de luz (segue roteiro em anexo).
RÁDIO PIRATA

Aula 6 –RÁDIO PIRATA VERSUS RÁDIO COMUNITÁRIA

Objetivo

O objetivo dessa aula é mostrar a diferença entre as rádios piratas e as


rádios comunitárias. Além disso, enfatizar que enquanto uma interfere em
outros equipamentos e atrapalha o cotidiano por não estar de acordo com os
padrões e a lei, a outra pode servir como um meio da comunidade de
beneficiar motivando estudantes com matérias de seu interesse. As rádios
comunitárias para algumas pessoas podem representar uma alternativa para se
comunicar, já que nem sempre a comunidade tem voz de expressão.
O objetivo central dessa aula é fazer com que os alunos se posicionem
criticamente perante a utilização ou não de uma rádio pirata/comunitária.

Conteúdo Físico

Como conteúdo físico re-apresentaremos aos alunos como o tema de


interferência causada pelas ondas eletromagnéticas pode ser prejudicial para o
cotidiano das pessoas caso um instrumento, no caso o rádio, seja mal utilizado.

Recursos Instrucionais

Sala de vídeo para apresentação de um vídeo, no qual toda a discussão


será baseada. (ver vídeo em anexos)

Motivação

Nossa motivação é mostrar ao aluno que o rádio pode tanto ser utilizado
como um instrumento de ajuda da comunidade, como pode simplesmente por
em risco a vida de muitas pessoas. Mostrar aos alunos que é necessário ter
consciência ao se fazer uso de das novas tecnologias.
RÁDIO PIRATA

Dinâmica da Aula

Primeiro Perguntas motivadoras: antes da atividade, o


Momento professor deverá fazer aos alunos perguntas que os
façam pensar em quais diferenças poderiam existir
entre os dois tipos de rádio, como por exemplo: “Qual
diferença poderia existir entre uma rádio que funciona
para a comunidade e uma rádio pirata?”.

Tempo necessário: 6 minutos

Segundo Filme para contextualização: o professor irá exibir um


Momento ou dois filmes curtos mostrando a diferença das rádios
comunitárias e das rádios piratas.

Tempo necessário: 5 minutos

Terceiro Fechamento da atividade: Para encerrar a atividade o


Momento professor pode retomar a discussão com os alunos
sobre o que eles achavam antes de verem o filme, e o
que pensam após o filme, quais eles acham que são os
prós e os contras de uma rádio pirata. O professor
também pode usar o material de apoio, o qual
comenta onde e como acontece a interferência das
rádios piratas e as aeronaves. Outra atividade que pode
ser indicada pelo professor é que os alunos pesquisem
para a próxima aula algumas rádios comunitárias, onde
se localizam e quais o benefícios trazem às
comunidades onde se encontram.

Tempo necessário: 29 minutos

Instruções ao Docente

O vídeo que o docente deve apresentar se encontra no seguinte site:


http://www.youtube.com/watch?v=vTaIGYzWxPc&feature=related e pode ser
encontrado nos anexos também.
Antes de passa o filme o docente deve fazer as seguintes perguntas para
incitar seus alunos a pensar sobre o assunto: o que diferenciaria uma rádio
RÁDIO PIRATA

comunitária de uma rádio pirata? Após o filme, o professor deve trabalhar com
os alunos o texto presente no site a seguir:
midiaclipping.blogspot.com.br/2009/01/radios-ilegais-interferem-ou-nao.html
Esse texto comenta sobre a interferência entre as rádios e aeronaves.
Este texto encontra-se reproduzido no tópico “Textos de referência” dessa
sequência didática.
Além disso, o docente deve nortear os alunos para um debate que tema
como tema os prós e os contras de uma rádio pirata.
RÁDIO PIRATA

Aula 7 – LEGISLAÇÃO E DENÚNCIA

Objetivo

Apresentar aos alunos as normas e leis que garantem o funcionamento


de uma rádio comunitária e quais os procedimentos e vias para realizar uma
denúncia de rádio pirata.

Conteúdo Físico

Legislação física para rádios comunitárias.

Recursos Instrucionais

Computador e Data Show. O professor deverá antes preparar a aula e


apresentá-la em forma de slides no PowerPoint.

Motivação

Tomando conhecimento da legislação para rádio comunitária é possível


dar inicio a construção de uma rádio e também tendo conhecimento da
existência de uma rádio pirata poder denunciá-la a fim de que não cause os
problemas que vinha causando.

Dinâmica da Aula

Primeiro Vídeo para contextualização: o professor irá exibir


Momento uma reportagem do SPTV com o tema Anatel destrói
rádios piratas.
(http://www.youtube.com/watch?v=5L_aQTrKePU).

Tempo necessário: de 1 a 3 minutos

Segundo O que diz a lei de concessão: apresentação da


Momento legislação para concessão de uma rádio comunitária.

Tempo necessário: 27 minutos


RÁDIO PIRATA

Terceiro Atividade: os alunos deverão imaginar que tem


Momento conhecimento da existência de uma rádio pirata. Então
eles deverão escolher um dos problemas que uma
rádio pirata pode gerar e escrever uma carta de como
ele denunciaria essa rádio, em virtude do motivo
escolhido, destacando os itens necessários para fazer a
denúncia.

Tempo necessário: de 3 a 10 minutos

Instruções ao Docente

O professor deverá acessar o site (http://www2.mc.gov.br/radio-


comunitaria/perguntas-e-respostas) do Ministério das Comunicações para
tomar conhecimento de algumas dúvidas sobre rádio comunitária. Acessar o
site (http://www.aesp.org.br/denuncie.asp) para tomar conhecimento dos meios
de denuncia de uma rádio pirata.
RÁDIO PIRATA

Aula 8 – A IMPORTÂNCIA DAS RÁDIOS COMUNITÁRIAS

Objetivo

Apresentar aos alunos a importância das rádios comunitárias para


algumas comunidades, suas utilidades e transformações que elas podem gerar
no meio.

Conteúdo Físico

Comunicação por meio de ondas nos rádios.

Recursos Instrucionais

Computador e Data-Show.

Motivação

Entender a importância das rádios comunitárias para algumas


comunidades permite que o aluno tome compreensão da função desse meio de
comunicação para que algumas comunidades tenham voz de expressão.

Dinâmica da Aula

Primeiro Música para motivação: o professor irá apresentar a


Momento música Rádio Pirata da banda de rock RPM para
motivar o debate. (http://letras.mus.br/rpm/64786/)

Tempo necessário: de 1 a 5 minutos

Segundo Relato de líder de rádio comunitária: nesse


Momento momento será apresentado o relato de um líder de
uma rádio comunitária apresentando as mudanças que
ocorreram na comunidade após a sua instalação.

Caso não seja possível a presença de uma líder de


rádiocomunitária: O docente deve apresentar o vídeo
RÁDIO PIRATA

de uma rádio da comunidade de São Miguel:


http://g1.globo.com/sao-paulo/parceiro-
sp/noticia/2012/05/jornal-e-radio-comunitarios-
geram-melhorias-na-zona-leste-de-sp.html

Tempo necessário: 20 minutos

Terceiro Entrevista: nesse momento será aberto espaço para


Momento perguntas, curiosidades e dúvidas dos alunos quando
então o líder comunitário poderá mostrar a
importância dessa rádio para sua comunidade.
Tempo necessário: de 10 a 15 minutos

Instruções ao Docente

O Docente deve atuar como mediador no debate, quando perceber que


as perguntas dos alunos estão saindo do tema central. Caso não seja possível a
presença do líder de uma rádio comunitária, o próprio docente deve apresentar
as importâncias desse tipo de rádio para a comunidade, com base no texto em
anexo e no vídeo do Jornal da Globo sobre a rádio de São Miguel Paulista.
RÁDIO PIRATA

TEXTOS DE REFERÊNCIA
RÁDIO PIRATA

Texto da aula 1: Contextualização Histórica do Rádio

Foi o físico italiano


Guglielmo Marconi quem
primeiro descobriu a tecnologia
para a transmissão do som por
ondas eletromagnéticas, mas o
crédito para essa descoberta foi
dado a Nikola Tesla que já havia
patenteado várias peças que
Marconi utilizou para fazer o
rádio funcionar. Foi em 1899 que
Marconi realizou a primeira transmissão pelo canal da
mancha. Mas a teoria para isso foi elaborada pouco
tempo antes. As ondas eletromagnéticas já faziam
parte das teorias de ondas de James Clerk Maxwell
que mostrava que as ondas poderiam se propagar no
espaço, teoria essa que seria comprovada
experimentalmente por Heinrich Hertz em 1888.

As ondas de rádio foram previstas pelo trabalho de James Clerk Maxwell em 1865. O
cientista descobriu através da matemática que a luz e oscilações elétricas tinham
propriedades ondulatórias semelhantes, concluindo que a luz era uma forma de radiação
eletromagnética. Suas equações descreviam as ondas de luz e de rádio como ondas
eletromagnéticas que viajavam no espaço à velocidade da luz.

James Clerk Maxwell Heinrich Hertz Nikola Tesla

Depois da previsão teórica de Maxwell quanto à existência das ondas


eletromagnéticas caberia ao físico alemão Heinrich Hertz a sua comprovação experimental.
Assim em 1887 o físico comprovou a existências dessas ondas chamando-as de ondas
indutivas. Hoje também chamamos essas ondas de ondas hertzianas, em homenagem a esse
cientista.

Bastava agora usar essas descobertas científicas para transformá-las em tecnologia,


ou o uso da ciência para alguma finalidade prática. Nesse instante, aparece a genialidade de
RÁDIO PIRATA

Marconi. O cientista montou dois equipamentos, o emissor e o receptor. Para o emissor,


Marconi usou uma bateria para fornecer eletricidade, uma bobina de indução e uma faísca
elétrica que ocorria entre duas bolas de metal gerando uma oscilação semelhante àquelas
estudadas por Hertz. Situado a alguns metros de distância havia o receptor formado por um
coesor ou receptor que recebia as ondas eletromagnéticas emitidas pelo equipamento
emissor e que acionava uma segunda bateria fazendo uma campainha tocar. Ocorria então, a
primeira transmissão de sinal por ondas eletromagnéticas.

Hertz primeiro verificou que


quando uma bobina era
percorrida por corrente
elétrica, descargas elétricas
eram produzidas entre duas
esferas separadas. Percebeu
também que ao mesmo tempo
ocorria outra descarga num
anel metálico colocado numa
certa distância das esferas. O
físico então descobriu uma
foram de produzir
artificialmente as ondas de
rádio. Na sequência, Marconi
conseguiu enviar as ondas
sonoras através das ondas de
rádio.

Mas a tecnologia nem sempre percebe de imediato o que a ciência descobre. Como
Marconi não encontrou ninguém que se interessasse por sua descoberta, ele saiu da Itália e
foi para a Inglaterra. Lá ele se tornaria famoso por conseguir transmitir o código Morse sem
o uso de fios através do canal da Mancha. Logo depois em 1901, o físico italiano conseguiria
transmitir claramente um sinal radiotelegráfico, a letra S do código Morse que emitido da
Inglaterra alcançaria a cidade de St. Johns, no Labrador, América do Norte. Em 1909, Marconi
seria agraciado com o prêmio Nobel de Física.

Logo a tecnologia se apropriava de seu trabalho e sua empresa em 1912 já produzia


aparelhos de rádio que seriam utilizados primeiramente em navios. Embora fosse famoso
por ter inventado o rádio, em 1943 a Suprema Corte dos EUA creditou essa descoberta a
Nikola Tesla pois esse cientista já tinha varias patentes de aparelhos que Marconi utilizou
para construir seu primeiro rádio. Assim a bobina era um dispositivo inventado por
Ruhmkorff, e esse experimento já ter sido efetuado por De Forest, Tesla e Hertz, a antena era
invenção de Popov, o detector também conhecido por coesor era invenção de Branly. Mas foi
Marconi quem realmente juntou tudo isso para inventar o rádio, pois ninguém, antes dele,
tivera a idéia de usar as ondas hertezianas com o objetivo de comunicação.

A primeira transmissão de rádio no Brasil aconteceu em 7 de setembro de 1922 por


ocasião dos festejos do centenário da independência. Nesse dia, o então presidente da
República, Epitácio Pessoa acompanhado pelo Rei da Bélgica Alberto, fez um discurso que
através de uma antena instalada no Corcovado chegou a vários receptores em Niterói,
Petrópolis e São Paulo. Além de seu discurso, a ópera O Guarani de Carlos Gomes foi
transmitida diretamente do Teatro Municipal para altos falantes instalados no evento,
quando a população que estava presente ao evento ficou maravilhada com aquela mágica.
RÁDIO PIRATA

A seguir mostramos alguns eventos importantes na história do rádio, inclusive aqui


no Brasil.
RÁDIO PIRATA

Texto da aula 2: Ondas Eletromagnéticas

É importante tomarmos consciência de como estamos imersos em ondas


eletromagnéticas. Iniciando pelo Sol, a maior e mais importante fonte para os seres
terrestres, cuja vida depende do calor e da luz recebidos através de ondas
eletromagnéticas.

Além de outras, recebemos também: a radiação eletromagnética emitida, por


átomos de hidrogênio neutro que povoam o espaço interestelar da nossa galáxia; as
emissões na faixa de radiofrequências dos "quasares" (objetos ópticos que se
encontram a enormes distâncias de nós, muito além de nossa galáxia, e que produzem
enorme quantidade de energia); pulsos intensos de radiação dos "pulsares" (estrelas
pequenas cuja densidade média é em torno de 10 trilhões de vezes a densidade média
do Sol).

Essas radiações são tão importantes que deram origem a uma nova ciência, a
Radioastronomia, que se preocupa em captar e analisar essas informações obtidas do
espaço através de ondas.

Há ainda as fontes terrestres de radiação eletromagnética: as estações de rádio


e de TV, o sistema de telecomunicações à base de micro-ondas, lâmpadas artificiais,
corpos aquecidos e muitas outras.
RÁDIO PIRATA

A primeira previsão da existência de ondas eletromagnéticas foi feita, em 1864,


pelo físico escocês, James Clerk Maxwell . Ele conseguiu provar teoricamente que uma
perturbação eletromagnética devia se propagar no vácuo com uma velocidade igual à
da luz.

E a primeira verificação experimental foi feita por Henrich Hertz, em 1887. Hertz
produziu ondas eletromagnéticas por meio de circuitos oscilantes e, depois, detectou-
se por meio de outros circuitos sintonizados na mesma frequência. Seu trabalho foi
homenageado posteriormente colocando-se o nome "Hertz" para unidade de
frequência.

LEIS DE MAXWELL
Maxwell estabeleceu algumas leis básicas de eletromagnetismo, baseado nas já
conhecidas anteriormente, como a Lei de Coulomb, a Lei de Ampère, a Lei de Faraday,
etc.
Na realidade, Maxwell reuniu os conhecimentos existentes e descobriu as
correlações que havia em alguns fenômenos, dando origem à teoria de que
eletricidade, magnetismo e óptica são de fato manifestações diferentes do mesmo
fenômeno físico.
O físico inglês Michael Faraday já havia afirmado que era possível produzir um
campo a partir de um campo magnético variável.

Imagine um imã e um anel:

Considere o imã perpendicular ao plano do anel. Movendo-se ou o imã ou o


anel, aparecerá uma corrente no anel, causado por um campo elétrico criado devido à
variação do fluxo magnético no anel. Maxwell verificou que o contrário também era
possível. Um campo elétrico variável podia gerar um campo magnético. Imagine duas
placas paralelas sendo carregadas progressivamente:
RÁDIO PIRATA

Ao crescerem as cargas das placas, o campo elétrico aumenta, produzindo uma


campo magnético (devido a variação do campo elétrico).

Embora Maxwell tenha estabelecido quatro equações para descrever os


fenômenos eletromagnéticos analisados, podemos ter uma noção de sua teoria
baseados em duas conclusões:

Um campo elétrico variável no tempo produz um campo magnético.


Um campo magnético variável no tempo produz um campo elétrico.

A GERAÇÃO DE ONDAS ELETROMAGNÉTICAS

Imagine uma antena de uma estação de rádio:

Na extremidade da antena existe um fio ligado pelo seu centro a uma fonte
alternada (que inverte o sentido a intervalos de tempo determinados). Num certo
instante, teremos a corrente num sentido e, depois de alguns instantes, a corrente no
outro sentido.
RÁDIO PIRATA

A velocidade de propagação de uma onda eletromagnética depende do


meio em que ela se propaga. Maxwell mostrou que a velocidade de propagação de
uma onda eletromagnética, no vácuo, é dada pela expressão:

1
c
 0  0
Onde ε0 é a permissividade elétrica do vácuo e μ0 é a permeabilidade
magnética do vácuo.

Aplicando os valores de ε0 e de μ0 na expressão acima, encontra-se a


8 8
velocidade: c= 3,0× 10 m/ s ou c= 2,99792458× 10 m/ s (valor exato), que é
igual a velocidade da luz. Nisso Maxwell se baseou para afirmar que a luz também é
uma onda eletromagnética.

Podemos resumir as características das ondas eletromagnéticas no seguinte:

 São formadas por campos elétricos e campos magnéticos variáveis;


 O campo elétrico é perpendicular ao campo magnético;
 São ondas transversais (os campos são perpendiculares à direção de
propagação);
 Propagam-se no vácuo com a velocidade "c";
 Podem propagar-se num meio material com velocidade menor que a
obtida no vácuo.

Com isto, o campo elétrico ao redor do fio em um certo instante estará


apontando num sentido e, depois, no sentido contrário. Esse campo elétrico variável
RÁDIO PIRATA

(E) irá gerar um campo magnético (B), que será também variável. Por sua vez, esse
campo magnético irá gerar um campo elétrico. E assim por diante.

Cada campo varia e gera outro campo que, por ser variável, gera outro campo:
e está criada a perturbação eletromagnética que se propaga através do espaço,
constituída pelos dois campos em recíprocas induções.

Note que o campo elétrico é perpendicular à direção de propagação e o campo


magnético também, o que comprova que a onda eletromagnética é uma onda
transversal.

Além disso, o campo elétrico é perpendicular ao campo magnético, o que


podemos verificar facilmente: quando um fio é percorrido por cargas em movimento,
o campo elétrico num ponto próximo ao fio pertence ao plano do fio, enquanto o
campo magnético está saindo ou entrando neste plano.

ESPECTRO ELETROMAGNÉTICO

A palavra espectro (do latim "spectrum", que significa fantasma ou


aparição) foi usada por Isaac Newton, no século XVII, para descrever a faixa de cores
que apareceu quando numa experiência a luz do Sol atravessou um prisma de vidro
em sua trajetória.
RÁDIO PIRATA

Atualmente chama-se espectro eletromagnético à faixa de frequências e


respectivos comprimentos de ondas que caracterizam os diversos tipos de ondas
eletromagnéticas.

As ondas eletromagnéticas no vácuo têm a mesma velocidade,


modificando a frequência de acordo com a espécie e, consequentemente, o
comprimento de onda.

** As escalas de frequência e comprimento de onda são logarítmicas.

Fisicamente, não há intervalos no espectro. Podemos ter ondas de qualquer


frequência que são idênticas na sua natureza, diferenciando no modo como podemos
captá-las.

Observe que algumas frequências de TV podem coincidir com a frequência de


FM. Isso permite algumas vezes captar uma rádio FM na televisão ou captar um canal
de TV num aparelho de rádio FM.
RÁDIO PIRATA

Textos da aula 3: RÁDIO PIRATA

O “ZYB” das rádios

Fonte: http://bistury.wordpress.com/2011/07/20/o-zyb-das-radios/

O espectro de radiofrequência em todo mundo é organizado e normatizado, em regra


por órgãos governamentais. Toda estação transmissora de rádio tem um prefixo para cada
frequência que utiliza, e este prefixo deve ser obrigatoriamente informado em intervalos
regulares, a fim de identificar a fonte da transmissão do sinal. Uma mesma rádio pode ter
vários prefixos, desde que opere em várias frequências, por isso você ouve o locutor dizendo:
“ondas médias 1040 kHz, ZYB-495, ondas curtas 49 metros, 5900 kHz, ZYE-780″ e assim por
diante. Se você já ouviu radioamadores ou operadores da faixa do cidadão operando, eles
também lançam seus prefixos, por exemplo: “PY4 AB, ou ZZ2 XPO, ou PX4-H5589″. Os prefi-
xos ZYA, ZYB, ZYE, PX, PY, ZZ, PU, etc servem para identificar o tipo de estação transmissora,
por exemplo, uma estação de rádio faixa do cidadão terá sempre o prefixo PX, seguido de
uma letra e uma seqüência de 4 dígitos.

AM ou FM ?

FM é a abreviatura para modulação em frequência


ou frequência modulada (frequency modulation, em in-
glês), que usa a faixa entre 87,5 MHz e 108 MHz com mo-
dulação de frequência. A vantagem das rádios em FM é a
alta qualidade , mas a desvantagem é o limitado alcance,
chegando em média a 100km de raio de alcance. A potência
dos sistemas de emissão pode variar entre poucos watts
RÁDIO PIRATA

(rádios locais) até centenas de quilowatts, no caso de retransmissores de grande cobertura.

Já a sigla AM significa modulação em amplitude (do inglês Amplitude Modulation) é a


forma de modulação em que a amplitude de um sinal senoidal, chamado portadora, varia
em função do sinal de interesse (modulador). A frequência e a fase da portadora são
mantidas constantes. O transmissão AM surgiu da necessidade de transmitir ondas de alta
frequência (entre 80Hz e 1.500Hz) por longas distancias, mas sem a necessidade de antenas
receptoras de grandes proporções.

Prefixos Radioamador

Fonte: http://www.radiohaus.com.br/pagina.php?cod=22

O Serviço de Radioamador, bem como todos os demais serviços de comunicação


como TV, rádio AM, FM e Ondas Curtas, Serviço da faixa do cidadão e outros, são
regulamentados no mundo pela ITU (International Telecomunication Union - União
Internacional de Telecomunicações). Através de um acordo internacional, a ITU determinou
um conjunto de siglas (prefixos) para cada país, visando facilitar a identificação das estações.

No caso do Brasil, foram designados os seguintes conjuntos de siglas: PPA a PYZ e de


ZVA até ZZZ. Qualquer pessoa em qualquer lugar do mundo que ouvir uma emissão de rádio
cuja identificação for iniciada com esse conjunto de prefixos saberá imediatamente que se
trata de uma estação brasileira.

Cada país detalha esse prefixo da forma que bem entender, para identificar as estações
de forma mais detalhada, por região, estado, classe, etc. Exemplos: A Anatel determina que
radioamadores do Estado do Rio Grande do Sul usem o número 3 após as letras. Já um
Radioamador de Minas Gerais deverá usar o 4 e assim por diante. Nesse caso, se você ouvir
um indicativo PY3, saberá imediatamente que se trata de um radioamador do RS, das classes
A ou B. Se ouvir PU3, saberá que é um radioamador do mesmo estado, mas da classe C.

Alocação de prefixos de Radioamador do Brasil conforme acordos internacionais:


PPA a PYZ e ZVA a ZZZ.

Sendo divididos da seguinte forma quanto à Classe:


Classe C: PU...
Classe B: PP... a PY...
Classe A: PP... a PY...

PREFIXOS DE RADIOAMADOR DO ESTADO DE SÃO PAULO

SP - SÃO PAULO
Classe C: PU2KAA a YZZ
Classe B: PY2AA a ZZ, AAA a YZZ
Classe A: PY2AA a ZZ, AAA a YZZ
RÁDIO PIRATA

Indicativo de chamada

Fonte: http://pt.wikipedia.org/wiki/Indicativo_de_chamada

Indicativo de chamada (também chamado de call-sign, call letters ou simplesmente


call) é uma designação única de uma estação de transmissão de rádio. Também é conhecido,
de forma errônea, como prefixo.

Um indicativo de chamada é designado formalmente por uma agência governamental,


como identificador de uma estação de rádio. No Brasil a Anatel possui esta atribuição.

Nas telecomunicações, os indicativos de chamada, dependem do tipo de operação em


que o aparelho está envolvido e sua localização geográfica. Internacionalmente, obedecem a
um padrão composto pelo prefixo do país seguido por um identificador sufixo único de nú-
meros, letras ou números e letras.

Os prefixos atribuídos ao Brasil pela União Internacional de Telecomunicações compre-


endem as séries de PR-PY e ZV-ZZ.

Como exemplo, o indicativo de chamada da Rádio Pelotense AM, de Pelotas, RS é


ZYK270 e o da LABRE-RS é PY3AA.

As estações de rádio licenciadas para utilização na Faixa de Rádio do Cidadão, por sua
vez, são identificadas por um indicativo de chamada composto pelo prefixo PX, por um alga-
rismo de 1 a 9, correspondente à região em que se localiza a estação, e por um sufixo alfa-
numérico.

A forma de leitura do indicativo de chamada segue o alfabeto fonético internacional.

A distribuição dos prefixos das emissoras de radiodifusão no Brasil é:

Tipo de
Prefixo Unidade da Federação ou Região geográfica
emissão
Acre, Alagoas, Amapá, Amazonas, Bahia, Ceará, Distrito Federal, Espírito
ZYA TV Santo, Goiás, Maranhão, Minas Gerais, Mato Grosso, Mato Grosso do
Sul, Tocantins
Pará, Paraíba, Paraná, Pernambuco, Piauí, Rio de Janeiro, Rio Grande do
ZYB TV Norte, Rio Grande do Sul, Rondônia, Roraima, Santa Catarina, Sergipe,
São Paulo
Norte, exceto PA e RO; Nordeste, exceto PE, PI, RN e SE; Centro-oeste e
ZYC FM
estado de MG e SP
ZYD FM Sul e estados de PA, PI, RJ, RN, RO, SE, SP e PE
ZYE OC Brasil
ZYF OT Norte, exceto estado de RO; Nordeste e Centro-oeste,
RÁDIO PIRATA

ZYG OT Sul, Sudeste e RO


ZYH OM AC, AL, AP, AM, BA, CE, DF, GO, MA, TO
ZYI OM ES, MT, MS, PA, PB, PE, PI
ZYJ OM PR, RJ, RN, RO, SC, SE
ZYK OM RS, SP
ZYL FM BA, MA, CE, DF, ES, GO, MA, MG, MS, MT, PA, PB, PE, PI, RJ, RN, RO,
ZYL OM MG
ZYM FM PR, RS, SC, SE, SP, TO
ZYN OM MG
ZYN FM TO
ZYO OM RR
ZYP TV MS, TO
ZYQ TV MT
ZYS FM AL, AM, AP, DF, ES
ZYT TV SP
ZYT FM GO, MG, MA, MS, MT, PA, PB, PE, PI, PR, RO
ZYU FM RJ, RN, RO, RS, SC, SP, TO
ZYV FM CE, GO, MA
ZYW FM PE, RN, SC
ZYX FM MG, MT, PA, PB, PE, PI
RÁDIO PIRATA

Texto da aula 4: Como funciona um transmissor

História do rádio

Começo

Tudo começou em 1863 quando, em Cambridge – Inglaterra, James Clerck Maxwell


demonstrou teoricamente a provável existência das ondas eletromagnéticas. James era
professor de física experimental e apartir desta revelação outros pesquisadores se
interessaram pelo assunto. O alemão Henrich Rudolph Hertz (1857-1894) foi um deles.
O princípio da propagação radiofônica veio mesmo em 1887, através de Hertz. Ele fez
saltar faíscas através do ar que separavam duas bolas de cobre. Por causa disso os antigos
"quilociclos" passaram a ser chamados de "ondas hertzianas" ou "quilohertz".
A industrialização de equipamentos se deu com a criação da primeira companhia de
rádio, fundada em Londres - Inglaterra pelo cientista italiano Guglielmo Marconi. Em 1896
Marconi já havia demonstrado o funcionamento de seus aparelhos de emissão e recepção de
sinais na própria Inglaterra, quando percebeu a importância comercial da telegrafia.
Até então o rádio era exclusivamente "telegrafia sem fio", algo já bastante útil e
inovador para a época, tanto que outros cientistas e professores se dedicaram a melhorar
seu funcionamento como tal. Oliver Lodge (Inglaterra) e Ernest Branly (França), por exemplo,
inventaram o "coesor", um dispositivo que melhorava a detecção. Não se imaginava, até
então, a possibilidade do rádio transmitir mensagens faladas, através do espaço.
E as inovações continuavam a surgir... o rádio evoluia rapidamente !
Em 1897 Oliver Lodge inventou o circuito elétrico sintonizado, que possibilitava a mudança
de sintonia selecionando a freqüência desejada.
Lee Forest, desenvolveu a válvula triodo. Von Lieben, da Alemanha e o americano
Armstrong empregaram o triodo para amplificar e produzir ondas eletromagnéticas de
forma contínua.
Também no Brasil o rádio crescia: um Padre-cientista gaúcho, chamado Roberto
Landell de Moura, nascido em 21 de janeiro de 1861, construiu diversos aparelhos
importantes para a história do rádio e que foram expostos ao público de São Paulo em 1893.
Teleauxiofono (telefonia com fio)

Caleofono (telefonia com fio)

Anematófono (telefonia sem fio)

Teletiton (telegrafia fonética, sem fio, com o qual duas pessoas podem comunicar-se sem
serem ouvidas por outras)

Edífono (destinado a ducificar e depurar as vibrações parasitas da voz fonografada,


reproduzindo-a ao natural)

Já em 1890 o padre-cientista Landell de Moura previa em suas teses a "telegrafia sem


fio", a "radiotelefonia", a "radiodifusão", os "satélites de comunicações" e os "raios laser". Dez
anos mais tarde, em 1900, o Padre Landell de Moura obteve do governo brasileiro a carta
RÁDIO PIRATA

patente nº 3279, que lhe reconhece os méritos de pioneirismo científico, universal, na área
das telecomunicações. No ano seguinte ele embarcou para os Estados Unidos e em 1904, o
"The Patent Office at Washington" lhe concedeu três cartas patentes: para o telégrafo sem
fio, para o telefone sem fio e para o transmissor de ondas sonoras.
Padre Landell de Moura foi precursor nas transmissões de vozes e ruídos.
Nos Estados Unidos foram anos de pesquisas, tentativas e aprimoramentos até Lee
Forest instalar a primeira "estação-estúdio" de radiodifusão, em Nova Iorque, no ano de
1916. Aconteceu então o primeiro programa de rádio, que se tem notícia. Ele tinha
conferências, música de câmara e gravações. Surgiu também o primeiro registro de
radiojornalismo, com a transmissão das apurações eleitorais para a presidência dos Estados
Unidos.

A "Era do Rádio"

A partir de 1919 começa a chamada "Era do rádio".


O microfone surge através da ampliação dos recursos do bocal do telefone,
conseguidos em 1920, nos Estados Unidos, por engenheiro da Westinghouse.
Foi a própria Westinghouse que fez nascer, meio por acaso, a radiofusão. Ela fabricava
aparelhos de rádio para as tropas da Primeira Guerra Mundial e com o término do conflito
ficou com um grande estoque de aparelhos encalhados. A solução para evitar o prejuízo foi
instalar uma grande antena no pátio da fábrica e transmitir música para os habitantes do
bairro. Os aparelhos encalhados foram então comercializados.
A primeira transmissão radiofônica oficial no Brasil, foi o dircurso do Presidente
Epitácio Pessoa, no Rio de Janeiro, em plena comemoração do centenário da Independência
do Brasil, no dia 7 de setembro de 1922. O discurso aconteceu numa exposição, na Praia
Vermelha - Rio de Janeiro e o transmissor foi instalado no alto do Corcovado, pela
Westinghouse Electric Co.
Para se ter uma idéia de porque a época ficou conhecida como a "Era do Rádio", nos
EUA o rádio crescia surpreendentemente. Em 1921 eram 4 emissoras, mas no final de 1922,
os americanos contavam 382 emissoras.
A chegada do rádio comercial não demorou. Logo as emissoras reivindicaram o direito
de conseguir sobreviver com seus próprios recursos. A pioneira no rádio comercial foi a
WEAF de Nova Iorque, pertencente à Telephone and Telegraf Co.. Ela irradiava anúncios e
cobrava dois dólares por 12 segundos de comercial e cem dólares por 10 minutos.
O "pai do rádio brasileiro" foi Edgard Roquete Pinto. Ele e Henry Morize fundaram em
20 de abril de 1923, a primeira estação de rádio brasileira: Rádio Sociedade do Rio de
Janeiro. Foi aí que surgiu o conceito de "rádio sociedade" ou "rádio clube", no qual os
ouvintes eram associados e contribuíam com mensalidades para a manutenção da emissora.
O Dia Mundial das Telecomunicações é comemorado em 17 de maio porque foi nesta
data, em 1865, que institui-se a "União Telegráfica Internacional".

Datas Importantes

1887 - Henrich Rudolph Hertz descobre as ondas de rádio.


1893 - Padre Roberto Landell de Moura, faz a primeira transmissão de palavra falada, sem
fios, através de ondas eletromagnéticas.
RÁDIO PIRATA

1896 - Gluglielmo Marconi realiza as primeiras transmissões sem fios.


1922 - Primeira transmissão radiofônica oficial brasileira.
1923 - Roquette Pinto e Henrique Morize fundam a primeira emissora brasileira Rádio
Sociedade do Rio de Janeiro.
É feita a primeira transmissão de rádio em cadeia no mundo, envolvendo a WEAF e a WNAC,
de Boston.
No dia 30 de novembro é criada a Sociedade Rádio Educadora Paulista - PRA-E.
1926 - John Baird realiza as primeiras transmissões de imagens
1931 - É fundada a PRB 9 - Rádio Record de São Paulo.
No início dos anos 30 o Brasil já tinha 29 emissoras de rádio, transmitindo óperas, músicas e
textos instrutivos.
1932 - O Governo de Getúlio Vragas autoriza a publicidadee em rádio.
Ademar Casé estréia seu programa na Rádio Philips. Casé (avô da atriz Regina Casé) criou o
1º jingle do rádio brasileiro: "Oh! Padeiro desta rua/Tenha sempre na lembrança/Não me
traga outro pão/Que não seja o pão Bragança..."
1933 - O americano Edwing Armstrong demonstra o sistema FM para os executivos da RCA.
1934 - Criada a Rádio Difusora, apelidada de "Som de Cristal", onde surge o termo
"radialista", inventado por Nicolau Tuma.
1935 - Acontece na Alemanha, a primeira emissão oficial de TV.
Assis Chateaubriand inaugura em 25 de setembro a PRG-3, Rádio Tupi do RJ.
1936 - Em Londres é inaugurada a estação de TV da BBC.
Ao som de "Luar do Sertão", às 21 horas do dia 12 de setembro, ouvia-se: "Alô, alô
Brasil! Aqui fala a Rádio Nacional do Rio de Janeiro!". Surge a PRE-8, adquirida por apenas
50 contos de réis da Rádio Philips.
O ano de 1936 marca também a estréia no rádio de Ary Barroso . Um polêmico
narrador esportivo que tocava gaita quando narrava os gols. Tornou-se uma das mais
importantes figuras do Rádio. Começou na Rádio Cruzeiro do Sul, do Rio de Janeiro.
Apresentador de vários programas de sucesso e compositor da música "Aquarela do Brasil",
entre outras.
1938 - Início da televisão na Rússia.
No dia das bruxas, a rádio americana CBS, apresenta o programa "A Guerra dos
Mundos", com Orson Welles, que simula uma invasão de marcianos aos Estados Unidos. O
realismo era tamanho que uma onda de pânico tomou conta do País. O locutor anunciava:
"Atenção senhoras e senhores ouvintes... os marcianos estão invadindo a Terra...". A emissora
teve que interromper a transmissão tamanha foi a confusão.
Também em 1938 acontece a primeira transmissão esportiva em rede nacional no
Brasil, na Copa de 38, por Leonardo Gagliano Neto, da Rádio Clube do Brasil do RJ.
1939 - O americano Edwin Armstrong inicia operação da primeira FM em Alpine, New Jersey.
Almirante ("a maior patente do rádio!") chamava-se Henrique Foréis Domingues. Fez sucesso
nas décadas de 30 e 40. Criou o primeiro programa de auditório do rádio barsileiro,
chamado "Caixa de Perguntas". Em 1939, na Rádio Nacional.
1941 - Em 12 de julho, começa a transmissão da primeira rádio novela do País, que foi
apresentada durante cerca de três anos, pela PRE-8, Rádio Nacional do RJ. Era a novela "Em
Busca da Felicidade". A seguir foi a vez de "O Direito de Nascer".
Na década de 40 entra no ar o primeiro jornal falado do rádio brasileiro: o "Grande
Jornal Falado Tupi", de São Paulo.
RÁDIO PIRATA

Surge o noticiário mais importante do rádio brasileiro: o "Repórter Esso". A primeira


transmissão aconteceu às 12h45min do dia 28 de agosto de 1941, quando a voz de Romeu
Fernandez anunciou o ataque de aviões da Alemanha à Normandia, durante a 2ª Guerra
Mundial. O gaúcho Heron Domingues marcou a história do rádio apresentando durante anos
o "Repórter Esso". Em São Paulo a transmissão era feita pela Record PRB-9.
O humorista Chico Anysio começou no rádio, na década de 40, produzindo e
apresentando programas, entre eles o "Rua da Alegria", na Rádio Tupi do Rio de Janeiro.
1942 - Abelardo Barbosa (Chacrinha) surgiu no final dos anos 30, na PRA-8 Rádio Clube de
Pernambuco. Em 1942 ele foi para a Rádio Difusora Fluminense. A partir de então ficou
conhecido como Chacrinha, pois a emissora ficava numa chácara em Niterói. É criado o
"Cassino do Chacrinha". Em 1959 o "Velho Guerreiro" estréia na Televisão.
1946 - Surgem os gravadores de fita magnética, dando maior agilidade ao rádio.
1948 - Na Rádio Nacional faz sucesso o programa "Balança mas não cai".
Num dia 1º de abril, em algum ano próximo à Copa de 1950, o locutor esportivo Geraldo
José de Almeida, da Rádio Record, irradia um jogo inteiro do time do São Paulo, que estava
excursionando pela Europa. No final da partida um resultado que chocou os torcedores: o
São Paulo havia perdido por 7 X 0. No dia seguinte a Rádio Record anuncia que tudo não
passou de uma farsa. O jogo nem tinha acontecido. Era brincadeira do dia da mentira.
1950 - A TV BBC de Londres realiza a primeira transmissão de imagens para além do Canal
da Mancha.
É inaugurada oficialmente a primeira emissora de televisão brasileira: TV Tupi de São
Paulo, no dia 18 de setembro.
1951 - É inaugurada a TV Tupi do Rio de Janeiro.
1953 - A cantora Emilinha Borba, que começou na Rádio Cruzeiro do Sul, foi consagrada a
"Rainha do Rádio", na Rádio Nacional, em 1953.
1954 - Inventada em 1940 por Peter Goldmark a TV a cores entra em funcionamento..
1962 - Primeira transmissão via satélite.
1962 - Em 27 de novembro, é criada a Associação Brasileira de Rádio e Televisão - ABERT.
1965 - O Brasil é integrado no Sistema Intelsat.
1965 - Inauguração do MIS - Museu da Imagem e do Som do Rio de Janeiro
1967 - Criado no dia 25 de fevereiro o Ministério das Comunicações.

Fonte: http://www.microfone.jor.br/historia.htm
RÁDIO PIRATA

Texto da aula 5: Alcance e Interferência de Ondas

Para que você possa se preparar para aula 5, nós colocamos os seguinte
roteiros nas próximas páginas:

1) Construção de um mini transmissor

2) Interferência com Diapasão

3) Cuba de ondas

4) Experimento de Young
MANUAL DE CONSTRUÇÃO

MINI TRANSMISSOR FM

m
a.multiply.co
editoraderiv

1
Diagrama transmissor:
Tetsuo Kogowa
anarchy.translocal.jp

Texto, fotografia,
montagem do transmissor:
LotteMeijer
lotte@broadcastyourpodcast.com
ww.broadcastyourpodcast.com.

Tradução para o português:


Eziquiel Menta
Washington Roberto Lerias
Sérgio Lima
Nivaldo Neves Oliveira Junior
João Carlos Pereira Ortiz
Murilo Carretta Polese
Fernando Oliveira Takahashi

Diagramação tutorial português: Paulo Capra


editoraderiva.multiply.com

CC
Esse manual está licenciado sob a licença Creative Commons
Attribution-NonCommercial-ShareAlike 2.5 Netherlands
License. cc

2
UM MANIFESTO DO MICRO RÁDIO
Tetsuo Kogawa

O micro rádio costumava ser um compromisso de


se evitar usar transmissores de alta potência por causa
do orçamento ou da regulamentação. O primeiro micro
rádio deliberado começou em meados dos anos 1970
na Itália. Como escreveu Felix Guattari, “des millions et
des millions d’Alice en puissance”, cerca de mil esta-
ções de micro rádios livres apareceram junto com o
movimento “Autonomia” na Itália e então influenciaram
outros países, especialmente a França. Na Austrália a
situação era diferente. Sob a esperta decisão do gover-
no Whitlam, muitas cidades começaram a ter um novo
tipo de estações de rádio comunitárias multi-linguísticas
e multi-culturais no final dos anos 1970. No Japão, o
boom das “Mini-FMs” teve início no começo dos anos
1980. Era um tipo totalmente diferente de micro rádio,
rádio com transmissor de potência literalmente micro.
Era um milagre que um micro rádio deste tipo realmente
funcionasse como um rádio. Assim, a cena de micro rá-
dio dos anos 80 era uma mistura das rádios livres italia-
nas com um novo elemento do paradoxo tecnológico.
Depois do final dos anos 1980, micro estações “pi-
ratas” nos EUA entraram numa nova batalha legal con-
tra a autoridade, por reivindicações populares: a Black
Liberation Radio de Napoleon Williams em Illinois e tam-
bém a Free Radio Berkeley de Stephen Dunifer ficaram
famosas. Em 2000, a FCC (Comissão Federal de Co-
municações) lançou uma nova categoria de licença, a
“LPFM” (Low Power FM, FM de baixa potência). Isto sig-
nifica que o micro rádio nos EUA está institucionalizado
e também que aqueles que transmitem sem licença são
3
considerados ilegais. O sonho inicial do paraíso do micro
rádio acabou. Mesmo um tal micro domínio é agora con-
trolado pelo sistema. Não seria nenhuma surpresa, pois
atualmente todo o controle invade não só o espaço indi-
vidual, mas também o cerebral. No entanto, ainda acre-
dito que o micro rádio pode se situar em níveis diferen-
tes do espaço institucionalizado.
O que se pretende dizer com micro? No núcleo dos
movimentos, deveria ter implicado num significado dife-
rente da mera extensão da potência de transmissão e
da área de serviço. Ele conota algo qualitativamente di-
ferente. Ser grande ou pequeno no tamanho físico não
é tão importante. Portanto, a mesma coisa que fazía-
mos num micro radio poderia acontecer numa grande
estação. O micro rádio é uma alternativa às comunica-
ções globais e às mídias de massas que poderia abran-
ger o planeta com qualitativamente a mesma e padroni-
zada informação. Agora que nosso espaço microscópi-
co está sob vigilância, o micro rádio deveria prestar aten-
ção em áreas ainda mais micro, mas qualitativamente
mais “micro”. Para entender isso, você deve usar expe-
rimentalmente um transmissor de muito baixa potência.
Teoricamente, pode fazer a mesma coisa com um trans-
missor de alta potência, mas isso vai enganar a sua per-
cepção do que é o micro, por que você tem sido circun-
dado por numerosas transmissões de alta potência. Te-
mos de usar uma espécie de “suporte fenomenológico”
para perceber o que são as coisas.
A LPFM cobre até 100 watts. A “FM Comunitária” no
Japão (que foi legalmente introduzida como uma “Mini
FM” institucionalizada) permite 10 watts agora (no início
até 1 watt). Penso que mesmo estes níveis de potência
são demais para o micro radio. E quanto a um watt? E
quanto a menos de um watt? Uma tal estação de rádio
4
de micro-potência só poderia cobrir o raio de um bloco
de rua ou um conjunto habitacional. Por que não? Leon
Theremin mostrou um exemplo mínimo de micro rádio.
Sua invenção é não só um instrumento musical, mas
também um micro rádio.
Dada a era dos vários meios globais como as co-
municações via satélite e a internet, o micro rádio pode
se concentrar em seu mais autêntico território: o espaço
da onda de rádio microscópica.
Por que você não vai a uma estação de rádio assim
como vai a teatros? O teatro de micro rádio poderia ser
possível. As ondas de rádio cobrem apenas um espaço
de moradia. Isso é o bastante. Tenho organizado festas
de micro rádio. Isto é uma tentativa de converter um
espaço em algo qualitativamente diferente através de
um micro transmissor.
Comecemos com nosso próprio espaço íntimo. A
mudança num espaço minúsculo poderia ressoar para
espaços maiores, mas, sem mudanças microscópicas,
nenhuma mudança radical pode acontecer.
Os meios alternativos tendem a estabelecer sua pró-
pria “base caseira” física. Mas, como argumenta Hakim
Bey, a “base caseira” alternativa de hoje só é relevante
como “Zona Autônoma Temporária (TAZ)”. Há uma ou-
tra forma: um método “em exílio”. Depois que a WBAI
ficou controlada pelo dinheiro comercial, alguns dos pro-
gramas, tais como “Democracy Now” começaram seu
próprio programa com uma net.rádio e um micro rádio.
O “Democracy Now” alugou um espaço no Lower East
Side de Nova York e seu programa foi transmitido como
“WBAI em exílio” (“WBAI in Exile”). Penso que de certo
modo o rádio radical sempre fez um bom trabalho num
certo tipo de “exílio”: Radio Veritas, Manila nos anos
5
1980, e B92 nos anos 1990. A internet é basicamente
um meio translocal. Diferentemente do meio impresso,
o espaço existe temporariamente e está fora da posição
geográfico-física. Quem se importa de onde você está
transmitindo? Você pode manter um espaço “permanen-
te” com seus ouvintes contanto que você e seus ouvin-
tes concordem em se comunicar. Quando encontrei Amy
Goodman do “Democracy Now” e perguntei se seu esti-
lo de usar o low-tech (suas instalações e espaço do es-
túdio) poderia descender da cultura do micro rádio, ela
negou minha pergunta como se eu não tivesse
apreciado bastante suas atividades. É claro que não era
isso o que queria dizer. Embora a WBAI esteja voltando
novamente a ser uma autêntica estação de rádio radi-
cal, a forma “em exílio” de colaboração (onde micro uni-
dades independentes em exílio podem se ligar em con-
junto) é muito mais nova e viável. Dadas as várias
tecnologias “globais” de conexão e retransmissão, o
micro rádio é de tamanho suficiente para uma unidade
de estação de rádio.
Como um meio para cobrir áreas mais extensas, as
ondas de rádio são destrutivas e não-ecológicas. A rá-
dio grande não é mais necessária. Cedo ou tarde, as
grandes e globais tecnologias de comunicação serão
integradas na internet. O rádio, a televisão e o telefone
se tornarão nodos locais para ela. Conseqüentemente,
os globalistas descartarão tais meios existentes. Um
novo tipo de terminal multimídia conectando à internet
vai surgir. Então será o tempo em que o rádio e a televi-
são (e mesmo o telefone) deverão reencontrar sua pró-
pria possibilidade emancipatória. A estação de micro
rádio vai reencontrar uma possibilidade de congregar
pessoas em espaços como o teatro e o clube. Ele não
rejeitará os meios globais, mas os utilizará como meios
de conexão e formação de rede. Pelo micro-meio
6
translocal, mesmo os meios globais poderiam se tornar
polimorfos e diferentes (não apenas nos conteúdos mas
igualmente no modo de fazer com que as pessoas se
encontrem).
(24 de novembro de 2002 - 7 de maio de 2003)
Tradução de Ricardo Rosas

7
MATERIAIS

Para fazer o transmissor, você irá precisar dos seguin-


tes elementos:
· um pedaço de fio de antena (1m)
· um fio de 10 cm de cobre com diâmetro de 0.8mm
· um conector para bateria de 9,0 V
· um pedaço de placa fenolite com um lado cobreado na
seguinte dimensão (5.5 x 6.3 cm)
· um plug de áudio de 3,5 mm com cabo.
· um transistor BC337
8
· dois capacitores de 0.01 uF
· um capacitor de 10 pF
· um capacitor polarizado de 1 uF
· um trimer de 20pF
· um resistor de 470 ohm (amarelo - violeta - preto)

· um resistor de 10k ohm (marron - preto - laranja)

· um resistor de 27k ohm resistor (vermelho - violeta - preto -


laranja)

- Vou me referir aos componentes com as palavras “cabe-


ça”, “perna” e “pé”. Como você pode ver na figura acima.
- Você pode ver qual o valor de um capacitor procurando
esta informação na cabeça do capacitor. Normalmente está
escrito numa pequena impressão.
- Todos os resistores são identificados por cores. Você verá
5 faixas sobre o resistor, os 4 códigos de cores terminam
com marrom.

FERRAMENTAS

9
Para a preparação da placa:
· Um alicate de corte (ou um estilete)
· Cola instantânea.

Para a construção do transmissor:


· alicate de bico (para prender e dobrar as peças)
· alicate de corte (para cortar os pés)
· um ferro de solda
· esponja de solda (ou algodão) para limpar seu ferro
(de solda)
· descanso do ferro de solda
· arame de solda (mais fino melhor)

Para usar e testar o transmissor:


· um palito ou outro pedaço longo de madeira ou plástico
· Um dispositivo de som com uma fone de saída de 3.5mm
· um rádio
· uma bateira de 9 Volts

A partir de agora vou me referir ao ferro de solda apenas


como ferro.

10
1. CORTANDO A PLACA

Esta placa é chamada fenolite de uma face. Em um dos


lados é coberta com cobre, e do outro uma espécie de
resina.
Você irá precisar de 1 pedaço grande (5 x 5.5 cm) e 5 me-
nores (de 10 x 8 mm). [D]
· Marque uma reta longa de 8mm de tira larga de seu
pedaço de fenolite. [A] Repita estas várias vezes até você
sentir que possa romper a tira com um alicate. [B] Cor-
te/quebre cinco pedaços desta tira:
· Primeiramente faça um pré-corte destas linhas com
seu estilete, e então
· Segure a tira com seu alicate de corte e dobre/quebre a
outra parte com alicate de bico longo [C]

11
2. COLANDO OS QUADRADOS
PEQUENOS À PLACA

Nessa etapa você deverá colar os pequenos quadrados


à placa.

- Primeiro, pingue cinco gotas de cola sobre a placa de


cobre, Três na parte de baixo, duas na parte de cima.
Como você vê acima.
- Então, com ajuda do alicate, coloque os pequenos qua-
drados, com o lado do cobre para cima, sobre as gotas
de cola.
- Espere secar. Enquanto espera, ligue a solda e molhe
um pouco a esponja. Use a solda- deite-a para proteger
sua mesa de queimaduras. Dicas Use os alicates de fato.
Supercolas nos dedos são superirritantes

12
3. ENROLANDO A BOBINA

Antes que você comece a construção do transmissor,


você precisará de uma bobina. Esta bobina tem que
ser feita de 4 voltas de fio de cobre 0.8mm, e o diâme-
tro de cada volta deve ser de aproximadamente 5mm.
O mini jack (plug) é uma ferramenta perfeita para isso!
· Encostar a parte do fio de cobre de 0.8mm e no mini
jack.[A]
· Torcer agora o fio em torno do plugue 3 vezes. Olhan-
do de cima isto deve aparecer 4 voltas, com os dois
pés que furam para fora ao fundo.[B]
· Dobre as pernas para fora, de forma que a parte torci-
da, seja um pouco mais alta que os pés[C]
·Porque este fio de cobre é plastificado/envernizado,
será quase que impossível soldar nele. Assim você tem
que arranhar o plástico/verniz dos pés com o estilete. É
mais fácil se você ainda mantê-lo preso ao plugue. [D]

13
4. COBRIR OS QUADRADOS
COM SOLDA
Para soldar facilmente sem dificultar sua vida. Recomen-
da-se que você cubra primeiramente os quadrados pe-
quenos com solda (derretida).
· Segurar seu ferro quente diretamente em um cobre-
quadrado por dois a três segundos.
· Colocar então o fio da solda no ponto onde o ferro de
solda se encontra com o cobre. (segure seu ferro lá)
· Manter o fio da solda na placa, até que a superfície
inteira do quadrado pequeno esteja coberta uniformente
com a solda.
· No resto do manual, eu me referirei a estes quadrados
menores com os nomes que você vê escrito na figura.

Eu geralmente grudo minha placa na mesa com uma parte


de fita adesiva, de modo que não se mova quando eu es-
tou trabalhando.

14
5. SOLDANDO O RESISTOR DE 10K OHM

Agora começaremos realmente.


· Faça uma bolha de solda na placa, de cerca de um
centímetro, debaixo do quadrado do botão do meio. [A]
· Agora pegue o resistor 10k Ohm resistor. Ele é o que
tem a seqüência de cores marrom-preto-laranja-marrom.
Dobre as pernas com o alicate de forma a fazer peque-
nos pés nelas. Eles devem estar cerca de 1 cm distan-
tes um do outro e caber entre o botão do meio e a bolha
de solda debaixo dele. [B]
· Esquente a solda do botão do meio até que ela derreta.
· Segure o resistor com o alicate e enfie um dos pés na
solda. Retire seu ferro e espere o pé se ajeitar na solda
e secar. Isso deve levar apenas alguns segundos.[C]
· Agora aqueça a bolha abaixo, e grude o outro pezinho
do resistor nela.
· Corte os pedaços dos pezinhos que ficarem muito
longos.[D]

15
Tome cuidado para que as bolhas de solda não grudem
uma na outra. Se elas grudarem: tente separá-las, puxan-
do um pouco com seu ferro de solda, ou use sua faca.
Quanto menores forem as perninhas do resistor, mais al-
cance vai ter o seu transmissor.

6. SOLDANDO OS RESISTORES DE 27K


E DE 470 OHM

· Pôr um pingo de solda sobre a placa abaixo do qua-


drado da direita.
· Coloque um pingo de solda na placa abaixo do direito
inferior.
· Pegue o resistor de 470 Ohm (amarelo, violeta, preto,
marrom), dobre suas pernas. Solde uma perna no qua-
drado direito inferior e outra no pingo de solda feito na
placa e eliminar os pés adicionais.
· Agora solde o resistor de 27k (vermelho violeta preto
laranja marrom) entre o quadrado do médio-fundo e o
quadrado do meio.

16
7. SOLDANDO O CAPACITOR DE 10PF

Agora iremos soldar os capacitores.


· Primeiro pegue o capacitor de 10pF. Ele provavelmen-
te se parece com o 0.01uF. A diferença é o texto impres-
so na ponta. O 10pF normalmente vem com um “10”
escrito e o 0.01uF vem com “103”. Você pode usar uma
lente de aumento para ver isso, porque as letras são
pequenas.
· Dobre as pernas capacitor de forma que elas encai-
xem entre o quadrados de cima e o de baixo à direita.
· Agora segure com o alicate e solde.

Se você tiver pouca solda, somente esquente a solda no


quadrado e encoste o fio de solda nele, de forma a criar
uma bolha maior. Pode misturar tudo, desde que fique bem
feito e que as perninhas do capacitor fiquem bem cobertas.

17
8. SOLDANDO O CAPACITOR DE 0.01UF

Como você leu antes, você pode reconhecer os


capacitores 0.01ff, através do número 103 escrito em
sua face.
· Produza um ponto à esquerda do quadrado superior
central, e um ponto no quadrado inferior-central.
- Dobre as pontas, solde um dos capacitores 0.01uf en-
tre o quadrado superior e o ponto a esquerda, e um atra-
vés do quadrado inferior-central e o ponto abaixo. No-
vamente eliminando o excesso das pontas.

Depois disso, você pode recortar as pontas. Isso as vezes


pode simplificar, pois assim, elas não ficam entre as partes
quando você soldá-las.

18
9. O CAPACITOR POLARIZADO

O capacitor polarizado é especial. Ele precisa ser sol-


dado na posição correta.
Pegue o capacitor polarizado (esta é a parte com uma
grande ponta preta e longa). Você verá que sobre um
dos lados há uma faixa com um hífen (-) de diferente
cor (nesse caso branco). Este é o lado negativo.
Você tem que soldar a perna do lado negativo ao qua-
drado inferior-esquerdo, e a outra perna (positiva) no
quadrado inferior-central.

Você pode reconhecer o lado positivo e negativo do capacitor


polarizado pelo comprimento das pernas. O negativo tem a
perna mais curta.

19
10. O TRIMER (CAPACITOR VARIÁVEL)

Agora é a hora do trimer. Nesta parte, você pode mais


tarde mudar a freqüência de seu transmissor, o que será
muito útil.
- Tente achar onde ele está. É uma pecinha verde e
redonda com três pequenos pés. [A]
- Dobre os pés para fora. [B]
Agora você deve soldar o pé médio ao quadrado do topo
a direita,[C] e os outros dois pés direto na placa. Preste
cuidado com seus dedos, porque a peça fica muito quen-
te quando você a está soldando.

20
11. SOLDANDO A BOBINA

Pegue a pequena bobina que você fez no passo 3. Ela


deve ser soldada entre os dois botões superiores, é ten-
tador segurar a bobina com os dedos, mas é uma má
idéia. A soldagem da bobina é um pouco difícil.
- Agarre o plug na bobina com um pedaço de fita adesi-
va.
- Tenha certeza que tem bastante solda no botão supe-
rior do meio (adicione um pouco mais se não for sufici-
ente.)
- Amoleça a solda no botão superior do meio e encoste
um pé da bobina nessa parte.
- Faça o mesmo com o outro botão superior e com o
outro pé da bobina.
Agora você pode remover o plug.

Se a solda não quiser agarrar os pés da bobina você precisa


esfregá-la um pouco mais com o ferro.

21
12. FIXANDO O CLIP DA BATERIA

O encaixe da bateria tem dois fios unidos a ele, um ver-


melho, um preto. O vermelho é positivo, o negativo preto.
- Não unir a bateria ao encaixe da bateria
- Pingar um pouco de solda acima do quadrado do meio-
alto, e unir-lhe o fio preto.
- Solde o fio vermelho no quadrado do meio-alto.

13. SOLDANDO A ENTRADA DE ÁUDIO

22
O Sinal de áudio irá entrar no transmissor pelo cabo com
o plug atachado em seu MP3 Player ou computador.
- Corte cerca de dois centímetros do plástico do fio. Você
vera um (mono) ou dois (stereo) fio(s) coberto em um
plástico colorido, e um grupo de fios ao redor deles. [A]
- Enrole os fios externos juntos.[B]
- Agora, retire o plástico cerca de um centímetro dos
fio(s) (tome cuidado para não cortá-las fora), e enrole
os fios juntos também. [C]
Agora, solde os fios do núcleo no quadrado esquerdo-
fundo, e o outro na placa. Tenha certeza de que os dois
não irão se tocar! [D]

14. COLOCANDO A ANTENA

- Primeiro descasque 1 cm do fio da antena, para expor


o fio.
- Enrole as pontas do fio exposto.
- Solde-o no quadrado abaixo a direita.

23
Não será de grande ajuda fazer uma antena mais longa
possível, já que cada freqüência possui um tamanho ideal
de antena. Iremos discutir isso depois.

15. O TRANSISTOR BC337

A parte mais complicada é a do transistor BC337. Se


esta parte não for feita corretamente, o transmissor po-
derá não funcionar.
- Veja a parte que tem três pernas. Se você direcionar
lado reto virado para seu lado, a perna esquerda é cha-
mada de “C”, a média é chamada de “B”, e a perna direi-
ta é chamada de “E”. [A]
- Dobre o pé médio para a frente. o pé direito para trás-
direito e esquerdo para o trás-esquerda (conforme figu-
ra). [B]
- Agora, segure o transistor. Agora pela perna média, a
qual você dobrou para frente, irá ser soldado no quadra-
do do meio-fundo, o pé direito toca no quadrado do di-
reito-fundo, e o pé esquerdo toca no quadrado do es-
querdo-fundo.
24
16. TESTANDO O TRANSMISSOR

E finalmente chegou a hora do teste.


- Ligue seu rádio, e procure por uma freqüência livre [A]
- Encaixe sua bateria no clip de bateria. [B]
- Agora utilize a chave de fenda plástica (ou qualquer
outro material não condutor (plastico/madeira) para gi-
rar o parafuso pequeno no alto do capacitor variável len-
tamente até você ouvir a estática em seu rádio desapa-
recer. [C]
- Encaixe agora o plug na saída do fone de ouvido de
um dispositivo de áudio, tal como seu mp3 player, Cd-
player ou computador. E coloque esse dispositivo para
tocar.[D]
Às vezes você tem que escolher uma freqüência dife-
rente. Enquanto um último recurso você pode fazer a
varredura do seletor para ver se você ouve seu mp3
player em qualquer lugar. Se você não ouvir seu trans-
missor durante o teste, você pode tentar os passos abai-
xo:

25
- Verifique se todas as partes estão no lugar correto.
- Verifique se o capacitor polarizado (o objeto preto no
botão esquerdo) tem o sinal negativo para a esquerda.
- Verifique se o capacitor variável tem sua perna do meio
no quadrado e as outras na placa.
- Mexa todas as peças para ver se elas estão unidas
direito. Se começarem a se mexer: coloque mais solda.
Certifique-se de que as partes possuam bons contatos
com a placa ou os contatos de cobre.
- Verifique se sua bateria está bem fixada e se não está
descarregada. Teste novamente. Se você ainda não ouvir
nada tente o seguinte:
- Retire o transistor BC337 e coloque novamente toman-
do cuidado com a posição correta.
- Experimente uma freqüência diferente em seu radio, e
aumente um pouco o volume.

17. APARANDO A ANTENA

26
Uma vez que você encontrar uma freqüência que lhe dê
uma boa recepção, você pode cortar a antena para ficar
ainda melhor. O Comprimento da antena deve ser mais
longo ou curto dependendo da frequência de acordo com
a seguinte fórmula: tamanho em centímetros = (300 /
frequência ) * 25 Por exemplo, se você está transmitin-
do na frequência 100FM, sua antena deve ser (300/100)
* 25 = 75 cm de comprimento.
Quando calcular o tamanho da sua antena pela fórmu-
la, corte-a no tamanho certo.

DICAS PARA USAR O TRANSMISSOR


A freqüência da transmissão pode mudar um pouco,
dependendo do quanto a bateria está carregada. Se você
planeja usar o transmissor em uma posição fixa, pode
ser interessante comprar uma fonte de alimentação de
9-12 volts em uma loja de eletrônica local. Você pode
cortar o plugue da sua extremidade exterior e soldar no
transmissor.

Não deixe ligada a fonte de alimentação enquanto estiver


soldando.

27
ESQUEMA

28
Aula9 3

Experimento B - Ressonância com Caixa Acústica e Diapasão

1. OBJETIVO

Verificar os fenômenos de ressonância.

2. MATERIAL NECESSÁRIO

- Dois Diapasões; - Martelo com ponta de borracha.


- Duas caixas ressonantes;

3. PROCEDIMENTO

A) Dois diapasões exatamente iguais (que estão sobre caixas ressonantes) devem ser colocados
próximos com suas aberturas voltadas de frente um para o outro, como mostra a Figura 9.2,
logo abaixo.

Fig. 9.2

Questão 1- Ao se bater em um dos diapasões o que acontece com o outro diapasão? Para melhor
evidenciar o que acontece, segure com a mão para abafar os som no primeiro diapasão
no qual você bateu.

Questão 2- Como se faz a transmissão de energia de um diapasão para o outro?

CONCLUSÃO: Observamos, então, que batendo fortemente em um dos diapasões o outro começa
também a emitir o mesmo som e com bastante força. Para melhor evidenciar, que é o 2o diapasão
que emite o som, abafemos o 1o diapasão, segurando-o com a mão. Mesmo com distâncias maiores
Aula9 4
entre os dois diapasões, verificamos que se consegue transmitir a vibração do o 1o diapasão para o
segundo. A faz a transmissão da energia de energia de um diapasão para o outro é feita pelo ar. Ao
se bater no primeiro diapasão o ar ao seu redor vibra e atrita o outro diapasão. O efeito maior
provém do impulso do ar que entra na caixa aberta pondo o ar na segunda caixa em oscilações
também. Este fenômeno aqui verificado recebe o nome de ressonância.

B) Colocamos agora a caixa acústica (sem o diapasão e com o furo tampado) com a sua abertura
voltada para cima como mostra a Figura 9.3 ao lado. Seguramos então o
diapasão acima da caixa e batemos fortemente nele.

Questão 3- Primeiro batemos no diapasão afastado da caixa e depois


batemos no diapasão bem próximo da caixa. Que diferença
notamos entre estes dois procedimentos?

CONCLUSÃO: Observamos então que enquanto o diapasão está longe da


caixa o som é fraco, mas quando o diapasão chega bem próximo da caixa o
som aumenta consideravelmente. Isto acontece porque o ar dentro da caixa
entra em vibração com o diapasão e o volume de ar dentro da caixa que entra
em vibração é muito maior que o ar posto em vibração diretamente pelo
diapasão. Daí o aumento do som. Além disto o diapasão é por natureza um
emissor de som fraco por ser constituído sempre de dois emissores. Cada
extremidade é um emissor e estes dois sempre estão em oposição, porque um Fig. 9.3
vibra contra o outro, anulando-se (mas não completamente) o som por interferência.

C) A Posição do diapasão na caixa também é importante. Bata no diapasão e coloque-o próximo à


abertura da caixa de ressonância como mostra a Figura 9.4 abaixo. Faça para cada uma das
quatro posições. Na posição 1 ou 2 a ressonância é forte. Na posição 3 ou 4 a ressonância é
fraca ou nula, porque coincide com a hipérbole de interferência (veja Figura 9.5).

Fig. 9.4

Fig. 9.5
UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS – UNICAMP
INSTITUTO DE FISICA GLEB WATAGHIN – IFGW

INSTRUMENTAÇÃO PARA O ENSINO – F 809


Professor José Joaquim Lunazzi

CUBA DE ONDAS
RELATÓRIO FINAL

Marcos Paulo Maziero de Souza RA:011863

Prof. Dr. Richard Landers - DFA (Orientador)

20 / 1
Resumo

Este experimento demonstra algumas propriedades das ondas mecânicas e


eletromagnéticas, utilizando apenas ondas mecânicas, através de um aparato de baixo custo
e que pode ser construído por qualquer professor da rede publica e/ ou particular, buscando
com isso uma melhora na qualidade das aulas e também simplificando a visualização (que
para alguns é muito abstrata) por parte do aluno.

Introdução

A maior dificuldade para os professores na hora de explicar Óptica e Ondas é a


abstração que o aluno tem que ter para poder visualizar tridimensionalmente as figuras,
e também aceitar as “leis” que lhe são impostas, sem demonstrações ou exemplificações, o
máximo que o professor faz geralmente é caprichar nos desenhos da lousa ou passar uma
boa transparência.
Esse experimento demonstra de maneira clara e perfeita os tipos de ondas que
podem existir em meios líquidos (ondas circulares e ondas retas), os tipos de interferência
que uma onda pode sofrer: reflexão (demonstrando a lei de reflexão, a reflexão em espelhos
planos, côncavos e convexos), refração (demonstração da mudança de velocidade com
variação da altura da coluna de água, e a lei de Snell-Descartes), difração [demonstração da
capacidade da onda em contornar os obstáculos, demonstração do comportamento de uma
fenda como fonte de ondas (fenda de Young)].
Essa demonstração vai facilitar em muito a aprendizagem dos alunos, e isso é o que
mais incentivou a pesquisa e a construção da cuba de ondas.

Modelo Teórico

1) Cuba de Ondas:
É um recipiente com um fundo de vidro, que em seu interior é introduzido uma
lamina de liquido, a onde irão ser produzidas ondas mecânicas (utilizando-se de um
vibrador) , essas ondas são projetadas (utilizando um retroprojetor) sobre uma superfície,
exemplificando os tipos de ondas e algumas leis da reflexão, da refração e da difração.

20 / 2
Figura 1: Representação de uma cuba de ondas

2) Onda:
É o movimento de um(ns) pulso(s) (perturbação) em um meio elástico e/ou uma
perturbação transmitida através do vácuo ou de um meio gasoso, líquido ou sólido com
velocidade constante. Pode-se ser de três tipos em relação ás dimensões:
-unidimensionais: quando a onda se propaga em uma única direção (exemplo: são as
ondas em cordas);
-bidimensionais: quando a onda se propaga através de um plano (exemplo: são as
ondas em meios líquidos);
-tridimensionais: quando a onda se propaga em todas as direções (exemplo: a
explosão de uma granada).

3) Tipos de Ondas:

- Ondas Circulares: são ondas que se propagam na direção radial e tendo o seu
sentido de dentro para fora, e se movimenta apenas na superfície da água. O comprimento
de onda está indicado na figura 2 pela letra .

Figura 2: representação de ondas circulares na água.

- Ondas Retas: são ondas que se propagam na direção paralela ao gerador de ondas e
seu sentido é de afastamento (em relação ao gerador de ondas). O comprimento de onda
está indicado na figura 3 pela letra .

20 / 3
Figura 3: representação de ondas retas na água

Tanto na figura 2 quanto na figura 3 as regiões claras da superfície da água são


caracterizadas como cristas que atuam com lentes convergentes e tendem a focalizar a luz e
as escuras como vales que atuam como lentes divergentes e tendem a dispersar a luz.

4) Reflexão de Ondas:

-Reflexão em Espelhos Planos:


Para espelhos planos temos que a distância imagem, q, é igual em valor absoluto à
distância objeto, p (fig.4).

Figura 4: Formação de imagem em espelhos planos

Podemos verificar esta relação observando a reflexão de pulsos circulares (ondas


esféricas) em uma barreira retilínea na cuba de ondas (fig.5).

Figura 5: Um pulso circular sofrendo reflexão em uma barreira retilínea.

- Lei da Reflexão:
As leis da reflexão da luz são: primeira lei diz que o raio refletido (r) e o raio de
incidência (i) são coplanares; e a segunda lei diz que o ângulo de incidência (i) é igual ao
ângulo de reflexão (r), ou seja, são congruentes (fig. 6).

20 / 4
Figura 6: Lei da reflexão: i = r.

Exemplificação do comportamento de uma frente de ondas quando esta incide sobre


uma barreira: é análogo ao do raio da luz em uma superfície polida. Quando a frente de
ondas incide em uma direção à barreira que é colocada inclinada em relação à cuba, ela é
refletida em uma direção diferente tal que o ângulo da frente de onda que se aproxima
(incidente) da barreira é igual ao ângulo em que a frente de onda reflete (reflexão), veja a
fig. 7.

Figura 7: Reflexão de ondas

-Reflexão em Espelhos Côncavos e Convexos:


Os raios vindos paralelos ao eixo principal dos espelhos, tanto côncavo quanto convexo,
irão convergir para o foco principal da lente, Veja como podemos representar estes dois
tipos de espelhos, veja figura 8

Figura 8: lentes convexa e côncava.

20 / 5
5) Refração de Ondas:

- Mudança de Velocidade:

É causada pela passagem de um feixe de luz, incidindo obliquamente, de um meio


transparente para outro transparente, que apresenta velocidade da luz diferente do primeiro
meio, ou essa mudança de velocidade pode ser causada pela mudança na profundidade do
meio liquido, assim o raio incidente sofrera uma mudança na direção ao passar de um meio
para outro ou de uma profundidade para outra.

Temos pela lei de refração que: (n2/n1) (v1/v2), veja a figura 9.

Figura 9: mudança na direção e velocidade

- Lei de Snell-Descartes:
Pela lei de Snell-Descartes temos que: sen(i) . n1 sen(r) . n2 ; onde temos que n1 e
n2 são os índices de refração dos respectivos meios, veja figura 10.

Figura 10: mudança de um meio mais refringente para um menos refringente.

20 / 6
6) Difração de Ondas:

- Fenda de Young:
Este é um exemplo clássico de um experimento de interferência creditado a Thomas
Young, um físico britânico, no início do século XIX [BLA. 1.993]. Esta demonstração
possibilitou o estabelecimento da teoria ondulatória da luz numa firme base experimental.
Em suas experiências, Young conseguiu deduzir o comprimento de onda de luz,
sendo essa a primeira vez que a medida dessa importante grandeza foi realizada.
A distribuição de energia que chega no anteparo é dada pela curva vermelha. O
formato desta curva varia conforme a largura da fenda, e o comprimento de onda
(separação entre os círculos da figura). Se a largura diminuir, a onda "se espalha" ao passar
pela fenda. É como se uma nova onda circular fosse "criada" na fenda.

Materiais Utilizados
-Gaveta velha, para aproveitar a madeira das laterais;
-Vidro para o fundo da cuba;
-Silicone
-Parafusos, para afixar as laterais da cuba;
-Cola de madeira, para melhorar a fixação das laterais;
-Puleiros de gaiola, para fazer o oscilador e seu suporte;
-Arame rígido;
-Presilhas para o suporte;
-Motor;
-Braçadeiras;
-Obstáculos, para as demonstrações.

Montagem Experimental
Para podermos gerar ondas não atrapalhando a projeção das imagens tivemos que
pensar em miniaturizar o oscilador que estará gerando as ondas, este oscilador foi
construído utilizando-se de madeira de puleiro de gaiola de passarinho e um arame um
pouco rígido; esse oscilador fica preso a uma haste fixa (na cuba de ondas) por intermédio
do arame que foi dobrado (no formato na letra J).

20 / 7
O motor que estará fixado no oscilador foi retirado de um leitor de CD (drive),
estará sendo utilizado devido a sua baixa freqüência e seu pequeno tamanho, na polia da
extremidade do motor foi afixado um braço fora de eixo, para que com isso haja vibração
do motor e conseqüentemente do oscilador.
A Cuba de Ondas foi construída utilizando-se de uma gaveta velha doada pelo
professor Richard, onde foi retirado o seu fundo, e como esse fundo era afixado a gaveta
por intermédio de vincos nas laterais, ficou bem fácil fixar o vidro substituindo o fundo da
gaveta, a gaveta teve que ser envernizada para evitar que absorve-se água, e a vedação do
vidro com a madeira foi feita com silicone especial (para os matérias).

Dificuldades e Conclusão:

A maior dificuldade encontrada foi conseguir neutralizar as ondas que chegavam a


lateral da cuba de ondas, fiz uma pesquisa sobre quebra mares e como funcionam (mas que
não foi de grande valia), a necessidade de neutralizar essas ondas que chegavam as laterais,
foi devido a estas sofrerem reflexão e assim atuarem de maneira destrutiva (interferência
destrutiva) nas ondas geradas pelo oscilador. E também na melhor altura da coluna (lamina)
de água, para uma melhor qualidade nas imagens projetadas.
O experimento realmente tem um custo baixo e uma construção bem simples,
podendo realmente ser desenvolvida por qualquer professor interessado em melhorar a
aprendizagem de seus alunos, e as demonstrações de ondas eletromagnéticas realmente
podem ser feitas utilizando-se de ondas mecânicas, facilitando a visualização e o custeio do
aparato, já que um laser e um prisma de qualidades não são muito baratos.
Agradeço a oportunidade me dada para desenvolver algo que um dia possa ser
utilizado para a melhoria do ensino de física nesse país, onde o que se “aprende” em física
são técnicas de resolução de exercícios e não a teoria envolvida no mesmo.

Referências bibliográficas

- Referências da internet:
http://www.ufsm.br/gef/Refrac.htm
http://educar.sc.usp.br/otica/
http://educar.sc.usp.br/sam/cuba2/exp_4refracao.html
http://ww2.unime.it/weblab/awardarchivio/ondulatoria/resumo.htm
http://www.if.ufrgs.br/historia/young.html

- Referências de livros:
Paraná, D. N. ; Física (Termologia, Óptica, Ondulatória); Ática Edit. 1998.
Fuko, L. F. e Kazuito, Y. ; Os Alicerces da Física; Saraiva Edit 1988.
Wataghin, G. ; Eletromagnetismo e Óptica ; Unicamp Edit. 1974.

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Fotos do Experimento

Cuba de Ondas

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Alguns obstáculos que serão utilizados

20 / 10
Prof. Márcia R. Gallas (FIS01059)

Laboratório 5
Interferência da luz no Experimento de Young e Coerência
Neste laboratório você estudará a superposição de luz proveniente de duas fontes (experimento de
Young). No nosso caso estas duas fontes poderão ser fendas ou orifícios, e você diagnosticará em que
condições esta superposição origina franjas de interferência, ou seja, a formação de uma figura de
intensidade variável. Em geral esta figura apresenta máximos e mínimos de intensidade bem definidos
em diversas posições da região adiante do obstáculo ou fenda, permitindo, com isto, uma observação
relativamente fácil a olho nu.

Para a execução das atividades de laboratório serão usados os seguintes equipamentos: um banco ótico
com cavaleiros, um laser, diversos dispositivos com duas fendas, dispositivos com orifícios, suporte
giratório, um anteparo, um projetor de slides, um paquímetro.
Você trabalhará com um LASER de HeNe - CUIDADO - nunca olhe diretamente no feixe laser ou
para suas reflexões especulares para evitar danos a sua vista!!

1. Interferência
A montagem experimental está esquematizada abaixo:

a. Fazendo incidir a luz de um laser sobre um dispositivo de duas fendas, você notará que adiante
deste dispositivo aparecerá projetado sobre um anteparo uma figura de intensidade luminosa
variável. Nesta figura você identificará as franjas de interferência. Você dispõe de 4
dispositivos de fenda dupla (montados sobre 2 slides) que se diferenciam por uma distância d
entre as fendas. Observe como muda o padrão de franjas de interferência usando
sucessivamente os 4 dispositivos de fenda dupla. Descreva as suas observações.
b. Escolha um destes dispositivos e meça a distância D entre o dispositivo de fendas e o anteparo,
e o afastamento linear y, no anteparo, como mostra a figura acima. Uma vez que a figura de
interferência é simétrica, note que para obter um valor mais preciso para y deve-se medir 2y e
dividir o resultado por 2. Por quê?
Prof. Márcia R. Gallas (FIS01059)

c. Sabendo que o comprimento de onda λ da luz do laser de HeNe é 632,8 nm, com os dados
acima calcule o ângulo θ e a distância d que separa as duas fendas, utilizando as fórmulas:

onde m identifica a ordem do máximo de intensidade (neste caso, m = 0 identifica o máximo central).
Para o emprego dessa fórmula, que condições devem ser respeitadas na montagem experimental? Uma
análise equivalente pode ser feita considerando mínimos de intensidade. Neste caso:

com m = 0 sendo o primeiro mínimo.


d. As fontes luminosas necessárias para se observar franjas de interferência não precisam ser
necessariamente no formato de fendas. Podem ser por exemplo dois orifícios. Para verificar
isto, faça incidir o laser sobre o slide S1 com dois orifícios e observe a figura projetada sobre o
anteparo. Substitua o slide S1 por um com apenas um orifício pequeno (S0). Que diferenças
você nota? Descreva suas observações.

2. Coerência
(OBS: veja texto sobre coerência em http://www.if.ufrgs.br/~marcia/textos.html)
Agora você deixará de usar o laser para empregar outra fonte de luz: o projetor de slides. Coloque no
suporte do projetor o slide S0 (um orifício circular pequeno) e num suporte giratório na frente do
projetor coloque o slide S1 (dois orifícios circulares bem próximos). Procure alinhar os orifícios dos
dois slides e então olhe através deles em direção à luz do projetor, como mostra a figura abaixo.

a. Esquematize a figura que você estiver vendo.


b. Substitua o slide S1 por um com apenas um orifício. Que diferenças você nota?
Prof. Márcia R. Gallas (FIS01059)
c. Volte a colocar no suporte giratório o slide S1 com dois orifícios. Mude agora o slide S0 por um
em que o orifício é bem maior. Procure deixar S0 e S1 não mais alinhados para evitar que a
maior quantidade de luz que passa por S0 provoque uma figura muito intensa. Isto é, tente obter
uma figura com uma intensidade equivalente ao caso anterior. Descreva como está a aparência
das franjas de interferência em relação ao caso anterior. Você deve estar notando que as
franjas são bem menos nítidas (ou até mesmo inexistentes) quando na posição S0 há um orifício
maior. Como você explica isto?
d. Note que no caso do laser não era necessário o slide S0 para ver franjas de interferência.
Portanto, qual é a função de S0 e, finalmente, que diferença há entre a luz do laser e a do
projetor de slides?
e. Aproveite ainda para observar a figura de interferência obtida por fenda dupla quando
iluminada por luz branca (projetor). Utilize o slide S0 com o orifício menor e o slide de fenda
dupla correspondente ao menor d. Observe como as franjas se distribuem de acordo com os
respectivos λ . Qual comprimento de onda se desvia menos, em relação a direção de
observação?
RÁDIO PIRATA

Texto da aula 6: RÁDIO PIRATA VERSUS RÁDIO COMUNITÁRIA

Interferência de rádios em aeronaves


Por Dioclécio Luz 13/03/2003 às 16:28

A acusação:

Muito se tem falado sobre a interferência de sinais eletromagnéticos


emitidos por emissoras "piratas" sobre outros sistemas de comunicação. Elas
interfeririam na comunicação da torre de controle com as aeronaves, nos
sistemas privados, nas centrais com ambulâncias e veículos da polícia.

Emissoras de Radio e Televisão (ABERT), fazem campanha sistemática contra


tais emissoras alertando a população para o risco de acidentes e solicitando que
denuncie sua existência. Segundo a ABERT, uma emissora clandestina de baixa
potência pode provocar a queda de aviões. Isto é possível?

O Coletivo de parlamentares petistas de comunicação comunitária no


Congresso Nacional, por diversas vezes fez esta indagação ao antigo Ministério da
Aeronáutica, hoje integrado ao Ministério da Defesa. As respostas, que antes vinham
sob um formato técnico, agora chegam ideologizadas. Isto é, ao longo do tempo,
houve um amadurecimento político nas respostas, até chegar hoje a um franco
posicionamento do Governo contra as rádios comunitárias.

A técnica:

Um aparelho transmissor emite ondas eletromagnéticas que são captadas por


um aparelho de rádio. A emissão (ou transmissão) é feita em determinada freqüência
de ondas. A freqüência caracteriza a transmissão como sendo de Onda Média (AM),
Freqüência Modulada (FM), Ondas Curtas (OC), Sons e imagens (televisão). Além destes
meios de comunicação mais popularizados, há por exemplo, transmissores para a
comunicação entre o sistema hospitalar e as ambulâncias, no policiamento, no sistema
da marinha, fazendo a ligação da torre de controle do aeroporto e as aeronaves. Em
suma, no ar existe um emaranhado de transmissões eletromagnéticas simultâneas.

A confusão não se estabelece porque cada sistema de comunicação opera em


faixas diferentes. Para sintonizar uma emissora AM, o interessado liga seu rádio comum
e vai localiza-la na faixa precisa. Para sintonizar uma FM, deve procurar na faixa de 88 a
108 MHz (Mega Hertz). Os sinais de televisões também estão numa determinada faixa.
Para captar os sinais de uma central de polícia a pessoa deve ter um aparelho especial
que capte na faixa que ela transmite, digamos, em termos fictícios (porque é questão
de segurança), acima de 500 MHz.

Como cada um destes sistemas operam em faixas diferentes, a princípio não há


possibilidade da pessoa captar no seu rádio comum uma conversa da central de polícia
com o carro-patrulha, ou a comunicação entre dois barcos da marinha, ou
RÁDIO PIRATA

simultaneamente uma FM e uma AM. Isto só ocorrerá se houver problemas na


transmissão.

Rádio FM:

As emissoras em Freqüência Modulada se disseminaram porque têm como


vantagens: o baixo custo dos equipamentos e uma boa qualidade sonora. Comparando
com uma transmissão de Ondas Médias (AM), a emissora AM tem maior alcance, mas
perde na qualidade do sinal. A FM tem alcance menor, mas, como já se viu, consegue
melhor qualidade sonora. FM se propaga em linha reta, isto é, se houver uma elevação
do terreno ou construções à sua frente, o sinal perde a força.

Dois elementos são fundamentais para entender a questão técnica: a


freqüência e a potência da emissora. A Frequência, medida em Hertz, é, na verdade,
uma identificação da propagação da onda eletromagnética. A faixa de Frequência
Modulada, FM, vai de 88 a 108 MHz, é o que está no dial dos aparelhos de rádio. Por
isso não adianta montar uma emissora de rádio FM para transmitir em 110 MHz.
Ninguém vai escutar esta rádio porque ela não está no dial. Agora eis o absurdo: o
Governo, através da Anatel, anunciou que vai locar todas as RCs em 87,9 MHz, o canal
200, fora do dial! Hoje já existem várias autorizadas a funcionar assim; vão transmitir
para ninguém. O aumento ou diminuição da frequência não altera o alcance. Potência
é medida em Watts, e dá a medida da força do transmissor. A princípio (porque há
outros elementos a se levar em conta), quanto maior a potência maior o alcance.

As aeronaves:

Acima da faixa de FM, funciona o Serviço Móvel Aeronáutico, SMA, que é de


uso exclusivo do sistema aeronáutico. O SMA vai de 108 a 132 MHz. Isto é:

Faixas de transmissão:

Rádios FM Aeronáutica MHz 88................................108.....................132

Rádios comunitárias:

As aeronaves utilizam uma faixa acima de 108 Mhz. Portanto, uma rádio que
opere na sua faixa de FM, isto é de 88 a 108 Mhz, a princípio, não tem como interferir
nos serviços da Aeronáutica. Na verdade, não é interessante para nenhuma rádio
mandar um sinal que está fora da faixa de captação popular.

Existe, porém, a possibilidade de um sinal de rádio FM ser captado acima de


108, por uma aeronave. É quando ocorrem "espúrios" ou "harmônicos". Harmônicos
são clones de um sinal de rádio. Um exemplo fictício: se a rádio opera em 104 MHz, ela
também pode ser ouvida em 106 Mhz e 107 MHz - é como se surgissem clones das
rádios no dial. Todo transmissor vem com um filtro de harmônicos mas pelo menos
três deles escapam. Os três, geralmente, são sinais fracos, que não causam problemas
aos outros. Não causam problemas porque 1) geralmente se estabelece uma distância
RÁDIO PIRATA

entre a faixa oficial de transmissão e as outras emissoras; 2) os sinais harmônicos são


fracos; 3) os receptores têm filtros para harmônicos.

Se um equipamento está desajustado, além de gerar harmônicos, gera


espúrios. Os espúrios são os clones incontroláveis do sinal oficial. Então, ao invés de
três harmônicos, a emissora gera uma dezena, sendo escutada em todo dial. Isto é
mais difícil de ocorrer porque a própria fábrica que vende equipamentos de
transmissão, em baixa ou alta potência, inclui os filtros necessários.

Se o equipamento de transmissão está descalibrado, se é de má qualidade, a


transmissão vai lançar espúrios para todo lado, e ir além de 108 MHz, onde funciona o
serviço da aeronáutica. Não importa se é rádio comunitária ou comercial, se é
clandestina ou legalizada, operando com equipamento descalibrado ela pode mandar
sinais para o Sistema Móvel Aeronáutico.

Como derrubar um avião:

A primeira faixa do Sistema Aeronáutico vai de 108 a 111,975 MHz, que


corresponde ao serviço batizado como "Instrument Landing System" (ILS). O ILS é
utilizado para comunicação entre a torre de controle e a aeronave, mas somente na
descida e quando não há visibilidade. O que o piloto deve fazer quando, ao entrar em
contato com a torre usando o ILS, perceber uma rádio interferindo na audição? Ora, o
ILS previu problemas deste tipo e disponibiliza nesta faixa uma centena de canais
contingenciais. Se houver interferências num canal, basta o piloto mudar para um dos
outros 99 disponíveis. Ou seja, em virtude da enorme quantidade de canais
disponíveis, a possibilidade de um piloto ficar sem comunicação com a torre neste
instante é bastante remota.

Existe ainda a possibilidade de interferências sobre o sistema de


radionavegação das aeronaves. Sinais de orientação emitidos via rádio para as
aeronaves podem ser misturados com os de uma emissora de rádio. Esta possibilidade
também é remota porque os sistemas instalados nas torres de controle e também os
que estão nas aeronaves veem preparados para interferências deste tipo. Não há como
conceber um sistema que requer extrema segurança e seja sensível a interferência de
uma rádio de 25 watts.

Em resumo:

As possibilidades de uma emissora comunitária, comercial ou clandestina -


interferir numa aeronave são:

1) estar instalada nas proximidades de um aeroporto;


2) operar nos extremos da faixa (perto de 88 ou de 108 MHz);
3) operar com equipamentos não ajustados;
4) atuar com potência elevada.
RÁDIO PIRATA

A possibilidade de causar um acidente, porém, é remota. Primeiro, porque isto


já foi previsto e, por isso, os equipamentos e os pilotos estão preparados para
situações como esta. Segundo, se o sistema aeronáutico fosse tão frágil assim como
faz crer a ABERT e o Ministério da Defesa, seria mais fácil (e barato) para um terrorista
comprar um transmissor de 25 watts do que despachar uma bomba a bordo.

Os acidentes oficiais:

No ano passado o Ministério da Defesa foi solicitado pelos deputados Walter


Pinheiro, Henrique Fontana, Valdeci Oliveira e Adão Pretto, a relatar com precisão os
acidentes que ocorreram com aeronaves devido a interferências por emissoras. A
resposta veio vaga, imprecisa e ideologizada. Foram solicitadas "todas as ocorrências" e
o que veio foi isto:

1. Interferência de rádios piratas na torre de controle de Guarulhos;


2. Interferência da rádio FM Novo Tempo, de Nova Friburgo, Rio de Janeiro,
torre de controle de Afonsos;
3. Interferência de rádio pirata no bairro de Santana, São José dos Campos, no
controle de aproximação e ILS;
4. Interferência de emissora FM no sistema de pouso por instrumentos do
aeroporto Afonso Pena, Curitiba;
5. Interferência de emissoras "broadcasting" informados por pilotos da
aviação comercial nos aeroportos de Guarulhos e Santos Dumont.

A resposta do MD revela que há emissoras comerciais ("broadcasting", como


eles gostam de dizer) interferindo nos dois aeroportos de maior trânsito do país. São
emissoras associadas da ABERT! Até a Televisão comercial (Canal 2 de Vitória, Espírito
Santo) está interferindo. Mas a ABERT, evidentemente, se cala sobre isto.

A resposta do Ministério da Defesa mostra que são poucas as interferências


causadas por emissoras clandestinas. E, confirma no texto: "até hoje não ocorreu
nenhum acidente provocado por interferências de emissoras comunitárias ou piratas
no SMA".

O Ministério da Defesa revela, porém, sua discriminação: "existem vários


registros de interferências causadas pelas rádios ditas comunitárias". O Órgão do
Executivo comete uma ignorância cruel ao afirmar que as tais rádios comunitárias
"deveriam funcionar unicamente na freqüência de 87,9 MHz (canal 200)". Ora, o Brasil
inteiro sabe que a Abert/Anatel/Governo quer locar todas as comunitárias neste canal.
Mas, por uma questão técnica teve que disponibilizar quase uma dezena de outros
canais alternativos - oficialmente! - para as rádios comunitárias.

O que queremos:

Nossa orientação às emissoras comunitárias é:


RÁDIO PIRATA

1. Operar em canais que estejam livres de outras emissoras, e distante da que


vem a seguir no dial;
2. Utilizar transmissores ajustados, calibrados, com filtros de harmônicos;
3. Utilizar canais centrais no dial, longe das bordas de 88 e de 108 MHz, para
evitar que os harmônicos atinjam outros sistemas;
4. Não se instalar próximo de aeroportos.

O que não admitimos:

1. Uma legislação que estabelece um só canal de freqüência para todas as


rádios do país. É por causa disso que muitas emissoras ocupam canais
sem critérios;
2. A decisão governamental, insuflada pela Abert, de locar todas as RCs no
canal 200, fora do dial;
3. O alcance de 1 Km para as rádios comunitárias;
4. Que o Executivo - conforme a legislação - não atue quando uma
emissora comercial interferir sobre uma rádio comunitária, mas puna a
comunitária que interferir sobre os outros sistemas;
5. Em resumo: a lei 9.612/98 e o Decreto 2615/98

Brasília, 07/08/01
Dioclécio Luz
ass. dep. Walter Pinheiro

todo o texto retirado do site CMI Brasil, Centro de Mídia Independente,


http://www.midiaindependente.org/pt/blue/2003/03/249605.shtml
RÁDIO PIRATA

Texto da aula 7: o que diz a Lei

O Brasil chegou a figurar como o único país da América do Sul sem uma legislação
para rádios de baixa potência25 , o que finalmente veio a ocorrer em dezembro de 1996,
através do Projeto- de - Lei 1.521, o qual gerou muita polêmica, mas deu origem a Lei 9.612,
de 19 de fevereiro de 1998. Ela institui o Serviço de Radiodifusão Comunitária, sonora, em
Frequência Modulada. Permite uma potência de no máximo 25 Watts e antena não superior
a 30(trinta) metros. As entidades representativas das rádios comunitárias reivindicam 50
Watts. Outros pontos de divergências são: Quanto ao número de emissoras, a lei prevê
apenas uma rádio por localidade. As entidades querem fixar o número entre duas e doze
para cada município, em função do tamanho da população. Quanto a obrigatoriedade de
todas as emissoras operarem na mesma freqüência, no país todo. Para o movimento de
rádios comunitárias isso vai gerar “colisão”ou interferência de sinais. Outro limite não aceito
para o referido movimento é a proibição de formação de rede, o que possibilitaria a
transmissão conjunta de eventos culturais, esportivos e educativos de interesse de um
conjunto de localidades.

Como podemos observar, a Lei é restritiva. Porém, representa um avanço no sentido


de regulamentar um setor da radiodifusão de demanda crescente, tendo em vista a
necessidade de mídias comunitárias no processo de mobilização em torno da ampliação da
cidadania.

O Ministério das Comunicações vinha sendo alvo de pressão em prol da


regulamentação das rádios de baixa potência por parte das Associações de Rádios
Comunitárias e do Forum Nacional pela Democratização da Comunicação. Existiam vários
projetos-de-leis para regulamentá-las. No entanto, o aprovado na Câmara Federal foi aquele
que teve a participação direta da ABERT, o que ajuda a entender o porquê dos limites
impostos. A mesma associação, através de seu lobby também conseguiu fazer recuar o
Ministro das Comunicações, Sergio Motta, inicialmente acenando com a intenção de
autorizar a instalação de até dez mil emissoras comunitárias no Brasil. A pressão da
associação patronal também surtiu efeitos no recrudescimento a perseguição às emissoras.

Para quem considerar 10.000 um número excessivo, Nivaldo Manzano esclarece:


Atualmente existem menos de 5.000 emissoras comerciais AM e FM no país (três mil
pertencem a políticos e as demais são ligadas a famílias de empresários das comunicações
ligadas a políticos). E, do ponto de vista tecnológico, ou seja, no espectro radioelétrico
brasileiro em frequência modulada (é nessa frequência que operam as comunitárias, cabem
mais 100.000 emissoras, pelo sistema analógico. Se considerarmos o sistema digital, de
tecnologia já dominada, o número é praticamente ilimitado26 . Fica claro quea não
regulamentação e os limites que vem sendo impostos são mais por uma questão de ordem
política do que técnica.

Mas, de acordo com a Lei 9.612, a concessão só será permitida a Fundações e


Associações Civis, sem fins lucrativos, com sede na localidade de prestação de serviço. Além
disso estabelece, no seu artigo 4o , que a programação das emissoras de radiodifusão
comunitária deverá obedecer os seguintes princípios:
RÁDIO PIRATA

a) preferência a finalidades educativas, artísticas, culturais e informativas em benefício


do desenvolvimento geral da comunidade;

b) promoção das atividades artísticas e jornalistas na comunidade e da integração dos


membros da comunidade atendida;

c) respeito das valores éticos e sociais da pessoa e da família, favorecendo a


integração dos membros da comunidade atendida;

d) não discriminação de raça, religião, sexo, preferências sexuais, convicções político-


ideológico-partidárias e condição social nas relações comunitárias.

A programação deverá ser acompanhada e fiscalizada no sentido de verificar sua


adequação aos interesses da comunidade e aos princípios da lei, por um Conselho
Comunitário, composto de, no mínimo, cinco pessoas representantes de entidades da
comunidade local, tais como associações de classe, beneméritas, religiosas ou de moradores
legalmente instituídas.

Fonte: Participação nas Rádios Comunitárias no Brasil. Cicilia M.Krohling Peruzzo.


Páginas 11 e 12.
(https://docs.google.com/viewer?a=v&q=cache:hhF007MYxCMJ:www.bocc.ubi.pt/pag
/peruzzo-cicilia-radio-comunitaria-br.pdf+&hl=pt-BR&gl=br&pid=bl&srcid=ADGEESj-
sFVVLZgrDCDwegfFoOZSsdpWN2TMVKTTTNUhZA8xfUaqmWPXX3PBe6xqtKgd17T-
cWVKqOzRtWT61D10MsLZ8DwXOE1TB_CfLmTszaph9mNFyt2a-
idAulWWbVC5SrU_4kkf&sig=AHIEtbQ7kj9KQaUGy1P6jdbrR16_qAIQ5g)
RÁDIO PIRATA

Texto da aula 8: a importância das rádios comunitárias para a


comunidade local

Nenhum dos voluntários que trabalham em uma rádio comunitária tem dúvida da
importância de uma emissora local, dirigida aos interesses da comunidade e sem finalidades
mercantilistas. Segundo eles, a programação da rádio fornece informações que não são
transmitidas pelas grandes estações de rádio e televisão no modelo empresarial. Ou, caso
uma informação seja veiculada num desses meios de comunicação de massa, a quem
realmente interessa saber (o “homem comum”)﴿, tal informação acaba não sendo
compreendida.

Os comunicadores das rádios comunitárias se sentem na obrigação de interpretar as


notícias que a comunidade ouve ou lê por outros canais de comunicação. Ademais, eles não
se sentem representados nas mídias tradicionais. Essa é uma das razões porque eles
acreditam ser tão importante a existência de uma rádio comunitária na comunidade.

Outra característica que demonstra a importância da radiodifusão comunitária é o


caráter local e imediato da informação que é veiculada por elas. Muito do conteúdo das
rádios comunitárias são informações de fatos corriqueiros que ocorrem na comunidade.
Informações essas que jamais ganhariam pauta na grande imprensa por falta de relevância.
Mas, para a comunidade local, informação desse tipo é fundamental para se inteirar do que
está ocorrendo na localidade em que vivem.

Além da importância imaterial de uma rádio comunitária, tem também a importância


econômica. Para o comércio local, quase sempre constituído de micro pequenas empresas
de, no máximo, cinco funcionários, é vantajoso anunciar suas atividades na emissora local.
Vale lembrar que a legislação que regulamenta as rádios comunitárias proíbe a inserção de
publicidade paga, mas permite o anúncio por meio de “apoio cultural”. Esse anúncio cultural
seria semelhante ao comercial, mas sem mencionar promoções, preços e coisas do gênero.
Mas essa delimitação não impede que muitos comerciantes locais anunciem nessas
emissoras, ajudando a levantar os recursos necessários para a subsistência da emissora. Com
a participação da iniciativa privada (mesmo que microempresários) que as emissoras
comunitárias têm, fomenta-se um círculo virtuoso: o comércio ajuda na subsistência
financeira da rádio e a rádio favorece as condições informativo-publicitárias para estimular a
economia local.

Mas a grande influência das emissoras comunitárias não se limita ao campo


econômico. A rádio comunitária ajuda a conservar a tradição, os valores, os costumes locais,
incluindo a tradição oral. A oralidade do rádio proporciona que os costumes, valores, ideias e
até folclores locais continuem sendo um conteúdo de divulgação por meio da oralidade
tradicional em plena era da escrita e da imagem em que se vive hoje. Dentre todos os
benefícios das rádios comunitárias, segundo os voluntários que as mantém, nenhum é tão
importante quanto ao que eles chamam de “democratização da informação”. Diversos
comunicadores integrados à radiodifusão comunitária foram ouvidos e eles enumeraram
como razão primordial para a existência de tais emissoras o ato de democratizar a
informação. Eles acreditam que a informação está privatizada, que só a possui quem pode
pagar por ela, transformando o público em consumidor de conteúdo informativo. E, uma vez
RÁDIO PIRATA

que podem pagar por ela, só terão as informações que os beneficiarão direta ou
indiretamente. Em contrapartida, uma vez que a informação se transformou em mercadoria
numa sociedade capitalista, eles acreditam que o conteúdo informativo que realmente
interessa ao cidadão comum não pode vir – e nem virá – pelas artérias das mídias
corporativas, cujo objetivo final é o lucro. Por essas e outras, o “homem comum” não se
sente representado na mídia convencional. Para tais cidadãos, a mídia tradicional capitalista
tem status (elite), cor (branca) e partido político (direita).

O cidadão comum, que se encontra na base da pirâmide (e que é maioria), vê na


radiodifusão comunitária sua única oportunidade de comunicar seus valores e ideais.

Fonte: Revista Anagrama: Revista Científica Interdisciplinar da Graduação. Ano 4 -


Edição 3 – Março-Maio de 2011.Páginas 8,9 e 10. Avenida Professor Lúcio Martins Rodrigues,
443, Cidade Universitária, São Paulo, CEP: 05508-900
anagrama@usp.br
RÁDIO PIRATA

TEXTOS COMPLEMENTARES
RÁDIO PIRATA

Texto complementar da aula 1: como funciona o rádio

Uma estação de radiocomunicação é um sistema utilizado para realizar o contato por


sinais de rádio entre duas estações distantes entre si. A estação é composta por um
transceptor que é o equipamento transmissor-receptor da linha de transmissão e da antena.
O rádio é um sistema de comunicação através de ondas eletromagnéticas propagadas no
espaço, de comprimento de onda curta e frequência alta, ou ainda ondas longas ou grande
comprimento de onda com baixa frequência.

Para que seja possível haver uma transmissão de sinal são necessários os seguintes
equipamentos: o Transmissor que é composto por um gerador de oscilações que converte a
corrente elétrica em oscilações de uma determinada freqüência; o Transdutor que é um
equipamento que converte a informação a ser transmitida em impulsos elétricos; o
Modulador que controla as variações na intensidade de oscilação ou na freqüência da onda.
Quando a amplitude da onda portadora varia segundo as variações da frequência e da
intensidade de um sinal sonoro, denomina-se modulação AM. Já quando a frequência da
onda portadora varia dentro de um nível estabelecido a um ritmo igual à frequência de um
sinal sonoro, denomina-se modulação FM

Também existem os seguintes equipamentos que juntos com o Transmissor,


Trandutor e Modulador irá completar o sistema de ráido: o Receptor que é um equipamento
composto pela antena que capta as ondas eletromagnéticas convertendo-as em oscilações
elétricas mais um Amplificador que aumenta a intensidade dessas oscilações e por fim, um
Desmodulador e um alto falante que converte os impulsos em ondas sonoras.

As ondas de rádio são do tipo ondas senoidais que ao


se propagarem transmitem informações de áudio, vídeo e
dados. Vários são os tipos de ondas diferentes que existem:
as ondas de rádio AM, FM, rádio da polícia, dos Bombeiros,
das transmissões de TV, as ondas de celular, sinais de GPS,
todas tem em comum o fato de serem ondas
eletromagnéticas na forma de uma senóide. Para
entendermos como funciona um rádio precisamos entender
basicamente três de suas partes principais: o transmissor, o
receptor e a antena. Cabe ao transmissor transformar um
tipo de mensagem que pode ser som da voz de uma pessoa ou imagens de TV em onda
senoidal que é transmitido por ondas eletromagnéticas. O receptor fará o contrário
enquanto as antenas de transmissão e recepção farão a ligação entre essas partes.

Mas como funciona um transmissor? Pense numa bateria e num pedaço e fio elétrico.
A bateria fornece corrente elétrica que é uma corrente de elétrons em movimento ordenado.
Os elétrons em movimento criam um campo magnético ao redor do fio que pode ser
percebido quanto aproximamos uma bússola do fio, vendo a deflexão da agulha indicando
que ali existe um campo magnético.
RÁDIO PIRATA

Imagine agora o seguinte: um outro fio


elétrico é colocado paralelo ao fio da bateria a
uns 5 centímetros de distância. Se você
colocar um voltímetro nesse outro fio você irá
verificar que toda a vez que você conectar ou
desconectar o primeiro fio da bateria, irá sentir
uma voltagem e uma corrente muito pequena
no segundo fio. O campo magnético variável
irá induzir um campo elétrico em um
condutor. Em resumo, a bateria crua fluxo de
elétrons no primeiro fio, os elétrons em movimento criam um campo magnético ao redor do
fio, esse campo magnético estende-se até o segundo fio e dessa forma, os elétrons
começam a fluir no segundo fio toda vez que o campo magnético no primeiro fio muda.

Assim os elétrons fluem no segundo fio somente quando ocorre a conexão ou


desconexão da bateria, o que significa que os elétrons fluem no segundo circuito apenas
quando o campo magnético estiver variando, caso contrário isso não acontece. Ao conectar
e desconectar a bateria o campo magnético varia. Significa que quando você liga a bateria o
fio cria o campo magnético e quando você desconecta a bateria o campo é anulado. E é
quando os elétrons fluem no segundo fio, exatamente quando há essa variação.

Um transmissor transmitindo uma onda senoidal no espaço com uma antena é o que
chamamos de estação de rádio. Porém a onda seno não contém nenhuma informação. É
preciso antes modular a onda de alguma forma para codificar a informação que desejamos
transmitir. Três são as formas de modular uma onda e assim dar a ela uma utilidade prática: a
de transmitir uma informação. É somente quando modulamos uma onda seno com
informações que as informações são transmitidas.

1) Modulação por pulso: nesse alternativa a onda é ligada e desligada e que é a


forma de enviar código Morse.

2) Amplitude modulada: é o que fazem as estações de rádio AM e imagens de TV.


Nessa alternativa, a amplitude da onda senoidal, ou a tensão de pico a pico é que
muda. No exemplo prático, a onda senoidal produzida pela voz da pessoa é
colocada sobre a onda senoidal do transmissor para variar sua amplitude.
RÁDIO PIRATA

3) Frequência modulada: utilizadas por estações de rádio FM, incluindo telefones


sem fio e celulares. A vantagem da FM é que ela é imune a ruídos. Nessa
alternativa, a frequência da onda senoidal do transmissor muda ligeiramente
baseada no sinal da informação que queremos transmitir.

Mas o que acontece quando sintonizamos uma rádio AM no carro e na frequência de


680 do dial do rádio? A onda senoidal do transmissor que está sendo transmitida a 680 mil
ciclos por segundo ou 680 mil hertz, ou ainda 680 kHz tem a amplitude da onda senoidal
variada ou modulada à medida que o DJ fala. Ou seja a voz do locutor do rádio é modulada
à medida que a a amplitude da onda portadora vai variando. Na estação AM o amplificador
amplifica o sinal e a antena envia as ondas de rádio para o espaço. No carro, o receptor de
AM recebe o sinal de 680 kHz que o transmissor enviou extraindo dele as informações
carregadas (no caso a voz do DJ).

Mas para que o transmissor possa enviar uma mensagem é necessário a existência de
uma antena. É ela quem capta as ondas de rádio do transmissor. Basicamente, a antena é
uma haste de arame ou metal que aumenta a quantidade de metal com que as ondas do
transmissor podem interagir. O receptor do rádio utiliza-se de um sintonizador. A antena
recebe as milhares de ondas senoidais e o sintonizador tem por função de separar uma onda
senoidal e milhares de sinais de rádio que a antena recebe. No nosso exemplo, o
sintonizador foi ajustado para receber o sinal de 600 kHz.

O sintonizador faz com que o rádio receba somente uma frequência de onda
senoidal, no exemplo a onda de sinal de 600 kHz. O aparelho de rádio extrai a voz do DJ da
onda senoidal através do detector ou demodulador. Mas como funciona a antena? Todo
rádio e até o telefone celular que usamos tem uma antena. Mesmo os aparelhos de hoje
embora não apareçam tem uma antena que está embutida. Assim vemos antenas de todas
RÁDIO PIRATA

as formas e tamanhos que irá depender da frequência que esses rádios estiverem tentando
receber. A antena por ser qualquer coisa, desde um fio longo e duro até uma gigantesca
antena parabólica. Os transmissores de rádio também usam torres de antenas
extremamente altas para transmitir seus sinais. A antena de um transmissor tem a função de
lançar ondas de rádio no espaço, enquanto a antena de um receptor tem por função receber
tanto potência do transmissor quanto for possível e fornecê-la ao sintonizador. Os satélites
que estão em órbita da Terra usam enormes antenas parabólicas de até 60 metros de
diâmetro.

Vamos agora descrever como funciona uma radiotransmissão utilizando a antena. A


ideia é construir uma torre de rádio para uma estação de rádio AM de 680 kHz. Ela transmite
o sinal senoidal com uma frequência de 680 mil hertz. Em um ciclo da onda senoidal, o
transmissor vai mover os elétrons dentro da antena em uma direção, alternar e puxá-los de
volta, alternar e puxá-los para fora e então alternar e movê-los de volta novamente. Ou seja,
os elétrons vão mudar de direção quatro vezes durante um ciclo de onda seno. Se o
transmissor estiver funcionando em 680 kHz, significa que cada ciclo se completa em
1/680.000 ou 0,00000147 segundos. Um quarto disto é 0,0000003675 segundos. A
velocidade da luz, os elétrons conseguem viajar a 0,11 km em 0,0000003675 segundos. Isto
significa que o tamanho adequado da antena para um transmissor de 680 mil hertz é de
cerca de 110 metros. Estações de rádio AM necessitam de torres muito altas. Para um
telefone celular que funciona a 900 MHz, por outro lado, o tamanho favorável de antena é
de cerca de 8,3 centímetros. É por isso que os telefones celulares têm antenas pequenas.

Vários tipos de antenas

Referência: Howsutffworks, comotudofunciona.


RÁDIO PIRATA
RÁDIO PIRATA

Texto complementar da aula 2: Características das principais


radiações

Ondas de Rádio

"Ondas de rádio" é a denominação dada às ondas desde frequências muito


pequenas, até 1012 Hz, acima da qual estão os raios infravermelhos.
As ondas de rádio são geradas por osciladores eletrônicos instalados
geralmente em um lugar alto, para atingir uma maior região. Logo o nome "ondas de
rádio" inclui as micro-ondas, as ondas de TV, as ondas curtas, as ondas longas e as
próprias bandas de AM e FM.

Ondas de rádio propriamente ditas

As ondas de rádio propriamente ditas, que vão de 104 Hz a 107 Hz, têm
comprimento de onda grande, o que permite que elas sejam refletidas pelas camadas
ionizadas da atmosfera superior (ionosfera).

Estas ondas, além disso, têm a capacidade de contornar obstáculos como


árvores, edifícios, de modo que é relativamente fácil captá-las num aparelho rádio-
receptor.

Ondas de TV

As emissões de TV são feitas a partir de 5x107 Hz (50 MHz). É costume


classificar as ondas de TV em bandas de frequência (faixa de frequência), que são:

 VHF : very high frequency (54 MHz à 216 MHZ - canal 2 à 13);
 UHF : ultra-high frequency (470 MHz à 890 MHz - canal 14 à 83);
 SHF : super-high frequency;
 EHF : extremely high frequency;
 VHFI : veri high frequency indeed.
RÁDIO PIRATA

As ondas de TV não são refletidas pela ionosfera, de modo que para estas
ondas serem captadas a distâncias superiores a 75 km é necessário o uso de estações
repetidoras.

Micro-ondas

Micro-ondas correspondem à faixa de mais alta frequência produzida por


osciladores eletrônicos. Frequências mais altas que as micro-ondas só as produzidas
por oscilações moleculares e atômicas.

As micro-ondas são muito utilizadas em telecomunicações. As ligações de


telefone e programas de TV recebidos "via satélite" de outros países são feitas com o
emprego de micro-ondas.

As micro-ondas também podem ser utilizadas para funcionamento de um radar.


Uma fonte emite uma radiação que atinge um objeto e volta para o ponto onde a
onda foi emitida. De acordo com a direção em que a radiação volta pode ser
descoberta a localização do objeto que refletiu a onda.
RÁDIO PIRATA

Luz visível

Note que nosso olho só tem condições de perceber frequências que vão de
4,3x10 Hz a 7x1014, faixa indicada pelo espectro como luz visível.
14

Nosso olho percebe a frequência de 4,3x1014 como a cor vermelha.


Frequências abaixo desta não são visíveis e são chamados de raios infravermelhos,
que têm algumas aplicações práticas.

A frequência de 7x1014 é vista pelo olho como cor violeta. Frequências acima
desta também não são visíveis e recebem o nome de raios ultravioleta. Têm também
algumas aplicações.

A faixa correspondente à luz visível pode ser subdividida de acordo com o


espectro a seguir.

Raios X

Os raios X foram descobertos, em 1895, pelo físico alemão Wilhelm Röntgen.


Os raios X têm frequência alta e possuem muita energia. São capazes de atravessar
muitas substâncias embora sejam detidos por outras, principalmente pelo chumbo.

Esses raios são produzidos sempre que um feixe de elétrons dotado de energia
incide sobre um obstáculo material. A energia cinética do feixe incidente é
parcialmente transformada em energia eletromagnética, dando origem aos raios X.

Os raios X são capazes de impressionar uma chapa fotográfica e são muito


utilizados em radiografias, já que conseguem atravessar a pele e os músculos da
pessoa, mas são retidos pelos ossos.
RÁDIO PIRATA

Os raios X são também bastante utilizados no tratamento de doenças como o


câncer. Têm ainda outras aplicações: na pesquisa da estrutura da matéria, em Química,
em Mineralogia e outros ramos.

Raios Gama

As ondas eletromagnéticas com frequência acima da dos raios X recebe o nome


de raios gama (γ).

Os raios γ são produzidos por desintegração natural ou artificial de elementos


radioativos.

Um material radioativo pode emitir raios γ durante muito tempo, até atingir
uma forma mais estável.

Raios γ de alta energia podem ser observados também nos raios cósmicos que
atingem a alta atmosfera terrestre em grande quantidade por segundo.
RÁDIO PIRATA

Os raios γ podem causar graves danos às células, de modo que os cientistas


que trabalham em laboratório de radiação devem desenvolver métodos especiais de
detecção e proteção contra doses excessivas desses raios.

Fonte:
http://www.fisica.net/einsteinjr/9/ondas_eletromagneticas.html
RÁDIO PIRATA

Textos complementares da aula 4: Como funciona um


transmissor

Padre Roberto Landell de Moura: Inventor do Transmissor de Ondas e Telefone


sem Fio

Padre Landell de Moura: foi um padre católico e inventor brasileiro.

É considerado um dos vários "pais" do rádio, no caso o pai brasileiro do Rádio. Foi
pioneiro na transmissão da voz humana sem fio (radioemissão e telefonia por radio) antes
mesmo que outros inventores, como o canadense Reginald Fessenden (dezembro de 1900).
Marconi se notabilizou por transmitir sinais de telegrafia por rádio; e só transmitiu a voz
humana em 1914. Pelo seu pioneirismo, o Padre Landell é o patrono dos radioamadores do
Brasil.
A Fundação Educacional Padre Landell de Moura foi assim batizada em sua
homenagem, assim como o CpqD (Centro de Pesquisas e Desenvolvimento) instalado em
Campinas-SP pela Telebrás em 1976 denomina-se Centro de Pesquisa e Desenvolvimento Pe.
Roberto Landell de Moura. O Exército Brasileiro em homenagem ao insigne cientista gaúcho,
concedeu em 2005 a denominação histórica de "Centro de Telemática Landell de Moura" ao
1° Centro de Telemática de Área, organização militar de telecomunicações situada na cidade
de Porto Alegre.

O Padre Landell
Roberto Landell de Moura, nascido aos 21 de janeiro de 1861, em Porto Alegre-RS,
estudou com os Jesuítas de São Leopoldo-RS a partir de 1879 antes de seguir para a Escola
Politécnica do Rio de Janeiro. Em companhia do irmão Guilherme, seguiu para Roma,
matriculando-se a 22 de março de 1878 no Colégio Pio Americano e na Universidade
Gregoriana, estudou Teologia, Física e Química e se tornou sacerdote católico em 1886. Em
Roma, iniciou os estudos de física e eletricidade. No Brasil, como autodidata continuou seus
estudos, e realizou as suas primeiras experiências públicas na cidade de São Paulo, no final
do século XIX.
Quando voltou ao Brasil, substituiu algumas vezes o coadjutor do capelão do Paço
Imperial, no Rio de Janeiro, e manteve longos diálogos científicos com D. Pedro II. Depois
RÁDIO PIRATA

disso, serviu em uma série de cidades dos Estados do Rio Grande do Sul e de São Paulo:
Porto Alegre, Uruguaiana, Santos, Campinas, São Paulo.
De volta ao Brasil, exerceu o ministério sacerdotal em Porto Alegre-RS (1887),
Uruguaiana-RS (1891), São Paulo-SP (1892), Campinas-SP (1893); em Campinas, ele teve o
equipamento destruído, acusado de bruxo. Em todas essas localidades ele fazia
demonstrações de transmissões da palavra à distância; na capital paulista, transmitiu sinais
sonoros da hoje Avenida Paulista até Santana, numa distância de 8 quilômetros. No ano de
1900, registrou a patente n.º 3.279 sobre seu aparelho apropriado à transmissão da palavra à
distância, com ou sem fios, através do espaço, da terra e da água.
Em 1904, o padre Landell registrou nos Estados Unidos o transmissor de ondas, o
telefone sem fio e o telégrafo sem fio. Além disso, inventou a válvula de três eletrodos, uma
peça fundamental para o desenvolvimento da radiodifusão. De volta ao Brasil no ano
seguinte, no Rio de Janeiro, o inventor solicitou ao Presidente Rodrigues Alves dois barcos
para poder demonstrar o seu invento; ocasião em que foi tachado de "maluco e espírita" e
teve seu equipamento destruído outra vez. O humilde clérigo foi então exercer o seu ofício
religioso em Botucatu-SP e Mogi das Cruzes-SP. Depois, em Porto Alegre-RS, nas paróquias
do Menino Deus e do Rosário.
Padre Landell morreu em Porto Alegre aos 30 de julho de 1928. Nos escritos teóricos
e nas experiências concretas do padre Landell há descobertas científicas que eram bem mais
avançadas do que as de Marconi. Por falta de compreensão e recursos financeiros, até as
patentes sobre seus inventos ficaram no esquecimento. Em 1967, foi criada em Porto Alegre
a Fundação Padre Landell de Moura, que tem o objetivo de promover a educação por meio
do som e da imagem.

Réplica funcional do Transmissor de Ondas, construída por Marco Aurélio Cardoso Moura em
Maio de 2004.

Transmissão da voz
Foi pioneiro na transmissão da voz, utilizando equipamentos de rádio de sua
construção patenteados no Brasil em 1901, e, posteriormente, nos Estados Unidos em 1904.
Landell transmitiu a voz humana por meio de dois veículos; o primeiro, um transmissor de
ondas que utilizava um microfone eletromecânico de sua invenção que recolhia as ondas
sonoras através de uma câmara de ressonância onde um diafragma metálico abria e fechava
RÁDIO PIRATA

o circuito do primário de uma bobina de Ruhmkorff, e induzia no secundário dessa bobina


uma alta tensão que era irradiada ou através de uma antena ou de duas esferas
centelhadoras. A detecção era feita por dispositivos que foram sendo melhorados ao longo
do tempo.

Patente do Telefone Sem Fio emitido pelos Estados Unidos ao Padre Landell

O segundo meio utilizado pelo cientista era através do aparelho de telefone sem fio,
que utilizava a luz como uma onda portadora da informação de áudio. Neste aparelho, as
variações das pressões acústicas da voz do locutor eram transformadas em variações de
intensidade de luz, de acordo com a onda de voz, que eram captadas em seu destino por
uma superfície parabólica espelhada em cujo foco havia um dispositivo cuja resistência
ohmica variava segundo as variações da intensidade de luz. No circuito de detecção havia
apenas o dispositivo fotossensível, uma chave, um par de fones de ouvido e uma bateria. Por
utilizar a luz como meio de transporte de informação, Landell é considerado um dos
precursores das fibras ópticas.
O Padre Landell realizou experiências a partir de 1892 e 1893, em Campinas e em São
Paulo. O jornal O Estado de S.Paulo noticiou que, em 1899, ele transmitiu a voz humana a
partir do Colégio das Irmãs de São José, hoje Colégio Santana, no alto do bairro de Santana,
zona norte da capital paulista. Também efetuou demonstrações públicas de seu invento no
dia 3 de junho de 1900 sendo noticiada pelo Jornal do Commercio de 10 de junho de 1900:
RÁDIO PIRATA

"No domingo passado, no alto de Santana, na cidade de São Paulo, o padre Landell
de Moura fez uma experiência particular com vários aparelhos de sua invenção. No intuito
de demonstrar algumas leis por ele descobertas no estudo da propagação do som, da luz e
da eletricidade através do espaço, as quais foram coroadas de brilhante êxito. Assistiram a
esta prova, entre outras pessoas, Percy Charles Parmenter Lupton, representante do governo
britânico, e sua família".
Em 1903, Arthur Dias, em seu livro "Brasil Actual", faz referência a Landell de Moura,
descrevendo, entre outras coisas, o seguinte:
"logo que chegou a S. Paulo, em 1893, começou a fazer experiências preliminares, no
intuito de conseguir o seu intento de transmitir a voz humana a uma distância de 8, 10 ou 12
km, sem necessidade de fios metálicos.”
Após alguns meses de penosos trabalhos, obteve excelentes resultados com um dos
aparelhos construídos. O telefone sem fios é reputado a mais importante das descobertas do
Padre Landell, e as diversas experiências por ele realizadas na presença do vice-cônsul inglês
de S. Paulo, Sr. Percy Charles Parmenter Lupton, e de outras pessoas de elevada posição
social, foram tão brilhantes que o Dr. Rodrigues Botet, ao dar notícias desses ensaios, disse
não estar longe o momento da sagração do Padre Landell como autor de descobertas
maravilhosas".

Incompreensão e descaso do Brasil


O êxito das experiências do Padre Landell não tiverem a devida acolhida das
autoridades brasileiras da época, conforme se verifica em reportagem publicada no jornal La
Voz de España, (editado em S. Paulo), no dia 16 de dezembro de 1900, que diz:

"quantas e que amargas decepções experimentou Padre Landell ao ver que o


governo e a imprensa de seu país, em lugar de o alentarem com aplauso, incentivando-o a
prosseguir na carreira triunfal, fez pouco ou nenhum caso de seus notáveis inventos."

Estava em Campinas quando, numa tarde, ao retornar da visita a um doente,


encontrou a porta da casa paroquial arrebentada e seu laboratório e instrumentos
completamente destruídos.
Visto por uma população ignorante como "herege", "impostor", "feiticeiro perigoso",
"louco", "bruxo" e "padre renegado" por seus experimentos envolvendo transmissões de
rádio dois dias antes em São Paulo, pagou com sofrimento, isolamento e indiferença sua
posição de absoluto vanguardismo científico.
Em junho de 1900, por carta, Landell de Moura pretendeu doar seus inventos ao
governo britânico, como registrou em pesquisa para doutorado na USP, em 1999, o
historiador da ciência Francisco Assis de Queiroz.
Em 1905, ao retornar ao Brasil após uma estada de três anos nos Estados Unidos,
ainda teve energia para enviar uma carta ao presidente da República, Rodrigues Alves.
Solicitava dois navios da esquadra de guerra para demonstrar os seus inventos que
revolucionariam a comunicação (chegou a dizer que, no futuro, haveria comunicação
interplanetária). O assistente do presidente, no entanto, preferiu interpretá-lo como um
"maluco" e o pedido foi negado. Na Itália, quando fez um pedido semelhante, Marconi teve
toda a esquadra à disposição.
RÁDIO PIRATA

Landell não conseguiu financiamento privado ou governamental para continuar as


suas pesquisas nem para construir equipamentos de rádio em escala industrial.

Fonte: http://www.sarmento.eng.br/Padre_Roberto_Landell_de_Moura.htm

Circuito Ressonante LC Paralelo

Introdução

Este relatório tem como tema “Circuito Ressonante LC Paralelo”. Segue, na Introdução
Teórica, uma breve explicação sobre o princípio de funcionamento de capacitores e
indutores, para melhor entendimento de um Circuito Ressonante (LC Paralelo).

Introdução Teórica

Capacitores
Capacitores ou condensadores são elementos elétricos capazes de armazenar carga
elétrica e, conseqüentemente, energia potencial elétrica.
Podem ser esféricos, cilíndricos ou planos, constituindo-se de dois condutores
denominados armaduras que, ao serem eletrizados, num processo de indução total,
armazenam cargas elétricas de mesmo valor absoluto, porém de sinais contrários.
O capacitor tem inúmeras aplicações na eletrônica, podendo servir para armazenar
energia elétrica, carregando-se e descarregando-se muitas vezes por segundo. Na eletrônica,
para pequenas variações da diferença de potencial, o capacitor pode fornecer ou absorver
cargas elétricas, pode ainda gerar campos elétricos de diferentes intensidades ou muito
intensos em pequenos volumes.
Capacitância
A carga elétrica armazenada em um capacitor é diretamente proporcional à diferença
de potencial elétrico ao qual foi submetido.
Assim sendo, definimos capacidade eletrostática C de um capacitor como a razão
entre o valor absoluto da carga elétrica Q que foi movimentada de uma armadura para outra
e a ddp U nos seus terminais.
Essa carga elétrica corresponde à carga de sua armadura positiva.

Figura 1:Ilustração e fórmula da capacitância


RÁDIO PIRATA

A capacidade eletrostática de um capacitor depende da forma e dimensões de suas


armaduras e do dielétrico (material isolante) entre as mesmas.
A unidade de capacidade eletrostática, no Sistema Internacional de Unidades (SI), é o
farad (F).

Energia Armazenada

O gráfico abaixo representa a carga elétrica Q de um capacitor em função da ddp U


nos seus terminais.
Como, nesse caso, Q e U são grandezas diretamente proporcionais, o gráfico
corresponde a uma função linear, pois a capacidade eletrostática C é constante.

Figura2: Carga elétrica em função da ddp.

Considerando que o capacitor tenha adquirido a carga Q quando submetido à ddp


Udo gráfico, a energia elétrica Welétr armazenada no capacitor corresponde à área do
triângulo hachurado.

e como Q = C · U, então

Indutores

Indutor é um dispositivo no qual a energia elétrica é armazenada no campo


magnético criado pelas correntes que circulam por ele. Como nos capacitores, existe uma
interdependência entre a tensão nos extremos do indutor e a corrente que circula por ele.

V = L / (i / t) onde:
V = Tensão
L = Indutância em Henry
i / t = Variação da corrente num intervalo de tempo
RÁDIO PIRATA

Quanto mais rapidamente variar a corrente numa dada variação de tempo, maior será
a tensão nos terminais do indutor.
A corrente que circula através de um indutor não pode ter seu valor alterado de uma
quantidade finita, instantaneamente, pois isto implicaria em uma tensão infinita neste
instante (o indutor não aceita variações bruscas de corrente)

Reatância Indutiva

Os indutores, como os capacitores, opõem-se ao fluxo da corrente alternada. Nos


capacitores, quanto maior a frequência, menor a oposição que o capacitor oferece ao fluxo
da corrente alternada. A indutância reativa que representa a oposição que uma bobina
oferece ao fluxo de uma corrente alternada aumenta quando a freqüência aumenta. Também
a reatância indutiva aumenta quando o valor da indutância aumenta. Matematicamente
temos:

Xl = 2*pi*f*L onde:
Xl = Reatância em
Ohms
pi = 3,14
f = Freqüência em
Hertz
L = Indutância em
Henries

Esta equação mostra que a oposição ou reatância de um indutor aumenta quando se


aumenta a indutância ou a freqüência. Os indutores são componentes reativos.

Circuito LC – Ressonantes

Os circuitos LC são chamados de ressonantes, pois agem da seguinte forma:


Suponhamos que inicialmente o capacitor encontra-se carregado com um potencial
V.
No momento que o indutor é ligado, uma corrente surge no circuito, através da qual
a energia acumulada no capacitor, ½CV², passa a se transferir para o indutor.
O processo atinge um ponto máximo quando toda a energia do capacitor tiver sido
transferida para o indutor. A partir desse momento, a energia acumulada no indutor passa a
se transferir para o capacitor, através do surgimento de uma corrente contrária à corrente
inicial.
Resulta daí que a corrente é nula quando a carga no capacitor for máxima, e a
corrente será máxima quando a carga no capacitor for nula.
Este circuito apresenta um comportamento, em termos de variação de energia,
análogo ao apresentado pelo conjunto massa-mola, na ausência de qualquer tipo de atrito.
Neste caso, energia potencial acumulada na mola é transformada em energia cinética da
massa, e vice-versa.
Um resistor, se inserido, exerce o mesmo papel que o atrito no sistema massa-mola.
RÁDIO PIRATA

Através do efeito Joule, parte da energia transferida do capacitor para o indutor (e


vice-versa) será consumida no resistor.
Como os indutores são componentes que geram um campo magnético, a introdução
de um metal neste campo gera uma variação na indutância do mesmo, aumentando assim a
freqüência ressonante.

Fonte: http://www.ebah.com.br/content/ABAAAANIsAG/circuito-ressonante-lc-paralelo

Circuitos ressonantes LC

Uma lâmina de metal pelas suas dimensões e tipo de material tende a vibrar
sempre numa única frequência quando batida. Este efeito denominado “ressonância” é
aproveitado em dispositivos denominados diapasões que servem para produzir uma
nota musical padrão (lá = 440 Hz) para afinação de instrumentos. Em eletrônica
determinados circuitos também manifestam o fenômeno da ressonância. Uma bobina
(indutor) e um capacitor quando ligados em conjunto apresentam propriedades
bastante interessantes em relação aos sinais de corrente alternada. A bobina e o
capacitor formam o que denominamos “circuito ressonante”, ou seja, um circuito que
responde a sinais de determinadas frequências de um modo peculiar. Temos então
dois tipos de circuitos ressonantes LC, ou seja, formados por indutâncias (L) e por
capacitâncias (C).

Circuito ressonante paralelo: quando ligamos um capacitor em paralelo com


um indutor (figura 1) , o circuito assim formado ressoa numa frequência que é dada
pela fórmula:

Fórmula

L em henry (H)
f em hertz (Hz)
C em farads (F)
π = 3,1416 (﴾constante)﴿

A condição de ressonância é obtida para a frequência em que a reatância


RÁDIO PIRATA

capacitiva (Xc) é igual a reatância indutiva (XL), conforme sugere o gráfico da figura
200. Neste circuito o que ocorre então é que os sinais de todas as frequências que
sejam aplicados encontram uma baixa resistência para sua passagem, exceto os sinais
da frequência para o qual o circuito é ressonante que encontram uma resistência
infinita. O circuito deixa passar todos os sinais, menos os da frequência para a qual ele
é sintonizado.
Este circuito é utilizado na sintonia de receptores, de osciladores, e de
transmissores onde o capacitor normalmente é do tipo variável ou ajustável de modo a
permitir a seleção da frequência de ressonância.
Circuito ressonante série: neste circuito o indutor é ligado em série com o
capacitor, sendo a frequência de ressonância dada pela mesma fórmula (figura 2).

No caso o circuito apresenta uma baixa resistência somente para o sinal da


frequência na qual ressoa, apresentando uma impedância infinita para os sinais de
outras frequências. Estes circuitos são encontrados em filtros separadores de
frequências ou de faixas, em osciladores, etc.

Fonte: http://www.newtoncbraga.com.br/index.php/almanaque/1368-alm18.html
RÁDIO PIRATA

Texto complementar da aula 7: Poluição eletromagnética

O cineasta americano Steven Spielberg não faria melhor. Assim que os operários de
um prédio em construção em São Paulo movimentaram o guindaste para iniciar mais um dia
de trabalho, faíscas estalaram e um festival de raios começou a sair do equipamento. Assus-
tados, os trabalhadores ainda teriam uma surpresa digna do filme Poltergeist. Vozes e sons
apavorantes ecoaram, fazendo alguns acreditar que a construção estava realmente sobre
solo mal-assombrado. Estavam enganados.

Os próprios operários perceberam pouco depois que as vozes fantasmagóricas emi-


tidas pelo guindaste eram nada mais que as dos locutores de uma estação de rádio paulista-
na. O episódio ocorrido em 1987 não viraria tema de cinema, mas sim de discussões sobre
um fenômeno nada sobrenatural nas grandes cidades: a poluição eletromagnética. Ocorrên-
cias estranhas como essa estão se tornando comuns nos grandes centros urbanos, onde an-
tenas de transmissão de rádio e TV e equipamentos industriais se aglomeram, gerando uma
caótica teia de sinais eletromagnéticos. As ondas viajam pelos ares e invadem tudo que po-
dem. Dentro de casa, somam-se ainda a outros comparsas, os pulsos elétricos saídos dos
eletrodomésticos. O resultado é uma poluição invisível, que inutiliza aparelhos de rádio e TV,
destrói a memória de computadores, enlouquece robôs nas fábricas e pode até mesmo der-
rubar aviões.

Ou, ainda, criar guindastes mal-assombrados. "Quando me chamaram para ver o tal
guindaste, achei que fosse brincadeira", lembra-se o engenheiro eletrônico Antonio Roberto
Panicalli, especialista em desvendar as origens das mais variadas interferências eletromagné-
ticas. Professor da Escola Politécnica da Universidade de São Paulo e consultor da Telebrás,
Panicalli coleciona casos pitorescos de interferências. Certa vez, atendeu a um obstetra cujo
estetoscópio eletrônico não captava batimentos cardíacos, mas sim música sertaneja. O caso
da grua falante, porém, foi o mais impressionante visto por ele. Panicalli foi chamado às
pressas, pois, além de assustar os trabalhadores, o guindaste emitia um arco de eletricidade
em direção ao solo, o que colocava em perigo as pessoas por perto. Não foi difícil descobrir
a causa do fenômeno.

O prédio estava sendo erguido ao lado da torre de transmissão da Rádio Bandeiran-


tes, uma das mais potentes de São Paulo. "A energia irradiada era tão grande nas proximi-
dades, que a grua passou a funcionar como uma antena", conta Panicalli. O guindaste capta-
va a energia e a descarregava para o solo assim que a caçamba se aproximava do chão. Isso
explica as faíscas e o arco voltaico. Quanto às vozes, ocorreu o que se chama de "alto-
falante" iônico. Num alto-falante comum, uma tela faz o ar que está em volta vibrar propor-
cionalmente à música e às vozes dos locutores. O som nada mais é que o resultado dessa
vibração das moléculas de ar. No caso da grua falante, o que fazia o papel da tela era a pró-
pria corrente elétrica que dela saía em direção ao chão. De tão intensa, ela fazia o ar vibrar,
exatamente como faz um alto-falante comum.
Alguns efeitos da poluição eletromagnética são bem mais perigosos que gruas falantes.
"Somos obrigados a monitorar continuamente as imediações dos aeroportos de Congonhas
e Guarulhos, em busca de emissoras clandestinas de rádio", conta o engenheiro eletrônico
Roberto Freitas Moraes, chefe do serviço de radiomonitoragem da seção paulista do Depar-
tamento Nacional de Telecomunicações (Dentel).
RÁDIO PIRATA

As rádios piratas, como são conhecidas, costumam invadir as freqüências das emisso-
ras comerciais, causando-lhes transtornos e a seus ouvintes. Isso é pouco perto do perigo
que representam para os aviões. É que as emissoras de freqüência modulada (FM) transmi-
tem em uma faixa exatamente vizinha daquela utilizada nos equipamentos de radionavega-
ção dos aeroportos. Ou seja, em qualquer radio de pilha, o final do dial marca 108 mega-
hertz - a freqüência mais alta em que uma emissora pode transmitir segundo as leis. Logo
acima dos 108 MHz, começa a faixa de freqüências utilizadas pelo sistema de pouso por ins-
trumentos - um recurso eletrônico usado pelos aeroportos que envia dados por sinais de
rádio aos aviões para orientá-los em caso de tempo ruim. Se, por um erro humano ou do
equipamento, uma emissora de rádio passar a transmitir sua programação alguns megahertz
além dos 108, pode acabar interferindo catastroficamente na aterrissagem de uma aeronave.
Esse tipo de erro é praticamente impossível no caso das emissoras de rádio legais, que usam
transmissores de boa qualidade e estão constantemente sob a fiscalização do Dentel.

As rádios piratas, no entanto, costumam improvisar transmissores caseiros. Não é di-


fícil cometer erros em condições tão precárias. Intrusos ainda mais inesperados quase derru-
baram alguns Boeings nos últimos tempos, nos Estados Unidos. As empresas de aviação
mantêm segredo, mas diretores da Administração Federal de Aviação (FAA) revelaram que
pelo menos dois 747 tiveram suas rotas "levemente" alteradas por causa de aparelhos ele-
trônicos utilizados pelos passageiros a bordo. Comenta-se que um dos casos foi mais sério.
O piloto automático simplesmente se desligou, deixando o avião à mercê da sorte até que
os pilotos percebessem. O comandante do Jumbo ordenou que as aeromoças fizessem uma
investigação a bordo. Ficou constatado que a interferência estava sendo causada pelo com-
putador portátil de um passageiro, que não quis esperar o pouso para começar a trabalhar.
Por pouco não iria trabalhar nunca mais.
Por Paulo D'Amaro. Para reportagem completa, ver: Superinteressante, março de
1994.
Fonte:
http://www.escolainterativa.com.br/canais/18_vestibular/estude/fisic/tem/fis_013.asp
RÁDIO PIRATA

ATIVIDADES
RÁDIO PIRATA

Aula 2: Ondas Eletromagnéticas

Nos seguintes links :

http://www.cienciamao.usp.br/tudo/exibir.php?midia=epef&cod=_ondasel
etromagneticasean

http://www.sbf1.sbfisica.org.br/eventos/epef/x/sys/resumos/T0033-1.pdf

O professor pode ter acesso a alguns experimentos relacionados ao uso das


ondas eletromagnéticas no contexto relacionado à ciência e tecnologia, deve ser
proposto aos alunos a apresentação de dois experimentos dependendo do tempo
disponível, o experimento dos tipos de antena necessário para a cada tipo de
transmissão (TV, rádio, satélite, etc) e o experimento da interferência com isqueiro no
radio AM portátil a pilha. Em seguida deve-se iniciar um debate com os alunos sobre
as necessidades das dimensões das antenas relacionado com o comprimento de onda
a serem transmitidos e o que pode causar interferências em uma recepção de rádio,
fazendo uma conexão gradual da ciência (no caso a física das ondas eletromagnéticas)
com o aspecto tecnológico dos equipamentos que se utilizam destas para funcionar e
o contexto social a serem discutidos em aulas posteriores.
RÁDIO PIRATA

Aula 4: Como funciona um transmissor

O professor vai mostrar um pequeno transmissor de FM de curtíssimo alcance feito


em casa que pode ser construído seguindo a orientação de diversos sítios da internet como
por exemplo :

http://www.te1.com.br/2010/10/transmissor-fm-sem-placa/#axzz1yqsPQwbS
ou
http://www.te1.com.br/2009/10/tutorial-transmissor-de-fm/#axzz1yqsPQwbS

O professor munido de um rádio FM tradicional sintonizado na mesma frequência do


transmissor mostrará seu funcionamento, logo em seguida ele exibirá o esquema eletrônico
deste transmissor, os alunos devem identificar no diagrama os componentes osciladores
responsáveis por gerar a frequência central desta “micro-emissora” de rádio de acordo com
o que foi visto na aula teórica, assim o professor deve iniciar um rápido debate entre os
alunos sobre o uso de elementos estudados em Física em um equipamento utilizado no
mundo moderno.
Outra proposta de atividade caso o tempo possibilite pode ser onde o professor
incite um debate perguntando para os alunos se naquele pequeno transmissor quando em
funcionamento existe uma rádio-pirata, para isto durante o experimento ele pode regular o
transmissor para operar na mesma frequência de operação de uma rádio comercial vendo
que esta sofrerá interferência, como este pequeno transmissor tem um alcance muito curto
devido à sua baixa potência e curto período de funcionamento não provocará maiores
consequências além do terreno da escola, mas ainda assim o professor pode introduzi-los às
questões sociais do uso de uma rádio não autorizada em uma localidade preparando terreno
para as próximas aulas.

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