Profetas Maiores
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NITERÓI, 2002
Seminário Evangélico para o
Aperfeiçoamento de Discípulos
e Obreiros do Reino - SEMEADOR
Supervisão Editorial:
Pr. Luiz Cláudio Flórido
Equipe de Redatores:
Luiz Augusto Erthal
Márcia Queiroz Erthal
Valfrido Paulo Tardelly
Sheila Marques Esteves Tardelly
Adaílton França
Projeto Gráfico,
Edição e Impressão:
Mídia Express Comunicação
Comunidade Cristã
Jesus para o Mundo
Apresentação
E
ste livro foi escrito pela equipe de redatores do Seminário
Evangélico Para o Aperfeiçoamento de Discípulos e Obreiros
do Reino - SEMEADOR com base em fundamentos
recolhidos de várias fontes: autores cristãos
reconhecidamente inspirados por Deus, estudos aceitos e adotados por
outros seminários evangélicos de prestígio e, acima de tudo, a visão
específica que o Espírito Santo tem atribuído ao ministério da
Comunidade Cristã Jesus Para o Mundo.
Por se tratar de conteúdo bíblico, o assunto aqui tratado não se
esgota, em nosso entendimento, nas páginas deste ou de qualquer
outro livro. Cremos no poder revelador da Palavra de Deus, que nos
oferece novas induções a cada releitura. Por isso, o objetivo maior do
SEMEADOR não se limita ao estudo teológico, mas sim em trazer a
presença de Deus e a Palavra Rhema na vida de discípulos e obreiros
que queiram um verdadeiro compromisso com o Seu Reino.
A Bíblia e a presença de Deus são, portanto, requisitos indispensáveis
para os alunos do SEMEADOR, tanto no estudo deste livro como
durante as aulas.
“Não to mandei eu? Esforça-te, e tem bom ânimo; não te atemorizes,
nem te espantes; porque o Senhor teu Deus está contigo, por onde
quer que andares.” Josué 1:9
Equipe de Redação
Índice
Capítulo 1
Introdução aos Profetas Maiores e
Isaías - Parte I
O Espírito de Deus Falava
pela boca dos profetas 9
Capítulo 2
Isaías - Parte II
Deus fala com o seu
povo através do profeta 27
Capítulo 3
Ezequiel
Ezequiel, o
profeta dos exilados 43
Capítulo 4
Jeremias
Um homem sensível que
clama contra a apostasia 63
Lamentações: o triste
poema de Jeremias 75
Programa Curricular 84
Profetas Maiores
Introdução e
Isaías - Parte I
9
O
profeta não era simplesmente um líder religioso, mas
alguém possuído pelo Espírito de Deus. Pelo fato de o
Espírito e a Palavra estarem nele, o profeta do Antigo
Testamento, possuía três característica: (1)
Conhecimentos divinamente revelados - O propósito principal de tais
conhecimentos era encorajar o povo a permanecer fiel a Deus e ao seu
concerto; (2) Poderes divinamente outorgados - Os profetas eram levados
à esfera dos milagres à medida em que recebiam a plenitude do Espírito
de Deus; (3) Estilo de vida característico - Na sua maioria, eles tinham
abandonado as atividades seculares da vida a fim de viverem para Deus.
Os profetas do Antigo Testamento foram homens que Deus
levantou, principalmente nos períodos sombrios da história de Israel. O
ofício de profeta foi instituído no tempo de Samuel, quando o reino se
dividiu; Judá e Israel se estabeleceram como monarquias separadas. O
período dos profetas em Israel cobriu quinhentos anos, do nono ao quarto
século antes de Cristo. Depois, as vozes dos profetas silenciaram até João
Batista - Novo Testamento. Esses profetas falaram corajosamente aos reis
como ao povo a respeito dos seus pecados e falhas. As palavras que usa-
vam para repreender ou exortar o povo eram incisivas. Eles lembravam
ao povo constantemente que Jeová é o único Deus verdadeiro, assim
como dirigiam a atenção do povo para a lei.
O Espírito de Deus falava aos profetas: “Como prometera, desde a
10 Profetas Maiores
antigüidade, por boca dos seus santos profetas” (Lc 1:7). Ainda que os
profetas falassem à sua época, como já mencionamos, eles estavam
sempre antecipando acontecimentos futuros. Além disso, encontramos
princípios permanentes apresentados do povo escolhido e a vinda do
Messias. Cada um deles mostrava como Deus cumpriria seus propósitos
por meio do Messias.
De Isaías a Malaquias, no Antigo Testamento, temos os
Leia mais... livros proféticos que somam ao todo 17 livros e dividem-
se em dois grupos: maiores e menores. São assim
II Pedro 1:21 e Jeremias
chamados, não por causa da sua importância, mas pela
1:9 e 2:5 nos dá uma visão
quantidade do material escrito. Os cinco livros que
abrangente de como era
compõe os profetas maiores são: Isaías, Jeremias,
apresentada a mensagem.
Lamentações, Ezequiel e Daniel. O livro de Daniel será
estudado no livro de Escatologia.
Neste livro examinaremos os escritos de três grandes profetas: Isa-
ías, Jeremias e Ezequiel. As profecias transmitidas por estes homens não
só formam base de muitas doutrinas no Novo Testamento, tal como
Salvação, Cristologia e Escatologia, mas também proporcionam uma
abun-dância de verdades espirituais relevantes à nossa geração da
atualidade.
O LIVRO DE ISAÍAS
Posição Histórica
I
saías profetizou durante os reinados de Uzias, Jotão, Acaz
e Ezequias e talvez durante o reinado de Manassés (entre
757 a 697 aC. ) Ele foi homem de sangue real, um jovem
aristocrata de linhagem nobre. Seu pai, Amós, era o filho
mais novo de Joás, rei de Judá. Foi educado na corte e era muito
conceituado entre o povo de Israel. Não só era profeta, mas também
casou-se com uma profetisa (Is 8:3,18). Recebeu educação aprimorada.
Depois de trabalhar por 60 anos, diz a tradição que morreu como mártir
no reinado de Manassés, com 120 anos de idade.
Isaías foi mensageiro especial a Judá. Nessa época observa-se uma
podridão moral e política de Judá e Israel e o perigo constante de domínio
das nações gentílicas ao redor. A Assíria era agressiva e buscava o
poderio mundial. O Egito ficava ao sul e a Palestina era o caminho entre
Autoria
Alguns estudiosos questionam a autoria de Isaías quanto à
totalidade do livro que leva o seu nome. Não existe, porém, nenhum
fato bíblico que nos leve a rejeitar a autoria de Isaías para todo o livro.
Se aceitarmos os fenômenos das visões e revelações proféticas (Ap 1:1;
4:1-22; e 21), cai por terra o obstáculo principal à crença de que Isaías
não escreveu o livro todo. As evidências que sustentam
Leia mais... a posição que Isaías escreveu o livro se dividem em duas
categorias: (1) Evidências internas - Os numerosos
Mateus 12:17-21 com Isaías
paralelos e pensamentos marcantes entre as seções do
42:1-4; Mateus 3:3 e Lucas
livro, como por exemplo a expressão “o Santo de
3:4 com Isaías 40:3; João
Israel”, que ocorre 12 vezes nos capítulos 1-39, e 14 nos
12:37-41 com Isaías 6:9,10
capítulos 40-66. (2) Evidências externas - O testemunho
e 53 são textos que
do Talmude e do próprio Novo Testamento, que atribui
comprovam autoria de
todo o livro ao profeta Isaías.
Isaías.
O livro de Isaías foi escrito com duas ênfases distintas; por
isso, como dissemos, alguns estudiosos da Bíblia crêem que tenha
havido mais de um autor. Mas não aceitamos essa idéia, pois trata-se da
obra de um homem com duas mensagens. Na primeira parte do livro ele
descreve Israel. Na última parte, o profeta contempla Jesus levando o
peso do nosso pecado e o Cristo sendo exaltado.
Tema
O tema de Isaías é encontrado no seu próprio nome, que significa
“O Senhor é Salvador”. O tema se baseia nas circunstâncias sob as
quais o livro foi escrito. Dos capítulos 1 a 39, Judá está sendo
ameaçado pela Assíria, e a solução proposta para esse problema pelo
profeta é Israel confiar em Deus totalmente para seu livramento e não
fazer alianças com outros povos. Nos capítulos restantes o profeta é le-
vado em espírito até o tempo de exílio (150 anos à frente). Ele continua
Capítulo 1 - Isaías (Parte I) 15
falando para o povo confiar em Deus, pois somente Ele poderia dar
libertação física do cativeiro e espiritual por causa do pecado. Fica claro
o propósito de Isaías: confrontar a própria nação com a palavra do
Senhor, mostrando-lhe seus pecados e as conseqüências dos seus atos;
profetizar esperança à geração futura de exilados, que seriam restaurados;
e mostrar que Deus enviaria o Messias, suscitando esperança para o seu
povo, tanto do antigo como para o do novo concerto.
Isaías, no seu ministério, expôs os pecados do povo e chamou-o ao
arrependimento e a se voltarem para Deus. Mas seu tema principal era
“Aquele que havia de vir” - Jesus. Ele viu próxima a primeira vinda de
Cristo e a segunda vinda, distante. Mas em tudo ele via a Cristo.
Mensagem
Deus chamou Isaías como o fez com Moisés, Josué, Gideão e
Paulo. A comissão de Isaías ocorreu por ocasião da morte trágica do rei
Uzias (Is 6:1). Foi uma experiência inesquecível. A sua chamada veio em
forma de uma visão. Por anos seguidos o profeta pregou e falou da ruína
e do livramento. Privações e perigos o aguardavam, mas Deus lhe deu
força para vencer. Isaías advertiu Judá da sua loucura e rebelião (Is 1:2-
9). A nação separa-se de Deus pelos pecados da ganância, das alianças
pagãs e da idolatria (Is 2:6-9). Deus os chamou de videira infrutífera.
Reinado de Uzias
Isaías recebeu sua comissão no ano da morte do rei Uzias. Sem
dúvida ele havia escrito os capítulos 1 a 5 antes desse tempo. O longo
reinado de 52 anos desse rei foi glorioso em sua maior parte, contudo,
terminou em tristeza. Durante os últimos quatro anos de sua vida, Uzias
18 Profetas Maiores
ficou leproso. Com isso se isolou dos negócios do Estado e o reino esteve
sob a regência de seu filho Jotão. O reinado de Uzias foi um período de
prosperidade e calma, pois ele serviu ao Senhor com todo o coração.
Entretanto, a nação tornou-se religiosa e Deus viu que a atitude do
coração do povo não passava de mero formalismo. Até mesmo o
sacerdócio acabou por se corromper, deixando o povo sem conhecimento
de Deus e sem conduta moral. Quando Isaías pregou que Deus estava
prestes a abandonar Judá, isso pareceu cruel demais, porém o Senhor
estava mais interessado na pureza do coração do povo do que na
prosperidade. Com a morte de Uzias, seu filho, Jotão, o sucedeu.
Reinado de Jotão
Jotão tinha reinado em conjunto com seu pai durante 12 anos, no
período em que Uzias foi acometido pela lepra. Após a morte de seu pai,
Jotão reinou durante quatro anos. Embora tenha sido um homem reto, a
hipocrisia que corria pela nação de maneira tão degradante estava muito
generalizada para ser contida. O coração do povo estava se endurecendo,
já não aceitava facilmente a palavra do Senhor. Isaías é avisado por Deus
que sua mensagem seria muito pouco aceita.
Reinado de Acaz
“Sucedeu nos dias de Acaz...” (Is 7:1). Acaz era muito mau e
idólatra. Por causa desse pecado, Deus permitiu que Rezim, rei da Síria,
e Peca, rei de Israel, invadissem o seu reino. Isaías estivera calado sob o
reinado de Jotão, mas essa invasão colocou seu ministério em evidência.
“Disse o Senhor a Isaías: Agora sai ao encontro de Acaz” (Is 7:3). Ele
apelou para que Acaz colocasse sua confiança em Deus, em vez de
procurar ajuda em Tiglate-Pileser de Nínive.
Deus enviou o profeta para encorajar Acaz. Ele deu a Acaz um
sinal de que Judá não iria perecer - a profecia do Emanuel, Jesus Cristo.
Acaz recusou a evidência sobre a qual sua fé poderia ter-se firmado. Ele
fez seus próprios planos com a Assíria e essa nação em que se apoiou iria
tornar-se o instrumento do seu castigo. Seguiu-se, então, a sentença de
condenação sobre o rei e a terra (Is 8:6-22).
Capítulo 1 - Isaías (Parte I) 19
Reinado de Ezequias
O seu reinado ocupa um dos períodos mais importantes de toda a
história de Israel. Ele foi um rei piedoso, mas infelizmente herdou de seu
pai dois problemas: a aliança com a Assíria e os males do pecado que
abundava na nação. Os exércitos assírios, como uma nuvem de
tempestade, estavam ameaçando as fronteiras do norte e logo depois
tomavam Israel. Nesse período Ezequias completou o sexto ano do seu
reinado. Esse êxito aguçou os assírios para obter outras conquistas. Oito
anos mais tarde eles invadiram Judá.
O período crítico do reinado de Ezequias foi o décimo-quarto ano.
Os implacáveis guerreiros assírios estavam perto das muralhas de
Jerusalém; podia-se vê-los se aproximando por causa da fumaça que
subia das cidades que incendiavam. O rei Ezequias tomou os tesouros do
templo e todo o ouro da cidade a fim de subornar os invasores. Em
desespero, buscou ajuda no Egito. Mas nada lhe valeu em face da fúria
dos assírios. Por fim, os assírios acamparam-se ao redor de Jerusalém e
exigiam a sua rendição. Ezequias, então, apelou pela ajuda de Deus e em
resposta a nação foi maravilhosamente liberta da Assíria. Parecia que
acontecia um reavivamento espiritual em Jerusalém, contudo, era
somente uma reação superficial. O povo estava com as vidas repletas de
pecado e pensavam que isso não era visto por Deus.
Reinado de Manassés
Acredita-se que Manassés reinava nos dias em que Isaías escreveu a
última parte do livro. As figuras de corrupção descritas por Isaías no
final de seu livro são compatíveis com o reinado de Manassés, filho de
Ezequias, que envolveu a nação em profundo pecado. Outro fato é que
Isaías registra a morte de Senaqueribe, rei da Assíria, que morreu cinco
anos após a coroação de Manassés. E é bem provável que Isaías tenha
20 Profetas Maiores
Exercícios:
de Israel?
a) Mil anos
b) Quinhentos anos
c) Duzentos anos
chamados?
consolatória.
Ezequias.
B. Sobre o rei Uzias 13. ____Rei muito mau e idólatra. Por isso
C. Sobre rei Jotão 14. ____Foi um rei piedoso, mas infeliz ente
fundo pecado.
ANOTAÇÕES
24 Profetas Maiores
ANOTAÇÕES
25
Profetas Maiores
Isaías - Parte II
27
O
s cinco primeiros capítulos de Isaías foram escritos
durante o reinado de Uzias. Nesse período, Judá e
Israel receberam de Deus a sua lei, o seu templo e as
suas promessas; no entanto, viviam no pecado,
menosprezavam o concerto divino e suas demais bençãos. Por isso Deus
Texto-base: iria castigá-los. “A vossa terra será assolada” (1:7). No seu empenho de
Is. 1-35 levar Judá ao arrependimento, Deus permitiu o despojo da sua terra por
estrangeiros. “Vinde, então, e argüi-me” (1:18). Deus não queria
condenar e destruir o seu povo. Ele perdoaria tudo se eles tão-somente se
arrependessem, cessassem de fazer o mal, cuidassem de fazer o bem e
obedecessem à sua Palavra.
Do capítulo 2 ao 5, temos uma mensagem profética que fala do
presente, de um futuro próximo e de um futuro muito distante. Isaías
condena a hipocrisia do povo; prediz a invasão dos inimigos de Judá
para um futuro próximo; e, para um futuro distante, fala do plano de
Deus a se cumprir. No capítulo 5, ele fala de uma vinha que foi plantada
pelo próprio Deus, mas que produziu uvas azedas, por seria destruída.
Neste trecho vemos que Deus fez todo o possível para fazer de Judá uma
nação santa e frutífera. Mas, como recusaram, Deus destruiu a vinha.
“No ano que morreu o rei Uzias...” Assim inicia o capítulo 6.
Isaías teve uma visão de Deus, foi purificado e recebeu um chamado
28 Profetas Maiores
com que ele confiasse em Deus; mas logo veio a fracassar, não devido
aos ataques de inimigos, mas por causa de uma simples amizade. Não
foram as enfermidades, nem as guerras que o derrubaram, mas o orgulho
motivado por uma amizade imprópria. A Bíblia revela o fato de que o
pecado mortal de Ezequias foi o orgulho. Um grupo de emissários
babilônicos vieram visitar Ezequias. Estes, usando de sutileza, levaram o
rei a mostrar orgulhosamente todos os tesouros do reino. É possível
também que os emissários trouxessem um convite para o rei aliar-se à
Babilônia contra a Assíria. Sem dúvida, a visita foi de seu interesse, pois
Ezequias ficou contente com a presença dos embaixadores (Is 39:2).
Ao saber sobre a visita, Isaías ficou enraivecido e informou ao rei
que aquela amizade resultaria num desastre, assim como fez seu pai
Acaz, ao selar uma amizade com os assírios. O resultado foi desastroso,
uma vez que aquilo preparou o caminho para a invasão dos assírios.
Ezequias pagaria caro por seu erro. Deus quer que o reconheçamos nos
negócios da nação. Ele apela para o seu povo: Convertei-vos, pois, ó
filhos de Israel, àquele de quem tanto vos afastastes” (Is 31:6).
Os reinos de Judá e de Israel tinham enfraquecido tanto pela
idolatria e pela corrupção que os inimigos caíram sobre eles como lobos
sobre um rebanho. Primeiro foi Israel que rolou no pó, sob o exército
assírio. Depois Judá caiu com os babilônicos trovejando às suas portas e
derrubando as suas muralhas. Os dois reinos acabaram-se e o povo foi
leva-do cativo. Foi nessa época que Isaías viveu e profetizou em
Jerusalém. O profeta Isaías passou a vida procurando levar Israel a
conhecer a Deus e a sua Palavra. Queria que eles confiassem inteiramente
Capítulo 2 - Isaías (parte II) 31
na direção divina.
Libertação do Cativeiro por Ciro
Esse trecho prediz a libertação de Israel do cativeiro por Ciro, rei
Texto-base:
dos persas, que derrubou o império babilônico. O pensamento principal
Is. 40-48
destes capítulos é: a grandeza de Jeová em contraste com os deuses das
nações.
O capítulo 40 inicia assim: “Consolai, consolai o meu povo diz o
Senhor”. Deus exorta ao profeta que console a Israel em vista do
libertador vindouro (vv. 1-11), da grandeza de Jeová (vv. 12-26) e do seu
poder em dar forças aos exaustos (vv. 13-31). No capítulo 41, o
pensamento principal é o poder de Jeová demonstrado pela sua habilidade
de predizer acontecimentos futuros. “Calai-vos perante mim, ó ilhas.
Cheguem-se juntos ao juízo”. Este capítulo contém um desafio às nações,
a demons-trarem que têm o mesmo poder, sabedoria e presciência que o
Deus de
Israel.
Do capítulo 42 ao 45, Isaías fala sobre os libertadores de Israel.
“Eis aqui o meu servo” (Is 42:1). Aqui se fala da promessa de um
libertador espiritual, o Messias, o Servo. Essa libertação há de efetuar-se
32 Profetas Maiores
Texto-base:
Is. 49-50
Redenção pelo sofrimento e sacrifício
Esses capítulos levam-nos ao próximo plano de Deus, onde Ele
promete enviar o seu “Servo” para expiar os pecados do povo. O
cativeiro manteve os pecados dos judeus constantemente diante deles.
Porém, aqui, Deus promete remover não somente o cativeiro, mas
também a culpa do pecado.
No capítulo 49, vemos o ministério do Servo de Jeová, o Messias,
o Cristo. Seu esforço inicial era restaurar Israel a Deus. O ministério dos
Capítulo 2 - Isaías (parte II) 33
AS BENIGNIDADES DO SENHOR
Leia do capítulo 63:7 a 64:12, sobre as benignidades do Senhor. Isaías louva a Deus
por sua compaixão e bondade, confessa os pecados de Israel, e intercede por seu
livramento do juízo e pela redenção por Deus prometida.
Exercícios
1. Deus permitiu o despojo da terra de Judá. Ele não queria condenar e
destruir o seu povo. Ele perdoaria tudo se:
a) Arrependessem-se.
b) Cessassem de fazer o mal.
c) Obedecessem à Sua palavra.
d) Todas as alternativas estão corretas.
Capítulo 2 - Isaías (parte II) 37
2. Judá uniu força com o Egito para esmagar a Assíria. Mas a Assíria,
numa invasão rápida, esmagou os dois. Jerusalém foi sitiada pelos
assírios e eles arrasaram...
a) Duas cidades próximas.
b) Trinta e seis cidades próximas.
c) Quarenta e seis cidades próximas.
d) Todas as alternativas estão erradas.
B. “Põe em ordem a tua casa, 12. ____ Mas os ímpios não têm
porque morrerás e não viverás”. paz.
ANOTAÇÕES
Profetas Maiores
Ezequiel
43
Ezequiel, o profeta
dos exilados
Posição Histórica
E
zequiel exerceu seu ministério de profeta na Babilônia,
começando sete anos antes da destruição de Jerusalém, e
encerrando cerca de quinze anos depois. Daniel e Jeremias
foram contemporâneos de Ezequiel. Jeremias exerceu seu
ministério profético em Judá, Daniel exerceu na corte Babilônica; e
Ezequiel exerceu seu ministério aos judeus exilados. Ezequiel tinha 25
anos de idade, quando foi levado para a Babilônia. Ficou em um
acampamento ao Norte, perto do rio Quebar, juntamente com o restante
do povo.
O livro de Ezequiel declara ao povo escolhido que Deus cumprirá
suas promessas. Sua terra, sua cidade e seu templo serão restaurados.
Traz a revelação do plano de Deus para eles.
É um livro para todos os tempos, porque o tempo de Deus sempre
se revela pelo seu modo de tratar os judeus. Israel está começando a
voltar para a sua terra e a história divina está se processando. A nação
agora existe oficialmente. Quando o judeu se movimenta, sabemos que
Deus está se preparando para agir.
Autoria
O livro claramente atribui suas profecias a Ezequiel. O uso do
44 Profetas Maiores
Tema
Como a de Isaías, a sua mensagem foi de denúncia e consolação, de
juízo e da glória de Deus. “O ponto central das predições de Ezequiel é a
destruição de Jerusalém. Antes deste acontecimento seu motivo principal
era chamar ao arrependimento aqueles que viviam em segurança
descuidada, admoestando-os a que não abrigassem a esperança de que,
com a ajuda dos egípcios, sacudiriam o jugo da Babilônia (17:15-17), e
assegurando-lhes que a destruição da cidade e do templo eram inevitáveis
e se aproximavam rapidamente. Depois desse acontecimento, seu cuidado
principal foi consolar os judeus desterrados, dando-lhes promessas de li-
bertação futura e restauração na sua terra; animando-os com a certeza de
bênçãos futuras.”
Mensagem
O livro de Ezequiel está bem organizado e seus quarenta e oito
capítulos dividem-se naturalmente em quatro seções principais: 1. O
volume introdutório descreve a poderosa visão que Ezequiel teve da
glória e do trono de Deus e o encargo divino recebido (1-3); 2. Contém,
em seguida, mensagem de juízo vindouro e inevitável de Judá e
Jerusalém, devido à apostasia e rebeldia do povo (4-24); 3. Traz
Capítulo 3 - Ezequiel 45
Senhor” (v. 27). Ele não poderia pregar suas próprias palavras ou
pensamento, deveria aguardar, pois, Deus lhe daria a mensagem.
A missão e mensagem de Ezequiel ao povo era de condenação.
Deus chamou Ezequiel a fim de explicar e justificar sua ação, ao permitir
que seus filhos fossem levados em cativeiro. Eles tinham sido iníquos, de
coração endurecido; eram culpados de pecado inominável e de
abominação. Quando outras nações fizeram o que Israel tinha feito, Deus
as destruiu. Todo o procedimento de Deus com Israel tinha por fim a sua
correção. “Bem sei, ó Senhor, que os Teus juízos são justos, e que com
fidelidade me afligiste” (Sl 119:75). Deus queria que o povo de Israel
soubesse que Ele era o único Deus. E a verdade é que, com todos os seus
pecados, os judeus, desde o cativeiro, nunca mais foram idólatras. Antes,
insistiam na prática da idolatria, apesar das advertências de Deus, mas
depois que saíram da Babilônia nunca mais caíram nesse pecado.
Deus colocou Ezequiel para ser uma torre entre o seu povo no
cativeiro, junto ao rio Quebar na terra dos caldeus. Deus disse a
Ezequiel: “Fiz a tua fronte como o diamante, mais dura do que a
pederneira” (3:9). Ele foi enviado ao seu próprio povo. Às vezes é mais
fácil ir como missionário a um país distante do que falar de Cristo aos
membros da nossa família ou aos nossos amigos.
Talvez Deus nos esteja falando como a Ezequiel: “Porque tu não és
enviado a um povo de estranho falar nem de língua difícil, mas à casa de
Israel... Eia, pois , vai aos do cativeiro, aos filhos do teu povo, e, quer
ouçam quer deixem de ouvir, fala com eles” (3:5,11). Era uma tarefa
difícil falar a falsos profetas, anciãos, pastores e príncipes, mas era
A mensagem profética de
juízo para Judá e Jerusalém
Ezequiel advertiu o povo, que não deviam alimentar a falsa espe-
Texto-base: rança de que Jerusalém sobreviveria ao julgamento. Os pecados passados
Ez 4-24 e presentes provocavam a sua segura ruína. Ezequiel anuncia sua
mensagem de juízo através de várias visões, parábolas e atos simbólicos.
Nos capítulos 4 a 7 temos sinais proféticos do juízo vindouro. Deus
ordenou que Ezequiel simbolizasse o cerco de Jerusalém e o exílio
subseqüente por meio de atos específicos. Ele retratou esses eventos
simbolicamente com um tijolo que continha gravado o mapa da cidade de
Jerusalém e colocou ao redor deste uma cerca em miniatura, feita de
arma usada naquele tempo. Tomou também um sertã de ferro e colocou-a
por muro. O sertã de ferro simbolizava o pecado que os separavam de
Deus e a cerca de miniatura a força resistente dos babilônios.
“Tu também deita-te sobre o teu lado esquerdo e põe a maldade da
casa de Israel sobre ele; conforme o número dos dias que te deitares
sobre ele, levarás as suas maldades” (4.4). Ezequiel deveria suportar, de
modo simbólico, o castigo que Ele determinara sobre Israel e Judá. Cada
dia que Ezequiel ficava deitado sobre seu lado, representava um ano de
pecado da nação hebréia como um todo.
Em outro sermão ilustrativo (capítulo 5), Ezequiel raspou a cabeça
e dividiu o cabelo em três porções. Um parte foi queimada,
representando os que morreriam de peste e de fome; uma outra parte foi
cortada com uma espada, significando os que morreriam pela espada; e
uma outra parte foi espalhada ao vento, significando que alguns seriam
dispersos no exílio. Uma pequena porção dos seus cabelos foi separada e
colocada nas vestes, representando um pequeno grupo dos pobres que
permaneceriam na terra.
Os capítulos 8-11, descrevem como Deus levou Ezequiel a
Capítulo 3 - Ezequiel 51
seus habitantes são pedaços de carne e ossos que foram colocados dentro
da panela; e o fogo é o julgamento de Deus ardendo do lado de fora e ao
redor da cidade (24:13,14).
Texto-base:
Profecias contra as nações
Ez. 25-32
Em Ezequiel 25 a 32 temos declarações sobre a destruição de
nações vizinhas. Isaías fez advertências nos capítulos 13 a 23 e Jeremias
nos capítulos 46 a 51. Cada um deles mencionou nações diferentes.
Ezequiel advertiu a Amom, Moabe, Edom, Filístia, Tiro, Sidom e o
Egito. O que é notável a respeito dessas profecias é que foram proferidas
quando essas cidades e nações foram fortes e poderosas. Cada uma delas
caiu em estado de completa desolação ou passou a ocupar um lugar
insignificante entre as potências mundiais. Muitas das profecias
específicas já se cumpriram em seus mínimos pormenores.
Falaremos um pouco das mensagens de juízo sobre as nações
mencionadas:
Os amonitas (25:1-7) - A causa do castigo: seu regozijo pela
calamidade de Judá (v. 3). A forma do castigo: invasão e desolação.
Moabe (25:8-11) - A causa do castigo: sua insinuação de que Judá
não era melhor do que os pagãos que adoravam ídolos – um golpe
indireto contra Jeová (v.8). A forma do castigo: invasão.
Edom (25:12-14) - A causa do castigo: a sua atitude para com Judá
no dia de sua calamidade (v.12). A forma do castigo: retribuição às mãos
de Israel.
Filístia (25:15-17) - A causa do castigo: aproveitar-se da
calamidade de Judá para desafogar seu ódio antigo contra ela (v.15). A
forma do castigo: destruição.
Tiro (capítulos 26-28) - A causa do castigo: seu regozijo pela queda
de Jerusalém, na expectativa de lucrar com sua perda (26:2); a exultação
blasfema do príncipe de Tiro, aquele que lhe dá o poder – Satanás, o
deus e o príncipe deste mundo. A forma do castigo: invasão e destruição
por Nabucodonosor e desolação perpétua.
Sidom (28:20-24) - A causas do castigo: eram como cardos (planta
espinhosa) perfurantes à casa de Israel, pois foram o meio de lançar
Israel no pecado e os instrumentos do seu castigo (comparar com
Números 33:55). A forma do castigo: matança e pestilência.
54 Profetas Maiores
Exercício
1. O ponto central das predições de Ezequiel é:
a) Isaías
b) Miquéias
c) Ezequiel
b) Alimentar-se da palavra
c) Aborrecer o pecado
a) contaminação
b) missão
c) correção
povo de Deus.
a Assíria.
um símbolo de Judá.
58 Profetas Maiores
ANOTAÇÕES
60 Profetas Maiores
ANOTAÇÕES
Profetas Maiores
Jeremias
63
Posição Histórica
O
ministério de Jeremias foi dirigido a Judá (reino do
sul), durante os últimos 40 anos de sua história (626 -
586 a.C.) Ele viveu para ser testemunha das invasões
babilônicas a Judá, que resultaram na destruição de
Jerusalém e do templo. Jeremias foi chamado para ser profeta no décimo-
terceiro ano do reinado de Josias. Ele foi contemporâneo da profetisa
Hulda, de Habacuque, Sofonias, Ezequiel, Daniel e talvez mesmo de
Naum.
Era filho de Hilquias, um sacerdote de Anatote na Terra de
Benjamim. Mais tarde, foi para Jerusalém por causa de perseguição.
Durante os reinados de Josias e Jeoacaz, foi-lhe permitido continuar seu
ministério sem dificuldades, mas nos reinados de Jeoaquim, Joaquim e
Zedequias, sofreu perseguição severa. No reinado de Joaquim foi
aprisionado pela audácia em profetizar a destruição de Jerusalém. No
reinado de Zedequias, foi preso como desertor e permaneceu na prisão
até a tomada da cidade, época em que foi posto em liberdade por
Nabucodonosor que lhe permitiu voltar a Jerusalém. Quando retornou,
procurou impedir o povo de ir para o Egito. Porém, recusaram os seus
apelos e emigraram para lá, indo Jeremias com eles. No Egito, continuou
seus esforços para levar o povo de volta ao Senhor.
64 Profetas Maiores
Autoria
O autor do livro é indicado claramente: Jeremias. Depois de
profetizar durante vinte anos a Judá, Jeremias foi ordenado por Deus a
deixar a sua mensagem por escrito. Assim o fez, ao ditar suas profecias a
seu fiel secretário, Baruque. Visto que Jeremias estava proibido de
comparecer diante do rei, enviou então Baruque para ler as profecias no
templo. Depois disso, Jeudi as leu diante do rei Joaquim. O monarca
demonstrou desprezo a Jeremias e à palavra de Deus ao cortar e queimar
o rolo. Jeremias voltou a ditar suas profecias a Baruque, e dessa vez
incluiu até mais do que estava no primeiro rolo.
Tema
Tanto Isaías como Jeremias levaram mensagens de condenação ao
Israel apóstata. Enquanto que o tom de Isaías é vigoroso e severo, o de
Jeremias é moderado e suave. O primeiro leva uma expressão da ira de
Jeová contra o pecado de Israel; o último, uma expressão de seu pesar
por causa dele. Isaías após denunciar a iniqüidade de Israel, irrompe em
alegria ao ver a antecipação da independência vindoura. Jeremias teve um
vislumbre do mesmo acontecimento feliz, mas não foi suficiente para
enxugar-lhe as lágrimas e o seu pesar por causa do povo. Por isso
Jeremias é conhecido como “profeta das lágrimas”. O tema do livro pode
ser dito como o amor imutável de Jeová ao seu povo apóstata e sua
tristeza por causa da condição deste.
Capítulo 4 - Jeremias 65
Mensagem
Este livro profético revela que Jeremias, era um homem com uma
mensagem severa, mas de coração sensível e quebrantado. Seu espírito
sensível tornou mais intenso o seu sofrimento, à medida que a palavra de
Deus ia sendo repudiada por seus familiares e amigos, pelos sacerdotes e
reis, e pela totalidade do povo de Judá. Sua mensagem nunca foi popular.
O livro é uma coletânea de profecias dirigidas principalmente a
Judá, mas também às nações estrangeiras. É quase impossível esboçar o
livro de Jeremias cronologicamente. Algumas das primeiras mensagens
encontram-se na parte final do livro e algumas das últimas, no princípio.
Ele as escreveu num grande rolo. Sem dúvida tinha pregado suas
mensagens muitas vezes ao povo e as tinha repetido outras tantas antes de
começar a escrevê-las. Parte do livro está escrito em linguagem poética,
ao passo que outras têm a forma de prosa ou narrativa. Suas mensagens
estão entrelaçadas com os seguintes aspectos históricos: (1) o seu
chamado; (2) a história de Judá durante o reinado de Josias, Joaquim e
Zedequias; (3) a queda de Jerusalém; e (4) acontecimentos que
envolviam a Babilônia e outras nações.
Jeremias também usa símbolos dados a ele por Jeová, a fim de
ensinar ao povo. Certa ocasião usou um cinto apodrecido; em outra,
colocou um jugo no pescoço, como um boi; quebrou uma botija na
presença dos anciãos; comprou um campo e enterrou a escritura; etc.
Sua mensagem resume-se nas palavras “arrancares”, “derribares”,
“destruíres” e “arruinares”, no aspecto negativo, com relação a
repreensão do pecado e predição da destruição da cidade de Jerusalém; e
pelo aspecto positivo se define nas palavras “edificares” e “plantares”, as
quais dizem respeito às promessas de Deus de restauração de Israel.
com esse jovem reformador, mas sabia que a sua obra não era bastante
profunda. Com a morte do bom rei Josias, na batalha de Megido, Judá
sofreu uma catástrofe da qual nunca se recobrou. O rei Josias foi
sucedido por seu filho Jeoacaz.
Leia mais... Tiro e Sidom. Sua missão era arrancar e derrubar, destruir
e arruinar. Ele precisava arrancar a idolatria e o orgulho,
Compare o chamado de mas devia também edificar e plantar.
Jeremias com a de Moisés Jeremias estava empenhado na obra do Senhor porque
em Êxodo 4:10-12. Deus o incumbiu dela. Ainda que a princípio o preço
tenha sido grande, o lucro nos anos futuros foi
inestimável. Por haver-lhe sido imposta uma tarefa tão desagradável,
anos mais tarde ele exclamou: “Ai de mim, minha mãe! Pois me deste à
luz homem de rixa e homem de contendas para toda a terra!” (15:10).
Mas Deus diz a Jeremias: “Não temas diante deles; porque eu sou
contido para te livrar” (1:8).
No momento do seu chamado, o jovem Jeremias teve duas visões.
A primeira foi um ramo de amendoeira (1:11). Amendoeira é a primeira
árvore que brota na primavera. Essa visão subentendia duas coisas: (1) a
palavra de Deus através de Jeremias cumprir-se-ia rapidamente, e (2) o
povo reconheceria que Deus estava em ação e controlando o curso da
história para cumprir seus propósitos. A segunda foi uma panela a ferver,
cuja face está para a banda do norte (1:13). Refere-se aos ataques da
Babilônia contra Judá. Uma invasão viria do Norte, porque o povo de
Deus o abandonara, oferecia sacrifícios a outros deuses e
Leia mais... adorava as obras das suas próprias mãos. Junto com o
Compare a história do chamado, Deus deu a Jeremias duas promessas
chamado de Jeremias com a encorajadoras. “Porque eis que te ponho hoje por cidade
de Isaías (Is 6). forte, e por coluna de ferro, e por muros de bronze, (...).
E pelejarão contra ti, mas não prevalecerão contra ti;
porque eu sou contigo, diz o Senhor, para te livrar” (1:18,19).
salvação, não pareis; porque eu trago um mal do Norte, uma grande des-
truição” (4:6). Disse que os vingadores viriam como um leão que ruge,
subindo da ramada (4:7). Assolariam a terra com carros semelhantes ao
redemoinho e com cavalos mais velozes que águias, espalhando terror
diante deles e deixando ruínas em seu rastro (4:13). No capítulo 5
explica-se claramente o falso arrependimento de Judá. Deus pede a
Jeremias que vá às ruas de Jerusalém e encontre alguém que pratique a
justiça, mas ele não encontrou ninguém. Não encontrou no meio dos
pobres, nem dos profetas, nem dos líderes.
O cenário dos capítulo 7 ao 12 provavelmente se passa no início do
reinado de Jeoaquim, pois ele começou a reinar quando Judá era um
estado vassalo do Egito. Nesse período, quando a guerra com a Babilônia
parecia inevitável, o povo tornou-se muito religioso. Mas Jeremias
mostrou que seus atos não eram sinceros. Num dia especial em que o
povo apareceu no templo para pedir a Deus que os livrasse da Babilônia,
os falsos profetas falavam palavras encorajadoras para o povo, mas Deus
instruiu o profeta Jeremias que fosse ao templo com uma mensagem
diferente. “Mas, se deveras emendardes os vossos caminhos e as vossas
obras, se deveras praticardes a justiça, cada um com seu próximo... eu
vos farei habitar neste lugar...” (7:5,7). Do capítulo 8 até o 12, Jeremias
esteve em constante perigo de vida. O povo rejeitou as palavras do
Senhor e o cativeiro e o julgamento divino iam acontecer em breve. É
provável que durante algum tempo depois de ser chamado Jeremias
continuasse residindo em Anatote, porém não demorou que fosse forçado
a deixar a casa onde nascera, fixando residência em Jerusalém. Os
homens da sua aldeia natal haviam conspirado para matá-lo (11:18-23). A
deslealdade dos seus vizinhos, especialmente dos próprios parentes, veio
como um doloroso golpe para o desprevenido profeta. Mas Jeová lhe
disse que esse era só o começo das lutas e um tempo de preparação para
provações maiores (12;5,6).
Os maiores inimigos de Jeremias eram os sacerdotes e os profetas.
Contavam com um grande número de seguidores entre o povo. É triste
observar que a maior oposição a mensagem de Deus vinha dos que se
diziam religiosos.
No capítulo 18, temos uma mensagem simbólica em que o
relacionamento de Deus com Judá é comparado ao oleiro com o barro.
Capítulo 4 - Jeremias 71
OS ENGANOS DO CORAÇÃO
Leia o capítulo 17, onde temos a ilustração sobre os que confiam em si mesmos para a
salvação em contraposição àqueles que confiam no Senhor. “Enganoso é o coração,
mais do que todas as coisas, e perverso; quem o conhecerá? (17:9)
Lamentações: o triste
poema de Jeremias
L
amentações é um poema que foi escrito por Jeremias logo
após a destruição de Jerusalém. É um relato do lamento
de Jeremias ao contemplar as ruínas de Jerusalém.
Poderia ser chamado também o livro “das lágrimas de
Jeremias”, pois é uma referência as seus prantos. Embora o este livro
seja pouco conhecido pelos cristãos, é muito popular entre os judeus. O
Antigo Testamento hebraico o inclui como um dos cinco rolos
(juntamente com Rute, Ester, Eclesiastes e Cantares) da terceira parte da
Bíblia hebraica. Cada um desses livros era tradicionalmente lido num
evento determinado do ano litúrgico judaico. Este lia-se no meado de
julho, quando, então, os judeus relembravam a destruição de Jerusalém.
Autoria
Quanto a Jeremias ser o autor de Lamentações há um consenso
entre as tradições judaica e cristã. As evidências são as seguintes: (1) Por
II Crônicas 35:25 sabe-se que Jeremias compunha lamentações. Além
disso, o livro profético de Jeremias contém referências ao seu pranto por
causa de Jerusalém. (2) A vívida descrição em Lamentações daquele
evento catastrófico sugere um relato de testemunha ocular; Jeremias é o
único escritor que testemunhou a tragédia de Jerusalém em 586 a.C. (3)
Há vários paralelos entre o livro de Jeremias e Lamentações.
Tema
76 Profetas Maiores
Mensagem
A desolação de Jerusalém é retratada em Lamentações de modo tão
vívido e claro que indica ter sido experimentada pelo autor como um
evento recente. Jeremias tinha mais ou menos cinqüenta ou sessenta anos
quando a cidade caiu; ele sentiu profundamente esse trauma e se viu
forçado a ir para ao Egito contra a sua vontade, onde morreu. Sua ênfase
principal são as conseqüências terríveis do pecado. Jeremias destaca o
fato de que ainda que Deus seja longânimo quanto à execução, o seu
julgamento virá inevitavelmente. Também enfatiza a misericórdia de
Deus sempre que o povo se arrepende.
A humilhação de Jerusalém
Descreve a devastação de Jerusalém e o lamento do profeta e um
clamor a Deus com alma angustiada. O profeta inicia dizendo: “Como se
acha solitária aquela cidade dantes tão populosa!” (v.1). A cidade santa é
Texto-base:
personificada como uma viúva abandonada, que perdeu seus filhos e que
Lm 1
foi traída por suas amigas; a viúva está em completa solidão, sem
ninguém que a console.
A ruína de Jerusalém
Capítulo 4 - Jeremias 77
A tristeza de Jeremias
Jeremias exorta a nação a lembrar-se que Deus é misericordioso e
fiel e que Ele é bom para aqueles que n’Ele esperam. “Esquadrinhemos
Texto-base: os nossos caminhos, experimentemo-los e voltemos para o Senhor” (v.
Lm 3 40). O profeta identifica-se com o povo, num exame de consciência, vi-
sando levar o povo a voltar ao Senhor, a obedecer à sua Palavra e a uma
mudança sincera de coração. Só assim Deus os ouvirá e os restaurará.
As grandes aflições
Esse poema reitera os temas dos três anteriores. “Foi por causa dos
pecados dos profetas” (v. 13). A causa da tragédia de Judá foi
Texto-base: conseqüência principalmente da corrupção dos líderes espirituais.
Lm 4
Tristes recordações
Ele começa pedindo: “Lembra-te, Senhor, do que nos tem
sucedido; considera e olha o nosso opróbrio” (v. 1). O último capítulo de
Lamentações é uma oração intercessória, em que Jeremias reconhece
Texto-base: que, embora Deus tenha determinado a ruína, Ele ainda ouvirá o clamor
Lm 5 dos seus. Após a confissão do pecado e da necessidade de misericórdia de
Judá, Jeremias pede que Deus restaure seu povo.
Exercício
ANOTAÇÕES
82 Profetas Maiores
ANOTAÇÕES
83
1- B 1- D 1- A 1- C
2- C 2- C 2- C 2- A
3- C 3- B 3- B 3- B
4- C 4- A 4- D 4- C
5- C 5- C 5- C 5- C
6- E 6- C 6- C 6- C
7- E 7- E 7- C 7- C
8- E 8- E 8- E 8- E
9- C 9- C 9- E 9- E