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1 - Manual - IntroduçãoCNC - 3A

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MANUAL DE FORMAÇÃO

Centro de Formação Profissional

1. ESTE MANUAL REFERE-SE A:

* MODALIDADE: Aprendizagem
* PERCURSO: 521. Metalurgia e Metalomecânica
* Técnico de Manutenção Industrial de Metalurgia e
SAÍDA PROFISSIONAL:
Metalomecânica
* AÇÃO Nº: 5210731011
* UFCD: 6605
* DESIGNAÇÃO UFCD: Introdução ao CNC
* DURAÇÃO UFCD: 25h
* DATA INICIO: 30.05.2018
* DATA FIM: 02.10.2018
* FORMADOR: Jorge Manuel Duarte de Sousa Ribeiro
CENTRO DE EMPREGO E FORMAÇÃO PROFISSIONAL DE ENTRE DOURO E VOUGA

INTRODUÇÃO AO CNC

setembro de 2017 Jorge Ribeiro

MANUAL |
Comando Numérico Computorizado

04/09/2017
ARSOPI 1 11/10/2017 ARSOPI P/2

Comando Numérico Computorizado Comando Numérico Computorizado


A primeira máquina-ferramenta controlada por
computador foi uma fresadora. Com a redução progressiva dos custos e o
aumento da capacidade de cálculo dos
Ela surgiu em 1952 e destinava-se a maquinar
controladores electrónicos, a tecnologia CNC
peças de geometrias complicadas utilizadas em popularizou-se entre as indústrias pequenas e
aviões e helicópteros. médias.
Hoje, é praticamente impossível imaginar a
Na verdade, tratava-se de uma fresadora já indústria, principalmente os sectores mecânico e
existente fabricada por uma empresa metalúrgico, sem a presença de máquinas-
americana chamada Cincinnati que sofreu ferramenta CNC.
modificações em seus componentes mecânicos
e recebeu um controlador electrónico.

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Comando Numérico
Comando Numérico Computorizado Computorizado
Fabricação de peças de geometrias mais
O QUE É O COMANDO NUMÉRICO?
VANTAGENS
complexas, tolerâncias dimensionais mais
estreitas e melhor acabamento superficial;
Como definição, pode-se dizer que o Maior repetibilidade das características do
Comando Numérico é um equipamento produto: as peças produzidas são
electrónico capaz de receber informações idênticas umas às outras,
de entrada de dados, compilar estas independentemente dos factores
informações e transmiti-las em forma de humanos;
comando à máquina-ferramenta, de modo Flexibilização da produção, ou seja,
que esta, sem a intervenção do operador, possibilidade de fabricação de pequenos
realize as operações na sequência lotes de uma grande variedade de peças,
programada. sem que para isso sejam necessários
ajustes demorados no equipamento;
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Comando Numérico
Computorizado Comando Numérico Computorizado
DESVANTAGENS Os componentes típicos de uma máquina de
comando numérico são:
eixos de deslocamento;
Necessidade de investimentos transmissões;
relativamente elevados para aquisição dos dispositivos de medida de posição e de
equipamentos; deslocamento;
Necessidade de formação e
especialização de mão-de-obra, para ferramenta principal ou cabeça;
utilização de todo o potencial tecnológico sistemas de aperto das peças;
das máquinas; sistemas de mudança das ferramentas;
Desemprego nos segmentos de indústria eixos complementares de rotação e de
onde foram instaladas. deslocamento.

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Comando Numérico Computorizado Comando Numérico Computorizado

Na descrição das Numa máquina os eixos são definidos segundo a norma DIN 66217.
máquinas de comando
numéricos utiliza-se Consideram-se três eixos lineares X, Y, Z, e eixos rotativos
associados A, B, C.
sempre o conceito de
eixos:
eixo Z - eixo paralelo ao eixo de trabalho da bucha, sendo
direcções dos confundido com este (sempre relacionado com a bucha)
deslocamentos
principais das partes eixo X - eixo principal do plano de posicionamento
móveis da máquina
como a mesa porta eixo Y - eixo definido apartir dos eixos X e Z
peças, cabeça, torreta.
Eixos de deslocamento de eixos rotativos - giram em torno respectivamente de X, Y e Z.
uma fresadora.

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Comando Numérico Computorizado Comando Numérico Computorizado


Centro de Maquinação Torno

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Comando Numérico Computorizado
Comando Numérico Computorizado
Eixos principais
Eixos complementares
As máquinas de comando numérico estão providas de um
número de eixos principais característico.
Convencionalmente estes eixos designam-se por X, Y, e Z. Algumas máquinas de comando numérico dispõem de
A designação e a descrição dos eixos de cada tipo de mesas giratórias e/ou cabeça orientável.
máquina de comando numérico é normalizada. Os eixos sobre os quais giram essas mesas e cabeça,
Os tornos dispõem de dois eixos principais enquanto as são controlados de forma independente e são
fresadoras estão dotadas de três. designados por eixos complementares de rotação.
A sua velocidade é também regulada de forma
autónoma.
Os eixos complementares de rotação são
designados, em programação de CN, por A, B,
C.
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ARSOPI P / 13

Comando Numérico Computorizado Comando Numérico Computorizado

Devido às exigências impostas pela complexidade de Componentes de um sistema de CNC


certas peças, outras máquinas de comando O coração de um sistema CNC é um computador,
numérico estão dotadas com mais do que três que se encarrega de realizar todos os cálculos
eixos de deslocamento principal. necessários e as operações lógicas.
Os eixos complementares de deslocamento são
designados, em programação de CN, por U, V, Atendendo que o sistema
W. CNC é a ponte de união
entre o operador e a
máquina-ferramenta,
Mesa Centro de são necessárias as
giratória e maquinação
respectivas interfaces.
cabeça com 6
basculante. eixos.

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Comando Numérico Computorizado Comando Numérico Computorizado


Painel de controlo
Componentes de um sistema CN Para garantir o funcionamento correcto da máquina de
comando numérico e a aceitação das instruções para o
A interface do operador formada pelo painel de computador, o painel de controlo apresenta um
controlo e vários dispositivos a ele conectados, comutador do modo de operação.
geralmente relacionados com o armazenamento (leitor
de cinta perfurada, cassete, disquetes, etc.) ou de
impressão. Os modos de operação possíveis são:

A interface de controlo da máquina-ferramenta que referenciar eixos REF ;


está subdividida em múltiplas conexões de controlo e introdução manual de dados MDA ;
que afectam os actuadores dos eixos, da árvore
funcionamento manual JOG ;
principal, etc., até chegar ao sistema auxiliar de potência.
funcionamento automático AUTO .
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Comando Numérico Computorizado Comando Numérico Computorizado
Equipamento auxiliar externo Equipamento auxiliar externo
Os sistemas de CNC dispõem de memória limitada para o
armazenamento de programas (que, como em todos os Para levar a cabo a transmissão para os sistemas de
equipamentos informáticos, tende a crescer nos novos armazenamento (para os dispositivos que gravam e
modelos). Assim é necessário, por diversas causas, lêem) utilizam-se várias conexões standard (por
dispor de recursos técnicos capazes de preservar tal exemplo a RS232).
informação externamente. Por outro lado, nunca se Estes standards por um lado estabelecem a forma de
sabe quando se vai utilizar novamente um programa; codificar a informação para a sua correcta
repetir a sua edição junto da máquina pode ser bastante interpretação, e por outro, a velocidade e as
tediosa e improdutiva. unidades básicas de transmissão/recepção que
garantam a fluidez da mesma.
Os métodos mais habituais para o armazenamento Estes parâmetros estabelecem um protocolo de
externo de informação são a disquete (na actualidade é o comunicação. Uma das variáveis mais comuns é a
único empregado), a fita perfurada e a cassete (CNC velocidade de transmissão (bits/s).
antigos).

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Comando Numérico Computorizado Comando Numérico Computorizado


Microprocessador Interface de controlo
As funções que executa uma máquina-ferramenta, não
podem ser inicializadas de forma directa pelo
Os sistemas de CNC incluem um computador que computador do seu sistema CNC. É necessária a
fisicamente consiste num ou vários processadores intervenção de um filtro, ou elemento intermédio, que
(CPU), e em circuitos integrados para traduza os sinais que geram e gerem ambos os
armazenamento de dados (módulos de memoria). dispositivos.
A CPU intervém no processamento dos dados do A união entre a máquina-ferramenta e o computador do
programa (cálculos, gestão, memorização) sistema CNC é constituída pela interface de controlo,
introduzidos pelo operador que se traduzem em que actua sobre o controlo de eixos e sobre o sistema
sinais eléctricos que controlam a máquina de de alimentação auxiliar de potência.
comando numérico. A interface de controlo tem como função a conversão
Os dados do programa são constituídos por dos sinais provenientes do sistema CNC noutros
instruções de CN e de inicialização ou estado da próprios para os actuadores da máquina-ferramenta,
máquina e das ferramentas (por exemplo dimensões para de esta forma, efectuar as acções ou
das ferramentas). movimentos programados.

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Comando Numérico Computorizado Comando Numérico Computorizado


O sistema de controlo de uma máquina-ferramenta
CNC é o responsável por activar as funções da
máquina-ferramenta necessárias para cada
sequência particular de operações.
Para que tal ocorra, o computador do sistema de
controlo tem que ser informado de como tal deverá
ser realizado.
Esta informação toma a forma de programa de CN que
o operador da máquina (ou programador) introduz no
sistema de controlo.
O sistema de controlo lê o programa de CN e converte a
Sistema de CNC
informação que contém em impulsos de controlo para
a máquina-ferramenta.

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Pontos de Referência
Comando Numérico Computorizado
As várias origens são definidas no CN da máquina para referenciar a
peça, máquina e as ferramentas.
Uma vez introduzido o programa de CN no
sistema de controlo, pode executar-se
tantas vezes quantas se desejar. O
operador apenas:
prepara a máquina;
monitoriza as sequências de Estes pontos são:
maquinação; M

A
Ponto Zero Máquina

Ponto de limitador (pode coincidir com zero peça) só em tornos

efectua a inspecção; W Ponto Zero Peça

B Ponto Inicial ponto de partida para a 1ªferramenta

carrega, fixa e liberta as peças; R


Ponto de Referência posição especificada por cames e pelo sistema de
medição. Distância ao ponto zero máquina conhecida.

substitui as ferramentas desgastadas. F Origem p/ medida de ferramentas

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Comando Numérico Computorizado Comando Numérico Computorizado


Pontos de referência
O ponto de referência de máquina R, serve para calibrar e para Pontos de referência
controlar o sistema de medição dos deslocamentos dos carros e os
cursos das ferramentas.
Importante: Depois de inicializar o sistema de controlo é
A posição do ponto de referência R está predeterminada com precisão
em cada um dos eixos de deslocamento. Desta forma, as coordenadas sempre necessário levar a máquina ao ponto de referência
deste ponto de referência são sempre as mesmas e o seu valor R, em todos os seus eixos, com o intuito de calibrar o
numérico, relativamente ao zero máquina, é conhecido com precisão. sistema de medição dos deslocamentos.

Se os dados de posição dos carros e das ferramentas são


perdidos, por exemplo devido a uma falha eléctrica, a
máquina-ferramenta tem que voltar a posicionar neste ponto
de referência para restabelecer os apropriados valores de
posição.

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Posicionamento do sistema de coordenadas


Diferentes Sistemas de Coordenadas
Relativamente á máquina

A distribuição dos eixos depende do tipo de máquina em questão, as direcções dos


eixos seguem a regra dos três dedos da mão direita, segundo a norma DIN 66217.

Diante da máquina, o dedo médio da mão direita mostra o sentido contrário da


alimentação do fuso principal.

Tem de distinguir-se os sistemas de coordenadas:


Sist.de coordenadas da máquina, com o ponto zero máquia, - Ponto M.
Sistema de coordenadas da Peça, Ponto W.
Sistema de coordenadas actual da peça, Ponto Wa, actualmente deslocado.

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Sistemas de coordenadas
Designaçoes de Planos
em máquinas diferentes
- Um plano é definido por dois eixos, o terceiro eixo,
perpendicular a este plano define a direcção da alimentação
da ferramenta.
- Há certo tipo de funções em que é necessário indicar qual
o plano de trabalho.

Centro de Maquinação Torno


Plano Identificador
X/Y G17
Z/X G18
Y/Z G19
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Comando Numérico Computorizado Comando Numérico Computorizado


A origem máquina M
raramente coincide Origem peça
com a origem peça, Origem peça
sendo necessário A posição do zero peça pode ser livremente
determinar o sistema escolhida pelo programador dentro do espaço
de coordenadas da de trabalho da máquina. Não obstante, é
peça em relação à conveniente situá-lo de forma que as dimensões
origem máquina. A da peça possam ser facilmente transformadas
origem de
em valores de coordenadas.
coordenadas da peça
é escolhido pelo
programador e Por vezes, o zero peça também é designado por
introduz-se no sistema ponto zero da programação.
CNC ao preparar a
máquina.
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Comando Numérico Computorizado Comando Numérico Computorizado

Deslocamentos
Medidas da ferramenta Para as operações de maquinação que se efectuam
Ao maquinar uma peça, é essencial poder nas peças, as ferramentas têm que percorrer de
controlar de forma precisa o ponto de forma precisa as trajectórias correspondentes a cada
ferramenta ou os fios da mesma em
relação aos contornos da peça durante tipo de operação. As trajectórias possíveis da
as passagens da maquinação. ferramenta dependem de cada tipo de máquina e da
Dado que as ferramentas têm diferentes
formas e dimensões, as dimensões capacidade dos sistemas de controlo.
precisas da ferramenta têm que ser
estabelecidas antes da maquinação e
introduzidas no sistema de controlo.
Nota: Os pontos de referência das
ferramentas são importantes para o
posicionamento das mesmas. Os
dados das ferramentas têm que ser
introduzidos na memoria do
controlador antes de serem operadas.
Exemplos de deslocamentos das ferramentas

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Comando Numérico Computorizado Comando Numérico Computorizado

Deslocamentos circulares
Deslocamentos lineares Se a ferramenta se desloca de um ponto inicial até um
Quando a ferramenta se desloca desde um ponto ponto final dado mediante uma trajectória circular, está-
inicial até um ponto objectivo ou destino dado e se perante o que se designa por interpolação
este deslocamento se realiza ao longo de uma circular.
recta, tem-se uma interpolação linear. Os arcos de circunferência podem-se percorrer no sentido
horário ou no sentido anti-horário.
Se o sistema de controlo tem
mais de 2 eixos, é necessária
a entrada do plano
no qual se encontra o arco
de circunferência: por exemplo,
nos planos XY, YZ ou XZ.
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Comando Numérico Computorizado Posições

Deslocamentos circulares
Uma vez escolhido o plano do arco, a maquinação pode-se
realizar em varias passagens de profundidade.

P1 tem coordenadas: x100 y50


P2 x-50 y100
Normalmente não é possível a interpolação circular à P3 x-105 y-115
velocidade rápida. P4 x70 y-75
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ARSOPI P / 39

Um plano é suficiente para descrever o contorno Num centro de maquinação é necessário pelo
De uma peça num torno. menos mais um eixo para definir as posições.

Ex:
Os pontos P1 a P4 são descritos peças seguintes
coordenadas.

P1 corresponde a x25 z-7.5


P2 x40 z-15
P3 x40 z-25
P4 x60 z-35 Assim temos,
Os pontos P1 a P3 definidos pelas seguintes
coordenadas.
P1 corresponde a x10 y45 z-5
P2 x30 y60 z-20
P3 x45 y20 -15
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Dimensões em Absoluto Dimensões em Incremental

Coordenadas em absoluto: Coordenadas em Incremental:


P1 : x20 y35 P1 : x20 y35 (ref. Origem)
P2 : x30 y20 (ref. P1)
P2 : x50 y60
P3 : x20 y-35 (ref. P2)
P3 : x70 y20
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Comando Numérico Computorizado


Comando Numérico Computorizado

Compensação da ferramenta
Até agora falou-se das trajectórias das ferramentas sem Compensação da ferramenta
mencionar as dimensões das mesmas e como afectam o Na maioria dos sistemas CNC modernos, a
contorno.
trajectória equidistante calcula-se
Compensação do raio da ferramenta automaticamente mediante a compensação do
Para assegurar que um contorno seja fresado, o centro da fresa raio da ferramenta. Esta compensação requer
deve-se deslocar ao longo de uma trajectória equidistante :
a entrada no programa de CN dos seguintes
segue o contorno desejado a uma distância uniforme que
depende do raio da fresa. dados:
A dimensão do raio da fresa;
De que lado do contorno final programado se
situa a ferramenta.

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ARSOPI P / 45

Comando Numérico Computorizado Comando Numérico Computorizado

Compensação da ferramenta Compensação da ferramenta


Durante a programação do contorno do torneamento
assume-se que a ponta da ferramenta é um ponto
agudo em contacto com a peça.
Na realidade a ponta da ferramenta está arredondada e
o controlador deve compensar o espaço entre a
ponta teórica da ferramenta e o fio cortante da
mesma, calculando a trajectória equidistante
apropriada.
Para assegurar que esta trajectória equidistante é
sempre definida do lado correcto do contorno é
necessário introduzir no controlador o quadrante
No torneamento, o raio da fresa é substituído pela correcto. Tal informação determina a direcção pela
ponta radial da pastilha da ferramenta de tornear. qual a ponta da ferramenta segue o contorno.

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Comando Numérico Computorizado Comando Numérico Computorizado
Coordenadas absolutas e incrementais
Compensação da ferramenta A informação dimensional no plano da peça pode
basicamente estabelecer-se no sistema de cotagem
absoluto ou incremental.
Os dados na cotagem absoluta fazem sempre referência
a um ponto de referência fixo no plano. As cotas
absolutas também são designadas por cotas de
referência .
Ao usar cotas incrementais, cada medida faz referência à
posição anterior; as cotas incrementais são distâncias
entre pontos adjacentes. Estas distâncias convertem-se
em coordenadas incrementais ao tomar as coordenadas
do último ponto como a origem de coordenadas para o
ponto seguinte. As cotas incrementais também se
designam por cotas relativas ou por cotas em
Ponta da ferramenta e quadrantes no torneamento. cadeia/série .

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Comando Numérico Computorizado Comando Numérico Computorizado

Eleição da origem Eleição da origem peça


peça O desenhador deverá cotar os planos de forma que se
O ponto zero peça é o ponto simplifique a conversão de cotas em coordenadas.
no qual se localiza a origem Deverá-se prestar especial atenção ao tipo de cotagem, e à
de coordenadas durante a correspondente definição do zero peça, de forma a
programação. causar a mínima necessidade de modificações.
Fundamentalmente, este ponto Frequentemente a conversão de cotas em coordenadas
pode definir-se livremente, provoca erros de programação.
apesar que deveria, por
razões práticas, coincidir
com o ponto de referência
para as cotas absolutas ou
com o ponto inicial para as
cotas incrementais.
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Comando Numérico Computorizado Comando Numérico Computorizado

Estrutura de um programa
O programa de controlo numérico deve ser introduzido no Estrutura de um bloco
controlador de tal forma que este o entenda. O Funções
programa é formado por uma sucessão de blocos. auxiliares
Cada bloco pode conter vários dos seguintes
caracteres, acompanhados de um código ou valor: N_G_X_Y_Z_F_S_T_D_M_
N : Número do bloco;
Corrector
G : Funções preparatórias; Rotação da
Coordenadas
X,Y,Z : Cotas dos eixos; Nº do ferramenta
bloco ou suas
F : Velocidade de avanço;
dimensões
S : Velocidade de rotação; Funções
Avanço
T : Número da ferramenta; preparatórias Ferramenta
M : Função auxiliar. Ex: N10 G01 X10 Y15 Z1 F100 S3000 T1 D1 M3 M8

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Comando Numérico Computorizado Comando Numérico Computorizado

Considerações gerais Um programa de CN consiste numa sequência de blocos de


programa, tais como:

A numeração dos blocos não é


obrigatória na Siemens;
A numeração é livre;
A numeração é importante por causa dos
Os blocos de programa podem identificar-se por números
erros; de bloco (por exemplo N10, N20, etc.) e há sistemas de
controlo nos quais, por norma, cada bloco de programa é
Pode-se adicionar comentários aos numerado, enquanto que noutros sistemas de controlo
blocos; apenas se numeram aqueles blocos que o programador
considera que têm um papel importante no programa.
ex: N30 T2 M6; Macho M8
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Comando Numérico Computorizado Comando Numérico Computorizado

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Comando Numérico Computorizado Comando Numérico Computorizado

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10
Comando Numérico Computorizado Comando Numérico Computorizado

Quando se introduz um programa de CN,


o sistema de controlo verifica se foram
respeitadas as regras da linguagem de
programação (por exemplo, se podem
adicionar funções suplementares a uma
instrução).
Contudo, a introdução pelo programador
de coordenadas erradas apenas se
pode detectar durante a execução do
programa.
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Comando Numérico Computorizado Comando Numérico Computorizado

Instruções G00, G01, G02, G03


Os dados de coordenadas necessários como
funções suplementares podem ser
introduzidos de várias formas dependendo
do tipo de controlo:
em dimensões absolutas;
em dimensões incrementais;
em coordenadas polares.

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Comando Numérico Computorizado Comando Numérico Computorizado

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Comando Numérico Computorizado Comando Numérico Computorizado

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Comando Numérico Computorizado Comando Numérico Computorizado

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Comando Numérico Computorizado Comando Numérico Computorizado

11/10/2017 ARSOPI P / 71 11/10/2017 ARSOPI P / 72

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Comando Numérico Computorizado Comando Numérico Computorizado

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Comando Numérico Computorizado Comando Numérico Computorizado

Programação absoluta e incremental


G90/G91

As coordenadas de um ponto podem programar-


se em modo absoluto G90, ou em modo
incremental G91.
Quando se trabalha em G90, as coordenadas do
ponto programado estão referidas à origem
peça W.
Quando se trabalha em G91, as coordenadas do
ponto programado estão referidas ao ponto
anterior da trajectória.
11/10/2017 ARSOPI P / 75 11/10/2017 ARSOPI P / 76

Comando Numérico Computorizado Comando Numérico Computorizado

Funções F e S
Programação da velocidade de avanço F G94/G95/G96/G97

A velocidade de avanço da ferramenta (F) pode programar-se


em mm/revolução (G95) ou em mm/minuto (G94).
Unicamente pode-se programar em mm/revolução G95 se a
máquina dispõe de um captador rotativo (encoder) na cabeça.
Normalmente, os avanços do torno programam-se em
mm/revolução e os da fresadora em mm/minuto.
Os avanços programados fazem-se efectivos quando se trabalha
em interpolação linear G01 ou interpolação circular G02/G03. O
avanço máximo programável da máquina está limitado por um
parâmetro.

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13
Comando Numérico Computorizado Comando Numérico Computorizado

Programação e troca de ferramenta Programação e troca de ferramenta


Ordem de troca
T1 D1 M6
T_D_M6 Ferramenta que se Corrector 1 activado,
W encontra montada garantindo assim que W
na posição 1 do as medidas da
Corrector da armazém das ferramentas são tidas
X X
ferramenta ferramentas em conta ( X e Z)

X e Z estão
Nº da armazenados
ferramenta nos correctores Z Z

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Comando Numérico Computorizado Comando Numérico Computorizado


Funções auxiliares M
Ao montar o CNC numa máquina, o fabricante atribui a cada Funções auxiliares M
função especifica um código (M00/M99) personalizando
a forma em que se deve executar. A codificação das
Fim do programa: M02 - Este código indica fim do programa
funções auxiliares, assim como as funções preparatórias,
faz-se seguindo a norma internacional ISO. e realiza uma função de «reset geral» do CNC (repor as
condições iniciais).
Num bloco pode-se programar até um máximo de 7 funções
auxiliares. Quando se programa mais do que uma, o Fim do programa com retorno ao início: M30 - Idêntica a
CNC executadas correlativamente na ordem em que M02, com a excepção de que o CNC volta ao bloco de
foram programadas. começo do programa.
Rotação da cabeça à direita (sentido horário): M03
Paragem de programa: M00 - Quando o CNC lê num bloco o código
M00 interrompe o programa. Para reiniciar é necessário pulsar a Rotação da cabeça à esquerda (sentido anti-horário): M04
tecla identificativa de «marcha em ciclo».

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Comando Numérico Computorizado Comando Numérico Computorizado

Funções auxiliares M SubProgramas

Paragem da cabeça: M05 Um subprograma é uma parte de um programa que,


identificada de uma forma especial, pode ser
Código de mudança da ferramenta: M06 -Instrução que chamado várias vezes desde qualquer posição de
ordena uma mudança manual ou automática da ou das um programa ou desde diferentes programas para
ferramentas, mas não incluindo a selecção das mesmas. a sua execução.
Um subprograma pode estar armazenado na
Ligar refrigerante: M08 memória do CNC como um programa
independente ou como parte de um programa.
Parar refrigerante: M09

11/10/2017 ARSOPI P / 83 11/10/2017 ARSOPI P / 84

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Comando Numérico Computorizado
Comando Numérico Computorizado
Os blocos que indicam o começo, final e chamada de
SubProgramas um subprograma não podem conter mais informação.
A chamada de um subprograma faz-se digitando o nome De um programa principal, ou de um subprograma,
do mesmo num bloco isolado. pode-se chamar um subprograma, de este um
segundo, do segundo um terceiro, etc., até um
O número de vezes que o subprograma será executado é
máximo de 15 níveis de imbricação.
dado através da letra P seguida do número pretendido.
Ex: N10...
N20...
Nome do subprograma
...

N90 DESBASTE P2 Executado 2 vezes


N100...
...

11/10/2017 ARSOPI P / 85 11/10/2017 ARSOPI P / 86

Comando Numérico Computorizado Comando Numérico Computorizado


Saltos Translação da origem G53/G59
A função GOTO permite saltar de um bloco para outro dentro do
mesmo programa, continuando a correr a partir desse bloco. As funções G53/G59 utilizam-se para transladar a origem
GOTOF Label Salta para a frente máquina(M) de maneira permanente. Esta possibilidade facilita
GOTOB Label Salta para tràs a programação de determinadas peças e inclusive a afinação de
Ex: ferramentas. Cada função G53, G54, G55, G56, G57, G58 e
Inicio: G59 pode conter os valores de um translação da origem.
G0 x25 y30 Introduzir manualmente na tabela de translações da origem,
G1 x32
função da direcção desejada (G53 a G59), os valores concretos.
...

GOTOB Inicio
Para fazer efectivo a translação no momento desejado, deve-se
programar num bloco tal direcção. Tabela de trans. da origem
...

GOTOF ET200 G53/G59:G53 X ____(Y ____) Z ____


...

Programa: N10 G53


ET200:
M30
11/10/2017 ARSOPI P / 87 11/10/2017 ARSOPI P / 88

Comando Numérico Computorizado Comando Numérico Computorizado

FRAMES
Através das funções:
TRANS; ROT; MIRROR e SCALE
é possível indicar ao CNC um modo distinto de operar com
as funções G54/G57: consiste em somar o valor
indicado aos valores de G54...G57; isto é, ao executar-
se alguma função do tipo G54.... G57, a translação da
origem aplicado a cada eixo será o valor indicado na
tabela (G54... G57) mais o valor indicado nas funções
anteriores.

11/10/2017 ARSOPI P / 89 11/10/2017 ARSOPI P / 90

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Comando Numérico Computorizado Comando Numérico Computorizado

ROT/AROT

11/10/2017 ARSOPI P / 91 11/10/2017 ARSOPI P / 92

Comando Numérico Computorizado Comando Numérico Computorizado

SCALE/ASCALE

EXEMPLO

11/10/2017 ARSOPI P / 93 11/10/2017 ARSOPI P / 94

Comando Numérico Computorizado Comando Numérico Computorizado


EXEMPLO MIRROR/AMIRROR

11/10/2017 ARSOPI P / 95 11/10/2017 ARSOPI P / 96

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Comando Numérico Computorizado Comando Numérico Computorizado
EXEMPLO
Quando se pretende escrever um programa, no caso
particular, para um contorno deve-se seguir os
seguintes passos:
1. Identificar as formas geométricas que constituem a
trajectória;
2. Localizar todos os pontos da trajectória e respectivas
coordenadas;
3. Estudar condições de maquinação, como sejam a altura de
movimento rápido, o posicionamento relativo da ferramenta
ao contorno, os parâmetros de corte, etc;
4. Com base nas análises dos pontos anteriores, escrever o
programa com a sintaxe e sequência correctas.

11/10/2017 ARSOPI P / 97 11/10/2017 ARSOPI P / 98

Comando Numérico Computorizado Comando Numérico Computorizado


Vamos criar o nosso primeiro programa

Dados:
P4 P3
Fresagem no plano de trabalho XY;
Avanço recomendado de 100 mm/min;
Velocidade de rotação recomendada de 1500
rpm;
Ferramenta: Fresa de topo Ø5 (T1 e corrector
D1); P1 P2

Trabalhar em coordenadas absolutas e em Y+

mm;
Profundidade do rebaixo = 1mm.
X+ W
11/10/2017 ARSOPI P / 99 11/10/2017 ARSOPI P / 100

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