Direito Dos Conjuges
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DIREITO DOS CÔNJUGES - GRUPO PROMINAS
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fomentar a expansão e consolidar a responsabilidade de promover a aprendizagem.
3
Prezado(a) Pós-Graduando(a),
Um abraço,
4
Olá, acadêmico(a) do ensino a distância do Grupo Prominas! .
CAPÍTULO 01
CASAMENTO
CAPÍTULO 03
DISSOLUÇÃO DA SOCIEDADE CONJUGAL
Conceitos Introdutórios_____________________________________ 60
Separação, Divórcio, Direitos da Mulher e Ritos no Código de Pro-
cesso Civil_________________________________________________ 64
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O Direito de Família, agora sob a novel e moderna nomenclatu-
ra de “Direito das Famílias” ou “Direito da Família”, é um vetusto braço
do Direito Civil/Direito Privado e, certamente, um dos ramos mais remo-
tos do Direito enquanto ciência e enquanto sistema de normas.
Antes mesmo dos primórdios civilizatórios, sempre existiu a fi-
gura da família, construída, conforme pensadores gregos e medievais,
sob a égide do Direito Natural, pois a natureza gregária humana adveio
da formação de grupos familiares, aparentados pela consanguinidade
ou afinidade. Assim, a partir da família, como o primeiro grupo dotado de
regramento interno e hierarquia, foram-se fundando os demais agrupa-
mentos humanos, até chegar-se ao intrincado plexo grupal político-nor-
mativo dos tempos hodiernos.
Assim, o Direito da Família exsurge como expressão da Ciên-
cia do Direito, que estuda as interações normativas entre indivíduos
que, por relações de consanguinidade – ascendência, descendência ou
colateralidade – ou por afinidade vivenciam, permeiam e/ou permutam
situações que vão da afetividade a questões econômico-financeiras, de-
las se originando direitos e deveres juridicamente postos.
Séculos se passaram e tanto o jusnaturalismo como o Direito
Positivo encabeçaram ou provocaram as diversas alterações que de-
ram ao Direito de Família diferentes roupagens, consoante às épocas.
Muitas dessas mudanças, frise-se, ocorreram no século XX, mormen-
te após a Revolução Industrial e no chamado período “Pós-Guerras”,
diante dos eventos danosos e catastróficos perpassados pelos grupos
familiares durante tais momentos políticos e econômicos.
No Brasil não foi diferente. Antes uma nação rural até meados
dos anos 1950 do século passado, o país viu, de forma paulatina e
depois explosiva, a crescente debandada de famílias agrícolas para os
centros urbanos, o que mudou drasticamente as relações familiares: a
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CASAMENTO
CASAMENTO: CONCEITOS, ORIGEM, FINALIDADE E OUTROS APON-
TAMENTOS
O casamento perpassa desde eras quase imemoriais pela in-
tervenção social e estatal, seja por meio da lei positiva ou pelas normas
das religiões. Sua origem remonta à antiguidade e ao início das civiliza-
ções humanas, emergidas nas tradições religiosas de que o casamento
tem cunho sacro ou sacramental (como o é nas Igrejas Cristãs) e que a
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união de um casal deveria ser abençoada para ter validade diante dos
demais membros da coletividade em que se inseriam.
Note-se que, da antiguidade até meados do século XX (e em
alguns países subdesenvolvidos ou extremamente fundamentalistas/
tradicionalistas, até hoje), os casamentos eram em regra contraídos e
formalizados pela vontade dos pais – vontade essa social, econômica
e até politicamente motivada – visando à estabilidade, ao aumento de
status ou à influência junto aos estamentos tradicionais, civis e religio-
sos da época, conforme a motivação direta ou reflexamente exposta.
No Ocidente, sobretudo nas nações de tradição judaico-cristã,
em termos socioculturais, o casamento se traduz como a manifestação
da união de duas pessoas (ou da concretização da intenção e desejo de
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unirem-se) em um vínculo social que resulta na coabitação: a convivên-
cia estável e duradoura, sob uma habitação comum e sob a premissa
da reciprocidade e auxílio (affectio maritalis) em anseios, votos e ações,
com o fim primordial de estruturar uma família, com a procriação e cria-
ção mútua da prole.
Parte-se do pressuposto de que os nubentes (ou noivos, pes-
soas que manifestaram legal e socialmente a intenção de se casar) te-
nham um prévio contexto de relacionamento afetivo e íntimo, ao qual
querem dar ares de legitimidade aos olhos da sociedade e do Estado
por meio do enlace matrimonial solene e devidamente levado a efeito.
Embora culturalmente basilar, a ideia de casar-se para obter-se
com a (possivelmente) futura prole a formação de família não é a única
finalidade ou escopo do casamento: as pessoas se casam (ou “se dão
em casamento”, como rezavam os apóstolos bíblicos) para os mais va-
riados motivos. Motivações sociais, econômicas, financeiras, psicológi-
cas/emocionais e até mesmo sexuais rodeiam as decisões das pessoas
que decidiram ter uma vida em comum, compartilhando e flexibilizando
suas garantias constitucionais de liberdade, intimidade e privacidade.
Juridicamente, o casamento tem sido interpretado e considera-
do um contrato em nosso ordenamento, um contrato civil no âmbito do
Direito de Família. Desse contrato advém uma sociedade, denominada
Sociedade Conjugal, que estabelece o estado de casados entre as par-
te contraentes, que manifestaram livremente sua vontade de ingressar
e permanecer no referido estado.
Para muitos, é um negócio jurídico dotado de solenidade (ca-
ráter solene, formal, revestido na lei), por meio do qual duas pessoas de
sexos opostos manifestam livremente a vontade de formar família pe-
rante a sociedade e as leis cogentes do Estado. Para outros, é o vínculo
jurídico entre o homem e mulher que objetiva o auxílio mútuo material e
espiritual, de modo que haja uma integração fisiopsíquica e a constitui- DIREITO DOS CÔNJUGES - GRUPO PROMINAS
Art. 1.517. O homem e a mulher com dezesseis anos podem casar, exigindo-
-se autorização de ambos os pais, ou de seus representantes legais, enquan-
to não atingida a maioridade civil.
Parágrafo único. Se houver divergência entre os pais, aplica-se o disposto no
parágrafo único do art. 1.631.
Art. 1.518. Até a celebração do casamento podem os pais ou tutores revogar
a autorização. (Redação dada pela Lei nº 13.146, de 2015)
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mo modo, o casamento de menores para afastar a punibilidade penal
não mais pode ocorrer, e já era pacífico na jurisprudência, antes mesmo
do novo texto trazido pela Lei Federal n. 13.811/2019, pois o artigo 107
do Código Penal foi revogado pela Lei 11.106/2005.
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sileiro da influência da Igreja Católica, enaltecendo que aquele deve ser
laico e aceitar todas as formas religiosas possíveis, sem se prender aos
dogmas de apenas uma.
As disposições acima foram concretizadas pelo Código Civil de
1916 e pela atual Constituição (CRFB/1988).
Entrementes, o matrimônio celebrado em sede religiosa conso-
lidou-se como costume, reconhecido cultural e socialmente. Em razão
disso, a celebração cultista foi legalmente admitida como válida, obser-
vando-se, em todo o caso, os regramentos estatuídos para o casamen-
to civil.
Noutras palavras, os ritos e requisitos de habilitação e certi-
ficação desta junto às serventias cartoriais competentes (Registro Ci-
vil) deverão ser igualmente observados para que o casamento produza
efeitos na seara civil. Para que o casamento religioso tenha efetividade
civil (ou seja na esfera privada e de terceiros, incluindo o Estado), faz-se
mister o exaurimento das formalidades previstas na lei.
Com efeito, reza o artigo 1.516 do Código Civil de 2002 (atual
Código Civil – CC/2002):
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casamento efetuado no registro civil: terminada a cerimônia religiosa,
com a coleta e lançamento dos nomes de todos os signatários que com-
pulsoriamente devem assinar, o celebrante (padre, pastor ou qualquer
outro cerimonialista encarregado da celebração religiosa, deverá reme-
ter à serventia civil competente no prazo de 90 (noventa) dias contados
da realização do matrimônio.
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conforme se obtém do artigo 1.514 do Código Civil de 2002.
Igualmente se vislumbra no artigo 1.517, que estatui que o HO-
MEM e a MULHER com dezesseis anos podem casar, exigindo-se auto-
rização de ambos os pais, ou de seus representantes legais, enquanto
não atingida a maioridade civil.
Lado outro, a Constituição Federal preceitua que reconhece a
união estável entre HOMEM e MULHER como entidade familiar, deven-
do a lei facilitar sua conversão em casamento (art. 226, §3º).
Ora, fazendo-se uma interpretação literal e sistemática des-
tas e de outras disposições normativas congêneres, percebe-se, num
primeiro momento, que a oposição de sexos é impositiva para que o
casamento se realize, o que denota que somente as relações heteros-
sexuais e heteroafetivas detêm legitimidade jurídica e social.
Com advento da modernidade, o Estado Brasileiro passou a
garantir como família toda união de caráter duradouro e estável, ao que
a doutrina deu o nome de “Família Natural”. Do reconhecimento dessa
família vieram as deliberações políticas e decisórios judiciais quanto ao
reconhecimento dos relacionamentos estáveis entre pessoas do mes-
mo sexo – enlaces homossexuais e famílias homoafetivas –, até então
desguarnecidas da proteção estatal de seus direitos.Com isso, a ques-
tão da diversidade sexual como requisito essencial ao casamento foi
sendo escamoteada paulatinamente.
Na 169ª Sessão Plenária no ano de 2013, o Conselho Nacional
de Justiça (CNJ), por meio de ato normativo de sua alçada (Resolução
n. 175, de 14 de maio de 2013), autorizou e determinou a promoção/
realização de casamento de pessoas de mesmo sexo por todos os car-
tórios extrajudiciais de registro civil do país.
Tal resolução se embasou no acolhimento, pelo Supremo
Tribunal Federal (STF), da existência e validade jurídicas das uniões
homoafetivas em sede de controle de constitucionalidade na Ação de DIREITO DOS CÔNJUGES - GRUPO PROMINAS
Dos Impedimentos
Art. 1.521. Não podem casar:
I - os ascendentes com os descendentes, seja o parentesco natural ou civil;
II - os afins em linha reta;
III - o adotante com quem foi cônjuge do adotado e o adotado com quem o
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foi do adotante;
IV - os irmãos, unilaterais ou bilaterais, e demais colaterais, até o terceiro
grau inclusive;
V - o adotado com o filho do adotante;
VI - as pessoas casadas;
VII - o cônjuge sobrevivente com o condenado por homicídio ou tentativa de
homicídio contra o seu consorte.
Art. 1.522. Os impedimentos podem ser opostos, até o momento da celebra-
ção do casamento, por qualquer pessoa capaz.
Parágrafo único. Se o juiz, ou o oficial de registro, tiver conhecimento da
existência de algum impedimento, será obrigado a declará-lo.
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IV - o tutor ou o curador e os seus descendentes, ascendentes, ir-
mãos, cunhados ou sobrinhos, com a pessoa tutelada ou curatelada,
enquanto não cessar a tutela ou curatela, e não estiverem saldadas
as respectivas contas.
Parágrafo único. É permitido aos nubentes solicitar ao juiz que não
lhes sejam aplicadas as causas suspensivas previstas nos incisos I,
III e IV deste artigo, provando-se a inexistência de prejuízo, respecti-
vamente, para o herdeiro, para o ex-cônjuge e para a pessoa tutelada
ou curatelada; no caso do inciso II, a nubente deverá provar nasci-
mento de filho, ou inexistência de gravidez, na fluência do prazo.
Art. 1.524. As causas suspensivas da celebração do casamento po-
dem ser arguidas pelos parentes em linha reta de um dos nubentes,
sejam consanguíneos ou afins, e pelos colaterais em segundo grau,
sejam também consanguíneos ou afins.
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infringiu as causas de impedimento anteriormente estudadas. A ação
declaratória de nulidade do casamento é imprescritível e pode ser ajui-
zada por qualquer interessado e pelo Ministério Público.
Importante aduzir que o casamento inexistente é conceito dis-
tinto de casamento nulo. O casamento é inexistente quando não houver
o sujeito de direito (pessoa apta para casar), sendo inexistente o casa-
mento com pessoa morta, não nascida ou com animais (ASSIS NETO,
2015).
Quanto à anulabilidade (nulidade relativa) do casamento, a lei
prevê que são anuláveis determinados casamentos, verbis:
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As ações de anulabilidade são prescritíveis, diferentemente
das de nulidade, como se vê no artigo 1.560 do CC/2002, com prazos
para cada situação. O casamento nulo ou anulável, quando operado de
boa-fé subjetiva por ambos os cônjuges, preservará todos os seus efei-
tos para aqueles e seus filhos até o dia da sentença anulatória (artigo
1.561). Se apenas um dos cônjuges estava de boa-fé, somente a ele e
seus filhos estarão preservados os efeitos do casamento (§1º), mas se
ambos agiram de má-fé, só aos filhos serão preservados os efeitos civis
do matrimônio nulificado ou anulado (§2º).
Por fim, tem-se que o cônjuge responsável pela causa enseja-
dora da nulidade ou anulação perderá todos os direitos que porventura
tiver sobre o patrimônio do cônjuge inocente, devendo ainda cumprir
tudo o que prometera na ocasião da lavratura do pacto antenupcial. Os
terceiros de boa-fé terão seus direitos preservados caso algum bem
ou direito que tenham adquirido dos cônjuges venha a ser questionado
judicialmente (artigo 1.563).
Feitas essas considerações quanto à validade, passemos à
prova do casamento, disposta no artigo 1.543 e seguinte de nosso es-
tatuto civil:
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tório brasileiro será comprovado pela Certidão de casamento, expedida
pelo registro civil competente e comumente lavrada após a realização
da celebração e lançamento em livro (registro) próprio.
Todavia, o referido preceptivo traz em seu parágrafo único a fi-
gura doutrinária conhecida por “prova supletória ou supletiva”. Tal figura
consiste na admissibilidade de se comprovar a realização e existência
do matrimônio por qualquer meio probante juridicamente válido quando
ocorrer perda da certidão ou em quando a posse desta for faltosa por
motivos diversos.
O artigo 1.545 do CC/2002, por sua vez, admite a comprova-
ção do casamento por meio daquilo que a doutrina nomeia como “pro-
vas indiretas”, as quais se configuram comprovando-se, entre outras, a
“posse do estado de casado”, a utilização do nome do outro cônjuge, o
tratamento dispensado mutuamente pelos consortes (tratando-se como
casados entre si) e a fama social, que é o tratamento e reconhecimento
pela como casados.
ASSIS NETO (2015, p. 1548) adverte quanto ao postulado do
in dubio pro matrimonio, na hipótese de subsistir dúvidas quanto à exis-
tência ou inexistência do vínculo conjugal: havendo essa dúvida, even-
tual pronunciamento judicial deverá ser proferido favoravelmente pela
existência.
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MONTEIRO, Washington de Barros; PINTO, Ana Cristina de Barros
Monteiro França. Curso de direito civil: direito de família. 41ª ed. São
Paulo: Saraiva, 2011.
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QUESTÕES DE CONCURSOS
QUESTÃO 1
Ano: 2019 Banca: FGV Órgão MP-RJ Prova: Analista Processual
Nível: Superior.
Eudora e Janice, primas, namoram há três anos e decidiram levar
o relacionamento para um nível mais sério. Por isso, no dia dos na-
morados, noivaram e iniciaram o procedimento de habilitação para
o casamento civil. No ano de 2019, o casamento civil foi celebrado.
De acordo com o atual sistema jurídico brasileiro, o casamento é:
a) nulo.
b) inexistente.
c) válido.
d) anulável.
e) ineficaz.
QUESTÃO 2
Ano: 2019 Banca: FGV Órgão: OAB Prova: Exame de Ordem Unifi-
cado Nível: Superior.
Alberto, adolescente, obteve autorização de seus pais para casar-
-se aos dezesseis anos de idade com sua namorada Gabriela. O ca-
sal viveu feliz nos primeiros meses de casamento, mas, após certo
tempo de convivência, começaram a ter constantes desavenças.
Assim, a despeito dos esforços de ambos para que o relaciona-
mento progredisse, os dois se divorciaram pouco mais de um ano
após o casamento. Muito frustrado, Alberto decidiu reunir algumas
economias e adquiriu um pacote turístico para viajar pelo mundo e
tentar esquecer o ocorrido. Considerando que Alberto tinha dezes-
sete anos quando celebrou o contrato com a agência de turismo DIREITO DOS CÔNJUGES - GRUPO PROMINAS
QUESTÃO 3
Ano: 2019 Banca: QUADRIX Órgão: CRA-PR Prova: Advogado.
Nível: Superior.
No que tange ao direito de família, julgue o item. De acordo com
a teoria eclética, o casamento é um negócio jurídico bilateral sui
generis, sendo um contrato quanto aos aspectos de sua formação
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e uma instituição no que toca a seu conteúdo:
a) Errado
b) Certo
QUESTÃO 4
Ano: 2018 Banca: FCC Órgão: MPE-PB Prova: Promotor de Justiça
Substituto Nível: Superior.
O Ministério Público pode, mediante ação direta, promover a de-
cretação de nulidade de casamento.
a) por incompetência da autoridade celebrante.
b) realizado entre madrasta, que novamente viuvar-se, e seu enteado.
c) realizado entre primos.
d) do incapaz de consentir ou manifestar de modo inequívoco o consen-
timento.
e) de quem não completou a idade mínima para casar.
QUESTÃO 5
Ano: 2018 Banca: CONSULPLAN Órgão: TJMG Prova: Titular Re-
gistros Notas e Registros Nível: Superior.
São impedidos de casar
a) os parentes colaterais até o quarto grau.
b) os afins em linha reta e em linha colateral.
c) o adotante com quem foi cônjuge do adotado e o adotado com quem
o foi do adotante.
d) o divorciado, enquanto não houver sido homologada ou decidida a
partilha dos bens do casal.
TREINO INÉDITO
O princípio jurídico do atual Direito da Família que permite ao casal a
opção de não ter filhos:
30
NA MÍDIA
NA PRÁTICA
lirrelacionamento”.
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DIREITO
CONJUGAL
DIREITOS E DEVERES DOS CÔNJUGES: EFICÁCIA DO CASAMEN-
TO
Não há como abordar as implicações jurídicas da sociedade
conjugal, sem antes discorrer sobre os direitos e deveres dela advindos,
no que o Código Civil intitulou como “Eficácia do Casamento”. Sendo
DIREITO DOS CÔNJUGES - GRUPO PROMINAS
Da Eficácia do Casamento
Art. 1.565. Pelo casamento, homem e mulher assumem mutuamente a con-
dição de consortes, companheiros e responsáveis pelos encargos da família.
§ 1 o Qualquer dos nubentes, querendo, poderá acrescer ao seu o sobrenome
do outro.
§ 2 o O planejamento familiar é de livre decisão do casal, competindo ao
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Estado propiciar recursos educacionais e financeiros para o exercício desse
direito, vedado qualquer tipo de coerção por parte de instituições privadas
ou públicas.
Art. 1.566. São deveres de ambos os cônjuges:
I - fidelidade recíproca;
II - vida em comum, no domicílio conjugal;
III - mútua assistência;
IV - sustento, guarda e educação dos filhos;
V - respeito e consideração mútuos.
Art. 1.567. A direção da sociedade conjugal será exercida, em colaboração,
pelo marido e pela mulher, sempre no interesse do casal e dos filhos.
Parágrafo único. Havendo divergência, qualquer dos cônjuges poderá recor-
rer ao juiz, que decidirá tendo em consideração aqueles interesses.
Art. 1.568. Os cônjuges são obrigados a concorrer, na proporção de seus
bens e dos rendimentos do trabalho, para o sustento da família e a educação
dos filhos, qualquer que seja o regime patrimonial.
Art. 1.569. O domicílio do casal será escolhido por ambos os cônjuges, mas
um e outro podem ausentar-se do domicílio conjugal para atender a encargos
públicos, ao exercício de sua profissão, ou a interesses particulares relevan-
tes.
Art. 1.570. Se qualquer dos cônjuges estiver em lugar remoto ou não sabido,
encarcerado por mais de cento e oitenta dias, interditado judicialmente ou
privado, episodicamente, de consciência, em virtude de enfermidade ou de
acidente, o outro exercerá com exclusividade a direção da família, cabendo-
-lhe a administração dos bens.
34
que, na realidade, o estado seja falho ou omisso no cumprimento dessa
obrigação.
Aliás, como dito no introito deste trabalho, hoje, a mulher tem
posições de destaque na família e na sociedade, conquistando espaços
que outrora eram do homem enquanto pai, marido e chefe de família. A
figura jurídica do “pátrio poder” foi transformada, dizendo a lei agora a
expressão “poder familiar”, comum a ambos os cônjuges/pais.
Cabe aos cônjuges, conjuntamente, decidir livremente como
farão e como será sua formação filial, número de filhos e até mesmo
a ausência destes, o que tem ocorrido exponencialmente nas últimas
duas décadas.
36
à administração e compartilhamento de bens do casal.
Pertinentemente ao casamento, temos que os nubentes, du-
rante a fase de habilitação do casamento, poderão fazer a opção pelo
regime patrimonial (regime matrimonial de bens ou, simplesmente, regi-
me de bens) que vigerá e regerá o patrimônio do casal durante a cons-
tância do casamento. A espécie escolhida de regime resultará na pro-
dução de efeitos para ambos os cônjuges, conjuntamente e de maneira
isonômica.
No entanto, em situações casuísticas selecionadas pelo legis-
lador, o regime patrimonial a ser adotado está coativamente predefinido,
não havendo possibilidade de escolha pelo casal, o que se pode dizer
se tratam de casos verdadeiramente excepcionais, assim elencados em
razão de uma especial necessidade de proteção ou cuidado.
Em apertada síntese, pode-se dizer que o regime de bens é o
tratamento legal para regular e normatizar a gestão, aquisição e dispo-
sição de bens patrimoniais pelos cônjuges durante a vida conjugal, con-
tando-se a vigência desse regime da data da celebração matrimonial e
vigorando na constância da sociedade conjugal.
Tudo isso se dá porque, como apresentado neste estudo, o ca-
samento é considerado doutrinariamente uma espécie de contrato, da
qual exsurge uma sociedade entre duas pessoas, com direitos, deveres
e concessões recíprocas, sobretudo na esfera patrimonial.
Logo, sendo um contrato e havendo uma sociedade, haverá,
também, por consequência um patrimônio preexistente ou a existir, a
ser compartilhado e administrado conjuntamente, assumindo uma for-
ma de condomínio – o condomínio matrimonial –, pois os bens, ressal-
vadas as exceções trazidas pela própria lei e conforme o tipo e momen-
to do compartilhamento previsto pelo regime adotado, serão de domínio
comum até prova em contrário.
O regime de bens, então, é o estatuto/instituto jurídico que visa DIREITO DOS CÔNJUGES - GRUPO PROMINAS
I - Princípio da Variabilidade
O Código Civil oferece um cardápio de regimes de bens, a
saber: comunhão parcial; comunhão universal; separação de bens e
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participação final nos aquestos. Nesse sentido, admite-se a eleição de
qualquer deles. Caso não haja opção, aplica-se a regra do artigo 1.640
do Código Civil:
Art. 1.640. Não havendo convenção, ou sendo ela nula ou ineficaz, vigorará,
quanto aos bens entre os cônjuges, o regime da comunhão parcial.
Parágrafo único. Poderão os nubentes, no processo de habilitação, optar por
qualquer dos regimes que este código regula. Quanto à forma, reduzir-se-á
a termo a opção pela comunhão parcial, fazendo-se o pacto antenupcial por
escritura pública, nas demais escolhas.
39
te na constância da união, sendo presumido o esforço comum, o que equiva-
le à aplicação do regime da comunhão parcial. Assim, consignou-se que, na
hipótese, se o acórdão recorrido classificou como frutos dos bens particula-
res do ex-companheiro aqueles adquiridos ao longo da união estável, e não
como produto de bens eventualmente adquiridos antes do início da união,
opera-se a comunicação desses frutos para fins de partilha. Observou-se
que, nos dias de hoje, a restrição aos atos praticados por pessoas com idade
igual ou superior a 60 anos representa ofensa ao princípio da dignidade da
pessoa humana (...). REsp 1.171.820-PR, Rel. originário Min. Sidnei Beneti,
Rel. para o acórdão, Min. Nancy Andrighi, julgado em 7/12/2010.
40
Rel. originário Min. Ari Pargendler, Rel. para acórdão Min. Carlos Alberto Me-
nezes Direito, julgado em 20/4/2004. Terceira Turma.
41
celebrado na vigência do Codex de 1916, revogado. Outrossim, inibir essa al-
teração incidental de regimes matrimoniais de bens na vigência da legislação
anterior desestimula a aplicação teleológica o art. 5°, da LICC, quanto aos
“fins sociais” e “exigências do bem comum”, incentivando, ademais, a fraude
em divórcios para que casais contraiam novo casamento, em função do regi-
me de bens mais vantajoso. REsp 730.546-MG, Rel. Min. Jorge Scartezzini,
julgado em 23/8/2005. (Quarta Turma – Informativo 257)
42
Note--se que o próprio dispositivo faz exceção ao regime da se-
paração absoluta (parte final do caput); significa dizer que se o casal
adotou o regime da separação absoluta (isto é, aquele que decorre de
pacto antenupcial), os cônjuges não dependerão da vênia conjugal para
a prática dos atos descritos no artigo 1.647. Nesse contexto, erro co-
mum e grave sobre o tema é associar a vênia conjugal à comunicação
patrimonial. Exemplo1: “A” deseja vender um apartamento que recebeu
por herança. Seria necessária a vênia conjugal se “A” é casado pelo
regime de comunhão parcial de bens?
Sim, faz--se necessário o consentimento do cônjuge, muito em-
bora o regime de comunhão parcial não dê ao cônjuge de “A” o direito
aos bens recebidos por herança. Importante perceber, portanto, que
aqui não se está falando sobre a comunicação ou não dos bens, mas
sim sobre o consentimento do cônjuge que, nos termos do artigo 1.647
do CC/02, foi dispensada apenas para aqueles que optaram pelo regi-
me de separação absoluta.
Exemplo2: o apartamento X já era propriedade de “B” antes de
se casar pelo regime da separação obrigatória. Se “B” quiser vender o
apartamento X também será necessária a vênia conjugal, eis que sepa-
ração obrigatória não é separação absoluta.
Se um dos atos previstos no artigo 1.647 for praticado sem a
vênia conjugal ele será anulável, e a decadência de 02 (dois) anos para
anulação do ato não começa a correr de sua prática, mas sim da disso-
lução da sociedade, na forma do artigo 1.649 do CC/2002. Percebe--se
que há um impedimento ao prazo, pois enquanto a sociedade conjugal
não for dissolvida o prazo não começa a correr.
Caso um cônjuge queira praticar um dos atos previstos no
1.647, mas não possua autorização conjugal, terá três alternativas: a)
simplesmente não praticar o ato; ou b) praticar o ato correndo o risco da
anulação; ou, por fim, c) buscar o suprimento ou outorga judicial.
DIREITO DOS CÔNJUGES - GRUPO PROMINAS
43
Cabe mencionar ainda o Enunciado n. 114 da I Jornada de
Direito Civil e a Súmula 332 do STJ – ambos fazem referência ao inciso
III do artigo 1.647.
Enunciado 114, I Jornada de Direito Civil “(aval não pode ser anulado por
falta de vênia conjugal (...) apenas caracteriza a inoponibilidade do título ao
cônjuge (...)”.
44
Além dos atos acima, também se tem que, o empresário casa-
do pode, sem necessidade de outorga conjugal, qualquer que seja o re-
gime de bens, alienar os imóveis que integrem o patrimônio da empresa
ou gravá-los de ônus real (Artigo 978/CC).
Pacto Antenupcial
O pacto antenupcial é o entabulamento firmado pelos nuben-
tes, pelo qual lançam disposições patrimoniais pretéritas ao matrimônio,
como a opção pelo regime de bens (quando não optam pelo regime or-
dinário, que é da comunhão parcial) e qualquer outro tipo de disposição
congênere, bem como a instituição de cláusula de incomunicabilidade,
caso escolham o regime de comunhão universal. Será obrigatoriamente
aplicável para a comunhão universal de bens, para a separação con-
vencional de bens e para o regime de participação final nos aquestos.
45
Somente é válido se lavrado em escritura pública (em quaisquer das
hipóteses), sendo, portanto, um ato solene.
É pacto válido estabelecido antes do casamento. Entre os nu-
bentes, contudo, o pacto surte efeitos apenas a partir da data do casa-
mento, mas para que na data do casamento produza efeitos, o pacto
tem que ser válido ANTES do casamento. A oponibilidade erga omnes
do pacto antenupcial depende de seu registro no Cartório de Registro
de Imóveis do domicílio do casal – artigo 1.657 do CC/2002.
Em outras palavras: terceiros (ou seja, aqueles que não fa-
zem parte da relação matrimonial) apenas devem sujeição aos efeitos
do pacto quando devidamente registrado. Caso contrário, os terceiros
ficam autorizados a considerar que os cônjuges estão casados pela co-
munhão parcial de bens.
Merece destaque também o artigo 1.654 do CC/2002, que es-
tabelece que a validade do pacto antenupcial do casamento do menor
depende da aprovação do representante legal, sob pena de não surtir
efeitos.
46
e lhe cabe, à época da dissolução da sociedade conjugal, direito à me-
tade dos bens adquiridos pelo casal, a título oneroso, na constância do
casamento. Nos termos do artigo 1.656, adotado o regime de participa-
ção final nos aquestos haverá a possibilidade de se convencionar, em
cláusula expressa no pacto, a livre disposição dos bens particulares
pelos consortes (isto é, sem o consentimento do cônjuge). Tal regime
deve ser firmado um pacto antenupcial.
A contrario senso, se houver pacto com opção pelo regime de
participação final nos aquestos, mas sem a cláusula expressa de livre
disposição, permanece a necessidade de vênia conjugal para a disposi-
ção dos bens particulares. Nota--se, portanto, que a inclusão da cláusula
é uma faculdade (um direito), ou seja, uma norma dispositiva.
A situação supramencionada abrange tão somente os bens
particulares. Bens particulares para o regime de participação final nos
aquestos são aqueles anteriores ao casamento e aqueles adquiridos
gratuitamente (nos termos do artigo 1.674 do CC/02). Assim sendo,
pode--se dizer que somente haverá direito de participação nos bens ad-
quiridos onerosamente na vigência do casamento.
Importante perceber que a nomenclatura do regime ora estudado
não inclui o termo “comunhão”. A partir disso é possível concluir que não
haverá comunicação patrimonial entre os cônjuges.
Observe--se o esquema abaixo:
49
cônjuge, percebidos na constância do casamento, ou pendentes ao tempo
de cessar a comunhão.
50
constância do casamento, ou pendentes ao tempo de cessar a comu-
nhão. O mesmo ocorre com as benfeitorias, nos termos do inciso IV: do
1.660 com as benfeitorias em bens particulares de cada cônjuge.
52
“B” 10%. Como o imóvel está registrado no nome de “A”, exista uma
presunção relativa de que o imóvel pertence 100% a “A”, fazendo com
que “B” precise fazer prova contrária – no sentido de que contribuiu para
a formação do patrimônio.
Portanto, como se admite a aplicação da Súmula 380 para os
concubinos, deve--se admitir sua aplicação também em relação aos côn-
juges (“se pode para o mais, também pode para o menos”).
e) Regime Dotal
O Regime Dotal NÃO é uma espécie de regime trazido pelo
CC/2002. Foi previsto em nosso ordenamento até a entrada em vigor
do atual Código Civil. Foi um regime pouco usual, e historicamente ca-
racteriza-se pela transferência de um montante de bens (o dote) pela fa-
mília do cônjuge virago ao varão, para que pudessem retirar os frutos e
rendimentos necessários para sua sobrevivência, devendo ser devolvido
em caso de dissolução da sociedade matrimonial (ASSIS NETO, 2015, p.
1625). Tal modalidade prevalece em muitos ordenamentos, sobretudo
em nações islamistas.
53
VELOSO, Zeno. Direito hereditário do cônjuge e do companheiro.
1ª ed. São Paulo: Saraiva, 2010.
54
QUESTÕES DE CONCURSOS
QUESTÃO 1
Ano: 2019 Banca: CESPE Órgão: TJPR Prova: Juiz Substituto Ní-
vel: Superior.
Júlia e Leandro casaram-se no regime obrigatório de separação
de bens. Enquanto estavam casados, Leandro recebeu um terreno
a título de doação, e, alguns meses depois, ele faleceu. Conside-
rando-se essa situação hipotética, é correto afirmar que, à luz do
entendimento jurisprudencial, para fins de partilha, os bens adqui-
ridos na constância do casamento:
a) não se comunicam entre Júlia e Leandro, exceto o terreno doado.
b) não se comunicam entre Júlia e Leandro, ainda que seja comprovado
o esforço comum para sua aquisição.
c) comunicam-se entre Júlia e Leandro, inclusive o terreno doado.
d) comunicam-se entre Júlia e Leandro, desde que comprovado o esfor-
ço comum para sua aquisição.
QUESTÃO 2
Ano: 2019 Banca: CESPE Órgão: DPE-DF Prova: Defensor Público
Nível: Superior. Amélia, casada sob o regime de comunhão univer-
sal de bens, exerce empresa na qualidade de empresária individual.
Ela pretende formalizar a colaboração de seu filho, maior de idade,
que a ajuda informalmente, tornando-o sócio. Uma vez em socieda-
de, pretende instituir filial em cidade vizinha sujeita à jurisdição de
outro registro público de empresas mercantis. Para tanto, planeja
vender um imóvel que integra o patrimônio da empresa. Contudo,
Amélia desconhece os requisitos legais para essas providências.
Considerando essa situação hipotética, julgue o seguinte item. DIREITO DOS CÔNJUGES - GRUPO PROMINAS
QUESTÃO 3
Ano: 2019 Banca: VUNESP Órgão: TJ-AC Prova: Juiz de Direito
Substituto Nível: Superior.
Sobre o regime de bens entre os cônjuges, assinale a alternativa
correta
a) É obrigatório o regime da comunhão parcial de bens para as pessoas
que contraírem casamento com inobservância das causas suspensivas
55
de sua celebração.
b) No regime da comunhão parcial de bens, comunicam-se os bens que
sobrevierem ao casal, na constância do casamento, incluindo os recebi-
dos por um dos cônjuges via doação.
c) No regime da separação convencional de bens, é válida e eficaz a
fiança prestada por um dos cônjuges sem a autorização do outro.
d) O pacto antenupcial poderá ser celebrado por escritura pública ou
instrumento particular, desde que registrado em cartório.
QUESTÃO 4
Ano: 2019 Banca: VUNESP Órgão: TJ-AC Prova: Juiz de Direito
Substituto Nível: Superior.
De acordo com o Código Civil de 2002, é titular de direito real de
habitação o cônjuge sobrevivente:
a) apenas se for casado pelo regime da separação total de bens, rela-
tivamente ao imóvel destinado à residência familiar, desde que seja o
único daquela natureza a inventariar.
b) apenas se for casado pelo regime da separação total de bens, relati-
vamente ao imóvel destinado à residência familiar, independentemente
da existência de outros bens residenciais a inventariar.
c) qualquer que seja o regime de bens, relativamente ao imóvel
destinado à residência familiar, independentemente da existência de
outros bens residenciais a inventariar.
d) qualquer que seja o regime de bens, relativamente ao imóvel desti-
nado à residência familiar, desde que seja o único daquela natureza a
inventariar.
QUESTÃO 5
Ano: 2019 Banca: VUNESP Órgão: TJ-AC Prova: Juiz de Direito
Substituto Nível: Superior.
DIREITO DOS CÔNJUGES - GRUPO PROMINAS
TREINO INÉDITO
Impedimentos Absolutamente Dirimentes ou Causas Impeditivas do ca-
56
samento tornam o matrimônio:
a) nulo.
b) anulável.
c) irregular.
d) inexistente.
e) N.D.A.
NA MÍDIA
De acordo com ela, para dar entrada ao processo é preciso ter auxílio
de um advogado e entrar com uma ação judicial de alteração com um
pedido apresentando a motivação do casal, devendo ser apurada a pro-
cedência das razões incômodas e sem violar direitos de terceiros (como
herdeiros e credores, por exemplo).
“O artigo 734 do Código de Processo Civil de 2015 criou a Ação de Alte-
ração do Regime de Bens, a qual deverá ser proposta perante a Vara de
Família, exigindo a manifestação do Ministério Público. Após isso, será
publicado o edital, e decorridos 30 dias de tal publicação, o juiz decidirá
se autoriza a alteração do regime de bens.” esclarece a advogada. De-
bora ainda relata que apesar de não ser tão conhecida, a mudança do
regime de bens é um processo simples, porém, pode se tornar compli-
57
cado se o juiz entender que não há motivo justo para o requerimento da
mudança: “Muitos doutrinadores criticam essa interferência do Estado
na vida privada de cada indivíduo. Há inclusive o Projeto de Lei conhe-
cido como Estatuto das Famílias, que em seu artigo 39, cria a possibili-
dade de alteração do regime de bens pela via extrajudicial, ou seja, nos
cartórios. Se o casamento é celebrado no cartório, se o regime de bens
é definido no cartório e se o divórcio pode ser realizado no cartório, por-
que não alterar o regime de bens no cartório?”, finaliza a especialista.
NA PRÁTICA
Sete motivos para se casar com separação total de bens (ou ainda sete
vantagens do regime da separação total de bens)
https://www.migalhas.com.br/dePeso/16,MI281735,71043-Sete+moti-
vos+para+se+casar+com+separacao+total+de+bens+ou+ainda+sete
59
DISSOLUÇÃO DA
SOCIEDADE CONJUGAL
CONCEITOS INTRODUTÓRIOS
Discorridas as principais considerações quanto ao casamento
e regime patrimonial, ao presente estudo cabe demonstrar, nas poucas
linhas doravante redigidas, os entendimentos atuais sobre o desfazi-
mento do vínculo matrimonial, no que é legalmente nominado de disso-
DIREITO DOS CÔNJUGES - GRUPO PROMINAS
60
dos cônjuges, não se lhe aplicando a presunção estabelecida neste
Código, art.10, segunda parte.
Art. 3º, Lei n. 11.441/07. A Lei n. 5.869, de 1973 – Código de Processo Civil,
passa a vigorar acrescida do seguinte art. 1.124-A:
“Art. 1.124-A. A separação consensual e o divórcio consensual, não havendo
filhos menores ou incapazes do casal e observados os requisitos legais quan-
61
to aos prazos, poderão ser realizados por escritura pública, da qual constarão
as disposições relativas à descrição e à partilha dos bens comuns e à pensão
alimentícia e, ainda, ao acordo quanto à retomada pelo cônjuge de seu nome
de solteiro ou à manutenção do nome adotado quando se deu o casamento.§
1º A escritura não depende de homologação judicial e constitui título hábil
para o registro civil e o registro de imóveis. § 2º O tabelião somente lavrará
a escritura se os contratantes estiverem assistidos por advogado comum ou
advogados de cada um deles, cuja qualificação e assinatura constarão do ato
notarial. § 3º A escritura e demais atos notariais serão gratuitos àqueles que
se declararem pobres sob as penas da lei.”
62
pudessem refletir sobre o desejo real de terminar o casamento. Ade-
mais, tal distinção trazia determinados efeitos jurídicos e práticos. Diz o
artigo 1.571 do Código Civil:
63
Com a Emenda Constitucional n. 66/2010, entendeu a maio-
ria da doutrina e da jurisprudência pela extinção do sistema binário.
Segundo a doutrina majoritária, não teriam subsistido os institutos da
separação judicial ou extrajudicial no sistema de dissolução do casa-
mento, em razão da supressão dos requisitos da redação do artigo 226
da Constituição de 1988.
Entretanto, parcela da doutrina e da jurisprudência ainda en-
tende que a inserção no ordenamento pátrio do divórcio direto pleno,
incondicionado, não significaria a abolição do sistema dual – conforme
será abordado adiante.
a) Separação
A separação é mecanismo capaz de pôr fim, exclusivamente, à
sociedade conjugal. Consoante artigo 1.576 do CC, são extintas a “co-
munhão plena de vida” e a convivência dos cônjuges pela autorização
da separação dos corpos, bem como os deveres de coabitação e de
fidelidade. Também produz o fim da sociedade conjugal o fim da comu-
nicabilidade patrimonial nos regimes de comunhão de bens.
Há de se dizer que, embora a inteligência do preceptivo legal,
não é a separação de direito que produz o fim dos deveres de coabita-
ção e de fidelidade recíproca, bem como o término do regime de bens:
tal função cabe à separação de fato ou à separação de corpos. A dis-
solução da sociedade conjugal pela separação (judicial, extrajudicial ou
de fato) impede que o cônjuge sobrevivente participe da sucessão do
cônjuge falecido (artigo. 1.830 do CC/2002), salvo prova, no caso de
separação fática superior a dois anos, de que a convivência se tornou
DIREITO DOS CÔNJUGES - GRUPO PROMINAS
64
ocorre quando há um consenso do casal quanto à separação e a seus
termos. Por fim, determina a Lei n.11.441/07 que a separação extraju-
dicial somente poderá ser realizada nos casos em que a separação for
consensual. Cumpre destacar que, mesmo decretada a separação judi-
cial ou extrajudicial, é possível que seja retomada a sociedade conjugal,
nos termos do artigo 1.577 do Código Civil.
65
Ademais, o artigo 1.723, §1º, do Código Civil, prevê a possibi-
lidade de que o indivíduo casado, embora separado de fato, constitua
uma união estável – o que reforçaria a tese de que a separação de fato
também seria instituto capaz de extinguir a sociedade conjugal.
Por fim, o artigo 1.683 do mesmo diploma civil determina que o
fim da “comunhão plena de vida” seja o marco final para apuração dos
aquestos.
67
ratificar a separação.
Contudo, cada vez menos magistrados vêm promovendo uma
tentativa de reconciliação do casal, especialmente em razão do baixíssi-
mo êxito apresentado. Tal procedimento não possui correspondência no
Novo Código de Processo Civil (Lei n. 13.105/2015 - CPC/2015).
70
bilidade de sua reconstituição.
A respeito da “ruptura da vida em comum”, surgiu uma discus-
são doutrinária acerca de seu real conteúdo. A expressão pareceu ser
utilizada pelo legislador como a existência de uma efetiva separação
de fato do casal por mais de um ano, havendo uma efetiva ruptura da
coabitação. Entretanto, é possível que a vida comum seja rompida pela
cessação de uma vida sexual entre os cônjuges, apesar de habitando o
mesmo lar conjugal.
sentado por seu curador, por ascendente ou pelo irmão (artigo 1.576,
parágrafo único). Por fim, deve-se ressaltar que a chamada cláusula de
dureza não foi recepcionada pelo Código Civil de 2002. Pela cláusula de
dureza, prevista no art. 6º da Lei do Divórcio (Lei n. 6.515/77), o juiz po-
deria obstar a separação judicial se a separação constituísse causa de
agravamento das condições pessoais ou da doença do outro cônjuge.
Tal cláusula se aplicava às separações-falência e às separações-remé-
dio e não tem mais aplicação; observados os requisitos objetivos das
modalidades de separação, o magistrado, necessariamente, deverá de-
cretá-la.
71
a.3) Separação de corpos e Direitos da Mulher
A medida cautelar de separação de corpos é medida preparató-
ria do divórcio judicial ou extrajudicial, com o fim de interromper o dever
de coabitação. Além disso, é possível requerer por meio da separação
de corpos o afastamento compulsório do cônjuge demandado, desde
que observados os requisitos fáticos e jurídicos para a concessão da
medida “unilateral e extrema”.
Ademais, é possível requerer a cautelar de separação de cor-
pos com a intenção de afastar a configuração do abandono do lar. Tal
finalidade, com o fim da discussão de culpa no sistema de dissolução
do casamento não teria muito sentido, pois o abandono do lar não seria
mais relevante para o término ou não do casamento. Porém, tal medi-
da teria particular finalidade quanto a impedir que se configure um dos
requisitos da chamada usucapião familiar, instituto descrito no artigo
1240-A do Código Civil.
Por essa razão, ainda que se considere a culpa excluída do
sistema de dissolução do casamento, a separação de corpos para a
não configuração do abandono familiar tem sentido, ao possibilitar que
o cônjuge que deixe o lar conjugal não tenha seu ato qualificado como
um abandono voluntário do lar. Isso se aplica, inclusive, às mulheres
que sofrem violência doméstica e são obrigadas a deixar o lar conjugal
para que preservem sua integridade física e psicológica.
Por meio da cautelar, a mulher estaria autorizada a afastar-se
temporariamente do lar, retornando após o divórcio judicial ou o recebi-
mento do imóvel em pagamento por seu quinhão na partilha. Pode-se,
ainda, em sentido diverso, requerer o afastamento do cônjuge violento
do lar conjugal por meio da separação de corpos. A Lei n. 11.441/07 e
a Resolução n. 35/2007 do Conselho Nacional de Justiça falam sobre a
possibilidade de haver a escrituração pública da separação de corpos
consensual.
DIREITO DOS CÔNJUGES - GRUPO PROMINAS
b) Divórcio
O divórcio também é mecanismo que põe fim tanto à socie-
dade conjugal, quanto ao vínculo conjugal. Constitui um mecanismo
voluntário de dissolução do casamento, conquanto resulta de uma pro-
vocação das autoridades judiciais, ou de seus auxiliares administrativos
(notários) pelos interessados.
O divórcio produz efeitos em relação aos cônjuges, ao seu pa-
trimônio e em relação aos filhos do casal divorciado. Há, como efeitos
pessoais do divórcio, a possibilidade de o cônjuge retornar ao apelido
de solteiro e a permissão de contrair novas núpcias. O divórcio, em re-
lação aos filhos, gera a possibilidade de guarda dos filhos menores (uni-
72
lateral ou compartilhada); o pagamento de alimentos à prole; e o direito
à visitação dos filhos para aquele que não detenha a sua guarda. Final-
mente, na esfera patrimonial, o divórcio produz o dever de alimentos
entre os cônjuges, caso um deles não tenha condições de subsistência;
os alimentos aos filhos; e a partilha dos bens.
Em decorrência da dissolução do vínculo conjugal, há a ex-
tinção de determinados vínculos de parentesco por afinidade. Todavia,
mantém-se a afinidade em linha reta, conforme prevê o artigo 1.595,
§2º, do Código Civil:
Art. 31, Lei n. 6.515/77. Não se decretará o divórcio se ainda não houver
sentença definitiva de separação judicial, ou se esta não tiver decidido sobre
a partilha dos bens.
Súmula 197, STJ. O divórcio direto pode ser concedido sem que haja prévia
partilha dos bens.
74
a solução consensual do litígio. Não sendo suficientes, é possível a ten-
tativa de acordo ainda na audiência de instrução e julgamento.
75
face do exposto, nego provimento ao agravo em recurso especial. Publique-
-se. Intimem-se. Brasília (DF), 17 de outubro de 2014. Ministra MARIA ISA-
BEL GALLOTTI Relatora (Ministra MARIA ISABEL GALLOTTI, 22/10/2014).
76
pel na sociedade, vez que é constitucionalmente a base para a formação
individual e coletiva.
Uma família juridicamente amparada é o ponto nodal de esta-
bilização social, o que faz com que o Estado seja e esteja firme diante
de pressões e comoções internas ou externas. E é por essa razão que o
Estado Brasileiro prevê tamanha proteção à figura da entidade familiar,
sobretudo na pessoa da prole, pois cediço que a desestruturação fami-
liar causada pelos rompimentos ou desfazimentos dos vínculos conjugais
afeta sobremaneira a criação, educação e formação pessoal e social dos
filhos. E o Estado sabe que famílias desamparadas material e emocional-
mente geram comunidades desestruturadas.
Assim, com espeque no Princípio da Função Social da Família
(ASSIS NETO, 2015), o ordenamento jurídico brasileiro verificou a ne-
cessidade em manter um caráter protetivo e equilibrante à sociedade por
meio da família, dando a esta uma função e o amparo basilar para que se
mantenha e exerça essa função, buscando primeiramente sempre a esta-
bilidade nas relações e, em segundo plano, o saneamento das questões
subjacentes capazes de influir no ânimo das relações familiares.
A Constituição da República, como já dito em tópicos antece-
dentes neste estudo, tem como um de seus principais escopos a prote-
ção da família. Por tal razão, findado o vínculo matrimonial, demonstra-se
necessária a delimitação da proteção da família, em especial na pessoa
dos filhos, o que faz o Código Civil numa patente horizontalização do
Direito Constitucional.
A guarda dos filhos menores é oriunda da figura do poder fa-
miliar, e, na ausência de um dos cônjuges genitores, será repassada in
totum ao cônjuge sobrevivente.
A guarda unilateral (artigo 1.583 do CC) é designada como aque-
la que será incumbida a um dos cônjuges, em geral o que apresentar con-
dições mais eficazes ou ótimas para a guardiania dos filhos, possuindo o DIREITO DOS CÔNJUGES - GRUPO PROMINAS
78
LÔBO, Paulo. Direito civil: famílias: de acordo com a emenda cons-
titucional n. 66/2010 (Divórcio) 4ª ed. São Paulo: Saraiva, 2011.
79
QUESTÕES DE CONCURSOS
QUESTÃO 1
Ano: 2017 Banca: FGV Órgão: OAB Prova: Exame de Ordem Unifi-
cado Nível: Superior.
Henrique e Ruth se casaram no Brasil e se mudaram para a Holan-
da, onde permaneceram por quase 4 anos. Após um período difícil,
o casal, que não tem filhos, nem bens, decide, de comum acordo,
se divorciar e Ruth pretende retornar ao Brasil. Com relação à dis-
solução do casamento, assinale a afirmativa correta.
a) O divórcio só poderá ser requerido no Brasil, eis que o casamento foi
realizado no Brasil.
b) O divórcio, se efetivado na Holanda, precisa ser reconhecido e homo-
logado perante o STJ para que tenha validade no Brasil.
c) O divórcio consensual pode ser reconhecido no Brasil sem que seja
necessário proceder à homologação.
d) Para requerer o divórcio no Brasil, o casal deverá, primeiramente,
voltar a residir no país.
QUESTÃO 2
Ano: 2014 Banca: FUNCAB Órgão: MPE-RO Prova: Analista Pro-
cessual Nível: Superior.
O divórcio, tal como tratado pela Constituição Federal e pelo Có-
digo Civil.
a) exige a partilha de bens para sua concessão.
b) somente pode ser decretado se comprovada a separação de fato há,
pelo menos, dois anos ou a separação judicial há, pelo menos, um (1)
ano.
c) modifica os direitos e deveres dos pais em relação aos filhos.
DIREITO DOS CÔNJUGES - GRUPO PROMINAS
QUESTÃO 3
Ano: 2017 Banca: Própria Órgão: MPE-SP Prova: Promotor de Jus-
tiça Nível: Superior.
Quando os cônjuges decidem pôr fim à sociedade conjugal, pre-
tendendo divorciar-se consensualmente, eles devem levar em con-
sideração:
a) o prazo de 2 (dois) anos a contar da separação judicial por mútuo
consentimento.
b) a possibilidade de o divórcio ser formalizado perante o Cartório de
80
Registro Civil, inclusive com relação aos filhos menores de 16 (dezes-
seis) anos.
c) a guarda compartilhada, com previsão de visita do pai em dias e ho-
rários alternados e opção de a mãe decidir sobre a educação.
d) o fato de as novas núpcias de um dos cônjuges não lhe retirar o direi-
to de guarda antes fixado.
e) a prestação de alimentos aos filhos, que poderá ser compensada
com a proximidade e visitação do cônjuge.
QUESTÃO 4
Ano: 2018 Banca: FCC Órgão: DPE-MA Prova: Defensor Público
Nível: Superior.
Mônica, casada pelo regime da comunhão total de bens, descobre
que seu marido, Geraldo, alienou um imóvel pertencente ao patri-
mônio comum do casal, sem a devida vênia conjugal. A descoberta
agrava a crise conjugal entre ambos e acaba conduzindo ao divór-
cio do casal. Tempos depois, Mônica ajuíza ação em face de seu
ex-marido, objetivando a invalidação da alienação do imóvel.
a) o juiz pode conhecer de ofício do vício decorrente do fato de Mônica
não ter anuído com a alienação do bem.
b) O fato de Mônica não ter anuído com a alienação do bem representa
um vício que convalesce com o decurso do tempo.
c) O vício decorrente da ausência de vênia conjugal não pode ser sana-
do pela posterior confirmação do ato por Mônica.
d) Para que a pretensão de Mônica seja acolhida, ela deveria ter obser-
vado o prazo prescricional de dois anos, a contar da data do divórcio.
QUESTÃO 5
Ano: 2014 Banca: MPE-PR Órgão: MPE-PR Prova: Promotor de
Justiça Nível: Superior. DIREITO DOS CÔNJUGES - GRUPO PROMINAS
TREINO INÉDITO
Para ocorrência do divórcio direto sob a nova égide constitucional que
rege a matéria, mostra-se necessária a observância de requisitos tem-
porais e fáticos.
a) Verdadeiro.
b) Parcialmente verdadeiro.
c) Parcialmente falso.
d) Falso.
e) N.D.A.
NA MÍDIA
NA PRÁTICA
Acesse o link:
Divórcio e Separação - Tire suas dúvidas: Consensual (amigável) – Ju-
dicial – Extrajudicial (tabelião) – Guarda dos filhos – Pensão alimentícia.
https://rafael-paranagua.jusbrasil.com.br/artigos/175897192/divorcio-e-
-separacao-tire-suas-duvidas
DIREITO DOS CÔNJUGES - GRUPO PROMINAS
84
O Direito da Família é a expressão maior da tutela estatal so-
bre a vida privada, vez que o Estado de Direito, sabedor das fragilidades
e das complexidades das relações familiares e dos desdobramentos
psicológicos, emocionais, afetivos, econômicos, financeiros e jurídicos
advindos dessas relações, tratou de cuidar delas de maneira minucio-
sa, evitando, de um lado, uma indevida intromissão nos assuntos de
cada família, mas por outro, estabelecendo um mínimo de regramentos,
alguns fechados ou abertos, visando a assegurar direitos sociais e indi-
viduais básicos, afastando, assim, quaisquer tentativas de menoscabar
ou esvaziar tais direitos.
Como exposto neste estudo, as bases sociais do Estado foram
e ainda são montadas nas estruturas da família, primeiro agrupamento
humano que se tem notícia na História.
É em razão da família que a Constituição Cidadão de 1988
erigiu as entidades familiares ao seu patamar, dando-lhe roupagem
positivada supralegal: como base da sociedade, à família devem ser
garantidas as benesses necessárias pra que se mantenha estabilizada,
pois dessa estabilização decorre a estabilidade social e política que o
Estado Moderno almeja.
Se a família é assim, tão protegida, por corolário tal proteção
incide sobre seu principal instituto jurídico – e instituição social –, o ca-
samento. Por meio dele, novas famílias são geradas, bem como as no-
vas concepções de família.
No que toca aos direitos dos consortes, a salvaguarda deles
não só encontra guarida no ordenamento jurídico pátrio, mas, também,
num contexto sociocultural. São direitos individuais de primeira e segun-
da geração que estão em jogo, direitos caros à humanidade.
Diferentemente também não seria a proteção quando os lia-
mes matrimoniais são abalados e rompidos. Tanto a formação quanto DIREITO DOS CÔNJUGES - GRUPO PROMINAS
85
GABARITOS
CAPÍTULO 01
Questões de concursos
01 02 03 04 05
C A B B C
86
TREINO INÉDITO
Gabarito: C
CAPÍTULO 02
Questões de concursos
01 02 03 04 05
D B C D A
87
da III Jornada de Direito Civil do CJF, ao afirmar que “A obrigatoriedade
da separação de bens nas hipóteses previstas nos incisos I e III do arti-
go 1.641 do Código Civil não impede a alteração do regime, desde que
superada a causa que o impôs”.
TREINO INÉDITO
Gabarito: A
CAPÍTULO 03
Questões de concursos
01 02 03 04 05
C E D B D
88
violação desses deveres, o artigo 1.573 do Código Civil lista o adultério,
a tentativa de morte, a sevícia ou injúria grave, o abandono voluntário
do lar conjugal por um ano contínuo, a condenação por crime infaman-
te e a conduta desonrosa. Tais hipóteses, em verdade, representam
violações aos deveres conjugais previstos no art. 1.566 do Código Ci-
vil pátrio (fidelidade recíproca; vida em comum, no domicílio conjugal,
mútua assistência, sustento, guarda e educação dos filhos e respeito e
consideração mútuos).
TREINO INÉDITO
Gabarito: D
89
JURISPRUDÊNCIA: julgamentos reincidentes acerca do mesmo posi-
cionamento sobre determinada situação e que serve de base para que
novas decisões sejam tomadas sobre novos assuntos correlatos.
90
ALMEIDA, Renata Barbosa de; RODRIGUES JÚNIOR, Walsir Ed-
son. Direito Civil: famílias. 2ª ed. São Paulo: Atlas, 2012.
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DIREITO DOS CÔNJUGES - GRUPO PROMINAS
92