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9.1 - Livro Metodologia Da Pesquisa

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Metodologia da

Pesquisa
Carmen Ballão
Loureni Reis
Adriano Stadler
Elaine Mandelli Arns
Patrícia Penkal de Castro
© 2012 INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA - PARANÁ -
EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA
Irineu Mario Colombo Luana Cristina Medeiros de Lara
Reitor Diretora de Administração e
Planejamento do Câmpus EaD
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Chefe de Gabinete Sandra Terezinha Urbanetz
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Ezequiel Westphal Pós-Graduação do Câmpus EaD
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Silvestre Labiak Elaine Mandelli Arns


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Assuntos Estudantis – PROGEPE Ana Luísa Pereira
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Revisão Editorial
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Capa

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Projeto Gráfico e Diagramação

Imagens da capa:
© VLADGRIN/Shutterstock; JelleS/Creative commons; © Dmitriy Shironosov/Shutterstock; visaointerativa/Creative commons; © Robert
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Yuri Arcurs/Shutterstock; © jeff vergara/Stock.XCHNG; © Andresr/Shutterstock.

Ballão, Carmen
Metodologia da pesquisa / Carmen Ballão [et al.]. – Curitiba: Instituto
Federal do Paraná, 2012.

104 p. : il. color.


ISBN: 978-8564614-86-4
Inclui bibliografia

1. Ciência – Metodologia. 2. Pesquisa – Metodologia. I. Stadler, Adriano.


II. Arns, Elaine. III. Reis, Loureni. IV. Penkal, Patricia. V. Título.

CDD 001.42

Eutália Cristina do Nascimento Moreto CRB 9/947


Sumário

Apresentação. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 5

Capítulo 1 – Ciência e conhecimento. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 7


1.1 O surgimento da Ciência. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 7
1.2 Definição de Ciência . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 9
1.3 Síntese da evolução da Ciência. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 10
1.4 Classificação da Ciência. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 12
1.5 Tipos de conhecimento . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 13
1.6 Meios de aquisição do conhecimento. . . . . . . . . . . . . . . . . . 14
1.7 Fatos, leis e teorias . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 15
1.8 Pesquisa . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 17
1.9 Método científico. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 18

Capítulo 2 – Ética e técnicas de pesquisa . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 23


2.1 Aspectos éticos na pesquisa envolvendo seres humanos. . . . 23
2.2 Técnicas de pesquisa. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 28

Capítulo 3 – Projeto de pesquisa. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 35


3.1 Estrutura do projeto de pesquisa . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 36
3.2 Descrição dos elementos do projeto. . . . . . . . . . . . . . . . . . . 37

Capítulo 4 – Pesquisa na internet . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 39


4.1 Encontrando os melhores resultados para pesquisa . . . . . . . 39
4.2 Como buscar . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 40
4.3 Qualidade das fontes . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 43
4.4 Cuidados com os créditos. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 48

Capítulo 5 – Monografia. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 51
5.1 Monografia. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 51
5.2 Estilo de redação usado na monografia. . . . . . . . . . . . . . . . . 59
Capítulo 6 – Artigo científico ou paper. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 63
6.1 Conceito de artigo científico ou paper . . . . . . . . . . . . . . . . . 63
6.2 Tipos de artigo. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 64
6.3 Estrutura do artigo. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 64
Elementos pré-textuais. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 64
Elementos textuais. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 65
Elementos pós-textuais . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 67

Capítulo 7 – P
 lano de negócios. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 69
7.1 Plano de negócios – Conceito . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 69
7.2 Passos para a realização do plano de negócios . . . . . . . . . . . 70

Capítulo 8 – M
 emorial descritivo. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 77
8.1 Memorial descritivo – Conceito . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 77
8.2 Estrutura básica de um memorial descritivo acadêmico. . . . 77

Capítulo 9 – Portfólio. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 79
9.1 Portfólio – Conceito. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 79
9.2 Modelo base para organização e elaboração de um portfólio. . 80

Capítulo 10 – F
 ormatação do trabalho acadêmico. . . . . . . . . . . . . . 81
10.1 A
 presentação gráfica do trabalho acadêmico . . . . . . . . . . . 81
Configuração das margens . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 82
Espaçamento. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 82
Parágrafo. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 82
Paginação . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 82
Numeração progressiva. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 82
Notas de rodapé . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 83
Citações . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 84
10.2 Referências. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 91
Metodologia da Pesquisa

Considerações gerais. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 95

Considerações finais . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 99
Bibliografia Comentada. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 101
Referências . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 103
Apresentação

Estudar metodologia científica nem sempre parece, à


primeira vista, agradar aos alunos, sejam estes de graduação ou
pós-graduação. Muitos questionam a concreta necessidade de
se conhecer e utilizar normas para padronização e formatação
de trabalhos acadêmicos, como se essas regras retirassem-lhes
a espontaneidade da produção.
Isso se deve ao fato de parecer que o tempo é escasso diante
de tantas atividades e cobranças que um estudante do ensino
superior possui, fato que tem favorecido a proliferação de
trabalhos acadêmicos resultantes de práticas antiéticas, como
o plágio de textos da internet, que se tornou a alternativa
mais rápida e fácil para cumprir todos compromissos. O
prejuízo disso está no deixar de pensar, ou seja, o estudante
não lê, logo, não analisa e muito menos interpreta um texto.
É possível retomar o prazer de ler e pensar? Ler e pensar
são atividades necessárias para produzir? Fazer pressupõe
o uso de um método? Qual a importância do método
para a vida profissional das pessoas? É possível utilizar os
conhecimentos metodológicos adquiridos neste curso no
seu dia a dia de trabalho?
Diante desses questionamentos, este material de
Metodologia da Pesquisa Científica proposto para os Cursos
do IFPR tem como base três principais objetivos:
„„ Primeiro, provocar a reflexão, incentivando a
leitura crítica, a análise e a interpretação de textos.
„„ Segundo, estimular o fazer, provocando a
interpretação prática e reflexiva dos problemas que
se apresentam à sociedade.
„„ Terceiro, apresentar os métodos e as técnicas
disponíveis para a elaboração da pesquisa científica.
Portanto, além de orientar o estudante na elaboração de seu trabalho de
conclusão de curso, pretende-se levá-lo a valorizar o método como forma de
pensamento e ação. Isto porque o uso do método no dia a dia profissional abre
caminhos, auxilia no planejamento de ações, no enfrentamento de desafios e
alcance de metas, evitando o improviso que, por vezes, pode ser desastroso.
O profissional que segue os princípios da metodologia científica adquire
um modo de pensar e ver que vai além do que lhe é dito ou mostrado, sendo
capaz de inovar e produzir com qualidade. Isso se deve ao fato de ele ter
aprendido a definir o problema, levantar e testar hipóteses, traçar metas e
objetivos, ou seja, aprender a pensar e fazer.
Metodologia da Pesquisa

6
Ciência e conhecimento Capítulo

Carmen Ballão

Neste capítulo, será discutido o conceito de Ciência, seu


1
surgimento e evolução histórica, para em seguida analisar-se
os diferentes tipos de conhecimento. São quatro os tipos de
conhecimento: popular, científico, filosófico, e religioso,
conforme poderá ser observado. Tudo isso para que a
importância da produção do conhecimento científico seja
compreendida e para que os demais tipos de conhecimento
sejam valorizados.
Além disso, serão discutidos três principais temas: fatos,
leis e teoria. Pode-se dizer que estes, de certa forma, estão
interligados e relacionados diretamente à pesquisa científica.
O objetivo na discussão é reconhecer a importância dos fatos
para a formulação das leis e teorias. Por fim, será apresentada
a natureza, os objetivos e os procedimentos da pesquisa
científica. Serão discutidos, também, os diferentes métodos
de abordagem e de procedimento utilizados durante a
produção do conhecimento científico.

1.1 O surgimento da Ciência


O que motiva a humanidade a desenvolver explicações
“científicas” sobre os fenômenos da natureza e da sociedade?
Por que não nos bastam os conhecimentos que são passados
de geração a geração? Por que sentimos necessidade de
entender como e por que funcionam os fenômenos?
Para responder a essas questões, pode-se remeter a uma
Teoria Crítica formulada por pensadores do início do século
XX: Max Horkheimer, e Theodor Adorno, representantes da
Escola de Frankfurt. No conjunto de textos que formam
a obra intitulada Dialética do Esclarecimento, a origem do
conhecimento ou do esclarecimento estaria no medo, isto é,
na reação que temos ao senti-lo. Observe a citação que segue:
“No sentido mais amplo do progresso do pensamento, o esclarecimento
tem perseguido sempre o objetivo de livrar os homens do medo e investi-lo
na posição de senhores.” (ADORNO, HORKHEIMER, 1985)
Segundo essa perspectiva, o homem tem como objetivo primário se livrar
do medo ante as forças naturais. Para se livrar desse medo, o homem precisa
dominar o desconhecido, modificá-lo e/ou não ser refém dele. A lógica dessa
“dialética do esclarecimento”1, conforme Adorno e Horkheimer, é uma lógica
da dialética da negação, da recusa determinada de ser conformado com o
estabelecido.

Para a ciência do nosso tempo, os sujeitos estão implicados na


construção da realidade.

A realidade depende daquele que a vê ou a descreve. Você já teve a


oportunidade de observar um acidente de carro que envolveu duas ou mais
pessoas? Como a situação é vista por cada um dos envolvidos? E qual é a
versão do observador? Será que todos contam a mesma história? Qual seria
a “verdadeira” história? Quem poderia apresentar a “verdade”?
Validade: Trata-se de uma construção histórico/cultural, afinal quem tem
autoridade para dizer o que é certo ou errado? Não há neutralidade, não há
uma realidade objetiva, e para conhecer a realidade é preciso considerar a
subjetividade do observador.
O medo foi, por muito tempo, a reação dos homens pré-históricos
diante do desconhecido, dos fenômenos da natureza, como tempestades,
furacões, etc.

1 Nessa concepção, esclarecimento (crítica esclarecedora/crítica com o engajamento da razão), como


projeto epistemológico, tem o sentido de permitir a libertação dos homens da sua incapacidade
de perceber o que é real, “é libertá-lo da culpa que é consequência de sua falta de consciência, da
culpa de ter que ser responsável pela sua própria acomodação a um destino social de injustiça e
Metodologia da Pesquisa

de sofrimentos” (SCHWEPPENHAEUSER, 2003). Fonte: <http://antivalor2.vilabol.uol.com.br/


textos/frankfurt/debate_de_12.html>. Acesso em: 21 ago. 2012.

8
O misticismo começou a ser utilizado pelos povos primitivos como
forma de apresentar as respostas aos questionamentos sobre os fenômenos
desconhecidos, ou seja, as crenças e superstições eram usadas para explicar
os fenômenos da natureza. O mito pretendia relatar, denominar, precisar a
origem, mas também expor, fixar e explicar.
“Aqui destaca-se a tese de que os mitos, à medida em que apresentem
tentativas de esclarecer o mundo aos primitivos habitantes da terra, exercitam
já um pouco de esclarecimento” (DUARTE, 1993, p. 59).
A partir do momento em que a explicação mística não era suficiente para
compreender os fenômenos, o homem começou a buscar novos caminhos
que pudessem comprová-los, surgindo, assim, a Ciência.

1.2 Definição de Ciência


Diante do histórico surge a questão: O que exatamente é a Ciência?

Ciência:
Ciência é o conjunto de atividades que buscam a aquisição sistemática2 do
conhecimento sobre a natureza física, biológica, social, econômica, tecnológica,
entre outras.

Para Trujillo Ferrari, citado por Lakatos e Marconi (2000), Ciência é


“um conjunto de atitudes e atividades racionais, dirigidas ao sistemático
conhecimento com objeto limitado, capaz de ser submetido à verificação”.
A principal função da Ciência “é o aperfeiçoamento do conhecimento
em todas as áreas para tornar a existência humana mais significativa”.
(OLIVEIRA, 2000, p. 48).

2 Aquisição sistemática do conhecimento significa adquirir o conhecimento ou construí-lo de forma


ordenada, organizada.

Capítulo 1 – Ciência e Conhecimento 9


connectionconsulting / Creative Commons; Domínio Público; Bin im Garten.
Wikimedia Commons; Domínio Público / Mariospassos / Creative Commons; Centers for Disease Control and Prevention / Domínio Público;

A ciência se ocupa de estudar tudo o que está ao nosso redor.

1.3 Síntese da evolução da Ciência


Metodologia da Pesquisa

Embora a história da humanidade revele que os egípcios foram os primeiros


povos a possuir o conhecimento técnico nas áreas de matemática, medicina e
geometria, pode-se dizer que os primeiros a se preocuparem com a
sistematização do conhecimento foram os gregos. Estes, utilizando-se da

10
intuição, conseguiram comprovar a separação do saber racional do saber
místico, realizando estudos em diversas áreas, como a matemática, a astronomia,
a botânica, a zoologia, e outras (CHASSOT, 1994). Foi na Grécia que a
observação passou a ser encarada como uma ferramenta para a descoberta
de um mundo “científico”.

Ciência grega para principiantes


Até o final do século VII a.C., da mesma forma que os demais povos da Antiguidade,
os gregos explicavam os fenômenos da natureza em termos de Mitologia e de
Religião; na Grécia, a especulação científica emergiu, aos poucos, da Filosofia.
Os primeiros “cientistas” conhecidos, em certa medida, foram os primeiros
filósofos gregos [...]. Embora não tivessem instrumentos adequados de medida
e nem fizessem experiências para comprovar suas ideias, como os cientistas
modernos, eles preocuparam-se em achar explicações racionais para o mundo e
seus fenômenos sem recorrer aos mitos e à religião.
Entre o final do século V a.C. e a primeira metade do século IV a.C., época de
Sócrates (469-399 a.C.) e Platão (427-347 a.C.), o interesse dos cientistas pelos
fenômenos naturais foi substituído pelo interesse no comportamento humano e
suas causas. A única ciência que se desenvolveu nessa época foi a Medicina, que
logo conseguiria se desvincular da Filosofia.
[...]
Fonte: GRÉCIA ANTIGA. Ciência grega para principiantes. Disponível em:
<http://greciantiga.org/arquivo.asp?num=0214>. Acesso em: 13 jun. 2012
Domínio Público.

Já na Idade Média, a religião


católica influenciou muito a
produção do conhecimento, pois
este não era popularizado, desta
maneira. Os integrantes da Igreja
eram responsáveis pela publicação
do conhecimento, que dificilmente
ultrapassava os limites da Igreja,
além disso, esse conhecimento
gerado pela Igreja servia de base
para a formulação das principais
ideias científicas. Nesse período, o
poder da Igreja sobre a Ciência cresceu, pois a produção do conhecimento
era restrita aos mosteiros.

Capítulo 1 – Ciência e Conhecimento 11


Na Idade Moderna, iniciou-se um período de grandes mudanças no
conceito da Ciência. O Renascimento e o Iluminismo.

Renascimento: período compreendido entre o fim do século XIII e


o início do século XVII. No Renascimento, a sociedade deixou de ser
feudal e o sistema vigente passou a ser o capitalismo. Foi nesse período
que Copérnico e Galileu Galilei, dois grandes cientistas, afirmaram
que a Terra é quem girava em torno do Sol (Geocentrismo), e não o
contrário (Heliocentrismo).

Iluminismo: conhecido como a Era da Razão, o iluminismo


caracterizou um período no qual o homem passa a ser o centro do
Universo, e não mais Deus. Compreendido entre os séculos XVIII
e XIX, o iluminismo teve seu apogeu na França, e entre os grandes
nomes do período pode-se citar Isaac Newton, John Locke, Immanuel
Kant, e outros.

Com base nessas correntes de pensamento, o método científico mostrou-


-se como um meio de sistematizar a produção do conhecimento, necessário
ao domínio das leis da natureza.

1.4 Classificação da Ciência


Tradicionalmente, em função do objeto estudado, a Ciência é dividida
em dois tipos:
a. Ciências factuais: as Ciências Factuais também são conhecidas
como Ciências Aplicadas, por terem como objetivo elucidar,
como o próprio nome diz, fatos que ocorrem na realidade.
Metodologia da Pesquisa

„„ Estudam o concreto.
„„ Os objetos de estudo são materiais.
„„ Seus métodos são a observação e a experimentação.
„„ O enunciado é, predominantemente, a síntese.

12
b. Ciências Formais: as Ciências Formais, também conhecidas
como Ciências Puras, são aquelas que têm nas ideias o foco
principal do seu estudo.
„„ Estudam o abstrato e o relacional.
„„ Os objetos de estudo são os ideais.
„„ Seu método é o dedutivo.
„„ Os enunciados são analíticos.
Veja na prática o que cada uma delas estuda3:

Bioquímica, Farmácia
Físico-Química e outras
Física
SOCIAIS
FACTUAIS Geologia, Astronomia,
Química
Ciências Aplicadas Engenharia, Informática, e outras
NATURAIS
Biologia
Medicina, Enfermagem,
Botânica, Ecologia, e outras

Filosofia
FORMAIS
Ciências Puras
Matemática

ESQUEMA – Classificação da Ciência.


Fonte: OLIVEIRA, 2000, p. 51

1.5 Tipos de conhecimento


Segundo Lakatos e Marconi (1991), existem quatro tipos de conhecimento,
a saber: científico, popular, filosófico e religioso.

Conhecimento popular
O conhecimento popular é considerado: valorativo (conforme valores
da sociedade), reflexivo, assistemático (não é organizado logicamente),
verificável (pode ser testado), falível (evolui permanentemente) e inexato.

3 O esquema representado é só uma exemplificação, por isso não apresenta áreas como a Psicologia, a
Linguística e outras.

Capítulo 1 – Ciência e Conhecimento 13


Conhecimento científico
O conhecimento científico é real (fatos), contingente (baseado nas
experiências), sistemático (ordenado logicamente), verificável, falível e
aproximadamente exato (aceito provisoriamente).
Ao se comparar esses dois tipos de conhecimento, verifica-se que ambos
não apresentam exatidão absoluta e, portanto, são passíveis de erros, ou seja,
são falíveis.
Outra importante diferença diz respeito à sua organização, sendo o
popular assistemático e o científico sistemático, ou seja, o conhecimento
científico para ser produzido, necessariamente deve seguir os procedimentos
estabelecidos pelo método utilizado.

Conhecimento religioso e filosófico


Quanto ao conhecimento religioso e o filosófico é possível reconhecer
mais semelhanças do que diferenças entre eles.
Ambos possuem as seguintes características: valorativo, sistemático, não
verificável, infalível (não pode ser testado) e exato (aceito permanentemente).
A única diferença entre eles é o uso da razão pelo conhecimento filosófico
enquanto o conhecimento religioso está fundamentado na intuição.
No entanto, a separação entre os quatro tipos de conhecimento é
apenas metodológica, pois o pesquisador pode utilizar-se de todos eles para
complementar seu estudo.

1.6 Meios de aquisição do conhecimento


Não existe um método perfeito, mas pode-se dizer que o conhecimento
pode ser adquirido de três maneiras: por meio da intuição, da experimentação
e da racionalização.

Intuição
A intuição considera o fenômeno psíquico natural, próprio da
mente humana. É uma função específica, que age pelo pensamento,
Metodologia da Pesquisa

independentemente de a formação que a pessoa tem ser científica ou técnica.


Todos os seres humanos possuem, alguns em maior ou menor grau, para
obter conhecimentos sem a utilização da experiência ou da razão. Exemplo:
formular ideias sobre um novo produto.

14
Experimentação
A experimentação (empirismo) foi considerada por Galileu e Bacon
(XVII) como a única maneira do conhecimento ser obtido. Exemplo:
projetar, construir e testar um novo produto.

Galileu Galilei Francis Bacon

Galileo Galilei (1636). Justus Sustermans. Francis Bacon, Viscount St Alban (1731/cópia a partir
Óleo sobre tela. National Maritime Museum. de um original de 1618 - artista desconhecido).
867 mm x 686 mm. Justus Sustermans. Óleo sobre tela. National
Portrait Gallery, Londres. 765 mm x 632 mm.

Racionalização
A racionalização (razão) foi defendida por Descartes (séc. XVII) como
a única fonte do conhecimento. Os racionalistas defendem a ideia que os
sentidos humanos são passíveis de engano, portanto não podem conduzir
ao conhecimento verdadeiro, que é lógico. Exemplo: explicar porque o novo
produto funciona.

1.7 Fatos, leis e teorias


Fatos
Fatos são constatações feitas a partir da observação. Por meio da
observação direta, Newton constatou a queda de uma maçã, um fato. Embora
não haja certeza sobre a história da maçã, o fato é que Newton observou que
a mesma força que atrai uma maçã para o chão, mantém em órbita a Terra e
os demais planetas.

Capítulo 1 – Ciência e Conhecimento 15


Relato original de Isaac
Newton e da maçã revelado
ao público
Royal Society disponibiliza online a biografia
escrita por William Stukeley, em 1752

Um dia, Isaac Newton (1643-1727) estava


sentado à sombra de uma macieira no jardim
de sua casa quando de repente se interrogou:
“Por que é que as maçãs caem sempre
perpendicularmente ao solo?”.
Neste momento, um dos mais relatados na
História da Ciência, a noção de gravidade Sir Isaac Newton (1702). Sir Godfrey
Kneller. Óleo sobre tela. National
começava a ganhar forma. Pela primeira vez, Portrait Gallery, Londres. 760 mm
é revelado ao público o manuscrito em que x 630 mm
originalmente é contado esse episódio.
O manuscrito de “Memoirsof Sir Isaac Newton’s Life”, escrito por William
Stukeley, em 1752, estava nos arquivos da Royal Society, de Londres, e é agora
dado a conhecer através do website  www.royalsociety.org/turning-the-pages,
elaborado a propósito do 350º aniversário daquela instituição britânica.
William Stukeley foi amigo e o primeiro biógrafo de Newton. Este antiquário e
arqueólogo pioneiro no estudo de Stonehenge acompanhou sempre os pensamentos
de Newton. Muitas vezes com ele se sentou debaixo da famosa macieira e foi lá
que testemunhou as primeiras reflexões do físico acerca da teoria da gravidade.
Na biografia, Stukeley relata que Newton lhe contou que foi nessa mesma situação,
num momento de contemplação, que a queda de uma maçã fez luz na sua mente.
Fonte: CIÊNCIA HOJE. Relato original de Isaac Newton e da maçã revelado ao público.
Disponível em: <http://www.cienciahoje.pt/index.php?oid=38782&op=all>.
Acesso em: 14 jun. 2012.

A análise pormenorizada do fato conduz o


Domínio Público.

pesquisador à elaboração de uma teoria, que pode


conter uma ou várias leis.
Newton formulou, assim, a Teoria da Gravitação
Universal, com base na Lei das Órbitas de Kepler e na
Metodologia da Pesquisa

Lei da Queda Livre dos Corpos (Lei de Newton). Ao


analisar a Lei de Newton, Einstein propôs a Teoria
Geral da Relatividade. Desta maneira, partindo dos
fatos, leis podem ser definidas se propostas teorias.

16
Leis
As leis científicas são as explicações sistemáticas para os fenômenos que
se manifestam sempre da mesma forma, com elevado grau de precisão. As
principais funções de uma lei são: o resumo de vários fatos, a previsão de
novos fatos e a regularidade de fatos.

Trata-se do nível mais elevado do saber científico, tendo um grau de


confiabilidade superior ao da teoria.

Teoria
Teoria é a síntese de um campo do conhecimento, que teve suas hipóteses
testadas por meio da aplicação de métodos científicos. Trata-se da ordenação
sistemática dos fatos, que orienta os objetivos da Ciência.
Teoria e fato não são opostos, mas estão inter-relacionados e são objetos
de interesse dos cientistas.

A teoria resume o conhecimento, formula um sistema conceitual,


permite a previsão de novos fatos e indica lacunas no conhecimento.
O fato dá início à teoria, podendo ainda redefini-la ou rejeitá-la.

1.8 Pesquisa
Pesquisa científica é a atividade sistemática realizada com a finalidade de
descobrir novos conhecimentos que auxiliem na resolução de um problema.

Quanto à natureza
Quanto à natureza, a pesquisa científica pode ser básica ou aplicada.

Pesquisa básica H O
C
A pesquisa básica gera conhecimento sem finalidade
CH3 CH2
imediata. O conhecimento produzido será utilizado nas
pesquisas aplicadas. Seu objetivo é a divulgação do conhecimento
CH3 O
por meio da produção de artigos científicos. Exemplo: produção
de conhecimento na área de Química Orgânica. CH3

Capítulo 1 – Ciência e Conhecimento 17


Pesquisa aplicada
A pesquisa aplicada gera produtos ou processos com finalidade imediata.
Utiliza-se do conhecimento produzido na pesquisa básica. Seu objetivo é
aplicar o conhecimento, podendo gerar patentes. Exemplo: produção de
medicamentos.
Nolinger / Creative Commons.

Quanto aos objetivos


Quanto aos objetivos, a pesquisa científica pode ser exploratória,
descritiva, explicativa.

Quanto aos procedimentos


Quanto aos procedimentos, a pesquisa pode ser: bibliográfica,
documental, experimental, operacional, estudo de caso, e outros.

1.9 Método científico


Metodologia da Pesquisa

Ao definir o tema de seu estudo, o pesquisador necessariamente deve


decidir como o realizará, ou seja, deve selecionar um ou mais métodos que
conduzirão o desenvolvimento de sua pesquisa.

18
O método pode ser considerado o meio para se chegar a um determinado
fim, ou seja, o caminho que deve ser percorrido para se alcançar o objetivo
que deseja.
Para Lakatos e Marconi (2001, p. 83):

Método é o conjunto das atividades sistemáticas e racionais que,


com maior segurança e economia, permite alcançar o objetivo –
conhecimentos válidos e verdadeiros–, traçando o caminho a ser seguido,
detectando erros e auxiliando as decisões do cientista.

Os métodos científicos devem apresentar a abordagem do tema e os


procedimentos seguidos para o alcance dos objetivos previamente definidos.
Desta maneira, são dois os tipos de métodos utilizados na pesquisa científica:
o método de abordagem e de procedimento.

Método de abordagem
O método de abordagem se caracteriza pela forma ampla e abstrata como
se trata o fenômeno estudado.
São quatro os métodos de abordagem: indutivo, dedutivo, hipotético-
-dedutivo e dialético.

Método indutivo (Galileu e Bacon, séc. XVII)

O método indutivo proposto por Galileu conduz o estudo de caso


particular à formulação de uma lei geral. A aplicação desse método induz
a uma conclusão geral sobre todos os casos, embora apenas um ou alguns
tenham sido analisados.
O método que Bacon propôs baseia-se na observação sistemática e na
experiência dos fenômenos e fatos naturais.
Para utilizar este método é necessário ter como base as seguintes etapas:
observação dos fenômenos, descoberta da relação entre os fenômenos
observados e generalização da relação dos fenômenos.
É possível justificar as inferências indutivas partindo-se do princípio
que existe regularidade nos fenômenos, ou seja, o que ocorreu no passado
ocorrerá no futuro.
O risco de utilizar o método indutivo está na insuficiência da amostra
apresentada para legitimar a conclusão geral. Desta maneira, pode-se dizer
que o método utiliza, invariavelmente, uma amostra, neste caso diz-se que
essa amostra é insuficiente e tendenciosa.

Capítulo 1 – Ciência e Conhecimento 19


De qualquer maneira, quando utilizado, o método indutivo concorda com
a ideia de que, mesmo sendo verdadeiras todas as premissas, a conclusão não
será necessariamente verdadeira, ou seja, a conclusão pode ser verdadeira,
pois as informações concluídas não
estavam implícitas nas premissas.

Método dedutivo
(Descartes, séc. XVII)
O método dedutivo, ao contrário
do indutivo, parte da verdade universal
para os casos particulares. Exemplo:
todas as aves têm penas. Todos os
tucanos são aves. Logo, todos os
tucanos têm penas.
No método dedutivo considera-se
que todas as premissas são verdadeiras,
logo, a conclusão deve ser verdadeira.
Retrato de René Descartes (1649/50). Frans Todas as informações da conclusão já
Hals. Óleo sobre tela. Museu do Louvre, Paris.
780 mm x 690 mm. estavam implícitas nas premissas.

Método hipotético-dedutivo (Popper, séc. XX)


O método hipotético-dedutivo parte
Domínio Público.

de um problema (P¹), ao qual é oferecido


uma solução provisória (teoria-tentativa
TT). A solução é criticada, com vistas à
eliminação do erro (EE). Desta maneira,
o processo pode ser renovado a partir do
surgimento de novos problemas (P²). A
partir das hipóteses levantadas deduz-se a
solução para o problema.
Enquanto o método dedutivo busca
a confirmação da hipótese, o hipotético-
-dedutivo procura evidências para derrubá-
la. (GIL, 1999).
Metodologia da Pesquisa

20
O esquema a seguir apresenta o método proposto por Karl R. Popper:

P¹ TT EE P²

Segundo Bunge, as etapas do método hipotético-dedutivo são:


a. Identificação do problema.
b. Construção de um modelo teórico.
c. Dedução de consequências particulares.
d. Teste de hipóteses.
e. Adição ou introdução das conclusões na teoria.

Método dialético
Pode-se dizer que as quatro leis fundamentais da dialética são:
a. Ação recíproca, unidade polar ou “tudo se relaciona”.
b. Mudança dialética, negação da negação ou “tudo se transforma”.
c. Passagem da quantidade à qualidade ou mudança qualitativa.
d. Interpenetração dos contrários, contradição ou luta dos contrários.

Métodos de procedimentos
Esse método se caracteriza por uma abordagem mais ampla, em nível
de abstração mais elevado, dos fenômenos da natureza e da sociedade.
Os métodos de procedimento são etapas mais concretas da investigação.
Pressupõem uma atitude concreta em relação ao fenômeno. Podem ser
usados concomitantemente.

Capítulo 1 – Ciência e Conhecimento 21


Fonte: a Autora.
Evolução da Ciência
SÉC. VII A.C.
Grécia inicia estudos sobre a sistematização do IDADE MÉDIA (SÉC. V A XV)
conhecimento.
Igreja era responsável pela
Nomes: Pré-socráticos, Sócrates, Platão e Aristóteles. produção do conhecimento.

Domínio Público.
Escola de Atenas (1509).
Rafael Sanzio. Afresco.
Sócrates. Museu do Palácio Apostólico,
Louvre, Paris. 335 mm. Vaticano.500 cm × 700 cm.
Isaac Newton, em 1752,
desenvolve a teoria gravitacional,
IDADE MODERNA (SÉC. XV A XVIII) com base em um fato cotidiano.
Renascimento (XV e XVI): mudanças na
maneira de estudar o conhecimento.
Nomes: Copérnico e Galileu.
Iluminismo (XVII a XIX): Era da Razão.
Homem passou a ser o centro do
universo. Nomes: Newton, Locke e Kant.

SÉCULO XVII
Galileu e Bacon propõem o método de
abordagem indutivo.
SÉCULO XX
Einstein, com base na teoria de Newton,
desenvolve a Teoria da Relatividade.
Domínio Público.

E Descartes o método dedutivo.

Popper propõe o método de abordagem


hipotético-dedutivo.
Metodologia da Pesquisa

Domínio Público.

22
Ética e técnicas de pesquisa Capítulo

Neste capítulo será discutida a ética nas pesquisas


Carmen Ballão

2
realizadas com seres humanos, assim como serão apresentadas
as técnicas e as etapas para a construção de um projeto de
pesquisa. As técnicas são divididas em quatro: documentação
indireta, documentação direta, observação direta intensiva
e observação direta extensiva. Lembrando ainda que a
pesquisa científica deve ser desenvolvida por meio de várias
etapas. O projeto se constitui em uma das mais importantes,
sendo fundamental para que o pesquisador não perca o rumo
do seu estudo.

2.1 Aspectos éticos na pesquisa


envolvendo seres humanos
As pesquisas científicas envolvendo seres humanos devem
seguir as diretrizes e normas regulamentadoras apresentadas
na Resolução 196/96 do Conselho Nacional de Saúde do
Ministério da Saúde.
A ética na pesquisa inicia-se pela obtenção do
consentimento livre e esclarecido dos indivíduos pesquisados
e pelo respeito e proteção aos grupos vulneráveis e incapazes.
O pesquisador, ainda, deve garantir a confidencialidade e a
privacidade das informações e imagens, assegurando que o
indivíduo ou a comunidade não sejam prejudicados.
Uma das grandes discussões do mundo atual diz respeito
à utilização de células-tronco. Veja o que diz a bioquímica e
farmacêutica Alexandra Vieira sobre o uso desse recurso na
Medicina.
Células-tronco: o que são e para que servem
Elas são de diversos tipos e um verdadeiro tesouro, pois podem originar outros
tipos de células e promover a cura de diversas doenças como o câncer, o Mal de
Alzheimer e cardiopatias. Estamos falando das células-tronco, foco de discussões
entre cientistas, leigos e políticos.
O fato é que a legislação brasileira sobre pesquisas com células-tronco de
embriões humanos, já aprovada no Congresso Nacional, permite o uso dessas
células para qualquer fim. Mas a lei de Biossegurança aguarda aprovação na
Câmara dos Deputados. E muita polêmica ainda pode surgir, já que a Igreja e
outros grupos são contra a utilização de células-tronco embrionárias.
Para explicar o que é e para que serve a célula-tronco, entre outros temas,
Alexandra Vieira, farmacêutica e bioquímica, pesquisadora da Fundação Zerbini/
INCOR, em São Paulo, concedeu esta entrevista exclusiva ao Terra. Confira!
Terra: O que são células-tronco?
Alexandra:  De forma bem simplificada, células-tronco são células primitivas,
produzidas durante o desenvolvimento do organismo e que dão origem a outros
tipos de células. [...]
Terra: Para que servem as células-tronco?
Alexandra:  Uma das principais aplicações é produzir células e tecidos para
terapias medicinais. [...]
[...]
Terra: As células-tronco podem ajudar na terapia de quais doenças? Como os
tratamentos são feitos?
Alexandra:  Algumas doenças que seriam beneficiadas com a utilização das
células-tronco embrionárias são: Câncer – para reconstrução dos tecidos;
Doenças do coração – para reposição do tecido isquêmico com células cardíacas
saudáveis e para o crescimento de novos vasos; Osteoporose – por repopular
o osso com células novas e fortes; Doença de Parkinson – para reposição das
células cerebrais produtoras de dopamina; Diabetes – para infundir o pâncreas
com novas células produtoras de insulina; Cegueira – para repor as células da
retina; Danos na medula espinhal - para reposição das células neurais da medula
espinal; Doenças renais – para repor as células, tecidos ou mesmo o rim inteiro;
Doenças hepáticas – para repor as células hepáticas ou o fígado todo; Esclerose
lateral amiotrófica – para a geração de novo tecido neural ao longo da medula
espinal e corpo; Doença de Alzheimer – células-tronco poderiam tornar-se parte
Metodologia da Pesquisa

da cura pela reposição e cura das células cerebrais; Distrofia muscular - para
reposição de tecido muscular e possivelmente, carreando genes que promovam
a cura; Osteoartrite – para ajudar o organismo a desenvolver nova cartilagem;
Doença autoimune – para repopular as células do sangue e do sistema imune;
Doença pulmonar – para o crescimento de um novo tecido pulmonar.

24
[...]
Terra: No Brasil, onde já se faz tratamentos com células-tronco?
Alexandra:  Aqui, os tratamentos com células-tronco são feitos apenas em
grandes centros de pesquisa, como os grandes hospitais e somente para
pacientes que assinam um termo de consentimento e concordam em participar
desses estudos clínicos.
Recentemente, o Ministério da Saúde aprovou um orçamento de R$ 13 milhões
em três anos para a pesquisa das células-tronco da qual participam alguns
grandes hospitais brasileiros como o Instituto do Coração - SP, Instituto Nacional
de Cardiologia de Laranjeiras – RJ, entre outros. Serão estudadas as cardiopatias
chagásicas (decorrente da doença da Chagas), o infarto agudo do miocárdio, a
cardiomiopatia dilatada e a doença isquêmica crônica do coração.
[...]
Fonte: PORTAL TERRA. Células-tronco: o que são e para que servem? Disponível em: <http://noticias.
terra.com.br/ciencia/interna/0,,OI472268-EI1434,00.html>. Acesso em: 15 jun. 2012.

A discussão da utilização de células-tronco pela Medicina é alguns dos


pontos que a ética na Ciência precisa pensar, por envolver seres humanos que
podem estar sujeitos a qualquer risco.
Assim, toda pesquisa envolvendo seres humanos deve ser submetida
a um Comitê de Ética em Pesquisa. Esse comitê emitirá um parecer
consubstanciado num prazo de 30 dias. De acordo com a Resolução CNS
196/96, o parecer apresentará um dos seguintes resultados:

• aprovado;
• com pendência: quando o Comitê considera o protocolo como
aceitável, porém identifica determinados problemas no protocolo,
no formulário do consentimento ou em ambos, e recomenda uma
revisão específica ou solicita uma modificação ou informação
relevante, que deverá ser atendida em 60 (sessenta) dias pelos
pesquisadores;
• retirado: quando, transcorrido o prazo, o protocolo permanece
pendente;
• não aprovado.

De acordo com a Resolução CNS 196/96, antes de iniciar a pesquisa


envolvendo seres humanos, o pesquisador deve protocolar seu projeto de
pesquisa e aguardar o pronunciamento do Comitê de Ética em Pesquisa (CEP).
Quando dada a possibilidade do desenvolvimento do projeto, o pesquisador
deve elaborar e apresentar ao CEP relatórios parciais e final, além de apresentar

Capítulo 2 – Ética e técnicas de pesquisa 25


dados quando solicitados pelo CEP. Todos os dados levantados durante a
pesquisa devem ser arquivados pelo pesquisador por um prazo de cinco anos.
Os resultados da pesquisa devem ser encaminhados para publicação, caso não
sejam, ou o projeto seja interrompido, o CEP deve ser comunicado.

A vulnerabilidade dos sujeitos da pesquisa


Este é um dos pontos centrais na discussão da ética na pesquisa. A
vulnerabilidade dos sujeitos de pesquisa nas instituições públicas é um fator
crucial na fidelidade dos dados resultantes, pelo fato de serem indivíduos
institucionalizados e de alguma forma dependentes daquela instituição
objeto da pesquisa.
As questões ligadas às finanças, relações trabalhistas, satisfação dos
trabalhadores em relação à empresa, salários e tantas outras questões que
são comumente objeto de pesquisas expõem o indivíduo a situações de
vulnerabilidade pelo fato de que nem sempre a sua opinião é aquela que
pode ser exposta por meio dos resultados.
Mesmo que os questionários ou entrevistas não necessitem de identificação,
os indivíduos podem preferir não serem fiéis aos questionamentos por medo
de represálias. Desta forma, os próprios questionamentos precisam ter uma
redação clara, objetiva e imparcial, a qual não pode dar margem à dupla
interpretação.

Quer dizer que


na pesquisa você
disse que me acha
nervosa? Hein?
© Yuri Arcurs/Shutterstock
Metodologia da Pesquisa

Durante aplicação de um questionário, é preciso cuidar com o tratamento


dispensado.

26
Todas as possibilidades de constrangimento, desconforto, humilhação,
demonstração de poder numa escala hierárquica precisam ser minimizadas
pelo pesquisador, já que isto irá colocar a ética como pano de fundo
dos resultados encontrados nas pesquisas envolvendo seres humanos
institucionalizados.

A manipulação dos dados provenientes de pesquisas em organizações


As pesquisas realizadas em ambientes organizacionais para que resultem
em dados fidedignos precisam de certos cuidados, os quais o pesquisador
precisa atentar. Em muitos casos, a pesquisa envolve dados da empresa que
não são obtidos por meio de entrevistas ou questionários, mas sim por análises
de dados secundários, como registros, balanços, planilhas envolvendo valores
financeiros, níveis de produtividade, números importantes e que nem sempre
as organizações e de modo especial as empresas permitem acesso a outras
pessoas.
Esses dados precisam ser tratados de forma que a organização permita a
sua publicação, ou seja, os dados devem ser tratados com cautela para buscar
o equilíbrio entre a sua veracidade e de forma que não exponham a empresa
e os sujeitos pesquisados a nenhum constrangimento ou a situações nas quais
os dados possam prejudicar a imagem ou a idoneidade dos mesmos e nem da
organização a qual pertencem.
Quando se trata de dados envolvendo resultados financeiros de
organizações, muitas delas não admitem que a pesquisa seja elaborada, ou
a permissão é dada caso um gestor ou responsável pela organização repasse
esses dados, o que por muitas vezes pode ser manipulado, prejudicando
consideravelmente a análise por parte dos pesquisadores.
Já nas pesquisas que envolvem os recursos humanos das empresas, o
prejuízo também pode ser grande, uma vez que os gestores da área poderão
impedir que a realidade do tratamento para com os funcionários seja retratada
por uma pesquisa científica.
Em muitas vezes, os pesquisadores podem abordar questões como
condições de trabalho, satisfação do funcionário, qualidade de vida na
empresa, equipamentos de segurança e proteção individual dentre tantos
outros temas que são muito delicados para as empresas, já que uma pesquisa
publicada pode expor a empresa aos órgãos reguladores, causando além de
prejuízos de imagem, prejuízos de ordem material.

Capítulo 2 – Ética e técnicas de pesquisa 27


Isso significa dizer que a realização de pesquisas
em empresas não é viável?
Nem sempre. No entanto, ao envolver questões como as relatadas acima
em uma pesquisa, corre-se o risco de que os dados repassados pela organização
aos pesquisadores estejam manipulados, restringindo a pesquisa e ocasionando
uma invalidação ou até mesmo a desistência da análise dos dados.

2.2 Técnicas de pesquisa


“Técnica é um conjunto de preceitos ou processos de que se serve uma
ciência.” (MARCONI; LAKATOS,1999, p.64).
O êxito da pesquisa dependerá da adequação das técnicas aos métodos
utilizados.

Documentação indireta
Para desenvolver a pesquisa é necessário coletar variados dados,
independentemente da escolha das técnicas ou dos métodos.
O levantamento dos dados é feito por meio da pesquisa documental (ou
de fontes primárias) e da pesquisa bibliográfica (ou de fontes secundárias).

Pesquisa documental
A principal característica da pesquisa documental é a utilização de
documentos (ou fontes primárias) para a coleta de dados. Os documentos
(escritos ou não) podem ser obtidos de arquivos particulares, arquivos
públicos ou órgãos estatísticos como, por exemplo, o Instituto Brasileiro de
Geografia e Estatística (IBGE)1.

Pesquisa bibliográfica
A pesquisa bibliográfica é desenvolvida a partir de material já elaborado,
obtido na imprensa escrita (jornais e revistas), nos meios audiovisuais (rádio
e televisão), em materiais cartográficos (mapas e gráficos) e, principalmente,
Metodologia da Pesquisa

em publicações (livros, teses, artigos, revistas científicas e outros).

1 Para mais informações, acesse o site: <www.ibge.gov.br>.

28
Alain caraco / Creative Commons; Domínio Público; Falcon Northwest / Creative Commons; Domínio Público
A pesquisa em publicações compreende quatro fases distintas:
a. Identificação: reconhecimento do assunto referente ao tema em
estudo.
b. Localização: localização das referências bibliográficas nas
bibliotecas públicas, nas faculdades e em outras instituições.
c. Compilação: fotocópia do material contido em livros, revistas
científicas, e outros. Esse procedimento deve ser adotado quando
a aquisição do material se torna impossível.
d. Fichamento: transcrição dos dados mais importantes para fichas.
As fichas devem ser ordenadas para facilitar sua manipulação.
Devem conter os seguintes elementos de referência: autor, título
e subtítulo, número de edição (se não for a primeira), local de
publicação, editora, ano da publicação. Os fichamentos podem
ser de comentário, informação geral, glossário, resumo e citações.

Capítulo 2 – Ética e técnicas de pesquisa 29


Documentação direta
A documentação direta constitui-se, geralmente, da coleta de dados no
local onde os fenômenos ocorrem. Esses dados podem ser obtidos por meio
da pesquisa de campo ou da pesquisa de laboratório.

Pesquisa de campo
Segundo Lakatos e Marconi (1999), a pesquisa de campo consiste na
observação de fatos e fenômenos tal como ocorrem.
Magnus Manske / Creative Commons.

Antes de coletar os dados é necessário realizar as seguintes etapas:


a. Pesquisa bibliográfica para a construção de um modelo teórico
de referência.
b. Definição das técnicas a serem utilizadas na coleta de dados.
c. Estabelecimento das técnicas de registro dos dados.
d. Definição das técnicas que serão utilizadas em sua análise
posterior.

Após essas etapas, o pesquisador deve:


Metodologia da Pesquisa

a. Selecionar e enunciar um problema, levando em consideração a


metodologia apropriada.
b. Apresentar os objetivos da pesquisa, sem perder de vista as metas
práticas.

30
c. Estabelecer a amostra correlacionada com a área de pesquisa e
o universo de seus componentes.
d. Estabelecer os grupos experimentais e de controle.
e. Introduzir os estímulos, controlar e medir os efeitos.

As pesquisas de campo dividem-se em três grupos:


a. Quantitativo-Descritivas.
b. Exploratórias.
c. Experimentais.

Pesquisa em saúde.
Pesquisa de laboratório

© mathom/Shutterstock
A pesquisa de laboratório é um procedimento
de investigação mais difícil, porém mais exato. Ela
descreve e analisa o que será ou ocorrerá em situações
controladas. Exige instrumental específico e preciso,
além de ambiente adequado. É a pesquisa utilizada
em áreas da saúde, principalmente.

Observação direta intensiva


A observação direta intensiva é realizada por meio de duas técnicas:
observação e entrevista.

Observação
A observação é uma técnica de pesquisa que utiliza os sentidos na
obtenção de determinados aspectos da realidade. Os fatos não devem apenas
ser vistos ou ouvidos, é indispensável o exame detalhado dos mesmos.
A observação pode ser:
„„ Assistemática: sem nenhum sistema específico de pesquisa.
„„ Sistemática: com uma técnica específica.
„„ Não participante: dados coletados por outra fonte.
„„ Participante.
„„ Individual.
„„ Em equipe.
„„ Na vida real.
„„ Em laboratório.

Capítulo 2 – Ética e técnicas de pesquisa 31


Entrevista
A entrevista é o encontro de duas ou mais pessoas, a fim de que uma
delas obtenha informações a respeito de determinado assunto, mediante uma
conversação de natureza profissional.
Os tipos de entrevistas variam de acordo com o propósito do entrevistador.
Podem ser:
„„ Estruturadas: com questões já elaboradas anteriormente, tendo
como base o objetivo da pesquisa.
„„ Semiestruturadas ou desestruturadas: com um tema definido
apenas ou com base na intuição ou caminho que a conversa toma.
„„ Painéis2.

Preparação da entrevista
A entrevista deve ser preparada de acordo com os seguintes passos:
a. Planejamento da entrevista.
b. Conhecimento prévio do entrevistado.
c. Oportunidade da entrevista.
d. Condições favoráveis.
e. Contato com líderes.
f. Conhecimento prévio do campo.
g. Preparação específica.
Entrevista de emprego.
Diretrizes da entrevista © Goodluz/Shutterstock
As diretrizes a serem seguidas em uma
entrevista são as seguintes:
a. Contato inicial.
b. Formulação de perguntas.
c. Registro de respostas.
d. Término da entrevista.

Observação direta extensiva


Metodologia da Pesquisa

A observação direta extensiva realiza-se por meio de questionários,


formulários, medidas de opinião e atitudes, e outras.

2 Painel é uma simulação de um acontecimento real. Nessa modalidade, os candidatos recebem um


estudo de caso e devem tomar uma decisão, simulando um dia a dia na empresa.

32
Questionário
O questionário é um instrumento de coleta de dados, constituído por uma
série ordenada de perguntas, que devem ser respondidas pelo informante.
Em geral, o pesquisador envia o questionário ao informante e esse o
devolve respondido.
O questionário deve ser limitado em extensão e finalidade. Deve conter
de 20 a 30 perguntas e demorar cerca de 30 minutos para ser respondido.
Deve ser acompanhado por instruções definidas e notas explicativas, para
que o informante tome ciência do que se deseja dele. O aspecto material e a
estética devem ser observados.
O pré-teste pode ser aplicado mais de uma vez, tendo em vista seu
aprimoramento.
Quanto à forma, as perguntas são classificadas em três categorias: abertas,
fechadas e de múltipla escolha.

Perguntas abertas
Ex.: Qual é sua opinião sobre os fatores que devem abranger a legalização do
aborto?
Perguntas fechadas
Ex.: O aborto deve ser legalizado no Brasil?
( ) Sim ( ) Não
Perguntas de múltipla escolha
Ex.: Qual é, para você, a principal vantagem do trabalho temporário?
a) Maior liberdade no trabalho. ( )
b) Maior liberdade em relação ao chefe. ( )
c) Variação no serviço. ( )
d) Poder escolher um bom emprego para se fixar. ( )
e) Maiores salários. ( )

Quanto ao objetivo, podem ser: de fato, de ação, de opinião e outros.


Durante a elaboração de um questionário, deve-se iniciá-lo com perguntas
gerais, chegando aos poucos às específicas, colocando as questões de fato no
final. Essa ferramenta de pesquisa deve também conter perguntas pessoais e
impessoais alternadas.

Capítulo 2 – Ética e técnicas de pesquisa 33


Formulário
O formulário é um dos instrumentos essenciais para a investigação social,
cujo sistema de coleta de dados consiste em obter informações diretamente
do entrevistado. Portanto, o que caracteriza o formulário é o contato face a
face entre pesquisador e informante e o roteiro de perguntas a ser preenchido
pelo entrevistador no momento da entrevista.

Técnicas de coleta de dados

Modos de Vantagens Limites


coleta
Entrevista • Pode ser utilizada em todos os • Dificuldade de expressão.
segmentos da população. • Incompreensão do significado das
• Fornece uma amostragem geral da perguntas.
população. • Possibilidade de o entrevistado ser
• Oferece maior oportunidade para influenciado.
avaliar atitudes. • Disposição do entrevistado em dar
• Dá oportunidade para a obtenção as informações necessárias.
de dados que não se encontram • Retenção de dados importantes.
em fontes documentais. • Pequeno grau de controle sobre
• Há possibilidade de conseguir uma situação de coleta de dados.
informações mais precisas. • Ocupa muito tempo e é difícil de
• Permite que os dados sejam ser realizada.
quantificados.
Questionário • Economiza tempo. • Percentagem pequena de
• Atinge maior número de pessoas questionários que voltam.
simultaneamente. • Grande número de perguntas sem
• Abrange uma área geográfica respostas.
ampla. • Impossibilidade de ajudar o
• Economiza pessoal. informante em questões mal
• Obtém respostas rápidas. compreendidas.
• Maior liberdade de respostas. • Devolução tardia.
• Maior segurança. • Difícil controle e verificação.
• Menor influência do pesquisador. • Exige um universo mais
homogêneo.
• Maior tempo para responder.
• Mais uniformidade na avaliação.
Formulário • Utilizado em todos os segmentos • Menos liberdade nas respostas.
da população. • Risco de distorção.
• Possibilidade de orientação no • Menos prazo para responder.
Metodologia da Pesquisa

preenchimento. • Mais demorado.


• Reajuste do formulário à • Insegurança das respostas.
compreensão decada informante.
• Aplicação difícil, demorada e
• Facilidade na aquisição de dispendiosa.
um número representativo de
informantes.
Fonte: LAKATOS E MARCONI, 2000.

34
Projeto de pesquisa Capítulo

Carmen Ballão

Existem diferentes formas de se construir um projeto de


3
pesquisa, porém a metodologia científica define uma estrutura
formal, conforme se verifica a seguir:

Estrutura formal de um projeto de pesquisa

Tema (O quê?)
Delimitação do tema (Quem? O quê? Quando? Onde?)
Objetivos (Para quê? Para quem?)
Justificativa (Para quê?)
Problema (O quê?)
Hipótese (Provável resposta)
Metodologia (Como? Com quê?)
Fundamentação Teórica (Quem?)
Cronograma (Quando?)

Antes de redigir o projeto de pesquisa, o primeiro


passo a ser dado é a realização de estudos preliminares
para a verificação do estado atual do tema que se pretende
desenvolver. É importante observar aspectos teóricos e outros
estudos já elaborados. Posteriormente, essas informações serão
incluídas no projeto sob o título de “revisão de literatura”.

A revisão de literatura deve auxiliar o pesquisador


na identificação do problema. A busca da solução do
problema deve ser orientada pela hipótese formulada e
pelo objetivo geral.

A verificação da hipótese e do objetivo geral será realizada


através da análise qualitativa e quantitativa dos dados coletados.
Ao elaborar o projeto de pesquisa, alguns aspectos devem ser considerados:
a. O tema escolhido deve ser de interesse do pesquisador.
b. O problema a ser pesquisado deve ser claro.
c. O pesquisador deve elaborar sozinho um rascunho do projeto de
pesquisa.
d. Um projeto é sempre preliminar, ou seja, é o planejamento da
pesquisa.
e. O pesquisador deve dedicar tempo à elaboração do projeto.
f. A utilização de uma linguagem simples, correta e coerente.

3.1 Estrutura do projeto de pesquisa


A estrutura a ser seguida durante a elaboração do projeto de pesquisa
deve ser a seguinte:

1. CAPA
2. FOLHA DE ROSTO
3. OBJETIVO

a. TEMA
b. DELIMITAÇÃO DO TEMA
c. OBJETIVO GERAL
d. OBJETIVOS ESPECÍFICOS

5. JUSTIFICATIVA
6. OBJETO
7. PROBLEMA
8. HIPÓTESE BÁSICA
9. METODOLOGIA
Metodologia da Pesquisa

10. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA


11. CRONOGRAMA
12. INSTRUMENTOS DE PESQUISA
13. REFERÊNCIAS

36
3.2 Descrição dos elementos do projeto
TÍTULO: deve ser preciso e curto. Preciso no sentido de indicar
realmente o conteúdo, o assunto pesquisado. Curto, evitando o uso de
palavras desnecessárias. Se a pesquisa realizar-se em um determinado espaço
geográfico, este deve constar no título.
CAPA: contém informações sobre o autor, a pesquisa e a instituição que
o pesquisador representa.
FOLHA DE ROSTO: contém informações sobre o autor, a natureza da
pesquisa e a instituição.
TEMA: assunto que se deseja desenvolver.
DELIMITAÇÃO DO TEMA: dotado necessariamente de um sujeito,
um objeto, uma delimitação geográfica e temporal.
OBJETIVO GERAL: define o que se quer alcançar na pesquisa. Está
ligado a uma visão global e abrangente do tema.
OBJETIVOS ESPECÍFICOS: possuem função intermediária e
instrumental, permitindo, de um lado, atingir o objetivo geral e, de outro,
aplicá-lo a situações particulares.

VERBOS QUE PODEM SER USADOS nos objetivos (geral e específico):


analisar, identificar, diferenciar, enumerar, comparar, contrastar, distinguir,
selecionar, localizar, confeccionar, verificar, delimitar, relatar, relacionar, detectar,
averiguar, caracterizar, mapear, determinar, demonstrar, avaliar, apresentar,
classificar, proporcionar, direcionar.
VERBOS QUE NÃO DEVEM SER USADOS nos objetivos (geral e específico):
fazer, estudar, constatar, conscientizar, sensibilizar, compreender, saber, entender,
aprender, conhecer, pensar, refletir, gostar, sentir, ouvir, perceber, imaginar,
desenvolver, melhorar, aperfeiçoar, julgar, reconhecer, apreciar.

JUSTIFICATIVA: consiste em uma exposição sucinta, porém completa,


das razões de ordem teórica e dos motivos de ordem prática que tornam
importante a realização da pesquisa. Deve enfatizar:
„„ o estágio da teoria;
„„ as contribuições teóricas;
„„ a importância do tema;
„„ a possibilidade de sugerir modificações;
„„ a descoberta de soluções.
Capítulo 3 – Projeto de Pesquisa 37
A justificativa difere da fundamentação teórica.
PROBLEMA: esclarece a dificuldade específica com a qual se defronta
e que se pretende resolver.
HIPÓTESE BÁSICA: é a principal resposta, provável, suposta e
provisória, ao problema formulado.
METODOLOGIA: abrange um maior número de itens. Método de
abordagem, métodos de procedimento, técnicas, delimitação do universo,
tipos de amostragem.
FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA: abrange a teoria de base, a revisão
de literatura e a definição dos termos.
CRONOGRAMA: a pesquisa deve ser dividida em partes, fazendo-se
uma previsão do tempo necessário para passar de uma fase a outra.
Exemplo de um cronograma:

Passos Período
Metodológicos JAN FEV MAR ABR MAIO JUN JUL AGO SET

Pesquisa bibliográfica X X

Pesquisa documental X

Elaboração dos
X
questionários

Aplicação de questionário X

Análise e correlação
X X
dos dados

Redação final X X X

INSTRUMENTOS DE PESQUISA: este item está condicionado


à necessidade de instrumentos de pesquisa. Indica como a pesquisa será
realizada. Deve-se anexar ao projeto os instrumentos referentes às técnicas
selecionadas para a coleta de dados (questionário e/ou entrevista).
REFERÊNCIAS: contêm a relação das referências bibliográficas,
documentais ou eletrônicas utilizadas na elaboração do projeto de pesquisa.
Metodologia da Pesquisa

A revisão de literatura é importante para contextualizar o assunto pesquisado.

38
Pesquisa na internet Capítulo

Loureni Reis

Este capítulo tratará das inúmeras possibilidades de pesquisa


4
oferecidas pela internet e sobre as facilidades oferecidas pelos
motores de busca e suas naturezas e diferenças. Também será
abordado o rigor científico necessário desde a escolha das fontes
até os créditos assegurados aos autores e suas obras.

4.1 Encontrando os melhores


resultados para pesquisa
É por meio da utilização de motores de busca que
atualmente ocorrem uma das formas mais utilizadas de reunir
materiais para fundamentar pesquisas de qualquer natureza,
sejam elas acadêmicas ou não.

Motores de Busca
São programas ou ferramentas altamente especializadas
desenvolvidas para encontrar informações geralmente
armazenadas na internet. Os motores ou buscadores
apresentam uma lista de resultados a partir de
palavras, frases ou expressões fornecidas por quem está
realizando a pesquisa.

Exemplos das citadas ferramentas: Google, Bing, Msn,


Yahoo, Ask, etc.
Divulgação.

Vs. Vs.
Esses programas são muito eficientes e úteis, pois facilitam e deixam
mais ágeis as respostas dos termos que se deseja pesquisar. Com a ajuda
de buscadores é possível encontrar conteúdos de quase tudo que se deseja.
No entanto, para que os resultados sejam relevantes e de fato úteis alguns
cuidados precisam ser tomados.
Na lista gerada pelos buscadores, como é o mecanismo que gera os
resultados da pesquisa realizada? Quem ou o que organiza tudo?
Quando uma consulta ou pesquisa é realizada em um buscador, os
resultados são exibidos de forma rápida, porém a ferramenta não parte pela
web procurando os dados no momento em que é solicitado. Antes ocorreu
um trabalho anterior de procura, organização e sistematização para formação
de um banco de dados. Alguns sistemas organizam os dados por meio
do trabalho humano, outros usam a organização por meio de espécies de
robôs especialmente programados para “varrer” a web. Esses programas, em
detrimento da organização humana, que é mais segura e precisa, conseguem
tratar volumes maiores de informação.

4.2 Como buscar

Busca por palavras-chave


É a forma mais comum em que palavras-chave são digitadas em campos
específicos de cada buscador e o sistema procura resultados relevantes. A
seguir as principais dicas de pesquisa do buscador que atualmente é o mais
utilizado no mundo1. As regras deste motor de busca podem ser aplicadas a
praticamente todos os outros motores:

a. Mantenha a simplicidade: Comece digitando o nome da coisa, lugar ou


conceito por que procura. Ex.:
[dicas adestramento filhotes] 
[cruzeiro jantar Londres ] 
[ receita lasanha ]
Metodologia da Pesquisa

1 Segundo o Alexa.com, que é um site mundialmente conhecido que cria um ranking de sites com base
no número médio de visitas que eles recebem.

40
b. Adicione palavras relevantes: Caso não encontre o que procura ao fazer
uma pesquisa simples. 
Primeira tentativa: [filhotes ]
Mais preciso: [adestramento filhotes] 
Ainda mais preciso: [aula adestramento filhotes dálmatas] 
Não se preocupe se forem necessárias várias tentativas até encontrar as
palavras certas para descrever a pesquisa.

c. Tente usar as palavras que descrevem o que precisa: para descrever o


que procura observe:
Não ideal: [minha cabeça dói] 
Não ideal: [por que minha cabeça dói tanto] 
Melhor: [dor de cabeça] 
Por quê o buscador associa as palavras da pesquisa às palavras que
aparecem nas páginas da internet. Provavelmente, as páginas da web
informativas usarão o termo “dor de cabeça”, e, portanto, ele é o mais
indicado para encontrar o tipo de informação desejado.

d. Use apenas as palavras importantes:  Não use frases ou perguntas


completas. 
Não ideal: [país onde os morcegos são um sinal de sorte] 
Melhor: [morcegos sorte] 
Por quê? De modo geral, todas as palavras incluídas na pesquisa são usadas
para localizar o conteúdo correspondente. O excesso de palavras limitará os
resultados.

e. Exceções: Palavras comuns como “o”, “um” e “para” normalmente são


ignoradas, mas podem não ser caso sejam parte essencial da frase de
pesquisa. Por exemplo, a palavra “o” diferencia uma pesquisa:
[o corvo] (provavelmente referindo-se ao filme)
[corvo ] (provavelmente referindo-se ao animal)
Uma página da web pode aparecer nos resultados mesmo que não contenha
todas as palavras da pesquisa. Por exemplo: a consulta  [vista aérea da
piscina do bellagio]  mostrará belas fotos aéreas de páginas da web que
não incluem a palavra “aérea”.
Algumas palavras da consulta original podem ser substituídas por sinônimos.
Para evitar que isso aconteça, coloque a palavra ou frase desejada entre aspas.
De modo geral, sinais de pontuação e caracteres especiais são ignorados,
mas a lista de sinais de pontuação e símbolos reconhecidos nas pesquisas
é cada vez maior.
Fonte: http://support.google.com/websearch/bin/answer.py?hl=pt-BR&answer=134479.
Acesso em: 20 ago. 2012. Adaptado.

Capítulo 4 – Pesquisa na internet 41


Além das orientações citadas é ainda importante considerar:
Pesquise apenas um assunto por vez, isso porque melhores resultados
serão obtidos como no exemplo: [alimentos vitaminas A B12 C]
Ao realizar pesquisas independentes. Por exemplo: Primeira pesquisa –
alimentos vitamina A. Segunda pesquisa: alimentos vitamina B12, e assim
por diante.
Não use palavras que não são necessárias, um exemplo seria com as
seguintes palavras-chave: tudo sobre a educação na Inglaterra. A expressão
tudo sobre atrapalha os resultados. Não é provável localizar, em nenhuma
localidade de pesquisa, tudo sobre determinado assunto. Bastaria usar as
palavras-chave educação Inglaterra.

Não ideal Melhor


Tudo sobre a educação na Inglaterra Educação Inglaterra

Resultados não satisfatórios podem ser resultados do uso de palavras-


-chave que não são usadas por especialistas. Exemplo: lugares que se
transformaram por causa do crescimento das cidades.
Como pode ser observado, trata-se de um assunto da área de Geografia.
Um melhor resultado seria alcançado se a frase fosse substituída por
crescimento urbano ou urbanização talvez.

Não ideal Melhor


Lugares que se transformaram por causa do Crescimento urbano ou urbanização
crescimento das cidades

Variantes linguísticas
Não somente no Brasil, mas especialmente aqui é comum o uso de
palavras distintas para representar conceitos idênticos. Palavras como: aipim,
mandioca e macaxeira para designar o mesmo alimento ou beija-flor, binga,
chupa-mel, colibri e cuitelo para designar um pequeno pássaro em específico,
são alguns exemplos. Desta forma, é imprescindível ficar atento às variantes
Metodologia da Pesquisa

para não perder bons resultados de pesquisa.


Em síntese, é importante lembrar que, quanto mais direcionadas forem as
palavras-chave, melhor será o resultado.

42
Buscar por diretório ou por área do conhecimento
No modo de busca por diretório, Motor de busca organizado por diretório
por área de conhecimentos, ou
vertical, a informação é procurada
em um diretório, que é uma espécie
de catálogo de categorias, e ao
acessar essas categorias é então
possível acessar o que se deseja.
Pode-se dizer que a principal
característica deste modelo de
motor de busca é a organização dos
conteúdos por assunto, geralmente
de acordo com uma hierarquia. Fonte: http://www.buscar.com.br/diretorio.html

Exemplos de hierarquia utilizada em motores de buscas organizados por diretório

Fonte: http://directorio.sapo.pt/

Normalmente, o diretório é organizado e indexado por humanos e não


por softwares robôs.

4.3 Qualidade das fontes


Na hora de realizar a pesquisa é importante saber que ao mesmo
tempo em que ajudam, os motores de buscas também confundem com a
apresentação de milhares de páginas e hiperlinks em seus resultados. É então
que se pergunta: Quem olha todos os resultados? Quem verifica apenas
as primeiras páginas? Ou apenas o primeiro resultado que aparece? Que
critérios utilizam-se para “escolher” quais dos resultados vai utilizar?

Capítulo 4 – Pesquisa na internet 43


Alguns “pesquisadores” tendem a verificar somente os primeiros resultados
referentes à primeira tentativa e se dão por satisfeitos. A prioridade nesses
casos é apenas a rapidez. A qualidade não é relevante.
No entanto, uma pesquisa acadêmica requer rigor científico, ética e precisão.
Uma busca aligeirada não dará, nem de longe, elementos suficientes para que
uma pesquisa seja realizada. É por isso que existem sites considerados confiáveis
e são eles que devem ser consultados para fundamentar as pesquisas realizadas.
Páginas de universidades, de pesquisadores, de periódicos científicos
são alguns exemplos de locais que devem ser privilegiados nas pesquisas
com objetivos científicos sérios. Blogs, enciclopédias como a Wikipédia e
outros locais que não tenham rigorosidade científica atestada não devem ser
considerados como fontes seguras.
Uma boa forma de iniciar buscas para fundamentação para pesquisas
científicas no Brasil é pelo Portal de Periódicos da Capes2.
Segundo dados desse portal, o site oferece acesso a textos selecionados em
mais de 31 mil publicações periódicas internacionais e nacionais e às mais
renomadas publicações de resumos, cobrindo todas as áreas do conhecimento.
Inclui também uma seleção de importantes fontes de informação científica e
tecnológica de acesso gratuito na web.
O portal oferece formas de buscas tanto por palavras-chave, como por
diretórios ou área do conhecimento. Há ainda a possibilidade de pesquisar
diretamente no acervo pelas coleções disponíveis.
Página inicial do Portal de Periódicos da Capes
Metodologia da Pesquisa

Fonte: http://www.periodicos.capes.gov.br/

2 Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior. Desempenha papel fundamental


na expansão e consolidação da pós-graduação Stricto Sensu (mestrado e doutorado) em todos os
estados da federação. Disponível em: <www.capes.gov.br/acessoainformacao/institucional>. Acesso
em: 17 set. 2012.
44
Acessando a base de dados do portal é possível refinar a busca. Na busca
títulos dos periódicos, o site oferece como resultado as páginas que levam
diretamente aos sites dos periódicos ou das instituições responsáveis pela
publicação.
Outra fonte bastante recomendada é a Scientific Electronic Library Online
(SciELO) que é uma biblioteca eletrônica de periódicos científicos de origem
brasileira. A SciELO é o resultado de um projeto de pesquisa da Fapesp -
Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo, em parceria
com a Bireme - Centro Latino-Americano e do Caribe de Informação em
Ciências da Saúde.
Segundo informações do site, o objetivo da SciELO é implementar uma
biblioteca eletrônica que possa proporcionar um amplo acesso a coleções de
periódicos com acesso aos textos completos dos artigos.

Site da Scientific Electronic Library Online


(SciELO)

Fonte: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_
home&lng=pt&nrm=iso

Os dois sites citados são exemplos de notória qualidade e rigorosidade


científica. No entanto, como é possível saber se outras fontes consultadas
asseguram a confiabilidade e o rigor científico necessário?
Uma estratégia seria verificar os identificadores de publicações seriadas e
não seriadas aceitos internacionalmente.
Publicações seriadas são as que apresentam periodicidade, ou seja,
publicadas mais de uma vez, dentro de um período específico, anual,
semestral, mensal, bimestral, diário, etc. Nesta categoria incluem-se
revistas, anuários, relatórios técnicos, monografias seriadas, anais, revistas
eletrônicas, entre outras. O identificador das publicações seriadas, e
que pode ser utilizado como referencial de qualidade é o International
Standard Serial Number (ISSN), ou Número Internacional Normalizado
das Publicações em Série.

Capítulo 4 – Pesquisa na internet 45


Localização do ISSN em um periódico. O ISSN foi criado com o objetivo
de identificar e individualizar o título
de uma publicação seriada, tornando-o
único. Seu uso é definido pela norma
técnica ISO 3297:2007. A Plataforma
Lattes3, por exemplo, exige o ISSN,
motivada pela necessidade constante de
certificação de dados, com objetivo de
oferecer cada vez mais a qualidade da
informação. Por esse motivo não podem
ser cadastrados como “Artigos completos
publicados em Periódicos” artigos sem
este identificador.

Fonte: http://www.abcm.ufpr.br/revista.htm

O ISSN como fonte de informação


A Rede ISSN (ISSN Network) é uma organização intergovernamental representada
por mais de 70 países, coordenada pelo centro Internacional do ISSN, em Paris. Foi
criada em 1971, durante a reunião do Unisist – Sistema Mundial de Informação
Científica, da UNESCO. Implantada em 1974, tem como objetivo apoiar o controle
bibliográfico mundial de publicações seriadas, facilitando acesso aos seus registros e
controlando a atribuição de ISSN. O Centro Internacional do ISSN atua como agência
mantenedora e criadora de normas internacionais relacionadas com publicações
seriadas, adotando, entre outras, a ISO 3297 - International Standard Serial Number,
que apresenta instruções sobre a atribuição do código padronizado ISSN.
Os registros são disseminados em nível internacional, por meio da base de
dados “ISSN Register” em Paris (França), onde já se encontram registrados mais
de 1.000.000 de títulos de publicações seriadas com ISSN impressos em todo o
mundo. Essa abrangência a coloca no patamar de única fonte de informação sobre
publicações seriadas no mundo.
O representante oficial dessa rede no Brasil é o Instituto Brasileiro de Informação
em Ciência e Tecnologia (IBICT ) por intermédio do Centro Brasileiro do ISSN (CBI),
com vistas ao controle e divulgação de publicações seriadas editadas no Brasil,
por meio de atribuição do código ISSN.
Metodologia da Pesquisa

Fonte: http://fontesgerais.blogspot.com.br/2011/06/o-issn-numero-internacional-normalizado.html

3 A Plataforma Lattes  integra as bases de dados de currículos, grupos de pesquisa e instituições das
áreas de Ciência e Tecnologia, no Brasil.

46
Para as publicações não seriadas existe o identificador
denominado ISBN (International Standard Book Number),
que traduzido quer dizer Número Padrão Internacional de
Livro. Esse sistema identifica numericamente publicações
sem caráter seriado segundo o título, o autor, o país e a
editora, individualizando-as inclusive por edição. A
Fundação Biblioteca Nacional é a responsável no Brasil para atender a
solicitação de cadastro tanto para obras impressas como para softwares.
Além dos sites e portais indicados há inúmeras outras fontes que podem
e devem ser consultadas para construção técnico-científica da pesquisa
realizada. Existem incontáveis bases de dados das mais diferentes áreas do
conhecimento, tais como:

Bireme - BVS : coleção em saúde. Distingue-se do


conjunto de fontes de informação disponíveis na
http://regional.bvsalud.org/php/index.php
internet por obedecer a critérios de seleção e controle
de qualidade.
Biblioteca Digital da Unicamp: objetiva disponibilizar e
http://www.bibliotecadigital.unicamp.br/ difundir a produção científica, acadêmica e intelectual
da Universidade em formato eletrônico/digital.
Biblioteca Digital da UFRGS: a Biblioteca Digital de
http://www.lume.ufrgs.br/
Teses e Dissertações da UFRGS .
As Bases de Dados da Pesquisa Agropecuária – BDPA
expressam o conhecimento gerado e adquirido
http://www.bdpa.cnptia.embrapa.br/
pela Embrapa e têm por objetivo contribuir para o
cumprimento da missão institucional da empresa.
http://www.minerva.ufrj.br/ Minerva: sistema de Documentação da UFRJ.
http://www.ibge.gov.br/home/ Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística ou IBGE.
A Alexandria Digital Library (ADL) é uma biblioteca
distribuída digitalmente com coleções de materiais
georreferenciados. ADL inclui a biblioteca operacional,
com vários nós e coleções, e o programa de
http://www.alexandria.ucsb.edu/
investigação através do qual arquiteturas de
bibliotecas digitais, aplicativos de dicionário
geográfico, aplicações educacionais, e componentes de
software são modelados, protótipo, e avaliados.
O Geoconnections Discovery Portal tem como um dos
principais objetivos fornecer uma infraestrutura de
http://geodiscover.cgdi.ca/web/guest/home
ferramentas e serviços para descoberta e acesso de
dados, serviços e organizações geoespaciais
National Academies Press (NAP), editora das
academias nacionais de ciência dos Estados Unidos,
que disponibiliza livros eletrônicos, em inglês, que
http://www.nap.edu./
podem ser baixados ou lidos gratuitamente. São mais
de quatro mil títulos, disponibilizados inteiros ou por
capítulos, em arquivos no formato pdf.

Capítulo 4 – Pesquisa na internet 47


Independentemente da fonte, é de vital importância que absolutamente
todos os materiais utilizados para fundamentar a pesquisa acadêmica sejam
corretamente referenciados, isto quer dizer que é preciso dar os créditos
aos autores que desenvolveram os estudos utilizados como fonte. Não dar
créditos ao autor é considerado plágio e isto é um crime muito grave.

4.4 Cuidados com os créditos


Antes de falar sobre créditos é importante conceituar Direito Autoral.

Direito Autoral
Pode ser definido como um conjunto de prerrogativas que visam
à proteção dos direitos do autor e daqueles ligados a ele. A criação
de um autor é resguardada de forma que lhe sejam assegurados os
direitos patrimoniais e morais sobre sua obra intelectual.

A legislação dos direitos autorais assegura ao autor/criador, entre outros


direitos, a proteção de suas obras, o direito de obter os créditos por sua criação,
de não ter suas obras alteradas sem autorização prévia e de ser remunerado
por terceiros que queiram utilizar as obras produzidas.
O mesmo se aplica aos conteúdos publicados ou veiculados na internet.
A liberdade e democracia da internet não impedem que os direitos do autor
sejam assegurados, conforme normatiza a Lei de Direitos Autorais4.

Lei de Direitos Autorais - Artigo 7:


Estabelece a proteção das obras “expressas por qualquer meio ou
fixadas em qualquer suporte, tangível ou intangível, conhecido ou que
se invente no futuro”.
Metodologia da Pesquisa

Portanto, a proteção dos direitos autorais também regulamenta as obras


publicadas ou veiculadas na internet.

4 Lei de Direitos Autorais: esta Lei regula os direitos autorais, entendendo-se sob esta denominação
os direitos de autor e os que lhes são conexos. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/
leis/l9610.htm>.

48
Não se admite o uso sem autorização, ou sem citar o autor de obras
literárias, artísticas ou científicas. É fundamental, desta forma, obter
autorização para reprodução integral de um artigo ou de uma fotografia, por
exemplo, não deixando de citar o nome de seu autor e a fonte da qual obteve
a obra. Não citar o autor pode ser considerado plágio.

Plágio
Consiste em apropriação indevida de uma obra. Isto pode ocorrer
por meio de cópia, imitação, ou por apresentar a obra como se fosse
de sua autoria.

Qualquer atitude desta natureza caracteriza-se como violação dos direitos


autorais.
O artigo 33 da Lei de Direitos Autorais determina que “ninguém pode
reproduzir obra que não pertença ao domínio público, a pretexto de anotá-
-la, comentá-la ou melhorá-la, sem permissão do autor”.
De acordo com o Código Penal brasileiro, violar os direitos autorais por
meio de plágio é crime. Contudo, não constitui plágio, por exemplo, a cópia
para uso privado, de pequenos trechos sem intuito de obtenção de lucro.
Um estudante visitar um museu para aprimorar sua técnica como
inspiração não pode ser considerado plágio. Também é possível citar trechos
de livros ou explanações feitas em palestras.
Tais citações devem ser sempre realizadas de acordo com as normas
da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), que estabelece os
procedimentos necessários para apresentação de citações e determina a
obrigatoriedade da menção ao nome do autor e à fonte pesquisada.

Cópia de textos na internet


Também para o uso dos materiais veiculados na internet devem ser
preservados os direitos do autor. É fundamental a indicação: da autoria, do
site em que foi encontrado, da data em que o texto estava disponível na
internet, conforme as regras da ABNT.

Cópia de fotografias e ilustrações


Para utilização de imagens, fotografias e ilustrações existem formas
adequadas de cópias sem incorrer na infração dos direitos autorais. A
legislação estabelece os critérios para que isso ocorra. Trechos da entrevista
concedida pela Dra. Maria Cecília Naréssi Munhoz Affornalli, advogada
especialista em Direitos da Personalidade oferece informações importantes
sobre o uso de imagens.
Capítulo 4 – Pesquisa na internet 49
Existem bancos de dados que disponibilizam imagens para uso gratuito?
Como faço para ter certeza de que esse uso é mesmo gratuito?
Dra. Maria Cecília: Embora a maioria dos bancos de imagem sejam entidades
com fins lucrativos (e quando trabalham com imagens de pessoas, quase sempre
são ainda mais lucrativos), nada impede que alguns desses bancos disponibilizem
imagens para uso gratuito.
Tanto a gratuidade como a necessidade de pagamento pelo uso devem estar
expressamente informadas no banco de imagens. Mas se essa informação não
estiver clara, ou não for apresentada, é mais seguro perguntar. A maneira mais
segura de fazer isso é escrever um e-mail para os administradores do banco
perguntando se é preciso pagar ou não pela foto.
Lembre-se: pergunte isso por escrito e guarde a resposta, que também deve ser
feita por escrito. A informação escrita pode ser apresentada como prova se, algum
tempo depois, você for acusado de violação de direitos (tanto do autor da imagem
quanto do titular da imagem retratada).

É preciso colocar crédito SEMPRE nas imagens? Por quê?


Dra. Maria Cecília: Entendo que o crédito, como expressão do direito moral do
autor da fotografia, é sempre necessário.
Para reforçar esse entendimento, pense em alguém que cita um trecho de um livro
sem fazer referência ao autor da obra. Isso é, sem sombra de dúvida, um desrespeito
aos direitos autorais, infração essa que se sujeita a sanções civis e criminais.
Assim como no caso dos textos, a obra fotográfica também goza de proteção pelo
direito autoral.
Por isso, sou favorável à obrigatoriedade da citação do nome do autor da
fotografia, o que comumente se denomina simplesmente de “crédito”.
No entanto, verifico que o uso de fotografias na publicidade e, algumas vezes,
mesmo em jornais e revistas, não vem atentando para essa necessidade. Vejo
casos em que o nome do autor da imagem não é citado.
A justificativa apresentada, principalmente no uso publicitário, é o de que a
citação do nome do autor prejudica a composição final da peça publicitária, pois,
desse modo, há “informações demais”, o que gera poluição visual e diminuição
do impacto desejado.
Mesmo que essa omissão não esteja amparada pela Lei dos Direitos Autorais,
a prática vem consagrando esse uso. No entanto, se alguém perguntar quem
é o autor da fotografia, essa informação não poderá ser negada, sob pena de
desrespeito ao direito moral do autor da obra.
Minha sugestão aos donos de bancos de imagem (e essa sugestão também serve
Metodologia da Pesquisa

para outros tipos de empresas, publicações, etc.) é que disponibilizem, em anexos, os


dados do autor da fotografia. Alguns bancos que acataram essa sugestão apresentam,
mediante um “doubleclick” na fotografia, os nomes dos autores e demais informações,
como o nome da obra, o preço por sua utilização (conforme as dimensões), etc.
Fonte: APRENDE BRASIL. Disponível em: <http://www.aprendebrasil.com.br>. Acesso em 19 ago.2012.

50
Monografia Capítulo

Carmen Ballão

Neste capítulo será possível verificar duas formas de registro


5
e divulgação dos resultados de uma pesquisa científica. Trata-
-se da apresentação da estrutura e redação de uma monografia
e de um artigo. Serão detalhadas as etapas de construção de
cada um desses tipos de trabalhos acadêmicos. Ainda, ao final,
será apresentado um roteiro de plano de negócios.

5.1 Monografia
Ao apresentarmos as etapas da monografia, você verificará
que não existe um único modelo de monografia, porém existem
partes essenciais que compõem esse tipo de trabalho acadêmico.
Monografia significa a abordagem de um único assunto
ou problema, sob tratamento metodológico de investigação.
Exige, portanto, que lhe seja dada uma especificação, um
tratamento aprofundado e exaustivo, que não deve ser
confundido por extensão (OLIVEIRA, 1997, p.236).
A monografia é um documento elaborado sob a orientação
de um professor da área correlata ao tema escolhido, visando
à obtenção do título de especialista. Trata-se da apresentação
do resultado de uma pesquisa, com aprofundamento em um
tema específico. (WATANABE; MORETO; COUTINHO,
2010, p.13).
As características da monografia são:
„„ Trabalho escrito, sistemático e completo.
„„ Tema específico.
„„ Tratamento extenso em profundidade, mas não em
alcance (neste caso é limitado).
„„ Metodologia científica.
„„ Contribuição importante, original e pessoal para a
Ciência e a sociedade.
O requisito principal para o desenvolvimento de uma monografia é o
projeto de pesquisa. Quanto mais detalhado o projeto, mais fácil será
desenvolver a monografia.
Basicamente, a elaboração da monografia abrange três etapas: definição
do assunto, coleta de dados e redação.
Depois de coletar os dados, o pesquisador deve analisar as informações
geradas e construir um esquema provisório do plano de redação.

Estrutura da monografia
A estrutura da monografia (Figura 1) divide-se em elementos:
a. Pré-textuais (capa, folha de rosto, errata, folha de aprovação,
dedicatória, agradecimentos, epígrafe, resumo, abstract, listas e
sumário).
b. Textuais (introdução, desenvolvimento e considerações finais).
c. Pós-textuais (referências, glossário, apêndices e anexos).

Estrutura da monografia.

*ANEXO

*APÊNDICE
ELEMENTOS PÓS-TEXTUAIS
*GLOSSÁRIO
REFERÊNCIAS
CONCLUSÃO
DESENVOLVIMENTO ELEMENTOS TEXTUAIS
INTRODUÇÃO
SUMÁRIO
*LISTAS
ABSTRACT
RESUMO
ELEMENTOS PRÉ-TEXTUAIS
*EPÍGRAFE
*AGRADECIMENTOS
DEDICATÓRIA
FOLHA DE APROVAÇÃO
*ERRATA
FOLHA DE ROSTO

CAPA
Metodologia da Pesquisa

* Elemento opcional

52
Elementos pré-textuais
Os elementos pré-textuais auxiliam o leitor na utilização do trabalho
acadêmico, pois antecedem o texto principal. São eles:
„„ Capa. „„ Epígrafe.
„„ Folha de rosto. „„ Resumo.
„„ Lombada. „„ Resumo em língua
„„ Errata. estrangeira (abstract,
resume, resumen, etc.).
„„ Folha de aprovação.
„„ Listas.
„„ Dedicatória.
„„ Agradecimentos. „„ Sumário.

Capa
A capa (Figura Modelo de Capa) deve conter o nome da instituição,
autor, título, subtítulo (se houver), local da instituição e ano da entrega.

Modelo de Capa.

3cm

INSTITUTO FEDERAL DO PARANÁ 1.ª linha do texto

3.ª linha do texto


MARIA MARCONDES

13.ª linha do texto


A GESTÃO DA EDUCAÇÃO NA REDE PÚBLICA DO
ESTADO DO PARANÁ
3cm 2cm
V.1
16.ª linha do texto

Penúltima linha de texto


CURITIBA
2012 Última linha de texto
2cm

Capítulo 5 – Monografia 53
Lombada
A lombada é a lateral da monografia impressa, na qual deve ser impresso o
título do trabalho e o nome do autor. O sentido do texto deve ser longitudinal
de cima para baixo.

Folha de rosto
A folha de rosto (Figura Modelo Folha de Rosto) contém informações
como: autor, título, subtítulo (se houver), nota indicativa sobre a natureza do
trabalho, orientador, local da instituição e ano da entrega.
A nota indicativa sobre a natureza do trabalho indica a finalidade da
apresentação da monografia.

Modelo de Folha de Rosto.

3cm

MARIA MARCONDES 1.ª linha do texto

13.ª linha do texto


A GESTÃO DA EDUCAÇÃO NA REDE PÚBLICA DO
ESTADO DO PARANÁ
3cm 2cm
1.ª linha em branco
1.ª linha em branco
Trabalho de Conclusão de
Curso apresentado ao Curso de
Especialização para Gestores do
Sistemas Estaduais de Ensino,
Instituto Federal do Paraná, como
requisito parcial de avaliação.

Orientadora: Profª Drª Ana Souza

Penúltima linha de texto


CURITIBA
2012 Última linha de texto
2cm
Metodologia da Pesquisa

54
Errata
A errata é um elemento opcional, que deve ser usado quando constam
erros na monografia impressa e encadernada. Consiste em uma folha avulsa
que apresenta a correção.
Exemplo de Errata:
Errata

Folha (página) Linha Onde se lê Leia-se


02 12 Educasão Educação
13 07 gestor Gestores
31 23 Não deve Deve

Folha de Aprovação
A folha de aprovação não é necessária como parte da monografia
defendida neste curso, sendo imprescindível apenas para dissertações e teses.

Dedicatória
A dedicatória é um elemento opcional, no qual o autor dedica seu trabalho
a algumas pessoas importantes para ele, como parentes ou amigos.

Agradecimentos
Os agradecimentos fazem parte dos elementos opcionais, em que o
autor reconhece a contribuição de determinadas pessoas para a realização
da pesquisa.

Epígrafe
Elemento opcional, constituído por uma citação direta, que evidencia a
motivação do autor pela escolha do tema.

Resumo
O resumo deve evidenciar os pontos mais importantes do trabalho, como
o tema, a delimitação do tema, os objetivos, o problema e a metodologia,
apresentando inclusive os resultados obtidos. É apresentado em parágrafo
único, em espaçamento simples, contendo de 150 a 500 palavras (monografias,
dissertações, teses e outros), ou de 100 a 250 palavras (artigos de periódicos).
Após o resumo devem ser apresentadas palavras-chave (três a cinco)
relacionadas ao tema estudado.

Capítulo 5 – Monografia 55
Resumo em língua estrangeira
O resumo em língua estrangeira (inglês, francês, alemão, etc.) é obrigatório
apenas para dissertações e teses. Trata-se da tradução do resumo escrito na
língua portuguesa.

Listas
As listas são elementos opcionais que apresentam as ilustrações (figuras,
mapas, plantas, quadros e gráficos), tabelas, abreviaturas, siglas e símbolos.

Sumário
O sumário é um elemento obrigatório que lista títulos e subtítulos com
suas respectivas páginas, na mesma ordem e grafia em que aparecem no texto.
Cada título deve ser ligado ao número da página correspondente por uma
linha pontilhada. Caso o título ultrapasse uma linha, deverá ter continuidade
na linha seguinte, alinhado à primeira palavra da linha anterior. Os títulos
e os subtítulos são alinhados pela margem do título do indicativo numérico
mais extenso.
O sumário tem como finalidade facilitar a busca do leitor para
determinados assuntos. Além disso, este é um elemento que mostra ao leitor
como a obra está organizada, isto é, como foi concebida.
As características de um bom sumário são:
„„ Objetividade (cada tópico deve expressar claramente o que será
tratado em cada seção do livro).
„„ Sucinto (possui apenas o título dos capítulos e subcapítulos).
„„ Completo (possui todos os títulos e subtítulos numerados).
„„ Progressivo (avança gradualmente as ideias).

Elementos textuais
Os elementos textuais são aqueles que constituem a parte principal do
trabalho, sendo representados por:
Metodologia da Pesquisa

„„ Considerações iniciais ou introdução.


„„ Desenvolvimento.
„„ Considerações finais ou conclusão.

56
Introdução
É a parte que introduz o leitor no assunto pesquisado.
Portanto, a introdução deve:
„„ estabelecer o assunto, definindo-o sucinta e claramente, sem
deixar dúvidas quanto ao campo e períodos abrangidos. Incluir
informações sobre a natureza e a importância do problema. Deve
localizar a área de estudo, quando for o caso;
„„ indicar os objetivos e a finalidade do trabalho, justificando e
esclarecendo sob que ponto de vista é tratado o assunto;
„„ fornecer a ideia central da pesquisa, referindo-se aos tópicos
principais do texto, indicando o roteiro ou a ordem de exposição.
Contudo, não deverão ser antecipados os resultados alcançados;
„„ apresentar a metodologia, mas não de maneira muito extensa.
Caso seja extensa, deve ser colocada em um capítulo à parte.

Apesar de aparecer no início da monografia, a introdução é mais


facilmente elaborada quando os capítulos já estiverem finalizados, pois é
nessa fase que se tem a “visão” do assunto e sua distribuição em capítulos.

O último parágrafo pode conter a distribuição dos capítulos, com suas


respectivas temáticas.
A introdução tem papel importante para que o leitor da monografia (que
pode ser o seu professor) compreenda o estudo realizado. Ela deve atrair
o leitor, além de prepará-lo para a leitura adequada de seu texto. Por isso,
você deve indicar: os objetivos a serem alcançados com o estudo, por que a
temática é importante (dar argumentos) e como (as razões) você organizou
o seu texto do desenvolvimento.

Desenvolvimento
A divisão do assunto abordado na monografia deve ser definida com
o orientador. Não existem normas que regulamentem a sua extensão,
mas deve ser suficiente para fundamentar, explicar, demonstrar e provar
o assunto investigado. Recomendam-se entre 30 e 60 páginas para uma
monografia.

Capítulo 5 – Monografia 57
O desenvolvimento é a parte mais extensa do trabalho e visa expor o
assunto, demonstrando as principais ideias.
As principais partes podem ser:
„„ Material e métodos: caso a descrição dos procedimentos
metodológicos seja muito extensa, estes podem estruturar um
capítulo. Nele, devem ser descritos os métodos, material, técnicas
e equipamentos utilizados na pesquisa.
„„ Revisão de literatura: referência a trabalhos anteriormente
publicados, apresentando o estado da arte do assunto estudado.
„„ Apresentação e análise dos dados: apresenta a análise dos dados,
sua interpretação e inter-relacionamento com a discussão teórica.
A apresentação dos dados pode ser feita utilizando-se gráficos,
tabelas e quadros.
„„ Discussão dos resultados: apresenta os resultados encontrados.
Relaciona as causas e os efeitos do problema estudado; indica as aplicações
teóricas e práticas dos resultados obtidos; ressalta os aspectos significativos
da pesquisa; e apresenta novas perspectivas para a continuidade da pesquisa.
Os gráficos devem estar o mais próximo possível do texto. Caso não
possam ser incluídos na mesma página, deverão ficar no início da próxima.
O tamanho deve ser coerente com a estética do trabalho e obedecendo às
margens. Após o gráfico, deverá vir o número, o título, a fonte e a legenda,
separados por um espaço simples (1 cm). Todos os gráficos devem ser
comentados, analisados se vinculados ao contexto teórico. A ordem gráfico/
texto ou texto/gráfico é indiferente, sendo que dependerá da disponibilidade
de espaço na página.
As tabelas e os quadros devem estar o mais próximo possível do texto
em que são mencionados. Caso ocupem mais de uma página, deve ser
repetido o cabeçalho na página seguinte, com a expressão “continuação”
acima dele. Quando houver a coluna TOTAL, esta deverá ser precedida de
traço horizontal ou vertical. Entre as linhas da tabela e/ou quadro, o espaço
utilizado deverá ser o simples. O título e o número devem ser separados do
texto por dois espaços 1,5 cm.
Metodologia da Pesquisa

A tabela é uma figura construída a partir de dados obtidos pelo próprio


pesquisador, em números absolutos ou percentuais.
O quadro é elaborado a partir de dados obtidos sem fontes primárias
como, por exemplo, o IBGE.

58
Considerações finais ou conclusão
É a recapitulação sintética da discussão e dos resultados da pesquisa. Deve
apresentar deduções lógicas, que correspondam aos objetivos propostos,
ressaltando o alcance e as consequências de suas contribuições à Ciência e à
sociedade. Deve ser breve e basear-se em dados comprovados.
Pode ser iniciada pelos aspectos mais importantes da pesquisa e os
objetivos alcançados e os não cumpridos. A finalização pode ser feita com
sugestões de novas pesquisas sobre o assunto estudado.

Elementos pós-textuais
Os elementos pós-textuais são aqueles que complementam a pesquisa como:
a. Referências: consistem em um conjunto padronizado de
elementos descritivos retirados do documento utilizado, que
permite sua identificação e que serão tratados mais adiante.
b. Glossário: trata-se de uma lista em ordem alfabética, de palavras
técnicas utilizadas no trabalho com seus respectivos significados.
c. Apêndices: são os documentos elaborados pelo próprio autor,
que servirão de fundamentação, comprovação ou ilustração do
trabalho.
d. Anexos: são os documentos que servirão de fundamentação,
comprovação ou ilustração, que não foram elaborados pelo autor.

5.2 Estilo de redação usado na monografia


O estilo de redação usado na monografia é o técnico-científico,
diferente do estilo literário ou jornalístico, portanto, deve ser adequado
ao público-alvo do periódico no qual se pretende publicar. Possui como
principais características a concisão e a clareza (UFPR, 2007c).

Conciso é o texto que consegue transmitir um máximo de informações


com um mínimo de palavras.

Capítulo 5 – Monografia 59
Para redigir um texto conciso, Medeiros (1996) afirma que o autor
deve evitar: repetições supérfluas, circunlóquios inexpressivos, digressões
impertinentes, redundâncias e pleonasmos viciosos.

Texto claro é aquele que possibilita a imediata compreensão pelo leitor.

De acordo com Medeiros (1996), para obter clareza o autor deve evitar:
ambiguidade (duplo sentido), anacoluto (interrupção de pensamento),
barbarismo (uso de palavras estrangeiras, palavras ou frases erradas),
circunlóquios (rodeio de palavras), frases longas (cheias de explicações, e
parênteses, de orações subordinadas), mau emprego da pontuação (pode
alterar a mensagem), obscuridade (sentido duvidoso).
Além da concisão e da clareza, o autor deve zelar por sua integridade
ética, evitando o plágio1. Quando não se consegue elaborar uma paráfrase2
consistente é preferível fazer uma citação direta, ou seja, a repetição literal
das palavras do autor. Outro fator a ser considerado é a correção gramatical e
ortográfica. O revisor do texto, ao deparar-se com inúmeros erros gramaticais
e/ou ortográficos, é desestimulado a prosseguir a leitura, podendo rejeitar o
artigo, portanto, aquele que possui dificuldades na redação escrita deve saná-
-las antes de redigir seu texto.

1 Para saber mais sobre a Lei que protege os direitos autorais, acesse o site: <http://www.planalto.gov.
br/ccivil_03/leis/l9610.htm>. Portanto, é preciso estar ciente que, ao estar plagiando uma obra, está
se cometendo um crime.
2 Paráfrase: consiste na reprodução da ideia do autor citado sem utilizar as mesmas palavras dele, ou
seja, é uma citação indireta. É preciso cuidado para não fazer o falso plágio, ou seja, copiar parte do
texto do autor modificando apenas algumas palavras. Caso não seja possível mudar as palavras do
autor, recomenda-se fazer uma citação direta, ou seja, copiar exatamente as palavras do autor. Citação
indireta e direta serão discutidas em outro capítulo deste livro.
Metodologia da Pesquisa

60
[...]
Veja um exemplo de textos monográfico objetivo, simples e direto, constituído de
frases curtas e incisivas:
Os alunos passaram a ser fator importante para as estratégias dos professores
da Escola Municipal João Aranha, em Livramento, RS. Dos 261 alunos contatados
pela Direção da Escola, 82,8% disseram que iriam à escola mais vezes se
houvesse turno integral com refeições. A falta de infraestrutura da escola foi
apontada por 34,5% dos alunos como o segundo motivo básico para o retorno
à sala de aula. De posse desses dados, professores e direção da escola passaram
a exigir diariamente à Secretaria de Educação, o turno integral e a melhoria da
escola. A Secretaria realizou licitações, alterou o calendário do município e hoje
os alunos retornaram à sala de aula em melhores condições.[...]
Fonte: BARCELLOS, Jorge. 50 dicas para a redação de monografia de conclusão. Disponível em:
<http://302284.vilabol.uol.com.br/monografia.htm>. Acesso em: 14 jun. 2012.

Lembre-se:
CONCISÃO
Máximo de informações com o mínimo de palavras
Repetições
Exemplo: Este projeto é um projeto que visa satisfazer o projeto do curso.
Veja que a palavra PROJETO foi repetida três vezes em um período curto.
Circunlóquios (rodeios)
Exemplo: É necessário sempre lembrar-se de que todos os seres vivos que habitam nosso
planeta e que constituem a sociedade em que vivemos precisam e sentem necessidade de
estar em conformidade com as regras estipuladas por aqueles que representam as leis.
EVITAR

Toda essa frase poderia ser substituída por: Os homens precisam de regras para viver.
Digressões impertinentes (mudança de informação bruscamente)
Exemplo: Ao falarmos de economia no Brasil, que há anos sofreu com duros golpes de
censura na ditadura, é necessário analisar a relação Produto Interno Bruto (PIB) e a
demanda de consumo.
Veja que a informação sublinhada não estabelece nenhuma relação com o resto da frase.
Redundância e pleonasmos
Exemplo: É preciso pesquisar a pesquisa que diz que os dados são relevantes.

Fonte: a Autora.

Capítulo 5 – Monografia 61
CLAREZA
Imediata compreensão do leitor
Ambiguidade
Exemplo: O professor falou com o aluno parado na sala.
Quem estava parado? O aluno ou o professor?
Anacoluto (frase quebrada)
Exemplo: Os autores dessa teoria, não se pode basear neles.
Barbarismo (erros)
Exemplo: A estrutura é meia errada.
O correto seria: A estrutura é meio errada.
Circunlóquios e frases longas
EVITAR

Exemplo: O homem (grande protagonista da história da humanidade), sempre na busca


pela melhoria – tentando evoluir sem destruir aquilo que ele construiu – é sempre capaz
de produzir (bens, produtos, serviços) que melhorem sua vida (qualidade de vida).
Mau emprego da pontuação
Exemplo: O autor, fez a seguinte conclusão.
Não se separa sujeito do verbo.
Obscuridade (falta de clareza)
Exemplo: A portaria do Juizado de Menores proíbe que menores de 18 anos,
desacompanhados ou sem autorização dos pais, frequentem motéis.
A frase dá a entender que com a presença dos pais, os menores podem ir a motéis.

Fonte: a Autora.

Dicas importantes para a redação da monografia

• Evite períodos longos, pois eles dificultam a compreensão da sentença.


É muita informação em uma única sentença, o que faz com que o
raciocínio seja quebrado várias vezes e a ideia central se perca.
• Evite excessos de pronomes e orações subordinadas.
• Respeite as regras do discurso crítico.
• Abra parágrafos com frequência.
• Não use reticências ou ponto de exclamação, nem faça ironias.
• Defina sempre um termo ao introduzi-lo pela primeira vez.
• Seja objetivo e coerente.
• Evite termos que não indiquem claramente proporções e quantidades.
Metodologia da Pesquisa

• Evite adjetivos, advérbios e pronomes que indiquem tempo, modo


ou lugar de forma imprecisa.
• Numerais cardinais de um a dez: escreva-os por extenso.
• Numerais ordinais do primeiro ao décimo: escreva-os por extenso.

62
Artigo científico ou paper Capítulo

6.1 Conceito de artigo científico ou paper


Carmen Ballão 6
O artigo científico é uma publicação de autoria reconhecida
pela comunidade científica, na qual se pretende apresentar e
discutir fatos, leis, ou teorias estudadas e testadas, assim como
os métodos e técnicas utilizadas.
A NBR 6022 da ABNT (2003, p.2) destaca que “artigo
científico é parte de uma publicação com autoria declarada,
que apresenta e discute ideias, métodos e técnicas, processos e
resultados nas diversas áreas do conhecimento”.
Para Lakatos e Marconi (2001), os artigos científicos
podem ser definidos como estudos publicados em revistas ou
periódicos especializados, passíveis de verificação, uma vez que
permitem a repetição da experiência realizada pelo autor.

Um artigo científico não deve ser extenso. Raramente


ultrapassa dez páginas. Pode ter até vinte páginas,
dependendo das normas do periódico, da área de
conhecimento, do método de pesquisa, entre outros
fatores.

O paper nada mais é do que o artigo científico publicado


em periódico internacional, porém já se tornou comum, em
cursos de pós-graduação lato sensu, professores se referirem
ao paper como se fosse um trabalho final de conclusão de
disciplina com a estrutura de um artigo, porém sem a intenção
de publicação.
6.2 Tipos de artigo
Quanto ao tipo, os artigos científicos podem ser classificados em originais
ou de revisão.
Os artigos originais são aqueles que apresentam temas ou abordagens
novas, podendo ser um estudo de caso, por exemplo.
Os artigos de revisão são os que enfatizam assuntos já discutidos em
publicações distintas por diversos autores. Neste tipo, pretende-se reunir o
máximo possível de informações a respeito de um determinado assunto, ou
seja, faz-se uma revisão bibliográfica.
Cada ramo científico se identifica mais com um ou outro tipo de artigo.
O primeiro, geralmente, resulta de pesquisas realizadas nas ciências exatas,
biológicas, da terra, enquanto o segundo tipo é característico das ciências
humanas.
Embora os artigos diferenciem-se pelo tipo, a estrutura deve ser mantida
para ambos. Lembrando-se que os artigos devem ser inéditos, portanto,
embora você já tenha publicado, não poderá apresentar o mesmo artigo
como trabalho de conclusão de curso.

6.3 Estrutura do artigo


A estrutura do artigo científico é a organização coerente dos elementos
que o compõem. Todo artigo deve ser constituído de elementos pré-textuais,
textuais e pós-textuais, os quais são classificados de forma diferente dos
elementos de uma tese, dissertação ou monografia. É importante ressaltar
que cada periódico estabelece as normas para a apresentação e aceite do
artigo científico, portanto, antes de encaminhar um artigo para publicação, o
pesquisador deve ficar atento a essas regras.

Elementos pré-textuais
Os elementos pré-textuais são os que antecedem o corpo principal do artigo.
Metodologia da Pesquisa

São eles:

• Título
• Subtítulo (quando houver)
• Autoria
• Resumo (com palavras-chave)
64
Embora o título seja o primeiro elemento pré-textual visualizado pelo
leitor, nem sempre é definido anteriormente à elaboração do texto principal.
É necessário que o autor defina um título provisório, para que este sirva de
linha condutora a ser seguida até o final do artigo, pois o assunto geral deve
referir-se ao título. É possível que, ao finalizar o artigo, o autor depare-se
com a necessidade de alterá-lo, podendo fazê-lo. É importante que o título
seja atraente, para que o leitor seja motivado a seguir em frente, passando
pela autoria e chegando ao resumo, parte em que a pesquisa deverá ser
apresentada de maneira bastante sintetizada.
O título deve ser escrito em letras maiúsculas, destacadas sem negrito,
centralizadas na primeira linha a 3 cm da borda superior da folha.
Após o título deve ser indicada a autoria, ou seja, os nomes dos autores do
artigo, que devem começar pelo sobrenome em letras maiúsculas, seguidos
dos prenomes. Para cada autor deve ser indicada uma nota de rodapé,
numerada em algarismos arábicos, apresentando o currículo resumido dos
autores e o endereço eletrônico dos mesmos.
Ao elaborar o resumo, o autor deverá ser capaz de apresentar os objetivos,
a metodologia e os resultados com clareza e concisão em até 250 palavras
(mínimo 150 palavras). Deve ser apresentado em espaçamento simples e
sem recuo de parágrafo. Logo após, deverão ser destacadas entre três a cinco
palavras-chave que orientem o leitor na identificação do assunto geral do
artigo, normalmente atreladas ao título.

Elementos textuais
Os elementos textuais compõem o texto principal, fazendo parte deles a
introdução, o desenvolvimento e a conclusão.

Introdução
O primeiro elemento textual é a introdução, que deverá ser elaborada
partindo da contextualização do assunto, apresentando os objetivos, a
justificativa da escolha do tema, a metodologia, o problema e as hipóteses.
A introdução deve ser redigida com clareza e concisão, assim como todo
o artigo. Deve possibilitar o claro entendimento do leitor sobre o que será
apresentado no artigo como um todo. Também é preciso atrair a atenção e
a curiosidade do leitor sobre o assunto que se pretende expor. É nesta parte
que devem aparecer as figuras de localização da área em estudo, caso seja
necessário. É a parte que introduz o leitor no assunto pesquisado. Portanto,
a introdução deve:

Capítulo 6 – Artigo científico ou paper 65


„„ estabelecer o assunto, definindo-o sucinta e claramente, sem
deixar dúvidas quanto ao campo e períodos abrangidos. Incluir
informações sobre a natureza e a importância do problema. Deve
localizar a área de estudo, quando for o caso;
„„ indicar os objetivos e a finalidade do trabalho, justificando e
esclarecendo sob que ponto de vista é tratado o assunto;
„„ fornecer a ideia central do artigo, contudo, não deverão ser
antecipados os resultados alcançados;
„„ apresentar a metodologia, não sendo esta muito extensa. Casos
seja extensa, deve ser colocada à parte.
Apesar de aparecer no início do artigo, a introdução é mais facilmente
elaborada quando o trabalho já está finalizado, pois é nessa fase que se tem a
visão geral do assunto discutido.

Desenvolvimento
O desenvolvimento, segundo elemento textual, pode variar bastante de
um artigo para outro, dependendo da abordagem que o autor pretende dar
ao assunto, assim como do tipo de artigo que pretende elaborar. Trata-se
da parte mais importante do artigo, na qual são apresentadas as ideias e
defendidas as teorias que as sustentam, bem como é detalhada a metodologia
utilizada e analisados e discutidos os resultados obtidos com a pesquisa
bibliográfica, de campo ou de laboratório. Não deve ser utilizada a expressão
“desenvolvimento”.
As principais partes podem ser:
„„ Material e métodos: caso a descrição dos procedimentos
metodológicos seja muito extensa, estes podem estruturar uma
parte do artigo. Nela, devem ser descritos os métodos, material,
técnicas e equipamentos utilizados na pesquisa que resultou no
artigo.
„„ Discussão dos resultados: referência a trabalhos anteriormente
publicados, apresentando o estado da arte do assunto estudado;
relaciona as causas e os efeitos do problema estudado; indica as
Metodologia da Pesquisa

aplicações teóricas e práticas dos resultados obtidos; ressalta os


aspectos significativos da pesquisa; e apresenta novas perspectivas
para a continuidade da pesquisa.

66
Nessa parte podem ser utilizados gráficos, tabelas ou quadros para
apresentar ou ilustrar os resultados.
Lembre-se que a tabela é uma figura construída a partir de dados obtidos
pelo próprio pesquisador, em números absolutos ou percentuais. Já o quadro
é elaborado a partir de dados obtidos em fontes secundárias como, por
exemplo, o IBGE.

Considerações finais ou conclusão


O terceiro e último elemento textual é a conclusão, também chamada de
considerações finais. É a recapitulação sintética da discussão e dos resultados
obtidos com a pesquisa. Deve apresentar deduções lógicas, que correspondam
aos objetivos propostos, ressaltando o alcance e as consequências de suas
contribuições à Ciência e à sociedade. Deve ser breve e basear-se em dados
comprovados.
Pode ser iniciada pelos aspectos mais importantes da pesquisa e os
objetivos alcançados e os não cumpridos.

Elementos pós-textuais
Os elementos pós-textuais são aqueles incluídos após o texto principal.
Fazem parte deles:

• Notas explicativas.
• Referências.
• Glossário.
• Apêndices.
• Anexos.
• Agradecimentos.

As notas explicativas são as explanações, comentários que não foram


incluídos no texto por interromper a sequência lógica da leitura. As notas
explicativas são inseridas em algarismos arábicos com numeração única e
consecutiva para todo o artigo.

Capítulo 6 – Artigo científico ou paper 67


As referências consistem em um conjunto padronizado de elementos
descritivos retirados do documento utilizado, que permite sua identificação.
O glossário é uma lista, em ordem alfabética, de palavras técnicas
utilizadas no trabalho com seus respectivos significados.
Os apêndices são os documentos elaborados pelo próprio autor, que
serviram de fundamentação, comprovação ou ilustração do trabalho. O termo
apêndice deve ser escrito em letras maiúsculas, em negrito e centralizado,
antecedendo o título do mesmo. Para classificar sua ordem são utilizadas as
letras do alfabeto.
Exemplo:

APÊNDICE A – Demanda dos Cursos Técnicos do Instituto Federal do Paraná.

Os anexos são os documentos que serviram de fundamentação,


comprovação ou ilustração, que não foram elaborados pelo autor.
O termo anexo deve ser escrito em letras maiúsculas, em negrito e
centralizado, antecedendo o título do mesmo. Para classificar sua ordem são
utilizadas as letras do alfabeto.
Exemplo:

ANEXO A – Lista dos Cursos Técnicos ofertados pelo Instituto Federal do Paraná.
Metodologia da Pesquisa

68
Plano de negócios Capítulo

7.1 Plano de negócios – Conceito


Adriano Stadler
7
O plano de negócios é um documento que tem por
objetivo apresentar uma projeção para implantação, ampliação
de negócios, ou a criação de projetos a serem viabilizados por
governos, órgãos financiadores, bancos e universidades. Porém,
devido à facilidade de visualização de dados e ágil tomada de
decisão, vem se tornando cada vez mais comum no ambiente
organizacional, seja em empresas, organizações públicas ou de
terceiro setor.

Esse plano, que nada mais é do que uma metodologia


de apresentação de dados, objetiva sintetizar estudos
de viabilidade, assim como qualquer outro tipo de
projeto a ser discutido entre os tomadores de decisão, e
a partir daí tirada uma conclusão.

O Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas


Empresas (Sebrae) aponta que cerca 60% das empresas
vêm à falência em até cinco anos. Esses números revelam
que o planejamento pode trazer maior confiabilidade na
implantação de novos projetos no âmbito organizacional.
Para Salim (2006), “plano de negócios é um documento que
contém a caracterização do negócio, sua forma de operar, suas
estratégias, seu plano para conquistar uma fatia do mercado e
as projeções de despesas, receitas e resultados”.
No âmbito acadêmico, o plano de negócios tem sido cada
vez mais utilizado como forma de trabalho de conclusão de
curso, pois assim os estudantes podem simular uma prática do
cotidiano profissional por meio de uma atividade realizada em
graduação e pós-graduação.
Um plano de negócios deve responder a alguns questionamentos
relevantes, como a existência de oportunidades para o negócio, o retorno
para o investimento a ser realizado, a aceitação do mercado pelo produto ou
serviço proposto, os diferenciais existentes nesse empreendimento.
Com base nessas afirmativas, o plano de negócios pode ser útil para a
concretização dos projetos a serem implantados.

7.2 Passos para a realização


do plano de negócios
O plano de negócios (PN) é uma forma de trabalho de conclusão de
curso, de modo especial para cursos na área de Administração, Gestão
Pública, e cursos superiores de tecnologia. Como a área de gestão é muito
grande e forma muita gente no Brasil, este tipo de trabalho é de grande
utilidade, tanto para o aluno, quanto para a instituição, pois permite que se
realize a prática.
Da mesma forma, a disciplina Empreendedorismo é oferecida em todos
os cursos da área de gestão, em quase todas as engenharias e em muitos de
comunicação, por isso o plano de negócios é relevante.

Passos para a realização do plano de negócios:


1. Empreendimento
2. Mercado
3. Produtos e serviços
4. Marketing
5. Recursos Humanos
6. Qualidade
7. Análise socioambiental
8. Finanças
9. Cronograma geral de atividades e metas

Stadler, Halicki e Arantes (2011) no livro Empreendedorismo e


Metodologia da Pesquisa

Responsabilidade Social, apresentam um roteiro a ser seguido na elaboração


do plano de negócios, o qual deve iniciar com uma capa e um sumário que
facilite a busca das informações no documento. Vale ressaltar que, assim como
qualquer outro projeto, seguem-se as normas da ABNT na sua elaboração.

70
A seguir, segue o descritivo dos principais componentes de um plano de
negócios:
Capa
Sumário

Empreendimento
Descrição detalhada do que trata o empreendimento a ser viabilizado por
meio do plano de negócios.
„„ Dados gerais da organização: nome do empreendimento,
endereço, início das atividades (caso o negócio já exista), pessoa
responsável para contato.
„„ Dados dos dirigentes: nome, profissão e responsabilidade no
projeto, telefones, e-mail de contato, sendo que currículo e perfil
de cada um dos dirigentes é um item opcional.
„„ Definição do negócio: descrever sucintamente do que se trata o
negócio proposto no plano.
„„ Análise de cenários: é uma justificativa que trata do futuro do
negócio, a necessidade econômica, social, tecnológica, cultural e
ambiental que viabiliza a elaboração do negócio. Significa visualizar
o futuro, tendo por base as informações da evolução do mercado.
„„ Análise SWOT1: é uma análise das forças e fraquezas do ambiente
interno e das oportunidades e ameaças do ambiente externo. Esta
ferramenta é um diagnóstico que permite o planejamento em
longo e médio prazo.
„„ Visão: a visão deve apresentar aonde a organização quer chegar
em termos quantitativos, em posicionamento de mercado, como
quer ser vista pelos seus clientes e públicos em geral, qual posição
competitiva quer ocupar dentre os demais concorrentes.
„„ Missão: a missão da organização representa sua essência, o seu
propósito maior de existir, o seu significado para a sociedade. É
como se fosse a identidade da organização, aquelas características
que a diferenciam das demais, que agregam valor e que fazem
sentido de existir.

1 SWOT: S – (strengths) – Forças do Ambiente Interno; W- (weaknesses) – Fraquezas do Ambiente


Interno; O- (opportunities) – Oportunidades do Ambiente Externo; T- (threats) – Ameaças do
Ambiente Externo.

Capítulo 7 – Plano de Negócios 71


„„ Alianças estratégicas: possíveis associações ou parcerias como
terceirizações, representantes, etc.
„„ Fontes de recursos para investimento: de onde vêm os recursos,
quais as formas de financiamento e a participação de cada sócio.
„„ Infraestrutura: descrever a estrutura e o investimento necessário
para colocar em prática o plano de negócio. Esses dados serão
avaliados posteriormente no item Análise Financeira.
„„ Recursos físicos: listar os equipamentos e materiais necessários
com a quantidade e custos.
„„ Recursos humanos: detalhar cargos, funções e salários.
„„ Recursos tecnológicos: apresentar a relação de máquinas
e equipamentos tecnológicos, levando em conta as futuras
atualizações e sua substituição.

Mercado
Mercado: neste tópico o objetivo é avaliar o público-alvo a ser atingido
por meio dos produtos e serviços da organização.
„„ Identificação de segmentos de mercado e seleção de mercados-
-alvo: levantamento dos prováveis públicos-alvo que a sua empresa
poderá atingir e desenvolver serviços.
„„ Descrições dos segmentos de mercado e justificativa: explicar
por que o segmento escolhido poderá ser seu cliente.
„„ Dados demográficos de cada segmento de mercado: apresenta-
ção de dados relevantes que comprovem a viabilidade de oferecer
seus serviços para este público.
„„ Concorrência: apresentar quem são os principais concorrentes que
sua empresa irá disputar os mercados. Conhecer os concorrentes é
importante para oferecer produtos e serviços diferenciados.
„„ Metas específicas – mercado: estabelecer as metas a serem
atingidas por sua empresa, que sejam possíveis e mensuráveis. Isso
servirá para motivar a equipe de trabalho.
Metodologia da Pesquisa

Produtos e serviços
Produtos e serviços: depois de avaliar o mercado a ser atingido, deve-se
planejar os produtos ou serviços que a empresa irá oferecer.

72
„„ Mix de produtos e serviços: é o conjunto de produtos ou serviços
que a empresa oferece a seu público.
„„ Descrição dos produtos e serviços: por meio desta descrição
deve-se conhecer o que é o produto ou serviço em questão, a quem
se destina, qual é a sua composição em termos de matéria-prima,
maquinário, embalagem, mão de obra, qual é sua vida útil e quem
são os fornecedores e serviços terceirizados.

Marketing
Marketing: nesta etapa do PN é necessário planejar as ações de mercado,
envolvendo o mix de marketing: produto, preço, praça e promoção.
„„ Canais de distribuição: é a definição dos canais de distribuição
mais viáveis para que o produto ou serviço chegue até ao
consumidor final.
„„ Desenvolvimentos de estratégias de marketing: significa
apresentar quais serão os diferenciais da empresa, ou de que forma
o serviço agrega valores que deverão ser percebidos positivamente
pelos clientes. São formas de chamar atenção para o seu produto
ou serviço.
„„ Estratégias de promoção de vendas: determinar quais serão
os veículos de comunicação e mídia que serão utilizados pela
empresa para promover as vendas. São mecanismos de divulgação
aos seus públicos.
„„ Marketing de relacionamento: determinação de como a empresa
irá manter uma relação positiva de longo prazo com os seus
clientes, estabelecendo relações de fidelidade entre empresa e
consumidores.

Recursos humanos
Recursos humanos: significa apresentar a quantidade e a qualidade dos
recursos humanos que estarão disponíveis na empresa. Deve-se elaborar o
organograma da empresa, definindo departamentos, cargos, linhas formais
de comunicação, funções, responsabilidades, descrição de cargos. Da mesma
forma, é preciso apresentar formas de recrutamento e seleção, bem como a
capacitação e desenvolvimento da mão de obra.

Capítulo 7 – Plano de Negócios 73


Qualidade
Qualidade: neste tópico devem-se descrever quais serão os mecanismos
e ferramentas de qualidade a serem implantadas na empresa e como será
monitorada essa qualidade por meio de indicadores de eficácia dos serviços
na percepção dos clientes.
„„ Normas e regulamentos técnicos: se necessário buscar técnicas
de controle de qualidade como 5’S2, Normas ISO3, Indicadores de
Qualidade como o PNQ4 - Programa Nacional de Qualidade. Se
existir a possibilidade é possível buscar certificações de Qualidade.
„„ Metas estratégicas de qualidade do produto/serviço:
atendimento das necessidades dos clientes (público-alvo). É
importante criar metas quantificadas para buscar o que chamamos
de Padrão de Qualidade, podendo ser utilizada a metodologia da
APO5 - Administração por Objetivos.

Análise socioambiental
Análise socioambiental: esta etapa do PN diz respeito a uma tendência
em nossos dias que é a Responsabilidade Social e Ambiental, que pode
ser utilizada como uma estratégia de marketing por empresas de qualquer
natureza e envolve:
„„ Cumprimento da legislação ambiental.
„„ Diagnóstico dos aspectos e impactos ambientais de cada atividade.
„„ Procedimentos para eliminar ou diminuir os impactos ambientais
ou sociais eventualmente levantados.

2 5s: técnica japonesa bastante simples, que consiste em descartar tudo aquilo que não agrega valor, da
mesma forma criar uma cultura da organização, transformando hábitos e costumes das pessoas. Essas
mudanças de comportamento gerarão qualidade no ambiente de trabalho, e poderão ser percebidas
pelo seu consumidor de forma positiva. Fonte: STADLER, Adriano. Gestão Empresarial para
Eventos. IFPR: 2012.
3 ISO - International Organization for Standardization - normas e procedimentos de padronização de
processos aplicáveis a organizações. Fonte: www.iso.org
4 PNQ - Programa Nacional de Qualidade - Seu principal objetivo é criar critérios para aumentar a
competitividade das organizações. Fonte: http://www.fnq.org.br/site/402/default.aspx
Metodologia da Pesquisa

5 APO - é um método democrático e prático de estabelecer metas e buscar resultados palpáveis e


relevantes para a organização - Fonte: STADLER, Adriano. Teoria Geral da Administração -
Araras SP. Proescola: 2011.

74
„„ A busca por minimizar os impactos sociais e ambientais é uma
cobrança dos órgãos reguladores e dos consumidores, e quando a
empresa consegue atender todas essas exigências, ela é bem vista por
seus consumidores, que se tornam mais fidelizados ao seu negócio.

Finanças
Finanças: a parte financeira do plano de negócios é fundamental, pois ela
irá demonstrar a viabilidade econômica do negócio, pois de nada adianta um
ótimo produto, uma ideia incrível se não há mercado para ele, ou se o preço
que o consumidor está disposto a pagar não dá a rentabilidade necessária
para a empresa se manter lucrativa.
„„ Fontes de recursos para investimento e seu respectivo custo.
„„ Volume de capital necessário para implementar o empreendi-
mento em questão.
„„ Fluxo de caixa.
„„ Orçamentos das vendas.
„„ Gestão de custos e formação do preço de venda.
„„ Margem de Contribuição.
„„ Ponto de Equilíbrio: volume de vendas necessário para manter
os custos.
„„ Prazo de retorno aceitável (Payback Time): mede o tempo
necessário para que se recupere o capital inicialmente investido.
„„ Análises de Investimentos (VPL – Valor Presente líquido
– o valor das somas algébricas de fluxos de caixas futuros,
descontados a uma taxa compostos, em uma determinada
data. TIR – Taxa interna de retorno – é um índice que indica
a taxa de retorno de um investimento por uma unidade de
tempo (MOTTA e CALÔBA, 2002 apud MARQUEZAN e
BRONDANI, 2006).
„„ ROI (Retorno do investimento): permite avaliar decisões de
investimento, através do efeito que elas produziram, além de
considerar o desempenho passado da empresa.

Capítulo 7 – Plano de Negócios 75


Cronograma
Cronograma geral de atividades e metas: é a distribuição planejada
das fases de execução do projeto, determinando o período de tempo.
Deverá ser como um roteiro de ações importantes a serem desempenhadas
mês a mês, o qual servirá para comparar os resultados alcançados com os
objetivos traçados. Divulgue esses cronogramas na empresa e recompense os
funcionários quando as metas forem alcançadas, isso trará motivação a todos
na empresa.
Esse roteiro pode ser adaptado conforme a necessidade do
empreendimento ou do produto a ser viabilizado, de forma que essa
metodologia segue a lógica da apresentação de dados sistematizados num
formato amplamente conhecido e que pode ser realizado em diversos tipos
de organização.
Metodologia da Pesquisa

76
Memorial descritivo Capítulo

Elaine Mandelli Arns e Patrícia Penkal de Castro

8.1 Memorial descritivo – Conceito


8
O memorial descritivo é um documento que traz um
texto explicativo das informações mais importantes sobre
um determinado assunto. Existem vários tipos de memoriais:
aqueles que descrevem um objeto, um projeto a ser executado,
a vida profissional de uma pessoa, para arquitetura, obras,
construções entre outros.
Vamos nos ater a estudar o memorial descritivo
acadêmico. Esse tipo de material refere-se à autobiografia e à
trajetória acadêmico-profissional e intelectual de quem o está
escrevendo. Deve conter as informações mais significativas:
formação, produções científicas, atividades técnicas e
científicas, artístico-culturais, administrativas, entre outras
que o profissional achar pertinente conter neste documento.
Recomenda-se que o memorial descritivo seja escrito na
1ª pessoa do singular atendendo à exigência da Lei estadual da
Paraíba, nº 8.441, de 28 de dezembro de 2007.
Não existe um único modelo de memorial descritivo.
Abaixo apresentaremos um roteiro base que lhe dará condições
para elaborar seu próprio memorial.
É importante ressaltar que, independentemente do tipo
de memorial, ele deve ser bem estruturado e escrito de forma
clara e objetiva, a fim de que as informações descritas sejam
facilmente compreendidas pela pessoa que está lendo.

8.2 Estrutura básica de um


memorial descritivo acadêmico
1. Folha de rosto: refere-se à página do projeto na qual
constam todas as informações básicas, como nome
do candidato, título do projeto (neste caso memorial
descritivo), local e ano em que está sendo escrito.
2. Formação, aperfeiçoamento e atualizações: neste item deve-
-se descrever as informações referentes à formação (graduação,
pós-graduação, estágios, cursos de extensão, iniciação científica e
monitorias, bolsas de estudos, participação em congressos, simpósios,
seminários e outros eventos). Deve-se inserir comentários sobre como
esses cursos aconteceram e a relevância da formação e sua relação
com a área de atuação.
3. Atividades profissionais: descrever todas as atividades profissionais
desenvolvidas durante sua carreira, tais como participações em
comissões, coordenações, supervisões, participação de conselhos, em
grupos de trabalho, consultoria, entre outros.
4. Títulos, homenagens e aprovações em concursos: descrever todos
os itens mencionando o ano, a distinção outorgada e o local.
5. Produção científica, literária e artística: neste item deve-se
descrever os trabalhos científicos, literários e artísticos que tenham
sido publicados.
6. Trabalhos apresentados: descrever todos os trabalhos apresentados
em congressos, jornadas ou eventos similares. Devem constar nome
geral, data e local do evento.
7. Referências estudadas durante o curso.

Registro e divulgação
da pesquisa –
Memorial descritivo
Trabalhos
apresentados
Produção científica
Títulos e homenagens
Atividades
profissionais
Formação
Folha de rosto
Metodologia da Pesquisa

78
Portfólio Capítulo

9.1 Portfólio – Conceito


Elaine Mandelli Arns e Patrícia Penkal de Castro

9
Um portfólio consiste na reunião de trabalhos ou projetos
que estão em desenvolvimento, seja em uma empresa, em uma
sala de aula ou projetos pessoais. Para demonstrar a natureza
do trabalho utiliza-se: registro de visitas, resumos de textos,
projetos e relatórios de pesquisa, anotações de experiências,
ensaios autorreflexivos, análises, avaliações, enfim, toda
uma produção realizada.  
Tem por objetivo avaliar um projeto em um determinado
período de tempo com base nos documentos arquivados. O
portfólio serve para demonstrar habilidades, competências e
valores de quem o está produzindo. Além disso, permite que o
responsável por sua elaboração reflita e avalie na prática o antes,
o durante e o depois dos trabalhos, pensando criticamente, com
mais clareza e profundidade sobre suas falhas e aprendizado
adquirido. Isso só é possível, pois o portfólio traduz a ideia
de continuidade através da formação, diálogo, construção e
reconstrução de suas fases. Podemos confirmar isso com a
citação de Gardner (1995, p. 191), que afirma que:
a maior parte do trabalho humano produtivo
ocorre quando os indivíduos estão empenhados em
projetos significativos e relativamente complexos
que acontecem ao longo do tempo, são atraentes e
motivadores e conduzem ao desenvolvimento do
entendimento e da habilidade.

Um portfólio pode ser realizado individualmente ou em


grupo. Porém, em ambos os casos, permite a interação entre as
pessoas para discutirem e realizarem ações efetivas no projeto.
Ao final de um período e conclusão do portfólio, é possível ter
um registro de todas as ações em cada etapa do projeto, permitindo
observar os progressos coletivos, individuais e processuais.
Existem vários modelos de portfólio de acordo com
as exigências e tipo de atividade desenvolvida. Porém
apresentaremos um modelo básico para que a partir dele
seja possível desenvolver um que melhor se encaixe com a
necessidade individual de cada um.
9.2 Modelo base para organização e elaboração
de um portfólio
Para melhor organização de um portfólio, deve-se ter uma pasta destinada
somente a essa finalidade. Além disso, é importante uma folha de abertura
para cada um dos itens que contemplará o projeto.
1. Folha de rosto: com as informações básicas sobre o projeto (nome,
data, local) e pessoas envolvidas.
2. Índice.
3. Justificativa do portfólio.
4. Determinação de objetivos, competências e habilidades a serem
desenvolvidas.
5. Textos lidos que possam embasar e fundamentar o trabalho com
anotações e comentários sobre os mesmos.
6. Anotações e registros realizados individualmente ou em grupo.
7. Registros realizados como autoavaliação.
8. Coleta de trabalhos com propósitos definidos: fotografias, CDs, filmes,
entrevistas, entre outros, como documentação de um determinado
momento.
9. Glossário.
10. Referências.
11. Avaliação final dos resultados obtidos durante o processo.
Resultados obtidos
Referências
Glossário
Trabalhos
Autoavaliação
Anotações
Textos
Objetivos,
competências e
habilidades
Justificativa
Índice
Folha de rosto
Metodologia da Pesquisa

80
Formatação do trabalho Capítulo

acadêmico
Carmen Ballão

Neste capítulo será visto que todo trabalho acadêmico deve


10
ser apresentado de acordo com as normas estabelecidas pela
Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) ou pela
Instituição de Ensino Superior. No caso do Instituto Federal
de Educação, Ciência e Tecnologia do Paraná (IFPR), como
este já possui normas próprias, o pesquisador que realiza sua
pesquisa deve seguir as normas que serão apresentadas neste
capítulo. Serão detalhadas as maneiras de inserir no texto uma
citação direta, indireta ou citação de citação, além de se destacar
a forma correta de fazer uma referência ao final do trabalho.

10.1 Apresentação gráfica


do trabalho acadêmico
Todo trabalho acadêmico deve ter uma apresentação
gráfica que facilite a compreensão do leitor com relação às
ideias do autor, por isso, no Brasil, a ABNT define as normas
que devem ser seguidas pelos pesquisadores para formatação
de suas pesquisas científicas, sejam elas apresentadas sob
forma de artigo, monografia, dissertação ou tese. A Instituição
de Ensino Superior (IES) tem autonomia para elaborar suas
normas, desde que estas estejam de acordo com as regras
gerais apresentadas pela ABNT. Sendo assim, neste capítulo
serão apresentadas as normas elaboradas e seguidas pelo IFPR
para apresentação gráfica de trabalhos acadêmicos.
O tipo de papel utilizado deve ser o formato A4 (21 x 29,7
cm), na cor branca. Deve ser utilizada apenas a parte da frente
da folha (anverso).
O trabalho deve ser digitado em fonte Arial ou Times
New Roman, tamanho 12 para o corpo do texto e tamanho
10 para citações longas, tabelas, quadros e ficha catalográfica.
Configuração das margens
As margens esquerda e superior devem ter 3 cm, enquanto as margens
direita e inferior devem ter 2 cm.

Espaçamento
O espaçamento entrelinhas pode ser:
a. Espaço de 1,5 cm para o texto.
b. Espaço de 1 cm (simples) para resumo, referências, citações
longas, notas de rodapé, tabelas, gráficos e quadros.

Parágrafo
A primeira linha de cada parágrafo de texto deve estar a 1,5 cm da
margem esquerda.
Os parágrafos das citações longas devem ter recuo de 4 cm da margem
esquerda.
Devem ser evitadas linhas soltas do parágrafo no início ou final da página,
as chamadas linhas órfãs.

Paginação
O número da página deve ser inserido a 2 cm da borda superior e 2 cm da
borda direita da folha. A contagem das páginas começa pela folha de rosto,
porém a numeração somente deve ser inserida a partir da primeira folha
textual. Desta maneira, a folha que dá início à introdução pode receber o
número 9, por exemplo.

Numeração progressiva
A numeração progressiva indica a sequência da divisão do trabalho, que
pode ser em seção primária, secundária, terciária, quaternária e quinária,
conforme os exemplos a seguir:

Numeração Progressiva Seção


1 INTRODUÇÃO Primária
Metodologia da Pesquisa

2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA Primária


2.1 A PESQUISA NOS CURSOS INTEGRADOS Secundária
2.1.1 A adoção dos trabalhos de conclusão de curso Terciária
2.1.1.1 Tipos de trabalhos Quaternária
2.1.1.1.1 Monografia Quinária

82
Quando for necessário enumerar os diversos assuntos de uma seção que
não possua título, esta deve ser subdivida em alíneas, indicadas por letras
minúsculas, seguidas de parênteses.
Exemplo:
a) Educação para todos.
Caso seja necessário dividir as alíneas, usa-se o travessão para destacar as
subalíneas.
Exemplo:
– Educação de jovens e adultos.

Notas de rodapé
As notas de rodapé são usadas como complementações ou esclarecimentos
que não podem ser incluídos no texto por interromperem a sequência lógica
da leitura.
As notas de rodapé podem ser:
„„ Notas explicativas – explanações ou comentários que não são
incluídos no texto. As notas explicativas são em algarismos
arábicos com numeração única e consecutiva para cada capítulo
ou parte.
Exemplos:

No texto:
“Os outros dois pontos a destacar são o agudo desequilíbrio externo e a
insuficiência acumulação.” 25

No rodapé da página:
_____________
25
Aqui privilegiamos os problemas do capital, conformando-nos com uma reprodução dinâmica.

„„ Notas de referências – indicam as fontes consultadas ou remetem a


outras partes da obra nas quais o assunto foi abordado. Geralmente
são utilizados quando é adotado o sistema numérico. O sistema
autor-data deve ser usado para referenciar citação de citação.

Capítulo 10 – Formatação do trabalho acadêmico 83


Citações
Trata-se da menção, no texto, de informação extraída de outra fonte
(revistas, livros, internet, CD-ROM, disquete, fita de vídeo) para esclarecer,
ilustrar ou sustentar o assunto apresentado, conforme será detalhado a seguir.

Tipos de citação
As informações coletadas de diferentes fontes podem ser citadas no texto
de forma direta ou indireta.

Citação direta
É a transcrição literal de um texto ou parte dele. Na citação direta é
obrigatória a apresentação página consultada.
A citação com ATÉ TRÊS LINHAS deve ser inserida no parágrafo
entre aspas duplas, com mesmo tamanho da fonte.
Exemplo:

“O acesso à literatura da área e algumas seções de supervisão


em análise institucional serviram de base a esse propósito.”
(HADDAD, 1993, p. 96).

A citação com MAIS DE TRÊS LINHAS deve ser destacada com


recuo de 4 cm da margem esquerda, com fonte tamanho 10, espaçamento
entre linhas simples e sem aspas.
Exemplo:

Dentro deste contexto, Robbins (2003, p. 39) afirma que:


Alguns gerentes estão encontrando dificuldades
em abrir mão do controle da informação.
Sentem-se ameaçados por terem de dividir o
poder. A maioria, porém está descobrindo que
Metodologia da Pesquisa

o desempenho [sic] pelo compartilhamento da


informação. E quando, de fato, sua unidade
melhora, são tidos como gerentes mais eficazes.

84
Citação indireta
É a reprodução das ideias do autor, sem que haja transcrição literal
das palavras.
Para reproduzir as ideias do autor pode ser utilizada:
„„ Paráfrase: é mantida a ideia do autor e o número aproximado de
palavras utilizadas por este.
„„ Condensação: é mantida a ideia do autor com um número de
palavras bastante reduzido.

ATENÇÃO!!!
É necessário ter cuidado ao fazer uma citação indireta, para não
caracterizar plágio. O plágio é a cópia do texto do autor sem a menção
da fonte, ou seja, é a apropriação indevida dos direitos autorais e no
Brasil é crime passível de punição.

Exemplo:

Segundo Weaver (1973), muito tempo antes de o Brasil realizar


suas primeiras pesquisas de viabilidade econômica da exploração e
processamento do folhelho pirobetuminoso os franceses e os escoceses
já comercializavam o óleo extraído dessa rocha sedimentar.

Citação de citação
Pode-se fazer ainda citação de citação, ou seja, quando não se teve acesso
ao documento original, pode ser citada a ideia de um autor que foi citada
na obra de outro. Neste caso, deve ser usada a expressão latina apud, que
significa citado por.
Exemplo:

Na sentença:
Para Gonçalves (2000, apud FERREIRA, 2009) os países desenvolvidos podem
comprar créditos de carbono, como objetivo de reduzir a emissão de gases.

Capítulo 10 – Formatação do trabalho acadêmico 85


No final da sentença:
Os países desenvolvidos podem comprar créditos de carbono, com o objetivo de
reduzir a emissão de gases. (GONÇALVES 2000 apud FERREIRA, 2009).

Neste caso, o autor FERREIRA deve aparecer na lista de referências e


GONÇALVES no rodapé.

Supressões, acréscimos e ênfase


Em qualquer tipo de citação, as supressões (omissões), interpolações,
acréscimos, comentários, ênfase ou destaques devem ser utilizados a fim de
proporcionar clareza ao texto.
„„ Supressão: é indicada pelo sinal [...] e utilizada nos casos em que
se quer omitir parte do texto.
Exemplo:

Conforme Alfonsin (2004), “apesar dos programas de regularização fundiária


terem se disseminado nas cidades brasileiras nos últimos anos, é flagrante a
inexpressividade dos resultados [...], especialmente nas capitais.”

„„ Acréscimo ou comentário: são indicados entre colchetes e


utilizados quando há necessidade de explicar o texto.
Exemplo:

“A variação dos significados pretendidos pelo autor, e atribuídos pelos diferentes


leitores [polissemia].” (XAVIER, 2008, p. 18).

„„ Ênfase ou destaque: deve ser destacado com negrito, itálico ou


grifo e utilizado nos casos em que se quer enfatizar trecho da
Metodologia da Pesquisa

citação. Deve ser utilizada a expressão grifo nosso entre parênteses,


após a chamada da citação.

86
Exemplo:

“[...] não basta ir às aulas se chegar antes do seu início. É preciso


levar consigo material adequado ao trabalho do dia”. (RODRIGUES, 2008,
p. 43, grifo nosso).

Tradução de citação
No caso de citação com texto traduzido pelo autor, deve ser indicada a
expressão tradução nossa, entre parênteses, após a chamada da citação.
Exemplo:

“É um software de armazenamento e recuperação da informação textual


e estruturada, com foco em fontes de informação bibliográfica e serviços
associados [...].” (BRITO, 2009, p. 18, tradução nossa).

Sistema de chamada autor-data


Segundo a NBR 10520/2002, as citações podem ser apresentadas
de acordo com o sistema autor-data ou o sistema numérico. Porém, os
trabalhos acadêmicos produzidos no âmbito do IFPR devem seguir o
sistema autor-data.

Nas citações deve ser inserido o autor e a data da publicação da


Sistema autor-data obra no início ou no final da sentença; na lista de referências o autor
aparece em ordem alfabética.
Nas citações deve ser inserido o autor e sua obra em nota de
rodapé. O autor é citado apenas na primeira vez em que sua ideia é
Sistema numérico
reproduzida, nas demais se utilizam expressões latinas específicas
para identificar a autoria.

Citação de dados informais


Para citação de dados informais obtidos por meio de palestras, debates,
comunicações entre outros, indica-se entre parênteses a expressão informação
verbal e mencionam-se os dados completos da informação em nota de rodapé.

Capítulo 10 – Formatação do trabalho acadêmico 87


Exemplo:

Na sentença:
“Essa ação demonstra a postura do IFPR, que tem buscado ampliar a oferta de
unidades no Paraná.” (Informação verbal)1.

No rodapé:
___________
Notícia fornecida por Alípio Santos Leal Neto na solenidade de autorização para uma unidade do
1 

IFPR em Assis Chateaubriand, em outubro de 2009.

Citação de informação extraída da internet


É necessário analisar e avaliar a fidedignidade e o caráter científico das
informações extraídas da internet.
As entradas seguem as mesmas regras para documentos impressos, o que
muda é a forma de apresentação da referência.
Exemplo:

Na sentença:
De acordo com Machado (2009) os professores do ensino fundamental e médio
podem diversificar as aulas, torná-las mais atrativas e conhecer o trabalho de
outros colegas espalhados pelo país ao acessar o Portal do Professor.

a) Um autor
No sistema autor-data, a indicação do sobrenome pode ser na sentença,
no final da sentença ou após a ideia do autor.
As fontes utilizadas na produção textual devem ser indicadas:
„„ pelo sobrenome do autor ou nome da entidade responsável;
„„ pela data de publicação;
„„ pelo número da página, separado por vírgula entre parênteses (no
Metodologia da Pesquisa

caso de citação direta).


Quando o autor é citado na sentença seu sobrenome deve ser escrito com
letras iniciais maiúsculas, e quando estiver entre parênteses, todas as letras
devem ser maiúsculas.

88
Exemplos:

Na sentença:
Segundo Matus (1996, p.14) “negar o planejamento é negar a possibilidade de
escolher o futuro, é aceitá-lo seja ele qual for”.

No final da sentença:
“Negar o planejamento é negar a possibilidade de escolher o futuro, é aceitá-lo
seja ele qual for.” (MATUS, 1996, p.14).

b) Até três autores


Quando consultada uma obra com até três autores, todos devem ser
referenciados.
Exemplos:

Na sentença:
De acordo com Fonseca, Martins e Toledo (1995, p. 208) “O Índice Geral de
Preços é considerado como medida-padrão (ou oficial) do país. Trata-se de um
índice híbrido [...]”.

No final da sentença:
“A narração deficiente ou omissa que impeça ou dificulte o exercício da defesa,
é causa de nulidade absoluta, não podendo ser sanada porque infringe os
princípios institucionais.” (GRINOVER; FERNANDES; GOMES FILHO, 2001, p. 97).

c) Mais de três autores


Nas citações de obras publicadas por mais três autores deve ser citado
o primeiro seguido da expressão latina et al. (abreviatura de et alii) e o ano.
Exemplo:

No final da sentença:
A escola tem por obrigação proporcionar aos seus alunos condições e acesso ao
conhecimento. (FONTES et al., 1996).

Capítulo 10 – Formatação do trabalho acadêmico 89


d) Autor coletivo (entidade)
Quando o autor for uma entidade, o nome desta deve ser escrito por extenso,
e se possível sua subordinação, seguido da data de publicação do documento.
Exemplo:

No final da sentença:
“Como diferentes programas podem adotar enfoques diversos, as decisões a
serem tomadas são específicas de cada um.” (BRASIL, Ministério da Educação,
1976, p. 12).

No caso de entidade coletiva conhecida pela sigla, a entrada deve ser por
extenso, na primeira citação, seguida da sigla entre parênteses. No restante
do texto pode ser usada apenas a sigla.

e) Documentos de órgãos públicos


Quando se tratar de documentos de órgãos públicos, deve ser indicada
sua jurisdição.
Exemplo:

Na sentença:
De acordo com Curitiba, Prefeitura Municipal (2008, p. 178), “a Linha Verde trará
resultados positivos no tocante à [...]”.

f ) Documentos de vários autores com mesmo sobrenome


Quando houver coincidências de autores com mesmo sobrenome, devem
ser indicadas também as iniciais de seus nomes. Se mesmo assim existir
coincidência, devem ser colocados os nomes por extenso.
Exemplos:

No final da sentença:
O turismo é visto como o mercado que mais cresce e o ecoturismo é uma das
Metodologia da Pesquisa

modalidades mais procuradas pela necessidade do homem de integrar-se à


natureza. (SILVA, Alice, 2001).
Nas relações internacionais destaca-se a importância da comunicação dentro
das empresas, para aquelas mensagens, a política de comunicação, as siglas e os
símbolos são processos para a tentativa de comunicar-se. (SILVA, Álvaro, 2001).

90
Quando houver necessidade de utilizar o nome do autor por extenso na
citação, como no exemplo acima, todos os autores referenciados no trabalho
deverão ser apresentados também desta forma, como forma de padronização,
na lista de referências.

g) Documentos de um mesmo autor com a mesma data de publicação


Quando houver diversos documentos de um mesmo autor, com a mesma
data de publicação, devem ser acrescentadas letras minúsculas após a data,
sem espaços.
Exemplo:

Na sentença:
Para Roberts (1998a, p. 57) “os grupos que detêm a força de trabalho precisam
de constante capacitação profissional”.
“A competitividade faz com que as empresas invistam em tecnologia e qualidade
na prestação dos seus serviços.” (ROBERTS, 1998b, p. 161).

h) Diversos documentos do mesmo autor com datas diferentes


Nas citações indiretas de diversos documentos de um mesmo autor com
datas diferentes, devem ser indicadas as datas separadas por vírgula.
Exemplo:

Na sentença:
Oliveira (1985, 1990, 1997) afirma que um dos propósitos do marketing é
alcançar os objetivos organizacionais.

10.2 Referências
As referências são o conjunto de elementos que permitem a identificação
dos documentos que foram utilizados na elaboração da monografia.
Os elementos que compõem uma referência são:
Essenciais (autor, título, edição, local, editora, e data de publicação).
Complementares (ISBN1, série, número de páginas, e outras).

1 ISBN (International Standard Book Number) é um sistema que identifica numericamente os livros
segundo o título, o autor, o país e a editora, individualizando-os inclusive por edição. Retirado de:
<http://www.isbn.bn.br/;jsessionid=F903B1893F4E912D992E3524B2D5E2A7o-que-e-isbn>.

Capítulo 10 – Formatação do trabalho acadêmico 91


Sua localização depende do sistema de chamada adotado. No sistema de
autor-data sua localização será no final do trabalho.
As referências são alinhadas somente à margem esquerda. O espaçamento
usado deve ser simples entre as linhas e duplo entre as referências.

Elementos essenciais da referência


Os elementos essenciais da referência podem ser divididos em quatro:
a. Autor.
b. Título.
c. Edição.
d. Imprenta (local, editora, e data de publicação).

O primeiro elemento de uma referência é o autor, seguido do(s) prenome(s)


descrito(s) com as letras abreviadas ou não.
Exemplo: SANTOS, M. ou SANTOS, Milton.

Regras a serem seguidas nos diferentes casos:


„„ Autor individual: indica-se o autor com a entrada pelo último
sobrenome, seguido do nome. Separa-se o sobrenome do nome
com vírgula ( , ).
Exemplo: SILVEIRA, H. L.

„„ Sobrenomes em espanhol: indica-se primeiro o penúltimo


sobrenome.
Exemplo: APARICIO SÁNCHES, C. A. (Cesar Antônio
Aparício Sánches)

„„ Sobrenomes com complemento: indica-se o sobrenome seguido


dos acompanhamentos JUNIOR, FILHO, NETO e SOBRINHO.
Exemplo: FREITAS FILHO, A. (Armando Freitas Filho)
Metodologia da Pesquisa

Obs.: No caso da denominação NETO convencionou-se que o


NETTO (com a grafia com dois T) é considerado sobrenome,
portanto ficaria NETTO, P. (Paiva Netto).

92
„„ Sobrenomes unidos por hífen: indica-se como um único
sobrenome.
Exemplo: ARTEAGA-FERNANDEZ, E.

„„ Sobrenomes estrangeiros com prefixo: são indicados pelo


prefixo se este for identificado como parte do nome. Exemplo:
VAN DER MOLEN, Y. F.
Obs.: Considera-se o prefixo como parte do nome se for escrito
em maiúsculo. Exemplos Del, El, La. Caso estejam em minúsculo
não se considera como parte do sobrenome. Exemplo: da Silva

„„ Dois autores: indica-se os autores segundo a ordem em que


aparecem na publicação, separando-os pelo sinal de ponto e
vírgula ( ; ).
Exemplo: MONTEIRO, C.; BRANDÃO, A.

„„ Três ou mais autores: indica o primeiro autor seguido da expressão


latina et al. (et alli = e outros).
Exemplo:ZAEYEN, A. et al.

„„ Documento com vários autores: indica-se o responsável intelectual


(organizador ou coordenador), seguido da abreviatura da palavra
que caracteriza o tipo de responsabilidade entre parênteses.
Exemplo: BASTOS, A. M. (Coord.)

„„ Autor coletivo: indica-se a entidade responsável pela autoria,


obedecendo a hierarquia desta.
Exemplo: BRASIL. Ministério da Previdência Social. Secretaria
da Saúde.
Obs.: Quando for possível identificar a instituição, mesmo estando
vinculada a um órgão maior, indica-se seu nome em maiúscula
como as siglas consagradas.
Exemplo: INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E
ESTATÍSTICA. IBGE.

O segundo elemento de uma referência é a INDICAÇÃO DO TÍTULO.

O título é reproduzido tal como aparece na obra, devendo aparecer em


negrito, itálico ou grifado.
Obs.: O subtítulo não é negritado.

Capítulo 10 – Formatação do trabalho acadêmico 93


Exemplo: O ensino de primeiro grau: uma análise de desempenho.
Obs.: Quando houver tradutor, este deve ser indicado logo após o título.
Ex.: Tradução de Carlos Pereira.

O terceiro elemento de uma referência é a EDIÇÃO.

A edição deve ser apresentada pelo número cardinal desta, seguido da


abreviação ed.
Exemplo: 5. ed.
Obs.: A primeira edição não é indicada.

O quarto elemento de uma referência é a IMPRENTA.

A imprenta compreende as notas tipográficas da publicação, ou seja, local de


publicação, nome da editora e ano de publicação.
Indica-se o local: (dois pontos) Editora, (vírgula) ano de publicação. (ponto)
Exemplo: São Paulo: Atlas, 1998.

O local de publicação é indicado da forma que aparece na publicação.


„„ Quando houver mais de um local de publicação, deve ser indicado
o primeiro ou o que estiver em destaque.
Exemplo: RIO DE JANEIRO e São Paulo
Rio de Janeiro

„„ Para homônimos deve-se acrescentar o nome do país, estado ou


cidade.
Exemplos: San Juan, Chile
San Juan, Porto Rico
Metodologia da Pesquisa

„„ Quando o local não aparece na publicação, mas pode ser


identificado, este deve ser inserido entre os sinais de colchetes.
Exemplo: [Curitiba]

94
„„ Quando for impossível determinar o local, indicar [S.l.]=
(expressão latina abreviada sine loco = sem local) entre colchetes.

„„ Na apresentação da editora omite-se a palavra Editora e as


denominações de natureza jurídica (S/A, Ltda).
Exemplo: Bertrand do Brasil (e não Editora Bertrand do Brasil).

Considerações gerais
„„ Quando há mais de um editor, indica-se o mais destacado.

„„ Quando o editor não aparecer na publicação, mas pode ser


identificado, indicá-lo entre colchetes.
Exemplo: [Papirus]

„„ Sendo impossível determinar o editor, indica-se entre


colchetes[s.n.] (expressão latina ine nomine = sem nome).

„„ Quando o local e o editor não aparecerem na publicação, indica-


-se entre colchetes [S.l.:s.n.].

„„ Indica-se a denominação Ed. Para os nomes de editoras que


possam ser confundidas com local. Exemplo: Ed. Santos

Para indicar a data deve ser colocado o ano da publicação.


Exemplo: 2012
Obs.: Se nenhuma data puder ser encontrada na publicação, registre uma
data aproximada entre colchetes:
Exemplos: [1981?] para data provável
[ca. 1960] para data aproximada
[197-] para década certa
[19--] para século certo
[19-?] para século provável

Para finalizar, descreve-se o número de páginas. Quando se tratar de uma


referência da obra completa a indicação do número de páginas é opcional.
Em referência de capítulos é obrigatória a inclusão das páginas inicial e final,
que são transcritas separadas por hífen.
Exemplo: 260p. (obra completa)
p. 7-14 (capítulo)

Capítulo 10 – Formatação do trabalho acadêmico 95


Pontuação utilizada
„„ Autor. Título. Edição. Imprenta. Paginação.
„„ Para autor: SOBRENOME, Nome.
„„ Para título: Título principal: subtítulo.
„„ Para imprenta: Local: Editora, ano.

Referência completa
SOBRENOME, Prenome. Título. Edição. Local: Editora, ano de
publicação. Número de páginas.
O título deve ser destacado em negrito.
Exemplo:

LOPES, I. V. Gestão ambiental no Brasil: experiência e sucesso. 5. ed. Rio de


Janeiro: FGV, 1996. 377p.

Partes de monografias sem autoria especial


SOBRENOME, Prenome. Título do capítulo. In: ________. Título do
livro. Edição. Local: editora, ano de publicação. Página inicial-página final.
Exemplo:

JUCHEM, P. A. Balanço ambiental para empresas. In: ________. Introdução à


gestão, auditoria. 3. ed. Curitiba: FAE/CDE, 1995. p. 75 -87.

Partes de monografias com autoria própria


SOBRENOME, Prenome (autor da parte referenciada). Título da parte
referenciada. In: SOBRENOME, Prenome. Título.Edição. Local: Editora,
ano de publicação. Localização da parte referenciada. Número de páginas.

Artigos de livros
Exemplo:
Metodologia da Pesquisa

STORPER, M. Desenvolvimento Territorial na economia global do aprendizado: o


desafio dos países em desenvolvimento. In: RIBEIRO, L. C. Q.; SANTOSJÚNIOR,
O. A. (Org.) Globalização, Fragmentação e Reforma Urbana: o futuro das
cidades brasileiras na crise. São Paulo: Civilização Brasileira, 1994.Cap. 2. p. 45-59.

96
Artigos de eventos
Exemplo:

NICOLETTO, U. A evolução dos modelos de gestão de resíduos sólidos e seus


instrumentos. In: CONFERÊNCIA SOBRE MERCOSUL, MEIO AMBIENTE E ASPECTOS
TRANSFRONTEIRIÇOS, 2, 1997, Campo Grande. Anais... Campo Grande: SEMADES,
1997. p. 89-105.

Artigos de revistas
A pontuação utilizada e as informações destacadas são diferentes. Observe
com atenção:
SOBRENOME, Prenome. Título do artigo. Título da revista, local da
publicação, número do volume, fascículo, páginas inicial e final do artigo,
mês e ano da publicação.
Exemplo:

BENJAMIN, A. H. V. Responsabilidade Civil pelo Dano Ambiental. Revista de


Direito Ambiental, São Paulo, v.2, n.9, p. 43-57, jan./jul.1998.

Obs.: O volume é indicado por v.


O número é indicado por n.
As páginas são indicadas por p. inicial-final.
Os meses são indicados abreviados, excetuando-se o mês de maio.

Artigos em jornais
SOBRENOME, Prenome. Título do artigo. Título do jornal, local de
publicação, dia, mês e ano. Páginas do artigo.
Exemplo:

MORAIN, C. Gerenciamento ambiental em pequenas e médias empresas de


mineração. Gazeta do Povo, Curitiba, 10 out. 1993. p. 1-5.

Capítulo 10 – Formatação do trabalho acadêmico 97


Dissertações, teses, etc.
SOBRENOME, Prenome. Título. Número de folhas. Palavra Tese ou
Dissertação (tipo de curso) – Setor, nome da Instituição onde foi apresentada.
Local da instituição, ano da defesa.
Exemplo:

WATANABE, C. B. Antecipando a Agenda 21 Local: uma visão geográfica do


meio ambiente de São Mateus do Sul, Paraná. 119f. Dissertação (Mestrado
em Geografia) – Setor de Ciências da Terra, Universidade Federal do Paraná.
Curitiba, 2002

Documentos consultados on-line


SOBRENOME, Nome. Título. Disponível na Internet. Endereço. Data
de acesso.
Exemplo:

ROLNIK, R. Estatuto da Cidade: instrumentos para as cidades que sonham


crescer com justiça e beleza. Instituo Polis. Disponível em:<http://www.polis.
org.br>Acesso em: 23 mar. 2008.
Metodologia da Pesquisa

98
Considerações finais

Para produzir esta obra foi considerada a necessidade de


proporcionar ao estudante meios necessários à retomada do
pensar e a busca pelo fazer. Para tanto, foram apresentadas
discussões pertinentes à Metodologia Científica e à
formalização dos trabalhos acadêmicos.
Desta maneira, fica evidente que a utilização do método
na construção do trabalho acadêmico pode servir de modelo
para que o profissional realize suas atividades de acordo
com os princípios metodológicos apresentados, analisados e
discutidos neste material.
Bibliografia Comentada

Divulgação.
ECO, U. Como se faz uma tese. 15. ed. São Paulo: Perspectiva, 2000.

Nesta obra, Umberto Eco apresenta de forma bastante


clara como fazer uma monografia pela primeira vez. Usa uma
linguagem simples e utiliza-se de diversos exemplos para
explicar suas ideias. Trata-se de um livro básico.

Divulgação.
LAKATOS, E. M.; MARCONI, M. De A. Fundamentos de metodologia
científica. 3. ed. rev. e ampl. São Paulo: Atlas, 1991.

Nesta obra as autoras fazem uma abordagem geral sobre


metodologia científica, deixando a cargo do leitor fazer uma
reflexão crítica sobre os conteúdos apresentados. Abordam o
conceito de Ciência, discutem o método científico e outros
assuntos trabalhados na nossa disciplina.
Divulgação.
LAKATOS, E. M.; MARCONI, M. de A. Técnicas de pesquisa:
planejamento e execução de pesquisas, amostragens e técnicas de
pesquisa, elaboração, análise e interpretação de dados. São Paulo:
Atlas, 1986.

Nesta obra as autoras detalham os tipos de técnicas de pesquisa. Trata-se


de uma obra importante para aqueles que têm pouca familiaridade com as
técnicas que podem ser utilizadas para a produção do conhecimento.
Divulgação.

WATANABE. C. B.; MORETO. E.C.; COUTINHO, R.R. Normas para


apresentação de trabalhos acadêmicos do Instituto Federal
do Paraná. Curitiba: IFPR, 2010.

Esta obra é indispensável para aqueles que apresentarão trabalhos


acadêmicos ao IFPR, pois nela os autores apresentam as principais normas
seguidas pelo IFPR.
Divulgação.

STADLER, Adriano, ARANTES, Elaine, HALICKI, Zélia. Empreendedorismo


e Responsabilidade Social. Curitiba: IBPEX, 2011.

O livro aborda dois temas relevante na área de negócios, o empreendedorismo


e a responsabilidade social corporativa. De modo especial, a primeira parte
do livro traz uma abordagem econômica do empreendedorismo, destacando
seus impactos para a sociedade e para o desenvolvimento regional. Trata das
competências e habilidades dos empreendedores, apresentando as principais
vertentes teóricas do tema. O livro contribui significativamente para a
metodologia científica, ao abordar o plano de negócios, que é um documento
Metodologia da Pesquisa

que trata das principiais informações que os gestores precisam levantar sobre
a viabilidade e aplicabilidade dos negócios na prática, o qual visa diminuir
riscos e potencializar o conhecimento sobre as forças internas e os possíveis
impactos externos sobre a organização. Na área de gestão, o plano de negócios
é muito utilizado como trabalho de conclusão de curso, por isso conhecer esta
metodologia tem relevância, tanto no âmbito empresarial, quanto no acadêmico.
102
Referências

ADORNO, T.; HORKHEIMER, M. Dialética do esclarecimento. Rio de Janeiro:


J. Zahar Editor, 1985-p19.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 10520:


informação e documentação: apresentação de citações em documentos. Rio de
Janeiro, 2002.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 6022:


informação e documentação – Artigo em publicação periódica impressa –
apresentação. Rio de Janeiro, 2003.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 6027: sumário.


Rio de Janeiro, 2003.

BUNGE, Mário. Teoria e realidade. São Paulo: Perspectiva, 1974.

CHARTIER, Roger. A ordem dos livros: leitores, autores e bibliotecas na Europa


entre os séculos XIV e XVIII; tradução de Mary Del Priore. Brasília: Ed. UnB, 1994.
111p.

CHASSOT, Attico. A Ciência através dos tempos. São Paulo: Moderna, 1994.

CUNHA, Murilo Bastos da. As tecnologias de informação e a integração das


bibliotecas brasileiras. Ci. Inf., Brasília, v. 23, n. 2, p. 182-189, maio/ago. 1994.

CUNHA, Murilo Bastos da. Biblioteca digital: biblioteca internacional anotada. Ci.
Inf., Brasília, v. 26, n. 2, p. 195-213, maio/ago. 1997.

GIL, Antonio Carlos. Métodos e técnicas de pesquisa social. São Paulo: Atlas, 1999.

GODOY, Norton. O livro de todos os livros. Disponível em: <http://www.zaz.com.


br/istoé/ciência/150515.chtm.>Acessoem: 30 nov. 1998.

LAKATOS, E. M.; MARCONI, M. de A. Fundamentos de metodologia científica.


3. ed. rev. e ampl. São Paulo: Atlas, 1991.

_______. Fundamentos da Metodologia Científica. São Paulo, Atlas, 2000.

_______. Fundamentos da Metodologia Científica. 4.ed. São Paulo, Atlas, 2001.

LEVY, Pierre. O que é virtualização. In: ______. O que é virtual? São Paulo: Ed. 34,
1996. (Coleção TRANS). Cap. 1, p. 15-25.

MARQUEZAN, Luiz Henrique Figueira. BRONDANI, Gilberto. Análise de


Investimentos - Revista Eletrônica de Contabilidade. Vol III - n° 1 - jan a junho
2006 - UFSM - Universidade Federal de Santa Maria.

MARTINS, Wilson. O livro impresso. In: ______. A palavra escrita. São Paulo:
Anhembi, 1957. Pt. 2.,cap. 6, p. 159-165.

MATA, Maria Lutgarda. Educação a distância e novas tecnologias: um olhar crítico.


Tecnologia educacional. Rio de Janeiro, v. 22, n. 123/124, p. 8-12, mar./jun. 1995.
MEDEIROS, J. B. Redação científica: estratégias de leitura, como redigir monografias, como elaborar
papers. 2. ed. São Paulo: Atlas, 1996.

OASHI, Cristina Dan. A tecnologia do CD-ROM e suas aplicações em bibliotecas: revisão de literatura:
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PAULA, Lícia Pupo de. Tecnologia CD-ROM e suas aplicações em unidades de informação: revisão
inicial. R. Bras. Bibliotecon. e-Doc., São Paulo: v. 24, n. 1/4, p. 86-97, jan./dez. 1991.

PONTES, Cecília Carmem Cunha. Base de dados em ciência e tecnologia. Trans-in-formação.


Campinas, v. 2, n. 2/3, p. 33-42, maio/dez. 1990.

SALIM, C. S. et al. Construindo plano de negócios: todos os passos necessários para planejar e desen-
volver negócios de sucesso. Rio de Janeiro: Elsevier, 2005.

SALIM, Cesar Simões. Construindo planos de negócios. Campus: Rio de Janeiro. 3. ed. 2006.

SEVERINO, A. J. Metodologia do trabalho científico. 20. ed. rev. e ampl. São Paulo: Cortez, 1996.

STADLER, Adriano. HALICKI, Zélia, ARANTES, Elaine Cristina. Empreendedorismo e


Responsabilidade Social. Curitiba, Editora IBPEX, 2011.

WATANABE. C. B.; MORETO. E.C.; COUTINHO, R.R. Normas para apresentação de trabalhos
acadêmicos do Instituto Federal do Paraná. Curitiba: IFPR, 2010.
Metodologia da Pesquisa

104

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