Location via proxy:   [ UP ]  
[Report a bug]   [Manage cookies]                

O Que É A Mordomia Cristã

Fazer download em docx, pdf ou txt
Fazer download em docx, pdf ou txt
Você está na página 1de 7

O que é a Mordomia Cristã

 
O que é a mordomia cristã? Ao entender o seu significado, o crente vê o
mundo como propriedade divina e passa a administrar sua vida de modo
diferente.

Ao estudar a palavra de Deus você se capacita espiritualmente para estar


exercendo a mordomia cristã conforme os princípios bíblicos.

Neste artigo você estudará sobre:

1. O termo Mordomia
2. O fundamento Bíblico da Mordomia Cristã
3. Os princípios na Mordomia
4.Jesus, o Mestre excelente da Mordomia
5. A Mordomia gera Bênçãos divinas

Texto Bíblico
Lucas 12.42-48
V, 42 – E disse o Senhor: O qual é, pois, o mordomo fiel e prudente, a quem o senhor pôs sobre os seus
servos, para lhes dar a tempo a ração?
V, 43  – Bem-aventurado aquele servo a quem o senhor, quando vier, achar fazendo assim.
V, 44  – Em verdade vos digo que sobre todos os seus bens o porá.
V, 45 – Mas, se aquele servo disser em seu coração: 0 meu senhor tarda em vir, e começar a espancar os
criados e criadas, e a comer, e a beber, e a embriagar-se,
V, 46  – virá o Senhor daquele servo no dia em que o não espera e numa hora que ele não sabe, e separá-
lo-á, e lhe dará a sua parte com os infiéis.
V, 47 – E o servo que soube a vontade do seu senhor e não se aprontou, nem fez conforme a sua vontade,
será castigado com muitos açoites.
V, 48  – Mas o que a não soube e fez coisas dignas de açoites com poucos açoites será castigado. E a
qualquer que muito for dado, muito se lhe pedirá, e ao que muito se lhe confiou, muito mais se lhe pedirá.
O termo Mordomia
“Teus são os céus, e tua é a terra; o mundo e a sua plenitude, tu os fundaste”. (Sl 89.11).
O termo “mordomia” tem sido muito divulgado pela imprensa em geral para designar
regalias no exercício da função pública.
Entretanto, no contexto bíblico, a palavra “mordomia” fala da consciência que o crente
deve ter de que tudo o que possui vem de Deus, sendo ele apenas um administrador fiel.
A fidelidade é decorrente da certeza de que a qualquer momento, seremos chamados a
prestar contas diante de Deus.
Por isso, a vida e os seus valores devem ser vividos e administrados sob o ponto de vista
de Deus. Na verdade, a Mordomia cristã é o manejo responsável dos recursos do reino
de Deus que foram confiados a uma pessoa ou a um grupo. (Conciso Dicionário de
Teologia Cristã – Millard J. Erickson). Mordomia é Administração (Lc 16.2,RC).
Mordomo – Pessoa encarregada da administração de uma casa (oikos); administrador.
(Gn 39.4-8,RA; Lc 12.42). (Dicionário da Bíblia de Almeida)-(SBB).
Despenseiro: 1)- Pessoa encarregada da Despensa, (Cômodo em que se guardam
mantimentos) – (Gn 43.16,RA); 2)- O cristão como administrador dos seus Dons (1 Pe
4.10); 3)- O obreiro como responsável por cuidar das coisas de Deus (1 Co 4.1; Tt 1.7).
DBA-SBB.
Mordomia é o ofício do Mordomo.
Mordomo, (no grego oikonómos) – Administrador dos bens de uma casa ou de um
estabelecimento alheio. (Pequena Enciclopédia Bíblica – O.S. Boyer).

O Fundamento Bíblico da Mordomia Cristã


É através da doutrina da mordomia cristã que os princípios básicos da vida do crente são
expostos (Lc 12.42). O conhecimento da “doutrina da mordomia cristã” dá ao crente
uma maior perspectiva da vida no seu dia-a-dia.
A doutrina bíblica da “mordomia” centraliza seus princípios na soberania de Deus (Sl
24.1), nos colocando como “mordomos”, de preferência fiéis (1 Co 4.2).
a) Do Senhor é a terra
Para se compreender o princípio bíblico de mordomia, precisamos saber que: “Do
Senhor é a terra e a sua plenitude, o mundo e aqueles que nele habitam” (Sl 24.1).
Nosso papel aqui é apenas reconhecer a soberania divina sobre todas as coisas e exercer
a função profícua de mordomos, pois nada levaremos daqui (1 Tm 6.7).
Por isso, devemos exercer com fidelidade a mordomia cristã conforme a bíblia nos
ensina, para que tenhamos direito ao descanso eterno (Mt 25.21). “Deus é o rei de toda a
terra” (Sl 46.7), e é também o “rei do céu” (Dn 4.37), que está acima de todos os reis da
terra, (Dn 2.20-21).
Vivemos hoje numa sociedade que perdeu a noção do senhorio de Deus sobre a terra.
Vemos uma filosofia que coloca o homem como o centro de todas as coisas, excluindo a
ideia do reinado de Deus.
Diante disso é preciso resgatar e anunciar a mensagem bíblica acerca de Deus, o rei de
toda a terra, que deve reinar absoluto em nossas vidas. “O Senhor reina” (Sl 47.7; 93.1;
96.10; 97.1; 99.1).
b) Toda a Criação é do Senhor
A Bíblia afirma que Deus é o autor de toda a Criação: “Pela fé entendemos que os
mundos, pela Palavra de Deus, foram criados…” (Hb 11.3a). O Gênesis mostra a
criação de forma ordenada e gloriosa (Gn 2.1), destacando sempre o poder criador de
Deus (Gn 1.24,25).
A doutrina da Criação traz ao homem a responsabilidade pela preservação do que Deus
fez como mordomo de seu próprio mundo (Gn 1.29; Dt 20.19).
A criação do homem à imagem de Deus foi acompanhada da entrega de grande
responsabilidade. Nenhuma outra criatura recebeu tantos privilégios de Deus como o
homem. Deus concedeu ao homem domínio sobre toda a terra e sobre todos os animais,
(Gn 1.26).
Dessa forma o homem tornou-se proprietário de todas aquelas coisas boas que Deus
havia criado, com plenos poderes para sujeitar todas as coisas e dominar sobre tudo.

c) O homem, criação de Deus


A criação do homem foi por ato espontâneo de Deus (Gn 1.26). O homem passou a
pertencer ao Senhor por um direito de criação. Ele declarou através do profeta Isaías,
dizendo: “Eu fiz a terra, e criei nela o homem, eu o fiz…” (Is 45.12).
A vida do homem veio direta de Deus (Gn 2.7), tornando-o pessoa com consciência de
si mesmo e com livre arbítrio (Gn 2.16,17; 4.7). Por isso, devemos viver conscientes de
nossa mordomia, pois um dia prestaremos contas a Deus (Ec 12.7).
Isso, porém, não é tudo! Segundo o Salmo 8.5 Deus o fez “um pouco menor do que os
anjos, e de glória e de honra o coroaste”. Glória e honra são atributos do próprio Deus.
A cada um de nós foi confiado uma responsabilidade.
Nossa esfera de domínio começa em nós mesmos, circunda nossos relacionamentos e
espalha-se pelas estruturas da sociedade em que trabalhamos e vivemos.
O Senhor nos deu glória e honra como seus agentes e mordomos da vida. Concedeu-nos
o intelecto, as emoções, a vontade e o corpo a fim de desfrutarmos do deleite de viver.
Temos que dar contas a Ele do que fizermos com o potencial que nos outorgou.
Os Princípios Divinos na Mordomia
Deus, em sua soberania, jamais desprezou sua Criação, mas a cada dia, através do
seu Espírito, Ele renova a face da terra: “Envias o teu Espírito e são criados, e assim re-
novas a face da terra” (Sl 104.30).
Dessa maneira o Senhor nos ensina princípios divinos com relação à mordomia dos
bens espirituais, morais e materiais (Lc 16.2).
Assim, ao criar o homem, Deus o dotou de qualidades específicas para dominar,
governar, frutificar, multiplicar-se e também criar situações novas para o seu bem-estar
e felicidade. Pois o homem foi feito à imagem e semelhança de Deus, possuindo
também um aspecto espiritual. Essas coisas Deus não retirou do homem, (Nm 23.19; 1
Sm 15.29).
a) Ela nos ensina o propósito da vida
A vida humana foi dada por Deus com um propósito glorioso (Is 43.7). A partir daí,
nossa relação com o Criador é de total dependência de sua graça e misericórdia (Sl
52.8).
A vida ganha novo sentido espiritual e material quando entendemos que o cuidado
divino faz parte de um propósito glorioso para com suas criaturas (2 Co 1.8-10; 1 Pe
5.7).
A vida da humanidade vem passando por várias transformações, e à medida em que o
homem, abusando dos poderes que lhe foram concedidos por Deus, vai dominando a
natureza de forma incontrolável e impiedosa, ele próprio colabora para um terrível
desequilíbrio, que é notado em todos os aspectos da vida.
Mas ninguém deve pensar que Deus está alheio aos acontecimentos. Chegará o dia em
que todos serão julgados, (1 Co 3.13-15; Ap 20.11,12).
b) Ela nos ensina o governo de Deus
O Senhor criou o mundo e não o desamparou, Ele está no governo de todas as coisas (Jó
34.13; Sl 22.28). Ele controla os mares (Jó 38.8-11), e até mesmo Satanás está debaixo
de suas ordens (Jó 1.12; 2.6).
Os grandes líderes mundiais também não podem fazer o que querem, pois o seu coração
está nas mãos do Senhor (Sl 33.15; Pv 21.1); Ele governa as nações (Sl 22.8).
c) Ela nos ensina a administrar os bens espirituais
Tudo o que recebemos na vida espiritual vem do Senhor (Cl 1.16), Ele é o doador dos
bens espirituais (Tg 1.17) e da nossa salvação (Jo 3.16), de maneira que nossa vida
espiritual deve ser administrada com sabedoria (2 Jo 8).
Não podemos desprezar a nossa salvação (Hb 2.3), nem nossa confiança no Senhor (Hb
10.35), pois um dia iremos prestar contas a Ele pela maneira como administramos os
bens espirituais (Ap 22.12).
Observação: Os “talentos” recebidos (Mt 25.15), representam os poderes que Jesus
Cristo tem dado e ainda dá à sua igreja. Todos os crentes têm vocação espiritual, são
chamados para pertencer a Cristo, a testemunhar e a trabalhar por Ele. Isto não admite
exceção ou desculpa.
Portanto, para que cada discípulo possa cumprir sua responsabilidade, Ele dá a cada dis-
cípulo certos dons espirituais e capacidades (Rm 12.5-8,11,13,15). Tais dons são
possíveis pelo Espírito de Deus que habita em cada crente.
Jesus, o Mestre Excelente da Mordomia
Jesus é o nosso mestre por excelência quanto à vida cristã: “Porquanto para isto mesmo
fostes chamados, pois que também Cristo sofreu em vosso lugar, deixando-vos exemplo
para seguirdes os seus passos” (1 Pe 2.21).
Ele deixou-nos um grande exemplo de mordomia sujeitando-se aos propósitos do Pai
para sua vida terrena (Fp 2.6-8).
Ele soube administrar seu tempo (Jo 2.4), para que todas as coisas ocorressem na hora
de Deus: “Tendo Jesus falado estas coisas, levantou os olhos ao céu e disse: Pai, é
chegada a hora; glorifica a teu Filho, para que o Filho te glorifique a ti” (Jo 17.1).
a) Ele ensina através de sua vida
A vida de Jesus foi administrada segundo os padrões celestiais (Jo 8.29; 10.38). Nada
fez de si mesmo, tudo era por instrução divina (Jo 5.19), sua vida foi de total sujeição a
Deus, o Pai (Jo 6.38). Ele foi o mordomo fiel que cumpriu toda a justiça divina (Mt
3.15).
Mas, precisamos lembrar que um mordomo nos tempos bíblicos era, em geral, um
escravo pessoal, como José na casa de Potifar (Gn 39.4).
O mordomo exercia as funções de administrador dos bens de seu senhor e recebia
muitos benefícios, porém tudo quanto era e possuía pertencia a seu senhor.
Desse modo, realizava todos os negócios em nome de seu senhor e como bom mordomo
consagrava à tarefa de promover os negócios de seu senhor. Buscava a honra de seu
senhor e não a sua, e tudo quanto ganhava era ainda de seu senhor.
b) Ele ensina através de seu exemplo
Pedro afirma que Jesus deixou-nos “o exemplo para que sigamos suas pisadas” (1 Pe
2.21). Seu grande exemplo foi o amor demonstrado em todos os momentos de seu
ministério terreno (Jo 15.13).
Jesus soube “administrar” o amor divino em doses especiais para cada situação que se
apresentava diante de si (Jo 15.9). Ele amou uma pobre mulher (Jo 8.10,11), amou um
jovem rapaz (Mc 10.21), amou os seus discípulos até o fim (Jo 13.1) e, por amor,
suportou a cruz (Hb 12.2).
c) Ele ensina através dos milagres
Os milagres realizados por Jesus sempre tiveram o propósito de nos ensinar a lidar com
os dons divinos (Mt 17.19,20). Diante de uma multidão, Jesus multiplica os pães e os
peixes: “Está aí um rapaz que tem cinco pães de cevada e dois peixinhos; mas isto que é
para tanta gente?” (Jo 6.9) e os alimenta: “Então, Jesus tomou os pães e, tendo dado
graças, distribuiu-os entre eles: e também igualmente os peixes, quanto queriam” (Jo
6.11).
Entretanto, para dar-nos o exemplo de bom “mordomo”, Jesus mandou recolher as
sobras (Jo 6.12,13). Mordomia é saber administrar bem aquilo que o Senhor nos dá,
evitando o desperdício.
Nesse grandioso milagre da multiplicação dos pães e peixes aprendemos que o cristão
deve ser generoso e econômico. Há abundância nas bênçãos de Deus, mas não há lugar
para desperdício e estrago. Todo esbanjamento na vida do cristão, seja nas coisas
materiais ou nas coisas espirituais, é antibíblico e estranho aos planos divinos.
Também aprendemos que o pouco se transforma em muito quando Deus abençoa.
Portanto, ninguém confie no muito sem a bênção de Deus. Assim sendo, nós, em lugar
de lamentarmos por não termos certas coisas (possessões espirituais e materiais),
coloquemos aquilo que temos à disposição de Deus.
A Mordomia gera Bênçãos Divinas
Compreender a mordomia cristã como uma oportunidade de melhor servir ao Senhor é
uma grande bênção (Jo 12.26).
Tudo sucede quando entendemos que o Senhor é dono de todas as coisas (Jo 1.3) e que
somos apenas serviçais para cumprir o propósito divino (Jo 2.5).
Quando agimos assim as bênçãos divinas nos alcançarão (Dt 28.2).
a) Ela amplia nossa visão do reino de Deus
O verdadeiro mordomo espiritual não é aquele que apenas “vê” o reino, mas que “entra”
(Jo 3.3,5). A partir daí tudo muda na nossa relação com Deus e com sua obra (Gl 2.20).
Tudo passa a ser santo e sagrado diante da grandeza do reino de Deus (Tt 1.15). Somos
agora cooperadores de Deus para construção de um reino espiritual na terra (1 Co 3.9).
Jesus oferece um “reino” a seus seguidores fiéis, (Lc 22.29).
Nós, que somos seus discípulos não devemos estar ociosos, mas precisamos
zelosamente promover os interesses do seu reino, enquanto Ele não vem, e fazer tudo
que pudermos por ele até a sua volta.
O reino dos céus é o governo de Deus no coração dos homens. É onde a autoridade de
Deus é reconhecida.
b) Ela nos outorga mais responsabilidade
O conceito cristão de mordomia nos faz crescer o senso de responsabilidade (1 Co
9.17). Temos responsabilidade com nossa vida, nosso corpo, com a igreja e os nossos
semelhantes (Mt 7.12).
Desse modo, nossa responsabilidade se amplia quando sabemos que iremos prestar con-
tas a Deus (2 Co 5.10).
Por isso, devemos aproveitar o tempo que nos resta para pregarmos o Evangelho (2 Tm
4.2) e fazer o bem a todos (Gl 6.9,10).
c) Ela nos faz dependentes de Deus
Cientes de nossa fragilidade (Sl 103.14,15) e da incapacidade para desempenharmos
bem nossa mordomia, devemos depender totalmente do Espírito Santo (Rm 8.26). Ele
nos ajudará em nossa tarefa de administrar os bens temporais e espirituais recebidos do
Senhor (1 Pe 4.11).
Aceitemos, pois, o que disse Jesus: “… porque sem mim nada podeis fazer” (Jol5.5).
Assim, como mordomos de Deus, a nossa profissão deve ser escolhida e exercida
conforme a vontade de Jesus Cristo, e para seu serviço e louvor.
A nossa família deve ser constituída e administrada conforme a vontade e glória de
Cristo.
O nosso tempo deve ser gasto na consciência de que estamos na presença de Cristo.
Nossos talentos devem ser colocados a serviço de Cristo.
Nosso corpo, templo do Espírito Santo, deve glorificar a Cristo.
Nossos bens materiais devem ser adquiridos e administrados com a consciência de que
tudo pertence a Ele e deve ser usado para glorificar a Cristo.
Conclusão
Como mordomos de Deus devemos entender que tudo pertence ao Senhor e que Ele
manifestou em sua Palavra os nossos deveres para com sua Criação.
É necessário que saibamos que, mordomia é um princípio divino para abençoar as
nossas vidas enquanto aqui vivermos.
Portanto, se formos bons mordomos seremos recompensados pelo Justo Juiz naquele
dia, senão, sofreremos o dano por nosso desprezo a administração aos bens temporais e
espirituais. Vivamos, pois, certos de que, como despenseiros, devemos ser fiéis.

Você também pode gostar