Apostila Empreendedorismo Mediotec Parte 001
Apostila Empreendedorismo Mediotec Parte 001
Apostila Empreendedorismo Mediotec Parte 001
MEDIOTEC-REDE-ETEC
APOSTILADE
EMPREENDEDORISMO
SUMÁRIO
Apresentação
1.1 Introdução
1.2 Empreendedorismo: Conceitos e Definições
1.3 Criatividade e Inovação Sucesso dos Empreendimentos
1.4 Tipos de Empreendedorismo
Resumo
Atividade de Aprendizagem
2.1 Introdução
2.2 As Principais Características de um Empreendedor de Sucesso
Resumo
Atividade de Aprendizagem
3.1 Introdução
3.2 A Oportunidade: Como Identificá-la e Avaliá-la?
Atividade de Aprendizagem
Resumo
01
APRESENTAÇÃO
O sistema e-Tec Brasil tem como objetivo democratizar o acesso à educação profissional e tecnológica, para isso
leva os cursos técnicos a locais distantes das instituições de ensino e para a periferia das grandes cidades,
incentivando os jovens a concluir o ensino médio. Os cursos são ofertados pelas instituições públicas de ensino e o
atendimento ao estudante é realizado em escolas-polo integrantes das redes públicas municipais e estaduais
(MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO, 2010).
Esta apostila foi elaborada a partir do material disponibilizado no repositório da rede e-Tec Brasil1. O conteúdo que
você verá a seguir é resultado da união de duas apostilas de Empreendedorismo, de modo que as três primeiras aulas
são de autoria de Ariana Ramos Massensini e as duas últimas aulas, da autora ThéliaTheóphilo Bezerra.
Considerando a especificidade do público e também a carga horária do nosso curso, o conteúdo das apostilas passou
por pequenas adaptações, buscando sempre respeitar e manter a ideia original das autoras.
O componente curricular "Empreendedorismo" possui carga horária de 22 horas, distribuídas em cinco aulas.
Bons estudos!
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Aula1‒Empreendedorismo:ConceitoseImportância
Objetivos:
1.1 Introdução
Seja muito bem-vindo ao componente curricular de Empreendedorismo! Tenho certeza de que participar dessas
aulas não será difícil e nem complicado, mas, para isso, é necessário que você organize seus horários e rotinas de
estudo. Preparado?
Quais são os fatores que você acredita serem necessários para que um empreendimento seja considerado um caso de
sucesso, mantendo estabilidade no mercado e um bom percentual de lucratividade?
Podemos dizer que, para ser o dono do negócio, você deve dispor de um grande capital?
Seu empreendimento deve ter mais de 20 funcionários?
Será que esse negócio já deve ser consolidado no mercado?
Será que é necessário conhecer quem são seus fornecedores?
Qual é o gosto de seu cliente?
Você terá prazer em administrar o que decidir montar?
Se você é dono do negócio, poderá dormir até mais tarde e deixar que seus empregados tomem conta de tudo o que
deve ser feito? Hum... Já imaginou? Ops! Nem tudo é o que parece ser, nem tudo é como ouvimos por aí. Você verá,
no decorrer de nossos estudos, que muitas dessas ideias não são verdadeiras. O empreendedor precisa, por exemplo,
estar atento ao que acontece em seu empreendimento todos os dias.
Atualmente, para que um negócio seja bem-sucedido precisa contar com muito mais recursos (financeiros,
tecnológicos, etc.) do que os empreendimentos de anos atrás. A concorrência era menor, os clientes menos
exigentes, pois havia menos empreendimentos no mercado.
Mas, afinal, o que significa a palavra empreendedorismo?
Vamos conhecer o seu significado?
O termo empreendedorismo é uma tradução da palavra entrepreneurship. É utilizado para designar uma área de
enorme abrangência e não trata apenas da criação de empresas. É isso mesmo! O empreendedorismo pode-se
apresentar de várias formas.
Além da geração do auto-emprego – quando você é o dono do seu próprio negócio –, podemos citar também aquele
empregado que introduz uma inovação na organização em que trabalha, criando valores adicionais como, por
exemplo, novas formas de desenvolver um produto ou executar um processo, novas políticas governamentais para
um setor público, enfim, existem várias formas de manifestação do empreendedorismo.
Segundo Dolabela (2008), o empreendedorismo é um fenômeno cultural, fruto de habilidades, práticas e valores
das pessoas. Implica uma forma de ser, uma concepção de mundo, uma forma de se relacionar.
Observando os conceitos acima, podemos dizer que empreender é ousar? Quem sabe, olhar para frente e descobrir
novas demandas por produtos e serviços em cima de outros produtos que já estão no mercado.
03
Veja a opinião de Peter Drucker sobre o assunto:
O empreendedor vê a mudança como norma e como sendo sadia. Geralmente, ele não provoca a mudança por si
mesmo. Mas, se isto define o empreendedor e o empreendimento, o empreendedor sempre está buscando a
mudança, reage a ela, e a explora como sendo uma oportunidade (DRUCKER, 1987, p. 36).
Analisando os conceitos de Drucker, vemos que empreender é arriscar, ir além do tradicional, fazer coisas que os
outros não fazem. O empreendimento é o negócio em si e o empreendedor é o grande responsável pelo
empreendimento. É aquele indivíduo inovador capaz de visualizar uma realização futura e que, por isso, junta
esforços humanos e financeiros para alcançá-la.
Os supermercados Pão de Açúcar – uma rede espalhada pelo país inteiro. O supermercado é o empreendimento, o
empresário, dono dessa rede – Abílio Diniz – é o empreendedor.
Pense na panificadora que tem na esquina da sua casa. A panificadora é um empreendimento e o dono da
panificadora – Sr. João – é o empreendedor.
Na próxima aula, você conhecerá melhor as características de um verdadeiro empreendedor, e, digo mais, quem
sabe você descobre que possui um espírito empreendedor, que o impulsiona para ser dono do seu próprio negócio
ou, então, para fazer algo inovador no seu local de trabalho?
Mas, espera aí! O que é esse negócio de "espírito empreendedor"? Conheça agora dois elementos importantes para
o início dessa avaliação pessoal.
Criatividade e inovação. Expressões que achamos tão comuns, não é mesmo? Temos ideia do conceito, porém,
quando pensamos na aplicabilidade, surgem dúvidas. Como ser criativo? Como ser inovador? Como a criatividade
e a inovação podem contribuir para o sucesso do empreendimento?
Uma está focada em pensar em coisas novas – é o que chamamos de criatividade – enquanto a outra – que chamamos
de inovação –, em fazer coisas novas. Em outras palavras, criar é inventar algo. Inovar é transformar esse novo em
algo que sirva às pessoas, ou seja, que possa ter utilidade. Empreender é transformar esse novo, que também é útil,
em negócio (as coisas só chegam até nós através de negócios, de processos de entrega, de empresas).
Segundo Campos (2004), o objetivo do trabalho humano é satisfazer as necessidades de quem precisa do resultado
daquilo que você faz. Assim, um trabalho, uma ação, uma invenção ou uma criação que não sirva às pessoas não
surte efeito. Empreender, então, é fazer chegar aquilo que foi criado e que tem uma utilidade a quem precisa e que,
ao mesmo tempo, gere lucro a quem produz. Quando falamos de pessoas empreendedoras, a tendência é
lembrarmos de grandes nomes, como Albert Einsten – o gênio cientista que desenvolveu a teoria da relatividade;
Santos Dumont, inventor do avião; Henry Ford, o primeiro empresário a produzir em massa automóveis e vendê-los
a um baixo custo. Puxa! Quanta gente famosa!
Mas, não podemos nos esquecer dos inventores do lápis, da borracha, da mesa, enfim, de coisas que para nós, hoje,
são simples, mas que, quando inventadas, há anos, causaram grande impacto e, agora, tornaram-se indispensáveis
no cotidiano das pessoas. Pessoas empreendedoras são criativas e inovadoras. Segundo Dolabela (1999, p. 28), "um
empreendedor é uma pessoa que imagina, desenvolve e realiza visões".
Criatividade e inovação são elementos de grande importância no ambiente organizacional. Pense na empresa em
que você trabalha. Provavelmente existem alguns problemas que são sempre os mesmos. Vamos pensar num
exemplo comum nas empresas do mundo moderno – atendimento ao cliente.
Você, certamente, já entrou em uma loja com a expectativa de comprar algo novo e que fosse útil para suprir uma
determinada necessidade e, de repente, chega um vendedor mal-humorado para recebê-lo.
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Depois de ouvir um "pois não", daqueles que, no fundo, gostaria de expressar "não aguento mais atender ninguém
por hoje!", você sai extremamente desanimado da loja e vai procurar o que precisa em outro lugar. Lembre-se de que
um cliente mal atendido dificilmente voltará e que, provavelmente, maneiras usuais de resolver esse caso não
funcionem mais. A inovação nasce quando hábitos tradicionais não contribuem para a competitividade ou para
agregar valor à organização. Quando ocorre isso, é preciso encontrar outra forma de resolver as coisas. Por isso, a
criatividade e a inovação são tão importantes para o sucesso dos empreendimentos.
Para ser criativo e inovador é necessário sair da zona de conforto, porque é muito fácil fazer do mesmo jeito o que
fazemos todos os dias, concorda? Muitas vezes inovação não é apenas aquilo que é novo. Podemos dizer, por
exemplo, que a introdução de freios ABS é um tipo de inovação.
Depois de ouvir um "pois não", daqueles que, no fundo, gostaria de expressar "não aguento mais atender ninguém
por hoje!", você sai extremamente desanimado da loja e vai procurar o que precisa em outro lugar. Lembre-se de que
um cliente mal atendido dificilmente voltará e que, provavelmente, maneiras usuais de resolver esse caso não
funcionem mais. A inovação nasce quando hábitos tradicionais não contribuem para a competitividade ou para
agregar valor à organização. Quando ocorre isso, é preciso encontrar outra forma de resolver as coisas. Por isso, a
criatividade e a inovação são tão importantes para o sucesso dos empreendimentos.
Para ser criativo e inovador é necessário sair da zona de conforto, porque é muito fácil fazer do mesmo jeito o que
fazemos todos os dias, concorda? Muitas vezes inovação não é apenas aquilo que é novo. Podemos dizer, por
exemplo, que a introdução de freios ABS é um tipo de inovação.
Essa tecnologia é um sistema de frenagem para evitar que a roda bloqueie quando o pedal é pressionado fortemente,
evitando o descontrole do veículo. Nos carros convencionais, o sistema de freios é a disco e, em caso de uma parada
brusca, o carro tem uma grande chance de derrapar. Entendeu?
É importante que se diga que a criatividade não vem de um modo aleatório ao ser humano. Ela aparece à medida que
a pessoa consegue ligar informações já armazenadas em seu cérebro e, delas, tirar, formar, enxergar novos conceitos
e possibilidades. Por isso, para ser criativo, mais do que nunca, é preciso conhecer o princípio de como as coisas
funcionam. Conhecendo-o, a pessoa pode fazer conexões e, assim, chegar ao novo. Para ser criativo, então, é
preciso estudar muito, conhecer muitos modelos, estar atento às mudanças.
E você? Será que tem tentado exercitar sua criatividade ou está com medo de sair do seu cantinho e começar o dia
fazendo algo novo? Já parou para pensar? Então, vai uma dica de Erich Fromm – psicanalista e escritor alemão –
para ajudá-lo nesse processo:
Criatividade exige a coragem de abandonar as certezas. As condições para a criatividade são de se surpreender; se
concentrar; aceitar conflito e tensão, renascer a cada dia; ter consciência de sua individualidade.
Erich Fromm
(extraído do site criatividadeaplicada.com)
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E, então? Será que você está preparado para renascer a cada dia? Faça uma reflexão de como tem sido sua vida
pessoal e profissional e comece a surpreender aqueles que estão perto de você.
O maior influenciador desse processo é o ambiente: oportunidades, pessoas, riscos, mudanças externas, enfim, a
empresa empreendedora precisa incentivar o processo criativo de seus colaboradores, favorecendo a busca por algo
diferente, criando políticas de recompensa e aceitando possíveis falhas que possam vir a surgir. Como vimos no
início da aula, a ousadia é característica do empreendedorismo. Quem ousa tem chance maior de cometer erros (é
como diz o velho ditado: "só não erra quem não faz"). Desta forma, caso queira uma organização que tenha
criatividade e inovação, é preciso que o erro seja permitido. Suponha que você trabalhe na linha de produção de uma
grande montadora de veículos e, de repente, descobre um método que aumenta 15% a produção de veículos do mês,
reduzindo perdas e custos. Parabéns! Você é um intraempreendedor. E claro, quando for testar seu método, algumas
falhas podem ocorrer. Mas, fazendo os ajustes que se fizerem necessários, o ganho organizacional será fantástico.
É claro que exercer esse tipo de empreendedorismo não é algo fácil. Toda empresa deve ter regras e processos (que
acabam trazendo certa dose de burocracia). Isso é salutar, pois dá um norte aos seus colaboradores. Ocorre que,
muitas vezes, as lideranças, na ânsia de melhores resultados em menor tempo, acabam por não permitir um
ambiente onde as pessoas possam demonstrar os seus talentos, colocar a sua criatividade em prol da organização. É
um contrassenso, indubitavelmente, mas, muitas vezes, fica difícil enxergar um espaço para exercer esse tipo de
empreendedorismo, mesmo porque o controle não está na mão do empreendedor.
O empreendedorismo social é formado através de parcerias estabelecidas entre comunidade, governo e setor
privado, com o objetivo de promover a qualidade de vida das pessoas, gerando benefícios diretos e indiretos.
O empreendedor social é um líder que mobiliza pessoas e promove ações em prol de movimentos sociais de
cooperação. Você se lembra da Madre Tereza de Calcutá? Conhecida como missionária da caridade, Madre Tereza
iniciou sua vida religiosa como professora. Mais tarde, criou uma congregação de religiosas para auxiliar pobres,
doentes e famintos. Pouco a pouco, foi angariando adeptas para sua causa entre as antigas alunas, tendo fundado
casas religiosas por toda a Índia e, depois, no exterior. O trabalho de Madre Tereza ficou conhecido no mundo todo,
levando-a a receber o Prêmio Nobel da Paz em 1979. Então, podemos dizer que ela é um exemplo de
empreendedora social. Podemos citar também o empreendedor Betinho, um transformador social. Você o conhece?
Betinho realizou grandiosos projetos para a valorização da solidariedade e dos direitos humanos. Esse tipo de
empreendedorismo surge a partir de problemas sociais que apresentam
impacto nos mais diversos setores, buscando gerar soluções eficientes e
eficazes. A forma de se fazer o empreendedorismo social é caracterizada
mais pela intuição do que pela racionalidade dos fatos. O empreendedor
social é um sonhador, um visionário. Além de tudo isso, e o mais importante,
talvez, é que ele é um grande realizador. Seu grau de confiabilidade, tanto no
âmbito técnico como comportamental e moral, é altíssimo. A grande
mobilização das pessoas se dá, via de regra, por esse grau de confiabilidade.
Figura 2: Betinho
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A cooperatividade, a solidariedade e o trabalho em equipe são algumas características desse tipo de
empreendedorismo. O empreendedor social é um líder pleno! É um artista das relações humanas.
Esse tipo de empreendedorismo está focado na criação de novos negócios, e, para a implementação de um novo
negócio, existem vários desafios a serem enfrentados: conquistar uma clientela, enfrentar concorrentes, oferecer
produtos ou serviços com diferenciais competitivos.
Esse empreendedor é aquele que não tem medo das críticas, das "batalhas", dos conflitos. É um grande planejador.
Todos esses aspectos são importantes para a sustentabilidade do empreendimento. O empreendedorismo de startup
trabalha com empreendedores potenciais e empresas em estágio inicial. O desenvolvimento desse tipo de atividade
é mobilizado através de palestras, capacitações, consultorias, etc.
Se um dia você desejar ser o dono de seu próprio negócio, utilizará todos os ingredientes propostos no decorrer
dessas aulas, certo? Se houver um bom planejamento, certamente os riscos de um empreendimento dar errado serão
muito menores.
Resumo
Você percebeu quantos conceitos foram estudados nessa aula? Conhecemos o significado das palavras
empreendedorismo, empreendedor e empreendimento. Você viu que muita gente confunde os conceitos, achando
que empreendedor é somente aquele que decide abrir seu próprio negócio. O empreendedorismo se manifesta
também quando o indivíduo aplica uma inovação na empresa ou no ambiente em que trabalha.
Vimos ainda que existem três tipos de empreendedorismo: o coorporativo, o social e o de negócios, cada um com
um fim diferente. Estudamos também que a criatividade e a inovação são elementos de sustentabilidade dentro das
organizações.
Muito bem! Agora que você chegou ao final desse encontro, realize as atividades propostas e siga em frente com os
estudos.
Atividade de Aprendizagem
Relacione nas linhas abaixo duas características para cada tipo de empreendedorismo.
Empreendedorismo Coorporativo
_________________________________________________________________________________________
Empreendedorismo Social
_________________________________________________________________________________________
Empreendedorismo de Negócios
_________________________________________________________________________________________
Olá, chegamos ao final da nossa primeira aula. Acredito que tenha gostado. Continue dedicando-se cada vez mais.
Na próxima aula, você conhecerá o perfil de um empreendedor e, quem sabe, conseguirá identificar as
características desse profissional em você e nas pessoas que estão ao seu redor? Siga em frente e bons estudos.
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