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Prevenção e Contr. de Riscos em Máqs., Equip. e Ins

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PREVENÇÃO E CONTROLE DE

RISCOS EM MÁQUINAS,
EQUIPAMENTOS E INSTALAÇÕES

PREVENÇÃO E CONTR. DE RISCOS EM MÁQS.,EQUIP. E INS. 1


PREVENÇÃO E CONTROLE DE RISCOS EM MÁQUINAS, EQUIPAMENTOS E
INSTALAÇÕES

Introdução e o desafio da segurança do trabalho na construção civil

O modelo industrial da construção civil baseado na sua cadeia produtiva vem, nas
ultimas décadas, aproximando-se das indústrias de outros segmentos ao buscar a
excelência do sistema de segurança e saúde ocupacional.

O que de certa forma era difícil de implantar nos canteiros de obras, nessa última
década, através de redução dos índices de acidentes e também com uma melhor
qualificação profissional, levou a se minimizar essa dificuldade, resultando em
indicadores mais positivos para as empresas.

Longe de estar perto do aceitável, estigmatizado por ser um dos ambientes que mais
produzem situações de riscos e perigos, o programa vem sendo implantado com menor
resistência, caindo assim o legado de que o profissional de segurança é um profissional
não comprometido com a produtividade nas organizações – muito pelo contrário: esse
mesmo profissional comprovou que o binômio segurança–produtividade deve ser
desenvolvido para atender aos quesitos de melhor desempenho.

O que se estabelece como regra é que esse profissional, uma vez comprometido com
o bem fazer e com a missão de manter a integridade física e emocional do colaborador,
necessita conhecer a natureza das atividades e seus riscos iminentes.

Essa lacuna vem sendo preenchida pelo grande número de profissionais que, em pleno
gozo da atividade, não se encastela apenas nas normas e nas obrigações mas também
amplia a leitura no ambiente produtivo. Estabelece-se, dessa forma, a aproximação

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com as metas da empresa e com sua relação interpessoal, solidez emocional e
capacidade de liderança - e, com isso, a plena ligação com o ambiente produtivo.

Os resultados aparecem tanto para a segurança como para a produtividade.

Além das barreiras comerciais tão exploradas pela falta de programas de segurança e
saúde ocupacional graças aos altos custos de seguro nas organizações cujos índices
de acidentes ainda são significativos, o que imprime mais força a esse sistema é o fato
de que essas organizações acabam perdendo competitividade. A alta administração já
percebeu que os programas são verdadeiras ferramentas de continuidade de serviços,
assim como de imagem positiva a ser explorada.

Notadamente, o PCMAT, o PPRA e o PCMSO formam um bloco de resistência às


estatísticas tão cruéis nas “fábricas temporárias” – canteiro de obras - por serem
apenas documentos de atendimento legal exigidos pelo Ministério do Trabalho e
Emprego. Passam, então, a ser utilizados e periodicamente verificados, com correção
das suas interpretações, para buscar a excelência nesse ambiente.

Nessa oportunidade, serão discutidas, além das informações básicas, a correta


confecção do PCMAT e sua submissão à NR 18, visando a um cenário de reflexão que,
em se tratando de uma ferramenta de eficiência e eficácia na redução de acidentes, é
imperativo na sua implantação; deve-se ainda considerar o aspecto comportamental
de seus colaboradores para que, efetivamente, possam contribuir para uma condição
atemporal, sem ficarmos restritos aos limites do canteiro da obra implantado.

A condição espelha-se em movimentos para buscar uma comunicação eficaz, de


entendimento claro, entre as partes interessadas, na tentativa de valorar ainda mais
a autoestima desses colaboradores para que possam sentir a sua importância nesse
contexto de trabalho.

Não é possível ignorar as diferenças intelectuais e ser essa desqualificação suficiente


para não se avançar em treinamentos e informações na busca da evolução dos
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indicadores produtivos e da redução de afastamentos. Daí nasce a expressão da
professora Leticia Nobre: não se deve tratar esses colaboradores como “invisíveis”.

Assim, os fatores críticos que alimentam e dão suporte aos acidentes de trabalho na
construção civil perpassam pela condição hereditária, ou seja, de sempre serem
executados daquela forma e sem se achar que isso poderá levar ao efeito indesejável.
Para o sucesso, necessário é qualificar, capacitar e inibir essa atitude, que apresenta
muito mais ignorância do que conhecimento (experiência) por parte do colaborador.

Outro fator que chama atenção é a imprudência na hora de executar uma tarefa.
Quando esse colaborador registra que desconhece os riscos, tal ação se confunde com
uma “coragem” infértil e improdutiva. Para a neutralidade desse fator, é necessário
definir uma relação de harmonia entre a atividade e a capacitação do colaborador.

As atividades dentro da construção civil podem ser representadas por cinco


subelementos que merecem um olhar atento do engenheiro de segurança, tais como
a mão de obra utilizada, o material utilizado, a máquina (ferramenta), a metodologia
a ser aplicada e o meio ambiente físico onde serão desenvolvidas essas atividades.

A relação harmônica entre esses 5Ms pode levar a uma criticidade do profissional em
observar potenciais riscos se esses subelementos não estiverem ajustados.

Cabe ressaltar que mais de 42% dos acidentes apontados nos registros do Ministério
do Trabalho e Emprego têm como uma de suas características serem com jovens com
menos de 29 anos, o que pode servir como uma suposta explicação para essa
“coragem” de pouco valor, própria dos jovens de maneira geral.

Nem sempre o óbvio é alvo de reconhecimento por parte dos colaboradores ou mesmo
da sociedade – e, muitas vezes, no caso da segurança do trabalho na construção civil,
é de não internalizar o trabalho como trabalho de equipe, necessitando quebrar o
paradigma da ênfase individual da sociedade contemporânea em detrimento do
coletivo. Isso é apontado como um fator intrigante de suporte de acidentes do trabalho
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que deve ser fortalecido através do diálogo diário de segurança na obra, ampliando o
contexto coletivo para que inverta essa tendência individual.

Que essa reflexão vá além desses limites físicos (canteiro de obras) para que possamos
buscar resultados através desse programa, como ferramenta e quebra de paradigma
de que a segurança deve ser praticada em qualquer espaço, ultrapassando a condição
limítrofe dos ambientes profissionais.

O contexto e cultura organizacional das construtoras


Comecemos pela hierarquia. A relação hierárquica teria sua origem, de acordo com
estudos realizados, no sistema agrário adotado no início da colonização brasileira e na
família patriarcal.

O poder do latifúndio gerava relações de domínio (por parte do senhor do engenho)


e, por conseguinte, de obediência (por parte do escravo). Portanto, surge com base
na força de trabalho do escravo, ordenado e reprimido, separado e calado, resultando
numa estratificação social e rígida hierarquização de seus atores, estabelecendo uma
enorme distância entre senhores e escravos.

A indústria da construção civil repetiu esse modelo e estabeleceu, assim como na


indústria agrícola, a semelhança na origem de pouca qualificação de seus
colaboradores e de restrição cultural para enfrentar com argumentos a negação de
incorrer em riscos de acidentes e, consequentemente, de vida.

Para executar suas atividades, esse colaborador nem sempre conta com orientação e
paciência do seu encarregado para aprimorar o seu aprendizado e, consequentemente,
o seu desempenho.

Agravada pela instabilidade econômica no setor que o Brasil notadamente vive nestes
últimos trinta anos, a evolução tímida da segurança do trabalho e sua importância
nesse cenário demonstram o quanto devemos avançar, apesar de os indicadores
apontarem uma redução de acidentes e de afastamentos do trabalho, como também
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dos investimentos em programas de segurança em organizações de prestígio nacional
que sejam líderes nos seus segmentos, como Petrobras e Vale.

O cenário gerado impõe curto tempo para treinar, capacitar – e, a cada aumento de
demanda de emprego na construção civil, assistimos a um aumento de acidentes e de
pressão nos custos sociais e previdenciários no Brasil.

A redução do incremento produtivo e o aumento desses custos previdenciários, seja


por afastamento e/ou por pensão para os seus parceiros (as) e dependentes, não
levam em consideração a perda da força do trabalho do país.

Deve-se levar em conta que estatísticas formuladas pelo MTE nas décadas de 1990,
2000 e 2010 apontam para uma redução de frequência de acidentes do trabalho e
óbitos, mesmo levando-se em consideração o aumento da massa de trabalhadores, o
que nos faz acreditar que os programas de segurança vêm desempenhando seu papel,
mas essa meta de redução deveria ser mais ambiciosa.

Outra leitura que merece atenção é que essas mesmas estatísticas apontam para o
aumento das doenças de trabalho. Por serem menos flagrantes que os denominados
acidentes físicos, essas doenças, como também os acidentes, tanto afastam o
colaborador da atividade como comprometem a sua qualidade de vida.

Deve-se levar em conta o recrudescimento dessa condição da perda da força de


trabalho se formos considerar a instabilidade das sociedades empresárias
(construtoras), que não conseguem projetar ações estratégicas de médio e longo
prazo por ausência de uma linha mestra macroeconômica que as direcione e que possa
definir políticas de investimento em tecnologia, em métodos construtivos e da
adequação e capacitação desse colaborador a esses elementos.

O improviso se torna frequente – e, daí, os atos inseguros começam a trilhar e permear


os caminhos desses canteiros de obras, fazendo com que cada dia se transforme em

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um exercício de sobrevivência e que se torna mais vigoroso pela rotatividade que a
indústria da construção civil no Brasil proporciona.

O poder hierárquico imperativo e sem uma aproximação entre as gerências de


produção e a de segurança do trabalho, ainda presente nessas empresas e com raras
exceções, é ainda potencializado pelo embate competitivo de melhorar as margens de
desempenho a qualquer custo, visando à sobrevivência da organização no mercado.

Dessa forma, retroagimos ao século passado em um formato de hierarquia


organizacional ausente da moderna horizontalidade e de uma maior participação dos
chamados setores operacionais e produtivos da empresa.

A integração é a palavra-chave do engenheiro de segurança que, de forma


conciliadora, aproxima interesses que se apresentam para alguns, equivocadamente,
antagônicos.

A gerência de produção quer cumprir o escopo, o custo e o prazo. E a engenharia de


segurança? Almeja objetivos diferentes? Claro que não! O que difere é a forma de
como executar as atividades incorrendo em menores riscos. Parece óbvio, mas, na
prática, ainda enfrentamos críticas por pensar e agir de forma mais segura.

Se a empresa não visualiza que as melhores condições de trabalho projetam maior


produtividade, seja na forma direta (empregados) ou na forma indireta (terceirizados),
o “jeito” é fazer de qualquer maneira, o que acaba aumentando sobremaneira o risco
de acidentes.

O contexto dessas relações hierarquizadas, fortemente marcadas pela díade “superior


e subordinado”, busca subterfúgios ou alternativas para minimizar o impacto negativo
desse tipo de relações. Aquele que se encontra na posição de subordinado precisa
encontrar uma saída diante daquela situação. Assim, passamos a ter outra
característica muito forte da nossa cultura, que é esta “de dar o seu jeito”. Motta e
Caldas descrevem essa manifestação quando entendem que:
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Mesmo não conhecendo o outro lado ou a outra pessoa, tentamos criar uma referência
comum a ambos, um elo pessoal que estimule este outro lado a realizar aquilo que
desejamos. “Aqui vale tudo para conseguir o que se quer...”. (MOTTA; CALDAS, 1997,
p. 50)

Esse “jeitinho brasileiro nas obras” nada mais é do que encontrar uma saída para uma
situação não prevista diante de uma dificuldade ou desconhecimento, mesmo diante
daquilo que é normativo ou preestabelecido e que deva ser cumprido.

Entretanto, podemos dar outra roupagem ao espírito ou característica desse “jeito”,


que é o do aventureiro: aquele que rompe os paradigmas e as normas vigentes,
conseguindo, agravado pela ignorância, se expor ainda mais ao risco laboral.

As pesquisas nos ambientes organizacionais, as discussões em níveis acadêmicos e a


realização de projetos de consultoria voltados à cultura organizacional têm se
destacado nas últimas duas ou três décadas. Nesse sentido, diversas publicações vêm
sendo feitas por autores de expressão nacional e internacional. Entre os quais,
podemos destacar: Shein, Srour, Fleury, Fischer e Robbins.

Antes, porém, de abordar o tema ou a definição de cultura organizacional,


apresentaremos uma breve consideração sobre cultura.

Entende-se cultura como um conjunto de variáveis que abrange filosofias, crenças,


normas, valores, moral, hábitos, costumes, sentimentos, artes e conhecimentos de um
determinado grupo social ou de uma nação. Há, entre essas variáveis, um inter-
relacionamento.

Ao se influenciarem mutuamente, influenciam também o comportamento de indivíduos


e grupos, dando, assim, subsídios para entender-se a cultura organizacional. Nas
construções e/ou obras, de maneira geral, temos o “mix cultural” proveniente de várias
origens desse largo Brasil.
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Entre os estudiosos da cultura organizacional, há certa unanimidade com relação à
conceituação, uma vez que a mesma é a expressão das crenças mais aceitas no
ambiente organizacional; ao estabelecimento de normas de conduta que norteiam o
cotidiano; e aos hábitos mais sentidos ou verificados entre os colaboradores.

A cultura organizacional constitui, assim, um padrão de suposições básicas


estabelecidas, inventadas, descobertas ou desenvolvidas pelos fundadores e membros
de uma empresa, de tal sorte que possibilita a resolução de problemas de adaptação
externa e interna, cujos resultados são observáveis mediante o nível de eficácia
organizacional.

Desse modo, é comum que haja um esforço, especialmente por parte dos gestores,
em tornar válidos todos os elementos que constituem a “personalidade” de uma
determinada organização, como é denominada a cultura organizacional. Isso
possibilita a canalização de energias na realização de objetivos comuns, objetivos estes
ensinados aos novos membros como a maneira correta de perceber, pensar e sentir
tudo quanto faz parte daquela organização.

Além do mais, e de acordo com Srour (1998), a cultura organizacional seria a própria
identidade da empresa, considerando que ela é construída e reconstruída ao longo do
tempo, e ela serve de referência para distinguir diversas coletividades. Por ter essa
característica, a cultura organizacional forma um sistema coerente de significações e
procura unir todos os membros em torno dos mesmos objetivos e do mesmo modo de
agir dentro da organização.

Dessa forma, a indústria da construção civil, lastreada por essa “história cultural”,
acaba por ser a vítima da própria armadilha quando ela espelha essa divisão intelectual
e cultural, abrindo ainda mais a visão individual na suposta contramão do interesse
coletivo.

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O desafio maior nessa conjuntura é entender e trilhar o caminho comum a fim de
buscar melhores condições de trabalho, obter melhores indicadores produtivos e,
principalmente, aproximar interesses e ambições tão díspares que são as
características notórias das empresas de engenharia civil de um modo geral.

Expressar e apontar essa dualidade não é difícil. Ela é alvo de vários debates
em seminários, apontando a necessidade de mudança da cultura organizacional nas
construtoras como forma de reduzir os riscos de acidentes de trabalho e de melhoria
no setor em busca de melhores resultados.

Por nem sempre haver essa preocupação da necessidade de conscientizar os


colaboradores sobre esses aspectos, temos como consequência o baixo índice de
comprometimento, a falta de cumplicidade por parte dos colaboradores, componentes
estes tão básicos para um melhor desempenho, sem incorrerem proporcionalmente
aos riscos laborais.

Deve-se isso ao que preconizam as normas brasileiras e internacionais ao


envolverem todos os atores e responsabilizá-los pelos resultados obtidos – e, com isso,
atuarem de forma mais horizontal hierarquicamente, enfatizando o formato mais
participativo, tornando-se um grande desafio para essas sociedades empresárias no
século que se descortina.

A Norma Regulamentadora NR-18 – condições e meio ambiente de trabalho


na indústria da construção
Comecemos por abordar o tema da liderança que, ao longo dos tempos, tem merecido
a atenção de inúmeros estudiosos por ser o vetor de implantação e interpretação da
NR-18.

Por essa razão, nosso enfoque aqui é abordar a liderança em um formato de contorno,
cientes da facilidade de encontrar outras fontes que possibilitem aprofundar o tema
para aquele que assim o desejar.

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Estudos mais recentes enfocam a liderança não mais naquilo que o líder é, mas o que
ele faz; ou seja, a sua capacidade de aglutinar pessoas e equipes no alcance de
objetivos organizacionais previamente estabelecidos. Com isso, a análise volta-se para
o impacto do comportamento e estilo do líder que resulta no nível de eficácia do grupo
que lidera.

Nesse sentido, a liderança é entendida como um processo de interação social, e o líder


é visto como alguém que agrega um benefício não só ao grupo em geral mas também
a cada membro em particular e à organização.

Outra importante concepção de liderança entende que ao líder é atribuída a tarefa de


administrar sentidos. Nessa perspectiva, o líder é entendido como um ponto de ligação
entre cada indivíduo e o próprio mundo de trabalho, e sua eficácia é demonstrada na
capacidade de tornar uma atividade significativa para seus liderados, o que constitui a
força do líder que é o exercício legítimo da sua influência. Para que se obtenha a
cooperação, a autonomia, a necessidade de trabalhar em equipe e de inovar, atributos
indispensáveis para fazer aplicar as normas de segurança.

Uma organização, para tornar-se ou manter-se competitiva, necessita ter


colaboradores ativamente responsáveis por seus comportamentos, autônomos e com
alto grau de comprometimento. É nesse contexto que a liderança tem o papel de
influenciar na redefinição cognitiva de seus liderados, encorajando-os para uma nova
aprendizagem a partir do envolvimento coletivo na busca de soluções e na implantação
de programas.

A liderança contemporânea para implantar um programa como o PCMAT apoia-se em


dois pilares, sendo o primeiro o do conhecimento das normas e dos procedimentos da
engenharia de segurança observados nas atividades executadas na obra, e o segundo,
a comunicação entre os setores e fora dela. Esses dois temas passam muitas vezes
despercebidos, e sua verdadeira dimensão não vem sendo considerada.

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Observemos que, para o convencimento e para uma internalização das propostas de
boas práticas, o engenheiro de segurança, junto aos seus colaboradores, necessitará
apoiar-se nesses pilares para obter resultados significativos. O desafio é colossal!

A Norma Regulamentadora n°18 estabelece diretrizes de ordem administrativa, de


planejamento e organização, com o objetivo de programar procedimentos de aspecto
preventivo relacionados às condições de trabalho na construção civil. A NR-18 tem a
sua existência jurídica assegurada, em nível de legislação ordinária, no inciso I do
artigo 200 da CLT.

Documentos complementares:

 ABNT NBR 5418 - Instalações elétricas em atmosferas explosivas;

 ABNT NBR 7500 - Identificação para o transporte terrestre, manuseio,


movimentação e armazenamento de produtos;

 ABNT NBR 9518 - Equipamentos elétricos para atmosferas explosivas -


requisitos gerais;
 ABNT NBR 11725 - Conexões e roscas para válvulas de cilindros para gases
comprimidos;
 ABNT NBR 11900 - Extremidades de laços de cabo de aço;

 ABNT NBR 12790 - Cilindro de aço especificado, sem costura, para


armazenagem e transporte de gases a alta pressão;
 ABNT NBR 12791 - Cilindro de aço, sem costura, para armazenamento e
transporte de gases a alta pressão;
 ABNT NBR 13541 - Movimentação de carga - laço de cabo de aço -
especificação;
 ABNT NBR 13542 - Movimentação de carga - anel de carga;

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 ABNT NBR 13543 - Movimentação de carga - laços de cabo de aço -
utilização e inspeção;
 ABNT NBR 13544 - Movimentação de carga - sapatilho para cabo de aço;

 ABNT NBR 13545 - Movimentação de carga – manilha.

A Convenção OIT 127 e a Instrução Normativa nº 20 INSS/PRES, de 10 de outubro de


2007 (plano de benefícios da Previdência Social) somam as normas e tratam dos
requisitos de aposentadoria especial e emissão da CAT.

Outras normas regulamentadoras, que integram a abordagem de prevenção dos riscos


dos trabalhos da construção, merecem destaque, como as que estão relacionadas
abaixo:

NR 5 – Comissão interna de prevenção de acidentes;


NR 6 – Equipamentos de proteção individual;
NR 7 – Programas de controle médico e saúde ocupacional;
NR 9 – Programas de prevenção de riscos ambientais;
NR 21 – Trabalho a céu aberto;
NR 33 – Segurança e saúde no trabalho em espaços confinados;
NR 35 – Trabalhos em altura.

O grande desafio na elaboração do PCMAT é conciliar e ajustar os vários artigos das


normas regulamentadoras. O vigor de um programa de segurança passa pela análise
de aproximação e complementaridade desses artigos. Notadamente, é preciso
entender que os artigos contidos nas normas regulamentadoras não conseguem
acompanhar as variáveis do dinamismo de uma obra, bem como a singularidade de
suas atividades.

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Dessa feita, o engenheiro de segurança obrigatoriamente deve expandir seu
conhecimento, divagando entre as várias normas e extinguindo as lacunas que essas
variáveis impõem.

A leitura de grandes autores sobre o desafio da prevenção de riscos na construção civil


aborda de maneira recorrente a distância intelectual, o pouco investimento das
construtoras e a ausência de monitoramento dos resultados como forma de
demonstração equivocada de que se trata de investimento, e não de uma despesa –
além, é claro, da imprudência observada do colaborador nas atividades.

Em 1995, Luz afirmou que o clima organizacional é resultante da cultura das


organizações e de seus aspectos positivos e negativos (conflitos). Portanto, o clima
organizacional é influenciado pelo comportamento dos indivíduos na organização, daí
a necessidade de tempo para internalizar o compromisso e a reflexão do aprendizado
nas ações do dia a dia.

A instabilidade na macroeconomia do país aguça ainda mais a rotatividade da mão de


obra e desfavorece a assimilação da filosofia das boas práticas de segurança nas
construtoras.

O canteiro de obras (fábrica) e sua importância para a segurança do


trabalho na engenharia
Consideramos que o propósito deste texto é abordar e discutir a gestão da mudança
no âmbito da cultura organizacional das construtoras, determinar o diagnóstico do
clima organizacional, treinar e capacitar, bem como bem utilizar o PCMAT como
importante ferramenta gerencial.

Os novos conhecimentos técnicos de metodologia construtiva e de equipamentos com


tecnologias de ponta caracterizam as mudanças aceleradas, que trazem consigo uma
busca constante de atualização por parte de empresas e colaboradores para se obter
maior competitividade.

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O ponto inicial que deve ser analisado é que, ao realizar a confecção do canteiro de
obras - onde tudo se inicia - com a participação da engenharia de segurança,
descortina-se e incrementa-se a influência de boas práticas na confecção do layout. É
de suma importância para que a filosofia de segurança possa impregnar o ambiente
nos primeiros passos de uma obra.

Os fatores internos desse novo tempo são tão importantes como os fatores externos
e devem ser vistos como orientadores de ações nas atividades da obra.

Os efeitos externos, como aqueles provenientes de ruído, poeira, trânsito intenso,


entre outros, devem ser considerados tanto quanto os efeitos internos.

Na atual conjuntura, os impactos e os riscos da atividade da obra dividem-se entre os


colaboradores (diretos e terceirizados) e os habitantes no entorno (indiretos). Todos,
sem exceção, devem abrigar as medidas de controle no intuito de minimizar e/ou
mesmo anular seus efeitos (máxima pretensão), tanto para a saúde como para os
acidentes.

Dessa feita, o limite físico da “fábrica” é mais abrangente do que os limites impostos
pela planta de situação do empreendimento, mesmo que determinado pela condição
limítrofe do canteiro de obras.

Essa fábrica temporária visa a atender o objeto principal de construção, seja uma
edificação, uma rodovia e/ou uma obra de infraestrutura, e tem no seu alicerce a tríade
em que se apoiam a rapidez, a economia e a qualidade de produzir. Para isso, é
importante atentar aos riscos impostos por alguns tópicos de relevância na
implantação do canteiro:
1. Acesso para entrega de materiais e circulação dos mesmos na área externa e
interna do canteiro de obras;
2. Área de carga e descarga dos estoques de agregados e materiais;
3. A correta locação do objeto principal;
4. O estudo para a locação de equipamentos fixos - vertical e horizontal;
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5. O dimensionamento, segundo a NR-18, das instalações provisórias e dos
elementos de apoio como áreas de administração da obra, vestiários e
refeitório, bem como as áreas de vivência;
6. A estimativa da quantidade de mão de obra e do tipo de atividades por fase da
obra;
7. Área de guarda e inventário de ferramentas e equipamentos de proteção
individual (EPIs);
8. A manutenção da organização, revisão e correção periódica, bem como da
preservação e atualização da sinalização coletiva;
9. O entorno e suas rotinas.

Na busca de uma engenharia de segurança na atividade de construção tão


desafiadora, a proatividade do profissional de segurança fará diferença nos resultados.
Daí a necessidade de conhecer a metodologia que será implantada na obra e, com
isso, induzir os treinamentos na melhor forma de capacitar seus colaboradores.

Ainda há mais a ressaltar se levarmos em consideração a forma adotada pela gerência


de produção para a contratação de serviços diretos e indiretos, com seus respectivos
contratos e subcontratos, o ajuste do mapa produtivo (períodos de chuva), as etapas
construtivas de cada fase da obra, além do uso e do olhar crítico ao cronograma físico
adotado por essa gerência.

O mapa de riscos (MR), com seus agentes (biológicos, físicos, químicos, ergonômicos
e mecânicos), se torna um aliado da segurança laboral nos canteiros de obras pela
forma clara de informação dos riscos que são provocados por seus agentes e que
podem ser fixados em cada setor produtivo e/ou administrativo que o engenheiro de
segurança julgar necessário.

É importante registrar que, por conta de uma legenda simples e de uso de cores de
fácil compreensão, o MR deve ser explorado como um dos temas do Diálogo Diário de
Segurança (DDS) para explorar a visualização e a internalização do conhecimento que
esses mapas de riscos oferecem.
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A elaboração do programa e controle do meio ambiente do trabalho
(PCMAT) na indústria da construção
Aplicado o instrumento de pesquisa com a observação de todas as etapas
recomendadas nas fases da obra, chegamos à análise dos dados coletados. Dessa
análise sai o diagnóstico dos riscos propriamente dito. O passo seguinte é fazer a
devolução dessa análise para todos os setores envolvidos na medida diretamente
proporcional aos riscos inerentes às atividades.

A opinião da análise deve envolver, na medida do possível, outros atores que


pertençam ao interesse da organização como forma de ajustar a linha de produção
com a linha da segurança ocupacional e, consequentemente, a adequação daquilo que
se faz necessário entre a produção e a segurança como elementos complementares e
de recíproca ajuda.

Nesse momento, serão sugeridas medidas a serem implementadas no programa, pois


se sabe que sua produtividade é também o resultado da motivação e estado de espírito
dos indivíduos que dela fazem parte.

É preciso que se diga que de nada adianta realizar um PCMAT se não houver um
retorno para todos os envolvidos no processo de resultados para que isso seja
assimilado como bem coletivo; do contrário, esses resultados estão sob a pena de não
serem utilizados e aproveitados para elaborar e contribuir para um plano de ação
corretiva com o intuito de mudar os riscos puros (acidentes) apontados na análise
crítica do programa.

Para o resultado ser eficaz tanto na confecção do PCMAT como em sua implantação,
necessário é que a assimilação dos atores envolvidos resulte no processo de absorção
através do aprendizado e da adoção de tradições culturais por parte da construtora na
qual a assimilação ocorre.

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Para ser consistente e duradoura nesses casos, a relação requer cumplicidade,
dedicação, fidelidade, renúncias e outros elementos que têm no processo de
assimilação uma importante etapa até que se obtenha o êxito do programa.
Portanto, a incerteza quanto à disponibilidade permanente dessas contingências
críticas ameaça o bem-estar da organização e dos seus resultados. Colaboradores que
conseguem reduzir a incerteza em favor de outros grupos ou de toda a organização
têm condições para exercer influência por meio da negociação da redução da
incerteza, principalmente na relação direta entre a produção e a segurança nas
atividades de obra.

Outros aspectos igualmente importantes são o controle e a velocidade na tomada de


decisões. Para que decisões sejam tomadas com segurança e no tempo adequado, é
fundamental ter o mapeamento de pessoas que tenham desenvolvido a competência
de tomar decisões. Se, nesse sentido, a organização tiver equipes qualificadas que
deem suporte ao tomador de decisões, certamente esse processo terá maior
possibilidade de resultado.

Diante das considerações que acabamos de fazer, não restam dúvidas de que há um
árduo e importante caminho a ser percorrido pelos gestores de produção e de
segurança ocupacional nas obras em geral, visando a proporcionar ambientes em que
as mudanças gerem produção com segurança para as empresas. As mudanças são
inevitáveis – e é bom que assim seja, pois são elas que possibilitam o desenvolvimento
de pessoas e organizações.

Com isso, a etapa subsequente do desenvolvimento da elaboração do PCMAT é de


conhecer o objeto (os projetos), direta questão do que será executado.

A metodologia que muitas vezes é denominada de “plano de ataque da obra” precisa


ser aberta para que a engenharia de segurança aponte os riscos inerentes a esse
método construtivo e como a execução das atividades será desenvolvida de forma
mais segura e lastreada pelas normas vigentes.

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A vistoria no local onde será executado o empreendimento deve ser mais ampla e
perpassar os limites contidos pela planta de situação. Moradias, acessos e localizações
de equipamentos urbanos, bem como suas rotinas, devem ser considerados.

Nas atuais posturas municipais das principais cidades do Brasil, temos a


obrigatoriedade do Estudo de Impacto da Vizinhança (EIV), estudo esse que reforça o
Estudo de Impacto Ambiental (EIA), bases indispensáveis para essa lente mais aberta
que o engenheiro de segurança deve ter.

Na sequência, o prazo e o custo compõem o quanto e quando essas atividades serão


feitas – e, dependendo dessas variáveis, como elas serão impostas, ocasionando um
aumento da lente de observação do engenheiro de segurança por conta dos maiores
riscos a que esses colaboradores estarão expostos.

Questões como quem desenvolverá as atividades e se esse alguém está devidamente


capacitado são desafios da engenharia de segurança em ajustar e diminuir a distância
dessa expectativa diante do que se pode efetivamente realizar.

E, nesse alinhamento, a variável que completa esse ciclo de riscos é a que indica onde
serão executadas as atividades de cada fase da obra, modificando, com isso, o grau
dos riscos laborais.

Dessa feita, conhecendo os atores e os riscos, a etapa seguinte é desenvolver ações


de controle para cada risco e dar suporte para cada um deles nos vários artigos das
normas vigentes citadas acima.

O período de validação para conhecer o resultado do que foi previsto com o que foi
realizado depende de cada obra e da potencialidade dos riscos que essa obra impõe.
Assim, avaliar e realizar as medidas corretivas são ações necessárias a fim de dar
solução de continuidade aos serviços executados, mitigando seus riscos nas etapas
subsequentes.

PREVENÇÃO E CONTR. DE RISCOS EM MÁQS.,EQUIP. E INS. 19


Ao mesmo tempo em que a mudança imposta pelo PCMAT nas obras é inerente ao
processo de desenvolvimento do ser humano e dos canteiros de obras, ela também
provoca resistências. Diagnosticar, mapear e aprender a lidar com as resistências
certamente será o diferencial do engenheiro de segurança na construção civil. Esse
será também o grande indicador de competência do gestor nos atuais modelos de
gestão e pelo qual será reconhecido por empresas e pelo mercado de trabalho; ou
seja, na capacidade de gerenciar conflitos resultantes em função das mudanças
propostas ou mesmo de leituras diferentes, mesmo que elas sejam - e são - para
alcançar os mesmos objetivos.

Dados recentes de pesquisas apontam que menos de um terço das organizações


empreendeu alguma reforma significativa em sua organização de trabalho; talvez
porque temessem as resistências ou lhes faltasse competências para lidar com essas
mesmas resistências ou com os conflitos que essas mudanças poderiam provocar.

A resistência organizacional à mudança pode assumir diversas formas. De acordo com


estudos como o de Robbins (2001), há dois níveis em que as resistências ocorrem nos
ambientes organizacionais, gerando diferentes pontos de conflito: o individual e o
organizacional. O engenheiro de segurança na construção terá de enfrentar e estudar
formas de atenuar essa zona de tensão e perceber a hora de flexibilizar.

A sensibilidade desse profissional ultrapassa os limites impostos por qualquer


programa e deságua na linha mestra da planilha de serviços do PCMAT como forma
de assegurar ao colaborador a longevidade de seu trabalho.

A CIPA (Comissão Interna de Prevenção de Acidentes), suportada pela Lei n° 6.514,


de 22/12/1977 (NR-5 Portaria 321), obriga, entre outras coisas, à eleição de
colaboradores para representar junto à sociedade empresária e tornar o ambiente de
trabalho, do ponto de vista da reivindicação, mais justo e mais equilibrado.

PREVENÇÃO E CONTR. DE RISCOS EM MÁQS.,EQUIP. E INS. 20


Existem opostos nessa argumentação de que o colaborador da construção civil, por
conta de sua pouca qualificação e do poder a ele atribuído pela CIPA, não consegue
cumprir os desígnios da lei e acaba por deformar tal função.

Assim, entre os vários caminhos na elaboração do PCMAT dentro dos conceitos que
merecem reflexão dos profissionais envolvidos, o coração do programa está na
elaboração da planilha de riscos e controle, não só como forma preventiva mas
também como ações corretivas apontadas pelas avaliações críticas e periódicas.

Para ilustrar o exemplo, a planilha mestra como sugestão básica dos serviços
que denominamos de família de serviços resulta de que, quanto mais detalhadas forem
as atividades, maior será a compreensão dos riscos e, consequentemente, das medidas
de controle a serem implantadas e que deverão ser monitoradas pela engenharia de
segurança da obra.

Dessa forma, exemplificamos algumas atividades inseridas na planilha mestra de


riscos, com as medidas de controle divididas em EPIs e EPCs (equipamentos de
proteção individual e de prevenção coletiva).

Item Atividades que serão Riscos das Controle EPI Controle EPC
executadas atividades
Retirar ou escorar
solidamente
Ataque de árvores, rochas,
animais equipamentos,
Remoção de vegetação
peçonhentos e materiais e -------------------
01 arbustiva com ferramentas
ferimentos por objetos de ---
manuais do terreno.
ferramenta de qualquer natureza
limpeza. quando for
constatado
comprometimento

PREVENÇÃO E CONTR. DE RISCOS EM MÁQS.,EQUIP. E INS. 21


de sua
estabilidade. Usar
luvas de raspa de
couro, botas de
cano longo.
Pranchões
(escorados
horizontalmente
se necessário
em talude
superiores a
1,20 m),
Usar capacete, escadas de
bota de borracha saída de
com solado emergência.
antiderrapante. Muros,
Abafador de ruído edificações
Risco de
para o operador vizinhas e todas
desabamento.
da máquina, se as estruturas
necessário, e adjacentes
Quedas em nível
Escavação manual ou com máscara contra devem ser
e em diferença
07 máquina. poeiras quando escoradas.
de nível.
houver excesso O material
de poeira. retirado deve
Inalação de
ficar a distância
poeiras.
superior à
metade da
profundidade,
medida a partir
da borda do
talude.

PREVENÇÃO E CONTR. DE RISCOS EM MÁQS.,EQUIP. E INS. 22


Ao realizar a Utilizar cinto de Plataforma de
desforma pelos segurança do proteção fixa
pilares, soltando- tipoparaquedista , em balanço na
se os tensores, botina de 2º laje (fixa) e
existe o risco de segurança, luvas posteriormente
quedas em nível de raspa de de três em três
e diferença de couro, óculos de lajes (móvel).
nível, assim segurança.
Desmontagem das fôrmas como a queda de Manter o local
objetos para organizado e livre
dentro e fora dos de entulhos.
13 limites do Retirar ou rebater
empreendimento. pregos das
Risco de madeiras da
ferimentos por desforma.
pregos das
madeiras.
Contusões nas
mãos. Detritos
nos olhos.
Queda das
As paredes
paredes
levantadas
levantadas
devem ser
(principalmente
fixadas
Assentamento dos blocos quando recém-
20 Luvas látex. firmemente por
(tijolos). concluídas). Pode
meio de cunhas
acontecer reação
ou bisnaga
alérgica
(entre a viga e
dermatológica
o bloco).
pelo contato.

PREVENÇÃO E CONTR. DE RISCOS EM MÁQS.,EQUIP. E INS. 23


Luvas
impermeáveis.
Óculos de Proteções nas
segurança, áreas abaixo
Irritações
preferencialmente dos serviços.
dermatológicas.
com ampla visão. Isolando,
23 Pintura interna e externa. Quedas em
Cinto de mantendo ou
diferença de
segurança na colocando
nível e em nível
pintura externa plataforma de
engatado a corda proteção.
auxiliar de
segurança
Manter sempre
as vias de
circulação,
escadas e
Utilizar sempre passagens
Organização e limpeza no Riscos diversos
29 capacete e botina desobstruídas.
canteiro. de acidentes.
de segurança. Manter os
entulhos
afastados da
periferia das
lajes

As colunas à direita podem e devem ser complementadas, como, por exemplo, data
da avaliação do PCMAT, títulos dos treinamentos, os artigos da NR-18 e das demais
normas para a interpretação das atividades e de suas respectivas medidas de controle.

Cabe ressaltar sobre atualização e inclusão de elementos que visam a dar maior
objetividade ao critério de avaliação do PCMAT e, com isso, obter menor grau de

PREVENÇÃO E CONTR. DE RISCOS EM MÁQS.,EQUIP. E INS. 24


incerteza para que os envolvidos, acima ou abaixo hierarquicamente, possam
vislumbrar com clareza o verdadeiro propósito do programa.

Algumas delas chamam atenção e valem ser destacadas:


1. A descrição detalhada do empreendimento;
2. Os riscos potenciais e o seu critério de julgamento quanto a:
2.1 A gravidade (escala 1 a 5);
2.2 O percentual de realidade de acontecer o risco (%);
2.3 O nível do risco (escala de 1 a 5);
2.4 A interpretação de resultado (previsto x real = %).

As áreas de vivência e o seu critério no dimensionamento detalhado também são


revigorados pelo simples fato de que, por conta do programa desenvolvido,
estabeleceu-se e conquistou-se uma maior dignidade no trabalho desenvolvido pelo
colaborador na construção civil.

A NR-10 passa a ser um parceiro inseparável da NR-18 na execução das obras e na


interpretação dos riscos e no vigor das medidas de controle.

Os equipamentos rodantes nas edificações também são destacados nas atividades e


nas medidas de segurança ocupacional do PCMAT, com controle rigoroso da entrada
e de saída dos equipamentos nas obras e registro no cronograma físico (datas
previstas), por conta de se tratar de um elemento não pertencente à rotina desse tipo
de obra vertical.

Quanto à sinalização coletiva, seja vertical e/ou horizontal, acompanhada dos


desenhos esquemáticos, os mesmos são instruídos no PCMAT como forma de
padronizar e buscar neles o respaldo nos temas dos treinamentos e dos Diálogos
Diários de Segurança (DDS) na obra.

Quanto ao PCMAT, sugere-se uma carta de apresentação com as informações básicas


da obra.
PREVENÇÃO E CONTR. DE RISCOS EM MÁQS.,EQUIP. E INS. 25
Data:
Ilmo. Sr.

Delegado Regional do Trabalho no Estado do ...


Nesta

Conforme determina a Lei 6.514, de 22 de dezembro de 1977, que instituiu as Normas


de Segurança no Trabalho, e em cumprimento ao disposto na NR-18.2 -
Comunicação Prévia, informamos a essa delegacia o que segue:
a) Endereço da obra:
_______________________________________________________;

b) Qualificação do contratante:
CNPJ:__________________________________________________;

c) Endereço do contratante:
_______________________________________________________;

d) Tipo de obra:
_______________________________________________________;

e) Início da obra: _______________ Conclusão da obra: ________;

f) Número máximo previsto de trabalhadores: _________________;

É o que tínhamos a informar.

Atenciosamente,

PREVENÇÃO E CONTR. DE RISCOS EM MÁQS.,EQUIP. E INS. 26


As descrições formais dos equipamentos leves e eletromecânicos e a forma segura de
seu manuseio pertencem ao escopo do programa, com detalhamento no memorial
descritivo do que será utilizado nas áreas de vivência.

O plano de emergência, os telefones de emergência, o mapa com informações e


localização de hospitais próximos, bem como o plano de fuga, devem ser descritos no
PCMAT, além da sua disponibilização, como anexos e fixados nas paredes dos setores
de administração e/ou engenharia da obra, para que se possa agir com rapidez nos
casos fortuitos.

O cronograma físico da obra, geralmente detalhado, oferece à engenharia de


segurança do trabalho nas obras a possibilidade de ampliar a descrição das atividades
e dos principais riscos inerentes a elas, como também as medidas de controle que
serão adotadas. Além dessa oferta, essa ferramenta gerencial também informa sobre
o prazo e os serviços que deverão ser mais críticos quanto à sobreposição das diversas
atividades concomitantes, além de servir de alerta para engenheiro de segurança.

O quadro de estimativas de colaboradores durante o prazo da obra e o seu perfil


ajudam - e muito - na inserção e na escolha dos temas para os treinamentos, assim
como sinal de atenção das atividades consideradas mais críticas.

Esse quadro de mão de obra também define a cor do capacete (EPI) para cada função,
visando a uma melhor orientação e distribuição das áreas de trabalho.

No mesmo diapasão, o PCMAT deve descrever de forma minuciosa todos os


equipamentos individuais de proteção para que se possa abrigar a necessidade da
qualidade dos mesmos e da sua certificação através dos ensaios de laboratório
devidamente credenciados pelo Inmetro.

Alguns profissionais de segurança do trabalho, nos seminários, debatem sobre a


relação homem/risco; se assim considerarmos, a fase com o maior número de
colaboradores na obra está em relação direta e proporcional com a época em que
PREVENÇÃO E CONTR. DE RISCOS EM MÁQS.,EQUIP. E INS. 27
ocorrerá o maior número de acidentes. Fica a pergunta: e nas demais fases? O melhor
é ficar atento sempre!

Finalmente, as regras de segurança da construtora devem estar de acordo com o tipo


de obra a ser desenvolvida, utilizando-se de frases simples e curtas. De fácil
compreensão, essas frases devem ser disponibilizadas para os colaboradores a fim de
que eles possam conhecer, assimilar e replicar aos demais ambientes.

Fica então o evidente desafio do profissional de segurança na construção de


reverter esses indicadores de acidentes e de afastamentos tão melancólicos para as
vidas que estão em jogo.

A demanda significativa de habitação, captação de água e destino de esgotos, visando


a atender à sociedade nas cidades do Brasil, faz do PCMAT e do engenheiro de
segurança respostas por esses anseios, fazendo com que, assim, se possa entender a
sua verdadeira dimensão e importância.

Completa o desafio dessa ação profissional a observação e antecipação nas tomadas


de decisão que possam conter os riscos laborais, saindo da linha da mediocridade que
a zona de conforto estabelece.

Sejamos obstinados por esses resultados desafiadores e ao mesmo tempo estimulados


em ultrapassar os limites impostos até aqui.

RISCOS OCUPACIONAIS-HIGIENE DO TRABALHO

Conceitos, classificação e reconhecimento

PREVENÇÃO E CONTR. DE RISCOS EM MÁQS.,EQUIP. E INS. 28


Higiene ocupacional, industrial ou do trabalho é uma técnica preventiva que atua na
exposição do trabalhador a um ambiente agressivo com o objetivo de evitar doenças
profissionais.
Por definição, é a ciência e a arte dedicada a prevenção, reconhecimento, avaliação e
controle dos riscos existentes ou originados dos locais de trabalho, os quais podem
prejudicar a saúde e o bem-estar das pessoas no trabalho, enquanto considera os
possíveis impactos sobre o meio ambiente geral.

RISCOS FÍSICOS

Conceito, tipos, limites de tolerância, medidas de controle.


No grupo dos riscos físicos, podemos encaixar diversas formas de energia:ruídos;
temperaturas excessivas; vibrações; pressões anormais; radiações ionizantes e
radiações não ionizantes; frio; calor; umidade.
Os riscos físicos podem ser enumerados dependendo dos equipamentos de manuseio
do operador ou do ambiente em que ele se encontra no laboratório. Não devem ser
confundidos com os riscos de acidentes.

Ruídos

As máquinas e os equipamentos utilizados pelas empresas produzem ruídos que


podem atingir níveis excessivos, podendo, a curto, médio e longo prazo, provocar
sérios prejuízos à saúde. Dependendo do tempo de exposição, nível sonoro e da
sensibilidade individual, as alterações danosas poderão manifestar-se imediatamente
ou gradualmente. Quanto maior o nível de ruído, menor deverá ser o tempo de
exposição ocupacional.
Abaixo, temos os limites de tolerância para ruído contínuo ou intermitente:

PREVENÇÃO E CONTR. DE RISCOS EM MÁQS.,EQUIP. E INS. 29


O ruído age diretamente sobre o sistema nervoso, ocasionando: fadiga nervosa;
alterações mentais (perda de memória, irritabilidade, dificuldade em coordenar ideias);
hipertensão; modificação do ritmo cardíaco; modificação do calibre dos vasos
sanguíneos; modificação do ritmo respiratório; perturbações gastrointestinais;
diminuição da visão noturna; dificuldade na percepção de cores.

PREVENÇÃO E CONTR. DE RISCOS EM MÁQS.,EQUIP. E INS. 30


Além dessas consequências, o ruído atinge também o aparelho auditivo, causando a
perda temporária ou definitiva da audição.

Para evitar ou diminuir os danos provocados pelo ruído no local de trabalho, podem
ser adotadas as seguintes medidas:
Medidas de proteção coletiva – enclausuramento da máquina produtora de ruído;
isolamento de ruído;
Medida de proteção individual – fornecimento de equipamento de proteção
individual - EPI (no caso, protetor auricular);
O EPI deve ser fornecido na impossibilidade de eliminar o ruído ou como medida
complementar;
Medidas médicas – exames audiométricos periódicos, afastamento do local de
trabalho, revezamento;
Medidas educacionais – orientação para o uso correto do EPI, campanha de
conscientização;
Medidas administrativas – tornar obrigatório o uso do EPI (controlar seu uso).

Vibrações

Na indústria, é comum o uso de máquinas e equipamentos que produzem vibrações


que podem ser nocivas ao trabalhador.

As vibrações podem ser:


Localizadas (em certas partes do corpo) – são provocadas por ferramentas
manuais, elétricas e pneumáticas;
Consequências – alterações neurovasculares nas mãos, problemas nas articulações
das mãos e braços; osteoporose (perda de substância óssea);
Generalizadas (ou do corpo inteiro) – as lesões ocorrem com os operadores de
grandes máquinas, como os motoristas de caminhões, ônibus e tratores;
Consequências – lesões na coluna vertebral; dores lombares.
PREVENÇÃO E CONTR. DE RISCOS EM MÁQS.,EQUIP. E INS. 31
Radiações

São formas de energia que se transmitem por ondas eletromagnéticas. A absorção das
radiações pelo organismo é responsável pelo aparecimento de diversas lesões.

Podem ser classificadas em dois grupos:


Radiações ionizantes – os operadores de raios-X e radioterapia estão
frequentemente expostos a esse tipo de radiação, que pode afetar o organismo ou se
manifestar nos descendentes das pessoas expostas;
Radiações não ionizantes – são radiações não ionizantes a radiação infravermelha,
proveniente de operação em fornos, ou de solda oxiacetilênica, radiação ultravioleta,
como a gerada por operações em solda elétrica, ou ainda raios laser, micro-ondas etc.
Seus efeitos são perturbações visuais (conjuntivites, cataratas), queimaduras, lesões
na pele etc.

Para que haja o controle da ação das radiações para o trabalhador, é preciso que se
tome:
- Medidas de proteção coletiva – isolamento da fonte de radiação (ex.:
biombo protetor para operação em solda), enclausuramento da fonte de
radiação (ex.: pisos e paredes revestidas de chumbo em salas de raios x);
- Medidas de proteção individual – fornecimento de EPI adequado ao risco
(ex.: avental, luva, perneira e mangote de raspa para soldador, óculos para
operadores de forno);
- Medida administrativa – exemplo: dosímetro de bolso para técnicos de raios
x;
- Medida médica – exames periódicos.

Os testes nucleares e os acidentes nas usinas são uma fonte extra de radiação lançada
no ambiente. Há também o problema do armazenamento dos resíduos radioativos
produzidos nas usinas nucleares.
PREVENÇÃO E CONTR. DE RISCOS EM MÁQS.,EQUIP. E INS. 32
A radiação provoca a formação no organismo de grande quantidade de radicais livres,
moléculas instáveis que podem combinar-se com partes da célula e prejudicar suas
funções: podem romper a célula, quebrar seus cromossomos e originar as mutações.
Algumas mutações podem provocar câncer ou, se ocorrerem nas células reprodutoras,
provocar mudanças que serão transmitidas às gerações seguintes.

Calor
Existem equipamentos que podem gerar calor ou chama, como, por exemplo, estufas,
banhos de água, bico de Bunsen, lâmpadas infravermelha, manta aquecedora,
agitadores magnéticos com aquecimento, chapas aquecedoras, termociclador,
incubadora elétrica, forno de micro-ondas, esterilizadores de alças ou agulhas de
platina, autoclave; portanto, sua instalação deve ser feita em local ventilado, longe de
materiais inflamáveis, voláteis, termossensíveis.
Ao operar equipamentos geradores de calor, o operador deve se proteger com luvas
adequadas (resistentes ou revestidas com material isolante) e avental. O manuseio de
destiladores com substâncias voláteis ou perigosas deve ser feito dentro da capela de
segurança química e exaustão – e deve-se utilizar máscaras com filtros adequados
para substâncias voláteis.
Muitos trabalhadores passam parte de sua jornada diária diante de fontes de calor. As
pessoas que trabalham em fundições, siderúrgicas e padarias - para citar apenas
algumas indústrias - frequentemente enfrentam condições adversas de calor que
representam certos perigos para a sua segurança e saúde.

A EXPOSIÇÃO AO CALOR PRODUZ REAÇÕES NO ORGANISMO:

Os fatores ambientais que afetam a saúde do trabalhador quando exposto ao calor


excessivo em sua área de trabalho são: temperatura, umidade, calor radiante (como
o que provém do sol ou de um forno) e a velocidade do ar. As características pessoais
são talvez o fator que mais pesa durante a exposição ao calor. Podemos considerar as

PREVENÇÃO E CONTR. DE RISCOS EM MÁQS.,EQUIP. E INS. 33


seguintes: a idade, o peso, o estado físico, as condições orgânicas e a aclimatação ao
calor.
O corpo reage às altas temperaturas externas aumentando a circulação sanguínea na
pele, fazendo subir a temperatura nessa área. O corpo, então, perde o excesso de
calor através da pele. Sem dúvida, na medida em que os músculos estão sendo
exigidos pelo trabalho físico, parte do sangue flui para a pele para liberar o calor. A
transpiração é outro meio que o organismo utiliza para manter a temperatura corporal
interna estável em condições de calor. O suor, no entanto, não pode ser excessivo.
Apenas na medida em que sua evaporação possa ocorrer e as quantidades de líquido
e sais perdidos possam ser repostas adequadamente. Há, entretanto, várias maneiras
que um trabalhador pode adotar para atenuar os riscos provenientes de sua exposição
ao calor, como, por exemplo, circular de vez em quando por local mais fresco, reduzir
seu ritmo ou sua carga de trabalho, afrouxar parte de suas roupas ou até mesmo se
livrar das roupas mais espessas.
Porém, quando o corpo não consegue eliminar o excesso de calor, ele fica
“armazenado”. Nessas circunstâncias, a temperatura do corpo aumenta. Na medida
em que o corpo retém o calor, a pessoa começa a perder a sua capacidade de
concentração e, como consequência, torna-se vulnerável ao acidente. Irrita-se com
facilidade e frequentemente perde o desejo de ingerir líquidos. Geralmente seguem-
se os desmaios e posteriormente a morte se a pessoa não for retirada a tempo das
proximidades da fonte de calor.

PREVENÇÃO E CONTR. DE RISCOS EM MÁQS.,EQUIP. E INS. 34


Calor: prevenção
A maioria dos problemas de saúde relacionados com o calor pode ser prevenida ou
seus riscos podem ser reduzidos. As seguintes precauções diminuem bastante os riscos
gerados pelo calor:
1) A instalação de mecanismos técnicos de controle, entre os quais um plano de
ventilação do ambiente como um todo, e medidas que promovam o resfriamento
localizado sobre as fontes de calor, incluindo sistemas de exaustão. A instalação de
painéis de isolamento das fontes do calor radiante é uma medida bastante
positiva. O resfriamento por evaporação e a refrigeração mecânica são outras
maneiras possíveis de redução do calor. Ventiladores são dispositivos que também
concorrem para reduzir o calor em ambientes quentes. A adoção de roupas de
proteção para o trabalhador, a modificação, bem como a automação dos
equipamentos, visando à redução do trabalho manual, são outras formas de reduzir
o calor;
2) Certas práticas de trabalho, como, por exemplo, a ingestão de água em abundância
– até um quarto de litro por hora por trabalhador – em seu ambiente de trabalho,
podem concorrer para reduzir os riscos causados pelo calor. É fundamental que os
trabalhadores recebam treinamento em procedimentos de primeiros socorros para que
aprendam a reconhecer e enfrentar os primeiros sinais orgânicos de reação ao calor.
Os empregadores devem considerar também a condição física de cada trabalhador
cuja atividade será desenvolvida em área de calor. Os trabalhadores de mais idade, os
obesos e os que passam por período de tratamento com ingestão de medicamentos
correm mais riscos;
3) Os períodos de trabalho e descanso podem ser alternados com períodos de
descanso mais prolongados e em ambientes bem ventilados. Na medida do possível,
deve-se planejar para que os trabalhos mais pesados sejam desenvolvidos nas horas
mais frescas do dia. Os supervisores devem receber treinamento para detectar com
antecedência qualquer indisposição e permitir que o trabalhador interrompa sua tarefa
antes do agravamento de sua situação;
4) A aclimatação ao calor por meio de curtos períodos de exposição para, em seguida,
o trabalhador ser submetido a exposições por períodos mais longos. Os empregados

PREVENÇÃO E CONTR. DE RISCOS EM MÁQS.,EQUIP. E INS. 35


recém-admitidos e os que retornarem após período de férias devem passar por período
de adaptação de cinco dias;
5) Os trabalhadores devem estar suficientemente instruídos quanto à necessidade da
ingestão de líquidos e sais perdidos durante a transpiração. Devem conhecer os
sintomas da desidratação, esgotamento, desmaio, câimbras e insolação. Devem ainda
ser conscientizados da importância do controle diário de seu peso como forma de
detectar a hidratação.

Pressões anormais
Há uma série de atividades em que os trabalhadores ficam sujeitos a pressões
ambientais acima ou abaixo das pressões normais, isto é, da pressão atmosférica a
que normalmente estamos expostos.
Baixas pressões: são as que se situam abaixo da pressão atmosférica normal e
ocorrem com trabalhadores que realizam tarefas em grandes altitudes. No Brasil, são
raros os trabalhadores expostos a esse risco.
Altas pressões: são as que se situam acima da pressão atmosférica normal.
Ocorrem em trabalhos realizados em tubulações de ar comprimido, máquinas de
perfuração, caixões pneumáticos e trabalhos executados por mergulhadores. Ex.:
caixões pneumáticos, compartimentos estanques instalados nos fundos dos mares,
rios e represas, onde é injetado ar comprimido que expulsa a água do interior do
caixão, possibilitando o trabalho. São usados na construção de pontes e barragens.
A exposição a pressões anormais pode causar a ruptura do tímpano quando o aumento
de pressão for brusco, e a liberação de nitrogênio nos tecidos e vasos sanguíneos pode
levar à morte. Por ser uma atividade de alto risco, exige legislação específica (NR-15)
a ser obedecida.
Da popa do navio, veem-se duas grandes esferas. Cada qual com sua função, porém
elas trabalham em conjunto. O objetivo é excursionar pelo fundo do mar e levar uma
pequena parte dos tripulantes do navio de socorro submarino a até, 300 metros de
profundidade.
As enormes esferas de metal (chamadas de sino atmosférico de resgate) são um tipo
de casulo usado para resgatar tripulações de submarinos naufragados e também para
realizar atividades de mergulho de interesse da Marinha.
PREVENÇÃO E CONTR. DE RISCOS EM MÁQS.,EQUIP. E INS. 36
Umidade

As atividades ou operações executadas em locais alagados ou encharcados, com


umidades excessivas, capazes de produzir danos à saúde dos trabalhadores, são
situações insalubres e devem ter a atenção dos prevencionistas por meio de
verificações realizadas nesses locais para estudar a implantação de medida de
controle.
A exposição do trabalhador à umidade pode acarretar doenças do aparelho
respiratório, quedas, doenças de pele, doenças circulatórias, entre outras. Para o
controle da exposição do trabalhador à umidade, podem ser tomadas medidas de
proteção coletiva (como o estudo de modificações no processo do trabalho, colocação
de estrados de madeira, ralos para escoamento) e medidas de proteção individual
(como o fornecimento do EPI – luvas de borracha, botas, avental para trabalhadores
em galvanoplastia, cozinha, limpeza etc.).
O trabalho insalubre é aquele executado em certas condições que o tornam prejudicial
à saúde humana. As condições consideradas insalubres estão expressamente previstas
na NR (Norma Regulamentadora) 15, da Portaria nº 3.214/78, do Ministério do
Trabalho.
Entre outras hipóteses, há, por exemplo, a exposição a determinados agentes químicos
(como o arsênico), agentes biológicos ou ainda o contato com esgotos, além da
exposição a ruídos, calor, frio ou umidade acima de certo nível de tolerância definido
na norma.

RISCOS QUÍMICOS/GASOSOS

Exposição a contaminantes químicos

Os agentes químicos são substâncias que, sendo manejadas pelo trabalhador ou


geradas ao longo do processo de produção, podem ser absorvidas pelo organismo e
prejudicar seriamente a saúde.

PREVENÇÃO E CONTR. DE RISCOS EM MÁQS.,EQUIP. E INS. 37


Os produtos químicos são designados por ”perigosos” quando apresentam riscos para
o homem ou o ambiente devido às suas características físico-químicas, toxicológicas e
ecotoxicológicas.

Nos produtos químicos, distinguem-se duas formas de apresentação:


• Substâncias;
• Preparações.

Exposição a contaminantes químicos

Substâncias

As substâncias químicas existentes nos locais de trabalho podem penetrar no nosso


corpo de diversas formas:
• Pela aspiração;
• Pelo contato com a pele;
• Pela deglutição.

As substâncias químicas são, por isso, elementos químicos, bem como os seus
compostos no estado natural, ou produzidos pela indústria, contendo qualquer aditivo
necessário à preservação da estabilidade do produto e qualquer impureza decorrente
do processo, com exclusão de qualquer solvente que possa ser extraído sem afetar a
estabilidade da substância nem alterar a sua composição.
Exemplos: Acetona, álcool etílico, tricloroetileno, óxido de chumbo etc.

Preparações

As misturas ou soluções compostas por duas ou mais substâncias.


Exemplos: Tintas, vernizes, cola, diluentes, desengordurantes etc.

PREVENÇÃO E CONTR. DE RISCOS EM MÁQS.,EQUIP. E INS. 38


Os ambientes de trabalho contaminados com poeiras representam diversos riscos
de doenças ocupacionais para os trabalhadores expostos. A avaliação desses
ambientes representa um dos principais métodos preventivos que permite conhecer:
- As diversas situações e formas de exposição;
- A gravidade da situação.

As misturas ou soluções compostas por duas ou mais substâncias.


Exemplos: Tintas, vernizes, cola, diluentes, desengordurantes etc.

Os ambientes de trabalho contaminados

As poeiras representam diversos riscos de doenças ocupacionais para os trabalhadores


expostos. A avaliação desses ambientes representa um dos principais métodos
preventivos que permitem conhecer as diversas situações e formas de exposição.

A gravidade da situação

Com base nessas informações quantitativas, é possível adotar medidas de controle e


verificar posteriormente a sua eficiência. As características físico-químicas dos
contaminantes na forma de partículas sólidas determinam o seu comportamento de
dispersão e o seu grau de agressividade e profundidade de penetração no sistema
respiratório dos trabalhadores expostos.

Os contaminantes químicos apresentam-se no ar sob as seguintes formas:


1. Sólidos (poeiras, fibras e fumos);
2. Líquidos (nevoeiros ou aerossóis);
3. Gasosos (gases e vapores).

- Poeira: são partículas sólidas produzidas por rompimento mecânico de sólidos


através de processos de moagem, atrito, impacto, entre outros, ou por dispersão
PREVENÇÃO E CONTR. DE RISCOS EM MÁQS.,EQUIP. E INS. 39
secundária, como arraste ou agitação de partículas decantadas. Ex.: poeira de sílica,
carvão, talco, farinha etc.;
- Fibras: partículas aciculares de natureza mineral ou química provenientes da
desagregação mecânica e cuja relação comprimento/largura é superior a 5:1;
- Fumos: são partículas sólidas produzidas por condensação ou oxidação de vapores
de substâncias sólidas em condições normais. Ex.: fumos de metais, soldas, de
chumbo etc.

Os contaminantes químicos apresentam-se no ar sob as seguintes formas:


Névoas: são partículas líquidas produzidas por ruptura mecânica de líquidos. Ex.:
névoas de água, de ácido sulfúrico, alcalinas, de pintura;
- Neblinas: são partículas líquidas produzidas por condensação de vapores de
substâncias que são líquidas a temperatura normal;
- Aerossóis: mistura de partículas esféricas líquidas, cuja dimensão não é visível,
provenientes da dispersão mecânica de líquidos.
É necessário, portanto, entender estes conceitos fundamentais antes de estudar os
métodos de avaliação.

Medidas preventivas

Em todo o processo de controle do risco, devem ser aplicados os seguintes princípios:


• Eliminar/reduzir o risco;
• Circunscrever o risco;
• Afastar o homem da fonte;
• Proteger o homem.

Nas duas primeiras situações, é necessário tomar medidas construtivas ou de


engenharia, atuando diretamente sobre os processos produtivos, nos equipamentos e
instalações (arejamento).
As duas últimas situações consistem na atuação sobre o homem, afastando-o da
máquina ou, quando isso não é possível, protegendo-o.

PREVENÇÃO E CONTR. DE RISCOS EM MÁQS.,EQUIP. E INS. 40


Sempre que possível, os produtos mais tóxicos devem ser substituídos por
produtos menos tóxicos.

A instalação de sistemas de controle do ambiente de trabalho pode ser


facultada através de:
• Arejamento dos locais de trabalho através de uma ventilação geral;
• Exaustão localizada e de um sistema de ventilação adequado;
• Isolamento total ou parcial dos processos perigosos;
• Formação do trabalhador (o trabalhador deve ser devidamente informado sobre os
riscos inerentes ao seu posto de trabalho e o modo de controlar esses riscos);
• Utilização de equipamentos de proteção individual;
• Rotação de trabalhadores;
• Rastreio para detecção periódica de situações de alteração da saúde dos
trabalhadores.

Deve ter-se sempre em conta que as poeiras que surgirem em ambientes de


trabalho:
• Reduzem a visibilidade por absorção da luz;
• Deterioram as máquinas com redução do seu rendimento e duração;
• Prejudicam o bem-estar geral e diminuem o rendimento de trabalho.

Por esses motivos, devem-se tomar medidas de modo a eliminar as poeiras logo nos
locais da sua formação. Caso não se tomem essas medidas, devido ao minúsculo
tamanho das partículas, na ordem do mícron, e por ação das correntes de ar
existentes, elas não sedimentam.
Devem ser também tomadas medidas de limpeza frequentes sobre as partículas
depositadas em máquinas e pavimentos devido ao fato de poderem entrar em
suspensão com muita facilidade pela sua diminuta dimensão.
Deve ser organizado um serviço de limpeza, à semelhança dos outros serviços,
destinando-se pessoal e os meios de ação adequados (aspiradores, limpeza a úmido
etc.), com horário determinado e, se possível, fora das horas normais de
funcionamento produtivo.
PREVENÇÃO E CONTR. DE RISCOS EM MÁQS.,EQUIP. E INS. 41
Contaminantes gasosos

O ar é constituído por azoto (cerca de 78%), oxigênio (cerca de 21%), dióxido de


carbono (0,03%), hidrogênio (0,01%), vestígios de gases raros, com a exceção de
árgon, e vapor de água em quantidade variável.
Considera-se que um ar está poluído quando contém substâncias estranhas à sua
composição normal ou quando, sendo normal no aspecto qualitativo, estão alteradas
as proporções dos diferentes componentes.
No grupo dos contaminantes químicos gasosos, distinguem-se dois tipos de
compostos: os gases e os vapores.

Gases

São substâncias que só podem mudar de estado com uma ação conjunta de aumento
de pressão e descida de temperatura.

Vapores

É a fase gasosa de uma substância susceptível de existir no estado sólido a


temperatura e pressões normais (pressão = 760 mm Hg ou 1013 mbar; temperatura
= 25ºC).
Nova tecnologia com emprego de variação do tempo de abertura das válvulas permite
uma ampla gama no controle do fluxo de gases para a câmara de combustão. A
intenção é justamente “injetar” um gás inerte à combustão para que ocupe parte do
espaço do ar ambiente a fim de reduzir a temperatura de combustão, sobretudo em
seu pico. Com isso, diminui-se a formação de óxidos de nitrogênio (NOx), gases
poluentes formados em grandes temperaturas e pressões.

PREVENÇÃO E CONTR. DE RISCOS EM MÁQS.,EQUIP. E INS. 42


Nocividade dos contaminantes gasosos

A nocividade dos contaminantes gasosos depende das características da substância,


do trabalho efetuado e das características individuais do trabalhador.
A evaporação permite que uma substância se transforme em parte do ar que
respiramos. Ela pode, assim, dirigir-se através do sangue a todos os órgãos internos,
como, por exemplo, o cérebro e o fígado.
Alguns contaminantes gasosos, como os dissolventes, podem, também, ser absorvidos
pelo corpo através da pele ou pelas membranas mucosas. No entanto, a maior parte
penetra através da inspiração.
Os dissolventes, ao atingirem o cérebro através dos pulmões ou da pele, são atraídos
pela grande quantidade de gordura existente nas células do cérebro.

Efeitos da exposição prolongada a esses poluentes:


• Vertigens;
• Dores de cabeça;
• Cansaço e redução da capacidade de compreensão e de reação.

Os efeitos dos contaminantes gasosos no ser humano dependem:


• Da solubilidade da substância no sangue;

PREVENÇÃO E CONTR. DE RISCOS EM MÁQS.,EQUIP. E INS. 43


• Das características toxicológicas da substância;
• Da concentração de substância no ar inalado;
• Da frequência e tempo de exposição;
• Da quantidade de ar inalado (depende do esforço físico);
• Da sensibilidade individual – essa característica do organismo faz variar, para igual
exposição, a extensão dos efeitos.

Controle das situações de risco - prevenção

Depois de feita a avaliação de riscos existentes nos locais de trabalho, têm de ser
desenvolvidos programas de prevenção para o seu controle e correção, incrementando
atuações de variada ordem, nomeadamente legal, médica, psicotécnica, organizativa
e técnica.

Nas situações de risco, a sequência das intervenções deve ser a seguinte:


1. Na fonte emissora;
2. Sobre ambiente geral (arejamento);
3. Por fim, sobre o próprio indivíduo.

Quando, mesmo com o processo controlado, o risco de exposição estiver presente,


devem ser tomadas medidas no sentido de proteger o trabalhador, afastando-o da
fonte de risco ou reduzindo o tempo de exposição.
Alguns gases e vapores, entre os quais a maioria dos solventes industriais orgânicos,
apresentam propriedades explosivas e inflamáveis, e, por isso, colocam também riscos
no âmbito da segurança.

A ABNT NBR IEC 60079 especifica os requisitos gerais para construção, ensaios e
marcação de equipamentos elétricos e componentes. Exemplo: explosivos destinados
a utilização em atmosferas explosivas.

PREVENÇÃO E CONTR. DE RISCOS EM MÁQS.,EQUIP. E INS. 44


A edição da NFPA 497 é uma prática recomendada para a classificação dos líquidos
inflamáveis, gases ou vapores em locais perigosos (classificados) para instalações
elétricas em áreas de processos químicos, tendo sido preparada pelo comitê técnico
de equipamentos elétricos em atmosferas químicas.
Devem ser tomadas medidas de caráter organizacional, como, por exemplo,
a rotação dos trabalhadores nos postos de trabalho de maior risco.
Somente em último recurso, e quando todas as outras intervenções não resultarem,
ou quando a exposição se limitar a tarefas de curta permanência (por exemplo, casos
de manutenção e de limpeza), se recorre a medidas de prevenção de caráter individual,
nomeadamente a utilização de equipamento de proteção individual (EPI).

De um modo geral, as medidas corretoras de uma situação de risco de


exposição a fatores ambientais podem ser classificadas em:
• Medidas técnicas de prevenção para reduzir ou eliminar situações de risco nos locais
de trabalho por alteração do ambiente de trabalho ou dos processos;
• Medidas que poderão ser tomadas para diminuir o risco potencial de um local de
trabalho sem ele ser alterado.

SISTEMA DE VENTILAÇÃO INDUSTRIAL

Considerações gerais

PREVENÇÃO E CONTR. DE RISCOS EM MÁQS.,EQUIP. E INS. 45


A ventilação consiste na substituição do ar de um ambiente interior por ar do
exterior com a finalidade de reduzir as concentrações dos contaminantes ou para
elevar ou baixar a temperatura ambiente.
Quando se pensa num sistema de ventilação industrial, ele deve corresponder às
exigências de higiene do local (limpeza do ar), ser compatível com o ciclo produtivo e
aceite pelas pessoas que permanecem no local.

Ventilação local

A ventilação local ou ventilação por aspiração localizada permite captar os


contaminantes o mais perto possível da sua fonte emissora e antes do trabalhador.
Esse processo precisa movimentar quantidades de ar muito menores que a ventilação
geral – e, por isso, os custos de investimento e de manutenção são menores.
Na ventilação local, é feita a captação do contaminante na fonte: a sua condução
segue em tubagem até a um coletor que o retém e redireciona.
Um sistema de ventilação por exaustão deve ter o dispositivo de captação o mais perto
possível da emissão do contaminante e de forma envolvente da fonte, sendo concebido
para que o trabalhador não esteja colocado entre a captação e a fonte.
A deslocação do ar aspirado deve estar no sentido contrário às vias respiratórias do
trabalhador de forma a permitir que o sistema de aspiração corresponda ao movimento

PREVENÇÃO E CONTR. DE RISCOS EM MÁQS.,EQUIP. E INS. 46


natural dos contaminantes. Em poluentes mais densos que o ar, a sua movimentação
é no sentido descendente; por isso, a aspiração deve ser a nível inferior.
Deve também permitir que a velocidade de captação corresponda ao caudal de
emissão do contaminante e às suas características físicas, e que o ar aspirado seja
compensado com entrada de ar exterior. É aconselhável que o ar que tenha entrado
tenha um caudal 10% superior ao caudal de aspiração.
Esse sistema deve ser concebido de forma que as saídas do ar poluído não estejam
colocadas perto das entradas do ar novo.

RISCOS BIOLÓGICOS

Definição e reconhecimento dos riscos biológicos

O reconhecimento dos riscos biológicos ambientais é uma etapa fundamental do


processo que servirá de base para decisões quanto às ações de prevenção, eliminação
ou controle desses riscos. Reconhecer o risco significa identificar, no ambiente de
trabalho, fatores ou situações com potencial de dano à saúde do trabalhador – ou, em
outras palavras, se existe a possibilidade desse dano.
As classes dos riscos biológicos são: patogenicidade para o homem; virulência;
modos de transmissão; disponibilidade de medidas profiláticas eficazes;
disponibilidade de tratamento eficaz; endemicidade.
Historicamente, os profissionais de saúde não eram considerados de alto risco para
acidentes de trabalho.
Até a década de 60, a atenção estava voltada aos profissionais de laboratório de
análises clínicas (hepatite B e tuberculose, 7 e 5 vezes mais frequentes que na
população em geral).
A partir dos anos 80 (AIDS), a atenção foi voltada para os profissionais envolvidos na
assistência ao paciente.
Os principais riscos biológicos envolvem os patógenos de transmissão sanguínea, como
os vírus das hepatites B e C e o HIV.
PREVENÇÃO E CONTR. DE RISCOS EM MÁQS.,EQUIP. E INS. 47
Mais de 30 outros agentes infecciosos podem estar envolvidos em acidentes biológicos
nos estabelecimentos de saúde.
Principais agentes: bactérias, vírus, rickéttzias, protozoários, metazoários presentes
em aerossóis, poeiras, alimentos, instrumentos de laboratório, água, culturas,
amostras biológicas.
Dezoito por cento dos trabalhadores são contaminados com material infectocontagioso
nas atividades relacionadas ao trabalho: 25% por inoculação percutânea; 27% por
aerossóis e derramamentos; 16% por vidrarias e perfurocortantes; 13% por aspiração
por instrumentos; 13,5% por acidentes com animais e contato com ectoparasitas.
As principais fontes de contaminação no local de trabalho podem estar relacionadas à
inalação de aerossóis.
Todos os procedimentos microbiológicos são potencialmente formadores de aerossóis.

Riscos biológicos em serviços de saúde: presença microbiana

• Alta adaptação à biosfera;


• Alguns se multiplicam em água destilada;
• Um único micróbio em solução simples chega a um milhão em 18 horas;
• Um micróbio pode se dividir em 10 minutos;
• Presença na forma de células, esporos, toxinas e fragmentos moleculares;
• Relação entre vias de contaminação e doenças;
• Via aérea: tuberculose, varicela, rubéola, sarampo, influenza, viroses
respiratórias, doença meningocócica;
• Exposição ao sangue e fluidos orgânicos: HIV, hepatites B e C, raiva;
• Transmissão fecal-oral: hepatite A, poliomielite, gastroenterite, cólera;
• Contato com o paciente: escabiose, pediculose, colonização por
estafilococos.

Em 2002, foi criada no Brasil a Comissão de Biossegurança em Saúde – CBS (Portaria


nº 343/2002 do Ministério da Saúde). Entre as atribuições da comissão, inclui-se a
competência de elaborar, adaptar e revisar periodicamente a classificação,
considerando as características e peculiaridades do país.
PREVENÇÃO E CONTR. DE RISCOS EM MÁQS.,EQUIP. E INS. 48
Considerando que essa classificação baseia-se principalmente no risco de infecção, a
avaliação de risco para o trabalhador deve considerar ainda os possíveis efeitos
alergênicos, tóxicos ou carcinogênicos dos agentes biológicos. A classificação
publicada no Anexo II da NR-32 indica alguns destes efeitos.

PRINCÍPIO DAS MÁQUINAS

Cuidados operacionais

Movimentos nas máquinas consistem basicamente em rotação, deslizamento e


movimentos recíprocos ou a combinação deles. Os movimentos podem causar
ferimentos por enroscamento, aprisionamento, esmagamento, arrastamento, fricção
ou abrasão, corte, cisalhamento, perfuração, compressão, impacto etc. Deve-se levar
em consideração que certos tipos de máquina e componentes específicos dela
(máquina) podem causar um ou mais tipos de ferimentos.

Os princípios básicos para a redução dos riscos de acidentes em equipamentos


mecânicos são os seguintes:
a) identificação dos riscos;
b) eliminação ou redução dos riscos através de projetos específicos;
c) uso de proteções de segurança;
d) uso de práticas seguras de operação.

PREVENÇÃO E CONTR. DE RISCOS EM MÁQS.,EQUIP. E INS. 49


MOTOR A COMBUSTÃO: O combustível mais utilizado atualmente no mundo inteiro
é a gasolina. O motor que normalmente equipa os automóveis movidos a gasolina é o
motor de combustão interna, também chamado de motor de explosão interna ou
motor a explosão de quatro tempos.
Os termos “combustão” e “explosão” são usados no nome desse motor porque o seu
princípio de funcionamento baseia-se no aproveitamento da energia liberada na reação
de combustão de uma mistura de ar e combustível que ocorre dentro do cilindro do
veículo. Esse motor também é chamado de “motor de quatro tempos” porque seu
funcionamento ocorre em quatro estágios ou tempos diferentes.

Devem-se tomar as seguintes precauções com o uso dos motores de combustão


interna que nada mais são do que regras de segurança:
* Instalá-los em cabine apropriada fora do ambiente de trabalho, com boa ventilação;
* O sistema de saída de gases deve possuir silenciador, o tubo de escape;
* Deve-se conduzir os gases para fora do ambiente e acima das edificações – e deve
ser devidamente protegido a fim de evitar queimaduras por eventual contato pelo
operador;
* Precaver-se contra o risco de contragolpe quando o acionamento for a manivela.

Bombas são máquinas hidráulicas capazes de realizar o deslocamento de um líquido


por escoamento. Transformam o trabalho mecânico que recebem para seu
funcionamento em energia, que é comunicada ao líquido sob as formas de energia de
pressão e cinética.
Para trabalhar, os sistemas hidráulicos fazem uso de fluido comprimido para realizar
um trabalho. O mais comum é que esse líquido seja um óleo bastante fino, de um grau
especial, que é bombeado para dentro do sistema com o objetivo de produzir pressão
por vários tipos de bombas hidráulicas. Essas bombas têm, geralmente, os
mecanismos rotativos com tolerâncias pequenas entre as partes móveis e os
compartimentos. Em comparação com outros tipos de bombas, a maioria dos tipos de
bombas hidráulicas também apresenta baixas velocidades de rotação. Quais os
modelos mais comuns de bomba hidráulica?

PREVENÇÃO E CONTR. DE RISCOS EM MÁQS.,EQUIP. E INS. 50


Existem muitos modelos de bombas hidráulicas, mas alguns podem ser considerados
os tipos principais, uma vez que são os mais comuns utilizados no setor da indústria.
Entre eles, estão os modelos de bombas de engrenagens, os quais são formados por
um par de engrenagens que rodam no interior de um compartimento estreito.
Dessa forma, o óleo é colocado de um lado do compartimento e transportado em torno
da área exterior entre os dentes de engrenagem e para fora do ponto de descarga no
lado oposto. Algumas bombas hidráulicas desse tipo possuem engrenagens de dentes
excêntricos externos que giram em volta dos dentes de uma engrenagem interna.
Esses modelos de bombas são bastante eficientes e confiáveis, porém elas são muito
ruidosas.
Quais os modelos mais comuns de bomba hidráulica?
Já as bombas hidráulicas de palhetas se chamam assim porque são compostas por um
conjunto de palhetas constantemente ajustáveis e montadas em um eixo excêntrico
dentro de um compartimento fechado. Conforme o eixo se move ao redor da
cobertura, as palhetas se ajustam a fim de manter as pontas em contato com a
superfície interna da caixa. Já o fluido é colocado no compartimento e é transportado
em torno dele nas palhetas do ponto de descarga, local por onde é forçado a sair.
Esses modelos são ainda mais eficientes em comparação às bombas de engrenagens.
Outro modelo bastante usado na indústria é a bomba hidráulica de parafuso, que
possui um par de engrenagens em espiral situada dentro de um cilindro fechado.
Assim, o líquido lubrificante é colocado em uma extremidade do cilindro, sendo forçado
ao longo do seu comprimento entre os dentes das engrenagens e as paredes do
cilindro. Outros modelos de bombas hidráulicas são as de pistões radiais, de pistão
axial e as geradoras.
As bombas e todos os seus acessórios, seja por motivo de rendimento, seja por motivo
de segurança, devem sempre garantir um desempenho perfeito.
Podem ser prontamente localizados em caso de má vedação.
Por esse motivo, as bombas devem ser instaladas em locais adequados, amplos e bem
ventilados. É aconselhável que as tubulações de vedação e respectivas válvulas sejam
colocadas em cubículos fora da sala de bombas, evitando assim um eventual
vazamento dentro do ambiente.

PREVENÇÃO E CONTR. DE RISCOS EM MÁQS.,EQUIP. E INS. 51


O motor elétrico muitas vezes é separado da bomba por meio de anteparos adequados.
Além disso, é aconselhável colocar a bomba e o seu motor sobre uma base de altura
mínima de 30 cm do piso, facilitando não só a manutenção como também a limpeza.
É recomendável também a existência de drenos. Os vazamentos podem ser causa até
mesmo de quedas de pessoas. Em qualquer circunstância, devem-se usar sapatos de
solado antiderrapante.
Bombas de alta pressão e velocidade não são usadas para o deslocamento de produtos
de baixa viscosidade a fim de evitar problemas e eletricidade estática.
De qualquer maneira, é necessário termos um perfeito aterramento da bomba, do
motor e da tubulação.
Para facilitar a operação de manutenção, montagem e reparos da bomba, deve-se
manter as áreas de circulação sempre limpas. O espaço destinado a essas áreas é de
acordo com o tamanho da bomba a fim de facilitar manobras manuais ou com o auxílio
de meios mecânicos.

Ferramentas pneumáticas – cuidados


As ferramentas pneumáticas são movidas a ar comprimido, incluindo amortecedores,
moedores, pistolas de pregos e de grampos, britadeiras, brocas, pistolas de rebite,
lixadeiras, chaves e picadeiras automáticas.
Todas as ferramentas pneumáticas utilizam compressores de ar. Mangueiras e
acessórios adequados devem ser usados para conectar uma ferramenta pneumática
ao seu compressor de ar. Mangueiras que são feitas para resistir ao desgaste,
esmagamento e a falhas devido à flexão constante devem ser usadas para reduzir o
risco de um acidente. Óculos e equipamentos de segurança devem sempre ser usados
em situações adequadas enquanto se estiver trabalhando com ferramentas
pneumáticas.
Limpezas e manutenções regulares devem sempre ser feitas ao longo da vida útil de
qualquer ferramenta. Ferramentas pneumáticas devem ser usadas apenas por pessoas
experientes ou indivíduos treinados. O ar comprimido é imprescindível a qualquer
indústria e pode ser considerado tão importante como a energia elétrica, pois graças
a ele muitas ferramentas podem ser movimentadas.
PREVENÇÃO E CONTR. DE RISCOS EM MÁQS.,EQUIP. E INS. 52
Ferramentas pneumáticas oferecem riscos similares às ferramentas elétricas do
mesmo tipo.
Tubulações de ar, assim como condutores elétricos, devem ser manuseadas com o
máximo cuidado. Quando da utilização de ferramentas pneumáticas, faz-se necessário
o uso de proteção facial para evitar acidentes nessa região do corpo.

O operador deve ser orientado para não usar equipamento de ar para limpar suas
roupas ou cabelo, pois contém impurezas, tais como partículas de óleo e graxa, que
poderão causar sérias dermatites, além do que um jato de ar proveniente de uma
mangueira poderá romper um tímpano, arrancar um olho de sua órbita e causar
hemorragia. Alguns acidentes com ferramentas pneumáticas são provocados pelo
chicoteamento da mangueira, quando há ruptura ou deslocamento da conexão.

O operador de uma furadeira pneumática deverá estar sempre alerta para uma
possível quebra da broca, pois, além da projeção de fragmentos de metal, essa quebra
poderá desequilibrá-lo e provocar sua queda. Quando da utilização de ferramentas
pneumáticas, faz-se necessário o uso de proteção facial para evitar acidentes nessa
região do corpo.

Seguem-se algumas medidas necessárias à prevenção de acidentes:

 Arrumar cuidadosamente as ferramentas em painéis apropriados, sem


acumular sobre a bancada nem deixar espalhadas pelo chão. Vistoriar
regularmente as ferramentas antes do início do trabalho, escolher e usar as
adequadas – e encaminhá-las para manutenção sempre que necessário.
Transportá-las em local adequado e tomar cuidados especiais com aquelas
pontiagudas;

 As ferramentas deverão ter cabos corretos, com encaixes justos, de


tamanho apropriado e livre de lascas, mantidas afiadas aquelas necessárias,
pois, quando as lâminas estão gastas (rombudas), requerem pressão

PREVENÇÃO E CONTR. DE RISCOS EM MÁQS.,EQUIP. E INS. 53


excessiva e “marteladas” para funcionarem; movimente a lâmina, sempre,
em direção oposta ao corpo humano;

 A chave de fenda é, das ferramentas manuais caseiras ou de oficina, a que


mais se apresenta como causa de acidentes devido à sua manutenção
inadequada; na sua afiação, por exemplo, deve-se usar uma lima em vez do
rebolo de esmeril;

 Uma ferramenta para cortar madeira possui canto de corte fino, e deve ser
utilizado para afiá-la uma pedra de amolar, com um pouco de água;

 Quanto às ferramentas elétricas, devem ter proteção contra choques ou


eletrocussão;

 Usando luvas e botas apropriadas quando houver manuseio em áreas


alagadas. Já para as ferramentas motorizadas que usam gasolina, usar
todos os EPI necessários, ler o manual de operações, abastecê-las com
cuidado em áreas ventiladas, observando o vedamento do tanque.

Compressores – cuidados
Os compressores são dispositivos que elevam a pressão do ar, ou seja, aumentam a
admissão, comprimindo o ar acima da pressão atmosférica, porém sem criar um vácuo.
Isso faz com que uma quantidade maior de ar seja forçada para dentro do motor,
criando uma sobrealimentação. Com esse ar extra, é possível injetar mais combustível
na mistura, aumentando-se a potência do motor.
Existem três tipos de compressores: roots, parafuso duplo e centrífugo. A principal
diferença está em como eles jogam o ar para dentro do coletor de admissão do motor.
Os compressores roots e de parafuso duplo utilizam tipos diferentes de lóbulos
entrelaçados, enquanto o compressor centrífugo utiliza um rotor para aspirar o ar.

PREVENÇÃO E CONTR. DE RISCOS EM MÁQS.,EQUIP. E INS. 54


Embora todos esses modelos forneçam ar sob pressão, eles diferem
consideravelmente com relação à sua eficiência.

Segurança para ar comprimido – cuidados


O ar comprimido é extremamente perigoso quando utilizado de maneira inadequada.
Em todos os trabalhos que a GeralMaq desenvolve, sempre há preocupação com
segurança.

O ar comprimido é uma energia utilizada para diversos fins tanto nos segmentos
industriais como no de construção. Se utilizado de maneira indevida, pode causar
sérios ferimentos, infecções e enfisema subcutâneo. Um jato de ar comprimido
suficientemente forte, proveniente de uma mangueira, pode tirar um olho de sua
órbita, romper um tímpano ou causar hemorragia interna ao penetrar nos poros. O ar
comprimido contém impurezas, tais como: partículas de óleo, matérias graxas e outras
partículas minúsculas. Um jato de ar sobre a pele introduz impurezas através dos
poros, podendo causar sérias inflamações nos tecidos.

Seguem algumas regras básicas:

1. Jamais permita que o jato de ar sob pressão incida sobre o seu corpo ou o de seu
companheiro;

2. Um jato de ar comprimido a apenas 40 psi (2.8 kgf/cm2) de pressão pode empurrar


ou arremessar partículas de metal ou outros materiais a velocidade tão altas que
podem se converter em miniprojéteis perigosos para o corpo e, principalmente, para
o rosto e os olhos;

3. Antes de abrir qualquer válvula de ar comprimido, certifique-se de que conexões,


mangueiras e abraçadeiras estejam seguramente presas e que não haja risco de serem
desconectadas durante a execução do trabalho;

PREVENÇÃO E CONTR. DE RISCOS EM MÁQS.,EQUIP. E INS. 55


4. Sempre que ocorrerem vazamentos de ar, é sinal de algo errado. Verifique e corrija,
eliminando o vazamento. ATENÇÃO: se uma mangueira sob pressão desconectar-se:

4.1 a. Afastar-se imediatamente do raio de ação das possíveis chicotadas. Se possível,


corte a alimentação de ar desse ponto ou desligue o compressor;

4.2 a. Proteja imediatamente o rosto para evitar que a mangueira chicoteie a face,
causando ferimentos, e para evitar que o ar sob pressão atinja a vista;

4.2 b. Procure pisar na mangueira de ar, comprimindo-a fortemente contra o piso,


impedindo que a mesma ricocheteie, e corte a alimentação de ar desse ponto;

5. Nunca abra válvula ou registro de serviço rapidamente, sempre o faça devagar


(para válvula tipo esfera, o tempo ideal é em torno de 5 segundos). Não esqueça que
você está liberando energia;

6. Nunca utilize ar comprimido para sobrar lascas de madeiras, cavacos, limalhas,


poeiras, partículas do chão, máquinas, peças e equipamentos. Caso essa operação
seja necessária, utilize equipamentos de segurança adequados a cada situação.
Sempre utilize um regulador de pressão e ensaie pressões de trabalho mais baixas
(mantendo o nível de satisfação desejado);

7. Tenha muito cuidado com as pessoas presentes e com as que transitam no local. O
ar comprimido pode arremessar todos esses elementos contra partes frágeis de seu
corpo ou de seu companheiro, assim como colocar em suspensão poeiras, partículas
e líquidos que, inalados, poderão causar sérios riscos à saúde;

8. Nunca utilize o ar comprimido para limpeza de roupas ou para limpar pó, sujeira do
cabelo ou ainda qualquer parte do corpo. Partículas microscópicas podem penetrar em
sua corrente sanguínea, o que pode ser mais grave se você tiver algum machucado;

PREVENÇÃO E CONTR. DE RISCOS EM MÁQS.,EQUIP. E INS. 56


9. Jamais utilize ar comprimido para respiração sem que ele esteja tratado com um
sistema eficiente de filtros coalescentes, incluindo o filtro de carvão. Em caso de ar
comprimido no interior de ambientes confinados, tenha certeza de que o ar seja
respirável;

10. Nunca execute serviços em equipamentos pressurizados (compressores,


reservatórios, ferramentas pneumáticas). Exemplo: remover um bujão para completar
o nível de óleo em um compressor sem ter a certeza de que o mesmo esteja
despressurizado: isso poderá causar acidente grave ou até mesmo morte.

Soldagem e corte a quente

As operações de soldagem e corte a quente somente podem ser realizadas por


trabalhadores qualificados. Quando forem executadas operações de soldagem e corte
a quente em chumbo, zinco ou materiais revestidos de cádmio, será obrigatória a
remoção por ventilação local exaustora dos fumos originados no processo de solda e
corte, bem como na utilização de eletrodos revestidos.

Anexo 11 da NR-18: operações em soldagem e corte a quente.

As operações de soldagem e corte a quente somente podem ser realizadas por


trabalhadores qualificados.
Quando forem executadas operações de soldagem e corte a quente em chumbo, zinco
ou materiais revestidos de cádmio, será obrigatória a remoção por ventilação local
exaustora dos fumos originados no processo de solda e corte, bem como na utilização
de eletrodos revestidos. O dispositivo usado para manusear eletrodos deve ter
isolamento adequado à corrente usada, a fim de se evitar a formação de arco elétrico
ou choques no operador.
Nas operações de soldagem e corte a quente, é obrigatória a utilização de anteparo
eficaz para a proteção dos trabalhadores circunvizinhos. O material utilizado nesta
proteção deve ser do tipo incombustível. Nas operações de soldagem ou corte a quente
de vasilhame, recipiente, tanque ou similar, que envolvam geração de gases
PREVENÇÃO E CONTR. DE RISCOS EM MÁQS.,EQUIP. E INS. 57
confinados ou semiconfinados, é obrigatória a adoção de medidas preventivas
adicionais para eliminar riscos de explosão e intoxicação do trabalhador, conforme
mencionado no item 18.20 - locais confinados. As mangueiras devem possuir
mecanismos contra o retrocesso das chamas na saída do cilindro e chegada do
maçarico.
Propagação da chama e o retrocesso: A chama possui uma velocidade de propagação.
Quando a velocidade de saída dos gases for menor que a da chama, ocorre o
retrocesso da chama. Deve-se: · Primeiro, fechar a válvula de acetileno. Depois, a do
oxigênio. · E resfriar o maçarico, mergulhando-o em água.
É proibida a presença de substâncias inflamáveis e/ou explosivas próximo às garrafas
de O2 (oxigênio).

Os equipamentos de soldagem elétrica devem ser aterrados

Os fios condutores dos equipamentos, as pinças ou os alicates de soldagem devem


ser mantidos longe de locais com óleo, graxa ou umidade, e devem ser deixados em
descanso sobre superfícies isolantes.

DESCRIÇÕES DO AMBIENTE E ANÁLISE DOS RISCOS

Arranjo físico
Os materiais em utilização no processo produtivo devem ser alocados em áreas
especificas de armazenamento devidamente demarcadas com faixas na cor indicada
pelas normas técnicas oficiais ou sinalizadas quando se tratar de áreas externas. Os
espaços ao redor das máquinas e equipamentos devem ser adequados ao seu tipo e
ao tipo de operação de forma a prevenir a ocorrência de acidentes e doenças
relacionados ao trabalho.
O layout fabril destaca-se pelo posicionamento do maquinário de forma ordenada,
porém com pouco espaço existente à circulação de pessoas, ou seja, com dificuldade
de locomoção e transporte de material.
PREVENÇÃO E CONTR. DE RISCOS EM MÁQS.,EQUIP. E INS. 58
Quando a máquina não possuir a documentação técnica exigida, o seu proprietário
deve constituí-la sob a responsabilidade de profissional legalmente habilitado e com
respectiva anotação de responsabilidade técnica do Conselho Regional de Engenharia
e Arquitetura – ART/CREA.
Ela é regulamentada pelos artigos 184 a 186 da CLT.

Art. 184 - As máquinas e os equipamentos deverão ser dotados de dispositivos de


partida e parada e outros que se fizerem necessários para a prevenção de acidentes
do trabalho, especialmente quanto a risco de acionamento acidental. [...]
§ único - É proibida a fabricação, a importação, a venda, a locação e o uso de máquinas
e equipamentos que não atendam ao disposto neste artigo. [...]
Art. 185 - Os reparos, limpeza e ajustes somente poderão ser executados com as
máquinas paradas, salvo se o movimento for indispensável à realização do ajuste.
(Redação dada pela Lei nº 6.514, de 22.12.1977).

Observação sobre o artigo 185: “salvo na impossibilidade”.

Portaria MTb n.º 3.214, de 08 de junho de 1978

Regulamentada pelos artigos 184 a 186 da CLT.


Em 2010, surge a nova NR-12 (redação dada pela Portaria SIT nº 197, de 17/12/10).

NR-12 – Segurança no trabalho em máquinas e equipamentos

A NR-12 em vigor exige níveis de proteção que superam o padrão europeu,


considerado referência por tratar a proteção de máquinas e equipamentos de forma
eficaz e sob o enfoque da razoabilidade, distinguindo as obrigações de fabricantes e
usuários.
As modificações promovidas pelas Portarias ao longo do tempo são discutidas na
Comissão Nacional Tripartite Temática (CNTT) da NR-12 e aprovadas pela Comissão
Tripartite Paritária Permanente (CTPP).
PREVENÇÃO E CONTR. DE RISCOS EM MÁQS.,EQUIP. E INS. 59
Diminuição da burocracia para as microempresas e empresas de pequeno
porte
Em relação às máquinas e aos equipamentos fabricados antes de 24/06/2012 que não
possuam manual do fabricante, em vez de o empregador promover sua reconstituição,
agora fica permitida a elaboração de uma ficha contendo informações básicas da
máquina ou do equipamento, elaborada pelo próprio empregador ou por pessoa
designada por ele, com a dispensa do Profissional Legalmente Habilitado (PLH) (item
12.126.1);
A capacitação dos trabalhadores poderá ficar a cargo de empregado da própria
empresa que tenha sido capacitado por entidade oficial de ensino de educação
profissional, o qual atuará como agente multiplicador (item 12.138.1); Em relação às
máquinas e aos equipamentos fabricados antes de 24/06/2012 que não possuam
manual do fabricante, em vez do empregador promover sua reconstituição, agora fica
permitida a elaboração de uma ficha contendo informações básicas da máquina ou do
equipamento, elaborada pelo próprio empregador ou por pessoa designada por ele,
com a dispensa do Profissional Legalmente Habilitado (PLH) (item 12.126.1);
A capacitação dos trabalhadores poderá ficar a cargo de empregado da própria
empresa que tenha sido capacitado por entidade oficial de ensino de educação
profissional, o qual atuará como agente multiplicador (item 12.138.1);
Foi eliminada a obrigação de elaborar inventário das máquinas e dos equipamentos
(item 12.153.2).

Regras mais flexíveis abrangendo os sistemas de acionamento em


extrabaixa tensão
Foi estabelecido corte temporal em relação à tensão de operação dos componentes de
partida, parada, acionamento e outros controles que compõem a interface de operação
das máquinas e dos equipamentos fabricados até 24/03/2012.
Em outras palavras, para máquinas e equipamentos fabricados até 24/03/2012 será
exigido que os sistemas de controle (partida, parada e acionamento) operem em
PREVENÇÃO E CONTR. DE RISCOS EM MÁQS.,EQUIP. E INS. 60
extrabaixa tensão (25 VCA ou 60 VCC) ou adotem outra medida de proteção disposta
em normas técnicas oficiais vigentes, caso a apreciação de risco indique a necessidade
de proteção contra choques elétricos (item 12.36.1).

Outros aspectos relevantes da Portaria nº 857/2015


Máquinas e equipamentos fabricados no Brasil e comprovadamente destinados à
exportação não precisam atender aos requisitos técnicos de segurança da NR-12, pois
terão de obedecer às regras de segurança do país importador (item 12.A).

A não aplicabilidade da NR-12 para máquinas e equipamentos ocorre nos seguintes


casos: (a) movidos ou impulsionados por força humana ou animal; b) expostos em
museus, feiras e eventos para fins históricos ou que sejam considerados como
antiguidades e não sejam mais empregados com fins produtivos, desde que sejam
adotadas medidas que garantam a integridade física dos visitantes e expositores; e (c)
classificados como eletrodomésticos (item 12.B).

Os anexos da NR-12 que contemplam obrigações, disposições especiais ou exceções


que se aplicam a um determinado tipo de máquina ou equipamento passam a ter
caráter prioritário em relação aos demais requisitos da norma. Anteriormente, a norma
previa que os anexos complementavam o texto da NR-12 (item 12.152).

Foram estabelecidas obrigações específicas para os trabalhadores

a) cumprir todas as orientações relativas aos procedimentos seguros de operação,


alimentação, abastecimento, limpeza, manutenção, inspeção, transporte, desativação,
desmonte e descarte de máquinas e equipamentos;
b) não realizar qualquer tipo de alteração nas proteções mecânicas ou dispositivos de
segurança de máquinas e equipamentos, de maneira que possa colocar em risco a sua
saúde e integridade física ou de terceiros;

PREVENÇÃO E CONTR. DE RISCOS EM MÁQS.,EQUIP. E INS. 61


c) comunicar seu superior imediato se uma proteção ou dispositivo de segurança tiver
sido removido, danificado ou tiver perdido sua função;
d) Participar dos treinamentos fornecidos pelo empregador para atender às
exigências/requisitos descritos nesta norma;
e) colaborar com o empregador na implementação das disposições contidas nesta
norma.

Permissão expressa da movimentação de máquinas e equipamentos que não atendem


à NR-12 fora das instalações da empresa para reparos, adequações, modernização
tecnológica, desativação, desmonte e descarte (item 12.C). [...]
As máquinas autopropelidas, automotrizes e máquinas e equipamentos utilizados em
frente de trabalho ficam dispensados do inventário (item 12.153.2). [...]

Houve supressão da alínea “l” do item 12.128 do texto anterior (riscos que podem
resultar de utilizações diferentes daquelas previstas no projeto) na reconstituição dos
manuais de máquinas e equipamentos fabricados ou importados antes da vigência
desta norma. Os manuais reconstituídos devem conter as informações previstas nas
seguintes alíneas do item 12.128 (item 12.129):
a) razão social, CNPJ e endereço do fabricante ou importador;
b) tipo, modelo e capacidade;
c) número de série ou número de identificação e ano de fabricação;
d) normas observadas para o projeto e construção da máquina ou equipamento;
e) descrição detalhada da máquina ou equipamento e seus acessórios;
f) diagramas, inclusive circuitos elétricos, em especial a representação esquemática
das funções de segurança;
g) definição de utilização prevista para máquina ou equipamento;
i) definição das medidas de segurança existentes e daquelas a serem adotadas pelos
usuários;
j) especificações e limitações técnicas para a sua utilização com segurança;
k) riscos que podem resultar de adulteração ou supressão de proteções e dispositivos
de segurança;
m) procedimentos para a utilização da máquina ou equipamento de segurança;
PREVENÇÃO E CONTR. DE RISCOS EM MÁQS.,EQUIP. E INS. 62
n) procedimentos e periodicidade para inspeções e manutenção;
o) procedimentos a serem adotados em situação de emergência.

NR-12 – Segurança no trabalho em máquinas e equipamentos

12.1. Esta Norma Regulamentadora e seus anexos definem referências técnicas,


princípios fundamentais e medidas de proteção para garantir a saúde e a integridade
física dos trabalhadores e estabelece requisitos mínimos para a prevenção de acidentes
e doenças do trabalho nas fases de projeto e de utilização de máquinas e
equipamentos de todos os tipos, e ainda à sua fabricação, importação,
comercialização, exposição e cessão a qualquer título, em todas as atividades
econômicas, sem prejuízo da observância do disposto nas demais Normas
Regulamentadoras – NR aprovadas pela Portaria nº3.214, de 8 de junho de 1978, nas
normas técnicas oficiais e, na ausência ou omissão destas, nas normas internacionais
aplicáveis.
12.1.1. Entende-se como fase de utilização a construção, transporte, montagem,
instalação, ajuste, operação, limpeza, manutenção, inspeção, desativação e desmonte
da máquina ou equipamento. [...]

Recomenda-se, além da leitura da Norma NR-12, o entendimento da Portaria nº 1.111,


de 21 de setembro de 2016.

PREVENÇÃO E CONTR. DE RISCOS EM MÁQS.,EQUIP. E INS. 63


Comparação da redação anterior da NR-12 com a Portaria nº 857/2015

PREVENÇÃO E CONTR. DE RISCOS EM MÁQS.,EQUIP. E INS. 64


PREVENÇÃO E CONTR. DE RISCOS EM MÁQS.,EQUIP. E INS. 65
Pressão atmosférica
Pressão atmosférica é a pressão exercida pela camada de moléculas de ar sobre a
superfície. A pressão é a força exercida por unidade de área; nesse caso, a força
exercida pelo ar em um determinado ponto da superfície. Se a força exercida pelo ar
aumenta em um determinado ponto, consequentemente a pressão também
aumentará. A pressão atmosférica é medida por meio de um equipamento conhecido
como barômetro. Essas diferenças de pressão têm uma origem térmica estando
diretamente relacionadas com a radiação solar e os processos de aquecimento das
massas de ar. Formam-se a partir de influências naturais, como continentalidade,
maritimidade, latitude e altitude. As unidades utilizadas são: polegada ou milímetros
de mercúrio (mmHg), quilopascal (kPa), atmosfera (atm), milibar (mbar) e hectopascal
(hPa), sendo as três últimas as mais utilizadas no meio científico; em relação à Norma
Regulamentadora NR-12, aplica-se o Kpa. Outra unidade utilizada para se medir a
pressão é a PSI (pounds per square inch) que, em português, vem a ser libra por

PREVENÇÃO E CONTR. DE RISCOS EM MÁQS.,EQUIP. E INS. 66


polegada quadrada (lb/pol²). Embora comum para medir pressão de pneumáticos e
de equipamentos industriais, a lb/pol² é raramente usada para medir a pressão
atmosférica.

CORRESPONDÊNCIA ENTRE UNIDADES DE MEDIDAS.

VASOS DE PRESSÃO

Vasos de pressão: são estruturas fechadas contendo líquidos ou gases sob pressão.
Exemplos: tanques, tubos e cabines pressurizadas em aeronaves e veículos espaciais.
Considere, no interior de certa massa líquida, uma porção de volume V limitada pela
superfície A. Se dA representar um elemento de área e dF a força que nela atua, a
pressão será:

O Conceito de fluido: experiência das duas placas

PREVENÇÃO E CONTR. DE RISCOS EM MÁQS.,EQUIP. E INS. 67


 dv  LT -1 1
dy  dy   L  T  T
 
-1

dV
dv dv
   
dy dy

A tensão de cisalhamento é diretamente proporcional ao gradiente de velocidade.

dv

dy
A constante de proporcionalidade da lei de Newton da viscosidade é
a viscosidade dinâmica ou simplesmente viscosidade : µ.

dv
  
dy

Os fluidos, sejam gases ou líquidos, não possuem forma definida. O gás tende a ocupar
o volume do recipiente que o contém, enquanto o líquido se acomoda ao recipiente
mantendo uma superfície plana, acima da qual pode existir vapor também exercendo
uma pressão.
Quanto menor for o volume do espaço vazio, maior será a pressão, pois pressão e
volume são inversamente proporcionais.
Vasos de pressão são todos os reservatórios, de qualquer tipo, dimensões ou
finalidades, não sujeitos à chama; são fundamentais nos processos industriais que
contenham fluidos e sejam projetados para resistir à pressão atmosférica, ou
submetidos à pressão externa, cumprindo, assim, a função básica de armazenamento.

PREVENÇÃO E CONTR. DE RISCOS EM MÁQS.,EQUIP. E INS. 68


Vasos de pressão são equipamentos usados para armazenar ar comprimido
e gases, tais como: amônia, gás sulfídrico, hidrogênio, oxigênio, entre
outros.
Eles estão presentes em nosso dia a dia em várias atividades, como em postos de
gasolina, consultórios dentários e no setor petroquímico. Uma petroquímica pode
chegar a ter dois mil vasos de pressão.
Como o risco de explosão desse equipamento é alto, existe uma norma, a NR13, que
regulamenta desde o treinamento do trabalhador até a manutenção e a inspeção
frequente dos vasos.
Como exemplo de tipos de vasos, podemos citar o vaso compressor e o vaso tanque.

Em refinarias de petróleo, usinas de açúcar e etanol, indústrias químicas e


petroquímicas, os vasos de pressão constituem um conjunto importante de
equipamentos que abrangem os mais variados usos. O projeto e a construção de vasos
de pressão envolvem uma série de cuidados especiais e exigem o conhecimento de
normas e materiais adequados para cada tipo de aplicação, pois as falhas em vasos
de pressão podem acarretar consequências catastróficas, até mesmo com perda de
vidas, sendo considerados os vasos de pressão equipamentos de grande
periculosidade.
Vasos de pressão e reservatórios de ar comprimido se enquadram na norma
NR-13 e ASME VIII, American Society of Mechanical Engineers.

De passagem: A água é aquecida ao passar por uma serpentina aquecida a gás ou


eletricamente.
De acúmulo: A água é mantida aquecida no interior do boiler utilizando como
combustível gás ou eletricidade.

PREVENÇÃO E CONTR. DE RISCOS EM MÁQS.,EQUIP. E INS. 69


Documentação
A documentação deve acompanhar os vasos de pressão durante toda a sua vida útil.
Essa documentação compõe o histórico do vaso de pressão, cobrindo tanto o período
anterior à operação (projeto, fabricação e montagem) quanto o período em serviço
(ocorrências operacionais, inspeção e manutenção). Esse conjunto de informações é
necessário para a determinação dos limites operacionais e a vida residual dos vasos
de pressão.

Instalação dos vasos de pressão


Atenção especial às necessidades de se ter à vista os medidores de temperatura,
pressão e nível para facilitar a rápida verificação, sendo também necessária a presença
de rotas de fuga, iluminação e ventilação adequadas para que haja segurança para os
operadores no campo.

Segurança na operação dos vasos de pressão

A segurança na operação dos vasos de pressão é focada no uso de procedimentos


escritos e na qualificação dos operadores.
O objetivo é garantir que qualquer reparo ou serviço que venha a ser realizado tenha
a sua qualidade garantida. Para tal, é necessário que seja implementado um “projeto
de intervenção, reparo e parada” que deve contemplar todos os procedimentos
normativos para a execução do serviço.

PREVENÇÃO E CONTR. DE RISCOS EM MÁQS.,EQUIP. E INS. 70


Inspeção de segurança nos vasos de pressão

Define que os vasos de pressão devem sofrer três inspeções de segurança: inicial,
periódica e extraordinária. As periódicas têm seu intervalo máximo definido em função
do risco de falha com base no produto “PV” e da classificação do fluido.
Essa forma de classificar o risco leva em consideração somente os aspectos
relacionados com a consequência de uma falha estrutural, o que torna a matriz da NR-
13 “estática”, isto é, os equipamentos apresentarão o mesmo risco durante toda a
vida.

Análise

A NR-13 estabelece para os vasos de pressão uma classificação que define os


intervalos máximos entre inspeções; se for realizada uma inspeção de melhor ou pior
qualidade nos períodos determinados pela NR-13, não há um mecanismo na norma
que permite estabelecer diretamente se o risco após a inspeção está ou não adequado
para o vaso operar pelo tempo de campanha previsto.

IRB - Inspeção baseada em risco

O que é uma inspeção baseada em risco (IRB)? Trata-se de um processo de


identificação, avaliação e mapeamento de riscos industriais (causados por corrosão e
fraturas por estresse) capazes de comprometer a integridade tanto de equipamentos
de pressão quanto de elementos estruturais. A IBR abrange riscos que podem ser
controlados mediante inspeções e análises adequadas. Durante o processo, os
engenheiros elaboram as estratégias de inspeção (o que, quando e como inspecionar)
mais adequadas para os mecanismos de degradação previstos ou observados.

INI - Inspeção não intrusiva

PREVENÇÃO E CONTR. DE RISCOS EM MÁQS.,EQUIP. E INS. 71


A NBR 16455 de 06/2016 - Vasos de pressão - Metodologia para inspeção não intrusiva
estabelece uma metodologia de inspeção não intrusiva (INI) para permitir postergar
ou substituir a inspeção interna de vasos de pressão. Aplica-se aos vasos de pressão
soldados, construídos a partir de metais, e aos componentes, acessórios e conexões a
eles associados. Não se aplica às caldeiras e aquecedores.

Enquadramento dos vasos de pressão

• O que a NR-13 considera como vaso de pressão?;


• Como enquadrá-lo?.

 Grupo potencial de risco;


 Classe de fluido.

Um vaso opera com vapor a 2 Kgf/cm² de pressão e possui um volume de 2 m³:


vamos verificar se ele é um vaso de pressão através do produto P x V > 8 em que:
P= KPa sendo que 1 Kgf/cm² = 98,066 KPa e V= m³; portanto, maior que 8.

Agora vamos verificar o GRUPO POTENCIAL DE RISCO:


1 Kgf/cm² = 0,098 MPa;
Então temos 2 Kgf/cm² de vapor, que é equivalente a 0,196 MPa.

P (0,196) x V (2m³) = 0,392, menor que um, grupo 5, abaixo:


Grupo 1- P . V >= 100;
Grupo 2 - P . V < 100 e P . V >= 30;
Grupo 3 -P . V < 30 e P . V >= 2,5;
Grupo 4 -P . V < 2,5 e P . V >= 1;
Grupo 5- P . V < 1.

Classificação do fluido dos vasos de pressão

PREVENÇÃO E CONTR. DE RISCOS EM MÁQS.,EQUIP. E INS. 72


1- Para efeito desta NR, os vasos de pressão são classificados em categorias seguindo
o tipo de fluido e o potencial de risco;
1.1 – Os fluidos contidos nos vasos de pressão são classificados conforme descrito a
seguir:
Classe “A”
• Fluidos inflamáveis – combustível com temperatura superior ou igual a 200 °C;
• Fluidos tóxicos com limite de tolerância igual ou inferior a 20 ppm;
• Hidrogênio;
• Acetileno.
Classe “B”
• Fluidos combustíveis com temperatura inferior a 200 °C;
• Fluidos tóxicos com limite de tolerância superior a 20 ppm.
Classe “C”
• Vapor de água, gases asfixiantes simples ou ar comprimido.
Classe “D”
• Água ou outros fluidos não enquadrados nas classes “A”, “B” ou “C”, com
temperatura superior a 50 °C.

Na tabela a seguir, cruzando a classe do fluido com o grupo potencial de risco,


identificamos a categoria do vaso de pressão podendo variar, e I a V, o que definirá o
critério de inspeção conforme a NR-13.

PREVENÇÃO E CONTR. DE RISCOS EM MÁQS.,EQUIP. E INS. 73


GRUPO POTENCIAL DE RISCO
1 2 3 4 5
CLASSE DE FLUIDO P.V<100 P.V<30 P.V<2,5
P.V >=100 P.V<1
P.V>=30 P.V>=2,5 P.V>=1
CATEGORIAS
"A"
. Líquidos Inflamáveis, Combustível com
temperatura igual ou superior a 200º C, I I II III III
Tóxico com Limite de Tolerância <=30ppm,
Hidrogênio, Acetileno
"B"
. Combustível com temperatura menor que
I II III IV IV
200º C, Tóxico com Limite de Tolerância
>=20ppm
"C"
. Vapor de água, gases asfixiantes simples ou I II III IV V
ar comprimido
"D"
. Água ou outros fluidos não enquadrados
nas classes “A”, “B” ou “C”, com II III IV V V
temperatura superior a 50ºC.

Caldeiras a vapor
Conforme a NR-13 em seu item 13.4.1.1, “Caldeiras a
vapor são equipamentos destinados a produzir e
acumular vapor sob pressão superior à atmosférica,
utilizando qualquer fonte de energia, projetados
conforme códigos pertinentes, excetuando-se
refervedores e similares”.

O vapor pode ser usado em diversas condições, tais como: baixa pressão, alta pressão,
saturado, superaquecido etc. Ele pode ser produzido também por diferentes tipos de
equipamentos nos quais estão incluídas as caldeiras com diversas fontes de energia.

Um refervedor é um trocador de calor normalmente utilizado para fornecer calor para


a parte inferior da coluna de destilação industrial. Ele ferve o líquido da parte inferior
de uma coluna de destilação para produzir os vapores que são retornados para a
coluna da unidade de separação por destilação.

PREVENÇÃO E CONTR. DE RISCOS EM MÁQS.,EQUIP. E INS. 74


A operação adequada do refervedor é vital para uma destilação eficaz. Em uma coluna
de destilação clássica típica, todo vapor que conduz a separação vem do refervedor.

Considerações gerais
As unidades instaladas em veículos como caminhões e navios deverão respeitar a esta
Norma Regulamentadora nos itens que forem aplicáveis e para os quais não exista
normalização ou regulamentação mais específica.

Princípios de termodinâmica e transferência de calor

De modo geral, as substâncias podem existir em diferentes fases: sólida, líquida e


gasosa. Assim, é definido como fase uma porção homogênea de matéria.

É importante destacar aqui que o vapor d’água é utilizado como agente transportador
de energia em diversos processos industriais e nas centrais termelétricas. Isso se deve
às vantagens a seguir:

A água é a substância mais abundante sobre a Terra.


• Possui grande conteúdo energético (entálpico);
• Pouco corrosivo;
• Não é tóxico;
• Não é inflamável nem explosivo.
PREVENÇÃO E CONTR. DE RISCOS EM MÁQS.,EQUIP. E INS. 75
A pressão do vapor em uma caldeira se dá em função direta da quantidade de
energia disponível na fornalha pela queima do combustível e que é transmitida à
água. Sendo assim, a pressão interna na caldeira depende fundamentalmente da
atuação do queimador. Entretanto, o queimador não é o único responsável pelo
aumento de pressão na caldeira, pois a bomba de alimentação injeta água com pressão
superior àquela de trabalho.

Se a vazão com que a bomba alimenta a caldeira for maior que aquela de saída do
vapor, o nível de água sobe e a pressão de trabalho aumenta.

Explosões causadas por aumento da pressão

Durante a operação normal da caldeira, a pressão é mantida dentro de seus limites


pelos seguintes sistemas:
Sistema de modulação de chama. Sistema constituído por um pressóstato
modulador de chama, um servo motor e um conjunto de registros (dampers). O
pressóstato possui um diafragma ou fole que se estende com o aumento da pressão
e que aciona os contatos que emitem o sinal elétrico para o acionamento do servo
motor.
Essa máquina transmite movimento às alavancas, que acionam os dampers, alterando
a vazão de combustível e a vazão de ar. Com isso, a alimentação do queimador fica
modificada e obtém-se a modulação de chama, ou seja, sua redução nos momentos
de pressões elevadas e sua intensificação nos momentos de pressões
baixas.
Sistema de pressão máxima. Esse é composto por um pressóstato e uma válvula
Solenoide. Quando a pressão se eleva além de certo limite, o pressóstato é acionado
e corta a alimentação elétrica da válvula solenoide.
Consequência direta disso é o corte completo de combustível ao queimador.
Quando a pressão normal de trabalho se restabelece, o pressóstato faz abrir
totalmente a passagem do combustível ao queimador.
PREVENÇÃO E CONTR. DE RISCOS EM MÁQS.,EQUIP. E INS. 76
Válvula de segurança

Essas válvulas têm a função de deixar sair o vapor quando a pressão ultrapassa a
PMTA, fazendo diminuir a pressão interna.
As válvulas de segurança são recomendadas para a proteção contra a sobrepressão
em equipamentos, linhas, caldeiras e vasos de pressão que trabalhem com ar
comprimido, gases, líquidos e vapor.

Medidor de pressão
É o instrumento de calibração mais frequentemente usado. Ele é montado em uma
bomba comparadora hidráulica ou pneumática e serve como padrão para o manômetro
submetido à calibração.
Os manômetros padrão devem ter alta precisão, pois são utilizados como padrão para
a calibração de manômetros industriais.

Sistema manual. Conforme for a indicação de pressão no manômetro da caldeira, o


operador tem condições de acionar os vários dispositivos para intervir onde for
necessário para manter a pressão interna da caldeira: queimador, bomba de
alimentação ou mesmo na válvula de segurança. Por meio dessa última, o vapor pode
ser liberado à atmosfera manualmente (acionamento da alavanca da válvula, por
exemplo).
Com todas essas possibilidades, conjugadas ou não, é de se esperar que as caldeiras
tenham grande chance de ser operadas com segurança, porém, mesmo assim,
há inúmeros casos de explosões causadas por falhas. A possibilidade de falhas
em pressóstatos pode ser de natureza mecânica, como o bloqueio de sua
comunicação com a caldeira ou a deterioração do diafragma, ou de natureza
elétrica, pela colagem dos contatos. Falhas nas válvulas solenoides oferecem
riscos quando impedem o bloqueio do combustível, ou seja, quando operam na posição
aberta. Há possibilidades da ocorrência desse defeito por falha mecânica de fabricação
ou pela instalação incorreta, fora da vertical, ou de cabeça para baixo.

PREVENÇÃO E CONTR. DE RISCOS EM MÁQS.,EQUIP. E INS. 77


Ou seja, se a válvula de segurança não funcionar, a segurança do sistema estará
bastante comprometida, restando apenas o sistema manual como possível controle da
situação.

Explosões no lado dos gases


As explosões no lado dos gases são originadas por uma reação química, ou seja,
pelo processo de combustão. Esse processo, além de ocorrer exotermicamente,
acontece em um tempo muito pequeno, cuja consequência é o aumento rápido
e violento da pressão em um espaço restrito. As explosões dessa natureza
acontecem com frequência nas caldeiras que operam com combustíveis líquidos e
gasosos. As névoas de líquidos inflamáveis ou de óleos combustíveis
aquecidos apresentam comportamento similar às dispersões gasosas
inflamáveis.

PREVENÇÃO E CONTR. DE RISCOS EM MÁQS.,EQUIP. E INS. 78


Aspectos ergonômicos
Do ponto de vista ergonômico, as caldeiras têm evoluído muito nos últimos anos,
existindo, hoje, caldeiras que possuem câmaras de vídeo para que o operador possa
observar e exercer à distância, e confortavelmente sentado à frente de um painel, o
controle das fornalhas, do nível, dos sistemas de alimentação etc. Entretanto, essas
não são, em geral, as condições frequentemente encontradas. Em termos
ergonômicos, o corpo de um operador de caldeira é solicitado muitas vezes por
movimentos desordenados e excessivos, localizados ou generalizados: visores mal
posicionados, manômetros instalados em ângulos inadequados, válvulas emperradas
e que possuem volantes exageradamente pequenos, regulagem de chamas que
exigem operações interativas etc.
Do ponto de vista ergonômico, é provável que, além dos riscos de acidentes inerentes
às atividades, os operadores estejam submetidos ao risco à saúde ocupacional e ao
desconforto gerado pelas condições de trabalho. Isso ocorre independentemente
de sua vontade, porém torna-se necessária sua presença na operação e no
controle do sistema de geração do vapor. A partir dessa situação, é indispensável
uma intervenção ergonômica com o objetivo de avaliar as cargas físicas e mentais
do trabalho que atuam nesses operadores face às agressões dos agentes físicos,
químicos e biológicos, assim como os problemas ergonômicos pertinentes à
interface operador-caldeira e à exploração do sofrimento psíquico dos
operadores pela organização do trabalho. Apesar da introdução de tecnologias
avançadas em termos de concepções técnicas, ainda é preciso alguma pesquisa em
termos de segurança devido às poucas considerações ergonômicas nas fases de
desenvolvimento do projeto presentes na maioria das caldeiras.

Ruídos
A presença de ruído de baixa frequência dos queimadores e de alta frequência
proporcionada por vazamentos de vapor (acidentais ou intencionalmente provocados
pelas válvulas de segurança) constitui um espectro sonoro peculiar e variável ao longo
da jornada de trabalho.

PREVENÇÃO E CONTR. DE RISCOS EM MÁQS.,EQUIP. E INS. 79


O barulho ouvido no aquecimento de uma caldeira é conhecido como apito ou chiado.
Quando a água flui muito lentamente pelo encanamento, pode acabar fervendo, e as
bolhas geradas por essa atividade se chocam contra as paredes dos tubos, criando um
som semelhante a uma batida.

Desconforto térmico
Desconforto térmico nas operações de caldeiras é muito frequente e de fácil
constatação, porém a sobrecarga térmica, para ser identificada, exige a análise de
cada caso em particular, sendo necessário, para tanto, não só avaliações com
termômetros de globo e de bulbo úmido como também exames médicos e
acompanhamento individual.
Há também riscos de os operadores terem os olhos expostos à radiação
infravermelha em operações de regulagem de chama e em observações prolongadas
de superfícies incandescentes.
Fumaças, gases e vapores expelidos pela chaminé representam, em certas condições,
riscos não somente aos operadores mas também à comunidade, ou seja, pelo risco de
intoxicação por monóxido de carbono, por exemplo.
Caldeiras operantes com carvão, lenha, bagaço de cana, biomassa e outras oferecem,
ainda, riscos inerentes ao manuseio, à armazenagem e ao processamento do
combustível.

Limpeza química de caldeiras


As superfícies internas da caldeira, ainda que a água seja bem tratada, acumulam
certa quantidade de depósitos de várias naturezas através do tempo. A experiência
tem mostrado que uma limpeza química regular (a cada 5 ou 6 anos) apresenta bons
resultados. Observa-se, assim, o desaparecimento de certos problemas de corrosão

PREVENÇÃO E CONTR. DE RISCOS EM MÁQS.,EQUIP. E INS. 80


que são notados quando não é feita a limpeza regularmente. O rendimento da caldeira
também melhora, podendo chegar a uma redução do consumo de até 20%.
Existem vários agentes de limpeza, mas o mais usado é o ácido clorídrico misturado a
um inibidor para evitar a corrosão acentuada das partes internas da caldeira.

Proteção de caldeiras contra corrosão


Essa proteção baseia-se fundamentalmente em evitar a entrada de ar na caldeira. O
método mais fácil de conseguir impedir essa entrada é pelo enchimento da caldeira
com água (a própria água de alimentação).
Também pode ser feito um selo com nitrogênio, que é um gás inerte. Nesse caso,
injeta-se N2 no espaço vazio da caldeira até uma pressão de 3 a 5 kgf/cm2.
Caso a caldeira tenha de ser drenada, a proteção contra corrosão se baseia em evitar
que a umidade se deposite sobre os metais. Isso pode ser conseguido aquecendo-se
a caldeira com lâmpadas ou resistências elétricas – ou usando agentes dessecantes
(sílica-gel ou alumina ativada).

Acidentes ocorridos com caldeiras no Brasil


No Brasil, não existe estatística do número de caldeiras em funcionamento nem do
número de acidentes ocorridos. Como referência, apresentamos as estatísticas norte-
americanas no ano de 2000.

Acidentes por causa de:


• Válvulas de segurança;
• Nível de água;
• Falha nos limites de controle de combustão e dos queimadores;
• Instalação e reparos inadequados: todos têm por trás o elemento humano,
quando funcionários, durante as inspeções, manutenção e operação, não atuam
corretamente.

PREVENÇÃO E CONTR. DE RISCOS EM MÁQS.,EQUIP. E INS. 81


Calor: escalas de temperaturas

Formas de transmissão de calor

Calor específico

Calor específico é uma grandeza física intensiva que define a variação térmica de
determinada substância ao receber determinada quantidade de calor.

PREVENÇÃO E CONTR. DE RISCOS EM MÁQS.,EQUIP. E INS. 82


Indica a quantidade de calor que cada unidade de massa de determinada substância
precisa para que sua temperatura possa variar de 1g C.
O Calor Específico do Vapor de Pressão é 0,421 cal/g C.
Para os gases, o calor específico varia com a pressão e o volume.

Dilatação térmica

LINEAR SUPERFICIAL VOLUMÉTRICA

VAZÃO VOLUMÉTRICA: VAZÃO EM MASSA:

PREVENÇÃO E CONTR. DE RISCOS EM MÁQS.,EQUIP. E INS. 83


Escoamento laminar

ESCOAMENTO TURBULENTO:

CALDEIRAS FLAMOTUBULARES:

São aquelas em que os gases provenientes da combustão (gases quentes) circulam


no interior dos tubos, enquanto a água a ser aquecida ou vaporizada circula pelo lado
de fora. Esse tipo de caldeira é o de construção mais simples e pode ser classificado
quanto à distribuição dos tubos, que podem ser tubos verticais ou horizontais.

PREVENÇÃO E CONTR. DE RISCOS EM MÁQS.,EQUIP. E INS. 84


CALDEIRAS FLAMOTUBULARES:

CALDEIRAS FLAMOTUBULARES:

PREVENÇÃO E CONTR. DE RISCOS EM MÁQS.,EQUIP. E INS. 85


CÂMARA DE
VÁLVULAS DE SEGURANÇA
REVERSÃO
DE
QUEIMADOR GASES
VENTILADOR
3
1 2
1
1ª passagem
2

3
2ª passagem
3ª passagem

CALDEIRAS LANCASTER:

A caldeira Lancaster é de construção idêntica à da horizontal, porém é tecnicamente


mais evoluída. Pode ser constituída de dois a quatro tubulões internos, e suas
características são: área de troca térmica de 120 a 140 m² e vaporização de 15 a 18
kg de vapor/m². Algumas delas apresentam tubos de fogo e de retorno, o que
apresenta uma melhoria de rendimento térmico em relação às anteriores.
PREVENÇÃO E CONTR. DE RISCOS EM MÁQS.,EQUIP. E INS. 86
CALDEIRAS MULTITUBULAR:

Chamimé Saída de
vapor Nível de água

Gases Quentes
Fornalha

Caldeira Multitubular

CALDEIRAS LOCOMÓVEL:

PREVENÇÃO E CONTR. DE RISCOS EM MÁQS.,EQUIP. E INS. 87


A caldeira locomóvel, também do tipo multitubular, tem como principal característica
apresentar uma dupla parede em chapa na fornalha pela qual a água circula. Sua
maior vantagem está no fato de ser fácil a sua transferência de local e de poder
produzir energia elétrica. É usada em serrarias junto à matéria-prima e em campos de
petróleo.

PREVENÇÃO E CONTR. DE RISCOS EM MÁQS.,EQUIP. E INS. 88


CALDEIRAS ESCOCESAS:

NR-13: CALDEIRAS, VASOS DE PRESSÃO E TUBULAÇÕES

Histórico
No Brasil, desde 1943 a CLT, de forma incipiente, contempla a preocupação com a
segurança em caldeiras. Porém, somente a partir de 1978, foi criada a norma
sobre caldeiras e recipientes de pressão, a NR-13, que estabeleceu as medidas
de segurança para os usuários desses sistemas. No final de 1994, a Secretaria de
Segurança e Saúde no Trabalho publicou, no Diário Oficial da União, o novo texto da
NR-13 (vide site: <www.mte.gov.br>), elaborado por uma comissão composta por
representantes das empresas, do governo e trabalhadores.

PREVENÇÃO E CONTR. DE RISCOS EM MÁQS.,EQUIP. E INS. 89


Esta aula foi elaborada de acordo com a Portaria nº 594, de 28 de abril de 2014, do
Ministério do Trabalho e Emprego – MTE, para profissionais que trabalham com
segurança do trabalho e demais interessados em atuar na função de operador de
unidades de processo.
Visa a orientar a operação de unidades de processos com segurança e eficiência, de
forma a evitar acidentes e a preservar as boas condições do equipamento, controlando
o funcionamento deles de acordo com a legislação vigente.
A Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), na NBR-12177 – antiga NB-55 –,
trata dos procedimentos de como fazer as inspeções, e a NB-227, dos códigos para
projeto e construção de caldeiras estacionárias. Outras entidades (Inmentro, IBP e a
Abiquim), têm procurado contribuir, elaborando estudos, pesquisas e discussões sobre
os aspectos de segurança em caldeiras.

O IBP (Instituto Brasileiro de Petróleo Gás e Biocombustíveis) é a entidade


autorizada pela Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) a elaborar
normas para os diversos segmentos da cadeia de petróleo no país por
intermédio de suas comissões, formadas por representantes das partes
interessadas.
Entre os grupos que ajudam a estabelecer normas, estão os de combustíveis e
produtos especiais, lubrificantes, distribuição e armazenamento de combustíveis,
asfalto e dutos.
Desde 1998, quando o instituto foi credenciado como Organismo de Normalização
Setorial (ONS) pela ABNT, a área de normalização já elaborou e revisou mais de
450 normas nesses e em outros segmentos da cadeia do petróleo.
O IBP também tem representação no comitê técnico responsável por produtos
petrolíferos da Organização Internacional de Normalização (ISO/TC-28).

Pressão em fluidos

Um corpo no estado líquido é caracterizado por apresentar uma distância entre suas
moléculas que permite ao corpo adequar-se ao ambiente em que se encontra.
PREVENÇÃO E CONTR. DE RISCOS EM MÁQS.,EQUIP. E INS. 90
As características da pressão nos líquidos são semelhantes às que encontramos nos
gases: o líquido exerce pressão para todos os lados de um recipiente e em qualquer
corpo que for imerso nele. Segundo o princípio de Pascal, ao exercermos pressão em
um fluido confinado em um recipiente, essa é transmitida integralmente a todos os
pontos desse recipiente.

Uma experiência que pode ajudar a compreender esse princípio é a dos


vasos comunicantes:
Ao armazenarmos algum líquido em uma estrutura com colunas de volumes diferentes,
podemos observar que o líquido preenche todas as colunas a mesma altura,
desconsiderando as diferenças de volume.

PREVENÇÃO E CONTR. DE RISCOS EM MÁQS.,EQUIP. E INS. 91


Com os gases, quanto maior a altitude, menor a pressão; já com os líquidos, quanto
maior a profundidade, maior a pressão. Isso é fácil de ser evidenciado - basta
mergulhar, e automaticamente sentimos a pressão aumentando.
Outra característica marcante da pressão nos líquidos e demais estados da matéria é
sua propriedade de alterar os outros elementos do conjunto: temperatura, pressão e
volume.

Podemos perceber isso ao cozinhar feijão em uma panela de pressão:


O vapor da água aumenta a pressão no interior da panela, e isso provoca uma
alteração do ponto de ebulição da água, que passa a ferver acima dos 100 °C. Isso
agiliza o processo de cozimento do grão do feijão, que seria muito mais lento se não
fosse o advento da panela de pressão.

As condições normais de temperatura e pressão (cuja sigla é CNTP no Brasil) referem-


se à condição experimental com temperatura e pressão de 273,15 °K (0 °C) e 101 325
Pa (101,325 kPa = 1,01325 bar = 1 atm = 760 mmHg) respectivamente.

Calor e temperatura

Calor é o termo associado à transferência de energia térmica de um sistema a outro -


ou entre partes de um mesmo sistema - exclusivamente em virtude da diferença de
temperaturas entre eles. Designa também a quantidade de energia térmica transferida
em tal processo.
Calor não é uma propriedade dos sistemas termodinâmicos; por isso, não é correto
afirmar que um corpo possui mais calor que outro, assim como tampouco é correto
afirmar que um corpo “possui” calor.
Os corpos (ou sistemas) possuem energia interna composta por duas parcelas, a
energia térmica e a energia potencial (energia química).

PREVENÇÃO E CONTR. DE RISCOS EM MÁQS.,EQUIP. E INS. 92


Ao aumentarmos a temperatura de um corpo, aumentamos o nível de energia
térmica do corpo, ou seja, o grau de agitação térmica aumenta. Essa soma das
energias cinéticas do corpo com o aumento da temperatura é chamada de energia
térmica.
Os conceitos de energia interna ou mesmo de energia térmica não devem jamais
ser confundidos com o conceito de calor, que implica energia térmica em
trânsito ou transferida devido a uma diferença de temperaturas.
O calor é uma das duas formas possíveis para se transferir energia de um sistema a
outro e expressa a quantidade de energia transferida através da fronteira comum aos
sistemas.

TROCADORES DE CALOR

O que é?
Trocador de calor é o dispositivo usado para realizar o processo da troca térmica
entre dois fluidos em diferentes temperaturas. Esse processo é comum em
muitas aplicações da engenharia. Podemos utilizá-lo no aquecimento e
resfriamento de ambientes, no condicionamento de ar, na produção de
energia, na recuperação de calor e no processo químico. Em virtude das muitas
aplicações importantes, a pesquisa e o desenvolvimento dos trocadores de calor têm
uma longa história, mas ainda hoje se busca aperfeiçoar o projeto e o desempenho de
trocadores baseado na crescente preocupação pela conservação de energia.
Barra material intercalada entre dois reservatórios térmicos a diferentes temperaturas.
Há calor Q através da barra a uma taxa Ø = dQ/dt que depende do comprimento x
= L, bem como da seção reta A da barra; do material do qual a barra é feita; e também
da diferença de temperaturas dos reservatórios. A barra e os reservatórios encontram-
se envoltos por fronteira adiabática (não representada).

PREVENÇÃO E CONTR. DE RISCOS EM MÁQS.,EQUIP. E INS. 93


Os mais comuns são os trocadores de calor em que um fluido se encontra separado
do outro por meio de uma parede através da qual o calor escoa: esses tipos de
trocadores são chamados recuperadores.

PREVENÇÃO E CONTR. DE RISCOS EM MÁQS.,EQUIP. E INS. 94


A – Bocais ligados ao casco por onde entra o líquido refrigerante, que entra
em contato com os tubos da parte interna do trocador e irá refrigerar os
tubos. Após essa troca de calor, o fluido sairá pelo bocal A`.
B – Bocais ligados aos cabeçotes por onde entra o produto quente que
necessitará da troca de calor, passando pelos tubos com fluidos
refrigerantes e saindo por B`.

B` A`

A B

PREVENÇÃO E CONTR. DE RISCOS EM MÁQS.,EQUIP. E INS. 95


Espelho interligado ao trocador

Espelho fixo soldado no casco

Transmissão de calor no interior dos tubos

Classifica-se a transmissão de calor no interior de um tubo de acordo com os regimes


de escoamento em 3 tipos cujos limites de cada tipo sejam definidos pelo número de
Reynolds.

• Regime laminar Re < 2.100;


• Regime de transição 2.100 < Re < 10.000;
• Regime turbulento Re > 10.000.

No regime laminar, a transferência de calor se dá principalmente por condução entre


as camadas do fluido.
Nos regimes de transição e turbulento, a transferência de calor passa a ser
principalmente por convecção forçada.
Quanto maior a turbulência, melhor será a transferência de calor; por esse motivo,
nos trocadores de calor utilizaremos acessórios, as chicanas, por exemplo, que possam
promover essa turbulência.
No regime laminar, a transferência de calor se dá principalmente por condução entre
as camadas do fluido.
Nos regimes de transição e turbulento, a transferência de calor passa a ser
principalmente por convecção forçada.
PREVENÇÃO E CONTR. DE RISCOS EM MÁQS.,EQUIP. E INS. 96
é a densidade do fluido (água, =1000 kg/m³).
é a velocidade média.
é o diâmetro crítico do corpo de prova.
é a viscosidade absoluta (ou dinâmica) do
fluido.

O projeto completo de um trocador de calor pode ser dividido em três partes


principais:
• Análise térmica – se preocupa, principalmente, com a determinação da área
necessária à transferência de calor para dadas condições de temperaturas e
escoamentos dos fluidos;
• Projeto mecânico preliminar – envolve considerações sobre as temperaturas e
pressões de operação, as características de corrosão de um ou de ambos os fluidos,
as expansões térmicas relativas e tensões térmicas, além da relação de troca de calor;
• Projeto de fabricação – requer a translação das características físicas e dimensões
em uma unidade, que pode ser fabricada a baixo custo (seleção dos materiais, selos,
invólucros e arranjos mecânicos ótimos), enquanto os procedimentos na fabricação
devem ser especificados.

Considerações gerais sobre isolantes térmicos


Isolantes térmicos são materiais utilizados em revestimentos para reduzir a
transmissão de calor entre sistemas.
PREVENÇÃO E CONTR. DE RISCOS EM MÁQS.,EQUIP. E INS. 97
Aparentemente, qualquer material poderia ser usado, uma vez que representa uma
resistência térmica a mais, através do revestimento. Tal fato não acontece. Para cada
caso, poderemos ter restrições específicas com relação ao valor do coeficiente de
condução, conforme podemos constatar nos exemplos que seguem.

Conceituação, finalidade e materiais isolantes


A conceituação de isolação térmica, de acordo com as definições aceitas, está
fundamentalmente apoiada na aplicabilidade e economicidade dos materiais
envolvidos.

O isolamento térmico é composto por 3 elementos distintos:


• O isolante térmico;
• O sistema de fixação e sustentação mecânica;
• A proteção exterior.

Estabeleceremos a seguir as definições e terminologias essenciais, que são


as seguintes:
• Isolação térmica - Situação em que se encontra um sistema físico que foi
submetido ao processo de isolamento térmico;
• Isolamento térmico - Processo através do qual se obtém a isolação térmica de
um sistema físico pela aplicação adequada de material isolante térmico;
• Material isolante - Material capaz de diminuir de modo satisfatório e conveniente
a transmissão do calor entre dois sistemas físicos;
• Material de fixação - Material (ou materiais) usado para manter o isolante e o
revestimento em suas posições convenientes;
• Material de revestimento - Material (ou materiais) usado para proteger e dar
bom aspecto ao isolante faz-se necessário, pois esses componentes devem ser
aplicáveis entre si e com o sistema a isolar para que sejam eficientes e econômicos.

Uma caldeira na indústria de alimentos, por exemplo, precisa ser revestida de lã de


rocha para otimizar o seu funcionamento, mantendo a máxima eficiência na produção
de calor para o processo produtivo. Bem como a tubulação que sai da caldeira e leva
PREVENÇÃO E CONTR. DE RISCOS EM MÁQS.,EQUIP. E INS. 98
o calor até a área de cozimento, aquecimento, torrefação ou secagem de alimentos.
Tanto a caldeira como a sua tubulação recebem revestimento com chapas de alumínio
para a proteção do isolamento térmico.

Porém, para efeito de classificação normativa, de projeto e comercial, considerar-se-á


isolação térmica aplicável, objetivando principalmente as seguintes finalidades:
• Economia de energia;
• Estabilidade operacional;
• Conforto térmico;
• Proteção do pessoal;
• Evitar condensação;
• Proteção de estruturas.

Lã de vidro para isolamento térmico e acústico

Lã de vidro é um material seguro para os casos de incêndio.


A lã de vidro atende às legislações estaduais e federais previstas e está em acordo
com a instrução técnica IT 10, decreto 56.811-2011 do Corpo de Bombeiros.

CONSTITUIÇÃO FEDERAL

Art. 7º São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de outros que
visem à melhoria de sua condição social:
XXII - redução dos riscos inerentes ao trabalho, por meio de normas de saúde, higiene
e segurança;

PREVENÇÃO E CONTR. DE RISCOS EM MÁQS.,EQUIP. E INS. 99


CLT - Decreto Lei nº 5.452 de 01 de Maio de 1943
Aprova a Consolidação das Leis do Trabalho.
Art.187 - As caldeiras, equipamentos e recipientes em geral que operam sob pressão
deverão dispor de válvula e outros dispositivos de segurança, que evitem seja
ultrapassada a pressão interna de trabalho compatível com a sua resistência. (Redação
dada pela Lei nº 6.514, de 22.12.1977).
Parágrafo único - O Ministério do Trabalho expedirá normas complementares quanto
à segurança das caldeiras, fornos e recipientes sob pressão, especialmente quanto ao
revestimento interno, à localização, à ventilação dos locais e outros meios de
eliminação de gases ou vapores prejudiciais à saúde, e demais instalações ou
equipamentos necessários à execução segura das tarefas de cada empregado.
(Redação dada pela Lei nº 6.514, de 22.12.1977).
Art. 188 - As caldeiras serão periodicamente submetidas a inspeções de segurança,
por engenheiro ou empresa especializada, inscritos no Ministério do Trabalho, de
conformidade com as instruções que, para esse fim, forem expedidas. (Redação dada
pela Lei nº 6.514, de 22.12.1977).
§ 1º - Toda caldeira será acompanhada de "Prontuário", com documentação original
do fabricante, abrangendo, no mínimo: especificação técnica, desenhos, detalhes,
provas e testes realizados durante a fabricação e a montagem, características
funcionais e a pressão máxima de trabalho permitida (PMTP), esta última indicada, em
local visível, na própria caldeira. (Incluído pela Lei nº 6.514, de 22.12.1977).

PREVENÇÃO E CONTR. DE RISCOS EM MÁQS.,EQUIP. E INS. 100


ATMOSFERA DE RISCO

Os limites dos gases tóxicos em relação ao tempo são dados pela sigla TLV (threshold
limit values) – valores de limites de tolerância:
Unidades: partes por milhão – ppmmg/metro cúbico – mg/m;
TLV-TWA – limite de exposição para um período de 8 horas/dia durante 40
horas/semana;
STEL (short term exposure limit) – limite de exposição por curto período – 15 minutos.

Diagrama de Hommel (NFPA)

Classificação do produto químico:

Riscos à Saúde – 0;
Inflamabilidade – 2;
Reatividade – 1;
Riscos Específicos – OXY.

PREVENÇÃO E CONTR. DE RISCOS EM MÁQS.,EQUIP. E INS. 101


Azul/risco à saúde
4. Exposição muito curta já pode causar a morte ou maior dano residual (exemplo:
cianeto de hidrogênio);
3. Exposição curta pode causar danos residuais ou temporários (exemplo: gás cloro);
2. Exposição intensa ou continuada, mas não crônica, pode causar incapacidade
temporária ou danos residuais (exemplo: clorofórmio);
1. Exposição pode causar irritação com apenas danos residuais leves (exemplo:
acetona);
0. Não apresenta danos à saúde. Não são necessárias precauções (exemplo: lanolina).

Vermelho/inflamabilidade
4. A substância será rápida ou completamente vaporizada nas condições normais de
temperatura e pressão ou prontamente dispersa pelo ar, queimando-se
instantaneamente (exemplo: propano, com ponto de fulgor menor do que 23 °C);
3. Líquidos e sólidos que podem inflamar-se sobre praticamente todas as condições
de temperatura ambiente (exemplo: gasolina, com ponto de fulgor abaixo de 38 °C e
acima de 23 °C);
2. A substância precisa estar moderadamente quente ou exposta à temperatura
ambiente relativamente alta para inflamar-se (exemplo: diesel, com ponto de fulgor
entre 38 °C e 93 °C);
1. É necessário que esteja pré-aquecida antes de inflamar-se (exemplo: óleo de canola,
com ponto de fulgor acima de 93 °C);
0. Não irá queimar (exemplo: água).

Amarelo/reatividade
4. Instantaneamente capaz de detonar-se ou explodir em condições normais de
temperatura e pressão (exemplo: nitroglicerina);
3. Capaz de detonação ou explosão, mas o material requer uma forte fonte de ignição
e precisa ser pré-aquecido sob confinamento, reagir com a água ou detonado se sofrer
um grande impacto (exemplo: fluorina);
2. Reage ao sofrer mudança química violenta sob elevada temperatura e pressão,
reação violenta ou formando misturas explosivas com a água (exemplo: fósforo);
PREVENÇÃO E CONTR. DE RISCOS EM MÁQS.,EQUIP. E INS. 102
1. Normalmente estável, mas pode tornar-se instável em temperaturas e pressão
elevadas (exemplo: cálcio);
0. Normalmente estável, mesmo sob condições de exposição ao fogo, e não é reativo
com a água (exemplo: hélio);

Branco

Sistemas pressurizados
Sistemas pressurizados são equipamentos ou componentes que possuem fluido sob
pressão interna ou externa.
Todo vaso de pressão ou caldeira deve possuir instrumento que indique a pressão de
operação em conformidade com a NR-13.
Os indicadores de pressão de caldeiras e vasos de pressão devem possuir plano de
manutenção e calibração.

Cuidados básicos
As mangueiras e tubulações utilizadas para a pressurização do sistema submetido a
teste hidrostático devem ser fixadas em base resistente.

PREVENÇÃO E CONTR. DE RISCOS EM MÁQS.,EQUIP. E INS. 103


Atmosferas explosivas e suas nomenclaturas e interpretações

Basicamente, as normas técnicas de atmosfera explosiva são compostas de três


principais pilares, sendo eles as normas técnicas de equipamentos de origem brasileira,
europeia e americana. Fora isso, há a norma internacional intitulada Comissão
Internacional dos Eletrotécnicos.

As siglas que compõem cada norma são as seguintes:

Norma Brasileira
NBR

Norma Europeia
EN

Norma Americana
NEC

Norma Internacional (International


IEC Eletrotechnical Comission)

PREVENÇÃO E CONTR. DE RISCOS EM MÁQS.,EQUIP. E INS. 104


Abaixo, algumas normas em modelo comparativo entre abrasileira, europeia e
americana:
Verificação dos requisitos gerais quando se trata de atmosferas explosivas:

NBR 9518:1997
Equipamentos elétricos para
atmosferas explosivas - requisitos
IEC 60079-0:1998 gerais.

NBR 5363:1998 Equipamentos elétricos para


IEC 60079-1 (1990) atmosferas explosivas - invólucro à
EN 50018 (1994) prova de explosão - tipo de proteção
'd'.

NBR 8447:1989
Equipamentos para atmosferas
IEC 60079-11:1999 explosivas - segurança intrínseca - tipo
EN 50039:1980 de proteção 'i'.
EN 50020:1994

NBR 9883:1995
IEC 60079-7:1990

PREVENÇÃO E CONTR. DE RISCOS EM MÁQS.,EQUIP. E INS. 105


EN 50019:1994 Equipamentos para atmosferas
explosivas - segurança aumentada -
tipo de proteção 'e'.

NBR 5420:1990 Equipamentos para atmosferas


IEC 60079-2:1983 explosivas - invólucros com
EN 50016 (1995) pressurização ou diluição contínua -
tipo de proteção 'p'.

NBR 8601:1984 Equipamentos para atmosferas


IEC 60079-6:1995 explosivas - imersos em óleo - tipo de
EN 50015:1994 proteção 'o'.

IEC 60079-5:1997 Equipamentos para atmosferas


EN 50017:1994 explosivas - imerso em areia - tipo de
proteção 'q'.

Equipamento para atmosfera explosiva


IEC 60079-15:1987 - circuito de proteção não acendível -
IEC 60079-15:2001 tipo de proteção 'n'.

Equipamentos para atmosferas


IEC 60079-18:1992 explosivas – encapsulado - tipo de
EN 50028:1987 proteção 'm'.

PREVENÇÃO E CONTR. DE RISCOS EM MÁQS.,EQUIP. E INS. 106


Prensa cabos para atmosferas
NBR 10861:1989 explosivas.

Lanterna para mineiros utilizada em


EN 50033:1991 ambientes de atmosfera explosiva.

Graus de proteção de invólucros:

NBR 6146:1980

IEC 60529:1989 Invólucro de equipamentos elétricos.

IEC 60529:2001

NBR 9884:1987

Invólucro que proporcionam grau de


IEC 34-5:1992 proteção para máquinas girantes.

IEC 60034-5:2001

PREVENÇÃO E CONTR. DE RISCOS EM MÁQS.,EQUIP. E INS. 107


Mediante essas variações de normas que tratam do mesmo assunto, os equipamentos
têm em sua etiqueta as marcações em que foram classificados, respeitando a área em
questão, conforme citado acima.
Abaixo, seguem alguns exemplos de marcação de equipamentos, respeitando as
normas brasileira, europeia e americana respectivamente:

Marcação brasileira:

PREVENÇÃO E CONTR. DE RISCOS EM MÁQS.,EQUIP. E INS. 108


Marcação europeia:

Marcação europeia.

Marcação americana:

PREVENÇÃO E CONTR. DE RISCOS EM MÁQS.,EQUIP. E INS. 109


Este trabalho será baseado na norma NBR IEC, que se trata da tradução da norma IEC
na íntegra, a qual é utilizada no Brasil atualmente.

INSTALAÇÕES ELÉTRICAS EM ATMOSFERAS EXPLOSIVAS

Área classificada

Área na qual uma atmosfera explosiva está presente ou na qual é provável sua
ocorrência a ponto de exigir precauções especiais para a construção, instalação e
utilização de equipamento elétrico.

O que é atmosfera explosiva?

Uma atmosfera é explosiva quando a proporção de gás, vapor ou pó no ar é tal que


uma faísca proveniente de um circuito elétrico ou do aquecimento de um aparelho
provoca a explosão.

PREVENÇÃO E CONTR. DE RISCOS EM MÁQS.,EQUIP. E INS. 110


Classificação de áreas: zona – grupo – temperatura (NBR IEC 60079-10)

ZONA 0: local onde a ocorrência de mistura inflamável/explosiva é contínua;


ZONA 1: local onde a ocorrência de mistura inflamável/explosiva é provável em
condições normais de operação do equipamento de processo;
ZONA 2: local onde a ocorrência de mistura inflamável/explosiva é pouco provável e,
se ocorrer, é por curtos períodos, estando associada à operação anormal do
equipamento de processo.

 Sempre consultar o mapa de área classificada;

 Nunca se aproximar de uma chave de alta tensão;


 Somente pessoas treinadas podem fazer instalações e manutenção elétricas;
 Ligar sempre as carcaças e barreiras protetoras à terra;
 Não tocar em circuitos ou equipamentos elétricos se estiver com as mãos,
roupas ou calçados molhados;
 Máquinas ou equipamentos elétricos móveis só podem ser ligados por
intermédio de conjunto plugue e tomada.

PREVENÇÃO E CONTR. DE RISCOS EM MÁQS.,EQUIP. E INS. 111


EQUIPAMENTOS ELÉTRICOS - ÁREA CLASSIFICADA

Zona Tipo de proteção

0 • Intrinsecamente seguro

1 • A prova de explosão
• Intrinsecamente seguro
• Segurança aumentada

2 • Intrinsecamente seguro

Poeiras
ZONA 20: área na qual uma mistura explosiva em forma de nuvem de pó está
presente continuamente ou por grandes períodos de tempo (grau contínuo);
ZONA 21: área na qual a mistura explosiva em forma de nuvem de pó pode estar
presente durante o funcionamento normal do processo (grau primário);
ZONA 22: área na qual uma mistura explosiva em forma de nuvem de pó não está
normalmente presente. Caso esteja, será por curtos períodos de tempo (grau
secundário).

IMPORTANTE!

A CERTIFICAÇÃO DOS EQUIPAMENTOS ELÉTRICOS

Conforme Portaria do Inmetro nº 176/00, posteriormente substituída pela Portaria nº


83/06 e, a partir de 05/2010, pela de nº 179/10, todos os equipamentos elétricos para
uso em áreas classificadas devem ser “certificados”. Essa certificação somente pode
ser concedida por entidades credenciadas pelo Inmetro.

PREVENÇÃO E CONTR. DE RISCOS EM MÁQS.,EQUIP. E INS. 112


Dessa forma, todo equipamento elétrico instalado em área classificada deve ser
acompanhado do certificado correspondente e identificado com sua marcação no
corpo do mesmo e claramente visível.

Grupos de classificação
Com essas informações, já é possível imaginar o quanto ficaria caro construir uma
indústria com todos os equipamentos para atmosfera explosiva estando no mais alto
nível de proteção e classificação. Mediante isso, para que ocorra redução no custo, os
equipamentos foram divididos em grupos para que possam atender apenas a
determinada demanda da indústria e se tornarem equipamentos mais específicos, e,
consequentemente, não obtendo funções que não seriam utilizadas e os deixassem
caro.
Portanto, temos os grupos I, II e III e suas subdivisões:
Grupo I
PREVENÇÃO E CONTR. DE RISCOS EM MÁQS.,EQUIP. E INS. 113
Equipamento elétrico para minas suscetíveis à liberação de Grisu ou Firedamp
(derivado do metano);

Grupo II
Equipamentos elétricos com aplicações em outros locais, se não o grupo I, com
atmosfera explosiva, sendo ele subdividido em 3 partes que variam de acordo com as
substâncias envolvidas na operação. Essas 3 partes são, conforme NBR IEC 60079-0:

Grupo IIA: são produtos pertencentes à família do propeno;


Grupo IIB: são produtos pertencentes à família do etileno;
Grupo IIC: são produtos pertencentes à família do hidrogênio, acetileno,
incluindo-se o bissulfeto de carbono (esse grupo de gás é considerado o mais fatal).

PREVENÇÃO E CONTR. DE RISCOS EM MÁQS.,EQUIP. E INS. 114


Abaixo, segue tabela orientativa dos gases e sua relação com os grupos dos
equipamentos:

Tabela de grupo de gases x gás.

Atenção: a tabela acima é orientativa. Deve-se consultar as normas NBR IEC 60079-
20, NFPA497M, NFPA325M, NFPA499 e ANSI/ASHARE 15 nas aplicações com amônia.

“NR-33”: SEGURANÇA NO TRABALHO EM ESPAÇOS CONFINADOS

OBJETIVOS:

Os requisitos desta norma são destinados a:


Identificação de espaços confinados e seus riscos;
Avaliação, monitoramento e controle dos riscos existentes;
Garantir a segurança e saúde dos trabalhadores.

PREVENÇÃO E CONTR. DE RISCOS EM MÁQS.,EQUIP. E INS. 115


O que são espaços confinados?
São espaços que possuem aberturas de entrada e saída limitadas; não possuem
ventilação natural suficiente para remover contaminantes; podem ter pouco ou
nenhum oxigênio, ou, ainda, atmosferas enriquecidas; podem conter produtos tóxicos
ou inflamáveis; e não foram projetados para ocupação contínua por trabalhadores.
Para reconhecer um local como espaço confinado, é preciso avaliação do potencial de
risco dos ambientes, processos, produtos etc.
O risco mais sério está na ATMOSFERA do ambiente confinado.

Medidas de segurança que devem ser aplicadas?

 Treinamento a todos os trabalhadores;


 Inspeção prévia no local;
 Exames médicos;
 Permissão de entrada e trabalho;
 Supervisor de entrada e vigia;
 Sinalização e isolamento da área;
 Equipamentos de ventilação;
 Equipamentos medidores de oxigênio, gases e vapores tóxicos e
inflamáveis;
 Equipamentos de comunicação;
 Iluminação;
 Equipamentos de proteção individual;
 Equipamentos de resgate;

 NR-13: caldeiras, vasos de pressão e tubulações.

13.1 Introdução
13.1.1 Esta Norma Regulamentadora - NR estabelece requisitos mínimos para gestão
da integridade estrutural de caldeiras a vapor, vasos de pressão e suas tubulações de
PREVENÇÃO E CONTR. DE RISCOS EM MÁQS.,EQUIP. E INS. 116
interligação nos aspectos relacionados à instalação, inspeção, operação e manutenção,
visando à segurança e à saúde dos trabalhadores.
13.1.2 O empregador é o responsável pela adoção das medidas determinadas nesta
NR.

PREVENÇÃO E CONTR. DE RISCOS EM MÁQS.,EQUIP. E INS. 117


13.1.2 O empregador é o responsável pela adoção das medidas determinadas nesta
norma.
13.3.11.3 Os trabalhadores, com base em sua capacitação e experiência, devem
interromper suas tarefas, exercendo o direito de recusa, sempre que
constatarem evidências de riscos graves e iminentes para sua segurança e saúde ou
de outras pessoas, comunicando imediatamente o fato a seu superior hierárquico.

NORMA REGULAMENTADORA NR-9


Item 9.6.3 O empregador deverá garantir que, na ocorrência de riscos ambientais
nos locais de trabalho que coloquem em situação de grave e iminente risco um ou
mais trabalhadores, os mesmos possam interromper de imediato as suas atividades,
comunicando o fato ao superior hierárquico direto para as devidas providências.

NR-20 – LÍQUIDOS COMBUSTÍVEIS E INFLAMÁVEIS

Publicação: D.O.U. Portaria GM nº 3.214, de 08 de junho de 1978.

20.1 Líquidos combustíveis.


PREVENÇÃO E CONTR. DE RISCOS EM MÁQS.,EQUIP. E INS. 118
20.1.1 Para efeito desta Norma Regulamentadora - NR fica definido "líquido
combustível" como todo aquele que possua ponto de fulgor igual ou superior a 70ºC
(setenta graus centígrados) e inferior a 93,3ºC (noventa e três graus e três décimos
de graus centígrados).

Ponto de fulgor: temperatura mínima necessária para que um combustível


desprenda vapores ou gases inflamáveis.

600

Líquidos Inflamáveis Líquidos Combustíveis


930

200
101,3kPa
Gases Inflamáveis

13.5.1.2 Para efeito desta NR, os vasos de pressão são classificados em categorias
segundo a classe de fluido e o potencial de risco.
a) Os fluidos contidos nos vasos de pressão são classificados conforme descrito a
seguir:
Classe A: Fluidos inflamáveis; fluidos combustíveis com temperatura superior ou igual
a 200 ºC (duzentos graus Celsius); fluidos tóxicos com limite de tolerância igual ou
inferior a 20 (vinte) partes por milhão (ppm); hidrogênio; acetileno.
Classe B: Fluidos combustíveis com temperatura inferior a 200 ºC (duzentos graus
Celsius); Fluidos tóxicos com limite de tolerância superior a 20 (vinte) partes por
milhão (ppm).
Classe C: Vapor de água, gases asfixiantes simples ou ar comprimido.
Classe D: outro fluido não enquadrado acima. (Item relacionado com a própria norma
NR 13)

PREVENÇÃO E CONTR. DE RISCOS EM MÁQS.,EQUIP. E INS. 119


13.2 Abrangência: define o que são os vasos de pressão e as caldeiras

13.2.1 Esta NR deve ser aplicada aos seguintes equipamentos:


a) todos os equipamentos enquadrados como caldeiras conforme item 13.4.1.1;
b) vasos de pressão cujo produto P.V seja superior a 8 (oito), onde P é a pressão
máxima de operação em kPa e V o seu volume interno em m3;
c) vasos de pressão que contenham fluido da classe A, especificados no item 13.5.1.2,
alínea “a)”, independente das dimensões e do produto P.V;
d) recipientes móveis com P.V superior a 8 (oito) ou com fluido da classe A,
especificados no item 13.5.1.2, alínea “a)”;
e) tubulações ou sistemas de tubulação interligados a caldeiras ou vasos de pressão,
que contenham fluidos de classe A ou B conforme item 13.5.1.2, alínea “a)” desta NR.
(Item relacionado com a própria norma NR 13)

PREVENÇÃO E CONTR. DE RISCOS EM MÁQS.,EQUIP. E INS. 120


CICLO DE OPERAÇÃO DO EQUIPAMENTO – CONDIÇÃO DE RGI

RGI: Risco grave e iminente;


PAV: Pressão de abertura da válvula;
PMTA: Pressão máxima de trabalho admissível é o maior valor de pressão compatível
com o código do projeto, a resistência dos materiais utilizados, as dimensões do
equipamento e seus parâmetros operacionais.

13.2.2 Os equipamentos abaixo referenciados devem ser submetidos às inspeções


previstas em códigos e normas nacionais ou internacionais a eles relacionados, ficando
dispensados do cumprimento dos demais requisitos desta NR:
a) recipientes transportáveis, vasos de pressão destinados ao transporte de produtos,
reservatórios portáteis de fluido comprimido e extintores de incêndio;
b) vasos de pressão destinados à ocupação humana;
c) vasos de pressão que façam parte integrante de pacote de máquinas de fluido
rotativas ou alternativas;
d) dutos;
e) fornos e serpentinas para troca térmica;

PREVENÇÃO E CONTR. DE RISCOS EM MÁQS.,EQUIP. E INS. 121


f) tanques e recipientes para armazenamento e estocagem de fluidos não enquadrados
em normas e códigos de projeto relativos a vasos de pressão;
g) vasos de pressão com diâmetro interno inferior a 150 mm (cento e cinquenta
milímetros) para fluidos das classes B, C e D, conforme especificado no item 13.5.1.2,
alínea “a)”;
h) trocadores de calor por placas corrugadas gaxetadas;
i) geradores de vapor não enquadrados em códigos de vasos de pressão;
j) tubos de sistemas de instrumentação com diâmetro nominal ≤ 12,7 mm (doze
milímetros e sete décimos);
k) tubulações de redes públicas de tratamento e distribuição de água e gás e de coleta
de esgoto. (Item relacionado com a própria norma NR 13)

13.3 Disposições gerais

13.3.1 Constitui condição de risco grave e iminente - RGI o não cumprimento


de qualquer item previsto nesta NR que possa causar acidente ou doença relacionada
ao trabalho, com lesão grave à integridade física do trabalhador, especialmente:
a) operação de equipamentos abrangidos por esta NR sem dispositivos de segurança
ajustados com pressão de abertura igual ou inferior a pressão máxima de trabalho
admissível - PMTA, instalado diretamente no vaso ou no sistema que o inclui,
considerados os requisitos do código de projeto relativos a aberturas escalonadas e
tolerâncias de calibração;
b) atraso na inspeção de segurança periódica de caldeiras;
c) bloqueio inadvertido de dispositivos de segurança de caldeiras e vasos de pressão,
ou seu bloqueio intencional sem a devida justificativa técnica baseada em códigos,
normas ou procedimentos formais de operação do equipamento;
d) ausência de dispositivo operacional de controle do nível de água de caldeira;
e) operação de equipamento enquadrado nesta NR com deterioração atestada por
meio de recomendação de sua retirada de operação constante de parecer conclusivo
em relatório de inspeção de segurança, de acordo com seu respectivo código de
projeto ou de adequação ao uso;
PREVENÇÃO E CONTR. DE RISCOS EM MÁQS.,EQUIP. E INS. 122
f) operação de caldeira por trabalhador que não atenda aos requisitos estabelecidos
no Anexo I desta NR (CAPACITAÇÃO PESSOAL), ou que não esteja sob supervisão,
acompanhamento ou assistência específica de operador qualificado.

13.3.1.1 Por motivo de força maior e com justificativa formal do empregador,


acompanhada por análise técnica e Respectivas medidas de contingência para
mitigação dos riscos, elaborada por Profissional Habilitado - PH ou por grupo
multidisciplinar por ele coordenado, pode ocorrer postergação de até 6 (seis) meses
do prazo previsto para a inspeção de segurança periódica da caldeira.

13.3.1.1.1 O empregador deve comunicar ao sindicato dos trabalhadores da categoria


predominante no estabelecimento a justificativa formal para postergação da inspeção
de segurança periódica da caldeira.

13.3.2 Para efeito desta NR, considera-se Profissional Habilitado - PH aquele


que tem competência legal para o exercício da profissão de engenheiro nas atividades
referentes a projeto de construção, acompanhamento da operação e da manutenção,
inspeção e supervisão de inspeção de caldeiras, vasos de pressão e tubulações, em
conformidade com a regulamentação profissional vigente no País.

13.3.3 Todos os reparos ou alterações em equipamentos abrangidos por


esta NR devem respeitar os respectivos códigos de projeto e pós-construção
e as prescrições do fabricante no que se refere a:
a) materiais;
b) procedimentos de execução;
c) procedimentos de controle de qualidade;
d) qualificação e certificação de pessoal.

13.3.4 Quando não for conhecido o código de projeto, deve ser respeitada a
concepção original do vaso de pressão, caldeira ou tubulação, empregando-
se os procedimentos de controle prescritos pelos códigos pertinentes.

PREVENÇÃO E CONTR. DE RISCOS EM MÁQS.,EQUIP. E INS. 123


13.3.5 A critério do PH podem ser utilizadas tecnologias de cálculo ou
procedimentos mais avançados, em substituição aos previstos pelos códigos
de projeto.

Código de projeto - conjunto de normas e regras que estabelece os requisitos para


o projeto, construção, montagem, controle de qualidade da fabricação e inspeção de
equipamentos.

13.3.6 Projetos de alteração ou reparo - PAR devem ser concebidos


previamente nas seguintes situações:
a) sempre que as condições de projeto forem modificadas;
b) sempre que forem realizados reparos que possam comprometer a segurança.

13.3.7 O PAR deve:


a) ser concebido ou aprovado por PH;
b) determinar materiais, procedimentos de execução, controle de qualidade e
qualificação de pessoal;
c) ser divulgado para os empregados do estabelecimento que estão envolvidos com o
equipamento.

13.3.8 Todas as intervenções que exijam mandrilamento ou soldagem em partes que


operem sob pressão devem ser objeto de exames ou testes para controle da qualidade
com parâmetros definidos pelo PH, de acordo com normas ou códigos aplicáveis.

13.3.9 Os sistemas de controle e segurança das caldeiras e dos vasos de pressão


devem ser submetidos à manutenção preventiva ou preditiva.

13.3.10 O empregador deve garantir que os exames e testes em caldeiras, vasos de


pressão e tubulações sejam executados em condições de segurança para seus
executantes e demais trabalhadores envolvidos.

PREVENÇÃO E CONTR. DE RISCOS EM MÁQS.,EQUIP. E INS. 124


13.4.1 Caldeiras a vapor - disposições gerais

13.4.1.1 Caldeiras a vapor são equipamentos destinados a produzir e acumular vapor


sob pressão superior à atmosférica, utilizando qualquer fonte de energia, projetados
conforme códigos pertinentes, excetuando-se refervedores e similares. [...]

13.3.11 O empregador deve comunicar ao órgão regional do Ministério do


Trabalho e Emprego e ao sindicato da categoria profissional predominante
no estabelecimento a ocorrência de vazamento, incêndio ou explosão
envolvendo equipamentos abrangidos nesta NR que tenha como
consequência uma das situações a seguir:
a) morte de trabalhador (es);
b) acidentes que implicaram em necessidade de internação hospitalar de trabalhador
(es);
c) eventos de grande proporção.
TESTE HIDROSTÁTICO EM
CALDEIRAS

Furo em curva do superaquecedor


de uma caldeira. Foi visto devido a
caldeira ter passado por um teste
hidrostático.

13.3.11.1 A comunicação deve ser encaminhada até o segundo dia útil após
a ocorrência e deve conter:
a) razão social do empregador, endereço, local, data e hora da ocorrência;
b) descrição da ocorrência;
PREVENÇÃO E CONTR. DE RISCOS EM MÁQS.,EQUIP. E INS. 125
c) nome e função da (s) vítima(s);
d) procedimentos de investigação adotados;
e) cópia do último relatório de inspeção de segurança do equipamento envolvido;
f) cópia da comunicação de acidente de trabalho (CAT).

13.3.11.2 Na ocorrência de acidentes previstos no item 13.3.11, o


empregador deve comunicar a representação sindical dos trabalhadores
predominante do estabelecimento para compor uma comissão de
investigação.
13.3.11.3 Os trabalhadores, com base em sua capacitação e experiência,
devem interromper suas tarefas, exercendo o direito de recusa, sempre que
constatarem evidências de riscos graves e iminentes para sua segurança e
saúde ou de outras pessoas, comunicando imediatamente o fato a seu
superior hierárquico.

13.3.11.3.1 É dever do empregador:

a) assegurar aos trabalhadores o direito de interromper suas atividades, exercendo o


direito de recusa nas situações previstas no item 13.3.11.3, e em consonância com o
item 9.6.3 da Norma Regulamentadora 9;
b) diligenciar de imediato as medidas cabíveis para o controle dos riscos.

13.3.11.4 O empregador deverá apresentar, quando exigida pela autoridade


competente do órgão regional do Ministério do Trabalho e Emprego, a documentação
mencionada nos itens 13.4.1.6, 13.5.1.6 e 13.6.1.4. [...]

13.4.1.2 Para os propósitos desta NR, as caldeiras são classificadas em 3


(três) categorias, conforme segue:
a) caldeiras da categoria A são aquelas cuja pressão de operação é igual ou superior
a 1960 kPa (19,98 kgf/cm2);

PREVENÇÃO E CONTR. DE RISCOS EM MÁQS.,EQUIP. E INS. 126


b) caldeiras da categoria C são aquelas cuja pressão de operação é igual ou inferior a
588 kPa (5,99 kgf/cm2) e o volume interno é igual ou inferior a 100 l (cem litros);
c) caldeiras da categoria B são todas as caldeiras que não se enquadram nas categorias
anteriores.

Representação das categorias de caldeiras

Pressão – ( Kpa)
CATEGORIA “A”
1960
CATEGORIA “B”
588
CATEGORIA “C”

100 Volume - Litros

PREVENÇÃO E CONTR. DE RISCOS EM MÁQS.,EQUIP. E INS. 127


As válvulas de segurança e/ou alívio são dispositivos mecânicos de alívio de pressão
autoatuados e projetados para abrir quando a pressão de operação de uma caldeira,
vaso de pressão, trocador de calor, tubulação, entre outros, exceder os limites de
pressão e temperatura desses equipamentos. Elas atuam para remover parte daquela
energia contida nos fluidos, reduzindo, consequentemente, a pressão a um nível
seguro novamente.

São consideradas como a última linha (ou o último estágio) de defesa para a proteção
de um equipamento que possa ser exposto a uma pressão superior à atmosférica
quando outros instrumentos destinados a essa proteção falharam ou foram
insuficientes para fornecer essa proteção. Sendo que as válvulas de segurança e/ou
alívio utilizam a própria energia contida num fluido pressurizado para sua operação;
então, as perdas de energia causadas tanto na tubulação de entrada quanto
na de saída podem afetar adversamente seu correto desempenho
operacional.
Durante o processo de alívio pela válvula, a pressão na conexão de entrada é
reduzida devido às perdas de pressão. Sob essas condições de escoamento do
fluxo, a válvula pode abrir e fechar várias vezes, e de forma muito rápida, até que a

PREVENÇÃO E CONTR. DE RISCOS EM MÁQS.,EQUIP. E INS. 128


pressão dentro do vaso seja definitivamente reduzida para a pressão de fechamento.
A válvula de segurança somente responde para a pressão, atuando dentro da garganta
do bocal, embaixo de seu flange de entrada e dentro da conexão de entrada vinda do
vaso. Quando a pressão dentro da conexão de entrada diminui, durante o processo de
alívio, para um valor menor que a pressão de fechamento da válvula, isto é, a
porcentagem de perdas de pressão é maior que a porcentagem do
diferencial de alívio, ela fecha, e a vazão é interrompida. Com essa interrupção
do fluxo, as perdas de energia (pressão e velocidade de escoamento) na tubulação de
entrada desaparecem, e a pressão é elevada novamente. Se a pressão lá dentro do
vaso estiver num valor igual ou maior que o valor da pressão de ajuste da válvula,
esta poderá abrir e fechar novamente.
Dependendo da queda de pressão existente nesse trecho, a pressão dentro do vaso
pode alcançar valores maiores que a pressão de alívio da válvula de segurança e que
a própria PMTA do vaso, expondo-o a uma condição operacional muito perigosa.
Em outras palavras, quando a válvula de segurança abre e o fluido começa a escoar
através da área da garganta do bocal, as perdas de pressão começam a ocorrer na
tubulação de entrada, reduzindo até a face inferior do suporte do disco. Quanto maior
for o fluxo pela válvula nas condições de alívio, maiores serão aquelas perdas de
pressão; consequentemente, a pressão dentro do vaso será maior que a pressão de
alívio pela válvula de segurança. Essa situação fica ainda mais crítica e perigosa
para o processo quando a pressão de ajuste da válvula de segurança coincide com o
valor da PMTA do vaso, e este é protegido somente por uma válvula de segurança
e/ou alívio, corretamente dimensionada quanto à capacidade de vazão requerida pelo
processo, porém incorretamente instalada quanto à tubulação de entrada.

13.4.1.3 As caldeiras devem ser dotadas dos seguintes itens:


a) válvula de segurança com pressão de abertura ajustada em valor igual ou
inferior a PMTA, considerados os requisitos do código de projeto relativos a
aberturas escalonadas e tolerâncias de calibração;
b) instrumento que indique a pressão do vapor acumulado;

PREVENÇÃO E CONTR. DE RISCOS EM MÁQS.,EQUIP. E INS. 129


c) injetor ou sistema de alimentação de água independente do principal que
evite o superaquecimento por alimentação deficiente, acima das
temperaturas de projeto, de caldeiras de combustível sólido não atomizado
ou com queima em suspensão.

Sistema de controle de nível e água de alimentação

À medida que vapor é produzido, é necessário repor a água na caldeira. O sinal para
a reposição é dado por um “identificador” de nível que pode funcionar por eletrodos
de condutividade ou por boia.

PREVENÇÃO E CONTR. DE RISCOS EM MÁQS.,EQUIP. E INS. 130


d) sistema dedicado de drenagem rápida de água em caldeiras de
recuperação de álcalis, com ações automáticas após acionamento pelo
operador;
e) sistema automático de controle do nível de água com intertravamento
que evite o superaquecimento por alimentação deficiente.
13.4.1.4 Toda caldeira deve ter afixada em seu corpo, em local de fácil
acesso e bem visível, placa de identificação indelével com, no mínimo, as
seguintes informações:
a) nome do fabricante;
b) número de ordem dado pelo fabricante da caldeira;
c) ano de fabricação;
d) pressão máxima de trabalho admissível;
e) pressão de teste hidrostático de fabricação;
(Vide condições na Portaria MTE n.º 594, de 28 de abril de 2014)
f) capacidade de produção de vapor;
g) área de superfície de aquecimento;
h) código de projeto e ano de edição.

13.4.1.5 Além da placa de identificação, deve constar, em local visível, a


categoria da caldeira, conforme definida no item 13.4.1.2 desta NR, e seu
número ou código de identificação. [...]
13.4.1.6 Toda caldeira deve possuir, no estabelecimento onde estiver
instalada, a seguinte documentação devidamente atualizada:
a) Prontuário da caldeira, fornecido por seu fabricante, contendo as
seguintes informações:
- código de projeto e ano de edição;
- especificação dos materiais;
- procedimentos utilizados na fabricação, montagem e inspeção final;
- metodologia para estabelecimento da PMTA;
- registros da execução do teste hidrostático de fabricação;
- conjunto de desenhos e demais dados necessários para o monitoramento da vida útil
da caldeira;
PREVENÇÃO E CONTR. DE RISCOS EM MÁQS.,EQUIP. E INS. 131
- características funcionais;
- dados dos dispositivos de segurança;
- ano de fabricação;
- categoria da caldeira; [...]

13.4.2.6 As caldeiras classificadas na categoria A devem possuir painel de


instrumentos instalados em sala de controle, construída segundo o que
estabelecem as Normas Regulamentadoras aplicáveis. [...]
13.5.1.2 Para efeito desta NR, os vasos de pressão são classificados em
categorias segundo a classe de fluido e o potencial de risco. [...]

c) Os vasos de pressão são classificados em grupos de potencial de risco em


função do produto P.V, onde P é a pressão máxima de operação em MPa e V
o seu volume em m3, conforme segue:
Grupo 1 - P.V ≥ 100
Grupo 2 - P.V < 100 e P.V ≥ 30
Grupo 3 - P.V < 30 e P.V ≥ 2,5
Grupo 4 - P.V < 2,5 e P.V ≥ 1
Grupo 5 - P.V < 1
d) Vasos de pressão que operem sob a condição de vácuo devem se
enquadrar nas seguintes categorias:
- categoria I: para fluidos inflamáveis ou combustíveis;
- categoria V: para outros fluidos.
e) A tabela a seguir classifica os vasos de pressão em categorias de acordo
com os grupos de potencial de risco e a classe de fluido contido.

PREVENÇÃO E CONTR. DE RISCOS EM MÁQS.,EQUIP. E INS. 132


Notas:
a) Considerar volume em m³ e pressão em MPa;
b) Considerar 1 MPa correspondente a 10,197 kgf/cm².

PREVENÇÃO E CONTR. DE RISCOS EM MÁQS.,EQUIP. E INS. 133


13.5.4 Inspeção de segurança de vasos de pressão

13.5.4.5 A inspeção de segurança periódica, constituída por exames externo


e interno, deve obedecer aos seguintes prazos máximos estabelecidos a
seguir:

a) para estabelecimentos que não possuam SPIE, conforme citado no Anexo


II:

b) para estabelecimentos que possuam SPIE, conforme citado no Anexo II,


consideradas as tolerâncias nele previstas:

13.5.4.6 Vasos de pressão que não permitam acesso visual para o exame interno
ou externo por impossibilidade física devem ser submetidos alternativamente a outros
exames não destrutivos e metodologias de avaliação da integridade, a critério
do PH, baseados em normas e códigos aplicáveis à identificação de mecanismos de
deterioração.
13.5.4.7 Vasos de pressão com enchimento interno ou com catalisador podem
ter a periodicidade de exame interno ampliada, de forma a coincidir com a época

PREVENÇÃO E CONTR. DE RISCOS EM MÁQS.,EQUIP. E INS. 134


da substituição de enchimentos ou de catalisador, desde que esta ampliação seja
precedida de estudos conduzidos por PH ou por grupo multidisciplinar por ele
coordenado, baseados em normas e códigos aplicáveis, onde sejam implementadas
tecnologias alternativas para a avaliação da sua integridade estrutural.
13.5.4.8 Vasos de pressão com temperatura de operação inferior a 0 ºC (zero grau
Celsius) e que operem em condições nas quais a experiência mostre que não ocorre
deterioração devem ser submetidos a exame interno a cada 20 (vinte) anos e
exame externo a cada 2 (dois) anos.

13.5.4.9 As válvulas de segurança dos vasos de pressão devem ser desmontadas,


inspecionadas e calibradas com prazo adequado à sua manutenção, porém, não
superior ao previsto para a inspeção de segurança periódica interna dos vasos de
pressão por elas protegidos.

13.5.4.10 A inspeção de segurança extraordinária deve ser feita nas seguintes


oportunidades:
a) sempre que o vaso de pressão for danificado por acidente ou outra ocorrência que
comprometa sua segurança;
b) quando o vaso de pressão for submetido a reparo ou alterações importantes,
capazes de alterar sua condição de segurança;
c) antes do vaso de pressão ser recolocado em funcionamento, quando permanecer
inativo por mais de 12 (doze) meses;
d) quando houver alteração do local de instalação do vaso de pressão, exceto para
vasos móveis.

13.6.1 Tubulações - disposições gerais

13.6.1.1 As empresas que possuem tubulações e sistemas de tubulações


enquadradas nesta NR devem possuir um programa e um plano de inspeção
que considere, no mínimo, as variáveis, condições e premissas descritas
abaixo: (Vide prazo na Portaria MTE n.º 594, de 28 de abril de 2014)
a) os fluidos transportados;
PREVENÇÃO E CONTR. DE RISCOS EM MÁQS.,EQUIP. E INS. 135
b) a pressão de trabalho;
c) a temperatura de trabalho;
d) os mecanismos de danos previsíveis;
e) as consequências para os trabalhadores, instalações e meio ambiente trazidas por
possíveis falhas das tubulações.

13.6.1.2 As tubulações ou sistemas de tubulação devem possuir dispositivos


de segurança conforme os critérios do código de projeto utilizado, ou em
atendimento às recomendações de estudo de análises de cenários de falhas.

13.6.1.3 As tubulações ou sistemas de tubulação devem possuir indicador


de pressão de operação, conforme definido no projeto de processo e
instrumentação. [...]

13.6.1.5 Os documentos referidos no item 13.6.1.4, quando inexistentes ou


extraviados, devem ser reconstituídos pelo empregador, sob a responsabilidade
técnica de um PH.
13.6.1.6 A documentação referida no item 13.6.1.4 deve estar sempre à disposição
para fiscalização pela autoridade competente do Órgão Regional do Ministério do
Trabalho e Emprego, e para consulta pelos operadores, pessoal de manutenção, de
inspeção e das representações dos trabalhadores e do empregador na Comissão
Interna de Prevenção de Acidentes - CIPA, devendo, ainda, o empregador assegurar
o acesso a essa documentação à representação sindical da categoria profissional
predominante no estabelecimento, quando formalmente solicitado.

13.6.2 Segurança na operação de tubulações


13.6.2.1 Os dispositivos de indicação de pressão da tubulação devem ser mantidos em
boas condições operacionais.
13.6.2.2 As tubulações de vapor e seus acessórios devem ser mantidos em boas
condições operacionais, de acordo comum plano de manutenção elaborado pelo
estabelecimento.

PREVENÇÃO E CONTR. DE RISCOS EM MÁQS.,EQUIP. E INS. 136


13.6.2.3 As tubulações e sistemas de tubulação devem ser identificáveis segundo
padronização formalmente instituída pelo estabelecimento, e sinalizadas conforme a
NR-26. (Vide prazo na Portaria MTE n.º 594, de 28 de abril de 2014)

13.6.3 Inspeção periódica de tubulações

13.6.3.1 Deve ser realizada inspeção de segurança inicial nas tubulações. (Vide
condições na Portaria MTE n.º 594, de 28 de abril de 2014)
13.6.3.2 As tubulações devem ser submetidas à inspeção de segurança periódica.
(Vide prazo na Portaria MTE n.º 594, de 28 de abril de 2014) [...]
13.6.3.4 Os intervalos de inspeção periódica da tubulação não podem exceder os
prazos estabelecidos em seu programa de inspeção, consideradas as tolerâncias
permitidas para as empresas com SPIE.
13.6.3.5 O programa de inspeção pode ser elaborado por tubulação, linha ou por
sistema, a critério de PH, e, no caso de programação por sistema, o intervalo a ser
adotado deve ser correspondente ao da sua linha mais crítica.
13.6.3.6 As inspeções periódicas das tubulações devem ser constituídas de exames e
análises definidas por PH, que permitam uma avaliação da sua integridade estrutural
de acordo com normas e códigos aplicáveis.
13.6.3.6.1 No caso de risco à saúde e à integridade física dos trabalhadores envolvidos
na execução da inspeção, a linha deve ser retirada de operação.

13.6.3.7 Deve ser realizada inspeção extraordinária nas seguintes situações:


a) sempre que a tubulação for danificada por acidente ou outra ocorrência que
comprometa a segurança dos trabalhadores;
b) quando a tubulação for submetida a reparo provisório ou alterações significativas,
capazes de alterar sua capacidade de contenção de fluído;
c) antes de a tubulação ser recolocada em funcionamento, quando permanecer inativa
por mais de 24 (vinte e quatro) meses.
13.6.3.8 A inspeção periódica de tubulações deve ser executada sob a
responsabilidade técnica de PH. [...]
PREVENÇÃO E CONTR. DE RISCOS EM MÁQS.,EQUIP. E INS. 137
f) resultado das inspeções;
g) parecer conclusivo quanto à integridade da tubulação, do sistema de tubulação ou
da linha até a próxima inspeção;
h) recomendações e providências necessárias;
i) data prevista para a próxima inspeção;
j) nome legível, assinatura e número do registro no conselho profissional do PH e nome
legível e assinatura de técnicos que participaram da inspeção.
13.6.3.9.1 O prazo para emissão desse relatório é de até 30 (trinta) dias para linhas
individuais e de até 90 (noventa) dias para sistemas de tubulação.
13.6.3.10 As recomendações decorrentes da inspeção devem ser implementadas pelo
empregador, com a determinação de prazos e responsáveis pela sua execução.

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