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AD1 - Contemporânea I - Leonardo - Dangelo

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO

CEDERJ – Licenciatura em História

Leonardo Dangelo
16216090149

HISTÓRIA CONTEMPORÂNEA I – 2021.1


Avaliação à Distância 1 – AD1

Duque de Caxias
2021.1
A formação dos Estados-Nação
TIREI 5,0 – FALTOU UMA DISCUSSÃO

A formação dos Estados-Nação tem no século XIX o seu grande impulso. A


construção da ideia de nação e, consequentemente, de nacionalismo remontam à dois
eventos grandiosos: Revolução Americana de 1776 e a Revolução Francesa de 1789. É
nestes processos revolucionários que há a justificativa da ideologia atrelada à
combinação dos elementos Estado, povo e nação em torno de uma identificação através
da territorialidade.
Foi durante a Revolução Francesa que o sentimento nacional acabou sendo
estimulado pela defesa de interesses comuns contra os interesses particulares, além dos
revolucionários dividirem os mesmos ideais de fraternidade, igualdade e liberdade. A
consciência da população em ser parte de um todo é derivada da defesa destes ideais de
emancipação. O espírito dos franceses no I aniversário da Revolução Francesa
solidificou a unidade da pátria – a partir deste momento é que se registra o surgimento
do patriotismo ao nível das massas.
Napoleão é o responsável por tal sentimento que uniu praticamente todos os
franceses sob o manto da ideia de nação e superioridade da França, sabendo integrar as
diferentes classes sociais através do ideal de defesa da propriedade privada. O exército
foi fundamental nesta marcha mediante o alistamento obrigatório para repelir invasões
por parte daqueles que queriam restaurar a velha ordem. O exército francês deixou de
ser um exército de mercenários para se transformar em um exército de patriotas,
moldando, assim, um espírito nacional. Segundo Sciarretta (2011, p. 54) mesmo com a
derrota militar de Napoleão, a revolução triunfou no campo das ideias e também no
tocante aos sentimentos de independência nacional.
O historiador Eugen Weber destacou, de acordo com Sciarretta (2011, p. 58), ao
estudar as comunidades camponeses da França no final do século XIX, que fatores
aglutinadores de nacionalização que ajudaram na transformação destes simples
camponeses em franceses. O primeiro fator seria a industrialização derivada da
Revolução Industrial que, através de uma rede rodoviária e ferroviária bem capilar,
promoveu o movimento e troca de conhecimento entre as muitas regiões do país. Já o
segundo seria a modificação do sistema político-representativo, através do sufrágio
universal masculino, direcionando os indivíduos a participarem da vida da comunidade
nacional. Por último, cita outras dimensões, como a escola, o hino, a geografia e história
do país que fomentariam o orgulho de servir à pátria e, inclusive, morrer defendendo-a.
O século XIX observou repetidas ondas revolucionárias – 1820, 1830 e 1838 –
calcadas nos ideários do liberalismo burguês e no nacionalismo, cuja principal causa de
resistência foi o Absolutismo. Liberalismo este bastante atrelado ao desenvolvimento
das nações, sendo considerado como uma fase de progresso humano. Importante
salientar que houve a formação de Estados nacionais por vias diferentes. Enquanto,
como na França e na Inglaterra, isto ocorreu no interior do Estado – já independentes e
estruturados – outras instâncias nacionalistas se desenvolveram dentro de “nações sem
Estado” como Itália e Alemanha – caracterizados por certa homogeneidade etnocultural
do território.
Quando falamos em identidade nacional há uma larga discussão se seria natural
ou como construção humana. Sciarretta (2011, p.76) afirma que o historiador Anthony
D. Smith crê que a nação existe antes mesmo da formação do Estado-nação, em que a
consciência das massas seria formada apenas pela sua tomada de decisão. Já o italiano
Frederico Chabod, adota uma identidade de “sangue e solo”, proveniente da cultura
romântica alemã, configurada como uma abordagem nacionalista oriental. O viés
ocidental é fundamentado pelos princípios iluministas, notadamente as ideias contidas
no Contrato Social de Rousseau, vendo-o como a vontade consciente dos cidadãos em
pertencer uma mesma comunidade.
Outros historiadores, tal como Eric Hobsbawm compreendem os conceitos de
nação e identidade cultural como uma construção cultural. É a chamada corrente
interpretativa “culturalista” entendendo a formação dos Estados nacionais como “antes a
construção do Estado-nação e depois a criação da identidade nacional”, segundo
Sciarretta (2011, p. 77).

Referências

SCIARETTA, Massimo. Aula 2: A formação dos Estados-nação e o processo de


nacionalização das massas. In: ROMANI, Carlo; SCIARETTA, Massimo. História
Contemporânea I. v.1 – Rio de Janeiro: Fundação CECIERJ, 2011. pp 45-83.

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