Apostila Estatística Aplicada
Apostila Estatística Aplicada
Apostila Estatística Aplicada
APLICADA
1
2
ESTATÍSTICA
1 - INTRODUÇÃO:
1.1 Definições:
Definição 1: A Estatística trata dos métodos científicos para coleta, organização, descrição, análise
e interpretação (conclusão) dos dados experimentais visando a tomada de decisões.
“Estatística”, palavra de origem latina, significou por muito tempo “ciência dos negócios do
Estado”.
A Estatística pode ser dividida basicamente em 3 etapas:
- 1ª etapa: Coleta de dados a partir de uma amostra escolhida da população. Para esta
primeira etapa estudaremos as técnicas de Amostragem.
- 2ª etapa: Análise descritiva (ou Estatística Dedutiva), que envolve a parte de resumo e
interpretação dos dados por meio de tabelas, gráficos e medidas descritivas
(quantidades).
- 3ª etapa: Escolha de um possível modelo explicativo para o comportamento do objeto
em estudo, afim de se fazer, numa etapa posterior, a análise confirmatória dos dados,
conhecida como inferência (ou Estatística Indutiva). Para esta última etapa, faz-se
necessário a linguagem das probabilidades, para o esclarecimento de conclusões.
Definição 2: Estatística Dedutiva trata da organização, sumário e apresentação gráfica dos dados.
Definição 3: Estatística Indutiva consiste de métodos para tirar conclusões sobre uma população
baseados em informações obtidas a partir de uma amostra da população.
Definição 4: População: População estatística é a coleção completa e total dos elementos (pessoas,
medidas, itens, etc.) a serem considerados em um estudo estatístico.
1.3 Variáveis:
3
Definição 6: Variável é, convencionalmente, o conjunto de resultados possíveis de um fenômeno.
Definição 7: Variável qualitativa é quando seus valores são expressos por atributos, por exemplo:
sexo (masculino – feminino), cor da pele ( branca, preta, amarela, vermelha, parda, etc.), tipo de
sangue (A, B, AB, O), etc.
Definição 8: Variável quantitativa é quando seus valores são expressos em números, por exemplo:
salários dos operários, idade dos alunos de uma escola, peso, altura, nº de filhos por família, etc.
Tipos de variável quantitativa: - Discreta;
- Contínua.
- Variável quantitativa discreta: é uma variável que só pode assumir valores pertencentes a
um conjunto enumerável, ou seja, só assume valores inteiros.
- Variável quantitativa contínua: é uma variável que pode assumir qualquer valor dentro
de dois limites, ou seja, pode assumir valores “quebrados” (decimais).
2-) Sugira uma população a cada uma das variáveis citadas no exercício 1.
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2 – DISTRIBUIÇÃO POR FREQÜÊNCIAS
Tipos de freqüência:
Exemplo 1: Dada a tabela abaixo, defina qual é a variável em estudo e qual o tipo de variável.
Depois, complete a tabela de distribuição de freqüências encontrando as freqüências relativa e
acumulada.
Solução:
Como vimos no exemplo 1, para representar a variável contínua “renda” foi necessário
organizar os dados em classes. Portanto podemos dizer que a variável renda foi dividida em “4
classes de freqüências”.
O agrupamento em classes acarreta uma perda de informações, uma vez que não é possível a
volta aos dados originais a partir da tabela. Assim, quando necessitarmos de informações mais
detalhadas sobre os dados da tabela, devemos usar algumas medidas obtidas a partir das classes de
freqüências. São elas:
- Limite inferior (Li): é o menor valor que a variável pode assumir em uma classe de
freqüências;
- Limite superior (Ls): é o maior valor que a variável pode assumir em uma classe de
freqüências;
5
- Ponto médio (Pm): o ponto médio de uma classe de freqüências é a média aritmética
Li + Ls
entre o Li e o Ls da mesma (classe), ou seja, Pm = ;
2
- Amplitude (h): é a diferença entre o Ls e o Li da classe, ou seja: h = Ls – Li;
- Amplitude Total (ht): è a diferença entre o LS da última classe de freqüência com o LI
da primeira classe, ou seja: ht = LS – LI.
1-) A partir das idades dos alunos de uma escola, fazer uma distribuição por freqüência, agrupando
os dados em classes e depois tire as informações:
- ponto médio para cada classe;
- amplitude para cada classe;
- amplitude total.
2-) Em uma escola tomou-se a medida da altura de cada um de quarenta estudantes, obtendo-se os
seguintes dados (em centímetros):
160 152 155 154 161 162 162 161 150 160
163 156 162 161 161 171 160 170 156 164
155 151 158 166 169 170 158 160 168 164
163 167 157 152 178 165 156 155 153 155
Fazer a distribuição de freqüência e usar 6 classes. (iniciando por 150cm e terminando em
180cm) e responder as questões abaixo:
a-) Quantos são os estudantes com estatura inferior a 160cm?
b-) Que porcentagem de estudantes tem estatura igual ou superior a 175cm?
c-) Quantos são os estudantes com estatura maior ou igual a 160cm e ao mesmo tempo
menor que 175cm?
d-) Qual a porcentagem de estudantes com estatura abaixo de 170cm?
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3. MÉTODOS GRÁFICOS
Objetivo: Facilitar a compreensão do fenômeno estatístico por meio do efeito visual imediato que
lhe é próprio.
3.1 Tipos de gráficos: Existem vários tipos de gráficos, os mais usados são:
- Gráficos de linha;
Diagramas de área:
- Gráficos de coluna;
- Gráficos de barras;
- Gráficos de setores (ou gráfico de Pizza).
3.3.1 Gráficos de linha: Sempre que as categorias utilizadas representarem um intervalo de tempo,
assim como sucede com os dados do exemplo 1 – Figura 1, os dados podem ser descritos também
através de um gráfico de linha. Um gráfico de linha retrata as mudanças nas quantidades com
respeito ao tempo através de uma série de segmentos de reta
3.3.2 Gráfico (ou Diagrama) de barras (ou colunas): O diagrama de barras representa por meio
de uma série de barras, quantidades ou freqüências para diferentes categorias de dados. (Ver
Exemplo 1 – Figura 2) A diferença entre um diagrama de barras e um histograma é que o
histograma refere-se sempre aos dados de uma distribuição de freqüências, enquanto o diagrama de
barras ilustra quantidades para qualquer tipo de categorias.
OBS: O gráfico de barras, quando as barras estão dispostas no sentido vertical, também é chamado
de gráfico de colunas.
3.3.3 Gráfico (ou Diagrama) de setores: O diagrama de setores, também conhecido como gráfico
de Pizza, é uma gráfico particularmente apropriado para representar as divisões de um montante
total. (Ver Exemplo 2 – Figura 3).
3.3.6 Ogiva: Um Ogiva é um gráfico de uma distribuição de freqüência acumulada. (Ver Exemplo
3 – Figura 6)
Exemplo 1: De acordo com os dados dos censos demográficos do FIBGE, temos os seguintes
dados, em termos percentuais, sobre o analfabetismo no Brasil:
ANO 1872 1890 1920 1940 1950 1960 1970 1980 1990
% 82,3 82,6 71,2 61,1 57,1 46,7 38,7 31,9 26,5
7
Construa:
a-) um gráfico de linha;
GRÁFICO DE LINHAS
90
80
70
60
50
40
30
20
10
0
1872- 1890- 1920- 1940- 1950- 1960- 1970- 1980- 1990-
ANO
90
80
70
60
50
40
30
20
10
0
1872- 1890- 1920- 1940- 1950- 1960- 1970- 1980- 1990-
ANO
Exemplo 2: De 75.200 mortes por acidentes nos EUA, em um ano recente, 43.500 foram causadas
por veículos motorizados, 12.200 por quedas, 6.400 por envenenamento, 4.600 por afogamento,
4.200 por incêndios, 2.900 por ingestão de alimentos ou de um objeto, e 1.400 por armas de fogo
(com base em dados do Conselho de Segurança Nacional). Descrever estes dados através de um
gráfico de setores.
GRÁFICO DE SETORES
Incêndio; 4200; 6%
Af ogament o; 4600; 6%
Quedas; 12200; 16%
Envenenament o;
6400; 9%
a-) um Histograma;
HISTOGRAMA
35 31
30
25
18
20 15
15
10
5 3
0 1 1 1
0
0-8000 8000-9000 9000-10000 10000-1 1000 1 1000-12000 12000-1 3000 1 3000-1 4000 14000-1 5000
SA LÁ R IOS ( EM R EA IS)
35
30 31
25
20
18
15 15
10
5
3
0 0 1 1 1
0-8000 8000-9000 9000-1 0000 1 0000-11 000 1 1000-12000 12000-1 3000 13000-1 4000 14000-15000
SA LÁ R IOS ( EM R EA IS)
c-) Um Ogiva
OGIVA
80
70
60
50
40
30
20
10
0
8000- 9000- 10000- 11000- 12000- 13000- 14000- 15000-
S A LÁ R IOS ( E M R E A IS )
9
4. MEDIDAS DE POSIÇÃO
Definição 11: As medidas de posição mais importantes são as medidas de tendência central, que
recebem tal denominação pelo fato de os dados observados tenderem, em geral, a se agrupar em
torno dos valores centrais. Dentre as medidas de tendência central, destacamos:
- a média aritmética;
- a mediana;
- a moda.
As outras medidas de posição são as separatrizes, que englobam:
- a própria mediana;
- os quartis;
- os percentis.
4.1 Média aritmética ( x ): é o quociente da divisão da soma dos valores (dados, observações) da
variável pelo número deles:
∑x i
x= i =1
n
sendo:
x = a média aritmética;
x i = os valores da variável;
n = o número de valores.
4.2 Moda (Mo): Denominamos moda de um conjunto de dados o valor (ou valores) que ocorre
com maior freqüência.
Por ex..: o salário modal dos empregados de uma indústria é o salário mais comum, isto é, o
salário recebido pelo maior número de empregados dessa indústria.
4.3 Mediana (Md).: A mediana é outra medida de posição definida como o número que se
encontra no centro de uma série de números, estando estes dispostos segundo uma ordem. Em
outras palavras, a mediana de um conjunto de valores, ordenados, é o valor situado de tal forma no
conjunto que o separa em dois subconjuntos de mesmo número de elementos.
Obs: - Se o nº de elementos for ímpar, então a mediana será exatamente o valor “do meio”
- Se o nº de elementos for par, então a mediana será exatamente a média “dos dois valores do
meio”.
Emprego da Mediana
Exemplo: Sabendo-se que a produção leiteira diária da vaca A, durante uma semana, foi de: 10, 14,
13, 15, 16, 18 e 12 litros, pergunta-se: Encontre a média, a moda e a mediana para a produção diária
de leite desta vaca.
10
Média:
n
∑x i
10 + 14 + 13 + 15 + 16 + 18. + 12 98
x= i =1
= = = 14
n 7 7
Logo, x = 14 litros de leite em média por dia que representa uma produção de 98 litros de leite em
média por semana.
OBS.: a média pode ser um número diferente de todos os valores da amostra que ela representa.
Moda: Como não existe um valor que aparece com maior freqüência que os outros, não há valor de
moda para este exemplo.
10 12 13 14 15 16 18
Desta forma, o valor mediano é o valor central dos dados, ou seja, 14 litros de leite por dia
∑x f i i
x= i =1
n
∑f
i =1
i
Exemplos:
1-) Consideremos a distribuição relativa a 34 famílias de quatro filhos, tomando para variável o
número de filhos do sexo masculino:
Nº de fi xifi
meninos
0 2
1 6
2 10
3 12
4 4
∑ f i = 34
11
Qual é a média, a moda e a mediana do nº de meninos por família?
Solução:
Média:
n
∑x f i i
Devemos usar a fórmula x = i =1
n
, já que estamos trabalhando com dados agrupados,
∑f
i =1
i
assim temos:
n
∑x f
i =1
i i =
n
∑f
i =1
i =
n
∑x f i i
78
Portanto, x = i =1
n
= = 2,29 ≈ 2,3 .
34
∑f
i =1
i
Interpretação: Sendo x uma variável discreta, como interpretar o resultado obtido, 2 filhos e 3
décimos (ou 0,3) de menino?
O valor médio 2,3 meninos sugere, que o maior número de famílias com 4 filhos tem 2
meninos e 2 meninas, sendo, porém, a tendência geral de uma leve superioridade numérica em
relação ao número de meninos.
Moda: O valor encontrado com maior freqüência para este conjunto de dados é de 3 meninos por
família de 4 filhos.
Mediana: Geralmente, quando os dados estão tabelados, a variável de interesse já está ordenada.
Portanto, basta encontrar o valor central dos dados. Neste exemplo temos que a mediana é de 2
meninos.
Custos R$ Pm fi xifi
Classes de fr. ( xi )
450 |- 550 500 8
550 |- 650 600 10
650 |- 750 700 11
750 |- 850 800 16
850 |- 950 900 13
950 |- 1050 1000 5
1050 |- 1150 1100 1
Total 64
12
3ª LISTA DE EXERCÍCIOS DE ESTATÍSTICA
1-) Considere a distribuição de freqüências das estaturas de 40 alunos de uma determinada classe de
8ª série.
Estaturas fi xifi
(cm)
150 |- 154 4
154 |- 158 9
158 |- 162 11
162 |- 166 8
166 |- 170 5
170 |- 174 3
Total 40
Pergunta-se: qual a estatura média, a estatura mediana e a moda dos alunos desta sala?
2-) Num estudo sobre consumo de combustível, 200 automóveis do mesmo ano e modelo tiveram
seu consumo observado durante 1000 quilômetros. A informação obtida é apresentada na tabela
abaixo em Km/litro.
Faixas Freqüência
7 |- 8 27
8 |- 9 29
9 |-10 46
10 |- 11 43
11 |- 12 55
Determine:
a-) Qual a variável em estudo? Esta variável é discreta ou contínua?
b-) A média aritmética, a mediana e a moda da variável em estudo. Interprete os resultados.
c-) Construa um histograma para os dados.
3-) Os salários-hora de sete funcionários de uma companhia são: R$180,00, R$220,00, R$253,00,
R$220,00 e R$192,00 R$1200,00 e R$750,00. Determine a média a moda e a mediana e interprete
os resultados.
4-) A pulsação de 10 estudantes após exercícios físicos foram as seguintes (em batimentos por
minuto): 80, 91, 84, 86, 80, 89, 85 e 86. Determine a média a moda e a mediana e interprete os
resultados.
13
5. MEDIDAS DE DISPERSÃO OU DE VARIABILIDADE
Definição 13: Vimos que a moda a mediana e a média podiam ser usadas para resumir, num único
número, aquilo que é “médio” ou “típico” de um conjunto de dados. Mas a informação contida
fornecida pelas medidas de posição necessita em geral ser complementada pelas medidas de
dispersão. Estas servem para indicar o quanto os dados se apresentam dispersos em torno da região
central. Caracterizam, portanto, o grau de variação existente no conjunto de valores. As medidas de
dispersão que nos interessam são:
- a amplitude total;
- o desvio-padrão;
- a variância;
- e o coeficiente de variação.
OBS: Quanto maior as medidas de dispersão, mais heterogêneos são os dados, e ao contrário,
quanto menor essas medidas, mais homogêneo o conjunto.
Exemplo 1:
Sabe-se que em Honolulu (Havaí) e Houston (Texas) a temperatura média diária é quase a
mesma em torno de aproximadamente 23,9ºC. Pergunta-se: Será que, por isso, podemos admitir que
a temperatura é basicamente a mesma em ambas as localidades? Ou não será possível que enquanto
uma cidade é melhor para natação a outra o seja para atividades externas?
Sabendo-se que a temperatura em Honolulu varia muito pouco ao longo do ano, oscilando,
em geral, entre 21,1ºC e 26,7ºC. Por outro lado, a temperatura em Houston pode diferir
estacionalmente, isto é, apresentar-se baixa em janeiro (cerca de 4,4ºC) e alta em julho e agosto
(bem perto de 37,8ºC). Desnecessário dizer que as praias em Houston não estão abarrotadas de
gente o ano todo!
Exemplo 2:
Suponham que, numa particular cidade, tanto ladrões quanto professores secundários
tenham uma renda média anual de R$ 900,00. Será que essa informação indica que as duas
distribuições de renda são necessariamente semelhantes? Muito ao contrário, poder-se-ia descobrir
que elas diferem, e muito, num outro aspecto importante que é o fato de as rendas dos professores
concentrar-se ao redor de R$ 900,00 (serem constantes, homogêneas), enquanto que as dos ladrões
espalham-se mais (são descontínuas, heterogêneas), o que reflete, portanto, maiores oportunidades
para prisões, desemprego, pobreza e, em alguns casos, fortunas excepcionais.
Tais fatos demonstram que necessitamos, além de uma medida de tendência central, de um
índice que indique o grau de dispersão dos dados em torno da média. Este “índice” é uma medida
indicativa do que costumamos chamar de variabilidade (ou dispersão).
Voltando ao exemplo 1, poderíamos dizer que a distribuição de temperatura em Houston
(Texas) tem maior variabilidade do que a distribuição de temperaturas em Honolulu (Havaí). Da
mesma forma podemos dizer que a distribuição de rendas entre professores apresenta menos
variabilidade do que a distribuição de rendas entre ladrões.
Assim sendo, vejamos as definições das medidas de dispersão e uma aplicação simples dela
para exemplificar.
14
Considere os seguintes conjuntos de valores das variáveis X, Y e Z:
X = 70
Y = 70
Z = 70
Vemos então, que os três conjuntos apresentam a mesma média aritmética: 70, entretanto é fácil
notar que o conjunto X é mais homogêneo que os conjuntos Y e Z. Para quantificar o quão os dados
são heterogêneos precisamos encontrar algumas medidas de posição. São elas:
5.1 Amplitude total (R): a amplitude total é a diferença entre o maior e o menor valor observado:
R = x (máx.) − x (mín.)
OBS: A amplitude só leva em conta dois valores de todo o conjunto de dados e, assim, seria mais
conveniente considerarmos uma medida que utilizasse todas as observações. Uma idéia inicial é
considerar o desvio de cada observação em relação a média aritmética do conjunto de dados. Daí
surgem as outras medidas de variabilidade.
Definição 14: o desvio é definido como sendo a distância entre qualquer valor do conjunto de dados
em relação a média aritmética do conjunto de dados. Existem várias medidas de dispersão que
envolvem os desvios, são elas: o desvio-padrão, a variância e o coeficiente de variação.
5.2 Desvio-Padrão (S): o desvio-padrão é a medida mais usada na comparação de diferenças entre
grupos, por ser mais precisa e estar na mesma medida do conjunto de dados. Ele determina a
dispersão dos valores em relação a média. Sua formulação é dada pela raiz quadrada da média
aritmética dos quadrados dos desvios, ou seja:
∑ (x i − x) 2
(x 1 − x) 2 + (x 2 − x) 2 + L + (x n − x) 2
S= i =1
=
n −1 n −1
onde, x i é cada uma das observações do conjunto de dados, x é a média do conjunto de dados e n é
o número total de observações do conjunto de dados.
5.3 Variância ( S 2 ): a variância nada mais é do que o valor do desvio-padrão elevado ao quadrado,
ou seja,
2
⎛ n ⎞ n
⎜
⎜
∑ (x i − x) ⎟
2
⎟
∑ (x i − x) 2
S = (S) = ⎜
2 2 i =1
⎟ =
i =1
n −1 n −1
⎜ ⎟
⎜ ⎟
⎝ ⎠
15
A variância não é uma medida conveniente de ser usada pois expressa o seu resultado numa medida
ao quadrado. Portanto não vamos trabalhar com esta medida constantemente.
5.4 Coeficiente de Variação (cv):.O coeficiente de variação (cv) é definido como o quociente entre
o desvio-padrão e a média. É freqüentemente expresso em porcentagem. (Ele mede o “grau” de
variabilidade do conjunto de dados).
S
cv =
x
Exemplo: Sabendo-se que a produção leiteira diária da vaca A, durante uma semana, foi de: 10, 14,
13, 15, 16, 18 e 12 litros, pede-se calcular a amplitude, o desvio-padrão (S), a variância ( S 2 ) e o
coeficiente de variação (cv).
Solução:
Amplitude:
R= 18 – 10 = 8 litros de leite
ou seja, a maior variação do número de litros de leite produzidos por dia pela vaquinha A é de 8
litros.
OBS: Sabemos que a média para estes dados é: x = 14 litros de leite por dia
Desvio-padrão:
∑ (x i − x) 2
(x 1 − x) 2 + (x 2 − x) 2 + L + (x n − x) 2
S= i =1
= =
n −1 n −1
=
(− 4)2 + (0)2 + (− 1)2 + (1)2 + (2)2 + (4)2 + (− 2)2 =
16 + 0 + 1 + 1 + 4 + 16 + 4
=
42
=
6 6 6
= 7 ≅ 2,65 litros de leite por semana
16
Variância:
Coeficiente de variação:
S 2,65
cv = = = 0,1893 ou seja, existe uma variabilidade de 18,93% dos dados em relação a
x 14
média.
Para dados agrupados
(Quando os dados estiverem na forma de distribuição de freqüência)
Para o Exemplo 1 temos:
Nº de fi (x i − x ) (x i − x ) 2 f i (x i − x )
2
meninos
( xi )
0 2 (0-2,3)=-2,3 (-2,3) 2 =5,29 2(5,29)=10,58
1 6 (1-2,3)=-1,3 (-1,3) 2 =1,69 6(1,69)=10,14
2 10 (2-2,3)=-0,3 (-0,3) 2 =0,09 10(0,09)=0,9
3 12 (3-2,3)=0,7 (0,7) 2 =0,49 12(0,49)=5,88
4 4 (4-2,3)=1,7 (1,7) 2 =2,89 4(2,89)=11,56
∑ f i = 34 ∑ f (x
i i − x) =
2
39,06
Solução:
Amplitude:
R= 4 – 0 = 4 meninos
OBS: Sabemos que a média para este conjunto de dados é x =2,3 filhos
17
Desvio-padrão:
∑ f (x i i − x)2
f1 ( x 1 − x ) 2 + f 2 ( x 2 − x ) 2 + L + f n ( x n − x ) 2
S= i =1
= =
n −1 n −1
2(0 − 2,3) 2 + 6(1 − 2,3) 2 + 10(2 − 2,3) + 12(3 − 2,3) + 4(4 − 2,3)
2 2 2
= =
34 − 1
2(− 2,3) + 6(− 1,3) + 10(− 0,3) + 12(0,7 ) + 4(1,7 )
2 2 2 2 2
= =
33
2(5,29) + 6(1, ,69) + 10(0,09) + 12(0,49) + 4(2,89)
= =
33
10,58 + 10,14 + 0,9 + 5,88 + 11,56 39,06
= = = 1,1836 ≅ 1,088 ≅ 1 filho
33 33
ou seja, o número médio de filhos homens por família de 4 filhos é de 2,3 com uma variabilidade de
aproximadamente 1 filho, ou seja, a maior parte das famílias com 4 filhos têm entre:
Variância:
Coeficiente de variação:
S 1,088
cv = = ≅ 0,4730 ou seja, existe uma variabilidade de 47,30% dos dados em relação
x 2,3
a média. (variabilidade alta).
Classes de fr.
450 |- 550 500 8 (500-754,68)= (-254,68) =
2 8(64861,90)=
-254,68 64861,90 518895,2
550 |- 650 600 10 (600-754,68)= (-154,68) =
2 10(23925,90)=
-154,68 23925,90 239259,0
650 |- 750 700 11 (700-754,68)= 2
(-54,68) = 11(2989,90)=
-54,68 2989,90 32888,9
750 |- 850 800 16 (800-754,68)= (45,32) =
2 16(2053,90)=
45,32 2053,90 32862,4
850 |- 950 900 13 (900-754,68)= (145,32) =
2 13(21117,90)=
145,32 21117,90 274532,7
950 |- 1050 1000 5 (1000-754,68)= (245,32) =
2 5(60181,90)=
245,32 60181,90 300909,5
1050 |- 1150 1100 1 (1100-754,68)= (345,32) =
2 1(119245,90)=
345,32 119245,90 119245,9
∑ f (x − x)
Total 64 2
i i
=1518593,6
18
Calcule a amplitude, o desvio-padrão (S), a variância ( S 2 ) e o coeficiente de variação (cv).
Solução:
Amplitude:
ou seja, a maior diferença existente entre os salários dos operários desta determinada fábrica é de
R$ 700,00.
OBS: Sabemos que a média para este conjunto de dados é x =754,69 filhos
Desvio-padrão:
n
∑ f i (x i − x) 2
i =1 f1 ( x 1 − x ) 2 + f 2 ( x 2 − x ) 2 + L + f n ( x n − x ) 2
S= = =
n −1 n −1
8(500 − 754,68)2 + 10(600 − 754,68)2 + 11(700 − 754,68)2 + 16(800 − 754,68)2 + 13(900 − 754,68)2 + 5(1000 − 754,68)2 + 1(1100 − 754,68)2
= =
64 − 1
8(− 254,68)2 + 10(− 154,68)2 + 11(− 54,68)2 + 16(45,32 )2 + 13(145,32 )2 + 5(245,32 )2 + 1(345,32 )2
= =
63
8(64861,90) + 10(23925,90) + 11(2989,90 + 16(2053,90 + 13(21227,90) + 5(60181,90) + 1(119245,90)
= =
63
518895,2 + 239259,0 + 32888,90 + 32862,40 + 274532,70 + 300909,5 + 119245,90 1518593,60
≅ = 24104,66 ≅ 155,26 (reais)
63 63
Variância:
Coeficiente de variação:
S 155,26
cv =
= ≅ 0,2057 ou seja, existe uma variabilidade de 20,57% dos dados em
x 754,68
relação a média.
19
6. TÉCNICAS DE AMOSTRAGEM
É feita quando todos os elementos da população têm a mesma chance (ou probabilidade
igual) de pertencer à amostra.
Na prática a amostragem casual simples é realizada numerando-se a população de 1 a N e
sorteando-se, a seguir, de forma aleatória, n números dessa sequência, os quais corresponderão aos
elementos sorteados para a amostra.
Ex: Seja uma população de 800 elementos da qual desejamos tirar uma amostra casual
simples de 50 elementos.
Procedimento:
- numeramos a população de 001 a 800, sendo os números tomados sempre de 3
algarismos.
- Usar uma tabela de números aleatórios escolhendo (ou sorteando) uma linha e uma
coluna da tabela e pegando os números com 3 algarismos subsequentes, os quais irão
indicar os elementos da amostra.
OBS: Se o número 856 for sorteado, devemos substituí-lo pois não existe o elemento de número
856 na população.
Ex: Usando o exemplo anterior, onde a população é composta de 800 elementos ordenados,
poderíamos utilizar a amostragem sistemática da seguinte forma:
20
800
= 16 Æ que será o 1º elemento da amostra, os 49 que faltarão serão encontrados, a
50
partir do 16º elemento, retirados de 16 em 16.
Ex: Suponhamos que desejamos estudar alguma característica dos indivíduos que moram na
favela da Rocinha.
Ex: Estudar uma determinada característica do povo brasileiro, por exemplo, renda familiar.
Nem sempre temos acesso a toda população, então somos obrigados a realizar o trabalho
estatístico somente na parte acessível.
21
Ex: Suponha que desejamos retirar uma amostra de 100 parafusos de uma caixa contendo
10.000, evidentemente não faremos uma amostragem casual simples, pois seria extremamente
trabalhosa, desta forma faríamos a retirada a esmo.
2-) Uma população se encontra dividida em três estratos, com tamanhos respetivamente, N1 = 80 ,
N 2 = 120 e N 3 = 60. Ao se realizar uma amostragem estratificada proporcional, doze elementos da
amostra foram retirados do primeiro estrato. Qual o número total de elementos da amostra?
3-) Uma amostragem entre os moradores de uma cidade é realizada da seguinte forma: em cada
subdistrito, sorteia-se um certo número de quarteirões proporcional à área do subdistrito; de cada
quarteirão, são sorteadas cinco residências, cujos moradores são entrevistados.
a) Essa amostra será representativa da população ou poderá apresentar algum vício?
b) Que tipos de amostragem foram usados no procedimento?
4-) Uma indústria especializada em montagem de grandes equipamentos industriais recebeu setenta
dispositivos de controle do fornecedor A e outros trinta dispositivos do fornecedor B. O aspecto
relevante, que se deseja controlar, relativo a esses dispositivos, é a resistência elétrica de certo
componente crítico. Vamos admitir que os cem dispositivos foram numerados de 1 a 100 ao darem
entrada no almoxarifado, e que os setenta primeiros foram os recebidos do fornecedor ª Vamos
admitir, também, que os valores reais da variável de interesse (a resistência elétrica do componente
crítico) dos cem dispositivos recebidos sejam os dados seguintes, respectivamente na ordem de
entrada no almoxarifado (lê-se segundo as linhas, tal como se lê um livro):
33 38 34 34 34 31 36 35 32 37
35 34 30 37 36 33 34 34 32 39
35 33 33 34 31 32 36 33 29 36
34 35 34 33 31 35 35 35 37 32
34 34 36 35 34 33 32 38 34 33
33 32 34 35 37 35 35 30 35 34
36 36 33 34 33 32 31 37 35 34
39 40 40 42 39 38 40 40 40 40
40 41 45 41 40 39 41 41 40 42
39 40 41 40 40 42 39 39 38 40
22
a-) Uma amostra simples, ao acaso, de dez dispositivos foi retirada da população de 100
dispositivos, com auxílio dos números aleatórios da Tab. A6.7. O processo de utilização da tabela
foi o usual, com início no dígito situado na interseção da Quinta linha com a oitava coluna da
referida tabela. A seguir, foi calculada a resistência elétrica média da amostra de dez dispositivos.
Que valor você acha que foi obtido para essa média?
b-) Suponha agora que se pensasse em fazer amostragem estratificada. Em sua opinião, seria
isso razoável, no caso? Caso afirmativo, indique como você procederia , ainda utilizando os
números aleatórios. Suponha que o numero total de dispositivos a examinar na amostra continue
sendo dez.
c-) Suponha agora que tivesse sido utilizada amostragem estratificada uniforme, num total ainda
de dez dispositivos examinados, e que tivessem sido obtidos, no primeiro e no segundo estratos,
respectivamente, x1 = 33,8 e x 2 = 40,2 . Em quanto você estimaria a média da população de cem
dispositivos?
d-) Suponha agora que, dos setenta dispositivos provenientes do fornecedor A, tenha sido
colhida uma amostra sistemática de dez dispositivos, sendo constante o período de retirada dos
elementos para a amostra, e sendo conhecido que o segundo dispositivo a entrar no
almoxarifado (cujo valor da resistência elétrica é 38) pertencia a essa amostra. Calcule a média
dos valores da resistência elétrica observados nessa amostra.
5-) Os registros de uma companhia de seguros mostram que, entre 3800 sinistros reportados ‘a
companhia durante certo tempo, 2600 são sinistros pequenos (inferiores a $200), enquanto os outros
1200 são sinistros grandes ($200 ou mais). Para estimar o valor médio desses sinistros, a companhia
extrai uma amostra de 1%, alocada proporcionalmente aos dois estratos, com os resultados
seguintes (arredondados para o dólar mais próximo):
Determine as médias dessas duas amostras e, em seguida, sua média ponderada, tomando
como pesos os dois tamanhos de estratos N1 = 2600 e N2 = 1200.
6-) Consideremos um estudo realizado em propriedades rurais de um município, composto por 1000
propriedades rurais, distribuídas, quanto a sua área, conforme Tabela 1 e que neste município sejam
amostrados 50 propriedades.
a-) Qual deverá ser o tamanho da amostra dentro de cada estrato no caso uniforme e no
proporcional?
23
b-) Determine a média amostral obtida para a amostragem estratificada uniforme e para a
amostragem estratificada proporcional. Comente os resultados.
7-) Em uma amostra de 32 elementos de uma população ordenada formada por 2432 elementos,
qual dos elementos abaixo seria escolhido para pertencer a amostra, sabendo que o elemento de
ordem 1420 a ela pertence?
8-) Ordene uma amostra de 15 elementos de uma população ordenada formada por 210 elementos,
sabendo que o elemento de ordem 149 a ela pertence.
24
ANEXOS
A palavra estatística provém do latim status, que significa estado. A primitiva utilização da estatística envolvia
compilações de dados e gráficos que descreviam vários aspectos de um estado ou país. Em 1662, John Graunt publicou
informes estatísticos sobre nascimentos e mortes. O trabalho de Graunt foi secundado por estudos de mortalidade,
tamanho de populações, rendas e taxas de desemprego. As famílias, os governos e as empresas se apóiam largamente
em dados estatísticos. Assim é que as taxas de desemprego, de inflação, os índices do consumidor, as taxas de
natalidade e mortalidade são calculadas cuidadosamente a intervalos regulares, e seus resultados são utilizados por
empresários para tomarem decisões que afetam a futura contratação de empregados, níveis de produção e expansão para
novos mercados.
1. INTRODUÇÃO
Primeiramente devemos instalar o módulo de Estatística que se encontra na opção Ferramentas. Se Análise de
Dados não aparecer como uma escolha no menu Ferramentas, a opção Suplementos, deste mesmo menu, deve ser
selecionada e dentro da caixa de diálogo Suplementos deve-se selecionar Ferramentas de Análise, se existir tal caixa
de verificação na lista “Suplementos Disponíveis”. Seguindo estes passos, a opção Análise de Dados será incluída no
menu Ferramentas.
25
2. GRÁFICOS E TABELAS
MESES
50 50
40 40
VOTOS
VOTOS
30 30
20 20
10 10
0 0
o u ro
o
se sto
o
ril
ag o
br
ai
lh
nh
ab
b
o
m
ju
tu
ju
te
MESES
2-) A tabela abaixo apresenta os percentuais de reprovação de uma determinada disciplina no ano letivo (Gráfico de
Colunas):
Bimestres Porcentuais
1º 45%
2º 35%
3º 55%
4º 15%
26
3-) A Próxima tabela apresenta a avaliação dos estudantes, em porcentagens, com relação à UNE
(união Nacional dos Estudantes) (Gráfico de Barras)
Ótimo 4%
Bom 25%
Regular 27%
Ruím 9%
Péssimo 13%
Não avaliaram 22%
Solteiros 55%
Casados 18%
Namorados 27%
Gráfico de setores
Solteiros Casados Namorados
Namorados
27%
Solteiros
Casados 55%
18%
160 152 155 154 161 162 162 161 150 160
163 156 162 161 161 171 160 170 156 164
155 151 158 166 169 170 158 160 168 164
163 167 157 152 178 165 156 155 153 155
27
Fazer a distribuição de freqüência e usar 6 classes. (iniciando por 150cm e terminando em
180cm) e responder as questões abaixo:
a) Quantos são os estudantes com estatura inferior a 160cm?
b) Que porcentagem de estudantes tem estatura igual ou superior a 175cm?
c) Quantos são os estudantes com estatura maior ou igual a 160cm e ao mesmo tempo
menor que 175cm?
d) Qual a porcentagem de estudantes com estatura abaixo de 170cm?
No Microsoft EXCEL, para obter tabelas de freqüências, a opção do Histograma da ferramenta Análise de
Dados, encontrada no menu Ferramentas, pode ser utilizada. Para isto, os limites superiores dos intervalos de classe
devem ser inseridos na planilha que contém os dados a serem analisados.
Passo 1: Após ter digitado os dados do exemplo A na coluna A da planilha 1 do Excel, digite os limites
superiores desejados da tabela de freqüências na coluna C da mesma planilha.
Passo 2: Depois disso selecione a opção Histograma da ferramenta Análise de Dados, encontrada no menu
Ferramentas e preencha a caixa Histograma. (ver figura 2.1).
Figura 2.1. Seleção do intervalo de dados e dos limites superiores das classes para a construção da tabela de freqüência.
Passo 3: Agora criamos uma tabela de freqüências na planilha 4 do Excel que é a seguinte:
A freqüência relativa e a percentagem de cada classe podem ser incluídas na tabela acima, através da inserção
das seguintes funções:
28
Tabela 2.2. Tabela de Freqüência Completa para a variável altura
Percentagem
=(B2/$B$9)
Bloco Freqüência Freq. Relativa
155 10 0,25 25
160 10 0,25 25
165 12 0,3 30
=(C2*100)
170 6 0,15 15
175 1 0,025 2,5
180 1 0,025 2,5
Mais 0 0 0
Total 40 1 100
=SOMA(B2:B8)
Através da tabela acima verifica-se que o intervalo com maior concentração dos dados é o intervalo entre 165 e
170, com 30% das observações, enquanto que nenhuma observação foi coletada acima de 180.
Como vimos, para uma distribuição de freqüências, o gráfico mais apropriado é o Histograma
O histograma é uma importante ferramenta de análise porque fornece visualmente uma idéia
da variação dos dados, da tendência central e indica a quantidade de dados que está fora das
especificações.
No Microsoft EXCEL, um histograma pode ser construído da seguinte maneira:
2.3.1 HISTOGRAMA
29
Figura 2.2. Construção do Histograma.
O gráfico construído conterá dois erros. Existem lacunas entre as barras que correspondem aos intervalos de
classe, e existe uma classe adicional, denominada Mais pelo Excel. Para eliminar as falhas, o seguinte procedimento
deve ser realizado:
Passo 3: Com um clique duplo sobre uma barra do gráfico, abra a caixa de diálogo Formatar Seqüências de
Dados, selecione a aba Opções;
Passo 4: Na caixa de edição Espaçamento, modifique o valor para zero (0). Clique no botão OK. O Histograma
conterá, assim, barras contínuas.
Histograma
14
12
Freqüência
10
8
Freqüência
6
4
2
0
155 160 165 170 175 180
Bloco
Pelo Histograma acima, verifica-se que as observações de altura variam entre 150cm e 180cm. A maioria das
observações esta entre 150cm e 165cm. O intervalo com maior número de observações é o terceiro que varia de 160cm
a 165cm.
30
Se desejarmos ainda, podemos modificar os “títulos” do gráfico e das variáveis, inclusive o tamanho da letra
(fonte) e a cor das barras. Para isso, basta clicarmos no cantinho do gráfico (ainda no excel) e depois que estiver
marcado com uns quadradinhos pretos, basta clicarmos em cima de cada item a ser modificado (título do gráfico, título
das variáveis, valores das variáveis e também na barra do histograma).
No polígono de freqüências, cada intervalo de valores é representado pelo seu ponto médio. Resumidamente,
este gráfico é construído pela conexão, através de uma série de linhas retas, da seqüência de pontos médios em seus
respectivos percentuais de intervalo.
Como no histograma, o fenômeno de interesse é exibido ao longo do eixo horizontal e o eixo vertical
representa a freqüência relativa ou absoluta de cada intervalo.
No Microsoft EXCEL, o polígono de freqüência pode ser construído através do Assistente de Gráfico, através
do seguinte procedimento:
Passo 1: Selecione na tabela de freqüências, descrita na seção 2.1., as colunas que contêm os limites superiores
dos intervalos e as freqüências de cada intervalo de dados, como na figura abaixo;
Passo 2: Selecione Inserir, Gráficos e Linhas. Selecione, então, o formato do gráfico de linhas na etapa 1 das
4 etapas do assistente de gráficos e clique em Avançar, como na Figura 2.5.
31
Figura 2.5. Definição do formato do Polígono de Freqüência.
Passo 3: Como os intervalos de dados já foram definidos, clique também em Avançar na etapa 2;
Passo 4: A etapa 3 consiste na definição estrutural do gráfico, na qual são definidos o título, a ausência ou não
de legenda e linhas de grade, título dos eixos, entre outras opções. Realizadas as escolhas sobre o formato do
gráfico, clique em Avançar e Concluir na etapa 4.
Se o polígono de freqüências for examinado, será possível verificar que as marcações de categorias no eixo X
referem-se aos limites superiores das classes, não aos pontos médios. Para alterar estas marcações, clique duas vezes no
eixo X a caixa de diálogo Formatar Eixos aparecerá. Selecione a aba Escala e selecione os cruzamentos do Eixo dos
Valores (Y) entre as categorias da caixa de verificação. Clique no botão OK. Altere, na planilha da tabela de
freqüências, os limites superiores pelos pontos médios de cada classe, automaticamente estes valores serão trocados no
gráfico.
Dessa forma, o polígono de freqüência, construído como definido acima, para estes dados é o seguinte:
Polígono de Freqüência
14
12
Freqüências
10
8
6
4
2
0
152,5 157,5 162,5 167,5 172,5 177,5
Altura
Pelo polígono de freqüência acima, verifica-se que o intervalo de dados mais freqüente é o intervalo com ponto
médio igual a 162.5cm.
32
3 RESUMO E DESCRIÇÃO DOS DADOS ATRAVÉS DE MEDIDAS
No Microsoft EXCEL, as medidas de tendência central e dispersão podem ser calculadas através da inserção de
funções na planilha de dados, como será discutido em cada tópico específico.
A maioria dos dados apresenta uma tendência de se agrupar ou concentrar em torno de um ponto central,
caracterizado pelo valor típico da variável observada. Determinar este valor típico é uma maneira de resumir a
informação contida nos dados, pois um único valor será escolhido para representar todos os outros.
Nesta seção serão apresentados três tipos de medidas de posição: a média, a mediana e a moda.
Vários tipos de médias de um conjunto de dados podem ser definidas. Neste texto, porém, apenas a média
aritmética, representada por X , será apresentada por ser o tipo de média mais utilizada.
No Microsoft EXCEL, a média aritmética pode ser calculada através da inserção de função na planilha de
dados, como será feito com o Exemplo A.
Então, voltando a planilha de dados do Excel, vamos considerar a coluna E como receptora dos resumos dos
dados (como a média, mediana, moda, amplitude, desvio-padrão e coeficiente de variação), assim, devemos inserir, na
célula E1 a função = MEDIA(A1:A40) e teclar enter.
O valor dessa média será 160,525. Embora nenhum aluno apresente altura igual a 160,525cm, este é o valor da
média aritmética, ou seja, o valor típico ou médio de altura, para este conjunto de dados.
3.1.2 MEDIANA
Usada como alternativa, em relação à média, para caracterizar o centro do conjunto de dados, a mediana não é
influenciada por pontos extremos ou discrepantes, por isso quando uma observação extrema está presente no conjunto
de dados é mais conveniente o uso da mediana do que da média para descrever o conjunto de valores.
3.1.3 MODA
A moda também não é afetada pela ocorrência de valores extremos. A moda é também a única das medidas de
tendência central que faz sentido no caso de variáveis qualitativas. Assim, a categoria dessas variáveis que aparecer com
maior freqüência é chamada de categoria modal.
Um conjunto de dados pode ser classificado como unimodal, bimodal, multimodal ou amodal quando possuir,
respectivamente, uma, duas, mais de duas ou nenhuma moda.
33
Para o nosso exemplo, devemos inserir, na célula E3 a função = MODO(A1:A40) e teclar enter.
O valor encontrado para a moda será 160cm, ou seja, é mais freqüente encontrar alunos (nesse conjunto de
dados) com estatura igual a 160cm.
Sabemos que as informações fornecidas pelas medidas de posição necessita, em geral, ser complementada
pelas medidas de dispersão. Estas servem para indicar o quanto os dados se apresentam dispersos em torno da região
central. As medidas de dispersão caracterizam, portanto, o grau de variação existente no conjunto de valores.
Vamos então encontrar as principais medidas de dispersão (amplitude, o desvio-padrão e o coeficiente de
variação) com o auxílio do Excel.
3.2.1 AMPLITUDE
No Microsoft Excel, a amplitude para o nosso exemplo será dada pela inserção de funções
=MÁXIMO(A1:A40)-MÍNIMO(A1:A40).
Então, o desvio padrão encontrado foi de aproximadamente 6,23cm, ou seja, houve uma dispersão “média” em
torno da média aritmética de 6,23cm. Isto significa que a maioria das estaturas, nesse conjunto de dados, concentra-se
entre (160,525 ± 6,23).
Como o coeficiente de variação, denotado por CV, é definido como o quociente entre o desvio padrão e a
média, freqüentemente expresso em porcentagem, devemos, no Excel, inserir a expressão =(E5/E1)*100, onde E5 é a
célula que contém o valor do desvio-padrão e E1 a célula que contém o valor da média aritmética e *100 para
expressarmos o mesmo em porcentagem.
Sua vantagem, é caracterizar a dispersão dos dados em termos relativos a seu valor médio. Assim, uma
pequena dispersão absoluta pode ser, na verdade, considerável quando comparada com a ordem de grandeza dos valores
da variável e vice-versa.
O valor obtido para o CV foi de aproximadamente 3,88%, isto dizer que este conjunto de dados é homogêneo,
ou seja, não há grandes diferenças entre as estaturas dos alunos com relação a média.
OBS.: Algumas das principais medidas de tendência central e de dispersão podem ser calculadas
conjuntamente no Microsoft EXCEL, sem a necessidade da inserção de funções na planilha de dados. Esta análise
descritiva do conjunto de dados pode ser realizada através dos comandos Ferramentas, Análise de Dados e Estatística
Descritiva. Selecionadas estas opções, a caixa de diálogo Estatística Descritiva, apresentada na Figura 3.1, será aberta
para a especificação do intervalo de dados a ser analisado e das estatísticas de interesse, que serão calculadas.
34
Figura 3.1. Módulos para realização da Análise Descritiva dos dados.
Especifique, então, o intervalo de dados a ser analisado na caixa de edição Intervalo de Dados, digitando-o ou
selecionando-o diretamente na planilha através do botão ao lado direito da caixa de edição. Escolha a opção de saída
das estatísticas e selecione a opção Resumo Estatístico. O resultado será uma nova tabela contendo várias das medidas
descritas nas seções anteriores.
35
Logo, teremos a seguinte Tabela-Resumo
Coluna1
Média 160,525
Erro padrão 0,985138
Mediana 160,5
Modo 160
Desvio padrão 6,23056
Variância da amostra 38,81987
Curtose 0,216636
Assimetria 0,542412
Intervalo 28
Mínimo 150
Máximo 178
Soma 6421
Contagem 40
Tabela 3.1. Análise Descritiva da variável altura
Pela tabela acima, verifica-se que foram observados 40 valores de altura, variando entre 150 e 178 e resultando
em uma amplitude de 28cm. O valor mais freqüente (moda) é 160 e a média dos dados coletados (160,525) é muito
próxima ao valor da mediana (160,5), indicando a não existência de pontos muito extremos e discrepantes que afetam o
valor da média. A maioria dos valores de altura, neste conjunto de dados, concentra-se entre 6,23cm em torno da média
aritmética, situação evidenciada pelo desvio padrão.
36