Bandeira Do Brasil Ibge
Bandeira Do Brasil Ibge
Bandeira Do Brasil Ibge
do Brasil
e outros símbolos nacionais
Presidente da República
Jair Messias Bolsonaro
Ministro da Economia
Paulo Roberto Nunes Guedes
INSTITUTO BRASILEIRO
DE GEOGRAFIA E
ESTATÍSTICA - IBGE
Presidente
Susana Cordeiro Guerra
Diretor-Executivo
Fernando José de Araújo Abrantes
Diretoria de Geociências
João Bosco de Azevedo
Diretoria de Informática
José Sant´Anna Bevilaqua
Unidade responsável
Centro de Documentação e Disseminação de Informações
Ministério da Economia
Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística - IBGE
Centro de Documentação e Disseminação de Informações
A bandeira
do Brasil
e outros símbolos nacionais
Rio de Janeiro
2019
Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística - IBGE
Av. Franklin Roosevelt, 166 - Centro - 20021-120 - Rio de Janeiro, RJ - Brasil
ISBN 978-85-240-4482-3
© IBGE. 2019
Capa
Natália Brunnet
Gerência de Editoração/Centro de Documentação
e Disseminação de Informações - CDDI
Ilustração da capa
Fábio Muniz de Moura
Gerência de Editoração/Centro de Documentação
e Disseminação de Informações - CDDI
Inclui bibliografia
ISBN 978-85-240-4482-3
Sumário
apresentação
7
as BaNDEiras
HistÓricas
Em A bandeira do Brasil: raízes escudo em vigor – tendência tipicamente
histórico-culturais, Raimundo Olavo ibero-brasileira de aceitar símbolos das
Coimbra elenca algumas precursoras da nações vencidas, neste caso, a portuguesa,
atual Bandeira Nacional – as chamadas com leves acréscimos. Por algum tempo,
“bandeiras históricas luso-brasileiras”. com as investidas de outras nações no
No início, cabe ressaltar, as bandeiras território, tivemos a Bandeira do Brasil
que aqui tremulavam eram apenas as Holandês para o Nordeste e a da França
existentes em Portugal, antiga metrópole Antártica para o Rio de Janeiro e São
do Brasil Colônia. Depois, permitiu-se a Luís do Maranhão. Ostentamos, tam-
criação de nosso próprio símbolo, ainda bém, bandeiras revolucionárias antes e
que paralelo ao símbolo português. depois da Independência, em 1822, como
Durante o período em que estive- a intitulada “Reino Unido de Portugal,
mos sob o domínio espanhol (1580 Brasil e Algarve". Recém-proclamada,
a 1640), nossa bandeira conservou o a República adotou a Bandeira do Clube
Republicano Lopes Trovão, que tremulou
por apenas quatro dias.
Em seu livro, Coimbra considera
as seguintes bandeiras que pertence-
ram à história de Portugal e/ou do
Brasil, em um total de 23.
As Bandeiras Históricas
Bandeira do Reino
de Portugal e Algarve
9
A bandeira do brasil e outros símbolos nacionais
Bandeira do Bandeira da
Domínio Espanhol Revolução de 1 640
10
As Bandeiras Históricas
11
A bandeira
atual
Criação e influências
Após a Proclamação da República, em 15 de novembro de 1889,
uma nova bandeira foi criada para representar o momento que o
Brasil atravessava. Raimundo Olavo Coimbra salienta três fatores
como responsáveis pela modificação da bandeira, na passagem do
Império para a República.
O primeiro fator foi a onda anti-imperial, que provocou um acir-
rado debate entre republicanos e monarquistas à época. Por um lado,
os monarquistas irritavam-se ao ver entre os republicanos um pano
verde-amarelo, como se estas fossem as cores exclusivas dos adeptos
do Império. Por outro, os republicanos desejavam mudar a bandeira
ao máximo, ao perceberem o apego que os monarquistas tinham
pelo pavilhão até então vigente.
A Bandeira Atual
13
A bandeira do brasil e outros símbolos nacionais
Raimundo
Décio Villares Miguel Lemos Teixeira Mendes
14
A Bandeira Atual
Forma e elementos
Alguns elementos presentes na bandeira uma perspectiva esférica, e a nova dis-
atual já figuravam na bandeira imperial: posição das estrelas. O losango também
o retângulo verde, o losango amarelo passou a ficar solto, sem tocar as bordas
e as estrelas prateadas. As novidades do retângulo. Na zona branca, há a ins-
do projeto de Teixeira Mendes foram crição da legenda “Ordem e Progresso”
a faixa branca, que dá ao círculo azul em letras verdes.
Estrelas
O projeto previu a colocação de 21 tratava de construir uma reprodução
estrelas dentro da esfera azul, na posi- exata do céu. Na verdade, o globo estre-
ção em que se encontravam no céu da lado é apresentado como se o víssemos
Cidade do Rio de Janeiro nas primeiras do infinito, ou seja, como se o obser-
horas da manhã do dia da Proclamação vador se situasse fora da esfera celeste,
da República, porém, como o próprio conforme preconiza a Lei n. 5.700,
Teixeira Mendes declarou, não se de 01.09.1971.
15
A BANDEIRA DO BRASIL E OUTROS SÍMBOLOS NACIONAIS A BANDEIRA ATUAL
16 17
A bandeira do brasil e outros símbolos nacionais
Cores
Em relação às cores, oficialmente de Bragança, dinastia portuguesa à qual
elas são quatro: verde, amarelo, azul e D. Pedro I pertencia. Também dessa
branco. Pelo Decreto n. 4, de 19.11.1889, bandeira antecessora, o amarelo remete-
o verde não tem uma tonalidade espe- ria tanto ao ouro como ao astro-rei
cífica, sendo adotada a da Bandeira do Sol, mas também se acredita tratar-se de
Império: verde-esmeralda ou primavera. uma homenagem à Casa de Habsburgo-
Atualmente, existe o tom verde-bandeira, Lorena, originária da Áustria, da qual
identificando o verde específico para a descendia D. Maria Leopoldina, esposa
bandeira brasileira. Para o amarelo, não de D. Pedro I.
há indicação de matiz. A esfera, por sua O desejo de D. Pedro I era preservar
vez, deve ter o tom azul celeste, enquanto o verde e o amarelo por simbolizarem
a legenda "Ordem e Progresso", situada “a riqueza e a primavera eterna do
numa faixa branca, deve ser escrita no Brasil”, e essa combinação de cores se
mesmo verde utilizado no fundo. tornou tão representativa do País que foi
O verde lembra a rica e exuberante mantida na bandeira republicana. Como
vegetação brasileira. Há os que afirmam diz Coimbra, o povo entendeu a ligação
que essa cor foi escolhida, já na Bandeira das cores com a nossa rica natureza, e
do Império, por ser a mesma da Casa hoje tal interpretação é a mais divulgada.
18
A Bandeira Atual
Formas
Sobre as figuras geométricas presentes emblema utilizado exclusivamente pelo
na Bandeira Nacional, Coimbra faz uma País ao elevar-se de Colônia a Princi-
correlação com o desenvolvimento inte- pado. Essa bandeira representava uma
lectual e artístico do homem primitivo esfera armilar manuelina – um dos
e das crianças, em cujos desenhos proli- emblemas de D. Manuel I –, um instru-
feram retângulos, losangos e círculos. mento astronômico usado em navega-
No mundo dos símbolos, o losango ção, sob a forma de um círculo envolto
é comumente associado à mulher e por armilas ou argolas. A esfera armilar
ao feminino. Embora pouco se sai- teria sido transposta para a bandeira re-
ba, oficialmente, sobre a escolha dessa publicana por meio de uma esfera azul,
forma, o autor comenta que o losango, simbolizando o globo ou o céu.
em especial, simbolizaria a presença das A faixa branca, por sua vez, teria
mulheres brasileiras que lutaram pela múltiplas interpretações, segundo Coim-
Independência, ou, mais especificamente, bra. Pode ser considerada uma repre-
D. Leopoldina, esposa que D. Pedro I sentação da eclítica – projeção, sobre a
homenagearia na bandeira imperial. esfera celeste, da trajetória aparente do
A esfera seria um símbolo da união Sol, observada a partir da Terra, forman-
com Portugal, por meio de D. Manuel I, do uma “faixa”. Pode também ser uma
sob cujo reinado se deu o Descobrimen- alusão ao Rio Amazonas, ou ainda re-
to do Brasil. Foi também o primeiro meter à caridade de Cristo. O autor cita
ainda um quarto simbolismo possível:
a faixa, por estar em posição diagonal,
e não horizontal (o que lembraria os
militares), tem conotação civil, sugerindo
uma homenagem aos civis que trabalha-
ram pela Proclamação da República.
Coimbra acrescenta ainda que a
nossa bandeira estaria no rol daquelas
a serviço da paz, já que não há nada
nela que indique mensagens ou cores,
como vermelho ou preto, simbólicas do
contrário a isso.
19
A bandeira do brasil e outros símbolos nacionais
Apresentação
e uso da Bandeira
Nacional
O 19 de novembro foi escolhido para comemorar o Dia da Ban-
deira, em alusão à data de emissão do Decreto nº 4, que instituiu
a Bandeira Nacional.
A Bandeira Nacional mede 286 m² e encontra-se permanente-
mente hasteada em um mastro instalado na Praça dos Três Poderes
de Brasília, no Distrito Federal. Sua substituição é feita no primeiro
domingo de cada mês, em cerimônias executadas, em rodízio, pela
Marinha, Exército e Aeronáutica, além do Governo do Distrito
Federal. Durante a substituição, a nova bandeira deve atingir o topo
do mastro antes que a anterior seja retirada.
A bandeira também deve estar presente no Palácio da Presidência
da República e na residência do Presidente da República; nos edifí-
cios-sede dos Ministérios; no Congresso Nacional; nos edifícios-sede
dos poderes executivo, legislativo e judiciário dos Estados, Territórios
e Distrito Federal; nas Prefeituras e Câmaras Municipais.
A flâmula pode ser utilizada em todas as manifestações de senti-
mento patriótico de caráter oficial ou particular e hasteada em mastro
nos edifícios (públicos ou particulares), campos, templos, escritórios,
escolas, auditórios, ruas, praças e até em embarcações. Se não estiver
devidamente presa num mastro, ela pode ser reproduzida em paredes,
tetos, veículos terrestres e aeronaves. Também é permitido ser usada
para cobrir caixões no momento do sepultamento.
20
aprEsENtação E uso Da BaNDEira NacioNal
21
Hino
à bandeira
O hino em homenagem à nova bandeira republicana
foi escrito pelo poeta Olavo Bilac, com música de
Francisco Braga, sendo apresentado pela primeira
vez no dia 9 de novembro de 1906.
HiNo à BaNDEira
Hino à Bandeira
use o leitor de
Qr code para
ouvir a música!
23
Outros
símbolos
nacionais
Como visto anteriormente, os quatro símbolos nacionais do Brasil
foram instituídos por meio da Lei n. 5.700, de 01.09.1971, que esta-
beleceu não só seus padrões, formatos e significados, como também
sua utilização. A Constituição Federal do Brasil de 1988 também
fixou, no Art. 13, esses símbolos. Além da Bandeira Nacional,
são eles: o Hino Nacional, as Armas Nacionais e o Selo Nacional.
Hino Nacional
Ao longo de sua história, o Hino Na- executado integralmente, e os pre-
cional passou por alterações de letra e sentes devem estar de pé, em postura
ritmo, mas, na véspera do 1º Centenário de respeito. Os arranjos devem cor-
da Independência, 6 de setembro de responder aos do maestro Alberto
1922, o Decreto n. 15.671 oficializou a Nepomuceno. A lei também prevê que,
letra que é a utilizada até hoje. Até essa uma vez por semana, durante o ano
data, o Hino era cantado com letras di- letivo, o Hino deve ser executado nas
ferentes e inadequadas, que nem sempre escolas públicas ou particulares. Se for
faziam jus à beleza da música. usada a versão instrumental, deve-se
Francisco Manoel da Silva compôs respeitar a tonalidade si bemol. Além
a música em 1830, enquanto a letra, disso, a Constituição Federal proíbe
de autoria de Joaquim Osório Duque a execução de qualquer arranjo artís-
Estrada, foi escrita em 1909. tico ou vocal do Hino, a não ser que a
De acordo com a Lei n. 5.700, de Presidência da República a autorize
01.09.1971, o Hino Nacional deve ser previamente.
outros sÍmBolos NacioNais
Hino Nacional
I II
Ouviram do Ipiranga as margens plácidas Deitado eternamente em berço esplêndido
De um povo heroico o brado retumbante Ao som do mar e à luz do céu profundo
E o sol da liberdade, em raios fúlgidos Fulguras, ó Brasil, florão da América
Brilhou no céu da pátria nesse instante Iluminado ao sol do Novo Mundo!
Brasil, um sonho intenso, um raio vívido Brasil, de amor eterno seja símbolo
De amor e de esperança à terra desce O lábaro que ostentas estrelado
Se em teu formoso céu, risonho e límpido E diga o verde-louro dessa flâmula
A imagem do Cruzeiro resplandece Paz no futuro e glória no passado
use o leitor de
Qr code para
ouvir a música!
25
A bandeira do brasil e outros símbolos nacionais
Armas Nacionais
Segundo a Lei n. 5.700, de 01.09.1971, cial e devem estar presentes no Palá-
as Armas Nacionais, ou Brasão Nacio- cio da Presidência da República; na
nal, são as instituídas pelo Decreto n. 4, residência do Presidente da República;
de 19.11.1889. Elas foram idealizadas nos edifícios-sedes dos Ministérios; no
pelo Engenheiro Artur Zauer, dese- Congresso Nacional; no Supremo Tri-
nhadas por Luís Gruder, e representam bunal Federal; nos Tribunais Superiores;
a glória, a honra e a nobreza do País. nos edifício-sedes dos poderes Executi-
São formadas por um escudo redondo vo, Legislativo e Judiciário dos Estados
sobre uma estrela de cinco pontas e e Distrito Federal; nas Prefeituras e
uma espada, tendo ao centro a cons- Câmaras Municipais; nos quartéis das
telação Cruzeiro do Sul; à direita, um forças federais de terra, mar e ar; nos
ramo de fumo sobre um resplendor de quartéis das Polícias Militares e dos
ouro; e, à esquerda, um ramo de café. Corpos de Bombeiros Militares; nos
A data que figura no Brasão Nacional seus armamentos e nas fortalezas e
é a da Proclamação da República. navios de guerra; nas escolas públicas;
As Armas Nacionais também com- na papelaria oficial; e nas publicações
põem a parte frontal da faixa presiden- oficiais do governo federal.
26
Outros Símbolos Nacionais
Selo Nacional
Este símbolo foi criado para autenticar os atos do governo,
além de diplomas e certificados expedidos por estabeleci-
mentos de ensino oficiais ou reconhecidos. Ele é constituí-
do por um círculo que contém a esfera celeste, a mesma da
Bandeira Nacional, tendo em volta as palavras “República
Federativa do Brasil”. Quando foi criado, a frase era “Repú-
blica Federativa dos Estados Unidos do Brasil”. A coloca-
ção das estrelas, da faixa e da legenda “Ordem e Progresso”
no círculo interior obedece às mesmas regras estabelecidas
para a Bandeira Nacional.
27
Bandeiras dos Estados
e do Distrito Federal
Leis e decretos
BRASIL. Decreto n. 4, de 19 de novembro de 1889. Estabelece os distinctivos da bandeira
e das armas nacionais, e dos sellos e sinetes da Republica. Disponível em: <http://www.
planalto.gov.br/ccivil_03/decreto/1851-1899/D0004.htm>. Acesso em: dez. 2018.
______. Decreto n. 15.671, de 6 de setembro de 1922. Declara official a letra do Hymno
Nacional Brasileiro, escripta por Joaquim Osorio Duque Estrada. Diário Oficial [dos]
Estados Unidos do Brasil, Brasília, DF, ano 61, n. 224, 27 set. 1922. Seção 1, p. 5881-5883.
Disponível em: <http://www2.camara.leg.br/legin/fed/decret/1920-1929/decreto-15671-
6-setembro-1922-487497-republicacao-91987-pe.htm>. Acesso em: dez. 2018.
______. Lei n. 5.700, de 1 de setembro de 1971. Dispõe sobre a forma e a apresentação
dos símbolos nacionais, e dá outras providências. Diário Oficial [da] República Federativa do
Brasil, Brasília, DF, ano 13, n. 168, 2 set. 1971. Supl. Disponível em: <http://www.planalto.
gov.br/ccivil_03/LEIS/L5700.htm>. Acesso em: dez. 2018.
______. Lei n. 8.421, de 11 de maio de 1992. Altera a Lei n. 5.700, de 1 de setembro de 1971,
que dispõe sobre a forma e a apresentação dos símbolos nacionais. Diário Oficial [da] República
Federativa do Brasil, Brasília, DF, ano 130, n. 89, 12 maio 1992. p. 18.381. Disponível em:
<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/L8421.htm>. Acesso em: dez. 2018.
Equipe técnica
Centro de Documentação e Programação visual
Disseminação de Informações e diagramação
David Wu Tai Natália Brunnet
Texto Ilustrações
Agláia Tavares Fabio Muniz de Moura
Colaboradores Revisão
Leandro M. Malavota Anna Maria dos Santos
Rose Maria Barros de A. da Silva Kátia Domingos Vieira