O Frevo Pernambucano
O Frevo Pernambucano
O Frevo Pernambucano
O FREVO PERNAMBUCANO
RECIFE
2018
O FREVO PERNAMBUCANO
RECIFE
2018
ÍNDICE
1. INTRODUÇÃO ................................................................................................ 03
8. REFERÊNCIAS ................................................................................................ 13
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1. INTRODUÇÃO
Formalmente, se diz que frevo é música, e que sua dança é o passo. Mas,
segundo um dos envolvidos no processo de inventário, o frevo pode ser visto como
um “sistema” – com partes distintas e com um todo que extrapola a soma destas
partes. É fato que no frevo não se pode separar a música da dança, e nem se sabe
ao certo se foi a dança que se adaptou à música, se a música se acelerou em
função dos movimentos, ou ainda se ambas se constituíram simultaneamente,
conforme o indicado no dossiê de candidatura.
É neste sentido que o bem que se propõe registrar é o frevo em todas as suas
dimensões – música, dança e poesia – e nas três modalidades em que ele se
subdivide – frevo-de-rua, frevo-de-bloco e frevo-canção. O frevo-de-rua, puramente
instrumental, tocado e dançado nas ruas carnavalescas do Recife e de Olinda.
Próprio dos clubes e das troças. É subdividido ainda em outros três tipos: frevo-
coqueiro, marcado pela presença de notas agudas, frevo-ventania, caracterizado por
seqüências ininterruptas de semicolcheias tocadas pelos saxofones, assemelhando-
se ao barulho do vento; e o frevo-de-abafo, que ocorre quando do encontro de duas
agremiações durante o carnaval, uma tentando abafar a outra com um som muito
alto, deixando de lado o esmero com a afinação.
O frevo-canção é uma derivação do frevo-de-rua com letra cantada e poucas
diferenças musicais. É próprio dos blocos carnavalescos mistos.
O frevo-de-bloco é o frevo mais lírico, com dança, instrumentos e melodias
mais suaves, e um maior destaque à participação feminina. Não se liga a um tipo de
grupo carnavalesco específico, mas também é cantado no Carnaval. É visto
também, por alguns especialistas, como marcha-de-bloco e não frevo-de-bloco – o
que pode também ser apontado no termo marcha-regresso, usada para designar as
músicas cantadas no final do cortejo, de volta à sede.
A instrumentação do frevo-de-rua é a emblemática do gênero. A formação
mais clássica, inspirada nas bandas marciais, é aquela formada pela presença dos
metais: saxofones, trompetes e trombones; adicionando-se alguns instrumentos
eletrônicos, como guitarras e teclados e baixos elétricos para as formações de
estúdio – o que não é possível em orquestras tocando na rua, em movimento.
O frevo-canção é o que tem maior interface com o mundo do espetáculo profissional
e da indústria fonográfica, tendo assim uma maior presença de instrumentos
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1.1 – Origem
O caráter de resistência do frevo, que talvez não seja tão evidente num
primeiro olhar, dada a sua absorção por praticamente todas as classes sociais, é
outro aspecto bastante enfatizado no dossiê. A história do frevo está estreitamente
relacionada, desde sua origem, com os “capoeiras”, negros escravos recém-libertos,
que trabalhavam no espaço urbano – temidos, então, como sendo desordeiros,
assassinos e vadios. Também nos carnavais a presença dos capoeiras era
expressiva. Acredita-se, e vários autores corroboram com esta idéia, que o passo
tenha surgido com os negros que vinham à frente das bandas militares, percorrendo
as ruas do Recife no final do Século 19.
A utilização dos espaços públicos leva ao entendimento, por parte da equipe
de pesquisa, desses locais como ambientes de trocas, das relações existentes entre
o Poder Público e a população por meio de práticas tanto formais como informais.
Percebem-se algumas dessas práticas como um espaço de resistência, das táticas
de sobrevivência dos grupos pobres no contexto da escravidão urbana.
Se em sua origem o frevo representava, ou condensava as resistências de classe e
de raça, a análise do frevo de hoje não deixa de apontar para uma outra forma de
resistência: a de formas de expressão tradicionais num contexto de culturas de
massas e de globalização de produtos culturais.
A música do frevo tem sua origem na fusão de gêneros diversos, como a
polca, a mazurca e o dobrado, e seu encontro com as bandas de música, militares e
civis, muito em voga em fins do Século 19. Eram estas bandas que animavam os
eventos públicos e as festividades, explorando sua mobilidade e alcance numa
época em que não existia a reprodução de música e as apresentações eram todas
ao vivo. Havia muita rivalidade entre as bandas de música, acirrando-se as disputas
em tempos de carnaval. Os capoeiras eram assim acionados para a defesa de uma
ou outra banda, e daí seu papel importante no surgimento do passo.
A utilização da sombrinha, símbolo inquestionável do frevo, também remonta
a esta época e aos capoeiras. Com a proibição da capoeira e a ação do Estado no
sentido de controlar o carnaval e sua agitação, a sombrinha é uma espécie de arma
branca, disfarçada – como o são, aliás, os símbolos de muitas agremiações
carnavalescas, onde um cabo, cacetete em potencial, é muito recorrente: a pá, o
machado (onde o que importa é o cabo, pois a “lâmina” era confeccionada em
papel), o pão (feito de madeira), o abanador, a vassoura etc. Segundo Paula
Valadares, que prestou depoimento aos pesquisadores durante o inventário, se o
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samba diverte, o frevo fere; e isto está expresso nos símbolos, na expressão visual,
na música e na dança do frevo.
2. CONTEXTO HISTÓRICO
3. O DESPERTAR DO FREVO
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TINHORÃO, Jose Ramos. Pequena história da música popular brasileira. Pág. 137. Desta forma concluímos que
assim como o maxixe, o frevo surgiu da interação entre a música e a dança. "O frevo fixou sua estrutura numa
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vertiginosa evolução da música das bandas de rua, de inícios da década de 1880 até aos primeiros anos do
século XX". (TINHORÃO, 1978)
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TINHORÃO, Jose Ramos. Pequena história da música popular brasileira. Pág. 137
Tinhorão descreve que a partir da década de 1880 a música de rua do Recife deixou de ser fornecida apenas
por bandas militares, segundo ele, nesta década surgiu as fanfarras a serviço de humildes trabalhadores
urbanos3. As fanfarras eram constituídas por instrumentos de metal, pela velha tradição bandística do povo
pernambucano. Os compositores adicionaram à fanfarra o caixa (tarol) que sustenta o ritmo o tempo inteiro,
com a finalidade de controlar a multidão incontrolável. Desenvolveram, também, artifícios que levaram o frevo
a desdobrar-se em subgêneros.
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4. TIPOS DE FREVO
4.2 – Frevo-Canção
4.3 – Frevo-de-Bloco
Sou do Recife
Com orgulho e com saudade
Sou do Recife
Com vontade de chorar
O rio passa levando barcaça
Pro alto do mar
Em mim não passa
Essa vontade de voltar
Recife mandou me chamar
Capiba e Zumba
A essa hora onde é que estão?
Inês e Rosa
Em que reinado reinarão?
Ascenso me mande um cartão
Rua antiga da Harmonia
Da Amizade, da Saudade e da União
São lembranças noite e dia
Nelson Ferreira
Toca aquela introdução
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Sou do Recife
Com orgulho e com saudade
Sou do Recife
Com vontade de chorar
6. ANÁLISE DE FALÁCIAS
Ô ô ô saudade
Saudade tão grande
Saudade que eu sinto
Do Clube das Pás, do Vassouras
Passistas traçando tesouras
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Ponto de interrogação adicionado para melhor compreensão.
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E nessa lembrança
A vida era linda!
E a gente ainda, seria criança
Legenda:
Verde: Exórdio
Azul: Narração
Lilás: Epílogo
Amarelo: Conclusão
Vermelho: Hipálage e Anáfora
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8. Referências Bibliográficas
http://portal.iphan.gov.br/uploads/ckfinder/arquivos/Frevo%20%E2%80%93%20Patri
m%C3%B4nio%20Cultural%20brasileiro.pdf