Corpo Humano
Corpo Humano
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Os músculos e a gordura
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das nádegas criam uma
forma semelhante a uma
borboleta.
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Os músculos da parte
externa do cotovelo descem
do alto do braço em direção
ao polegar. A silhueta do O ângulo das omoplatas
braço e a do antebraço segue a direção indicada
inclinam-se em direções pelos braços.
opostas.
ESBOCE A POSE TRABALHE O CORPO
Desenhe primeiro a perna (C) que sustenta o peso; note Desenhe o contorno da figura, prestando especial
que ela forma um ângulo no centro (F) da figura, de atenção aos pontos onde as linhas se sobrepõem. Altere
modo que o tornozelo (I) se alinha com a cabeça. Em a pressão do lápis para enfatizar a forma e evitar que o
seguida desenhe o ângulo dos quadris (B) e indique as desenho pareça um recorte de cartolina; lembre-se de
linhas paralelas dos ombros (A) e dos mamilos (H), que que uma linha escura se projeta para a frente e uma
contrabalançam esse ângulo. Esboce a cabeça e a linha fraca recua. Por fim, faça as sombras, variando a
coluna (G) e faça a outra perna (D, E), para dar intensidade de modo a torná-Ia ora forte, ora difusa.
equilíbrio.
Em busca do equilíbrio os OSSOS DAS COSTAS OS OSSOS DA FRENTE
Quando o peso se distribui sobre as Compare o esboço de mulher feito No esboço à direita, também
duas pernas, os quadris estão nivela- por Joseph Sheppard com o elaborado por Joseph Sheppard,
esqueleto em pose idêntica outros ossos alteram a superfície,
dos; quando o peso recai sobre uma criando mais saliências e cavidades.
mostrados abaixo. Veja como os
perna, o quadril desse lado apresenta- Na cabeça, o osso do maxilar (A)
músculos e os ossos subjacentes
se mais alto que o outro. Observe criam formas na superfície. determina o contorno do rosto. No
bem isso para estabelecer o exato Começando pelo alto da figura, tronco, a inclinação cia clavícula (8)
equilíbrio entre ombros e quadris. Se, note como a ponta da omoplata (A) é é evidente, assim como as ligações
por exemplo, a perna esquerda sus- aparente. A espinha dorsal (8) forma das costelas (C); as costelas
tenta o peso - e, portanto, o qua- u,ma linha central nítida e a parte inferiores (D) também são visíveis.
dril esquerdo está mais alto que o externa da caixa torácica (C) O ílio (E) fica junto à pele, criando
determina o contorno do tronco. As uma cavidade. Nas pernas,
direito --, os ombros devem incli-
nar-se na direção oposta. covinhas logo acima das nádegas a rótula (F) e a gordura logo abaixo
Uma boa maneira de calcular o são criadas pela crista pélvica (D); a formam um "oito", e a cabeça
parte saliente do ílio esquerdo (E) é da tíbia (G) aparece claramente.
equilíbrio e a distribuição do peso de
responsável pela reentrância nesse Nos braços, a ponta do cúbito (H)
seu modelo é procurar "indícios do lado. Como o peso está sobre a está saliente no pulso, no lado
esqueleto" na superfície: ombros, co- perna direita, o fêmur direito (F) do dedo mínimo, enquanto a cabeça
tovelos, mamilos, costelas, ílios, joe- projeta-se para fora. do mesmo osso (I) forma o cotovelo_
lhos e tornozelos. Todas essas partes
ocorrem. aos pares: assim, comparan-
do suas posições, você poderá enten-
der a pose.
Pontos a observar
Embora a distribuição do peso seja
o aspecto mais importante da figura
em pé, há outras características do
modelo que você precisa identificar.
A moça do desenho da página 48,
por exemplo, tem uma postura sinuo-
sa, que lembra o movimento de uma
cobra. É uma pose incomum, que va-
Ie a pena registrar.
Captada a postura global, comece
a analisar os detalhes. Tente visual i-
zar a posição da coluna, que lhe ser-
virá de eixo. Observe o ângulo da
cabeça com o pescoço: o fato de o
modelo estar ereto não significa que
essas partes devam apresentar-se ne-
cessariamente na vertical.
Por fim, adote a mesma pose do
modelo, para eliminar qualquer dú-
vida que ainda tenha restado.
lJápis no papel
Depois que você tiver compreendido
bem a pose, pode começar a dese-
nhar. Olhe para a silhueta do mode-
lo e faça o esboço com traços largos
e livres, usando muitas linhas e mo-
vimentando os braços, não o pulso.
Quando conseguir reproduzir os con-
tornos, passe a trabalhar cada uma
das áreas específicas.
Se tiver dificuldade com alguns ân-
gulos, observe-os bem no modelo e
depois no papel, repetidas vezes, pas-
sando de um para o outro com mui-
ta rapidez. Você verá que, depois de
fazer isso durante alguns segundos,
a imagem do modelo se casará per-
feitamente com seu esboço.
Mãos, braços, pernas e pés
Quando se trata de trabalhar a figu-
ra humana, os principiantes geral-
mente procuram esconder as extremi-
dades do corpo do modelo, para não
ter de reproduzi-Ias. Assim, disfar-
çam os braços e pernas sob roupas,
encobrem os pés em calçados, arru-
mam a pose de modo a deixar as
mãos fora do alcance visual.
Realmente, essas partes apresen-
tam dificuldades até para artistas ex-
perientes, mas, deixando-as de lado,
você perde um recurso muito expres-
sivo e um importante elemento da
composição. Vale a pena exercitar-se
nesse aspecto até chegar às propor-
ções corretas e, então, lançar-se ao
trabalho com desenvoltura.
POR ÚLTIMO, O POLEGAR
A mão compõe-se de três partes - Comece pela mão
polegar, demais dedos e palma -, Como regra geral, lembre-se de que
que assumem aparências diferentes
de acordo com seus movimentos e os dedos equivalem à metade do com-
posições.
primento total da mão; a mesma me-
dida corresponde à largura da mão
na altura das juntas. Essas propor-
ções, contudo, variam muito de in-
divíduo para indivíduo. Observe bem
sua própria mão e use-a como mode-
lo para iniciar os exercícios. Tenha
em mente que o tamanho da mão
sempre é maior do que parece e,
com freqüência, iguala-se com o da
cabeça.
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A modelagem do braço
Ao desenhar braços, tenha como
principal objetivo transmitir uma im-
pressão de volume. Para alcançar es-
se objetivo, simples contornos não
bastam: você precisa captar com pre-
cisão os efeitos de luz e sombra.
Facilite o trabalho procurando
"indícios" de ossos ou músculos na
superfície, como se vê na ilustração
abaixo.
Braço esticado, visto por trás. Mes-
mo num braço feminino, os múscu-
los avolumam-se ao longo de toda a
parte interna.
Braço esticado, visto de perfil. O vo-
lume dos músculos é mais evidencia-
do na parte externa do braço do que
na parte interna do antebraço.
Braço dobrado, visto por trás. Os os-
OS CONTORNOS DO BRAÇO sos do cotovelo assumem uma forma
Ouando o cotovelo está dobrado, triangular.
como no primeiro esboço, três Braço dobrado, visto de lado. Embo-
protuberâncias ósseas formam um ra os músculos sejam menos eviden-
triângulo. tes, o braço todo parece mais cheio.
O segundo esboço mostra como
calcular o ângulo do cotovelo
traçando duas linhas em ângulo reto. Abaixo: Joseph Sheppard mostra
como modelar o braço guiando-se por
detalhes anatômicos da superjlcie.
A estrutura do pé
Antes de exercitar-se no desenho do
pé, procure conhecer bem sua estru-
tura, analisando-a minuciosamente.
o pé visto de cima
Parte externa. Note a ponte chata (a)
entre a perna eo pé, e o arco (b) em
cima do pé. O segundo dedo (c) é o
mais longo; os quatro dedos meno-
res (d) curvam-se para baixo. A sola
por fora (e) é chata e o osso do tor-
nozelo (f) é bem centralizado.
Parte interna. O dedo maior (g) tem
uma junta a menos que os outros, e
o tornozelo (h) mostra-se mais alto
que na parte externa. A sola é ar-
queada (i) e a forma arredondada (j)
do dedo maior apresenta uma protu-
berância. Um tendão grande (I) está
ligado ao calcanhar (k).
Parte superior. O osso da parte inter-
na do tornozelo (h) é mais alto que
o da parte externa (f). Um grande
tendão (b) forma uma rampa na di-
reção da ponta. Note que a ponta dos
dedos é mais cheia (c).
o pé visto de baixo
Sola. Na parte interna, formam-se
rugas (i) em torno da curva. A pro-
tuberância (j), a parte externa (e) e o
calcanhar (k) são carnudos.
À direita: Estes
esboços de Joseph
Sheppard indicam
ossos e músculos
na superfície do
pé. Os mesmos
indícios
aplicam-se ao
pé escorçado
(à esquerda).
A forma das pernas
As pernas apresentam grande variedade de
forma e tamanho. Assim, procure distin-
guir as características de cada modelo an-
tes de iniciar o trabalho.
Tenha sempre em mente que o segredo
para desenhar pernas está em compreender
bem a distribuição do peso: a perna que
sustenta o peso do corpo invariavelmente
apresenta um aspecto distinto da que está
relaxada. Evidencie essa diferença enfati-
zando os músculos tensos por meio de con-
tornos mais fortes e modelagem tonal mais
definida.
Note que as mulheres normalmente têm
joelhos para dentro, pois o ângulo entre os
quadris e os joelhos é maior nelas que nos
homens. Estes, em geral, têm as pernas-ar-
queadas, devido ao fato de seus quadris se-
rem mais estreitos.
A abordagem gestual
Na pintura à esquerda, o artista Charles Reid adotou um
estilo fluido, que deixa pouca margem para uma repro-
dução realista dos detalhes anatômicos. Em contraparti-
da, ele trabalhou cuidadosamente as proporções e linhas
dos membros, fazendo-os acompanhar o resto do cor-
po. Note, por exemplo, como os braços e as mãos refle-
tem a inclinação relaxada do pescoço e dos quadris.
Reid também fez um mínimo de modelagem tonal, se-
lecionando as sombras de acordo com a estrutura.
A abordagem realista
No retrato abaixo, o artista hiper-realista J ames Valeria
fez um corte na figura para conferir às mãos e aos bra-
ços um papel importante na composição. Em contraste
com a pintura gestual de Reid, a concentração de Vale-
ria nos detalhes em foco nítido permite-lhe explorar to-
das as dobras das mãos. Estas, por sua vez, transmitem
a desejada atmosfera de tranqüilidade.