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5 - Indústria Agroquímica

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Processos Industriais Orgânicos

Tema 5. Indústria Agroquímica

1. Introdução
2. Pesticidas
2.1. Inseticidas
2.1.1.Inseticidas inorgânicos
2.1.2.Inseticidas derivados de vegetais ou de produtos orgânicos naturais e orgânicos
sintéticos
2.1.3.Agentes de atração e repelentes
2.2. Fumegantes
2.3. Nematocidas
2.4. Acaricidas
2.5. Raticidas
2.6. Fungicidas
2.6.1.Fungicidas inorgânicos
2.6.2.Fungicidas orgânicos
2.7. Herbicidas
3. Nutrientes e reguladores vegetais
3.1. Fertilizantes mistos
3.1.1.Síntese de amônia
3.1.2.Tecnologia de fertilizantes
3.2. Reguladores do crescimento vegetal
3.3. Inibidores e esterilizantes do segundo crescimento

1. Introdução
As indústrias agroquímicas produzem substâncias químicas empregadas para o
controle das plantas ou dos animais daninhos aos homens ou a outros animais, para a melhora
das colheitas em quantidade e qualidade.
Limitações cada vez mais severas têm sido estabelecidas acerca do uso de agentes
agroquímicos, devido aos riscos potenciais destas substâncias para a saúde pública e para a
vida animal em comparação com o valor demonstrado na agricultura.

2. Pesticidas

Durante milhões de anos os insetos têm sido os maiores oportunistas, devorando ou


destruindo cerca de um terço dos cultivos agrícolas e provocando doenças como a febre
amarela, a malária e a dengue.
O controle dos insetos é feito mediante inseticidas bastante poderosos para destruir a
proteção de quitina que os recobre externamente, a qual é resistente à maioria das
substâncias químicas.

2.1 Inseticidas

Os inseticidas são agentes ou formulações destinadas a destruir os insetos e podem ser


classificados como apresentado a seguir:
a) Inseticidas estomacais, letais para os insetos que os ingerem;
b) Inseticidas de contato, estes matam depois do contato externo com o corpo;
c) Inseticidas fumegantes, atuam sobre o sistema respiratório;
d) Inseticidas sistêmicos, são adsorvidos pelas plantas e transportados no interior do
vegetal, fazem que as plantas se tornem tóxicas para os afídeos, tetranquídeos e
outros animais sugadores que são difíceis de matar.

Profa. Caridad Noda Pérez Página 126


Processos Industriais Orgânicos

2.1.1 Inseticidas inorgânicos

Os inseticidas obtidos a partir de compostos inorgânicos foram superados pelos


orgânicos. Dentre estes inseticidas eram usados os seguintes compostos:
a) Compostos de arsênico, de flúor e de fósforo, muito tóxicos, inclusive para o
homem e os animais de sangue quente;
b) Arsenato de chumbo, usado no combate à broca da batata de da maçã;
c) Arsenato de cálcio, menos eficiente do que o anterior, seu uso foi reduzido
drasticamente pelo uso de inseticidas orgânicos como o metil paration;
d) Compostos de flúor, inseticidas estomacais, substitutos dos arsenatos, mas
extremamente venenosos para o homem;
e) Enxofre e compostos de enxofre, usados no controle dos ácaros, aranhas e vários
insetos, mas seu uso principal é como fungicida;
f) Ácido cianídrico fumegante eficiente contra insetos, a indústria de frutas cítricas o
usou muito, mas foi substituído pelo paration ou pelo petróleo com paration.

2.1.2 Inseticidas derivados de vegetais ou de produtos orgânicos naturais e


orgânicos sintéticos

Inseticidas derivados de vegetais ou de produtos orgânicos naturais.

Sua toxidez depende do alcalóide que contém. Também têm sido superados pelos
inseticidas orgânicos sintéticos.
a) Piretrinas, das flores do pireto (crisântemo) contêm ésteres orgânicos não
nitrogenados tóxicos (piretrinas). O Brasil é uma das principais fontes das flores. As
piretrinas são importantes devido à ação rápida contra moscas e por serem
atóxicas para os homens e animais de sangue quente;
b) A aletrina é um componente do pireto e tem quase as mesmas propriedades
inseticida;
c) A nicotina, alcalóide obtido do tabaco é empregado contra afídeos, cicadelídeos e
tripés (lacerdinha) e também como fumegante;
d) A rotenona, princípio ativo venenoso das raízes de diversas plantas tropicais e
subtropicais, como o timbó, é um composto orgânico heterocíclico não
nitrogenado (C22H22O6) que atua como inseticidas estomacais de contato muito
eficientes. Sua principal aplicação é como inseticida na época das colheitas ou nas
vacas leiteiras, pois a rotenona é inócua para os mamíferos.

Inseticidas orgânicos sintéticos.

a) DDT (diclorodifeniltricloroetano), extensamente usado na II Guerra Mundial para


controlar os piolhos e como larvicida. Os insetos morrem pela passagem sobre
uma superfície seca pulverizada com o DDT. A partir de 1970 foi proibido devido à
lenta degradação que possibilita seu acúmulo na gordura dos organismos vivos, e
pode ser transmitido pelo leite de vaca e humano. Fazia com que o gavião
pescador pusesse ovos com cascas muito finas e reduziu sua reprodução, e
possibilidade de tumores cancerígenos, estudada em camundongos;
b) BHC (hexaclorobenzeno) existe em forma de vários estereoisômeros, sendo o  o
mais tóxico. Usado para controlar a broca do algodão, não é indicado para
colheitas de alimentos se não for purificado. O lindane, com 99% do isômero  do
BHC pode ser usado em colheitas de alimentos para combater os insetos
controlados anteriormente pelo DDT;

Profa. Caridad Noda Pérez Página 127


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c) Metoxicloro (bis(metoxifenil)tricloroetano) têm grupos –OCH3 em vez de –Cl


presente no DDT. Apresenta elevada eficiência inseticida e baixa toxicidade para os
animais de sangue quente e é seguro para usar nas plantas. Maior poder de ação
que o DDT. É usado sem problemas no gado, nas colheitas de legumes e cereais,
no combate às pragas domésticas;
d) Toxafeno (canfeno clorado) mata todas as pragas comuns do algodão;
e) Malation (fosfoditionato, o-o-dimetilditiofosfato do mercaptossucinato de dietila)
inseticida popular, com amplo espectro de aplicações em quase todos os frutos,
legumes e cereais, gado leiteiro e insetos domésticos. Baixa toxidez para os
mamíferos;
f) Paration (tiofosfato do o-o-dietil-p-nitrofenil, também se fabrica seu homólogo
dimetil), inseticida poderoso, de amplo espectro, além de acaricida, mata
carrapatos e piolhos e é usado em plantações de algodão e nas culturas de
legumes e de laranja.

2.1.3 Agentes de atração e repelentes

Substâncias desenvolvidas para eliminar os riscos para outras formas de vida que
poderiam ser ameaçadas por substâncias tóxicas poderosas.
a) Iscas combinadas com agentes tóxicos podem ser usadas contra insetos com a
formiga de fogo;
b) Um estrato aquoso de madeira apodrecida, obtido pela inoculação de fungos, é
atraente para os cupins;
c) Dois atraentes sexuais (feromônios sexuais), álcoois não saturados com cadeia
principal de 16 átomos de C, foram sintetizados para a mariposa européia e para o
bicho da seda. A isca sexual atrai aos insetos machos a uma grande distância, mas
um esterilizante químico impede sua reprodução, a maioria dos esterilizantes é
derivada da aziridina;
d) A dietiltoluamida é um repelente para insetos que pode ser aplicado diretamente à
pele.

2.2 Fumegantes

Substâncias que emitem vapores venenosos. Contra os insetos infestantes dos solos
usam-se:
a) cloropicrina, muito irritante;
b) dissulfeto de carbono, raramente usado agora pelo risco de explosão;
c) brometo de metila, problemas de aplicação;
d) dibrometo de eteno, eficiente no controle de elaterídeos.
e) O ácido cianídrico e o tetracloreto de carbono são úteis como fumegantes. As
colheitas depositadas nos silos, grãos e sementes, podem ser infestadas por
insetos, roedores e microrganismos.

2.3 Nematocidas

Além dos fumegantes dos solos mencionados anteriormente, existem fosfotioatos, que
atuam pelo contato direto e não pela fumigação.

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2.4 Acaricidas

Para o controle dos ácaros. Existe uma ampla escolha de acaricidas, incluindo-se neles
os seguintes produtos:
a) Kelthane;
b) Tetradifon,
c) Morocide
d) Torak, eficientes no controle de ácaros de frutas;
e) Produtos fosfatados como o etion, têm sido usados em pomares de laranja.

2.5 Raticidas

Para o controle de pragas de animais como camundongos, ratos, marmotas, esquilos e


roedores campestres que podem causar grandes danos nas propriedades e disseminar diversas
doenças. Usam-se os seguintes produtos:
a) Warfarin (3-(-acetonilbenzil)-4-hidroxicumarina), e outros derivados da cumarina
baseados na 1,3-indandiona;
b) O 1080 (monofluoroacetato de sódio) é um produto importante, mas é mortal,
inclusive para o homem;
c) O fosfeto de zinco e o sulfato de tálio também são usados como raticidas;
d) A estricnina e o extrato de cebola venenosa são raticidas botânicos.

2.6 Fungicidas

Ativos contra fungos, plantas parasíticas, compreendendo bolores, mofos, ferrugens,


carvões, cogumelos e outros organismos semelhantes, capazes de destruir plantas superiores,
tecidos e até vidro, provocando perda de alimentos e materiais valiosos. Atacam sementes,
plantas em crescimento, materiais vegetais e até produtos acabados como adesivos, couro,
pinturas e tecidos.

2.6.1 Fungicidas inorgânicos

Dentre os fungicidas inorgânicos a mais usada é a calda bordalesa (a fórmula 4-4-50


consiste em 4 lb de sulfato de cobre, 4 lb de cal extinta e 50 galões de água) consiste em um
precipitado gelatinoso, azul-claro, suspenso em água. É eficiente contra a maioria dos mofos e
bolores ordinários. A maior parte das frutas e vegetais pode ser tratada por esta formulação.

2.6.2 Fungicidas orgânicos

Dentre os fungicidas orgânicos temos:


a) Ditiocarbamatos;
b) Fenóis clorados;
c) Carboximidas.
Depois do enxofre, o nitrogênio parece ser o elemento construtivo mais eficiente de
um fungicida orgânico, além do carbono e do hidrogênio. O primeiro fungicida orgânico foi a
Formalina, uma solução aquosa de formaldeído a 40%.

Os ditiocarbamatos são feitos pela reação entre o dissulfeto de carbono e uma amina,
como apresentado a seguir:

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H2NCH2CH2NH2 + 2 CS2  HSCSNH(CH2)2NHCSSH

HSCSNH(CH2)2NHCSSH + 2 NaOH  NaSCSNH(CH2)2NHCSSNa + H2O

a) O sal de sódio do bisditiocarbamato de eteno é empregado com o sulfato de zinco


e a cal, e provavelmente reage para formar o sal de zinco. Estes sais são usados
para combater a mela dos vegetais, especialmente da batata e do tomate;
b) O ferbam (dimetiltiocarbamato férrico) é eficiente contra a ferrugem da maçã;
c) O Ziram (dimetiltiocarbamato de zinco) e o maneb (etilenobisditiocarbamato de
manganês) controlam o apodrecimento de frutos e as doenças das folhas dos
vegetais.

Dentre os fungicidas do solo se encontra no mercado o seguinte produto:


a) O PNCB (pentacloronitrobenzeno) aplicado na época da plantação combate a
morte dos brotos.

Dentre os fungicidas industriais temos:


a) O creosoto do alcatrão de carvão é usado para a preservação da madeira, mas é
pegajoso e tem um cheiro forte;
b) Os fenóis clorados também são usados na preservação da madeira;
c) O naftaleno de cobre é usado para combater problemas com as fibras do algodão;
d) O o-fenilfenato de sódio é usado como preservativo industrial de frutos.

Os fungicidas sistêmicos, compostos adsorvidos pelas raízes ou folhas que tornam a planta
venenosa para os fungos. Entre eles estão disponíveis no mercado os produtos a seguir:
a) Benomil;
b) Bendazol;
c) Carboxima.

2.7 Herbicidas

Existem três classes de herbicidas químicos:


a) Herbicidas por contato;
b) Herbicidas sistêmicos;
c) Herbicidas esterilizantes do solo.
Estes herbicidas podem ser seletivos ou não.
Dentre os compostos de interesse herbicida estão:
a) 2cloro-4-etilamino-6-isopropilamino-s-triazina (AAtrex, atrazina);
b) Ácido 3-amino-2,5-diclorobenzoíco (Amiber, cloramben);
c) 2-cloro-2’,6’-dietil-N-(metoximetil)acetanilida (Lasso, alaclor);
d) 2-cloro-N-isopropilacetanilida (Ramrod, propaclor);
e) N,N-dialil-2-cloroacetamida (Randox, DCAA);
f) 5-bromo-3-sec-butil-6-metiluracila (Bromacil);
g) Trifluralina (Terflan).

O Terflan (trifluralina) é um herbicida com ampla aceitação no mercado e é fabricado


da seguinte forma:

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CF3 CF3 CF3
HNO3 HNO3
H2SO4 H2SO4

313 K Oleum 20%


95% rend. 393 K
83% rend.
NO2 O2N NO2

Cl Cl Cl

p-clorobenzofluoreto intermediário intermediário


mononitrado dinitrado

CF3 CF3

NH(C3H7)2
Na2CO3

96% rend.
O2N NO2 O2N NO2

Cl N(C3H7)2

Trifluralina

3. Nutrientes e reguladores vegetais

3.1 Fertilizantes mistos

Os fertilizantes ou repõem no solo os ingredientes removidos pelas plantas ou


adicionam substâncias indispensáveis aos solos nativos para que sejam produtivos ou mais
produtivos. Os fertilizantes constituem uma importante fração da indústria química global.
Eles são a maior quantidade dos produtos comercializados pela indústria agroquímica.

Os três elementos indispensáveis às plantas são:


a) Nitrogênio, necessário durante os primeiros estágios do crescimento para
promover o desenvolvimento de caules e folhas
b) Fósforo, estimula o crescimento e acelera a formação de sementes e de frutos, nos
estágios avançados do crescimento
c) Potássio, essencial ao desenvolvimento de amido das batatas e cereais, dos
açúcares dos frutos e vegetais e do material fibroso das plantas.

3.1.1 Síntese de amônia

A amônia é o composto básico dos produtos nitrogenados, usados na indústria e na


agricultura. A amônia é uma base, um redutor moderadamente forte e um agente
complexante de cátions eficiente. As aplicações da amônia estão resumidas no quadro a
seguir:

Profa. Caridad Noda Pérez Página 131


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Polímeros

Poliuretanos Poliamidas Poliacri- Carbonato Hexametile- Criogenicos


(Nilon e Kapron) lonitrilo de amônia notetramina
Nitritos e
Herbicidas Nitratos

Nitrodopantes
Hidrazina
Coloxilina

Resinas uréia- Piroxilina


formaldeído
Úréia Amônia Ácido nítrico

Explosivos
Trinitro-
tolueno
Ácido
cianúrico Amonite

Anilina
Melamina Nitro-
benzeno
Fertilizante
Fertilizantes Nitrato de fosfato de Sulfato de Fertilizante Fertilizantes
líquidos amônia amônia amônia NP NPK

Fertilizantes

A síntese da amônia, a partir dos elementos N2 e H2, acontece de acordo com o


seguinte esquema de reação:

N2 + 3 H2  2 NH3 + Q

A reação é reversível exotérmica (Ho298 = - 91,44 kJ/mol) e torna-se ainda mais


exotérmica a temperaturas superiores (Ho725 = - 112,86 kJ/mol). De acordo com o principio de
Le Chatelier, o aquecimento desloca o equilíbrio para a esquerda, diminuindo o rendimento de
amônia.
Na síntese de amônia ocorre um decréscimo do número de moles, 4 moles de
reagente formam dois moles de produto gasoso, então podemos concluir que um aumento na
pressão favorece o equilíbrio.
A síntese de amônia acontece e com alta taxa de reação somente em presença de
catalisadores sólidos. Esta síntese via catálise heterogênea ocorre por o mecanismo complexo
em pelo cinco etapas:
1. As moléculas de N2 e H2 difundem da fase gasosa para a superfície do catalisador
2. As moléculas reagentes (adsorvatos) são quimissorbidas na superfície do
catalisador
3. A reação superficial acontece com a formação de complexos intermediários
4. Os produtos são dessorvidos
5. O produto (amônia) difunde da superfície do catalisador para a fase gasosa

A etapa controladora da reação é a quimissorção do N2.


A taxa de velocidade da síntese de amônia depende da temperatura, da pressão e da
composição da alimentação.
A temperatura ótima, na faixa de 675 K, diminui com o incremento do teor de amônia
nos gases reciclados e com o decréscimo do teor da mistura H2 + N2.

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A pressão ótima para a síntese de amônia está aproximadamente em 100-250 bar.


Os catalisadores empregados na síntese de amônia e que apresentam alta atividade
catalítica são metais dos Grupos VI, VII e VIII. Deles os mais ativos são o Fe, o Ru, o Re e o Os.
As plantas comerciais usam principalmente óxido de ferro com promotores.
Os promotores podem ser óxidos ácidos ou anfotéricos tais como, Al2O3, SiO2 e TiO2 e
também óxidos de metais alcalinos e alcalinos térreos tais como K2O, Na2O, CaO e MgO.
Os catalisadores empregados na síntese de amônia estão permanentemente
envenenados por compostos de enxofre e clorinados. Compostos como água, CO, CO2 e O2
envenenam fortemente os catalisadores, mas a afetação é temporária, pois é reversível.

3.1.2 Tecnologia de fertilizantes

Os fertilizantes são os produtos mais importantes das indústrias de processos


químicos. Eles podem ser classificados de acordo a o papel que desempenham na agricultura,
a suas propriedades e a sua forma de manufatura.
Desde o ponto agronômico, se classificam em:
a) Fertilizantes diretos, os que fornecem os nutrientes às plantas;
b) Fertilizantes indiretos aumentam a fertilidade dos solos propiciando suas
propriedades físicas, químicas e biológicas.
Os fertilizantes indiretos incluem fertilizantes de cal usados para neutralizar os solos
ácidos, fertilizantes estruturados que favorecem a agregação das partículas pesados e
argilosos, etc.
Os fertilizantes diretos podem conter um ou os três nutrientes principais das plantas,
N, P e K. Existem fertilizantes nitrogenados, fosfatados e de potássio, com dois dos nutrientes
como NP, ou PK ou como os três NPK.
As matérias primas para a produção dos fertilizantes fosfatados são a apatita e a
fosforita (rocha de fosfato) os que são convertidos em compostos fosfatados para serem
assimilados pelas plantas.
Os fertilizantes nitrogenados são produzidos a partir de N atmosférico e convertido em
compostos de nitrogênio.
Os fertilizantes de potássio são obtidos a partir da rocha potássica que contém cloreto
e sulfato de potássio.
Além das fontes naturais, as indústrias usam subprodutos e produtos de processos
químicos tais como o ácido sulfúrico, nítrico, fosfórico e amônia.
Os fertilizantes podem recuperar algumas escórias metalúrgicas, resíduos de indústrias
de processamento de alimentos, agrícolas e domésticos.

Fertilizantes fosfatados.

Fonte primária apatita e fosforita, os compostos de P valiosos são a base de P 2O5


solúveis em água e em ácido cítrico. Pelo processo mecânico a rocha é moída e aplicada aos
solos ácidos nesta forma, a que se dissolve no mesmo muito lentamente. Pelo processo
térmico se calcina a rocha para eliminar F e incrementar a disponibilidade de P2O5.
A via principal é a digestão química causada pelos ácidos sulfúrico ou fosfórico para
obter superfosfatos.
Formação do superfosfato. Converter a rocha, insolúvel em água, em fosfato
monocálcico com ácido sulfúrico segundo:

2 Ca5F(PO4)3 + 7 H2SO4 + 6,5 H2O  3[Ca(H2PO4)2.H2O] + 7[CaSO4.0,5H2O] + 2 HF + 227 kJ

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Fertilizantes nitrofosfatados.

São feitos pela ação direta do ácido nítrico sobre a rocha fosfatada. A vantagem é que
apresenta ambos os elementos, N e P. O processo do nitrofosfato é a base para a fabricação
dos compostos de fertilizantes NP e NPK.
A principal reação é:

2 Ca5F(PO4)3 + 10 HNO3  3 H3PO4 + 5 Ca(NO3)2 + HF

Esta reação produz uma pasta fluída de nitrofosfato a que contém nitrato de cálcio e
ácido fosfórico livre. Em alguns casos é neutralizada com amônia para dar o fosfato de amônia
ou feita reagir com sais de potássio (KCl ou K2SO4) resultando no fertilizante NPK. Na figura a
seguir é apresentado um diagrama ilustrado do processo de fertilizantes NPK.

Apatita
HNO3
Digestão

Separação de Sr(NO3)2 e Precipitado Recuperação


NH3 CO2
resíduos insolúveis do SrCO3

Conversão Cristalização e separação de


de nitrato Ca(NO3)2.4H2O
de cálcio

Precipitação e separação Precipitado Recuperação


CaCO3 NH4NO3 de Na2SiF6 de CaF2

Recuperação das Precipitação e separação do


terras raras concentrado de terras raras

Fertilizante manufaturado

NPK fertilizante

Fertilizantes nitrogenados.

Eles são uma classe importante de fertilizantes, os quais incluem a uréia, o nitrato de
amônia, o sulfato de amônia e várias de suas soluções. O N joga um importante papel na vida
das plantas. O nitrogênio é parte da clorofila a qual é receptora da energia solar e de proteínas
as quais constroem as células. As plantas somente fixam o N na forma de nitratos, sais de
amônia e amidas.

Nitrato de amônia

O nitrato de amônia é um material cristalino, branco, com aproximadamente 36% de


N, nas formas nitrato e amoniato, assimiláveis pelas plantas. É um sal altamente solúvel em

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água e higroscópico. Sua produção baseia-se na reação homogênea em fase gasosa entre o
vapor de amônia e o ácido nítrico diluído, segundo:

NH3 + HNO3  NH4NO3 + 144,9 kJ/mol

A reação acontece à alta velocidade.

Uréia

Dentre os fertilizantes nitrogenados, a uréia ocupa o segundo lugar, após o nitrato de


amônia em termos de produção. Sua produção tem sido desenvolvida graças aos usos na
agricultura. A uréia é o menos suscetível a lixiviação quando comparado aos outros
fertilizantes nitrogenados, menores quantidades são esgotadas pelo solo e é menos
higroscópica. A uréia pode ser usada não somente como fertilizante, mas também na
alimentação animal. A uréia é amplamente usada para fazer misturas, fertilizantes compostos,
fertilizantes de liberação controlada, plásticos, cimentos, vernizes e outros recobrimentos
protetores.
A uréia, CO(NH2)2, quando está quimicamente pura é incolor, cristalina e possui 46,6 %
em peso de N. Sua produção baseia-se na reação entre a amônia e o dióxido de carbono.

2 NH3 + CO2  CO(NH2)2 + H2O; Ho298 = -110 kJ/mol

As matérias primas para a síntese da uréia são a amônia e o dióxido de carbono


resultante como co-produto na manufatura dos gases de síntese de amônia. Por esta razão
quase sempre a produção de uréia está combinada com a de amônia. A reação ocorre em duas
etapas. Durante a primeira etapa é sintetizado o carbamato de amônia de acordo com a
reação:

2 NH3 (g) + CO2 (g)  NH2COONH4 (liq); Ho298 = - 177 kJ/mol

Durante a segunda etapa acontece a perda endotérmica de água para formar a


molécula de uréia:

NH2COONH4 (liq)  CO(NH2)2 (liq) + H2O (liq); Ho298 = - 16 kJ/mol

A formação do carbamato de amônia é uma reação exotérmica reversível e acontece


uma redução de volume, para deslocar o equilíbrio para os produtos a reação deve acontecer
a pressões elevadas. Na prática a uréia é sintetizada a temperaturas entre 423-463 K e
pressões entre 15-20 MPa (bar). Nestas condições a reação procede à alta taxa e é
praticamente completa.
A decomposição do carbamato de amônia é uma reação reversível endotérmica e
acontece a alta velocidade na fase líquida. Deve ser realizada a temperaturas superiores a 371
K, ponto eutético para o sistema CO(NH2)2 - NH2COONH4, para prevenir a cristalização de
sólidos no reator. As temperaturas mais elevadas o equilíbrio é deslocado para a direita e
intensificar a velocidade. A máxima conversão de carbamato em uréia é obtida a 493 K. O
equilíbrio desta reação também pode ser deslocado adicionando um excesso de amônia. Ainda
assim não é obtida a conversão completa a uréia e a mistura de reação também contém
carbamato de amônia, amônia e CO2.

Profa. Caridad Noda Pérez Página 135


Processos Industriais Orgânicos

3.2 Reguladores do crescimento vegetal

A ação seletiva destes agentes pode provocar, por exemplo;


a) Aumento do número de sementes germinantes;
b) Maturação precoce das plantas;
c) Estimular o desenvolvimento das raízes;
d) Acelerar o amadurecimento dos frutos e grãos;
e) Suprimir o florescimento indesejável;
f) Produzir menos frutos, porem maiores, pelo estímulo à menor formação de botões ou
de frutos;
g) Suprimir a queda de frutos das árvores ou dos arbustos frutíferos antes do
amadurecimento;
h) Produção de frutos sem semente;
i) Controle dos brotos de batata.
Dentre os reguladores encontram-se os seguintes produtos:
a) Ácido indolbutírico, que estimula o crescimento das raízes;
b) Ácido naftalenacético, que impede a queda dos frutos antes o amadurecimento e
poder ser usada para remover alguns frutos antes de crescerem, permitindo-se que os
outros atinjam o tamanho normal;
c) O carbonato de isopropil-N-(3-clorofenil) em baixa concentração elimina o excesso de
frutos das fruteiras e em concentração elevada atua como exterminador de ervas
daninhas antes da brotação.
Os hormônios vegetais usados apropriadamente podem ampliar a duração do
crescimento, amadurecer as colheitas na época desejada e compensar efeitos de temporais,
do frio e talvez de pragas. Eles iniciam as complicadas reações químicas que provocam a
utilização dos alimentos pelas plantas.

3.3 Inibidores e esterilizantes do segundo crescimento

A hidrazina maleica é uma substância usada nas plantações de fumo para minimizar o
problema dos brotos ladrões e aumentar os rendimentos. Esta prática é combatida pelos que
preferem o tabaco tratado manualmente e curado por calor indireto.
Os desfolhantes são auxiliares na agricultura. Provocam a formação de uma camada de
excisão na base de cada folha e as folhas caem mais tarde no solo. São úteis quando aplicados
a uma plantação de algodão antes da colheita mecânica. A cianamida de cálcio e o clorato de
magnésio são substâncias usadas para estes fins.
Os dessecativos aceleram artificialmente a secagem do tecido vegetal. A colheita
mecanizada dos cereais pode ser antecipada e se obtém uma produção mais limpa e mais
abundante. O ácido arsênico e um dessecativo do algodão e o DNBP (4,6-dinitro-o-sec-
butilfenol) é um dessecativo usado em plantações de linha, legumes e milho. Eles são
freqüentemente incluídos dentro dos herbicidas.

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