A Memoria Das Cã©lulas (The-Heart-Codes)
A Memoria Das Cã©lulas (The-Heart-Codes)
A Memoria Das Cã©lulas (The-Heart-Codes)
Pierre Teilhard de Chardin escreveu: “Os males de que estamos sofrendo tiveram sua
base na própria criação do pensamento humano”.
As palavras dele refletem os perigos de um mundo dominado por um cérebro
insensível que parece dizer
“Eu sou tudo”, enquanto o coração, freqüentemente menosprezado, diz:
“Sem todos os outros não sou nada”.
1- Aquiete-se
Para entrar em sintonia com o coração é necessário diminuir o ritmo da vida diária,
sentar-se e acalmar-se. Você não precisa assumir qualquer posição corporal específica,
mas é necessário ficar suficientemente tranqüilo e silencioso para se conscientizar
plenamente do momento presente, em vez de preparar-se para o momento seguinte
ou preocupar-se com um momento passado não aproveitado. Mestre Eckhart, místico
cristão do século 13, disse: “Em toda a criação não há nada que se assemelhe tanto a
Deus como o silêncio”. Fique imóvel, pare de pensar, não recorra a nenhuma tática ou
técnica especial. Basta ficar imóvel durante alguns instantes. Uma maneira de
conseguir fazer isto é respirar profundamente e suspirar.
3- Cale-se
Pare de falar, não fale nem mesmo com você. É uma resolução muito difícil, pois o
cérebro está sempre tagarelando sobre suas quatro atitudes básicas: alimento (como
conseguir mais comida), luta (como proteger seu território), fuga (como se deslocar
para outro lugar) e sexo (como obter prazer físico intenso e imediato). Experimente
não dar atenção ao seu cérebro por um certo espaço de tempo e deixe-o falando
consigo. Tente deixar seu “observador oculto”, aquela parte de você que está sempre
alerta até mesmo quando o cérebro está em repouso, ficar de olho nas coisas
enquanto você descansa. Agir menos e falar menos é geralmente bom para a saúde
mental, espiritual e física. Siga o conselho de Oscar Wilde: “Não falo com Deus para
não entediá-lo”.
4- Produza ressonância
5- Sinta
Você compartilha sua energia informativa e memórias celulares com todos os sistemas
no universo. Não se desligue do mundo à sua volta para sintonizar-se com seu coração.
Em vez disso, fique profundamente atento e sinta com todos os seus sentidos sua
ligação com as árvores, as flores, a água, ou qualquer outro sistema natural que o
cerca.
6- Aprenda
A cardiocontemplação significa aprender com o coração e "de cor"-ação. Quando
dizemos que aprendemos alguma coisa “de cor”, geralmente queremos dizer que
aprendemo-la bem e de maneira duradoura. Enquanto está imóvel, anime-se, guarde
silêncio, produza ressonância e sinta, fique atento ao que o seu coração está lhe
dizendo sobre a vida, o amor e o trabalho. Tente armazenar suas lições como
memórias celulares a serem utilizadas futuramente, nos momentos estressantes da
vida
7-Ligue-se
A fim de ajudar você a sobreviver, o cérebro talvez pense que não depende de
ninguém no mundo, mas o coração sabe que nunca estamos realmente sós.
Para além da atenção que o coração a tudo dá, é provável que você esteja
incessantemente mergulhado na energia “V” que emana de seu próprio coração como
uma mensagem transmitida por todos os corações à sua volta. As pesquisas mostram
que também é provável que outros corações estejam nos enviando energia
informativa neste exato momento e que podemos nos tornar mais conscientes desse
nível de interdependência de energia “V”.
O SIGNIFICADO DA CURA
Neste artigo o autor descreve com detalhes as diferenças entre
a cura "com o cérebro" e a cura "com o coração".
Curando com o coração
LIVRO DE JÓ (38:36)
Este capítulo trata da tentativa preliminar de aplicar o que se conhece até o momento da energia
do coração e das memórias celulares a um modelo cardioenergético para o ato de curar. O processo de
curar com o coração começa com dez perguntas e respostas. As respostas do cérebro asclepiano e do
coração higiano a essas perguntas exemplificam suas diferentes abordagens.
O Coração: Curar é deixar sadio, é unir novamente, é recuperar memórias moleculares que
estimulam a recuperação da saúde; é ficar atento aos riscos ao nosso bem-estar, para evitar o desequilíbrio
com a energia de todos os sistemas que nos rodeiam. O psiquiatra David Benor fez um estudo detalhado
das iniciativas do ato de curar e sua definição da cura ajusta-se à definição cardioenergética. Ele entende a
cura como a influência intencional de uma ou mais pessoas sobre um organismo sem a utilização de meios
de intervenção física conhecidos. Para o processo de curar cardioenergético, “influência” significa
concentrar-se na sabedoria e na energia que emanam sutilmente do coração e não apenas manipulações e
técnicas inventadas pelo cérebro. Curar com o coração não é “tentar curar” mas permitir que a natural
energia sanativa do coração e todas as memórias de curas que já ocorreram ressoem dentro da pessoa; é
permanecer sereno e calado e “irrefletido” o suficiente para permitir ao coração que estabeleça com os
outros corações uma coerência compartilhada na forma de prece solidária que transcende os limites das
palavras.
O Cérebro: Curamos para possibilitar às pessoas prosseguir, fazer mais, ter mais, viver mais
tempo e obter o máximo de sua vida individual.
O Coração: Curamos a fim de ficarmos íntegros com os sistemas à nossa volta e para podermos
cuidar de sanar e proteger esses sistemas, que incluem pessoas, plantas, animais e lugares.
3. Quem necessita de cura?
Em 1900, o fisiologista francês Charles Richet disse que “a instabilidade é a condição necessária
para a estabilidade do organismo”. Em outras palavras, o caos significa doença para um seguidor de
Asclépio, mas para um higiano é uma forma de saúde dinâmica. Entre os infinitos padrões de flocos de
neve, não existe maneira certa de ser um floco de neve “sadio” ou “correto”. O oceano, quando encapelado,
não está “doente”. Não devemos desperdiçar a magia da conexão sanativa empregando-a apenas quando
julgamos estar doentes. Existe uma misteriosa reciprocidade que atua no relacionamento entre doença e
saúde e o melhor modelo de equilíbrio saudável não é uma pessoa firmemente posicionada no chão mas
alguém andando numa corda esticada, segurando a barra de equilíbrio e incessantemente reajustando-se e
adaptando-se.
4. Como curamos?
O Cérebro: O credo da medicina asclepiana, ou medicina orientada pelo cérebro é: “Não fique
parado aí. Faça alguma coisa”. Não há melhor sistema para fazer diagnósticos mais rápidos e para a
tomada de ação rápida e imediata do que a biomedicina moderna, e muitos de nós já experimentaram seu
poder salvador. É um sistema ideado para localizar falha numa parte biomecânica específica e a seguir
corrigir e estabilizar o problema por meios químicos ou mecânicos.
O Coração: O credo da medicina higiana, ou medicina orientada pelo coração é: “Não faça nada.
Fique parado aí”. Se você tomar um monte de remédios vendidos sem receita seu resfriado provavelmente
irá embora dentro de uns quatorze dias. Se você não fizer absolutamente nada e não se preocupar, seu
resfriado provavelmente se dissipará em mais ou menos duas semanas. No primeiro caso, você poderá se
dar conta de que o estresse excessivo fez sua imunidade baixar e que você deveria estar dedicando mais
tempo de seu cotidiano a fazer o que um forte resfriado freqüentemente nos força a fazer - ficar em casa
sob um cobertor bem quente, tomando canja de galinha e lendo um bom livro. Um resfriado pode ser a
manifestação do corpo expressando o grito do espírito de “querer ir para casa”. O processo de curar é
intensificado quando nos lembramos de que aparentemente temos um ímpeto interior para a saúde e que a
maioria dos problemas se corrige se permitirmos que a natural sabedoria sanativa do corpo faça seu
trabalho. A cura do coração pelo processo higiano consiste em nos conscientizarmos de onde e como em
nossas vidas perdemos a conexão ou o contato com nosso estabilizador principal - o coração. A cura pelo
coração exige que, como os operadores no laboratório de Princeton, permitamos que ocorra por si uma
reconexão energética, em vez de tentar fazer que ela ocorra.
O médico Larry Dossey fez referência ao valor daquilo que ele chama de “a grande espera”.
Embora existam ocasiões em que se faz necessária uma ação urgente para salvar uma vida, tais ocasiões
são raras comparadas àquelas em que “deixar-se estar” é justamente o que deve ser feito. Com
tranqüilidade e um ritual despreocupado e repetitivo mais do que com ação e procedimentos imoderados,
poderemos recuperar as memórias celulares deixadas por aqueles que nos antecederam. Memórias que nos
ensinam a ser íntegros novamente e a fazer conexão com a energia que compartilhamos com todos os
sistemas. Assim como os equilibristas que andam na corda esticada, se nos esforçarmos demais, nos
preocuparmos demais e pensarmos demais, poderemos nos tornar insensíveis precisamente aos sinais que
nos ajudam a nos reajustar e manter o estado de equilíbrio dinâmico, amiúde precário, mas adaptativo e
mantenedor da vida.
O Coração: Para curar devemos encontrar um local energeticamente amistoso que nos permita
estabelecer uma conexão mais intensa com os aspectos naturais de nosso viver. Além disso, devemos nos
imergir na energia que emana das plantas, dos animais e das pessoas que nos amam e que estão à nossa
volta. Somos parte integrante de todos eles. Um oceano ou uma floresta são bons lugares para efetuar
curas, pois estão em ressonância direta com nosso centro sanativo, o coração.
O Cérebro: Somos separados de nossa família e curados por uma procissão de desconhecidos
expeditos que observam traçados e aproximações simbólicas do funcionamento de nosso corpo e que, a
seguir, prescrevem o procedimento a adotar e o que deve ser feito “a nós” por eles ou por suas
aproximações medicamentosas de substâncias naturais. Se formos “complacentes,” poderemos sarar. Caso
contrário os sacerdotes do templo poderão considerar-nos como pacientes que “não responderam ao
tratamento”.
O Coração: Não somos curados “por” mas “com”. Somos curados com a presença de corações
sanativos à nossa volta que se unem ao nosso coração e não simplesmente fazem coisas “a ele”. Pesquisas
mostram que a necessidade de se efetuar o ato cirúrgico mais comum nos Estados Unidos, o parto
cesariano, pode ser reduzida em mais de 50 por cento quando a mãe tem a presença contínua de uma
mulher que lhe dê amparo* durante o trabalho de parto e a parturição. A cardioenergética sugere que
chequemos o coração e não apenas os diplomas de nosso médico e que escolhamos um clínico que nosso
coração indique “ter bom coração” e que emita “energia sanativa satisfatória”.
__________
* Denominada doula no Estados Unidos. (N. T)
O Cérebro: Sabemos que estamos curados quando os números de determinadas máquinas nos
informam que estamos “novamente dentro dos limites normais”, nosso médico nos diz que saramos, ou
quando nosso seguro saúde nos comunica que o prazo de internação ou de tratamento a que temos direito
se esgotou. Estamos curados quando conseguimos adiar a morte ou estamos aptos a voltar à mesma vida
frenética e confusa que, afinal de contas, provocou nossa doença.
O Coração: Quer estejamos restabelecidos ou não, estamos curados quando nos sentimos
íntegros, quando os outros dizem que se sentem mais ligados a nós, quando algo em nosso coração nos faz
sentir novamente o encanto do mundo e nos liga a ele energeticamente mais uma vez. Estamos curados
quando aprendemos a celebrar a vida em vez de apenas lutar para prolongá-la e quando aprendemos a nos
tornar mais conscientes da sutil instabilidade oscilante que se encontra logo abaixo daquilo que podemos
experimentar como “saúde estável”.
O Cérebro: Uma vez que encontremos a parte do sistema mecânico que está desarranjada e a
restauremos, a cura ocorreu pois recuperamos nosso “funcionamento normal”. Recuperar a saúde nada
tem de “vitalista”, energético ou espiritual. Trata-se apenas do restabelecimento de uma função
biomecânica.
O Coração: A cura ocorre quando sentimos novamente dentro de nós o fluir de uma energia
afetuosa e quando a sutil energia “V” da vida, nossos ancestrais, as árvores, os pássaros, as flores, os
animais e o sistema da vida nos dizem, através de nossas memórias celulares, que abrimos suficientemente
o coração para deixar a energia fluir novamente. A cura ocorre quando o campo da inteligência energética
que existe no interior do organismo exercita seus poderes intuitivos para restabelecer um equilíbrio mais
adaptativo entre nós e nosso mundo.
O Cérebro: Depois de sermos curados, voltamos à nossa faina cotidiana. Poderemos ficar mais
atentos a outro desarranjo num órgão qualquer e mudar alguns de nossos comportamentos, a fim de
diminuir a possibilidade de recidiva ou recaída, mas a cura geralmente nos permite retomar mais do que
mudar nossa vida de antes. Pelo menos temporariamente, até que o cérebro retome suas pressões urgentes
e se esqueça de nosso sofrimento anterior, podemos nos tornar um membro do grupo dos sãos que se
preocupam em praticar medicina “preventiva”.
O Coração: Não existe o “depois” de sarar, pois estamos constantemente conscientes de estar
íntegros, em boa relação com os outros, e enviando e recebendo energia de todos os sistemas à nossa volta.
Tanto a doença como a saúde fazem parte da vida, de forma que, quando sofremos a dor da doença,
aprendemos a nos dedicar mais a uma maneira de viver segundo o enfoque sanativo. Também podemos
aprender com as outras pessoas, quando sofrem, que, ajudando-as a curar-se, energizamos nosso próprio
processo sanativo. Em vez de praticar medicina auto-orientada e “preventiva”, praticamos um processo de
cura mais intenso com todos os sistemas.
O Cérebro: Uma pessoa que cura é alguém que aprendeu tudo sobre o funcionamento dos
sistemas orgânicos e durante vários anos sacrificou grande parte de sua própria saúde mental e física a fim
de conseguir aprovação nos exames exigidos para ser legalmente declarado apto a tentar curar seus
semelhantes e trabalhar nos templos de cura. A pessoa que cura é objetiva, emocionalmente distante,
mecanicista, cética e descrente de qualquer coisa que não possa ser vista ou tocada.
O Coração: Todos nós somos pessoas que curam, mas alguns de nós têm maior capacidade de
curar do que a maioria, porque uma grave doença os fez passar por uma transformação e,
conseqüentemente, são mais cardiossensíveis do que aqueles que ainda não se confrontaram com sua
própria condição de mortais. Os cardiossensíveis sabem que a solicitude por si mesmo começa com a
solicitude para com os outros e com a compreensão de que nenhum de nós é de fato emocionalmente
distante ou totalmente objetivo. Dois critérios nos indicam que uma pessoa que cura é mais
cardiossensível: 1) ela aprendeu algo com uma crise; 2) em parte, devido a essa crise, ela desenvolveu
profunda solidariedade pela energia do próprio coração e dos corações dos outros.
DISPOSTOS A CURAR
O processo de curar mente e corpo tem tido um desenvolvimento significativo no acolhimento,
nas pesquisas de apoio e na conscientização tanto profissional quanto pública. Todavia, a cardioenergética
lembra que a biomedicina e muitas formas comumente denominadas medicina da mente e do corpo
geralmente entendem que a “mente” se localiza em alguma região do cérebro e que é responsável pelo
corpo. Não a consideram como uma união composta de cérebro e corpo coordenada pelo coração e sua
energia informativa rítmica. Para a cardioenergética, curar é menos uma questão da superioridade da
mente sobre a matéria do que usar o coração para unir o poder racional do cérebro e os poderes curativos
espontâneos do corpo, de forma que a intuição curativa da Mente triádica possa efetuar seus milagres
diários.
Já vimos que o cérebro é nosso principal centro de manutenção da saúde. Pesquisas efetuadas em
áreas como a psiconeuroimunologia mostram que a maneira de pensar do cérebro manifesta-se
diretamente na maneira de funcionar do corpo e todos os seus sistemas. Não há dúvida de que pensar de
maneira mais racional sobre a vida, lidar de modo menos adverso com o estresse, e utilizar visualizações,
imagens mentais e técnicas de relaxamento para ajudar a enfocar e regular os sistemas biomecânicos do
corpo pode ser extremamente benéfico à saúde e à cura. Entretanto, sem o coração, o cérebro assemelha-se
a um cirurgião de visão unilateral. Representa para nós um risco de maior desunião, com sua perspectiva
tacanha de proteger a saúde do seu corpo à custa da saúde global do sistema do qual ele faz parte, e de se
preocupar mais em não ficar doente do que em celebrar o ato de estar vivo para compartilhar a vida com o
próximo.
Existem abundantes indícios a mostrar que um regime moderado de baixas calorias e teores de
gordura, rico em fibras, exercícios regulares e técnicas de redução de estresse podem ajudar a manter a
saúde do corpo. Embora muitos de nós tenhamos reagido a isto de maneira positiva fazendo ginástica com
regularidade ou nutrindo-nos principalmente de alimentos com pouca gordura, a maioria tornou-se
obsessiva com relação à aptidão física e à saúde. Tentando evitar a morte em vez de desfrutar a vida,
fazemos severos regimes de alimentação e de ginástica que tiram todo o prazer do ato de comer e todo o
divertimento da aptidão física. Poderíamos dar maior eficiência às nossas tentativas para uma maneira
mais saudável de viver se simplesmente parássemos de tentar evitar um ataque cardíaco e começássemos a
pôr mais coração – maior alegria compartilhada e menos culpa – nas coisas que fazemos na esperança de
que protejam nossa saúde. É absurdo quase nos matarmos no esforço para viver mais.
O SIGNIFICADO DA CURA
Neste artigo o autor descreve com detalhes as diferenças entre
a cura "com o cérebro" e a cura "com o coração".
LIVRO DE JÓ (38:36)
Este capítulo trata da tentativa preliminar de aplicar o que se conhece até o momento da energia
do coração e das memórias celulares a um modelo cardioenergético para o ato de curar. O processo de
curar com o coração começa com dez perguntas e respostas. As respostas do cérebro asclepiano e do
coração higiano a essas perguntas exemplificam suas diferentes abordagens.
1. Que significa curar?
O Coração: Curar é deixar sadio, é unir novamente, é recuperar memórias moleculares que
estimulam a recuperação da saúde; é ficar atento aos riscos ao nosso bem-estar, para evitar o desequilíbrio
com a energia de todos os sistemas que nos rodeiam. O psiquiatra David Benor fez um estudo detalhado
das iniciativas do ato de curar e sua definição da cura ajusta-se à definição cardioenergética. Ele entende a
cura como a influência intencional de uma ou mais pessoas sobre um organismo sem a utilização de meios
de intervenção física conhecidos. Para o processo de curar cardioenergético, “influência” significa
concentrar-se na sabedoria e na energia que emanam sutilmente do coração e não apenas manipulações e
técnicas inventadas pelo cérebro. Curar com o coração não é “tentar curar” mas permitir que a natural
energia sanativa do coração e todas as memórias de curas que já ocorreram ressoem dentro da pessoa; é
permanecer sereno e calado e “irrefletido” o suficiente para permitir ao coração que estabeleça com os
outros corações uma coerência compartilhada na forma de prece solidária que transcende os limites das
palavras.
O Cérebro: Curamos para possibilitar às pessoas prosseguir, fazer mais, ter mais, viver mais
tempo e obter o máximo de sua vida individual.
O Coração: Curamos a fim de ficarmos íntegros com os sistemas à nossa volta e para podermos
cuidar de sanar e proteger esses sistemas, que incluem pessoas, plantas, animais e lugares.
Em 1900, o fisiologista francês Charles Richet disse que “a instabilidade é a condição necessária
para a estabilidade do organismo”. Em outras palavras, o caos significa doença para um seguidor de
Asclépio, mas para um higiano é uma forma de saúde dinâmica. Entre os infinitos padrões de flocos de
neve, não existe maneira certa de ser um floco de neve “sadio” ou “correto”. O oceano, quando encapelado,
não está “doente”. Não devemos desperdiçar a magia da conexão sanativa empregando-a apenas quando
julgamos estar doentes. Existe uma misteriosa reciprocidade que atua no relacionamento entre doença e
saúde e o melhor modelo de equilíbrio saudável não é uma pessoa firmemente posicionada no chão mas
alguém andando numa corda esticada, segurando a barra de equilíbrio e incessantemente reajustando-se e
adaptando-se.
4. Como curamos?
O Cérebro: O credo da medicina asclepiana, ou medicina orientada pelo cérebro é: “Não fique
parado aí. Faça alguma coisa”. Não há melhor sistema para fazer diagnósticos mais rápidos e para a
tomada de ação rápida e imediata do que a biomedicina moderna, e muitos de nós já experimentaram seu
poder salvador. É um sistema ideado para localizar falha numa parte biomecânica específica e a seguir
corrigir e estabilizar o problema por meios químicos ou mecânicos.
O Coração: O credo da medicina higiana, ou medicina orientada pelo coração é: “Não faça nada.
Fique parado aí”. Se você tomar um monte de remédios vendidos sem receita seu resfriado provavelmente
irá embora dentro de uns quatorze dias. Se você não fizer absolutamente nada e não se preocupar, seu
resfriado provavelmente se dissipará em mais ou menos duas semanas. No primeiro caso, você poderá se
dar conta de que o estresse excessivo fez sua imunidade baixar e que você deveria estar dedicando mais
tempo de seu cotidiano a fazer o que um forte resfriado freqüentemente nos força a fazer - ficar em casa
sob um cobertor bem quente, tomando canja de galinha e lendo um bom livro. Um resfriado pode ser a
manifestação do corpo expressando o grito do espírito de “querer ir para casa”. O processo de curar é
intensificado quando nos lembramos de que aparentemente temos um ímpeto interior para a saúde e que a
maioria dos problemas se corrige se permitirmos que a natural sabedoria sanativa do corpo faça seu
trabalho. A cura do coração pelo processo higiano consiste em nos conscientizarmos de onde e como em
nossas vidas perdemos a conexão ou o contato com nosso estabilizador principal - o coração. A cura pelo
coração exige que, como os operadores no laboratório de Princeton, permitamos que ocorra por si uma
reconexão energética, em vez de tentar fazer que ela ocorra.
O médico Larry Dossey fez referência ao valor daquilo que ele chama de “a grande espera”.
Embora existam ocasiões em que se faz necessária uma ação urgente para salvar uma vida, tais ocasiões
são raras comparadas àquelas em que “deixar-se estar” é justamente o que deve ser feito. Com
tranqüilidade e um ritual despreocupado e repetitivo mais do que com ação e procedimentos imoderados,
poderemos recuperar as memórias celulares deixadas por aqueles que nos antecederam. Memórias que nos
ensinam a ser íntegros novamente e a fazer conexão com a energia que compartilhamos com todos os
sistemas. Assim como os equilibristas que andam na corda esticada, se nos esforçarmos demais, nos
preocuparmos demais e pensarmos demais, poderemos nos tornar insensíveis precisamente aos sinais que
nos ajudam a nos reajustar e manter o estado de equilíbrio dinâmico, amiúde precário, mas adaptativo e
mantenedor da vida.
O Coração: Para curar devemos encontrar um local energeticamente amistoso que nos permita
estabelecer uma conexão mais intensa com os aspectos naturais de nosso viver. Além disso, devemos nos
imergir na energia que emana das plantas, dos animais e das pessoas que nos amam e que estão à nossa
volta. Somos parte integrante de todos eles. Um oceano ou uma floresta são bons lugares para efetuar
curas, pois estão em ressonância direta com nosso centro sanativo, o coração.
O Cérebro: Somos separados de nossa família e curados por uma procissão de desconhecidos
expeditos que observam traçados e aproximações simbólicas do funcionamento de nosso corpo e que, a
seguir, prescrevem o procedimento a adotar e o que deve ser feito “a nós” por eles ou por suas
aproximações medicamentosas de substâncias naturais. Se formos “complacentes,” poderemos sarar. Caso
contrário os sacerdotes do templo poderão considerar-nos como pacientes que “não responderam ao
tratamento”.
O Coração: Não somos curados “por” mas “com”. Somos curados com a presença de corações
sanativos à nossa volta que se unem ao nosso coração e não simplesmente fazem coisas “a ele”. Pesquisas
mostram que a necessidade de se efetuar o ato cirúrgico mais comum nos Estados Unidos, o parto
cesariano, pode ser reduzida em mais de 50 por cento quando a mãe tem a presença contínua de uma
mulher que lhe dê amparo* durante o trabalho de parto e a parturição. A cardioenergética sugere que
chequemos o coração e não apenas os diplomas de nosso médico e que escolhamos um clínico que nosso
coração indique “ter bom coração” e que emita “energia sanativa satisfatória”.
__________
* Denominada doula no Estados Unidos. (N. T)
O Cérebro: Sabemos que estamos curados quando os números de determinadas máquinas nos
informam que estamos “novamente dentro dos limites normais”, nosso médico nos diz que saramos, ou
quando nosso seguro saúde nos comunica que o prazo de internação ou de tratamento a que temos direito
se esgotou. Estamos curados quando conseguimos adiar a morte ou estamos aptos a voltar à mesma vida
frenética e confusa que, afinal de contas, provocou nossa doença.
O Coração: Quer estejamos restabelecidos ou não, estamos curados quando nos sentimos
íntegros, quando os outros dizem que se sentem mais ligados a nós, quando algo em nosso coração nos faz
sentir novamente o encanto do mundo e nos liga a ele energeticamente mais uma vez. Estamos curados
quando aprendemos a celebrar a vida em vez de apenas lutar para prolongá-la e quando aprendemos a nos
tornar mais conscientes da sutil instabilidade oscilante que se encontra logo abaixo daquilo que podemos
experimentar como “saúde estável”.
O Cérebro: Uma vez que encontremos a parte do sistema mecânico que está desarranjada e a
restauremos, a cura ocorreu pois recuperamos nosso “funcionamento normal”. Recuperar a saúde nada
tem de “vitalista”, energético ou espiritual. Trata-se apenas do restabelecimento de uma função
biomecânica.
O Coração: A cura ocorre quando sentimos novamente dentro de nós o fluir de uma energia
afetuosa e quando a sutil energia “V” da vida, nossos ancestrais, as árvores, os pássaros, as flores, os
animais e o sistema da vida nos dizem, através de nossas memórias celulares, que abrimos suficientemente
o coração para deixar a energia fluir novamente. A cura ocorre quando o campo da inteligência energética
que existe no interior do organismo exercita seus poderes intuitivos para restabelecer um equilíbrio mais
adaptativo entre nós e nosso mundo.
O Cérebro: Depois de sermos curados, voltamos à nossa faina cotidiana. Poderemos ficar mais
atentos a outro desarranjo num órgão qualquer e mudar alguns de nossos comportamentos, a fim de
diminuir a possibilidade de recidiva ou recaída, mas a cura geralmente nos permite retomar mais do que
mudar nossa vida de antes. Pelo menos temporariamente, até que o cérebro retome suas pressões urgentes
e se esqueça de nosso sofrimento anterior, podemos nos tornar um membro do grupo dos sãos que se
preocupam em praticar medicina “preventiva”.
O Coração: Não existe o “depois” de sarar, pois estamos constantemente conscientes de estar
íntegros, em boa relação com os outros, e enviando e recebendo energia de todos os sistemas à nossa volta.
Tanto a doença como a saúde fazem parte da vida, de forma que, quando sofremos a dor da doença,
aprendemos a nos dedicar mais a uma maneira de viver segundo o enfoque sanativo. Também podemos
aprender com as outras pessoas, quando sofrem, que, ajudando-as a curar-se, energizamos nosso próprio
processo sanativo. Em vez de praticar medicina auto-orientada e “preventiva”, praticamos um processo de
cura mais intenso com todos os sistemas.
O Coração: Todos nós somos pessoas que curam, mas alguns de nós têm maior capacidade de
curar do que a maioria, porque uma grave doença os fez passar por uma transformação e,
conseqüentemente, são mais cardiossensíveis do que aqueles que ainda não se confrontaram com sua
própria condição de mortais. Os cardiossensíveis sabem que a solicitude por si mesmo começa com a
solicitude para com os outros e com a compreensão de que nenhum de nós é de fato emocionalmente
distante ou totalmente objetivo. Dois critérios nos indicam que uma pessoa que cura é mais
cardiossensível: 1) ela aprendeu algo com uma crise; 2) em parte, devido a essa crise, ela desenvolveu
profunda solidariedade pela energia do próprio coração e dos corações dos outros.
DISPOSTOS A CURAR
O processo de curar mente e corpo tem tido um desenvolvimento significativo no acolhimento,
nas pesquisas de apoio e na conscientização tanto profissional quanto pública. Todavia, a cardioenergética
lembra que a biomedicina e muitas formas comumente denominadas medicina da mente e do corpo
geralmente entendem que a “mente” se localiza em alguma região do cérebro e que é responsável pelo
corpo. Não a consideram como uma união composta de cérebro e corpo coordenada pelo coração e sua
energia informativa rítmica. Para a cardioenergética, curar é menos uma questão da superioridade da
mente sobre a matéria do que usar o coração para unir o poder racional do cérebro e os poderes curativos
espontâneos do corpo, de forma que a intuição curativa da Mente triádica possa efetuar seus milagres
diários.
Já vimos que o cérebro é nosso principal centro de manutenção da saúde. Pesquisas efetuadas em
áreas como a psiconeuroimunologia mostram que a maneira de pensar do cérebro manifesta-se
diretamente na maneira de funcionar do corpo e todos os seus sistemas. Não há dúvida de que pensar de
maneira mais racional sobre a vida, lidar de modo menos adverso com o estresse, e utilizar visualizações,
imagens mentais e técnicas de relaxamento para ajudar a enfocar e regular os sistemas biomecânicos do
corpo pode ser extremamente benéfico à saúde e à cura. Entretanto, sem o coração, o cérebro assemelha-se
a um cirurgião de visão unilateral. Representa para nós um risco de maior desunião, com sua perspectiva
tacanha de proteger a saúde do seu corpo à custa da saúde global do sistema do qual ele faz parte, e de se
preocupar mais em não ficar doente do que em celebrar o ato de estar vivo para compartilhar a vida com o
próximo.
Existem abundantes indícios a mostrar que um regime moderado de baixas calorias e teores de
gordura, rico em fibras, exercícios regulares e técnicas de redução de estresse podem ajudar a manter a
saúde do corpo. Embora muitos de nós tenhamos reagido a isto de maneira positiva fazendo ginástica com
regularidade ou nutrindo-nos principalmente de alimentos com pouca gordura, a maioria tornou-se
obsessiva com relação à aptidão física e à saúde. Tentando evitar a morte em vez de desfrutar a vida,
fazemos severos regimes de alimentação e de ginástica que tiram todo o prazer do ato de comer e todo o
divertimento da aptidão física. Poderíamos dar maior eficiência às nossas tentativas para uma maneira
mais saudável de viver se simplesmente parássemos de tentar evitar um ataque cardíaco e começássemos a
pôr mais coração – maior alegria compartilhada e menos culpa – nas coisas que fazemos na esperança de
que protejam nossa saúde. É absurdo quase nos matarmos no esforço para viver mais.
O SIGNIFICADO DA CURA
Neste artigo o autor descreve com detalhes as diferenças entre
a cura "com o cérebro" e a cura "com o coração".
Curando com o coração
LIVRO DE JÓ (38:36)
Este capítulo trata da tentativa preliminar de aplicar o que se conhece até o momento da energia
do coração e das memórias celulares a um modelo cardioenergético para o ato de curar. O processo de
curar com o coração começa com dez perguntas e respostas. As respostas do cérebro asclepiano e do
coração higiano a essas perguntas exemplificam suas diferentes abordagens.
O Coração: Curar é deixar sadio, é unir novamente, é recuperar memórias moleculares que
estimulam a recuperação da saúde; é ficar atento aos riscos ao nosso bem-estar, para evitar o desequilíbrio
com a energia de todos os sistemas que nos rodeiam. O psiquiatra David Benor fez um estudo detalhado
das iniciativas do ato de curar e sua definição da cura ajusta-se à definição cardioenergética. Ele entende a
cura como a influência intencional de uma ou mais pessoas sobre um organismo sem a utilização de meios
de intervenção física conhecidos. Para o processo de curar cardioenergético, “influência” significa
concentrar-se na sabedoria e na energia que emanam sutilmente do coração e não apenas manipulações e
técnicas inventadas pelo cérebro. Curar com o coração não é “tentar curar” mas permitir que a natural
energia sanativa do coração e todas as memórias de curas que já ocorreram ressoem dentro da pessoa; é
permanecer sereno e calado e “irrefletido” o suficiente para permitir ao coração que estabeleça com os
outros corações uma coerência compartilhada na forma de prece solidária que transcende os limites das
palavras.
O Cérebro: Curamos para possibilitar às pessoas prosseguir, fazer mais, ter mais, viver mais
tempo e obter o máximo de sua vida individual.
O Coração: Curamos a fim de ficarmos íntegros com os sistemas à nossa volta e para podermos
cuidar de sanar e proteger esses sistemas, que incluem pessoas, plantas, animais e lugares.
3. Quem necessita de cura?
Em 1900, o fisiologista francês Charles Richet disse que “a instabilidade é a condição necessária
para a estabilidade do organismo”. Em outras palavras, o caos significa doença para um seguidor de
Asclépio, mas para um higiano é uma forma de saúde dinâmica. Entre os infinitos padrões de flocos de
neve, não existe maneira certa de ser um floco de neve “sadio” ou “correto”. O oceano, quando encapelado,
não está “doente”. Não devemos desperdiçar a magia da conexão sanativa empregando-a apenas quando
julgamos estar doentes. Existe uma misteriosa reciprocidade que atua no relacionamento entre doença e
saúde e o melhor modelo de equilíbrio saudável não é uma pessoa firmemente posicionada no chão mas
alguém andando numa corda esticada, segurando a barra de equilíbrio e incessantemente reajustando-se e
adaptando-se.
4. Como curamos?
O Cérebro: O credo da medicina asclepiana, ou medicina orientada pelo cérebro é: “Não fique
parado aí. Faça alguma coisa”. Não há melhor sistema para fazer diagnósticos mais rápidos e para a
tomada de ação rápida e imediata do que a biomedicina moderna, e muitos de nós já experimentaram seu
poder salvador. É um sistema ideado para localizar falha numa parte biomecânica específica e a seguir
corrigir e estabilizar o problema por meios químicos ou mecânicos.
O Coração: O credo da medicina higiana, ou medicina orientada pelo coração é: “Não faça nada.
Fique parado aí”. Se você tomar um monte de remédios vendidos sem receita seu resfriado provavelmente
irá embora dentro de uns quatorze dias. Se você não fizer absolutamente nada e não se preocupar, seu
resfriado provavelmente se dissipará em mais ou menos duas semanas. No primeiro caso, você poderá se
dar conta de que o estresse excessivo fez sua imunidade baixar e que você deveria estar dedicando mais
tempo de seu cotidiano a fazer o que um forte resfriado freqüentemente nos força a fazer - ficar em casa
sob um cobertor bem quente, tomando canja de galinha e lendo um bom livro. Um resfriado pode ser a
manifestação do corpo expressando o grito do espírito de “querer ir para casa”. O processo de curar é
intensificado quando nos lembramos de que aparentemente temos um ímpeto interior para a saúde e que a
maioria dos problemas se corrige se permitirmos que a natural sabedoria sanativa do corpo faça seu
trabalho. A cura do coração pelo processo higiano consiste em nos conscientizarmos de onde e como em
nossas vidas perdemos a conexão ou o contato com nosso estabilizador principal - o coração. A cura pelo
coração exige que, como os operadores no laboratório de Princeton, permitamos que ocorra por si uma
reconexão energética, em vez de tentar fazer que ela ocorra.
O médico Larry Dossey fez referência ao valor daquilo que ele chama de “a grande espera”.
Embora existam ocasiões em que se faz necessária uma ação urgente para salvar uma vida, tais ocasiões
são raras comparadas àquelas em que “deixar-se estar” é justamente o que deve ser feito. Com
tranqüilidade e um ritual despreocupado e repetitivo mais do que com ação e procedimentos imoderados,
poderemos recuperar as memórias celulares deixadas por aqueles que nos antecederam. Memórias que nos
ensinam a ser íntegros novamente e a fazer conexão com a energia que compartilhamos com todos os
sistemas. Assim como os equilibristas que andam na corda esticada, se nos esforçarmos demais, nos
preocuparmos demais e pensarmos demais, poderemos nos tornar insensíveis precisamente aos sinais que
nos ajudam a nos reajustar e manter o estado de equilíbrio dinâmico, amiúde precário, mas adaptativo e
mantenedor da vida.
O Coração: Para curar devemos encontrar um local energeticamente amistoso que nos permita
estabelecer uma conexão mais intensa com os aspectos naturais de nosso viver. Além disso, devemos nos
imergir na energia que emana das plantas, dos animais e das pessoas que nos amam e que estão à nossa
volta. Somos parte integrante de todos eles. Um oceano ou uma floresta são bons lugares para efetuar
curas, pois estão em ressonância direta com nosso centro sanativo, o coração.
O Cérebro: Somos separados de nossa família e curados por uma procissão de desconhecidos
expeditos que observam traçados e aproximações simbólicas do funcionamento de nosso corpo e que, a
seguir, prescrevem o procedimento a adotar e o que deve ser feito “a nós” por eles ou por suas
aproximações medicamentosas de substâncias naturais. Se formos “complacentes,” poderemos sarar. Caso
contrário os sacerdotes do templo poderão considerar-nos como pacientes que “não responderam ao
tratamento”.
O Coração: Não somos curados “por” mas “com”. Somos curados com a presença de corações
sanativos à nossa volta que se unem ao nosso coração e não simplesmente fazem coisas “a ele”. Pesquisas
mostram que a necessidade de se efetuar o ato cirúrgico mais comum nos Estados Unidos, o parto
cesariano, pode ser reduzida em mais de 50 por cento quando a mãe tem a presença contínua de uma
mulher que lhe dê amparo* durante o trabalho de parto e a parturição. A cardioenergética sugere que
chequemos o coração e não apenas os diplomas de nosso médico e que escolhamos um clínico que nosso
coração indique “ter bom coração” e que emita “energia sanativa satisfatória”.
__________
* Denominada doula no Estados Unidos. (N. T)
O Cérebro: Sabemos que estamos curados quando os números de determinadas máquinas nos
informam que estamos “novamente dentro dos limites normais”, nosso médico nos diz que saramos, ou
quando nosso seguro saúde nos comunica que o prazo de internação ou de tratamento a que temos direito
se esgotou. Estamos curados quando conseguimos adiar a morte ou estamos aptos a voltar à mesma vida
frenética e confusa que, afinal de contas, provocou nossa doença.
O Coração: Quer estejamos restabelecidos ou não, estamos curados quando nos sentimos
íntegros, quando os outros dizem que se sentem mais ligados a nós, quando algo em nosso coração nos faz
sentir novamente o encanto do mundo e nos liga a ele energeticamente mais uma vez. Estamos curados
quando aprendemos a celebrar a vida em vez de apenas lutar para prolongá-la e quando aprendemos a nos
tornar mais conscientes da sutil instabilidade oscilante que se encontra logo abaixo daquilo que podemos
experimentar como “saúde estável”.
O Cérebro: Uma vez que encontremos a parte do sistema mecânico que está desarranjada e a
restauremos, a cura ocorreu pois recuperamos nosso “funcionamento normal”. Recuperar a saúde nada
tem de “vitalista”, energético ou espiritual. Trata-se apenas do restabelecimento de uma função
biomecânica.
O Coração: A cura ocorre quando sentimos novamente dentro de nós o fluir de uma energia
afetuosa e quando a sutil energia “V” da vida, nossos ancestrais, as árvores, os pássaros, as flores, os
animais e o sistema da vida nos dizem, através de nossas memórias celulares, que abrimos suficientemente
o coração para deixar a energia fluir novamente. A cura ocorre quando o campo da inteligência energética
que existe no interior do organismo exercita seus poderes intuitivos para restabelecer um equilíbrio mais
adaptativo entre nós e nosso mundo.
O Cérebro: Depois de sermos curados, voltamos à nossa faina cotidiana. Poderemos ficar mais
atentos a outro desarranjo num órgão qualquer e mudar alguns de nossos comportamentos, a fim de
diminuir a possibilidade de recidiva ou recaída, mas a cura geralmente nos permite retomar mais do que
mudar nossa vida de antes. Pelo menos temporariamente, até que o cérebro retome suas pressões urgentes
e se esqueça de nosso sofrimento anterior, podemos nos tornar um membro do grupo dos sãos que se
preocupam em praticar medicina “preventiva”.
O Coração: Não existe o “depois” de sarar, pois estamos constantemente conscientes de estar
íntegros, em boa relação com os outros, e enviando e recebendo energia de todos os sistemas à nossa volta.
Tanto a doença como a saúde fazem parte da vida, de forma que, quando sofremos a dor da doença,
aprendemos a nos dedicar mais a uma maneira de viver segundo o enfoque sanativo. Também podemos
aprender com as outras pessoas, quando sofrem, que, ajudando-as a curar-se, energizamos nosso próprio
processo sanativo. Em vez de praticar medicina auto-orientada e “preventiva”, praticamos um processo de
cura mais intenso com todos os sistemas.
O Cérebro: Uma pessoa que cura é alguém que aprendeu tudo sobre o funcionamento dos
sistemas orgânicos e durante vários anos sacrificou grande parte de sua própria saúde mental e física a fim
de conseguir aprovação nos exames exigidos para ser legalmente declarado apto a tentar curar seus
semelhantes e trabalhar nos templos de cura. A pessoa que cura é objetiva, emocionalmente distante,
mecanicista, cética e descrente de qualquer coisa que não possa ser vista ou tocada.
O Coração: Todos nós somos pessoas que curam, mas alguns de nós têm maior capacidade de
curar do que a maioria, porque uma grave doença os fez passar por uma transformação e,
conseqüentemente, são mais cardiossensíveis do que aqueles que ainda não se confrontaram com sua
própria condição de mortais. Os cardiossensíveis sabem que a solicitude por si mesmo começa com a
solicitude para com os outros e com a compreensão de que nenhum de nós é de fato emocionalmente
distante ou totalmente objetivo. Dois critérios nos indicam que uma pessoa que cura é mais
cardiossensível: 1) ela aprendeu algo com uma crise; 2) em parte, devido a essa crise, ela desenvolveu
profunda solidariedade pela energia do próprio coração e dos corações dos outros.
DISPOSTOS A CURAR
O processo de curar mente e corpo tem tido um desenvolvimento significativo no acolhimento,
nas pesquisas de apoio e na conscientização tanto profissional quanto pública. Todavia, a cardioenergética
lembra que a biomedicina e muitas formas comumente denominadas medicina da mente e do corpo
geralmente entendem que a “mente” se localiza em alguma região do cérebro e que é responsável pelo
corpo. Não a consideram como uma união composta de cérebro e corpo coordenada pelo coração e sua
energia informativa rítmica. Para a cardioenergética, curar é menos uma questão da superioridade da
mente sobre a matéria do que usar o coração para unir o poder racional do cérebro e os poderes curativos
espontâneos do corpo, de forma que a intuição curativa da Mente triádica possa efetuar seus milagres
diários.
Já vimos que o cérebro é nosso principal centro de manutenção da saúde. Pesquisas efetuadas em
áreas como a psiconeuroimunologia mostram que a maneira de pensar do cérebro manifesta-se
diretamente na maneira de funcionar do corpo e todos os seus sistemas. Não há dúvida de que pensar de
maneira mais racional sobre a vida, lidar de modo menos adverso com o estresse, e utilizar visualizações,
imagens mentais e técnicas de relaxamento para ajudar a enfocar e regular os sistemas biomecânicos do
corpo pode ser extremamente benéfico à saúde e à cura. Entretanto, sem o coração, o cérebro assemelha-se
a um cirurgião de visão unilateral. Representa para nós um risco de maior desunião, com sua perspectiva
tacanha de proteger a saúde do seu corpo à custa da saúde global do sistema do qual ele faz parte, e de se
preocupar mais em não ficar doente do que em celebrar o ato de estar vivo para compartilhar a vida com o
próximo.
Existem abundantes indícios a mostrar que um regime moderado de baixas calorias e teores de gordura,
rico em fibras, exercícios regulares e técnicas de redução de estresse podem ajudar a manter a saúde do
corpo. Embora muitos de nós tenhamos reagido a isto de maneira positiva fazendo ginástica com
regularidade ou nutrindo-nos principalmente de alimentos com pouca gordura, a maioria tornou-se
obsessiva com relação à aptidão física e à saúde. Tentando evitar a morte em vez de desfrutar a vida,
fazemos severos regimes de alimentação e de ginástica que tiram todo o prazer do ato de comer e todo o
divertimento da aptidão física. Poderíamos dar maior eficiência às nossas tentativas para uma maneira
mais saudável de viver se simplesmente parássemos de tentar evitar um ataque cardíaco e começássemos a
pôr mais coração – maior alegria compartilhada e menos culpa – nas coisas que fazemos na esperança de
que protejam nossa saúde. É absurdo quase nos matarmos no esforço para viver mais.
Fonte: Memória das Células - A Sabedoria e o Poder da Energia do Coração, Paul Pearsall,
Ph.D., Ed. Mercuryo, 1999, São Paulo, SP. Págs.: 303-312.
"Nunca vou esquecer o dia em que recebi aquele telefonema. Eu fui a primeira
pessoa a quem mamãe ligou. Ela me disse: como é que ele foi capaz de se
matar? Fizemos uma reunião de família e meu irmão falou: vamos doar todos os
órgãos dele", conta a irmã do jovem Howie.
O fígado de Howie foi doado para Debbie Véga. "Naquele dia eu estava muito
doente, e podia até ter entrado em coma se não tivesse recebido aquele fígado a
tempo", diz Debbie.
A história ocorreu nos Estados Unidos. A operação foi um sucesso, mas logo depois
coisas estranhas começaram a acontecer com a mulher que recebeu o fígado no
transplante:
- "Dois dias depois do transplante, eu pedi ao meu marido: compre amendoim,
compre salgadinho de queijo para mim. Só que eu nunca gostei de comer isso.
Passei três ou quatro meses comendo essas coisas, sem parar. Aí comecei a
fantasiar: será que era isso que o doador gostava de comer?"
Debbie voltou ao hospital para tentar conseguir informações sobre o doador. Ela
perguntou a uma enfermeira: é um homem? Uma mulher? A enfermeira
respondeu: é um garoto. Só disse isso. Houve outra mudança nos hábitos de
Debbie depois do transplante: ela começou a praticar luta. Ela pensou: será que o
doador gostava de lutar? Dois anos depois da operação, ela finalmente conheceu a
família do doador. As irmãs do jovem confirmaram: sim, ele gostava de lutar, e
dava chutes iguais ao dela.
- "Parece que é ele usando o corpo dela. É como se ele quisesse provar a todo
mundo que continua vivo", diz a irmã.
Casos como esse são pesquisados pelo doutor Gary Schwartz, um professor de
medicina da Universidade do Arizona. Ele diz:
- "Explicações meramente biológicas são insuficientes para entender esses fatos
bizarros. Essas memórias dos transplantados sugerem a possibilidade de
continuidade da consciência mesmo depois da morte".
Os céticos dizem que essas memórias são simples coincidências, ou talvez efeitos
colaterais dos medicamentos que os pacientes devem tomar depois da cirurgia. Mas
como explicar uma outra história contada por Debbie?
- "Assim que acordei da cirurgia, lembrei de uma coisa que parecia um sonho: vi
uma cena, um rapaz, uma moça de aparência latina. Ela usava uma blusa listrada".
A irmã comenta:
- "Isso me assustou, porque o meu irmão se matou na frente da namorada. Ela foi
a última pessoa que ele viu: naquele dia, ela estava mesmo de blusa listrada".
O doutor diz que um dos casos mais fascinantes que estudou foi o de um jovem de
17 anos, um violinista, assassinado na rua. Seu coração foi transplantado para um
homem de 47 anos, que, de repente, se apaixonou por música clássica. Passou a
ouvir música clássica por horas e horas e disse que aquelas melodias comoviam seu
coração. O problema do doutor Schwartz é demonstrar que células e órgãos podem
guardar e transmitir algum tipo de memória. Mas ele acredita que existe uma
espécie de energia que circula pelo corpo e leva informação a todas as células. É
uma energia que teria origem no coração e estaria relacionada com nossas
emoções.
- "Emoção é energia em movimento, ela pode estabelecer ligações biofísicas",
defende o controvertido pesquisador.
Em uma ótima entrevista à Revista Planeta, o Dr. Paul Pearsall nos fala que as
células têm memória e que o coração carrega um código energético especial, que
nos conecta com os demais seres humanos e com o mundo à nossa volta. De certa
maneira, sua teoria explica por que muitos transplantados passam a manifestar
traços da personalidade do doador. Segundo Pearsall, "o fato de que as células têm
memória é uma lei básica da natureza. Mesmo os mais simples organismos
unicelulares lembram como se movimentar, encontrar alimento, fazer sexo e evitar
os predadores. Os cientistas chamam isso de memória da função, mas, se uma
célula pode lembrar, é bem provável que muitas células juntas poderiam
ter memórias mais complexas e elaboradas. As células do coração são as únicas
células rítmicas. Elas pulsam mesmo quando estão fora do corpo, e quando
colocadas próximas a outras células do coração, se comunicam entre si e entram
juntas numa batida rítmica. As células do coração retiradas por biópsia de um
paciente e colocadas num prato de laboratório vibraram mais rápido quando seu
doador estava sendo testado numa esteira ergométrica, num aposento no fim do
corredor, bem distante do lugar onde suas células estavam sendo observadas.
Pesquisadores da Universidade da Califórnia, em Los Angeles, transferiram as
memórias de vermes. Pesquisadores do Instituto de Tecnologia da Califórnia
mostraram que um único elétron podia alterar as memórias de nossos genes.
Existem dezenas de fascinantes descobertas em pesquisas que indicam o princípio
de que estamos ligados de uma maneira que ainda não entendemos."
O coração é muito mais do que um mecanismo bombeador. Ele não está a
serviço do cérebro, mas é um parceiro para formar com ele nossa
organização interna de manutenção da saúde
(Paul Pearsall)
A medicina chinesa já sabia disso há alguns milhares de anos. Segundo eles, o
coração é responsável por controlar o sangue, os vasos sanguíneos e a mente.
Isso mesmo. Não só a atividade mental, como a consciência, ou, como eles
chamam, "dotar a mente de tesouro". Quando há Ki/Qui (energia vital) em
abundância no coração, isso se reflete no rosto, que possui muitos vasos
sanguíneos. Um rosto brilhante e rosado revela uma pessoa sã, enquanto um rosto
obscuro ou azul-purpúreo indica deficiência de Ki ou estagnação do sangue no
coração.
Mas poderia um distúrbio mental afetar de forma irreversível a memória celular do
coração? Vejamos o que diz o espiritismo, no capítulo 18 do livro de André Luiz
(Psicografado por Chico Xavier) Missionários da Luz, que trata de obsessão e seus
efeitos no organismo:
A jovem que reagia contra o assédio das sombras demonstrava normalidade física
razoável. Parecia alguém que fazia todos os esforços para defender o equilíbrio da
própria casa. No entanto, os outros apresentavam lamentáveis condições
orgânicas. A mulher possuída tinha sérias perturbações, desde o cérebro até os
nervos lombares e sacros, apresentando completo desequilíbrio da sensibilidade,
além de grave descontrole das fibras motoras. Esses desequilíbrios não se
limitavam apenas ao sistema nervoso, mas atingiam também as glândulas e
demais órgãos em geral.
(...)
Percebendo que Alexandre estava mais disponível, comentei o que havia
observado, perguntando, em seguida:
- Tendo em vista os desequilíbrios físicos que pude verificar nos assistidos,
podemos considerá-los como doentes do corpo também?
- Com certeza – afirmou Alexandre -, o desequilíbrio da mente pode causar
perturbação geral do corpo físico. É por isso que as obsessões, quase sempre, vêm
acompanhadas de aspectos muito complicados. As perturbações da alma levam às
doenças do corpo.
- Mas e se conseguíssemos afastar os obsessores definitivamente? Como ex-médico
encarnado, vejo que estes doentes psíquicos não têm as doenças restritas à mente.
Com exceção da jovem mais forte, os outros apresentam estranhos desequilíbrios
do sistema nervoso, com distúrbios no coração, fígado, rins e pulmões. Digamos
que conseguíssemos fazer com que os obsessores desistissem de seu intento. Os
obsidiados teriam de volta o equilíbrio físico, retomando a saúde plena?
Alexandre pensou um pouco, antes de responder, e disse:
- André, o corpo físico é como um violino que se entrega ao músico, que, nesse
caso, é o espírito encarnado. É indispensável preservar o instrumento das pragas e
defendê-lo de ladrões. (...) O violino simbólico de que falamos, quando entregue às
forças do mal, pode ficar parcialmente destruído. E, mesmo que seja devolvido ao
verdadeiro dono, pode não ter mais a qualidade que tinha antes. Um Stradivarius
pode ser autêntico, mas não poderá ser ouvido com as cordas arrebentadas. Como
vemos, os casos de obsessão apresentam complicações naturais e, para solucioná-
los, não podemos dispensar a colaboração direta dos próprios interessados, os
obsidiados.
- Entendo! Mas, suponhamos que os obsessores mudem de idéia e se afastem
definitivamente do mal, depois de atacarem o corpo dos obsidiados durante longo
tempo... Nesse caso, esses obsidiados não se recuperariam imediatamente? Não
teriam a saúde completa novamente?
Com a paciência que lhe é peculiar, Alexandre respondeu:
- Já vi casos assim e, quando acontecem, os antigos perseguidores se transformam
em amigos, ansiosos por reparar o mal praticado. Às vezes, com a ajuda dos planos
superiores, conseguem a recuperação física plena daqueles que sofreram os seus
ataques desumanos. No entanto, na maioria dos casos, os obsidiados não
conseguem mais recuperar o equilíbrio do corpo físico.
- E vão com a saúde comprometida até a morte? – perguntei, muito impressionado.
- Sim – respondeu Alexandre, tranqüilamente.