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DOCUMENTO N°18

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DOCUMENTO

SERVIÇO PÚBLICO FEDERAL

MINISTÉRIO DA JUSTIÇA
DEPARTAMENTO DE POLÍCIA FEDERAL

INQUÉRITO POLICIAL
SR/DPF/MS
SUPERINTENDÊNCIA REGIOi-iAL NO MATO GROSSO DO SUL

IPL N° 0215/2013 .-o~IBO 2013 ll~l~~~~~lllll~l~llllllllmllllll~ll~~~~~


INCIDÊNCIA PENAL: Arts. 286 e 330 do Código Penal Brasileiro.

INDICIADOS:

AUTUAÇÃO

Ao(s) vinte dia(s) do mês de maio do ano de dois mil e treze, nesta cidade de
Campo Grande, Mato Grosso do Sul, em cartório, AUTUO a Portaria, cópia da
requisição e decisão judicial - SIAPRO 08335.013871/2013-46, o Relatório
Circunstanciado- SIAPRO 08335.012226/2013-14, o Memorando~013 e
o Relatório Circunstanciado do DPF MARCOS ANDRÉ ARAUJO D O que
adiante se segue(m), do que, para constar, lavro este termo. Eu, "
FRANCISCO ANTONIO GUIMARÃES FILHO, Escrivão de Polícia ederal o subsc

ETIQUETA JUSTIÇA

ETIQUETA JUSTIÇA
SRfDQ}Mf.l
.
.
Fls.: J

'
j

MINISTÉRIO DA JUSTIÇA
DEPARTAMENTO DE POLÍCIA FEDERAL
SUPERINTÊNCIA REGIONAL NO MATO GROSSO DO SUL

PORTARIA

O Delegado de Polícia Federal MATHEUS


RODRIGUES, matrícula n° 10.532, lotado e em
exercício na SR/DPF /MS, no uso de suas
atribuições legais e, considerando as
informações contidas no relatório
circunstanciado policial datado de 20 de maio
de 2013, considerando os despachos dos Srs.
Corregedor Regional da SR/DPF /MS e Chefe da
DRCOR/SR/DPF /MS e demais documentos
(protocolo SIAPRO n° 08335.012226/2013-14)

RESOLVE,

Instaurar Inquérito Policial visando apurar os fatos em


toda sua extensão com relação à suposta prática, no dia 18/05/2013,
dos crimes de desobediência e/ ou incitação pública ao crime de
desobediência relacionado à obstrução de cumprimento da ordem
judicial de reintegração de posse da Fazenda Buriti (localizada no
mumc1p10 de Sidrolândia) referente ao processo n° 0003407-
80.2013.403.6000 da 1a Vara Federal de Campo Grande-MS, crimes
estes supostamente praticados por parte de representantes do CIMI -
Conselho Indigenista Missionário e outros, condutas estas tipificadas,
em tese, nos art. 286 e 330, ambos do Código Penal.
Autuado esta, juntamente com o relatório circunstanciado
supracitado, memorando 2757/2013-SR/DPF/MS e os demais
documentos, feitos os registros e anotações de praxe, DETERMINO
inicialmente o seguinte:
I-Oficie-se ao Ministério Público Federal local
comunicando a instauração deste feito;
li-Expeça-se oficio ao CIMI - Conselho lndigenista
Missionário, requisitando informarem, no prazo de 3 dias, quem são
seus representantes no Estado de Mato Grosso do Sul e quem seriam
as pessoas (qualificação completa e telefones) que estariam
acompanhando as negociações acerca do processo judicial referente á
Fazenda Buriti, localizada em Sidrolândia-MS;
III-Expeça-se oficio à FUNAI, requisitando informarem, no
prazo de 3 dias, quem são seus representantes no Estado de Mato
Grosso do Sul e quem seriam as pessoas (qualificação com , e
telefones) que estariam acompanhando as negociações a Á o
r . .....

SR/crr~.•• .·
.


Fls.:

Rub.: ..•
MINISTÉRIO DA JUSTIÇA '
DEPARTAMENTO DE POLÍCIA FEDERAL
SUPERINTÊNCIA REGIONAL NO MA TO GROSSO DO SUL

processo judicial referente á Fazenda Buriti, localizada em Sidrolândia-


MS;
IV-Proceda o Sr. Escrivão a elaboração de informação
circunstanciada acerca da propriedade e situação cadastral das armas
apreendidas constantes do auto de arrecadação autuado junto a esta;
V-Após, voltem os autos conclusos.

-
SR/Dyf i :.1~
JUSTIÇA FEDERAL
11 Vara Federal de Campo Grande
URGENTE f'l•o* ___
f!-_':·.: ____ ... .
Seção Judiciária de Mato Grosso do Sul

Oficio n° 236/2013-SDOI sN!imr:Jt1a~J~


Campo Grande (MS), 15 de maio g~1Y.Nf
SIAPRO
_.~INCLUSO SRJDPF/MS
SAANDPFJWR/MS

15 MAl 2013

Senhor Superintendente:

Requisito a Vossa Senhoria o reforço policial necessário para o


cumprimento da diligência do Mandado de Reintegração de Posse n.l428/20 13
SDOl, relativa aos autos de Interdito Proibitório n°. 00034078020134036000,
movida pelo ESPÓLIO DE AFRÂNIO PEREIRA MARTINS e outros, em face da
FUNDAÇÃO NACIONAL DO ÍNDIO - FUNAI e outro.

Atenciosamente,

RENA~SSO
Juir, Federal Titular
r vara

Ilustríssimo Senhor
Superintendente da Polícia Federal
Rua Fernando Luis Fernandes, no 322
Vila Sobrinho- CEP 79.110-503
Nesta Capital

Rua Daleqado carlos Roberto Bastos d~ OUveira. 128- Campo Grande- MS- CEP 79037102
Telefone 67 · 3201·: 00 - Fax 67- 3263223
}R/DPF/MS
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JUSTIÇA FEDERAL DE 1a INSTÂNCIA
18 Vara Federal de Campo Grande
Seçao Judiciaria de Mato Grosso do Sul
,.: {
AUTOS N° 0003407-80.2013.403.6000
AUTORES: ESPÓLIO DE AFRÂNIO PEREIRA MARTINS e outros
RÉUS: FUNDAÇÃO NACIONAL DO INDIO- FUNAI e outros

DECISÃO
Trata-se de ação de interdito proibitório, com pedido de liminar,
proposta por Espólio de Afrânio Pereira Martins, e outros cinco autores, contra
a FUNAI e a Associação Indígena Terena da Aldeia Buriti, através da qual
busca-se provimento jurisdicional que preserve a posse dos requerentes e
impeç~ o grupo indígena requerido a levar a efeito esbulho que se diz iminente.

Para tanto, alegam os requerentes que, após o resultado da ação


declaratória no 0003866-05.2001.403.6000, os índios Terena da Aldeia Buriti
passaram a esbulhar e turbar a posse de várias propriedades rurais na região de
Sidrolândia e Dois Irmãos do Buriti, neste Estado, fato que lhes teria causado
fundado receio de que, se nada fizerem, também terão as posses dos seus
imóveis rurais turbadas/esbulhadas.

Com a inicial vieram os documentos de fls. 211101,


complementados às fls. 104/142.

Às fls. 143/144 foi determinada a oitiva da FUNAl, da União e


do Ministério Público Federal, acerca do pedido liminar. Determinou-se, ainda,
que os requerentes promovessem a citação da União.

A União manifestou-se pelo indeferimento da medida liminar,


destacando que não é parte legítima para figurar no pólo passivo da presente
ação (fls. 152/153).

A FUNAl (Comunidade Indígena Terena da Terra Indígena


Buriti), também pugnou . pelo indeferimento da medida liminar ou pela
designação de audiência de justificação, em respeito aos princípios do

Rua Delegado Carlo5 Roberto Bastos de Ollvalta, { 8- Ánt. R das Carolinas,· Campo Graocle ·MS· CEP 79037901
Telefone 67- 3201100 ·Fax 67 • 3263223
SR/DPF/MS
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JUSTIÇA FEDERAL .DE 18 INSTÂNCIA
1a Vara Federal de Campo Grande
Seçao Judiciária de Mato Grosso do Sul

contraditório e da ampla defesa, eis, que não teria tido acesso aos autos nó prazo
estabelecido para manifestação (fls. 154/176).

Parecer do Ministério Público Federal às fls. 207/216, no sentido


de que não estão presentes os requisitos necessários para a concessão da medida
liminar pleiteada.

As fls. 240/242, os requerentes reiteram o pedido de proteção


possessória.

Relatei para o ato.

Decido.

RegistJ:o, de início, que o fato de a FUNAI não ter acesso aos


autos no prazo concedido para manifestação acerca do pedido liminar, não
implicou em violação aos princípios do contraditório e da ampla def~sa.
Conforme se infere dé sua manifestação (fls. 1541176), foi possível apresentar a
defesa de seus interesses, cujos argumentos serão analisados e sopesados a
seguir, para formação do convencimento do Juízo acerca da concessão, ou não,
da medida liminar pleíteada.

Ademais, haverá ainda citação dos requeridos para apresentação


de resposta.

Não vislumbro, pois, qualquer prejuízo ou desrespeito àqueles


princípios constitucionais.

Passo, então, à análise do pedido liminar.

Antes, porém, registro que, ao contrário do sustentado pela


União, ela é parte legítima para figurar no pólo passivo da·presente demanda 1,
razão pela qual mante'nho a decisão de fls. 143/144.

Nos termos do art. 932 do Código de Processo Civil, o interdito


proibitório é ação de natureza possessória com a peculiar característica da
possibilidade de impõsição de preceito cominatório ao transgressor do comando

1
..ADMINISTRATIVO E PROCESSUAL CIVIL. LEGITIMIDADE PASSIVA DA UNIÃO FEDERAL. INTERDITO
PROIBITORIO. INVASÃO. COMUNIDADE DE DESCENDENTES DE INDIO KAIGANG. Nos termos dos artigos
35 e 36 do Estatuto do lndlo (lei n• 6.0o1n3}, a FUNAI e a Unliio Federal s.llo substitutas processuais dos lndios
e. ao lado da comunidade indlgena, são partes legitima ra figurar no pólo passivo de demanda possessória"
1
(TRF da 4 Região- AC 199871040032950- O. E. .::;2=t\li:T;:.:f2=;:9"'-'.------------
?
Rua Delegado Carlos Roberto Bastes de OIIV81re, 128- n. daa Carullnas- Campo Grande· MS· CEP 79037901
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JUSTIÇ-A FEDERAL DE 18 INSTÂNCIA
18 Vara Federal de Campo Grande
Seçao Judic~ria de Mato Grosso do Sul

judicial, desde que expressamente postulado pela parte possuidora, sob


fundamento de justo receio de turbação ou esbulho iminentes.

Com efeito, tal remédio é utilizado para corrigir ações que


ameacem a posse e, por isso, tem caráter preventivo e pode ser utilizado quando
houver, realmente, justo receio de turbação ou esbulho.

Deflui-se, portanto, da legislação de regência, que os requisitos


para a concessão de mandado proibitório são: a existência da posse direta ou
indireta; e o justo receio de que tal posse esteja na iminência de ser molestada.

No caso, tenho que esses requisitos estão suficientemente


demonstrados.

Os requerentes, através das matrículas juntadas aos autos,


comprovaram ser possuidores dos imóveis rurais denominados Fazenda Santa
Terezinha (nome atual Fazenda Vassoura - matrícula 1509, fls. 28/29), Fazenda
Água Clara (nome atual Fazenda Cambará para as matrículas n° 5648, 3502 e
4367, permanecendo Fazenda Água Clara para a matrícula 4368 - fls. 31/35),
Fazenda São José (antiga fazenda São Luiz, matrículas n° 5176,5177 e 6411-
fls. 36/41), Fazenda Buriti (matrícula 4482.- fl. 42) e Fazenda São Sebastião da
Serra (matricula 9380- fls. 43/44), todas registradas no Cartório de Registro de
Imóveis da Comarca de Sidrolândia-MS.

E, embora a presente demanda tenha caráter possessono, é


importante frisar que os requerentes obtiveram êxito, em primeira e segunda
instância, na ação declaratória de domínio em que buscam o reconhecimento de
que suas propriedades não são terras tradicionalmente ocupadas pelos índios
(ação n° 0003866-05.2001.403.6000). É certo que, conforme ressaltado pela
FUNAl, ainda não houve trânsito em julgado do decisum proferido naqueles
autos, e, de fato, o entendimento do E. TRF da 3° Região é no sentido de que é
necessário aguardar a estabilização das decisões que alterarão a atual situação
fática; ou seja, tal eti.tendimento diz respeito aos casos em que a propriedade
rural esteja ocupada '-pelos índios há anos, mostrando-se prudente aguardar o
desfecho das respectivas ações declaratórias para se evitar conflitos j

desnecessários.

No entanto, no caso específico dos autos, em que a posse está


sendo exercida pelos ora requerentes, não há que se permitir, em razão da não
estabilização da questão dominial, que os índios invadam as propriedades rurais
dos requerentes. Deve-se manter o status quo, em consonância, inclusive, com

Rua Delegado Cerlas Robe!Jo Bastos de Oliveira, 128· • aaa Carollnas- Campo Grande· MS· CEP 79037901
Telefone 67- 3201100- Fax 67- 3263223
JUSTIÇA FEDERAL DE 1a INSTÂNCIA }~r;Q9.~~~
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1a Vara Federal de Campo Grande
SeçAo Judiciária de Mato Grosso do Sul Ru':J..

------~------~----------------------~----~
aquele entendimento de manutenção da posse em :favor daqueles que a venham
exercendo há anos.

A respeito:

AGRAVO DE INSTRUMENTO. AÇÃO POSSESSÓRIA.


IMINÊNCIA DE INVASÃO POR SILVÍCOLAS DE TERRAS QUE
SE ENCONTRAM NA POSSE DE PARTICULAR. AUSÊNCIA DE
ESTUDOS E PROVIDÊNCIAS CONCRETAS PARA
CARACTERIZAR A ÁREA COMO "TERRA
TRADICIONALMENTE OCUPADA POR ÍNDIOS" .
1. A concessão do mandado proibitório previsto no art. 932 do CPC
pressupõe a comprovação da posse direta ou indireta do autor e o
justo receio de violência iminente à sua posse. Caso em que tais
requisitos se acham demonstrados nos autos.
2. lncensurável a decisão que defere liminar em ação de interdito
proibitorio, resguardando o direito de quem exerce pacificamente a
posse e está na lmin2ncia de tê-la turbada ou esbulhada de um
momento para outro. Medida que se impõe, inclusive, para garantir a
· continuidade das atividades de economia rural exercidas no imóvel,
mantendo-se, assim, o status quo, enquanto se define a real situação
jurídica das terras objeto do litígio.
3. Agravo de instrumento da UNIÃO e FUNAI despro;idos" (TRF da
la Região- AG 200201000387990- Rei .' Des. Federal FAGUNDES
DE DEUS- e-DJJH DE 11/04/2008).

Da mesma forma, éntendo estar demonstrado o justo receio de


que a posse dos imóveis descrito nos autos, ex~rcida pelos requerentes, venha a
ser molestada pelo grupo indígena requerido.

É certo que o justo receio de turbação ou esbulho não deve ser


aferido segundo a apreciação subjetiva da parte autora, mas com base em
elementos de fato, aptos a caracterizar ou não uma agressão iminente à _15ua
posse, ressaltando-se ..que estes elementos, para uma conclusão positiva, dev·em
possuir a concretude necessária à formação de um juizo, no sentido de que o ato
turbativo ou espoliante esteja na iminêncía de ocorrer, mostrando"se
imprescindível a intervenção judicial para fazer cessar a ameaça de lesão a
direito.

Com efeito, no caso em apreço, os relatórios apresentados pela


própria FUNAI (fls. 177/200), corroboram as alegações de que propriedades
rurais da mesma região foram retomadas, recentemente, por indígenas da Aldeia
Buriti.

Rua Delegado Carlos Roberto Baalos de Oliveira, 128 l R das Carolina&· campo Grande - MS • CEP 79037901
Telefona 67.3201100 ·Fax 67 • 3263223
SH/Di1F/MS

JUSTIÇA FEDERAL DE 1 INSTÂNCIA


1a Vara Federal de Campo Grande
Seçao Judiciária de Mato Grosso do Sul
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No mesmo sentido, as notícias extraídas da mídia eletrônica (fls.


105/113).

Portanto, tenho que, de fato, os requerentes passaram a


experimentar sensação de inseguranç~ apta a sustentar o manejo desta ação
preventiva.

Ante o exposto, defiro o pedido liminar para determinar que a


comunidade indígena-requerida se abstenha de praticar atos tendentes a turbar
ou esbulhar a posse dos requerentes sobre os imóveis rurais tratados nestes autos
Fazenda Santa Terezinha (nome atual Fazenda Vassoura·· matricula 1509, fls . 28/29).
Fazenda Água Clara (nome atual Fazenda Cambara para as matriculas n° 5648, 3502 e
4367, permanecendo Fazenda Agua Clara para a matricula 4368- fls. 31/35), Fazenda São
José (antiga Fazenda São Luiz, matriculas n° 5176, 5177 e 6411 - fls. 36/41 ), Fazenda
Buriti (matricula 4482 - fl. 42) e Fazenda São Sebastião da Serra (matricula 9380 - fls.
43/44)-. Para a hipótese de descumprimento, fixo multa diária no valor de R$
500,00 (quinhentos reais) para a Comunidade Indígena Terena da Aldeia Buriti,
e, de R$ 1.000,00 (mil reais) por dia de descumprimento para a FUNAI.

Expeça-se o competente mandado proibitório.

Nos termos da decisão de fls. 143/144, promovam os requerentes


a citação da União. :

Citem-se. Intimem-se.

Ciência ao :MP F.

Campo Grande-MS, 10 de maio de 2013.

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~OTONIASSO
Juiz Federal Titular;;---..J

Rua Delegado Carlos Roberto Bastos de Oliveira. 128 • Ant. R das Carollnas ·Campo Grande · MS· CEP 79037901
Telefone 67 • 3201100 ·Fax 87-3263223
SR/DPF/MS
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JUSTIÇA FEDERAL DE 18 INSTÂNCIA
1a Vara Federal de Campo Grande
Seção Judiciária de Mato Grosso do Sul
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AUTOS No 0003407-80.2013.403.6000
AUTORES: ESPÓLIO DE AFRÂNIO PEREIRA MARTINS e outros
RÉUS: FUNDAÇÃO NACIONAL DO lNDIO- FUNAI e outros

DECISÃO
Através de decisão proferida no último dia lO, concedi medida
liminar de interdito proibitório, em relação a todos os imóveis rurais tratados
nestes autos (fls. 255/259).

Esse decisum ainda não foi integralmente cwnprido, uma vez que
apenas a parte autora fora intimada.

Um dos autores, Sr. Ricardo Augusto Bacha, informa a


ocorrência de invasão de sua propriedade (Fazenda Buriti), por parte do grupo
indígena requerido, mediante violência, na madrugada de hoje, quarta-feira,
pugnando, em razão desses fatos, pela expedição de mandado de reintegração de
posse do imóvel rural de sua propriedade (fls. 262/264).

De fato, as notícias extraídas da mídia local corroboram a


assertiva de que índios da etnia Terena invadiram, nesta madrugada, a Fazenda
Buriti, de propriedade de wn dos autores (fls. 265/269).

Com efeito, os fatos ora noticiados, vêm a confirmar o justo


receio de turbação ou esbulho que ensejaram a concessão do interdito proibitório
por este Juízo.

Nesse contexto, e, com base nos mesmos fundamentos da decisão


anterior (fls. 255/259), defiro o pedido de fls. 262/264, para detenninar a
reintegração de posse da Fazenda Buriti, em favor do autor Ricardo Augusto
Bacha.
Expeça-se o competente mandado de reintegração de posse.

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JUSTIÇA FEDERAL DE 1 INSTÂNCIA
18 Vara Federal de Campo Grande
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Seçao Judiciária de Mato Grosso do Sul

Outrossim, no que tange aos demais imóveis tratados nestes


autos, expeça-se o mandado proibitórío, nos tennos da decisão anterior.

Os mandados deverão ser cumpridos por oficiais de justiça desta


Seção Judiciária, na pessoa do servidor Marcelo Mendes de Souza, uma vez que
o mesmo já detém considerável experiência em ações da espécie, tendo,
inclusive, atuado, recentemente, em uma ação possessória que tramita pela 43
Vara, e que tem por objeto imóvel localizado na mesma região conflagrada.

Considerando a gravidade da situação, em especial, a da Fazenda


Buriti, que acabou por ser invadida, e, bem assim, a agressividade que os índios
terenas têm demonstrado em situações análogas (segundo o oficial de justiça
Marcelo, no último episódio da espécie, teriam apontado flechas contra ele, e,
mesmo, contra o Delegado de Polícia Federal que o acompanhava), inclusive
com a participação de pessoas da mesma aldeia, desde já defiro requisição de
força policial, a ser fornecida pela Pol~cia Federal.

Oficie-se à Superintendência da Polícia Federal.

D~firo o pedido d~ prioridade de tramitação do presente feito (fl.


245).
Cumpra-se, com urgência.

Intimem-se. Ciência ao MPF.

Campo Grande-MS, 15 ~aio de 2013.

~~I
Ti~ Juiz Federal

.,
Rua Delegado Carloa Roberto Bastos de Oliveira, 128 • Anl R das Carallnas- Campo Grande- MS- CEP 79037901
Telefone 67- 3201100- Fax 67- 3263223
SI A PRO

MINISTÉRIO DA JUSTIÇA
DEPARTAMENTO DE POLÍCIA FEDERAL
SUPERINTENDÊNCIA REGIONAL EM MATO GROSSO DO SUL

Do: DPF ALCÍDIO de Sousa Araújo


Ao: Sr. COR/SR/DPF/MS
Assunto: Relatório Circunstanciado

Nos dias 15 e 16 do corrente mês, duas equipes


de Policiais Federais, por mim comandadas, se deslocaram até a
cidade de Sidrolândia/MS com a finalidade de levantar
informações sobre as ocupações ocorridas no presente mês
naquela região e feitas por parte de indígenas da Comunidade
Buriti.
Lá chegando, verificou-se o clima tenso
existente entre os fazendeiros e os indígenas.

Alegações de ambas as partes davam conta de que


portavam armas de fogo (em relação aos índios, somente se
avistou facão, flechas e budunas). Quanto aos fazendeiros,
verificou-se apenas a existência de quatro seguranças armados
contratados junto à empresa GASPEM e todos situados na Fazenda
Buriti, de propriedade do Sr. RICARDO BACHA.

A FUNAI negou que os índios invasores da Fazenda


Buriti estariam armados, afirmando que os Terenas usaram
apenas fogos de artifício. O grupo não passaria de uns 200
indígenas (incluindo mulheres, crianças e idosos).

Levantou-se que além da Fazenda Buriti, estariam


inicialmente ocupadas mais duas fazendas (se apossaram
completamente da Fazenda Querência São José e Santa Helena,
onde já estariam desde o início do ano).

Em toda a atuação da PF houve a participação da


FUNAI na pessoa do Sr. Jorge Antônio das Neves (Coordenador
Local) .

Durante toda a presença da PF não houve tiroteio


ou ação de violência. Deixo claro a ideia constante do
relator em preservar a ordem e evitar o con to armado .

-·· ..--··
SR/DPF/MS
\3
l•b.:

Rub.:~
MINISTÉRIO DA JUSTIÇA
DEPARTAMENTO DE POLÍCIA FEDERAL
SUPERINTENDÊNCIA REGIONAL EM MATO GROSSO DO SUL

Inicialmente os Terenas disseram a esta


Autoridade Policial que não desocupariam a Fazenda Buriti.
Entretanto, no final do dia seguinte, obteve-se um acordo, com
o aval da Autoridade Judicial determinante, de que
desocupariam num prazo de 48 horas, findando no sábado às 14
horas.

A ocupação da Fazenda Buri ti ocorreu no dia 14


às 04:30 horas (quarta-feira). Segundo a Sra. JUSSIMARA BACHA,
uma das proprietárias da Fazenda Buriti, os indígenas
adentraram armados e atirando. Por volta das 23h eles já
tinham entrado na fazenda vizinha, onde fizeram um segurança
refém (fato este confirmado por esta Autoridade Policial em
entrevista pessoalmente com a vítima EUCLIDES CABRAL ROLON - O
segurança -, quando a PF chegou à Fazenda Buriti, ali já se
encontrava, logo a situação de cárcere privado não restou
comprovado). A tentativa inicial empreendida pelos invasores
foi de entrar pelos fundos da fazenda visando a sede. Houve
reação dos seguranças e consequente recuo dos indígenas.

Verificou-se também que os moradores da Fazenda


Buriti possuíam livre acesso ao local.

Todas essas ocupações atuais visam a


reivindicação dos 17 mil hectares da aldeia Buriti que estavam
na posse de fazendeiros e que pela FUNAI foram identificados
corno terras indígenas. Além do que, as ocupações seriam uma
resposta à suposta ordem dada pela Presidente Dilma Roussef no
sentido de que a FUNAI parasse com as demarcações indígenas.

No dia seguinte, no início da noite, outro grupo


de indígenas havia ocupado parte da Fazenda Cambará, de
propriedade do Sr. VANTH VANNI FILHO. Os índios que estão
nessa fazenda fazem parte das comunidades Lagoinha e Lago Azul
e se comprometeram desocupar a fazenda caso fosse dada ordem
judicial pela saída da área.

Neste local também a situação foi tensa. Um


grupo de uns 40 fazendeiros (observou-se a presença de uns
vinte veículos de carga) inicialmente tentou adentrar na
Fazenda Buri ti no momento em que se estabelecia um acordo (o
das 48 h), o que gerou um dificuldade. Os

2
SR/D~F/MS
Fls.:JL
Rub.: +.
MINISTÉRIO DA JUSTIÇA
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SUPERINTENDÊNCIA REGIONAL EM MATO GROSSO DO SUL

fazendeiros, depois de uma conversa, desistiram do intento,


mas se deslocaram para a Fazenda Cambará e lá nova tensão foi
estabelecida com grito de ordem por parte dos proprietários,
porém, com a presença da PF tudo foi controlado.

Na sexta-feira a ordem acima (em relação à


fazenda Cambará) foi concedida e cumprida.

No sábado (18/05/2013), esta Autoridade Policial


foi acionada para prestar apoio necessário visando auxiliar
nas negociações para a retirada dos indígenas ocupantes da
Fazenda Buriti, de propriedade do Sr. RICARDO BACHA.

Segundo a equipe que estava no local, foi


necessária a retirada dos não índios da sede da fazenda, a fim
de preservar suas vidas, pois os silvícolas ameaçavam,
inclusive, incendiar a sede da fazenda com os moradores
dentro.

Um detalhe: na sexta-feira, quando me foi


solicitado o apoio para o sábado em acompanhar a desocupação,
pedi dispensa, visto que na minha convicção de negociador e
minha experiência em relação à questão indígena e conhecendo
os índios com quem teria tratado, afirmei que não haveria a
necessidade da minha presença, pois estava convicto da total
saída dos índios da Fazenda Buriti. Entretanto, fiquei
surpreso com a negativa.

De pronto, desloquei-me até o local dos fatos


acompanhado do Superintendente da PF no Mato Grosso do Sul
(Dr. Edgar) fazendo uso de um helicóptero da PRF. Ao chegar à
cidade de Sidrolândia, quando toda a equipe de policiais
estava reunida em um ambiente cedido pelo dono do posto de
Combustível, adentrou ao local um senhor que se identificou
como sendo indígena, Vereador daquela cidade e informando que
acabara de sair da fazenda Buriti e em reunião com os
ocupantes, eles teriam dito que não desocupariam a fazenda e o
mesmo político disse que quem havia estimulado os índios a não
saírem do local, teria sido o CIMI (Conselho Indigenista
Missionário). Tal político pediu para não se comprometer, por
possuir um excelente trânsito entre a comunidade. Mas a
assertiva sobre a atuação do CIMI foi por todos os

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~~~~~1~/MS
lM.: {

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policiais presentes.

Também no mesmo horário, recebi informações dos


fazendeiros de que o CIMI estaria no local instigando os
índios a não desocuparem a fazenda. Alerto que os fazendeiros
possuem informantes entre os patrícios.

Lembro que o relator, como Chefe da


DELISNT/DPF/SR/MS por mais de quatro anos, possuía informações
de que o CIMI estaria sempre por trás das ocupações de
fazendas na região do Mato Grosso do Sul.

Cita-se apenas um caso. Quando do cumprimento da


desocupação da fazenda do Sr. PEDROSSIAN no ano de 2010,
enquanto o relator realizava as negociações para a
desocupação, as lideranças e os índios mais jovens recebiam
ordem do CIMI para não desocuparem, ou seja, para não
cumprirem a ordem judicial legalmente dada. Tal informação me
foi repassada por outros índios quando se realizava a retirada
total dos bens dos indígenas ocupantes daquela área.

Durante os anos que atuei na chefia da DELINST


recebi diversos informes tanto por parte de fazendeiros,
índios e da própria FUNAI de que seria o CIMI o ator principal
nas ocupações. Lembro-me de urna frase de um indígena: "Senhor
Delegai o, se a Presià ente à a República, um Juiz Federal, um
Delegado de Policia Feà eral estabelecer uma ordem legal a um
mio, e o CINI falar o contrário, a última é que será
cumprida".

Da mesma forma, no mesmo período, nunca fui


procurado pelo CIMI (que se diz defensor dos direitos dos
povos indígenas), para que, na condição de Autoridade
Policial, pudesse auxiliá-los no que fosse possível. Friso que
não é obrigação da referida Organização se apresentar à
Polícia Federal. Apenas menciono tal fato, por se tratar de
uma atitude estranha, visto que a Polícia Federal sempre
esteve disposta a ajudar quem quer que seja.

Vejo na minha lida com a questão indígena neste


Estado, que os direitos dos patrícios não são relacionados
à terra sofrem agressão. Lembro da álcool, das

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drogas ilícitas, da violência entre os próprios índios, da


educação, da saúde, etc.

Recebo lideranças indígenas em busca de


instrução de como retirarem um RG e CPF. É atribuição da
Polícia Federal? Entendo que sim, todos os órgãos devem
auxiliar as comunidades onde lhe forem acionados. Mas
pergunto. E as demais instituições? E aí incluo o CIMI.

Em minhas andanças por dentro das comunidades


indígenas nunca encontrei qualquer representante do CIMI (seja
freira, padre, etc) dando palestras sobre o uso de bebida
alcoólica e de drogas ilícitas.

Pergunto, somente o direito à terra dos


indígenas é violado? E aqueles acima citados?

Veja que a expressão "o CI MI" usada acima se


deve que até o dia 18/05/2013, não se sabia quem representava
tal instituição no Mato Grosso do Sul.

Continuando a narrativa dos fatos do dia


18/05/2013.

Acrescento que o procurador Emerson Kalif


Siqueira, do MPF (Ministério Público Federal) acompanhou todo
o desenrolar dos acontecimentos do dia de sábado.

Também estava no local, uma servidora da FUNAI


em licença médica que ali estava trabalhando como Advogada
representando a COPAI/OAB.

Quando a equipe de policiais federais chegou ao


local para verificar o cumprimento do acordo das 48 horas e no
início das conversas, foi observada a existência de um senhor,
posteriormente identificado como supostamente jornalista do
CIMI e de nome RUY SPOSATI, que havia retirado uma fotografia
e ia se retirando do local dos fatos. De pronto, esse senhor
foi chamado, porém, continuou sua fuga. Resolvi então abordá-
lo, o que assim foi feito.

Durante as negociações, um dos líderes, de nome

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Professor de forma exaltada inflamando os liderados, dizia


que iram todos morreriam buscando lutar pela terra.

Além dos questionamentos iniciais, tais corno


quem seria tal pessoa, fez-se uma revista nos pertences
daquele e ali foram encontrados um computador e um gravador
digital (ambos apreendidos por mim).

O porquê de tal ação? Diante de todas as


informações sobre a participação do CIMI em dificultar a
retirada dos indígenas em terras por eles ocupadas, inclusive
estimulando a violência, da mesma forma em relação ao caso em
questão, houve naquele momento, a oportunidade em colher
provas que poderiam comprovar o envolvimento de tal
organização em cometimento de crime, observando-se o princípio
da oportunidade e em obediência ao art. 60 do CPP.

Veja que não houve intenção de violar os


direi tos profissionais jornalisticos. Tanto que referido
senhor permaneceu com a câmera fotográfica (creio que seu
principal instrumento de trabalho). Outras pessoas
fotografavam toda a situação de negociação. Resumindo. Não
houve dolo em impedir a cobertura jornalística de quem quer
que seja.

Há também o questionamento da presença de


pessoas não índio, e para mim, o comandante no teatro de
operações, é dever conhecer quem quer que esteja na área,
visando, o quanto for possível, preservar as suas integridades
fisicas.

Lembro que segundo os próprios indígenas, eles


impediam a entrada de outros órgãos de imprensa no local dos
fatos por serem "apoiaà ores à o lqro negócio", exceto o SBT.
Logo, se houve algum impedimento jornalístico foi por parte
dos próprios índios e não da Polícia Federal.

Naquela tratativa, ficou estabelecida a


responsabilidade criminal e civil das lideranças em caso da
necessidade da retirada por meio da força.

6
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t+-
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quanto às instalações e nada foi encontrado digno de registro


quanto à destruição.

Fez-se o recolhimento de alguns pertences


pessoais do fazendeiro e repassados ao proprietário.

Da mesma forma foram encontradas duas armas de


fogo e munição (todos entregues à Delegada de Dia).

Há relatos por parte de policiais federais da


presença de índios bêbados no local, inclusive um dos líderes,
conhecido como Professor se apresentava ligeiramente alterado.

Ainda quando retornávamos para Campo Grande, o


Oficial de justiça, o Sr. MARCELO recebeu uma ligação do Sr.
JORGE da FlJNAI informando que ele (JORGE) desde o início da
tarde negociava com os índios uma saída da fazenda de forma
pacífica, entretanto, com a chegada do CIMI estimulando a
desobedecerem à ordem judicial, ele acabou por se retirar do
local.

A mesma versão foi repetida pelo reprentante da


FlJNAI ao DPF Paganelli, na sede da SR/DPF/MS, tendo o Sr.
JORGE comparecido espontaneamente.

Já na sede da Polícia Federal em Campo Grande,


recebi os representantes do CIMI, dentre eles, o Sr. FLÁVIO,
Sr. RUY, a suposta freira, a Sra. JOANA, e outros, não
lembrando o nome. Houve uma conversa tranquila onde, como
respeitador dos direitos humanos, como profissional envolvido
na questão indígena e por parte do Departamento de Polícia
Federal, deixei claro de buscar ajudá-los onde fosse possível
e afirmando novamente que a Polícia Federal obedece às normas
legais e não toma partido. Recebi um requerimento do Sr. RUY
para devolução dos equipamentos apreendidos, porém,
verbalmente lhe negado.

Outro detalhe. As pessoas integrantes do CIMI


não foram "ficha~ os" conforme se noticiou na imprensa, e sim
foram anotados seus nomes e meios de contatos e somente isso.

Lembro que os equipamentos e

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DEPARTAMENTO DE POLÍCIA FEDERAL
SUPERINTENDÊNCIA REGIONAL EM MATO GROSSO DO SUL

entregues à Delegada de Dia, a Ora. Alice.

No momento atual, o grupo invasor da Fazenda


Buriti mantém a decisão de permanecer na área.

Afirmo categoricamente, com a minha experiência


de negociador em questões indígenas, que os ocupantes da
Fazenda Buriti sairiam de forma pacífica, conforme o acordado
de 48 horas, todavia, com a participação do CIMI, já não
garanto essa situação. Se o CIMI não for impedido de
participar, ha wrá ~olência se a ordem judicial for
executada.

Friso, por derradeiro, que certamente uma


negociação visando uma saída pacífica dos indígenas da Fazenda
Buriti está extremamente comprometida devido a participação do
CIMI. De nada basta uma intervenção por parte da Polícia
Federal, do MPF, JF e FUNAI buscando uma solução de paz, se
por trás, instituições estimulam a desobediência de uma ordem
judicial. Vejo que desaguará em urna saída violenta.

Sugiro, salvo melhor juízo, a instauração de


IPF.

campo Grande/MS, 20 de maio de 2013.


~ ~~~í/MS I
Rub:r l

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MJ- DEPARTAMENTO DE POLÍCIA FEDERAL
SUPERJNTEND~NCIA REGIONAL NO MATO GROSSO DO SUL

AUTO DE ARRECADAÇÃO

Aocs)18 dia(s) do mês de maio de 2013, nesta SUPERINTENDÊNCIA REGIONAL NO MATO


GROSSO DO SUL, em Campo Grande/MS, presente a Delegada de Polícia Federal ALICE
KAZUCO KOZIMA MURAYAMA, 38 Classe, Matr. n° 18.3 89, comigo, Escrivão(ã) de Polícia
Federal, ao final assinado e declarado, na presença das testemunhas abaixo identificadas, ambas
policiais federais lotados e em exercício nesta Superintendência, aí compareceu o(a)
apresentante: Delegado de Polícia Federal ALCIDIO DE SOUSA ARAUJO, 111 Classe- Mat. no
10.042, lotado e em exercício nesta SRIDPFIMS , O(a) qual apresentou à Autoridade a
substâncialmaterialldocumento(s), abaixo discriminada(os), que foi apreendida(o) na forma da
Lei:
Item Quantidade Discriminação
01 01 (um) Revólver, marca Smith&Wesson, calibre 38, empunhadura de borracha,
com código identificador CAD4154 e respectivo coldre cor preta;
02 24 (vinte e munições calibre 38, marca Aguilla;
quatro)
03 01 (um) Revólver, marca Taurus, calibre 22, empunhadura cor branca, número de
série 74726;
04 OI (um) Coldre de couro que acondicionava a arma acima descrita contendo oito
munições calibre 22;
05 OI (um) Pen drive, cor vermelha, com a inscrição DANE ELEC;
06 OI (um) Pen drive, cor preta e transparente, com a inscrição LEXAR;
07 01 (um) Relógio de pulso, cor preta, marca CASIO, com pulseira de borracha,
com inscrição DATA BANK;
08 01 (um) Aparelho de telefonia celular, cor azul, marca LG, IMEI 011945 - 00 -
627776- l, sem chip, com a respectiva bateria;
09 OI (um) Aparelho de telefonia celular, cor preta e cinza, marca LG, IMEI OI2829
- 00- 886841 -4, sem chip, com a respectiva bateria;
10 OI (um) Rádio telecomunicador cor verde e preta, com inscrição ICOM IC -V8.
.
Refendo matenal encontrava-se em poder da apresentante e foi arrecadado por ocasião do
cumprimento da ordem judicial de reintegração de posse da Fazenda Buriti, expedida pela 1a
Vara Federal desta capital. Nada mais havendo, determinou a Autoridade fosse encerrado o
presen;; termo ..que, lido ~ achado conforme vai por todos assinados, inclusive por mim,
~~ >, ANDRE BRAGA CHAPINOTI, Escrivão(ã) de Policia Federal, I a Classe,
Matr. n° 16.379, que o lavrei.

AUTORIDADE ~
:...

APRESENTANTE:............ ·!l'·- - -

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TESTEMUNNHA:...... ~!f="::.········
TESTEMUNNHA :....... .j/t.J:rzr.~ . .
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SERVIÇO PÚBLICO FEDERAL


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SUPERINTEND~NCIA REGIONAL NO MATO GROSSO DO SUL

AUTO DE ARRECADAÇÃO

Aots> 18 dia(s) do mês de maio de 2013, nesta SUPERINTENDÊNCIA REGIONAL NO MATO


GROSSO DO SUL, em Campo Grande/MS, presente a Delegada de Polícia Federal ALICE
KAZUCO KOZIMA MURA Y AMA, 3a Classe, Matr. n° 18.389, comigo, Escrivão(ã) de Polícia
Federal, ao final assinado e declarado, na presença das testemunhas abaixo identificadas, ambas
policiais federais lotados e em exercício nesta Superintendência, aí compareceu o(a)
apresentante: Delegado de Polícia Federal ALCIDIO DE SOUSA ARAUJO, 1a Classe - Mat. n°
10.042, lotado e em exercício nesta SRJDPF/MS, O(al qual apresentou à Autoridade a
substâncialmaterial/documento(s), abaixo discriminada(os), que foi apreendida(o) na forma da
Lei:

ITEM !QUANTIDADE DESCRIÇÃO


01 01 (um) Computador, tipo notebook, cor prata, com a inscrição macBook Pro,
com leitor externo de cartão;
02 01 (um) Gravador marca Olvmous cor oreta.

Referido material encontrava-se em poder da apresentante e foi arrecadado por ocasião do


cumprimento da ordem judicial de reintegração de posse da Fazenda Buriti, expedida pela 1a
Vara Federal desta capital. Nada mais havendo, determinou a Autoridade fosse encerrado o
presente . termo que, lido ~ achado conforme vai por todos assinados, inclusive por mim,
~ ~ . , ANDRE BRAGA CHAPINOTI, Escrivão de Polícia Federal, I a Classe,
atr. n° 16.379, que o lavrei.

AUTORIDADE :... ~~ ............. ....................:...................... ..


APRESENTANTE:......... .. .................. .
-~ c
TESTEMUNNHA: .........~~ ....... :.......

TESTEMUNNHA :........i77
//.f.·1.......i(j1J
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SRJDPF/MS]
FI: 110
Rub~--

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TERMO DE APREENSÃO
N° 861/2013

Ao(s)22 dia(s) do mês de setembro de 2014, nesta SUPERINTENDÊNCIA REGIONAL NO


MATO GROSSO DO SUL, em Campo Grande/MS, presente o Delegado de Polícia Federal
MARCELO ALEXANDRINO DE OLIVEIRA, 2° Classe- Matr. n° 16.370, comigo Escrivã de
Polícia Federal, ao final assinado e declamdo na presença das testemunhas ao final identificadas,
determinou a apreensão do material abaixo discriminado:
Apreensão n°: 861/2013

Item Descrição Quant. Unidade Observação


1 Revolver Calibre 38 1 UN marca Smith&Wesson com
empunhadura de borracha, com
código identificador CAD4154 e
respectivo coldre cor preta.
2 Munições não Classificadas 24 UN calibre 38, marca Aguila.
3 Revolver Calibre 22 1 UN marca Taurus com empunhadura
cor branca, número de série 74726.
4 Coldre 1 UN de couro, o qual acondicionava a
arma descrita no item 3, contendo
oito munições calibre 22.
5 Pen drive 1 UN cor vermelha, com a inscrição
DANE ELEC 4GB.
~ Relógio 1 UN de pulso, cor preta, marca CASIO,
com pulseira de borracha, com a
inscrição DATA BANK.
7 Telefone Celular 1 UN cor azul, marca LG, IMEI 011945-
'._. 00-627776-1, sem chip, com a
respectiva bateria.
8 Telefone Celular 1 UN cor preta e cinza, marca LG, IMEI
012829- 00- 886841 -4, sem
chip, com a respectiva bateria.
9 Transmissor de Radiodifusão 1 UN rádio telecomunicador, cor verde e
preta, com a inscrição ICOM IC-
V8.
10 Microcomputador 1 UN tipo notebook, cor prata, com a
inscrição macBook Pro, com leitor
externo de cartão.
11 Gravador 1 UN marca Olymous cor preta.

I .
Referido material foi arrecadado em 18/05/2013 por ocastão de cumpnmento de ord JUdlclal
..
de reintegração de posse da Fazenda Buriti, expedida pela 13 Vara Federal d ta capital,
IPL N° 0215/2013 tls.1/2
SRIDPF/MS
jJJ_
FI:
Rub:~

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Arrecadação de fls. 21 e 22. Nada mais havendo, determinou a Autoridade


es te termo q , lido e achado conforme, vai por todos assinado, inclusive
FERREIRA LIMA, olícia Federal, 111 Classe-

..... .1111 (;ouunho Guimarães


€scrivão de Policia Federal
~~•trír.ula 18.179

IPL N° 0215/2013 fls. 2/2


--1

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RELATÓRIO CIRCUNSTANCIADO

Em 17/05/2013 por volta das 14:15 horas a equipe


composta por este servidor (DPF MARCOS) e pelos APFs WARLEY, DEBORA
e CARLOS, além do Oficial de Justiça Federal MARCELO que se deslocou na
viatura com este servidor, partiu em duas viaturas ostensivas em direção a
Sidrolândia-MS, onde chegamos por volta das 15:20 horas. Nos deslocamos
até a Fazenda Buriti, onde constatamos a presença de indios dentro de tal
Fazenda, ao lado da cerca limite, na entrada da Fazenda. Em seguida fomos
até a Fazenda Cambará, onde encontramos a equipe chefiada pelo DPF
FRESNEDA no local onde estavam os fndios invasores. O Oficial de Justiça
MARCELO informou-os sobre a ordem judicial de reintegração de posse (ou
algo do tipo) e que a Justiça marcou uma reunião para o dia 29.05.2013. Tais
indios decidiram pela desocupação imediata da Fazenda Cambará. Em
seguida as equipes policiais citadas se deslocaram até a Fazenda Buriti, onde
também o Oficial de Justiça MARCELO informou sobre a ordem judicial,
contudo os índios afirmaram que desocupariam tal fazenda às 15:00 horas do
dia seguinte. Fomos até a sede da Fazenda Buriti onde conversamos com o
proprietário RICARDO BACHA, informando-o sobre a situação. Por volta das
18:00 horas o DPF FRESNEDA retornou com sua equipe para Campo Grande.
A equipe fonnada por este servidor (DPF MARCOS) e pelos APFs WARLEY,
DÉBORA e CARLOS pernoitou em tal Fazenda e permanceu durante a manha
do dia 18/05/2013. Por volta das 10:00 horas de tal data, ouvimos apitos no
local da Fazenda Buriti ocupada pelos indios, sendo que estes fizeram uma
reunião. Por volta das 11:00 horas, ouvimos um estouro que pode ter sido um
disparo de espingarda calibre 12, contudo nao foi posslvel identificar o local da
explosão. Por volta das 12:30 horas do mesmo dia iniciou-se uma gritaria por
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MS

parte dos lndios que ocupavam tal fazenda, os quais passaram a se deslo~daf=------~

em direção à sede da Fazenda Buriti, cercando-a, local onde estava a equipe


policial. Alguns dos índios vieram caminhando pela estrada de acesso à sede.
Um deles identificou-se como cacique e informou-me que a sede da Fazenda
Buriti seria tomada imediatamente pelos índios. Disse a ele para aguardar que
em poucas horas chegaria a tal local o Oficial de Justiça, ao que tal cacique
respondeu que não tinha como conter os lndios. Os fndios puxaram a porteira
da sede e entraram, enquanto cerca de outros 150 índios correram em direção
,_. à sede da fazenda, vindos de todos os lados. Os indios gritavam muito alto e
portavam armas como arcos e flechas e bordunas. Muitos estouros (explosões)
foram ouvidos, podendo tanto ser provenientes de bombas como de tiros,
embora eu não tenha visto armas de fogo em posse dos lndios, o que não
significa que não portassem, visto a grande tensão de tais momentos, além do
fato de que eram muitos índios e não era possível ter a visão de todos eles.
Quando subi em direção à sede, constatei que os fazendeiros haviam se
trancado no interior da casa-sede (posteriormente tomei conhecimento que
teria sido uma orientação do APF WARLEY para que se trancassem na casa-
sede). Muitos índios (acredito que cerca de 150 índios portando bordunas e
arcos e flechas) cercavam a casa-sede e faziam um grande barulho com
gritarias e pancadas de bordunas nas paredes, móveis da varanda e janelas.
Outros indios enfiavam bordunas por treliças na área de serviço da sede e
aparentemente diziam para quem estava dentro sair. Um dos vigilantes da
empresa GASPEN ficou na varanda da casa sede. O APF WARLEY se
posicionou em frente a uma das portas da casa e impedia que os lndios
entrassem. Alguns fndios gritavam com o APF WARLEY dando órdens para
que ele salsse da frente, contudo o mesmo manteve tal posição. Ouvi gritos
dizendo que iam atear fogo na casa, sendo que em tal momento havia pessoas
dentro da casa. O APF CARLOS me relatou (posteriormente) que viu um índio
com uma tocha se aproximando da casa-sede. Os fndios nos pressionavam de
forma severamente ameaçadora dizendo para retirarmos as pessoas de dentro

,/Mc:v ;
~~---.,

S~/D?~MS
Fls.: 2b
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Rub.: r
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da casa, pois do contrário a invadiriam. Vários indios cobriam seus rostos com
balaclavas ou camisetas. Ouvi um barulho de ar vazando e imaginei que era
um spray, contudo vi que se tratava de um dos pneus da caminhonete de
RICARDO BACHA que foi furado. O barulho feito pela gritaria dos índios e
pelas pancadas de bordunas nos móveis externos e na casa era tão violento
que acredito que o sentimento no interior da casa só podia ser o de pavor. Os
índios se afastaram cerca de três metros da casa-sede e disseram para
retirarmos as pessoas de dentro, pois permitiriam que saíssemos da Fazenda.
Gritei a RICARDO BACHA que "pelo amor de Deus" abrisse a porta e saísse
da casa, pois não tínhamos condição de impedir a entrada dos indios, nem de
garantir a segurança deles. O APF WARLEY e a APF DEBORA conversavam
com os ocupantes da casa através das frestas de uma das portas, a qual já
estava praticamente arrombada, com a fechadura muito torta. RICARDO
BACHA abriu a porta. De dentro da casa saiu a cozinheira com seu filho de
aproximadamente 8 anos de idade. Saiu um casal de parentes de RICARDO
BACHA. Salvo engano, sairam dois vigilantes da empresa GASPEN. Ao lado
do APF WARLEY saiu RICARDO BACHA gritando para os índios que estava
saindo preso pela Policia Federal, embora estivesse caminhando sem qualquer
tipo de coação por parte do APF WARLEY. Por fim saiu a ESPOSA DE
RICARDO BACHA ao lado da APF DÉBORA chorando e reclamando, mas
também caminhava sem qualquer tipo de coação por parte da APF DÉBORA.
Todos entraram nas duas viaturas (o casal de parentes entrou em sua
caminhonete) e fomos em direção à sarda da Fazenda com muitos indios nos
seguindo com gritarias. Na entrada da Fazenda estava um trator que impedia a
entrada da outra equipe que havia chegado, chefiada pelo DPF PAGANELLI. O
trator foi retirado e fomos para um posto de gasolina em Sidrolãndia. Vi o
Oficial de Justiça MARCELO em tal posto, não sabendo como se deslocou
para lá. Cerca de uma hora depois chegou ao local o Superintendente EDGAR
MARCON e o DPF ALCIDIO, os quais prepararam nosso retorno à entrada da
Fazenda Buriti. Em tal local o DPF ALCIDIO pediu a desocupação, não sendo
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atendido pelos índios. No local também estava o Procurador da República


EMERSON KALIF. O DPF ALCIDIO, o Oficial de Justiça MARCELO e o
Procurador da República entraram na sede da fazenda para confirmar se os
índios não a depredaram. Eles retornaram ea equipe retornou ·~·· -campo
Grande por volta das 19:00 horas. Estiveram no local equipes do CIGCOE. Não
foi realizada a desocupação forçada, mantendo-se os índios na Fazenda Buriti
e em sua sede.

MARCOS ANDRÉ ARA. JO ...,...,.,.~


Delegado de Policia Federal
1a Classe, Mat. 15.910
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RELATÓRIO CIRCUNSTANCIADO
PARCIAL

245/2014

Ao: DPF DANTE PEGORARO LEMOS


Assunto/Ref.: Inquérito Policial 215/20 13-SR/DPF/MS
OM 625/2014

Senhor Delegado.

o material
Em cumprimento a OMP 625/2014, venho através deste relatar sobre
99 dos autos do IPI.
encontrado nas mídias acostadas ús fls. 56, 76, 77, 85 e
215/20 13-SR/DPF/MS, conforme segue abaixo.
lcc. com
OI - Fls. 85 - 01 (um) Pcn drivc cor vcnnelha, da marca DancE
os digitalizados: 2S7
capacidade nominal de 4 GB. No referido material foi encontrado: 20 arquiv
vídeos. sendo que todo
documentos de texto; OI e-mail; 531 imagens; 434 planilhas e I O
material faz relação à fàmília BACHA.
referido
02 - Fls. 99 - OI (um) pcn drivc marca Lcxar, 8 GB, cor Azul. No
texto: I c-mail: 3633
material foi encontrado: 12 arquivos digitalizados; 181documcntos de
à nmlilia BACI IA.
imagens: I 94 planilhas c 39 vídeos. sendo que todo material fltz relação
nott:book
03 - Fls. 76 e 77 - OI (um) disco rígido da marca HITACHL retirado do
zar os arquivos visto
da marca Applc. S/N W8926Z9Q66D. Informo que não toi possível visuali
que o formato gravado é Blu-ray.
04 - Fls. 56 - OI (um) dispositivo gravador de áudio PCM
linear de marca
materia l foi encontrado:
Olympus. modelo LS-1 O. número de st!ric I 00136229. No referido
relevante relacionado ú
üudio ( 'lwtulino. Nlul\'era. TI !Joumclos. histária. MP 3, nada de
indígenas situaJas na
investigação em tela - áudio, possivelmente. fazem referência às áreas
o movim ento Kadiwéu;
região de Dourados/MS; f.:adi\1'(!1/ clespd cd/P3. CIME parabeniza
f.,<..,'JfJOl5-1.1\IP J. nada de relevante relacionado à investigação
em tela: TL•n•nu Uuclonwr
"lowrias, TI Cadweiri11lw, ,\ lüe-lt'l'l'a, 7 r1110s de retomcula. MP3. nada
de relevante relacionado à.,.
ú investigação em tela: I ~
investigação em tela; /}i I 00283. ;\/fl3. nada de relevante relacionado
/.SI OIJ28./. MP 3. nada de relevante relacionado à investigação em
tela: .'SI 0025rd/1'3. nada dcq 1
ú investigação em tela; !SI 0025-. M/' 3, não tem áudio: f.:adill'l!t(f
relevante relacio nado
cii!.\'(JC'jo.,\//'3, não tem áudio: Ti!re11a U11domar laCCirias.
TI ( 'admeí rinlw, t\1/ie-term. ~ a11os rk:
nado à investigação em
retomada. i\11'3. não tem áudio; U·i/ 002 58. AI P3. nada de relevante relacio
em tela: /.S/f}()259 .. \!/'3.
tela: I.S/0025lJ. AfP3, nada de relevante relacionado à investigação
fls . 1 /2
SERVIÇO PÜBLICO FEDERAL
MJ- DEPARTAMENTO DE POLICIA FEDERAL
SUPERINTEND~NCIA REGIONAL NO MATO GROS
SO DO SUL

1ó/ ..\/J>3. nada de rcl<:nulle


nada de relevante relacionado à investigação em tela; 1.5i!00
de relevante relacionado ú
relacionado à investigação em tela; /..\'/ 002fí2 .lv/P3. nada
nado á investigação em tela:
investigação em tela: L\' I 001ó3. .\11'3, nada de relevante relacio
l ..\'/002 fí-I.J/1 '1. nada de relevante relacionatlo à invest
igação em tela; I.S/00 265 ..\IP3. nada de
3. nada de relevante relacionado à
relevante relacionado à investigação em tela; /.SI 00266. MP
nado à investigação em tela:
investigação em tela; Ui I 0026 7. MP J. nada de relevante relacio
igação em tela; LS I 0016íJ..\I fl3.
!.SI 00268. MP3. nada de relevante relacionado à invest
40 anos. há alguns relatos sobre
provavelmente é gravação de uma conferência do CIMI -
"marcha dos 500 anos". pelo CJMI.
linancimncnto da "marcha c conferência no ano de 2000" -
houve pagamento de R$ 870.000.00
no valor de. aproximadamente. R$ 1.000.000,00. sendo que
e ficaram em débito de R$ 200.000.00. Referido dinheiro
foi angariado junto eis agências de
3 não tem áudio: ismarth t'sm/a
cooperação da Europ a- palavras do palestrante; .'5.'/00293. MP
1 amhâ. i'v/1'.? não tem áudio:
kuru.\'11 amhâ ..\ IP3 não tem áudio: ismarth escola kul'll.\1
em tela.
/SI 0027'0. MP 3 nada de relevante relacionado à investigação
para a cidade d~
Ainda. informo que devido à missão policial programada
/2014, não foi possível vcriticar
Corumbá/MS. compreendida entre as datas 01/07/2014 à 30/08
todos os áudios constantes no pedido.
policial federal dar
Assim. necessário se faz a conrecção de nova OM para outro
prosseguimento na investigação.

Atenciosamente.
ct'~lE_O G!-~.'-1~-e~~S, 30 dia(s) do mês de junho de 2014
/7-;. '
l._!_ Jf i
~-- / c~
- -y 1
R~éÃRD0 JOEI: IY1Acf=I7\'DC>-___. -
ESCRIVÃO DE POLÍ~l~ FEDERAL
ClÁsse Espec ial- Mat~. n. I O. 733
v

fls 2/2
,.


,
.

SERVIÇO PÚBLICO FEDERAL


MJ - DEPARTAMENTO DE POLiCIA FEDERAL
SUPERINTENDÊNCIA REGIONAL NO MATO GROSSO DO SUL
DELEGACIA DE DEFESA INSTITUCIONAL - DELISNT

RELATÓRIO CIRCUNSTANCIADO N° 257/2015

(_ ) Do: APF Jorge


Para: DPF Marcelo Alexandrino de Oliveira
Assunto: análise do conteúdo de mrdias ópticas
Referência: IPL N° 215/2014MDELINST/DPF/MS

Senhor Delegado,

Em cumprimento à OMP N° 858/2014-


DELINST/DRCOR/SR IDPF/MS, e no interesse do IPL de referência, este agente
subscritor fez a verificação do teor das midias referentes aos Laudos de n°
0645/2014MSRIDPF/MS, de n° 032012014-SR/DPF/M S, de n° 1561/2013M
,· SRIDPF/M S, e de n° 185/2014MSRIDPF/MS (mídias 1 e 2).
\. . ,, O exame visou identificar a existência de evidências de
condutas tendentes aos crimes de desobediê ncia às ordens judiciais de
desocupação e/ou incitação à prática deste crime, ou outros cometidos por
integrantes do CIMI e/ou indfgenas, cujo resultado segue abaixo:

LAUDO: 645/2014 - SETEC/SRIDPF/MS, de 30/04/2014


MATERIAL EXAMINADO: 01 (uma) mídia óptica com conteúdo extrafdo do
pen drive de marca Lexar, de cor azul, com capacidad e nominal de 8GB,
fabricado na China, com as Inscrições : "JDFFBGBM00-5016 Ver N 33126-
BGBA-2309".

A mfdia examinada contém documentos digitalizados, de texto


(contratos de arrendamento, recibos, cartas, etc.), e-mail, imagens e vfdeos. Todo
o material diz respeito ao sr. RICARDO AUGUSTO BACHA. Há centenas de fotos
(dele e da esposa, genro, neto, filhos e amigos), documentos pessoais (CNH,
CRV, intimação, etc.) e planilhas eletrônicas (movimentação de gado, custos
financeiros, etc.). Nada de interesse da investigação.

--· .. ---·--------
s~~J'Ms
Fls.·
Rub.: .......-()

..
·-~
LAUDO: 320/2014- SETEC/SRIDPF/MS , de 06/03/2014
MATERIAL EXAMINADO: 01 (uma) mídia óptica contendo dados extraídos
de 01 (um) Pen drive cor vermelha, da marca DaneEiec, com capacidade
nominal de 4 GB, sem modelo aparente, contendo as inscrições:
ED651 NC97503992, sem país de fabricação aparente. (registro no SisCrim:
Material 1926/2013-SETEC/SRIDPF/MS)

A mfdia examinada contém documentos digitalizados, de texto


(contratos de arrendamento, recibos, cartas, etc.), e-mail, imagens e vrdeos. Todo
o material diz respeito ao sr. RICARDO AUGUSTO BACHA. Há centenas de fotos ·
{dele e da esposa, genro, neto, filhos e amigos), documentos pessoais e planilhas
eletrônicas (movimentação de gado, custos financeiros, etc.). Nada de interesse
da investigação.

LAUD0:1561/2013-SETEC/SRIDPF/MS, de 22/10/2013.
( '.
MATERIAL EXAMINADO: 01 (uma) midia óptica com o conteúdo extraído do
.. _..,.
gravador de áudio PCM linear de marca Olympus, modelo LS-1 o, número de
série 100136229, usado e em bom estado de conservação. O equipamento
foi recebido com abafador de vento, duas pilhas alcalinas AA, e um cartão
de memória flash, tipo SD, com capacidade nominal de armazenamento de 1
GB.

O arquivo LS100348.MP3 (áudio) da mfdia óptica examinada


indica conter evidências de condutas tendentes aos crimes de desobediência às
ordens judiciais de desocupação e/ou incitação à prática deste crime.
Para uma rápida e melhor compreensão do conteúdo do
arquivo, e com o fim de situar o fato no tempo e no espaço o evento, bem como
visualizar as falas dos interlocutores, procedi a degravação do referido áudio e sua
contextualização, buscando assim encadear os fatos antecedentes relativos à
Invasão da área da Fazenda Buritis (Sidrolãndia/MS) e a ocupação de sua sede
pelos índios terenas.
( _ _l
DEGRAVAÇÃO DO ÁUDIO DO ARQUIVO LS100348.MP3

(INÍCIO DO ÁUDIO)
HNI (fndio terena) - "(...) Foram todo articular com o governo pra ir fazer a
errienda constitucional onde que fere os nossos direitos, tentando repassar pra
Embrapa a questão da demarcação, e que estão a! também tentando é... fazer
com que as demarcações de terra passe para o Congresso Nacional. Então é
uma situação... E o que é que eles tão... não, os indios são bobos, nós vamos
tapear eles, né? Nós vamos É... a/... Segurar eles lá embaixo e aqui em cima nós
vamos trabalhar rápida, né? Então, essas ações, não é uma ação somente, é... ,
dizendo pro governo brasileiro, nós estamos prestando atenção nas suas ações
aí... Nós estamos prestando atenção nas suas negociações é... com os
produtores rurais, e nós vamos continuar lutando, tá?! Então essas pessoas, elas
estão ai representando, né? Ai uma organização também, né? É... que nas apeia
nesse sentido de dar essa estrutura no papel pra nós, tá? Então eu queria deixar
aqui com Rui, né? Que é um grande parceiro ... O Flávio, né? Que são os nossos
parceiros nessa luta ai."
FLÁVIO- "Bom dia! Boa tarde, né? Parabéns! É ... porque a luta que vocês estão
S.R,
rJn ::.-.iL!.
é legitima, é ... Pelo futuro de vocês, futuro das crianças... E. .. É com muita ~)E!g;~
que a gente vem aqui hoje... Demonstrar a nossa solidariedade e o nosso
compromisso com a causa de vocês e com a vida de vocês. E a gente não veio
sozinho. Nós trouxemos vários aliados, né? Que também tem compromisso com
vocês, entidades que tem compromisso com vocês, e que hoje vem aqui pra
manifestar essa solidariedade. Nós vamos se manifestar também em carta, né? A
sociedade sul-mato-grossense, enquanto entidades de direitos humanos, de modo
a apoiar, né? Essa luta de vocês aqui, e pra que de uma vez por toda todo o
território do povo terena de Buritis seja devolvido, e seja feita então uma justiça
histórica à vocês. Então, parabéns pelo movimento... de hoje, né? Dessa noite ...
É... Foram vitoriosos... E com certeza vão continuar sendo, porque vocês sabem
que são os primeiros passos, né? Nessa questão da terra enquanto não houver
de fato a total desintrosão e finalização do processo, é uma luta constante, não é
mesmo? Então vou deixar que as entidades se apresente e fale quem são e
também deem uma palavra pra... pra vocês, tá certo?"
EDSON JOSÉ - "Bom/ Sou Edson José, sou presidente da entidade chamada
ONG Azul, que a qui em Mato Grosso do Sul, ela realiza o programa de proteção
às testemunhas, e aí nós atendendo ao chamado do CIMI, estamos aqui, eu e o
Wilton que fazemos parte da equipe, e tamos apoiando a Juta de vocês pra o que
der e vier (aplausos)."
MARTÍ - "Boa tarde! Parabéns a todas às mulheres indfgenas terenas, aos jovens,
às crianças, à todas as pessoas corajosas do povo terena que fizeram esse ato de
justiça. Esse ato, nós consideramos que... A continuidade da luta histórica de
vocês. A continuidade daquela assembleia, Terceira Assembleia do Povo Terena,
que teve aqui, que eu tive a honra de poder participar pelo menos algumas horas,
1
estar com vocês, partilhar com vocês aqueles dias... Meu nome é Martí , sou da
Comissão Pastoral da Terra, é uma entidade é... que é a nível nacional, é
parceira, é irmã, é uma entidade irmã do Conselho lndigenista Missionário, nossa
luta e a luta da CPT aqui no Mato Grosso do Sul, se bem é mais pela reforma
agrária junto aos pequenos agricultores, junto aos camponeses sem terra, nós
também acompanhamos e estamos ao lado da luta dos povos indlgenas de todo o
Mato Grosso do Sul. Ainda que vocês não estejam sozinhos, que muitas
organizações sociais, movimentos sociais e entidades de direitos humanos estão
com vocês, e nós vamos continuar com vocês, solidários, uma questão
fundamental, num momento como este, é a questão da unidade. É preciso estar
muito unido, estar muito juntos, porque é a unidade que fortalece e é a unidade
que garante a vitória e a conquista definitiva dessa terra que é de vocês, que foi
usurpada pelos latifundiários, que foi usurpada pelos fazendeiros. No Mato Grosso
do Sul tem terras devolutas, terras griladas, terras que estão dentro do latifúndio
improdutivo que tem de cumprir uma função social por um lado, e por outro lado,
essas terras tem que ser devolvidas aos seus legltimos donos que são os povos
indfgenas e os povos quilombo/as, as comunidades quilombo/as, e ser feita
reforma agrária com essas terras, fruto da corrupção, para os camponeses sem
terra. No Mato Grosso do Sul, existem os povos da terra, indfgenas, comunidades
quilombo/as e camponeses. Minha entidade, onde nós estamos, a Comissão
Pastoral da Terra, está num processo junto com os indfgenas, camponeses e
quilombo/as, para tentar fazer; dialogar esses povos para fortalecer uma unidade
e fortalecer a luta pela terra, reforma agrária e pela demarcação das terras
indfgenas e quilombo/as. Parabéns, novamente, muita força, muita unidade, muita
espiritualidade, que vocês tem suficiente, e... estamos junto, e a Comissão
Pastoral da Terra está junto como vocês e, é ... os companheiros sabem, tem os
contatos, nós estamos unidos aqui com CIMI e estamos à disposição de vocês.
Muito obrigado e até a vitória sempre (aplausos)."
·'-"='

REBECA - "Pessoa/, eu sou a Rebeca, eu venho representando a Comissão


·': .. Permanente de Assuntos lndlgenas da Ordem dos Advogados do Brasil, eu sou
advogada, milito na causa indlgena em Mato Grosso do Sul, nao só na causa
terena, como na causa guarani-kaiawá, kadwéu, guatós e todas que se fizerem
necessárias, e eu vou repetir as palavras da meu amigo ali, que eu sei que
realmente é ... O que tá demonstrando a força de vocês aqui, que não permitiu que
fosse feita a reintegração de posse hoje, foi a unidade de vocês, foi a união de
vocês, isso é visfvel aqui, que uma coisa que muitas vezes a gente não encontra
nos guarani-kaiawá, porque eles se fragmentam, eles estão em poucas famllias,
eles lutam por uma terra, com pouca gente, e aqui a gente vê todo mundo unido,
isso é muito importante (aplausos). Nós todos sabemos que vocês sabem disso,
é ... Eu acho que Juta de vocês, ela... eu acho não, ela é legitima, vocês sabem
disso porque ela está na Constituiçao Federal, e ... porque ele está na Constituição
Federal desde 1988, é um dever da Estada, nao só do Estada brasileiro, como
também e principalmente, do Estado do Mato Grosso do Sul dar conta disso, seja
pagando a compensação do dana ao proprietário, ao que se diz proprietário da
terra, que na verdade são vocês, mas os (ininteligível) do título, porque em algum
momento o Estada deu o titula dessa terra de vocês pra outra pessoa que era não
indfgena, então o Estado de alguma forma tem que resolver a situação de vocês,
porque desde 1988 o direito de vocês está escrito; sempre esteve, mas agora é
muita claro ... E a união de vocês é o que faz a força, e a gente tá mais do que
provado porque os policiais foram embora. Então, é isso que importa mesmo.
Ê ... estudem sempre em prol do direito de vocês, valorizem as lideranças
tradicionais de vocês, pra que vocês tenham espiritua/idade.. .Pra que continuem
tendo força ... Ê ... da natureza também pra poder seguir em frente porque a luta é
árdua, realmente é só o cameço... Mas a gente não tá aqui pra lutar só pela gente,
a gente tá aqui pra lutar pelos nossos filhos, a gente tá aqui pra lutar pelos nossos
netos, a gente tá aqui pra lutar pelos nossos velhos, também. Então é isso af,
gente! Eu, eu também quero parabenizar vocês também pela união de vocês, pela
força de vocês, e pela organização de vocês. Eu tenho o nome guarani-kaiowá,
que é Avecunháveranandú (aplausos). Eu vau esperar, tá bom!? Parabéns pela
mobilização de vocês! É isso ai! Não é primeira vez e nem vai ser a última ... Não
é a primeira vez e nem vai ser a última, mas o GIM/ tá com vocês, eles tem
provado isso...A OAB que é a Ordem das Advogados do Brasil, que é casa da
cidadania, tá com vocês também, e outras instituições do mundo inteiro tão com
vocês também. Hoje, os olhos do mundo inteiro estão voltados pros povos
indlgenas de Mato Grosso do Sul, e os terena fazem parte dessa faml/ia inteira,
que é indlgena. Então, a gente não tem que lutar só pela gente, a gente tem que
lutar pelas nossas outras gerações, as que já estão aqui, e as que virão, e
também pelos nossos outros parentes, indfgenas também, que são do Mato
Grossa do Sul, porque tanto o Estado do Mato Grosso do Sul, quanta o governa
brasileiro precisam dar conta desse problema. O direito é de vocês, é
constitucional, o 2... o artigo 231 da Constituição é de vocês, a terra tradicional é
vocês, e só vocês são os danos dela. Então, união sempre! Valorizem as
lideranças sempre/ Tenham orgulho, principalmente, de serem indfgenas, porque
sangue indlgena, branco não tem, e a força do lndio, o branco também não tem, e
é por isso que cês estão aqui hoje! (aplausos) ."
HNI (indio terena) - "Eu só queria lembrar um pouquinho, eu lembrei pro, pro ...
É ... Ontem, né? É ... E é bom lembrarmos quando nós estamos aqui, como a
gente falou, se faz necessário sabermos os nossos direitos. Nós estamos em
busca dele. Ao que foi falado na reportagem que nós estamos em busca ~a
ampliação da nossa terra, não é ampliação, isso aqui é nosso, tá? E ..
tradicionalmente, comprovado, né? Aqui foi feito todo levantamento histórico, é
terra tradicional, né? Então, se não fosse tradicional, é originário nosso também,
... tá? Então, não é ampliação de terra, tá? É nossa terra, tá? Vamos falar isso com
toda convicção de que esse pedaço de chão aqui é nosso, tá? Então, eu queria
passar isso pra vocês, que foi passado, né? Alguém que deu depoimento por nós,
falou isso, e não é bom, porque ai começa a pegar, né? Coisa pra criar situações
pra cima da gente, tá?."
IRMÃ APARECI DA - "Bom, eu sou irmã Aparecida, né? Sou da Congregação das
Irmãs Franciscanas de Nossa Senhora Aparecida, né? Tô representando a
Congregação, né? Junto com a irmã, irmã Joana, que depois vai... e a CRV. .. é ...
depois a irmã Joana vai apresentar melhor, e eu estou muito feliz por estar aqui
junto com vocês. É ... parabéns! Pela luta de vocês... Parabéns, pela conquista,
né? Eu vim agora, é ... da Bollvia, né? E lá também ... Lá o povo chiquitano
também luta pela sua terra, também luta pelos seus, seus direitos. Antes de vim
pra cá eu acompanhei, né? Eles que tavam se movimentando pra questão da
plantação... O governo fava cortando, limitando muito eles, nessa questão, e eles
foram à luta, né? Fizeram o bloqueio, fizeram também o movimento e
conseguiram, né? Fizeram a mesma coisa que vocês, se uniram em prol daquilo
que eles queriam. É... Então, parabéns! E a congregaçiio das irmãs está aí,
acompanhando vocês, né? E investe também nessa luta."
IRMÃ JOANA - "Boa tarde! Eu sou Joana, irmã Joana do CJMI. Pertenço também
à Congregação das Irmãs Franciscanas Nossa Senhora Aparecida, temos casa
em Campo Grande, né? E estamos ai no movimento, e eu ao chegar aqui, assim
pra mim foi um... Aigo assim que mexeu bastante comigo, porque a gente
acompanhou todos os dias da assembleia, né? Que teve aqui no Buriti, e a todas
às discussaes, né? E o quanto aquela assembleia foi um momento sagrado,
porque em todos os momentos, da assembleia a gente ouviu muitos momentos de
2
espiritualidade, né? Tanto dos caciques, dos rezadores, né? Cacique Babau né?
Também o Nailton 3, pataxó, que teve presente, e aquelas rezas, aquelas orações,
né? Que foram a fortaleza de tudo isso aqui; que quando a gente vinha descendo
ali, algumas senhoras se encontravam, se abraçavam, choravam, e dizia 'nós
estamos vivos por Deus'. É Deus que está presente no nosso meio; isso assim
mexeu muito comigo, porque realmente a gente vê a presença de Deus do lado
daqueles que lutam por justiça, né? Então, nós como católicos essa semana
estamos vivendo a semana da unidade, preparando pra domingo, amanhã, a festa
( · do Esplrito Santo, né? O Espírito Santo de Deus é que nos dá essa força, essa
\ .. _ . J

coragem, nos dá sabedoria, e é Deus que põe o seu espfrito em nós para termos
essa coragem de retomar aquilo que é nosso, né? Então, o povo indígena, o povo
de Mato Grosso do Sul tá mostrando a sua força, né? E essa força é que vem de
Deus, né? É Deus que está no coração de cada um, e quando a gente se deixa
agir por Deus, nada acontece, né? Porque vocês disseram, quantos tiros,
quantas, né? Ameaças, quantas balas, e nenhuma aconteceu de mal pra
ninguém. Então, que Deus continue abençoando, continuem contando com as
nossas forças , continue com as rezas fortes de vocês, porque Deus está nessa
caminhada . O povo de Deus, né? Em busca da sua terra prometida, né? Está, se
revela... Que Deus fortaleça cada passo, cada pensamento de vocês na Juta por
seus direitos. Então, que Deus abençoe a todos, e contem sempre com as nossas
orações, e aquilo que a gente puder estamos af pra abraçarmos juntos esta causa
(aplausos)."
HNI (índio terena) - "Bom, pessoal/ Eu só queria se pedir pro (ininteligfvel)
pessoal aqui da CIMI, né? Nós vamos conversar aqui um pouquinho, né? Aí que
algum... Jorge levasse isso pra li um pouquinho?
JORGE- "Tá ... não! Eu já vou indo embora ... "
HNI (indio tere na) - "Ocê... (lninteligfvel) Não! Fique só um pouquinho ai, só um
SR/I:ZP
j:J;., .,.,..,. •• ""
--..,..~

Ju,o..:

pouquinho, cês deixam dar um tempinho ... " (FIM DO ÁUDIO)


"= ••

ANUNCIO MARTI MENDEZ: cidadão paraguaio que está na condição de refugiado politlco no Brasil desde
1

2003.
2
CACIQUE BABAU: cacique 'tupinambá' ROSIVALDO FERREIRA DA SILVA, lldemnça da aldeia Serra do
Padeiro, no sul da Bahia. Jé foi preso várias vezes acusado de diversos crimes. A última prisão se deu por
conta de seu envolvimento no assassinato de um agricultor.
3
NAILTON: NAILTON MUNIZ PATAXÓ, liderança lndlgena patax6 hãhahãe, da região de ltaju Colonia, na
Bahia. É uma das lideranças responsáveis pela onda de Invasões e ocupações de fazendas, registrada nos
últimos tempos na Bahia.

CONTEXTUALIZ AÇÃO DO CONTEÚDO DO ARQUIVO LS100348.MP3

No período de 08 a 11 de maio de 2013, houve a 38 Grande


Assembleia do Povo terena, realizada na Terra indfgena Buriti, na qual estiveram
presentes as lideranças terena, kaiowá, guarani, pataxó, kinikinau, kadiwéu,
tupinambá, ofaié atikum, onde debateram a questão da demarcação de terras
indfgenas, saúde e educação.
No dia 14 de maio de 2013, por volta das 04h30min, houve a
invasão da Fazenda Buriti por indigenas da etnia terena. Nos dias 15 e 16 o
delegado Alcfdio de Souza Araújo compareceu ao local com intuito de convencê-
los a safrem pacificamente da área, para assim, cumprirem a ordem judicial de
reintegração de posse.
Dada a mudança no ânimo dos indfgenas invasores, no dia
1810512013 (sábado) os nao fndios (proprietário e funcionários) foram retirados
da Fazenda escoltados por uma equipe de policiais federais.
O delegado Alcídio disse em seu relatório às fls. 15 dos autos:
" (... } Na sexta-feira, quando me foi solicitado o apoio para o sábado em
acompanhar a desocupação, pedi dispensa, visto que na minha convicção de
negociador e minha experiência em relação à questão indlgena e conhecendo os
lndios com quem teria tratado, afirmei que não haveria a necessidade da minha
presença, pois estava convicto da total saída dos lndios da Fazenda Buriti.
Entretanto, fiquei surpreso com a negativa."
O delegado Marcos André Araújo Damato também narra em
seu relatório (fls. 24): "(... )A equipe formada por este servidor (DPF MARCOS) e
pelos AFPs WARLEY, DÉBORA e CARLOS pernoitou em tal em tal fazenda e
pennaneceu durante a manhã do dia 18105/2013. por volta das 10:00 horas de tal
data, ouvimos apitos no local da Fazenda Buriti ocupada pelos lndios, senda que
estes fizeram uma reunião. Par volta das 11:00 horas, ouvimos um estouro que
pode ter sido um disparo de espingarda calibre 12, contudo não possível
identificar o /oca/ da explosão. Por volta das 12:30 horas do mesmo dia Iniciou-se
uma gritaria por parte das índias que ocupavam tal fazenda, os quais passaram a
se deslocar em direção à sede da Fazenda Buriti, cercando-a, local onde estava a
equipe policial. Alguns dos lndios vieram caminhando pela estrada de acesso à
sede. Um deles identificou-se como cacique e infonnou-me que a sede da
Fazenda Buriti seria tomada imediatamente pelos lndios."
..
. ..•

LAUDO: 185/2014 • SETEC/SRIDPF/MS, de 04/02/2014 (mfdla óptica 1)


. ~·
MATERIAL EXAMINADO: 01 (uma) mídia óptica contendo arquivos extraídos do
disco rígido da Marca: HITACHJ; Capacidade Nominal: 500 GB; Modelo;
HTS54505089SA; 5/N: 101214PBL400M7GJLKKV; Pafs de Fabricação:
Tailândia. Tal disco foi retirado do interior do notebook da marca Apple, modelo
MacBook Pro, S/N: WB926Z9Q66D. (registro no SisCrim: Material 0168/2014-
SETEC/SRIDPF/MS)

A mídia examinada contém arquivos de áudio e imagens que dizem


respeito aos movimentos e manifestações dos indfgenas na região do Xingu, Belo
Monte/PA, e outras comunidades indígenas no pafs. Nada de interesse da
investigação.
Entretanto, sobreleva relatar a existência de alguns arquivos
contendo material explicativo (esquemas/desenhos) para a confecção de bombas,
granadas, mascaras de gás e armas (de fogo) artesanais. Havia ainda um
compêndio em inglês intitulado THEANARCHIST COOKBOOK (Livro de Receitas
do Anarquista), com aproxidamente 360 páginas, onde trata de falsificação de
dinheiro, fraude em cartão magnético e confecção de bombas dos mais variados
tipos. Estes arquivos estavam no disco rfgido do notebook que pertece a RUY
MARQUES SPOSATI (ver impressos anexos).

LAUDO: 185/2014- SETEC/SR/DPF/MS, de 04/02/2014 (mfdia óptica 2)


MATERIAL EXAMINADO: 01 (uma) mídia óptica contendo arquivos extratdos do
disco rfgido da Marca: HITACHI; Capacidade Nominal: 500 GB; Modelo:
HTS545050895A; S/N: 101214PBL400M7GJLKKV; País de Fabricação:
Tailândia. Tal disco foi retirado do interior do notebook da marca Apple, modelo
MacBook Pro, 5/N: W8926Z9Q66D. (registro no SisCrim: Material 0168/2014-
SETEC/SRIDPF/MS)

A mfdia óptica examinada contém imagens que dizem respeito aos


movimentos e manifestações dos indfgenas na região do Xingu, Belo Monte,
Altamira, etc. Nada de interesse da investigação.
\.

-· ·- - - ·---.- - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - -
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Materiais needed~· lnsert bushing "into coupling


• aluminum can and tighten band clamp.
~ 2" x 1 1/2/f tlex coup ling
•1 t/2'1 x 3/4" PVC bushing

Fit adapter onto top of can,. tighten other band clamp, and
install on weapon. ··
...
-.
_Ma-teria-Is: _S_._M_O_K_E_G_R_E_N_A_D_E_+__ i!~l
Polasslum Nitrate (finely ground)
Sugar
Baklng soda
cannon fuse (2 seconcllinch)
matchbox
sealall!e Mon&ter drlnk can or larga plastlc contalner with Hd
saucepan/heal &aurce
duct tape
centerpunch or screwdrlver

Optlonal:
food colorlng powder (baklng supply or splcepleca.com)
cancentrutad wasabl powder (splcaplace.com)
suUur powder

CUt a good 3 to 4 Inches of amnon fuse. Keep naarby.


Mlx 40'16 sugar to 80'16 potasslum nltrata .with a teaspoon
oi baklng soda to every 2 cups of mlx. Add to seucepan.
Heat VE;RV gently, lncreaslng lhe heat slowty. Mlx consumtly.
Mlxture wlll begln to dump, lhen spots will begln to brown.

WhBn lt raduces to 11 conslstancy of pancake batter,


remove from heoL Cerurully pour !nto your selected
shell un~l !t 18 9110s full. wtpe excess away from
shell lf mlxture rtses over lhe edge. Add your !Use
ao 112 of !t ls abova lhe levei of lhe mbcturu. Allow
to cool and harden.

Punch a hoJe through the mlddla of your am/contalner


lld. thruad fuse through and secure lhe lld. You cen
hot glue around lhe fuse and eround lhe Ud to seal
lt agalnst .humldiry.

l.ay e &bip of dud tape oul and evenly space 5 wooden


matches about 1mm apan. ilghdy wrap around the cannon
fuse &O lhat lhe match llps au110und lhe end oi lhe fuse.
Apply a buli lon af duct tape, securlng lhe match fuse
assembly to lhe shell In a conlcál formaUon, cereful to
leave lhe match haada exposed. This ls to stabiDze,
strenthan, and wea1tlerprool 11 to a degree

Fold a ttrlp oi thl! matchboK wllh lhe sllikeface so lha\


lt resembles an angular U ahape. Place tlghdy eround
lhe match headlruse assembly and tape lt ·up completely
so lhat lhere ls no gaps wllhln lha cardboanl tab you just
mede. The tab shoufd no\ fali off when rotled upside down,
but come off when pulled on. (DO NOT DO THIS) Add a

~ -
safaty sy&tam by addlng a rubber bend or fa&tanlng a

~
. . --.:_;::, •\. i .
slngle placa ar alectrical tapa over·lha puiJ.tab to lhe
maln aheU. ..
•1 ..
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.
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. . ·..
lhe puU tab rusa ls NOT waalherprool, &o kesp lt dry.
And a year or so In humld wealher ID .probably mean
you need to replace lha matcha& and tape, bul lhe --· ..
cannon fusa and lhe 1861 I& sealad and· should ·be okay. . -. ~.
.

Optional:
Colored Smoka Granada: Make your m1x &o%
pota~um nitrate, 30% iugar, and 10% powdered
food colortng.

lrntant Gas grenade: Make your mlx 50'11.


potasslum nltrete, 30'IIt sugar, and 20% concentreted
wesabl powder.

-Poison- Gas Grenade: Màke your m111 60'16


potasslum nitrete anel 40% sulfur. Add no baklng
soda. WARNING. Ih!& mlxtura produc:es vety hlgh
levais oi pura hydrogen sullide gas, whk:h ls qulckly
.·qn'U lathal In enclosed spaces •
'·-·.-......•--:•st:J .·
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by OSWALD
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Unfold steel \Voól pads and wrap Insett \Vrapped .p.ipe into bottl9
around pipe.. as sho\vn; pull pi pe out throu g1·
b.ottle. n1outh .

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1. Criss.. cross open end of bottl1


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with tnetal. repai r tape .


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Scctlaa'IJ,
NO. li~ s
'11111! nllms ""'' lle llàCd u oi!Mr 'M ·IIinlpenanoCI ar
&1ll~,l!.cut.!r"""l"'"·ll willlne.~l~l~ '!':,P~Ibl.yldlla .
niUI ";,pplitjj oniL 11 "ill a!JO dutmy dlf! tlm& 11{.11 \'l!hlclo ,•
l\lnnln(l 0\1!r 11. ·:

li.\TBIUAI.a 50L'RCR8

~..incb,plpa nfpplu lfunh,'!'" •lonl

•Hndl plpÔ cniiJIIer Uarib<'al'll &IDnt

~·lndl pipa JIIUIJ llanb.·~l'l\ fOi OI'!'

•~lnd1 holl and matcl1lng Hilrdw.íre ~lol'ft


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and,ol' lha ·nlpple. IIIPPLB

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11 I'MIInjf"i>n a h.vd lilllf<IC'fl.

•Vote: To in em."!' o lho !'!J'çç1h'I:Dou of thl~ ""•pon.. n:m0\'1:


'lho:sJ:iilt, ·~v,ülillng. and pawdnr u oulllnud In &ele. 111, Nu. :
3, And rilp':'-~" lha ,..,.Y~~w \wllb .•i•
equillwlumo ôt IWb '
powder. ôr a prlmm)' oxplwlo'CI. 1\aplace lho \Yõl\1~ anel.
lhol.lllld I11C:rilllp lho ahvU .,. "'""'" tn llec. lll. No. 3

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PlPE HAND GRENADE ,
i ..- ... i ..
' ..
Hand grc:nade1 can be madc Crom & plece ol iron plpe. The
fiUer c.m be plaetlc or .aran\&lar mUltary eçloelve, improviled
explOIÍVe, or propellant from i~_otgun OJ" lmUl &l'ml ammunltton, 3. Pour explo~ive or propellut
mto pipe a. llttle·'blt ata time. Tap
MATERIAL REQ~IRED the 'ban of the plpe frequently to
eettle fUler. •
lron plpe, t~naded endt, 1 1/?. 11
io l" éSiam., l" ta 8" lona.
Two (l) lron plpe cape,
Explosivo or propellant·
Nonelectrlc: tila.ating cap.
(Commercia l or inl.l~t;l-ry)
Fuee c:ord
E:nd Cap
/
H~ddrill
Pliol'll

PROCEDURE
-4. DrW a bole lll th1 ceDter of the
UDUianmle~ plpe c~p· lal:a• enwgh
1•. ·.Plac:e blaatma c:ap .9'!- oru1 ud P.••·throuP.,
for·th• faae ..c:or~ to
o!· Í\ll'! COR uc!'.crlmp wlth pilota,.

NOTE: To •fmd out how long the


í~le cori 1hould be, c:heck the
time .U take• a known len1tb to
bum. U :12 Inche• burn• ill 30
toconde, a ·6.1nch cord will ia·
nlte the arenide In 15 ~econdl.

z. ·Screw plpe c:ap to one ed of


plpe. Plac:e (ute corei with bl..t·- 5. Wlpt pipa tbreade to remove
lng cap lnto the· oppo1lte end ·~ ~Y fiUer m.attrlal.
tbat dle· bJaetma .ca.p la near tbt
cooter o( the plpe. ~1141 the drWecl.pl,. ~ap OVII'
tbe fali o4 tcrew haacSUIIát ODio
NOTE: U plattlc: exploalve 11 Co tbe pl,..
bo uted, fiU plpe belore lr11ert1Da
bJa.•tma cap, Pu•h a ·rCNDcl ~tlck
lnto tho· conter of the explotlve to Blu~lDI Cap
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blaatlq cap,
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En4 Cap
..
'
FOR OFFICIAL USE ONI.Y
73 74
Napa lm .... ...
.. ..
~ - Step By Step How To
~

By Koslo
Hapalm ISiandardJ
cescrip~õn: $imple, simplé, simp!e._ anel bettE;t ·performí ng than most.

t-!aterials: Undissolyable (gasolinewon't: dissot--1e then:a) containers (Giass pitot


jars, pop cans, and 1-gallon paint c;ans are your
spherica l bits tendto ·Hake off when it"s broken).
best bet), àmpfe amount of gasoline, and compressêd-sphere styrofoam (little

Procedure:

1. Take your gasor111e and fitl the (we'll assume) jars approximate.fy 3/4 of ~e
way fuD (space must be aUowett for foam dissóvfing
and expansiort}

2. Tak~ styrofoa m and break into pieces that fit in the jar, and begin to insert
them mto the gasofine, {Jivíng them time to dissol\·e
completely.
to eat anymore.
3. Feed styrofoa m until the mix ba:omes a very slick gel and absolute ly refus~

4. {This is the part which makes it·higher quality than oth~rs) Alfow the mixture
to sit for 3·5 days, away from water or rain.
visi~!e seperat:ion of water and gel), take a rod or stick and jab a
hole
s. After ~e has set (i.e. hard Jayer on top,thepossible
water that has fónned oh. the bottom, and·now you have a oood·nã palm mixture,
through the hard layer on top. Then drain ali
though you may want to mix it a bit ni.ore to get it loosene d and g<e!led agíilill.

Hapalm Dmproved/Uitra-TbiokJ

Descript ion: Very thick and strong napalm mix


gh stuff) for regular styrofoam
t•taterials: Same as Standard Napalm, except substitute stvrofoa m insulatlon (i. e. the plnF-'.., uJtra-tou
the pink, ul~~ough ~b,.df) for reguf.ar styrafoam
Procedun:!: Same a$ standar d Nap.;rlm, ~xcept substib.lte st;yrofoam ·insulation (í.e.
(I am u~rtain . if it~rteeds a few days to set: mine set for a month}

Hlfun Variano
,, :!! 00
oe.scription: A fun variant, though not.too useful. .g. ;:: .:51.
. Iõ
~
etç.
Materiais: Same as either Stanqard or Ultra Napalm, ftour. Optiona l: Cinnamon, spicest
a good quantity of flour and optional
Procedure: Same as either Standard or Ultra Napalmr except, while moong, start adding
spíces before. it is too oelled. Nix for a white and add -st\•rofoam or ftour as ne.eded until thick.
•rn
·-..!...._.

---
• No' a à imprensa esclarece demarcação de terras indígenas em Mato Grosso do Sul... Página 1 de 5

Acessibilidade (http://www.mpf.mp.br/accessibilitv-infol
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Página Inicial> Notícias> Nota à imprensa esclarece deFtei~Q. de terras indígenas em Mato Gro$o do Sul
-------•l+l
''.t~llc!~Ç:-;.âe-e+1Tei"ofnA.:1á~.~ifEiEa:H
. ~~~~f.:mJr.SF+att:Jac-ae-temati·eat-------------

Procuradoria-Geral da República

Institucional (http:A7wwW.mpflimt@tpp'gwm"S.tituttionatk/paAtuaditJl!ht!tb:/ /www.mpf.mp.br/pgr/atuacaol

Edifício-sede (http:/ /www.mpf.mp.br/pgr/edificio-sede)

Concursos (http:/ /www.mpf.mp.br/concursos)


Mais da PGR Notícias (http:/ /wwwompfompobr/pgr/noticias-pgrl Para o cidadão (http:/ /wwwompfompobr/pgr/para-o-cidadaol

Estagie conosco (http:/ /wwwompfompobr/pgr/estagie-conosco)

Transparüncia (http:/ /wwwompfompobr/transparencia)


10 DE JULHO DE 2009 ÀS 18H6

Nota à imprensa esclarece demarcação de terras indígenas em


Mato Grossàalat() ' ~ur sa (http:/ /www.mpfompobr/sala-de-imprensal
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Ministério Público Federal entende que não há ilegalidade em mecanismos compensatórios aos
o ~ o _Eleitora! (http:/ /w~wwompf.mpobr/eleito"fal) Un1dades (http:/ /wwwompfompobr/unidades)
propnetanos de t1tulos de boa-fe

Em nota oficial, Ministério Público Federal em Mato Grosso do Sul (MPF/MS) divulga informações
acerca das negociações sobre demarcação de terras indígenas no estado. Reuniões com os
diversos atores envolvidos na questão vêm sendo realizadas, onde se discute a adoção de um
modelo que, não ferindo as disposições constitucionais, acelere o processo de demarcação e o
retorno das comunidades indígenas a suas terras originárias. O MPF entende que não há
ilegalidade em mecanismos compensatórios aos proprietários de títulos de boa-fé. Confira a nota:

"O Ministério Público Federal (MPF) vem a público esclarecer questões referentes à demarcação de
terras indígenas em Mato Grosso do Sul. Desde o começo do ano foram realizadas reuniões
setoriais, em Mato Grosso do Sul, com os diversos atores envolvidos na questão. Também houve
três reuniões em Brasnia (DF) com representantes do MPF, Ministério da Justiça, Presidência da
República, Governo do Estado, produtores rurais e lideranças indígenas.

As reuniões em Brasnia foram realizadas nos dias 23 de junho e 1 o e 6 de julho. Outras reuniões
devem ser agendadas. O objetivo é buscar uma solução dialogada para a demarcação de terras
indígenas em Mato Grosso do Sul, que promova o apaziguamento das tensões e a solução das
graves questões humanitárias envolvendo os indígenas do estado, que sofrem com o alto índice de

http://www.mpf.mp. br/pgr/noticias-pgr/nota-a-imprensa-esclarece-demarcacao-de-terr... 1111 0/2016


Nota à imprensa esclarece demarcação de terras indígenas em Mato Grosso do Sul... Página 2 de 5
~ I

violência, prisões, suicídios, desnutrição e falta de alternativas econômicas de subsistência. A


demarcação das terras indígenas terá reflexos diretos na solução desta problemática.

Para o MPF, é preciso um modelo que, não ferindo as disposições constitucionais, acelere o
processo de demarcação e o retorno das comunidades indígenas a suas terras originárias. O
processo litigioso atrasa a definição do quadro e estende o sofrimento daquelas comunidades. Há
casos em que a disputa judicial já dura 27 anos, mesmo que as terras tenham sido declaradas, pelo
governo federal, como de uso e ocupação tradicional pelos indígenas.

Precedente histórico
O MPF entende que a ocupação do território de Mato Grosso do Sul foi fomentada pelo governo
federal, em conjunto com o governo estadual, no período posterior à Guerra do Paraguai, no século
XIX, com o intuito de ocupar e desenvolver esta frontEira produtiva. Historicamente, então, os
descendentes desses colonos são, em sua maioria, detentores de títulos de boa-fé. A Constituição
não veda mecanismos compensatórios para ocupantes de boa-fé, que foram incentivados pelos
governos federal e estadual.

O MPF solicitou que esse entendimento fosse considerado pelo governo federal, nas dscussões
sobre demarcações de terras indígenas em Mato Grosso do Sul. Não se vislumbra ilegalidade nessa
forma de compensação, que pode ser pelo valor integral da terra, para produtores eventualmente
atingidos pela identificação e posterior demarcação.

Terras tradicionalmente ocupadas pelos índios


Os estudos para identificação de áreas de uso e ocupação tradicionais pela etnia guarani-kaiowá,
pela Funai, devem começar, nas aldeias da região sul do estado, em 20 de julho e se estender até
30 de agosto. A Constituição Federal refere-se ao modo tradicional dos indígenas ocuparem e
utilizarem as terras segundo seus usos, costumes e tradições e não a um critério temporal para a
identificação e demarcação das terras indígenas. O conceito refere-se às terras que são essenciais
ao modo de vida dos índios.

Outra confusão conceitual decorre do argumento de que, pelos indígenas não estarem na
ocupação física das terras há muito tempo, isso seria suficiente para se concluir pela sua não
caracterização como terras tradicionalmente ocupadas por índios. Este argumento confunde a
posse civil com a posse indígena amparada pelo artigo no 231 da Constituiçã:l Federal.

Endossar o entendimento de que só poderiam ser reconhecidas como terras tradicionamente


ocupadas pelos índios aquelas por eles habitadas na data da promulgação da Constituição
conduziria ao seguinte absurdo: se um dia antes da promulgação da Constituição, os índios
tivessem sido expulsos de território por eles ocupado desde tempos imemoriais, pouco importa se
por violência ou artifícios maliciosos, o fato é que tais terras não poderiam ser retomadas por não
poderem ser consideradas terras tradicionalmente ocupadas por índios.

Propostas do Ministério da Justiça

http ://www.mpf.mp.br/pgr/noticias-pgr/nota-a- imprensa-esclarece-demarcacao-de-terr... 11 I 10/2016


Nota à imprensa esclarece demarcação de terras indígenas em Mato Grosso do Sul... Página 3 de 5
r 1

Até o momento, não há qualquer definição sobre o modelo que será adotado. O que existe de
concreto são quatro propostas apresentadas pelo Ministério da Justiça.

A primeira delas envolveria o repasse de imóveis de propriedade do governo federal ao governo de


Mato Grosso do Sul. Os bens seriam leiloados e o dinheiro seria utilizado para compensação de
produtores cujas terras incidam sobre áreas indígenas.

A segunda proposta parte do pressuposto de que a concessão de títulos pela União na região SJI
do estado foi equivocada. Aos proprietários caberia compensação pelo valor da terra Para tanto,
seria necessário que um parecer da consultoria jurídica do Ministério da Justiça fosse aprovado
pela Advocacia Geral da União e encaminhado ao presidente da República. Se homologado, o
parecer teria efeito vinculante. A contestação aos títulos concedidos pelo Estado de Mato Grosso
do Sul caberia à Procuradoria Geral do Estado.

O terceiro modelo é baseado na experiência do Rio Grande do Sul. Lá, a Constituição Estadual
permite o reassentamento dos proprietários, cujas terras foram dema-cadas, em áreas
equivalentes em outras regiões do estado. Também há a possibilidade de indenização em dinheiro
pela terra nua. Já foram regularizadas 1.600 posses por esse modelo, num total de quarenta mil
hectares.

A quarta possibilidade apresentada pelo Ministério da Justiça seria o envio ao Congresso Nacional
de uma Proposta de Emenda à Constituição (PEC), prevendo indenização aos proprietários de
títulos de boa fé. Seria estabelecido um marco temporal para a vaidade da indenização. Ela não
seria aplicável para as áreas já homologadas pelo governo federal.

Estas propostas serão discutidas em reuniões a serem agendadas com os produtores que tenham
áreas em litígio- identificadas, declaradas ou homologadas.

Emerson Kalif Siqueira


Thiago dos Santos Luz
Marco Antonio Delfino de Almeida
Procuradores da República"

Assessoria de Comunicação Social


Procuradoria da República em Mato Grosso do Sul
(67) 3312 7265 I 3312 729

registrado em: índios (http:/ /www.mpf.mp.br/pgr/@@search?Subject%3Aiist=%C3%ADndios),


Geral (http:/ /www.mpf.mp.br /pgr /@@search ?Subject%3Aiist=Geral)

http://www.mpf.mp.br/pgr/noticias-pgr/nota-a-imprensa-esclarece-demarcacao-de-terr... 11/10/2016
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FIRHLV WJTH A STRIH~. ON E wfm TOUCHE S Tl1t L I QU r& ,\tm TPC[
2 • litiRAP THt ~tATC HE.S U~ CStV O'iUJ:ElR E.XT~NfJS !t~ .~Ot~C Tlf/l.U ~Ocm F'AO/J;
PAPIER <JR. A.Wat (]TKE::R U-!FL./Iu\IMABL.E ifiE Llil1~ I)F 'Hrt: BIÕ'fíLL SE'Al JHE
SUSS1AUC~. PL.~iC€ iH~ O~~ ICE:. E!Oli'LE TD·GH'n Y 'Wif.H A 5TRI-I~t O~ T1•.rL

BOMBA ~ NCE ND6ÁO:UA


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lA BDTELLA UASTidlUE t.JN
EXTAitMO IROC~ E:l t.lOUiDO
V IE!L O'tAO Ge:f:XfliE:NOI\ MO
1. COLOC.AFt 'UN CIOARI!Ull!O t~O l;kCENI:)I:b() ENfAE Met.IOS DE 20 CMS 'DE lA
Alt16t\S ttrLERAS fl(; F'OO.f!Ol~OS. UNI.ALOS F•R· DOCA. D~ LA nQ'TSU.A,
MEME~lE ATANOOLOS.·CO~ UNACtJ~RO.A. SEl.t.AR riAMtiMENl!E ·LA
2. ENI/OLV.ER .t.OS ~Ô5FOFiOS E~ Pll,PU SECO O BOfft.LA OOtUiHA CI~TA O
ClJALOVII;R 01M SlJST AH<:IA IH~UaMAElUS. YEN;DA.
COlOQUE EL 01SP0$11tY0 t:NTrtE CAJAS VACPAS
OE CIIRTON O MAOem.
3.. P/I.AA AC11VAR EL DlSPQ$1T'WO:
3. ENCENDI!R llL CIGA~Ril.I..O POR SU EXTf:IEMO A) SO$-lqr.lfilfil ~A· IBOnUA EN· UNI\
LIEmE.l.OS ~OSFOFtOS :$E tiNCE~DI:AAN EH·GO uo MAtf.O·OOfitoliOI ~·NOO DIEN ·EL 8RA:ZO,
MI2;41Jt0$,
3) I!NCEHOlfi t:ON Ut OTRA MA.HQ EL.
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® c• LANlAft I·NMÉDJ,\TAMENTE LA
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C.t•.ltl'ON BtlX ES. A) HOI..D T 11~ 9DTl LE ~ IJ ON 1: WWD 1o.t I'U!
3. LIGHT THE C~GA~ETTE AT ·rooP. M,H E.XH.tm '~D.
~) l. I GH, .. THt AAG 'I! fTII 'iJ')UR ()TifE.R. th~rllt.
THE FAE~ ~a-m. Tllt: MATCa.tES L41lL (.} UiHEOIIiTlL'J' 1Gt~0'...1 THt t.l(iHTtD
LIGHf I~ 5 O~ 10 MtNUY~S. oorru J;'t Y<Jun. oeJrCi ~\'E ~n1~1 surr lt.l tm
f~Rt [ 'hll~1 I t an~;•. KS OJ~ 111r•1"1t1 ~ :.

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Military Grade lncindiary Grenade SRfD..,,M_,LU...
jl(y,;.,•--'1~~·1
Malerfalll:
•cllemk:als are &hown In lhe alze lhey are lyplceOy sold Rub.:
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8 ounces lrcn Olllde poWder Flr.~t lhe Thennlte.


8 ounces ahanlnum powdar You w!U need lo mlx equlll parta elumlnum end lrcn o.Jdds powder.
4 ounoes megneslum powder lo,;;,lrcn;;,;.(:.;;le;;;II'Q;;U.:;s~l.;oxld;;;;e;,;;ca;;;n~be;.;.;bl;;;a;,;;ck;;;,. .;o;..r;.;red.;,;;;..Sa;;;t..;;th;;;;ls..,.asl;;d;,;;a;..._ _ _ _ __
4 ouncea barium nltrata
z auncas sullur powder Thennlta lgnltion Campound.
2 aeeondnnch cannon luso Mlx aquel pans lhermlte and magneslum. Set aslda.
amatl matchbcx Thennate. ·You can also uea just lhermlte, but lhe reactlon la lass enargetlc
wax papar end daslnlctlve. MLx 70'llo thennlta, 29.0'llo barlum niU8ta, and 2.0% sulfur.
duct tape Assumlng you are 8 single cup or lhermete, thls ls a bit less lhan 314ths
shetl (contalner) lhermlle, 1/4 cup berlum nltrata, and 112 teespoon of sutrur. lnaease
hot glue proportlons to suiL (lhla ·buma at ,.4,000 dograea F)

The type or aheO ls up to you. I !lave used praSIIc easter eggs for convlenlent llttJa bumers,
GHC suppUment botlles, soda bottles. bul my favorito ls en alumlnum dn used for Incense.
Tha alumlnum adds to lha exotliermlc reacllon (Whlch la Blrsl\dy nearty lmpossibla to 8ldlngulsh),
and lhough lha cllmentlons aro dlfferanl conlalns lha sarna lntamal volume as lhe AN·M14 TH3
lncandlary h8nd grenalle

FDI your &heU wllh your thermala mlxture to 11111 top. Usa e spoon to tamp lhe powller down anel
top 11 olf, tamp wllh lha spoon, but leave a clepresslon In lhe mldllle. Poke a hola In lhe Pd of lha
c:an wilh a punch or screwclrlver. Sei sh&ll aslde.

flU a 3x3 lnch squere plece of wax lay a atrfp af duct Ulpe out
paper with a heaplng teespoon of end evenly apaca 5 woodan
lhennlte lgniUon mtx. CUI a 3 lnch metches abaul 1mm aparL
lenglh oi cannon fuse. Cnzmple peper Tlghl!y .wrap around lhe
C818fuUy Bround lhe fuse Bnd tape cannon fuse 80 that lhe
&ea.~rely around lhe fuse. lnsen maldi dps IUROUnd lhe encl
essembly lnta depresslon In lhe of lhe fuse. Apply a bun ton
powdor oi your &hell. 11 thera ls any of duct tape, securlng lhe
space left over In lhe stteU, fill il as match lusa IISSIImbly to lhe
packed as you can. Thread a~nnon sheO In a canlcal formadon,
fuse lhrough lhe hale In lhe c:an lfd careful to leav& lhe match
and aecurely fasten. lhare should be heada exposed. Thla ls to
around 1,6 to two Inches oi !use stablllza, stranthen, and
allposed. (4-S &eCOnd delay)You can WINIIherprcof 11 to a degiee.
hol glua arcuncl lhe lusa and arcund
lhe lld to saat 11 agalnsl humlcllty.

Fold 8 strlp of lhe mau:flbox wllh lha sllfkeface so lhat 11 resembles an angular U shepe. Placa
dghdy arcund lhe maldi headlluse assembly and tape lt up completely 80 lhal there ls no gapa
wilhln lhe cardboard tab you jus! mede. The tsb ahotild noc fali off when roUed upslda dawn, bul
come oH wlten pulled on. (DO NOT DO THIS) Add a safety aystem by acldlng a rubbet band or
festanlng e alngle plece of eleelrlcal tape over lhe pull·tab to lhe maln aheU.

lhe pull tab fuso ls NOT wealherprool, so keep it dry. 1\nd a yuar ar so In humld weatlter nt probably
meen you need to replaca lhe matches and tape, bul lhe cannon ruse and lhe resl ls aeelecl and
should be okay. otherwlse 1\ ahoulcl be e near perfile\ lmprovlsecl inclndlary grenacle.You can efllA a
naU or caiJI!IflltY staple to lhe bottom or slcle of lhe shell to atabUlze lhe grenad& efter 1tt lgnltlon
slmoar to tha AN·M14 You can also allbt your own mona cany hanclle wllh a strlp of scrap metal
breckel.

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whlls stUI wet, pia~; e pipr In ''\"' groovc IIIICI wnp plpe and etoc:Jo.
together uolag t..aro heA"T laycn of twin~. Cll:at twlae with sheU~c
or lecquer .Crer sac:h layel'.
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LTEIÜA.is REQUillED the '11&11, A.naeh to atoelc wlth woocl screw.
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~ I.C" 5. PuU 1he cord 10 tJaat the firbts atra., 11 h•ld back.

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9. Screw plus into c:oupllns.

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ahortea. tho elaetle b111d1 or lAc:reau theh numher,)

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i i.iseCf:~P,Iies ~nd;ductapeJõ~t~e;f.l!l~~~rt. • :'... ·
In place MAKE SURE'11-IE"DUCTAPE'IS •
'cut a-zTpJie ~o lliat it fits perfectly'ü'!side o'rie e~d of éach ôfthe ,tWo ~ggest pipés. üs,e _thin .strips of ductãpe veítically to-keep it .
.SMOOTHi othelwise it ... . . ·- · .
step two: cut- à ziptie so· the OU"I:SIÕE•:end ofthe'two smallest . pipes. repeat the· ductaping'procedure: put tliém
,. . "•: .Nbl$.~;i)'todel ii; nott!),be;-us.~~'-~f~~ my.materiãls VJ!!(Úhitty but its ali i;had. if.f.~!iY suggest using i!f!9x.Y ancfmétal rings, ir :
tªltê. Piá~~:":~ipit ouriri an airi!i!it. an~~y~u'Will h~e hán~!i· !n~I!fKRJªÇés ~!-l do not want
t:"''

.:_,':.Õ~t~~!!.Íl guy~. w~ip·thi~;t~!tig çu_tirf~ dark'ãlleV.·and~i:to~inuQQinQ


.~

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l) ... ..
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• !•

. \.
; I

2 part.s hydroge n ·p eroxide


(>30% solu"I;i9n)
1 p.a rt -a ceto.n:e
Add acid a·s cataly st
·Mix in plátic b.uc.ket u-n ti-1
crysta ls fall out.

Dry crysta ls but be gentle , they


are sensit iv-e .

Put in plastic tube and ad-d f use.

Vou now got a pretty nice bomb, sir.


. . ... .
... ·~

[lndex to the Anarchist Cookbook IV, ver. 4.14]

COOKBOOKN: lnlro by Exodus

001: Counterfeiting Money


002: Credit Card Fraud
003: Maklng Plaslic Explosivas from Bleach
004: Picklng Master Locks
005: The Arts of Lockpicklng I
006: The Arts of Lockplcklng 11
007: Solidox Bombs
008: Hlgh Tech Revenge: The Beigebox (NEW Revislon 4.14)
009: C02 Bombs
010: Thermlte Bombs (NEW Rlvlslon, 4.14)
011: Touch Explosivas
012: Letter Bombs
013: Palnt Bombs
014: Ways to send a car to HELL
015: Do ya hate school? (NEW Revision, 4.14)
016: Phone ielated vandallsm
017: Highway police radar jammlng
018: Smoke Bombs
019: Mail Box Bombs
020: Hotwirlng cars
021: Napalm
022: Fertmzer Bomb
023: Tennis BaU Bomb
024: Diskette Bombs
025: Unlisted Phone Numbers (NEWRevision, 4.14)
026: Fuses
027: How to make Potassium Nltrate
028: Exploding Ugh!bulbs
029: Underwater igniters
030: Home-brew blast cannon
031: Chemical Equivalency Ust
032: Phone Taps
033: Landmines
034: A different kind of Molitov Cocktall
035: Phone Systems Tutorial i
036: Phone Systems Tutorial li
037: BasicAIIiance Teleconferenclng
038: Aqua Box Plans
039: Hindenberg 8omb
040: How to KiU Someone wilh your Bare Hands
041: Phone Systems Tutorial UI
042: Black Box Plans
043: The Blotto Box
044: Blowgun
045: Brown Box Plans
046: Calclum Carblde Bomb
047: More Ways to Send a Car to Hell
048: Rlpping off Change Machlnes (NEW Revision, 4.14)
049: Clear Box Plans
050: CNA Number Listing
051: Electronic Tertorism
052: How to Start a Conferenca w/o 2600hz or M-F
053: Dynamite
054: Auto Exhaust Flame Thower
055: How to Break lnto BBS Express
056: Firebomb
osi Fuse Bomb
058: Generic 8omb
059: Green Box Plans
060: Portable Grenade Launcher
061: Baste Hacking Tutorial I
062: Basic Hacklng Tutorial 11
063: Had<ing DEC's
064: Harmless Bombs
.. SR/DPF/MS
Fi:
Rub:1~~~
-- -
SERVIÇO PÚBLICO FEDERAL
MJ -DEPARTAMENTO DE POLICIA FEDERAL
SUPERINTENDI::NCIA REGIONAL NO MATO GROSSO DO SUL

TERMO DE DECLARAÇÕES DE
JOEL AQUINO XIMENES:

AO(s) 28 dia(s) do mês de maio de 2013, ·nesta cidade de Campo Grande/MS, na sede da
Superintendência Regional do DPF no Estado de Mato Grosso do Sul, em cartório, onde se
encontrava o Delegado<a>de Polícia Federal MARCELO ALEXANDRINO DE OLIVEIRA, Mat. n°
16.370, compareceu JOEL AQUINO XIMENES, identidade 2.110.761, SSP/MS, data nasc.
('
' 04/10/1980, telefone: {67) 9805-8503, filho de Aurelio Ximenes e Germnina Aquino,
indígena da etnia Kaiowa, residente na Aldeia Campestre, no município de Antonio
João/MS. lnquíridO(a) a respeito dos fatos, RESPONDEU: "QUE é o cacique da Aldeia
Campestre, e está passando vários problemas em sua aldeia com relação a drogas, álcool, e
bandidos que assolam a vida da comunidade; QUE esse bando de usuários de drogas e de
traficantes está cada vez mais violento, e possui armas de fogo, sendo que a semana passada
invadiram a casa do declarante e o ameaçaram de morte, bem como a famllía do declarante;
QUE esses bandidos também são indígenas, e residem dentro da aldeia; QUE a maioria é de
jovens, porém, efetivamente saíram do controle; QUE o chefe da quadrilha chama-se
ROBERTO RIBEIRO, vulgo "LOPEI"; QUE "LOPEI" mora ao lado da escola MARÇAL DE
SOUZA, e a coordenação pedagógica da referida escola procurou o declarante há duas
(. semanas para se queixar que "LOPEI" estava vendendo entorpecentes ao alunos do colégio,
em sua maioria menores de idade; QUE devido à localidade ser área de fronteira, o acesso a
drogas e armas é muito fácil, bem como a facilidade de fugir para o Paraguai; QUE o
declarante já tentou de tudo, inclusive procurou o Procurador da FUNAI RAFAEL, mas o
mesmo não tomou providências; QUE esse grupo ultimamente se aliou ao CIMI - Conselho
Missionário lndigenista, e agora anda incentivando os moradores da comunidade indígena a
invadir fazendas na área e a ameaçar fazendeiros; QUE a aldeia já se localiza em área
retomada, todavia, tudo está em paz; QUE ultimamente foi até a aldeia um professor, chamado
ANASTÁCIO, ligado ao CIMI, e começou a instigar aos indígenas a realizar manifestações de
"30 anos da morte de MARÇAL"; QUE essas manifestações são em forma de invasão; QUE o
CIMI sempre incentivou invasões na área, porém, o declarante, no momento, como tudo está
em paz, o declarante e as demais lideranç da aldeia são contra a realização de novas

fls. 1/2
SERVIÇO PÚBLICO FEDERAL
MJ- DEPARTAMENTO DE POLICIA FEDERAL
SUPERINTENDt:NCIA REGIONAL NO MATO GROSSO DO SUL

invasões, e entendem que devem se manifestar pacificamente; QUE devido à falta de apoio
das lideranças, membros do CIMI têm se aliado à quadrilha de "LOPEI para incentivar as
invasões; QUE tem um individuo não indigena, de nome CLAUDINEI, vulgo "100%", que tem
um "boteco" próximo da entrada da aldeia, e vende cachaça e outras bebidas alcoolicas para
indigenas, inclusive para menores de idade e mulheres; QUE participam da quadrilha de
"LOPEI": ARCEL SOUZA FERNANDES, vulgo "CHOPIN", CRISTINA RAMOS NUNES, vulgo
"BOM-BOM" e LORETITO, que inclusive apoderou-se do trator que foi dado pelo prefeito para
a comunidade; QUE um dia LORETITO foi para a cidade conduzindo o trator e estando
bêbado, e o trator foi apreendido, sendo que LORETITO ainda está com a grade do referido
trator em sua casa, e não quer devolvê-la; QUE LORETITO mandou fazer vários documentos
brasileiros para ele e outros indigenas que na verdade nasceram no Paraguai; QUE
LORETITO foi cacique da aldeia Campestre, e informava à FUNAI esses dados falsos, e não
sabe dizer se havia ou não participação de servidores da FUNAI nessas falsificações; QUE
esses são os líderes da quadrilha, mas existem outros; QUE pede à esta Polícia Federal que
tome providências urgentes, posto que a situação está insustentável. Nada mais disse e nem
lhe foi perguntado. Foi então advertidO(aJ da obrigatoriedade de comunicação de eventuais
mudanças de endereço em face das prescrições do Art. 224 do CPP. Determinou a autoridade
o encerramento do presente ue, lido e achado conforme, assina com o1a1declarante e comigo,
RAPHAEL COUTINHO GUI A cia Federal, 3 8 Classe, Mat. no 18.179,
que o lavrei.

.,
AUTORIDADE

DECLARANTE :.1-~f....Jt!(w.'.k.:q .... &t:.t!:!.~.~(.~~~.................. .

fls. 2/2
SR/D F
FI: 1t1s; 'I
Rub:~
....
-\;,(-:
~-'·~17-,Ul-
~;­
· """·...:·;:to
SERVIÇO PÚBLICO FEDERAL
MJ- DEPARTAMENTO DE POLICIA FEDERAL
SUPERINTEND!:NCIA REGIONAL NO MATO GROSSO DO SUL

TERMO DE DECLARAÇÕES DE
DARIO PERALTA:

Aocs)28 dia(s) do mês de maio de 2013, nesta cidade de Campo Grande/MS, na sede
da Superintendência Regional do DPF no Estado de Mato Grosso do Sul, em cartório,
onde se encontrava o Delegadocal de Policia Federal MARCELO ALEXANDRINO DE
OLIVEIRA, Mat. n° 16.370, compareceu DARIO PERALTA, filho de Martins Peralta e
Nilza Lopes, rg. 2.089.396, domiciliado na Aldeia Campestre, telefone 67 9955-8668.
lnquiridoca> a respeito dos fatos, RESPONDEU: QUE é o cacique de MARANGATU (na
verdade uma ocupação da fazenda Fronteira); QUE MARANGATU fica muito próximo
à aldeia Campestre, e seus integrantes freqUentam a aldeia campestre, bem como a
escola que fica no interior da mesma, posto de saúde, etc; QUE no entanto, referida
aldeia está passando vários problemas com relação a drogas, álcool, e bandidos que
assolam a vida da comunidade; QUE esse bando de usuários de drogas e de
traficantes está cada vez mais violento, e possui armas de fogo; QUE esses bandidos
também são indígenas, e residem dentro da aldeia; QUE a maioria é de jovens, porém,
efetivamente sa!ram do controle; QUE o chefe da quadrilha chama-se ROBERTO
,.---..
{ · RIBEIRO, vulgo "LOPEI"; QUE "LOPEI" mora ao lado da escola MARÇAL DE SOUZA,
e já viu que "LOPEI" estava vendendo entorpecentes ao alunos do colégio, em sua
maioria menores de idade; QUE devldo à localidade ser área de fronteira, o acesso a
drogas e armas é muito fácil, bem como a facilidade de fugir para o Paraguai; QUE o
declarante, junto ao cacique JOEL, já tentou de tudo, inclusive procuraram o
Procurador da FUNAI RAFAEL, mas o mesmo não tomou providências, ao menos que
fossem eficientes; QUE esse grupo ultimamente se aliou ao CIMI - Conselho
Missionário lndigenista, e agora anda incentivando os moradores da comunidade
ind!gena a invadir fazendas na área e a ameaçar fazendeiros; QUE a aldeia já se
localiza em área retomada, todavia, tudo está em paz; QUE ultimamente foi até a
aldeia um professor, chamado ANASTA , ligado ao CIMI, e começou a instigar aos
.. fls. 1/2

I@·
SR/DPF/MS;
FI:
Rub:
1V
(1!!1=-'
SERVIÇO PÚBLICO FEDERAL
MJ- DEPARTAMENTO DE POLICIA FEDERAL
SUPERINTEND~NCIA REGIONAL NO MATO GROSSO DO SUL

indlgenas a realizar manifestações de "30 anos da morte de MARÇAL"; QUE essas


manifestações seriam em forma de invasões; QUE o CIMI sempre incentivou invasões
na área, porém, o declarante, no momento, como tudo está em paz, e as demais
lideranças da aldeia são contra a realização de novas invasões, e entendem que
devem se manifestar pacificamente; QUE as lideranças não estão apoiando o CIMI;
QUE tem um individuo não indfgena, de nome CLAUDINEI, vulgo "100%", que tem um
"boteco" próximo da entrada da aldeia, e vende cachaça e outras bebidas alcoolicas
para indígenas, inclusive para menores de idade e mulheres, e, além disso, confisca
os cartões de beneficio dos indlgenas, tais como cartões do INSS, de bolsa família,
bolsa escola, etc, como forma de garantia; QUE participam da quadrilha de "LOPEI":
ARCEL SOUZA FERNANDES, vulgo "CHOPIN", CRISTINA RAMOS NUNES, vulgo
"BOM-BOM"; QUE esses são os lideres da quadrilha, mas existem outros; QUE pede à
esta Polfcia Federal que tome providências urgentes, posto que a situação está
insustentável. Nada mais disse e nem lhe foi perguntado. Foi então advertidocal da
obrigatoriedade de comunicação de eventuais mudanças de endereço em face das
prescrições do Art. 224 do CPP. Determinou a autoridade o encerramento do presente
que, lido e achado conforme, assina com O(a)declarante LUANA RUIZ SILVA, OAB n°
12.509 e comigo, RAPH L COUTINHO G RÃES, Escrivãoca)de Polícia Federal,
3a Classe, Mat. n° 18.17: , ue o lavrei.

AUTORIDADE :.........

DECLARANTE

ADVOGADO(A)

ESCRIVÃOcAl :........................ ..

fls. 2/2
II
SERVIÇO PÚBLICO FEDERAL I
f
(
MJ- DEPARTAMENTO DE POLICIA FEDERAL
SUPERINTEND~NCIA REGIONAL NO MATO GROSSO D,O SUL
I

TERMO DE DEPOIMENTO DE
RICARDO AUGUSTO BACHA:
I
I
Aos 26 dias do mês de maio de 2015, nesta cidade de Campo Grande/MS, na sede
da Superintendência Regional do DPF no Estado de Mato Grosso do S~l. em cartório, ,
onde se encontrava o Delegado de Polfcia Federal MARCELO ALEXANDRINO DE :
OLIVEIRA, Mat. n° 16.370, compareceu RICARDO AUGUSTO ~ACHA, sexo I
masculino, nacionalidade brasileira, casado, filho de Agostinho !aacha e Nair j
1
Bacha, nascido aos 23/04/1949, natural de Campo Grande/M S, instrução terceiro
: I
!
grau completo, profissão. Pecu~rista, ,documento ~e i~entidade no
• ' I I I
599/SEJUSP/MS, CNt;f 000414.70773 DETRANM~, CPF 051.429.621.~68, residente
I ' • I I • i • I• . I I l o ·i· J I I

na Rua Pernambuco n° 994, apto 1401, Ed. Manchester, bairro! Centro, CEP iI '
1

79010~040, Gran~e/MS, f~ne (67)3~ 017216, ~elular


Campo
·'
1 '11 I ' I I • I
(67)99847750. Aos
I
costumes disse nada. Compromissado na,forma.da Lei e inquirido a resreito dos fatos,
1
RESPONDEU: QUE é propri~târlo da Fazenda Buriti, lo'cali~ada I
no município de
: I
Sidrolãndia/MS, que já era do avô do declarante desde o ano del1927; QUE a primeira ,
vez que essa fazenda' foi invadida por indigenas terena foi no' mês de agosto do ano ! I
de 2003, e, desde essa ·época, após: a primeira :invasão, perceoJu clarah,ente a forte e \
decisiva influênCià do.: CIMI ;.c Cons'elho Mis'Monário lndigénista· nb atitude dos :
indigenas; QÜE inclusive, relatou e lornbu púb 1ica essa nefaS:ta: influê~cia
,
do· CIMI ~
1

I
Conselho Missionário ln~~ge~~ist~ ein u~ artig~·:ue escreveu''é' ~~i publ;icado ·no jorn~l I
CORREIO DO ESTADO, publicado no dia ·11/12/2003; QU~ o CIMI - Conselho !
Missionário lndigenista r traoàlha "por debaixo dos· p'anos", ou seja,i não aparece
publicamente,:· não se mostra, •porem, o . declarante 'tól criad~ 'naq~eias: terras, e :
' '

conh~ce muit~~' indfg~nas .~' fe~to amizade ~c~:~ 1~ui~.~s. deles:, 'já· te~.d~~ ~-ad~· inclusive :
emprego a. mu1tos· desses mdfgenas, em suas· terras; ·e, fi . u.sabendo atraves desses
! I ,
indlgenas, da· influência do OIMI J·- Conselho! Missio á 'O'i "lndigen\sta junto aos .
indigenas; QUE niuitos;:indigenas não querem ir.~vadir ter s; QJE ao q'ue tudo indica, I
IPL N~.0215/2013 . ·.. ·. . ~:' • ' :. :é·~.
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SERVIÇO PÚBLICO FEDERAL I


I
MJ - DEPARTAMENTO DE POLICIA FEDERAL
SUPERINTEND!:NCIA REGIONAL NO MATO GROSSO DO SUL \ o

e que o declarante ouviu dizer, o que ocorre é que o CIMI - Conselho Missionãrio 1

lndigenista recruta alguns indfgenas, que coloca como lideranÇas, e ihstiga esses a I
liderarem as invasões; QUE essa pequena minoria se beneficia das invJsões, mas não \
a comunidade indigena como um todo; QUE o CIMl - Conselho ~issionbrio lndigenista \
dispõe de recursos para patrocinar o transporte de indígenas :de aldlias de todo o 1
.• estado para se deslocarem para locais de invasão a fim de reforçar a~ o número de 1

indígenas invasores, como aconteceu nas invasões da propried~de do\ declarante em


Sidrolãndia/MS; QUE como foi fortemente prejudicado financeir~ e emqcionalmente, ·e I
de todas as formas possfveis, com essas 1 invasões e que acomparlha de perto a
! I 1
situação fundiãria no Brasil, desde hâ muito tempo, e, não é apena~ a opinião do
I
II
declarante que mostra a influência do CIMI ~o~re os indígenas, mas vãrios artigos I
publicados na imprensa nac)~n~!:; cp~o a _9~~.: eiJ\rega ,para a A~ortda+ Policial neste 'I

o\
I'
momento; QUE tem certeza 1qoe sem a Jinfluêricia do CIMI - :consel1ho Missionãrio
! , I
lndigenista, haveria muito mais ch~nce que. as ordens judiciais em relação à sua !
propriedade tiveslsem sido respeitadas pelos indigenas .. Nada:méis dissb e nem lhe foi '
perguntado.. Detennlnoll a autoridade o encerramento do· prese I u~ lido e achado j
conforme, assina com: .o - epoente e : comigo, . . 1:' RAPHAEL I

fl .:.
1
COUTINHO GUIMARÃES, E cri ão de Polfcia•Feder , Mat.jno 18.179, que '
I • 1
o lavrei. I ,. u! : :. . I. I • I I • • ' ; q :, I
I ' 1:1 1':.1 l:'l' i: " I',: I ·. ,]'"·~~: ·:: I "
AUTORIDADE. ::, .........~..~ ....~t Q./.v.~: ......:.:':,..'~ .: ... :~.·; ...t. ... •.. · .1
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IPL N° 0215/2013 4•' 11 . i: .• ·l.· I :I I fls. 2/2 1


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I
_ demaisuma
de quase 500.000 ha. De acordo
com Adauto, a ·área abriga aproximada-
mente 85.000 cabeças de gado, 45.000 gado, R$ 275.625.500,00 em proaüção dam que a simples criação de wn grU-
ha de manejo. florestal sustentado e de madei...-a e R$ 21.780.0_00,00 em pro- po dé trabalho da Funai coloca os pro~
22.000 ha de lavouras, empregando um dução anual das lavouras. Gilmar Cu- dutores em tal estado de instabilidaae ·- ·
- total de 2.172 trabalhadores e gerando rioni, P._residente da comissãq,_acrescen- e_!nc.ertezá_que~muitos já..congelaram·-~,, .j...;_ .:...:...tra-ClaS•UNuS.-Lunoru:seme-;se
-"6:500 empregos mdiretos, o que corres- ta que, embora não existam possibili-
ponde aos seguintes valores: R$ dades de se avaliar a desaceleração ae
43.520.000,00 de produção anual de investimentos na região, todos cmícor-
- - - ----- - - - ---- --- -- -- - - - - ~- _-:::...:__-
que não era indfgena. Os índi~s que_atual- "" . M.S.i41JtlilJ.t!ki.i:1MUI& 1teicto abaixo, pro-
A ação das ONG's mente pleiteiam a área, que incll!si~f~~ri.; ;~
ga um assentamento de .sem-terra, não são
.· " n duzido 'pelo ConselhÕ Mundial de lgre-
' ! · ''jas'p·ara c3 Brasil, sintetiza a polític_ a _das
originários da mesma, vier~m da reserva in- ONGs estrangeiras para a atllação das
A articulação das comunidades indfge- dlgena do Xingu, distante mais de ·aoo qui- · ,.·entrdáoes para-indfgenas no pais: ·- =-- -1--'-1=
nas com as chamadas Organizações Não-go- lômetros da área. o grupo de rrídiãs" não; '. '_'. ' "'""_AÍll!lZÕnia Totàl, cuja· maiô r
V!'!mamentais, ou ONGs, internacionais com agiu sozinho. O fndio Lucio Flores; · ãr~m de' ·-· ·• ~ ·fica ··no''Brasil, mas,...c;ompree ··
interesses que extrapolam assuntos indfgenas, contatos com movimentos "ecológicosn ho- ·também parte dos territórios.
pode ser ilustrada por um cartão postal de landeses, também tinha relação éom a ONG · - l'cino, 'colombiano e per.l!ano, é 'tonsi:.
uma campanha, realizada na Holanda, pela denominada Instituto Sócio Ambiental-ISA, derada por nós- comõ-urii-patriniônio
demarcação de terras indígenas no Brasil, presente na ação em Tabaporã. O ISA des- ·dá Aúiiianidade. A- põsse dessa--imeii
conforme cópia do cartão que reproduzimos tacou-se por ser um dos principais organi- ·
nesta matéria. O mais estranho, contudo, é .·.·.- ' ~-a ~-~e:a· pelo~ p~f~s ~en_c!~!!~do_s··~-l-:•l :..-·:•
zadores do "Encontro dos Povos lndfgenas~, meramente c~rcunstancaal, nao só
que um dos organizadores dessa campanha mais conhecido como encontro de Altami- -- decisão ·de todos Ôs organismos pre-
foi Lucia Paiva Flores, auto-intitulado "Coor- ra, em fevereiro de 1989, quando ONGs · ·,- ·· · · ' · ·. · :, .. ··- , .... l sentes· ao Simpósio como também por
denado,n de uma ONG chamada GTME - do mundo inteiro se reuniram naquela'"ci-· ·t:ju"antasetnias·indlgenas: O'aftigôsegÜ.inté'- ..- decisão filosófica élos'"mãis"éle mil
Grupo de Trabalho Missionário e Evangéli- dade paraense com objetivo de deter a cons- continuava dizendo que "os membtos "das···.. ·• · · -riiemb"ros que compoem: õ-5--·diversõs
co, citado pelo jornal uA,Gazeta", em sua trução da usina hidrelétrica de Cararao · · naÇões· inBfgériàs"póssuem riaciónalid"âcles :~~- :; : Consélhós de D"efesâ'i:fos 'f'l'idios ·e-·i:lo·
edição do dia 04 de abril deste ano, como (Belo Monte). Também presente em todás proprías, distintas 'entre''si da nãêionalitla~·-- · · Meio Ambiente. -- · ·- · -· --- ·
sendo um dos articuladores dos índios Kaia- as questões indfgenas no país, o CIMI ..:._"· de"orasHei'ra e sem 'prejuízo da'sua cid.:da- '' É nosso dever: défeh"der; prevenir,
bi na tentativa de se apossarem de 400 mil Conselho lnd igenista Missionário, apresen- ri' ia.' !:ira~ i lei ra" .'Já' o ·eM I :...:· Coríseil1o' tYiu n-' · ·- ·.. ·· -- .... i rrijje<Jír·;·Jutar,'ínslstlt;"éOnvericer, erifini
hectares de terras em Tabaporã. tou, durante os trabalhos da Conslitu.inte, ' 'dia'! "de' Igrejas, organização' fL!ndada em·' · esgotartodos"os"recüi'Sos·q·ue,· devidá ou
As pretensões indígenas sobre as terras em 1987, uma proposta de emenda pópu- ''1937 por' oligarcas britânicos: ficou'Cdnh"é- · indevidamente, p-ossám redundar na de-
de Tabaporã não se referem à ampliação de lar que objetivava introduzir na nova Cons~ cii::lo'n'os ineios·nacionalistas brasileiros·por fesa, na segurança; nã· preservação 'des-
reserva, mas sim à criação de uma aldeia tituição o conceito de uplurinacionalidaéie". publicàr Um'documento denol'riiilái:fo'"Di- ~ · se imenso território e dos' seres huma-
dentro da área do municlpio. A cidade nas- O primeiro artigo da emenda sustentaVa á' · Teti'izes-para o Brasil", no quaJ ·falâ sol>fe a · · · nos "que o habitam e que são patrim'ônio
ceu graças ao esforço de produtores rurais idéia de que o Brasil, além de ser uma Re- 'mãrieirá' como 'os impérios europeu e està-·•· .. · '" ' · i::là"liümanidade·e'nãci pátrimõnio dos' pa-
da região que compraram a área do gover- pública Federativa, era "Piurinacional", ou" · dunidérisé devem tratar as naçõés's'ul~amé- ' íses cujos territ6i-ios, pretensamente, di-
no do Estado, com a garantia da Funai de seja, comportava tantas_ naci_onalidades ricanas~ em especial o Brasil. · · · zem lhes pertenceru.
30 - Produtor Rural

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T-erras i
--- - - - - -· - -- - - - - - - ·- · ------- --
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RICARDO BACHA *

a : harmoniosa.:Em.l927.
A história dos conflitos em várias regiões do Estado. seguros, indo habitar as pia- são política de ocupar·o oeste quem· primeiro chegaram
Es- · · dro. era esse.!:·.!·_• · · ; : .......
l\.terras ditas indígenas em Os Terena são originários nuras da Vacaria, no planalto do pafs,.-~~endeQdo títulos de . , "muitas das terras. do hoje
propried'ide a ex-:-eombatentes, ...tado . de.Mato_Grosso .do Sul. .-.Thdo·foi bem até o :anC?
1ato Grosso do Sul é com- do Chaco, e foram expulsos Maracaju ~Campo Grande. ;fora,; é.daro,.
Na região ..de Sidrolândia , : ·:2000,
lexa e mo~!Jiza intensamen- durante o processo de ocupa- - • :rodos os-fatos .históricos . aos colqnizaê:lores, desbrava- a.que foram .os.
~~rr~ ,hoje ·questiona das -
.-', ,de .miséria-
~ as atenções:d a sociedade. ção do Paraguai por colonos indicam .que a ocupação da .dores, -q~~ vi~am de M,~nas :-'.•a,s
_ ..
rdegados .p.elas .sucess~
Rio Grande do Sul, .·,. pela Funai foram requeridas .. dias
:Orno em toda questão polê- espanhóis, ao longo dos sécu- parte baixa da serra se ·deu de Gerais, .: administra ções federais.
por ín- .São Paulo,·etc.· .. ,, ·:: ... · . ao-Govemo ·deMT, entre .l910
lica, o assunto divide as opi- los 17 e 18. Migraram para as maneira simultânea, . não .foi culpa·
bem. antes entretanto,
iões de maneira apaixonada margens do rio Paraguai, e, dios e não-índios. Até porque. .. c·cNo,fina l dp s~_culo.. l9 -~-_e 1920, portanto nenhum proprietário IUial.
· · . .., da criação das aldeias Terena
., com isso, estabelece-se a em determina do momento , Com o trabalho efetivtll
- . -. , ,_ .. ,. _.._ ~· . . :• :: . .-. (Buriti, Água Azul e Córrego
•aráalidade e uma certa pro- atravessaram o rio e se instaia-
ram em vários locais não ''N · ·- d S"d .l .. d" ~ · .._.. .. ... ,:._. do Meio). aciqado das ONGs e _
oensão tendenciosa. ~I (Conselho Inõigenil
Por isSo, vou tentar acres- inundáveis da região panta- . a ..:e~~Q._: t-~ 1 p~ . an l_a, as .- .. - ~::. Proprietário
I ,; s e índios sem'-·,
-terras hoJe .question adas- pela·:: ... .. ... .. , pre viveram em paz na· re-- ·.Missionát iQ.1 as coisas
entar elementos de reflexão neira do hoje Mato Grosso do
•esse debate com objetivo de Sul. Estes índios, portanto, di- Funai foram ~requeridas- ao Governo gião. As áreas requeridas por:. ---m~çai._al!l a m~dar. E p
•rapo~ um amplo esclareci- ferentemente das outras etnias de MT entré 1910 e-1920 . ·' ... colon~ad~~es eram medid~s. . garantir, mudaram para
que existem no Estado, a ri- ' . _ •' _ e vendtdas de acordo com a para ambos os lados. Mas
nento público sobre o tema,
entando inclusive manter gor, não são brasileiros, são portanto ~~m antes da c~açao . _ legislação da época. A lei re- so é uma outra história,
índios originário s do Para- - das aldeias Terena" zava que, no processo de de- já foi amplamente divulP-
•eutralidade nas informações, marcação das terras requeri- pela mídia nos últimos
.pesar de saber que isso é pra- guai.
Durante a guerra com o das, se demarcassem também pos, sobre a qual pret~t:u•
icamente impossível, dado o para os indígenas por-: proximamente d~scorrer,
•onto a que tudo chegou. Paraguai, em função dos com- terminada a guerra .do Para- ( por volta de 1870), já exis- _ áreas
. ventura existentes· na região, intuito de ajudar a clarear
Os fatos que narro aqui bates próximos às localidades guai, interessava ao Goyerno , . tiam registros de nascimento
res em para que todos tivessem ga- ·fatos.
ne foram passados por bis- de Albuquerq ue e Miranda, brasileiro colonizar o territó- de filhos de colonizado
daquela região, o rarttida a sua permanência na
criadores, que conhecem a onde haviam se instalado, rio nacional para não correr fazendas • &-deputtulo estadual,
que mostra não terem sido os terra. Assim, foram criadas as ..
tistória dos Terena, que ho- juntamente com a população riscos de sofrer algum revés convi- suretdrio de fazenda de
e ocupam o centro dos con- não-índia da região, nova- dos Países w .inhos. índios os primeiros a chegar. . aldeias. Havia brancos
.com índios de forma Grosso do Sul e produtDT
litos pela posse da terra em mente procuraram locais mais O governo .tomou a deci- A rigor, foram os não-índios vendo

... - - - --
;:==net=S:::~~;;;;;~;=_;;_~:!?.-~.,..~-~.!~::.."='.:,~· -~=- -- ··-· -----
.:~~=r=&rjji =::_-:_---:;. ·--;:~~.c\.~ - :7'z:.
-··--
--- . ~~ ··--!i:~"'';
SERVIÇO PÚBLICO FEDERAL
PARTAMENTO DE POLICIA FEDERAL
CIA REGIONAL NO MATO GROSSO DO SUL

TERMO DE DEPOIMENTO
DAYANNA AMARILHA ALBINO
n.l;.l!;ll;.'-•""'""

nho do ano de 2013, nesta cidade de Campo Grande/MS,


nT,.InnAncia Regional do DPF no Estado de Mato Grosso do Sul,
onde presente se enco a Sindicante CECÍLIA SILVA FRANCO, Delegada de
Policia Federal, mat. 1ó , ai, compareceu REBECCA DAYANNA AMARILHA
ALBINO, brasileira, un estável, servidora pública federal, RG n° 001227833 -
SSP/MS, CPF n° 019. .711-01, residente ria Rua Orpheu Sais, 421, · bairro
Amambai, Campo -..-,..nru~""'· """, telefone 67-8109-7881. Compromissada na forma
dos fatos, RESPONDEU: QUE, ocupa o cargo de
lt::::;wt::t,lu

indigenista "'"'~'"'"''au.!::.CIUICij, exercendo suas funções na Coordenação Regional de


Campo Grande/MS; desde 25/04/2013 está licenciada da FUNAI, por motivo
de saúde; QUE, não be especificar o CID, mas seu problema de saúde é
depressão; QUE, faz da COPAI - Comissão Permanente de Assuntos
Indígenas, da OAB/MS; como a depoente é advogada, com registro na OAB,
decidiu se inscrever pa fazer parte da COPA!, registrando que é uma atuação de
caráter voluntário, sem alquer vínculo empregatício ou remuneração; QUE, no
dia 18/05/2013, por vo das 10h30min, recebeu uma mensagem SMS em seu
celular da Dr. SÂMIA BARBIERI, presidente da COPAI, dizendo que às
11h30min sairiam do Cl I (Conselho lndigenista Missionário) diversos carros para
levar quem tivesse inte em acompanhar a reintegração de posse da fazenda
Buriti; QUE, na mensag dizia ainda que SÂMIA não poderia ir e que agradecia
quem da COPAI se d a acompanhar; QUE, em princípio, como o
depoente ficou um pouco receosa em comparecer, uma
vez que não queria a FUNAI, fazendo parecer que houvesse algum vinculo
deste órgão com o Cl QUE, além .disso, entende que a atuação do CIMI é um
dizem que eles instigam os índios à resistência e q'ue
índios; QUE, essa suspeita não é apenas da depoente,
vários órg~ol? 'O~{l~~~~rV~~!~a formà; QUE, não tem qualquer vinculo com o CIMI, '
uepartamento ae ~
Superintendência Regional/ ,
Certifico edou fé ~ue apresente cópia
eoM OG.~INAL apresentado.
Em.JLP.3JJ7
,: . -~-
•.. ~ ME ·:~-~-·~
'• ..
. . . 7·-- -~

SERVIÇO PUBLICO ~EDERAL


RTAMENTO DE POLICIA FEDERAL
SUPERI IA REGIONAL NO ESTADO MATO GROSSO DO SUL
!

:::;~:::~::~·-~·:~ :.····~:~~:~~:~;··~::.·~~=~:·::·1=~·~··::::.·~:::!~3
Sidrolãndia, para ,..,,..,,,...,..,,.,,..,.t.. r a COPA!; QUE, nenhum outro membro da COPA!
esclarece que como membro da COPA! nunca teve
uma atuação espe nessa causa, especialmente no que tange à Fazenda
Buriti; QUE, todavia, já estagiou em órgãos com atuação na área indígena,
inclusive com o P da República EMERSON KALIF SIQUEIRA, a depoente

c. tem bastante ,..,.,,.,...,.,,,..,,...,.,,..,1', sobre a questão indígena; QUE, como representante


da COPA!, no dia 13, na Fazenda Buriti, sua função era apenas
acompanhar o d r dos fatos; QUE, não tinha a missão de negociar e/ou
dialogar com os i ; QUE, chegou na Fazenda Buriti por volta de 13h; QUE,
não presenciou a a dos fazendeiros da sede da fazenda; QUE, quando
chegava na Fazenda riti, cruzou com viaturas da Policia Federal indo em sentido
contrário; QUE, qu chegou n?l Fazenda Buriti, os índios estavam reunidos
índios não conheciam a depoente; QUE, na ocasião
estavam no local m FLÁVIO, do CIMI, RUY SPOSATI, jornalista do CIMJ,
nizações não governamentais, cujos nomes desconhece;
cada um se apresentasse aos indígenas; QUE, várias
os índios pela chegada até a sede da fazenda, não
, pois não conhece as pessoas; QUE, não sabe ~izer
I •,
'--'····
neste sentido; QUE, a depoente se apresentou como
representante da CO , não dizendo mais nada; QUE, a depoente esclarece que
não concorda com a at ação dos indígenas de tomar a sede da faz~nda; QUE, os
indígenas se dispersa QUE, a depoente caminhou entre os indígenas, ocasião
EMERSON KALIF: QUE, EMERSON KALIF orientou os
indígenas a não tn,.~ro,.m em nada da sede da fazenda, nem no gado, enfim para
não estragarem nada, fim de n~? retirar a legitimidade dos índios na buséa da
terra; QUE, os ind concordaram com a orientação de EMERSON; QUE,
;" . " ' .4 i/''"1
... _.J "
--
~. . ....:$ -
.. ·... · .... ·....... .
...... ........

. .
SERVIÇO PUBLICO FEDERAL
~>t
EPARTAMENTO DE POLiCIA FEDERAL
REGIÓNAL NO ESTADO MATO GROSSO DO SU!:ç·-~..,_,F,.uS

Continuação .............................. .. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . \:~~~~:=


dizendo aos índios que avia a decisão judicial e que a Polfcia Federal teria que, a
qualquer momento, dar cumprimento à mesma; QUE, o Dr. EMERSON disse,
e reintegração não fosse revertida e os índios decidissem
eles estariam "por conta e risco deles". dizendo inclusive
que poderia haver um nfronto; QUE, todos ali na ocasião imaginavam que a
decisão fosse cumprid naquele dia; QUE, perto de escurecer chegaram na

c. fazenda quatro ou cin


mobilizaram para fech
viaturas da Polícia Federal; QUE, os índios já se
a porteira da fazenda, com tratores; QUE, algumas
lideranças foram ao ntro da Polícia Federal e o restante da comunidade se
dispôs em linha e ,-.nrnortnu a gritar, como que querendo mostrar resistência; QUE,
à porteira da fazenda; QUE, os indios se aglomeraram ao
redor do Delegado de leia Federal ALCIDIO: QUE, algumas pessoas do CIMI
também foram a frente; QUE, a Polícia Federal, especialmente o Dr. ALCIDJO,
queria identificar todos não índios presentes no local; QUE, a depoente se
apresentou esclarecend que estava ali representando a OAB e não a FUNAI;
QUE, quase todos foram identificados; QUE, JORGE não permaneceu muito tempo
no local; QUE, a · esclarece que seu problema Çe saúde não é relacionado
índios de uma maneira geral, mas sim· "àó próprio
..
ambiente interno de ~a FUNAI; QUE,. P,Or essa razão não. vê
I .
'- J-
incompatibilidade na sua atuação no ãmbito da COPA!, mesmo estando em licença r
médica; QUE, após ir ra, fez um relatório da situação e enviou, por e-mail, à
presidente da COPA!; não continuou acompanhando a situação, não tendo
nenhuma outra reunião COPA!; ÇJUE, na segunda-feira seguinte, dia 20/05, o
presidente da OAB, J CESAR, entrou em contato com a depoente e pediu-lhe
versar; QUE, o motivo da conversa foi porque salram
, no sentido de que a OAB estava instigando os indios a
resistirem ao cumprr"•moht,., da ordem judicial; QUE, a depoente negou essa
situação a JULIO ~L_LJr..• conforme já esclarecido acima; QUE, não freou sabendo
o dia 29/05/2013; QUE,· no dia 30/05/2013, recebeu
uma mensagem de p, em seu celular. do FLÁVIO (do CIMI), por volta ~~
l.iõ:i~•artamento de Pol!tia :..a'"'-~"~·


Superintendência Regional/
Gertifico edou fé que apresente cópía !"l".~•·n~r~ ..
~~M OORIGINAL apresentado. 3

Em.J!J~~
SERVIÇO PUBLICO FEDERAL
RTAMENTO DE POLICIA FEDERAL
SUPERINTEND CIA REGIONAL NO ESTADO MATO GROSSO DO SUL

Continuação ..................................t....... · ··· ................ .. ......... ··· · · ........... ··· ........ ..................... -~~ \
.· Rub.·

9h50min, perguntando a depoente sabia da morte de algum indígena; QUE, até


então a depoente nem ia que a ordem de reintegração estava sendo cumprida
naquele dia; QUE, imed a depoente mandou uma mensagem de celular
para o Dr. EMERSON, lando dessa situação; QUE, o Dr. JULIO CESAR da OAB
também entrou em com a depoente; QUE, a depoente perguntou ao. Dr.
JULIO se a depoente ir até a área, ao que el~ respondeu afirmativamente;
QUE, o Dr. EMERSON carona à depoente e passou em sua casa para
buscá-la; QUE, a de somente decidiu ir, porque estava com o Dr.
EMERSON e, dessa fo , se sentia mais segura, pois nao iria mais com o CIMI;
ao local como representante da OAB; QUE, também
estava no carro a servid NATALY FEITOSA, da Assessoria de Comunicação do
MPF; QUE, próximo da entrada da estrada de terr~ havia um bloqueio policial,
tendo sido autorizado o ingresso do carro após identificação do Dr. EMERSON;
QUE, chegando no .da Fazenda Santa Clara, presenciou uma
ambulância que, pelo soube, estava levando OZ!EL GABRIEL ao hospital;
QUE, em relação ao nflito em .si, a depoente não presenciou nada; QUE,
presenciou o Dr. EMER recolhendo algumas cápsulas de munições; QUE, Dr.
EMERSON conversou nte com os fndios, dizend~ que os havia alertado sobre
a possibilidade um ,.nr\~rn mas disse também que se tivesse havido algum
abuso isso seria apurad ; QUE, a depoente, Dr. EMERSON e NATALV, por volta
das 14h, foram até a da fazenda; QUE, havia vários bloqueios policiais ao
longo da estrada, send que o Dr. EMERSON desceu do carro em alguns deles
para conversar com os liciais, mas não ouviu nenhuma conversa; QUE, na sede
da fazenda, presenciou o momento em que um policial federal contou ao Dr.
EMERSON e mostrou havia sido atingido em seu colete ballstico; QUE, não
percebeu se o Dr. EM fez algum comentário a respeito; QUE, antes de
entrar na sede da fazen a, presenciou policiais federais prendendo dois indígenas .,.
e transportando-os para veiculo; QUE, o carro em que os indlgenas estav~m foi
revistado, sendo que o vidro estava estilhaçado; QUE, não se identificoU" para
ninguém como r~p
;.;~partamento de Pohe1a
Superintendincia Region~\ r~S
da COPAI e também não presenciou o Dr. ,

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CIA REGIONAL NO ESTADO MATO GROSSO DO SUL >V/
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EMERSON identifican a depoente para alguém; QUE, a depoente se arrepend
de ter ido à fazenda nas duas ocasiões, pois isso acabou lhe gerando muitos
transtornos; QUE, ta o Dr. ALCIDIO, quanto o Dr. EMERSON e o próprio
depoente, orientou-a a não mais se envolver nessas
questões, até que "''"''""'•"' bem de saúde; QUE, não presenciou nenhuma ação
agressiva por parte dos fndios, pois apenas ingressou
na área quando a o já estava controlada, após a reintegração cumprida;
r 1..
·...._;
QUE, seu nome ""'n~rn• da certidão lavrada pelo oficial de justiça, porque a
ndo que havia alguns menores de idade dentro do
"camburão", os quais posteriormente colocados em um ônibus; QUE, quando
a depoente estava embora, presenciou diversos indígenas retornando em
a; QUE, acredita que eles não tenham ido embora e sim
se escondido na mata; acre~~enta que os ãnimos estavam muito exaltados
no dia 18/05/2013, por dos indfgenas, acreditando que o desfecho pudesse
ter sido até pior se a o de reintegração tivesse sido cumprida naquele dia. E
mais não disse e nem foi perguntado. Nada mais havendo é encerrado o
presente que lido e ado conforme, vai assinado pelo Sindicarite e pela
Depoente .

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SERVIÇO PUBLICO FEDERAL
AMENTO DE POLÍCIA FEDERAL
SUPERINTEND~ REGIONAL NO ESTADO MATO GROSSO DO SUL

TERMO DE DEPOIMENTO
FLÁVIO VICENTE MACHADO
Aos 5 dias do mês de ju do ano de 2013, nesta cidade de Campo Grande/MS, na sede
da Superintendência do DPF no Estado de Mato Grosso do Sul, onde presente se
encontrava a Sindicante IA SILVA FRANCO, Delegada de Policia Federal, mat.
10.265, ai, compareceu VICENTE MACHADO, sexo masculino, nacionalidade
brasileira, casado, filho Mauro Vicente Machado e de Leticia de Fatima Quirino
Machado, nascido aos 1 /1982, natural de Americana/SP, instrução superior completo,
profissão Educador, ente de identidade no 411420409 SSP/SP, CPF 305.905.358-
89, residente na Av. Geisel, n° 1019, casa 10, Col")domlnio Flor de Liz, bairro Jacy,
Campo Grande/MS, comercial na Av. Afonso Pena, n° 1557, bloco B, apto. 208,
Campo Grande/MS, fone I 3384-5551 I 9981-9534. Compromissado na
forma da lei e inquirido. respeito dos fatos, RESPONDEU: QUE, é Coordenador
Conselheiro do CIMI - lndigenista Missionário, :da regional de Mato Grosso do
Sul, desde 2010; QUE, a do CIMI é apoiar os povos indígenas na luta por seus
direitos, abrangendo as de terra, educação, saúde, cultura, religião e a relação com
a sociedade; QUE, quanto à comunidade indígena da terra indígena Buriti,
o CIMI vem sendo por diversas lideranças e caciques, com o intuito de expor a
situação por qual QUE, o CIMl, nesse contexto, presta uma assessoria à
comunidade no sentido intermediar diálogos com os diversos órgãos públicos
envolvidos e também no entido de dar publicidade, por intermédio da Assessoria de
Comunicação do CIMI, à uestão sob o ponto de vista dos indígenas; QUE, a partir da
decisão judicial de reinteg ção de posse, proferida no dia 15/0512013 {fi. 20), a missão do
CIMI, que já acom a questão mesmo anteriormente, foi a de aprofundar nos
aspectos e instrumentos ais, na tentativa de reverter a ordem de reintegração de posse,
perante o TRF, além de publicidade ao caso; QUE, enquanto entidade, o CIMI não
entrou com nenhuma legal, pois já havia em tramitação um recurso intentado pela
Procuradoria Federal da ; QUE, então a atuação do CIMI era a de dar apoio à
medida já em andamento, com a apresentação de documentos, se necessário,
uma vez que o CIMI acesso a profissionais, como por exemplo antropólogos e
historiadores, os quais po auxiliar nas questões de pisputa de terra; QUE, no dia
16/05/2013, ocasião em foi lavrado o termo de acordo de fi. 20-verso, nenhum
representante do CIMI presente no local; QUE, entre os dias 16 e 18/05/2013 a
imprensa noticiou que se e a no dia 18/05/2013 o prazo para a saída dos indlgenas
da Fazenda Buriti; QJB;,, além disso, o depoente recebeu telefonemas de diversos
indfgenas, cujos nomes ~e recorda, também noticiando a situação e solicitando a
presença do CIMI no local QUE, diante disso, no dia 17/05/2013, o depoente contatou
representantes de instituições {CIMI, Comissão Pastoral da Terra, Centro de
Defesa da Cidadania e Direitos Humanos - CDDH, ONG AZUL, CONDEP - Comitê
Nacional de Defesa dos Indígenas do Mato Grosso:do Sul, Comissão Permanente
de Assuntos lndlgenas da - COPAI), a fim de combinarem de se encontrarem no dia
seguinte de manhã, para até a Fazenda Buriti acompanhar, como observadores
ext:~nos, as negpciações m torno da reintegração de posse; QUE, no dia '18/05/20.1 r 3
.....J~Ilamento de Po~f~la Fedo
:l;v~grb,endêncla f~egion:i I M ·
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.::ç.~! Ç; \}RiG!NAL apresentado. ~
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SERVIÇO PUBLICO FEDERAL
DEPARTAMENTO DE POLICIA FEDERAL
~NCIA REGIONAL NO ESTADO MATO GROSSO DO SUL

pela manhã, houve o locamento dos representantes das instituições acima citada
dois carros, com s, em
à Fazenda Buriti, totalizando seis pessoas: QUE, como
representante da estava a pessoa de prenome REBECCA; QUE, acredita
tenha chegado na que
Buriti por volta das 9h da manhã, tendo encontrado um grupo
de indígenas já na po que dá acesso à sede da fazenda; QUE, havia um sentim
de apreensão bastante ento
por parte da comunidade, uma vez que estava chegando o
momento da QUE, havia um sentimento de revolta na comunidade,
em vista a quebra de tendo
acordo anterior firmado entre os indlgenas e os fazendeiros:
QUE, nesse momento, a ecisão dos indígenas já era de não deixar a terra, em que pese
acordo firmado com o o ~
de Justiça no dia 16/05/2013; QUE, pelo que o depoente
tomou conhecimento, o firmado pelo Oficial de Justiça foi feito com lideranças que
não representavam toda comunidade indígena da terra Buriti, razão pela qual, acabo
havendo conflitos u
acerca da decisão tomada; QUE, o depoente não presenciou
retirada da famllia a
do interior da fazenda; QUE, questionado como poderia não
visto a saída da família ter
interior da fazenda, uma vez que esta se deu por volta das
da manhã, o depoente 11 h
que, na verdade, então chegaram na fazenda apenas após
esse fato, não se contudo o horário; QUE, recorda-se, contudo, que quand
chegaram ao local, já o
um grupo de indlgenas ná sede da fazenda; QUE, tomou
conhecimento da salda família BACHA do interior da fazenda por intermédio
imprensa; QUE, relem da
melhor, :afirma então que tenha saldo de Campo Grand
apenas depois do horário e
almoço; QVE, quando chegaram, os lndios contaram como
o momento da retirada foi
famma BACHA, sendo que neste momento os ânimos estava
muito exaltados; QUE, m
a comunidade estava muito apreensiva, toda a fafa do
depoente foi em um de solidariedade; QUE, cada um dos representantes
entidades presentes fez das
fala neste sentido, de dar apoio à comunidade na garantia
posse da terra, inclusive da
os meios legais existentes; QUE, também foi dito que
os indígenas podiam com aquelas entidades; QUE, questionado sobre qual das
pessoas ali presentes parabenizado os indígenas pela chegada até a sede da
fazenda, o depoente a que não se recorda de uma fala neste sentido; QUE,
verdade, o que há é um na
( : territórios; QUE. viu
reconhecimento dos direitos dos povos indlgenas sobre
o Dr. EMERSON KALIF, Procurador da República, no local,
seus
todavia não sabe que o mesmo chegou; QUE, após 'instado por um Delegado
Policia Federal, o de
se identifico,u e explicou qual era a função do CIMI, tendo
questionado da razão de sido
ali; QUE,' por volta das 16h30min ocorreu a apreensão, por
parte da Policia Federal, computador e gravador do jornalista do CIMJ, RI,JY MARQUES
DE OLIVEIRA NETO; causou estranheza ao depoente os argumentos apresentados
por ocasião da apreensão material, inclusive o argumento de que o CIMI instigaria os
índios no sentido de ao cumprln~ento da ordem judicial; QUE, o depoente explico
que o CIMI na realidade u
é respeit~r as decisões autôriómas das comunidades ~ as
orienta conforme a QUE, o depoente, RUY e outrqs pessoas se deslocaram
a Superintendência da até
Federal: QJJg,, o depoente' afirma que deu ciência aos
indlgenas no sentido da de cumprimento das ordens judiciais; QUE, há
diálogo do CIMI com a , todavia não há apoio relação institucional ou algum tipo de

4
convênio entre

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, ....!ilftamemo ; QJ.re_, desse dia até a audiência de conciliação mar cada
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SERV!ç·o PUBLICO FEDERAL
RTAMENTO DE POLICIA FEDERAL
CIA REGIQNAL NO ESTADO MATO GROSSO DO SUL .
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para o dia 29/05/2013, CIMI atuou mais internamente, uma vez que até mesmo a
comunidade teve diminu seu estado de tensão; QUE, não havia representante do CIMI
na audiência do dia 13; QUE, no dia 30/05/2013, por volta das 7h30min, o
depoente recebeu o de uma das lideranças indígenas, cujo não se recorda,
contando que havia m policiais no local e que estava havendo confronto; QUE, mais
tarde, em outra ligação, índios teriam dito inclusive que um lndio teria sido baleado;
QUE, em outro , foi dito que OZIEL havia falecido e que no momento havia uma
trégua; QUE, em outro nema, um índio disse ao depoente que haviam colocado fogo
na sede da fazenda, em da morte de OZIEL; QUE, não sabe dizer quais indígenas
ligaram contando cada , uma vez que foram vários telefonemas; QUE, a notícia que
chegou ao depoente, indígenas, foi de que a policia teria chegado ·à · fazenda já
c .. atirando, sem falar nada; o depoente chegou em Sidrolândla por volta das 16h, não
sabendo ao certo, tendo o direto para o hospital ver os feridos e tentar descobrir onde
estariam os indígenas · Q.JJ.E., .viu que os indlgenas estavam sendo levados .para
Campo Grande/MS, pela qual permaneceu pouco.em Sidrolândia, tendo retornado
para Campo Grande a de dar as'sistência aos presos; QUE, não chegou a ir até a
fazenda Buriti; QUE, foi até a Aldeia Buriti para conversar com os índios sobre o
que havia acontecido. E is não disse e nem lhe foi perguntado. Nada mais havendo é
encerrado o presente lido e achado conforme, vai assinado pelo Sindicante, pelo
Depoente e seu LUIZ HENRIQUE ELOY AMADO, OAB/MS N° 15440, endereço
profissional Av. Afonso na, n° 1557, bloco B, apto. 208, Campo Grande/MS, telefones
67-3384-5551/9616-8645

l.iepartamento de Polh:ia redP.ral


.· Sunerintendêncla Regiona~ f MS
Certifico'o dou fé que apreseni9 cópia COI'!FEI\t!
cOM OORIGINAL apresentado.
F.mJLI i?

3
·-·..,...
'

.
1

SERVIÇO PÚBLICO FEDERAL


MINISTÉRIO DA JUSTIÇA
DEPARTAMENTO DE POLÍCIA FEDERAL
SUPERINTENDÊNCIA REGIONAL NO MATO GROSSO DO SUL

Memorando n° 4432/2013 -IPL0240/2013-4- SR/DPF/MS


Em 07 de agosto de 2013.

Ao Exmo. Sr. Chefe da DELINST/SR/DPF/MS, Dr. DANTE Pegoraro Lemos

Assunto: Encaminha informaçoés referente a prática de crime de atribuição da


DELINST/SRIDPFIMS.

I~ DOS FATOS

No dia 30 de maio de 2013 às 7hOO em cumprimento ao Mandado de


Desocupação n° 1625/2013_SD01 expedido pela 18 Vara Federal de Campo Grande/MS
(fi. 151 do IPL 240/2013-SR/DPF/MS) a Polfcia Federal com o apoio da Companhia
Independente de Gerenciamento de Crises e Operações Especiais- CIGCOE da Polfcia
Militar compareceram na fazenda Buriti sediada na zona rural do município de
Sldrolândia/MS com o fito de reintegrar a posse da referida propriedade rural ao seu
proprietário RICARDO BACHA tendo em vista que fndios da comunidade indfgena terena
da aldeia Burlti se recusaram a deixar o local, conforme consignado no Termo de audiência
de fls. 09/11 (do TCO 29/2013-SR/DPF/MS).
''
Com a chegada do comboio de, viaturas policiais no local, uma célula de
negociação, composta pelo negociador ALCIDIO DE SOUSA ARAUJO, Delegado de
Polfcia Federal (fls. 417/419), e por MARCOS PAULO GIMENEZ, Major da Polfcia Militar,
Comandante da CIGCOE (fls. 398/400), além de outros policiais militares e federais, se
deslocou em direção à porteira da fazenda onde foi recepcionada por um grupo de índios
que ocupavam o local no momento.

A tentativa de negociação foi frustrada em razão do avanço criminoso de


alguns indígenas do grupo em direção ao negociador com o fito de capturá-lo, dando o 2°
Pelotão da GIGCOE, comandado pelo Sub Tenente EDEMAIR DIAS BASILIO, infcio à
dispersão do grupo hostil.

Este grupo foi retirado da estrada de terra que liga a porteira, seguindo
alguns indígenas pela mesma estrada no sentido Sidrolândia-Dois Irmãos do Buriti e outr.o
ingressou na fazenda seguindo em direção à área da sede.

Durante a dispersão realizada pelo policiais militares, indígenas não


identificados atearam fogo criminosamente na sede, na residência do caseiro e num trator
como forma de retaliação ao cumprimento da ordem judicial pelas aut · es policiais.
De imediato, com o fito de ocupar a área da sede e viabilizar o combat
incêndio pelas viaturas do Corpo de Bombeiros que estavam no local, o 1° e ao Pelotão da
CIGCOE com apoio de equipes da Polícia Federal deram início à progressão do terreno,
ingressando na fazenda em direção à área da sede.

Após a dispersados dos Indígenas da referida área, o Corpo de Bombeiros


chegou até o local e combateu o incêndio da residência do caseiro e do trator tendo em
vista que a sede já estava consumida pelo fogo, enquanto o 1o Pelotão, comandada pelo
Major MARCOS PAULO GIMENEZ, migrou para o flanco esquerdo da fazend~
acompanhado pela equipe da Polfcia Federal chefiada pelo DPF MARCOS ANDRE
ARAUJO DAMATO e ..o 3° Pelotão, comandado pelo Tenente GUSTAVO GONÇALVES
CARDOSO se dirigiu para o flanco esquerdo acompanhado pela equipe da Polícia Federal
chefiada pelo DPF FERNANDO PAGANELLI RODRIGUES.

O 2° Pelotão permaneceu durante toda a ação policial na estrada de terra


além da porteira na direção de Dois Irmãos do Buriti, formando uma linha com as equipes
da Polícia Federal chefiadas pelos DPFs DAMATO e FRESNEDA e com o 1° Pelotão que
estava estacionado à esquerda da área da sede.

O ao Pelotão também permaneceu estacionado à direita da área da sede, ao


lado de uma cerca, de frente para uma mata estreira e o capão. A equipe da Polícia
Federal chefiada pelo DPF PAGANELLI avançou no pasto em direção a cerca localizada à
extrema direita da fazenda, passando entre o 1° Pelotão e o capão chegando numa grande
mata.

Esta equipe acompanhou e dispersou o grupo de indígenas que transitaram


por uma área de pasto nos fundos da fazenda, migraram da área da sede, logo após
atearem fog9 nas edificações, até o extremo direito da fazenda.

No alto do terreno, onde o grupo de índios e a equipe do DPF PAGANELLI se


encontraram e a referida equipe parou de avançar ocorreu muita hostillzação verbal por
parte dos indígenas com ameaças e ofensas.

Passados alguns minutos, alguns indígenas ingressaram no interior da


' .
\
grande mata localizada na cerca se juntando a outros provenientes do acampamento
BARRO PRETO conhecido como "BARRACO" instalado na fazenda Santa Clara ocupada
pelos índios da aldeia CÓRREGO DO MEIO.

Logo após o ingresso na grande mata, os policiais federais começaram a


perceber os tiros criminosos disparos pelos Indígenas, ouvindo os estampidos secos
tfpicos de espingarda calibre .22, e os "zumbidos" provocados pelo deslocamento de ar
dos projéteis que passavam próximos aos policiais federais.

Diante de tal situação, de agressão concreta através de uso de arma de fogo


com munição letal, os policiais federais, cautelosamente, corri o escopo de evitar o
confronto armado, preferiuram recuar, mesmo permitindo que os índios chegassem ao
ponto mais alto do terra, passando a ficar em desvantagem.

Durante o recuo de aproximadamente trezentos metros, os policiais


continuaram sendo alvo de disparos de arma de fogo pelos indígenas. Os policiais
relataram que os Indígenas dissimulavam o porte de armas escondendo-as embaixo da
camiseta e atirando de dentro da mata onde estavam abrigados.
Fls. 3

Os indígenas efetuaram disparos da grande mata, do alto do terren


também do capão, para onde migraram durante o seu avanço em direção à equipe a
Polícia Federal.

No final do declive do terreno, entre o capão e o 1° Pelotão da CIGCOE que


ainda permanecia estacionado, os policiais federais foram alvos de mais um ataque
Intensificado de disparos de arma de fogo de lndfgenas que estavam ocultos no pasto no
alto do terreno e também dos índios que agora estavam abrigados no interior do capão.

De acordo com o relato dos policiais os projéteis atingiam o solo a poucos


metros deles e também passavam zumbindo rente aos seus ouvidos.

Neste momento o Agente de Polfcia Federal CARLOS ANTONIO FERREIRA


SENNA que exercia a função de granadelro (fls. 929/930) foi atingido no abdômem por um
projétil de calibre .22 sendo salvo pelo colete balrstico que vestia.

Na sequêncla, em razão da continuidade do recuo da equipe da Polfcla


Federal que seguiu em direção a três buritls localizados entre a estrada de terra, a área da
r sede e o capão, o 1° Pelotão da CIGCOE passou a ser alvo do grupo de indfgenas
responsável pelo avanço.

Os escudos balísticos do Pelotão empunhados pelos escudeiros foram


atingidos por diversos projéteis (perfcia ainda não atendida), o capacete com viseira e a
orelha do atirador de munição menos letal, o colete balrstico de um escudeiro e a perneira
do condutor e o cão DRAGON também foram atingido por tiros de calibre .22.

A investigação que ainda está em andamento apurou que foi durante o


ataque armado lndfgena acima narrado que o indfgena OZIELGABRIEI foi alvejado por um
disparo de arma de fogo que o atingiu em seu abdômem quando empunhava um arco e
flecha na ponta do capão.

No dia 25/07/2013, durante a realização do exame pericial de local foram


encontrados 2 (dois) estojos/cápsulas de calibre .22 no interior do capão logo atrás do
local apontado pelos indfgenas JOEZER MAMEDES GABRIEL (filho) e LAUCIR
MARQUES PEREIRA como sendo onde OZIEL GABRIEL foi atingido.

11- DAS DILIGÊNCIAS

A Certidão de fls. 152/155 elaborada pelo Oficial de Justiça JOSÉ AILTON


PINTO DE MESQUITA FILHO referente ao Mandado de Desocupação n°
1625/2013_SD01 de fi. 151 certificou que:
"após a desocupação total do Imóvel, o Maior PM Marcos Paulo Gimenes. Comandante da
C/GCOE. relatou a este Oficjal que os jndlqenas efetuaram disparos contra a tropa. com
vários sinais de proiéteis nos escudos dos PMs. inclusive. relatando. ainda. que um dos
soldados foi atingido por orolétll de arma de fogo na altura do abdOmen. mas que não foj
ferido em virtude do colete a prova de balas: que após a desocupaçllo total do Imóvel o Dr.
Marcelo, Delegado de Policia Federal, relatou a este Oficial que um dos Policiais Federais
sofreu um deslocamento do ombro em virtude da operaçiJo e foi socorrido ao hospital mais
próximo; que após a desocupação total do Imóvel o Delegado de Pollcja Fec!eral. Dr. Alcfdio.
relatou a este Oficial que percebeu vários tiros de arma de fogo vindo da parte dos indlgenas
no momento da chegada do reforço':

Em atendimento ao oficio n° 3295/2013-SR/DPF/MS expedido à fi. 274,


MARCELO ALEXANDRINO DE OLIVEIRA, Delegado de Polícia Federal, coordenador da
Operação ECO SUM LEX, inquirido às fls. 348/351, respondeu que: M• p aclt Nomoto ano au1.at " .•
D~:leo-~..~ llo Pr. ·i Federal
1~. ~tricnla • 4.842
Cnefe dú t:ELEI APil/SPJDPFIMS
Fls. 4
s s
"salienta que o uso da força foi empregado em raztlo da resistência e da agressl1o prat1
pelos lndios; QUE o DEPOENTE acreditava que a desocupação ocorreria de forma pact
tendo se surpreendido com a utilização de arma de fogo por parte dos lndlgenasu.

ALCIDJO DE SOUSA ARAUJO, Delegado de PoUcia Federal, negociador da


desocupação, inquirido às fls. 417/419, respondeu que:
"após o domlnio da situação, no final da desocupação, na mata localizada no lado oposto da
sede, do outro lado da estrada de terra, ouviu um tiroteio muito grande vindo da mata, onde
só poderia ter indfgenas e nao eram fogos de artificfo e segundo policiais experientes ali
havia até tiro de arma automática
( ...)
ouviu relatos de policiais federais e da CIGCOE dizendo que estavam ouvindo barulho de
projéteis passando por eles".

SAULO BARBOSA N. DE LELES, Agente de Polfcia Federal, componente


da equipe da Potrcia Federal responsável pelo flanco esquerdo, em seu relatório
circunstanciado de fls. 262/264 noticiou que:
"individuo indígena com roupa camuflada e boné escuro virado para trás teria sido visto em
posse de uma arma de fogo curta. Minutos depois, o APF que a este subscreve, teve contato
visual com individuo de mesmas caracteristicas, com uma das ml1os dentro de sua gandola,
como se estivesse a esconder algo, a mais ou menos cinquenta metros de distância de
r~ nossa posiçl1o. Das matas. pudemos ouvir nos momentos seguintes. estampidos
', . caracterlsticos de disparos de arma de fogo" (grifo .nosso).

DANILO ROGÉRIO ZAMBON VALÉRIO, Escrivão de Polfcia Federal,


componente da equipe da Polícia Federal responsável pelo fornecimento de munição
menos letal extra, em seu relatório circunstanciado de fls. 278/279 descreveu que:
"foram ouvidos diversos disparos de arma de fogo que, pelo barulho e pela cadência dos
tiros, pareciam ser de baixo calibre e de arma semi-automática ou um revólver, tendo este
policial que lhe subescreve ter ouvido um projétil passando zunindo perto de sua cabeça,
todavia não vi de onde vinham referidos disparos, sabendo somente que vinham da
esquerda, de uma região de mata que há no local. Os policiais militares também ouviram,
Inclusive os que portavam os escudos alegaram terem recebidos tiros nos escudos".

NEUZA DRESSLER BUSS, Escrivã de Polícia Federal, em seu relatório


circunstanciado de fi. 280 descreveu que:
"ouvi sons de tiros reais (advindos de armas letais) vindos da direção de onde vinham os
lndlos quando se aproximavam do local onde estavam estacionadas as viaturas na rodovia e
também vi o policial militar atingido por tiro na orelha".

FERNANDO ZORZETTI FILHO, Escrivã de Polícia Federal, em seu relatório


circunstanciado de fls. 287/288 descreveu que:
"Durante o tempo em que guardamos o flanco superior direito da sede, por várias vezes os
lndlos simulavam portar armas de fogo, com o que pareciam ser pedaços de pau, gritando
que iriam nos matar, sendo importante ressaltar que à distancia que nos encontrávamos, não
era posslve/ ter certeza se portavam apenas paus ou verdadeiras armas de fogo".

BRENO HORTA DE ALMEIDA, Paplloscopista de Polícia Federal, no


Relatório de fls. 374/376 consignou que:
"Ouvi de policiais que mantinham o flanco esquerdo que era possfvel escutarem o zunido de
projf§teis passando por eles, e que filmagens tinham conseguido captar alguns fndios ele
posse de arma de fogo. Outro policial militar foi ferido na região da orelha com um disparo
de arma de fogo que acertou o seu capacete. A essa altura já escutávamos que lndios
estavam afirmando que um deles havia sido morto. A noticia se espalhou rapidamente e era
posslvel ouvir diversos lndios gritando que um deles havia morrido, e por isso pelo menos
um policial niio sairia vivo de /á. As informações que chegaram para nós. que estávamos na
entrada da fazenda. davam conta de que um policial federal havia sido atjnqido por um
projétil de arma de fogo. mas que felizmente o fragmento foi retido no colete ba/fstico do
policial" (grifo nosso).

CHRISTIAN MARCELO CORRÊA DA COSTA, Perito Criminal Federal, no


Relatório de fls. 380/382 consignou que:
Fls. 5
Rub.·
"foi Informado por membros do CIGCOE que haveria um indfgena na parte de cima, a
da estrada, que teria atirado contra os policiais com um revólver e repassado a arm
outro indlgena".

CARLOS ALBERTO SANTOS, Agente de PoiCcia Federal, no relatório de fls.


409/41 o asseverou que:
"Em vários momentos, vlsua/izei os indfgenas se comportando como se armados
estivessem. Alguns usando gandaias camufladas, tipo Exército Brasileiro e com frequência
tinham uma das mSos em sua parte de dentro simulando/portando uso de arma de fogo.
Durante o episódio, o que impressionou foram as técnicas de guerrilha utilizadas pelos
lndios. Ficou evidente que eles tinham total conhecimento da área, e como estavam lá dias
antes da operação, possivelmente esconderam armas de fogo na regilio da mata que ceroa
toda fazenda. Acredito nesta hipótese devido aos vários disparos efetuados em outra linha
de policiais federais, onde um destes foi atingido em seu colete ballstico".

FABIANE CARRIJO CLAUDINO, Escrivã de PoHcia Federal, responsável


pela filmagem da operação, em seu relatório circunstanciado de fi. 411 descreveu que:
"não estive em confronto direto com os lndios, contudo ouvi sons de tiros (aparentemente
advindos de armas letais) vindos da direção de onde estavam os fndios quando se
aproximavam do local onde estavam estacionadas as viaturas na estrada".

( JORGE LUIZ DE OLIVEIRA, Agente de Polfcia Federal no relatório de fls.


522/524 relatou que:
"os indfgenas costumam usar a tática de posicionar 'guerreiros' com armas de fogo ocultos
no mato, enquanto os que estão com facões, bordunas, amos e flechas e outros apetrechos
rudimentares, se apresentam para o confronto".

SERGIO ALVES FERREIRA, Agente de Polfcia Federal, componente da


equipe da Polfcia Federal responsável pelo flanco direito, no relatório de fls. 384/385
relatou que:
"Outro fato grave ocorrido foi que em um certo momento eu estava ao lado do APF Nóbrega
e do EPF Sena, quando estávamos próximo a uma região que tinha uma pequena mata
ouviam os estampidos vindos daquela direção, estampidos esses parecidos com os de arma
de fogo ; por várias vezes o APF Nóbrega me chamava a atenção por estar ele ouvindo
subidos parecidos como o das abelhas, próximos a sua cabeça, mais acreditava ele que
estávamos sendo alvos de disparos de armas de fogo.
Depois de certo tempo e numa situação em que procurávamos nos afastar um pouco dessa
mata, o APF Nóbrega volta a reclamar de estar ouvindo novamente aqueles sons parecidos
com o das abelhas e é nesse instante que o EPF Sana, que estava ao nosso lado, sente um
impacto no seu colete e passa a dizer que havia sido atingido por um tiro, me aproximei dele
e peroebi que havia um furo em seu colete, aproximadamente na altura do coração. Diante
desses fatos, nossa equipe recuou um pouco mais e mantivemos uma posiçlJo mais
afastada da referida mata de onde provavelmente estariam sendo feitos os disparos de arma
de fogo".

MARCOS HIROSHI INOUE, Agente de Polfcia Federal, componente da


equipe da Polícia Federal responsável pelo flanco direito na função de granadeiro, no
relatório circunstanciado de fi. 387 e inquirido às fls. 1111/1113 relatou que:
"No momento em que a equipe estava sendo hostilizada por disparos de armas de fogo, foi
posslvel visualizar dois individuas (um de camiseta azul claro e outro de camiseta branca)
que adentravam e safam de uma densa mata, portando, ao que parece, armas de fogo,
entretanto a identificação foi prejudicada em razão da densidade da vegetação do local. Não
o~stante, in~meros tiros vindos da mata foram ouvidos, bem como podiam ser percebidos
diVersos projétets transpassando ao lado e também atingidndo o chão bem próximo a mim e
aos outros integrantes da equipe".

"peroebeu a movimentação no interior da mata ao lado da equipe, obrigando o depoente a


lançar granadas de gás lacrimogênio, todavia nlJo obteve êxito em dlsperar o grupo em
razão do forte vento que estava contra os policiais; QUE na sequência os membros da
equipe ~maçaram a ouvir disparos de arma de fogo no interior da grande mata; QUE esses
estampidos não eram de rojfJes e bombas e sim um estalo seco; QUE simultaneamente
começaram a perceber o deslocamento de ar próximo a equipe em raz o trajeto dos
SR/D
Fls. 6 Fls::-.&-....,_1
Rub:
projéteis; QUE evitando o confronto armado e com objetivo de se abrigar a equipe da
deu inicio ao recuo em direçllo a área da sede
...
( )
durante o infcio da descida ouvidos zunidos e presenciaram projéteis aüngindo o solo ao
lado dos policiais; QUE presenciou alguns indfgenas que salram da grande mata
ingressando no capão; QUE viu um indlgena vestindo camiseta azul clara que
possivelmente portava arma curta, pois a todo momento corria com uma das miJas na
cintura, aparentemente apoiando a arma; QUE demonstrado o vfdeo "MOV04282.AVI~
produzido pelo indfgena WILLIAM e encaminhado pelo MPF, reconheceu referido indfgena
que vestia calça jeans e escondia seu rosto com uma camiseta e portava uma borduna;
QUE no final da descida existe um brejo em frente ao capi!Jo onde os policiais tiveram
dificuldade de caminhar; QUE uma estratégia utilizada pelos policiais para se proteger foi de
não ficarem juntos para os membros nao ficarem mais vulneráveis aos disparos; QUE nesse
momento o capl'io estava localizado a frente e a CIGCOE a esquerda; QUE viu tiros
acertando o chifo próximo a equipe e na sequencia o APF SENNA avisou aos demais que
havia sido atingido por um disparo em seu colete; QUE esses tiros que foram disparados em
dlreçlJo a equipe da PF partiram da ponta do capão, bem a frente dos policiais e neste local
era posslvel ouvir gritos de guerra, visualizar vultos de indlgenas se movimentando no
interior da mata e escutar estampidos de tiros".

MARCUS VINICIUS QUEIROZ DE SA, Agente de Polícia Federal,


componente da equipe da Polícia Federal responsável pelo flanco direito na função de
atirador de munição menos letal, no relatório circunstanciado de fls. 406/407 e inquirido às
fls. 1121 /1122 relatou que:
"Mesmo escutando por 3 ou 4 vezes o "zunido" dos tiros vindos do outro lado do campo de
batalha e passando ao lado da minha cabeça, sendo que um destes atingiu o APF Senna,
quando este se encontrava do meu lado esquerdo, não fui atingido
...
( )
Foi posslvel perceber, para quem estava no local do confronto, que os indlgenas ocupantes
daquele local, possuem armas de fogo e as deixam escondidas no matagal próximo a sede
da fazenda".

"os indfgenas adentraram na mata e o depoente passou a ouvir estampidos de tiros; QUE
chegou a disparar alguns tiros com muníçlJo de elast6mero em direçlJo a mata; QUE os
estampidos de tiros eram totalmente diferentes dos estouros provocados por fogos de
artiflcio, pois era um barulho mais seco; QUE ouviu várias vezes zunidos de tiros passando
próximo a sua cabeça; QUE para evitar um confronto armado com os lndfgenas, o DPF
Paganeffi deu ordem para a equipe recuar; QUE enquanto recuavam, os indfgenas tomavam
o terreno antes ocupado pela PF e a equipe continuava sendo alvo de disparos de arma de
fogo, pois continuava a ouvir o zunido dos tiros; QUE percebeu que alguns índios
adentraram ao capão enquanto a equipe recuava; QUE a equipe da PF recuou até a lateral
do pelotão da CJGCOE, tendo o capão Jogo a sua frente; QUE era muito grande o número
de tiros disparados contra os policiais, acreditando que a maioria vinha de dentro de capao;
QUE percebeu quando o APF SENNA acusou ter tomado um tiro no peito, pois levou sua
mtlo até a altura do coraçlJo para verificar se havia sangramenton.

DANIEL UTINO UYEHARA, Agente de Polícia Federal, componente da


equipe da PoHcia Federal responsável pelo flanco direito na função de granadeiro, no
relatório circunstanciado de fls. 505/506 e inquirido às fls. 998/999 relatou que:
"Em determinado momento. quando a equipe aparentemente conseguia retirar os invasores
da fazenda. fomos cercados por manifestantes aue estavam do lado de fora da proprieclade,
encobertos por árvores. neste momento çqmecei a ouvir disparos de arma de fogo. A equiPe
recuou. Depois ele recuar alguns metros. novamente era possfvel ouvir djsparos de arma de
fogo. inclusive os zunidos de tiro passando ao meu lado. que vinha de uma mata próxjma.
Nos dois momentos em que estávamos próximos da mata recebemos tiros de arroa de foqon
(grifo nosso).

"em determinado momento perceberam grande movimentaçijo de lndfgenas no interior da


grande .mata e na sequenci~ c9meçaram a ouvir disparos; QUE era nltida a diferença do
estamptdo dos fogos de artiflcto e dos disparos de arma de fogo; QUE a equipe da PF
estava. formada em linha, estando o depoente no lado contrário da cerca; QUE os policiais
fed~ra1s que estavam do outro lado da linha foram os primeiros a perceber que os fndlos
faztam uso de arma de fogo; QUE a equipe da PF evitando fazer uso de arma de fogo para
repelir o ataque indlgena deu infcio a um recuo em direçilo a área da sede; Q nojnfaio da
Mario Pau\r ~.·.- .1.ad ,B. Nomoto
Delog cio d· : cil Federal
r, tric la n•t4.842
Chefe da DE ·MAPH.SRIDPFIMS
SR/Q
Fls. 7 Fls.,:..·""""'""*--1
Rub.•
descida do terreno o depoente não ouviu disparos, tendo os disparos recomeç os
momento em que passaram entre o captlo e a CIGCOE; QUE nesse momento o depoe
começou a ouvir zunidos próximo a seu ouvido e logo em seguida o APF SENNA avisou que
havia sido atingido por um projétil; QUE os disparos percebidos pelo depoente e que
atingiram o APF SENNA foram efetuados do caplJo, podendo concluir em razilo da
proximidade dos estampidos".

HUGO HENRIQUE ALMEIDA DA SILVA, Agente de Polícia Federal,


componente da equipe da Polfcia Federal responsável pelo flanco direito, no relatório de
fls. 516/517 relatou que:
nos fndlos atacaram a distancia utilizando foguetes, flechas e em certo momento efetuaram
disparos com arma de fogo na direçlJo dos policiais. Devido ao fato dos agressores estarem
abrigados na mata, não foi posslvel determinar a origem exata dos disparos e não consegui
distinguir, entretanto, presenciei o momento em que um dos policiais federais foi atingido por
um tiro no colete".

GUSTAVO SOUZA DA NÓBREGA, Agente de Polfcia Federal, componente


da equipe da Polfcia Federal responsável pelo flanco direito, no relatório de fls. 520/521
relatou que:
·Esttwamos todos em área descampada, mas havia uma regillo arborizada ao lado, e um

grupo de indfgenas adentrou na mata. Nos desafiaram a entrar na mata também, mas nllo o
(
fizemos. Ouvimos barulho de tiros vindo da mata. Ao ouvir um dos disparos vindo da mata,
ouvi um zunido. acompanhado de uma forte vibraçiJo e deslocamento de ar em um dos
ouvidos. Eu sabia que o disparo que passou rente a minha cabeça velo da mata, mas não
sabia onde estava o atirador, razão pela qual informe ao APF MARCOS e DPF PAGANEL/,
lotados na SR/DFPIMS para que todos soubessem que estava claro que havia atirador
escondido no mato dando tiro com a intenção de nos matar. O DPF PAGANELI ordenou que
recuássemos, e assim fizemos, sendo a equipe seguida pelos indlgenas.
A equipe recuou cerca de 200 metros em direção à sede da fazenda, mas fomos seguidos.
No meio da fazenda há outra região arborizada, nela adentrou novamente um grupo de
indfgenas. Recuamos ainda mais, quando começamos a ouvir novos disparos vindos da
mata central. De repente ouvi aproximadamente três zunidos tlplcos de orojétil de arma de
fogo passando par oerto em altlssima velocidade e avisei em voz alta. Nesse momento eu
estava ao lado dos APFs SERGIO e APF SENNA. Um dos orqjéteis aünqiu o colete de
SENNA. o qual avjsou que foi atingido. Posteriormente verificamos que o projétil ficou
alojado no interior do colete, que salvou sua vida, pois se estivesse sem colete o projétil iria
atingi-lo na regillo do coração. Em resposta, efetuamos disparo de arma de fogo em posição
de 45°, em direção à grama" (grifo nosso).

CARLOS ANTONIO FERREIRA SENNA, Agente de Polícia Federal,


componente da equipe da Policia Federal responsável pelo flanco direito na função de
granadeiro, inquirido às fls. 929/930 relatou que:
"o segundo vfdeo denominado MOV04280.AVI retrata o ponto máximo em que a referida
equipe chegou; QUE neste momento era possfvel ouvir estampidos de fogos de artiflcio e
tambllm de arma de fogo, sendo possfvel distingui-los porque o de arma de fogo era mais
seco; QUE o APF NOBREGA comentou com o declarante que estava ouvindo zunidos
provocados pelo deslocamento de ar de projéteis de arma de fogo; QUE se recorda que
neste momento desconfiaram que um indlgena que vestia camiseta azul clara possivelmente
portava arma de fogo curta por baixo da roupa, em razão da forma que corria e também por
manter a mão na região da cintura; QUE após os disparos os lndlgenas começaram a fazer
o uso de apitos e gritos para coordenar o avanço sobre a equipe de policiais; QUE em razão
do_s diversos disparos a equipe ao Invés de confrontar iniciou recuo em direção a sede; QUE
fo1 o momento que o declarante mais escutou tiros; QUE foi o momento mais critico da
desocupação; QUE durante o recuo foi ouvido também estampidos, mas em quantidade
menor que no inicio; QUE a equipe recuou os mesmos 350 metros
...
( )
o vfdeo produzido pela CIGCOE denominado "PF atirando.MPG" retrata o momento em que
o dec~arante é atingido pelo projétil de arma de fogo no final do recuo, não sabendo informar
se V?'º do capão ou de outro ponto da fazenda; QUE nenhum dos policiais que estavam
próXImos soube informar de qual/oca/ partiu estes disparos".
Fls. 8

ESTENIO SEAONE, Escrivão de Potrcia Federal, componente da equip


Polícia Federal responsável pelo flanco direito na função de granadeiro, inquirido às fls.
995/997 relatou que:
"em determinado momento os policiais que formavam a equipe da PF começaram a ouvir o
barulho de disparos de arma de fogo vindos da grande mata; QUE simultaneamente
começaram a ouvir zunidos dos disparos; QUE o depoente portava um binóculo particular e
através dele foi posslvel visualizar com nitidez a presença e movimentaçllo dos indfgenas
embrenhados na grande mata; QUE neste momento a equipe deu Inicio ao recuo com o
intuito de evitar o confronto armado, nlJo realizando qualquer disparo nesta ooasillo; QUE a
equipe da PF em razllo do ataque armado dos lndlos acabou recuando ceroa de trezentos
metros em direçllo a área da sede; QUE no final do declive do terreno localizado a frente do
capão, logo após a cerca, o APF SENNA foi atingido no peito por um projétil de arma de
fogo, sendo salvo pelo seu colete ballstico; QUE na descida do terreno, durante o recuo, a
equipe da PF foi alvo de grande quantidade de tirosb.

MARCO ANTÔNIO KADOTA, Agente de Polícia Federal, componente da


equipe da Polfcia Federal responsável pelo flanco direito na função de atlrardor de
munição de elastõmero, inquirido às fls. 1142/1143 relatou que:
"conforme demonstrado no vfdeo da CIGCOE blndios atacando PF e PF recuando.MPG"
está bem demonstrado ao tempo 00:45 que alguns lndios simulavam portar arma de fogo,
fazendo mira contra os policiais, como se fosse uma espingarda; QUE os lndios seguravam
.~ . suas bordunas como se fossem espingardas e em raziJo da distancia poderiam ser
confudidas com as mesmas':

A certidão de fi. 791-verso e o Relatório Fotográfico acostado às fls.


817/820, confirmam o teor do Relatório de Operação da reintegração de posse da
fazenda Buriti elaborado pela da CIGCOE, acostado às fls. 745/774, pois certifica que:
"a existência de imagens em que aparecem lndlgenas portando armas de fogo (. ..) pode-se
constatar que os indlqenas fizeram uso de armas de fogo. muitas delas artesanais. os
chamados "trabucos". porém. há nas imagens um indfgena portando o que aoarenta ser uma
pistola. inclusive apontando em direcão aos ooliciais".

MARCOS PAULO GIMENEZ, Major da Polícia Militar, Comandante da


Companhia Independente de Gerenciamento de Crise e Operações Especiais - CIGCOE,
inquirido às fls. 398/400, respondeu que:
nos Tndios utilizavam-se da mata para se abrigar, de onde partiram di§Paros de anna de
{QgQ. arremessos de pedras e de flechas; QUE o terceiro pelotllo no momento em que
estava sob o comando do Tenente GUSTAVO, foi alvejado par diversos disparos de arma de
fogo, tendo vários deles atingidos os escudos ba/Tsticos que os escudeiros portavam; QUE o
Cabo MARTINS foi atingido por um disparo de arma de fogo que acertou seu colete tático,
,· ' danificando seu smartphone e maço de cigarros, acreditando o projétil seja de calibre .22;
QUE o soldado FRANCO foi atingido por um disparo de arma de fogo que acertou a argola
de seu capacete e sua orelha direita
(... )
"em nenhum desses eventos que culminaram em lesões nos policiais militares foram
identificados os indlgenas responsáveis; QUE a dificuldade em se apontar a autoria dos
disparos de arma de fogo e dos arremessos de pedras e flechas é justificada em raziJo da
vegetaçlío, do relevo, da quantidade de ind/genas presentes e das circunst~ncias da própria
desocupação
( ...)
em determinado momento da desocupação os lndfgenas bloquearam a estrada de terra que
liga a fazenda ao municfpio de fazenda; QUE os Tndios chegaram a ceroar os policiais
militares e federais que utilizaram como base a estrada de terra localizada na porteira da
fazenda; QUE os policiais percebiam estavam recebendo tiros de arma de fogo oriundos dos
dois lados da estrada; QUE alguns policiais da CIGCOE relataram ao depoente que
presenciaram indfgenas efetuando disparos de arma de fogo contra a tropa, posioionados
tanto na mata localizada próximo a entrada da fazenda, como na mata localizada ao fundo
da sede da fazenda e que esses lndios portavam tanto espingardas quanto revólveres
( ...)
nas filmagens da CIGCOE é posslvel constatar indlgenas portando arma de fogo, aroo e
flecha, bordunas, facaes, foices, estilingues e também simulacro de arma de fogo que era
alimentada com pólvora e que disparava provavelmente pedras ou pregos".
GUSTAVO GONqALVES CARDOSO, Tenente, comandante do 3°
da CIGCOE, inquirido às fls. 1000/1002, respondeu que:
"o vfdeo entitulado "lndio de blusa cor de rosa.mpg• encaminhado pela CIGCOE retrata o
momento em que um lndfgena que vestia camiseta cor de rosa a utiliza para cobrir seu rosto
e caminha portando arma de fogo na cintura; QUE posteriormente assistiu uma reportagem
onde este indfgena concedeu entrevista, reconhecendo-o, pois utilizava a mesma camiseta
cor de rosa e a jaqueta preta utilizada durante a desocupação; QUE os lndfgenas não
tinham um atirador definido, ou seja, a mesma arma passava de mão em mão; QUE os
indfgenas ostentavam as armas tentando provocar o pelotão
( ...)
o vfdeo "lndio disparando.mpg" demonstra o indfgena que utlizava abafador efetuando
disparo de arma de fogo artesanal em direção aos policiais federais
...
( )
durante o recuo da PF o depoente visualizou fndios ingressando no capão que estava
localizado a direita dos policiais federais; QUE no momento em que a Polfcia Federal estava
ao lado direito do pelotão o depoente viu um policial federal acusar que havia recebido um
disparo, colocando a mão no colete balfstico
...
( )
logo em seguida o pelotão começou a ser alvo disparos, salvo engano, tendo os escudos
sido atingidos por projéteis e na sequéncia o SD DUARTE e o cão DRAGON, o atirador SD
FRANCO e o escudeiro CB MARTINS; QUE o pelotão estava com formação em "L" e os
escudeiros que estavam a direita, o depoente, o SD MACEDO e o SD ORTEGA
( conseguiram identificar que os disparos que estavam atingindo o pelotão tinham origem do
capão, onde percebiam movimentação de indfgenas, através de uma fenda na mata; QUE
este ataque por parte dos lndios através de disparos de arma de fogo durou
aproximadamente 30 minutos
...
( )
não ouviu os estampidos dos disparos efetuados pelos indfgenas, pois os escudeiros
apenas sentiam os Impactos e os acusavam; QUE o CB MARTINS segurava o escudo com
a mão esquerda e abriu uma fresta com o escudo a sua direita, momento em que foi atingido
no lado direito do seu colete, levando a conclusão que o tiro velo do capllo; QUE a função
do SD MACEDO era a de produção de provas, tendo utilizado uma filmadora para a
identificação dos indlgenas que portavam e faziam o uso de arma de fogo".

MARCOS GARCIA MACEDO, Soldado da CIGCOE, Agente de Inteligência


que atuou como coletor de provas, Inquirido às fls. 1129/1133 respondeu que:
"durante toda a desocupação o depoente conseguiu filmar apenas de 1O a 20 por cento dos
disparos efetuados pelos indlgenas; QUE portava uma HANDCAM de monitor pequeno cujo
o zoom perdia o foco com facilidade, todavia foi muito (Jtil para a segurança do pelotiJo; QUE
durante o desembarque e alinhamento dos pelotões o depoente ouviu o barulho do primeiro
disparo de calibre .22 que se caracteriza por ser um estampido seco; QUE no vfdeo "1°
Confronto.MPG" ao tempo de 01:06 min é possfvel visualizar um indfgena que vestia jaqueta
preta e shorts acabar de fazer uso de um "trabuco" em direção as viaturas policiais e aos
policiais que caminhavam na estrada de terra;
...
( )
no vfdeo "lndios resistindo a ordem legal, Os dois lndios de touca vermelha alimentam uma
arma de fogo artesanal.mpg" é possfvel identificar o indfgena gordo que vestia camiseta cor
de rosa e jaqueta escura portando arco e flecha; QUE posteriormente este indlgena
concedeu entrevista a TV RECORD MS sendo identificado como HANAITI GUERREIRO;
QUE salvo engano, este indfgena cursa História na UCDB; QUE no mesmo vfdeo também é
possfvel visualizar um indfgena de blusa azul e boné vermelho portando um "trabuco" e
outro indfgena sem camisa e com uma camiseta vermelha na cabeça alimentando essa
arma;
( ...)
ao tempo de 04:02 é posslvel ouvir um estampido seco, tfpico de disparo de calibre .22;
QUE ao tempo 04:05 é posslvel ouvir disparo de calibre 12, possivelmente da CIGCOE;
QUE ao. tempo de 04:19 époss/vel ouvir um dos policiais do 3° Pelotão chamando a atenç:lo
f!ara o mdfgena que vestta casaco preto; QUE ao tempo de 04:21 é possfvel visualizar o
mdfgena HANAITI apontando um revólver em direção ao Pelotão; QUE ao tempo de 04:31 é
possfv~l ver com nitidez o referido revólver; QUE ressalta que os indfgenas assim que
percebtam que estavam sendo filmados fugiam para não serem identificados· QUE no vfdeo
_"lndios armados."!pg" ao tempo de 00:36 é possfvel visualizar HANAITI co~ndo Jogo após
ter efetuado um dtsparo contra o 3° Pelotão, entretanto nlfo é possfvel ouvir o estampido no
áudio da filmagem;
...
( )
Fls. lO

no vfdeo "Três /ndios" ao tempo 00:18 min é possfvel visualizar HANAITI esc:om1en,dc:A:!Um
revólver nas costas; QUE no vfdeo "/ndio de blusa cor de rosa.mpg" é posslvel visualizar
HANAITI tirando a camiseta cor de rosa e vestindo-a na cabeça: QUE depois de se abaixar,
ele se levanta portando um revólver na mfio direita encoberta pela jaqueta; QUE no vldeo
"/ndio atirando.mpg" ao tempo de 01:19 min aparece o mesmo indfgena que efetuou o
primeiro disparo de trabuco e que vestia jaqueta preta e shorts, agora fazendo uso de
abafador, disparando novamente o 'Yrabuco" contra os policiais federais
( ...)
no vfdo "/ndios com arma de fogo artesanal.mpg" ao tempo de 00:06 min é possfvel
visualizar o indfgena que vestia jaqueta azul e boné vermelho apontando um trabuco em
direção ao pelotão; QUE no vfdeo "PF revidando agressfio.mpg" é posslvel visualizar que a
PF já havia avançado dispersando os indfgenas em direçBo a cerca da fazenda; QUE até
esse momento o pelotão já havia sido afvo de disparos de arma de fogo pelos indlgenas
vindo de um corredor de mata que ficava a esquerda do pelotllo, ponto onde HANAITI foi
filmado, e tamMm da grande mata localizada na ceroa da fazenda, bem a frente; QUE no
vldeo "fndios atacando PF e PF recuando.mpg" demonstra o inicio do recuo da PF e do
avanço indfgena; QUE o depoente, no Inicio do recuo da PF, ouviu estampidos secos tlpicos
de disparos de calibre .22; QUE durante o avanço o depoente nfio conseguiu visualizar
nenhum lndio portando arma de fogo, acreditando que os fndios responsáveis pelos
disparos contra os policiais estivessem abrigados na grande mata localizada ao fundo; QUE
no vldeo "PF Atirando", como o depoente estava localizado na lateral esquerda do pelotilo e
teve que se deslocar para a lateral direita e ligar a filmadora, acabou filmando um terço dos
( disparos efetuados tanto pelos fndios quanto pelos policiais federais; QUE neste vfdeo
aparece um policial federa/levando um tiro;
...
( )
o CB MARTINS, escudeiro, foi atingido em seu colete baflstico antes do policial federal; QUE
MARTINS reclamou que havia sentido um disparo
( ...)
no vldeo "escudo alvejado.mpg" é posslvel visualizar duas marcas de tiros no escudo
ballstico do 3° Pelotão, não sabendo Informar qual escudeiro o portava; QUE no vldeo "{ndio
apontando arma.mpg" aparece um indfgena vestindo camiseta amarela do Banco do Brasil e
boné azul apontando uma pistola em direção ao pelotão".

THIAGO VIEIRA ORTEGA, Soldado, !;)egurança do 3° Pelotão da CIGCOE,


inquirido às fls. 91 0/914, respondeu que: ·
"no dia 30/05i2.013, na estrada e te"a localizada na frente da Fazenda Buriti onde o
comboio da PF e da CIGCOE estacionou, no desembarque da tropa o depoente foi alertado
por um policial federal e também visua/izou que um indfgena que se encontrava no interior
da referida fazenda próximo a um capão efetuava disparos com uma arma artesanal tipo
"pica-pau" em direção aos policiais
( ...)
r de uma mata fechada localizada atrás da sede foi possfvel perceber que um grupo de lndios
efetuava disparos de arma de fogo contra o terceiro pelotão; QUE vlsualizaram um Fndio
gordo, vestindo jaqueta preta e que posteriormente apareceu em reportagem da TV
MORENA apontando um revólver ou pistola em direçlJo ao terceiro pelotão, escondido atrás
de um coqueiro, escutando o barulho dos disparos; QUE nenhum desses disparos atingiu o
pelotão que estava focalizado aproximadamente 100 metros de disUincia desta mata;
( ...)
o grupo de policiais federais que estava localizado a direita do pelotão progrediu no campo
limpo em direçlJo a mata localizada nos limites da fazenda, chegando a perder de vista do
pelotão; QUE na retaguarda da PF foi posslvel visualizar um grupo de Tndios, posicionados
no morro entre a mata da sede e a mata do limite da fazenda, onde dois sujeitos faziam uso
de uma arma de fabricação caseira que era alimentada com pólvora e fazia um barulho
muito alto, tendo o atirador tendo que usar um abafador
(...)
fresenciou o Inicio do recuo do grupo de policiais federais em raztJo de avanço dos
mdfgenas; QUE constatou que os indlgenas apontavam simulacros de arma de fogo para os
PFs; QUE os policiais federais verbalizaram o máximo, não escutando especificamente em
razão da distfmcla,. entretanto percebeu em razão da gesticulação; QUE os PFs nesse
mo'!'ento nllo mantmham suas armas apontadas em direção aos fndios e recuavam muito
ráptdo; QUE durante o avanço alguns fndlos ingressaram no capão localizado a direita do
grupo da PF; QUE no final do recuo quando estavam focalizados próximo ao pelotlJo o
depoente viu um policial federal acusar um tiro no colete baffstico
(...) Mario Palo Mo h· ,· .B. Nomoto
D2l~~ do de v.i~la Federal
r::aua:...tl "f,· I .~!,f
Chefe da DEl .MAPrlr~r'\JUPFIMS
Fls.ll

em seguida o escudeiros começaram a perceber os impactos nos escudos ~~ãfi~=='


amassaram ainda mais a formaçao; QUE o SD Franco, atirador, ao sair da proteçao dos
escudos para visualizar a mata, foi atingido por um projétil em sua orelha, tendo rompido a
argola de seu capacete; QUE na sequencia o CB. Martins, escudeiro, sentiu que um projétil
havia atingido seu colete balfstico, dizendo "tomei um tiro, está doendo" ; QUE nessa hora
os indlgenas disparavam com arma de fogo tanto do capao quanto da mata do limite da
fazenda localizado bem a frente e da mata localizada próximo a área da sede; QUE o
depoente e o SD Macedo tentavam identificar de onde partiam as citadas agressões;
...
( )
estima que o pelot:Jo durante aproximadamente 40 minutos foi atingido por disparos de
arma de fogo; QUE o pelotao estava estacionado num "buraco" onde as pernas estavam
protegidas pelo relevo a salvo dos disparos; QUE os fndios faziam mira do tronco e cabeça
dos policiais, sendo comprovado pelo disparo que atingiu o escudo ballstico do SD
Estefagner".

ALEXANDRE DUARTE DE BARROS, Soldado, condutor de cão do 3°


Pelotão da CIGCOE, inquirido às fls. 915/917, respondeu que:
"nessa posição presenciaram um fndio gordo de jaqueta preta fazendo uso de arma curta
contra o pelotão e também dois rndlos manuseando um "trabuco" que foi utilizado em
disparo contra o grupo de policiais federais; QUE um desses fndlos fazia uso de abafador
em razão do forte estampido que a arma fazia quando disparada; QUE esses dois fndios
foram identificados através de filmagem realizada pelo SD MACEDO
...
( )
a equipe da PF avançou aproximadamente 200 metros permanecendo bem distante do
pe/otiJo; QUE em determinado momento os policiais federais começaram a recuar voltando
em direção ao pelotao, tendo o depoente ouvido disparos de arma de fogo; QUE os policiais
federais posicionaram-se a direita do pelotao momento em que ouviu-se grande quantidade
de disparos provenientes do capao e do mo"o; QUE o depoente percebeu um fndio que
vestia camiseta amarela fazendo uso de arma curta, não tendo presenciado e este a
disparou ou não; QUE ouviu dos policiais da CIGCOE que um PF havia sido atingido; QUE
na filmagem feita pelo SD Macedo aparece o depoente se esquivando no momento em que
se inicia a sequencia de disparos
...
( )
logo após o agente da PF tomar o tiro o depoente sentiu um solavanco na pemeira e
percebeu a reaçao do cão que conduzia; QUE fez uma focinheira com a guia no clio
DRAGON e deitou com ele atrás do pelotão para acalmá-lo; QUE na sequencia o SD
FRANCO, atirador do pelotao, relatou que tinha sido alvejado em sua orelha; QUE o SD
YOSHIMURA, enfermeiro, fez um curativo na orelha do SD FRANCO; QUE o tiro que o
atingiu acertou também a argola de seu capacete, provocando ferimento no pescoço; QUE
logo após o CB MARTINS quando se virou para ver o SD FRANCO abriu uma fresta entre
os escudos e acabou sendo atingido em seu colete ballstico na altura do abdome; QUE na
·, sequencia os escudeiros começaram a relatar que estavam sentindo diversos disparos
acertando os escudos; QUE a precisão dos disparos chamou a atenção do depoente e dos
demais policiais militares, acreditando que foi utilizado uma carabina, em razao da disUincia;
QUE o escudo que o SD STEFA GNER portava foi atingido próximo a viseira do escudo;
QUE essa sequencia de tiros que acertaram o pelotão vinham tanto do capão quanto do
mo"o focalizado a esquerda; QUE o pelotão manteve uma formação em "L" para se
proteger tanto do capão quanto do mo"o; QUE no captlo o d8poente prnsenciou grande
movimentaçt§o de indfgenas e também a fumaça dos disparos; QUE acredita que o pelotao
foi alvo de tiros durante aproximadamente uma hora; QUE em raztlo dessa série de ataques
com arma de fogo o pelottlo recuou em direçBo a sede; QUE durante o recuo presenciou
uma fndia idosa que ficava xingando os policiais na frente enquanto outros indfgenas
permaneciam atrás fazendo uso de arma de fogo curta; QUE o depoente não sofreu
nenhuma lesao e percebeu inchaço no cllo DRAGON quando estava na sede".

Em atendimento ao ofício n° 2969/2013-SR/DPF/MS expedido à fi. 238


compareceu OSVALDO NOBREGA DOS SANTOS, repórter da TV MORENNREDE
GLOBO, componente da equipe de reportagem composta pelo cinegrafista OSNI
MIRANDA, o auxiliar JOS~ REINALDO e a repórter TATIANE QUEIROZ do portal G1
inquirido às fls. 420/422, respondeu que: '
"tentaram chegar até os policiais através do pasto localizado do outro lado da estrada· QUE
desistiram em razão da grande quantidade de tiros que ouviam naquele local". '
Mario ~a~,·~ Mac1 a .8. Nomotu
Dele do de . o1icla Federal
Matric a n"14.842
Chefe da Ca.' ~.~.PH'SFVDPF/MS
Fls.12

Em atendimento a intimação de fi. 552-verso, TATIANE KARINA ~""''"j;I'U.;;I''"'


DE QUEIROZ, repórter do portal G1, inquirida às fls. 554/556, respondeu que:
"de todos os indTgenas que estavam no local presenciou apenas um portando arma de fogo,
um revólver, que estava na cintura de um Tndlo jovem que caminhava no campo ao lado de
mais dois lndfgenas, entretanto nao o viu fazendo uso de tal arma".

111 -DA CONCLUSÃO

Posto isso, diante do teor das certidões, relatórios circunstanciados e


inquirições de oficial de justiça, policiais federais, policiais militares e repórteres, é estreme
de dúvidas que alguns dos membros da comunidade indfgena terena da aldeia Buriti no
dia 30 de maio de 2013 com o objetivo de resistir à ação policial que atendeu a ordem
judicial da Justiça Federal de desocupação da fazenda Buriti fizeram uso de arma de fogo
com munição letal especialmente em desfavor dos policiais federais e militares, atingido o
colete balístico do APF SENNA, os escudos ballsticos do 3° Pelotão da CIGCOE (v. g., Sd
STEFAGNER), o capacete e orelha do Sd. FRANCO, o colete balistico do Cb MARTINS, a
perneira do Sd DUARTE e o cão DRAGON.

Alguns índios que fizeram uso de arma de fogo foram identificados pelos
policiais federais e militares nas diversas filmagens realizadas pela CIGCOE, pela Policia
Federal e pelos próprios indfgenas. Agora a equipe de investigação trabalha com o intuito
de qualificá-los, tendo até o momento logrado êxito de identificar os indfgenas HANAITI·
GUERREIRO e LAUCIR MARQUES PEREIRA.

Por derradeiro, conforme anteriormente salientado, o IPL 240/2013-


SR/DPF/MS instaurado para apurar o incêndio, o óbito do indígena OZIEL GABRIEL, a
tentativa de homicídio do APF SENNA, do Sd. FRANCO e do Cb MARTINS além das
lesões corporais dos indfgenas LAUCIR MARQUES PEREIRA e JOAS REGINALDO,
vítimas de disparo de arma de fogo, e o TCO 29/2013-SR/DPF/MS instaurado para apurar
a prática da infração de menor potencial ofensivo de resistência pelos indígenas, ainda
encontram-se em andamento, caminhando para os seus desfechos.

Respeitosamente,

~~~-
MARIO PAULO MACHÀlXrLEMES BOTIANOMOTO
Delegado de Policia Federal ~~:~
1a Classe - Matr. n° 14.842 ~\\ta~~
Chefe da DELEMAPH/SR/DPF/MS~(.~~~\~~e~~~ ·•·"
f\ N'!:l \\W '?0'~ 6,\~. f(\"'i'>
\\:~\·~~'"~~\ ~·J~Il ~\ ~~(~?
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c~~\~~~
SRJDittS
FI:
Rub:

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MJ- DEPARTAMENTO DE POLICIA FEDERAL
SUPERINTENDI:NCIA REGIONAL NO MATO GROSSO DO SUL

DESPACHO DE INDICIAMENTO

1. Junte-se cópia autenticada do Memorando n° 4432/2013- SR/DPF/MS.

2. Junte-se o requerimento manuscrito e assinado por RUY MARQUES DE


OLIVEIRA (11 RUY SPOSATI 11 ), datado de 18/05/2013.

3. Junte-se os Termos de Declarações dos indfgenas JOEL AQUINO


XIMENES e DARIO PERALTA, prestadas em 28/05/2013, seguidos das cópias dos
respectivos documentos de identidade.

4. Junte-se os impressos da internet que fazem alusão às pessoas de


EDSON JOSÉ DE MORAES (ONG AZUL) e JOANA ORTIZ (CIMI).

5. Este inquérito policial foi instaurado por portaria em 20/05/2013 (fls.


02/03), com o escopo de apurar possfvel prática dos crimes de incitação ao crime (art.
286 do Código Penal) e de desobediência (art. 330 do Código Penal).

No dia 18/05/2013, o Delegado de Polícia Federal Alcfdio de Souza Araújo


acompanhava o Oficial de Justiça Federal Marcelo Mendes de Souza no cumprimento
de ordem judicial de reintegração de posse na Fazenda Buriti, em Sidrolãndia/MS.
Naquela ocasião, informações chegaram ao seu conhecimento no sentido de que os
indfgenas estavam sendo influenciados por integrantes do CIMI - Conselho Missionário
lndigenista a não cumprir a ordem judicial, ou seja, a não deixar a fazenda.

A ordem judicial efetivamente existia e estava vigorando na data de


18/05/2013, conforme cópia da decisão judicial de fls. 10/11 dos autos.

Nas fls. 12 a 19 consta uin relatório elaborado pelo Delegado de Polícia


Federal Alcfdio de Souza Araújo acerca das negociações realizadas nos dias 15 e
16/05/2013. Dito relatório descreve minuciosamente todos os fatos que ocorreram no
local da ocupação, com riqueza de detalhes, narra todo o contexto em que sucederam,
baseado no histórico de inteligência desta delegacia especializada (DELINST).

Como se depreende das provas documentais constantes nos autos, no dia


15/05/2013, o Juiz da 18 Vara Federal de Campo Grande/MS decidiu nos autos do
processo n° 0003407-80.2013.403.6000 determinar a reintegração de posse da
Fazenda Buriti com autorização expressa de uso de força policial, devido à
agressividade que os indfgenas da etnia Terena vinham demonstrando em situações
análogas (fls. 10/11 ).

Naquele mesmo dia 15/05/2013, equipe coordenada pelo Dr. Alcfdio se


deslocou até Sidrolãndia/MS para negociar pessoalmente com os indígenas a safda

J1
IPL N° 0215/2013
SERVIÇO PÚBLICO FEDERAL
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SUPERINTENDêNCIA REGIONAL NO MATO GROSSO DO SUL

pacifica da Fazenda Buriti, o que evitaria o uso da força e assim preservaria a


integridade ffsica tanto dos indlgenas quanto dos policiais envolvidos na operação.
Referida Autoridade Policial descreve a tensão que houvera se Instalado no local, bem
como a dificuldade em realizar a negociação, tanto é que pernoitou no local, tendo
retornado a Campo Grande/MS somente no dia seguinte. Como resultado, fora obtida
por parte dos indlgenas a promessa de que deixariam a Fazenda Buriti de forma
pacifica, porém, no prazo de 48 horas (no dia 18/05/2013).

Para a surpresa da autoridade policial e dos demais envolvidos nas


negociações, no dia 18/05/2013 os indfgenas voltaram atrás no acordo que haviam
feito, dizendo que não iriam cumprir ordem judicial alguma. Conforme descrito pelo
Delegado Alcldio, causou estranheza a atitude dos indfgenas que resolveram não
cumprir o prometido. Ouviu rumores de que os indígenas estavam sendo diretamente
influenciados por integrantes do Conselho lndigenista Missionário (CIMI) a não deixar a
Fazenda Buriti, ou seja, estavam sendo Incitados por membros do CIMI a não cumprir
a ordem judicial.

Já no local dos fatos e munido dessas informações, mesmo constatando a


agressividade dos indfgenas, o Delegado Alcfdio foi novamente dialogar com eles para
que dissessem a razão pela qual não estavam honrando o que houvera sido
combinado, e, ainda, incorrendo em crime, ao desobedecerem ordem judicial. Nesse
momento constatou a presença de um homem não indfgena infiltrado entre a
comunidade indigena, o qual poderia estar exercendo alguma Influência sobre os
indios.

Diante da situação, referida Autoridade Policial determinou que o cidadão


fosse identificado e revistado. Foi identificado como .. RUY SPOSATI11 (codinome
utilizado por RUY MARQUES DE OLIVEIRA), integrante do CIMI - Conselho
lndigenista Missionário e, ao ser revistado, constatou-se que carregava um notebook e
um gravador de bolso que restaram apreendidos (fls. 22).

O Delegado Alcfdio havia recebido informação de que o CIMI estaria


incitando os indlgenas a não cumprirem a ordem judicial. Esse fato configura é
tipificado como crime no art. 286 do Código Penal. Consequentemente, ao identificar
um membro do CIMI infiltrado entre os indfgenas, a Autoridade Policial agiu
imediatamente e, no estrito cumprimento de seu dever legal, em observância ao art. 6°,
11 e 111 do Código de Processo Penal, houve por bem apreender os objetos que
poderiam ter relação com o crime ou que pudessem servir para o esclarecimento do
fato e de suas circunstâncias.

Nas fls. 24-27 consta outro relatório circunstanciado, desta vez elaborado
pelo Delegado de Policia Federal Marcos André Araújo Damato, o qual coordenou a
equipe da Polícia Federal que esteve guardando o local (sede da fazenda) nos dias 17
e 18/05/2013. Narrou a violência e o verdadeiro terror instaurado pelos indígenas no

IPLN°0215/2013
.
1J
interior da Fazenda Buriti, onde inclusive ameaçaram colocar fogo na sede da fazenda

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Fls.:..·~~-1
Rub:

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SUPERINTENOI:NCIA REGIONAL NO MATO GROSSO DO SUL

enquanto os proprietários, funcionários e um menor de aproximadamente oito anos de


Idade ainda estavam.

Em 28/05/2013, foram tomadas as declarações de dois indígenas nesta


Superintendência (termos ora juntados). os quais revelam ações por parte de
membros do CIMI que extrapolam os objetivos oficiais daquela instituição ligada à
Confederação dos Bispos do Brasil (CNBB), instigando indigenas a invadirem
fazendas e a ameaçarem fazendeiros sob o pretexto de ..manifestações..
comemorativas.

Diante desse contexto, a autoridade policial então presidente deste


inquérito representou pela autorização judicial de realização de perícia técnica sobre
os equipamentos apreendidos (fls. 23), que teve parecer favorável do Ministério
Público Federal (fls. 28/29) e foi devidamente deferida pelo juizo da 58 Vara Federal de
Campo Grande/MS (fls. 31 ).

Uma vez requisitada a perlcia (fls. 36 e 38), foi elaborado o Laudo n°


1561/2013- SETEC/SRIDPF/MS (fls. 53-55) referente à perlcia do gravador de áudio
encontrado em poder de RUY SPOSATI. séndo que todos os arquivos de áudio nele
constantes foram extra(dos e gravados na mldia de fls. 56 para facilitar análise de seu
conteúdo.

Foi também elaborado o Laudo n° 185/2014 - SETEC/SRIDPF/MS (fls.


67-75) referente à perlcia do disco rlgido do notebook encontrado em poder de RUY
SPOSATI, sendo que todos os arquivos relevantes nele encontrados foram extraldos e
gravados nas mldias de fls. 76n7 para facilitar análise de seu conteúdo.

A partir da disponibilização dos arquivos mencionados nos dois itens


anteriores desse despacho, esse material foi encaminhado ao setor operacional desta
delegacia especializada para análise de seu conteúdo, o que resultou no Relatório
Circunstanciado n° 257/2015 (fls. 117 a 140).

Nesse novo relatório, ficou constatado nos arquivos de áudio degravados


que, durante a 1138 Grande Assembléia do Povo Terena11 , ocorrida na "Terra lndigena
Buriti" de 08 a 11/05/2013, a atuação do CIMI - Conselho lndigenista Missionário foi
decisiva e se deu no sentido de incentivar a invasão de terras, como no caso, a
Fazenda Buriti, a qual estava sob interdito proibitório por ordem da 18 Vara Federal de
Campo Grande/MS desde o dia 10/05/2013. Trata-se de forte evidência de que o CIMI
vem manipulando e incentivando os indlgenas a praticarem crimes, no exercício
arbitrário de suas próprias razões, desprezando as leis, o Poder Judiciário e as
autoridades públicas constituldas.

Dentre os que incentivavam o descumprimento da ordem judicial, foram


identificadas nas gravações de áudio as seguintes pessoas: FLAVIO VICENTE
MACHADO (Coordenador do CIMI-MS), EDSON JOSÉ (ONG AZUL). ANUNCIO
IPL N" 0215/2013 0.
(!J
L, ·
·... ..
~ ~
·.~. .
~
~
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MART[ MENDEZ (cidadão paraguaio que encontra-se desde 2003 na condição de


refugiado polftico no Brasil - e como tal deveria abster-se de participar de quaisquer
atividades politico-sociais), REBECA AZAMBUJA UJACOW (advogada representante
da Comissão Permanente de Assuntos Indígenas da OAB/MS) e JOANA ORTIZ (Irmã
Joana - Conselheira CIMI - MS).

Note-se que dita reunião contou com a presença de dois indígenas "Hderes"
de comunidades de outros Estados ("CACIQUE BABAU" e "NAILTON MUNIZ
PATAXÓ), conhecidos pelo ativismo em invasões de fazendas na Bahia, inclusive o
primeiro já foi preso e acusado de diversos crimes, um deles o assassinato de um
agricultor (fi. 122). Isso demonstra que o CIMI financia a visita desses mártires para
.- incentivar a agressividade e o exercício arbitrário das próprias razões das
comunidades, inclusive encorajando os ind!genas a se submeterem aos riscos da
violência.

Portanto, não há como dizer que os pronunciamentos dos membros do


CIMI, por mais que citem Deus e expressões teológicas, não estão evidentemente
carregados de potencial persuasivo e "legitimado~· de ações arbitrárias, cujos
desdobramentos acabaram por configurar condutas tipificadas como crimes, além de
consequências graves tais como a morte do ind!gena OZIEL GABRIEL.

Mas não só palavras que apontam para a estimulação da prática de crimes.


Para a surpresa, o Relatório Circunstanciado n° 257/2015 trouxe a constatação de que
na memória do notebook apreendido em poder de RUI SPOSATI foi encontrado vasto
material explicativo para a confecção de bombas caseiras, silenciadores para armas
de fogo, granadas, artefatos explosivos e armas artesanais(!).

Também foi encontrado no notebook apreendido o compêndio na língua


inglesa intitulado ''THE ANARCHIST COOKBOOK", cuja tradução corresponde a "O
LIVRO DE RECEITAS DO ANARQUISTA". Esse é um tratado de 360 (trezentos e
sessenta) folhas que descreve minuciosamente como falsificar dinheiro, fraudar
cartões de crédito, fazer bombas caseiras das mais diversas, produzir armas qufmicas,
bombas incendiárias, etc ..

É de se questionar o que o representante do CIMI (que se proclama uma


instituição ligada à evangelização indfgena) fazia no interior das terras indígenas, em
momento tenso e conflituoso, portando esse tipo de material, pretendendo se passar
desapercebido das autoridades.

Não devemos olvidar que, dias depois, durante a reintegração de posse da


Fazenda Buriti, foram apreendidas armas artesanais em poder dos indfgenas, e estes
lançaram artefatos explosivos na direção dos policiais, conforme consta no resumo do
episódio relativo ao cumprimento do mandado judicial de desocupação da Fazenda
Buriti em 30/05/2013, objeto do Memorando no 4432/2013 - IPL

J
0254/2013-4-SR/DPF/MS (ora juntado). Nessa mesma ação policial de reintegração,
IPLN'0215/2013

... ' .
.... .'"•,."""- ..
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os indigenas utilizaram técnicas comuns em guerrilha, como incendiar estradas e


pontes que davam acesso à fazenda, se dividir em pequenos grupos e lançar ataques
aos policiais alternadamente. Teriam sido essas atitudes dos indfgenas fonte de sua
mera criatividade e/ou costumes?

Por todo o exposto, há robustas evidências de que RUY MARQUES DE


OLIVEIRA ("RUY SPOSATI"), FLÁVIO VICENTE MACHADO, EDSON JOSÉ,
ANUNCIO MART[ MENDEZ, REBECA AZAMBUJA UJACOW e JOANA ORTIZ, em
associação, se introduziram entre os indfgenas de etnia Terena da denominada "Terra
Indígena Buriti" e os incitaram a praticar os mais diversos crimes, dentre os quais os de
resistência, desobediência às ordens judiciais (fls. 05-09 e 10-11), uso de armas
brancas, porte ilegal e disparo de armas de fogo, inclusive tentativas de homicfdios
contra policiais, cujo lamentável episódio do dia 30/05/2013 resultou na morte do
indfgena OZIEL GABRIEL.

Portanto, INDICIO as pessoas de RUY MARQUES DE OLIVEIRA ("RUY


SPOSATI"), FLÁVIO VICENTE MACHADO, EDSON JOSÉ DE MORAES, ANUNCIO
MARTf MENDEZ, REBECA AZAMBUJA UJACOW e JOANA ORTIZ pela prática dos
crimes previstos nos art. 286 e 288. ambos do Código Penal.

6. Intimem-se os indiciados para comparecer a esta Superintendência,


conforme pauta cartorária, a fim de serem devidamente qualificados e interrogados.

7. Intime-se RICARDO AUGUSTO BACHA para comparecer a esta


Superintendência, conforme pauta cartorária, a fim de prestar esclarecimentos.

8. Defiro o pedido de vista dos autos das fls. 146-147 e 151. Ao cartório
para digitalizar os autos e fornecer cópia ao requerente, inclusive dos arquivos
constantes das mfdias anexadas aos laudos.

9. Conclusos nas datas das audiências.

Campo Gra~de'}J5 dj~aio de 2015.

DANbQ~ LEMOS
Delegado de Polfcia Federal
Classe Especial, Matr. n°. 11.080

DATA

Aocs) 15 dia(s) do mês de maio de 2015, O ~stes autos, do


que, para constar, eu, RAPHAEL
COUTINHO GUIMARÃES, EscrivãO(a) de '",.........,"' Federal, 28 Classe,
Matr. n° 18.179, lavro este termo.
IPL N° 0215/2013
SR/DcÍF/MS
FI: OJ..
Rub:

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DESPACHO -IPL 0215/2013-4

(Retificação do Despacho de INDICIAMENTO das fls. 167-171)

1. Junte-se os AQis de EDSON JOSÉ DE MORAES e de FLAVIO


VICENTE MACHADO, seguidos .das respectivas peças de indiciamento, bem como
cópia dos termos de depoimento tomados nesta Superintendência em 05/07/2013 de
FLAVIO VICENTE MACHADO e em 28/06/2013 de REBECCA DAYANNA AMARILHA
·,
.....
ALBINO;

2. Houve um erro material ao se referir ao nome da pessoa de "REBECA.. ,


envolvida nos crimes ora apurados. Trata-se não da advogada da COPAI REBECA
AZAMBUJA UJACOW, e sim da servidora pública federal licenciada da FUNAI que
declarou fazer parte da COPAI (OAB/MS) de nome REBECCA DAYANNA AMARILHA
ALBINO.

Consoante o relatório das fls. 12 e seguintes, o Dr. Alcfdio de Souza Araújo


relatou que no dia 18/05/2013, durante missão de negociação junto aos indfgenas para
sarda pacifica da Fazenda Buriti, constatou que no local estava presente uma
servidora da FUNAI em licença médica que ali disse estar trabalhando como advogada
representando a COPAI. Tratava-se de REBECCA DAYANNA AMARllHA ALBINO,
ouvida dias após acerca do ocorrido e sua presença no local (termo de depoimento
referido no item 1 acima). Lembrando que naquele mesmo dia 18/05/2013, a referida
Autoridade Policial apreendeu no local o notebook e o gravador de RUY MARQUES
DE OLIVEIRA.

Portanto, passam a valer os seguintes parágrafos do despacho de


indicamento (fls. 167-171), retificados em destaque (underline):

"(... )

Dentre os que incentivavam o descumprimento da ordem judicial, foram


identificadas nas gravações de áudio as seguintes pessoas: FLÁVIO VICENTE
MACHADO (Coordenador do CIMI-MS), EDSON JOSÉ (ONG AZUL), ANUNCIO
MARTI MENDEZ (cidadão paraguaio que encontra-se desde 2003 na condição de
refugiado polftico no Brasil - e como tal deveria abster-se de participar de quaisquer
atividades polftico-sociais), .BE.afCA DAYANNA AMARILHA ALBINO (gue se disse
advogada representante da Comissão Permanente de Assuntos lndfgenas da
OAB/MS) e JOANA ORTIZ (Irmã Joana- Conselheira CIMI- MS).

(... )

-------
SRID!F/~S
FI: 0'
Rub:

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SUPERINTEND~NCIA REGIONAL NO MATO GROSSO DO SUL

Por todo o exposto, há robustas evidências de que RUY MARQUES DE


OLIVEIRA ("RUY SPOSATI"), FLÁVIO VICENTE MACHADO, EDSON JOSÉ,
ANUNCIO MARTI MENDEZ, REBECA DAYANNA AMARILHA ALBINO e JOANA
ORTIZ, em associação, se introduziram entre os indfgenas de etnia Terena da
denominada "Terra lndfgena Buriti" e os incitaram a praticar os mais diversos crimes,
dentre os quais os de resistência, desobediência às ordens judiciais (fls. 05-09 e
10-11), uso de armas brancas, porte ilegal e disparo de armas de fogo, inclusive
tentativas de homicfdios contra policiais, cujo lamentável episódio do dia 30/05/2013
resultou na morte do indfgena OZIEL GABRIEL.

Portanto, INDICIO as pessoas de RUY MARQUES DE OLIVEIRA ("RUY


SPOSATI"), FLÁVIO VICENTE MACHADO, EDSON JOSÉ DE MORAES, ANUNCIO
MARTI MENDEZ, REBECA PAYANNA AMARILHA ALBINO e JOANA ORTIZ pela
prática dos crimes previstos nos art. 286 e 288, ambos do Código Penal."

3. Conclusos nas datas das audiências para os interrogatórios faltantes.

Campo Grande/MS, 31 de julho de 2015.

DA~~ LEMOS
Delegado de Polrcia Federal
Classe Especial, Matr. nD.11.080

DATA

AO(a) 31 dia(s) do mês de julho de 201


que, para constar, eu,
COUTINHO GUIMARÃES, EscrivêO(a>
Matr. n° 18.179, lavro este termo.
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AUTO DE QUALIFICAÇÃO E INTERROGATÓRIO


DE: EDSON JOSE DE MORAES

Aots) 14 dia(s) do mês de julho de 2015, nesta SUPERINTEND~NCIA REGIONAL NO


MATO GROSSO DO SUL, em Campo Grande/MS, onde se encontrava o Delegado de
Policia Federal MARCELO ALEXANDRINO DE OLIVEIRA, 18 Classe- Mat. n° 16.370,
pelo mesmo foi determinado que se formalizasse a qualificação do indiciado, o qual
RESPONDEU:

NOME: EDSON JOSE DE MORAES


ALCUNHA:
NACIONALIDADE: Brasileira
ESTADO CIVIL: União Estável
PAI: Aquilino Vieira de Moraes Filho
MÃE: Abadia Souza de Moraes
DATA DE NASCIMENTO: 04/04/1971
NATURALIDADE: Campo Grande/MS
PROFISSÃO: Desenhista
INSTRUÇÃO: Terceiro Grau Incompleto
DOCUMENTO DE IDENTIDADE: 1076425- SSP/MS
CPF: 14903941841
RESID~NCIA: Rua Figueira, 128 -Coophatrabalho - Campo Grande - MS - CEP
79115130- FONE 67 99492008
Incidência Penal: Arts. 286 ·e 288 do CP
Cientificado das imputações que lhe são feitas e de seus direitos constitucionais,
inclusive o de permanecer calado, interrogado, RESPONDEU: QUE, foi presidente da
ONG AZUL de 2011 até 2014, sendo que a ONG AZUL é uma organização não
governamental que balha em prol dos direitos humanos, e na época era a gestora

IPL N° 0215/2013-4 ...


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SUPERINTEND~NCIA REGIONAL NO MATO GROSSO DO SUL

dos recursos do PROVITA no Mato Grosso do Sul; QUE como presidente dessa
instituição de defesa dos direitos humanos, e, gostaria de ressaltar que sempre foi um
defensor dos direitos humanos, mesmo antes de presidir a ONG AZUL; QUE como
defensor dos direitos humanos, tem contato com outras entidades civis que tratam de
questões humanitárias, inclusive em relação a indígenas; QUE na época dos fatos
investigados neste inquérito policial, foi convidado por membros de movimentos
sociais, como CIMI, OAB, dentre outros, a comparecer ao local da retomada (Terra
Indígena Buriti), e foi apenas para prestar solidariedade aos indígenas; QUE não sabia
de maiores detalhes sobre os fatos que haviam ocorrido anteriormente ao dia
18/05/2015, quando foi até o referido local e falou as palavras que encontram-se
transcritas em fls. 119; QUE como pode se depreender de sua fala, em nenhum
momento está incentivando quem quer que seja a cometer crime, nem tampouco a
deixar de cumprir ordem judicial; QUE inclusive falou apenas duas ou três frases,
dizendo apenas que "apoiava a luta dos indlgenas para o que desse e viesse"; QUE de
fato, apoia a causa indígena, nos seus direitos de justiça, porém não apeia o
descumprimento de ordens judiciais; QUE nesse dia, ao menos na hora que chegou no
local Oá na parte da tarde) achou o clima tranquilo e pacífico; QUE devido a todo o
exposto, não acha justo o seu indiciamento, e requer à Autoridade Policial que
recor:tsidere, já que sua fala não configura incitação à prática de nenhum crime; QUE
gostaria de deixar claro que não pertence e nunca pertenceu ao CIMI e não estava
envolvido no processo de retomada de terras que estava ocorrendo por parte dos
indígenas, sendo que foi até o local para prestar solidariedade aos indígenas, e, foi a
convite de diversas instituições que trabalham com questões sociais; QUE conhece
ANUNCIO MARTI apenas de movimentos sociais, e sabe de sua condição de
refugiado político; QUE conhece RUY SPOSATI de movimentos sociais, e apenas
superficialmente, não possuindo amizade com o mesmo; QUE não poderia nem
imaginar o que havia gravado no notebook de RUY SPOSATI; QUE, nunca foi preso<a>
ou processadO(a) anteriormente. Nada mais disse nem lhe foi perguntado. Foi então
advertidoca> da ob de comunicação de eventuais mudanças de endereço,

IPL N° 0215/2013-4
\ ~ fls.2/3
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em face das prescrições dos artigos 366 e 367 do CPP. Nada mais havendo,
determinou a autoridade o encerramento do presente que, lido e achado conforme,
assina com o interrogado, as testemunhas de leitura e comigo MILENA FERREIRA
LIMA, Escrivã de Polfcia F ral, 18 Classe- Mat. .42 , que o lavrei.

AUTORIDADE

ESCRIVÂO<Al

IPL N° 0215/2013-4 fls. 3/3


SR/tJMS
FI:
Rub:

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SUPERINTEND~NCIA REGIONAL NO MATO GROSSO DO SUL

AUTO DE QUALIFICAÇÃO E INTERROGATÓRIO


DE: FLAVIO VICENTE MACHADO

AO(s) 14 dia(s) do mês de julho de 2015, nesta SUPERINTENDÊNCIA REGIONAL NO


MATO GROSSO DO SUL, em Campo Grande/MS, onde se encontrava o Delegado de
Polícia Federal MARCELO ALEXANDRINO DE OLIVEIRA, 18 Classe- Mat. n° 16.370,
pelo mesmo foi determinado que se formalizasse a qualificação do indiciado, o qual
RESPONDEU:

NOME: FLAVIO VICENTE MACHADO


ALCUNHA:
NACIONALIDADE: Brasileira
ESTADO CIVIL: Casado(a)
PAI: Mauro Vicente Machado
MÃE: Leticia de Fatima Quirino Machado
DATA DE NASCIMENTO: 14/01/1982
NATURALIDADE: Americana/SP
PROFISSÃO: Filósofo
'-·'
INSTRUÇÃO: Terceiro Grau Completo
DOCUMENTO DE IDENTIDADE: 411420409- SSP/SP
CPF: 30590535889
RESID~NCIA: Av Afonso Pena - 1557, bloco B, apto 208- Centro- Campo Grande-
MS- CEP 79002070- FONE 67 33845551
Incidência Penal: Art. 286 e 288 do CP
Cientificado das imputações que lhe são feitas e de seus direitos constitucionais,
inclusive o de permanecer calado, interrogado, RESPONDEU: QUE o advogado
ANDERSON DE SOUZA SANTOS, OAB n° 17.315, que acompanha o interrogando
nesse ato solicitou que ficasse consignado que ainda não tinha conh~cimento do

IPLN'021&2013 • ~--: ~ Ir
SRIDPF/MS
FI: __2_15_
Rub:

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conteúdo dos autos a partir de fls. 167; QUE faz parte da Coordenação Regional do
CIMI- Conselho lndigenista Missionário no Estado de Mato Grosso do Sul desde o ano
de 201 O; QUE recorda-se que esteve na 38 Grande Assembléia do Povo terena, que
ocorreu entre os dias 08 e 11/05/2013, ocorrida na Terra lndfgena Buriti; QUE não se
recorda exatamente em quais dias do evento esteve presente; QUE não se recorda se
EDSON JOSÉ DE MORAES, ANUNCIO MARTf MENDEZ, REBECA AZAMBUJA
UJACOW e JOANA ORTIZ estavam presentes no evento, porém, RUY MARQUES DE
OLIVEIRA estava presente; QUE a participação do CIMI nesse tipo de evento é de
divulgação, e apoio; QUE o CIMI às vezes colabçra com questões emergenciais,
porém, na maior parte das vezes não financia esses eventos, que normalmente são
financiados com recursos de órgãos como FUNAI, ou pelos próprios indígenas que se
articulam; QUE o CIMI não recebe recursos públicos de nenhuma espécie; QUE o
objetivo do CIMI na questão indígena passa por várias vertentes: evangelização,
caridade, formação política, dentre outras; QUE o CIMI não orienta os indígenas a
deixarem de cumprir a lei, e não os incentiva a descumprirem ordens judiciais; QUE
apesar disso, reconhece que quando discursou para os indígenas (fls. 119), ao dar os
parabéns aos mesmos, foi com o intuito de demonstrar solidariedade e pois estava
envolvido com a questão humana da comunidade; QUE em relação a ANUNCIO
MARTI, o mesmo já foi jornalista do CIMI, mas, no dia das gravações de áudio,
ANUNCIO não estava no local como representante do CIMI, e sim da CPT- Comissão
Pastoral da Terra, bem como haviam outros membros de outras entidades no local;
QUE em relação a RUY SPOSATI, o mesmo era jornalista do CIMI na época dos fatos;
QUE em relação ao conteúdo que havia gravado no notebook de RUY SPOSATI, tem
a dizer que não tinha conhecimento desse tipo de material, haja vista que o notebook
era de uso pessoal de RUY; QUE além disso, RUY SPOSATI não era MEMBRO do
CIMI, era apenas contratado como jornalista; QUE os Membros do CIMI são
missionários, podendo ser leigos, freiras, padres ou bispos, referendados em
cerimônia religiosa; QUE deixa claro que o discurso que fez aos indígenas (fls. 119)
deu-se no dia 18/05/2013, após a retirada do fazendeiro da sede da faze da, que saiu

IPL N° 0215/2013
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escoltado por equipe da Policia Federal, ou seja, os discursos gravados no gravador


apreendido com RUY SPOSATI não se deram durante a Grande Assembléia do Povo
Terena; QUE, nunca foi presO(a)OU processadO(alanteriormente. Nada mais disse nem
lhe foi perguntado. Foi então advertido da obrigatoriedade de comunicação de
eventuais mudanças de endereço, em face das prescrições dos artigos 366 e 367 do
CPP. Nada mais havendo, determinou a autoridade o encerramento do presente que,
lido e achado conforme, assina com o interrogado, na presença de seu advogado
r ANDERSON DE SOUZA SANTOS, inscrito na OAB/MS sob no 17315, com escritório
\._/
na Avenida Afonso Pena, 1557, Bloco B, apto 208, bairro Centro, Campo Grande/MS,
comercial(67) 33845558, celular(67) 96559865, as testemunhas de leitura e comigo
MILENA FERREIRA LIMA, Es Classe- Mat. n° 16.427, que
o lavrei.

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AUTORIDADE
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INTERROGADO(A> .....
ADVOGADO(A)

18 TESTEMUNHA

28 TESTEMUNHA

ESCRIVÁO<Al

IPL N° 0215/2013 fls. 3/3


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Rub:

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AUTO DE QUALIFICAÇÃO E INTERROGATÓRIO


DE: REBECCA DAYANNA AMARILHA ALBINO

Aos 04 dias do mês de agosto de 2015, nesta SUPERINTEND~NCIA REGIONAL NO MATO


GROSSO DO SUL, em Campo Grande/MS, onde se encontrava o Delegado de Polícia Federal
MARCELO ALEXANDRINO DE OLIVEIRA, primeira classe- Mat. n° 16.370, pelo mesmo foi
determinado que se formalizasse a qualificação da indiciada, a qual RESPONDEU:

NOME: REBECCA DAYANNA AMARILHA ALBINO


NACIONALIDADE: Brasileira
ESTADO CIVIL: Solteira
PAI: Jaime Luiz Albino
MÃE: Enir Amarilha
DATA DE NASCIMENTO: 07/09/1987
NATURALIDADE: Campo Grande/MS
PROFISSÃO: Servidora Público Federal
INSTRUÇÃO: Terceiro Grau Completo
DOCUMENTO DE IDENTIDADE: 001227833- SSP/MS
CPF: 019.832.711-01
: RESIDÊNCIA: Rua Orpheu Sais, 421- Amambaí- Campo Grande/MS
• J

CEP 79.005-440- FONE: 67 8109-7881


ENDEREÇO COMERCIAL: FUNAI - Campo Grande/MS

Cientificada das imputações que lhe são feitas e de seus direitos constitucionais, inclusive o de
permanecer calada, interrogada, RESPONDEU: QUE é servidora da FUNAI desde 2010, tendo
entrado no órgão através de concurso público para o cargo de lndigenista Especializado; QUE
antes de entrar na FUNAI, já era envolvida na questão indfgena, devido a ter realizado estágio
em instituições públicas, como a AGU - Advocacia Geral da União, que tinha setor onde se
tratava da questão indfgena, onde a interroganda ficou lotada; QUE se não se engana, no
início de 2012, foi convidada a fazer parte COPAI - Comissão Permanente de Assuntos
Indígenas da OAB; QUE porém, não cheg erviços pela COPA!, e n~o viu

IPL N° 0215/2013
• .
-
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esta comissão da OAB verdadeiramente atuante na questão Indígena, sendo que atuam mais
em estudos, e menos em ações efetivas; QUE apesar disso, no dia 18/05/2013, estava
11
licenciada da FUNAI devido a estar com depressão, porém, recebeu via 'WhatsApp uma
mensagem da Ora. SÂMIA BARBIERI, Presidente da COPAI, solicitando que algum dos
membros da comissão que tivesse disponibilidade se encontrasse com membros do CIMI -
Conselho Missionário lndigenista, na própria sede do CIMI, em frente à lanchonete GUGU
LANCHES, esquina da Avenida Afonso Pena, para ir até a Fazenda Buriti junto aos membros
do CIMI, pois estaria na iminência de ocorrer uma reintegração de posse; QUE a interroganda
se disponibilizou a ir, e encontrou com -os membros do CIMI no local anteriormente
mencionado; QUE foi para a Fazenda Buriti no carro dos membros do CIMI, e nesse carro
estavam FLÁVIO VICENTE MACHADO, RUY SPOSATI e mais duas freiras que não se
recorda o nome; QUE chegaram na Fazenda Buriti aproximadamente ao meio-dia, e os
ind!genas estavam em torno da sede da referida fazenda; QUE não conhecia os indlgenas
daquela região, posto que na FUNAI só havia trabalhado junto aos indlgenas guarani da região
sul do estado; QUE notou que FLAVIO e RUY já conheciam os indigenas da região, pois os
cumprimentaram; QUE então, notou que já haviam outras pessoas ligadas a movimentos de
direitos humanos e outras Instituições no local, como o representante da ONG AZUL; QUE os
membros do CIMI conheciam essas pessoas, mas a declarante não as conhecia, e não sabe
citar seus nomes; QUE então começaram os discursos para os indlgenas que estavam em
volta da sede da fazenda; QUE os lndfgenas haviam resistido o ordem de reintegração de
posse da fazenda dada pela Justiça, e estavam preocupados, querendo saber quais seriam os
próximos passos; QUE então começaram os discursos: primeiro FLÁVIO, depois outros que
não se recorda, e, se recorda que também realizou discurso para os indfgenas nessa data;
QUE não se recorda exatamente do que disse no discurso; QUE confirma que as palavras
constantes da degravação que nesse momento lhe é apresentada, e está em fls. 120, foram
realmente proferidas pela interroganda; QUE não conhece e nunca tinha visto MARTI antes;
QUE também nunca tinha visto FLÁVIO e nem RUY, ambos do CIMI, e foi o primeiro e último
contato que teve com os mesmos; QUE realmente os discursos eram no sentido de
parabenizar os indfgenas por sua resistência, e apoiá-los em sua luta; QUE nesse mesmo dia,
mais tarde, e após os discursos, houve nova tentativa de negociação para que os indígenas se
retirassem voluntariamente e sem violência da fazenda, realizada pela Policia Federal, se não

;L :~:,:::iLCIDIO; QU: uma v~~ fiação:;eve êxilo; Q~~


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nesse momento que foi apreendido o notebook e o gravador de RUY SPOSATI, pois a
interroganda assistiu essa apreensão; QUE não participa e nunca participou do CIMI -
Conselho Missionário lndigenista, inclusive, como servidora da FUNAI teve conhecimento de
vários comentários negativos acerca do CIMI, como por exemplo que os mesmos patrocinam
invasões, e financiam a produção de retomadas, fomentando invasões, e talvez até
provocando o enfrentamento de indigenas com autoridades, o que a interroganda é
completamente contra: QUE o CIMI tem dinheiro para isso, tanto é que consegue transporte
para os indígenas de todas as partes do estado de Mato Grosso do Sul irem participar de
retomadas, que às vezes acabam sendo desastrosas; QUE além disso, não concorda com o
fato do CIMI agir sempre "nas sombras", ou seja, deixando seus membros no anonimato. Nada
mais disse nem lhe foi perguntado. Foi então advertida da obrigatoriedade de comunicação de
eventuais mudanças de endereço, em face das prescrições dos artigos 366 e 367 do CPP.
havendo, determinou a autoridade o encerramento do presente que, lido e achado
sina com a interrogada, as testemunhas ao final declaradas e comigo
---~t~9H--- RAPHAEL COUTINHO GUIMARÃES, Escrivão de Polícia Federal, 2
1

Classe

AUTORIDADE

t
'·-

11 TESTEMUNHA

28 TESTEMUNHA

IPL N° 0215/2013 fls. 3/3


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DE: JOANA APARECIDA ORTIZ

AocsJ05 dia(s) do mês de agosto de 2015, nesta SUPERINTEND~NCIA REGIONAL NO


MATO GROSSO DO SUL, em Campo Grande/MS, onde se encontrava o Delegado de
Polícia Federal MARCELO ALEXANDRINO DE OLIVEIRA, 18 Classe- Mat. n° 16.370,
pelo mesmo foi determinado que se formalizasse a qualificação do indiciado, o qual
\. ,·
RESPONDEU:

NOME: JOANA APARECIDA ORTIZ


ALCUNHA:
NACIONALIDADE: Brasileira
ESTADO CIVIL: Solteiro(a)
PAI: Nelson Ortiz
MÃE: Eliza Ortiz
DATA DE NASCIMENTO: 06/11/1967
NATURALIDADE: Aquidauana/MS
PROFISSÃO: Religiosa
.....
INSTRUÇÃO: Pós-Graduado
DOCUMENTO DE IDENTIDADE: 512060- SSP/MS
TITULO DE ELEITOR: Zona: Seção:
CPF: 50050338153
RESIDÊNCIA: Rua Heitor Vieira de Almeida - 645 -Jardim Aeroporto - Campo Grande
- MS - CEP 79106053 - FONE 67 33632685
Incidência Penal: Arts. 286 e 288 do Código Penal
Cientificada das imputações que lhe são feitas e de seus direitos constitucionais,
inclusive o de permanecer calada, interrogada, RESPONDEU: não quer declarar
absolutamente nada, e nem quer responder a nenhuma pergunta, se negando a

IPL N° 0215/2013 fls. 1/2

~
SR/DPF/MS
FI:~
Rub:

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colaborar com as investigações policiais, e reservando-se ao direito de ficar calada;


QUE, nunca foi presa ou processada anteriormente. Nada mais disse nem lhe foi
perguntado. Foi então advertido<a> da obrigatoriedade de comunicação de eventuais
mudanças de endereço, em face das prescrições dos artigos 366 e 367 do CPP. Nada
mais havendo, determinou a autoridade o encerramento do presente que, lido e
achado conforme, assina com a interrogada, na presença de seu advogado
ANDERSON DE SOUZA SANTOS, inscrito na OAB/MS sob no 17315, com escritório
na Avenida Afonso Pena, 1557, Bloco B, apto 208, bairro Centro, Campo Grande/MS,
\. __ ,
comercial(67) 33845558, celular(67) 96559865, as testemunhas de leitura e e comigo
MILENA FERREIRA LIMA, Es rivão<a>de Polfcia Federal, 1a Classe- Mat. n° 16.427,
que o lavrei.

AUTORIDADE

·...._

28 TESTEMUNHA

ESCRIVÂO(Ã)

IPL N° 0215/2013 fls. 2/2


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AUTO DE QUALIFICAÇÃO E INTERROGATÓRIO


DE: ANUNCIO MARTI MENDEZ

Ao<s>06 dia(s) do mês de agosto de 2015, nesta SUPERINTENDÊNCIA REGIONAL NO


MATO GROSSO DO SUL, em Campo Grande/MS, onde se encontrava o Delegado de
Polícia Federal MARCELO ALEXANDRINO DE OLIVEIRA, 18 Classe- Mat. n° 16.370,
J • pelo mesmo foi determinado que se formalizasse a qualificação do indiciado, o qual
RESPONDEU:

NOME: ANUNCIO MARTI MENDEZ


ALCUNHA:
NACIONALIDADE: paraguaia
ESTADO CIVIL: União Estável
PAI: Silvio Marti
MÃE: Elena Mendez
DATA DE NASCIMENTO: 25/03/1962
NATURALIDADE:
PROFISSÃO: Comunicação Social
'\,. - INSTRUÇÃO: Terceiro Grau Incompleto
DOCUMENTO DE IDENTIDADE: V3831672- CGPI/DIREX/DPF
CPF: 01067104941
RESIDÊNCIA: Rua Nicolau Frageli - 71 - Bairro Amambaí ~ Campo Grande - MS - CEP
Incidência Penal: Arts. 286 e 288 do Código Penal
Cientificado das imputações que lhe são feitas e de seus direitos constitucionais,
inclusive o de permanecer calado, interrogado, RESPONDEU: QUE, é cidadão
paraguaio, porém, encontra-se no Brasil na condição de refugiado político desde 2003,
devido a ter sido vitima do crime de lesa humanidade pela sua atuação na área da
defesa de Direitos Humanos; QUE no momento, trabalha com questões ligadas aos

IPL N° 0215/2013 fls. 1/3


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direitos humanos, na CPT- Comissão Pastoral da Terra; QUE já trabalhou no CIMI-


Conselho Missionário lndigenista, de 2008 a 2009, quando o Coordenador era EGON
HECK; QUE em relação aos fatos investigados neste inquérito policial, tem a dizer que
os organismos e instituições que trabalham na defesa dos direitos humanos se
comunicam entre si, portanto, quando há um local conflituoso, onde comunidades
vulneráveis estão na iminência de sofrer alguma violência, essa espécie de grupo
solidário de organizações que protegem os direitos humanos, conversam entre si, e se
unem para evitar que comunidades vulneráveis sofram violência; QUE no caso em
tela, não se recorda exatamente quem o chamou para ir na Fazenda Buriti no dia
18/05/2013, entretanto, recorda-se que ficou sabendo da iminência da reintegração
através do seu trabalho na CPT e pelos meios de comunicação; QUE todos estavam
muito preocupados que os indígenas sofressem violência, inclusive o CIMI; QUE então
houve uma mobilização para que todos que pudessem fossem para o local de conflito,
para agirem como observadores, ou testemunhas; QUE conhece FLÁVIO VICENTE
MACHADO e seu relacionamento com o mesmo é de amizade; QUE conhece RUY
SPOSATI, mas apenas de cumprimentá-lo em determinadas ocasiões, não tendo
amizade com o mesmo; QUE conhece Irmã JOANA, do CIMI, também nutrindo
amizade pela mesma; QUE no dia dos fatos, quando o interrogando chegou na área
invadida pelos indfgenas, a situação estava tranquila, e não estava tendo nenhum
conflito, sendo que no local haviam apenas indfgenas e outros representantes de
organizações ligadas à defesa de direitos indfgenas e de direitos humanos; QUE em
seu modo de entender as coisas, sua fala que encontra-se degravada em fls. 119, não
é um discurso, e sim uma saudação, ou cumprimento que dedicou aos indfgenas; QUE
sua intenção ao realizar essa saudação foi de falar sobre o local onde trabalha (CPT),
que dá apoio à causa indfgena também, além de levar uma mensagem de esperança e
paz aos indlgenas que viviam aquele momento; QUE não concorda que tenha de
algum modo incentivado os indígenas a praticarem qualquer dellto; QUE manifesta sua
vontade de permanecer no Brasil, posto que já se considera cidadão brasileiro, devido
a todos os anos em que aqui vive, sendo inclusive pai de dois filhos brasileiros. Nada

•IPL N'll215120131~ fls. 2/3


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mais disse nem lhe foi perguntado. Foi então advertidO(a) da obrigatoriedade de
comunicação de eventuais mudanças de endereço, em face das prescrições dos
artigos 366 e 367 do CPP. Nada mais havendo, determinou a autoridade o
encerramento do presente que, lido e achado conforme, assina com O(a) interrogadO(a)
na presença de seu(sua, s) advogado(a, s) MARIO MORANDI, inscrito na OAB/MS sob
n" 6365, com escritório na Rua da Ilha, n° 855, bairro Coophavila 11, Campo
Grande/MS, comercial(67) 33738043, celular(67) 92412179, as testemunhas de leitura
e e comigo MILENA FERREIRA LIMA, Esc( -O(a)de Polícia Federal, 1a Classe- Mat.
n° 16.427, que o lavrei.

'
AUTORIDADE

ADVOGADO(A)

1a TESTEMUNHA

:.~rgadl) Vasconcelos
2a TESTEMUNHA Eslagiãria
~tricuta: 9900254

ESCRIVÃO(Ãl

IPL N° 0215/2013 fls. 3/3


SRID~J;JMS
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Rub:

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RELATÓRIO

INQUÉRITO POLICIAL N° 0215/2013-4-SR/DPF/MS


DATA DO INICIO: 20/05/2013- DATA DO TÉRMINO: 21/09/2015
INDICIADOS: RUY MARQUES DE OLIVEIRA ("RUY SPOSATI"),
FLÁVIO VICENTE MACHADO,
EDSON JOSÉ DE MORAES,
ANUNCIO MARTÍ MENDEZ,
REBECCA DAV ANNA AMARILHA ALBINO, e
JOANA ORTIZ (qualificados às fls. 204 e seguintes)
INCID!:NCIA PENAL: artigos 286 e 330 do Código Penal Brasileiro.

Este inquérito policial foi instaurado por portaria em 20/05/2013 (fls. 02/03)
com o escopo de apurar possfvel prática dos crimes de incitação ao crime (art. 286 do
Código Penal) e de desobediência (art. 330 do Código Penal).

No dia 18/05/2013, o Delegado de Polfcia Federal Alcldio de Souza Araújo


acompanhava o Oficial de Justiça Federal Marcelo Mendes de Souza no cumprimento
de ordem judicial de reintegração de posse na Fazenda Buriti, em Sidrolãndia/MS.
Naquela ocasião, informações chegaram ao seu conhecil'!lento no sentido de que os
indfgenas estavam sendo influenciados por integrantes do CIMI- Conselho Missionário
lndigenista a não cumprir a ordem judicial, ou seja, a não deixar a fazenda.

A ordem judicial efetivamente existia e estava vigorando na data de


18/05/2013, conforme cópia da decisão judicial de fls. 10/11 dos autos.

Nas fls. 12 a 19 consta um relatório elaborado pelo Delegado de Policia


Federal Alcfdio de Souza Araújo acerca das negociações realizadas nos dias 15 e
16/05/2013. Dito relatório descreve minuciosamente todos os fatos que ocorreram no
local da ocupação, com riqueza de detalhes, narra todo o contexto em que sucederam,
baseado no histórico de inteligência desta delegacia especializada (DELINST).

IPL N' 021512013 ~ fls. 1/7


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Como se depreende das provas documentais constantes nos autos, no dia


15/05/2013, o Juiz da 1a Vara Federal de Campo Grande/MS decidiu nos autos do
processo n° 0003407-80.2013.403.6000 determinar a reintegração de posse da
Fazenda Burltl com autorização expressa de uso de força policial, devido à
agressividade que os indígenas da etnia Terena vinham demonstrando em situações
análogas (fls. 10/11 ).

Naquele mesmo dia 15/05/2013, equipe coordenada pelo Dr. Alcldio se


deslocou até Sidrolândia/MS para negociar pessoalmente com os indígenas a salda
pacifica da Fazenda Buriti, o que evitaria o uso da força e assim preservaria a
integridade ffsica tanto dos indígenas quanto dos policiais envolvidos na operação.
Referida Autoridade Policial descreve a tensão que houvera se instalado no local, bem
como a dificuldade em realizar a negociação, tanto é que pernoitou no local, tendo
retornado a Campo Grande/MS somente no dia seguinte. Como resultado, fora obtida
por parte dos lndfgenas a promessa de que deixariam a Fazenda Buriti de forma
pacifica, porém, no prazo de 48 horas (no dia 18/05/2013).

Para a surpresa da autoridade policial e dos demais envolvidos nas


negociações, no dia 18/05/2013 os indígenas voltaram atrás no acordo que haviam
feito, dizendo que não iriam cumprir ordem judicial alguma. Conforme descrito pelo
Delegado Alcldio, causou estranheza a atitude dos indígenas que resolveram não
cumprir o prometido. Ouviu rumores de que os indígenas estavam sendo diretamente
influenciados por integrantes do Conselho lndigenista Missionário (CIMI) a não deixar a
Fazenda Buriti, ou seja, estavam sendo incitados por membros do CIMI a não cumprir
a ordem judicial.

Já no local dos fatos e munido dessas informações, mesmo constatando a


agressividade dos indígenas, o Delegado Alcidio foi novamente dialogar com eles para
que dissessem a razão pela qual não estavam honrando o que houvera sido
combinado, e, ainda, incorrendo em crime, ao desobedecerem ordem judicial. Nesse
momento constatou a presença de um homem não indígena infiltrado entre a
comunidade indígena, o qual poderia estar exercendo alguma influência sobre os
índios.

Diante da situação, referida Autoridade Policial determinou que o cidadão


fosse identificado e revistado. Foi identificado como "RUY SPOSATI" (codinome
utilizado por RUY MARQUES DE OLIVEIRA), integrante do CIMI - Conselho
lndigenista Missionário e, ao ser revistado, constatou-se que carregava um notebook e
um gravador de bolso que restaram apreendidos (fls. 22).
IPL N° 0215/2013 fls. 2/7
SRID.Pf/MS
Fl:m_
Rub:

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O Delegado Alcldio havia recebido informação de que o CIMI estaria


incitando os indígenas a não cumprirem a ordem judicial. Esse fato configura é
tipificado como crime no art. 286 do Código Penal. Consequentemente, ao identificar
um membro do CIMI infiltrado entre os indigenas, a Autoridade Policial agiu
imediatamente e, no estrito cumprimento de seu dever legal, em observância ao art. 6°,
11 e 111 do Código de Processo Penal, houve por bem apreender os objetos que
poderiam ter relação com o crime ou que pudessem servir para o esclarecimento do
fato e de suas circunstâncias.

Nas fls. 24-27 consta outro relatório circunstanciado, desta vez elaborado
pelo Delegado de Polícia Federal Marcos André Araújo Damato, o qual coordenou a
equipe da PoHcia Federal que esteve guardando o local (sede da fazenda) nos dias 17
e 18/05/2013. Narrou a violência e o verdadeiro terror instaurado pelos indfgenas no
interior da Fazenda Buriti, onde inclusive ameaçaram colocar fogo na sede da fazenda
enquanto os proprietários, funcionários e um menor de aproximadamente oito anos de
idade ainda estavam.

Em 28/05/2013, foram tomadas as declarações de dois indígenas nesta


Superintendência (fls. 185-190), os quais revelam ações por parte de membros do
CIMI que extrapolam os objetivos oficiais daquela instituição ligada à Confederação
dos Bispos do Brasil (CNBB), instigando indfgenas a invadirem fazendas e a
ameaçarem fazendeiros sob o pretexto de "manifestações" comemorativas.

Diante desse contexto, a autoridade policial então presidente deste


inquérito representou pela autorização judicial de realização de perícia técnica sobre
os equipamentos apreendidos (fls. 23), pedido este que teve parecer favorável do
Ministério Público Federal (fls. 28/29) e foi devidamente deferido pelo juizo da 58 Vara
Federal de Campo Grande/MS (fls. 31).

Uma vez requisitada a perícia (fls. 36 e 38), foi elaborado o Laudo n°


1561/2013- SETEC/SRIDPF/MS (fls. 53-55) referente à perfcia do gravador de áudio
encontrado em poder de RUY SPOSATI, sendo que todos os arquivos de áudio nele
constantes foram extrafdos e gravados na mldia de fls. 56 para facilitar análise de seu
conteúdo.

Foi também elaborado o Laudo n° 185/2014 - SETEC/SRIDPF/MS (fls.


67-75) referente à perfcia do disco rígido do notebook encontrado em poder de RUY
SPOSATI, sendo que todos os arquivos relevantes nele encontrados foram extrafdos e
gravados nas mldias de fls. 76/77 para facilitar análise de seu conteúdoJ

IPL N° 021512013 fls. 3/7


SR/DPf/MS
FI'·:l.U.
--
Rub:

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A partir da disponibilização dos arquivos mencionados nos dois itens


anteriores desse despacho, esse material foi encaminhado ao setor operacional desta
delegacia especializada para análise de seu conteúdo, o que resultou no Relatório
Circunstanciado n° 257/2015 (fls. 117 a 140).

Nesse novo relatório, ficou constatado nos arquivos de áudio degravados


que, durante a "3 8 Grande Assembléia do Povo Terena", ocorrida na ''Terra Indlgena
Buriti" de 08 a 11/05/2013, a atuação do CIMI - Conselho lndigenista Missionário foi
decisiva e se deu no sentido de incentivar a invasão de terras, como no caso, a
Fazenda Buriti, a qual estava sob interdito proibitório por ordem da 1a Vara Federal de
Campo Grande/MS desde o dia 10/05/2013. Trata-se de forte evidência de que o CIMI
vem manipulando e incentivando os indlgenas a praticarem crimes, no exerclcio
arbitrário de suas próprias razões, desprezando as leis, o Poder Judiciário e as
autoridades públicas constituidas.

Consoante o relatório das fls. 12 e seguintes, o Dr. Alcfdio de Souza Araújo


relatou que no dia 18/05/2013, durante missão de negociação junto aos indlgenas para
salda pacifica da Fazenda Buriti, constatou que no local estava presente uma
servidora da FUNAI em licença médica que ali disse estar trabalhando como advogada
representando a COPAI. Tratava-se de REBECCA DAYANNA AMARILHA ALBINO,
ouvida dias após acerca do ocorrido e sua presença no local (termo de depoimento
das fls. 226-230). Lembrando que naquele mesmo dia 18/05/2013, a referida
Autoridade Policial apreendeu no local o notebook e o gravador de RUY MARQUES
DE OLIVEIRA.

Dentre os que incentivavam o descumprimento da ordem judicial, foram


identificadas nas gravações de áudio as seguintes pessoas: FL..ÁVIO VICENTE
MACHADO (Coordenador do CIMI-MS), EDSON JOSÉ (ONG AZUL), ANUNCIO
MARTI MENDEZ (cidadão paraguaio que encontra-se desde 2003 na condição de
refugiado polftico no Brasil - e como tal deveria abster-se de participar de quaisquer
atividades político-sociais), REBECA DAYANNA AMARILHA ALBINO (que se disse
advogada representante da Comissão Permanente de Assuntos Indígenas da
OAB/MS) e JOANA ORTIZ (Irmã Joana - Conselheira CIMI - MS).

Note-se que dita reunião contou com a presença de dois indígenas "lideres"
de comunidades de outros Estados ("CACIQUE BABAU' e "NAILTON MUNIZ
PATAXÓ), conhecidos pelo ativismo em invasões de fazendas na Bahia, inclusive o
primeiro já foi preso e acusado de diversos crimes, um deles o assassinato de um
agricultor (fi. 122). Isso demonstra que o CIMI financia a visita desses mártires para
IPL N° 0215/2013
J fls.4/7
SRIDJí1S
FI:
Rub:

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incentivar a agressividade e o exercicio arbitrário das próprias razões das


comunidades, inclusive encorajando os indigenas a se submeterem aos riscos da
violência.

Portanto, não há como dizer que os pronunciamentos dos membros do


CIMI, por mais que citem Deus e expressões teológicas, não estão evidentemente
carregados de potencial persuasivo e "legitimador'' de ações arbitrárias, cujos
desdobramentos acabaram por configurar condutas tipificadas como crimes, além de
consequências graves tais como a morte do indígena OZIEL GABRIEL.

Mas não só palavras que apontam para a estimulação da prática de crimes.


Para a surpresa, o Relatório Circunstanciado n° 257/2015 trouxe a constatação de que
na memória do notebook apreendido em poder de RUI SPOSATI foi encontrado vasto
material explicativo para a confecção de bombas caseiras, silenciadores para armas
de fogo, granadas, artefatos explosjyos e armas artesanais{!).

Também foi encontrado no notebook apreendido o compêndio nã língua


inglesa intitulado "lHE ANARCHIST COOKBOOK", cuja tradução corresponde a "O
LIVRO DE RECEITAS DO ANARQUISTA". Esse é um tratado de 360 (trezentos e
sessenta) folhas que descreve minuciosamente como falsificar dinheiro, fraudar
cartões de crédito, fazer bombas caseiras das mais diversas, produzir armas qulmicas,
bombas incendiárias, etc..

~ de se questionar o que o representante do CIMI (que se proclama uma


instituição ligada à evangelização indigena) fazia no interior das terras indfgenas, em
momento tenso e conflituoso, portando esse tipo de material, pretendendo se passar
desapercebido das autoridades.

Não devemos olvidar que, dias depois, durante a reintegração de posse da


Fazenda Buriti, foram apreendidas armas artesanais em poder dos indfgenas, e estes
lançaram artefatos explosivos na direção dos policiais, conforme consta no resumo do
episódio relativo ao cumprimento do mandado judicial de desocupação da Fazenda
Buriti em 30/05/2013, objeto do Memorando n° 4432/2013 IPL
0254/2013-4-SR/DPF/MS (fls. 172-183). Nessa mesma ação policial de reintegração,
os indígenas utilizaram técnicas comuns em guerrilha, como incendiar estradas e
pontes que davam acesso à fazenda, se dividir em pequenos grupos e lançar ataques
aos policiais alternadamente. Teriam sido essas atitudes dos indígenas fonte de sua
mera criatividade e/ou costumes?

IPL N' :,:' todo o exposto, há robustas evidências de que RUY JQUE:. ~~
021512
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SUPERINTEND~NCIA REGIONAL NO MATO GROSSO DO SUL

OLIVEIRA ("RUY SPOSATI"), FLÁVIO VICENTE MACHADO, EDSON JOSÉ,


ANUNCIO MART( MENDEZ, REBECCA DAYANNA AMARILHA ALBINO e JOANA
ORTIZ, em associação, se introduziram entre os indigenas de etnia Terena da
denominada 11Terra lndlgena Buriti.. e os incitaram a praticar os mais diversos crimes,
dentre os quais os de resistência, desobediência às ordens judiciais (fls. 05-09 e
10-11), uso de armas brancas, porte ilegal e disparo de armas de fogo, inclusive
tentativas de homicldios contra policiais, cujo lamentável episódio do dia 30/05/2013
resultou na morte do indígena OZIEL GABRIEL.

Portanto, restaram indiciadas as pessoas de RUY MARQUES DE


OLIVEIRA ("RUY SPOSATI 11 ), FLÁVIO VICENTE MACHADO, EDSON JOSÉ DE
MORAES, ANUNCIO MARTf MENDEZ, REBECCA DAYANNA AMARILHA ALBINO e
JOANA ORTIZ pelos crimes de instigação à prática de crime e associação criminosa
previstos nos artigos 286 e 288, ambos do Código Penal.

Anoto que no despacho de indiciamento das fls. 167-171 houve inicialmente


um erro material ao se referir ao nome da pessoa de "REBECA", envolvida nos crimes
ora apurados, o que foi retificado pelo despacho da fls. 202-203. Tratava-se não da
advogada da COPA! (OAB/MS), Ora. Rebeca Azambuja Ujaoow, e sim da servidora
pública federal licenciada da FUNAI, de nome REBECCA DAYANNA AMARILHA
ALBINO, a qual havia declarado verbalmente fazer parte da COPAI.

Todos os autores foram interrogados e formalmente indiciados, conforme


peças produzidas nas fls. 204-257. Destaque para o interrogatório de REBECCA
DAYANNA AMARILHA ALBINO (fls. 232-234), a qual fez importantes revelações:
... '
"(...) QUE notou que FLAVIO e RUY jé conheciam os lndfgenas da região, pois os
cumprimentaram; QUE então, notou que já haviam outras pessoas ligadas a movimentos de direitos
humanos e outras instituições no local, como o representante da ONG AZUL; QUE os membros do CIMI
conheciam essas pessoas, mas a declarante não as conhecia, e nao sabe citar seus nomes; QUE então
começaram os discursos para os indlgenas que estavam em volta da sede da fazenda; QUE os
indlgenas haviam resistido o ordem de reintegraçilo de posse da fazenda dada pela Justiça, e estavam
preocu.pados. querendo saber quais seriam os próximos passos: QUE entlio começaram os discursos:
primeiro FLAVIO, depois outros que não se recorda, e, se recorda que também realizou discurso para os
indlgenas nessa data; (...) QUE nflo participa e nunca participou do CIMI - Conselho Missionário
/ndigenista, inclusive, como servidora da FUNAI teve conhecjmento de vários comentários negativos
aceroa do C/MI, como por exemplo que os mesmos patrocinam invasões, e financiam a produção de
retomadas. fomentando Invasões. e talvez atá provocando o enfrentamento de indfqenas com
autoridades, o que a interroganda é completamente contra; QUE o CIMI tem dinheiro para Isso. tanto é
que conseaue transporte para os lndfgenas ele todas as partes do estado de Mato Grosso do Sul/rem
partiçjparde retomadas. que és vezes acabam sendo ctesastrosas: (...)"(grifei). h
IPL N° 021512013 v fls. 6/7
- - ·-·------.

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Diante do exposto, entendo por bem encerrar desde já as investigações,


seguindo este inquérito relatado e com as pessoas de RUY MARQUES DE OLIVEIRA
("RUY SPOSATI"), FLÁVIO VICENTE MACHADO, EDSON JOSÉ DE MORAES,
ANUNCIO MARTÍ MENDEZ, REBECCA DAYANNA AMARILHA ALBINO e JOANA
ORTIZ indiciadas pela prática dos crimes previstos nos artigos 286 e 288. ambos do
Códjgo Penal.

Campo Grande/MS, 21 de setembro de 2015.

DA~~~
Delegado de Polícia Federal
LEMOS
Classe Especial- Matr. 11 ,080

IPL N° 0215/2013 fls. 7/7

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