INTRODUCÃO

No presente trabalho abordaremos questões relacionadas à um fenómeno muito

importante do electromagnetismo, as Ondas Electromagnéticas.

As ondas electromagnéticas surgem da interacção entre campo magnético e campo

eléctrico, e a sua abrangência é tão grande, que muitas das vezes “utilizamos” ou nos deparamos
no nosso dia-a-dia com muitos aparelhos baseados em conhecimentos sobre a mesma, daí a
importância do seu estudo e aplicação para o benefício do homem.

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 Os trabalhos científicos de Coulomb, Ampère, Faraday e outros estabeleceram os princípios da
Electricidade e do Magnetismo. Na década de 1860, o físico escocês Maxwell desenvolveu uma teoria
matemática na qual generalizou esses princípios.

1-HIPÓTESES DE MAXWELL
Considerando que na indução electromagnética um campo magnético variável induz uma força
electromotriz, o que é característico de um campo eléctrico, Maxwell apresentou as seguintes
hipóteses:

1ª) Um campo magnético variável é equivalente, nos seus efeitos, a um campo eléctrico.
2ª) Um campo eléctrico variável é equivalente, nos seus efeitos, a um campo magnético.

Com essas hipóteses, Maxwell generalizou, matematicamente, os princípios do

Electromagnetismo. A teoria proposta por Maxwell previu a existência de um novo tipo de onda, as
ondas electromagnéticas. A produção e a detecção de ondas electromagnéticas foram a confirmação
definitiva da validade da teoria de Maxwell. As ondas electromagnéticas surgem como consequência
de dois efeitos: um campo magnético variável produz um campo eléctrico, e um campo eléctrico
variável produz um campo magnético. Esses dois campos em constantes e recíprocas induções
propagam-se pelo espaço.

2-CARACTERÍSTICAS DAS ONDAS ELECTROMAGNÉTICAS

No estudo das ondas, verificou-se que elas ocorrem quando uma perturbação originada em uma
região pode ser reproduzida nas regiões adjacentes em um instante posterior, e se caracterizam por
transportar energia sem o transporte de matéria.
De acordo com Maxwell, se em um ponto P produzirmos um campo eléctrico variável ⃗ E , este
induzirá um campo magnético ⃗ B que irá variar com o tempo e com a distância ao ponto P.
Além disso, o vector ⃗
B variável induzirá um vector ⃗ E , que também variará com o tempo e com
a distância ao campo magnético variável. Essa indução recíproca de campos magnéticos e eléctricos,
variáveis com o tempo e com a distância, torna possível a propagação dessa sequência de induções
através do espaço.
Assim, pode-se estabelecer os seguintes conceitos:

Amplitude: diz respeito à sua intensidade, ou seja, à quantidade de energia que essas ondas são
capazes de transferir.
Velocidade: depende exclusivamente do meio em que elas se encontram. Por exemplo, na água,
a velocidade de propagação das ondas electromagnéticas é menor do que no ar, devido ao fenómeno
conhecido como refracção.

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 Frequência: é a medida de oscilações completas que essas ondas realizam a cada segundo. No
SI, a unidade de medida de frequência é o hertz (Hz). Além disso, sabe-se que a frequência é
determinada pelo inverso do seu período, a saber: o tempo necessário para que uma onda
electromagnética complete uma oscilação.
Comprimento de onda: é o espaço pelo qual a onda propaga-se até que se forme uma
oscilação completa, é também a distância entre duas posições de máxima amplitude (cristas) e de
mínima amplitude (vales).

As ondas electromagnéticas correspondem à propagação no espaço de campos eléctricos e

magnéticos variáveis, gerados por cargas eléctricas oscilantes, como representa a figura:

Portanto, uma perturbação eléctrica no ponto P, devida à oscilação de cargas eléctricas, por
exemplo, se propaga a pontos distantes mediante a mútua formação de campos eléctricos e magnéticos
variáveis. Maxwell estabeleceu equações para a propagação dessa perturbação, mostrando que ela
apresentava todas as características de uma onda: reflexão, refracção, difracção e interferência. Por
isso denominou essa propagação ondas ou radiações electromagnéticas.
Mais tarde, verificou-se que as ondas electromagnéticas poderiam ser polarizadas e que, por
tanto, são ondas transversais.

Maxwell demonstrou que a velocidade de propagação de uma onda electromagnética no vácuo é:

c=
√ 1
ε0 ∙ μ 0

em que ε 0 e μ0 são, respectivamente, a permitividade elétrica e a permeabilidade magnética do

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vácuo. Em unidades do Sistema Internacional: ε 0= −7
9 e μ0 =4 π ∙10 , que, substituídos na
4 π ∙ 9∙ 10
fórmula anterior, resulta:

C¿ 3 ∙10 8 m/ s

igual ao valor da velocidade da luz no vácuo. Maxwell supôs que esse resultado não seria simples
coincidência e que a luz deveria ser uma onda electromagnética, o que mais tarde foi plenamente
confirmado.

3-ESPECTRO ELECTROMAGNÉTICO

Sabe-se que existe uma variação ampla e contínua nos comprimentos de onda e frequências das
ondas electromagnéticas. A relação entre a velocidade c de propagação de uma onda eletromagnética no
vácuo, o comprimento de onda λ e a frequência f correspondentes é dada por:

C¿ λf

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 O espectro electromagnético é um gráfico no qual aparecem as escalas de radiações
electromagnéticas os sete tipos de ondas electromagnéticas estão nele e no seu centro fica localizada a
radiação para os olhos humanos:

3.1-As ondas de radiofrequência (RF)

As ondas utilizadas para a transmissão de sinais de rádio e televisão costumam ser chamadas ondas
de radiofrequência (RF)

As ondas RF com frequência entre 102 e 107 Hz (ondas curtas de rádio) são muito bem refletidas
pelas camadas ionizadas da atmosfera superior (ionosfera). Por isso, podem ser captadas a grandes
distâncias da emissora.

Outra característica das ondas de rádio, que as faz extremamente úteis na transmissão de
informações, é o fato de apresentarem comprimentos de onda de dezenas a milhares de metros. Assim,
elas podem se difratar com facilidade ao redor de obstáculos de dimensões da mesma ordem de
grandeza, como árvores, edifícios e mesmo pequenas elevações. Entretanto, as grandes montanhas
podem constituir obstáculos intransponíveis. Daí a importância de estações repetidoras, que recebem os
sinais e os reenviam para pontos que normalmente seriam inacessíveis.

3.2-As micro-ondas

As denominadas micro-ondas são ondas electromagnéticas com frequência entre 109 e 1011 Hz,
aproximadamente, e comprimentos de onda entre 1 m e 1 mm. Existem inúmeras aplicações dessas
ondas, entre as quais se destacam os telefones celulares, o forno de micro-ondas e o radar. Entretanto, as
faixas de micro-ondas são específicas para cada uma dessas aplicações.

As micro-ondas na faixa de 300 MHz a 300 GHz, denominadas ondas de radar, são utilizadas na
detecção de aviões, navios e outros veículos.

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 3.3-Luz visível, infravermelho e ultravioleta

A retina do olho humano é sensível à radiação electromagnética de uma pequena faixa de

comprimento de onda, em torno de 10−6 m. O maior comprimento de onda da luz visível
(aproximadamente 7,5 ∙ 10−7 m) dá a sensação de vermelho. À medida que o comprimento de onda
diminui, a sensação de cor muda para alaranjado, amarelo, verde, azul, anil até atingir o violeta, que
tem o menor comprimento de onda (aproximadamente 4,0 ∙ 10−7 m). A esses comprimentos de onda
correspondem aproximadamente as frequências 4,0 ∙ 1014 Hz (luz vermelha) e 7,5 ∙ 1014Hz (luz violeta)

Sob claridade normal, a sensibilidade visual do olho humano é máxima para a radiação amarelo-
esverdeada, cujo comprimento de onda é da ordem de 5,6 ∙ 10−7 m, correspondendo à frequência de 5,4
14
∙ 10 Hz, aproximadamente.

A radiação infravermelha tem comprimento de onda intermediário entre o da micro-onda e o da

luz vermelha, e é assim denominada por ter frequência menor que a da luz vermelha. A radiação
infravermelha constitui o chamado calor radiante.

A radiação ultravioleta tem comprimento de onda menor e frequência maior que os da luz violeta,
daí seu nome. O Sol emite grande quantidade de radiação ultravioleta.

Para absorver a radiação ultravioleta que incide em nosso corpo durante os banhos de Sol existe o
filtro ou protector solar. O factor de protecção solar (FPS) é dado pela seguinte relação:

Uti
lizando correctamente um protector solar de FPS igual a 20, uma pessoa poderá se expor ao Sol por um
tempo 20 vezes maior do que aquele durante o qual poderia ficar sem a devida proteção.

3.4-Raios X e raios γ

Raios X

Em 1895, Wilhelm Röntgen descobriu que, quando um feixe de electrões em movimento muito
rápido atinge um alvo metálico, uma radiação é emitida. Essa radiação é constatada por meio de
inúmeros efeitos, como sensibilizar chapas fotográficas e atravessar corpos opacos à luz.

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 Por desconhecer sua natureza, Röntgen denominou essas radiações de raios X. Actualmente
sabemos que os raios X são ondas electromagnéticas com frequências ainda maiores do que as da
radiação ultravioleta.

Tendo uma ampola de raios X, isto é, um tubo de vidro, onde foi provocado alto vácuo, contendo
um filamento F e um alvo metálico chamado ânodo. O filamento F, ligado ao gerador G, é aquecido
pela passagem de corrente eléctrica, liberando electrões (efeito termiónico). Os electrões que saem de F
são acelerados pela alta ddp no sentido do ânodo, aí chegando com velocidade muito elevada. Ao
incidirem no ânodo, são desacelerados, seguindo-se a emissão de ondas electromagnéticas (raios X) de
frequência muito alta. O ânodo é feito de um metal com elevado ponto de fusão, geralmente tungsténio,
porque grande parte da energia cinética dos electrões incidentes se converte em calor. Como
representado na figura a seguir:

Os comprimentos de onda dos raios X vão de aproximadamente 10−8 m até 10−11 m.

Raios γ

Existem ondas electromagnéticas com frequências ainda mais altas do que as dos raios X. São os
chamados raios γ . A radiação γ é emitida pelos núcleos instáveis dos elementos radioativos, que se
desintegram natural ou artificialmente.

Podem causar excitações nucleares, levando a sua dissociação, mas também podem gerar pares de
matéria e antimatéria. Causando aniquilação mútua dessas partículas.

4-ONDAS ELECTROMAGNÉTICAS NO DIA-À-DIA

Alguns exemplos de ondas electromagnéticas existentes e bastante usados em nosso quotidiano:

As ondas de rádio são largamente utilizadas nas telecomunicações. O sinal de rádio, televisão e
celular encontra-se nessa faixa de frequência

Transmissão e recepção de ondas de rádio

Um microfone transforma ondas sonoras em sinais eléctricos (corrente alternada, por exemplo) de
baixa frequência (audiofrequência — AF). A frequência dessa corrente eléctrica é a mesma frequência

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com que a membrana do microfone vibra, isto é, entre 20 Hz e 20.000 Hz. Além da potência do
transmissor, um dos factores que influi no alcance de uma estação é a frequência de transmissão da
emissora. Essa é obtida utilizando-se um circuito eléctrico chamado circuito oscilante, formado
essencialmente de uma bobina e um capacitor. O circuito oscilante de cada estação de rádio gera uma
corrente alternada de alta frequência (radiofrequência — RF), chamada corrente portadora. Essa
corrente, quando misturada com a corrente alternada de baixa frequência que representa o som captado
pelo microfone, pode sofrer modificação em sua amplitude, de acordo com as tonalidades da voz ou da
música transmitida. Tal procedimento recebe o nome de modulação de amplitude. Temos, assim, uma
amplitude modulada (AM). Pode-se, também, manter constante a amplitude da corrente portadora e
modular a frequência, de acordo com o sinal que se quer transmitir. Nesse caso, temos a chamada
frequência modulada (FM).
Na estação transmissora uma antena é conectada ao circuito oscilante.
A variação do fluxo magnético na bobina do circuito oscilante induz na antena uma corrente
alternada de frequência igual à do circuito oscilante. As cargas eléctricas que oscilam na antena geram
ondas electromagnéticas, de frequência bem definida, que se propagam no espaço.

O aparelho receptor possui um circuito oscilante e uma antena análogos ao da estação. Quando as
ondas electromagnéticas chegam à antena do receptor, seus electrões livres passam a oscilar e induzem
uma corrente alternada no circuito oscilante do receptor. Por meio de um processo chamado detecção é
feita a separação entre a corrente portadora e a corrente alternada de baixa frequência, que representa o
som inicialmente captado pelo microfone. Esta última é fornecida a um alto-falante, que reconverte os
sinais eléctricos em sons. Para sintonizarmos uma estação, variamos a capacitância do capacitor do
circuito oscilante do receptor, de modo que sua frequência cocida com a da estação., representamos
esquematicamente as etapas de emissão e recepção de ondas de rádio, moduladas em amplitude

Micro-ondas: também são muito utilizadas nas telecomunicações. Os roteadores de internet sem
fio, popularmente conhecidos como Wi-fi.

Infravermelho: é também conhecido como onda de calor. Alguns dispositivos de segurança

equipados com visão noturna são capazes de captá-lo. O infravermelho é a onda emitida quando
usamos um controle remoto;

Ultravioleta: Essa frequência de onda electromagnética é bastante utilizada por peritos criminais
para a detecção de materiais biológicos, como sangue e saliva; sua capacidade de ionização também
permite usá-la para a esterilização de utensílios cirúrgicos, seringas, recipientes etc.;

Raios x: são utilizadas para a obtenção de imagens de ossos e articulações e para o tratamento de
tumores, por meio da radioterapia

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 CONCLUSÃO

Após a abordagem deste tema, pudemos concluir que os estudos feitos pelo o físico escocês
Maxwell sobre as ondas electromagnéticas teve proporcionou um grande avanço na percepção
dos fenómenos do electromagnetismo e também teve um impacto significante em
conhecimentos sobre a ótica.

Sendo assim, desde 1820 até os dias de hoje, as aplicação dos conhecimentos sobre ondas
permitiu um grande desenvolvimento em matérias como a medicina, tecnologia e
telecomunicações fornecendo vários benefícios para a vida do homem.

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 REFERÊCIAS BIBLIOGRÁFICAS

SITES:

 WWW.TODAMATERIA.COM
 WWW.BRASILESCOLA.COM
 WWW.WIKIPÉDIA.COM

LIVROS:

 FÍSICA 3-OS FUNDAMETOS DE FÍSICA ( RAMALHO-NICOLAU-TOLEDO)