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Modelo Acao de Repeticao de Indebito Art 165

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Excelentíssimo Senhor Doutor Juiz de Direito da ____ª Vara da Fazenda

Pública da Comarca de (XXX) 

REQUERENTE, (Nome da Empresa), com sede em (xxx), na Rua (xxx), nº (xxx),


bairro (xxx), Cep (xxx), no Estado (xxx), inscrito no C.N.P.J. sob o nº (xxx), e no
Cadastro Estadual sob o nº (xxx), neste ato representada pelo seu diretor (xxx),
(Nacionalidade), (Estado Civil), (Profissão), Carteira de Identidade nº (xxx), C.P.F.
nº (xxx), residente e domiciliado na Rua (xxx), nº (xxx), bairro (xxx), Cep (xxx),
Cidade (xxx), no Estado (xxx), vem, respeitosamente, à presença de Vossa
Excelência, por seu procurador infra-assinado, mandato anexo (doc. 1), propor a
seguinte

AÇAO DE REPETIÇÃO DE INDÉBITO

Nos termos do inciso I do art. 165 do CTN, em face do Estado de (xxx), de acordo
com os fatos e fundamentos que passa a expor:

DOS FATOS

1. Consoante se pode verificar, a REQUERENTE como Empresa fornecedora de


serviços, é contribuinte do imposto municipal, ISS, devidamente recolhido.

2. Destarte, na data de (xxx), a REQUERENTE recebeu a visita de Fiscais da


Receita, sendo então orientada a recolher o imposto estadual do ICMS, incidente
sobre a venda dos seguintes bens de seu ativo fixo (xxx).

3. Tal foi o procedimento da REQUERENTE, consoante demonstram as guias de


recolhimento originais anexas.

4. Entrementes, veio a REQUERENTE a tomar conhecimento de que referida


cobrança fora indevida, e que desta feita, faz jus à devolução dos valores pagos.

DO DIREITO

Da não incidência do ICMS

1. Prefacialmente, revela-se de suma importância anotar a seguinte disposição da


Carta Magna:

Art. 155. Compete aos Estados e ao Distrito Federal instituir impostos sobre:
II - operações relativas à circulação de mercadorias e sobre prestações de
serviços de transporte interestadual e intermunicipal e de comunicação, ainda que
as operações e as prestações se iniciem no exterior;

2. Assim, para maior elucidação, necessário transcrever-se o presente dispositivo,


da Lei Complementar nº 87/96, que dispõe sobre o imposto dos estados e do
distrito federal sobre operações relativas à circulação de mercadorias e sobre
prestações de serviços de transporte interestadual e intermunicipal e de
comunicação, e dá outras providências:

Art. 12. Considera-se ocorrido o fato gerador do imposto no momento:


I - da saída de mercadoria de estabelecimento de contribuinte, ainda que para
outro estabelecimento do mesmo titular;

3. Desta feita, cabe analisar se a venda eventual de bens do ativo fixo estaria
enquadrada dentro do campo de incidência do ICMS, se este bem poderia ser
considerado mercadoria. 

4. Aqui cumpre observar que a REQUERENTE presta serviços de (xxx), e assim,


eventualmente, aliena os seguintes bens de seu ativo fixo (xxx), uma vez que
freqüentemente encontram-se extremamente gastos, o que os torna impróprios ao
uso. Destarte, necessário considerar não ter havido na presente situação fato
gerador de ICMS. Revela-se, assim, de lógica irrefragável, que o recolhimento
procedido fora totalmente indevido, devendo, portanto, ser restituído, de acordo
com o disposto no CTN:

Art. 165. O sujeito passivo tem direito, independentemente de prévio protesto, à


restituição total ou parcial do tributo, seja qual for a modalidade do seu pagamento,
ressalvado o disposto no § 4º do art.162, nos seguintes casos:
I - cobrança ou pagamento espontâneo de tributo indevido ou maior que o devido
em face da legislação tributária aplicável, ou da natureza ou circunstâncias
materiais do fato gerador efetivamente ocorrido;
5. Assim, necessário ponderar que como a venda de bens do ativo fixo não
representa comércio habitual, com o fito de lucro, estando, até mesmo, fora do
âmbito das atividades usuais dos contribuintes, compreendidas desde o início da
produção até o consumo final, não há de acarretar a incidência do ICMS.

6. Desta feita, resta evidente que o recolhimento do ICMS em razão de venda de


bens do ativo fixo é plenamente indevido, fazendo jus a REQUERENTE à sua
repetição.

Da jurisprudência

Este também é o entendimento emanado de nossos Tribunais, consoante se pode


verificar mediante o julgado adiante transcrito:

RESP 120253/SP; RECURSO ESPECIAL - DJ DATA 30/06/1997 - Relator Min.


HÉLIO MOSIMANN - Data da Decisão 02/06/1997 - Órgão Julgador T2 -
SEGUNDA TURMA
Ementa 
RECURSO ESPECIAL. TRIBUTARIO. ALIENAÇÃO DE BENS DO ATIVO FIXO.
ICMS INDEVIDO. NÃO SE TRATANDO DE CIRCULAÇÃO DE MERCADORIAS
TRIBUTAVEIS, MAS DE SIMPLES ALIENAÇÃO EVENTUAL DE BENS DO ATIVO
PERMANENTE, O ICMS NÃO INCIDE NA OPERAÇÃO.

RESP 68455/SP; RECURSO ESPECIAL - 1995/0031131-3 - DJ DATA:18/03/1996


- Relator Min. MILTON LUIZ PEREIRA - Data da Decisão 15/12/1995 - Órgão
Julgador T1 - PRIMEIRA TURMA 
Ementa 
TRIBUTARIO - ICMS - BENS DO ATIVO FIXO - CONCEITO DE ATO DE
COMERCIO - VENDA OCASIONAL - CONVENIO 66/88 - LEI 6.374/89.
1. SOB A RESTIA DE VENDA OCASIONAL DE BENS DO ATIVO FIXO, NÃO SE
CONFIGURANDO OPERAÇÃO DE OBJETO ADQUIRIDO PARA SERVIR A
MERCANCIA, NÃO HA A INCIDENCIA DO ICMS.
2. PRECEDENTES JURISPRUDENCIAIS.
3. RECURSO IMPROVIDO.

DO PEDIDO

Pelo exposto, REQUER:


I – Seja a presente demanda julgada procedente, declarando-se indevido o ICMS
sobre a venda de bens do ativo fixo, sendo determinada ao REQUERIDO a
obrigação de restituir os valores pagos à título de ICMS, acrescidos de juros e
correção monetária; 

II - A citação do REQUERIDO, na pessoa do seu representante judicial, para


contestar os termos da presente demanda, sob pena dos fatos ora alegados serem
reputados como verdadeiros, nos termos do art. 319 e 285 do Código de Processo
Civil;

III – Seja o REQUERIDO condenado ao pagamento das custas processuais e


honorários advocatícios; 

Pretende provar o alegado mediante prova documental, testemunhal e demais


meios de prova em Direito admitidos, nos termos do art. 332 do Código de
Processo Civil. 

Dá-se à causa o valor de R$ (xxx) (valor expresso).

Termos que

Pede deferimento. 

(Local, data e ano). 

(Nome e assinatura).

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