Obstetrícia em Tópicos
Obstetrícia em Tópicos
Obstetrícia em Tópicos
Gerência de Tocoginecologia
Revisão: 2019
BELÉM-PARÁ
2019
Marília Gabriela Queiroz da Luz
Danielle de Oliveira Leal
Gislânia Ponte Francês Brito
Direitos de cópias
Copyright 2018© por / by / FSCMP / Belém, Pará, Brasil
Editoração eletrônica
Marília Gabriela Queiroz da Luz
Arte da capa
Marcio Bastos de Almeida e Silva
Lucas Costa Cardoso
Ficha catalográfica
Todos os direitos autorais estão reservados e protegidos pela lei nº 9610 de 19 de
fevereiro de 1998.
Marília Gabriela Queiroz da Luz, Danielle de Oliveira Leal, Gislânia Ponte Francês Brito
OBSTETRÍCIA EM TÓPICOS
PROTOCOLO ASSISTENCIAL DA MATERNIDADE
FUNDAÇÃO SANTA CASA DE MISERICÓRDIA DO PARÁ
ISBN:978-85-69835-58-5
Editora Ximango
DIREITOS
REPRODUÇÃO PROIBIDA
Parte desta obra, poderá ser reproduzida desde que citada a sua fonte.
Possui graduação em Medicina pela Universidade Federal do Pará (2004), Residência Médica em Ginecologia e
Obstetrícia pela Fundação Santa Casa de Misericórdia do Pará (2007). Atualmente, Fundação Santa Casa de
Misericórdia do Pará, é presidente do comitê de mortalidade materna, gerente da maternidade e responsável pela
assistência às mulheres com doença trofoblástica gestacional, além de professora assistente da Universidade
Federal do Pará.
Autora
Daniele Oliveira Leal
Lattes:http://lattes.cnpq.br/5088569652644480
Possui graduação em Medicina pela Universidade Federal do Pará (2006). Residência Médica em Ginecologia e
Obstetrícia pela Fundação Santa Casa de Misericórdia do Pará (2011). Atualmente é médica tocoginecologista da
Fundação Santa Casa de Misericórdia do Pará, onde atua na gestão da maternidade.
Autora
Gislânia Ponte Francês Brito
Lattes:http://lattes.cnpq.br/9655868593345741
Possui graduação em Medicina pela Universidade Federal do Piauí (2005). Atualmente é médica tocoginecologista da
Fundação Santa Casa de Misericórdia do Pará. Fez pós-graduação em medicina do trabalho pela Universidade do
Estado do Pará.Tem experiência na área de ginecologia e obstetrícia e em medicina do trabalho.Mestranda da
Universidade do Estado do Pará no Programa de Mestrado Profissional em Cirurgia e Pesquisa Experimental.
Revisora
Norma Suely de Carvalho Fonseca Assunção
Lattes:http://lattes.cnpq.br/1180984403274256
Possui graduação em Medicina pela Universidade Federal do Pará (1985), especialização em Medicina Intensiva pela
Associação Brasileira de Medicina Intensiva (1997). Tem experiência na área de Medicina com ênfase em Medicina
Intensiva adulto. Conhecimento e Experiência em gestão da clínica e ferramentas gerenciais como coordenadora,
gerente e Diretora Técnica-Assistencial.
COLABORADORES
Editora
__________________________________________________________________
___________________________________________________________________
PREFÁCIO
Os autores organizaram este livro para que o mesmo fosse utilizado na rotina
pelos profissionais desta área, objetivando uma atenção segura para as boas
práticas do parto e nascimento, respaldado nas evidências científicas em
obstetrícia e na rotina do serviço da Instituição com mais de 900 partos
mensais.
1.1- ADMISSÃO
- Anamnese, exame físico e obstétrico, impressão diagnóstica e conduta;
- Fornecer esclarecimentos sobre o trabalho de parto e procedimentos a serem
adotados (ver checklist de parto).
- Continuar informando paciente e acompanhante nos demais períodos.
- Encaminhar ao PPP somente pacientes em fase ativa do trabalho de parto:
• Até 4 cm não considerar fase ativa mesmo diante de contrações
• Entre 4 e 6 cm considerar fase ativa se duas contrações fortes em 10 minutos
• A partir de 6 cm com contrações regulares.
- Na dúvida deve-se manter paciente em observação e reavaliar o binômio (mãe e
concepto) em 2 horas.
REFERÊNCIAS.
1. ALSO- Advanced Life Suport in Obstetrics, 2018. The American Academy Of
Physicians. Lacerações perinea’s de terceiro e quarto graus, 2018.
2. WHO recommendations: intrapartum care for a positive childbirth experience.
ISBN 978-92-4-155021-5, 2018.
3. Codarin RR, Francisco RP. Discinesias da contratilidade uterina e sua correção.
São Paulo: Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia
(FEBRASGO); 2018. (Protocolo FEBRASGO - Obstetrícia, no. 103/ Comissão
Nacional Especializada em Assistência ao Abortamento, Parto e Puerpério), 2018.
4. Steibel JA, Trapani A Jr. Assistência aos quatro períodos do parto de risco
habitual. São Paulo: Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e
Obstetrícia (FEBRASGO); 2018. (Protocolo FEBRASGO - Obstetrícia, no. 101/
Comissão Nacional Especializada em Assistência ao Abortamento, Parto e
Puerpério), 2018
5. Silveira SK, Trapani Júnior AT. Monitorização fetal intraparto. São Paulo:
Federação Brasileira das. Associações de Ginecologia e Obstetrícia
(FEBRASGO); 2018. (Protocolo FEBRASGO - Obstetrícia, no. 100/ Comissão
Nacional Especializada em Assistência ao Abortamento, Parto e Puerpério), 2018.
6. Carvalho FH, Vela HW, Morais AL, Feitosa FE. Manejo de gravidez múltipla. São
Paulo: Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia
(FEBRASGO); 2018. (Protocolo FEBRASGO - Obstetrícia, no. 37/ Comissão
Nacional Especializada em Medicina Fetal), 2018.
7. Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Diretrizes Nacionais
de Assistência ao parto Normal, 2017.
8. FEBRASGO. Manual de orientação a assistência ao abortamento, parto e
puerpério, 2010.
2- ASSISTÊNCIA AO PARTO DISTÓCICO
Danielle Leal de Oliveira
Lara Batista da Fonseca
Mary Helly Valente Costa
2.1- DEFINIÇÃO:
- Distócia = TRABALHO DE PARTO DIFÍCIL
REFERÊNCIAS.
1. ALSO- Advanced Life Suport in Obstetrics, 2018. The American Academy Of
Physicians. Distócia, 2018.
2. ALSO- Advanced Life Suport in Obstetrics, 2018. The American Academy Of
Physicians. Distócia de ombro, 2018.
3. WHO recommendations: intrapartum care for a positive childbirth experience.
ISBN 978-92-4-155021-5, 2018.
4. Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Diretrizes Nacionais
de Assistência ao parto Normal, 2017.
5. FEBRASGO. Manual de orientação a assistência ao abortamento, parto e
puerpério, 2010.
3- ASSISTÊNCIA AO PARTO PÉLVICO
Cláudia Campos Coelho França
Danielle Leal de Oliveira
Silvana Moreira Raposo
3.1- DEFINIÇÃO:
- Apresentação no canal de parto é a pelve ou a nádega do feto.
3.3- CLASSIFICAÇÃO:
- Pélvica completa
• Quadris e pernas em flexão.
- Pélvica incompleta
• Pélvica franca ou modo de nádegas – flexão dos quadris e extensão das
pernas
• Pélvica em modo de pés ou joelho – extensão de um dos quadris ou de ambos
e flexão de um dos joelhos ou de ambos com apresentação de um pé ou de
ambos
4- CRITÉRIO DE INTERNAÇÃO:
- Fase ativa do trabalho de parto
5- CRITÉRIO DE ALTA:
- Mínimo de 24 horas após o parto se boas condições clínicas
- Seguir protocolos de puerpério
- Sinais vitais estáveis
- Ausência de febre, leucocitose (> 20 mil com desvio) ou critérios de sepse
- Tendo recebido imunoglobulina anti-Rh se necessário
- Após tratamento de sífilis se necessário.
REFERÊNCIAS.
1. ALSO- Advanced Life Suport in Obstetrics, 2018. The American Academy Of
Physicians. Apresentações anômalas, 2018.
2. WHO recommendations: intrapartum care for a positive childbirth experience.
ISBN 978-92-4-155021-5, 2018.
3. Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Diretrizes Nacionais
de Assistência ao parto Normal, 2017.
4. FEBRASGO. Manual de orientação a assistência ao abortamento, parto e
puerpério, 2010.
4- TRABALHO DE PARTO PREMATURO
Danielle Leal de Oliveira
Gislânia Ponte Francês Brito
Marília Gabriela Queiroz da Luz;
4.1- DEFINIÇÃO:
- Trabalho de parto prematuro (TPP) é o que se dá com menos de 37 semanas
completas.
4.6- MANEJO
4.6.1- Tocólise
- A terapia deve ser iniciada assim que se estabeleça o diagnóstico de TPP.
- A indicação deve ser criteriosa:
• A idade gestacional não deve ser maior que 34 semanas;
• A dilatação cervical deve ser menor que 4 cm;
• O esvaecimento do colo uterino, não deve ser pronunciado;
• As membranas devem estar íntegras;
• A vitalidade fetal deve estar preservada;
• Não devem existir patologias maternas que possam pôr em risco a mãe e o
concepto;
• Não pode haver infecção intrauterina.
4.6.1.1- Agentes tocolíticos:
4.6.1.1.1- Primeira escolha: Nifedipina: uma cápsula de 10 mg via oral a cada 20
minutos até se obter o cessar das contrações, utilizando-se, no máximo, três
cápsulas em 1 hora. A manutenção deve ser feita com comprimidos de 20 mg a
cada 8 horas por 48 horas.
4.6.2- Corticoprofilaxia
- 24 a 34 semanas: toda gestante com risco iminente de parto prematuro (dilatação
igual ou superior a 3cm ou sinais de apagamento do colo em mais de 75%) nos
próximos 7 dias;
- 34 a 36 semanas e 6 dias: toda gestante com iminente risco de parto prematuro
nos próximos 7 dias, inclusive cesáreas eletivas.
- Contra-Indicações: Corioamnionite, uso prévio de ciclo de corticóide para
maturação;
- Poderemos realizar tocólise na intenção, apenas, do uso do corticóide;
- 37 a 39 semanas: não está indicado o uso de corticóide nessa idade gestacional.
Baixa incidência de complicações respiratórias.
- Posologia:
• Betametasona 12 mg intramuscular 24/24 horas, 2 doses;
• Dexametasona 6 mg intramuscular 12/12h, 4 doses;
- Profilaxia da sepse neonatal (vide capítulo de profilaxia de doença
estreptocócica neonatal).
4.6.3- Cuidados após tocólise se TPP for inibido
- Após 48 horas de tocólise considerar suspender medicamentos e observar
evolução por mais 24 horas;
- Considerar alta após 48 horas sem tocólise e sem contrações;
- Alta com encaminhamento para o pré-natal de alto risco e receita de progesterona
natural (200 mg) via oral ou via vaginal de 12 em 12 horas até completar 36
semanas.
REFERÊNCIAS.
1. Nunes GC, Colvero MO. Efeitos do corticoide antenatal em prematuros de muito
baixo peso. Resid Pediatra.;9(1):29-35 DOI:10.25060/residpediatr-2019.v9n1-06,
2019.
2. ALSO- Advanced Life Suport in Obstetrics, 2018. The American Academy Of
Physicians. Trabalho de parto prematuro e rotura prematura de membranas
ovulares, 2018.
3. WHO recommendations: intrapartum care for a positive childbirth experience.
ISBN 978-92-4-155021-5, 2018.
4. Souza E, Fava JL, Musiello RB, Camano L. Trabalho de parto prematuro: uso
racional da tocólise. São Paulo: Federação Brasileira das Associações de
Ginecologia e Obstetrícia (FEBRASGO); 2018. (Protocolo FEBRASGO -
Obstetrícia, no. 29/ Comissão Nacional Especializada em Perinatologia), 2018.
5. Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Diretrizes Nacionais
de Assistência ao parto Normal, 2017.
6. Nunes GC, Colveiro MO. Efeitos do corticóide antenatal em prematuros de muito
baixo peso. Sociedade Brasileira de Pediatria, 2017.
5- PROFILAXIA DE DOENÇA
ESTREPTOCÓCICA NEONATAL
Danielle Leal de Oliveira
Marília Gabriela Queiroz da Luz
Paulo Henrique Seabra de Farias
5.1- INTRODUÇÃO
- A infecção ocorre no momento do parto, por via ascendente, da vagina de mães
colonizadas.
- O reservatório primário é o trato gastrointestinal e geniturinário. A colonização
pode ser transitória, intermitente ou persistente.
- É preconizada coleta de cultura vaginal-retal de todas as gestantes entre 35 e
37 semanas de gestação para a detecção de colonização e identificação das
gestantes que devem receber profilaxia antibiótica intraparto.
- A infecção neonatal por estreptococo do grupo B (GBS) pode ser precoce ou
tardia. A forma precoce é a mais frequente, ocorre nos primeiros 7 dias de vida.
- As manifestações clínicas são desconforto respiratório, apnéia, sinais de sepse
que se iniciam nas primeiras 24 horas de vida e podem evoluir para óbito em 48
horas.
5.2- OBJETIVO
- Prevenir sepse precoce por GBS ou Estreptococo agalactiae
- Reduzir morbidade e mortalidade por sepse neonatal
- Não aumentar as taxas de resistência bacteriana do paciente e do hospital.
5.5- ANTIBIOTICOPROFILAXIA
- RESPONSABILIDADE: MÉDICO
• A Antibioticoprofilaxia deve ser introduzida no início do trabalho de parto e
mantida até o momento do nascimento conforme quadro 3
PACOTE DE ANTIBIOTICOPROFILAXIA
Penicilina G:
Ampicilina: 2g IV Eritromicina: 500mg
5.000.000UI IV
dose de ataque IV de 6/6 horas
dose de ataque Vancomicina: 1g IV
+
+ de 12/12 horas
1g IV de 4/4 horas Clindamicina: 900mg
2.500.000 IV de 4/4
até o parto IV de 8/8 horas
horas até o parto
6- PARTOGRAMA
Luiza Renata Pinto Bentes
Marília Gabriela Queiroz da Luz
6.1- INTRODUÇÃO
- Definição: “É a representação gráfica do trabalho de parto que permite
acompanhar sua evolução, documentar, diagnosticar alterações e indicar a
tomada de condutas apropriadas para a correção destes desvios, ajudando ainda
a evitar intervenções desnecessárias”.
- É importante documento de defesa profissional
- Deve ser preenchido a cada avaliação durante o trabalho de parto, jamais
protelando o preenchimento para o período pós-parto
- Iniciar registro na fase ativa do trabalho de parto
• Até 4 cm não considerar fase ativa mesmo diante de contrações;
• Entre 4 e 6 cm considerar fase ativa se duas contrações fortes em 10 minutos;
• A partir de 6 cm com contrações regulares.
Causa
- Em geral por contrações uterinas
ineficientes.
Tratamento
- Inicialmente: deambulação.
- Posteriormente: ocitocina ou
amniotomia.
Diagnóstico:
- Mesma dilatação por 2 horas ou mais.
- Ultrapassa a linha de alertae , às vezes,
a linha de ação.
- Associação frequente com SFA
Causa
- Desproporção céfalo-pélvica (DCP)
absoluta
- pólo cefálico maior que a bacia
- macrossomicos, bacia desfavorável
- Desproporção céfalo-pélcica relatica
• apresentação defletidas ou occipto-
posterior.
• distócia de rotação
Tratamento:
DCP absoluta: cesárea
DCP relativa:
- 1ª escolha – amniotomia e/ou
deambulatção
- 2ª escolha – cesárea ou fórceps
OBS.: a dilatação é mais lenta, em
mulheres deitadas, nuliparas e com
membranas integras.
Figura 3- Registro de partograma com parada secundária de dilatação.
Fonte: Ministério da Saúde, 2001.
6.4.4 – Parto precipitado ou taquitócico
Diagnóstico:
- Dilataçaocervical, descida e expulsão
ocorrem em 4 horas ou menos.
- Taquissistolia e hipersistolia.
- Pode ocorrer sofrimento fetal e/ou
lacerações do trajeto.
Causa
- Multiparidade
- Iatrogênia: excesso de ocitocina
Tratamento:
- Decúbito lateral esquerdo (DLE)
- Suspender a infusão de ocitocina
- Atenção a vitalidade fetal
- Revisão de canal do parto
Causa
- Contratibilidade uterina deficiente
Tratamento:
- Administrar ocitocina
- Rotura parcial da bolsadas águas
- Fórceps, se indicado
- Posição verticalizada da parturiente
Causa
- Desproporção céfalo-pélvica absoluta;
- Desproporção céfalo-pélvica relativa.
Tratamento:
- DCP absoluta: cesárea
- DCP relativa:
- 1ª escolha – amniotomia e/ou
deambulatção
- 2ª escolha – cesárea ou fórceps
REFERÊNCIAS
1. SOGIMIG — Associação de Ginecologistas e Obstetras de Minas Gerais. Cursos
de emergências obstétricas, Partograma. Disponível em:
http://www.sogimig.org.br/wp-content/uploads/3-PARTOGRAMA-1-TEORICA-
CEO-2018.pdf. Acessado em 06/07/2019.
2. Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Políticos de Saúde. Área Técnica de
Saúde da Mulher. Parto, aborto e puerpério: assistência humanizada à mulher/
Ministério da Saúde, Secretaria de Políticas de Saúde, Área Técnica da Mulher. –
Brasília: Ministério da Saúde, 2001.
7- ASSISTÊNCIA AO ABORTAMENTO
Danielle Leal de Oliveira
Mariana Gabriela Queiroz da Luz
7.1- DEFINIÇÃO:
- Abortamento é a interrupção da gestação antes de 22 semanas de gestação ou
peso fetal inferior a 500 g.
7.2-DIAGNÓSTICO
- Recursos utilizados:
• Anamnese e exame físico
• Ultrassonografia
• Beta-HCG (se necessário para diagnosticar gestação)
7.3- -MANEJO
- O quadro 6 apresenta orientações sobre o manejo do aborto conforme situação
clínica
MANEJO CONFORME TIPO DE ABORTAMENTO
Situação Conduta
• AMIU ou Curetagem
• Antibioticoterapia**: iniciar com Clindamicina e gentamicina. Em
casos graves ou com má resposta*** após 48 horas, associar à
ampicilina
- Abortamento séptico • Se as medidas acima forem eficazes, dar alta após 24 horas
sem febre e pelo menos 72 horas de antibioticoterapia. Não há
necessidade de complementar esquema de antibiótico
ambulatorialmente.
• Se as medidas acima não forem eficazes após 72 horas de
internação manter antibioticoterapia e realizar laparotomia com
remoção do foco infeccioso, com histerectomia de necessário
7.5- ORIENTAÇÃO
- A paciente deverá eliminar o feto preferencialmente no PPP. Sempre com
assistência médica e com sua privacidade preservada.
- Nos casos em que a eliminação do concepto ocorrer em outros ambientes do
hospital a equipe local deverá tranquilizar a família e a paciente, prestar os primeiros
atendimentos e transferir com segurança ao Centro Obstétrico.
REFERÊNCIAS.
1. ALSO- Advanced Life Suport in Obstetrics, 2018. The American Acadey Of
Physicians. Complicates do Primeiro Trimestre, 2018.
2. Moras Filho OB. Aborto: classificação, diagnóstico e conduta. São Paulo:
Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia
(FEBRASGO); 2018. (Protocolo FEBRASGO - Obstetrícia, nº 21/ Comissão
Nacional Especializada em Assistência Pré-Natal), 2018.
3. IMIP—Instituto de Medicina Integral Professor Fernando Figueira. Manual de
condutas do IMIP: emergências em obstetrícia, 2017.
4. FUNDAÇÃO OSWALDO CRUZ. Instituto Nacional de Saúde da Mulher, da
Criança e do Adolescente Fernandes Figueira. Método de Aspiração Manual
Intrauterina - AMIU: quando e como fazer. Rio de Janeiro, 2018
8- DOENÇA TROFOBLÁSTICA GESTACIONAL
Gislânia Ponte Francês Brito
Marília Gabriela Queiroz da Luz
8.1- INTRODUÇÃO
- Doença trofoblástica gestacional pode ser definida como uma anomalia
proliferativa que acomete as células que compõem o tecido trofoblástico placentário,
cito e sinciciotrofoblasto
- Principal marcador biológico: todas as formas clínicas tem em comum a produção
de fragmento beta da gonadotrofina na coriônica humana (Beta-hCG ou BhCG)
8.4- DIAGNÓSTICO.
8.4.1- Diagnósticos de suspeição: atualmente a crescente disponibilidade da
ultrassonografia a (US) e da dosagem do Beta-hCG sérico tem permitido
diagnósticos de suspeição mais precoces de DTG, muitas vezes antes das
manifestações clínicas.
Estadiamento:
Estádio I: Doença restrita ao corpo do útero
Estádio II: NTG em pelve, vagina, anexos, ligamento largo
Estádio III: NTG com extensão para os pulmões, com ou sem envolvimento genital
Estádio IV: Todos os outros locais de metástases
ESCORE DE RISCO
0 1 2 4
PONTUAÇÃO
Beta-hCG (UI/L)
< 102 103 - 104 104 - 105 > 105
pré-tratamento NTG
2 ou mais
Falha da QT ———— ———— Agente único
agentes
Quadro 7 – Estadiamento de pacientes com NTG.
Fonte: FIGO — International Federation of Gynecology and Obstetrics. FIGO staging for gestational
trophoblastic neoplasia 2000. FIGO Oncology Committee. Int J Gynaecol Obstet, 2002.
REFERÊNCIAS
1. Braga A, Sun SY, Maestá I, Uberti E. Doença trofoblástica gestacional. São Paulo:
Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (Febrasgo);
2018. (Protocolo Febrasgo – Obstetrícia, nº 23/ Comissão Nacional Especializada
em Doença Trofoblástica Gestacional), 2018.
2. FIGO — International Federation of Gynecology and Obstetrics. FIGO staging for
gestational trophoblastic neoplasia 2000. FIGO Oncology Committee. Int J
Gynaecol Obstet, 2002.
9- ABORTO LEGAL
Luiza Helena Tavares Lobato
Luiza Renata Pinto Bentes
Marília Gabriela Queiroz da Luz
9.1- INTRODUÇÃO
9.1.1- Aborto é permitido no Brasil apenas em três casos
- Gravidez de risco à vida da gestante
- Gravidez resultante de violência sexual
- Anencefalia fetal
• Acolhimento e escuta;
• Classificação de risco;
Enfermeiro (a)
• Teste rápido de HIV após assinatura do termo de consentimento livre e
esclarecido.
REFERÊNCIAS
10.1- INTRODUÇÃO
- A Organização Mundial da Saúde (OMS, 2002) define violência como o “uso
intencional de força física ou do poder, real ou em ameaça, contra si próprio, contra
outra pessoa, ou contra um grupo ou uma comunidade que resulte ou tenha
possibilidade de resultar em lesão, morte, dano psicológico, deficiência de
desenvolvimento ou privação”.
EQUIPE MULTIDISCIPLINAR
Profissional Atribuições
• Acolhimento e escuta;
Enfermeiro • Classificação de risco;
• Teste rápido de HIV após assinatura do termo de consentimento livre e
esclarecido.
Profissional Atribuições
- Não recomendada:
• Penetração oral sem ejaculação;
• Uso de preservativo durante toda a agressão;
• Agressor sabidamente HIV negative;
• Violência sofrida há mais de 72 horas;
• Abuso crônico pelo mesmo aggressor;
• paciente sabidamente soropositiva para HIV.
TENOFOVIR (TDF)
+ 300mg/300mg Oral 01 comprimido ao dia
LAMIVUDINA (3TC)
DOLUTEGRAVIR
50mg Oral 01 comprimido ao dia
(DTG)
Quadro 12 – Doses de antirretrovirais para profilaxia da transmissão do HIV para mulheres adultas e
adolescentes
Fonte: Brasil. Ministério da Saúde. Norma Técnica Prevenção e Tratamento dos Agravos Resultantes
da Violência Sexual Contra Mulheres e Adolescentes, 2019.
* Esse esquema pode ser utilizado na gestação.
10.4- PROCEDIMENTOS PARA ALTA
- Discutir com equipe multidisciplinary;
- A mulher em situação de violência sexual deve ser orientada a retornar ao serviço
de saúde se ocorrer atraso menstrual, que pode ser indicativo de gravidez;
- Ao ser liberada após profilaxia, a paciente será encaminhada através de Guias de
Referências:
• CRIE (Centro de Referência de Imunobiológicos Especiais);
• PROPAZ Mulher ou Criança e Adolescente;
• CASA DIA (Centro de Atendimento em Doenças Infecciosas Adquiridas);
• URE-DIPE (Unidade de Referência Especializada em Doenças Infecto-
Parasitárias Especiais).
11.1- INTRODUÇÃO
- Procedimento que utiliza cânulas de Karman, com diâmetros variáveis, de 4 a
12mm, acopladas a seringa com vácuo (60-600mmHg), promovendo a retirada de
material do interior da cavidade uterina, por raspagem e aspiração.
12.1- INTRODUÇÃO.
- A cesariana é realizada quando o médico-assistente e/ou a paciente acreditam
que a via abdominal vai proporcionar um melhor resultado materno e/ou fetal;
- A utilização de pelvimetria clínica não é recomendada para predizer a ocorrência
de falha de progressão do trabalho de parto ou definir a forma de nascimento;
- O partograma é a ferramenta mais indicada para diagnosticar distócias;
- Situações nas quais, na ausência de outras indicações, a operação cesariana não
é recomendada como forma rotineira de nascimento:
• Trabalho de parto pré-termo em apresentação cefálica;
• Feto pequeno para a idade gestacional;
• infecção pelo vírus da hepatite B;
• Obesidade (realizar parto vaginal sempre que possível);
- As indicações médicas são divididas em absolutas e relativas conforme descrito
nos quadros 13 e 14.
12.3.3- Pós-Operatório
- Usar checklist de cirurgia segura;
- Fazer vigilância epidemiológica de infecção pós-operatória;
- Curativo:
• Manter curativo cirúrgico/estéril por até 24 horas após o ato cirúrgico;
- Abstinência sexual de acordo com orientação médica:
• Relações sexuais podem ser restabelecidas por volta de 20 dias após o parto,
quando já tiver ocorrido a cicatrização.
RECOMENDAÇÕES PARA A OPERAÇÃO CESARIANA NAS INDICADOS ABSOLUTAS
Situação fetal transversal • Sugere-se aguardar o início do trabalho de parto
• A operação cesariana é recomendada em mulheres que
Infecção pelo vírus Herpes
tenham apresentado infecção primária do vírus Herpes
simples (HSV)
simples durante o terceiro trimestre da gestação.
• Cesárea
Apresentação Pélvica
• Sugere-se aguardar o início do trabalho de parto
Morte materna com feto vivo • Em caso de morte encefálica por exemplo
Infecção pelo Vírus da • Realizar cesárea se carga viral desconhecida ou maior que 1.000
cópias/mL (Para decisão da via de parto deve-se considerar somente a
Imunodeficiência Humana carga viral realizada após 34 semanas);
(HIV) • Seguir protocolo específico.
• A operação cesariana não é recomendada como forma de prevenção da
Infecção pelo Vírus da
transmissão vertical da hepatite C.
• A operação cesariana programada é recomendada para prevenir a
Hepatite C transmissão vertical do HIV e Hepatite C em mulheres com esta co-
infecção.
• A operação cesariana é recomendada para mulheres com três ou mais
Assistência à mulher com
operações cesarianas prévias.
• O uso de misoprostol para indução do parto em mulheres com cicatriz de
operação cesariana prévia cesariana prévia, independentemente do número de cesáreas, não é
recomendado.
• Maior que 4000g, avaliar evolução no partograma e indicar cesárea se
houver evidência de distócia.
• Indicar cesárea quando peso fetal estimado > 5000g em gestantes não
Peso fetal diabéticas.
• Indicar cesárea quando peso fetal estimado > 4500g em gestantes
diabéticas.
Síndrome Hipertensiva na
• Todas as mulheres com SHEG sāo candidatas ao parto vaginal.
Apenas quando há comprometimento fetal com diástole zero ou
Gestaçāo (SHEG) reversa da artéria umbilical a cesárea está indicada.
Descolamento prematuro de
• Seguir protocolo específico.
placenta (DPP)
Distócia identificadas no
partograma não corrigidas • Seguir protocolo específico.
com outros recursos
QUEM O QUÊ
QUEM O QUÊ
13.1- DEFINIÇÂO
- É a utilização de meios artificiais para estimulação de contrações miometriais
capazes de modificar o esvaecimento e a dilatação uterina.
13.2- INDICAÇÕES
- Gestações pós-termo;
- Rotura prematura de membranas ovulares (RPMO);
- Condições clínicas maternas descompensadas: hipertensão, diabetes, entre
outras;
- Óbito fetal;
- Restrição do crescimento fetal;
- Corioamnionite;
- Interrupção legal da gravidez;
- Oligoâmnio;
- Gestação anembrionada.
13.3- CONTRA-INDICAÇÕES
- Cicatrizes uterinas corporais;
- Rotura uterina prévia;
- Iminência de rotura uterina;
- Sofrimento fetal agudo;
- Apresentações anômalas;
- Placenta prévia;
- Herpes genital ativo;
- Câncer cervical.
REGIME DE MISOPROSTOL
< 13 semanas de gestação 13–26 semanas de gestação > 26 semanas de gestação
Interrupção da gravidez
Interrupção da gravidez 13–24 semanas: 400 μg
Interrupção da gravidez
800 μg VV*, 12/12 horas VV*/VSL**/ VB*** 3/3 horas
27–28 semanas: 200 μg VV*
(2 – 3 doses) 25–26 semanas: 200 μg
VV*/VSL**/VB*** 4/4 horas
Morte fetal
Morte fetal
Aborto retido 27–28 semanas: 100 μg VV*
200 μg VV*/VSL**/ VB***
800 μg VV* , 3/3 horas (x2) > 28 semanas: 25 μg VV*,
a cada 4 – 6 horas
6/ 6 horas
Aborto inevitável
Aborto incompleto Indução do parto
200 μg VV*/VSL**/ VB***,
400–800 μg VV* (x1) 25 μg VV*, 6/6 horas
6/6 horas
Preparação cervical para
Preparação cervical para aborto cirúrgico
aborto cirúrgico 13-19 semanas: 400 μg VV 3–4
400 μg VSL 1 hora antes do horas antes do procedimento
procedimento ou VV* 3 horas > 19 semanas: pode ser
antes do procedimento combinado com outras
modalidades (ex: Krause)
Quadro 19 – Regime de Misoprostol
Fonte: Adaptado de FIGO - International Federation of Gynecology and Obstetrics. MISOPROSTOL
SOZINHO REGIMES RECOMENDADOS 2017. Disponível em:
https://www.figo.org/sites/default/files/uploads/project-publications/Miso/FIGO_Dosage_Chart_PT.pdf .
Acessado em: 25/6/2019
*VV: Via vaginal
**VSL: sublingual (por baixo da língua)
***VB: bucal (entre a bochecha
13.5.2- Segunda Escolha: MÉTODO DE KRAUSE:
- Resultado desejado: início de contrações capazes de modificar o colo uterino.
- Método:
• Realizar exame especular e introduzir sonda por visão direta, sob condições
estéreis;
• Introduzir uma sonda de Folley nº 16 no canal cervical, ultrapassando o
orifício interno e encher o balão com 30 a 60 ml de soro fisiológico ou água
destilada;
• A sonda de Folley deve ser tracionada e fixada com esparadrapo na face
medial da coxa da paciente;
• O cateter deve ser deixado no local no máximo por 24 horas ou até se soltar
espontaneamente;
• Quando o cateter se soltar ou completar as 24 horas, se não houver atividade
uterina suficiente e o colo for favorável, iniciar ocitocina por bomba de infusão
contíbua (BIC);
- Falha do procedimento quando: Caso o parto não seja deflagrado em 24 horas,
a sonda deve ser retirada e a cesariana indicada por falha de indução.
13.5.3- OCITOCINA
- Indicação
• Colo favorável ao trabalho de parto com contrações ineficazes;
• Paciente em trabalho com partograma evidenciando distócia funcional;
- Resultado esperado: alcançar contratilidade uterina adequada para a fase do
trabalho de parto conforme quadro 20.
- Método:
• Administrar preferencialmente em bomba de infusão conforme quadro 21
• Dose inicial: diluir 5UI de ocitocina em 500ml de SG5% (10 mUI/ml).
▪ Velocidade em bomba de infusão: 2 mUI/min (12 ml/h).
▪ Velocidade em equipo: 4 gotas/min.
• Aumentar a dose a cada 15 minutos conforme resposta das contrações
uterinas
▪ 2 mUI/min, acrescentando 12ml/h a cada 15 min em bomba de infusão ou
▪ Acrescentar 4 gotas/min a cada 15 minutos em equipo
▪ Dose máxima: 40 mUI/min (240 ml/h) ou 80 gotas /min.
• Lembrar que acima de 20mUI/min a ocitocina exerce efeito anti-diurético.
• Se hiper-estimulação uterina: suspender ocitocina, hidratar paciente, O₂
5L/minuto em cateter nasal, decúbito lateral esquerdo, avaliar necessidade de
terbutalina subcutânea 0,25 mg (meia ampola)
REFERÊNCIAS
1. Sun SY, Mattar R, Carvalho N, Braga Neto AR. Óbito fetal. São Paulo: Federação
Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (FEBRASGO); (Protocolo
FEBRASGO - Obstetrícia, no. 39/ Comissão Nacional Especializada em Gestação
de Alto Risco), 2018.
2. FIGO - International Federation of Gynecology and Obstetrics. MISOPROSTOL
SOZINHO REGIMES RECOMENDADOS 2017. Disponível em:
https://www.figo.org/sites/default/files/uploads/project-
publications/Miso/FIGO_Dosage_Chart_PT.pdf . Acessado em: 25/6/2019.
3. Garcia CAO et al. Indução de trabalho de parto com feto vivo. MEAC-
Maternidade escola Assis Chateaubriand, 2018.
4. Souza ACSR et al. Método mecânico de indução do parto em gestantes de alto
risco com cesariana anterior. Rev Bras Ginecol Obstet., 2015.
UNIDADE 2: PUERPÉRIO
14- INSERÇÃO DE DISPOSITIVO INTRA-UTERINO NO PUERPÉRIO
IMEDIATO
15- HEMORRAGIA PÓS-PARTO
16- PUERPÉRIO FISIOLÓGICO
17- PUERPERIO PATOLÓGICO
18- INFECÇÃO DE SÍTIO CIRÚRGICO
14- INSERÇÃO DE DISPOSITIVO
INTRAUTERINO NO PUERPÉRIO IMEDIATO
Ana Carla Araújo
Danielle Leal de Oliveira
Marília Gabriela Queiroz da Luz
14.1- INTRODUÇÃO
- A inserção pós-placentária de dispositivo intrauterino (DIU) é uma opção segura,
oportuna e eficaz para a contracepção pós-parto;
- "Pós-placentária" refere-se à inserção dentro de 10 minutos após a dequitação,
seja parto vaginal ou cesárea;
- A taxa de expulsão é mais elevada (cerca de 12% no primeiro ano pós-parto)
após a inserção do pós- parto em comparação com a inserção 6 semanas mais
tarde (cerca de 6 a 8%);
- As taxas de continuidade são relativamente elevadas (87,6% e 76,3%, em 6 e 12
meses, respectivamente);
- Para mulheres com acesso limitado à cuidados médicos, a possibilidade de
inserção precoce é uma boa oportunidade para abordar a necessidade de
contracepção.
14.2- INDICAÇÃO
14.2.1- Critérios de inclusão
- Qualquer idade (inclusive adolescentes);
- Desejo da paciente em utilizar DIU de cobre como método anticoncepcional;
- Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE) assinado;
- Expectativa de parto (vaginal ou cesárea) na atual internação, ou em internação
futura próxima.
14.3.2- Técnica de inserção após parto vaginal técnica utilizada com paciente
não anestesiada.
- Antes do reparo perineal, colocação de novas luvas estéreis;
- Ocitocina (10UI IM) caso já não tenha sido administrado (prevenção de
hemorragia);
- Não há necessidade de antibioticoterapia específica para o procedimento;
- Remover DIU do insertor;
- Apreender o DIU com a pinça de Foerster, com o cuidado de não acionar a
cremalheira (“dentes”) para não danificar o cobre, de modo que a esfera da haste e
os fios estejam paralelos à pinça; a ponta superior do DIU deve estar nivelada com a
extremidade da ponta da pinça. Importante: os fios devem ficar longe do eixo da
pinça para evitar que fiquem enrolados ou presos ao instrumento quando o mesmo
for removido do útero;
- Usando uma mão ou válvula de Doyan, expor e visualizar o lábio anterior do colo
do útero;
- Apreender delicadamente o lábio anterior do colo do útero com outra pinça de
Foerster;
- Tracionar delicadamente o colo do útero e sob visão direta, introduzir o DIU
através dele;
- Soltar a mão que estava tracionando o colo e coloca-la no abdome para
estabilizar o fundo uterino;
- Avançar o DIU ao fundo uterino;
- Confirmar o posicionamento fúndico tanto com a mão abdominal quanto com a
mão de inserção;
- Soltar o DIU da pinça, abrindo-a o máximo possível;
- Girar a pinça cerca de 45 graus e move-la lateralmente para evitar a retirada o
DIU;
- Não é necessária a realização de ultrassonografia neste momento pós-inserção.
REFERÊNCIAS
1. Finotti MC, Magalhães J, Martins LA, Franceschini AS. Métodos anticoncepcionais
reversíveis de longa duração. São Paulo: Federação Brasileira das Associações
de Ginecologia e Obstetrícia (FEBRASGO); 2018. (Protocolo FEBRASGO -
Ginecologia, no. 71/ Comissão Nacional Especializada em Anticoncepção), 2018.
2. HUMAP — Hospital Universitário Maria Aparecida Pedrossian. Protocolo de
Inserção de DIU Pós-Parto, 2018.
3. Berry-Bibee EN, Tepper NK, Jatlaoui TC, Whiteman MK, Jamieson DJ, Curtis KM.
The safety of intrauterine devices in breastfeeding women: a systematic review.
Contraception, 2016.
4. WHO — World Health Organization. Selected practice recommendations for
contraceptive use, 2016.
15- HEMORRAGIA PÓS-PARTO
Celso Hideo Fukuda
Clélia Andrade Salustrino
Danielle Leal de Oliveira
Marília Gabriela Queiroz da Luz
15.1-DEFINIÇÃO
- A hemorragia pós-parto (HPP) é aquela que ocorre após a dequitação, capaz
de causar instabilidade
1a escolha:
• Injetar 10 UI intramuscular de ocitocina, logo após o nascimento, em
todos os partos;
2a escolha (contra-indicação ao uso intramuscular):
Uso universal da • Esquema endovenoso de 5UI de ocitocina em infusão lenta por 3
ocitocina após o parto minutos seguido de dose de manutenção (20 UI de ocitocina diluídas
em 500 mL de SF0,9% à 125ml/h) por 4 a 12 horas, em bomba de
infusão contínua.
Ocitocina é o principal componente das medidas de prevenção da HPP,
reduzindo-a em > 50%.
Contato pele a pele mãe- Estimular o contato pele a pele, pois é uma medida de saúde pública e
filho determina importante benefício para o vínculo mãe-filho
15.5- DIAGNÓSTICO.
- Pesar compressas e/ou gazes: finalizado o parto a equipe de enfermagem
deverá pesar as compressas e/ou gazes para quantificar o sangramento,
considerando 1 g = 1 ml. Anotar no prontuário e avisar a equipe médica se perda
maior que 500 ml em parto normal e maior que 1000 ml em parto cesariano.
- Estimativa visual do sangramento: é subjetiva e frequentemente subestima a
perda sanguínea. Contudo, é uma metodologia simples e rápida para identificar um
quadro hemorrágico em suas fases iniciais. A figura 8 apresentam alguns
parâmetros visuais que podem auxiliar na quantificação e diagnóstico de uma
hemorragia pós-parto.
IC* Reposições
<1 Ringue lactato aquecido no máximo 1000 ml
6 5. Equipo
6. Soro fisiológico
15.8.2- T 2 – Traumas
15.8.2.1- Inversão uterina
- Causas: atonia uterina, placenta fúndica e alterações uterinas congênitas.
• Realizar infusão de ocitocina;
• Reposicionar o útero pela manobra de Johnson:
▪ segurar o fundo uterino com uma mão com os dedos em direção ao fundo de
saco posterior;
▪ levantar o útero para fora da pelve com força segurando o útero na cavidade
abdominal acima do nível do umbigo.
• Se não houver sucesso com o reposicionamento manual, utiliza-se a
abordagem cirúrgica com a técnica de Huntington (tração dos ligamentos
redondos com pinça de Allis e progressivamente central) e posteriormente com
a histerectomia subtotal.
—> Durante a inversão uterina pode ocorrer o reflexo vaso-vagal com bradicardia
e hipotensão, deve-se realizar o reposicionamento uterino rápido e a administração
de 0,5mg de atropina EV em bolus e infusão de cristalóides (1000 a 2000 ml).
15.8.2.2- Rotura uterina
- Fatores de risco: indução do parto e cicatriz uterina anterior;
- Clínica: bradicardia fetal, sangramento vaginal, dor a palpação abdominal,
taquicardia materna e aumento da circunferência abdominal;
- Se pós-parto e assintomático, conduta expectante;
- Se sintomático ou ante-parto, abordagem cirúrgica com sutura uterina ou
histerectomia.
15.8.2.3- Lacerações de canal de parto
- Correção das lacerações.
15.8.2.4- Hematomas
- Podem causar dor e alterações dos sinais vitais incompatíveis ao sangramento
visualizado;
- Os pequenos hematomas podem ter conduta expectante desde que não cause
dados as pacientes;
- Grandes hematomas ou os com repercussão hemodinâmica, devem ser drenados
(incisão e retirada do coágulo).
15.8.3- T 3 – Retenção placentária (Tecidos)
- Definida como ausência de dequitação em 30 minutos pós expulsão fetal;
- Fatores de risco: cesariana anterior, retenção placentária em gestação anterior,
curetagem, placenta prévia anterior e multiparidade;
- Pode estar relacionada a acretismo placentário;
- A placenta encarcerada ocorre nos casos de contração do colo ou segmento
uterino inferior e pode ser resolvida com a tração continua e controlada do cordão e
pressão suprapúbica (manobra de Brandt). Se não funcionar, pode-se realizar a
infusão de ocitocina (2ml ou 2UI) com solução salina (20 ml) na veia umbilical;
- Se observado dequitação incompleta, realizar curetagem.
- Se as medidas acima não forem suficientes considerar acretismo placentário e
histerectomia.
REFERÊNCIAS
1. Dr Patrick Bose, Dr Fiona Regan, Miss Sara-Paterson Brown. Estimativa visual da
perda sanguínea. Adaptado de A Pictorial Reference Guide to Aid Visual
Estimation of Blood Loss at Obstetric Haemorrhage: Accurate Visual Assessment
is Associated with Fewer Blood Transfusions. Disponível em:
https://crana.org.au/uploads/pdfs . Acessado em: 21/06/2019
2. ANS — Agência Nacional de Saúde. Programa Parto Adequado. Disponível em:
http://www.ans.gov.br/gestao-em-saude/projeto-parto-adequado/reunioes.
Acessado em 21/06/2019.
3. Osanan GC, Tavares AB, Reis MI, Múcio B. Hemorragia pós-parto. São Paulo:
Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (FEBRASGO);
2018. (Protocolo FEBRASGO - Obstetrícia, no. 109/ Comissão Nacional
Especializada em Urgências Obstétricas). , 2018.
4. ALSO- Advanced Life Suport in Obstetrics. The American Acadey Of Physicians.
Hemorragia pós-parto: emergencia do terceiro período, 2018.
5. Zugaib M, Bittar RE, Francisco RP. Placenta prévia. In: Waissman AL. Protocolos
assistenciais clínica Obstétrica FMUSP. 5a ed. São Paulo: Atheneu, 2017.
6. Lisa C. Zuckerwise et al. Use of a Novel Visual Aid to Improve Estimation of
Obstetric Blood Loss. American College of Obstetricians and Gynecologists. VOL.
123, NO. 5, MAY, 2014.
16- PUERPÉRIO FISIOLÓGICO
Débora Ventura Baptista Carneiro
Marília Gabriela Queiroz da Luz
16.1. INTRODUÇÃO
- Puerpério ou pós-parto é um período cronologicamente variável durante o qual as
modificações locais e sistêmicas, provocadas pela gravidez e parto no organismo da
mulher, retornam às condições vigentes antes da gravidez.
- Dura em média 6 semanas.
REFERÊNCIAS
1. Jorge SR, Mariani Neto C. Aleitamento materno. São Paulo: Federação Brasileira
das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (Febrasgo); 2018. (Protocolo
Febrasgo – Obstetrícia, nº 116/Comissão Nacional Especializada em Aleitamento
Materno), 2018.
2. Rennó Júnior J, Rocha R. Anormalidades comportamentais no puerpério. São
Paulo: Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia
(Febrasgo); 2018. (Protocolo Febrasgo – Obstetrícia, nº 118/ Comissão Nacional
Especializada em Assistência ao Abortamento, Parto e Puerpério), 2018.
3. Brasil. Ministério da Saúde. Assistência a mulher no puerpério. Protocolos da
Atenção Básica : Saúde das Mulheres / Ministério da Saúde, Instituto Sírio-
Libanês de Ensino e Pesquisa – Brasília : Ministério da Saúde, 2016.
4. Brasil. Ministério da Saúde — Gabinete do Ministro. PORTARIA Nº 2.068, DE 21
DE OUTUBRO DE 2016. DOU de 24/10/2016 (nº 204, Seção 1, pág. 120), 2016.
17- PUERPERIO PATOLÓGICO
Gislânia Ponte Francês Brito
Marília Gabriela Queiroz da Luz
Paulo Henrique Seabra
17.1- INTRODUÇÃO
- São complicações que podem ocorrer após o terceiro período do trabalho de
parto:
• Hemorragia pós-parto (vide capítulo específico);
• Infecção puerperal (endometrite);
• Doenças tromboembólicas;
• Alterações da mama lactente (Mastite);
• Depressão pós-parto;
• Outras complicações de comorbidades.
17.2- HEMORRAGIA PÓS PARTO (vide capítulo específico)
- Mastite
• Pode levar a abscessos mamários, fasceíte necrosante e síndrome do choque
tóxico
• Vide tópico de mastite
- Infecção do trato urinário
• As infecções bacterianas gram-negativas são particularmente associadas
• ao trato urinário.
• A pielonefrite aguda deve ser tratada de forma agressiva, com hospitalização e
antibiótico endovenoso (ceftriaxona).
• Vide protocolo de ITU no ciclo gravídico-puerperal
- Pneumonia
• A pneumonia grave deve ser assistida em conjunto com um pneumologista
infectologista.
• Um antibiótico betalactâmico, junto com um antibiótico macrolídeo, é usado
para cobrir organismos típicos e atípicos.
17.5- MASTITE
- É a infecção do parênquima glandular, tecido celular subcutâneo e vasos
linfáticos da mama que ocorre mais frequentemente na segunda e terceira semana
da lactação.
17.5.3- CONDUTA:
- Manter a lactação (garantir drenagem láctea);
- Aumento da hidratação oral;
- Analgesia: paracetamol ou dipirona/ AINES/ codeína;
- Não recomendado compressas frias ou quentes (risco de lesão tecidual / sem
benefício aparente);
- Na presença de eliminação de pús pelo mamilo ou dor intensa recomenda-se
coletar cultura da secreção antes de início de antibiótico e interromper amamentação
temporariamente na mama comprometida;
- Na presença de abscesso está indicada a drenagem das lesões (orientado pela
USG);
- Profilaxia se dá evitando estase láctea (ingurgitamento) e lesões mamilares
(fissuras).
- Antibioticoterapia por 10 – 14 dias:
• 1ª escolha: Cefalexina 500 mg 6/6h via oral;
• 2ª escolha: Clindamicina 300 mg 6/6h via oral;
• 3ª escolha: Amoxicilina 800 mg 8/8h via oral;
- Internação hospitalar para antibioticoterapia endovenosa se:
• Abcesso grande ou septado;
• Mastite recidivante;
• Sinais de bacteremia ou sepse;
• Tratamento ambulatorial insatisfatório;
- Antibioticoterapia IV:
• Oxacilina 500 mg IV 6/6h por 14 dias
• Em caso de evolução clínica desfavorável: Vancomicina 1g IV 12/12h
17.6- INGURGITAMENTO MAMÁRIO
- Mais comum nos primeiros 3 a 5 dias pós parto.
- Caso ocorra febre, esta não ultrapassa 39ºC, limita-se as primeiras 24h pós parto.
- Prevenção e tratamento:
• Estimular a sucção do RN/ livre demanda
• Técnica adequada de amamentação;
• Praticar ordenha manual quantas vezes necessário;
• Sustentação adequada das mamas;
REFERÊNCIAS
1. Luz SH, Steibel JA, Steibel G, Cunha Filho EV. Infecção puerperal. São Paulo:
Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia
(FEBRASGO); 2018. (Protocolo FEBRASGO - Obstetrícia, no. 117/ Comissão
Nacional Especializada em Assistência ao Abortamento, Parto e Puerpério), 2018
2. Rennó Júnior J, Rocha R. Anormalidades comportamentais no puerpério. São
Paulo: Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia
(Febrasgo); 2018. (Protocolo Febrasgo – Obstetrícia, nº 118/ Comissão Nacional
Especializada em Assistência ao Abortamento, Parto e Puerpério, 2018.
3. Jorge SR, Mariani Neto C. Aleitamento materno. São Paulo: Federação Brasileira
das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (Febrasgo); 2018. (Protocolo
Febrasgo – Obstetrícia, nº 116/Comissão Nacional Especializada em Aleitamento
Materno), 2018.
4. Rennó Júnior J, Rocha R. Anormalidades comportamentais no puerpério. São
Paulo: Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia
(Febrasgo); 2018. (Protocolo Febrasgo – Obstetrícia, nº 118/ Comissão Nacional
Especializada em Assistência ao Abortamento, Parto e Puerpério), 2018.
5. Brasil. Medidas de prevenção e critérios diagnósticos de infecções puerperais em
parto vaginal e cirurgia cesariana. ANVISA — Agência Nacional de Vigilância
Sanitária, 2017.
6. MEAC — Maternidade Assis Chateaubriand. Endometrite Puerperal, 2017.
Disponível em:
http://www2.ebserh.gov.br/documents/214336/1109086/PRO.OBS.011+-
+R2+ENDOMETRITE+PUERPERAL.pdf/a4be04f7-5631-467a-b0e3-
1bae1d529126 .Acessado em: 07/07/2019
7. Brasil. Ministério da Saúde. Assistência a mulher no puerpério. Protocolos da
Atenção Básica : Saúde das Mulheres / Ministério da Saúde, Instituto Sírio-
Libanês de Ensino e Pesquisa – Brasília : Ministério da Saúde, 2016.
18- INFECÇÃO DE SÍTIO CIRÚRGICO
Gislânia Ponte Francês Brito
Vivian Araújo Vasconcelos
18.1-DEFINIÇÂO
- Infecções do Sítio Cirúrgico (ISC) são aquelas que ocorrem relacionadas à
manipulação cirúrgica, acometendo tecido subcutâneo, tecidos moles profundos
(fáscia e músculo), órgãos e cavidades com incisão, ocorrendo até o 30º dia de pós-
operatório.
18.2-FATORES DE RISCO
- Trabalho de parto prolongado;
- Rotura prematura de membranas ovulares;
- Múltiplos toques vaginais;
- Extração manual da placenta e parto prematuro;
- Tempo prolongado de internação;
- Obesidade;
- Diabetes mellitus,
- Uso de corticosteróides;
- Tempo cirúrgico prolongado;
- Técnica cirúrgica inadequada;
- Desnutrição;
- Infecção em outros órgãos e tecidos.
18.3-CLASSIFICAÇÃO
18.3.1- Quanto à Profundidade
- Superficial: envolve apenas a pele e tecido celular subcutâneo do local da
incisão.
- Profunda: envolve os tecidos moles profundos (músculo ou fáscia).
- De órgão ou espaço: acometimento de qualquer outra região anatômica
manipulada no procedimento cirúrgico que não a incisão.
18.6- MANEJO
- Forma leve:
• Recomenda-se acompanhamento ambulatorial e tratamento conservador
• Orienta-se retirada dos pontos para melhora do processo inflamatório
• Em casos selecionados, usar anti-inflamatórios não hormonais.
- Celulite sem comprometimento sistêmico:
• Recomenda-se acompanhamento ambulatorial e tratamento conservador.
• Antibioticoterapia deve ser mantida por 7 a 10 dias:
• Cefalexina 500 mg 1 comprimido VO de 6/6 horas ou
• Amoxicilina + clavulanato de potássio 500/250 mg 1 comprimido VO a cada 8
horas ou
• Clindamicina 300 mg VO 1 comprimido VO a cada 6 horas ou 2 comprimidos a
cada 8 horas.
- Celulite com comprometimento sistêmico:
• Recomenda-se internação, abordagem cirúrgica com remoção do tecido
necrótico e envio de material para cultura.
• Avaliar protocolo de sepse.
• A antibioticoterapia inicial é empirica, podendo ser modificada após resultados
de cultura:
▪ Primeira opção: Clindamicina 600mg EV a cada 6 horas + Gentamicina 1,5
mg/kg IV 8/8 h (ou 3,5-5,0 mg/Kg em dose única diária) OU
▪ Segunda opção: Oxacilina 1 a 2g EV a cada 4 horas + ceftriaxona 2 g EV
uma vez ao dia
- Forma exsudativa ou purulenta
• Abordagem inicial:
• Internação hospitalar
• Avaliar protocolo de sepse.
• Ultrassonografia de partes moles e pelve
• Coleta de material para bacterioscopia e cultura: coletar secreção profunda ou
realizar biópsia da borda, enviando fragmentos da biopsia para cultura.
• Avaliar abordagem cirúrgica para remoção de tecidos e drenagem de coleções:
▪ Superficiais: tratamento com curativos. Reaproximação das bordas quando
não houver mais processo infeccioso. O fechamento da incisão por segunda
intenção pode ser uma alternativa.
▪ Profundas: drenagem das coleções subaponeuróticas, fechamento da
aponeurose com fios monofilamentados e aproximação das bordas se não
houver comprometimento dos tecidos superficiais.
• A antibioticoterapia inicial é empirica, podendo ser modificada após resultados
de cultura:
▪ Primeira opção: clindamicina 600mg EV a cada 6 horas + Gentamicina 1,5
mg/kg IV 8/8 h (ou 3,5-5,0 mg/Kg em dose única diária) OU
▪ Segunda opção: oxacilina 1 a 2g EV a cada 4 horas + ceftriaxona 2 g EV
uma vez ao dia
18.8- CURATIVO
- Higienizar as mãos antes e depois da troca de curativos de qualquer contato com
o sitio cirúrgico;
- Realizar o curativo com técnica e material asséptico, logo após o termino da
operação e mantidos por 24 horas, sem molhar; Fazer a troca do curativo após as
24 horas, antes desse horário, apenas se houver acúmulo de secreções;
- Após 24 horas as feridas suturadas, deverão ser mantidas preferencialmente
descobertas;
- Manter o curativo semi-oclusivo por mais tempo na presença de foco infeccioso
nas proximidades (colostomia, infecção);
18.9.3- Hidrogel
- É indicado para feridas limpas com pouca exsudação.
• É composto de PVPI e água.
• Hiperhidrata o tecido desvitalizado, promovendo desbridamento autolítico e
atraumático.
• Absorve os fluidos, diminuindo o edema e a dor.
• Aplicado diretamente sobre a área afetada e coberto com curativo secundário.
• Troca do curativo: 12 a 24 horas.
• Contra-indicação: feridas muito exsudativas e infectadas.
REFERÊNCIAS
1. Brasil. Medidas de prevenção e critérios diagnósticos de infecções puerperais em
parto vaginal e cirurgia cesariana. ANVISA — Agência Nacional de Vigilância
Sanitária, 2017.
2. Zimmermmann et al. Infecção em cicatriz de cesariana: revisão da literatura e
relato de caso. Revista da Faculdade de Ciências Médicas de Sorocaba, 2017.
3. SUS - Sistema Único de Saúde. Manual de curativos. Prefeitura Municipal de
Campinas, 2016.
UNIDADE 3:
INTERCORRÊNCIAS NA
GRAVIDEZ
19- PRENHEZ ECTÓPICA
20- PLACENTA PRÉVIA
21- ACRETISMO PLACENTÁRIO
22- DESCOLAMENTO PREMATURO DE PLACENTA
23- ROTURA UTERINA
24- CHOQUE
25- PROTOCOLO DE CIVD
26- SÍNDROME HIPERTENSIVA NA GESTAÇÃO
27- RESTRIÇÃO DO CRESCIMENTO FETAL
28- DIABETES NA GESTAÇÃO
29- ROTURA PREMATURA DE MEMBRANAS OVULARES.
30- CORIOAMNIONITE
31- INFECÇÃO URINÁRIA NO CICLO GRAVÍDICO-PUERPERAL
32- GESTAÇÃO E HIV
33- ÓBITO FETAL
34- CONTROLE DE VITALIDADE FETAL
35- DOR ABDOMINAL DE ORIGEM NÃO OBSTÉTRICA
36- TROMBOEMBOLISMO VENOSO
19- PRENHEZ ECTÓPICA
Celso Hideo Fukuda
Marília Gabriela Queiroz da Luz
19.1- INTRODUÇÃO
- Denomina-se prenhez ectópica (PE) aquela em que a implantação e o
desenvolvimento do embrião ocorrem fora da cavidade corporal uterina
- Cerca de 98% dos casos ocorre nas trompas.
19.2- DIAGNÓSTICO
19.2.1- Clínico
- As manifestações clínicas surgem tipicamente entre 6 e 8 semanas após o último
período menstrual normal, mas podem ocorrer mais tardiamente se a gravidez não
for tubária;
- Dor abdominal e pélvica, podendo haver sensibilidade ao exame, especialmente a
mobilização da cérvice ou estar ausente antes da ruptura;
- Atraso menstrual;
- Sangramento vaginal anormal, geralmente em pequena quantidade, com cor
marrom-escuro, intermitente ou contínuo;
- Massa anexial dolorosa;
- Dor torácica pleurítica devido irritação diafragmática da hemorragia;
- Sinais de gravidade: tenesmo, taquicardia acentuada, sudorese intensa, Blumberg
presente, hipotensão).
19.2.2- Laboratorial
- Beta-hCG sérico tende a ser menor que em gestações intra-uterinas de mesma
idade gestacional;
- Na maioria das gestações normais, a dosagem de beta-hCG tem um crescimento
linear até seu 42º dia, aumentando no mínimo 53% podendo chegar ao dobro em
48h, valores inferiores deve-se pensar em gravidez inviável;
- Dosagem de progesterona inferior a 5ng/ml está associada a gravidez tópica
inviável ou ectópica, mas só deve ser solicitado em caso de duvida diagnostica.
19.2.3- Ultrassonográfico
- Ultrassonografia (US) tem sensibilidade de 54 a 94%.
- Achados frequentes:
- Imagens de saco gestacional extra-uterino com embrião com e sem atividade
cardíaca,
- Anel tubário
- Massa sólida ou complexa (hematossalpinge)
- Liquido livre na pelve.
Atenção: O saco gestacional deve ser visível na US transvaginal quando o beta-
hCG sérico estiver acima de 2000 mUI/ml. Sendo esta complementação diagnóstica
indispensável diante de achados inespecíficos, que podem representar corpo lúteo
em gestação inicial ou miomas subserosos.
19.3- MANEJO
19.3.1- Medidas gerais
- Internação;
- Monitorização ( FC, PA, FR e T);
- Avaliação do estado hemodinâmico e estabilização clinica;
- Punção de dois acesso periféricos calibrosos;
- Coletar exames laboratoriais: hemograma, coagulograma, TGO, TGP, Uréia,
Creatinina, beta-hCG quantitativo e ABO Rh;
- Solicitar reserva de sangue e hemoderivados.
- Pacientes estáveis:
• Ultrassonografia transvaginal de urgência para confirmação diagnóstica;
• Escolha de tratamento cirúrgico, clínico ou expectante.
- Pacientes instáveis:
• Tratamento cirúrgico imediato
REFERÊNCIAS
1. Elito J Jr. Gravidez ectópica. São Paulo: Federação Brasileira das Associações de
Ginecologia e Obstetrícia (FEBRASGO); 2018. (Protocolo FEBRASGO -
Obstetrícia, nº 22/Comissão Nacional Especializada em Urgências Obstétricas),
2018.
20.1- DEFINIÇÃO
- A Placenta Prévia (PP) é definida como a presença de tecido placentário que
recobre ou está muito próximo ao orifício interno do colo uterino após 28 semanas.
20.2- CLASSIFICAÇÃO
20.2.1- Placenta prévia: a placenta recobre total ou parcialmente o orifício interno
do colo uterino (anteriormente denominada placenta prévia centro-total ou centro-
parcial).
20.3-FATORES DE RISCO
- Número de cesáreas prévias;
- Idade materna avançada;
- Multiparidade;
- Gemelidade;
- Curetagens uterinas;
- Outras cicatrizes uterinas;
- Placenta prévia em gestação anterior;
- Tabagismo;
- Uso de cocaína;
- Mulheres que residem em altitudes elevadas.
20.4- DIAGNÓSTICO
20.4.1- Anamnese
- Sangramento vermelho vivo indolor, sem causa aparente, reincidente e em
episódios de intensidade progressiva.
REFERÊNCIAS
1. Francisco RP, Martinelli S, Kondo MM. Placenta prévia e acretismo placentário.
São Paulo: Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia
(FEBRASGO); 2018. (Protocolo FEBRASGO - Obstetrícia, no. 26/ Comissão
Nacional Especializada em Assistência ao Abortamento, Parto e Puerpério), 1018.
2. ALSO- Advanced Life Suport in Obstetrics. The American Acadey Of Physicians.
Hemorragia no final da gestação, 2018.
3. Zugaib M, Bittar RE, Francisco RP. Placenta prévia. In: Waissman AL. Protocolos
assistenciais clínica Obstétrica FMUSP. 5a ed. São Paulo: Atheneu, 2017.
21- ACRETISMO PLACENTÁRIO
Celso Hideo Fukuda
Cláudia Campos Coelho França
Danielle Leal de Oliveira
Marília Gabriela Queiroz da Luz
21.1- CONCEITOS
- Aderência anormal da placenta ao miométrio que apresenta ausência parcial ou
total da decídua basal
• Placenta acreta: adesão anormal da placenta ao útero
• Placenta increta: invasāo do miométrio
• Placenta percreta: invasāo da camada serosa do útero podendo, até mesmo,
afetar outros órgãos como bexiga ou intestino.
21.3- DIAGNÓSTICO
- Deverá ser feito, de preferência, ainda durante o pré-natal, possibilitando assim,
um melhor planejamento das ações para diminuir morbi-mortalidade materna e fetal.
As seguintes características contribuem para o diagnóstico:
21.3.1- Clínica:
- No pré-natal, sempre que se associar placenta prévia e cesárea anterior, o
diagnóstico de acretismo deve ser buscado;
- Durante a gravidez hemorragia semelhante à placenta prévia pode ocorrer na
presença do acretismo;
- Se a placenta for percreta, poderá haver hematúria durante a gestação;
- Sangramento intenso logo após a tentativa de descolamentos da placenta;
- A placenta ou parte dela permanece firmemente aderida ao útero após o parto.
21.3.2- Ultrassonografia:
- Espaços hipoecóicos (lagos venosos) na espessura da placenta;
- Adelgaçamento do miométrio adjacente à placenta;
- Perda do espaço hipoecóico retroplacentário
- Protrusão da placenta para o interior da bexiga;
- Ao doppler observa-se fluxo sanguíneo turbulento nas lacunas planetárias;
- Hipervascularização na interface da bexiga/serosa uterina.
21.4- COMPLICAÇÕES
- Hemorragia intensa;
- Choque hipovolêmico;
- Coagulação intravascular disseminada (CIVD);
- Síndrome do desconforto respiratório do adulto;
- Insuficiência renal aguda;
- Histerectomia periparto;
- Infecção puerperal;
- Politransfusão;
- Morte materna.
REFERÊNCIAS
1. Francisco RP, Martinelli S, Kondo MM. Placenta prévia e acretismo placentário.
São Paulo: Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia
(FEBRASGO); 2018. (Protocolo FEBRASGO - Obstetrícia, no. 26/ Comissão
Nacional Especializada em Assistência ao Abortamento, Parto e Puerpério), 2018.
2. ALSO- Advanced Life Suport in Obstetrics. The American Acadey Of Physicians.
Hemorragia no final da gestação, 2018.
3. Zugaib M, Bittar RE, Francisco RP. Placenta prévia. In: Waissman AL. Protocolos
assistenciais clínica Obstétrica FMUSP. 5a ed. São Paulo: Atheneu, 2017.
4. American College of Obstetricians and Gynecologists. ACOG Committee Opinion
N. 529, July 2012: Placenta accrete spectrum. Obstetrics Care Consensus; 2012.
22- DESCOLAMENTO PREMATURO DE
PLACENTA
Celso Hideo Fukuda
Danielle Leal de Oliveira
Marília Gabriela Queiroz da Luz
22.1- INTRODUÇÃO
- Descolamento prematuro de placenta (DPP) é a separação parcial ou completa
da placenta implantada no corpo do útero, antes da expulsão do feto, em gestação
de 22 ou mais semanas completas.
22.3-CLASSIFICAÇÃO
22.3.1- Grau I (leve):
- Mínimo ou nenhum sangramento;
- Não existe comprometimento materno ou fetal;
- Diagnóstico é geralmente retrospectivo com a observação do hematoma
retroplacentário no estudo da placenta ou durante a gravidez, como achado causal
em avaliação ultrassonográfica.
22.3.2- Grau II (moderado): diagnóstico baseado nos achados clássicos de DPP:
- Sangramento genital (presente em 80% dos casos, sangue escuro);
- Dor abdominal súbita ou intensa;
- Hipertonia uterina, útero doloroso a palpação;
- Ausculta fetal difícil ou ausente;
- Aumento progressivo do volume uterino;
- Bolsa das águas tensas;
- Aumento da pressão arterial ou hipotensão secundária ao choque hipovolêmico.
22.3.3- Grau III (grave): sinais clássicos de DPP associados a óbito fetal.
- IIIA: sem coagulopatia
- IIIB: com coagulopatia
22.4- DIAGNÓSTICO
- Essencialmente clínico, podendo ser auxiliado pela ultrassonografia nos casos
duvidosos;
- Em alguns casos o diagnóstico poderá ser retrospectivo e baseado em exame
anatomopatológico da placenta.
Cesárea
Feto vivo Feto morto
REFERÊNCIAS
1. Feitosa FE, Carvalho FH, Feitosa IS, Paiva JP. Descolamento prematuro de
placenta. São Paulo: Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e
Obstetrícia (FEBRASGO); 2018. (Protocolo FEBRASGO - Obstetrícia, no. 27/
Comissão Nacional Especializada em Urgências Obstétricas, 2018.
2. ALSO- Advanced Life Suport in Obstetrics. The American Acadey Of Physicians.
Hemorragia no final da gestação, 2018.
3. Zugaib M, Bittar RE, Francisco RP. Placenta prévia. In: Waissman AL. Protocolos
assistenciais clínica Obstétrica FMUSP. 5a ed. São Paulo: Atheneu, 2017.
4. Vitale et al. Comparasion between modified Misgav-Ladach and Pfannienstiel-Kerr
Thechniques for Cesarian section review of literature. Journal of Prenatal
Medicine, 2014.
23- ROTURA UTERINA
Danielle Leal de Oliveira
Marília Gabriela Queiroz da Luz
23.1- INTRODUÇÃO
21.5.1- Rotura uterina aguda
- Solução de continuidade de todas as camadas da parede uterina, incluindo
serosa superficial;
- O quadro é abrupto e causa extrusão parcial ou completa do feto do útero, com
descolamento da placenta, hemorragia materna e síndrome hipóxico-isquêmica
neonatal.
23.4- MANEJO
23.4.1- Objetivos do tratamento:
- Estabilização hemodinâmica maternal;
- Correção cirúrgica imediata da lesão que levou à instabilidade cardiocirculatória.
REFERÊNCIAS
1. Andreucci CB, Magalhães CG. Rotura uterina. São Paulo: Federação Brasileira
das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (FEBRASGO); 2018. (Protocolo
FEBRASGO - Obstetrícia, no. 108/ Comissão Nacional Especializada em
Urgências Obstétricas), 2018.
24.1- INTRODUÇÃO
- Choque é uma síndrome caracterizada pela incapacidade do sistema circulatório
de fornecer oxigênio aos tecidos;
- O reconhecimento precoce e correção da causa base são fundamentais para a
sobrevivência do paciente.
24.4- MANEJO.
24.4.1- Nos casos de hemorragia puerperal (HPP) seguir protocolo específico
24.4.2- Metas:
- PAS > 90 mmHg
- FC < 100 bpm
- Diurese > 0,5 mL/kg/hora
- Melhora da perfusão periférica: tempo de reperfusão < 3 segundos
- Saturação de O₂: 92%
REFERÊNCIAS
1. Sanga RR; Martins HS. Hipotensão e Choque no departamento de emergência.
In: Emergências clínicas : abordagem prática / Herlon Saraiva Martins...[et al.]. 10.
ed. rev. e atual. -- Barueri, SP : Manole, 2015.
2. ATLS — Advanced Trauma Life Support. Shock. American College of Surgeons,
2018.
3. Organização Pan-Americana da Saúde. Recomendações assistenciais para
prevenção, diagnóstico e tratamento da hemorragia obstétrica. Brasília: OPAS;
2018
25- PROTOCOLO DE CIVD
Daniel Gomes de Lima
Gislânia Ponte Francês Brito
Marília Gabriela Queiroz da Luz
25.1- CONCEITO
- Desordem trombo-hemorrágica sistêmica desencadeada por condições clínicas
bem definidas e com evidências laboratoriais de:
• Ativação pró-coagulante;
• Ativação da fibrinólise;
• Consumo de fatores coagulantes e dos inibidores;
• Evidências bioquímicas de danos a órgãos alvos.
25.2- CONDIÇÕES CLÍNICAS ASSOCIADAS À CIVD
25.2.1- Eventos obstétricos
- Feto morto retido;
- Embolia por líquido amniótico;
- SHEG (síndrome hipertensiva da gestação);
- Deslocamento prematuro de placenta;
- Aborto Séptico.
25.2.3.- Trauma
25.7-CRITÉRIO DE INTERNAÇÃO
- Qualquer paciente com sinais clínicos ou laboratoriais de CIVD deve ser internada
e avaliada por intensivista.
22.8-CRITÉRIO DE ALTA
- Paciente sem nenhum sinal clínico ou laboratorial de CIVD, clinicamente estável.
REFERÊNCIAS
1. Pasqualini, B et al. Artigo de Revisão: Coagulação intravascular disseminada.
www.revista.uniplac.net, 2018.
2. Lopes EM; Cle, DV. Coagulação Intravascular Disseminada (CIVD) na Sala de
Urgência. Revista QualidadeHC, 2018.
26. SÍNDROME HIPERTENSIVA NA GESTAÇÃO
Clélia Andrade Salustrino
Danielle Leal de Oliveira
Dociana Érica Cabral Formigosa
Marília Gabriela Queiroz da Luz
26.1- INTRODUÇÃO.
26.1.1- Síndrome hipertensiva na gestação (SHEG)
26.1.1.1- Definição de SHEG
- Hipertensão arterial na gravidez que pode se apresentar com diferentes formas
clínicas;
- Cada forma clínica requer um manejo diferente.
26.4- MEDIDAS GERAIS PARA AS FORMAS GRAVES DE SHEG (PE com sinais
de deteriorização clínica)
26.4.1- Hidratação
- Não exceder 125 mL /hora ou 3000 mL / dia, incluindo hidratação oral e venosa;
- Administrar 50 a 125 mL/ hora de ringer lactato para manter débito urinário entre
30 a 40 mL/ hora.
-MgSO4 50%:
MANUTENÇÃO
•Intramuscular: 10 ml de MgSO4 50% via
intramuscular a cada 4 horas, alternando os glúteos
Quadro 32 – Esquemas de sulfato de magnésio para prevenção e tratamento da eclâmpsia
Fonte1: Peraçoli JC, Borges VT, Ramos JG, Cavalli RC, Costa SH, Oliveira LG, et al. Pré-
eclâmpsia/eclâmpsia. São Paulo: Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia
(FEBRASGO); 2018
Fonte 2: HYPERTENSIVE Disorders of Pregnancy: ISSHP Classification, Diagnosis, and
Management Recommendations for International Practice International Society for the Study of
Hypertension in Pregnancy and the American Heart Association, 2018.
*SF: soro fisiológico
**MgSO4: sulfato de magnésio
26.6.1- Manejo
26.6.1.1- Objetivos do tratamento na urgência
- Meta: redução de 15 a 25% nos valores iniciais de PA, atingindo-se valores da
PAS entre 140 e 150 mmHg e da PAD entre 90 e 100 mmHg;
- Evitar a perda da autorregulação vascular cerebral e as lesões neurológicas
associadas.
26.6.1.2- Drogas utilizadas
- Hidralazina OU nifedipina conforme quadro 33.
- Considera-se falha da droga utilizada quando atingi-se dose máxima da droga
sem alcançar meta pressórica
- Na falha da hidralazina OU nifedipina administrar nitroprussiato conforme quadro
34.
DROGAS RECOMENDADOS PARA O TRATAMENTO DA
CRISE HIPERTENSIVA EM GESTANTES
Agente Dose inicial Repetir, se necessário Dose máxima
Hidralazina
Ampola de 20 mg/mL
- Diluir 1 ampola de 5 mg, a cada
5 mg IV* 45 mg
Hidralazina em 19 ml de água 20 minutos
destilada (AD);
Aspirar primeiramente a AD
Nifedipino 10 mg, a cada
10 mg VO** 30 mg
Comprimido de 10 mg 20 - 30 minutos VO
Quadro 33 – Drogas recomendados para o tratamento da crise hipertensiva em gestantes
Fonte: Peraçoli JC, Borges VT, Ramos JG, Cavalli RC, Costa SH, Oliveira LG, et al. Pré-
eclâmpsia/eclâmpsia. São Paulo: Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia
(FEBRASGO); 2018
*IV: intravenoso **VO: via oral
60 9 18 36 72 108 144
70 10 21 42 84 126 168
(Kg)
80 12 24 48 96 144 192
90 14 27 54 108 162 216
100 15 30 60 120 180 240
Quadro 34 – Esquema recomendado para o nitroprussiato de sódio endovenoso em bomba de
infusão
Fonte: Peraçoli JC, Borges VT, Ramos JG, Cavalli RC, Costa SH, Oliveira LG, et al. Pré-
eclâmpsia/eclâmpsia. São Paulo: Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia
(FEBRASGO); 2018
26.7- MEDIDAS ESPECÍFICAS PARA SÍNDROME HELLP
26.7.1- Caracterização da síndrome HELLP
- Complicação em pacientes com pré-eclâmpsia ou eclâmpsia que pode ocorrer
ante-parto ou pós-parto;
- Sintomas mais comuns: dor no quadrante superior direito ou epgastralgia,
náuseas e vômitos;
- Caracteriza-se por:
• Hemólise:
▪ Esfregaço anormal do sangue periférico (esquisocitose, anisocitose,
equinocitose, pecilocitose) e/ou
▪ Bilirrubina total > 1,2 mg % e/ou
▪ DHL > 600 U/l
• Elevação de enzimas hepáticas
▪ TGO e/ou TGP acima de duas vezes o seu valor de normalidade
• Plaquetopenia
▪ Plaqueta < 100 000 / mm3
26.7.3- Dexametasona.
- Permite um curto tempo de melhora plaquetária em mulheres com plaquetas
inferior a 50.000 mcg/mL, podendo permitir em alguns casos a anestesia
locorregional
- Posologia: dexametasona 6 mg intramuscular 12/12h, 4 doses.
REFERÊNCIAS
1. ANS — Agência Nacional de Saúde. Programa Parto Adequado. Disponível em:
http://www.ans.gov.br/gestao-em-saude/projeto-parto-adequado/reunioes.
Acessado em 04/07/2019.
2. Peraçoli JC, Borges VT, Ramos JG, Cavalli RC, Costa SH, Oliveira LG, et al. Pré-
eclâmpsia/eclâmpsia. São Paulo: Federação Brasileira das Associações de
Ginecologia e Obstetrícia (FEBRASGO); 2018. (Protocolo FEBRASGO –
Obstetrícia, n° 8/Comissão Nacional Especializada em Hipertensão na Gestação),
2018.
3. HYPERTENSIVE Disorders of Pregnancy: ISSHP Classification, Diagnosis, and
Management Recommendations for International Practice International Society for
the Study of Hypertension in Pregnancy and the American Heart Association,
2018.
4. ALSO- Advanced Life Suport in Obstetrics. The American Acadey Of Physicians.
Complicações clínicas na gravidez, 2018.
27- RESTRIÇÃO DO CRESCIMENTO FETAL
Cláudia Campos Coelho França
Marília Gabriela Queiroz da Luz
27.1-INTRODUÇÃO
- Restrição do crescimento fetal (RCF) refere à impossibilidade do feto de atingir
seu potencial de crescimento por causas genéticas ou ambientais , estando o peso
fetal estimado pela ultrassonografia obstétrica está abaixo do percentil 10 para a
idade gestacional (IG).
- Importante diferenciar os recém-nascidos pequenos constitucionais, por influência
genética daqueles com deficit de crescimento motivado por um processo patológico
- A RCF é importante causa de morbidade e mortalidade perinatal.
• 8 vezes maior se peso fetal é inferior ao percentil 10;
• 20 vezes mais elevada se percentil abaixo de 3;
27.2-ETIOLOGIA
FATORES ETIOLÓGICOS DE RESTRIÇÃO DO CRESCIMENTO FETAL
• Cromossomopatias
• Síndromes genéticas
• Malformações congênitas
Fatores fetais • Infecções
• Virais: citomegalovírus, rubéola, herpes-vírus, varicela-zóster, HIV
• Protozoários: toxoplasmose, malária
• Gestação múltipla
• Placenta prévia
• Placenta circunvalada
• Corioangiomas
Fatores placentários • Inserção velamentosa de cordão
• Artéria umbilical única
• Insuficiência placentária
• corangiomas,
• Síndromes hipertensivas
• Cardiopatias
• Anemias
• Diabetes mellitus
Fatores maternos • Doenças autoimunes
• Trombofilias
• Colagenoses
• Desnutrição
• Consumo de álcool, cigarros e drogas
Fatores ambientais • Estresse, ansiedade, depressão
Quadro 35 – Fatores etiológicos de restrição do crescimento fetal.
16.3- DIAGNÓSTICO
16.3.1- Diagnóstico clínico
- Medida da altura uterina (AU) seriada no pré-natal
- Técnica: utilizando a borda cubital da mão mede-se a distância da borda superior
da sínfise púbica até a porção média do fundo uterino.
- Interpretação: quando a medida da AU é menor do que a esperada para a idade
gestacional (abaixo do percentil 10), a paciente é considerada de risco para RCF.
• Para identificar o percentil da altura uterina utilizar figura 11
- Podem comprometer a acurácia da medida de AU: obesidade materna, o
polidrâmnio, a situação transversa e a gestação múltipla
MANEJO PARA FETOS PEQUENOS PARA A IDADE GESTACIONAL E PARA FETOS COM
RESTRIÇÃO DO CRESCIMENTO SEGUNDO ESTÁGIOS DE DETERIORIZAÇÃO
REFERÊNCIAS
1. Martinelli S, Zugaib M, Francisco RP, Bittar RE. Restrição do crescimento fetal.
São Paulo: Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia
(FEBRASGO); 2018. (Protocolo FEBRASGO - Obstetrícia, no. 35/ Comissão
Nacional Especializada em Medicina Fetal), 2018.
2. MEAC— Maternidade Escola Assis Chateaubriand. Protocolo clínico / Restrição
do crescimento fetal, 2017. Disponível em:
http://www2.ebserh.gov.br/documents/214336/1109086/PRO.OBS.032+-
+RESTRIÇÃO+DE+CRESCIMENTO+FETAL.pdf/6297d33b-1e71-4cd6-815c-
d01818f62cc7 . Acessado em 30/06/2019.
3. Zugaib M, Francisco RP. Restrição do crescimento fetal. In: Liao AW, Fittipaldi FS,
Lin LH, Bernardes LS, Bortolotto MR, Pereira PP, et al., editors. Zugaib
Obstetrícia. 3a ed. Editora Manole; 2016.
4. Gordijn, SJ et al. Consensus definition of fetal growth restriction: a Delphi
procedure. Ultrasound Obstet Gynecol, 2016.
28- DIABETES NA GESTAÇÃO
Débora Ventura Baptista Carneiro
Marília Gabriela Queiroz da Luz
28.1- INTRODUÇÃO
28.1.1- Diabetes mellitus (DM): consiste em um distúrbio metabólico caracterizado
por hiperglicemia persistente, decorrente de deficiência na produção de insulina ou
na sua ação, ou em ambos os mecanismos.
28.2- CLASSIFICAÇÃO
CLASSIFICAÇÃO ETIOLÓGICA DO DIABETES MELLITUS
Tipo Característica
- Monogônicos (MODY);
- Diabetes neonatal;
- Secundário a endocrinopatias;
Outros tipos de DM - Secundário a doenças do pâncreas exócrino;
- Secundário a infecções;
- Secundário a medicamentos.
Quadro 38 – Classificação etiológica do Diabetes Mellitus.
Fonte: adaptado de American Diabetes Association. Standards of medical care in diabetes. Diabetes
Care. 2017
*DM: Diabetes Mellitus.
28.3- FATORES DE RISCO PARA DIABETES
- Idade materna avançada;
- Sobrepeso, obesidade ou ganho excessivo de peso na gravidez atual;
- Deposição central excessiva de gordura corporal;
- História familiar de diabetes em parentes de primeiro grau;
- Crescimento fetal excessivo, polidrâmnio, hipertensão ou pré-eclâmpsia na
gravidez atual;
- Antecedentes obstétricos de abortamentos de repetição, malformações, morte
fetal ou neonatal, macrossomia ou DMG*;
- Síndrome de ovários policísticos;
- Baixa estatura (menos de 1,5 m).
TTGO – 75g
JEJUM 92 mg/dl
INÍCIO DO PRÉ-NATAL
GJ* imediatamente
• > 30 sem* se
compensada
CTG** • Realizar diariamente nas pacientes internadas
• > 28 sem* se
descompensada
• CTG categorias 2
PBF***
ou 3 • Ver protocolo de vitalidade fetal
US**** obstétrica •
Se vasculopatia,
pré •
Realizar na admissão e após individualizar
HAS e
com doppler freqüência conforme estado fetal
eclâmpsia.
Quadro 40 – Controle de vitalidade fetal para pacientes internadas
Fonte: adaptado de MEAC— Maternidade Escola Assis Chateaubriand. Protocolo clínico / Diabetes
Mellitus, 2018.
*SEM: semana **CTG: cardiotocografia
***PBF: perfil biofísico fetal ****US: ultrassom
28.6.3- Outros aspectos relevantes da avaliação fetal
- 1º trimestre: idade gestacional pelo ultrassom;
- 11ª a 14ª semanas: translucência Nucal;
- 20ª a 24ª semanas: morfológico;
- 24ª a 26ª semanas: ecocardiograma fetal Fetal;
- 28ª semanas: no mínimo a cada 2 semanas para avaliar crescimento fetal e
líquido amniótico.
Absolutas Relativas
- Rotura Prematura de Membranas Ovulares - Aborto espontâneo prévio
Aborto espontâneo prévio - Trabalho de parto prematuro Parto
- Trabalho de parto prematuro P a r t o prematuro prévio
prematuro prévio - Doença hipertensiva da gestação
- Doença hipertensiva da gestação D o e n ça Doença cardiovascular leve-moderada
cardiovascular leve-moderada - Incompetência istmocervical Anemia (Hb
- Incompetência istmocervical A n e m ia (Hb < < 10 mg por decilitro)
10 mg por decilitro) - Restrição de crescimento fetal Doença
- Restrição de crescimento fetal D o e n ça respiratória leve-moderada
respiratória leve-moderada - Gestação múltipla (≥ trigemelar)
- Gestação múltipla (≥ trigemelar) Desnutrição Desnutrição ou distúrbio alimentar
ou distúrbio alimentar - Placenta prévia > 28ª semana Gestação
- Placenta prévia > 28ª semana G e s t a ção gemelar > 28ª semana
gemelar > 28ª semana - Sangramento persistente no 2º ou 3º
- Sangramento persistente no 2º ou 3º trim. trim. Neuropatia diabética leve-moderada
Neuropatia diabética leve-moderada
- Doença sistêmica descompensada
- Retinopatia proliferativa
- Neuropatia diabética autonômica grave
- Hipoglicemias graves
Quadro 41 – Contraindicações à prática de atividade física na gravidez
Fonte: adaptado de MEAC— Maternidade Escola Assis Chateaubriand. Protocolo clínico / Diabetes
Mellitus, 2018.
28.6.10- Insulinoterapia
28.6.10.1- Indicações
- Após 2 semanas de dieta, se os níveis glicêmicos permanecerem elevados (jejum
≥ 95 mg/dL e 1 hora pós-prandial ≥ 140 mg/dL ou 2 horas pós-prandiais ≥ 120
mg/dL).
- quando a medida da circunfer.ncia abdominal fetal for igual ou superior ao
percentil 75 em uma ecografia realizada entre a 29ª e a 33ª semanas de gestação.
101 – 100 02
141 – 180 04
181 – 220 06
221 – 260 08
261 – 300 10
>300 12
Quadro 42 – Uso de insulina regular conforme glicemia capilar
Fonte: adaptado de MEAC— Maternidade Escola Assis Chateaubriand. Protocolo clínico / Diabetes
Mellitus, 2018.
28.7.2.1- Doses
- Betametasona 12 mg intramuscular 24/24 horas, 2 doses OU
- Dexametasona 6 mg intramuscular 12/12h, 4 doses.
28.7.2.2- Contra-indicações
- HAS grave não controlada;
- Hemorragia retiniana;
- Infecções concomitantes.
29.1- DEFINIÇÃO
- Rotura espontânea de membranas antes do início do trabalho de parto,
independente da idade gestacional. O período de latência (ocorrência da rotura até o
início do trabalho de parto) pode ser de até 24 h e é dito prolongado quando superior
a este tempo.
29.2- ETIOLOGIA
- Hiperdistensão uterina (polidrâmnio, gemelar);
- Fatores mecânicos (contrações uterinas, movimentação fetal);
- Alteração da integridade cervical (incompetência cervical, cerclagem);
- Alteração na oxigenação tecidual (tabagismo);
- Diminuição da atividade bactericida do líquido amniótico;
- Infecção ascendente da flora vaginal (Estreptococo do grupo B, Gardnerella
vaginalis, Neisseria gonorrhoeae, Escherichia coli, Bacteroides sp.,
peptpestreptococos, enterococos).
28.3- COMPLICAÇÕES
- Hipoplasia pulmonar;
- Prematuridade;
- Corioamnionite;
- Sepse materna e fetal;
- Compressão funicular;
- Descolamento de placenta.
29.4- DIAGNÓSTICO
29.4.1- Exame especular: pode realizar manobra de Valsalva ou comprimir o fundo
uterino.
28.7- MANEJO
- Dependerá principalmente da idade gestacional
29.7.1- > 34 semanas
- Interrupção imediata da gravidez por indução do trabalho de parto ou cesárea,
conforme indicação obstétrica;
- Se a via de interrupção da gravidez for a vaginal, induzir o parto com misoprostol
(FIGO, 2017):
• 25 – 28 semanas: 200 μg VV/ VSL / VB a cada 4 horas
• > 28 semanas: 100 μg VV/ VSL / VB a cada 6 horas
- Via de administração
• VV: via vaginal;
• VSL: sublingual (por baixo da língua);
• VO: oral;
• VB: bucal (entre a bochecha).
- Evitar VV (via vaginal) no caso de hemorragia e/ou sinais de infeção.
29.7.1.1- Antibiótico-profilaxia
- Indicada se cultura positiva ou desconhecida para estreptococo do grupo B (EGB)
ou com mais de 18 horas de RPMO (exceto se houver cultura negativa conhecida
de GBS);
- Deve ser introduzida no início do trabalho de parto e mantida até o momento do
nascimento;
- Posologia conforme quadro 43.
29.7.2.3- Corticoprofilaxia:
- 24 a 34 semanas: toda gestante com risco iminente de parto prematuro (dilatação
igual ou superior a 3cm ou sinais de apagamento do colo em mais de 75%) nos
próximos 7 dias;
- 34 a 36 semanas e 6 dias: toda gestante com iminente risco de parto prematuro
nos próximos 7 dias, inclusive cesáreas eletivas.
• Betametasona 12 mg intramuscular 24/24 horas, 2 doses ou
• Dexametasona 6 mg intramuscular 12/12h, 4 doses.
- Exceto nos casos de: Corioamnionite, uso prévio de ciclo de corticóide para
maturação.
29.7.3- < 24 semanas:
• Discutir com a família a possibilidade de indução do parto para reduzir os riscos
maternos;
• Individualizar os casos, respeitar o desejo da paciente;
• No caso de se manter gravidez realizar a mesma conduta de pacientes com
mais de 24 semanas de gestação;
• Se a paciente optar por interrupção da gravidez induzir o parto com
misoprostol (FIGO 2017):
• 400 μg VV/ VSL / VB a cada 3 horas.
- Via de administração
• VV: via vaginal;
• VSL: sublingual (por baixo da língua);
• VO: oral;
• VB: bucal (entre a bochecha).
- Evitar VV (via vaginal) no caso de hemorragia e/ou sinais de infeção.
Mortalidade
Resultado Interpretação Conduta
Perinatal
Investigar outras
8 Comprometimento
60/1000 doenças maternas ou
(LA* normal) fetal crônico (?)
fetais
Resolução se
6 maturidade ou
Resultado Suspeito Variável
(LA* normal) reavaliação em 24
horas
6 Resultado Suspeito
90/1000 Resolução Imediata
(LA* anormal) Possível Anóxia
Categoria I
provável estado ácido-básico - nenhuma ação específica é
fetal normal necessária
- Monitoraçãocontínua (CTG ou
BCF 5/5 minutos)
- Reavaliação com CTG após
medidas ressuscitativas intra
há dúvida sobre estado ácido- uterinas*, máximo 15 minutos:
Categoria II
básico fetal
• Se evoluir para categoria I
manter monitoração contínua
• Se evoluir para categoria II ou III
considerar interrupção imediata
- Monitoração contínua
- reavaliação com CTG após
medidas ressuscitativas intra
Categoria III SEM estado ácido-básico fetal uterinas, máximo 10 minutos:
padrão sinusoidal anormal • Se evoluir para categoria I
manter monitoração contínua
• Se evoluir para categoria II ou
III considerar interrupção
imediata
30.1- DEFINIÇÃO:
- É a inflamação das membranas fetais. Em geral, está associada com ruptura
prematura de membranas e parto prolongado.
30.2- CAUSAS
- Ascensão bacteriana
- Disseminação hematogênica ou transplacentária
- Procedimentos obstétricos: amniocentese, cordocentese, cerclagem, entre outros.
- Microbiologia: a infecção intra-amniótica é polimicrobiana, geralmente com
microorganismos do sistema genital, incluindo anaeróbios, aeróbios Gram-positivos
e bacilos gram-negativos.
30.5- DIAGNÓSTICO
- Presença de pelo menos 2 critérios
30.5.1- Critério clínico
- Taquicardia materna (>100 bpm) ou fetal (>160 bpm);
- Febre (≥37.8 ºC);
- Contrações uterinas irregulares (útero irritável);
- Conteúdo vaginal com odor fétido;
- Líquido amniótico com odor fétido ou aspecto purulento (fisometria).
30.5.2- Critérios laboratorial
- Leucocitose (>15.000 leucócitos/mm³) ou aumento de 20%.
30.7- MANEJO
30.7.1- Antibioticoterapia de 1º escolha:
- Clindamicina 900 mg IV 8/8 h (ou 600 mg IV 6/6 h)
- Gentamicina 1,5 mg/kg IV 8/8 h (ou 3,5 - 5,0 mg/Kg em dose única diária)
REFERÊNCIAS
1. Galletta MAK. Rotura prematura das membranas ovulares: protocolo clínico. São
Paulo: Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia
(FEBRASGO); 2018. (Protocolo FEBRASGO - Obstetrícia, no. 30/ Comissão
Nacional Especializada em Assistência Pré-Natal), 2018.
2. Machado CGE et al. Rotura prematura de membranas ovulares. MEAC —
Maternidade Escola Assis Chateaubriant, 2018.
3. ALSO- Advanced Life Suport in Obstetrics, 2018. The American Acadey Of
Physicians. Trabalho de parto prematuro e rotura prematura de membranas
ovulares, 2018.
4. FIGO - International Federation of Gynecology and Obstetrics. MISOPROSTOL
SOZINHO REGIMES RECOMENDADOS 2017. Disponível em:
https://www.figo.org/sites/default/files/uploads/project-
publications/Miso/FIGO_Dosage_Chart_PT.pdf . Acessado em: 25/6/2019.
5. Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de
Ações Programáticas Estratégicas. Gestação de alto risco: manual técnico /
Ministério da Saúde, Secretaria de Atenção à Saúde, Departamento de Ações
Programáticas Estratégicas. – 5. ed. – Brasília : Editora do Ministério da Saúde,
2012
31- INFECÇÃO URINÁRIA NO CICLO
GRAVÍDICO-PUERPERAL
Débora Ventura Baptista Carneiro
Marília Gabriela Queiroz da Luz
31.1- INTRODUÇÃO
- As infecções do trato urinário (ITUs) são definidas pela colonização, invasão e
proliferação de agentes infecciosos em qualquer parte do sistema urinário;
- Ocorrem em até 15% das gestações;
- As transformações anatômicas e fisiológicas que ocorrem no trato urinário na
gravidez facilitam o desenvolvimento da infecção urinária, que está associada a um
pior prognóstico gestacional;
- Representam uma importante causa de sepse no ciclo gravídico-puerperal.
31.2- ETIOLOGIA
- Escherichia coli : 75 a 95 % dos casos
- Outros: Klebsiella pneumoniae, Proteusmirabilis, Enterobacter, Staphylococcus
saprophyticus, Streptococcusagalactie
31.4- COMPLICAÇÕES
- Trabalho de parto prematuro;
- Rotura prematura de membranas;
- Restrição do crescimento fetal;
- Óbito fetal;
- Anemia materna;
- Sepse;
- Hemólise;
- Pielonefrite.
31.5- DIAGNÓSTICO
- O diagnóstico é eminentemente clínico, podendo ser complementado pelos
exames:
• Exame de urina tipo 1, estão a leucocitúria, hematúria, proteinúria e cilindros no
sedimento urinário.
• Urocultura: é o padrão-ouro para o diagnóstico, mas não é necessário para
iniciar o tratamento das ITU sintomáticas.
31.6- MANEJO
- A duração do tratamento não deve ser inferior a 7 dias;
- Trata-se bacteriúria assintomática conforme antibiograma;
- O tratamento deve ser realizado de acordo com a sensibilidade do microrganismo
identificado na urocultura e antibiograma;
- Se apresentar sinais de sepse ou insuficiência respiratória, deve ser internada na
unidade de terapia intensiva (UTI);
- Pacientes sintomáticas devem ser tratadas mesmo antes do resultado de
exame
31.6.1- Cistite aguda:
- Primeira escolha: Amoxicilina 500mg + Clavulanato 125mg, 8/8 horas por 7 dias.
- Segunda escolha: Nitrofurantoína 100 mg, 6/6 horas, por 7 dias (não usar após
36 semanas de gestação);
- Terceira escolha: Cefalexina 500 mg, 6/6 horas por 7 dias
- Quarta escolha: Norfloxacino 400 mg, 12/12 horas de 3 a 10 dias.
31.6.2- Pielonefrite:
- Internar paciente;
- Solicitar urina EAS, urocultura, antibiograma, hemograma, creatinina;
- Atentar para sinais de sepse e abrir protocolo de sepse, se necessário;
- Coletar urocultura imediatamente;
- Iniciar antibioticoterapia logo após coleta de urocultura;
- Os antimicrobianos indicados são:
• Primeira escolha: ceftriaxona 1g, IV, 1x ao dia, até 48 horas de melhora
clínica.
• Segunda escolha: cefotaxima 1g, IV, de 8/8 horas, até 48 horas de melhora
clínica.
- Iniciar antibiótico por via parenteral;
- Após 48 horas de remissão com tratamento endovenoso substituir pela terapia
oral e dar alta a paciente, orientando-a a retornar se febre ou dor;
- A terapia oral pode ser a mesma da cistite ou orientada pela urocultura;
- Na alta completar 14 dias de terapia com antibiótico oral;
- Medidas gerais: hidratação, antitérmicos, analgésicos e antiespasmódicos.
REFERÊNCIAS
1. Santos Filho O, Telini AH. Infecções do trato urinário durante a gravidez. São
Paulo: Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia
(FEBRASGO); 2018. (Protocolo FEBRASGO - Obstetrícia, no. 87/ Comissão
Nacional Especializada em Gestação de Alto Risco, 2018.
2. G. Bonkat et al. Diretrizes em infecções urológicas. Pocket Guidelines. European
Association of Urology, 2018
32- GESTAÇÃO E HIV
Gislânia Ponte Francês Brito
Mariana Gabriela Queiroz da Luz
Paulo Henrique Seabra de Farias
32.1- INTRODUÇÃO
- A taxa de transmissão vertical do HIV é inferior a 1% em gestantes em uso de
anti-retrovirais (ARV) que mantêm níveis de carga viral (CV-HIV) abaixo de 1.000
cópias/mL.
40(kg) 8 ml 36
50(kg) 10 ml 37
60(kg) 12 ml 37
70(kg) 14 ml 38
80(kg) 16 ml 39
90(kg) 18 ml 39
Quadro 49 – Dose de ataque com zidovudina prevenção de transmissão vertical do HIV
Fonte: DIAHV/SVS/MS.
*Diluir em 100 ml de soro glicosado 5%
40(kg) 4ml 35
50(kg) 5 ml 35
60(kg) 6 ml 35
70(kg) 7 ml 36
80(kg) 8 ml 36
90(kg) 9 ml 36
Quadro 50 – Dose de manutenção com zidovudina prevenção de transmissão vertical do HIV
Fonte: DIAHV/SVS/MS.
*A concentração não poderá exceder 4mg/ml.
32.6- CUIDADOS ESPECÍFICOS AO REALIZAR PARTO VAGINAL
- Parto instrumentalizado deve ser evitado;
- Amniotomia artificial deve ser evitada;
- Episiotomia só será realizada após avaliação cautelosa de sua necessidade. Se
realizada, dever ser protegida por compressas umedecidas com degermante. Manter
a episiotomia coberta pela compressa umedecida deve ser tarefa de um auxiliar,
para evitar o contato direto do nascituro com a episiotomia;
- Iniciar o AZT intravenoso logo que a parturiente chegar ao serviço com
diagnóstico de trabalho de parto, mantendo até a ligadura do cordão umbilical;
- Para as mulheres já em TARV, os ARV devem ser mantidos nos horários
habituais via oral com um pouco de água, mesmo durante o trabalho de parto;
- Evitar que as parturientes permaneçam com bolsa rota por tempo prolongado, a
taxa de transmissão vertical aumenta progressivamente após 4 quatro horas de
bolsa rota;
- Sempre que possível realizar parto empelicado;
- Ligar o cordão umbilical imediatamente após a retirada do RN.
REFERÊNCIAS
1. Brasil - Ministério da Saúde. Protocolo clínico e Diretrizes terapêuticas para
prevenção da transmissão vertical de HIV, sífilis e hepatites virais. Departamento de
Vigilância, Prevenção e Controle das Infecções Sexualmente Transmissíveis, do
HIV/Aids e das Hepatites Virais. Brasília: Ministério da Saúde; 2018.
33- ÓBITO FETAL.
Danielle Leal de Oliveira
Marília Gabriela Queiroz da Luz
33.1- CONCEITO
- Óbito fetal (OF) é a morte do produto da concepção, ocorrida antes da sua
completa expulsão ou extração do organismo materno, a partir de 20semanas.
33.2- CLASSIFICAÇÃO
- OF Precoces: até 28 semanas;
- OF Tardios: após 28 semanas;
- OF Intraparto: é aquele que ocorre após o início do trabalho de parto e antes do
nascimento baseado na presença de batimento cardíaco fetal no início do trabalho
de parto.
33.3- ETIOLOGIA
- Em 50 % dos casos de óbito fetal tem sua causa desconhecida, porém com uma
equipe multidisciplinar experiente (obstetra, especialista em medicina fetal, genética
médica e patologista) há maior probabilidade de determinar a provável causa.
33.4- DIAGNÓSTICO
33.4.1- Quadro Clínico
- Permite apenas a suspeita de OF;
- Ausência de movimentos fetais;
- Diminuição ou completo desaparecimento dos sintomas gravídicos;
- Diminuição do peso corpóreo materno e turgescência mamária;
- Altura uterina menor do que esperada para idade gestacional;
- Líquido amniótico de coloração achocolatada (feto macerado);
- Crepitação do pólo cefálico;
- Ausência de batimentos cardíacos fetais com sonar Doppler.
33.4.2- Ultrassonografia:
- Confirma o diagnóstico ao evidenciar ausência de batimentos cardíacos fetais;
- Indicada a todos os casos.
33.5- CONDUTA
- A escolha entre conduta expectante ou ativa após o OF dependem da idade
gestacional do natimorto, da causa do óbito, da história obstétrica pregressa e,
principalmente do desejo materno;
- Em casos de retenção fetal (feto morto retido no organismo materno por mais de
4 semanas) ou óbito fetal por tempo desconhecido é mandatório a internação e
monitorização por meio de coagulograma e contagem de plaquetas a fim de
diagnosticar precocemente CIVD materna, condição grave e fatal que demanda
tratamento intensivo da coagulopatia e parto concomitante.
33.5.1- Expectante
- Preferencial, principalmente em casos de cesárea anterior;
- Explicar à paciente sobre riscos e benefícios, respeitar a sua escolha e libera-la
para o domicilio caso a mesma opte pela conduta expectante, orientando a retornar
ao serviço em no máximo 2 semanas ou antes se febre ou sangramentos;
- O trabalho de parto começa em 75% dos casos espontaneamente até 2 semanas
após o diagnóstico, e 90% até final da 3ª semana;
- Contra-indicação para conduta expectante
• Amniorrexe premature;
• Corioamnionite;
• DPP;
• Placenta prévia;
• Aloimunização Rh;
• Retenção de feto morto;
• Coagulopatia;
• Tempo de OF desconhecido;
• Oferecer apoio psicológico a gestante e aos familiares.
33.5.2- Ativa
- Coletar hemograma completo, coagularam e tipagem sanguínea a cada 48horas;
- Indução com misoprostol ou método Krause;
- Sempre que possível optar pelo misoprostol inicialmente ;
- Em casos de falha na maturação cervical com os métodos acima o caso deverá
ser discutido pela equipe da tocoginecologia, considerar cesárea após falha de
misoprostol e Kraus.
REFERÊNCIAS
1. Sun SY, Mattar R, Carvalho N, Braga Neto AR. Óbito fetal. São Paulo: Federação
Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (FEBRASGO); (Protocolo
FEBRASGO - Obstetrícia, no. 39/ Comissão Nacional Especializada em Gestação
de Alto Risco), 2018.
2. FIGO - International Federation of Gynecology and Obstetrics. MISOPROSTOL
SOZINHO REGIMES RECOMENDADOS 2017. Disponível em:
https://www.figo.org/sites/default/files/uploads/project-
publications/Miso/FIGO_Dosage_Chart_PT.pdf. Acessado em: 25/6/2019.
3. Garcia CAO et al. Indução de trabalho de parto com feto vivo. MEAC-
Maternidade escola Assis Chateaubriand, 2018.
4. Souza ACSR et al. Método mecânico de indução do parto em gestantes de alto
risco com cesariana anterior. Rev Bras Ginecol Obstet., 2015.
34- CONTROLE DE VITALIDADE FETAL
Danielle Leal de Oliveira
Marília Gabriela Queiroz da Luz
DOPPLER
- Monitoração continua;
- Reavaliação com CTG após
medidas ressuscitativas intra uterinas,
Categoria III SEM estado ácido-básico fetal máximo 10 minutos:
padrão sinusoidal anormal • Se evoluir para categoria I manter
monitoração contínua
• Se evoluir para categoria II ou III
considerar interrupção imediata
REFERÊNCIAS
1. MEAC — Maternidade Escola Assis Chateaubriand. Cardiotocografia Clínicos e
Diretrizes Terapêuticas, 2019.
2. ALSO- Advanced Life Suport in Obstetrics, 2018. The American Acadey Of
Physicians. Vigilância fetal intraparto, 2018.
3. Oliveira CA, Sá RA. Cardiotocografia a anteparto. São Paulo: Federação
Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (FEBRASGO); 2018.
(Protocolo FEBRASGO - Obstetrícia, no. 81/Comissão Nacional Especializada em
Medicina Fetal), 2018.
4. MEAC — Maternidade Escola Assis Chateaubriand. Perfil Biofísico Fetal.
Protocolos Clínicos e Diretrizes Terapêuticas, 2018.
35- DOR ABDOMINAL DE ORIGEM NÃO
OBSTÉTRICA
Helder Ikegami
Marcella B. G. Verolla Molina
Marília Gabriela Queiroz da Luz
35.1- INTRODUÇÃO
A dor abdominal na gestação é um sintoma comum e cabe ao obstetra o desafio
de diferenciar causas fisiológicas e patológicas para esse incômodo, e nas
patológicas as obstétricas das não obstétricas;
O abdome agudo tem incidência de 1 em 500 - 635 gestações, sendo
principalmente causado por apendicite (1 em 500-200), cerca de 25 a 50% dos
casos.
35.3- APENDICITE
- Causa mais comum de abdome agudo em grávidas;
- O apêndice começa migrar, se elevando a partir do terceiro mês, alcançando o
nível da crista ilíaca no sexto mês e só retorna no décimo dia pós parto;
- Tem 3 vezes mais chance de ruptura, principalmente no terceiro trimestre.
35.3.1- Sintomas
- Dor abdominal;
- Anorexia;
- Vômitos, náuseas;
- Febre presente ou ausente;
- Sinal de Blumberg pode estar presente ou ausente.
35.3.3- Conduta
- Em caso de perfuração e peritonite, deve-se fazer o parto se já houver viabilidade
fetal devido à alta taxa de mortalidade fetal nessas situações (20 a 35%) contra
1,5% nas não perfuradas;
- Em casos de peritonite:
• uso de cefuroxima + ampicilina + metronidazol pré-operatório;
• copiosa limpeza de cavidade;
• uso de dreno intraperitoneal.
- Trabalho de parto prematuro não é comum após o procedimento cirúrgico, porém
no terceiro trimestre pode chegar a 50%. Mesmo assim, não é indicada medicação
profilática.
35.4.1- Sintomas
- Náusea;
- Vômitos;
- Dispepsia;
- intolerância a alimentos gordurosos;
- Sinal de Murphy é menos comum;
- Deve-se pensar em diagnóstico diferencial com síndrome HELLP, pré-eclâmpsia,
apendicite, hepatites agudas, infarto do miocárdio, úlcera péptica e herpes zoster.
35.4.2- Exames complementares
- A imagem de escolha é a ultrassonografia com alta acurácia (95-98%):
• Tem alta sensibilidade para a detecção de cálculos;
• O espessamento da parede é considerado anormal quando maior que 4 mm;
• Também pode haver visualização de líquido perivesicular, distensão da
vesícula, cálculos impactados no infundíbulo.
- A tomografia computadorizada (TC) helicoidal e a ressonância nuclear magnética
também ajudam na identificação de alterações mal diagnosticadas pelo ultrassom.
Ela permite a identificação de coleções ou gás na parede ou no interior da vesícula e
a presença de pneumoperitônio, que não são detectados pelo ultrassom, e que
sempre requerem tratamento de emergência. A TC deve ser preferencialmente
reservada para o terceiro trimestre.
- Exames laboratoriais também contribuem:
• Comum leucocitose com desvio a esquerda
▪ Hepatograma está alterado com elevação das transaminases, da fosfatase
alcalina, bilirrubinas e amilase;
▪ Hiperbilirrubinemia pode ser devido à compressão extrínseca pelo processo
inflamatório grave, pela coledocolitíase;
▪ Hiperamilasemia pode ocorrer devido à obstrução do ducto pancreático
levando à pancreatite concomitante;
35.4.3- Conduta
- Colecistectomia deve ser prontamente realizada devido a chance alta de
recorrência, menor uso de medicações, menor tempo de internação, menor chance
de complicações como sepse e peritonite. Além disso, manejo não cirúrgico leva a
uma perda fetal em 10 a 20% dos casos e alto índice de abortamentos, partos
prematuros.
- A cirurgia laparoscópica é a de escolha, sempre optando por baixas pressões no
pneumoperitônio (10-12mmHg) e técnica de Hasson para inserção dos trocáteres,
diminuindo lesões de punção.
- CPRE não é aconselhada durante a gestação, sendo um procedimento reservado
ao pós-parto principalmente pelo uso de radiação.
35.5.4- Conduta:
- Dieta zero;
- Tratamento de possível distúrbio hidroeletrolítico;
- Sonda nasogástrica;
- Retosigmoidoscopia e colonoscopia em obstruções baixas são boas opções, com
resultados melhores em volvo de sigmóide que em volvo cecal. Nesses exames
também podemos observar sinais de viabilidade ou necrose de alça;
- Cirurgia exploradora em caso de tratamento clínico sem sucesso, febre,
taquicardia, leucocitose progressiva associada a dor abdominal. É indicada a
laparotomia com incisão mediana;
- A abordagem cirúrgica precoce diminui porcentagem de mortalidade materna e
fetal.
35.6.2- Sintomas
- Dor epigástrica intensa e repentina, irradiando para o dorso;
- Vômito incoercível;
- Febre;
- Ruídos hidroaéreos estão geralmente diminuídos, secundário a um íleo paralítico;
- Distensão abdominal difusa.
35.6.3- Exames complementares:
- Leucocitose é um achado comum;
- Pode haver elevação de: TGO, TGP, bilirrubinas totais e frações, uréia e
creatinina;
- Há elevação de Amilase e lipase;
- Pode ocorrer redução de PO2;
- A redução de cálcio é um dos critérios de gravidade;
- Ultrassonografia visando procurar pseudocistos, abscessos e colelitíase;
- Pode-se realizar tomografia de abdome em paciente com casos duvidosos, porém
ainda não há protocolo para a eleição desses casos.
CRITÉRIOS DE RANSON
Ranson (causa alcoólica ou outra) Ranson (causa biliar)
Na admissão Na admissão
Idade > 55 anos Idade > 70 anos
3 3
*GB > 16 000/mm GB > 18 000/mm
**LDH > 350 U/l LDH > 250 U/l
***AST > 250 U/l AST > 250 U/l
Glicemia > 200 mg/dl Glicemia > 220 mg/dl
Às 48 h Às 48 h
Queda do hematócrito > 10% Queda do hematócrito > 10%
Aumento do ****BUN > 5 mg/dl Aumento do BUN > 2 mg/dl
Cálcio < 8 mg/dl Cálcio < 8 mg/dl
2 2
****PO < 60 mmHg PO < 60 mmHg
CADA ITEM VALE 1 PONTO
Escore de risco
35.7- NEFROLITÍASE
- A gravidez não interfere na evolução natural de doença, apesar da estase e da
chance aumentada de infecção do trato urinário.
35.7.1- Sintomas
- Dor lombar;
- Náuseas;
- Polaciúria;
- Urgência miccional.
35.7.2- Exames
- EAS podemos identificas hematúria sem infecção.
- O teste de imagem de escolha é a ultrassonografia para identificação dos
cálculos.
37.7.3- Conduta
- Analgesia e o uso de anti-espasmódicos, podendo ser complementado com
bloqueadores do canal de cálcio, α antagonistas;
- Hidratação;
- A Litotripsia extra corpórea não é indicada, sendo feita ureterolitotripsia ou cirurgia
aberta para os casos de obstrução ureteral completa, septicemia ou dor persistente.
35.8.1- Sintomas
- Dor aguda;
- Suor frio;
- Náuseas.
35.8.2- Conduta
- Tumores estáveis com mais de 5cm devem passar por reavaliação
ultrassonográfica em 2 a 4 semanas, observando se há regressão. Deve-se levar em
conta que o risco de torção é maior no segundo trimestre.
- São indicações de ooforectomia: aumento progressivo, dor intensa, conteúdo
sólido, vegetações e hipervascularização ao doppler.
- É indicativo de laparotomia, contra-indicando laparoscopia, tumores sólidos,
maiores que 10 cm, após as 16 semanas e em mulheres de mais de 40 anos. Para
estes casos deve-se oferecer ainda cuidados oncológicos e biópsia de congelação.
35.11-TRAUMA PENETRANTE
- As principais causas de trauma penetrante são perfurações por arma de fogo e
arma branca e, geralmente, não são associados a morte materna;
- Depois do primeiro trimestre o útero em expansão acaba tendo um papel protetor
sobre os outros órgãos;
- O suporte avançado de vida nessas pacientes é o mesmo que em qualquer outro,
seguindo o ACLS;
- Na paciente crítica, deve-se sempre pensar em salvar a vida materna primeiro;
- A cesariana é indicada quando ocorre perfuração direta do útero, sofrimento fetal
ou por indicação materna, se a exploração abdominal materna não puder ser feita
devido ao útero gravídico.
- Importante se atentar para o Rh materno, já que pode ocorrer contato entre
sangue materno e fetal. Em caso de gestante Rh negativo a imunoglobulina deve ser
oferecida. Uma ampola com 300μg protege contra menos de 30ml de sangramento;
- Cesariana perimorten deve ser considerada em pacientes que não respondem à
ressuscitação cardiopulmonar. Os resultados são melhores se o parto é realizado
antes dos 5 minutos de parada.
35.12-CUIDADOS INTRAOPERATÓRIOS
- Hidratação adequada no intra-operatório (150ml/h de cristalóide);
- Sedação;
- Analgesia;
- Mesa a 30º a esquerda;
- Monitorização fetal contínua por cardiotocografia;
- Cirurgias laparoscópicas a técnica aberta (Hasson) é a de escolha, não pode ser
utilizado manipulador uterino e inicia-se o uso de pressões baixas (10-12mmHg)
para evitar absorção de CO2.
FEBRE ?
SIM NÃO
INVESTIGAÇÃO COMPLEMENTAR
- Exames laboratoriais: amilase, lipase, TGO,TGP, bilirrubina, NA, Cl, K, Ca, Mg,
gasometria
- US abdominal: contribui para a suspeita de pancreatite e as demais causas de dor
abdominal de origem não obstétrica
- Se TC for importante para o diagnóstico e planejamento cirúrgico deve-se individualizar os
casos. Existem trabalhos sugerindo que o exame pode ser realizado a partir
36.1- RECOMENDAÇÕES
36.1.1.- Recomendações gerais
- Avaliar todas as pacientes para risco aumentado de TEV na admissão;
- Realizar profilaxia se:
• Procedimento com tempo cirúrgico e anestésico total maior que 90 minutos
ou 60 minutos se a cirugia envolver a pelve e/ou membros inferiores;
• Admissão aguda com patologia intra-abdominal ou inflamatória.
36.1.2- Recomendações para profilaxia durante a gravidez e puerpério
36.1.2.1- Avaliação
- Toda gestante e puérpera deve ser submetida a uma avaliação de risco para
tromboembolismo venoso (TEV) no momento da internação (quadro 57 e figura 13).
- Indicações de heparina de baixo peso molecular (HBPM- enoxaparina):
• Três ou mais fatores de risco atuais ou persistentes listados no quadro 57,
figura 13;
• TEV prévio recorrente;
• História de TEV em um parente de primeiro grau;
• Trombofilia documentada;
- Deve ser considerado uso de HBPM por 7 dias após o parto
• Para puérperas com dois ou mais fatores de risco persistentes listados no
quadro 57 o uso de HBPM deve ser considerado por 7 dias após o parto.
• Puérperas com obesidade mórbida (IMC > 40 Kg/m2);
• Após cesariana eletiva que tiverem um ou mais fatores de risco adicionais;
• Mulheres submetidas a uma cesariana de emergência;
• Portadoras de trombofilia;
• Deve ser considerado uso de HBPM por 6 semanas após o parto;
• Portadoras de trombofilia com história familiar ou outros fatores de risco
presentes;
• Mulheres com TEV antes da gravidez atual;
• Puérperas que estavam em uso de HBPM antes do partos;
• puérperas com três ou mais fatores de risco persistentes listados no quadro 57
devem fazer uso de meias compressivas além da HBPM.
FATORES DE RISCO PARA TROMBOEMBOLISMO NA GRAVIDEZ
- Tromboembolismo prévio
- Trombofilias
• Hereditárias
▪ Deficiência de Antitrombina Deficiência de Proteína Deficiência de
Proteína S Fator V de Leiden
▪ Gene da Protrombina G20210A
• Adquirida (síndrome antifosfolípide): Anticoagulante lúpico
PRÉ-EXISTENTES
-
OBSTÉTRICO
Gravidez múltipla
- Terapia de reprodução assistida Pré-eclâmpsia
- Cesariana
- Trabalho de parto prolongado
- Fórceps médio rotacional
- Hemorragia pós-parto (> 1 litro) que requer transfusão
TRANSITÓRIOS POTENCIALMENTE
- Hiperêmese
- Desidratação
- Síndrome de estimulação ovariana
- Internação ou imobilidade (≥ 3 dias de repouso na cama)
- Infecção sistêmica (ex. pneumonia, pielonefrite, infecção de
ferida operatória) que necessita de antibióticos
- Viagem de longa distância (> 4 horas)
RISCO INTERMEDIÁRIO
Cesariana intraparto ( )
Pelo menos 7 dias de profilaxia com
Trombofilia assintomática (hereditária
HBPM após o parto
ou adquirida) ( )
IMC > 40 Kg/m2 ( )
Nota: Se persistirem > de 3
Hospitalização prolongada ( ) fatores de risco considerar
estender a profilaxia com HBPM.
COMORBIDADES, ex. cardiopatias,
pneumopatias, LES, câncer, condições
inflamatórias, síndrome nefrótica, 2 ou mais fatores de risco
anemia falciforme, uso de drogas ilícitas
endovenosas ( )
36.1.1.2.2- Orientações
- Mobilização durante o trabalho de parto e após o parto;
- Evitar desidratação.
<50 20 mg
50-90 40 mg
91-130 60 mg
131-170 80mg
REFERÊNCIAS
1. Diretrizes clínicas Hospital Sofia Feldman.
[http://www.saude.sc.gov.br/index.php/documentos/informacoes-gerais/redes-de-
atencao-a-saude-2/rede-aten-a-saude-materna-e-infantil-rede-cegonha/acervo-e-
e-books/7617-hsf-profilaxia-de-tromboembolismo-venoso-na-gravidez-e-
puerperio/file] .Revisão de 2015.
37.5.1.1.1- Manutenção
- Após 9 cm de dilatação do colo uterino ou no período expulsivo, já ultrapassando
1h30’ da última dose, caso a paciente reclame de dor, realiza-se outra dose da
levobupivacaína a 0,1% (2 ml de levobupivacaína 0,5% + 8 ml de água destilada)
administrada através do cateter peridural.
- Com esta concentração a maioria das pacientes já apresentam discreta perda da
força muscular nos membros inferiores, discreta sensação de dormência na região
sacral; entretanto, não há prejuízo da força da prensa abdominal nem a da sensação
de puxos;
- Após a realização do procedimento de analgesia, reavalia-se a paciente, em
termos de contratilidade uterina, se necessário, administram-se 5 unidades de
Ocitocina em 500 ml de SG5% intravenoso;
- Especial atenção deve ser dada com relação a não contaminação da ponta do
cateter nas administrações intermitentes, deve-se lavar as mãos e utilizar luvas
estéreis para manipulação do cateter ao administrar doses adicionais;
- Após o nascimento do feto, dequitação da placenta e revisão do canal de parto,
retira-se o cateter peridural, inspeciona-se se a ponta está íntegra, realiza-se
assepsia no orifício do cateter, seguido de pequeno curativo. A paciente estará de
alta da analgesia, poderá se alimentar normalmente e ser encaminhada para
enfermaria.
- Não é necessário hidratação adicional por parte da técnica anestésica;
- A documentação da paciente e a ficha de anestesia devem ser devidamente
preenchidas, inclusive anotando que o cateter foi retirado e a ponta se mostrava
íntegra;
37.9.4.1- Indicações
- Instabilidade hemodinâmica;
- Distúrbios de coagulação;
- Septicemia;
- Infecção no local da punção;
- Doença neurológica em atividade;
- Recusa do paciente ao bloqueio de neuroeixo;
- Cesariana emergencial na impossibilidade de tempo para instalação de bloqueio
espinhal;
- Falha parcial de bloqueio espinhal evidenciado durante a realização do
procedimento cirúrgico.
37.9.4.2- Técnica
- Avaliação cuidadosa para presença de fator preditivo de via aérea difícil na
gestante;
- Preparo e checagem de material completo para acesso às vias aéreas (tubos de
fino calibre como 6,0, 6,5 e 7,0;
- Checagem do material: aspirador, conjunto balão / válvula / máscara,
laringoscópio, fonte de gases e aparelho de anestesia;
- Venóclise com jelco 20 ou 18 no antebraço;
- Monitorização com ECG, oxímetro de pulso e pressão arterial não invasiva;
- Antibióticoprofilaxia com 2g de cefazolina;
- Profilaxia farmacológica contra aspiração pulmonar de conteúdo gástrico ácido
com antagonista H-2 (ranitidina 50 mg IV), com intuito de elevar o PH gástrico,
metoclopramida 10mg IV e dexametazona 4mg IV;
- Caso haja possibilidade administrar 30 ml de citrato de sódio VO;
- Obrigatoriamente devem estar prontos para uso: Capnógrafo e máscara laríngea;
- Posicionamento da paciente em DDH com deslocamento uterino para esquerda
com descompressão da artéria aorta e da veia cava inferior para prevenção de
hipotensão arterial;
- Posição ótima de laringoscopia e intubação traqueal através de extensão e flexão
anterior da região cervical, retificando os eixos laríngeo, faríngeo e oral;
- Orientar a mesa cirúrgica em posição de cefaloaclive;
- Desnitrogenização com oxigênio a 100% por três minutos;
- Indução anestésica em seqüencia rápida com fentanil 5 mcg/kg + propofol
2,5mg/kg, (devendo–se dar preferência nas cardiopatas ao etomidato e nas
asmáticas a ketamina)+ BNM associado a manobra de Sellick;
- Laringoscopia e intubação dando preferência a tubos de menor diámetro;
- A manutenção da anestesia deve ser feita em ventilação mecânica controlada
para manutenção de uma PaCO2 entre 35 e 45 mmHg. Pode ser utilizada a técnica
de anestesia geral balanceada com administração de agente inalatório em baixas
concentrações isoflurano ou sevoflurano ou manutenção venosa total com propofol e
remifentanil em infusão contínua;
- Hidratação com cristaloides 10ml/kg de peso;
- Após o clampeamento do cordão, administrar em infusão contínua 10UI de
ocitocina em 500ml de solução de ringer lactato ( 20 a 40 gotas/ minutos);
- Para a extubação cuidados contra vômitos e broncoaspiração são necessários
devendo a paciente estar bem acordada, com reflexos protetores presentes e
ausência de bloqueio neuromuscular residual;
- Após o término do procedimento cirúrgico, interromper gases anestésicos ,
ventilar com oxigênio a 100%, fazer reversão do bloqueio neuromuscular , aspiração
da cavidade oral, extubação quando possível;
- Encaminhar a sala de recuperação pós-anestésica.
37.10- ANESTESIA PARA CURETAGEM UTERINA E AMIU
- A escolha dependerá de fatores como:
• Colo uterino dilatado;
• Presença de hemorragia intensa;
• Sepse;
• Estômago cheio;
• Estado emocional da paciente.
- A técnica de eleição deve ser sempre a anestesia geral endovenosa quando não
há indicações precisas a anestesia regional.
37.10.1- Raquianestesia
- Checagem do material: aspirador, conjunto balão/válvula/máscara, laringoscópio,
fonte de oxigênio e aparelho de anestesia;
- Venóclise com Jelco 20 no antebraço;
- Monitorização com ECG, oxímetro de pulso e pressão arterial não invasiva;
- Paciente sentada;
- Antissepssia da região lombar com clorexidina 0,5% solução alcoólica;
- Punção subaracnóidea com agulha de Quincke 25 ou 27G em L3/L4, pela via
mediana ou paramediana;
- Após refluxo de liquor, administrar 7,5 mg de bupivacaína 0,5% hiperbárica;
- Iniciar expansão volêmica com cristaloide;
- Cateter nasal de oxigênio deve ser individualizado, a critério do anestesiologista;
- Uso de fármacos adjuvantes:
• Ondasetron 4mg intravenoso ao final da cirurgia para profilaxia de náuseas e
vômitos;
• Dipirona 30 mg/kg (2 ampolas + 16ml de ABD intravenoso), exceto se contra-
indicações ou alergias;
• Cetoprofeno 100mg diluido em 100ml de solução fisiológica 0,9%, exceto se
contra-indicações (alergias, pré- eclampsia ou eclampsia).
- Encaminhar a sala de recuperação pós anestésica.
REFERÊNCIAS
1. AMARO, A. R., et al. Deslocamento uterino manual ou cunha de Crawford
modificada? Estudo comparativo em raquianestesia para cesarianas. Rev. Bras.
Anest., Rio de Janeiro, v. 48, p. 99-104, 1998.
2. ANZOATEGUI, L. C. Anestesia em obstetrícia associada a outras patologias. Rev.
Bras. Anest., Rio de Janeiro, v.43, n.1, p. 19-27, 1993.
3. BEILIN, Y.; ZAHN, J.; COMERFORD, M. Safe epidural analgesia in thirty
parturients with platelet counts between 69,000 and 98,000 mm³. Anesth. analg.,
v. 85, p. 385-388, aug. 1997
4. BELZARENA, S. D. Estudo comparativo entre efedrina e etilefrina como
vasopressor para correção de hipotensão arterial materna em cesarianas eletivas
com raquianestesia. Rev. Bras. Anest., Rio de Janeiro, v.56, n.3, p. 223-229,
2006.
5. BIRNBACH, D. J. Analgesia for labor. N. Engl. J. Med., p.1764-1766,1997.
6. CARDOSO, M. M. S. C; SANTOS, et. al. Expansão volêmica em raquianestesia
para cesariana. Como realizá-la?. Rev. Bras. Anest., Rio de Janeiro, v. 54, n.1, p.
13-19, 2004.
7. CARVALHO, J. C. A., et al. Efedrina profilática durante a raquianestesia para
cesariana. Estudo dose-resposta da administração em bolus e em infusão
contínua. Rev. Bras. Anest., Rio de Janeiro, v.,49, p. 309-314,1999.
8. COHEN, S. E., et al. Does Metoclopramide decrease the volume of gastric
contentes in patients undergoing cesarean section? Anesthesiology, v.61, p.604-
607, 1984.
9. COLLINS, R. E.; DAVIES, D. W.; AVELING, W. Randomised comparison of
combined spinal- epidural and standard epidural analgesia in labor. Lancet, v.345,
p. 1413-1416,1995.
10. CONCEIÇÃO, M. J.; BUFFON, A. C. Hipotensão arterial em cesarianas:
Influência da pré- hidratação. Rev. Bras. Anest., Rio de Janeiro, v.39, p. 431-
435, 1989.
11. CORTES, C. A. F., et al. Analgesia de Parto:Estudo comparativo entre anestesia
combinada raquiperidural versus anestesia peridural contínua. Rev. Bras. Anest.,
Rio de Janeiro, v.57, n.1, p. 39-51, 2007.
12. EISENACH, J. C. Combined spinal-epidural analgesia in obstetrícia.
Anesthesiology, v.91, p. 299-302, 1999.
13. EUGÊNIO, A. G B.; CAVALCANTI, F.S. Analgesia de parto condutiva-
anestésico e outras drogas. Rev. Bras. Anest., Rio de Janeiro, v.43, p. 57-63,
1993.
14. FEREZ, D. Atualização em anestesiologia. 1° ed. São Paulo: Office editora,
2004. Vol. IX, p.11-32.
15. GOMES, M. E. W., et al. Estudo comparativo entre concentrações de
bupivacaína a 0,125% e a 0,25% associada ao fentanil para analgesia de parto
por via peridural. Rev. Bras. Anest., Rio de Janeiro, v.54, n. 4, p.467-472, 2004.
16. HEW-WING, P., Epidural anaesthesia and thrombocytopenia. Anaesthesia, v.44,
p. 775-777,1989.
17. IMBELLONI, L. E.; CARNEIRO, A. N. G. Cefaléia pós raquianestesia: Causas,
Prevenção e tratamento. Rev. Bras. Anest., Rio de Janeiro, v.47, n.5, p. 453-464,
1997.
18. KELTON, J. G.; HUNTER, D. J. S.; NEAME, P. B. A platelet function defect in
preeclampsia. Obstet. Gynecol., v.65, p. 107-109, 1985.
19. LAO, T. T., et al. Spinal subdural haematoma in parturient after attempted
epidural anaesthesia. Can. J. Anaesth., v.40, p.340-345, 1993.
20. MOELLER-BERTRAM, T.; KUCZKOWSKI, K. M.; BENUMOF, J. L. Uneventful
epidural labor analgesia in a parturient with immune thrombocytopenic purpura
and platelet count of 26,000/mm³ which was unknown preoperatively. J. Clin.
Anesth., v. 16, p.51-53, 2004.
21. NEVES, J. F. N., et al. Raquianestesia para cesariana. Estudo comparativo entre
Bupivacaína isobárica e hiperbárica associada à morfina. Rev. Bras. Anest., Rio
de Janeiro, v.53, n.5, p. 573-578, 2003.
22. NOCITE, J. R. Anestesia em obstetrícia: Alguns aspectos relevantes na prática
clínica. Rev. Bras. Anest., Rio de Janeiro, v.39, n.5, p. 381-387, 1989.
23. NORRIS, M. C.; FORGEL, S. T.; CONWAY, L. C.. Combined Spinal- epidural
versus epidural labor analgesia. Anesthesiology, v.95, p. 913-920, 2001.
24. OWCZARZACK Jr, D., et al. Prevalência de prurido durante tratamento
profilático de náuseas e vômitos induzido por morfina peridural no pós operatório
de cesarianas: Comparação entre ondasetron e metoclopramida. Rev. Bras.
Anest., Rio de Janeiro, v.49, n.4, p. 240-243, 1999.
25. PALMER, C. M., et al. The dose-response relation of intrathecal fentanyl for labor
analgesia. Anesthesiology, v.88, p. 355-361,1998.
26. PEDROSA, G. C.; JARDIM, J. L.; PALMEIRA, M. A. Tampão sanguíneo
peridural e alta hospitalar precoce: Análise de 60 pacientes portadores de
cefaleia pós-raquianestesia. Rev. Bras. Anest., Rio de Janeiro, v.46, n.1, p. 8-12,
1996.
27. PEREIRA, R. C.; PEREIRA, A. C.; CASTRO, R. A. C. Analgesia pós operatória
com morfina peridural em cesarianas. Rev. Brás. Anest., Rio de Janeiro, v.37,
supl 7, CBA 136, 1987.
28. ROUT, C. C., et al. Rapid administration of crystalloid preload does not decrease
the incidence of hypotension after spinal anaesthesia for elective cesarean
section. Br. J. Anaesth., v.68, p. 394-397, 1992.
29. SCHNAIDER, T. B.; VIEIRA, A. M.; BRANDÃO, A. C. A. Estudo comparativo de
antieméticos e suas associações na prevenção de náuseas e vômitos pós
operatório, em pacientes submetidos a procedimentos cirúrgicos ginecológicos.
Rev. Bras. Anest., Rio de Janeiro, v. 58, n.6, p. 614-622, 2008.
30. SIAULYS, M. M. Condutas em anestesia obstétrica, 1°Ed. Rio de Janeiro:
Elsevier, 2012.
31. TANAKA, M., et al. Anestesia Regional e trombocitopenia não pré-eclâmptica:
Hora de repensar o nível seguro de plaquetas. Rev. Bras. Anest., Rio de
Janeiro, v. 59, n.2, p. 142-153, 2009.
32. TORRES, M. L. A. Anestesia raqui-peridural combinada. Atual. Anestesiol.
SAESP, v.4, p. 69-79, 1998.
33. YAKSH, T. L. Spinal opiate analgesia: Characteristicas and principles of action.
Pain, v.11, p. 293-346, 1981.
38- PROTOCOLO DE ANESTESIA: SÍNDROME
HIPERTENSIVA NA GESTAÇÃO
Jenyse Cristine Ribeiro dos Santos Fontelles
38.1- Introdução:
- As desordens hipertensivas da gestação estão entre as causas mais comuns de
morbidade materna e estão relacionadas a altas taxas de mortalidade materna e
fetal.
38.2.2- Eclâmpsia: Convulsões tônico-clônicas pré, periparto e até sete dias pós-
parto.
- As causas das convulsões provavelmente são a encefalopatia hipertensiva, o
vasoespasmo cerebral, o edema cerebral, a hemorragia cerebral e a isquemia
cerebral.
- Quando a paciente apresenta sinais e/ou sintomas de eclâmpsia, os mesmos
devem ser tratados o mais rápido possível.
38.5.1- Conduta
38.5.1.1- Heparina não fracionada em baixa dose (profilática): 5.000 UI 12/12h
- Sem alteração de TTPa;
- Sem contraindicação para bloqueios;
- Paciente que recebeu por mais de 4 dias tem risco de trombocitopenia e precisa
de controle prévio de contagem de plaquetas.
REFERÊNCIAS
1- Ganem EM, Castiglia YMM. Anestesia na Pré-Eclâmpsia. RevBrasAnestesiol.
2002;52:484-497.
39.1-. INTRODUÇÃO
- A hemorragia periparto é uma das principais causas de óbito materno e é a
principal causa de morbidades graves;
- A volemia normal em uma mulher grávida ao final da gestação alcança até 9% de
seu peso corporal havendo um incremento na volemia na ordem de 30 – 50%;
- Uma perda sanguinea normal durante um parto vaginal não deve superar os
500ml podendo alcançar cerca de 1000 ml nas cesareanas;
- As perdas sanguineas de mais de 15% do volume circulante podem ser
acompanhadas de taquicardia e hipotensão arterial;
- A apreciação clínica do sangramento peri parto habitualmente é infra estimada;
- Pode se dizer que hemorragia obstétrica grave é todo quadro clínico que
acontece antes ou no pós parto imediato e em até 6 semanas após o mesmo e
reúne um ou mais dos seguintes critérios:
• Perda de 25% da volemia;
• Reposição de mais de 50% da volemia em 3hs;
• Perda maior de 150ml/min;
• Queda da concentração de hemoglobina maior de 4g/dL;
• Queda do hematócrito maior que 10% quando comparado ao hematócrito
inicial;
• Instabilidade hemodinâmica;
• Necessidade de transfusão maior que 4und de concentrado de hemácias de
forma aguda e 10 und em 24hs;
- A hemorragia pós parto primária (HPP) que acontece nas primeiras 24 horas pós
parto é mais freqüente e mais grave do que quando ocorre tardiamente.
- As principais causas de HPP são resumidas em "4Ts".
• Tônus: atonia uterina.
• Tecido: placenta anormal, retenção de coágulos ou restos placentários.
• Traumatismo: laceração do trato genital.
• Trombina: coagulopatia congênita ou adquirida.
39.2- CLASSIFICAÇÃO
39.2.1- Fatores de risco
39.2.1.1- Elevado:
- Placenta previa;
- Acretismo placentário conhecido;
- Coagulopatia não controlada (ex: síndrome hellp).
39.2.1.2- Moderado:
- Parto forceps;
- Macrossomia fetal;
- Polihidraminio;
- Partos múltiplos;
- Trabalho de parto prolongado;
- Corioaminionite.
39.2.2- Modalidades
- Sinais clínicos: sintomas e sinais de choque hemorrágico e hipoperfusão tecidual.
• Taquicardia;
• Taquipnéia;
• Hipotensão;
• Palidez;
• Oligúria.
- A taquicardia é um dos primeiros sinais a aparecer e o único que está presente
em até 30 - 40% do volume sanguíneo ter sido perdido, com hipotensão e
vasoconstrição periférica aparecendo mais tardíamente;
- De 15% a 54% das pacientes que sofrem uma hemorragia intra-operatória maciça
morrem. A mortalidade nessas pacientes aumenta para 75% quando ocorre
coagulopatia;
- A causa dessa complicação no sangramento maciço é multifatorial; hemodiluição,
hipotermia e acidose são os principais fatores que produzem transtornos de
coagulação;
- Todos os pacientes tratados durante uma hemorragia maciça estão em risco de
sofrer uma coagulopatia por diluição causando uma diminuição nas plaquetas,
fibrinogênio e outros fatores de coagulação. Isso pode ocorrer se houver reposição
de volume com cristaloides, coloides e concentrados de hemácias, mas infusão
insuficiente de plasma fresco congelado (PFC) e plaquetas.
- A combinação de coagulopatia, acidose e hipotermia é conhecida como "tríade
letal" isso leva a um círculo vicioso de discrasia e difícil controle do sangramento que
geralmente leva ao óbito.
- Existe pequena correlação entre a perda sanguínea e os sinais clínicos.
- É recomendado adicionar a avaliação de sinais clínicos, medições de
hemoglobina, hematócrito, lactato e base excess para monitoramento de oxigenação
tecidual durante o sangramento agudo.
39.3- CONDUTAS
- Deve ser baseado em três pilares fundamentais:
• Medidas gerais;
• Ressucitação volêmica;
• Controle do sangramento.
- A estratégia de tratamento será determinada por considerações maternais e
fetais, a vida materna deve ser priorizada em relação à fetal;
- Os principais objetivos do anestesista são ressuscitação volêmica rápida para
restabelecer a oferta tecidual de oxigênio concomitantemente à predição, prevenção
e correção dos distúrbios hemodinâmicos;
- Deve-se considerar instituir monitorização invasiva precocemente, quando
indicado. Contudo, esses procedimentos não são prioritários;
- A primeira hora do início da hemorragia é essencial, portanto, a maioria das
medidas terapêuticas básicas devem ser realizadas nesse período de tempo.
39.5- METAS
- Fibinogênio >200mg/dL;
- Hemoglogina> 7g/dL;
- Cálcio normal;
- Temperatura 36/37 °C;
- Plaquetas >75.000;
- INR <1.5.
39.6.2- Passo 2:
- Se o sangramento persistir, mais 6 unidades de concentrado de hemácias e PFC
serão solicitados, e 20 unidades de crioprecipitado (para elevar os níveis de
fibrinogênio).
39.6.3- Passo 3:
- Administrar RFVIIA (fator VII ativado recombinante) 40 microgramas/kg, uma
glicoproteína sintética dependente de vitamina K que é administrada em casos de
hemorragia que não respondem à terapia convencional de transfusão.
39.7-TRATAMENTO FARMACOLÓGICO
- Medicamentos uterotônicos a critério da equipe de obstetricia
• Ocitocina;
• Metilegonovina;
• Prostaglandinas.
REFERÊNCIAS
1. Royal college of obstetras e ginecologistas. Prevenção e tratamento da
hemorragia pós-parto. Diretriz green-top [online]. 2009 (52): 1-24 [consulta: 15 de
novembro de 2013]. Url: http://www.rcog.org.uk/files/rcog-
corp/gt52postpartumhaemorrhage0411.pdf
ATENDIMENTO IMEDIATO
Figura 15 – Metas para tempo máximo de espera por cor na classificação de risco.
Fonte: Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Ações
Programáticas Estratégicas. Manual de acolhimento e classificação de risco em obstetrícia /
Ministério da Saúde, Secretaria de Atenção à Saúde, Departamento de Ações Programáticas
Estratégicas. – Brasília : Ministério da Saúde, 2014.
Figura 16 –Classificação de risco para pacientes com queixas de desmaio e/ou mal estar
Fonte: Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Ações
Programáticas Estratégicas. Manual de acolhimento e classificação de risco em obstetrícia /
Ministério da Saúde, Secretaria de Atenção à Saúde, Departamento de Ações Programáticas
Estratégicas. – Brasília : Ministério da Saúde, 2014.
Figura 17 - Classificação de risco para pacientes com queixas de dor de cabeça, tontura e/ou
vertigem
Fonte: Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Ações
Programáticas Estratégicas. Manual de acolhimento e classificação de risco em obstetrícia /
Ministério da Saúde, Secretaria de Atenção à Saúde, Departamento de Ações Programáticas
Estratégicas. – Brasília : Ministério da Saúde, 2014.
Figura 18 – Classificação de risco para pacientes com queixas de falta de ar e/ou outros
distúrbios respiratórios
Fonte: Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Ações
Programáticas Estratégicas. Manual de acolhimento e classificação de risco em obstetrícia /
Ministério da Saúde, Secretaria de Atenção à Saúde, Departamento de Ações Programáticas
Estratégicas. – Brasília : Ministério da Saúde, 2014.
Figura 19 – Classificação de risco para pacientes com queixas de febre e/ou outros sinais de
infecção
Fonte: Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Ações
Programáticas Estratégicas. Manual de acolhimento e classificação de risco em obstetrícia /
Ministério da Saúde, Secretaria de Atenção à Saúde, Departamento de Ações Programáticas
Estratégicas. – Brasília : Ministério da Saúde, 2014.
Figura 20 – Classificação de risco para pacientes com queixas de náuseas e vômitos
Fonte: Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Ações
Programáticas Estratégicas. Manual de acolhimento e classificação de risco em obstetrícia /
Ministério da Saúde, Secretaria de Atenção à Saúde, Departamento de Ações Programáticas
Estratégicas. – Brasília : Ministério da Saúde, 2014.
Figura 21 – Classificação de risco para pacientes com queixas urinárias
Fonte: Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Ações
Programáticas Estratégicas. Manual de acolhimento e classificação de risco em obstetrícia /
Ministério da Saúde, Secretaria de Atenção à Saúde, Departamento de Ações Programáticas
Estratégicas. – Brasília : Ministério da Saúde, 2014.
Figura 22 – Classificação de risco para pacientes com queixas de parada ou redução dos
movimentos fetais
Fonte: Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Ações
Programáticas Estratégicas. Manual de acolhimento e classificação de risco em obstetrícia /
Ministério da Saúde, Secretaria de Atenção à Saúde, Departamento de Ações Programáticas
Estratégicas. – Brasília : Ministério da Saúde, 2014.
Figura 23 – Classificação de risco para pacientes com relato de convulsão
Fonte: Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Ações
Programáticas Estratégicas. Manual de acolhimento e classificação de risco em obstetrícia /
Ministério da Saúde, Secretaria de Atenção à Saúde, Departamento de Ações Programáticas
Estratégicas. – Brasília : Ministério da Saúde, 2014.
Figura 24 – Classificação de risco para pacientes com queixas de perda de líquido via
vaginal
Fonte: Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Ações
Programáticas Estratégicas. Manual de acolhimento e classificação de risco em obstetrícia /
Ministério da Saúde, Secretaria de Atenção à Saúde, Departamento de Ações
Programáticas Estratégicas. – Brasília : Ministério da Saúde, 2014.
Figura 25 – Classificação de risco para pacientes com queixas de perda de sangue via
vaginal
Fonte: Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Ações
Programáticas Estratégicas. Manual de acolhimento e classificação de risco em obstetrícia /
Ministério da Saúde, Secretaria de Atenção à Saúde, Departamento de Ações Programáticas
Estratégicas. – Brasília : Ministério da Saúde, 2014.
Figura 26 – Classificação de risco para pacientes com queixas de dor abdominal e/ou dor
lombar e/ou contrações uterinas
Fonte: Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Ações
Programáticas Estratégicas. Manual de acolhimento e classificação de risco em obstetrícia /
Ministério da Saúde, Secretaria de Atenção à Saúde, Departamento de Ações Programáticas
Estratégicas. – Brasília : Ministério da Saúde, 2014.
Figura 27 – Classificação de risco para pacientes com queixas diversas e/ou encaminhadas de
outras unidades de saúde sem referenciamento
Fonte: Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Ações
Programáticas Estratégicas. Manual de acolhimento e classificação de risco em obstetrícia /
Ministério da Saúde, Secretaria de Atenção à Saúde, Departamento de Ações Programáticas
Estratégicas. – Brasília : Ministério da Saúde, 2014.
41- GERENCIAMENTO DA FILA PARA
TRANSFERÊNCIAS INTERNAS
Danielle Leal de Oliveira
Gislânia Ponte Frances
Marília Gabriela Queiroz da Luz