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Correções Assunção Prática 5 Atividade Preliminar Assunção e Evelin

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UESPI - Parnaíba

Licenciatura Plena em História


Prática Pedagógica Interdisciplinar 5
Análise de Ffontes e Ensino de História
Bloco 5
Professor: Otávio Erbereli Júnior
Discentes: Assunção de Maria Mendes da Silva e Evelin Nunes de Souza

A proposta é boa. Sugeri algumas modificações.

ATIVIDADE 2, versão PRELIMINAR

1) Introdução do tema/problema: historicizar a incorporação da fonte ao discurso


historiográfico e ao ensino de história, em particular; dissertar sobre o tema a ser
abordado, bem como os conceitos a serem mobilizados. (retirar daqui)

A proposta dessa aula é direcionada aos estudantes do 9º Ano do Fundamental 2 de


uma escola pública de Parnaíba-PI, com o eixo temático: Escravidão no Brasil do período
Monárquico. A partir desse tema buscaremos estudar a obra “Úrsula” (1859), vida e obra da
autora maranhense Maria Firmina dos Reis como a leitura conjunta. da obra literária Úrsula
(1859). Além do acompanhamento do livro didático para sintetizarmos as duas fontes de
estudo, obra literária e livro didático, problematizando os pontos de vista dessas fontes em
relação aquelaàquela época a fim de com a nossa realidade circundante. Não se trata de
perceber algumas permanências. ?
Sobre o Ensino de História, buscamos modelos de como nós, professoras, devemos
ensinar História e encontramos a visãoprocuramos nos inspirar na proposta de Rafael Ruiz
(2007), Professor de História da América Colonial na Unifesp, que além de historicizar sobre
a Literatura, dá vários exemplos de como usá-la para enriquecer a História. Ele historiciza
sobre os moldes de pensar a História e relata que com a quebra dos modelos até o começo dos
anos 80, tínhamos três linhas de pensamento que configuraram a História: a história “mestra
da vida”, voltada para o passado; a história teleológica, voltada para o futuro, e a história do
presente, situada no hoje, aqui e agora. Contudo, conforme Hartog (1999) afirma, esses três
modelos quebraram definitivamente e não conseguem mais dar conta da História. Nesse
sentido, o que simboliza esse momento para o conhecimento histórico? Simboliza, nas
palavras de Hartog, que “não é mais possível escrever História do ponto de vista do futuro e
que o passado mesmo, e não apenas o futuro, tornou-se imprevisível ou mesmo opaco”. Essa
parte sobre concepções de história e regimes de historicidade poderia ser retirada. Vocês se
complicaram nas definições.
Dessa forma, precisamos tratar o ensino de história como destaca Hartog (1999,
apud RUIZ, 2007, p. 77) focando nos seguintes aspectos “1. edificar o próprio ponto de vista
tão explicitamente quanto possível; e 2. Realizar sempre uma abordagem comparativa.”
Trata-se, portanto, de ensinar aos alunos não a contemplar o “edifício da História” como algo
já pronto, mas de ensinar-lhes a edificar o próprio edifício, reforça o autor.

Quanto à Literatura enquanto fonte historiográfica para compor nosso planejamento


na sala de aula, a convenção da veracidade, própria da História, e a convenção da
ficcionalidade, própria da Literatura, permitem-nos estabelecer um método que, seguindo as
diretrizes de Hartog, poderá ajuda a elaborar essa abordagem comparativa. Assim como o
autor faz com a análise da obra de Robson Crusoé e observando o princípio
epistemológico que Robinson Crusoé está usando: a analogia. Como o próprio autor
exemplifica no texto, a personagem olha para a nova realidade em que se encontra e enxerga
o novo mundo através do filtro que já conhece, o europeu. Parágrafo onfuso.

BCom base no modelo apresentado pelo professor Rafael Ruiz acrescida das
concepções de François Hartog baseamos nosso planejamento entre História e Literatura
sobre o contexto específico da “Escravidão no Brasil do período Monárquico”, assim,
apresentamos o romance Úrsula, publicada em 1859, obra que ficou enquadrada nos moldes
tradicionais de Escola Lterária: Romantismo. Essa obra trata, em primeiro plano, de um
romance entre as personagens principais, e prevela, em segundo plano, por meio de uma
leitura mais atenta, as denúncias de uma sociedade escravista daquele período. Vejamos a
importância dessa escolha literária.

“Em 1859, em pleno regime escravista, no momento em que as teorias


científicas ratificam a inferioridade da população africana e afro-
descendente, bem como a incapacidade feminina para tratar sobre as
questões de fórum público, uma mulher afro-descendente, nordestina, de
origem humilde, elaborou um discurso precursor no cenário do romantismo
brasileiro, tornando públicas as condições a que estavam submetidos o negro
e a mulher na sociedade brasileira. Produziu a autora um discurso que
possibilitava aos marginalizados o direito a contar sua história, buscando a
empatia com seu público leitor.” (TAVARES, 2007, p. 01).
De acordo com Elza Tavares a autora, Firmina dos Reis, que teve sua literatura
marginalizada, esquecida, carrega em sua vida e obra, as denúncias sobre a inferiorização
dos afro-descendentes e ter uma mulher maranhense, do interior do nordeste tratando de
assuntos como escravidão é no mínimo um ato de muito corajem e determinação. Dessa
forma, empreendemos a escolha dessa obra para a aplicação em sala de aula. Trata-se,
também, de não mais repetir o uso de clássicos porque durante as nossas leituras e
observações, vimos que já é bastante trabalhado há um certo tempo as obras machadianas, de
Clarice Lispector, Lima Barreto, dentre outras obras considerados clássicas. Adicionalmente
a isto: “nem sempre a escolha de fontes literárias decorre de questões historiograficamente
formuladas. O mais das vezes, é determinada pelo glamour e pela suposta novidade que as
envolve na comparação com outros textos e documentos”, Ferreira (2012, p. 802012, p. 80).
Com base no que disse o autor, para evitar esse tipo de abordagem e repetição nos estudos,
tentamos trazer uma autora que estava esquecida há mais de um século, com o objetivo de
politizar os discentes por meio de uma escrita singela, talentosa e denunciante do período da
escravidão, como acrescenta Abreu (p. 112, apud Ferreira, 2012, p.80). “literatura não se trata
apenas de gosto, mas de política”.
Outro ponto que destaca essa obra como escolha para os estudos em sala de aula, é
ter sido antes mesmo do Navio negreiro de Castro Alves, declamado pela primeira vez em
1868, Firmina dos Reis já descrevia em seu livro Úrsula, de 1859, os malefícios do tráfico de
pessoas sequestradas na África e transportadas nos porões dos “tumbeiros”.
Com base nesse aspectos que foram explicados, a obra se faz presente no
planejamento para aplicação em sala de aula. Além, claro, da autora colocar suas personagens
consideradas marginalizadas para falar em primeira pessoa sobre esse período histórico tão
marcante que nos atravessa até o tempo presente em que se elabora esse trabalho.

A Literatura como fonte historiográfica

Com base no autor Antônio Celso Ferreira (2012), vejamos como a literatura se
torna uma fonte relevante no campo historiográfico. A literatura como fonte historiográfica é
rica de significados para o entendimento do mundo cultural, juntamente com valores sociais e
experiências subjetivas dos seres humanos no tempo histórico, mas nem sempre foi assim,
apenas nas últimas décadas ela vem sendo material utilizada como fonte de pesquisa, desde
que o conceito de fonte mudou.
A textualidade literária não era considerada documento que atestava a “verdade
histórica” porque desde que a História se tornou disciplina acadêmica, segunda metade do
século XIX, além desse período ter sido o momento em que as fontes escritas assumem um
caráter de documento que expressava “autoridade e verdade,” foi também o momento em que
a Escola Metódica francesa buscava a autenticidade da História com o caráter científico,
objetivo correlacionando “causas e consequências”. Parágrafo mal redigido.
Segundo Ferreira (2012) a História assume uma postura interdisciplinar
aproximando-se de áreas como Geografia, Sociologia, Economia, Psicologia, e a contribuição
da Literatura para dar ênfase nos processos sociais e econômicos exigidos pela história-
problema afim de entender a complexidade das experiências humanas trazidas por
historiadores como Lucien Febvre e March Bloch que atualizaram a historiografia no século
XX com a Escola dos Annales e contrapondo a historiografia político-factual da Escola
Metódica. Simplificação do que é a escola metódica francesa.
Nesse sentido novas abordagens surgem, novos objetos, problemas estudados dentro
da disciplina História. Lucien Febvre inaugura a abordagem no uso de textos literários com
obra de "Rabelais" (1483[?]- 1553) para compor a História das Mentalidades. Com isso, na
década de 1970 o surgimento de novos historiadores e com eles novas fontes (escritos,
sonoros, visuais) e novos objetos subjetivos como inconsciente, o cotidiano, a língua, a
literatura, mito, a infância, a juventude, a esta, os meios de comunicação e outros. Essas
mudanças ocorreram na França, os ingleses também renovaram sua historiografia marxista
como Raymond Williams. No Brasil, os trabalhos relevantes surgem a partir da década de
1980, com advento da História Social e Cultural que já era relevante na Europa e Estados
Unidos, conforme (FEREIRA, 2012).
Nesse contexto, a literatura como fonte uma das formas de apreensão do saber
histórico ajuda-nos a entender as subjetividades e complexidades humanas, ademais na
prática escolar a missão de agrupar o saber histórico para dentro das salas de aula no ensino
básico de forma que haja uma conexão do saber histórico com a realidade do mundo em que
nós e os estudantes vivem é um desafio que os professores e professoras encaram no dia a dia
de seus planejamentos escolares.
Ademais, devemos entender a importância da interdisciplinaridade para o ensino de
história, assim, obra literária é percebida como uma manifestação cultural que pode dizer
muito sobre a sociedade a qual pertence ou retrata e caberá ao historiador(a) assumi-la como
fonte de pesquisa, já que toda a obra ficcional está inscrita em um tempo e espaço
específicos, expressando as condições sociais nas quais foi produzida, além da realidade,
sonhos, desejos e utopias.

2) Objetivos gerais a serem alcançados com a proposta (pode ser uma aula, uma
oficina de fontes etc);

Objetivos Gerais
- Conhecer a história de vida da autora da obra literária Úrsula Maria Firmina dos Reis
(1859)
- Analisar a relação do contexto histórico que a prosa narra com as violências sofridas dos
escravizados nosociedade escravocrata do período monárquico no Brasil

3) Objetivos específicos a serem atingidos;


- Identificar as falas das personagens que são escravizadas
- Estabelecer um diálogo com os significados que a obra Úrsula apresenta com o mundo
circundante atual
- Escrever um texto dissertativo sobre o entendimento de cada estudante sobre essa obra

4) Metodologia: se aula, qual a concepção pedagógica (pode ser uma aula dialogada
onde os alunos/alunas terão realizado levantamento prévio da fonte etc); se oficina de
fontes, quais fontes serão mobilizadas para o tratamento do tema/problema.

A atividade será a leitura conjunta e ao finalizar a leitura a apresentação de um texto


dissertativo sobre a obra. Esta proposta está prevista para ser realizada em 9 aulas, dando um
prazo de uma semana para a turma adquirir o livro em pdf, para leitura 1on-line, ou para tirar
a xerox, tendo em vista que o livro está dividido da seguinte forma: 1 prólogo e 20 capítulos.
No primeiro momento, na aula de sensibilização e combinados sobre a programação de
leitura, a primeira aula será de apresentação da proposta de leitura conjunta, iremos
apresentar em slide a capa do livro, ler o prólogo e pedir para a turma tentar adivinhar quem
escreveu a obra e perguntar o que a turma entendeu, após as resposta deles dividiremos em
equipes e mostraremos os capítulos de cada equipe e o calendário com as datas de
apresentação de cada grupo e seus respectivos capítulos. Após os 2acordoscombinados, tirar
as dúvidas e fazer os sorteios dos capítulos do livro.

1 Devido ao contexto de pandemia e crise sanitária, as aulas são na modalidade remota e acontecem pelo
Google Meet.
2 Observação: todas as aulas serão gravadas para que a turma possa rever e tirar as suas dúvidas sobre os
combinados, além de ser disponibilizado um vídeo modelo de como será a apresentação da equipe; um pdf com
todos os critérios da atividade e por fim o cronograma com as datas de apresentação de cada grupo.
Na segunda aula, será ministrado a continuação do assunto temático: Escravidão no
período monárquico com base no livro didático, a explicação será feita com uma aula
dialogadaexposição com a turma. As aulas seguintes, serão de apresentação dos capítulos
feita pela equipe responsável da data acordada. Para finalizar a leitura conjunta, faremos um
bate-papo on-line, nas aulas do Google Meet, com o seguinte questionamento: O que nós
aprendemos com a leitura conjunta de Úrsula e nosso assunto de Escravidão no Brasil? E por
fim, a entrega do texto dessertativo.

Observação: é necessário que trechos da fonte escolhida sejam trazidos para a


proposta de vocês e forneçam exemplo de como irão analisá-los com as alunas/alunos.
Preciso “ver” a análise da fonte acontecendo aqui no texto.

4) Recursos: os materiais necessários para o desenvolvimento da atividade;


● Internet de qualidade
● Livro impresso ou leitura on-line em pdf
● Notebook
● Arquivos em pdf
● Livro didático
5) Fontes
● Livro didático
● REIS, Maria Firmina dos. Úrsula. Florianópolis: Editoras Mulheres; Belo Horizonte:
PUC Minas, 2009.

Bibliografia. Completamente fora das normas da ABNT.

FERREIRA, Antônio Celso. Literatura: a fonte fecunda. In: PINSKY, Carla Bassanezi;
LUCA, Tania Regina. O historiador e suas fontes. São Paulo: Contexto 2012. p. 61 a 88.

TAVARES, E. Literatura e História no romance feminino do Brasil no século XIX:


Ùrsula.007.Disponível:http://www.uesc.br/seminariomulher/anais/PDF/ELEUZA
%20DIANA%20ALMEIDA%20TAVARES.pdf.

falta referenciar os trabalhos abaixo:

Livro: Karnal - Leandro Ensino de Historia na sala de aula

Artigo: A INTERDISCIPLINARIDADE NO ENSINO DE HISTÓRIA: RELAÇÕES


POSSÍVEIS ENTRE A HISTÓRIA E A LITERATURA

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