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Universidade Paulista - Unip Direito: Aps - Atividades Práticas Supervisionadas

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UNIVERSIDADE PAULISTA - UNIP

DIREITO

ANDRESSA CAVALCANTE DA SILVA

R.A: N488034

JÉSSICA SANTOS NASCIMENTO

R.A: D91DDI1

SARA CRISTINA VEIGA

R.A: N4577f6

APS – ATIVIDADES PRÁTICAS SUPERVISIONADAS


6⁰ semestre

SÃO PAULO

2021
A Lei n. ° 13.874, de 2019, chamada de Lei de Liberdade Econômica, promoveu mudanças
importantes no Código Civil, em especial no artigo 421 e em relação ao princípio da função
social dos contratos.
.

Definições de autores sobre função social do contrato

Segundo Gonçalves, o art. 421 do Código Civil


“subordina a liberdade contratual à sua função social, com prevalência dos princípios condizentes
com a ordem pública. Considerando que o direito de propriedade, que deve ser exercido em
conformidade com a função social, proclamada na Constituição Federal, se viabiliza por meio dos
contratos, o novo Código estabelece que a liberdade contratual não pode afastar-se daquela
função”. (2012, p. 52).
A aplicabilidade da função social está condicionada a dois aspectos: um, individual, que
diz respeito à satisfação dos interesses dos contratantes; e outro, público, que é o interesse da
coletividade sobre o contrato.
De acordo com Gonçalves, “a função social do contrato somente estará cumprida
quando a sua finalidade – distribuição de riquezas – for atingida de forma justa, ou seja, quando
contrato representar uma fonte de equilíbrio social”. (2012, p. 26).

Para Araken de Assis, o contrato cumprirá a sua função social “respeitando sua função
econômica, que é a de promover a circulação de riquezas, ou a manutenção das trocas
econômicas, na qual o elemento ganho ou lucro jamais poderá ser desprezado, tolhido ou
ignorado, tratando-se de uma economia de mercado”. (2007, p. 85-86).
Com isso, percebe-se que todo contrato que inibe o “movimento natural do comércio jurídico” e
que prejudica os demais integrantes a sociedade na obtenção dos seus bens descumpre sua
função social.

Venosa ainda ressalta que “a função social do contrato que norteia a liberdade de contratar,
segundo o art. 421, está a indicar uma norma aberta ou genérica, a ser preenchida pelo julgador
no caso concreto”. (2013, p. 397). Esse ainda explica que na Modernidade, a chamada liberdade
de contratar tinha um viés burguês, pois buscava fazer com o contrato permitisse a aquisição da
propriedade. Já na contemporaneidade, essa autonomia da vontade é substituída pela autonomia
privada, oriunda da própria modificação de conceitos sobre a propriedade.

A aplicabilidade do princípio da função social

APELAÇÃO CÍVEL. PROMESSA DE COMPRA E VENDA. RESCISÃO DE CONTRATO.


ADIMPLEMENTO SUBSTANCIAL.
A teoria do adimplemento substancial consiste na impossibilidade da resolução do contrato nas
ocasiões em que o pacto já esteja com uma considerável quantidade de parcelas quitadas, estando
tal teoria consubstanciada nos princípios da boa-fé objetiva, da função social dos contratos, bem
como da vedação ao enriquecimento sem causa. No caso, cerca de 70% da contratação já foi
adimplida, razão pela qual não há falar na rescisão do pacto. Precedentes da Corte.
Verba honorária redimensionada.
NEGARAM PROVIMENTO AO RECURSO DOS AUTORES E DERAM PARCIAL
PROVIMENTO AO APELO DA PARTE RÉ. UNÂNIME.
APELAÇÃO CÍVEL. VIGÉSIMA CÂMARA CÍVEL. Nº
70057449951 (N° CNJ: 0469622-43.2013.8.21.7000)
COMARCA DE RIO GRANDE RITA FREITAS CHAVES
APELANTE/APELADO JÚLIO CÉZAR XAVIER DA
TRINDADE APELANTE/APELADO ELENITA SANTOS DA
TRINDADE APELANTE/APELADO
A ementa acima trata, brevemente, de processos que foram reconvencionados pelas partes: Rita
de Freitas Chaves contra Júlio e Elenita da Trindade (ora autores, ora réus). Rita recorreu ao
Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul, pois sua causa foi julgada improcedente em primeira
instância. Essa requeria a modificação da verba honorária, referindo que essa deveria ser fixada
entre 10% e 20% sobre o valor da causa.

O caso mais famoso desta interferência legal do Ministério Público nos contratos de particulares
é sobre os contratos de financiamento firmados pela empresa falida Encol S/A com o Banco do
Estado de Minas Gerais S/A, em que o parquet ingressou com Ação Civil Pública para anulação
de cláusulas contratuais dos referidos contratos por violar a boa-fé objetiva e a função social dos
contratos. Neste caso entendeu o Superior Tribunal de Justiça, no Resp n° 334.829/DF, que o
Ministério Público tem legitimidade para ingressar com a ação civil pública visando anular
cláusula contratual.

Inclusive, o caso acima destacado embasou a edição da Súmula n° 308 do STJ, sendo um
importante exemplo prático da função social nos contratos: “A hipoteca firmada entre a
construtora e o agente financeiro, anterior ou posterior à celebração da promessa de compra e
venda, não tem eficácia perante os adquirentes do imóvel.”

Todo o exposto demonstra que o princípio da função social do contrato não se solidifica apenas
em base teórica, pois hoje há muita aplicação de tal princípio nas relações fático-jurídicas, a fim
de preservar a função social do contrato.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

ASSIS, Araken de. Comentários ao Código Civil Brasileiro. Volume V. Coord. De Arruda Alvim
e Thereza Alvim. Rio de Janeiro: Forense, 2007.
GONÇALVES, Carlos Roberto. Direito Civil Brasileiro. Volume III: Contratos e Atos
Unilaterais. 9. ed., São Paulo: Saraiva, 2012.

VENOSA, Sílvio de Salvo. Direito Civil. Volume II – Teoria Geral das Obrigações e Teoria Geral
dos Contratos. São Paulo: Atlas, 2013.
https://www.google.com/amp/s/tj-rs.jusbrasil.com.br/jurisprudencia/116745035/apelacao-civel-
ac-70057449951-rs/inteiro-teor-116745042/amp

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