Universidade Paulista - Unip Direito: Aps - Atividades Práticas Supervisionadas
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DIREITO
R.A: N488034
R.A: D91DDI1
R.A: N4577f6
SÃO PAULO
2021
A Lei n. ° 13.874, de 2019, chamada de Lei de Liberdade Econômica, promoveu mudanças
importantes no Código Civil, em especial no artigo 421 e em relação ao princípio da função
social dos contratos.
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Para Araken de Assis, o contrato cumprirá a sua função social “respeitando sua função
econômica, que é a de promover a circulação de riquezas, ou a manutenção das trocas
econômicas, na qual o elemento ganho ou lucro jamais poderá ser desprezado, tolhido ou
ignorado, tratando-se de uma economia de mercado”. (2007, p. 85-86).
Com isso, percebe-se que todo contrato que inibe o “movimento natural do comércio jurídico” e
que prejudica os demais integrantes a sociedade na obtenção dos seus bens descumpre sua
função social.
Venosa ainda ressalta que “a função social do contrato que norteia a liberdade de contratar,
segundo o art. 421, está a indicar uma norma aberta ou genérica, a ser preenchida pelo julgador
no caso concreto”. (2013, p. 397). Esse ainda explica que na Modernidade, a chamada liberdade
de contratar tinha um viés burguês, pois buscava fazer com o contrato permitisse a aquisição da
propriedade. Já na contemporaneidade, essa autonomia da vontade é substituída pela autonomia
privada, oriunda da própria modificação de conceitos sobre a propriedade.
O caso mais famoso desta interferência legal do Ministério Público nos contratos de particulares
é sobre os contratos de financiamento firmados pela empresa falida Encol S/A com o Banco do
Estado de Minas Gerais S/A, em que o parquet ingressou com Ação Civil Pública para anulação
de cláusulas contratuais dos referidos contratos por violar a boa-fé objetiva e a função social dos
contratos. Neste caso entendeu o Superior Tribunal de Justiça, no Resp n° 334.829/DF, que o
Ministério Público tem legitimidade para ingressar com a ação civil pública visando anular
cláusula contratual.
Inclusive, o caso acima destacado embasou a edição da Súmula n° 308 do STJ, sendo um
importante exemplo prático da função social nos contratos: “A hipoteca firmada entre a
construtora e o agente financeiro, anterior ou posterior à celebração da promessa de compra e
venda, não tem eficácia perante os adquirentes do imóvel.”
Todo o exposto demonstra que o princípio da função social do contrato não se solidifica apenas
em base teórica, pois hoje há muita aplicação de tal princípio nas relações fático-jurídicas, a fim
de preservar a função social do contrato.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ASSIS, Araken de. Comentários ao Código Civil Brasileiro. Volume V. Coord. De Arruda Alvim
e Thereza Alvim. Rio de Janeiro: Forense, 2007.
GONÇALVES, Carlos Roberto. Direito Civil Brasileiro. Volume III: Contratos e Atos
Unilaterais. 9. ed., São Paulo: Saraiva, 2012.
VENOSA, Sílvio de Salvo. Direito Civil. Volume II – Teoria Geral das Obrigações e Teoria Geral
dos Contratos. São Paulo: Atlas, 2013.
https://www.google.com/amp/s/tj-rs.jusbrasil.com.br/jurisprudencia/116745035/apelacao-civel-
ac-70057449951-rs/inteiro-teor-116745042/amp