Empreendedorismo v.2
Empreendedorismo v.2
Empreendedorismo v.2
FUNDAMENTOS DO
EMPREENDEDORISM
O
Professor (a) :
Objetivos de aprendizagem
• Conceituar e contextualizar o empreendedorismo.
Introdução
Você já notou como as pessoas de sucesso são alvos de admiração? Tanto no cenário de entretenimento quanto empresarial,
aqueles que se destacam por seus méritos são considerados referências. Quando pessoas de origem humilde tornam-se
empresários bem-sucedidos e capitaneiam verdadeiros impérios corporativos, muitos acreditam que são pessoas de sorte ou
favorecidas por circunstâncias especiais; mas na verdade, este é um pensamento incorreto: o sucesso que muitos empresários têm
hoje é o resultado de muito esforço, persistência e muito, muito trabalho.
É fato que se tornar bem-sucedido é um enorme atrativo para todos e a construção de um negócio próprio é uma das ferramentas
possíveis para isso. Você é uma dessas pessoas? Conhece alguém em seu círculo de relacionamentos que gostaria de iniciar um
empreendimento?
Mas diante desta perspectiva, podemos nos questionar: porque alguns empreendedores prosperam, alcançam seus objetivos - e
até os superam - enquanto outros tantos, bem intencionados, não conseguem? Estas questões são extremamente relevantes. Além
de lidar com sonhos e expectativas pessoais, o empreendedorismo também afeta economicamente famílias e até comunidades
inteiras. De certa forma, até a nação.
Por essa razão, ao longo deste estudo, vamos considerar alguns conceitos básicos de empreendedorismo para uma base conceitual
em relação ao tema. Também, indicar as possibilidades da ação de empreender e a importância das iniciativas empreendedoras
para a economia de forma geral. Primeiramente, faremos uma consideração sobre as origens do termo e da prática do
empreendedorismo, suas principais escolas e seus pensadores.
Na sequência, abordaremos um interessante e controverso questionamento: o empreendedor inicia seu novo negócio
primariamente por necessidade ou aproveita oportunidades? Por fim, será possível visualizar a importância do empreendedorismo
para a economia de um país como fonte de riqueza e renda, em particular, em nosso país.
Espero que você aproveite este conteúdo, bem como as indicações adicionais de estudo, para um conhecimento estruturado e para
que desenvolva um juízo de valor sobre sua própria postura em relação ao desafio que o empreendedorismo traz.
Bons estudos!
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Empreendedorismo: Definições e
Conceitos
Vamos iniciar nossos estudos compreendendo melhor nosso tema. Primeiramente, precisamos entender que as teorias
relacionadas ao empreendedorismo e a definição de empreendedor não possuem uma única abordagem. Atualmente, existem
diferentes linhas teóricas, construídas de forma muito bem fundamentadas. Dessa forma, vamos resgatar e apresentar a literatura
científica sobre esses termos.
De acordo com Dornellas (2005) o empreendedorismo está relacionado com a capacidade de fazer acontecer, envolvendo
pessoas e o processo de criação e inovação que, em conjunto, causam a transformação de ideias em oportunidades. Para Hisrch e
Peters (2004) o empreendedorismo é o processo de criar algo novo agregando valor econômico, dedicando tempo e esforços
necessários, assumindo riscos calculados e recebendo as recompensas decorrentes da independência econômica e satisfação
pessoal.
As definições de empreendedorismo não possuem uma única abordagem, ou seja, uma única definição. Existem atualmente
diferentes linhas teóricas, construídas de forma muito bem fundamentadas (SILVA, 2014). As principais teorias que discutem o
tema do empreendedorismo são a teoria econômica e a teoria comportamentalista (BAGGIO; BAGGIO, 2014).
A teoria econômica, conhecida também por schumpeteriana, procura compreender o papel do empreendedor e seu
impacto na economia (BAGGIO; BAGGIO, 2014). Nessa abordagem, o empreendedorismo está associado ao desenvolvimento
econômico, com a percepção de que esse desenvolvimento está fundamentado por meio de inovações, basicamente pela
introdução de novos recursos, que podem ser, por exemplo, um novo produto, novos mercados, a quebra do domínio
mercadológico dos oligopólios, ou ainda, novas combinações de recursos já existentes (DEGEN, 1989).
Portanto, a essência do empreendedor está na percepção e aproveitamento de novas oportunidades para criar novos
negócios, proporcionando a transformação de recursos em riquezas, sejam eles quais forem, e essa ação é típica da abordagem
econômica. O empreendedorismo é um ato econômico e diversos autores o consideram como o “motor da economia” (BAGGIO;
BAGGIO, 2014).
De outra forma, existem também abordagens do empreendedorismo ligadas ao comportamento do indivíduo. Essas são
definidas como teoria comportamentalista. Nesta abordagem, o empreendedor é definido muito mais por meio de seus atributos
psicológicos do que pela ação econômica. Assim, o desejo de empreender estaria vinculado à motivação, desejo de realização e
obtenção de sucesso do indivíduo (LEITE; MELO, 2008).
O empreendedor é aquele que identifica oportunidades capazes de criar negócios e agregar valor sobre ele, assumindo
riscos calculados (DORNELAS, 2005). Um empreendedor é o indivíduo que se dedica a crescer e inovar, seja em uma empresa já
existente ou uma nova empresa. Assim, torna-se necessário que o empreendedor procure constantemente novos aprendizados e
esteja atento a mudanças que possam afetar diretamente em seus negócios e em sua vida (FILION; DOLABELA, 2000).
Uma importante questão discutida pelos pesquisadores é em relação às características dos empreendedores de sucesso.
Na Figura 1 a seguir, apresenta-se um resumo das características do empreendedor, conforme trabalho de Timmons e Hornaday
(apud DOLABELA, 1999, p. 71).
De acordo com Dornelas (2007), tem-se 8 tipos de empreendedores: empreendedor nato, empreendedor
que aprende, empreendedor serial, empreendedor corporativo, empreendedor social, empreendedor por
necessidade, empreendedor herdeiro e empreendedor normal.
Fonte: os autores.
Observamos que os estudos em empreendedorismo apontam para uma manifestação social, ou seja, própria do ser
humano. Ela visa o avanço de um estado atual para um estado desejado, utilizando, para isso, novos recursos ou recursos
existentes de uma forma inovadora. É preciso considerar que o estado desejado abrange em grande parte (porém, não
exclusivamente) atividades econômicas, que podem gerar novos negócios.
Essa ação se dá por meio de produtos e serviços ofertados aos seus respectivos públicos, de forma a serem considerados de
valor superior por eles. É preciso ter em mente que este valor superior é um conceito bastante subjetivo, pois remete ao que cada
público considera como fator de decisão de escolha e, como você pode perceber no seu dia-a-dia, as pessoas têm preferências
bastante variadas.
No contexto em que apresentamos o empreendedorismo, o conceito de inovação é muito relevante. Benedetti, Rebelo e
Reyes (2006) destacam que a empresa, ao inovar, cria condições de sustentar seu crescimento e lucratividade. Os autores citam
Luecke (2003) ao afirmar que a inovação é a incorporação e combinação de conhecimentos em algo original, relevante, tal como
um novo produto, processo ou serviço (BENEDETTI; REBELO; REYES, 2006).
Quando pensamos em inovação, há vários campos que podem ser contemplados nas áreas técnica, tecnológica ou
administrativa. A inovação, segundo alguns autores, pode ser até mesmo a simples introdução de um produto ou serviço já
consolidado em novos mercados.
Complementando as discussões sobre inovação, Benedetti, Rebelo e Reyes (2006, p. 5) ainda destacam que,
dois tipos de inovações são amplamente difundidos na literatura: a inovação radical e a
[...]
inovação incremental. Luecke (2003) explica que uma inovação radical é algo absolutamente novo
e normalmente envolve novas técnicas de produção e novas tecnologias. Segundo o mesmo autor,
a inovação incremental explora processos, tecnologias e produtos já conhecidos, focando as
melhorias que podem ser feitas
Assim, ao pensarmos em empreendedorismo devemos considerar inovação, avanço, criatividade e novas formas de
atender uma necessidade ou desejos de clientes atuais ou potenciais de uma organização.
A empresa maringaense O Casulo Feliz fez uso da ideia de responsabilidade ambiental e social para crescer
e levar seus produtos ao mercado internacional. Intitulada de “seda sustentável”, produzida por meio do
aproveitamento de casulos rejeitados por cultivadores, trabalho artesanal e processos ambientalmente
corretos de produção, o produto apresenta tamanha qualidade que perpassou as barreiras nacionais e hoje
a empresa se apresenta como grande exportadora para o mercado de moda e decoração.
Fonte: os autores.
EMPREENDEDORISMO POR
NECESSIDADE OU POR
OPORTUNIDADE
O empreendedorismo, de maneira geral, pode ser entendido como um processo de implantar novos negócios ou realizar
transformações em empresas já existentes. É um termo bastante utilizado no âmbito empresarial e, geralmente, está associado
com a criação de novos produtos ou empresas, envolvendo criatividade e inovações (HISRCH; PETERS, 2004).
Cada indivíduo possui diferentes motivos ou estímulos para tornar-se um empreendedor. De acordo com Ângelo (2003) essa
motivação pode ocorrer pela percepção de uma nova oportunidade ou por necessidade, devido ao desemprego ou falta de outras
fontes de renda, visualizando no empreendedorismo uma saída para seus problemas.
De acordo com Oliveira (2014), o nível de empreendedorismo no Brasil se desenvolveu em velocidade menor em
comparação a países, como os Estados Unidos, devido a um forte protecionismo ofertado pelo governo brasileiro às empresas
nacionais, em especial na década de 80. Geralmente, mercados fechados dão uma sensação de estabilidade, que não favorece a
inovação e a eficiência. Foi o que ocorreu no Brasil.
O empreendedorismo no Brasil é baseado em sua maior parte por micro, pequenos e médios negócios. Geralmente, o início
de um novo negócio é de menor porte, seguindo o caminho natural de crescimento e expansão, caso prospere. Entretanto, no
Brasil, muitos negócios permanecem pequenos, ainda que com o passar do tempo (OLIVEIRA, 2014).
Essa permanência pode ser explicada, em parte, devido a esses empreendimentos manterem características de negócios
familiares não se perpetuando nas gerações seguintes. Aproximadamente apenas 30% em média das empresas familiares
sobrevivem à primeira geração (OLIVEIRA, 2014).
Além disso, o empreendedorismo é bastante afetado pelo ciclo econômico do país. Um ciclo de desemprego serve como
estímulo à atividade empreendedora, por outro, quando se estabelece aumento nessa atividade há redução do nível do
desemprego e, consequentemente, a redução da atividade empreendedora. Essa é uma questão que gera intensos embates por
parte de vários autores; muitos afirmam que ambientes econômicos em crescimento e estáveis estimulam o empreendedorismo
(BARROS; PEREIRA, 2008).
Um exemplo dessa questão é retratado por Dornelas (2014). O autor salienta que alguns ciclos de prosperidade econômica,
em que está presente o otimismo dos agentes do mercado de investimentos e aumento da oferta de emprego e renda, o que gera o
desenvolvimento do consumo de produtos e serviços, favorece o espírito empreendedor de indivíduos a iniciar novos negócios. A
última década em nosso país experimentou essa condição.
O programa de pesquisa Global Entrepreneurship Monitor (GEM), de abrangência mundial, é uma avaliação anual do nível nacional
da atividade empreendedora. Teve início em 1999, com a participação de 10 países, por meio de uma parceria entre a London
Business School da Inglaterra, e o Babson College dos Estados Unidos. Nesses 10 anos, mais de 80 países participaram do programa,
, ,
O Global Entrepreneurship Monitor (GEM) faz a medição do TEA, Taxa de Empreendedores em Estágio Inicial. A proporção de
pessoas na faixa etária entre 18 e 64 anos na condição de empreendedores chamados de nascentes (classificados assim os com
menos de 42 meses de existência) são avaliados em vários países do mundo. Quer saber como o Brasil está nos estudos do GEM?
Acesse: <http://www.ibqp.org.br/gem>.
De acordo com o GEM (2017), a taxa de empreendedores total no Brasil no ano de 2017 foi de 36,4%, ou seja, de cada 100
brasileiros adultos (18-64 anos), 36 conduziam alguma atividade empreendedora. Em números absolutos, verifica-se que em 2017
mais de 49 milhões de pessoas estavam empreendendo ou haviam realizado alguma ação buscando a criação de um novo
empreendimento. Comparando com anos anteriores, observa-se uma tendência de crescimento desde 2007, quando a taxa de
empreendedorismo no país era de 21%.
Tabela 2 - Motivação dos empreendedores iniciais no Brasil por oportunidade e necessidade - 2017
Destaca-se que essa pequena redução na proporção de empreendedores por necessidade está relacionada com os sinais de
recuperação da economia brasileira em 2017, principalmente aqueles associados ao mercado de trabalho formal (GEM, 2017).
O Sebrae, Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas, é uma entidade privada sem fins
lucrativos voltada à capacitação e promoção do desenvolvimento de pequenos negócios no país.
Trabalha, desde 1972, no estímulo do empreendedorismo, competitividade e sustentabilidade de micro e
pequenas empresas, atuando em todo o território nacional.
Conheça o portal da entidade e seus projetos pelo link disponível em:
< http://www.sebrae.com.br/sites/PortalSebrae/ >.
Fonte: Sebrae (2018, on-line).
A atividade empreendedora é fundamental em países que praticam a economia de livre mercado e, especialmente no Brasil,
temos uma realidade na qual o empreendedorismo por necessidade pode ser uma fonte de geração de renda para quem perdeu o
vínculo de emprego em uma organização e não conseguiu, ou, não deseja uma recolocação de trabalho. Complementarmente,
temos a situação dos empreendedores por oportunidade que vislumbram uma necessidade ou desejo não satisfeito ou satisfeito
de forma insatisfatória por parte de um nicho de mercado e que se lançam a implementar suas ideias para ocupar esse espaço. São
empreendimentos que, via de regra, têm maior possibilidade de sobrevivência no longo prazo.
Empreendedorismo: Importância para a
Economia
A economia mundial é baseada, hegemonicamente, no capitalismo. Baseia-se, dessa forma, na geração de empregos pela
ocupação de mão de obra pela iniciativa privada, em diferentes níveis de especialização. Os donos do capital investem na atividade
produtiva. Eles nem sempre são empresários, mas essa ação tem por finalidade obter retorno positivo sobre seus investimentos,
no qual chamamos de lucro.
Essa concepção se aplica também ao empreendedorismo. A lógica capitalista defende que quanto maior a
desregulamentação, ou seja, quanto menor a intervenção do Estado na economia, melhor. Em outras palavras, nesse pensamento
quanto mais livremente o capital circular, aplicado em empreendimentos produtivos, mais riqueza irá produzir, e isso acarretará
em benefícios para todos.
Você concorda ou não com essa lógica?
Independente de nosso posicionamento, esta é a lógica predominante no cenário econômico mundial. Dessa forma, é
bastante favorável ao espírito empreendedor um ambiente em que se possa investir livremente em atividades produtivas. E nela, o
Estado deve fomentar a atividade empreendedora, considerando que quanto mais empreendimentos prósperos houver um uma
nação, mais oportunidades de ocupação haverá para a população.
Peter Drucker (2010), um dos mais citados e renomados autores na área de administração e empreendedorismo,
argumenta sobre a geração de mais de 40 milhões de empregos nos Estados unidos, no final do século XX, enquanto as empresas
tradicionais reduziam seus postos de trabalho, em sua obra Inovação e Espírito Empreendedor (2010). O autor aponta que essa
massiva geração de empregos se deveu à forte atividade empreendedora no país, principalmente, de empresas pequenas e médias.
E ao contrário do que muitas imaginariam, não eram necessariamente ligadas à área tecnológica.
Já em nosso país, após o período de protecionismo estatal experimentado até o início do governo Collor, passamos a ter
contato com a forte concorrência internacional, porém muitos setores não estavam preparados para esta competição. Assim, da
pior forma possível, o Brasil entendeu o que a globalização pode ocasionar positiva ou negativamente para as empresas.
Na atualidade, o Estado brasileiro tem alterado momentos de intervenção com outros de maior liberdade no mercado. Mas
a ideia, em qualquer dos momentos, é preservar empregos e, se possível, gerar tantos outros para absorver um contingente
crescente de trabalhadores jovens que passam a integrar as estatísticas da População Economicamente Ativa (PEA).
Um fato importante a ser destacado é que o desafio da geração de emprego e renda é permanente em todo o mundo.
Analisando de forma superficial, poderíamos indicar que as grandes empresas e corporações são os motores do emprego no
mundo. De fato, o número de empregados de algumas grandes empresas ascende a dezenas ou mesmo a centenas de milhares e
estes números sempre impressionam.
No Infográfico 1 são apresentados o faturamento de algumas empresas e o PIB (Produto Interno Bruto) de alguns países. O
resultado é surpreendente.
Apesar de sua importância para a economia mundial, que chega a influenciar fortemente até mesmo a relação
governo/capital, a oferta de empregos, em países onde a atividade empreendedora está amadurecida ou em maturação, não é em
sua maioria proporcionada pelas grandes empresas. Para comprovar esta afirmação, podemos recorrer aos dados de órgãos de
fomento às micro e pequenas empresas. Conforme o Sebrae (2018), no Anuário do Trabalho na Micro e Pequena Empresa, a
atividade empreendedora tem relevante importância na geração de postos formais de trabalho. Na Tabela 3, a seguir, extraída
deste estudo, é possível perceber o impacto das micro e pequenas empresas na geração de empregos no Brasil em 2016:
Tabela 3 - Distribuição de empregos por porte do estabelecimento no Brasil - 2016
Fonte: Sebrae (2018).[1]
Como é possível observar, o percentual das ofertas das médias e grandes empresas é superado pelo de micro e pequenas
empresas em todas as regiões da federação. Essa tendência tem sido recorrente ao longo dos anos, e enfatiza a necessidade de o
poder público conferir grande importância à iniciativa empreendedora, haja vista ela ser intensamente responsável pela criação de
novas empresas e manutenção do nível de empregos no país.
Quando nos referimos ao mecanismo de empreender, temos os considerados empreendedores iniciais ou em estágio inicial
e são caracterizados por dois tipos: empreendedores nascentes e novos. Os empreendedores nascentes são aqueles que se
envolvem na estruturação de um negócio no qual são proprietários, no entanto ainda não realizou pagamento de salários, pró-
labores ou qualquer outro meio de remuneração a seus proprietários por mais de 3 meses. Os empreendedores novos são
proprietários que administram um negócio no qual já pagou salários, pró-labores ou qualquer outro tipo de remuneração aos
proprietários por um período entre 3 e 42 meses (GEM, 2017).
Há também os empreendedores estabelecidos. Estes “administram e são proprietários de um negócio estabelecido, que
pagou salários, pró-labores ou qualquer outra forma de remuneração aos proprietários por mais de 42 meses” (GEM 2013, p. 29).
Fonte: os autores.
As empresas têm um papel fundamental no sistema econômico atual por absorverem mão de obra de forma intensiva,
proporcionando oportunidades de geração de emprego e renda. As grandes corporações têm papel muito importante para a
economia mundial. No entanto, é possível verificar que, no Brasil, as micro e pequenas empresas têm empregado grande número
de pessoas, superando em valores absolutos as médias e grandes empresas. Segundo o Sebrae (2018), as micro e pequenas
empresas geraram quase 17 milhões de empregos no Brasil em 2016, enquanto que as médias e grandes empresas foram
responsáveis pela criação de aproximadamente 14 milhões.
Portanto, o papel do empreendedor é fundamental na construção da economia, sendo um importante agente na geração de
emprego e renda (NAISBITT, 1994). Novos empreendimentos, geralmente, começam como micro ou pequena empresa e muitos
permanecem como tais ao longo do tempo. É preciso incentivar ainda mais a atividade empreendedora dos pequenos negócios,
dada essa grande relevância econômica e social.
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ATIVIDADES
1.O empreendedorismo, tal como o conhecemos hoje, é encarado por muitos como essencial para a economia de um país. O Brasil,
um país em desenvolvimento, depende muito de atividades empreendedoras. Sobre este tema, analise as sentenças a seguir:
I. Devido à baixa complexidade do processo de empreender existe a possibilidade de determinar com um alto grau
de certeza que um indivíduo será bem- sucedido como empreendedor.
II. O empreendedorismo está exclusivamente ligado aos setores que apresentam uma alta taxa tecnológica.
III. O empreendedor de sucesso está a todo o momento observando e buscando identificar novas oportunidades no
mundo dos negócios.
IV. Os novos negócios gerados pelo empreendedorismo podem ser ligados a atividades econômicas que geram valor
superior aos seus públicos-alvo.
b. I e II.
c. II e III.
d. III e IV.
e. I e IV
a. O perfil de profissionais que empreendem por necessidade é composto basicamente por pessoas que pedem demissão
para abrir o próprio negócio.
b. O perfil de pessoas que empreendem por necessidade é composto basicamente por profissionais que apresentam
grande perspectiva de sua rápida recolocação no mercado de trabalho, mas preferem abrir o próprio negócio.
c. O investimento para esta atividade normalmente provém de economias de cunho familiar ou dos recursos disponíveis
pela rescisão do contrato de trabalho, inclusive o saldo do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço – FGTS.
d Por conta do despreparo para um projeto independente e autônomo, o empreendedor por necessidade acaba por fazer
.
3 O mundo contemporâneo possui um modelo econômico hegemônico que é o capitalismo. Esse modelo gera empregos pela
.
absorção de mão de obra de vários níveis de especialização – inclusive especialização alguma – principalmente por negócios
gerados na iniciativa privada. Relacionado à importância do empreendedorismo para a economia, leia as afirmações a seguir:
I. O capitalismo necessita de desregulamentação para que o capital possa livremente circular e ser aplicado em
empreendimentos produtivos.
II. O papel do Estado deve ser o de fomentar a atividade empreendedora, pois assim gera oportunidades de trabalho para a
população.
III Os fatos comprovam que no Brasil a maior parte dos empregos é gerada em grandes corporações que empregam
.
b. I e II.
c. II e III.
d. III e IV.
e. I e IV.
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RESUMO
Os principais conceitos da área de empreendedorismo são compostos por diversas abordagens. Temos como principais
teóricos Joseph Alois Schumpeter, David Clarence McClelland e os franceses Richard Cantillon e Jean-Baptiste Say.
Segundo Dornelas (2008, p. 22), empreendedorismo é “o envolvimento de pessoas e processos que, em conjunto, levam à
transformação de ideias em oportunidades. E a perfeita implementação destas oportunidades leva à criação de negócios de
sucesso”.
No Brasil, o empreendedorismo se desenvolveu em velocidade menor em relação a outros países, em virtude ao forte
protecionismo, em especial na década de 80, e por se basear em micro, pequenos e médios negócios. O empreendedorismo é
baseado em duas realidades: o aumento da atividade empreendedora em momentos em que a economia está em crise e as
evidências de seu aumento com o aquecimento da economia, e se apresenta sob duas formas: por necessidade ou por
oportunidade.
O perfil de pessoas que empreendem por necessidade basicamente é composto por pessoas que ficam desempregadas e
não desejam mais se sujeitar a patrões ou, ainda, apresentam pouca perspectiva de sua rápida recolocação no mercado de
trabalho. Já por oportunidade, geralmente buscam algum tipo de capacitação ou consultoria prévia, ou seja, tendem a ser mais
preparadas. Também pensam mais ativamente em inovação, conhecem o mercado devido a estudos realizados e, por conta destas
e outras variáveis, incluindo as comportamentais, tem apresentado resultados melhores.
Baseando-se na lógica predominante no cenário econômico mundial, que quanto mais livremente o capital circular mais
riqueza irá produzir, acarretando em benefícios para todos, o empreendedorismo tem um papel fundamental.
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Material Complementar
Leitura
Empreendedorismo
Ano: 2010
Na Web
O governo federal mantém um portal especialmente dedicado ao empreendedorismo. Visite esse portal no
link disponível em: < http://www.portaldoempreendedor.gov.br/ > 30/07/2018
Você conhece as 10 empresas que mais empregam no mundo? Conheça cada uma dessas empresas em:
< https://top10mais.org/top-10-maiores-empresas-de-produtos-de-consumo- do-mundo/ > 30/07/2018
Saiba mais sobre a distribuição de empregos no Brasil. Faça o download do Anuário do Trabalho nos
Pequenos Negócios 2015, realizado pelo Sebrae. Disponível em:
< https://m.sebrae.com.br/Sebrae/Portal%20Sebrae/Anexos/anu%C3%A1rio%20do%20trabalho%202015.
pdf >. 30/07/2018
O que move o empreendedor a iniciar um novo negócio? O senso comum afirma que a principal motivação é
FICAR RICO. Embora pareça lógico desejar obter retorno sobre o investimento, estudos apontam outros
motivos. Convido você a ler o artigo sobre motivação dos empreendedores.
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UNICESUMAR | UNIVERSO EAD
Página inicial
REFERÊNCIAS
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:
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APROFUNDANDO
Encontrar a melhor definição para o empreendedorismo não é uma tarefa fácil, pois existem diversas teorias sobre esse
assunto, como, por exemplo, a teoria econômica e a comportamentalista. No entanto, podemos apresentar alguns aspectos básicos
que independente da área conceituam muito bem o que é ser um empreendedor. O empreendedorismo é o envolvimento de
pessoas e o processo de criação e inovação. Dessa forma, necessita que o empreendedor dedique tempo, esforço e desejo de
execução e obtenção de sucesso. É a pessoa que mesmo assumindo riscos calculados, procura pela criação de novas
oportunidades. Mas será que qualquer pessoa pode se tornar um empreendedor? Quais características são importantes para se
atingir sucesso nessa área?
O empreendedorismo não se trata de um dom que qualquer pessoa nasce, mas depende das atitudes tomadas, de adquirir
e desenvolver características empreendedoras. Primeiramente, é importante entender que cada empreendedor possui a própria
realidade, objetivos e desejos. Assim, uma pessoa que busca se tornar empreendedora precisa identificar quais características se
encaixam melhor em seu perfil e então se apropriar delas da melhor maneira que encontrar. Encontrar o caminho do sucesso não é
algo simples e está cheio de escolhas e decisões.
Não existe uma fórmula básica que fará com que uma pessoa se torne empreendedora, encontrar o caminho do sucesso
não é algo simples e está cheio de escolhas e decisões. É necessário que a pessoa assuma o controle de sua vida e de seus negócios,
precisa desenvolver suas habilidades e seus conhecimentos, conhecer seu mercado, concorrentes e clientes, arriscar, ser
persistente, procurar ao máximo ser eficiente e apresentar produtos com qualidade.
Além disso, o empreendedor deve focar em seu sucesso, ter autoconfiança e trabalhar muito. O sucesso de um
empreendimento envolve diversos fatores, mas está relacionado ao conhecimento que o indivíduo possui sobre o próprio negócio,
do setor em que trabalha e da valorização que tem de seu negócio.
Diversas são as características associadas ao empreendedor, como, por exemplo:
● Ambição, desejo de independência, responsabilidade e autoconfiança;
● Necessidade de realização, ambição, otimista e agressividade;
● Capacidade de avaliar riscos, liderança, habilidade para conduzir situações e criatividade;
● Habilidade de comunicação, inovador, originalidade e capacidade de aprendizagem;
● Movido por metas, controle interno e envolvimento a longo prazo;
● Buscar oportunidades e ter iniciativa;
● Buscar informações e estar comprometido com seus projetos;
● Conquistar parceiros e formar rede de contatos;
● Procurar a eficiência de seu negócio.
Não existe apenas um tipo de empreendedor, por isso, como apontado anteriormente, qualquer pessoa pode vir a se tornar um.
Na literatura podemos encontrar sete tipos de empreendedores, mas aqui vamos destacar quatro tipos de empreendedores: o
nato, o que aprende, o serial e o corporativo.
O empreendedor nato são os mais conhecidos, tornando-se grandes exemplos. Geralmente são aqueles que criaram
grandes impérios do nada. São otimistas, visionários, estão à frente de seu tempo e se comprometem totalmente com seus
negócios.
O empreendedor que aprende seria aquela pessoa que nunca imaginou se tornar empreendedora, mas acabou se
deparando com uma oportunidade e decidiu se dedicar ao próprio negócio. O empreendedor serial é uma pessoa dinâmica, que
busca desafios e a adrenalina de criar algo novo. É apaixonado pelo ato de empreender e busca construir não apenas um negócio,
mas uma grande corporação.
Por fim, o empreendedor corporativo são, normalmente, executivos muito competentes, que possuem grande capacidade de
gerenciamento e conhecimento de ferramentas corporativas. Procuram trabalhar com foco nos resultados, assumem riscos,
possuem ótimas habilidades de comunicação, de desenvolver estratégias e de vender suas ideias.
PARABÉNS!
REFERÊNCIAS
DORNELAS, J. Empreendedorismo na prática: mitos e verdades do empreendedor de sucesso: 2. ed. Rio de Janeiro: Editora
Campus, 2005.
HISRICH, R.; PETERS, M. Empreendedorismo . 5. ed. Porto Alegre: Editora Bookman, 2004.
MELLO, M. C. Como agir de maneira empreendedora? / Maria Consuelo Mello; Adrianne Marques Brito Rocha (Colab.). Brasília:
Sebrae, 2018.
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EDITORIAL
DIREÇÃO UNICESUMAR
30 p.
Fotos Shutterstock
:
Retornar
EMPREENDEDORISM
O, INOVAÇÃO E
NOVOS NEGÓCIOS
Professor (a) :
Objetivos de aprendizagem
• Avaliar o vínculo entre criatividade e o processo empreendedor.
• Modelo de negócios
Introdução
Certamente você já deve ter ouvido falar ou lido a respeito da capacidade de criação e inovação que envolve os
empreendedores. É ela que proporciona ao empreendedor a busca de soluções diferenciadas perante uma concorrência cada vez
mais intensa. Neste estudo, vamos abordar alguns temas muito relevantes que estão relacionados à criação de novos negócios.
Uma questão importante a ser pensada é: mas como se dá a produção de ideias que podem originar novos negócios ou que
auxiliem a encontrar novos nichos de mercado?
Trataremos neste estudo do processo criativo e como ele se alia ao ato empreendedor. Serão abordadas técnicas para a
produção de ideias, bem como se aproveitar aquelas mais promissoras, que podem resultar em empreendimentos bem-sucedidos.
Em seguida, veremos que é possível empreender em diversos tipos de negócios, em caráter mediano, passageiro ou, finalmente,
aqueles de sucesso permanente.
Um tópico que você achará especialmente interessante é o que trata do Business Model Generation, um modelo de
negócios que está em franco desenvolvimento e que tem provocado uma revolução na forma de conceber novos
empreendimentos.
Para finalizar este estudo, estudaremos o modelo de negócios “franchising”, que pode ser uma excelente opção para quem
quer empreender, mas não possui experiência, recursos ou ainda quer reduzir seus riscos.
E novamente, você encontrará muitas indicações de leituras adicionais, pesquisas na internet, livros recomendados para
que você complemente suas pesquisas e construção do conhecimento.
Ótimos estudos!
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UNICESUMAR | UNIVERSO EAD
Página inicial
De acordo com o Crea Business Idea (2010), podemos identificar os seguintes aspectos fundamentais de uma atitude
criativa:
● Apresentar espírito de busca contínua de novas soluções e alternativas.
● Apresentar motivação para realizar progressos significativos, para atingir desafios, sem depender de estímulos externos.
● Apresentar originalidade no uso de novos métodos, soluções e enfoques.
● Ser flexível para as possíveis mudanças que possam ocorrer no ambiente.
● Ser Individualista, confiante e determinado em alcançar o sucesso.
● Desejar encontrar soluções para problemas existentes.
● Apresentar formação profunda em uma área de conhecimento.
● Ser otimista.
Torna-se importante, também, entender como é possível que essas atitudes criativas criem novas ideias a ponto de
reconhecer uma nova oportunidade. Para Baron e Shane (2011) existem três processos-chave no empreendedorismo: geração da
ideia, criatividade e reconhecimento de oportunidade (Figura 1).
A geração de ideias é fundamental para o processo de criação de novos empreendimentos, desde que não permaneça
somente no campo das ideias. Somente a geração de ideias não garante sua viabilidade, ou seja, que tenha potencial de se
transformar em um produto, serviço ou negócio que gere retorno financeiro (BARON; SHANE, 2011).
Esses três elementos (geração de ideias, criatividade e reconhecimento de oportunidades) ocorrem nos processos de
cognição humana (mecanismos capazes de absorver, armazenar, transformar e utilizar seu repositório de informações e
conhecimentos para realizar tarefas úteis ou relevantes). As pessoas utilizam de sua memória, constituída de conhecimentos e
experiências, para entender o que se passa à sua volta e lhe dar significado (BARON; SHANE, 2011).
Novos acontecimentos, conhecimentos e experiências são acumulados ao longo da vida e, por vezes, interpretados com
base no repositório já adquirido. Esse processo é essencial para a criatividade e reconhecimento de oportunidades, pois envolvem
criar ou reconhecer algo novo, que ainda não está presente em sua memória (BARON; SHANE, 2011).
No que se refere às organizações, a criatividade está relacionada à capacidade do resgate de experiências passadas,
vivências e percepções presentes com a finalidade de formular práticas e soluções diferenciadas e exclusivas para o futuro. Todas
essas práticas possuem vínculo com o ambiente interno, mas podem alterar a forma como a organização se comporta em suas
relações com o ambiente externo.
“Não acredito que se possa esquecer seu negócio. Deve-se pensar no negócio durante o dia e sonhar com o
negócio de noite” – Henry Ford.
Diante das mudanças pelas quais a nossa sociedade tem passado, em virtude do aumento de tecnologias avançadas, a criatividade
torna-se fundamental para aumentar a produtividade das empresas, pois é o elemento que desencadeia o processo de inovação. A
criatividade tornou-se um elemento-chave nas organizações, por diferentes motivos (CREA BUSINESS IDEA, 2010):
● O acesso às informações se tornou mais flexível e veloz para a maior parte das pessoas, por conta do avanço das Tecnologias
de Informação e Comunicação (TICs), no entanto, essa abundância de informações não tem valor se não for utilizada de
maneira criativa.
● O conhecimento tem se tornado fonte fundamental de crescimento para as organizações, pois a utilização criativa do
conhecimento é capaz de gerar novas ideias que se convertem em valor acrescentado.
● Em um mundo em constante mudança, as organizações fazem uso da criatividade para repensar seus respectivos objetos de
negócios, reinventando-se constantemente.
● Cada vez mais o mercado de trabalho também está mudando. Atualmente, os profissionais buscam por trabalhos criativos,
que lhes permitam desenvolver suas imaginações, inspirações e ideias. Assim, cabe a empresa permitir um ambiente em
que o trabalhador tenha liberdade para desenvolver sua criatividade.
● O setor de design das empresas tem se tornado cada dia mais importante, pois um produto com um design pouco criativo
pode não alcançar uma comercialização muito boa. Dessa forma, o sucesso do setor de design exige altas doses de
criatividade, para que a organização possa diferenciar seu produto e sua marca.
● Cada dia mais tem se tornado importante apresentar aos consumidores produtos criativos, que tenham novidades, sejam
inteligentes, esteticamente atraentes e que tenham vida. Os consumidores exigem produtos que sejam adaptados às suas
necessidades, por isso as empresas precisam exigir de seus profissionais elevados níveis de criatividade.
A própria empresa pode ser importante fonte de incentivo ao ambiente criativo ao buscar desenvolver seus colaboradores
por meio de programas de capacitação e treinamento. As organizações só têm a ganhar ao desenvolver estes indivíduos criativos e
inovadores, já que o cenário atual, altamente mutável, não admite mais a perpetuação de trabalhos repetitivos e pouco criativos.
Este tipo de trabalho tende a ser desestimulado, pois inibe iniciativas criativas dos demais profissionais.
Ao empreendedor é relevante identificar e estimular o pensamento criativo em sua organização, levando em consideração
os valores éticos de sua empresa. A criatividade e a inovação devem ser valores permanentes, alinhados à estratégia corporativa
da organização (VALE; WILKINSON; AMÂNCIO, 2008).
Assim, baseado nos conceitos apresentados, percebe-se que sempre se espera do empreendedor que ele ofereça soluções,
não só criando um produto ou serviço inédito, mas proporcionando a oferta de novas formas de utilização para uma solução já
existente, realizando a abertura de novos nichos de mercado, ou ainda, aproveitando uma nova oportunidade para colocar um
produto ou serviço em que já possui experiência e know-how.
A produção de novas ideias pode ser um processo dirigido por meio de ferramentas que estão disponíveis aos
empreendedores mais capacitados. Usando informações disponíveis em diversas fontes, uma equipe motivada e focada pode
apresentar ótimas soluções para atender demandas atuais ou futuras.
Métodos para Geração de Novas Ideias
Você talvez já tenha se deparado com um negócio próspero e perguntando para si mesmo: “poxa, eu pensei nisso há muitos
anos atrás?”. Se sua resposta for positiva, saiba que situações semelhantes são mais comuns do que se imagina. A geração de ideias
é uma característica própria do ser humano. No entanto, nem tudo aquilo que nós pensamos, tende a se tornar realidade e isto,
inclusive, é um comportamento normal.
Entretanto, para um empreendedor a capacidade de gerar e colocar em prática ideias inovadoras certamente é um trunfo.
A ideia, isoladamente, não tem valor se não for convertida com soluções para os clientes da empresa na forma de produtos e/ou
serviços. E, na ânsia de desenvolver produtos diferenciados e inéditos, dotados de características únicas, pode ocorrer que ideias
fiquem estagnadas e jamais prosperem. Podemos mencionar, por exemplo, o segmento de tecnologia. O ciclo de vida dos produtos
é extremamente curto, em decorrência das novas soluções que são desenvolvidas a todo instante em todo o mundo.
Qual o critério para que alguns criem boas ideias e comecem a prosperar, enquanto outros com ideias até melhores não
conseguem atingir os mesmos resultados? A resposta para este questionamento pode estar justamente na agilidade em que uma
ideia é lançada e a possibilidade de que se transforme em uma solução para um mercado-alvo. Ao tentar alcançar a excelência de
uma ideia, pode-se perder um tempo precioso, enquanto outro empreendedor mais ágil consegue criar uma solução para o
problema inicial. Mesmo a ideia do concorrente não sendo tão “boa”, ela permite atender satisfatoriamente a demanda do
momento, conseguindo proporcionar receitas que são aplicadas para o aprimoramento da ideia inicial, no estabelecimento de
parcerias estratégicas, nos planos de expansão, entre outras ações, que geram o retorno almejado.
Como Dornelas (2014, p. 47) destaca, “o que conta não é ser o primeiro a pensar e ter uma ideia revolucionária, mas, sim, o
primeiro a identificar uma necessidade de mercado e saber como atendê-la, antes que outros o façam”. Isso não pode, de forma
alguma, ser considerado um desestímulo para ideias revolucionárias que, como sabemos, frequentemente são transformadas em
produtos e serviços transformadores da sociedade.
A área de negócios tecnológicos é um ótimo exemplo. Quando o empreendedor parte para essa área deve ter em mente
que essa velocidade de atualizações e novos lançamentos são características peculiares dessa indústria. E há, também, outros
negócios onde a velocidade na evolução de produtos e serviços é bem menor. Dornelas (2014), por exemplo, cita o caso do
segmento de turismo no Brasil, que apesar do grande campo a ser explorado com produtos e serviços inovadores, a velocidade de
lançamento de soluções é ainda muito menor que o ramo de tecnologia.
O fato é que nem sempre o empreendedor que tem a ideia revolucionária conhece o mercado onde a ideia
poderia ser explorada, nem possui as condições para colocá-la em prática. Muitas vezes, o que conta para o
sucesso é ser pragmático, ou seja, ter uma solução adequada, no timing adequado para a solução da
necessidade.
Fonte: os autores.
Outro fator primordial é a capacitação do empreendedor para a exploração de mercados. A falta de experiência para a
gestão de ideias é um fator de afastamento de investidores que podem até ter um grande potencial. Lembre-se que um investidor
deseja ter um mínimo de segurança em relação ao capital que será investido. Mesmo conhecendo seus riscos, deve existir uma
perspectiva de retorno mais elevada do que simplesmente colocar o recurso no mercado financeiro.
A geração de novas ideias e sua utilização na forma de inovação para criar produtos, serviços ou negócios segue um
processo em que a análise e execução permite resolver problemas e elaborar estratégias de mudanças que possibilitem a
adaptação a um novo contexto. Esse processo de criação é constituído pelas seguintes fases (CREA BUSINESS IDEA, 2010):
Figura 2 - Processo de criação de ideias
● Fase 1 - Identificando e definindo o problema: para que a melhor decisão seja adotada é necessário a realização de uma
análise correta e boa compreensão do problema que se está tentando resolver. Assim, deve-se fazer uso de todas as
informações disponíveis, sejam dados estatísticos, opiniões, necessidades, expectativas, objetivos, dentre outros. Esta fase
é fundamental para o processo de geração de ideias, pois uma avaliação errada, pode criar estratégias que não irão ajudar a
superar o problema existente.
● Fase 2 - Criando e selecionando ideias: esta etapa refere-se à produção de ideias que serão usadas para solucionar o
problema encontrado. No entanto, essa fase consta de duas subfases (pensamento divergente e pensamento convergente).
A primeira consiste em criar ideias sem nenhum tipo de restrição, assim, quanto mais ideias forem criadas mais vasta serão
as oportunidades de escolha. A segunda subfase está relacionada com a seleção das ideias, ou seja, torna-se necessário
estabelecer critérios para a seleção e criar grupos para discutir essas ideias.
● Fase 3 - Consenso e implementação da ideia: a fase 3 está associada com a aceitação de uma das ideias debatidas pelos
grupos. Uma vez que uma solução é selecionada torna-se necessário implementá-la, estabelecendo metas, pessoas
responsáveis, orçamento, dentre outros, na qual permitirá que o processo criativo se converta em um projeto concreto.
Qualquer ideia pode se tornar uma grande oportunidade, mas por mais promissora que pareça em uma análise inicial, deve
ser avaliada e principalmente testada por meio de técnicas que poderão poupar tempo, dinheiro e aborrecimento ao
empreendedor. Uma análise de avaliação básica, que abrange os seguintes aspectos, pode ser fundamental para implementar a
melhor ideia (DORNELAS, 2014):
Outra importante avaliação para criação de ideias é conhecida por método 3M: demanda de mercado, tamanho e estrutura
do mercado e, análise de margem. Esse método possibilita um amplo estudo sobre o mercado-alvo, o ciclo de vida do produto, os
canais de distribuição, o potencial de crescimento do mercado, o retorno financeiro, quem são os fornecedores, os competidores, a
cadeia de valor, dentre outros (DORNELAS, 2014).
Com relação a demanda de mercado, o empreendedor deve responder algumas questões, como: qual será seu público-alvo;
qual o ciclo de vida de seu produto ou serviço; quais os melhores canais de distribuição para alcançar seus clientes; qual o valor
percebido pelos seus clientes em relação aos produtos e serviços fornecidos; qual o potencial de crescimento desse mercado; qual
o custo de captação dos clientes e em quanto tempo esse custo é recuperado etc. (DORNELAS, 2014).
No que se refere a estrutura e tamanho do mercado, o empreendedor deve se questionar se o mercado é ou não
fragmentado; se existem barreiras de entrada ou impedimentos para saída; quantos competidores atuam no mercado; se há
patentes registradas; qual o ciclo de vida dos produtos que estão sendo comercializados e em qual estágio eles estão; se existe
potencial para conseguir boa participação no mercado, entre outras questões. Além disso, torna-se importante analisar a força dos
fornecedores, clientes, concorrentes e produtos substitutos (DORNELAS, 2014).
A análise de margem está relacionada com a determinação da força do negócio, as possibilidades de lucro em termos
percentuais, os custos, o ponto de equilíbrio, a cadeia de valor do negócio e como o produto chegará ao cliente final, de modo a
determinar possíveis pontos em que os custos possam ser reduzidos (DORNELAS, 2014).
Modelos de Negócio
O conceito de modelo de negócio é relativamente recente, ganhando evidência a partir da década de 1990 (OROFINO,
2011). Um modelo de negócio pode ser definido como um instrumento para auxiliar a criação de um empreendimento,
apresentando uma proposta de valor aos clientes, a estrutura viável de receitas e os custos para desenvolver o projeto (TEECE,
2010). De maneira geral, o modelo tem como objetivo caracterizar todos os elementos e fases que constituem um
empreendimento, possibilitando a integração da empresa (SEBRAE, [2019]).
Para o desenvolvimento de um bom modelo de negócio, deve-se cumprir algumas funções: formular a proposta de valor;
identificar possíveis mercados alvo; determinar quais serão os meios para obtenção de receita; definir como será feito a criação e
distribuição da cadeia de valor; descrever os recursos necessários para a geração da cadeia de valor; apresentar a estrutura de
custos e o lucro potencial; demonstrar qual a posição da empresa no mercado; formular estratégias competitivas para obter
vantagem em relação aos concorrentes (CHESBROUGH, 2010).
Sertek (2012) sugere que existem basicamente quatro tipos ou categorias de negócios: os medíocres, os de sucesso
pessoal, os de sucesso passageiro e os grandes sucessos. Os medíocres são aqueles negócios frágeis, expostos à rápida imitação de
concorrentes e não apresentam relevantes diferenciais, ou seja, se desenvolvem em um plano mediano, sem perspectivas, o que
permite rapidamente a possibilidade de entrar em dificuldades. Por sua vez, os negócios de sucesso pessoal geram grande receita e
lucro, contudo dependem essencialmente do talento de uma única pessoa, geralmente, o próprio empreendedor. Dessa forma,
esses negócios são limitados em sua capacidade de crescimento.
Têm-se também negócios de sucesso passageiro, aqueles instalados por meio de um modismo. Os empreendedores
conseguem se aproveitar da situação, ganhando muito dinheiro em um curto espaço de tempo. No entanto, o sucesso tende a ser
passageiro e desenvolver nova boa ideia nem sempre é uma tarefa simples. E por fim, temos os grandes sucessos, negócios de
difícil imitação, que realizam grandes investimentos em tecnologia e oferecem barreira aos concorrentes (SERTEK, 2012).
No Quadro 2 estão demonstradas as características desses tipos de negócio segundo Degen (1989 apud Sertek, 2012):
No Quadro 2 estão demonstradas as características desses tipos de negócio segundo Degen (1989 apud Sertek, 2012):
Evidentemente, os tipos de negócios apresentados no Quadro 2 podem pertencer a variados segmentos econômicos.
Sendo assim, o empreendedor precisa avaliar profundamente quais são os seus objetivos e aspirações, projeção e abrangência de
sua proposta. Realizar uma análise superficial pode comprometer o êxito de seu planejamento.
Algumas ferramentas para geração de modelos de negócios estão se tornando bastante populares, sendo uma das mais
utilizadas nos últimos anos o Modelo Canvas. É uma ferramenta de planejamento estratégico, a qual permite que a empresa
desenvolva e esboce novos ou existentes modelos de negócios. É constituído por 9 etapas, claramente definidas, como no Quadro
3 (SEBRAE, [2019]).
Quadro 3 - Os 9 componentes do Modelo de Negócio ou CANVAS
Fonte: adaptado de Osterwalder (2011).
As ideias apresentadas em cada um dos nove componentes formam a conceitualização do negócio a ser desenvolvido, ou
seja, a maneira como o empreendedor irá operar e gerar valor ao mercado, possibilitando um estudo e visualização do seu modelo
de atuação no setor (SEBRAE, [2019]).
Esse quadro permite que o empreendedor crie seu modelo de negócio a partir de quatro conceitos importantes para atingir
o sucesso: pensamento visual, visão sistêmica, simplicidade e aplicabilidade. Ressalta-se que os Modelos de Negócio não
substituem os Planos de Negócio. O fato de o empreendedor utilizar um modelo para analisar e refletir sobre uma estratégia,
possibilita a elaboração de um plano bem estruturado e com potencial de sucesso maior (SEBRAE, 2019).
Franchising – Alternativas para
Empreender com Sucesso
O mundo dos negócios tem exigido dos empreendedores grande conhecimento de mercado, do perfil do consumidor,
experiência, qualificação profissional, além de relacionamentos empresariais. Além disso, é impossível não considerarmos os riscos
envolvidos no processo de criação ou expansão de negócios. Uma forma de buscar a redução dos riscos é o sistema de franchising
ou franquias (PADILHA et al., 2010).
A franchising é uma maneira de encontrar parcerias onde uma firma com sucesso comprovado cede a terceiros o direito de
usar seus bens, serviços, marca comercial e ainda utilizar seus métodos de gerenciamento em troca do recebimento de
compensações financeiras acordadas entre as partes. A ideia é justamente a de trabalhar sob e com a autorização e
acompanhamento de outra empresa. Esta é detentora da marca e do conhecimento prático do processo (know-how), além dos
atributos testados e comprovados de um negócio de sucesso (PADILHA et al., 2010).
O sucesso do modelo de franchising pode ser descrito pela relação entre a experiência de uma empresa já consolidada no
mercado, que apresenta marca forte e de sucesso, com a motivação, recursos financeiros e humanos de empreendedores que
querem ter seu próprio negócio (PADILHA et al., 2010).
A diminuição dos riscos tanto para o franqueador quanto para o franqueado é uma vantagem óbvia. Para o franqueador
existe a possibilidade de rápido crescimento e consolidação de sua marca, em virtude da amplitude que a rede de franqueados
pode proporcionar. Ademais, os investimentos realizados para este processo são oriundos do franqueado. Já este, por sua vez, tem
a possibilidade de ingressar no mercado com a oferta de produtos e/ou serviços de uma marca conhecida, consolidada e com
modelo de negócio já testado, o que oportuniza a redução de sua exposição ao risco (HITT; IRELAND; HOSKISSON, 2008).
Economicamente, a importância dos sistemas de franquia pode ser constatada por seus números de desempenho (Gráfico
1):
O setor de franquias faturou em 2017 o equivalente a 151,247 bilhões, crescimento de 8% para o ano anterior. Além disso,
percebe-se tendência de crescimento do sistema de franquias no Brasil em todo o período analisado. Observa-se, assim, a
importância desse modelo de negócios para a economia, gerando impostos, riquezas, benefícios sociais e diversos postos de
trabalho.
Outro benefício é que as franquias, por serem um modelo de negócios com risco diluído, têm a perspectiva de manutenção
no mercado, o que reduz os impactos sociais do fechamento de uma empresa, como ocorre no modelo tradicional.
Com relação à geração de emprego e renda, o peso das franquias também é considerável. De acordo com os dados da ABF
de 2017, cerca de 1,194 milhões de empregos diretos foram relacionados ao sistema de franquias, aumento de 1% em relação ao
ano anterior (2016), no qual apresentou 1,192 milhões de empregos (ABF, 2018).
A ABF - Associação Brasileira de Franchising - é a entidade que representa o setor de franquias no Brasil.
Essa entidade foi fundada em 1987 com o propósito de defender, promover e desenvolver o sistema de
franchising no país e, de forma pioneira, foi a primeira entidade representativa de franchising no mundo a
estabelecer um código de ética para seus membros.
Para saber mais sobre o trabalho da ABF acesse: < http://www.portaldofranchising.com.br/ >.
Fonte: os autores.
E, ao contrário do que muitos imaginam, o sistema de franchising não é restrito a empreendedores que possuem um grande
capital inicial ou franquias de grandes redes. Existe o negócio de micro franquias, modelos de negócios com baixo investimento
inicial. Esses modelos atuam em diversos segmentos, especialmente na prestação de serviços, e exigem poucos empregados.
No entanto, é preciso ter cautela. Pode parecer que existem apenas vantagens no sistema de franchising, e realmente os
benefícios são muitos, mas como qualquer empresa, sobretudo em nível inicial de desenvolvimento, há também desafios e
desvantagens que podemos identificar no modelo.
O quadro a seguir apresenta uma síntese das vantagens e desvantagens do sistema de franchising, tanto para o franqueador,
quanto para o franqueado. Observe com atenção:
Figura 5 - Vantagens e desvantagens do sistema franchising de negócios
Fonte: adaptada de Farah, Cavalcanti e Marcondes (2012).
Este tópico foi muito importante para apresentar um modelo de negócios que pode ajudar o empreendedor a criar ou
expandir um negócio. O modelo de franchising prospera no mundo todo. Há grandes redes de franquias que possuem uma força
econômica muito grande. No Brasil, este modelo de negócios ganhou força nos últimos anos, oferecendo diferentes opções de
redes de franquias nas mais diversas áreas: entretenimento e lazer, hotelaria e turismo, casa e construção, comunicação,
informática e eletrônicos, alimentação, dentre outros. Até mesmo para os empreendedores que possuem poucos recursos, há
opções com investimentos abaixo de R$ 80.000,00, que são classificadas como micro franquias.
Torna-se importante que o empreendedor que pretenda inserir-se neste processo como franqueado escolha um modelo
que tenha identificação com seus anseios, experiência e disponibilidade. Esse alinhamento pode ser um fator decisivo para o
sucesso do negócio.
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ATIVIDADES
a) A geração de ideias é fundamental para o processo de criação de novos empreendimentos, desde que não permaneça
somente no campo das ideias.
b) Os seres humanos utilizam-se da sua memória, constituída de conhecimentos e experiências, para entender o que se passa a
2. A geração de ideias é um comportamento intrínseco do ser humano. Sobre essa ação, marque (V) para as proposições
verdadeiras e (F) para falso.
( ) Para um empreendedor, a capacidade de gerar e pôr em prática muitas e inovadoras ideias certamente é um trunfo.
( ) Uma ideia isoladamente não tem valor se não for convertida com soluções para os clientes da empresa na forma de produtos
e/ou serviços.
( ) Um exemplo de grandes ideias está na tecnologia. O ciclo de vida dos produtos é extremamente longo.
( ) Novas soluções que são desenvolvidas a todo instante em todo o mundo podem fazer com que o ciclo de vida de alguns
produtos se torne curto.
Assinale a alternativa que apresenta a sequência correta:
a) F–F–V – F.
b) V–V –F– V.
c) V –V – F – F.
d) V – F –V – F.
e) V–F –F– F.
3. Podemos definir quatro tipos de negócios: medíocres, sucesso pessoal, sucesso passageiro e grandes sucessos. Sobre este
conteúdo, analise as proposições a seguir:
Os negócios medíocres são considerados frágeis, expostos à rápida imitação de concorrentes e não apresentam diferenciais
relevantes. Desenvolvem-se em um plano mediano, sem perspectivas.
Apesar de até poder gerar uma grande receita e lucro, os negócios de sucesso pessoal dependem essencialmente do talento de
um único indivíduo, geralmente o próprio empreendedor.
Os grandes sucessos são negócios criados por meio de modismos, criados por ágeis empreendedores que se aproveitam de uma
situação, ganhando muito dinheiro em um curto espaço de tempo.
Assinale a(s) alternativa(s) correta(s):
a. I.
b. I e II.
c. I e III.
d. II e III.
4. Com relação ao quadro de modelos de negócios, assinale (V) para as proposições verdadeiras e (F) para as falsas.
( ) Devido ao alto investimento em tecnologias é cada vez mais difícil diferenciar-se dos concorrentes em inovação - que são
criadas, mas rapidamente imitadas.
( ) Discutir modelos de negócios não é tarefa simples. Por isso, algumas ferramentas para geração de modelos de negócios estão
se tornando populares.
( ) O Modelo Canvas é uma ferramenta de planejamento estratégico, no qual permite que a empresa desenvolva e esboce novos
ou existentes modelos de negócios.
( ) O Modelo CANVAS é constituído por 7 etapas.
A sequência correta é:
a. F – V –V –V.
b. F – F –V –V.
c. F–F–F– V.
d. V–V –V – F.
e. V – V – F – F
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RESUMO
O desenvolvimento de uma ideia está vinculado à imaginação e também ao manuseio de informações, resultado do
incentivo do ato de aprender e do desenvolvimento de habilidades, destrezas e certas qualidades intrínsecas. Teorias a respeito
defendem que esse processo decorre de complexos fatos, envolvendo indivíduos específicos e oportunidades, e há três processos
chave: geração da ideia, criatividade e reconhecimento de oportunidade. Nas organizações, a criatividade visa práticas e soluções
diferenciadas para o futuro e pode ser uma importante fonte de incentivo ao ambiente criativo. O empreendedorismo tem na
inovação um impacto importante no crescimento econômico.
A geração de ideias é intrínseca ao ser humano, porém, normalmente, nem toda ideia tende a se tornar real, logo, para um
empreendedor, a capacidade de gerar e pôr em prática muitas e inovadoras ideias certamente é um trunfo. E mais importante que
uma ideia revolucionária, é a identificação de uma necessidade do mercado e seu atendimento. Assim, a capacitação do
empreendedor para a exploração de mercados é essencial e uma ideia nunca deve ser colocada em prática antes de intensas
avaliações de viabilidade.
Com relação ao modelo de negócios, têm-se basicamente quatro categorias: medíocres, de sucesso pessoal, de sucesso
passageiro e os grandes sucessos. O empreendedor precisa avaliar profundamente quais são os seus objetivos e aspirações, bem
como a projeção e abrangência de sua proposta.
Por fim, uma forma de buscar a redução de riscos no início de um novo negócio é o sistema de franchising ou franquias,
trabalhando sob e com a autorização e acompanhamento de outra empresa, detentora da marca e do conhecimento prático do
processo (know-how).
Estes sistemas de produção e distribuição causam interesses de partes que, associadas pelo modelo, podem prosperar em
mercados altamente competitivos e não é restrito a empreendedores que possuem um grande capital inicial ou franquias de
grandes redes. Este modelo prospera no mundo todo.
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Material Complementar
Leitura
Empreendedorismo
Osvaldo Farah, Marly Cavalcanti e Luciana Marcondes
Editora Saraiva
:
Na Web
Convido você a ler o artigo “Criatividade nas organizações: análise da produção científica nacional em periódicos e livros de
Administração e Psicologia” Neste artigo você verá uma pesquisa bibliográfica sobre o processo criativo nas organizações e os
.
O link a seguir disponibiliza mais informações sobre o modelo de negócio franchising. Web:
<https://www.portaldofranchising.com.br/franquias/abf-apresenta-os-numeros-do-franchising-em-2016/> .
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REFERÊNCIAS
ABF. Associação Brasileira de Franchising. Desempenho do Franchising 2017 [2019]. Disponível . em:
<https://www.abf.com.br/wp-content/uploads/2018/03/Desempenho-do-Franchising-2017.pdf>. Acesso em: 07 mar. 2019.
______. Números do Franchising mostrando o desempenho do setor 2018. Disponível em: <https://www.abf.com.br/numeros-do-
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(Mestrado em Engenharia e Gestão do Conhecimento). Centro Tecnológico, Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis,
2011.
OSTERWALDER, A.; PIGNEUR, Y. Business Model Generation: inovação em Modelo de Negócios. [S.l]: Alta Books, 2011.
PADILHA, A. C. M. et al. Estratégia De Franchising: as vantagens e as desvantagens deste tipo de negócio na perspectiva do
franqueador. Revista Estudo & Debate v. 17, n. 2, 2011. ,
SEBRAE. Canvas: como estruturar seu modelo de negócio. [2019]. Disponível em: <https://www.sebraepr.com.br/como-
estruturar-seu-modelo-de-negocio/>. Acesso em: 07 mar. 2019.
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<http://www.sebrae.com.br/sites/PortalSebrae/bis/quadro-de-modelo-de-negocios-para-criar-recriar-e-
inovar,a6df0cc7f4217410VgnVCM2000003c74010aRCRD>. Acesso em: 07 mar. 2019.
SERTEK, P. Empreendedorismo Curitiba: InterSaberes, 2012.
.
TEECE, D. J. Business Models, Business Strategy and Innovation. Long Range Planning , v. 43, n. 2–3, p. 172-194, abr./jun. 2010.
VALE, G. V.; WILKINSON, J.; AMÁNCIO, R. Empreendedorismo, inovação e redes: uma nova abordagem. RAE-eletrônica , v. 7, n. 1,
jan./jun. 2008.
Referência on-line
1Em: < MOTA, G. Exemplos de empresas inovadoras que você deve seguir 2017. Disponível em: .
Avançar
APROFUNDANDO
Os modelos de negócio são essenciais para o desenvolvimento de uma empresa. É a fórmula que a empresa tem para criar,
entregar e gerar retorno dentro do mercado. Alguns itens se tornam fundamentais na elaboração de um bom modelo, por exemplo:
● O diferencial de seu produto frente ao mercado.
● Conhecer as características de seu cliente.
● Definir qual o produto ou serviço ofertado por sua empresa.
● Conhecer possíveis parcerias estratégicas dentro do mercado, com o intuito de melhorar sua oferta.
● Identificar suas fontes de receita.
● Conhecer sua estrutura de custos.
● Identificar os recursos principais a serem utilizados, como infraestrutura, recursos ou serviços de base.
● Identificar os canais de comunicação e distribuição com seus clientes.
● Definir o perfil de relacionamento que a empresa terá com seus clientes.
Vamos analisar alguns modelos de negócios utilizados pelas empresas atualmente:
Modelo Plataforma Multilateral
Este modelo consiste em atender dois grupos diferentes de clientes que geram valor para a empresa quando interagem
entre si. Exemplos: operadoras de crédito (usuários e varejistas) e as páginas amarelas (leitores e anunciantes).
As empresas se beneficiam utilizando esse modelo por meio de economias de escala e pelo efeito de rede, tendo o
trabalho de apenas possibilitar que grupos distintos de clientes se relacionem entre si. No entanto, para que o modelo dê
resultados é necessário um grande número de consumidores em ambos os grupos, em vista que os resultados só aparecerão se
ambos os grupos tiverem clientes.
Para se obter sucesso nesse no Modelo de Plataforma Multilateral é necessário que pelo menos um dos grupos de
clientes tenha força suficiente para atrair um segundo grupo. Dessa forma, inicialmente a empresa deve conseguir atrair um dos
lados, pois assim, torna-se mais simples conquistar o outro grupo. Exemplo de empresas que adotam esse modelo: Google, Uber,
Airbnb, Craiglist e Youtube.
PARABÉNS!
REFERÊNCIA
OLIVEIRA, N. M.; MONTENEGRO, M. R. R. Modelos de negócios de sucesso centrados na inovação . Recife, 2017.
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EDITORIAL
DIREÇÃO UNICESUMAR
38 p.
Fotos Shutterstock
:
Retornar
PLANEJAMENTO E
IMPLEMENTAÇÃO DE
NEGÓCIOS
Professor (a) :
Objetivos de aprendizagem
• Apresentar o Plano de Negócios.
Introdução
existência no mundo jurídico e isso não é uma tarefa nem um pouco simples. Contudo, atualmente, boas iniciativas
governamentais têm proporcionado promissoras novidades.
E por fim, vamos conhecer as fontes de financiamento que podem ser acessadas pelos empreendedores, incluindo linhas de
crédito, agentes e instituições.
O material que você estudará nesta unidade vai levá-lo também a fazer pesquisas adicionais, conhecer opções que podem
parecer distantes ou burocráticas, mas que têm proporcionado os recursos necessários a cada vez mais empreendedores no Brasil.
Bons estudos!
Avançar
Unidade 3
Planos de Negócios
A inovação é uma característica habitual dos empreendedores. No entanto, muitos dos benefícios que é a criação de novos
produtos, serviços, tecnologias ou negócios, que poderiam ser usufruídos pela sociedade, ficam somente no campo das ideias.
Diante disso, o que o empreendedor pode fazer para que essa ideia seja transformada em ação, e, ao mesmo tempo,
continuar tendo uma visão de longo prazo? Como ideias brilhantes podem ser criadas racionalmente? É importante ter em mente
que nem sempre aqueles que possuem uma visão de algo inovador possuem também os recursos para sua concretização.
Uma ideia inovadora não precisa necessariamente se transformar em um negócio que se converterá em uma grande
corporação, embora isso possa ser possível. O mais importante é que o empreendimento traga satisfação pessoal, realização
profissional e a concretização das metas pessoais do empreendedor.
Independentemente do tamanho que o negócio possa vir a atingir, permanece a realidade de que são necessários recursos
para que ideias sejam transformadas em negócios. Mais importante que isso, a prosperidade desse negócio necessita de
planejamento. O empreendedor de sucesso está o tempo todo planejando algo, seja na gestão de sua empresa, seja na inovação.
Robinson Shiba, fundador da China in Box, não fez nenhum plano de negócios ao iniciar sua empresa. No
entanto, após abrir a primeira loja e experimentar um movimento muito maior do que esperava, planejou
abrir uma segunda loja com os mesmos moldes em outro bairro na cidade de São Paulo. O modelo deu tão
certo, que Shiba planejou a expansão no formato de franquias, o que possibilitou um crescimento tão
acentuado que o tornou o maior do seu segmento na América Latina.
Fonte: os autores.
Uma das melhores ferramentas técnicas que se apresenta para o planejamento de novos empreendimentos é o plano de negócios.
Este é uma formulação das propostas de negócio que colocarão as ideias na forma de produtos e serviços (DOLABELA, 2006). Um
plano de negócio pode ser descrito como uma ferramenta utilizada para descrever quais os objetivos de um empreendimento e
quais passos se deve seguir para alcançar esses objetivos e tentar diminuir as incertezas e riscos que podem aparecer durante o
caminho (ROSA, 2013).
Além de funcionar como uma proposta inicial para quem está com sua ideia na fase de “gestação”, o plano de negócios pode
funcionar, também, como um direcionador estratégico de ações para empreendimentos já em andamento. Sua aplicação é
pertinente a qualquer tipo de negócio, de qualquer segmento da economia (BARON; SHANE, 2011).
Assim, o plano de negócios pode ser utilizado para analisar a realidade de como o negócio irá se comportar na prática, em
relação à produção (quanto produzir, de que forma, com quais equipamentos, custo de produção etc.), às vendas (qual seu público
alvo, qual a apresentação do produto, a que preço será vendido, quais as políticas de promoção, quais os canais de distribuição,
quais seus concorrentes, entre outros), às finanças (qual capital de giro necessário, qual o custo financeiro do capital de giro, quais
as fontes de obtenção de capital de giro e de financiamento de produção, dentre outros), entre outros aspectos que o negócio pode
abranger ou impactar (BARON; SHANE, 2011).
O plano de negócio se torna um forte aliado para os empreendedores, pois é um importante balizador para o planejamento
de curto, médio e longo prazo. Por conta disso, existem diferentes indivíduos e organizações interessados nos benefícios desses
planos.
Quadro 1- Diferentes indivíduos e organizações interessadas no Plano de Negócios
Embora essencial, o plano de negócios não tem exatamente o mesmo valor que o Planejamento Estratégico
da empresa. Uma gestão coerente deve trabalhar com as duas frentes, em parceira, visando o sucesso do
empreendimento.
Fonte: os autores.
Podemos constatar que o público interessado no plano de negócio é amplo e bastante diversificado. Como elaborar essa
peça técnica tão importante?
Primeiramente, torna-se importante destacar que o Plano de Negócios deve possuir 3 qualidades essenciais: deve ser
ordenado, sucinto e persuasivo (BARON; SHANE, 2011). Para exemplificar a proposta de um plano de negócios, alguns elementos
são tidos como fundamentais, por exemplo: resumo executivo, descrição geral da empresa, plano de produtos e serviços, plano de
marketing, plano gerencial, plano operacional e plano financeiro (AIDAR, 2011).
Neste estudo procuramos mostrar a importância do planejamento, por meio do plano de negócio, para a implementação de uma
nova ideia. Esse planejamento deve ocorrer em planos viáveis, baseados em informações confiáveis e atualizadas. O plano de
negócio é uma das ferramentas mais importantes dessa fase e é dotado de grande relevância não só para o próprio empreendedor,
mas também para todos os públicos interessados no novo negócio.
Aspectos Legais Aplicados ao
Empreendedorismo
A burocracia para iniciar ou encerrar um negócio no Brasil é altíssima, sendo prejudicial para o desenvolvimento do país e
para a competitividade. Devido à diversidade de leis e regulamentos, os empreendedores acabam por ter incertezas com relação
ao ambiente jurídico. O processo de abertura de empresas ainda é custoso e pouco transparente, gerando um alto custo para o
país (FIRJAN, 2010).
A estrutura jurídica do novo empreendimento é fundamental para a mensuração das despesas com a abertura. Uma
organização pode ser classificada como Empresa Individual de Responsabilidade Limitada (EIRELI), Sociedade Limitada ou
Sociedade Anônima. Além disso, o empreendedor pode se formalizar como um microempreendedor individual (MEI), ou ainda, um
empresário individual (QUANTO..., 2018).
De acordo com estudo realizado pela Firjan (2010), o custo médio para se abrir uma empresa no Brasil, considerando todos
os portes e setores é de R$ 2.038,00. Os custos são diferentes dependendo do porte da empresa (micro, pequena, média ou grande
porte), tipo de sociedade (EIRELI, MEI etc.), da atividade exercida (serviço, comércio ou indústria) ou do capital social empresarial.
Um empreendedor que se formalizou como MEI, por exemplo, precisa arcar com custos menores e um processo mais simples.
Na Figura 1 estão apresentados os procedimentos para abertura de empresas no Brasil, de acordo com levantamento
realizado pela Firjan em 2010.
Figura 1 - Procedimentos para abertura de empresas no Brasil
Conforme podemos verificar (Figura 1), o primeiro passo para o empreendedor que busca abrir uma firma seria consultar
junto a Prefeitura do município se o novo negócio pode ou não ser exercido no local desejado (FIRJAN, 2010). Uma vez realizado
essa avaliação, o segundo passo é elaborar o contrato social da empresa, sendo esse um dos documentos mais importantes. Além
disso, como forma de validação, o contrato social deve ser assinado por um advogado (apenas as micro e pequenas empresas não
necessitam dessa assinatura) (SEBRAE, 2018b).
Munido do contrato social, o empreendedor deve realizar o registro legal de seu novo empreendimento em uma Junta
Comercial do Estado ou no Cartório de Registro de Pessoa Jurídica, onde será possível obter o Número de Inscrição no Registro de
Empresas. Além disso, nesse momento é realizado uma pesquisa de disponibilidade do nome escolhido para a nova empresa, para
analisar se este já está sendo utilizado (FIRJAN, 2010; SEBRAE, 2018b).
Os documentos utilizados para a Inscrição mudam de um estado para outro, mas geralmente são necessários: Contrato
Social, cópia autenticada dos documentos pessoais do titular ou dos respectivos sócios, requerimento padrão, Ficha de Cadastro
Nacional (FCN) e o pagamento de taxas (SEBRAE, 2018b).
O próximo passo é o registro da empresa como contribuinte, ou seja, de obter o CNPJ na Receita Federal. Esse registro é
realizado diretamente no site da Receita, através do programa “Documento Básico de Entrada”. Destaca-se que no momento do
registro deve-se escolher o ramo de atividade que seu empreendimento irá realizar (SEBRAE, 2018b).
Depois de obter o Número de Inscrição e o CNPJ da empresa, o empreendedor precisa obter o Alvará de Prevenção e
Proteção Contra Incêndio, expedido pelo Corpo de Bombeiros e, o alvará de funcionamento da prefeitura municipal (FIRJAN,
2010; SEBRAE, 2018b).
Após receber o alvará de funcionamento é necessário a inscrição da empresa no cadastro de contribuintes da Secretaria de
Fazenda. Dependendo do ramo de atividade que sua empresa exerce deve ser realizado a inscrição na esfera estadual ou
municipal. A Inscrição Estadual é obrigatória para empresas do setor de comércio, indústria, serviços de transporte interestadual e
intermunicipal, serviços de comunicação e energia. Já as empresas do ramo de prestação de serviços devem obter o Registro
Municipal (FIRJAN, 2010; SEBRAE, 2018b).
Dependendo do ramo de atividade da empresa é necessário o alvará de funcionamento da Vigilância Sanitária. Essa
regulação é obrigatória para atividades ligadas à produção de medicamentos, produtos de higiene, cosméticos e perfumes,
fabricação de alimentos e bebidas, estabelecimentos de saúde, dentre outros. Além disso, em algumas atividades é obrigatória,
ainda, a obtenção da licença ambiental (FIRJAN, 2010).
Por fim, destaca-se que para realizar todo o processo de abertura é necessário a autenticação dos documentos, preparação
de procurações, reconhecimento de firmas, entre outras burocracias (FIRJAN, 2010).
Essas amarras legais e burocráticas, apesar de cansativas e desestimulantes, não podem ser desconsideradas, para que a atividade
não se inicie na informalidade ou na ilegalidade. É importante o auxílio de um profissional especializado, contador ou pela
assessoria de um órgão, para não incorrer em erros que possam resultar em dores de cabeça desnecessárias (SEBRAE, 2018b).
É importante conhecer o conteúdo das leis que promoveram ações a favor das micro e pequenas empresas.
Além de nossos estudos, não deixe de se aprofundar no conteúdo por meio de pesquisas e publicações.
Fonte: os autores.
Com relação aos aspectos legais, pode ser destacada a questão tributária, especialmente para as micro e pequenas
empresas. A questão tributária pode assustar a princípio um novo empreendedor e, é claro, deve mesmo receber atenção. No
entanto, uma vez conhecidas as regras do segmento em que atuarão, essas empresas podem se beneficiar do tratamento mais
simplificado que o Fisco lhes concede.
tributos de IRPJ e CSLL devem ser calculados trimestralmente. O Fisco divulga as tabelas com as devidas alíquotas
incidentes sobre as atividades que são passíveis de apuração por esta modalidade.
● Simples Nacional esta tributação aplica-se às micro
: e pequenas empresas, com a possibilidade de recolhimento de
tributos de forma, como o nome sugere, mais simplificada, em um único documento de recolhimento. As micro e pequenas
empresas têm incidência ZERO de IRPJ e CSLL. Terão, no entanto, o recolhimento de Contribuição Previdenciária, ICMS
(quando comércio ou indústria) e IPI (no caso de indústrias). Se prestação de serviços, recolherão Contribuição
Previdenciária e ISS (Imposto sobre Serviços, devido às Prefeituras municipais).
Como o governo vez por outra age para beneficiar a atividade produtiva, o empreendedor faz muito bem em acompanhar a
legislação pertinente ao seu segmento, para saber se pode beneficiar-se de alguma redução e/ou isenção. É altamente
recomendável que o empreendedor se valha dos serviços de uma consultoria tributária, que pode ser perfeitamente prestada pelo
seu contador.
Os aspectos jurídicos devem ocupar um espaço na agenda do empreendedor, tanto no processo de abertura quanto após o
negócio ser implementado. O Brasil é rico em leis que regulam as atividades produtivas. O governo tem interesse em fomentar as
atividades, porém, em certos momentos de falta de caixa, vale-se de alterações no sistema tributário para aumentar sua
arrecadação. É importante atender a legislação em vigor até mesmo para evitar quaisquer sanções que o Fisco poderá impor em
caso de descumprimento da lei. Essas sanções costumam ser pesadas e impactar no fluxo de caixa das empresas. As micro e
pequenas empresas possuem um tratamento diferenciado, mas, mesmo assim, o que incidir sobre sua atividade em relação aos
impostos, deve ser recolhido regularmente.
Ao planejar a abertura de um novo negócio, o desafio de qualquer empreendedor está relacionado como a maneira de levantar os
recursos necessários para sustentar os custos iniciais e dar continuidade ao projeto até que a empresa atinja o ponto de equilíbrio
e torna-se sustentável. Esses custos podem estar relacionados com as instalações, compra de equipamentos, folha de pagamento
etc.
Existem mecanismos para o levantamento de recursos a fim de financiar um novo empreendimento, podendo estar
relacionadas com recursos próprios ou de terceiros. Dependendo das características do novo empreendimento existem diversas
alternativas para financiá-lo e, a escolha da melhor forma de obtenção desses recursos dependem de diferentes variáveis, como
custos iniciais, taxa de juros e prazo do financiamento, gestão organizacional, dentre outros (GOCAPITAL, 2015).
É importante que o empreendedor avalie o estágio de desenvolvimento, nível de maturidade e recursos iniciais necessários
para criar uma boa estratégia, utilizar o melhor instrumento de captação de recursos e criar um atrativo para capitais de terceiros.
Os níveis de desenvolvimento das empresas podem ser classificados em startups, em desenvolvimento e maduras (GOCAPITAL,
2015). Um investidor, apesar de aceitar riscos, sente-se mais seguro ao saber que os custos e investimentos que o
empreendimento incorrerá estão devidamente orçados e mapeados.
Pode-se encontrar vários atores que poderiam ter interesse em investir seu capital em um novo negócio. E esses investidores
poderão estar presentes desde o seu início ou somente a partir de um determinado estágio de maturidade da empresa (DEGEN,
2009). Conforme podemos observar pela Figura 2, para cada ciclo do desenvolvimento de um negócio, existem diferentes fontes
de recursos mais apropriadas.
Portanto, podemos verificar que existem diversas linhas de financiamento no sistema financeiro a serem consideradas,
lembrando que em todas elas são necessárias análise criteriosa quanto aos custos financeiros (SEBRAE, 2019). Agora, vamos
analisar algumas formas de financiamento.
3.1 Capital próprio
Esse tipo de investidor tem ganhado destaque no Brasil nas últimas décadas,
sendo bem comum nos Estados Unidos. O investidor anjo, geralmente, é uma pessoa
física, empresário bem-sucedido ou investidor profissional que possuem uma posição
financeira sólida e que buscam empreender em ideias inovadoras, colocando seu
capital em risco (MARIANO; MAYER, 2008).
O investidor anjo torna-se sócio da empresa, recebendo uma quantidade de
cotas de seu capital social em troca do investimento realizado. O retorno financeiro
desses investidores vem quando a ideia apoiada frutifica em negócios prósperos. É o
momento de colher os frutos de seu investimento (CALVOSA; FREITAS, 2008).
O private equity são fundos que investem em grandes empresas, que já estão
consolidadas no mercado e que muitas vezes possuem um alto faturamento, mas que
ainda não abriram seu capital ao mercado. Os recursos aportados visam justamente
preparar a empresa para atuar no mercado de capitais (GOCAPITAL, 2015).
Em algumas oportunidades, os fundos private equity também aportam
recursos em empresas que já tenham capital aberto, mas, neste caso, os recursos
serão utilizados para reposicionar a empresa no mercado (GOCAPITAL, 2015).
3.6 Crowdfunding
Uma forma de financiamento “não oficial” que ganhou espaço no Brasil nos
últimos anos começou nos EUA por volta de 2009 e é conhecido como crowdfunding,
também apelidado de “vaquinha on-line”. A ideia, além de simples, é muito
interessante. Uma pessoa com um ótimo projeto, mas sem recursos para iniciá-lo,
busca em um site especializado neste tipo de fundo um mecanismo de divulgação da
ideia (GOCAPITAL, 2015).
O site geralmente fica com algo em torno de 5% do valor arrecadado. O valor
pode vir de qualquer pessoa interessada em investir, em troca do produto a ser
produzido ou como uma forma de doação para jovens empreendedores. O
empreendedor, por sua vez, só pode utilizar o dinheiro arrecadado se o valor
proposto como meta de arrecadação, e que será necessário para tocar o projeto sem
paralisações, for atingido dentro de um período pré-determinado. Caso isso não
aconteça, os “investidores” podem optar por apoiar outro projeto ou receber seu
dinheiro de volta (GOCAPITAL, 2015).
O Sebrae disponibiliza diversas informações sobre como conseguir financiamentos para novos
empreendimentos ou então para empresas já atuantes no mercado.
Para conferir dicas e orientações acesse:
< http://www.sebrae.com.br/sites/PortalSebrae/artigos/cinco-passos-para-conseguir-creditos-para-o-seu-
negocio,14b0ebb38b5f2410VgnVCM100000b272010aRCRD >.
Fonte: os autores.
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ATIVIDADES
1. O processo para abertura ou fechamento de um negócio no Brasil é muito alta. Sobre este assunto, assinale a alternativa
correta:
a) Apesar de cansativas e desestimulantes, todos os processos legais e burocráticos não podem ser desconsiderados, sob pena da
atividade iniciar na informalidade e, em muitos casos, na ilegalidade.
b) Com relação ao ambiente legal de negócios, devido à diversidade de leis e regulamentos os empreendedores sentem-se seguros
para a abertura de sua empresa.
c)O governo federal ainda não apresentou um plano de otimização para esse processo. Os empreendimentos, em especial os de
pequeno porte, não recebem nenhum incentivo para sua formação.
e) Com relação à questão tributária, as empresas brasileiras são classificadas em três opções: lucro real, lucro presumido e simples
nacional. Porém, esta classificação só engloba micro e pequenas empresas.
2. A abertura de um projeto requer muito planejamento. Sobre este assunto, assinale (V) para verdadeiro e (F) para falso.
( )Ao planejar a abertura de um negócio, o desafio para qualquer empreendedor é ter à disposição os recursos necessários para
sustentar os custos iniciais do projeto até o ponto que a empresa atinja o ponto de equilíbrio e torne-se sustentável.
Nos primeiros passos de uma nova empresa, os recursos empregados normalmente são providos de empréstimos financeiros em
( )
bancos.
( A informação de que não existem fontes de recursos para novos negócios disponíveis e que sejam acessíveis aos
)
empreendedores é muito comum. Porém, esta é uma inverdade. Existem mecanismos para o levantamento de recursos a fim de
financiar um empreendimento.
( A informação sobre o levantamento de recursos é extremamente importante e obtida por meio do plano de negócios. É
)
relevante que você obtenha a clara noção que o plano demonstra a maturidade no planejamento e certamente um atrativo para
capitais externos.
a) V –V – F –V.
b) F – V –V – F.
c) V –V –F– F.
d) F – F – F –V.
e) V –F–V – V.
3. Podemos encontrar em nosso país vários atores que poderiam ter interesse em investir seu capital em um novo negócio. Sobre
os investidores e obtenções de recursos, analise as proposições a seguir.
I.Os investidores poderão estar presentes desde o seu início ou somente a partir de um determinado estágio de maturidade da
empresa.
II. No Brasil, temos os bancos públicos, Banco do Brasil (BB), Caixa Econômica Federal (CEF) e Banco Nacional de
Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), que são importantes fontes de recursos para empreendimentos, mesmo os
iniciantes.
Outro recurso que pode ser obtido, ao iniciar as vendas, é oriundo da antecipação das vendas a prazo por duplicatas, cartão de
III.
crédito ou cheques pré-datados. Esta prática é chamada no mercado bancário de antecipação de recebíveis; apresentam
geralmente taxas de juros razoáveis e é muito comum no comércio brasileiro.
IV. O BNDES, Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social, é uma empresa pública do governo federal, sendo a
principal agência de fomento do Brasil. O governo a adjetiva, em seu portal, como o principal instrumento de financiamentos, em
longo prazo, voltado à agricultura, à indústria, à infraestrutura e ao comércio e serviços agricultura.
Estão corretas:
a) I e II.
b) I e III.
c) I e IV.
d) I, II e IV.
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RESUMO
Uma ideia inovadora nem sempre precisa atingir um alto grau de sucesso para ser importante. No entanto, é importante
que esta ideia seja transformada em ação e que traga satisfação pessoal, realização profissional e concretização de metas pessoais
do empreendedor. E independentemente do tamanho que o negócio possa vir atingir, são necessários recursos e planejamento
para sua execução.
A obtenção de recursos pode ser buscada em fontes externas, sem vínculo com o empreendedor, por exemplo, bancos,
agências de fomento e investidores de risco. Para angariar esses recursos, o empreendedor tem o plano de negócios como
ferramenta, sendo a formalização das propostas de negócio que colocarão as ideias na forma de produtos e serviços. Pode
funcionar também como um direcionador estratégico de ações para negócios já em andamento. Sua aplicação é pertinente a
abertura de sua empresa, uma ação extremamente onerosa em nosso país. No âmbito tributário, as empresas brasileiras são
classificadas em: lucro real, lucro presumido e lucro nacional.
Ao planejar a abertura de um negócio, o desafio para qualquer empreendedor é ter à disposição os recursos necessários
para sustentar os custos iniciais do projeto. Seu levantamento é realizado por meio do plano de negócios. Geralmente, os recursos
empregados são do próprio empreendedor, porém, existem também mecanismos para o levantamento de recursos a fim de
financiar um empreendimento em seu início ou a partir de um estágio de desenvolvimento, como bancos públicos e privados,
BNDES, linhas de financiamento no sistema financeiro, antecipação das vendas a prazo, além das incubadoras e aceleradoras para
o apoio financeiro, capacitação e gestão de novos empreendimentos, os fundos de investimento, o crowdfunding e o investidor
anjo.
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Material Complementar
Leitura
O Empreendedor
Na Web
No portal do BNDES você encontrará o portfólio de todas as linhas de crédito para empresas, algumas destinadas, exclusivamente,
à micro, pequenas e médias empresas.
Web: < www.bndes.gov.br >
Você talvez queira também um auxílio para elaborar um plano de negócios de maneira informatizada. O Sebrae disponibiliza
algumas ferramentas para essa finalidade. Acesse o endereço a seguir e conheça alguns softwares para download:
Web: < https://www.sebraemg.com.br/atendimento/bibliotecadigital/documento/Software/Software-Plano-de-Negocio-30 >.
Para ampliar seus conhecimentos sobre a confecção do plano de negócios, acesse os links a seguir:
Web: < http://www.meuplanodenegocios.com.br/ >.
Web: < http://www.josedornelas.com.br/plano-de-negocios/ >.
Filme
Jobs
Ano 2013
:
Avançar
REFERÊNCIAS
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Getúlio Vargas, 2011.
BARON, R.; SHANE, S. Empreendedorismo: uma visão do processo. São Paulo: Thomson, 2011.
BARROS, M. D.; OLIVEIRA, A. S.; BORGES, L. G. X. Formas de financiamentos de um empreendimento voltado à inovação:
um estudo de caso em um startup brasileira. Relatórios de Pesquisa em Engenharia de Produção , v. 15, n. A3, p. 20-32,
2015.
CALVOSA, M.; FREITAS, J. Angel investidor: empreendedorismo fomentado através de uma nova modalidade de investidor.
Revista Cadernos de Administração , v. 1, n. 2, p. 1-18, 2008.
DEGEN, R. O empreendedor: empreender como opção de carreira. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2009.
DOLABELA, F. O segredo de Luísa . 30. ed. São Paulo: Editora de Cultura, 2006.
DORNELAS, J. C. A. Empreendedorismo: transformando ideias em negócios. 2. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2005.
FIRJAN. Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro. Estudos para o desenvolvimento do estado do Rio de
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MARIANO, S. R. H.; MAYER, V. F. Empreendedorismo e inovação: criatividade e atitude empreendedora. Rio de Janeiro:
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Foscarini (Org.). Belo Horizonte: Sebrae Minas, 2013.
SEBRAE. Cinco passos para conseguir créditos para o seu negócio . 2018a. Disponível em:
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<http://www.sebrae.com.br/sites/PortalSebrae/artigos/conheca-as-fontes-de-financiamento-e-as-principais-linhas-de-
credito,7475a8ce76801510VgnVCM1000004c00210aRCRD>. Acesso em: 13 mar. 2019
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APROFUNDANDO
A criatividade e o desejo por se tornar independentes são características comuns para os empreendedores. No entanto,
podemos dizer que algumas ganham mais destaque, por exemplo, a insistência em recomeçar, pelo medo de não fracassar, dentre
outras.
Vamos apresentar a história de alguns líderes de empresas que alcançaram o sucesso e que possuem origem humilde.
Atualmente, eles figuram entre as pessoas mais ricas e de maior sucesso no mundo dos negócios.
Howard Schultz
Howard Schultz cresceu em uma moradia pública no Brooklyn (New York). Ele é filho de um caminhoneiro e, tanto seu pai,
quanto sua mãe não chegaram a terminar o ensino médio. Na verdade, Schultz foi o primeiro de sua família a completar o segundo
grau. Para bancar a faculdade, ele trabalhou como garçom e precisou realizar um empréstimo. Após passar um tempo vendendo
equipamentos domésticos e de cozinha, conseguiu um emprego na área de marketing na rede de café Starbucks.
Schultz teve a ideia de criar um pequeno bar de café expresso, no entanto, seus superiores não gostaram da ideia e não a
levaram adiante. No entanto, para ele era um ótimo negócio, por isso decidiu começar a sua própria loja, se tornando concorrente
de sua ex. empresa. Em 1987, após dois anos do início de seu novo negócio, Schultz conseguiu comprar a Starbucks por US$ 3,8
bilhões.
Em 2017, o faturamento da rede Starbucks chegou a superar os U$ 22,0 bilhões.
Oprah Winfrey
Oprah Winfrey passou por diversas dificuldades antes de ser conhecida mundialmente, sofrendo com assédio sexual e
ficando grávida na adolescência. Contudo, conseguiu sair de uma zona rural pobre do estado de Mississippi, região sudeste dos
Estados Unidos. Aos 32 anos estreou seu próprio programa de televisão, chamado Oprah Winfrey Show. Esse programa ficou no ar
por 25 anos, sendo o programa de TV mais visto dos Estados Unidos.
Além disso, criou uma marca multimedia chamada Harpo Productions e o canal Oprah Winfrey Network. Seus trabalhos e
negócios no setor de comunicação fizeram com que ela alcançasse o status de bilionária e se torna conhecida não apenas como
uma apresentadora, mas também como uma executiva.
Larry Ellison
Larry Ellison é um dos fundadores da Oracle System Corporation. Sua infância não foi nada fácil, após enfrentar uma
pneumonia quando ainda era somente um bebê, foi entregue, por sua mãe aos cuidados de uma tia e seu marido que viviam no Sul
de Chicago.
Depois de sua tia falecer, Ellison deixou a Universidade de Illinois ainda no segundo ano e tentou entrar na Universidade de
Chicago. Contudo, acabou indo para a Califórnia. Buscou ingressar em algumas empresas, mas acabou não tendo sucesso. Foi
então que resolveu se arriscar na criação da empresa Software Development Laboratories junto de mais dois colegas. A empresa
começou com investimentos próprios na casa de 2 mil dólares. Atualmente é uma das maiores empresas do mundo, em 1982, a
organização passou a se chamar Oracle System Corporation, atuando no setor de sistema de gestão de banco de dados relacional.
Em 2016 a fortuna de Ellison foi estimada em 51,8 bilhões de dólares, sendo considerado na época como a quarta pessoa mais
rica do mundo. Em 2014, aos 70 anos, decidiu anunciar a aposentadoria de CEO mundial da Oracle. Entretanto, ainda ocupa o
cargo de chefe do conselho de administração e CTO (Chief Technology Officer).
Jeff Bezos
Jeff Bezos é o fundador da Amazon. Durante a infância, trabalhou na fazenda de seu avô, localizada em Albuquerque. Ainda na
adolescência já foi capaz de mostrar suas habilidades empreendedoras ao lançar um acampamento de ciência, cobrando US$ 600
de cada criança. Se formou em Princeton, em 1986 e passou a trabalhar em um fundo de investimento. Contudo, Bezos achava que
sua vida não era nada demais, longe de qualquer sucesso. Foi então que em 1994 fundou a empresa Amazon. Grande parte da
fortuna de Bezos está atrelada às ações de sua companhia. Em 2018, sua fortuna chegou a 113,5 bilhões de dólares, sendo
considerado o homem mais rico do planeta na época.
PARABÉNS!
Referência:
5 EXECUTIVOS de sucesso que começaram do zero. Época Negócios. Na prática 10 jan. 2016. Disponível em:
,
Avançar
EDITORIAL
DIREÇÃO UNICESUMAR
31 p.
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:
Retornar
AVALIANDO AS
CARACTERÍSTICAS DO
EMPREENDEDOR
Professor (a) :
Objetivos de aprendizagem
• Compreender os diferentes tipos de perfis de empreendedores.
• Perfil do empreendedor
Introdução
Muitas pessoas – talvez até você mesmo – acalentam o sonho de ter seu próprio negócio, de ser dono do próprio nariz. Outros
tantos não se empolgam com a ideia, estando satisfeitos em trabalhar em empresas como empregados. Poderíamos até pensar em
um terceiro grupo que sonha em ter mais autonomia, em criar mais, em propor inovações, mas debaixo de um “guarda-chuva” de
segurança de um emprego formal.
Na verdade, estes três tipos de pessoas convivem harmonicamente nos diversos segmentos econômicos em muitas sociedades. É
preciso reconhecer que cada um deles tem uma importância muito grande para as organizações, que são a base da economia
capitalista em que vivemos.
Neste estudo, teremos a oportunidade de focar, especialmente, em dois desses grupos: o empreendedor de novos negócios e o
intraempreendedor. Os conteúdos que apresentaremos têm a seguinte proposta:
Na aula I abordaremos o perfil do empreendedor, segundo explicado por diversos teóricos e pesquisadores da área. Nestas
pesquisas, conseguimos visualizar as principais características de personalidade destes agentes econômicos que contribuem para
que eles sejam tão engajados nos seus objetivos.
Na aula II trataremos de uma questão que ainda causa algum mal entendido: a figura do administrador versus a figura do
empreendedor. Em pontos há coincidências e divergências entre esses dois atores.
Na aula III daremos foco à figura do empreendedor de novos negócios, comparando- o com o intraempreendedor. Como você
perceberá, há nas empresas muitas pessoas com perfil empreendedor que querem continuar vinculados à organização e
oferecendo grandes contribuições na forma de inovação e criatividade.
Fechando a aula IV, trataremos do aprendizado do “ser empreendedor”. É possível ensinar alguém a tornar-se um empreendedor?
Tenho certeza que cada um desses temas lhe dará algumas contribuições importantes para seu conhecimento e certamente te
induzirá a querer saber mais.
Avançar
PERFIL DO EMPREENDEDOR
Muitos estudos têm sido realizados buscando identificar qual o perfil e as características dos empreendedores de sucesso. O
empreendedor é aquele que faz uso da criatividade e da imaginação para inovar, que toma a iniciativa para criar novos negócios,
que sabe identificar oportunidades e transformá-las em negócios de sucesso (BRITO; PEREIRA; LINARD, 2013).
Tem se tornado comum o pensamento de que algumas pessoas nascem com um “espírito inovador” e, dessa forma, conseguem
criar novos negócios com mais facilidades do que as demais pessoas. No entanto, acreditar que as habilidades empreendedoras
são características com a qual os indivíduos já nascem está distante da realidade em muitos aspectos. Em primeiro lugar, qualquer
pessoa pode se tornar um empreendedor. Além disso, é possível aprender ou adquirir as competências que podem tornar alguém
um empreendedor bem-sucedido (DOLABELA, 1999).
Algumas pessoas sem uma qualificação acadêmica formal foram e são empreendedoras de muito sucesso. Podemos citar, por
exemplo, nomes muito conhecidos e que conseguiram alcançar grande sucesso no mundo empresarial, entre eles Andrew
Carnegie, William Durant, Henry Ford e William Lear, todos que não completaram sequer o ensino médio (HISRICH; PETERS,
2004).
A figura do empreendedor tem sido associada, em diferentes trabalhos, a uma pessoa inovadora, criativa, motivada a se
autorealizar e que não tem medo de arriscar. Além disso, os empreendedores acabam sendo influenciados pelo ambiente em que
vivem, assim, se uma pessoa cresce em um meio onde empreender é tido como algo positivo, ela terá mais motivação para criar sua
própria empresa (DOLABELA, 1999).
No Quadro 1 estão apresentadas algumas características dos empreendedores que são identificadas em maior ou menor grau, mas
que supostamente tem influência sobre seu comportamento e atuação (HISRICH; PETERS, 2004).
Quadro 1: Sentimentos do empreendedor
Destaca-se que esses sentimentos não estão relacionados a todos os empreendedores. Pelo contrário, algumas pessoas podem
manifestar em maior ou menor grau esses sentimentos. Por exemplo, alguns empreendedores podem assumir riscos de uma forma
mais moderada, ou seja, existe um nível máximo aceitável de risco que ainda o motive a empreender. Para outros, esse
comportamento de risco pode ser bem mais elevado.
Podemos identificar, ainda, algumas particularidades dos empreendedores, associadas ao histórico e características destes
indivíduos (HISRICH; PETERS, 2004):
Ambiente familiar: uma pessoa que cresceu em um ambiente familiar com pais empreendedores ou que
trabalhavam por conta própria aumentam as chances de se tornar também um empreendedor.
Educação: a educação tem uma forte relação com o sucesso do empreendedor, especialmente, na resolução de
problemas organizacionais.
Valores pessoais: alguns valores como senso de oportunidade, individualidade e crença na vitória são
características muito importantes encontradas em empreendedores.
Idade: alguns estudos buscaram analisar as diferenças no sucesso do empreendimento em relação à idade
empresarial (experiência do empreendedor) e a idade cronológica (tempo de vida do empreendedor). De maneira
geral, identificaram que possuir mais experiência contava mais do que a idade cronológica. Além disso, para
empreendedores homens, a idade cronológica para empreender fica entre 22 e 45 anos. O primeiro
empreendimento importante para os homens ocorre próximo aos 30 anos de idade, enquanto que para as
mulheres, ocorre por volta dos 35 anos.
Histórico profissional: os conhecimentos e experiências adquiridas em trabalhos anteriores são muito benéficos
para o gerenciamento de novos negócios, principalmente nas áreas de finanças, desenvolvimento de produtos e
serviços, fabricação, desenvolvimento de canais de distribuição e preparação de planos de marketing.
Alguns outros apontamentos de Hisrich e Peters (2004) também se revestem de importância, principalmente quando destacam a
relevância de o empreendedor possuir um modelo de desempenho, ou seja, um espelho, na forma de uma pessoa que o inspira na
sua trajetória empreendedora. Esses modelos podem, em algum momento, servir como um apoio por se tornarem mentores no
novo empreendedor. Além disso, contar com uma rede de apoio moral, com pessoas “torcendo” para o sucesso e instilando
confiança no empreendedor é muito importante para suas realizações. Adicionado a isso, uma rede de apoio profissional, na forma
de pessoas ou organizações que possam servir como um guia ou conselheiro pode fazer a diferença.
No Brasil, um bom aporte de aconselhamento pode ser encontrado no Sebrae – Serviço Brasileiro de Apoio
às Micro e Pequenas Empresas.
No Quadro 2 a seguir, os autores Serje Schmidt e Maria Cristina Bohnenberger (2009), prepararam uma compilação com as
principais características atitudinais do empreendedor, elencados por pesquisadores renomados na área do empreendedorismo.
Releia as principais características atitudinais e os sentimentos dos empreendedores. Em que grau você
demonstra ou possui estas características?
Outra importante característica associada aos empreendedores é a resiliência. Essa característica está relacionada com a
capacidade de os empreendedores enfrentarem e se fortalecerem com os diversos problemas que possam aparecer em seus novos
negócios. Ao longo da vida, muitos percalços podem aparecer, afetando profundamente a forma como o empreendedor encara a
vida pessoal e profissional. Ter como característica a resiliência pode ser fundamental para o enfrentamento destas situações
(YUNES; SZYMANSKI apud MINELLO; SCHERER, 2013).
Considerando estas características que compõem o perfil do empreendedor, podemos exercitar nossa observação e verificar se
os empreendedores que conhecemos demonstram essas características. É importante também salientar que, embora muitas vezes
não nos reconheçamos possuidores de todas essas características, isso não deve nos desmotivar.
SEMELHANÇAS E
DIFERENÇAS ENTRE
ADMINISTRADOR E
EMPREENDEDOR
Nesta aula, procuramos identificar as principais semelhanças e diferenças entre o empreendedor e o administrador de uma
empresa. Para isso, primeiramente, vamos analisar alguns conceitos importantes sobre administração.
De acordo com Silva (2008), a administração pode ser definida como um conjunto de atividades direcionadas ao uso eficiente e
efetivo dos recursos, com o objetivo de atingir uma ou mais metas da empresa. Assim, administrar envolve a utilização de recursos
provenientes de um ambiente em que a organização está inserida, como: financeiro, matérias-primas, energia, pessoas, dentre
outros.
Administrar envolve alguns processos ou funções administrativas, resumidas em quatro grandes grupos: planejamento,
organização e controle. Na Figura 1 essas funções são apresentadas (MAXIMIANO, 2002):
Figura 1: As funções administrativas
A prática de administrar se torna mais complicada quanto mais complexa for a organização considerada. Administrar uma grande
corporação, com milhares de funcionários e bilhões em faturamento, torna-se uma tarefa extremamente desafiadora. A lógica, no
entanto, é a mesma, independentemente do tamanho da organização. Como afirma Maximiano (2002, p. 26), administrar é “o
processo de tomar e colocar em prática decisões sobre objetivos e utilização de recursos”.
Não é possível apresentarmos todos os conceitos do que é administração, pois existem muitas teorias sobre organizações, com
diferentes visões e que, dependendo dessa ótica, oferecem conceitos distintos. De maneira geral, o conceito de administração está
associado com a busca em atingir diferentes objetivos através dos esforços de outros indivíduos. (SILVA, 2008).
Pela Figura 1 podemos verificar que as funções administrativas formam um círculo em constante movimento, envolvendo as
funções de planejar, organizar, executar e controlar (MAXIMIANO, 2002). Com o objetivo de colocar em prática essas quatro
funções, os administradores fazem uso do ciclo PDCA, importante ferramenta de qualidade capaz de facilitar a elaboração e
execução de seus planejamentos.
O planejamento (fase P) pode ser considerado como a função primária da gestão. Nesta fase é possível identificar diferentes
problemas que podem ser indesejáveis para a empresa, estabelecer metas, seja no lançamento de novos produtos/serviços ou
qualquer outro desafio a ser vencido e, determinar processos necessários para proporcionar resultados conforme requisitos e
estratégias predeterminadas (SEBRAE, [2019]) .
As fases seguintes (D e C) estão relacionadas com a execução e monitoramento do plano de ação, respectivamente. Durante a
implementação das ações necessárias (fase D), analisa-se, também, dados e informações que possibilitem mensurar de acordo com
indicadores de desempenho, se aquilo que foi proposto está de fato sendo executado ou se é suficiente para dar conta daquilo que
foi proposto (fase C). A última fase (fase A) objetiva promover correções e melhorias contínuas nos processos realizados pela
empresa (SEBRAE, [2019])
Portanto, a função do administrador está intrinsecamente vinculada às estruturas organizacionais, burocráticas, que são racionais
e possibilitam certa previsibilidade de resultados, desde que utilizadas as ferramentas mais indicadas para cada problema
administrativo.
Conforme Bernardes e Marcondes (2006), os administradores podem ser considerados como especialistas dentro de uma
empresa, na qual seu sucesso está relacionado com as habilidades, experiências e conhecimentos específicos adquiridos sobre os
processos físicos e gerenciamento de pessoas que acontecem nas organizações.
É possível identificar nos empreendedores algumas características que os distinguem dos administradores ou gerentes, de forma
geral. O trabalho do administrador está concentrado no planejamento, controle, análise e resolução de diversos problemas que
possam ocorrer na organização. Já o empreendedor está focado em sempre se manter atento a novas oportunidades no mercado
(DORNELAS, 2001).
De acordo com Dornelas (2001), os empreendedores possuem características a mais do que as apresentadas pelos
administradores, e somados a qualidades pessoais permitem a criação de novas organizações. Assim, os empreendedores podem
ser considerados como administradores, no entanto, possuem diferenças significantes aos gerentes ou executivos de empresas
tradicionais, sendo mais visionários que os administradores.
Analisando internamente uma empresa é possível observar, ainda, diferenças na maneira de trabalhar de cada um. O
administrador é aquela pessoa que faz uso 16 Pós-Universo de diretrizes, cultura e paradigmas empresariais para realizar seu
trabalho, enquanto que o empreendedor utiliza a criatividade, aprendizado, dentre outros fatores (SOUZA, 2010).
Segundo Dornelas (2001), podemos diferenciar as características dos empreendedores e administradores se baseando em cinco
dimensões distintas de negócios: orientação estratégica; análise das oportunidades, comprometimento dos recursos, controle dos
recursos e estrutura gerencial.
Enquanto o administrador está sempre com foco no presente, o empreendedor visa, principalmente, o futuro. Além disso, verifica-
se que o empreendedor favorece os indivíduos como fonte para alcançar seus resultados, ao contrário do administrador que
defende os procedimentos e regras. De maneira geral, é possível observar que o empreendedor é direcionado para a definição dos
contextos, enquanto que o administrador se dirige para a organização dos recursos (DORNELAS, 2001).
A Figura 3 apresenta as diferenças nos sistemas de atividades de gerentes e empreendedores. É importante pontuar que, apesar
destas diferenças, as atividades não necessariamente são antagônicas, mas podem ser perfeitamente complementares.
Na sua vida como colaborador em empresas, você considera que os gestores têm demonstrado traços de
empreendedor?
Isto decorre do fato de que, após a implementação do novo negócio, é preciso lidar com problemas operacionais que exigirão um
estilo e uma estrutura administrativa apropriados para exercer o controle e monitoramento dos processos. Conforme Hisrich e
Peters (2004) salientam, muitos empreendedores têm dificuldade para administrar e desenvolver o empreendimento que criaram.
Portanto, algum domínio administrativo precisa ser empregado na nova organização.
Embora o administrador e o empreendedor sejam muitas vezes considerados a mesma figura – e na prática isso acontece em várias
empresas – nem sempre o empreendedor tem a capacitação para “tocar” o negócio. Podem faltar-lhe elementos de conhecimento
sobre rotinas administrativas que são conhecidas pelos administradores. O contrário também é verdade. Muitos administradores
não conseguem pensar “fora da caixa”, ou seja, não conseguem pensar como empreendedores, muitas vezes devido ao fato de
terem uma rotina predeterminada de atividades.
As iniciativas empreendedoras geralmente possuem alguns caminhos conhecidos. O talento empreendedor é resultado da
percepção de novas oportunidades de crescimento, de diversificar e desenvolver novos negócios, da necessidade de encontrar
novos mercados para inserir um produto ou serviço, novas formas de fazer algo que já é realizado por uma ou mais empresas.
Pessoas com espírito empreendedor estão sempre prontas para se dedicar a novos projetos e trabalhar muito para conquistar seus
objetivos, trabalhando de maneira organizada e planejada.
Podemos entender o processo de empreender por meio de 4 fases distintas: identificação e avaliação da oportunidade;
desenvolvimento do plano de negócios; determinação dos recursos necessários; administração da empresa resultante
(DORNELAS, 2001; HISRICH; PETERS, 2004):
Embora as 4 fases tenham sido apresentadas de forma sequencial, destaca-se que não é necessário que uma fase seja concluída
completamente para que se inicie a seguinte. Vamos analisar alguns aspectos relacionados a cada fase para entender melhor o
processo de empreender (DORNELAS, 2001) .
A primeira fase, identificação e avaliação da oportunidade está associada com: a criação e dimensão da oportunidade; valor real e
percebido da oportunidade; risco e retorno da oportunidade; oportunidade versus habilidades e objetivos pessoais; situação
competitiva (DORNELAS, 2001; HISRICH; PETERS, 2004).
Nesta fase podemos perceber a importância do conhecimento adquirido, das competências individuais, da percepção, da
sensibilidade e da capacidade de sentir uma situação para que o empreendedor seja capaz de identificar e avaliar as melhores
oportunidades dentro de um mercado (DORNELAS, 2001)
A segunda fase diz respeito ao planejamento que deve ser elaborado pelo empreendedor, sintetizando toda a essência do novo
negócio, suas estratégias para a empresa, análise do mercado, de seus concorrentes e clientes, fontes de receitas, dentre outras.
Nesse planejamento deve conter: resumo executivo; descrição do negócio; descrição do setor; plano de marketing; plano
financeiro; plano de produção; plano de organização; plano operacional; resumo (HISRICH; PETERS, 2004).
No plano de negócios é possível identificar os recursos necessários para a criação e desenvolvimento da nova empresa. No
entanto, a captação de recursos pode ocorrer de diferentes formas, e a terceira fase do processo de empreender objetiva
apresentar as distintas fontes de captação de recursos: recursos existentes do próprio empreendedor; recursos de familiares e
amigos; capitais de risco; bancos estatais e 20 Pós-Universo privados; incubadoras; investidores anjos (DORNELAS, 2001;
HISRICH; PETERS, 2004).
Por fim, temos a forma de gestão da empresa criada. Essa última fase é extremamente importante, pois é nesse momento onde as
ações são colocadas em prática e os problemas podem começar a surgir. Para que o empreendedor possa gerenciar da melhor
maneira possível o novo negócio, torna-se importante: encontrar um estilo administrativo; identificar as variáveis-chave para o
sucesso; reconhecer os problemas existentes e potenciais; implementar um sistema de controle; recrutar uma boa equipe para a
gestão da empresa; buscar oportunidades em novos mercados (DORNELAS, 2001; HISRICH; PETERS, 2004) .
A primeira fase, identificação e avaliação de oportunidades, você já deve ter percebido que algumas pessoas estão sempre atentas
ao que acontece à sua volta, pensando, imaginando o que poderia ser feito de diferente para atender a uma necessidade que ainda
não foi plenamente satisfeita ou que nem sequer foi imaginada. Esta pessoa pode estar trabalhando em uma empresa, pertencer a
qualquer setor ou departamento, mas ao identificar e avaliar positivamente uma oportunidade, se desliga desta organização e abre
seu próprio negócio. Histórias assim são bastante conhecidas e temidas pelas empresas, pois acabam perdendo, muitas vezes,
grandes talentos e nada podem fazer.
O empreendedor identifica uma nova oportunidade na abertura de um novo negócio e desliga-se do emprego atual para conseguir
aproveitá-la. Nos EUA, especialmente a partir da década de 1990, isto se tornou uma verdadeira “febre”, tornando-se um
fenômeno social, cultural e empresarial importante. Essas pessoas acreditam nelas mesmas, são incentivadas por negócios do tipo
“faça você mesmo”, querem mais responsabilidade, têm uma necessidade enorme de expressão individual e liberdade, que a atual
empresa onde estão inseridos não lhes proporciona (HISRICH; PETERS, 2004).
Isso, de fato, atingiu em cheio as corporações que possuem estruturas burocráticas inflexíveis, pesadas e altamente padronizadas.
Assim, para reter esses seus talentos, muitas empresas viram na prática no intraempreendedorismo a saída para proporcionar
novos desafios aos seus colaboradores e, por que não, encontrar novos nichos de negócios, desenvolver novos produtos e serviços
para mercados atuais ou potenciais (DANTAS, 2010).
O intraempreendedorismo é uma forma de empreendedorismo corporativo, capaz de se vincular aos objetivos estratégicos de
uma empresa, superando processos Pós-Universo 21 já consolidados. Esses empreendedores corporativos, não necessariamente,
criarão novos produtos, mas poderão pensar em novas maneiras de apresentação dos produtos e serviços já existentes, imaginar
novos mercados de atuação, propor novas ideias de negócios, tornando essas iniciativas em atividades que proporcionem lucros
para a organização (GARCIA; GIMENEZ; TOLEDO, 2008).
Dessa forma, o intraempreendedor pode ser considerado como o empreendedor que atua dentro da própria organização, que
decide tomar a iniciativa de criar, inovar e desenvolver novas oportunidades de negócios para empresa que trabalha, com o
objetivo de sustentar sua competitividade no mercado, ao invés de abrir sua própria firma (DANTAS, 2010).
Apesar das micro e pequenas empresas serem quase sempre mais ágeis que as grandes corporações, nestas últimas há certas
condições que, se bem aproveitadas, tornam o terreno para o intraempreendedorismo bastante fértil. Essas condições favoráveis
podem ser elencadas, como (GARCIA; GIMENEZ; TOLEDO, 2008):
Setor de marketing: os canais pelos quais os produtos ou serviços das grandes empresas são direcionados ao consumidor
final constituem uma poderosa arma que fará com que o projeto estratégico dos intraempreendedores produza
resultados positivos.
Base tecnológica: grandes empresas apresentam maiores chances de manter uma estrutura destinada à pesquisa e
desenvolvimento, fundamentais para que planejamento estratégico.
Recursos disponíveis: grandes organizações possuem mais recursos disponíveis para gastar com novos projetos, que
muitas vezes não possuem nenhuma garantia de sucesso.
A estrutura de pessoas em uma grande empresa.
Nos EUA, algumas companhias criaram estruturas próprias para estimular novas ideias e inovações de seus colaboradores. Hisrich
e Peters (2004), por exemplo, relatam o caso da Xerox, que criou uma empresa vinculada, de capital de risco, para incentivar novos
empreendimentos propostos por seus empregados. Vários dos negócios iniciados neste ambiente resultaram em novos produtos
que permitiram a abertura de novas empresas, tendo a Xerox como “empresa-mãe”, recebedora de parte dos resultados, enquanto
os empreendedores corporativos participam efetivamente do negócio.
O termo, do original intrapreneurship, foi criado por Gifford Pinchot em 1985, que inspirou vários autores
com suas ideias de que o intraempreendedorismo abrange todas as atividades da organização, incluindo
funções administrativas, não ligadas diretamente ao negócio, como contabilidade, recursos humanos,
financeiro dentre outras.
Fonte: Hashimoto e Nassif (2012).
Estimular novas ideias e inovações dos colaboradores podem auxiliar com que novos produtos sejam criados e suprimir o avanço
de concorrência, proporcionando um diferencial competitivo para sua empresa. No Brasil, iniciativas de intraempreendedorismo
infelizmente ainda são vistas com certa desconfiança por muitos gestores, acostumados a trabalhar em estruturas mais
formalizadas. É possível, no entanto, identificar algumas empresas que fazem contratos de gestão com colaboradores e dão
autonomia para que eles pensem em formas de atingir os resultados, pelos quais são cobrados.
Alguns estudos apontam que as empresas podem criar um ambiente em que o intraempreendedorismo seja incentivado e
valorizado. Entretanto, algumas atitudes e características, acabam inibindo essas iniciativas empreendedoras internamente à
empresa. Hashimoto e Nassif (2012) apontam alguns fatores que podem ser identificadas como facilitadoras ou inibidoras do
intraempreendedorismo. Essas são elencadas no Quadro 3, a seguir:
Talvez consiga pensar em organizações de tecnologia, que são, por natureza, focadas em inovação. Os colaboradores dessas
organizações, principalmente os da área de desenvolvimento, são incentivados de diversas formas a pensar o novo, a ousar, a olhar
para além do que já se criou. Pesquise, como sugestão, algumas empresas do Vale do Silício. Lá você terá ótimos exemplos neste
sentido.
O mundo dos negócios exige uma preparação adequada por parte dos empreendedores para enfrentar conjunturas cada vez mais
acirradas de competição, mudanças nas preferências e hábitos de consumo de seus clientes, produtos substitutos, evolução
tecnológica e tantos outros desafios. Além disso, é necessário que o indivíduo desenvolva algumas características próprias do
comportamento empreendedor, como agir com criatividade, liderança, visualizar a longo prazo e inovar, para que consiga
preencher seu espaço no mercado (DOLABELLA, 1999).
Em estudos promovidos por organizações voltados ao empreendedorismo, tanto no Brasil quanto no mundo, indicam que
educação e treinamento insuficiente estão quase sempre relacionados como causas dos fechamentos das empresas. De acordo
com Cruz Junior et al ., (2006, p. 7), o Sebrae teria identificado como condicionantes do fechamento de empresas brasileiras, por
ordem, os seguintes fatores: “falhas gerenciais, causas econômicas e conjunturais, logística operacional, políticas públicas e
arcabouço legal”
A disseminação da cultura empreendedora deveria se iniciar já na infância, nas séries fundamentais, sendo um processo
construtivo de conhecimento, que avança pelas séries do ensino médio, técnico e superior. O grande problema é que, no Brasil, a
educação pública já coloca o potencial empreendedor em desvantagem, devido ao ensino básico de baixa qualidade país afora
(NETO; FIGUEIREDO; FERRAZ, [2019]).
No Brasil, o curso para a formação de empreendedores foi criado apenas em 1981, na Escola de Administração de Empresas da
Fundação Getúlio Vargas, em São Paulo. Tratava-se de uma disciplina cujo objetivo era a criação de novos negócios e, ocupou a
grade curricular dessa instituição entre 1981 a 1987 (CRUZ JUNIOR et al ., 2006). Com o passar do tempo, outras instituições de
Ensino Superior passaram a oferecer disciplinas sobre o tema em suas grades de cursos e, algumas instituições como Sebrae
(Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas) e Softex (Sociedade Brasileira para Exportação de Software)
manifestaram interesse pela formação de empreendedores no país (DORNELAS, 2001).
Cursos superiores tecnológicos também se propuseram a oferecer uma educação Pós-Universo 27 empreendedora aos seus
discentes, cursos estes com nomes variados, como Gestão de Processos Empreendedores, Gestão de Pequeno e Médio
Empreendimento, Gestão de Negócios e Empreendedorismo, entre outros. Atualmente, o nome mais utilizado é Curso Superior de
Tecnologia em Processos Gerenciais.
As universidades e cursos tecnológicos devem estar preparados para oferecer aos indivíduos o ambiente necessário para o
desenvolvimento de suas habilidades, viabilizando a integração do aluno com a realidade do mercado. Essas instituições devem
oferecer a oportunidade dos alunos se aproximarem de profissionais empreendedores que já estão atuando no mercado, para que
possam aprender com suas experiências, conselhos e orientações. Além disso, é fundamental que as instituições ofereçam
mecanismos para a formação e manutenção de incubadoras e apoio a núcleos de projetos de empreendedorismo que
proporcionem aos alunos a oportunidade de criarem seus próprios projetos (NETO; FIGUEIREDO; FERRAZ, 2019).
Para que possam oferecer um curso de qualidade às pessoas, as instituições de ensino precisam encontrar o equilíbrio entre o
método mais eficiente para a prática do empreendedorismo e os métodos tradicionais de ensino (NETO; FIGUEIREDO; FERRAZ,
2019)
Rocha e Freitas (2014) organizaram diferentes metodologias que abordam a formação empreendedora e suas práticas didático-
pedagógicas (métodos, técnicas e recursos):
De maneira geral, deve ser apresentado aos alunos o conceito de empreendedorismo, as características associadas ao
empreendedor de sucesso, como desenvolver planos de negócios, os processos necessários para o desenvolvimento de ideias
em inovações, quais as fontes de recursos para a criação de um novo negócio e aspectos jurídicos das empresas.
As instituições de ensino devem oferecer visitas técnicas às empresas, palestras com empreendedores, dentre outros,
possibilitando maior contato com esses profissionais e maior entendimento do funcionamento do mercado na vida real.
Desenvolvimento de habilidades voltadas ao planejamento, estratégias, marketing, recursos financeiros e sociais, análise do
mercado, de seus consumidores e dos possíveis riscos.
Realizar análises de diferentes estudos de casos, para desenvolver um maior senso crítico e a habilidade de avaliar os cenários e
negócios. Além disso, permite que os alunos conheçam os contextos relacionados ao empreendedorismo.
Realização de trabalhos teóricos e práticos individualmente e em grupos.
Criação de grupos de debates, para que os estudantes possam desenvolver pensamento crítico, testar diferentes ideias e
avaliar mudanças.
Realização de palestras e seminários com empreendedores.
Proporcionar ao estudante espaço e motivação para o desenvolvimento de novas ideias, explorando sua criatividade,
persistência e senso de avaliação. Nesse caso, as incubadoras e núcleos de projetos seriam fundamentais para dar espaço,
motivação e os meios necessários para a criação de novas ideias.
Desenvolver competições entre os estudantes sobre planos de negócios.
Permitir que os alunos possam estruturar os contextos necessários para a formalização de uma empresa.
Aplicação de provas para testar os conhecimentos teóricos dos alunos.
De acordo com Filion (2000), o ensino do empreendedorismo deve focar mais no desenvolvimento da autonomia, autoconfiança,
perseverança, determinação, criatividade, liderança e flexibilidade do que na simples transferência do conhecimento.
Dentro do que o empreendedor deve adquirir como competências, deve-se mencionar a capacidade de identificar oportunidades,
projetar visões, objetivos, estruturas, vislumbrar mercados, competências essas que extrapolam as ferramentas gerenciais básicas
aprendidas como administrador. Evidentemente que não se poderiam desprezar também os conhecimentos técnicos de finanças,
produção, contabilidade, sistemas de informações, entre outros (ROCHA; FREITAS, 2014).
No Quadro 4, Filion (2000) demonstra as principais distinções entre o ensino gerencial, próprio do administrador, e o ensino
focado no empreendedorismo:
Quadro 4: Diferenças básicas entre as formações gerencial e empreendedora
Portanto, o foco do ensino do empreendedorismo é distinto do ensino do administrador, embora ocorram várias coincidências em
sua matriz curricular.
Certamente acompanha a grande discussão sobre a qualidade do ensino no Brasil. Pense: o que a sociedade
e o Poder Público poderiam promover em termos de projetos e ações para melhorar a qualidade do ensino
no Brasil, favorecendo, desta forma, o florescimento de novos empreendedores?
Fechando esta ideia, Filion (2000) ainda apresenta o que, em sua visão, seriam diretrizes essenciais para o ensino do
empreendedorismo, apresentadas, a seguir:
Quadro 5: Diretrizes para atividades do ensino do empreendedorismo
Vários organismos de apoio ao empreendedor oferecem capacitações mais curtas, não necessariamente na forma de um curso
superior, que atendem necessidades específicas do empreendedor. Destacam-se entre essas capacitações as oferecidas pelo
Sebrae e pela Endeavor.
Avançar
ATIVIDADES
1. O perfil do empreendedor é tema de estudos em diversas pesquisas acadêmicas. Sobre o perfil do empreendedor, avalie as
afirmações a seguir e marque com “V” quando a afirmação for VERDADEIRA e com “F” quando a afirmação for FALSA.
( ) Os indivíduos que precisam ter certeza em tudo o que fazem são ótimos exemplos de bons empreendedores.
( ) Os empreendedores têm como uma de suas qualidades antecipar-se aos fatos e ter uma visão futura da organização.
( ) Os empreendedores possuem uma capacidade de trabalho intensivo, envolvendo- se em projetos cujo retorno é incerto.
( )As pessoas de perfil empreendedor estão atentos a identificar oportunidades e observar qualquer evidência propícia para um
novo negócio.
A sequência correta é:
a) F–V –V – F.
b) F –V–F – V.
c) F –V –V – V.
d) V –F–F– V.
e) V –V –V– V.
2. Empreendedores e administradores muitas vezes são tidos como figuras totalmente idênticas. Isso não é inteiramente correto.
Sobre esta questão, avalie as afirmações a seguir:
II. O empreendedor está profundamente envolvido nas estruturas da organização, em seus processos burocráticos.
IV.Os conhecimentos técnicos podem ser relevantes para o empreendedor, especialmente nas questões de finanças, produção,
contabilidade e outros.
b) II e III.
c) I e IV.
d) I, II e IV.
3. Alguns afirmam que o empreendedor nasce pronto. Mas é aceito como fundamento que o empreendedorismo pode ser
aprendido. Sobre este assunto, assinale com “V” quando a afirmação for VERDADEIRA e com “F” quando a firmação for FALSA.
( ) O foco do estudo do empreendedorismo deve ser de ferramentas gerenciais que possibilitem a gestão de um negócio.
( O Brasil é um celeiro de empreendedores devido ao elevado grau de qualidade de suas escolas públicas desde o ensino
)
fundamental.
A capacitação em empreendedorismo
( ) é um esforço desnecessário, uma vez que a taxa de sobrevivência de empresas no Brasil é
uma das mais elevadas do mundo.
Administração.
A sequência correta é:
a) F–F–V – V.
b) F –V–V – F.
c) V –F–F– F.
d) F–F–F– V.
e) F–F–F– F.
4. O empreendedorismo que ocorre dentro de uma empresa já existente é conhecido como intraempreendedorismo. Com base
nesse assunto, assinale a alternativa correta.
a)O intraempreendedorismo é uma forma de empreendedorismo corporativo, capaz de se vincular aos objetivos estratégicos de
uma empresa, superando processos já consolidados.
b) Esses empreendedores corporativos têm como característica somente a criação de novos produtos e/ou serviços
c) Esses empreendedores corporativos não buscam proporcionar lucros para a organização em que trabalham.
d) O intraempreendedor tem como objetivo abrir uma nova empresa, ao invés de desenvolver novas oportunidades de negócios
para empresa que trabalha.
e)O intraempreendedor somente tem espaço em micro e pequenas empresas, devido essas serem mais ágeis que as grandes
corporações.
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UNICESUMAR | UNIVERSO EAD
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RESUMO
Por fim, as pesquisas demonstram que é possível “aprender” a ser empreendedor, desde
que essa formação seja voltada para a formação pessoal, de mudança de
comportamentos, além da simples formação técnica. Há ainda um longo caminho a
percorrer no país para promover uma educação formadora em empreendedorismo. A
educação básica no Brasil ainda é deficiente na identificação e formação de talentos
empreendedores, mas isso demonstra o enorme potencial de crescimento do
empreendedorismo no país, o que, de certa forma, é positivo.
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Material Complementar
Leitura
Empreendedorismo: uma visão do processo
Na Web
Deixar uma organização em que se têm benefícios, possibilidade de
promoções, salário assegurado, para abrir o próprio negócio não é uma
decisão fácil. Muitas pessoas fizeram isso e se arrependeram, enquanto
outros se deram muito bem. Conheça algumas dessas histórias de
sucesso acessando o link: < http://exame.abril.com.br/pme/noticias/5-
historias-de-quem-largou-o-emprego-para-abrir-um-negocio >.
Acesso:02/08/2018
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REFERÊNCIAS
BRITO, A. M.; PEREIRA, P. S.; LINARD, Â. P. Empreendedorismo Juazeiro do Norte: IFCE, 2013.
.
SILVA, Reinaldo O. Teorias da Administração São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2008.
.
SILVEIRA, A. C.; GONÇALVES, G.; BONELI, J. J.; CASTRO, N. E.; BARBOSA, P. A. Empreendedorismo :
< http://www.administradores.com.br/artigos/marketing/empreendedor-x-
administrador/37780/ >. Acesso em: 20 mar. 2019.
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APROFUNDANDO
O termo Intraempreendedor representa aquele, dentro da organização, que assume a responsabilidade de promover a inovação
(de qualquer tipo, a qualquer momento e em qualquer lugar) dentro da empresa. Pode ser definido como o uso, pela empresa, do
talento criativo de seus funcionários para desenvolver produtos e serviços inovadores. Diversos pesquisadores contribuíram com
suas próprias visões e definições do intraempreendedor, algumas das podemos estudar a seguir:
Para Wunderer, o intraempreendedor é um colaborador da empresa que inova, identifica e cria oportunidades de negócios,
montando e coordenando novas combinações ou arranjo de recursos para agregar valor. Age para atender necessidades latentes e
busca fazer mais eficazmente o que já existe. O objetivo do empreendedorismo organizacional é manter e aumentar o valor
corporativo no longo prazo, otimizando os benefícios dos principais clientes. Zahra descreve duas dimensões em sua definição. O
primeiro seria o foco na inovação e criação de novos negócios, incluindo o compromisso da empresa em constituir novos produtos
ou processos, criando novos mercados ou expandindo os já existentes. Já a segunda dimensão, trata-se da renovação estratégica,
ou seja, a revitalização das operações, mudando o escopo do negócio ou sua abordagem competitiva.
O intraempreendedor opta por continuar numa organização ao invés de iniciar um empreendimento próprio pelos seguintes
motivos:
●Segurança: o empreendedor enfrenta menos riscos dentro de sua empresa do que se tiver que sair para começar tudo do zero.
Esse tipo de empreendedor não é tão tomador de riscos a ponto de abandonar chances reais que possam surgir dentro de sua
empresa para se aventurar no ambiente externo muito mais incerto.
● Mais recursos: caso as ideias do empreendedor estejam alinhadas com a estratégia organizacional, a probabilidade de conseguir
recursos para concretizar suas ideias é bem maior do que se estivesse no ambiente externo, tendo que batalhar por estes recursos
com outras entidades.
● Alto valor agregado para a organização: seu poder de contribuição é potencialmente muito maior do que o de outros
funcionários, assim como para o empreendedor, o valor agregado também é substancialmente maior em termos de viabilidade de
concretização da ideia do que no ambiente externo.
O intraempreendedor é, assim, qualquer pessoa dentro da organização que utiliza seu talento para criar e conduzir projetos de
caráter empreendedor na organização. O intraempreendedor existe e sempre existirá em qualquer organização,
independentemente da cultura organizacional favorecer ou não o surgimento deles.
Pode-se identificar os intraempreendedores pela simples observação das realizações organizacionais, sobretudo aquelas de alto
valor agregado, mas não previstos no planejamento original da empresa. Por trás destes projetos sempre haverá uma ou mais
pessoas que conceberam, formataram, estruturaram e promoveram a ideia internamente em busca de apoio para sua
implementação.
O intraempreendedor é um sonhador que realiza. São aqueles que arregaçam as mangas e fazem uma ideia acontecer. Seja para
concretizar uma ideia própria ou originada por outros, ele reúne pessoas e recursos, enfrenta os obstáculos e dificuldades e não
mede esforços para traduzir uma ideia em ação.
O intraempreendedor não pode ser visto como um gerente criativo. O gerente almeja a eficácia operacional, buscando o melhor
desempenho para os índices pelos quais ele é avaliado. Busca, também, a ascensão na sua carreira, simbolizada pelos cargos,
benefícios e amplitude de poder associados. O intraempreendedor, ainda que possa ter alguns pontos em comum, como benefícios
ou poder político, almeja, em primeiro lugar, o sentimento de realização, orgulho ou a satisfação de encarar e vencer desafios, ou
ainda, alcançar uma visibilidade em torno de projetos vencedores e relevantes para a organização, mas não se deixa levar pelos
efêmeros símbolos externos.
A motivação que move o intraempreendedor está diretamente relacionada com a liberdade de fazer o que se quer e o prazer de
conduzir seus próprios projetos. A dedicação com que empenham todo o seu ser nestes projetos, refletem elementos ainda mais
contundentes do segredo do sucesso das redes intraempreendedoras nas organizações.
PARABÉNS!
REFERÊNCIAS
HASHIMOTO, M.; NASSIF, V. M. J. Barreiras e Incentivos às Práticas do Intra-empreendedorismo: um estudo dos fatores internos
em empresas brasileiras. In: SIMPÓSIO DE GESTÃO DA INOVAÇÃO TECNOLÓGICA, 27., 2012, Salvador. Anais... Salvador:
ANPAD, 2012.
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EDITORIAL
DIREÇÃO UNICESUMAR
Empreendedorismo .
39 p.
Fotos Shutterstock
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