Relatorio-Gestao-2020 - ANS
Relatorio-Gestao-2020 - ANS
Relatorio-Gestao-2020 - ANS
Relatório Anual
de Gestão
Exercício 2020
Relatório Anual
de Gestão
Exercício 2020
Versão online
SECRETARIA GERAL-SEGER
Wladimir Ventura de Souza - SEGER/PRESI
COORDENAÇÃO TÉCNICA
Juliana Menezes Peixoto Dib – GPLAN/SEGER/PRESI
EQUIPE TÉCNICA
Amanda Veloso Paulino de Moraes - GPLAN/SEGER/PRESI
Carla Valéria Cazarim Godoy - GPLAN/SEGER/PRESI
Flavia Marques de Souza- GPLAN/SEGER/PRESI
Márcio Malard Mayer - GPLAN/SEGER/PRESI
Silvio Ghelman - GPLAN/SEGER/PRESI
PROJETO GRÁFICO
Gerência de Comunicação Social – GCOMS/SEGER/PRESI
NORMALIZAÇÃO
Biblioteca/CGDOP/GEQIN/DIGES
Ficha Catalográfica
A265r Agência Nacional de Saúde Suplementar (Brasil). Diretoria Colegiada. Secretaria Geral. Gerência de Planejamento e
Acompanhamento.
Relatório Anual de Gestão. [recurso eletrônico]/ Agência Nacional de Saúde Suplementar (Brasil).Diretoria Colegiada.
Secretaria Geral. Gerência de Planejamento e Acompanhamento.-- Rio de Janeiro: ANS,2021.
8MB; ePub.
1.Planejamento. 2.Gestão. 3.Gestão pública. 4.Gestão estratégica 6.Agência Nacional de Saúde Suplementar (Brasil). I.
Título.
CDD 658.4012
Catalogação na fonte – Biblioteca ANS
LISTA DE SIGLAS E ABREVIAÇÕES
AAR Aperfeiçoamento do Ambiente Regulatório
ABI Aviso de Beneficiário Identificado
AGU Advocacia Geral da União
AI Articulação Institucional
ANAC Agência Nacional de Aviação Civil
ANS Agência Nacional de Saúde Suplementar
APS Atenção Primária na Saúde
ARP Ata de Registro de Preços
ARR Avaliação de Resultado Regulatório
AUDIT Auditoria Interna
BACEN Banco Central
CADIN Cadastro Informativo de Créditos não Quitados do Setor Público Federal
CAMSS Câmara de Saúde Suplementar
CAS Comissão de Assuntos Sociais
CATEC Câmara Técnica de Contratualização e Relacionamento com Prestadores
CEAGESP Companhia de Entrepostos e Armazéns Gerais de São Paulo
CEANS Comissão de Ética
CGD Comitê de Governança Digital
CGRC Comissão de Governança, Riscos e Controles
COEAD Coordenadoria de Estímulo à Adimplência
COGED Coordenadoria de Gestão Documental
CONITEC Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no Sistema Único de Saúde
CONSU Conselho de Saúde Suplementar
COVID-19 Coronavirus Disease 2019 denominada SARS-CoV-2
CRC Conselho Regional de Contabilidade
DICOL Diretoria Colegiada
DIDES Diretoria de Desenvolvimento Setorial
DIFIS Diretoria de Fiscalização
DIGES Diretoria de Gestão
DIOPE Diretoria de Normas e Habilitação das Operadoras
DIPRO Diretoria de Normas e Habilitação dos Produtos
ENAP Escola Nacional de Administração Pública
ESS Equilíbrio da Saúde Suplementar
FGI Fortalecimento da Governança Institucional
FUNARTE Fundação Nacional de Artes
IAIS International Association of Insurance Supervisors
IDSS Índice de Desempenho da Saúde Suplementar
IHI Institute for Healthcare Improvement
IN Instrução Normativa
INMETRO Instituto Nacional Metrologia, Qualidade e Tecnologia
IP Investigações Preliminares
LGPD Lei Geral de Proteção de Dados
LOA Lei Orçamentária Anual
MCTIC Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações
NIP Notificação de Intermediação Preliminar
OMS Organização Mundial da Saúde
OPAS Organização Panamericana de Saúde
OUVID Ouvidoria
PAC Plano Anual de Contratações
PAEF Procedimentos de Adequação Econômico-Financeira
PAR Processos Administrativos de Responsabilização
PDP Plano de Desenvolvimento de Pessoas
PDTIC Plano Diretor de Tecnologia da Informação e Comunicação
PGA Plano de Gestão Anual
PGT Plano de Gestão Estratégica e Transformação Institucional
PLS Plano de Gestão e Logística Sustentável
PM-QUALISS Programa de Monitoramento de Indicadores da Qualidade de Prestadores de Serviços de Saúde
PPA Plano Plurianual
PPCOR Corregedoria da ANS
PRASS Plano de Recuperação Assistencial
PRESI Presidência da ANS
PROGE Procuradoria Federal junto à ANS
PROMOPREV Programa Promoção da Saúde e Prevenção de Riscos e Doenças
QUALISS Programa de Qualificação de Prestadores de Serviço de Saúde
RA Resolução Administrativa
RAC Relatórios de Análise Crítica
RN Resolução Normativa
ROL Rol de Procedimentos e Eventos em Saúde
RVE Reparação Voluntária e Eficaz
SAPIENS Sistema AGU de Inteligência Jurídica
SEGER Secretaria Geral
SEI Sistema Eletrônico de Informações
SEI Sistema Eletrônico de Informação
SENACON Secretaria Nacional do Consumidor
SGR WEB Sistema de Gestão de Ressarcimento
SIADI Sistema de Avaliação de Desempenho Individual
SIADS Sistema Integrado de Administração de Serviços
SIAFI Sistema Integrado de Administração Financeira do Governo Federal
SIAPE Sistema Integrado de Administração de Recursos Humanos
SIB Sistema de Informações de Beneficiários
SIF Sistema de Integrado de Fiscalização
SIHOSP Sistema de Informação Hospitalar
SIP Sistema de Informação de Produtos
SIPEC Sistema de Pessoal Civil da Administração Federal
SIPER Sistema de Materiais Permanentes
SISAC Sistema de Apreciação de Atos de Admissão e Concessões
SisRH Sistema de Recursos Humanos da ANS
SNDC Sistema Nacional de Defesa do Consumidor
SOF Secretaria de Orçamento Federal
SPU Secretaria de Patrimônio da União
SRP Sistema de Registro de Preços
STJ Superior Tribunal de Justiça
SUS Sistema Único de Saúde
SUSEP Superintendência de Seguros Privados
TAO Taxa de Saúde Suplementar por Alteração de Dados Referente à Operadora
TAP Taxa de Saúde Suplementar por Alteração de Dados Referente a Produto
TC Termo de Compromisso
TCAC Termo de Compromisso de Ajustamento de Conduta
TCU Tribunal de Contas da União
Telessaúde identificação de atendimentos à distância
TI Tecnologia da Informação
TIC Tecnologia da Informação e Comunicação
TISS Troca de Informações de Saúde Suplementar
TPS Taxa de Saúde Suplementar por Plano de Assistência à Saúde
TRO Taxa de Saúde Suplementar por Registro de Operadora
TRP Taxa de Saúde Suplementar por Registro de Produto
TUSS Terminologia Unificada da Saúde Suplementar
UG Unidade Gestora
VPN Virtual Private Network
LISTA DE FIGURAS
FIGURA 1.1- ORGANOGRAMA DA ANS 20
FIGURA 4.3- LINHA DO TEMPO EM 2020 DO PROJETO APERFEIÇOAMENTO DOS CRITÉRIOS DE ALTERAÇÃO DE REDE HOSPITALAR 45
FIGURA 5.1- ANS 2020: PREGÃO ELETRÔNICO E PARTICIPAÇÃO PERCENTUAL POR MODALIDADE DE CONTRATAÇÃO 88
FIGURA 7.1 - VINCULAÇÃO DA MISSÃO INSTITUCIONAL AOS EIXOS DO MAPA ESTRATÉGICO INSTITUCIONAL 110
LISTA DE TABELAS
TABELA 2.1- INDICADORES DE GOVERNANÇA E GESTÃO 32
TABELA 4.2- TEMPO MÉDIO DE ANÁLISE FISCALIZATÓRIA DA NIP ASSISTENCIAL E NÃO ASSISTENCIAL, EM 2020, POR TRIMESTRE 64
TABELA 4.3- TEMPO MÉDIO DAS FASES PROCESSADAS DA 1ª INSTÂNCIA (EM DIAS), ANOS 2019 E 2020 66
TABELA 4.4- DEMANDAS DE RECLAMAÇÕES CADASTRADAS ORIUNDAS DE USUÁRIOS DE PLANOS DE SAÚDE, ANOS 2016 A 2020 64
TABELA 4.8- DOCUMENTOS COM DESCONTO DE 40% E 80%, ANOS 2019 E 2020 68
TABELA 4.9- DEMANDAS DE RECLAMAÇÃO E INFORMAÇÃO CADASTRADAS ORIUNDAS DE USUÁRIOS DE PLANOS DE SAÚDE,
ANOS 2019 E 2020 69
LISTA DE GRÁFICOS
GRÁFICO 4.1- MONITORAMENTO AGENDA REGULATÓRIA – JANEIRO 2021 38
GRÁFICO 4.4- TEMPO MÉDIO DE ANÁLISE DE ANORMALIDADES ADMINISTRATIVAS GRAVES DE NATUREZA ASSISTENCIAL EM 2020 43
GRÁFICO 4.5- EVOLUÇÃO DA QUANTIDADE DE CONTRIBUIÇÕES NAS TRÊS ÚLTIMAS CONSULTAS PÚBLICAS DO ROL 45
GRÁFICO 4.5- EVOLUÇÃO DA QUANTIDADE DE CONTRIBUIÇÕES NAS TRÊS ÚLTIMAS CONSULTAS PÚBLICAS DO ROL 46
GRÁFICO 4.8- VALOR ANUAL REPASSADO AO FUNDO NACIONAL DE SAÚDE (EM MILHÕES DE REAIS) 55
GRÁFICO 4.13 -DISTRIBUIÇÃO DAS RECLAMAÇÕES PELA SUA NATUREZA, ANOS 2019 E 2020 69
GRÁFICO 4.14 -DISTRIBUIÇÃO DO MEIO DE ATENDIMENTO DAS RECLAMAÇÕES E INFORMAÇÕES, ANOS 2019 E 2020 69
GRÁFICO 5.2- ANS: COMPARATIVO DA EVOLUÇÃO DO ORÇAMENTO E DA DESPESA - PESSOAL, BENEFÍCIOS E ENCARGOS 78
GRÁFICO 5.3 -ANS: COMPARATIVO DA EVOLUÇÃO DO ORÇAMENTO E DA DESPESA - CUSTEIO, INVESTIMENTOS E INVERSÕES
FINANCEIRAS 79
GRÁFICO 5.5 ANS 2020: DESPESA COM PESSOAL POR TIPO (R$) 79
GRÁFICO 5.7 ANS 2020: EXECUÇÃO ORÇAMENTÁRIA DAS PRINCIPAIS AÇÕES ORÇAMENTÁRIAS (EXCETO PESSOAL) 81
GRÁFICO 5.8 ANS: COMPARATIVO DE PRECATÓRIOS ANS 2017 - 2020 (EM R$) 82
GRÁFICO 5.9 ANS: COMPARATIVO DE INSCRIÇÕES NO CADIN DE OPERADORAS POR SITUAÇÃO – 2019-2020 83
GRÁFICO 5.10 - ANS: COMPARATIVO DA ARRECADAÇÃO DA TPS POR ANO (EM MILHÕES DE R$) 84
GRÁFICO 5.11 - ANS 2020: DISTRIBUIÇÃO (%) DE CONTRATOS POR ÁREA DEMANDANTE 85
GRÁFICO 5.13 - ANS 2020: GASTO COM TERCEIRIZAÇÃO DE MÃO-DE-OBRA POR TIPO 86
GRÁFICO 5.17- ANS: COMPARATIVO DA QUANTIDADE DE PROCESSOS MAPEADOS POR ANO 100
GRÁFICO 5.18- ANS: COMPARATIVO DE EXECUÇÃO DO ORÇAMENTO DE CUSTEIO E INVESTIMENTO EM TI – 2019-2020 100
LISTA DE QUADROS
QUADRO 1.1 - PPA NO ÂMBITO DA ANS 22
QUADRO 4.5- PROCEDIMENTOS REALIZADOS EM 2019 PELOS PLANOS DE SAÚDE, POR TIPO 43
QUADRO 5.2 - ANS 2020: ESTIMATIVA DO MONTANTE A SER DEVOLVIDO DE TPS POR TIPO 82
QUADRO 5.6 - ANS 2020: CONTRATO DE LOCAÇÃO DE BENS IMÓVEIS NO RIO DE JANEIRO (SEDE) 90
QUADRO 5.7 - ANS 2020: CONTRATOS DE LOCAÇÃO DE BENS IMÓVEIS DOS NÚCLEOS DA ANS 90
QUADRO 5.8 - ANS: COMPARATIVO DE GASTOS COM TRANSPORTE TERRESTRE POR TIPO – 2019-2020 91
QUADRO 5.9 - ANS: COMPARATIVO DE GASTOS COM TRANSPORTE ÁEREO POR TIPO – 2019-2020 91
QUADRO 5.10- ANS: COMPARATIVO DE QUANTIDADE DE BILHETES ÁEREOS UTILIZADOS – ANOS 2019-2020 91
QUADRO 5.12- ANS 2020: % DE DESPESAS COM FORÇA DE TRABALHO POR TIPO 95
QUADRO 5.14- ANS 2020: QUANTIDADE DE SERVIDORES POR CARGO COMISSIONADO E REMUNERAÇÃO 96
QUADRO 6.2 - ANS: DEMONSTRAÇÕES DE VARIAÇÕES PATRIMONIAIS- DVP RESUMIDA - 2020-2019 105
QUADRO 6.3 - ANS: RESUMO DA RECEITA REALIZADA X DESPESA EMPENHADA – 2020-2019 106
QUADRO 6.8 -ANS: RESUMO DA GERAÇÃO DE CAIXA POR ATIVIDADE – 2020-2019 109
GOVERNANÇA E ESTRATÉGIA 25
2.1 GESTÃO ESTRATÉGICA NA ANS________________________________________________________________25
2.2 MODELO DE GOVERNANÇA E ESTRUTURAS DE GOVERNANÇA___________________________________________30
2.3 PRINCIPAIS AÇÕES DE SUPERVISÃO, CONTROLE E CORREIÇÃO___________________________________________32
DESEMPENHO INSTITUCIONAL 37
4.1. RESULTADOS MENSURADOS PELOS INSTRUMENTOS DE GESTÃO ________________________________________37
4.2 RESULTADOS E ENTREGAS DAS AÇÕES PLANEJADAS SETORIALMENTE_____________________________________41
4.3 GESTÃO DE MULTAS E PRECATÓRIOS____________________________________________________________73
4.4 DESAFIOS E AÇÕES FUTURAS_________________________________________________________________75
Os sistemas de saúde de todo o mundo foram severamente impactados, tendo sido necessário rever modos de ação para o
enfrentamento da pandemia. Foi preciso aprender e aceitar que atitudes como o distanciamento social, o uso de máscaras
e a higienização constante de mãos com água e sabão e álcool em gel são imprescindíveis para evitar a propagação e a
contaminação pelo vírus.
Nesse novo contexto mundial, no mesmo ano em que completou 20 anos, a Agência Nacional de Saúde Suplementar viu-se
também obrigada a enfrentar os desafios trazidos pela pandemia para o setor de saúde suplementar brasileiro, o que exigiu
diferentes formas de atuação e adoção de respostas céleres.
Pautada na transparência e no diálogo amplo com toda a sociedade e alinhada com as demais ações de saúde adotadas no país,
a ANS adotou diversas medidas regulatórias, tanto do ponto de vista assistencial, quanto sob o enfoque econômico-financeiro.
Uma das primeiras medidas, em março de 2020, foi a inclusão do exame de detecção do Coronavírus no rol de procedimentos e
eventos em saúde, obrigatório para os beneficiários de planos de saúde. Posteriormente foram incluídos exames auxiliares para
diagnóstico e tratamento, bem como exames sorológicos, como a pesquisa de Anticorpos IgG ou Anticorpos Totais. Ressalte-se
ainda que a cobertura do tratamento aos pacientes diagnosticados com o Covid-19 já era assegurada aos beneficiários de planos
de saúde, de acordo com a segmentação do plano contratado (ambulatorial, hospitalar).
Face à crise causada pela pandemia e diante da necessidade de reduzir a sobrecarga das unidades de saúde e de evitar a
exposição desnecessária de beneficiários ao risco de contaminação, a ANS decidiu, ainda em março, prorrogar, em caráter
excepcional, os prazos máximos de atendimento para a realização de consultas, exames, terapias e cirurgias que não fossem
urgentes, definidos na Resolução Normativa nº 259/2011. Destaque-se que os prazos foram mantidos para as seguintes
hipóteses: atendimentos relacionados ao pré-natal, parto e puerpério; doenças crônicas; tratamentos continuados; revisões
pós-operatórias; diagnóstico e terapias em oncologia; psiquiatria, bem como tratamentos cuja não realização ou interrupção
colocassem em risco o paciente.
Ademais, a ANS reforçou a orientação para a realização de atendimento à distância pelas operadoras e prestadores de serviços
de saúde, bem como viabilizou a implementação da telessaúde na saúde suplementar, respeitando-se as regras estabelecidas
pelos respectivos conselhos profissionais de saúde e pelo Ministério da Saúde.
Com o intuito de possibilitar às operadoras concentrar seus esforços no enfrentamento da doença, a ANS determinou ainda a
prorrogação de prazos para envio de informações obrigatórias e de respostas a processos.
Considerando também os impactos econômico-financeiros provocados pela pandemias, a ANS flexibilizou normas
prudenciais, a partir da antecipação dos efeitos do congelamento da margem de solvência para as operadoras que
manifestassem a opção pela adoção antecipada do capital baseado em riscos (CBR) e do adiamento para 2021 do início da
exigência das provisões de passivo para Insuficiência de Contraprestação/Prêmio (PIC) e para Eventos/Sinistros Ocorridos
e Não Avisados ocorridos no SUS (PEONA SUS). Tais medidas conferiram às operadoras maiores volumes de recursos
para o enfrentamento da pandemia. Complementarmente, houve ainda a concessão de outros incentivos regulatórios
a operadoras em situação regular junto a ANS, mediante contrapartidas a serem cumpridas pelas empresas, como a
assinatura de termos de compromisso para proteção dos beneficiários de planos de saúde e da rede de prestadores de
serviços de saúde.
Diante de um cenário de dificuldades para o consumidor em função da retração econômica acarretada pela pandemia e da
redução de utilização dos serviços de saúde no período, em uma iniciativa inédita, em agosto de 2020, a ANS decidiu pela
suspensão do pagamento das parcelas relativas ao reajuste por faixa etária e ao reajuste financeiro nos meses de setembro a
dezembro de 2020. Essa medida buscou conferir alívio financeiro ao consumidor, sem desestabilizar as regras e os contratos
estabelecidos.
Deve ser destacada ainda a criação de instrumento que monitora diariamente a entrada de demandas relacionadas à COVID-19
e de procedimento especial no âmbito da NIP para acompanhamento e análise dessas demandas. Ressalte-se que a NIP é um
instrumento completamente eletrônico, de natureza pré-processual, utilizado para intermediar os conflitos existentes entre
beneficiários e operadoras. Objetiva evitar o aumento de processos administrativos sancionadores ou mesmo a judicialização
Em um setor em que a assimetria de informação é uma das principais falhas a ser superada, a informação representa um insumo
indispensável para uma regulação efetiva, notadamente no contexto da crise causada pela Covid-19.
Nesse sentido, a ANS ainda orientou os entes regulados a disponibilizarem canais de atendimento específicos para esclarecimentos
e informações sobre a doença. A própria agência criou um espaço próprio em seu portal na internet, no qual constam todas as
informações sobre o enfrentamento da pandemia.
Desde março, a ANS passou também a publicar o Painel Covid-19, um relatório diário sobre o tema a partir das reclamações
feitas pelos beneficiários perante a Agência. Esse painel permite o acompanhamento da atuação das operadoras de planos
privados de saúde na pandemia, possibilitanto à agência uma fiscalização mais incisiva sobre os entes regulados no que tange
ao descumprimento das normas estabelecidas pela agência e à dessassistência dos beneficiários. É atualizado diariamente e
pode ser acessado por qualquer cidadão.
Com o objetivo de garantir informação para a tomada de decisões de todos os atores do setor suplementar de saúde, a ANS
também lançou, em maio de 2020, o Boletim Covid-19 da Saúde Suplementar, com o panorama do setor. O Boletim conta com
informações assistenciais, econômico-financeiras e de reclamações dos consumidores.
Trata-se de uma ação regulatória que foi, inclusive, premiada pela Fundação Getúlio Vargas, em razão de ser uma iniciativa
inovadora, ao trazer informação estratégica em um momento de tantas incertezas, permitindo que as decisões sejam pautadas
a partir de um conjunto de dados que fornecem um panorama setorial.
Essa estratégia regulatória, é importante frisar, surgiu da compreensão do corpo técnico e diretivo da ANS de que, em momentos
marcados por tantas incertezas, a informação é um fator fundamental para a melhor tomada de decisão.
Portanto, é possível perceber que, entre os pontos centrais da regulação de saúde suplementar nesse momento de pandemia,
a informação foi um ponto central na tomada de decisão, assim como a transparência e a participação social, enquanto eixos
norteadores dos processos decisórios.
Cabe salientar que a resposta regulatória se deu em uma celeridade sem precedentes, como resultado da dedicação do órgão
em trazer respostas eficientes, efetivas e no tempo oportuno para todos os atores da saúde suplementar.
No âmbito interno, foi necessária a readequação da estrutura de trabalho da Agência para permitir o trabalho remoto por todos
os servidores e colaboradores, como contratação e aumento do uso de serviços em nuvem, redução do número de aquisição de
computadores desktop, troca de computadores físicos por máquinas virtuais e adaptações na gestão de contratos dos serviços
terceirizados. Em paralelo, foram realizadas migrações e atualizações da rede de comunicação interna e de infraestrutura de
servidores e de banco de dados. Essa readequação foi fundamental para garantir o pleno funcionamento da ANS e o retorno às
atividades presenciais, quando ocorrer, com uma infraestrutura balanceada para absorver o máximo do quantitativo de pessoas,
seja em ambientes presenciais ou virtuais, considerando-se que o trabalho remoto se configura como uma tendência.
O distanciamento social trazido pela pandemia do Coronavírus mostrou ainda a necessidade de fortalecimento da jornada de
transformação em direção a uma ANS verdadeiramente digital. Especialmente no caso de órgãos públicos, transformação digital
significa aproveitar o máximo potencial das tecnologias digitais para melhorar a jornada do cidadão na interação com o Estado.
Se antes o SEI era apenas para uso interno, em 2020, todos que se relacionam com a ANS já podem utilizar o protocolo eletrônico
para iniciar um novo processo ou inserir documentos em um processo já existente. O projeto ANS Digital objetiva mudar a
experiência dos cidadãos com a ANS, proporcionando agilidade e reduzindo custos administrativos com ganhos de eficiência e
efetividade.
Ressalte-se ainda que, paralelamente às ações relativas ao enfrentamento da pandemia, a ANS realizou, ainda em 2020, outras
atividades visando garantir a sustentabilidade e qualidade assistencial das operadoras; promover a supervisão constante do
mercado; prover informações qualificadas para sociedade, com o fortalecimento da conscientização dos beneficiários acerca
de seus direitos e deveres em saúde; incentivar o aprimoramento da qualidade das operadoras e dos prestadores de serviços;
aperfeiçoar o relacionamento entre operadoras e prestadores de serviços de saúde para melhoria da saúde, bem como a
promover a integração das políticas de saúde pública e privada.
Uma das principais ações foi a atualização do Rol de Procedimentos e Eventos em Saúde, que constitui a referência básica
para a cobertura assistencial obrigatória pelas operadoras privadas de assistência à saúde, para os planos contratados a partir
de 1º de janeiro de 1999 ou adaptados à lei, de acordo com a segmentação contratada. Foi concluída a análise do conjunto de
A análise do conjunto de documentos produzidos e das discussões realizadas resultou em um conjunto de recomendações
preliminares e na minuta de resolução normativa que, após aprovação pela Diretoria Colegiada da ANS, foram submetidas a
Consulta Pública nº 81/2020, que recebeu 30.658 (trinta mil, seiscentas e cinquenta e oito) contribuições, sendo considerada a
maior já realizada pela ANS.
A busca pela solvência dos entes regulados, de forma a assegurar a assistência aos beneficiários, dá-se pelo constante
monitoramento do mercado. Em 2020, foram elaboradas 464 análises econômico-financeiras, abrangendo 315 operadoras, que
totalizavam cerca de 56 milhões de beneficiários vinculados, correspondendo a 76% do mercado regulado. Além disso, foram
acompanhadas 50 operadoras em Procedimentos de Adequação Econômico-Financeira (PAEF), que é um conjunto de medidas e
ações que visam, em espaço de tempo determinado, corrigir, de forma gradual, anormalidades econômico-financeiras.
O processo de ressarcimento ao Sistema Único de Saúde (SUS), realizado pela ANS, é um importante mecanismo regulatório que
busca devolver aos cofres públicos os valores dispendidos no tratamento de beneficiários de operadoras no SUS e impedindo
o subsídio, ainda que indireto, de atividades lucrativas com recursos públicos. Apesar das intercorrências decorrentes da
pandemia, a ANS encerrou 2020 alcançando duas metas históricas: a redução do intervalo de notificação das operadoras desde
a ocorrência no SUS e a estabilização do passivo de análises de impugnações e recursos. Se em janeiro de 2020, o processo
de ressarcimento contava com um passivo de cerca de 337,3 mil impugnações e recursos, ao final do ano, esse número havia
sido reduzido para 87,8 mil. Por outro lado, a redução do intervalo de notificação das operadoras possibilitará acompanhar a
utilização do SUS pelos beneficiários atingidos pela nova doença a partir de março de 2021. Em 2020, foram repassados ao
Fundo Nacional de Saúde R$ 816,23 milhões a título de ressarcimento.
Em 2020, foram ainda arrecadados R$ 88,67 milhões em multas, um valor expressivo, considerando-se as dificuldades presentes
no processo de cobrança pelo setor público, de forma geral.
Com o intuito de desburocratizar e simplificar o arcabouço normativo, contribuindo para a eficiência do setor e a competividade
do país, a ANS iniciou em 2020 a gestão do estoque regulatório. Ao todo, foram revogadas 307 normas, que já se encontravam
tacitamente revogadas, perderam a eficácia ou foram substituídas por normas mais recentes e atualizadas. Essa medida atende
ao que está estabelecido nos Decreto nº 9.191, de 2017, e nº 10.139, de 2019, e está contemplada na Agenda Regulatória 2019-
2021 da ANS, que determina a revisão e consolidação dos atos normativos.
Por fim, a entrada em vigor da Lei Geral de Proteção de Dados Pessoais, em setembro de 2020, implicou a necessidade
de uma jornada de modificação de cultura organizacional da ANS, exigindo o envolvimento de todos os setores da Agência,
visto que o tratamento de dados pessoais consiste em atividade comum e cotidiana da grande parte dos agentes públicos,
os quais devem estar adequadamente treinados e preparados para esse novo marco legal. Ressalte-se que, das onze
agências reguladoras federais, a ANS foi a primeira a designar um servidor para desempenhar a função como encarregado
pelo tratamento de dados pessoais. Outras iniciativas para a implementação efetiva da LGPD passaram pela criação de uma
estrutura específica na Agência para essa finalidade, pela elaboração de materiais de comunicação orientativos sobre o tema
e pela realização de encontros virtuais para disseminar o conhecimento da Lei e sua aplicação, enfatizando o compromisso
permanente da ANS com o tema.
Nesse Relatório Anual de Gestão, no formato de relato integrado, procurou-se seguir as melhores práticas adotadas pelas
organizações, públicas e privadas, bem como as recomendações e determinações do Tribunal de Contas da União. O presente
relatório contou com a participação de todas as áreas da Agência em sua elaboração, traduzindo a busca pela sinergia de ações
que marca a trajetória da ANS.
Ao entregar o presente Relatório, como integrante do Comitê de Governança, Riscos e Controles, reafirmo o nosso comprometimento
de promover práticas e princípios de conduta e padrões de comportamentos, nossa responsabilidade em assegurar a integridade
deste relatório, tendo envolvido os níveis hierárquicos decisórios e suas equipes técnicas para a obtenção e consolidação das
informações, e aprovado o produto final ora apresentado.
Os resultados de 2020 mostram que somos capazes de superar desafios. As ações demandaram muita dedicação por parte
da ANS e ainda estão em processo de avaliação, dado que a pandemia persiste e os efeitos ainda serão sentidos por algum
tempo. Embora a regulação tenha o difícil papel de conjugar interesses por natureza conflitantes, a crise causada pela Covid-19
reafirmou a importância de uma atuação coesa e uníssona entre todos os atores do setor de saúde suplementar para que seja
possível enfrentar os desafios que ainda estão por vir.
A missão ou finalidade institucional da ANS é promover a defesa do interesse público na assistência suplementar à saúde, regular
as operadoras setoriais, inclusive quanto às suas relações com prestadores e consumidores e contribuir para o desenvolvimento
das ações de saúde no País, conforme descrito no artigo 3º da Lei nº 9.961/2000.
A visão da ANS é ser referência pela excelência técnica e qualidade da produção de saúde.
Seu marco legal encontra-se na Lei nº 9.656/1998, que dispõe sobre os planos e seguros privados de assistência à saúde e na
Lei nº 9.961/2000, de criação da ANS.
As principais competências da ANS são propor políticas e diretrizes gerais para a regulação do setor e fixar as normas para
constituição, organização, funcionamento e fiscalização das operadoras, incluindo:
a) conteúdos e modelos assistenciais;
b) adequação e utilização de tecnologias em saúde;
c) direção fiscal ou técnica;
d) liquidação extrajudicial;
e) procedimentos de recuperação financeira das operadoras;
f) normas de aplicação de penalidades;
g) garantias assistenciais, para cobertura dos planos ou produtos comercializados ou disponibilizados;
h) adotar medidas que estimulem a competição no setor;
i) estabelecer as características gerais dos instrumentos contratuais utilizados na atividade das operadoras;
j) estabelecer normas para o Ressarcimento ao SUS; e
k) administrar e arrecadar as taxas instituídas.
Graduado em Direito pelo Centro Universitário Eurípedes Soares da Rocha de Marília (SP), Rogério
Scarabel Barbosa tem especialização em Gestão Hospitalar e Organização da Saúde pela
Universidade Federal do Ceará; e em Direito do Consumidor pela Universidade de Fortaleza.
Scarabel atua no setor de saúde desde 2004 e tem ampla experiência nos segmentos de saúde
suplementar e saúde pública. Durante os últimos 14 anos, atuou como advogado na área de
Direito da Saúde.
Graduado em Direito pelo Centro Universitário de João Pessoa – Unipê – PB, com curso de
Capacitação em Gestão e Direito da Saúde, Paulo Rebello tem ampla experiência na vida pública.
Em 2016, ingressou no Ministério da Saúde como Chefe de Gabinete do Ministro.
Em sua trajetória profissional exerceu os cargos de:
- Chefe de Gabinete do Ministro no Ministério da Saúde – 2016/2018;
- Assessor Especial do Ministro e Substituto da Chefia de Gabinete do Ministério da Integração
Nacional – 2015/2016;
- Gerente de Projetos, Assessor Especial do Ministro e Substituto da Chefia de Gabinete do
Ministro no Ministério das Cidades – 2012/2015;
- Assessor Jurídico na Diretoria Comercial da Companhia de Águas da Paraíba – Cagepa
2009/2011;
- Procurador Geral do Município de Esperança – PB – 2009/2010.
Funcionária da ANS desde 2002 e servidora de carreira desde 2005, Simone Freire é graduada em
Ciências Jurídicas pela Universidade São Francisco (São Paulo) e possui especialização em Direito
Público pela mesma instituição (2000). Em 2004, fez pós-graduação em Direito Administrativo,
Tributário e Constitucional, pela Universidade Estácio de Sá (Rio de Janeiro). Em 2008, concluiu
especialização em Regulação de Saúde Suplementar, pela Fundação Getúlio Vargas, em parceria
com o Hospital Sírio Libanês e a ANS. Em 2015, concluiu o MBA Executivo realizado pelo Instituto
COPPEAD de Administração da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).
Maurício Nunes da Silva é servidor da ANS desde 2005, atualmente no cargo efetivo de analista
administrativo. É graduado em Administração pela Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro
(UFRRJ), com especialização em Finanças Públicas pela Universidade Cândido Mendes e mestrado
em Administração Pública pela Fundação Getúlio Vargas (FGV/RJ).
Servidor público de carreira da ANS desde 2007, Rodrigo Aguiar é graduado em Direito pelo
Centro Universitário da Cidade (RJ), possui pós-graduação em Direito Público pela Universidade
Cândido Mendes (RJ) e MBA Executivo em Gestão de Negócios pelo IBMEC (RJ).
Concluiu o curso Fronteiras em Gestão Pública pela Fundação Dom Cabral (2014), o Curso de
Governança Corporativa em Saúde pelo Instituto Brasileiro de Governança Corporativa (2015), o
curso de Liderança Inovadora em Saúde – Alumni COPPEAD – 2018 e o curso de Conselheiro de
Administração pelo IBGC (2019). Na ANS, atuou nas Diretorias de Desenvolvimento Setorial
(DIDES), de Fiscalização (DIFIS), de Gestão (DIGES) e de Normas e Habilitação das Operadoras
(DIOPE).
César Serra ingressou na ANS em 2000, data de criação da autarquia. É graduado em Ciências
Econômicas pela Universidade Federal do Rio de Janeiro/UFRJ e em Ciências Atuariais na
Universidade Estácio de Sá/UNESA, com MBA em Gestão de Negócios e Tecnologia da Informa-
ção, na Escola de Administração Pública na Fundação Getúlio Vargas/FGV-RJ e Especialização em
Economia na George Washington University (EUA). É representante da ANS na International
Association of Insurance Supervisors – IAIS.
DICOL ÁREAS
VINCULADAS
DIRETORIA DE DIRETORIA DE
DIRETORIA DE PRESIDÊNCIA
DIRETORIA DE NORMAS E NORMAS E OUVIDORIA
DESENVOLVIMENTO Diretor-Presidente - CD I
FISCALIZAÇÃO HABILITAÇÃO HABILITAÇÃO
SETORIAL
Diretor - CD II DOS PRODUTOS DAS OPERADORAS
Diretor - CD II
DIRETORIA Diretor - CD II Diretor - CD II PROCURADORIA
DE GESTÃO DIGES FEDERAL
COMISSÃO
DE ÉTICA
CORREGEDORIA
A Lei nº 9.961, de 28 de janeiro de 2000, o Decreto nº 3.327, de 05 de janeiro de 2000, e a Resolução Regimental n.º 1, de 17
de março de 2017 definem a estrutura organizacional básica da ANS, a forma como deve ser a direção da Agência, bem como
o seu Regimento Interno.
A Lei nº 9.961, de 28 de janeiro de 2000, alterada pela Lei nº 13.848, de 25 de junho de 2019, cria a ANS e, no capítulo II, trata
da estrutura organizacional da Agência. Em seus artigos 5º e 6º, essa lei estabelece que a diretoria da ANS deve ser colegiada
O Decreto nº 3.327, de 05 de janeiro de 2000, que aprovou o primeiro Regulamento Interno da ANS, definiu no artigo 4º que
a estrutura básica para a ANS seria a seguinte: Diretoria Colegiada (DICOL), Câmara de Saúde Suplementar, Procuradoria,
Ouvidoria e Corregedoria.
A administração da ANS, conforme determinado pela Lei nº 9.961/2000, foi regida por um contrato de gestão assinado
pelo Ministro de Estado de Saúde e pelo diretor-presidente da ANS, até setembro de 2019, quando entrou em vigor a Lei nº
13.848/2019, a qual revogou os artigos referentes ao Contrato de Gestão.
O novo marco legal das Agências Reguladoras, consubstanciado na Lei n.º 13.848/2019, traz uma série de inovações e avanços
com vistas à melhoria da qualidade regulatória no Brasil, o que exige das Agências a elaboração de um conjunto de mecanismos,
instrumentos de gestão, projetos e ações específicas que farão parte de um novo modelo de governança a ser seguido.
Entre as novas diretrizes legais destacam-se: i) a formulação de Plano Estratégico Quadrienal, ii) a elaboração de Plano de Gestão
Anual - instrumento anual do planejamento consolidado da agência reguladora e contemplará ações, resultados e metas relacionados
aos processos finalísticos e de gestão, iii) a implementação de agenda regulatória; e iv) elaboração de Relatório Anual de Atividades.
Todas as deliberações da Diretoria Colegiada - DICOL são tomadas em reuniões ou por intermédio de circuitos deliberativos.
Nessas reuniões são discutidos assuntos do setor de saúde suplementar e sobre o funcionamento da ANS.
A Diretoria Colegiada reúne-se com a presença de pelo menos 3 diretores, entre eles o diretor-presidente ou seu substituto
legal, e delibera com, no mínimo, 3 votos coincidentes. Dos atos praticados pelos diretores, sempre cabe recurso à DICOL como
última instância administrativa. Cada ato a ser submetido à decisão da DICOL, pelo diretor-presidente ou por diretor, deve ser
acompanhado do respectivo voto ou proposta de decisão, contendo resumo de seu conteúdo, da nota de cada Diretoria e, quando
necessário ou solicitado, de parecer da Procuradoria Federal junto à ANS (PROGE).
A ANS conta com a Câmara de Saúde Suplementar (CAMSS), órgão de participação institucionalizada da sociedade na ANS, de
caráter permanente e consultivo, que tem por finalidade auxiliar a Diretoria Colegiada nas suas discussões.
A ANS também conta com Órgãos Vinculados, ou seja, não subordinados à sua estrutura. São eles: Ouvidoria, Procuradoria
Federal junto à ANS, Corregedoria, Auditoria Interna e Comissão de Ética.
A seguir, estão destacadas algumas das principais competências das diretorias da ANS:
• Diretoria de Normas e Habilitação das Operadoras (DIOPE) - planeja, coordena, organiza e controla as atividades de
autorização de funcionamento, de transferência de controle societário, de acompanhamento econômico financeiro e dos
regimes especiais de direção fiscal e de liquidação extrajudicial das operadoras de planos privados de saúde.
• Diretoria de Gestão (DIGES) - planeja, coordena, organiza e implementa políticas, ações e projetos de gestão e aprimoramento
internos, visando ampliar a capacidade de governança da ANS, por meio do fomento aos projetos de estudos e pesquisas, do
gerenciamento de pessoas, da tecnologia da informação e da execução das atividades administrativo-financeiras.
• Diretoria de Desenvolvimento Setorial (DIDES) - planeja, coordena e organiza ações e projetos de estímulo e indução
melhoria à qualidade da atenção à saúde; aperfeiçoamento do relacionamento entre operadoras e prestadores de serviços
de saúde; disseminação e integração de informações setoriais, e integração e ressarcimento ao SUS.
• Diretoria de Normas e Habilitação dos Produtos (DIPRO) - planeja, coordena, organiza e controla as atividades de
regulamentação, habilitação e acompanhamento dos planos privados de saúde; as atividades relacionadas à regulação
assistencial, incluindo a revisão periódica do Rol de Procedimentos, o incentivo a programas de promoção da saúde, o
monitoramento do risco assistencial, a instauração do regime de direção técnica, o monitoramento da garantia de atendimento,
Cadeia de Valor
Sustentabilidade
das operadoras
Gestão da Gestão orçamentária,
Suporte
AMBIENTE ECONÔMICO:
• recuperação gradual da economia diante do enfretamento da pandemia;
• continuidade do ajuste fiscal e das reformas estruturais, com controle dos gastos públicos no longo prazo;
• arrefecimento da inflação convergindo para o centro da meta;
• política monetária efetiva visando estimular o crescimento econômico e reduzir o custo de financiamento.
AMBIENTE POLÍTICO:
• surgimento de novas lideranças políticas;
• uso de redes sociais como lócus de contato com a sociedade;
• manutenção da pressão social por melhoria dos serviços de saúde, pública e privada;
• ampliação do debate sobre acesso e reajuste de mensalidades de plano de saúde.
AMBIENTE DEMOGRÁFICO:
• envelhecimento da população brasileira duas vezes mais rápido que a média mundial, se mantida a taxa atual, tornando cada
vez mais crítico e fundamental, o pacto intergeracional.
AMBIENTE TECNOLÓGICO:
• constante surgimento de novos meios de comunicação, geração e difusão de informações;
• aumento da importância da gestão da informação para a identificação de problemas e soluções;
• crescente pressão, por parte dos atores setoriais e sociedade em geral, por transparência e acesso à informação em tempo
real, com garantia da proteção de dados pessoais e institucionais;
• constante desenvolvimento de novas tecnologias em saúde;
• maior demanda pela transformação digital dos serviços públicos;
• a inteligência artificial é um novo paradigma nos processos decisórios;
• consolidação do trabalho remoto;
• consolidação do uso da telemedicina;
• pressão por aumento da competitividade da indústria da saúde, reduzindo a dependência externa, com o desenvolvimento e
a produção de vacinas, medicamentos, insumos e equipamentos médicos.
CAPITAL MISSÃO
Promover a defesa do interesse público na assistência suplementar à
Corpo Diretivo Sede Própria saúde, regular as operadoras setoriais, inclusive quanto às suas relações
5 Diretores Rio de janeiro com prestadores e consumidores e contribuir para o desenvolvimento das
ações de saúde no País
DADOS DO SETOR
Dados extraídos da Sala de Situação em 13/01/2021
47,4 milhões
Beneficiários* de planos de assistência médica
GOVERNANÇA E ESTRATÉGIA
2.1 GESTÃO ESTRATÉGICA NA ANS
A Lei nº 13.848/2019 trouxe uma série de diretrizes com vistas à melhoria da qualidade regulatória no Brasil, o que exige das
Agências a elaboração de um conjunto de mecanismos que articule os instrumentos de gestão, quais sejam o Plano Estratégico,
o Plano de Gestão Anual e a Agenda Regulatória, que contemplam projetos e ações a serem desenvolvidas pelas instituições.
Em consonância com essas diretrizes, o Plano Estratégico da ANS contém o Mapa Estratégico e seus instrumentos de
desdobramento, chamados de Plano de Gestão Anual (PGA) e a Cesta de Indicadores institucionais. Para consecução dos objetivos
estratégicos do Mapa, representantes das diretorias e unidades vinculadas, elaboraram as propostas de ações e projetos para
o exercício seguinte. Em outras palavras, o Mapa relata “o que” queremos e o Plano de Gestão Anual (PGA) aponta, por meio de
projetos e ações, “como” faremos para alcançar aqueles objetivos do Mapa Estratégico. Além do PGA, a Lei exige que outros
instrumentos de gestão, como a Agenda Regulatória e os Projetos Estratégicos, estejam alinhados ao Plano Estratégico da ANS.
A FIGURA 2.1 MODELO DE GESTÃO ESTRATÉGICA DA ANS demonstra como deve ser concebida a estratégia da ANS, por meio
do alinhamento de diversos instrumentos de gestão, tais como: Mapa Estratégico, PPA, Mapa de Riscos, Plano de Gestão Anual,
Agenda Regulatória e o Programa de Qualificação Institucional.
1.1) Contribuir, por meio do 1.2) Assegurar que a 1.3) Garantir o acesso 1.4) Promover o 1.5) Zelar pela
exercício da sua função de regulação oferta de planos privados do consumidor aos equilíbrio qualidade
e de fiscalização, para a construção de assistência à saúde serviços da saúde no relacionamento dos serviços prestados
de um setor de saúde suplementar seja feita por operadoras suplementar. entre beneficiários, na saúde suplementar.
cujo principal interesse seja a sustentáveis. operadoras e
geração de saúde. prestadores.
2.1) Consolidar ações 2.2) Propor ações que 2.3) Intensificar 2.4) Promover um 2.5) Promover 2.6) Aprimorar
regulatórias de garantia contribuam para a ações de redução ambiente regulatório que a previsibilidade a efetividade
da prestação dos redução da assimetria favoreça a concorrência e regulatória e a da participação
serviços dos desperdícios na de informações. o desenvolvimento do qualificação do pública no
em saúde suplementar, cadeia setor de saúde processo de processo
por meio da fiscalização, de valor das operações suplementar com elaboração do regulatório.
monitoramentos e em saúde suplementar. eficiência e ato regulatório.
regimes especiais. sustentabilidade.
3.1) Fortalecer a imagem institucional por 3.2) Assumir o protagonismo no debate 3.3) Integrar 3.4) Fortalecer a
meio de estratégia de informação, educação, regulatório por meio da intensificação a informação e as articulação com o Sistema
comunicação e da produção de do relacionamento institucional com ações entre os setores Nacional de Defesa do
conhecimento em articulação com órgãos e entidades governamentais do público e privado. Consumidor, Ministério
instituições de ensino e pesquisa. legislativo e executivo e entidades Público, Defensoria Pública
representativasdo setor. e Poder Judiciário.
4.1) Buscar a 4.2) Alinhar 4.3) Alinhar 4.4) Implementar 4.5) Assegurar 4.6) Modernizar 4.7) Aprimorar 4.8) Otimizar
racionalização os processos o modelo de mecanismos a infraestrutura e consolidar a a gestão da
dos recursos de trabalho e planejamento, governança em de governança e soluções de implementação estrutura física
institucionais e a estrutura a gestão e a gestão de pessoas e que favoreçam a Tecnologia da do Plano Diretor das unidades e
a eficiência do organizacional execução promover políticas de integração, Informação de Tecnologia o uso de
gasto público, à estratégia orçamentária comprometimento e inovação alinhado às boas da Informação recursos
com o foco na da instituição. ao desenvolvimento dos dos processos e práticas de e Comunicações materiais e
transparência e planejamento servidores com foco gestão de riscos. governança. patrimoniais.
na prestação de estratégico. em resultados.
contas.
AI - Articulação Institucional
Identifica os processos internos que norteiam a interação com os atores do setor. Representa oportunidade para a consolidação da instituição
no protagonismo do debate regulatório e do fortalecimento da imagem institucional. Neste eixo encontram-se os objetivos relacionados a
estratégia de informação, comunicação e educação; interação com o setor regulado, com sistema nacional de defesa do consumidor, poder
judiciário e demais órgãos e entidades governamentais.
1.1) Contribuir, por meio do 1.2) Assegurar que a 1.3) Garantir o acesso 1.4) Promover o 1.5) Zelar pela
exercício da sua função de regulação oferta de planos privados do consumidor aos equilíbrio qualidade
e de fiscalização, para a construção de assistência à saúde serviços da saúde no relacionamento dos serviços prestados
de um setor de saúde suplementar seja feita por operadoras suplementar. entre beneficiários, na saúde suplementar.
cujo principal interesse seja a sustentáveis. operadoras e
geração de saúde. prestadores.
2.1) Consolidar ações 2.2) Propor ações que 2.3) Intensificar 2.4) Promover um 2.5) Promover 2.6) Aprimorar
regulatórias de garantia contribuam para a ações de redução ambiente regulatório que a previsibilidade a efetividade
da prestação dos redução da assimetria favoreça a concorrência e regulatória e a da participação
serviços dos desperdícios na de informações. o desenvolvimento do qualificação do pública no
em saúde suplementar, cadeia setor de saúde processo de processo
por meio da fiscalização, de valor das operações suplementar com elaboração do regulatório.
monitoramentos e em saúde suplementar. eficiência e ato regulatório.
regimes especiais. sustentabilidade.
3.1) Fortalecer a imagem institucional por 3.2) Assumir o protagonismo no debate 3.3) Integrar 3.4) Fortalecer a
meio de estratégia de informação, educação, regulatório por meio da intensificação a informação e as articulação com o Sistema
comunicação e da produção de do relacionamento institucional com ações entre os setores Nacional de Defesa do
conhecimento em articulação com órgãos e entidades governamentais do público e privado. Consumidor, Ministério
instituições de ensino e pesquisa. legislativo e executivo e entidades Público, Defensoria Pública
representativasdo setor. e Poder Judiciário.
4.1) Buscar a 4.2) Alinhar 4.3) Alinhar 4.4) Implementar 4.5) Assegurar 4.6) Modernizar 4.7) Aprimorar 4.8) Otimizar
racionalização os processos o modelo de mecanismos a infraestrutura e consolidar a a gestão da
dos recursos de trabalho e planejamento, governança em de governança e soluções de implementação estrutura física
institucionais e a estrutura a gestão e a gestão de pessoas e que favoreçam a Tecnologia da do Plano Diretor das unidades e
a eficiência do organizacional execução promover políticas de integração, Informação de Tecnologia o uso de
gasto público, à estratégia orçamentária comprometimento e inovação alinhado às boas da Informação recursos
com o foco na da instituição. ao desenvolvimento dos dos processos e práticas de e Comunicações materiais e
transparência e planejamento servidores com foco gestão de riscos. governança. patrimoniais.
na prestação de estratégico. em resultados.
contas.
Com a promulgação da Lei nº 13.848/2019 o Programa de Qualificação Institucional passou a avaliar o alcance dos objetivos
definidos no Mapa Estratégico da ANS.
ZELAR PELA QUALIDADE DOS SERVIÇOS PRESTADOS NA SAÚDE 1.5.1 - PERCENTUAL DE ≥ 76%
SUPLEMENTAR. BENEFICIÁRIOS EM OPERADORAS
COM IDSS NAS DUAS PRIMEIRAS
FAIXAS
ZELAR PELA QUALIDADE DOS SERVIÇOS PRESTADOS NA SAÚDE 1.5.2 - PERCENTUAL DE SEM
SUPLEMENTAR. BENEFICIÁRIOS EM OPERADORAS META
ACREDITADAS
CONSOLIDAR AÇÕES REGULATÓRIAS DE GARANTIA DA PRESTAÇÃO 2.1.1 - ÍNDICE DE SEM
DOS SERVIÇOS EM SAÚDE SUPLEMENTAR, POR MEIO DA RECUPERABILIDADE DE OPS NO META
FISCALIZAÇÃO, MONITORAMENTOS E REGIMES ESPECIAIS. ACOMPANHAMENTO ESPECIAL
ECONÔMICO-FINANCEIRO
CONSOLIDAR AÇÕES REGULATÓRIAS DE GARANTIA DA PRESTAÇÃO 2.1.2 - TEMPO MÉDIO DE ≤ 720
DOS SERVIÇOS EM SAÚDE SUPLEMENTAR, POR MEIO DA TRAMITAÇÃO DO PROCESSO DIAS
FISCALIZAÇÃO, MONITORAMENTOS E REGIMES ESPECIAIS. SANCIONADOR
PROPOR AÇÕES QUE CONTRIBUAM PARA A REDUÇÃO DOS 2.2.1 - PERCENTUAL DE SEM
DESPERDÍCIOS NA CADEIA DE VALOR DAS OPERAÇÕES EM SAÚDE BENEFICIÁRIOS EM OPERADORAS META
SUPLEMENTAR. CERTIFICADAS
PROMOVER A PREVISIBILIDADE REGULATÓRIA E A QUALIFICAÇÃO DO 2.5.1 - ÍNDICE DE ≥ 71%
PROCESSO DE ELABORAÇÃO DO ATO REGULATÓRIO. PREVISIBILIDADE REGULATÓRIA
FORTALECER A ARTICULAÇÃO COM O SISTEMA NACIONAL DE DEFESA 3.4.1 - ÍNDICE DE ADERÊNCIA SEM
DO CONSUMIDOR, MINISTÉRIO PÚBLICO, DEFENSORIA PÚBLICA E AO PROGRAMA PARCEIROS DA META
PODER JUDICIÁRIO. CIDADANIA
Implementar modelo de governança em gestão de pessoas e promover 4.4.1 - Percentual de Execução do a ser
políticas de comprometimento e desenvolvimento dos servidores com foco PDP definida
em resultados.
Implementar modelo de governança em gestão de pessoas e promover 4.4.2 - Percentual de Servidores ≥ 60%
políticas de comprometimento e desenvolvimento dos servidores com foco Capacitados Anualmente
em resultados.
Assegurar mecanismos de governança que favoreçam a integração, inovação 4.5.1 - Percentual de Comunicação ≥ 96%
dos processos e gestão de riscos. Eletrônica entre ANS e Sociedade
Assegurar mecanismos de governança que favoreçam a integração, inovação 4.5.2 - Percentual de Processos com ≥ 12%
dos processos e gestão de riscos. Gestão de Riscos
Modernizar a infraestrutura e soluções de Tecnologia da Informação alinhado 4.6.1 - Percentual de Implementa- ≥ 98%
às boas práticas de governança. ções nos Projetos de Desenvolvimen-
to de TI no Prazo
Aprimorar e consolidar a implementação do Plano Diretor de Tecnologia da 4.7.1 - Percentual de Execução do ≥ 10%
Informação e Comunicações. PDTIC
Otimizar a gestão da estrutura física das unidades e o uso de recursos mate- 4.8.1 - Percentual de m2 Alugado ≥ 36%
riais e patrimoniais.
A Agenda Regulatória 2019-2021 estabelece 16 temas regulatórios que se desdobram em ações a serem desenvolvidas no
período, agrupados em 4 eixos e são vinculados aos objetivos do Mapa Estratégico da ANS: Equilíbrio da Saúde Suplementar,
Aperfeiçoamento do Ambiente Regulatório, Articulação Institucional e Fortalecimento da Governança Institucional.
TEMA 15 -
TEMA 8 - TRANSPARÊNCIA DAS
TEMA 1 - INDUÇÃO À MELHORIA DA INTEGRAÇÃO DAS TEMA 16 - ANS DIGITAL
INFORMAÇÕES DO SETOR À
ATENÇÃO A SAÚDE DOS BENEFICIÁRIOS INFORMAÇÕES DE (E-ANS)
SOCIEDADE
SAÚDE
TEMA 2 - PROVISÕES TÉCNICAS E
TEMA 9 - ASSIMETRIA DE
CAPITAL REGULATÓRIO - MARGEM DE
INFORMAÇÃO NO ATENDIMENTO
SOLVÊNCIA E REGRA DE TRANSIÇÃO
PRESTADO AO BENEFICIÁRIO
PARA EXIGÊNCIA DE CAPITAL
TEMA 10 - APERFEIÇOAMENTO DO
TEMA 3 - ACESSO A PLANOS PRIVADOS
MONITORAMENTO ASSISTENCIAL E
DE ASSISTÊNCIA À SAÚDE
GARANTIAS DE ACESSO
Alinhado às diretrizes estabelecidas no Planejamento Estratégico da Agência e, tendo a Agenda Regulatória 2019-2021 e os
Projetos Estratégicos como parte integrante, o PGA 2020 foi elaborado com a participação das unidades finalísticas, de gestão e
vinculadas da ANS e, de acordo com a Lei nº 13.848/2020, teve sua aprovação pela Diretoria Colegiada.
O Plano de Gestão Anual ANS 2020 consolidou 98 ações e projetos e detalha as metas de desempenho administrativo,
operacional e de fiscalização a serem atingidas durante sua vigência, relacionando-as aos respectivos cronogramas e recursos
orçamentários.
No final de 2020, foi elaborado o Plano de Gestão Anual referente ao ano de 2021 que contempla 35 ações alinhadas ao novo
Planejamento Estratégico da ANS.
No âmbito da ANS, a estrutura de governança pode ser representada pela figura a seguir:
GOVERNANÇA
Sociedade
CASA CIVIL
Outros Ministério da Saúde
Ôrgãos e ME Poder
Entidades Legislativo
Administração Poder
(Diretores) GGATP, Auditoria Judiciário
Interna, CEANS,
Ouvidoria, GPLAN,
Corregedoria e PROGE
Ministério
Público
Gestão Operacional
(Gerentes e Coordenadores) Instância Interna de Governança
Instância Interna de Apoio à Governança
Instância Externa de Governança Vinculada
ao Poder Executivo Federal
Instância Externa de Governança Independente
GESTÃO
O Núcleo da alta administração, formado pelos diretores que compõe a Diretoria Colegiada (DICOL), dirige a instituição e conta
com estruturas vinculadas que contribuem com o aprimoramento do controle interno para o alcance dos objetivos organizacionais.
Entre os órgãos desta estrutura temos a Auditoria Interna (AUDIT), a Comissão de Ética (CEANS), a Ouvidoria (OUVID), a
Corregedoria (PPCOR), bem como o Comitê de Governança, Riscos e Controles (CGRC), criado após o advento da IN Conjunta MP/
CGU n.º 1/2016, e a Câmara de Saúde Suplementar (CAMSS), sendo este último mecanismo de participação institucionalizada
da sociedade, atuando como órgão consultivo na regulação do setor de saúde suplementar.
As atribuições do diretor-presidente estão definidas no art. 11, da Lei nº 9.961/2000, quais sejam:
• representar legalmente a ANS;
• presidir as reuniões da Diretoria Colegiada;
• cumprir e fazer cumprir as decisões da Diretoria Colegiada;
• decidir nas questões de urgência ad referendum da Diretoria Colegiada;
• decidir, em caso de empate, nas deliberações da Diretoria Colegiada;
• nomear ou exonerar servidores, provendo os cargos efetivos, em comissão e funções de confiança, e exercer o poder
disciplinar, nos termos da legislação em vigor;
AGÊNCIA NACIONAL DE SAÚDE SUPLEMENTAR RELATÓRIO ANUAL DE GESTÃO - EXERCÍCIO 2020 30
• encaminhar ao Ministério da Saúde e ao Conselho de Saúde Suplementar (CONSU) os relatórios periódicos elaborados pela
Diretoria Colegiada;
• assinar contratos e convênios, ordenar despesas e praticar os atos de gestão necessários ao alcance dos objetivos da ANS.
Como órgão de participação institucionalizada da sociedade na ANS, a Câmara de Saúde Suplementar, que tem caráter
permanente e consultivo, tem por finalidade auxiliar a Diretoria Colegiada em suas discussões. Possui as seguintes competências:
i) acompanhar a elaboração de políticas no âmbito da saúde suplementar; ii) discutir, analisar e sugerir medidas que possam
melhorar as relações entre os diversos segmentos que compõem o setor; iii) colaborar para as discussões e para os resultados
das câmaras técnicas; iv) auxiliar a Diretoria Colegiada a aperfeiçoar o mercado de saúde suplementar, proporcionando à ANS
condições de exercer com maior eficiência sua função de regular as atividades que garantam a assistência suplementar à saúde
no país; e v) indicar representantes para compor grupos técnicos temáticos, sugeridos pela Diretoria Colegiada.
Além da estrutura da DICOL e da CAMSS, destacamos abaixo as principais atribuições dos órgãos vinculados e comitês da ANS:
Ouvidoria (OUVID) – A Ouvidoria da Agência Nacional de Saúde Suplementar é o espaço para registrar sugestões, consultas, elogios,
reclamações e denúncias sobre a atuação e os serviços prestados pela ANS. Tem a missão de representar o cidadão na ANS, garantindo
que as suas manifestações sobre os serviços prestados pela instituição sejam apreciadas de forma independente e imparcial. Outras
informações estão disponíveis na página da Agência em: https://www.gov.br/ans/pt-br/canais_atendimento/ouvidoria-1.
Procuradoria Federal junto à ANS (PROGE) – A Procuradoria Federal exerce a representação judicial e extrajudicial da Agência,
realiza consultoria e assessoria jurídica, bem como desenvolve atividades relativas à cobrança judicial e extrajudicial da dívida
ativa da Agência, aferindo a legalidade dos atos, conferindo segurança jurídica e objetivando a defesa do interesse público na
implementação das ações regulatórias. A PROGE é órgão integrante da Procuradoria-Geral Federal da Advocacia-Geral da União.
Corregedoria (PPCOR) – A Corregedoria é responsável por zelar pela probidade administrativa e por fiscalizar as atividades
funcionais e a conduta dos servidores da ANS, recebendo denúncias e apurando as irregularidades. A PPCOR orienta, apoia,
supervisiona e normatiza o exercício das funções disciplinares na Agência, atuando de forma preventiva e repressiva.
Também possui uma existência externa à ANS, integrando o Sistema de Correição do Poder Executivo Federal, na qualidade
de Unidade Correcional Seccional, ligada tecnicamente à Controladoria-Geral da União (CGU). Outras informações estão
disponíveis na página da Agência em: https://www.gov.br/ans/pt-br/acesso-a-informacao/institucional/corregedoria.
Auditoria Interna (AUDIT) – Com o objetivo de aumentar e proteger o valor organizacional, a Auditoria fornece avaliação, assessoria
e percepção baseadas em risco dos controles internos da gestão. Além de identificar fragilidades e propor melhorias para os controles
internos, a AUDIT também realiza o acompanhamento do cumprimento das deliberações do TCU e das recomendações da CGU. A
análise da gestão, fundamentada nos exames conduzidos no exercício de 2020, encontra-se detalhada na página da Agência em
:https://www.gov.br/ans/pt-br/acesso-a-informacao/transparencia-institucional/prestacao-de-contas/relatorios-de-gestao.
Comissão de Ética (CEANS) – A Comissão de Ética tem como objetivos zelar pelo cumprimento do Código de Ética da
ANS e orientar servidores e colaboradores para que se conduzam de acordo com as normas, os valores e princípios éticos,
contribuindo para a melhoria do serviço público. Outras informações estão disponíveis na página da Agência em: https://
www.gov.br/ans/pt-br/acesso-a-informacao/institucional/comissao-de-etica.
Comitê de Governança, Riscos e Controles (CGRC) – O Comitê de Governança, Riscos e Controles é responsável por aprovar a
política, as diretrizes, as metodologias e os mecanismos para comunicação e institucionalização da gestão de riscos e dos controles
internos, entre outras atribuições. O CGRC conta ainda com o apoio do Auditor-Chefe da ANS e a assistência da Gerência-Geral de
Análise Técnica da Presidência para o monitoramento das recomendações por ele emanadas. Os demais Órgãos Vinculados (Ouvidoria,
Corregedoria, Procuradoria Federal e Comissão de Ética) são convidados a incluírem temas referentes às suas atividades e relacionados
à governança, riscos e controles internos nas pautas das reuniões bimestrais do Comitê. Outras informações estão disponíveis na
página da Agência em: https://www.gov.br/ans/pt-br/acesso-a-informacao/transparencia-e-prestacao-de-contas/gestao-de-riscos.
Comitê de Governança Digital (CGD) – O Comitê de Governança Digital, de caráter deliberativo, foi criado pela RA nº 70/ 2020
com a finalidade de deliberar sobre assuntos relativos à implementação das ações de governo digital e ao uso de recursos
de Tecnologia da Informação e Comunicação (TIC). Trata-se de um comitê com uma composição representativa transversal,
para discussão e deliberação sobre questões envolvendo a temática das transformações informacionais estratégicas para o
alcance dos objetivos institucionais da agência. Substituiu os comitês criados pela Portaria nº 10.268 (criação do CPTC) e as
RA’s 43 (C2I) e 61 (CT) incorporando as suas responsabilidades e competências.
A partir da análise do Relatório Individual de Autoavaliação referente ao Levantamento de Governança e Gestão Públicas 2017
– Acórdão TCU nº 588/2018 – TCU/Plenário, com objetivo de contribuir para o aperfeiçoamento das rotinas operacionais da ANS
e controles internos (Art. 3°, XII do Anexo II da RR n.º 1/2017), foi possível identificar a posição da ANS no mapa comparativo do
perfil de governança comparando às médias obtidas pelas organizações do mesmo tipo (Autarquias), segmento (entes do Poder
Executivo, vinculados ao Sistema de Pessoal Civil da Administração Federal – Exe.Sipec) e com todas as organizações participantes.
Naquele momento, a ANS se esforçou em estabelecer medidas de ação junto a cada unidade afetada pelos indicadores calculados
para que pudesse melhorar a classificação e desempenho da agência reguladora tanto em comparação a outras autarquias
quanto às organizações do mesmo segmento, bem como ao conjunto das organizações participantes do levantamento.
Estiveram no foco os indicadores/sub indicadores que se enquadraram como “Inexpressivo” (0 a 14,9%) e “Inicial” (15 a 39,9%).
No ciclo seguinte, o Levantamento de Governança e Gestão Públicas 2018 – Acórdão TCU nº 2699/2018 – TCU/Plenário evidenciou
que a ANS teve melhoria na maioria de seus indicadores, como se pode observar na TABELA 2.2:
Não foram realizados levantamentos pelo TCU para os ciclos de 2019 e 2020. No entanto, a ANS segue empreendendo esforços
para a melhoria contínua dos indicadores, buscando superar a cada levantamento o seu desempenho, com vistas ao aprimoramento
de sua governança e sua gestão. Ações foram adotadas para atender aos itens apresentados no questionário de 2018, entre elas o
estabelecimento de um Plano de Integridade, restando apenas finalizar a implementação das medidas de monitoramento contínuo,
a atualização do Plano Diretor de Tecnologia da Informação e Comunicações (PDTIC), o tratamento de riscos de tecnologia da
informação dos processos críticos de negócios, a adoção de medidas de contingência que servirão de base para um futuro Plano
de Continuidade de Negócios, a instituição do Comitê de Governança Digital, o estabelecimento de modelo de gestão estratégica, a
implantação do projeto ANS Digital, e o monitoramento do absenteísmo relacionados à saúde do servidor.
Entre seus principais objetivos destacam-se os de orientar, apoiar, supervisionar e normatizar o exercício das funções disciplinares
nesta Agência Reguladora. Trata-se, em resumo, do órgão encarregado de zelar pela probidade e de fiscalizar as atividades
funcionais e a conduta dos servidores da ANS.
Como integrante do Sistema de Correição do Poder Executivo Federal, a Corregedoria da ANS é responsável pelo registro tanto
das informações relacionadas a procedimentos administrativos disciplinares no Sistema de Gestão de Processos Disciplinares,
conforme os ditames da Portaria CGU nº 1.043/2007, quanto daquelas relativas a Processos Administrativos de Responsabilização
(PAR), a Investigações Preliminares (IP), a juízo de admissibilidade que decidir sobre a instauração de PAR ou IP, bem como a
penalidades aplicadas a pessoas físicas ou jurídicas que impliquem restrição ao direito de contratar ou licitar com a Administração
— consoante Portaria CGU nº 1.196/2017 —, quer no Cadastro de Empresas Inidôneas e Suspensas, quer no Cadastro Nacional de
Empresas Punidas, ou ainda no Sistema de Gestão de Procedimentos de Responsabilização de Entes Privados.
Um dos componentes da gestão de riscos é o seu processo de avaliação de riscos que visa a sistematizar e estruturar a Política,
os procedimentos e as suas práticas.
O processo de avaliação de riscos adotado na ANS segue os princípios definidos na RA n°60/2014 e está fortemente baseada na
norma ISO 31000:2018 – Gestão de Riscos – Princípios e Diretrizes.
PLANEJAMENTO EXECUÇÃO
MAPAS DE RISCOS
RELATÓRIO
E PLANOS DE
PRELIMINAR
TRATAMENTO
ACOMPANHAMENTO
Uma das principais ações para a condução da implantação da gestão de riscos é o modelo de capacitação adotado desde 2017.
Neste sentido, utilizando-se o próprio corpo técnico da ANS, com servidores certificados internacionalmente na norma ISO
31000:2018, são preparadas e ministradas aulas sobre os principais conceitos e as diretrizes da Gestão de Riscos, de acordo
com a Política em vigência, e, principalmente, no processo de avaliação de riscos adotado na Agência. Em função das avaliações
positivas das turmas e resultados alcançados, a ANS publicou o seu Manual de Gestão de Riscos.
Em 2020, em função da pandemia, não houve realização de turmas de capacitação. Ainda assim, com o quadro de servidores
já capacitado e como resultado da estratégia adotada, em dezembro de 2020, 80 processos de avaliação de riscos haviam sido
iniciados e encontravam-se com o seguinte status:
O acompanhamento da evolução da gestão de riscos na ANS e discussão dos riscos identificados e analisados como mais
críticos é feita também pelo Comitê de Governança, Riscos e Controles (CGRC), instância máxima de governança da Agência,
criado em 2017 e composto pelos cinco Diretores.
Em 2020, foram realizadas cinco reuniões do CGRC, que contou ainda com a participação da Auditoria Interna, Tecnologia da Informação,
Gerência de Planejamento, Ouvidoria, Corregedoria e Comissão de Ética, e seus respectivos temas correlacionados à governança.
AGÊNCIA NACIONAL DE SAÚDE SUPLEMENTAR RELATÓRIO ANUAL DE GESTÃO - EXERCÍCIO 2020 33
Entre outras, destacam-se as seguintes ações:
RISCOS OPERACIONAIS:
Entende-se por Riscos Operacionais, a estimativa de perdas diretas ou indiretas resultantes da probabilidade de ocorrência de
vulnerabilidades (falhas, deficiências ou inadequações) associadas a fatores de riscos (processos internos, pessoas, sistemas,
infraestrutura física, estrutura organizacional, e eventos externos, entre outros), combinado com o impacto percebido em
cinco áreas (“Desempenho: Interrupção e Retomada”, “Legal e Compliance”, “Ambiente de Trabalho e Segurança”, “Ativos e
Financeiro”, e “Mídia e Reputação”) e que podem afetar o atingimento dos objetivos
A Gestão de Riscos na ANS, concretizada através dos resultados apurados pelo processo de avaliação de riscos, tem como
objeto os processos de trabalhos e projetos executados para que os objetivos estratégicos apresentados no “Mapa Estratégico”,
contido no “Plano Estratégico da ANS”, sejam efetivamente atingidos. Desta forma, todos os riscos identificados e analisados
nos 62 (sessenta e dois) processos de trabalho que já estão em monitoramento estão relacionados aos objetivos estratégicos.
RISCOS OPERACIONAIS
Os riscos operacionais identificados, e já analisados, são acompanhados pelo respectivo gestor do risco,
responsável pelo plano de tratamento, sempre quando o nível de risco residual se encontra acima de risco
tolerável, definido em cada processo de trabalho.
Em relação aos planos de tratamento propostos e em implementação pelos gestores para modificar os níveis
de riscos a patamares aceitáveis, temos, entre outros:
RISCOS DE INTEGRIDADE
Os riscos de integridade apontados no Plano de Integridade da ANS são oriundos de entrevistas e reuniões
feitas com os gestores responsáveis pelas áreas envolvidas no monitoramento e na apuração dos casos
identificados.
Entre as principais medidas de tratamento em execução na Agência, constam:
Em 2020, a ANS iniciou o processo de atualização do seu Plano de Integridade lançado em novembro de 2018. Foram listados os
principais riscos de Integridade com a participação das áreas de controles (OUVID, AUDIT, PPCOR e CEANS) e das cinco Diretorias.
Nesse sentido, foram revistas ações de TI para permitir o trabalho remoto por todos os servidores e colaboradores, como contratação
e aumento do uso de serviços em Nuvem, redução do número de aquisição de computadores desktop, troca dos computadores
físicos por máquinas virtuais, saindo inclusive da dependência da máquina física via Virtual Private Network (VPN) e adaptações na
gestão de contratos dos serviços terceirizados (controles eletrônico de frequência e agendamento para atendimento dos serviços
presenciais). Em paralelo, foram realizadas modernizações (migrações e atualizações) da rede de comunicação interna e de
infraestrutura de servidores e de banco de dados, sem causar maiores impactos nas atividades da ANS.
O objetivo principal é garantir o pleno funcionamento de todas as áreas da Agência e o retorno às atividades presenciais, quando
ocorrer, com uma infraestrutura balanceada para absorver o máximo do quantitativo de pessoas, seja em ambientes virtuais ou
presenciais.
Outros desafios enfrentados referem-se à ausência de concurso público para os cargos de nível superior desde 2013, além
da necessidade de reposição de mão-de-obra (aposentadoria, movimentação, vacância, entre outros), o que leva o número de
servidores públicos que compõem o quadro de pessoal da ANS incompatível com o cumprimento das ações regulatórias e de
fiscalização da Agência. A fim de reduzir os impactos dessa situação, a flexibilização no remanejamento de servidores trazida
pela Portaria nº 193/2018, e Portaria nº 282/2020, que disciplinou o instituto da movimentação para composição da força de
trabalho, previsto no § 7º do art. 93, da Lei nº 8.112/1990, permitiu a movimentação de servidores e empregados públicos de
outros órgãos para a ANS ampliando o seu quadro de pessoal e contribuindo para o alcance dos objetivos estratégicos.
DESEMPENHO INSTITUCIONAL
4.1. RESULTADOS MENSURADOS PELOS INSTRUMENTOS DE GESTÃO
A principal transformação da nova metodologia foi a definição e o monitoramento de Indicadores para avaliar o alcance dos
objetivos do Mapa Estratégico 2020 a 2023 da ANS.
No que se refere à coleta de dados, o compartilhamento de informações tornou-se mais dinâmico com a implantação de um site
interno do Programa no SharePoint, o que favoreceu a troca de dados e a rapidez na coleta das informações dos indicadores.
Qualquer cidadão ou ator da saúde suplementar pode acessar o Painel de Indicadores do Programa de Qualificação Institucional
por meio do link https://www.gov.br/ans/pt-br/acesso-a-informacao/transparencia-e-prestacao-de-contas/programa-de-
qualificacao-institucional e conferir os resultados do Programa em tempo real.
Os resultados dos 23 indicadores para o ciclo avaliativo 2020, podem ser observados no QUADRO 4.1:
O último monitoramento foi realizado em janeiro de 2021 e tem seu resultado apresentado no site da Agência.
36% Concluída
43%
Em execução
Excluída
Incluída
Não iniciado
Reprogramada
3%
4% 8%
6%
Fonte: Gerência de Planejamento e Acompanhamento (fevereiro, 2021)
Das 125 fases contidas nos 16 temas da Agenda, até dezembro de 2020, 45 foram concluídas. Para 2021, estão previstas para
serem concluídas 69 fases.
Concluída
Em execução
51%
Não iniciada
40%
Das 86 ações planejadas para o período, observa-se que 51,16% das ações foram concluídas no período e 39,53% encontram-
se, ainda, em execução. As ações e projetos previstos no PGA 2020 e concluídos em 2020 são apresentadas no quadro 4.1:
UNIDADE
PROJETOS/AÇÕES
RESPONSÁVEL
REALIZAR TODOS OS TRABALHOS DE AUDITORIA PREVISTOS NO PLANO ANUAL DE AUDITORIA INTERNA (PAINT) AUDIT
PRODUZIR ESTUDO DO IMPACTO DA LEI GERAL DE PROTEÇÃO DE DADOS PESSOAIS NO PADRÃO TISS. DIDES
EXTERNALIZAR PROCESSO ADMINISTRATIVO ELETRÔNICO E IMPLANTAR BARRAMENTO DE SERVIÇOS (ANS DIGITAL) DIGES
ELABORAR PROPOSTA DE REVISÃO DAS REGRAS APLICÁVEIS ÀS AUTOGESTÕES COM MANTENEDOR DIOPE
APROVAR MEDIDA REGULATÓRIA PARA REGRA DE CAPITAL - FATOR DE RISCO DE CRÉDITO DIOPE
REALIZAR ANÁLISE DE OPS EM DIREÇÃO FISCAL EM MÉDIA INFERIOR A 150 DIAS DIOPE
ELABORAR 500 ANÁLISES TÉCNICAS INDIVIDUAIS, CONTEMPLANDO NO MÍNIMO 300 DIFERENTES OPERADORAS DIOPE
O resultado obtido no PGA 2020 pode ser considerado positivo levando -se em conta o período atípico vivenciado nesse
ano. Cumpre observar que a pandemia teve grande influência sobre as ações e projetos, especialmente àquelas que previam
atividades presenciais. Da mesma forma, causou significativo impacto sobre as atividades da Agência e das operadoras e
prestadores, o que determinou o redirecionamento de esforços nesse sentido.
É realizada nas instalações da operadora, com o objetivo de traçar diagnóstico em relação aos produtos e qualidade dos serviços
prestados, direta ou indiretamente, pelas operadoras.
Em decorrência da situação extraordinária de crise ocasionada pela pandemia pelo novo coronavírus, em 2020, em cumprimento
às recomendações das autoridades sanitárias de distanciamento social, não foram realizadas visitas técnico-assistenciais pela
Diretoria de Normas e Habilitação dos Produtos.
O GRÁFICOS 4.3 e o QUADRO 4.4 demonstram o aumento considerável de operadoras que inscreveram ou cadastraram
Programas de Promoção e Prevenção - PROMOPREV no ano de 2020, o que resultou em aumento do número de beneficiários
que participam das iniciativas de promoção e prevenção.
1.500
1.363
1.000
597
500
0
2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019 2020
EVOLUÇÃO DE EVOLUÇÃO DE
BENEFICIÁRIOS BENEFICIÁRIOS EVOLUÇÃO DE
BENEFICIÁRIOS BENEFICIÁRIOS
ANO EM PROGRAMAS EM PROGRAMAS BENEFICIÁRIOS
EM PROGRAMAS EM PROGRAMAS
APROVADOS INSCRITOS EM PROGRAMAS
APROVADOS INSCRITOS
2009 68.285 0 68.285 0 68.285
2010 36.247 0 104.532 0 104.532
2011 35.803 538.708 140.335 538.708 679.043
2012 113.860 336.918 254.195 875.626 1.129.821
2013 26.520 157.846 280.715 1.033.472 1.314.187
2014 20.640 51.009 301.355 1.084.481 1.385.836
2015 48.975 88.658 350.330 1.173.139 1.523.469
2016 109.239 22.670 459.569 1.195.809 1.655.378
2017 214.775 12.591 674.344 1.208.400 1.882.744
2018 71.435 38.399 745.779 1.246.799 1.992.578
2019 199.316 206.004 945.095 1.452.803 2.397.898
2020 90.431 116.998 1.035.526 1.569.801 2.605.327
Fonte: Gerência de Monitoramento Assistencial (dezembro, 2020)
Apresentado em novo formato, disponível no portal da ANS2 conferindo maior transparência e acesso às informações de produção
assistencial do setor, contém, além dos indicadores da produção assistencial médico-hospitalares, os indicadores da produção
odontológica do setor. Dentre os indicadores, há o número de procedimentos realizados por beneficiário segundo modalidade de
operadora - autogestão, cooperativa médica, medicina de grupo, filantropia e seguradora; e segundo tipo de contratação do plano,
possibilitando análise comparativa do setor, considerando sua heterogeneidade.
1 O SIP é um sistema pelo qual as operadoras enviam dados agregados de eventos em saúde – consultas, atendimentos ambulatoriais, exames, terapias, internações e
procedimentos odontológicos. Instituído pela Resolução da Diretoria Colegiada – RDC nº 85/ 2001, foram introduzidas várias mudanças no sistema a partir da publicação da RN nº 205/2009,
e da IN DIPRO nº 212009, , que definem os quesitos a serem informados à ANS.
2 https://app.powerbi.com/view?r=eyJrIjoiZDFkODkxNzMtODgwNC00ZTFiLTg2MzUtZmEwNDViNmU1ZWI4IiwidCI6IjlkYmE0ODBjLTRmYTctNDJmNC1iYmEzLTBmYjEzNzVmYmU1ZiJ9
As operadoras nesta condição podem elaborar um Plano de Recuperação Assistencial – PRASS com prazos, métricas e objetivos
previamente definidos no prazo máximo de 12 meses. Caso já tenham providenciado os ajustes, podem apresentar resposta comprobatória
em substituição ao PRASS. Ambas as medidas, Plano de Recuperação Assistencial e resposta comprobatória, são simples, de baixo
custo para a União e de relevante interesse público. Ademais, vale pontuar, que a celeridade na análise das anormalidades por parte da
ANS e a rápida notificação à operadora são fundamentais para que as correções sejam providenciadas em tempo hábil à reversão do
quadro grave, garantindo a continuidade e a qualidade da assistência prestada aos beneficiários contratantes.
O gráfico abaixo apresenta o tempo médio de análise de anormalidades administrativas graves de natureza assistencial
verificadas ao longo de 2020.
GRÁFICO 4.4- TEMPO MÉDIO DE ANÁLISE DE ANORMALIDADES ADMINISTRATIVAS GRAVES DE NATUREZA ASSISTENCIAL
EM 2020
35
30
25
23
20 18
15
10 9,5
5
0 0
1º TRI 2º TRI 3º TRI 4º TRI
Para as operadoras que não conseguem reverter o quadro de anormalidades administrativas graves de natureza assistencial há
a indicação de instauração de regime especial de Direção Técnica, na qual um agente é designado pela ANS para atuação como
Diretor Técnico na operadora, com os honorários pagos pela última. A Direção Técnica poderá ser instaurada, de pronto, quando
a situação requerer um acompanhamento mais próximo da ANS, de forma urgente.
Para incluir ou excluir itens do Rol ou para alterar os critérios para indicação (Diretrizes de Utilização) dos procedimentos
listados, a ANS leva em consideração estudos técnicos, com evidências científicas atualizadas quanto à segurança, eficácia,
efetividade, acurácia e custo-efetividade das intervenções. Deste modo, os procedimentos incorporados são aqueles nos quais
os ganhos e os resultados clínicos são mais relevantes para os pacientes, segundo a melhor literatura disponível e os conceitos
de Avaliação de Tecnologias em Saúde.
O processo de atualização do Rol tem sido objeto de contínuo aprimoramento, buscando, a cada ciclo de atualização, maior
padronização, transparência, previsibilidade e efetiva participação social. Como consequência, a cada ciclo, o grau de complexidade
técnica e administrativa do processo evidenciou a premência em se estabelecer a normatização do rito administrativo da
atualização do Rol. Nesse contexto, foi publicada a RN n.º 439/2018, que norteia os trabalhos relativos ao Ciclo de Atualização
do Rol 2019-2020.
Em 2020, a equipe técnica da ANS atuou no sentido da conclusão da análise do conjunto de tecnologias em saúde (procedimentos,
medicamentos e termos descritivos). Note-se que esse conjunto incluiu não apenas as 214 propostas encaminhadas por meio
de formulário eletrônico que foram consideradas elegíveis, como também as 22 tecnologias recomendadas positivamente pela
Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no Sistema Único de Saúde – CONITEC, e 23 demandas internas identificadas
pelo órgão técnico como relevantes para serem alteradas no Rol.
Dados o volume e a complexidade do trabalho, foi primordial o estabelecimento de parcerias institucionais para a adaptação
e aprimoramento do processo. As parcerias foram realizadas nos modelos de contratação de pareceres técnico-científicos,
convênios e acordos institucionais e forneceram apoio à ANS na análise das propostas de atualização do Rol, e como produto,
foram elaborados Relatórios de Análise Crítica - RAC. As seguintes instituições participaram na elaboração de RAC: Hospital Sírio
Libanês; Instituto Nacional de Cardiologia; Instituto Nacional de Câncer; Hospital Alemão Oswaldo Cruz; Universidade Federal do
Rio de Janeiro; Hospital das Clínicas de Porto Alegre; e Ministério da Saúde. Em paralelo às análises técnicas, foram realizadas
27 reuniões para discussão das propostas de atualização elegíveis, no período de 04/11/2019 a 14/05/2020. As reuniões
ocorreram de modo presencial e virtual (em virtude da pandemia relacionada à COVID 19).
Os participantes das reuniões técnicas foram indicados pelos membros da Câmara de Saúde Suplementar - CAMSS. Esse grupo,
de caráter consultivo, é composto por representantes de operadoras, prestadores, profissionais de saúde e representantes de
beneficiários, com o objetivo de estabelecer um diálogo permanente com os agentes da saúde suplementar e a sociedade sobre
as questões atinentes ao processo de atualização do Rol.
Todas as reuniões e os materiais discutidos podem ser acessados a partir do sítio eletrônico https://www.gov.br/ans/pt-br/
acesso-a-informacao/participacao-da-sociedade/atualizacao-do-rol-de-procedimentos.
A análise do conjunto de documentos produzidos e das discussões realizadas durante o processo de análise técnica resultou em
um conjunto de recomendações preliminares e na minuta de resolução normativa que, após aprovação pela Diretoria Colegiada
da ANS, foram submetidas a Consulta Pública nº 81/2020 (http://www.ans.gov.br/participacao-da-sociedade/consultas-
e-participacoes-publicas/consultas-publicas-encerradas/consulta-publica-n-81-atualizacao-do-rol-de-procedimentos-e-
eventos-em-saude-ciclo-2019-2020).
Cabe ressaltar que as 30.658 contribuições, conforme gráfico abaixo, tornam a Consulta Pública nº 81/2020 a maior já realizada
pela ANS até o presente momento, caracterizando a relevância do tema referente à cobertura assistencial no âmbito da saúde
suplementar para a sociedade.
6.338 5.259
FIGURA 4.3 LINHA DO TEMPO EM 2020 DO PROJETO APERFEIÇOAMENTO DOS CRITÉRIOS DE ALTERAÇÃO DE REDE
HOSPITALAR
491ª Reunião DICOL, de 27/08/2018,
a par�r do parecer da PROGE,
confirmou-se a competência
regimental da DIPRO
Sistema de Alteração de Rede
Hospitalar, em fevereiro de
2018 e fim do passivo de rede
1º semestre
2017 2018 2019
Inclusão na Agenda
Regulatória 2019-2021
472ª Reunião DICOL,
de 11/09/2017, para apreciação da RN. Ex�nção dos Comitês,
Conflito de atribuições entre Decreto nº 9759, de
a DIPRO e a DIDES 11/04/2019
2º semestre 14/02/2020 a
2019
13/02/2020
19/04/2020
1/07/2020
Todo o material produzido a partir das reuniões está disponível no site da ANS em https://www.gov.br/ans/pt-br/acesso-a-infor-
macao/participacao-da-sociedade/reunioes-tecnicas-1
20.010 19.803
12.406
10.700
9.641
7.597
3.129
1.635 1.065 1.451
430 400 95 449 90
15.894
Redimensionamento: 50.519
21.854
A adoção da medida administrativa de suspensão da comercialização de produtos pela ANS para fins do Acompanhamento e
Avaliação da Garantia de Atendimento tem o objetivo de impedir a entrada de novos beneficiários em um plano que apresenta
risco à oferta ou à continuidade do atendimento, além de inadequações na formação de sua rede assistencial.
A Agência, para os planos coletivos, definiu as regras de reajuste para as operadoras nos seguintes normativos: RDC nº 29/00;
RDC nº 66/01; RN nº 08/02; RN nº 36/03; RN nº 74/04; RN nº 99/05; RN nº 118/05; RN nº 128/06; RN nº 129/06; RN nº 156/07;
RN nº 157/07; RN nº 171/08; e RN nº 172/08.
Os parâmetros para o reajuste, nos planos coletivos, são estipulados nas cláusulas contratuais, decorrentes da livre negociação
entre as partes celebrantes.
O critério de cálculo, bem como o percentual apurado pela operadora, podem ser negociados entre esta e a pessoa jurídica
contratante. A justificativa do percentual de reajuste proposto deve ser fundamentada pela operadora e seus cálculos
disponibilizados para conferência pela pessoa jurídica contratante, sejam os aumentos decorrentes de sinistralidade ou qualquer
outra metodologia de apuração acordada entre as partes e firmada em contrato.
Desta forma, a participação da pessoa jurídica contratante é fundamental no ato da negociação do reajuste, uma vez que estas
podem solicitar e ter acesso às informações sobre receitas e despesas exclusivamente de seus beneficiários e, por conseguinte,
podem avaliar a fidedignidade dos dados apresentados pela operadora sobre a sua massa específica de beneficiários, viabilizando
melhores condições de negociar os preços e reajustes.
As regras para o cálculo de reajustes nos planos coletivos com menos de 30 beneficiários são definidas na Resolução Normativa
nº 309/2012. De acordo com esse normativo, as operadoras de planos de saúde devem reunir em um grupo único os seus
contratos coletivos com menos de 30 beneficiários para aplicação do mesmo percentual anual de reajuste. Essa medida tem
como objetivo diluir o risco desses contratos, para aplicação do reajuste ao consumidor. Na prática, a medida ofereceu maior
equilíbrio no cálculo do reajuste aplicado pelas operadoras de planos de saúde, tendo em vista o maior número de beneficiários
no agrupamento de contratos.
Ressalta-se que a ANS realiza sua função regulatória, nos planos coletivos, por meio do monitoramento da evolução de seus
preços (inciso XXI, do art. 4º, da Lei 9961/2000). Neste contexto, as operadoras devem comunicar os reajustes aplicados nos
contratos coletivos, tanto os positivos e os negativos, quanto a ausência de reajuste, por meio do aplicativo RPC, com prazos de
envio variando de acordo com o aniversário dos contratos.
Os dados dos comunicados de reajustes aplicados nos contratos coletivos desde janeiro de 2015 podem ser acessados no Portal
de Dados Abertos.
AGÊNCIA NACIONAL DE SAÚDE SUPLEMENTAR RELATÓRIO ANUAL DE GESTÃO - EXERCÍCIO 2020 47
A seguir algumas estatísticas dos comunicados de reajuste dos contratos coletivos, informações que poderão ser obtidas no
Painel supracitado e também desenvolvidas por meio dos dados dispostos no PDA.
A decisão da Diretoria Colegiada da ANS foi tomada diante de um cenário de dificuldades para o consumidor em função da
retração econômica acarretada pela pandemia, e de um cenário de redução de utilização dos serviços de saúde no período. A
Todos os materiais técnicos que serviram de fundamento para a suspensão da aplicação de reajustes constam no site da ANS,
na página de Transparência Institucional/Reuniões da Diretoria Colegiada/ “16ª Reunião Extraordinária de Diretoria Colegiada
de 2020” (https://www.gov.br/ans/pt-br/acesso-a-informacao/transparencia-institucional/reunioes-da-diretoria-da-ans-1),
disponíveis para download.
Os desdobramentos da medida de suspensão para cada tipo de contrato foram detalhados na forma de esclarecimentos ao
consumidor por meio do sítio da ANS (https://www.gov.br/ans/pt-br/assuntos/noticias/operadoras/avisos-para-operadoras/
recomposicao-do-reajuste-dos-planos-de-saude-2020-perguntas-e-respostas).
Na ocasião, foram definidos os reajustes máximos para os planos individuais regulamentados pela Lei nº 9.656/98 e para
aqueles regulamentados por Termo de Compromisso.
O percentual máximo de reajuste dos planos individuais ou familiares contratados a partir de janeiro de 1999 ou adaptados à Lei
nº 9.656/98 ficou estabelecido em 8,14%. (vide: https://www.gov.br/ans/pt-br/assuntos/noticias/beneficiario/ans-define-que-
recomposicao-do-reajuste-suspenso-em-2020-sera-parcelada-em-12-meses).
Já os percentuais máximos de reajuste dos planos individuais ou familiares contratados antes de janeiro de 1999 e regulados
por Termo de Compromisso variaram entre 8,56% e 9,26%. Também, espera-se para esses produtos que apresentem uma
redução nos índices de reajuste em 2021, dada a desaceleração das despesas assistenciais ocorridas em 2020. A decisão da
Diretoria Colegiada teve como fundamentos:
• o cumprimento do disposto no último parágrafo do Comunicado nº 85 de 31 de agosto de 2020 (recomposição dos efeitos
da suspensão dos reajustes ao longo de 2021);
• estabilidade das regras regulatórias, previsibilidade e segurança jurídica;
• respeito aos contratos celebrados e às suas regras para manutenção do equilíbrio econômico-financeiro;
• Lei nº 13.848/2019, notadamente seu artigo 4º; e
• crescimento no número de beneficiários do setor, aliado à baixas taxas de inadimplência e à retomada da atividade econômica
medida pelo IBC-Br do Banco Central do Brasil.
Os materiais técnicos que fundamentaram esta decisão constam no processo SEI nº 33910.020902/2020-19 e no processo SEI
nº 33910.025029/2020-42.
Cabe destacar que a recomposição dos reajustes suspensos poderá ocorrer em número superior a 12 parcelas, desde que haja
concordância entre as partes. Para tanto, a ANS orienta que os consumidores busquem sua operadora, ou administradora de
benefícios a fim de estabelecer esta negociação. A pedido do beneficiário ou da pessoa jurídica contratante, também é possível
realizar a recomposição da suspensão dos reajustes em número inferior de parcelas.
TRANSFERÊNCIA DE CARTEIRAS
O tema tem o objetivo de aprimorar um conjunto de procedimentos associados às regras de transferência de carteira com o
intuito de simplificar o processo da operação de alienação. Em 2019, foram iniciadas as discussões sobre “Aperfeiçoamento das
regras sobre transferência de carteiras” por meio dos Diálogos sobre a Agenda Regulatória.
Com base nessas reuniões, ao longo do ano de 2020, foram feitas análises das normas e procedimentos envolvendo a
transferência de carteira com a finalidade de propor um processo de transferência mais dinâmico e menos oneroso, maior
segurança jurídica e transparência das informações aos beneficiários no processo de transferência, e redução das infrações à
ordem econômica e aos normativos da ANS.
ACOMPANHAMENTO ECONÔMICO-FINANCEIRO
O processo de acompanhamento econômico-financeiro – rotina regulamentada pela Resolução Normativa – RN nº 400/2016 –
visa assegurar que a oferta de planos privados de assistência à saúde seja feita por operadoras solventes.
No ano de 2020, deu-se continuidade às ações organizadas em ciclos de acompanhamento, permitindo a adoção de fluxos
de trabalho com dinâmicas mais compatíveis com a gravidade de cada situação e o risco de descontinuidade do atendimento
aos beneficiários.
Nesse sentido, a partir das informações econômico-financeiras de fechamento do exercício anterior, é feita a seleção de operadoras
para o ciclo regular de acompanhamento anual, observando-se os critérios de risco e relevância e buscando garantir que todas as
operadoras de assistência médico-hospitalar de médio e grande porte sejam submetidas à análise, no mínimo, a cada 24 meses. As
operadoras selecionadas para esse ciclo regular são submetidas à análise técnica individual, processo em que são utilizadas todas
as ferramentas e documentos disponíveis para uma avaliação completa de sua situação econômico-financeira.
A cada informação econômico-financeira trimestral enviada pelas operadoras, é implantado um ciclo direcionado de acompanhamento,
que contempla as operadoras não selecionadas para análise técnica individual que apresentem indício de desconformidade grave,
enquadrada no inciso III do artigo 11 da RN nº 400/2016. Nesses ciclos direcionados adota-se, inicialmente, um processo de
trabalho simplificado com o objetivo de promover a regularização imediata de irregularidades mais graves.
Para as operadoras que apresentam indícios de desconformidades menos graves e que não estão na programação de análises
técnicas individuais, são enviadas notificações para alerta de desconformidade na constituição de garantias financeiras,
possibilitando à essas operadoras que verifiquem seus controles e adotem medidas corretivas.
Adicionalmente, com base nas informações econômico-financeiras do 2º trimestre, após a seleção de operadoras que irão
compor o novo ciclo direcionado, é implantado também um ciclo complementar, composto pelas operadoras que têm sido
sucessivamente notificadas por desconformidades menos graves, mas que não apresentaram melhorias.
Esse conjunto de ações consolida a estratégia de expansão da abrangência do acompanhamento econômico-financeiro com
foco na promoção da regularidade das operadoras, principalmente quanto aos indicadores de liquidez e solvência.
Na execução das ações acima descritas, em 2020, foram elaboradas 464 análises econômico-financeiras, contemplando 315
operadoras, que totalizavam cerca de 56 milhões de beneficiários vinculados, correspondente a 76% do mercado regulado.
Cabe ressaltar que, das 993 operadoras em acompanhamento regular em 2020, 284 foram analisadas, o que representa 29%
das operadoras e 81% dos beneficiários.
No âmbito do acompanhamento econômico-financeiro regular das operadoras, visitas técnicas são realizadas rotineiramente
em um pequeno número de operadoras, visando especialmente verificar in loco a fidedignidade das informações econômico-
financeiras enviadas periodicamente para a ANS, que são a base dos procedimentos de seleção de operadoras para análises
acima citadas.
A realização de visitas técnicas a um pequeno número de operadoras se justifica pelo elevado custo, não só em relação
aos gastos específicos com viagens de servidores, mas, principalmente, em relação à produção de análises e ao impacto na
abrangência do acompanhamento regular.
Uma visita técnica implica em uma análise preliminar a partir das informações disponíveis, a visita propriamente dita com
duração de três a quatro dias (incluindo o tempo com os deslocamentos) envolvendo dois ou três servidores e a posterior
elaboração da nota técnica descrevendo os procedimentos realizados, as constatações e a real situação econômico-financeira
da operadora. O esforço dispendido com uma visita técnica equivale, aproximadamente, a análise de seis a dez operadoras
exclusivamente com base nas informações recebidas remotamente.
Excepcionalmente no ano de 2020, em decorrência das medidas de restrição social para contenção da pandemia de COVID-19,
não houve a realização de visitas técnicas.
Em 2020, manteve-se o foco na redução continuada dos intervalos de análise das operadoras em PAEF de forma a possibilitar
uma atuação mais preventiva na garantia da higidez do mercado regulado.
Em regra, a direção fiscal (procedimento regulamentado pela RN nº 316/2012) deve ser aplicada em operadoras nas quais a ANS
avalie capacidade de recuperação econômica, em uma análise preliminar, apesar das graves anormalidades administrativas e
econômico-financeiras detectadas que levaram à instauração desse regime. Em dezembro de 2020, havia 35 operadoras em
direção fiscal, que possuíam 1.530.733 (um milhão quinhentos e trinta mil setecentos e trinta e três) beneficiários.
Destaque positivo deve ser dado ao índice de recuperabilidade de operadoras em direção fiscal. Entre 2000 e 2010, apenas 21%
das operadoras cujas direções fiscais foram encerradas foram capazes de comprovar sua recuperação econômico-financeira,
ao passo que 79% foram retiradas ordenadamente do mercado regulado, seja pelo cancelamento compulsório de registro, seja
pela decretação da liquidação extrajudicial. Por outro lado, por exemplo, entre 2016 e 2020, o percentual de operadoras em
Desfechos 2000 - 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019 2020 Total
LEVANTAMENTO 53 21% 24 48% 15 27% 14 24% 2 6% 4 14% 4 40% 10 56% 7 64% 3 30% 13 68% 149 28%
CANCELAMENTO
81 33% 13 26% 20 36% 24 41% 23 70% 7 25% 1 10% 6 33% 4 36% 3 30% 1 5% 183 34%
DE REGISTRO
LIQUIDAÇÃO 114 46% 13 26% 20 36% 21 36% 8 24% 17 61% 5 50% 2 11% 0 0% 4 40% 5 26% 209 38%
Ademais, a maior precisão na implementação de direções fiscais contribuiu para a substancial redução dos adiantamentos de
recursos públicos pela ANS para o pagamento dos honorários de diretores fiscais de operadoras que não possuíam capacidade
de suportar tais ônus.
Em 2010 e 2011, atingiu-se uma média anual de cerca de R$ 3,7 milhões em adiantamentos de recursos para tal finalidade,
enquanto entre 2012 e 2020 o montante total adiantado pela ANS para o pagamento de honorários de diretores fiscais foi de
cerca de R$ 2,3 milhões, ou seja, uma média anual em torno de R$ 260 mil; resultando em uma redução estimada, sem correção,
da ordem de R$ 30 milhões nos últimos 9 anos, se comparados aos quantitativos médios despendidos entre 2010 e 2011.
No que se refere ao processo de liquidação extrajudicial, manteve-se o foco no acompanhamento periódico perante o Poder Judiciário
das tramitações dos pedidos de falência e de insolvência civil objetivando o encerramento dos processos liquidatários. Como
resultado, entre 2002 e 2011 foram encerradas 78 liquidações extrajudiciais (média anual de cerca de 8 processos liquidatários
encerrados) e entre 2012 e 2020 foram encerrados 157 processos liquidatários (média anual de cerca de 18 processos).
Essa maior eficiência na conclusão de liquidações extrajudiciais, aliada à redução das despesas dos processos liquidatários em
curso, contribuiu para a redução substancial dos adiantamentos de recursos públicos realizados para suportar os processamentos
das liquidações extrajudiciais. Em 2010 e 2011, atingiu-se uma média anual de cerca de R$ 10,4 milhões em adiantamentos de
recursos destinados às liquidações extrajudiciais (ver tabela acima de adiantamentos) enquanto, entre 2012 e 2020, essa média
anual foi de cerca de R$ 4,5 milhões, o que resultou em uma redução estimada, sem correção, da ordem de R$ 53 milhões nos
últimos 9 anos, se comparados aos quantitativos médios despendidos entre 2010 e 2011.
Portanto, se comparados aos quantitativos anuais médios despendidos entre 2010 e 2011 com adiantamentos de recursos
públicos para o pagamento de honorários de diretores fiscais e de despesas imprescindíveis e inadiáveis ao processamento de
liquidações extrajudiciais estima-se uma redução, sem correção, entre 2012 e 2020 de cerca de R$ 83 milhões.
Quanto ao tempo médio dos cancelamentos a pedido de registro perante a ANS, manteve-se o foco na sua redução, que passou
de 287 dias, em 2012, para 39 dias, em 2020, a partir do cumprimento dos pressupostos legais pelas operadoras. Como uma das
medidas adotadas para conferir maior eficiência e celeridade aos processos de cancelamento a pedido, foi publicada a Portaria
nº 4, em 21/08/2020, na qual o Diretor da Diretoria de Normas e Habilitação das Operadoras delegou competência ao Diretor-
Além disso, buscou-se reduzir os intervalos de análise das operadoras em processo de cancelamento compulsório de registro,
simultaneamente às tentativas de se conceder prazos adicionais para que tais operadoras pudessem quitar integralmente seus
débitos com os respectivos prestadores de serviços assistenciais.
A nova ferramenta otimizou a concessão de ato público de liberação da atividade econômica, trazendo mais celeridade e
economia para os administrados e mais eficiência na prestação do serviço público.
Considerando-se as publicações acadêmicas mais recentes da área e os processos em cursos em diversas jurisdições e,
no Brasil, no setor bancário e de seguros gerais, além dos princípios de supervisão da International Association of Insurance
Supervisors (IAIS), da qual a ANS é membro, vem sendo trabalhada a implantação de capital baseado nos riscos e peculiaridades
do setor de saúde suplementar para 2023.
Em março de 2020, foi publicada a RN nº 451, que estabeleceu a nova metodologia de capital baseado em riscos, definindo
a primeira parcela do modelo referente ao risco de subscrição com a previsão de uma regra de transição do modelo anterior.
Recorda-se que o modelo de capital regulatório em transição era baseado em uma regra de patrimônio mínimo ajustado
(atualmente denominado patrimônio líquido ajustado) e uma regra para margem de solvência, conforme a antiga RN nº 209/2009.
A fim de permitir que as operadoras possam aderir ao novo modelo de capital regulatório baseado nos riscos de subscrição,
crédito, mercado, legal e operacional até 2022, destaca-se que estrategicamente a regulação permite às operadoras que migrem
para o modelo de capital baseado em riscos à medida que os riscos forem sendo calculados, contanto que não diminuam seu
patrimônio para níveis inferiores ao da margem de solvência exigido. Para as que optarem pela adesão ao novo modelo, à medida
que for calculado o capital baseado em cada risco, estes deverão ser incorporados no montante de capital exigido da operadora.
Atualmente se objetiva regular o capital padrão para o risco operacional (incluindo o risco legal) até junho de 2021, conforme
estabelece o cronograma definido na RN nº 451. Após os estudos do corpo técnico, a proposta foi apresentada na reunião da
Comissão Permanente de Solvência, em dezembro de 2020, com entidades do setor. Em breve, se iniciará a consulta pública da
proposta normativa, visando um processo de participação social e consolidação com as regras vigentes.
Em 2022, o cronograma definido na RN nº 451 estabelece o prazo de regulação do modelo referente ao risco de mercado, último
risco a ser modelado. Dessa forma, visa-se permitir que o modelo de capital baseado em riscos no setor de saúde suplementar
seja implementado com sucesso a partir de 2023 quando a fase de transição se encerrará.
A FIGURA 4.4 demonstra o planejamento normativo para o aprimoramento da Regulação Econômico-Financeira, considerando a
perspectiva de migração para o novo regime de solvência:
Período de Transição
mento de riscos
Subscrição
Programa de RN de nova regra de capital Capital Cálculo do Capital com base Capital
Concluído
Escala baseado em riscos (Período de referente nos Riscos de Mercado, Baseado em
RN de ajustes Transição) ao Risco Legal e Operacional Riscos
Adequada
de provisão de Crédito
(saída de
mercado ou
(escalonado)
transferência de
controle
societário)
Questionário RN de plano de
contas A depender dos
ao mercado:
(deficiências Estudo: incorporação de deficiências apuradas no resultados do estudo:
riscos
apuradas no TAP TAP aos resultados TAP completo na saúde
incorridos
em notas suplementar
pelas OPS
explicativas)
O Painel de Indicadores de Glosas foi produzido com o objetivo de proporcionar maior transparência das informações relativas
às relações entre prestadores e operadoras no setor suplementar de saúde, com dados de 2019. Os dados de 2020 serão
atualizados em 2021.
O Canal de Atendimento aos Prestadores estará disponível no primeiro trimestre de 2021 e tem por objetivo facilitar a
interlocução entre prestadores e ANS, além de futuramente se desenvolver em um autêntico ambiente de auto resolução de
demandas, no qual operadoras e prestadores poderão solucionar problemas sem a necessidade de abertura de processos
administrativos pela ANS.
GRÁFICO 4.8- VALOR ANUAL REPASSADO AO FUNDO NACIONAL DE SAÚDE (EM MILHÕES DE REAIS)
R$ 1.151,21
R$ 783,38 R$ 816,23
R$ 585,41
R$ 398,57
R$ 315,54
Em continuidade ao aperfeiçoamento do ressarcimento pela melhoria dos sistemas tecnológicos utilizados, no ano de 2020,
foram disponibilizadas novas ferramentas do Sistema de Gestão do Ressarcimento - SGR WEB, como os mecanismos de busca
e filtros. Além disso, houve a migração dos bancos de dados para servidores, o que permitiu um processamento mais célere e
estável das informações, bem como foram promovidas correções de erros e alterações nas limitações de arquivos e integração
com o SEI. Tais modificações, contribuíram para tornar o processo de ressarcimento mais eficiente.
Para tanto, a agência reguladora publicou ao longo do período 5 ABIs, notificando as operadoras dos atendimentos ocorridos no
SUS entre outubro de 2018 e dezembro de 2019. Com o menor intervalo entre evento e notificação, tanto a defesa de operadoras
é facilitada, como análises epidemiológicas tornam-se mais oportunas. Especialmente no cenário da pandemia pela Covid-19,
cujos casos inaugurais no país se deram ainda no primeiro trimestre de 2020, será possível acompanhar a utilização do SUS
pelos beneficiários atingidos pela nova doença a partir de março de 2021.
Quanto à estabilização do passivo, cabe pontuar que a capacitação e a consolidação do trabalho dos servidores dos núcleos da
agência foram essenciais para que este feito fosse alcançado. Ao longo do ano, a produtividade média mensal foi de 76.960
(setenta e seis mil novecentas e sessenta) análises, ao passo que, no fechamento do período de janeiro a dezembro, somou-se
o total de 923.519 (novecentas e vinte e três mil quinhentas e dezenove) impugnações ou recursos julgados.
Com isso, enquanto em janeiro de 2020 o ressarcimento ao SUS contava com um passivo de 337.307 (trezentas e trinta sete
mil trezentas e sete) peças pendentes de análise, chegando, em fevereiro, ao passivo máximo do ano, com 363.055 (trezentos e
sessenta e três mil e cinquenta e cinco) atendimentos, em dezembro de 2020, havia apenas 87.875 (oitenta e sete mil oitocentas
e setenta e cinco) impugnações ou recursos a serem julgados.
576.059
129.422 122.544
2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019 2020
Fonte: Gerência de Integração e Ressarcimento ao SUS (janeiro,2021)
299.381 287.287
244.103
211.519 215.639
184.302
152.930 144.460
151.685
132.410
97.945
79.367 87.875
59.834 68.178 73.740 70.720 57.340
51.735 41.675 40.248 45.607
37.926 43.184 42.268
26.534 31.337 29.767
20.520 27.632 23.326 16.922
15.665
jan/20 fev/20 mar/20 abr/20 mai/20 jun/20 jul/20 ago/20 set/20 out/20 nov/20 dez/20
Passivo 1ª Instância Passivo 2ª Instância Passivo Total
PARTO ADEQUADO
Desenvolvido pela ANS, o Hospital Israelita Albert Einstein e o Institute for Healthcare Improvement (IHI), com o apoio do Ministério
da Saúde, o projeto Parto Adequado visa apoiar e instrumentalizar a adoção de medidas baseadas em evidências científicas que
ampliem a qualidade e a segurança da atenção ao parto e nascimento, reduzindo a proporção de cesarianas, sem indicação
clínica, e os riscos delas decorrentes. De 2017 a 2020, ocorreu a Fase 2 do Parto Adequado, envolvendo 108 hospitais e 60
operadoras de planos de saúde voluntários. Entre os participantes, foram observados o incremento proporcional de 6% de partos
vaginais e redução proporcional de 16% nas admissões em UTI Neonatal. Nessa fase, o projeto alcançou o marco de mais de 20
Paralelamente, desde outubro de 2019, vem ocorrendo a Fase 3 do Parto Adequado, sob o lema “Construindo um Movimento
para a Saúde, Segurança e Equidade na Gestação e no Parto”. Trate-se de uma Campanha Nacional que contempla medidas
para disseminar estratégias de melhoria da qualidade da atenção a parto e nascimento em grande escala, com possibilidade de
inclusão de todas as maternidades e operadoras de planos de saúde do País. Dentre as estratégias da Fase 3 do Parto Adequado,
a ANS passou a divulgar o “Painel de Indicadores da Atenção Materna e Neonatal”, composto por um conjunto de indicadores
que contribuem para a realização de pesquisas e para a diminuição da assimetria de informações no setor (disponível em http://
www.ans.gov.br/perfil-do-setor/dados-e-indicadores-do-setor/painel-de-indicadores-da-atencao-materna-e-neonatal).
O “Painel de Indicadores da Atenção Materna e Neonatal” promove a transparência das informações relativas ao parto e
nascimento no setor suplementar de saúde, segmentado por sexo do nascimento da criança, faixa etária da mãe, raça-cor da
mãe, escolaridade e localidade.
Com a pandemia de Covid-19, o Movimento Parto Adequado também realizou, no âmbito da Fase 3, cinco reuniões virtuais
em 2020 sobre Gravidez e COVID para alcançar rapidamente o maior número possível de gestores e profissionais de saúde
e esclarecer grávidas e familiares. Participaram cerca de 1.200 pessoas, que receberam orientações práticas baseadas nas
melhores evidências científicas internacionais e nas recomendações da Organização Mundial da Saúde - OMS, além de
recomendações relacionadas à saúde mental. Profissionais e gestores tiveram acesso a uma ferramenta de gestão de crise
e a protocolos para atendimento a gestantes e bebês no contexto da pandemia. As informações foram divulgadas nos perfis
da @ansreguladora nas Redes Sociais, no site da ANS e para mailing-list de 5.600 endereços.
Por fim, foi realizada a Consulta Pública nº 79 da proposta de Certificação de Boas Práticas em Parto Adequado, que conecta
a maior abrangência do Movimento Parto Adequado prevista na Fase 3 à proposta mais ampla do Programa de Certificação de
Boas Práticas em Atenção à Saúde, instituído pela Resolução Normativa nº 440/2018. A Nota Técnica, a minuta de Resolução
Normativa, o Manual e o Glossário da Certificação em Parto Adequado foram disponibilizados no portal da ANS, tendo sido
recepcionadas mais de 530 contribuições dos diversos segmentos da sociedade civil, as quais estão em análise.
Em 2020, foi iniciado o projeto-piloto em APS, que tem como objetivo a adoção da atenção primária na saúde suplementar,
possibilitando que operadoras ganhem expertise para uma futura certificação em APS. Foram selecionadas 20 operadoras, dentre
47 inscritas, a partir das notas obtidas na avaliação quantitativa e qualitativa previstas no lançamento do Edital para participação
nos projetos-piloto em APS. As operadoras selecionadas representam todas as modalidades (Autogestão, Cooperativa Médica,
Filantropia e Medicina Grupo), portes (pequeno, médio e grande) e as diversas regiões do Brasil, bem como a demonstração do
esforço no desenvolvimento do projeto e a capacidade de ampliação de cobertura da APS, voltado para a melhoria do cuidado
aos beneficiários de planos de saúde.
Em razão da necessidade de fomentar um movimento das operadoras para a melhoria do cuidado na saúde suplementar e na
estruturação da Atenção Primária, também foram realizados quatro eventos virtuais em 2020 (de maio a dezembro).
Ao longo do ano de 2020, foram acompanhadas virtualmente 12 operadoras e 13 projetos. Os indicadores acompanhados
demonstraram que a pandemia da COVID-19 prejudicou o monitoramento dos resultados esperados da assistência prestada
pelas operadoras nas linhas de cuidado atreladas aos modelos de remuneração baseados em valor.
Este programa amplia o poder de avaliação e de escolha por parte dos beneficiários de planos de saúde. As informações sobre
os atributos de qualificação dosprestadores de serviços de saúde podem ser acessadas através do buscador Qualiss, na página
da ANS http://www.ans.gov.br/
gestao-em-saude/qualiss-programa-de-qualificacao-dos-prestadores-de-servicos-de-saude-2
Em 2020, foi finalizado o triênio de desenvolvimento do Projeto PROADI/SUS, denominado Consórcio de Indicadores de Qualidade
Hospitalar, concebido para o desenvolvimento e implementação do Programa de Monitoramento de Indicadores da Qualidade de
Prestadores de Serviços de Saúde – PM-QUALISS.
O projeto construiu um conjunto de indicadores de qualidade em saúde a serem inseridos no Sistema de Informação Hospitalar-
SIHOSP, desenvolvido para este fim, e permitirá à ANS monitorar e avaliar a qualidade da assistência hospitalar ofertada no setor
de saúde suplementar. A coleta e análise das informações foram testadas e o início do monitoramento dos indicadores hospitalares
terá início a partir segundo semestre de 2021.
Em 2020, o programa foi reformulado com a publicação da Resolução Normativa nº 452 que trouxe um manual com interpretação
dos itens de auditoria, formas de obtenção de evidências, a possibilidade de operadoras odontológicas aderirem ao Programa,
além de incentivos regulatórios para redução de garantias financeiras para operadoras acreditadas. Apesar das restrições que
impediram a realização de auditorias presenciais durante a pandemia, o total de operadoras médico-hospitalar acreditadas
saltou de 61 para 78 em 2020, abarcando 31,17% dos beneficiários com assistência médica.
A partir do ano-base 2017 foi utilizada a nova metodologia IDSS-TISS, iniciando-se uma nova série histórica, com parte dos
indicadores calculados sobre uma nova fonte de dados (TISS). Com essa modificação foi necessário reformular o cálculo dos
indicadores, com reflexos no calendário de divulgação dos resultados.
Em 2020, foram divulgados no portal da ANS os resultados de 2018, e os resultados preliminares de 2019, exclusivamente para
as operadoras apresentarem seus questionamentos à ANS, antes da divulgação do resultado para sociedade.
Os resultados do IDSS ano-base 2018, divulgados em 2020, revelam uma recuperação do setor em relação ao ano anterior, quando
havia sido constatada uma queda em bloco das operadoras para faixas inferiores a partir da implementação da nova metodologia
IDSS-TIS. As notas do setor são apresentadas no QUADRO 4.10 (intervalo de zero a um, sendo um o melhor desempenho):
Um dos indicadores do IDSS pontua operadoras que realizarem, voluntariamente, pesquisa de satisfação com seus beneficiários.
Em 2020, houve um aumento expressivo de operadoras que aderiram à pesquisa: foram recepcionadas 232 pesquisas relativas
ao ano-base 2019. Em 2018 e 2017, a adesão foi de 190 e 101 operadoras, respectivamente. Os resultados das pesquisas
aprovadas pela ANS têm apontado um alto percentual, acima de 78%, de beneficiários que avaliam seu plano de saúde como
“Bom” e “Muito bom” e que recomendariam o plano de saúde para amigos ou familiares.
Conforme relatado no Relatório Anual de Gestão, exercício 2019 - RAG, a ANS tem atuado com medidas de estímulos a qualidade
dos dados do cadastro de beneficiários informados à ANS pelas operadoras de planos de saúde. Os resultados alcançados
podem ser verificados por meio dos dados apresentados na FIGURA 4.8.
Em setembro de 2020, entrou em vigor a Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD) - Lei nº 13.709/2018 -, que estabelece os
requisitos e regras para o tratamento dos dados pessoais e dados pessoais sensíveis – como são os dados trocados entre as
Operadoras, Prestadores de Serviço de Atenção à Saúde, por intermédio do Padrão TISS.
Assim, em 2020 cuidou-se de identificar, através de ampla discussão com as principais entidades de representação do setor,
quais as alterações necessárias no padrão para adequá-lo ao estabelecido na LGPD.
A TUSS padroniza os termos utilizados nas trocas de informações entre os diferentes atores do setor de saúde suplementar e
está em permanente alteração, seja por inclusões ou exclusões de termos.
Em 2020 foi dada continuidade aos esforços de atualização da TUSS, com a publicação de novas versões em março, abril, maio,
junho, agosto, outubro e dezembro de 2020.
Parte dessas atualizações estiveram diretamente relacionadas aos esforços de combate à pandemia da COVID-19, tais como
inclusão do procedimento ‘Coronavírus Covid-19, pesquisa por método molecular’ e dos testes para pesquisa de anticorpos IgG
e anticorpos totais para infecção pelo Coronavírus SARS-CoV-2 (COVID-19), incorporados ao Rol de Procedimentos e Eventos em
Essas atualizações tiveram início de vigência e prazo de implantação imediatos, face à urgência das medidas de enfrentamento
à pandemia.
Ainda nas ações referentes à pandemia, dados do Padrão TISS enviados pelas operadoras para a ANS foram usados para
monitoramento da utilização dos testes para detecção da COVID-19 e de exames complementares, tais como Raio-X e Tomografia
Computadorizada de tórax.
Foram desenvolvidos diversos painéis para atender ao objetivo do Mapa Estratégico - 2020 definido como “Modernizar a
infraestrutura e soluções de Tecnologia da Informação alinhado às boas práticas de governança”, que visa estabelecer uma estrutura
de governança de dados e informações e disponibilizá-las à sociedade. Além do desenvolvimento do “Painel de Indicadores de
Glosa” e “Painel de Indicadores da Atenção Materna e Neonatal”, citados anteriormente, destacam-se as seguintes iniciativas:
ATUALIZAÇÃO DO PAINEL DTISS - O painel foi atualizado com os dados de 2019, permitindo à sociedade uma melhor
visualização dos procedimentos de saúde, segmentados por faixa etária, sexo e período do atendimento.
METABASE - A ANS disponibilizou para servidores e colaboradores o Metabase, ferramenta de business inteligence (BI) que
permite aos usuários não apenas consultar painéis e relatórios pré-definidos, mas também criar suas próprias consultas,
visualizações e alertas, de modo a subsidiar com mais agilidade as tomadas de decisão pelos gestores. Além de se tratar de
ferramenta open source, ela também não possui limitação da quantidade de usuários, o que facilita o acesso dos usuários aos
conjuntos de dados de seu interesse.
DADOS ABERTOS
Dando prosseguimento à execução do Plano de Dados Abertos do biênio 2019-2021, a ANS publicou um novo e aprimorou outros
3 conjuntos de dados.
O planejamento da fiscalização tem sido pautado no contínuo incremento da eficiência e da celeridade na resposta estatal, com
as ações produzidas para obtenção de resultados cada vez mais satisfatórios. Ademais, a ANS estimula boas práticas por parte
das operadoras por meio de uma atividade fiscalizatória indutora.
Como expressão objetiva dessa visão moderna de atuação de um órgão regulador, aponta-se a Notificação de Intermediação
Preliminar – NIP, instrumento completamente eletrônico, de natureza pré-processual, utilizado para intermediar os conflitos
existentes entre beneficiários e operadoras de planos de saúde, e que apresenta índice de resolutividade superior a 92%
(noventa e dois por cento), mesmo em um ano como o de 2020, ocasião em inúmeros desafios se apresentaram no âmbito da
saúde suplementar em razão da pandemia do Novo Coronavírus (SARS-COV-2). É importante destacar que resolvido o conflito,
não há que se falar em abertura de processo administrativo sancionador.
A NIP é considerada um dos instrumentos mais importantes na relação com os beneficiários de planos de saúde e para celebrar
os 10 anos de sua criação, foi realizado neste ano um webinar sobre o tema - https://www.gov.br/ans/pt-br/assuntos/noticias/
sobre-ans/webinar-discute-intermediacao-de-conflitos-na-saude-suplementar, com transmissão ao vivo para toda a sociedade,
com a participação dos diretores da ANS, de autoridades representantes do Superior Tribunal de Justiça - STJ , da Secretaria
Nacional do Consumidor - SENACON, da Agência Nacional de Aviação Civil - ANAC e da equipe de servidores da ANS.
50,0%
40,0%
30,0%
20,0%
10,0%
0,0%
2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019 2020…
Assistencial Não Assistencial Total
Fonte: SIF Consulta - Data da extração: jan/2021
Nota: A Resolutividade de 2020 foi calculada para o período de janeiro a outubro, pois na data de extração, considerando o fluxo regular de análise ainda estava andamento número
significativo de demandas registradas nos meses de novembro e dezembro. Registra-se que até outubro apenas 3,1% das demandas registradas na ANS ainda estavam pendentes
de classificação na data da extração, estando, portanto, preenchidos os requisitos de confiabilidade. Por conta das questões apresentadas, o indicador de Resolutividade poderá sofrer
alterações em cálculos futuros.
NATUREZA DA
1º TRIM 2º TRIM 3º TRIM 4º TRIM MÉDIA
NIP
Assistencial 19,6 24,4 11,6 13,4 17,8
Não Assistencial 15,3 25,7 33,1 12,3 21,7
Contribuíram para a oscilação dos números os seguintes fatores no contexto da pandemia: a priorização de análise das
demandas assistenciais frente às não assistenciais; o aumento de reclamações registradas no ano de 2020; a necessidade de
cotejo entre o passivo e a análise corrente; e o ajuste de meta de produtividade dos servidores definida pela Diretoria Colegiada
aplicável a todos os servidores da ANS, evitando-se a fixação de metas distintas diante do novo cenário de home office no
contexto da pandemia.
Antes de apresentar informações sobre processos administrativos sancionadores, cabe apresentar outra iniciativa aderente à
estratégia de indução às boas práticas, denominada, “Programa de Intervenção Fiscalizatória”.
O Programa sofreu impactos em 2020, principalmente em razão das medidas de isolamento social e contenção da disseminação
do coronavírus. A Intervenção Fiscalizatória pressupõe diligência in loco nas operadoras e deslocamentos aéreos e terrestres.
Ainda dentro desse cenário, houve a decisão da Diretoria Colegiada de suspender a obrigatoriedade do atendimento presencial
aos beneficiários de planos de saúde por parte das operadoras, fator que também afetou a condução regular dos ciclos de
Intervenção. A adoção de regimes alternativos de trabalho com redução de pessoal nas dependências das operadoras se mostrou
como mais um obstáculo no período.
Cita-se ainda a alteração do perfil das demandas de reclamação registradas na Central de Atendimento de ANS e as demais
medidas adotadas no período, como, por exemplo, a que determinou a suspensão de cirurgias eletivas em um determinado
momento, visando atender a priorização da COVID-19 e viabilizar uma maior disponibilização de leitos aos pacientes que
necessitavam de internação. Como o Programa de Intervenção Fiscalizatória se baseia nos resultados obtidos em ciclos
semestrais, o contexto atual prejudicou o prosseguimento dos trabalhos.
Mesmo com as limitações citadas, foi possível dar seguimento ao período corretivo de 7 operadoras referentes ao 8º ciclo de
Intervenção Fiscalizatória. O período corretivo se iniciou em janeiro de 2020 e foi interrompido em abril de 2020, retomando
ao final de novembro de 2020. As diligências in loco já haviam sido realizadas em 2019. Espera-se uma regularização do
funcionamento do Programa de Intervenção Fiscalizatória a partir do ciclo que se inicia em agosto de 2021, ocasião em que
muitos avanços são esperados no cenário da pandemia ante o Plano Nacional de Operacionalização da vacinação contra a
COVID-19 em curso.
Com efeito, em atenção à transparência e segurança jurídica, todas as modulações normativas referentes ao Programa foram
objeto de pauta e deliberação pela Diretoria Colegiada.
ANO
FASE VARIAÇÃO (%)
2019 2020
Tempo Médio de Apuração 6,6 6,3 -4,3%
Tempo Médio de Decisão 75,8 111,5 47,1%
Tempo Médio de Juízo de Reconsideração 37,5 103,9 177,1%
TEMPO MÉDIO TOTAL 119,9 221,7 84,9%
Fonte: SIF Consulta (janeiro,2021)
Nota: Tempo Médio de Apuração: É o Tempo, em dias, entre a entrada do processo no Núcleo e a emissão do auto de infração. É calculado como a razão entre a soma da diferença entre a
“data da emissão do auto” e a “data do status aguardando análise de denúncia” e o total de demandas analisadas no período. Mensura o tempo gasto para a lavratura do auto de infração.
Tempo Médio de Decisão: É o Tempo, em dias, entre a “data de emissão do auto” e a “data de decisão em 1º instância”. É obtido como a razão entre a soma da diferença entre a “data de
emissão do auto” e a “data de decisão em 1º instância” e o total de demandas analisadas no período. Mede o tempo médio gasto para a emissão da decisão pelos Núcleos.
Tempo Médio de Juízo de Reconsideração: É o Tempo, em dias, entre a “data de análise de recurso” e a “data de aguardando Diretoria Colegiada”. É obtido como a razão entre a soma da
diferença entre a “data de análise de recurso” e a “data de aguardando diretoria colegiada” e o total de demandas analisadas no período. Avalia o tempo médio em que as demandas ficaram
no Juízo de Reconsideração.
50.263
37.571
9.123 8.379
6.068 6.534 6.323
4.519
2.578
457 34 23
Identifica-se uma curva crescente no passivo processual que, por sua vez, repercute no decréscimo do tempo médio de análise
(TABELAS 4.3 e 4.4). Não se trata apenas do ano atípico de pandemia, mas decorre também do aumento do número de reclamações
registradas junto à ANS de forma geral. Embora a tabela comparativa do número de reclamações e demais desmembramentos
seja apresentada mais à frente no tópico “Canais de comunicação com a sociedade e as partes interessadas” considerando um
cenário mais ampliado temos um crescimento significativo de registros, o que pode ser observado a tabela abaixo.
TABELA 4.4- DEMANDAS DE RECLAMAÇÕES CADASTRADAS ORIUNDAS DE USUÁRIOS DE PLANOS DE SAÚDE, ANOS 2016
A 2020
Verifica-se um cenário de estabilidade entre 2016 e 2018, aumentando consideravelmente, a partir de 2019, o número de
reclamações.
Nesse contexto, diversas medidas de gestão foram adotadas no ano de 2020 visando prevenir a escalada maior de passivo para
os próximos anos e ao mesmo tempo reduzir o atual.
Primeiramente, a determinação foi expedida aos servidores que atuam nos processos administrativos sancionadores com a
definição do quantitativo mínimo de documentos a serem produzidos semanalmente e mensalmente.
Tal medida de cooperação, positiva, sem dúvida, teve que ser revalidada no médio prazo, tendo em vista o monitoramento
do número de reclamações de beneficiários nos anos posteriores, culminando no retorno de 14 servidores para a prática da
atividade fiscalizatória. Não obstante as medidas adotadas, a carência de pessoal permanece.
Foram ainda apresentados no ano de 2020 amplos subsídios para fins de abertura de edital para seleção de movimentação de
servidores para compor força de trabalho, de acordo coma Portaria nº 193/2018.
Todos os elementos que cabiam à fiscalização também foram apresentados dentro de um contexto de possibilidade, em tese, de
elaboração de processo seletivo simplificado, com a finalidade de contratação temporária de servidores para atuarem nos macro
processos operacionais da fiscalização, nos termos da IN nº 1/2019 do Ministério da Economia. Estão sendo dados os devidos
encaminhamentos pela área competente, os quais trazem elementos robustos de necessidade de pessoal.
Seguem outras informações relacionadas aos processos administrativos sancionadores, sempre observada a análise comparativa:
O aumento verificado na instauração dos processos administrativos sancionadores está intimamente relacionado ao crescimento
do número de reclamações na comparação com o período anterior. Ressalva-se que a variação descrita na tabela poderia ainda
ser maior considerando que determinadas operadoras em saída ordenada de mercado passaram a dar sinais de desmobilização
perante o órgão regulador (ex: resolutividade no âmbito da NIP muito inferior à média do mercado, ausência habitual de respostas
e apresentação de defesa). Nesse sentido, medida diferenciada de agrupamento de demandas foi adotada.
Na tabela acima o destaque fica para a redução dos autos de infração anulados. Tal efeito guarda sintonia com o aperfeiçoamento
e prática do instrumento da classificação residual introduzido por meio da RN nº 444/2019. Dois pontos foram fundamentais
para essa diminuição de autos anulados: maior intercâmbio entre a equipe que cuida da análise da NIP e a equipe de fiscais que
tratam dos processos sancionadores; e maior intercâmbio com a área técnica responsável pela propositura da grande maioria
das normas objeto de fiscalização (DIPRO), saneando divergência detectadas.
Essa tabela, além da consequência do incremento do registro de reclamações e do maior intercâmbio mencionado, revela
também que a análise dos processos não é um trabalho meramente formal, sendo dada razão à tese defensiva da operadora
em diversas oportunidades.
Nas demandas decorrentes do procedimento da NIP, caso o interessado adote as providências necessárias após a data do
encerramento dos prazos de Reparação Voluntária e Eficaz – RVE, e as comprove inequivocamente, fará jus a um desconto
percentual de 80% sobre o valor da multa correspondente à infração apurada. Em 2020, foram 78 ocorrências desta natureza,
variação positiva em comparação ao ano anterior, na ordem de 62,5%. Compreende-se que o crescimento decorre da publicação
do Entendimento DIFIS nº 11/2019, que explicou mais detalhadamente o alcance do instituto.
Após a notificação de um possível infrator, em substituição à apresentação de defesa, pode-se requerer o pagamento antecipado
e à vista do valor da multa à infração administrativa apurada, no prazo de 10 dias, a contar da intimação. Neste caso, o
interessado fará jus a um desconto percentual de 40% sobre o valor da multa. O cenário é de estabilidade comparado ao período
anterior: 1.663 ocorrências desta natureza.
Por fim, não se pode deixar de dar destaque à condução das celebrações de Termos de Compromisso de Ajustamento de Conduta
– TCAC e Termos de Compromisso – TC.
O TCAC é um instrumento regulatório por meio do qual a ANS firma compromissos junto às operadoras de planos privados de
assistência à saúde violadoras, efetiva ou potencialmente, das normas legais e infra legais do mercado de saúde suplementar
com vistas a cessar as práticas das condutas irregulares que estão sendo apuradas e reparar coletivamente os danos por elas
causados, inclusive indenizando os prejuízos decorrentes.
O TC é um instrumento regulatório pelo qual as agências reguladoras firmam compromissos com os entes regulados, tendo por
base o interesse na implementação de práticas que consistam em vantagens para os consumidores, com vistas a assegurar
a manutenção da qualidade dos serviços de assistência à saúde. No âmbito da fiscalização, o TC tem sido majoritariamente
utilizado com o objetivo de obter informações sobre o número de vidas administradas e/ou o número de vidas expostas, com o
escopo de que as ações fiscalizatórias sejam intentadas de acordo com seu porte econômico, em consagração às disposições
da Lei n° 9.656/1998. Tal ação deriva da previsão do art. 30 da RN nº 295/2012 que dispensa as operadoras registradas na ANS
como administradoras de benefícios do envio das informações de número de beneficiários.
Considerando o benefício recíproco para a ANS e para o agente regulado, cujo resultado foi exitoso, destaca-se em 2020 a
propositura de ofício às administradoras de benefícios para celebração desse tipo de TC.
Cabe lembrar que análise comparativa estendida para o ano de 2018 demonstrada na tabela 4.9 revela um cenário de crescimento
contínuo e relevante.
GRÁFICO 4.13 -DISTRIBUIÇÃO DAS RECLAMAÇÕES PELA SUA NATUREZA, ANOS 2019 E 2020
69,44% 68,49%
30,54% 31,51%
0,02% 0,00%
2019 2020
Embora o perfil das demandas em 2020 tenha sido alterado em razão da pandemia e das demais decisões da Diretoria Colegiada
no período, a proporção entre demandas de cunho assistencial e não assistencial permaneceu estável.
GRÁFICO 4.14 -DISTRIBUIÇÃO DO MEIO DE ATENDIMENTO DAS RECLAMAÇÕES E INFORMAÇÕES, ANOS 2019 E 2020
91,8% 88,7%
10,7%
6,6%
1,3% 0,3% 0,3% 0,3%
2019 2020
A ANS realiza a articulação com órgãos/entidades que compõem o Sistema Nacional de Defesa do Consumidor (art.4º, inciso
da Lei nº 9.656/1998) por meio do Programa Parceiros da Cidadania, que visa a aproximação e, principalmente, a troca de
informações a respeito da saúde suplementar.
No âmbito desse programa, no final de 2020, a ANS possuía 33 acordos de cooperação técnica vigentes, com Tribunais de
Justiça, Ministérios Públicos e Defensorias Públicas. Aconteceram diversas renovações no período e também novas celebrações,
sem prejuízo das negociações em sede de tratativas que ainda não terminaram com a oficialização do acordo.
Ampla prospecção foi realizada, com atenção à lacuna verificada em alguns estados da federação, em especial, na região norte.
Para tanto, destacam-se 4 acordos novos (com efetivação de assinatura) no ano em referência e outros 3 com aprovação na
Diretoria Colegiada no mesmo ano, mas com pendência de assinatura. Nessa lista estão a Defensoria Pública do Estado de
Rondônia e do Estado do Amazonas (assinados), bem como o Ministério Público do Estado do Amapá (em processo de assinatura).
PAINEL COVID-19
Saindo do fluxo habitual, desde o começo de março de 2020, a ANS passou a fazer relatórios diários sobre a pandemia do Novo
Coronavírus, tendo-se por base dados coletados dos registros de reclamações perante a ANS.
Para tanto, mostrou-se necessária a utilização de marcadores específicos relativos ao COVID-19, cujo acompanhamento pode ser
acessado pelo link https://app.powerbi.com/view?r=eyJrIjoiNTMzYjNmZDQtODczOC00ZTFmLWJhNzUtNjdlM2FkMjZjMGJmIiwi-
dCI6IjlkYmE0ODBjLTRmYTctNDJmNC1iYmEzLTBmYjEzNzVmYmU1ZiJ9
De acordo com o que se verifica quando acessado o painel, as reclamações referentes à pandemia do Coronavírus são
classificadas em 8 tipos, conforme destacado abaixo, que podem ser classificadas em três grandes grupos, de acordo com o
impacto direto ou indireto causado pela pandemia:
Tal painel permite o acompanhamento mais próximo da atuação das operadoras de planos privados de assistência à saúde em tempos
de pandemia. É atualizado diariamente e pode ser acessado por qualquer cidadão. Os relatos das demandas que contêm informações
pessoais de beneficiários ficam registrados em outro local, para atendimento às regras de sigilo impostas pela legislação.
O painel de monitoramento do registro de reclamações, além de sinalizar uma visão geral para a atividade fiscalizatória da ANS,
permite um olhar diferenciado às demandas ali classificadas, inclusive foi destacada equipe específica para tratar das demandas
assistenciais de reclamação relacionadas diretamente com a COVID.
AGÊNCIA NACIONAL DE SAÚDE SUPLEMENTAR RELATÓRIO ANUAL DE GESTÃO - EXERCÍCIO 2020 71
PROCEDIMENTO ESPECIAL NO ÂMBITO DA NIP PARA ACOMPANHAMENTO DAS DEMANDAS INATIVAS
DA COVID-19
Outra medida importante durante a pandemia foi a criação de um procedimento especial no âmbito da NIP para acompanhamento
das demandas inativas da COVID-19. Excepcionalmente, foi adotado o seguinte fluxo nas demandas NIP relacionadas à cobertura
para exames e procedimentos inerentes à COVID-19.
Dessa forma, essas demandas somente são mantidas como inativadas na hipótese de nenhum dos três eventos abaixo não ter ocorrido:
1. Caso os contatos ativos do Disque ANS não tenham sido bem sucedidos; e
2. O beneficiário não respondeu o formulário eletrônico enviado via e-mail; e
3. O beneficiário não entrou em contato com o Disque ANS para informar a solução do conflito.
Em resumo, a fiscalização se mostrou atenta para a adoção de medida extraordinária quando recebeu relato de desassistência
significativa por parte de uma determinada operadora sob o pretexto de atenção total aos casos de COVID-19 ou relato de
comportamentos abusivos recorrentes perante os beneficiários em tempos de pandemia.
Merecem ainda destaque relatos recebidos de descumprimento das obrigações regulatórias em razão de ato normativo local,
municipal ou estadual, que trazia regras distintas das definidas pela ANS. Mediante pronta consulta a Procuradoria Federal junto
à Agência, esclareceu-se o caminho a ser adotado no âmbito da fiscalização nesses casos.
Também cabe enfatizar a necessária modulação feita na contagem dos prazos processuais, suspensos a favor do administrado,
em virtude da Medida Provisória nº 928/2020 que introduziu o art.6º-C na Lei nº 13.979/2020 e, logo após ter caducada sua
vigência, a avaliação técnica de proposição à DICOL de prorrogação administrativa por mais um período (os prazos retornaram
em setembro). Com efeito, a ênfase dada pela ANS à NIP foi fundamental no período, uma vez que a referida MP não alcançava
procedimentos pré-processuais. As atividades de marcha processual no âmbito do sancionador, vedada apenas a contagem de
prazo para o administrado, também foram preservadas, propiciando assim a mitigação de impactos. Consulta à Procuradoria
também foi realizada sobre o assunto visando garantir a segurança jurídica para a tomada de decisão.
Dados da fiscalização no ano de 2020 com enfoque na pandemia também passaram a fazer parte integrante do Boletim COVID, em
conjunto com dados de outras Diretorias. O boletim é publicado mensalmente e além de informações de reclamação dos beneficiários
conta com algumas de ordem econômico-financeira e assistenciais. A evolução de beneficiários no setor também é acompanhada.
Ainda como medida concreta para o enfrentamento da pandemia do COVID-19, rememora-se a ampliação da articulação
institucional com órgãos e entidades integrantes do SNDC, especialmente localizados na região norte do país.
AGÊNCIA NACIONAL DE SAÚDE SUPLEMENTAR RELATÓRIO ANUAL DE GESTÃO - EXERCÍCIO 2020 72
ESTUDO FINALIZADO EM PARCERIA COM A ORGANIZAÇÃO PAN-AMERICANA DE SAÚDE (OPAS)
Por meio de parceria firmada junto à Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS), iniciou-se estudo detalhado para identificação
de impactos nas operadoras de planos privados de saúde decorrentes das atividades consequentes da implementação da RN nº
388/2015, em âmbito pré-processual e processual.
Cumpridas as entregas parciais pactuadas, os pesquisadores externos apresentaram relatório conclusivo em 1º de dezembro de
2020. O normativo da ANS foi avaliado a partir do impacto visualizado sob as seguintes óticas: monetário, matemático, ambiente
corporativo, mediação de conflitos e, ainda, sob a ótica do consumidor.
Embora não seja tecnicamente uma Avaliação de Resultado Regulatório – ARR, seu conteúdo é compatível com o instrumento e
será objeto de aprofundamento pela equipe técnica a partir do ano de 2021.
Foram desenvolvidas ações visando a melhoria da qualidade dos dados do sistema atual, SIF 2, em vias de ser substituído para
que possa ser realizada a migração para o SIF 3.0.
Após a entrada em produção do primeiro módulo, novos projetos complementarão o tratamento de situações pré-processuais (ex: Demandas
de Operadoras), o Módulo de Cálculo de Indicadores de Fiscalização e melhorias no Módulo de Relacionamento (SIF Relacionamento).
Estando completa a parte pré-processual, iniciaremos novo projeto para o desenvolvimento do fluxo do processo administrativo sancionador
em 1ª Instância, iniciando com a lavratura do auto de infração para processos relativos a demandas de consumidor e institucionais.
Com a finalidade de ampliar a transparência, propiciar credibilidade e a utilidade das informações referentes ao tema arrecadação
de multas são apresentados quatro quadros distintos: o QUADRO 4.11 segue o formato indicado no subitem 9.1 do Acórdão
1.970/2017-TCU-Plenário, o QUADRO 4.12 apresenta os valores encaminhados e processados pela Procuradoria Federal junto
à ANS e o QUADRO 4.13 e a TABELA 4.10 apresentam a série histórica de arrecadação nos últimos anos.
Em relação aos riscos de prescrição da pretensão executória da Administração, importante destacar a inexistência de créditos
constituídos nos processos sancionadores com risco de prescrição executória relativo ao período dos últimos três anos em
função de metodologia de trabalho adotada no âmbito da ANS desde o ano de 2018.
Destaque-se os resultados crescentes nos percentuais de multas arrecadadas apresentadas na série histórica (QUADRO 4.12)
desde a edição do Acórdão 482/2012-TCU-Plenário, que passou de 4,6% em 2013 para 24,0% em 2019, havendo sofrido uma
redução para 16,0% em 2020.
O subitem 9.1.1 do Acórdão 1.970/2017 refere-se ao número absoluto e percentual de pessoas físicas ou jurídicas pendentes de
inscrição no Cadin - a inscrição, retirada ou suspensão dos CNPJs ou CPFs dos inadimplentes naquele cadastro é feita através
de relatórios gerados via sistema e que consideram regras de negócio estipuladas pelas áreas de cobrança da ANS.
O subitem 9.1.2 do Acórdão 1.970/2017 refere-se ao número absoluto e percentual de processos de cobrança de multas que,
em virtude dos prazos legais, sofram maiores riscos de prescrição, no último exercício, bem como as providências adotadas
para reduzir esse risco.
AGÊNCIA NACIONAL DE SAÚDE SUPLEMENTAR RELATÓRIO ANUAL DE GESTÃO - EXERCÍCIO 2020 73
Em relação aos riscos de prescrição da pretensão executória da Administração destaca-se que estão sendo inscritos em
dívida ativa os créditos constituídos nos processos sancionadores cujas decisões administrativas finais foram proferidas nos
anos de 2018 e 2019, sendo certo que, quanto às multas impostas por meio desses processos, a prescrição só ocorreria,
respectivamente, em 2023 e 2024, o que revela o fato de a inscrição das multas em dívida ativa ocorrer com considerável
margem de tempo em termos de risco de prescrição.
A Procuradoria Federal junto à ANS não tem em acervo processos sancionadores com risco atual de prescrição da ação executória.
Cabe esclarecer que os créditos inscritos em dívida ativa são encaminhados eletronicamente para a Equipe Nacional de Cobrança,
órgão da Procuradoria-Geral Federal - PGF, encarregado pelo ajuizamento das execuções fiscais.
Os processos administrativos de constituição de créditos de multa são encaminhados eletronicamente à Procuradoria e são
submetidos a uma criteriosa triagem.
Ademais, o sistema eletrônico SEI permite a criação e visualização do agrupamento de processos por ano de prescrição.
Os processos sancionadores com decisão administrativa final proferida antes de 2017, quando eventualmente existentes, são
separados e imediatamente submetidos à análise para fins de inscrição em dívida ativa, de modo a não se ter em acervo durante
o ano de processos sancionadores cujo risco de prescrição seja anterior a 2022.
Com a implantação do sistema de Dívida Ativa das Autarquias e Fundações Públicas Federais, que integra o sistema SAPIENS
— Sistema AGU de Inteligência Jurídica, a plataforma eletrônica permite, em um único ambiente de produção, a realização
de todas as atividades relacionadas com a gestão dos créditos da ANS, uniformizando os procedimentos adotados, reduzindo
a possibilidade da ocorrência de erros, permitindo o efetivo controle dos ativos existentes e garantindo maior eficiência na
recuperação de créditos da ANS.
As atividades de inscrição em dívida ativa, parcelamento de crédito, protesto extrajudicial e de ajuizamento da execução fiscal
são realizadas eletronicamente, diferenciando-se sobremaneira dos procedimentos que exigem o trabalho manual.
A ANS passou a remeter os créditos de multa eletronicamente para cobrança pela Procuradoria. As informações do crédito de
multa necessárias para cadastro e inscrição em dívida ativa são remetidas eletronicamente do sistema de fiscalização e de
arrecadação da ANS, atendendo ao disposto no artigo 8º, parágrafo 3º, do Decreto nº 9194/2017, que dispõe sobre a remessa de
créditos constituídos pelas autarquias e fundações públicas federais para a Procuradoria-Geral Federal.
Essas providências adotadas pela ANS têm resultado no incremento significativo da arrecadação de créditos de multa inscritos
em dívida ativa nos últimos anos.
Já no que tange aos possíveis riscos de prescrição de cobrança de multas aplicadas em processos sancionadores, a ANS
também implementou diversas melhorias, tais como:
• edição de normativos que imprimiu celeridade à tramitação do processo administrativo sancionador;
• adoção de diversas medidas de gestão, tais como a fixação de metas de produtividade e respectivo controle, bem como a
racionalização dos processos, digitalizando processos físicos e gerando novos apenas em meio eletrônico, com consequente
celeridade na distribuição e análise, além da economicidade no fluxo de trabalho.
Anterior 1.557.990.777,94 93.878.234,63 134.810.104,43 88.602.739,04 56.534.175,91 53.673.215,39 56.878.084,88 34.568.140,78 28.983.640,01 547.928.335,08
2013 181.181.976,32 8.292.609,58 10.139.405,01 23.677.173,97 13.708.670,85 3.404.234,13 2.961.630,62 2.043.666,07 1.502.646,24 65.730.036,46
2014 394.352.843,42 - 16.773.626,21 29.859.593,67 63.605.894,04 25.166.807,64 7.253.062,38 3.661.902,56 3.073.146,22 149.394.032,71
Total Geral 6.579.429.218,11 102.170.844,21 161.723.135,65 161.197.328,34 373.419.753,41 417.315.208,16 397.231.986,85 404.263.132,13 238.383.854,51 2.255.705.243,26
Fonte: DataMart de Multas (extração 19/02/2021)
Os principais projetos e ações a serem desenvolvidos pela ANS em 2021 podem ser vistos no quadro abaixo.
APP ANS (FASE 1: MIGRAÇÃO DO APP PARA O PORTAL CENTRAL DO MODERNIZAR E AMPLIAR OS RECURSOS DE
DEZEMBRO-21
GOVERNO) TIC COM FOCO NA TRANSFORMAÇÃO DIGITAL
PUBLICAÇÃO DE MEDIDA REGULATÓRIA-ALTERAÇÃO DA RN
ZELAR PELA SUSTENTABILIDADE E EQUILÍBRIO
451 PARA INTRODUÇÃO DO CÁLCULO DO CAPITAL PARA RISCO JUNHO-21
DO SETOR DE SAÚDE SUPLEMENTAR
OPERACIONAL E LEGAL
No decorrer do ano, após sofrer alterações por meio de créditos suplementares, o orçamento da ANS foi atualizado para R$
329.542.992,00 (trezentos e vinte e nove milhões, quinhentos e quarenta e dois mil novecentos e noventa e dois reais).
Em termos gerais, a execução orçamentária da ANS em 2020 foi de 84,39% superior a 79,61% realizada em 2019.
Na execução orçamentária relativa a pessoal, benefícios e encargos, identifica-se que, em 2020, a execução foi de 92,51%
enquanto, no ano anterior, foi de 87,44%.
Em relação a execução orçamentária relativa a custeio, investimentos e inversões financeiras, verifica-se que a execução
orçamentária em 2020 foi de 72,34% enquanto, em 2019, foi de 68,17%.
GRÁFICO 5.2- ANS: COMPARATIVO DA EVOLUÇÃO DO ORÇAMENTO E DA DESPESA - PESSOAL, BENEFÍCIOS E ENCARGOS
0,00 100,00 200,00 300,00 400,00 500,00 600,00 700,00 800,00 900,00
0,00 50,00 100,00 150,00 200,00 250,00 300,00 350,00 400,00 450,00 500,00
91.893.349,67
1.753.284,59 2.375.801,13
GRÁFICO 5.5 - ANS 2020: DESPESA COM PESSOAL POR TIPO (R$)
R$142.518.654,47
R$33.420.040,40
24.464.464,81
2.944.400,97
535.277,33 247.175,71
Concessão de Aperfeiçoamento
Qualificação
Empréstimos para do Sistema de
Administração da Regulação e
Ações orçamentárias Liquidação de Operadoras Informação
da Unidade Fiscalização da
de Planos Privados de para Saúde
Saúde Suplementar
Assistência à Saúde Suplementar
DOTAÇÃO ATUALIZADA 50.499.578,00 25.237.424,00 5.000.000,00 45.095.717,00
DESPESAS EMPENHADAS 44.683.662,82 13.802.019,33 2.903.628,87 44.651.674,22
DESPESAS LIQUIDADAS 39.581.540,06 11.135.844,00 2.375.801,13 38.993.509,69
DESPESAS PAGAS 39.555.715,49 11.135.844,00 2.375.801,13 38.993.509,69
DESPESAS INSCRITAS EM
RESTOS A PAGAR NÃO 5.102.122,76 2.666.175,33 527.827,74 5.658.164,53
PROCESSADOS
Fonte: Gerência-Geral de Administração e Infraestrutura (janeiro, 2021)
Nota: Dentro da ação Aperfeiçoamento do Sistema Informação para Saúde Suplementar, existem outras despesas classificadas como consultoria, material de consumo ou permanente, outros
serviços de pessoas jurídicas.
86,47%
78,33%
45,31% 47,52%
44,12% 41,93%
11,52% 12,55%
10,10% 10,56% 10,56%
Administração da Unidade Qualificação da Regulação e Fiscalização Concessão de Empréstimos para Aperfeiçoamento do Sistema de
da Saúde Suplementar Liquidação de Operadoras de Saúde Informação para Saúde Suplementar
DESPESAS PAGAS DESPESAS LIQUIDADAS E NÃO PAGAS DESPESAS EMPENHADAS E NÃO LIQUIDADAS DOTACAO ATUALIZADA
Fonte: Gerência-Geral de Administração e Infraestrutura (janeiro, 2021)
Uma importante ação orçamentária relacionada à tecnologia da informação foi praticamente toda executada enquanto outras ações
apresentaram execução inferior à aprovada na Lei Orçamentária Anual - LOA 2020, em decorrência da pandemia. A COVID-19
impediu a realização de viagens, cursos e eventos institucionais, o que acarretou uma execução menor do que a esperada.
Ademais, a preparação da ANS para um cenário de expressiva redução de orçamento em 2021 também impulsionou o
redimensionamento de vários contratos, o que já se verificou em 2020.
Além disso, alguns processos licitatórios se prolongaram além do tempo previsto e alguns contratos de baixa execução estão
sendo revisados para minimizar as distorções. As despesas discricionárias de custeio tiveram 72,34% de execução dentro de
2020, provavelmente superando 80%, se for considerada a execução dos restos a pagar.
A Agência Nacional de Saúde Suplementar segue em suas tratativas junto aos Ministérios da Saúde e da Economia para alteração
da Lei nº 9.961/2000, conforme se pode observar em processo administrativo nº 33910.018780/2017-97.
Soma-se a publicação da lei de conversão da MP nº 685/2015, a Lei nº 13.202/2015, prevendo em seu texto o índice oficial como
critério de atualização apurado no período desde a última correção, em periodicidade não inferior a um ano; e estabelecendo que
a primeira atualização monetária relativa às taxas ficaria limitada ao montante de 50% do valor total de recomposição referente
à aplicação do índice oficial desde a instituição da taxa e o direito ao contribuinte da restituição do valor pago em excesso.
Desde então, a ANS vinha empreendendo esforços para aplicação do determinado nesta Lei. Finalmente, em junho de 2020, o
Parecer SEI nº 5681/2020/ME da Procuradoria Geral da Fazenda Nacional trouxe nova interpretação para operacionalização da
determinação legal. Através de Parecer nº 00001/2020/GEDAT/PFANS/PGF/AGU, a Procuradoria Federal junto à ANS – PROGE/
ANS ratificou as orientações do Parecer SEI nº 5681/2020/ME e passamos a aplicar o redutor previsto na Lei nº 13.202/2015
desde 09/09/2015.
Segue a estimativa do montante a ser devolvido, sem atualização monetária, segundo levantamento em dezembro de 2020:
QUADRO 5.2 - ANS 2020: ESTIMATIVA DO MONTANTE A SER DEVOLVIDO DE TPS POR TIPO
Por fim, informamos que os precatórios da ANS são estimados na Lei Orçamentária Anual – LOA, dentro do Programa “0901
- Operações Especiais: cumprimento de sentenças judiciais”, pela Secretaria de Orçamento Federal – SOF, com informações
do andamento das ações judiciais pela Advocacia-Geral da União – AGU, visando o cumprimento de sentenças judiciais. No
GRÁFICO 5.8, a seguir, podem ser visualizados os valores fixados nos exercícios de 2017 a 2020.
GRÁFICO 5.8 - ANS: COMPARATIVO DE PRECATÓRIOS ANS 2017 - 2020 (EM R$)
34.938.519
22.098.292
4.577.384
2.608.783
A operadora é inscrita no CADIN, independentemente de ter um ou cem débitos com a ANS, inscritos ou não em dívida ativa. A
única obrigação é que a soma das dívidas da operadora seja superior a R$ 1.000,00 para que possa ser realizada a inscrição
no CADIN.
Conforme dado extraído do SISBACEN Web, atualmente, a ANS possui 2.092 (dois mil e noventa e dois) registros ativos no CADIN
e 203 registros suspensos.
Abaixo segue o quantitativo de inscrições realizadas por situação nos anos de 2019 e 2020.
102
88
53 59
A Taxa de Saúde Suplementar por Plano de Assistência à Saúde – TPS é uma das formas de arrecadação da ANS e todas as
operadoras devem fazer o seu recolhimento trimestral, cujo valor baseia-se no quantitativo de beneficiários de acordo com a
abrangência geográfica e cobertura de seus planos de saúde.
A operadora pode fazer jus a descontos, de acordo com a legislação vigente, desde que respeite os prazos estipulados. Porém, se
a operadora não efetuar o recolhimento no prazo previsto perderá os descontos (de abrangência, cobertura e de segmentação)
e será acrescida multa de mora (art. 37-A da Lei nº 10.522/2002 - alterada pela Lei nº 11.941/2009 - c/c o art. 61 da Lei nº
9.430/1996) e juros moratórios (os juros são taxa SELIC e no mês de pagamento juros 1% a.m.), conforme art. 37-A da Lei nº
10.522/2002 - alterada pela Lei nº 11.941/2009 - c/c § 3º do art. 5º da Lei nº 9.430/1996.
Cabe pontuar que, em virtude da conversão da Medida Provisória n º 685/2015 na Lei nº 13.202/2015, que em seu art. 8º, § 1º,
concedeu uma redução de 50% à atualização no primeiro período de atualização e, de acordo com o disposto em entendimento
exarado no parecer SEI nº 5681/2020/ME, ratificado por Parecer nº 00001/2020/GEDAT/PFANS/PGF/AGU, o valor da TPS retroagiu
a dezembro de 2015, passando a vigorar desde então no valor de R$ 3,70 por beneficiário menor de 60 anos. Para beneficiários
maiores de 60 anos, não é cobrada TPS.
Desta forma, temos que a TPS foi efetivamente recolhida de dezembro de 2015 a setembro de 2020 no valor de R$ 5,39 por
beneficiário menor de 60 anos, mas que o valor devido, desde dezembro de 2015, seria de R$ 3,70 por beneficiário menor de
60 anos.
Os valores recolhidos a maior fazem jus à devolução ou compensação conforme prevê o mesmo art. 8º da Lei nº 13.202/2015
em seu § 2º.
Conforme podemos observar, o gráfico a seguir demonstra que houve queda de arrecadação de Taxa de Saúde Suplementar por
Plano de Assistência à Saúde - TPS devido a extrema judicialização das operadoras contra o recolhimento da TPS.
134,1
97,8
79 79,5
74,9 77,3 72,5
66,4 67
56,6 59,3
51,2 54,1
40,5 41 41,6
35,9 39,5 39,5 32,4
23,3
2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019 2020
GRÁFICO 5.11 - ANS 2020: DISTRIBUIÇÃO (%) DE CONTRATOS POR ÁREA DEMANDANTE
75,44%
11,82%
7,42%
4,46%
0% 0,05% 0,81%
GRÁFICO 5.13 - ANS 2020: GASTO COM TERCEIRIZAÇÃO DE MÃO-DE-OBRA POR TIPO (EM MILHARES)
R$25.438,83
Arquiteto urbanista e engenheiro elétrico
Vigilância
2.480,04 2.602,96
Em milhares (R$)
1.138,16
Serviços postais (60 meses) Aquisição de switches, Saúde ocupacional Central de relacionamento
incluindo suporte, garantia, (30 meses)
instalação, software de
gerenciamento e acessórios
Milhares
Pregão Eletrônico
representa 88,04% das
contratações da ANS
0,63%
3,82%
83,60% Ata de registro
Sistema de
Modalidade de Preços –
Registro de
Transacional ARP de outros
Preços - SRP
órgãos
Saldo em R$ Saldo em R$
Sistema Status da implementação do
Tipo de bem cadastrado no SIAFI cadastrado no SIAFI
utilizado SIADS
em 31/12/2019 em 31/12/2020
SIADS –
BENS DE
R$ 355.705,98 R$ 315.643,92 MÓDULO FINALIZADA EM ABRIL/2019
CONSUMO
ALMOXARIFADO
CONCLUSÃO DE IMPLEMENTAÇÃO
BENS
R$ 40.953.210,42 R$ 45.761.999,91 SIPER SIADS – MÓDULO PATRIMÔNIO –
PATRIMONIAIS
PREVISTA PARA 2021
Fonte: Gerência de Administração e Serviços de Infraestrutura (dezembro, 2020)
Nota: O sistema SIPER não processa depreciações, porém elas são inseridas em planilha Excel e procedido batimento com os saldos existentes no SIAFI.
Existem em andamento dois processos de desfazimento de 143 bens no valor total de R$ 44.571,01 (quarenta e quatro mil
quinhentos e setenta e um reais e um centavo) previstos para 2021 que contemplará órgãos estaduais e federais, nos termos
do Decreto nº 9.373/2018.
Foram mais de 40 profissionais que puderam usufruir de um segundo monitor ou de uma cadeira ergonômica, proporcionando
um melhor ambiente de trabalho remoto.
TRANSPORTE
APOIO LOCAÇÃO
LIMPEZA COPEIRAGEM DE PEQUENAS
ESPECIALIZADO IMÓVEIS
CARGAS
Em 2020, a prestação de serviços de limpeza teve redução de total de três postos de trabalho, além de ajustes na planilha de
estimativa de materiais.
Com a assunção dos demais pavimentos por força de cessão gratuita oriunda da Secretaria de Patrimônio da União - SPU e a
transição gradual dos serviços executados no âmbito do condomínio do Edifício Barão de Mauá no que diz respeito às áreas
comuns do prédio, verificou-se a necessidade de realizar nova contratação de serviços de limpeza e conservação visando
adequá-los ao acréscimo de espaço obtido, aproveitando também para readequar requisitos de sustentabilidade e economicidade
necessários e para inserir, dentro do possível, cláusulas que compreendam melhores práticas de gestão e fiscalização contratual
dos processos de trabalho, estando o processo de contratação em andamento.
Considerando a finalização do processo de cessão supramencionado em dezembro de 2019 e valendo-se da suspensão das
atividades presenciais em razão da decretação de estado de pandemia pelo COVID-19, em 2020, a ANS iniciou a implementação
das seguintes melhorias:
O 5º andar foi modernizado visando sua utilização como área de manobra, a qual foi inicialmente ocupada pela equipe de
tecnologia da informação e atendeu satisfatoriamente suas necessidades;
Foi iniciada a instalação do piso vinílico, que contemplará os 7º, 8º, 10º, 11º e 12º pavimentos, sendo esta, uma demanda antiga
dos servidores que quando concluída proporcionará maior qualidade de vida no ambiente de trabalho, uma vez que o torna mais
moderno, higiênico e saudável;
5.3.2.1 - COPEIRAGEM
A partir de outubro de 2020, a prestação de serviços de copeiragem teve a redução de um posto de trabalho. Foram iniciados
estudos para a nova contratação dos serviços, atendendo ao Plano de Logística Sustentável da ANS 2021/2022.
QUADRO 5.6 - ANS 2020: CONTRATO DE LOCAÇÃO DE BENS IMÓVEIS NO RIO DE JANEIRO (SEDE)
Durante o ano, foram concluídas as transferências dos núcleos do Pará e do Rio Grande do Sul para imóveis cedidos,
respectivamente, pelo Banco Central- BACEN e pela Superintendência de Seguros Privados- SUSEP, o que representa uma
economia de R$ 326.034,27 (trezentos e vinte e seis mil, trinta e quatro reais e vinte e sete centavos) anuais.
A ANS vem buscando a parceria com outros órgãos da administração, com a finalidade de compartilhar espaços existentes,
reduzindo custos com a operação dessas unidades.
A Agência ainda possui imóveis locados que abrigam os núcleos listados abaixo.
QUADRO 5.7 - ANS 2020: CONTRATOS DE LOCAÇÃO DE BENS IMÓVEIS DOS NÚCLEOS DA ANS
Unidade Situação
APÓS A NEGOCIAÇÃO QUE LEVOU A REDUÇÃO DO PERCENTUAL DE USO DE IMÓVEL LOCADO, A ANS VEM
NÚCLEO ANS – PE
PRIORIZANDO A BUSCA POR IMÓVEL QUE POSSA SER OBJETO DE CESSÃO.
EM NEGOCIAÇÃO COM A SUSEP E O MINISTÉRIO DA SAÚDE VISANDO A CESSÃO DE ESPAÇO DE UM DESSES
NÚCLEO ANS – PR
ÓRGÃOS E, POSTERIOR REDUÇÃO DE 100% COM LOCAÇÃO DO IMÓVEL ATUAL. PREVISTO PARA 2021.
EM NEGOCIAÇÃO AVANÇADA COM O BACEN-CE PARA ASSINATURA DE TERMO DE CESSÃO DE ESPAÇO E,
NÚCLEO ANS – CE POSTERIOR REDUÇÃO DE 100% COM VALOR DA LOCAÇÃO DO IMÓVEL ATUAL E METRAGEM ATUALMENTE
UTILIZADA. PREVISTO PARA 2021.
EM NEGOCIAÇÃO PARA REDUÇÃO DA METRAGEM OCUPADA, COM ENCERRAMENTO DO CONTRATO DE
NÚCLEO ANS - DF/
LOCAÇÃO QUE ABRIGA O NÚCLEO-DF NO PAVIMENTO TÉRREO DA EDIFICAÇÃO, UNIFICANDO AS OPERAÇÕES
CAD-DF
NO 7º PAVIMENTO. PREVISTO PARA 2021.
EM NEGOCIAÇÃO AVANÇADA COM O BACEN-MG PARA ASSINATURA DE TERMO DE CESSÃO DE ESPAÇO E,
NÚCLEO ANS - MG POSTERIOR REDUÇÃO DE 100% COM VALOR DA LOCAÇÃO DO IMÓVEL ATUAL E METRAGEM ATUALMENTE
UTILIZADA. PREVISTO PARA 2021.
NÚCLEO ANS - MT NÃO FOI LOCALIZADO IMÓVEL QUE POSSA SER COMPARTILHADO COM O NÚCLEO-MT NO MOMENTO.
A Central de Compras, unidade vinculada à Secretaria de Gestão, do Ministério da Economia - ME, assinou as Atas de Registro de
Preços - ARP nº 002 e 003/2020, nas cidades de Belo Horizonte/MG e Cuiabá/MT, para utilização dos serviços de agenciamento
por táxi.
Após análise da viabilidade de adesão às referidas atas, o contrato administrativo nº 01/2019, firmado com a empresa Inovadora
2A Serviços SA, com abrangência em todas as capitais do país e respectivas regiões metropolitanas, verificou-se mais vantajoso
para a ANS, neste momento, tendo em vista os custos administrativos da realização da adesão, bem como os custos de gestão
de fiscalização advindos do acréscimo de dois contratos.
A seguir, apresentamos a comparação e os percentuais de redução e aumento dos gastos em 2020, em relação a 2019.
QUADRO 5.8 - ANS: COMPARATIVO DE GASTOS COM TRANSPORTE TERRESTRE POR TIPO – 2019-2020
QUADRO 5.9- ANS:COMPARATIVO DE GASTOS COM TRANSPORTE AÉREO POR TIPO – 2019-2020
QUADRO 5.10- ANS: COMPARATIVO DE QUANTIDADE DE BILHETES ÁEREOS UTILIZADOS – ANOS 2019-2020
Tipo Ano 2019 Ano 2020 Situação
QUANTIDADE DE BILHETES AÉREOS 1495 182 REDUÇÃO DE 87,83%
Fonte: Painel de Viagens do Governo Federal (janeiro, 2021)
Ademais, a Central de Compras divulgou em seu sítio na internet que está em andamento um novo projeto para compra direta
de passagens aéreas, ao qual a ANS irá aderir assim que for permitido.
Em 2020, todos os servidores entregaram a declaração de bens e rendas ou autorizaram seu acesso, conforme dispõe a Lei nº
8.730, de 10/11/1993.
Os atos de admissão, concessão de pensão civil e aposentadoria foram registrados no Sistema de Apreciação e Registro dos Atos
de Admissão e Concessões (SISAC), conforme instrução Normativa TCU nº 55/2007.
Verificou-se, em 2020, uma tendência de manutenção no número de solicitações realizadas pela ouvidoria e no Fala.BR (antigo
e-SIC), em comparação ao exercício de 2019, nos termos da Lei nº 12.527/11, atendidas pela área de recursos humanos,
conforme QUADRO 5.11:
A ANS acompanha a solicitação para a criação de mais 214 vagas de nível superior através do Projeto de Lei nº 6.244, sendo
127 para Especialista em Regulação de Saúde Suplementar e 87 para Analista Administrativo.
Além das carreiras da Agência, compõem a força de trabalho da entidade servidores cedidos, requisitados, ocupantes de cargos
comissionados sem vínculo, contratados por tempo determinado regidos pela Lei nº 8.745, 9/12/1993, servidores com exercício
descentralizado da carreira e exercício provisório.
O quadro de pessoal da Agência Nacional de Saúde Suplementar – ANS, é composto por 4 carreiras, sendo: 2 de nível intermediário e 2 de
nível superior, dispostas na Lei nº 10.871/2004. A ANS acompanha, ainda, a solicitação para a criação de mais 214 vagas de nível superior
através do Projeto de Lei nº 6.244, sendo 127 para Especialista em Regulação de Saúde Suplementar e 87 para Analista Administrativo.
Quadro DIPRO 81
específico 9%
DIOPE 64
Técnico 81%
em regulação DIGES 126
Técnico DIFIS 63
administrativo 137%
Especialista DIDES 139
em regulação 312%
DICOL 2
Analista
administrativo 95% Auditoria 3
2019 766
2020 753
65 28 FAIXA SALARIAL
11 23 11 3 17
Acima de
206
R$ 20.000
ativo
permanente
cedido
contrato
temporário
exercício
descentralizado
de carreira
Específico
nomeado cargo
comissionado
requisitado
outros orgãos
requisitado
Quadro
R$ 17.000 a
189
R$ 19.999
R$ 13.000 a
18
R$ 16.999
R$ 10.001 a
87
R$ 12.999
R$ 7.551 a
141
R$ 10.000
R$ 0,00 a
92
R$ 3.800
Não houve realização de concurso no ano de 2020, tendo em vista que o Ministério da Economia estabeleceu requisitos prévios
para novas solicitações de concurso, tais como: realização de dimensionamento da força de trabalho e movimentação de pessoal
com base na Portaria nº 282, de 24/07/2020.
Além das movimentações de pessoal realizadas antes de concursos públicos, a ANS mantém um sistema informatizado para
registro de pedidos de Remoção e Remanejamento, a qualquer tempo, através do acesso a rede da ANS pela VPN.
A área de recursos humanos atua na gestão das solicitações de alteração de lotação, promovendo a mobilidade dos servidores
entre as diversas áreas da ANS.
Em relação aos cargos comissionados, a ANS não possui estratégia estruturada de recrutamento e alocação de pessoas, contudo,
eventualmente promove concurso para provimento de cargos comissionados, de forma externa e interna.
No ano de 2020, foram realizados 8 processos seletivos para movimentação de pessoal, e foram concretizadas 3 movimentações
para a ANS (1 servidor da FUNARTE e 2 empregadas públicas da CEAGESP).
QUADRO 5.12- ANS 2020: % DE DESPESAS COM FORÇA DE TRABALHO POR TIPO
Desde que haja disponibilidade orçamentária, todos os servidores que alcancem os requisitos legais são progredidos e/ou
promovidos na carreira.
Em 2020, de um total de 625 servidores, foram avaliados 564 e desses, foram progredidos 252 e promovidos outros 90, de
acordo com o QUADRO 5.13 a seguir.
Nota: Há um número significativo de servidores ocupantes dos cargos de nível superior (especialista em regulação e analista administrativo) estacionados na classe B padrão V, por ainda não
terem atendido aos requisitos vigentes para promoção.
A avaliação é feita via Sistema de Avaliação de Desempenho Individual - SIADI e, desde 1º de janeiro de 2017, aplicada apenas
ao quadro específico, formado por servidores redistribuídos.
Em 2020, o quadro de servidores específico contava com 9 servidores ativos, avaliados em observância aos normativos que
tratam da questão.
A tendência é que, com o passar dos anos, e consequentemente, com a vacância dos cargos ocupados pelos servidores do
quadro específico, a avaliação para fins de gratificação deixe de existir na Agência.
A ANS atualmente possui 3 servidores em estágio probatório, que ingressaram entre maio e junho de 2018, e outros 91 servidores
que ingressaram na ANS entre junho e dezembro de 2017 e se tornaram estáveis em 2020.
Os 94 servidores ingressaram na Agência em decorrência de aprovação no concurso público sucedido em 2015 para provimento
de vagas nos cargos de Técnico Administrativo e de Técnico em Regulação de Saúde Suplementar.
5.4.5.4 - REMUNERAÇÃO
Para melhor entendimento da remuneração dos cargos comissionados e dos cargos efetivos da ANS e da distribuição de cargos
comissionados pelos cargos efetivos apresentamos 3 tabelas baseadas na Lei nº 11.526/2007 e Lei nº 13.326/2016, conforme
a seguir:
• Remuneração dos cargos comissionados por tipo de cargo e quantitativo de servidores nestes cargos;
• Remuneração dos servidores de acordo com classe e padrão da carreira e quantitativo de servidores nestes cargos; e
• Distribuição dos cargos comissionados pelos servidores ativos permanentes.
QUADRO 5.14- ANS 2020: QUANTIDADE DE SERVIDORES POR CARGO COMISSIONADO E REMUNERAÇÃO
VAGOS 9 3,80%
Total Cargos
237 100% 100%
Comissionados
Fonte: Gerência de Recursos Humanos (dezembro, 2020)
A pandemia do Coronavírus e as medidas relacionadas ao isolamento social iniciadas pouco depois da aprovação do PDP
pelo SIPEC impactaram significativamente a execução de ações de capacitação, tanto pela necessidade de adaptação das
instituições de ensino para oferta de cursos à distância, como também pela disponibilidade dos servidores para a realização de
capacitações, tendo em vista o acúmulo de atividades decorrentes do trabalho remoto obrigatório.
Foi incentivada a participação dos servidores nas capacitações promovidas pela Escola Nacional de Administração Pública -
ENAP e priorizada a realização de cursos e eventos internos relacionados a demandas específicas das áreas previstas no PDP,
ao projeto de Transformação Digital e a necessidades de desenvolvimento decorrentes do trabalho remoto.
Média de:
8 ações 1 Edital: - 27,1 horas de
324 servidores - Ingresso em R$ 427.395,68
internas de capacitação por
participaram cursos de investidos em
capacitação, servidor (H/H/T) e
de ao menos pós-graduação capacitação e
sendo 2 na 61 horas de
1 ação de com início em desenvolvimento
modalidade capacitação por
capacitação 2021* de servidores.
à distância servidor
capacitado
No fim de 2018, foi concluída a construção da lista com todos os processos de trabalho da ANS. Essa lista está disponível no
Portal de Processos, na intranet, para consulta de toda a Agência.
34,40%
24,40%
13,30% 157
134
95
52 52 43 39
23
26
23
15
9
Ano 2015 Ano 2016 Ano 2017 Ano 2018 Ano 2019 Ano 2020
Fonte: Gerência de Qualificação Institucional (janeiro, 2021)
R$ 4.000.000,00
R$ 1.715.000,00
R$ 3.007.990,00
R$ 1.711.082,64
2019 2020
É necessário salientar o trabalho realizado pela ANS na Infraestrutura disponível para disponibilização de acesso VPN para que
todos os recursos da ANS pudessem exercer suas atividades de maneira remota em virtude da pandemia do Coronavírus.
AGÊNCIA NACIONAL DE SAÚDE SUPLEMENTAR RELATÓRIO ANUAL DE GESTÃO - EXERCÍCIO 2020 100
5.7.8 - PROJETOS ESTRATÉGICOS DA ÁREA DE TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO
Em 2020, a área de Tecnologia da Informação concluiu os seguintes projetos:
Foi desenvolvido, ainda, um protótipo de Relatório de Acompanhamento da Implementação do PLS – Ano 2019 no Power BI, que
será disponibilizado no site da ANS no primeiro semestre de 2021. A seguir apresentamos exemplo do painel do Relatório de
Acompanhamento da Implementação do PLS da ANS – Ano 2019.
AGÊNCIA NACIONAL DE SAÚDE SUPLEMENTAR RELATÓRIO ANUAL DE GESTÃO - EXERCÍCIO 2020 101
FIGURA 5.7- RELATÓRIO PLS 2019
Em 2020, estas comissões foram unificadas em uma única comissão, denominada Comissão de Sustentabilidade, que abarca
representantes das diversas unidades da ANS e permite a criação de grupos de trabalho temáticos de forma a contar com
pessoal especializado nos diversos temas legais obrigatórios a serem implementados pela ANS.
Pelo sistema de custos da União, a ANS se vincula tecnicamente à setorial de custos do Ministério da Saúde, não obstante ter
sido atribuída à ANS a autonomia administrativa.
A informação de custos é um instrumento que possui finalidade de auxiliar o gestor no processo de tomada de decisão,
aperfeiçoando os métodos de condução das atividades de suas equipes, fazendo os ajustes necessários após uma análise
mais precisa e real da situação, obtendo, assim, resultados satisfatórios e de qualidade na prestação do serviço público com o
dispêndio de recursos financeiros de forma eficiente.
AGÊNCIA NACIONAL DE SAÚDE SUPLEMENTAR RELATÓRIO ANUAL DE GESTÃO - EXERCÍCIO 2020 102
5.9.2 - ESTIMATIVA DE CUSTOS POR ÁREA DE ATUAÇÃO
A apuração de custos na ANS avançou em relação ao ano de 2019. A tarefa de operacionalização é efetuada por servidores da área
financeira, que também são responsáveis por outros macroprocessos da gestão contábil, financeira e orçamentária através da alimentação
do Sistema Integrado de Administração Financeira do Governo Federal - SIAFI, mediante o preenchimento de dados sobre os gastos.
Em 2020, a ANS ganhou o Certificado de Boas Práticas, com o reconhecimento pelo desempenho na qualidade da informação
de custos no ano de 2019, sendo a segunda colocada na categoria “Agências Governamentais”, com a obtenção de nota 7,79.
A ANS tem por programa governamental finalístico o Fortalecimento do Sistema Único de Saúde (5021), com estimativa de
custos orçados em R$ 70,3 milhões e percentual de execução orçamentário-financeiro médio de 83,1%.
O programa governamental de suporte institucional é o Programa de Gestão e Manutenção do Ministério da Saúde (0032), com
estimativa de custos orçados em R$ 254 milhões e o percentual de execução orçamentário-financeiro médio de 95,4%.
AGÊNCIA NACIONAL DE SAÚDE SUPLEMENTAR RELATÓRIO ANUAL DE GESTÃO - EXERCÍCIO 2020 103
CAPÍTULO 6
INFORMAÇÕES ORÇAMENTÁRIAS,
FINANCEIRAS E CONTÁBEIS
A ANS, como órgão integrante do Orçamento Fiscal e da Seguridade Social do Governo Federal , executa sua contabilidade no
Sistema Integrado de Administração Financeira – SIAFI e elabora suas Demonstrações Contábeis conforme previsões da Lei
n.º 4.320/1964, Normas Brasileiras de Contabilidade Aplicadas ao Setor Público, Manual de Contabilidade Aplicada ao Setor
Público e Manuais do SIAFI, contemplando o Balanço Patrimonial; a Demonstração das Variações Patrimoniais (DVP); o Balanço
Orçamentário; o Balanço Financeiro; a Demonstração dos Fluxos de Caixa; a Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido
e as Notas Explicativas às Demonstrações Contábeis.
As Demonstrações são extraídas diretamente do SIAFI e contemplam as informações consolidadas de todas as unidades
integrantes do órgão 36213 - Agência Nacional de Saúde Suplementar, sendo elas as Unidades Gestoras 253003 – Agência
Nacional de Saúde Suplementar (Sede), 253032 – Gerência Geral de Ressarcimento ao SUS, 253033 – ANS - Coordenação de
Administração. Descentralizada/ DF e 253034 – ANS - Coordenação. de Administração Descentralizada/ SP. O conjunto completo
das Demonstrações Contábeis e Notas Explicativas pode ser acessado na página da ANS, em https://www.gov.br/ans/pt-br/
acesso-a-informacao/transparencia-e-prestacao-de-contas/prestacao-de-contas/contas-publicas.
Esse registro, vale dizer, tem por finalidade garantir a consistência, integridade, fidedignidade e confiabilidade dos demonstrativos
contábeis gerados pelo SIAFI.
Na Coordenadoria, ele é executado, mês a mês, por profissional com formação em Ciências Contábeis, registrado no Conselho
Regional de Contabilidade – CRC, em dia com suas obrigações profissionais e devidamente credenciado no SIAFI para esse fim.
O resultado dessa análise mensal é a Declaração Anual do Contador, documento que evidencia se as demonstrações contábeis
encerradas no exercício estão, em aspectos relevantes, de acordo com a Lei nº 4.320/64, o Manual de Contabilidade Aplicada
ao Setor Público e o Manual SIAFI.
A declaração, assim como o resumo dos meios utilizados pelos profissionais da área na aferição da conformidade contábil,
acompanha as Demonstrações Contábeis e Notas Explicativas.
2020 2019
ATIVO
R$ mil R$ mil
ATIVO CIRCULANTE 300.296,29 292.003,12
CAIXA E EQUIVALENTES DE CAIXA 114.411,85 88.760,15
CRÉDITOS A CURTO PRAZO 0,00 17.726,94
DEMAIS CRÉDITOS E VALORES A CURTO PRAZO 184.213,53 184.075,21
ESTOQUES 353,22 394,17
VPDS PAGAS ANTECIPADAMENTE 1.317,69 1.046,65
AGÊNCIA NACIONAL DE SAÚDE SUPLEMENTAR RELATÓRIO ANUAL DE GESTÃO - EXERCÍCIO 2020 104
ATIVO NÃO CIRCULANTE 543.035,17 545.550,48
ATIVO REALIZÁVEL A LONGO PRAZO 490.740,33 495.467,23
IMOBILIZADO 39.243,85 36.841,28
INTANGÍVEL 13.050,99 13.241,97
TOTAL DO ATIVO 843.331,46 837.553,60
2020 2019
PASSIVO
R$ mil R$ mil
PASSIVO CIRCULANTE 149.418,92 113.804,13
OBRIGAÇÕES TRABALHISTAS, PREVIDENCIÁRIAS
18.802,80 18.057,89
E ASSIST. A PAGAR A CURTO PRAZO
FORNECEDORES E CONTAS A PAGAR A CURTO
28,07 196,03
PRAZO
DEMAIS OBRIGAÇÕES A CURTO PRAZO 130.588,04 95.550,22
PASSIVO NÃO CIRCULANTE 2.182,27 4.463,14
DEMAIS OBRIGAÇÕES A LONGO PRAZO 2.182,27 4.463,14
TOTAL DO PASSIVO 151.601,19 118.267,27
2020 2019
PATRIMÔNIO LÍQUIDO
R$ mil R$ mil
RESULTADOS ACUMULADOS 691.730,27 719.286,34
RESULTADO DO EXERCÍCIO -14.024,14 -19.548,72
RESULTADOS DE EXERCÍCIOS ANTERIORES 719.286,34 739.537,90
AJUSTES DE EXERCÍCIOS ANTERIORES -13.531,92 -702,84
TOTAL DO PATRIMÔNIO LÍQUIDO 691.730,27 719.286,34
TOTAL DO PASSIVO + PATRIMÔNIO LÍQUIDO 843.331,46 837.553,60
Fonte: SIAFI (2020 e 2019)
AGÊNCIA NACIONAL DE SAÚDE SUPLEMENTAR RELATÓRIO ANUAL DE GESTÃO - EXERCÍCIO 2020 105
VARIAÇÕES PATRIMONIAIS 2020 2019
% AH R$
DIMINUTIVAS R$ mil R$ mil
PESSOAL E ENCARGOS 187.142,75 193.880,71 -3,48% -6.737,96
BENEFÍCIOS PREVIDENCIÁRIOS E
8.066,58 5.973,59 35,04% 2.092,99
ASSISTENCIAIS
USO DE BENS, SERVIÇOS E
136.842,56 143.395,49 -4,57% -6.552,93
CONSUMO DE CAPITAL FIXO
VARIAÇÕES PATRIMONIAIS
0,02 6,57 -99,70% -6,55
DIMINUTIVAS FINANCEIRAS
TRANSFERÊNCIAS E DELEGAÇÕES
452.428,85 605.939,92 -25,33% -153.511,07
CONCEDIDAS
DESVALORIZAÇÃO E PERDA DE
ATIVOS E INCORPORAÇÃO DE 435.497,30 327.054,37 33,16% 108.442,93
PASSIVOS
TRIBUTÁRIAS 142,85 120,95 18,11% 21,90
OUTRAS VARIAÇÕES PATRIMONIAIS
90,50 110,39 -18,02% -19,89
DIMINUTIVAS
TOTAL DAS VARIAÇÕES
1.220.211,41 1.276.481,98 -4,41% -56.270,57
PATRIMONIAIS DIMINUTIVAS (II)
RESULTADO PATRIMONIAL DO
-14.024,14 -19.548,72 -28,26% 5.524,58
PERÍODO (I - II)
Fonte: SIAFI (2020 e 2019)
No exercício de 2020, a ANS apresentou um Resultado Patrimonial negativo em R$ 14.024.143,57 (quatorze milhões, vinte e
quatro mil cento e quarenta e três reais e cinquenta e sete centavos), porém melhor aproximadamente R$ 5,52 milhões que o
exercício de 2019.
A explicação, como se pode observar, resta tanto no lado das variações aumentativas, onde a maioria dos grupos apresentou
consideráveis reduções (exceto Exploração e Venda de Bens, Serviços e Direitos e Valorização e Ganhos c/ Ativos e Desincorporação
de Passivos, o mais representativo), quanto no lado das variações diminutivas, que mesmo com a expressiva queda no item
Transferências e Delegações Concedidas - mais de R$ 153 milhões - 25,33%, acrescida das reduções em Pessoal e Encargos –
menos de R$ 6,74 milhões – menos 3,48% e Uso de Bens, Serviços e Consumo de Capital Fixo - menos R$ 6,55 milhões – menos
de 4,57%, não foram suficientes para deixar o total de variações diminutivas abaixo das aumentativas após as compensações
observadas com o aumento em Desvalorização e Perda de Ativos e Incorporação de Passivos - aumento de R$ 108,44 milhões)
- 33,16% e Benefícios Previdenciários e Assistenciais - mais de R$ 2,09 milhões - 35,04% maior que no exercício passado.
2020 2019
% AH R$
R$ mil R$ mil
RECEITA ARRECADADA (I) 403.216,35 553.983,82 -27,22% -150.767,47
RECEITAS TRIBUTÁRIAS 47.950,41 56.667,44 -15,38% -8.717,03
RECEITA PATRIMONIAL 1.979,51 1.831,18 8,10% 148,33
RECEITAS DE SERVIÇOS 50,09 118,65 -57,78% -68,56
OUTRAS RECEITAS
353.236,33 495.366,55 -28,69% -142.130,22
CORRENTES
DESPESA EMPENHADA (II) 303.960,80 306.121,47 -0,71% -2.160,67
PESSOAL E ENCARGOS
187.776,31 183.401,47 2,39% 4.374,84
SOCIAIS
OUTRAS DESPESAS
111.527,57 116.338,48 -4,14% -4.810,91
CORRENTES
INVESTIMENTOS 1.753,28 3.787,61 -53,71% -2.034,33
INVERSÕES FINANCEIRAS 2.903,63 2.593,91 11,94% 309,72
SUPERÁVIT (I - II) 99.255,55 247.862,35 -59,96% -148.606,80
Fonte: SIAFI (2020 e 2019)
AGÊNCIA NACIONAL DE SAÚDE SUPLEMENTAR RELATÓRIO ANUAL DE GESTÃO - EXERCÍCIO 2020 106
Em 2020, sob o ponto de vista orçamentário, a ANS tornou a apresentar superávit de R$ 99,26 milhões, porém 59,96%
menor do que no exercício passado. A piora, que em termos absolutos representou R$ 148,61 milhões, como se pode
observar, está calcada na queda de arrecadação em todas as naturezas de receita, o que totalizou os mais de 27,22%
observados, com destaque negativo em Outras Receitas Correntes, majoritariamente multas, onde a ANS deixou de
arrecadar mais de R$ 142 milhões.
No lado das despesas orçamentárias, até observamos redução em Outras Despesas Correntes e Investimentos, respectivamente
4,14% e 53,71%, os quais juntos representam um impacto positivo de R$ 6,84 milhões.
Entretanto, Pessoal e Encargos Sociais e Inversões Financeiras apresentaram aumento de 2,39% e 11,94% respectivamente, o
que acabou compensando a economia anterior com R$ 4,68 milhões, chegando aos R$ 2,16 milhões de impacto no superávit,
o que, se não foi suficiente para segurar os mais de R$ 150 milhões de queda na arrecadação, ao menos impediu que a queda
no superávit fosse ainda maior.
Pelo QUADRO 6.5, a execução ficou em 99,42%, levemente superior à execução observada no exercício anterior, que foi de
99,11%.
A exemplo do exercício passado, a maioria das inscrições no exercício são referentes a Outras Despesas Correntes - R$ 14,17
milhões não processados e R$ 558 mil processados, mas consideravelmente menor que o ano anterior – menos de 22,81%
considerando ambos.
No geral, a Agência inscreveu menos 24,72% de créditos em restos a pagar do que no exercício anterior, com apenas as
despesas com Inversões Financeiras sofrendo aumento de 18%.
Em restos a pagar processados, desde 2018, os valores inscritos referentes a Pessoal e Encargos Sociais têm justificativa na
forma como é realizada a apropriação da folha de pagamento de pessoal (vide notas 01 - Caixa e Equivalentes a Caixa e 05 -
Obrigações Trabalhistas, Previdenciárias e Assistenciais a Curto Prazo, nas Notas Explicativas às Demonstrações Contábeis).
AGÊNCIA NACIONAL DE SAÚDE SUPLEMENTAR RELATÓRIO ANUAL DE GESTÃO - EXERCÍCIO 2020 107
6.2.4 - RESULTADO FINANCEIRO
No exercício de 2020, a ANS apresentou resultado financeiro positivo de aproximadamente R$ 25,65 milhões. O mesmo pode ser
evidenciado a partir do Balanço Patrimonial, de acordo com a variação do montante de Caixa e Equivalentes de 2019 para 2020:
31/12/2020 31/12/2019
SUBGRUPO VARIAÇÃO % AH
R$ mil R$ mil
CAIXA E
114.411,85 88.760,15 25.651,70 28,90%
EQUIVALENTES
Fonte: SIAFI (2020 e 2019)
O aumento no saldo financeiro, entretanto, foi menor 5,39% do que o observado de 2018 para 2019 - aumento de R$ 10,25
milhões para R$ 27,11 milhões, o que representa 164,61% (cento e sessenta e quatro vírgula sessenta e um por cento) de
aumento. Seu detalhamento é mais bem explicado no Balanço Financeiro (resumo abaixo).
31/12/2020 31/12/2019
% AH
R$ mil R$ mil
Receita Orçamentária 403.216,35 553.983,82 -27,22%
DESPESA ORÇAMENTÁRIA -303.960,80 -306.121,47 -0,71%
Saldo 99.255,55 247.862,35 -59,96%
Considerando a relevância dos valores em Recebimentos Extraorçamentários, cabe esclarecer que dizem respeito a depósitos
restituíveis no âmbito da UG Ressarcimento ao SUS (253032) e contemplam recursos provenientes da arrecadação prevista no
art. 32 da Lei n.º 9.656/98.
Todo o saldo tem por destinatário final o Fundo Nacional de Saúde, sendo esperado a quase equivalência ante recebimentos x
pagamentos - 93,36%, em 2020, e 95,64%, em 2019.
A queda de ambos em mais de 26 e 28% respectivamente, nesse exercício, reflete apenas o observado nos demais resultados
tendo como fundo o contexto operacional em meio a pandemia e reverte a sequência no aumento do volume de ressarcimento
por parte das operadoras de planos de saúde a partir do esforço da Agência observado nos últimos exercícios.
A seguir, demonstramos o resultado financeiro sob a ótica da Demonstração dos Fluxos de Caixa, de forma resumida.
AGÊNCIA NACIONAL DE SAÚDE SUPLEMENTAR RELATÓRIO ANUAL DE GESTÃO - EXERCÍCIO 2020 108
6.2.6 - DEMONSTRAÇÃO DOS FLUXOS DE CAIXA
QUADRO 6.8 -ANS: RESUMO DA GERAÇÃO DE CAIXA POR ATIVIDADE – 2020-2019
31/12/2020 31/12/2019
AH (%)
R$ mil R$ mil
FLUXO DE CAIXA DAS OPERAÇÕES 33.241,99 29.936,32 11,04%
FLUXO DE CAIXA DE INVESTIMENTO -7.590,29 -2.824,12 168,77%
FLUXO DE CAIXA DE
0,00 0,00 0,00%
FINANCIAMENTO
GERAÇÃO LÍQUIDA DE CAIXA E
25.651,70 27.112,20 -5,39%
EQUIVALENTES
CAIXA E EQUIVALENTES INICIAL 88.760,15 61.647,95 43,98%
CAIXA E EQUIVALENTES FINAL 114.411,85 88.760,15 28,90%
Fonte: SIAFI (2020 e 2019)
AGÊNCIA NACIONAL DE SAÚDE SUPLEMENTAR RELATÓRIO ANUAL DE GESTÃO - EXERCÍCIO 2020 109
CAPÍTULO 07
Quanto ao conteúdo apresentado neste relatório, a Agência optou por considerar temas relevantes todos aqueles que criam
valores para a sociedade e contribuem com a defesa do interesse público na assistência da saúde suplementar.
Desta forma, foram considerados os resultados obtidos e as oportunidades de melhorias nos processos de trabalho e projetos
executados para cada um dos objetivos estratégicos da Agência.
Os temas identificados representam os objetivos pactuados para entregas de serviços de interesse à sociedade e que
movimentam toda a força de trabalho da ANS. A discussão e ponderação a respeito do impacto da informação e da relevância da
sua divulgação foi conduzida pelos gestores das áreas envolvidas e validado pela Alta Administração, sendo apresentado neste
relatório a consolidação final, de acordo com as melhores práticas.
A figura abaixo ilustra a resumidamente a vinculação da missão institucional aos eixos do Mapa Estratégico Institucional. O
conteúdo detalhado dos objetivos estratégicos encontra-se na seção “GOVERNANÇA E ESTRATÉGIA”.
FIGURA 7.1 VINCULAÇÃO DA MISSÃO INSTITUCIONAL AOS EIXOS DO MAPA ESTRATÉGICO INSTITUCIONAL
AGÊNCIA NACIONAL DE SAÚDE SUPLEMENTAR RELATÓRIO ANUAL DE GESTÃO - EXERCÍCIO 2020 110
7.2 TRATAMENTO DE DETERMINAÇÕES E RECOMENDAÇÕES DO TCU
A Agência Nacional de Saúde possui 8 processos em monitoramento de recomendações/determinações sob tratamento em
relação ao exercício de 2020. Destes, um processo está classificado como sigiloso, com fundamento no § 1º do art. 108 da Lei
8.443/1992 cominado com o art. 22 da Lei 12.527/2011.
Destaque-se, em relação ao Acórdão 729/2020 – TCU – Plenário, a ampliação das informações da coluna “Demais Informações”
nos quadros de acompanhamento de multas constantes no quadro 4.12 deste Relatório dos valores encaminhados e processados
pela Procuradoria Federal junto à ANS e o quadro 4.13 e a tabela 4.10 apresentam a série histórica de arrecadação dos últimos
sete anos.
AGÊNCIA NACIONAL DE SAÚDE SUPLEMENTAR RELATÓRIO ANUAL DE GESTÃO - EXERCÍCIO 2020 111
PARA MAIS INFORMAÇÕES E OUTROS ESCLARECIMENTOS, ENTRE EM
CONTATO COM A ANS. VEJA ABAIXO NOSSOS CANAIS DE ATENDIMENTO: