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FEB - AD1 - Paula Caroline

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Nome: Paula Caroline Alves de Souza

Matrícula: 21215060167
Disciplina: Formação Econômica Brasileira

AD1

1. Discuta os determinantes internos e externos da crise do antigo sistema colonial


brasileiro; (3,0 pontos).

A crise da economia colonial agrícola decorreu de dois aspectos complementares, um de caráter


interno, e outro, externo. O primeiro foi a expansão dos mercados na colônia, resultado direto
do aumento da população e do incremento da produção. Surgiram, em consequência, conflitos
de interesses entre colonos e metrópole. Até então, os colonos sentiam-se portugueses em terras
brasileiras, tendo, em um mercado pouco expressivo, privilégios garantidos pelo monopólio
(exclusivo) comercial e suas restrições à concorrência externa. Com o aumento da produção e
o crescimento do mercado interno – sobretudo após o início do ciclo do ouro –, os interesses
particulares da colônia foram aumentando de maneira significativa. O pacto colonial passou a
ser, então, um empecilho à expansão dos negócios e, portanto, ao potencial de ganhos dos
colonos.

O segundo aspecto, referente ao plano externo, eram os efeitos da Revolução Industrial cada
vez mais visíveis na Europa. O processo de acumulação de capital, naquele contexto, centrava-
se fortemente na esfera de produção da indústria, com uma rápida incorporação de novas
técnicas produtivas que ampliavam largamente seu horizonte de crescimento. O aumento da
produtividade na atividade industrial era absolutamente fantástico. Para que você tenha uma
ideia, segundo dados disponíveis na home page da Escola Técnica de Bergen, em Nova Jérsei
(Estados Unidos), de 1790 a 1830, mais de cem mil teares movidos a eletricidade foram postos
em funcionamento, na Inglaterra e na Escócia. Assim, a necessidade de busca e incorporação
de novos mercados pelas unidades industriais em formação tornou-se um traço típico da
dinâmica capitalista.

É fácil entender, então, que o monopólio comercial e produtivo formalizado no pacto colonial
era uma barreira para o capital industrial e para a produção em grande escala. Isto explica o
grande interesse da Inglaterra pelos movimentos de independência das Américas hispânica e
portuguesa. Em termos práticos, essas duas barreiras representavam o antagonismo entre os
interesses ainda existentes no mercantilismo português e os novos acontecimentos políticos,
sociais e econômicos associados à Revolução Industrial.

2. Examine a importância e as principais vantagens do sistema de colonato sobre o


sistema de parceria na utilização do imigrante na cultura cafeeira do Brasil no século
XIX; (4,0 pontos)

A produção do café no oeste paulista apresentou duas formas bem marcadas de


utilização da mão-de-obra imigrante. Primeiro aconteceu o sistema de parceria,
marcando o chamado oeste velho paulista, momento inicial de inserção dos imigrantes.
A segunda forma, o sistema de colonato, no oeste novo paulista, inaugurou a formação
das bases de relações capitalistas de produção, de acordo com a interpretação de
importantes autores na historiografia brasileira.

O problema mais importante para a continuidade da cultura cafeeira voltada para a


exportação era, certamente, a escassez de mão-de-obra – como você viu na aula passada,
esse foi um dos elementos fundamentais para a decadência do café no Vale do Paraíba.

A possibilidade de substituição do escravo pelo imigrante, vislumbrada por fazendeiros


do oeste paulista, foi o fator mais importante para a liderança de São Paulo nas
exportações de café ao final do século XIX. Essa substituição só foi viável de fato com
a implementação do sistema de colonato.

Ao contrário do sistema de parceria, o colonato não impunha condições de vida tão


degradantes aos imigrantes para a atividade produtiva. O financiamento de sua vinda
pelo Estado e a possibilidade de manter aceso o sonho de progredir em uma terra nova
favoreceram fortemente o aumento do fluxo de imigrantes para o país.

No sistema de parceria, o imigrante arcava com todos os custos da viagem e estadia,


acumulando uma dívida praticamente impagável, e sofria com condições de vida
extremamente precárias, o que determinou um fim muito rápido para sua utilização.

No colonato, com a participação do Estado no financiamento do fluxo migratório, aliada


a um processo mais geral de imigração europeia para o resto do mundo, a imigração
encontrou condições bem mais favoráveis para deslanchar.

3. Explique as causas do ciclo vicioso de desvalorização cambial que marcou o final do


século XIX no Brasil. (3,0 pontos).
A desvalorização cambial decorreu, principalmente, da redução de moeda estrangeira no país,
devido à queda do preço do café e, pela pressão política exercida pelos cafeicultores, de modo
a manter seus ganhos em moeda nacional.

A desvalorização do câmbio fazia os preços do café aumentarem em moeda nacional apesar de


uma rápida queda dos preços internacionais. Dessa forma, os cafeicultores recebiam mais em
moeda nacional, mesmo com a queda no mercado internacional.

Este processo, entretanto, criou a formação de um círculo vicioso na mediada em que, apesar
da queda do preço internacional do café, a manutenção dos lucros em moeda nacional para os
exportadores de café os estimulava a aumentar a produção.

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