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Ayres e Grando (2020)

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Programa de Pós-Graduação em Educação

Universidade do Estado do Pará


Belém-Pará- Brasil

Revista Cocar. V.14 N.30. Set./Dez./2020 p. 1-19 ISSN: 2237-0315

O estado da arte: produções acadêmicas e científicas sobre estudantes indígenas


em escolas urbanas
State of the art: academic and scientific productions about indigenous students in
urban schools

Sandra Regina Braz Ayres


Beleni Saléte Grando
Universidade Federal de Mato Grosso - UFMT
Cuiabá-Mato Grosso-Brasil

Resumo
Este artigo visa apresentar o estado da arte de produções acadêmicas que tratam da
presença de estudantes indígenas em escolas urbanas. A investigação foi realizada no
período de fevereiro a abril de 2019, tendo como escopo de análise pesquisas defendidas
em programas de Pós-Graduação e em artigos publicados em periódicos entre 2008 a 2018.
Foram elencados os seguintes descritores: interculturalidade, estudante indígena, escola
urbana e a Lei 11.645/08. Os resultados apontam escassez de estudos envolvendo
estudantes indígenas em escolas urbanas. Conclui-se que há necessidade de trabalhar as
questões relativas ao reconhecimento e à valorização das diferenças culturais nos contextos
escolares.
Palavras-chave: Estudante indígena; Escola urbana; Interculturalidade.

Abstract
This article aims to present the state of the art of academic productions that deal with the
presence of indigenous students in urban schools. The investigation was carried out from
February to April 2019, with the scope of analysis being research advocated in graduate
programs and articles published in journals between 2008 and 2018. The investigation was
based on the descriptors: interculturality, indigenous student, urban school and Law
11.645/08. The results point to a scarcity of studies involving indigenous students in urban
schools. Conclude that, there is a need to work on issues related to the recognition and
appreciation of cultural differences in school contexts.
Keywords. Indigenous student; Urban school; Interculturality.
O estado da arte: produções acadêmicas e científicas sobre estudantes indígenas em escolas urbanas

Introdução

Este artigo é o resultado da investigação realizada na base de dados de Teses e


Dissertações, defendidas em Programas de Pós-Graduação Stricto Sensu e disponíveis na
Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES), Biblioteca Digital
Brasileira de Teses e Dissertações (BDTD), Repositório da Universidade Federal de Mato
Grosso (UFMT) e artigos via acesso remoto da Comunidade Acadêmica Federada (CAFe) no
Portal de Periódicos da Capes. O texto em tela constitui parte da pesquisa de doutorado, em
andamento, que tem como objeto de estudo a Formação para a Educação Intercultural e
Reconhecimento dos Povos Indígenas na Escola Urbana. Para conhecer o estado da arte de
pesquisas com temas correlatos ao nosso objeto de estudo, optou-se pelos descritores:
interculturalidade, estudante indígena, escola urbana e a Lei 11.645/08.
De acordo com Ferreira (2002) as pesquisas conhecidas pela denominação “estado
da arte” ou “estado do conhecimento” são definidas como de caráter bibliográfico tendo
como desafio mapear e discutir uma certa produção acadêmica em diferentes campos do
conhecimento. A autora ressalta ainda que:
Também são reconhecidas por realizarem uma metodologia de caráter
inventariante e descritivo da produção acadêmica e científica sobre o tema que
busca investigar, à luz de categorias e facetas que se caracterizam enquanto tais em
cada trabalho e no conjunto deles, sob os quais o fenômeno passa a ser analisado
(FERREIRA, 2002, p. 258).

A grande relevância da pesquisa do tipo estado da arte no meio acadêmico consiste


no fato de que por meio dela é possível ter acesso às produções e caminhos já percorridos
em determinada época por outros pesquisadores sobre o tema que se pretende pesquisar.
Permite, ainda, dar visibilidade ao conhecimento já produzido e divulgá-los para a sociedade.
A fim de situar o leitor, optou-se por estruturar o presente texto em duas seções:
primeiramente a contextualização do projeto de pesquisa de doutorado em
desenvolvimento; e por último, o mapeamento das produções acadêmicas e científicas
desenvolvidas entre 2008 a 2018, que tratam da presença de estudantes indígenas em
escolas urbanas.
Formação para a educação intercultural e reconhecimento dos povos indígenas na
escola
A aproximação com a temática deste projeto “Formação para a educação
intercultural e reconhecimento dos povos indígenas na escola” ocorre pela atuação do
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Centro de Formação e Atualização dos Profissionais da Educação Básica (CEFAPRO) de


Sinop/MT nas escolas estaduais no município de Colíder/MT.
O CEFAPRO é o órgão responsável pela política de formação, sistematização e
execução dos projetos e programas da Secretaria de Estado de Educação de Mato Grosso
(SEDUC/MT) e pelo desenvolvimento de parcerias nos programas e projetos com o
Ministério da Educação (MEC). Existem 15 CEFAPROS no Estado de Mato Grosso, cada um
deles responsável por um polo de atendimento, composto por vários municípios.
A formação continuada dos profissionais das unidades escolares aconteceu por meio
do Projeto Pró-Escola Formação na Escola (PEFEi), tendo o coordenador pedagógico como
responsável pela formação continuada nas unidades escolares, com o acompanhamento e
assessoramento do professor formador do CEFAPRO. O Orientativo de 2017 do PEFE,
publicado pela Superintendência de Formação dos Profissionais da Educação Básica –
SUFP/SEDUC/MT, enfatizava que o projeto de formação deveria ser elaborado e
desenvolvido, a partir de um diagnóstico situacional que apontasse a realidade vivenciada
em cada unidade escolar, devendo ser orientado e acompanhado pelos CEFAPROs.
Portanto, as temáticas de estudos precisavam estar em consonância com as necessidades
de cada escola.
Assim, o esboço da pesquisa de tese teve sua origem a partir da construção do
Projeto PEFE de uma escola do município de Colíder/MT, no ano de 2017, no processo de
escolha dos professores sobre as temáticas de estudo para desenvolverem na escola:
“Diversidades na escola: conhecendo nossa realidade indígena”. Os professores foram
motivados pela realidade da escola que contava com 40 estudantes indígenas matriculados,
pertencente a etnias distintas: Kaiapó, Tapayuna, Apiaká, Jurukatu, Panará,
Kaiapó/Tapayuna, Panará/Kaiapó.
Nesse sentido, alguns questionamentos foram formulados: por que esses estudantes
estavam matriculados em uma escola urbana? O que os estudantes indígenas esperavam da
educação escolar urbana? Como esses estudantes percebiam a escola? Como esses alunos
eram percebidos pelos professores e pela comunidade escolar? Quais os desafios que
apresentavam para a escola?
Por outro lado, os questionamentos pelos profissionais da escola que solicitavam
constantemente respostas para os desafios impostos pela diversidade: como alfabetizar os
O estado da arte: produções acadêmicas e científicas sobre estudantes indígenas em escolas urbanas

estudantes indígenas na língua portuguesa? Como adequar o calendário escolar para


atender as especificidades de cada cultura? Como a formação continuada poderia contribuir
com essa realidade?
Diante desse cenário desafiador, buscou-se desenvolver o projeto de pesquisa com a
intenção de encontrar respaldo teórico e metodológico que possibilite desenvolver uma
proposta de Formação Continuada pautada na perspectiva da educação intercultural.
Para tanto, a investigação orientar-se-á pelos pressupostos da pesquisa qualitativa
pelo fato de que exige uma apreensão de todos os detalhes e pistas percebidas que
“permita estabelecer uma compreensão mais esclarecedora do nosso objeto de estudo”
(BOGDAN; BIKLEN, 1994, p. 49).
A abordagem metodológica está pautada na pesquisa-ação. De acordo com Thiollent
(2011), o que caracteriza uma pesquisa-ação é a ideia de uma relação dialética entre pesquisa
e ação tendo como função a transformação da realidade identificada pelo grupo.
Pesquisador e pesquisados desempenham papel ativo na situação investigada, no
acompanhamento e avaliação das ações, com vistas à criação de um ambiente de
aprendizagem partilhada, capaz de promover reflexões, diálogo, autonomia, pesquisa,
formação e o trabalho coletivo. A coleta de dados acontecerá por meio de observação,
entrevista, questionário e diário de campo.
Espera-se com esse estudo contribuir com uma proposta de formação que
contemple a educação intercultural e que assegure o diálogo, o respeito, o ensino e a
aprendizagem entre as diferentes culturas existentes no espaço escolar, uma vez que esta é
uma realidade que se amplia em muitas escolas públicas de Mato Grosso.
O que dizem as produções acadêmicas e científicas sobre a presença de estudantes
indígenas em escolas urbanas?

Nesse tópico far-se-á o mapeamento das produções acadêmicas e científicas


defendidas em programas de pós-graduação que compreendem dissertações de mestrado,
teses de doutorado e artigos publicados em periódicos, nos anos entre 2008 a 2018, que
tratam de pesquisas sobre a presença de estudantes indígenas em escolas urbanas.
A investigação bibliográfica foi realizada a partir da Base de Dados de Teses e
Dissertações da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES),
Biblioteca Digital Brasileira de Teses e Dissertações (BDTD), Repositório da Universidade
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Federal de Mato Grosso (UFMT) e artigos via acesso remoto da Comunidade Acadêmica
Federada (CAFe) no Portal de Periódicos da Capes, no período de fevereiro a abril de 2019.
A primeira etapa do trabalho consistiu na escolha dos descritores que utilizaríamos
para desenvolver a pesquisa, para tanto alguns questionamentos foram necessários para
definir quais atenderiam as questões de investigação: como a produção científica sobre
interculturalidade pode contribuir com a prática pedagógica numa perspectiva inclusiva? O
que dizem as produções acadêmicas sobre estudantes indígenas em escolas urbanas? Como
a Lei 11.645/08, que estabelece a obrigatoriedade da temática “História e Cultura Afro-
Brasileira e Indígena no currículo oficial da rede de ensino”, vem sendo abordada na
formação de professores?
A partir destas reflexões os descritores pesquisados foram: interculturalidade,
estudante indígena, escola urbana e a Lei 11.645/08. O descritor estudante indígena foi o
primeiro por ser o principal sujeito da pesquisa de doutoramento. Em relação à escola
urbana buscou-se diferenciar da educação ofertada nas aldeias, pois as escolas situadas nas
aldeias seguem as orientações específicas para esta modalidade que seriam: uma educação
escolar diferenciada, intercultural, bilíngue/multilíngue e comunitária, conforme define a
legislação nacional que fundamenta a Educação Escolar Indígena (BRASIL, 1996).
O descritor sobre a Lei 11.645/08 se deu pelo fato de que sua promulgação altera a Lei
9.394/1996, modificada pela Lei 10.639/2003, a qual estabelece as Diretrizes e Bases da
Educação Nacional, para incluir no currículo oficial da rede de ensino a obrigatoriedade da
temática “História e cultura afro-brasileira e indígena” (GOULARTE; MELO, 2013). De acordo
com a referida lei, as escolas devem atender as determinações legais que orientam para a
necessidade de abordar a temática voltada para a população indígena no ensino de todas as
disciplinas do currículo da educação básica, de todas as escolas, públicas e privadas.
O objetivo com este descritor foi levantar o que se tem escrito sobre a Lei 11.645/08 e
conhecer as propostas que contemplam a formação de professores. Definidos os
descritores, a etapa seguinte consistiu na pesquisa sobre a produção científica de cada um
deles.
A primeira busca foi na base de dados de Teses e Dissertações da Coordenação de
Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES) incluindo todas as áreas do
conhecimento, sem usar filtros. O objetivo foi identificar o número de produções sobre os
O estado da arte: produções acadêmicas e científicas sobre estudantes indígenas em escolas urbanas

descritores mencionados. O quantitativo das publicações por descritor pode ser visualizado
na tabela abaixo:
Tabela 1: Todas as áreas do conhecimento (CAPES)
Descritores Dissertações Teses
Estudante indígena 62 28
Interculturalidade 1.051 288
Escola urbana 87.724 25.300
Lei 11.645/08 27.318 6.612
Fonte: base de dados CAPES (2019).

Na segunda busca na CAPES, optou-se por delimitar como grande área do


conhecimento Ciências Humanas e Educação como área de conhecimento.

Tabela 2: Ciências Humanas/Educação (CAPES)


Descritores Dissertações Teses
Estudantes indígenas 15 08
Crianças indígenas 28 05
Interculturalidade 240 82
Escola urbana 13 02
Lei 11.645/08 08 02
Fonte: base de dados CAPES (2019).

No site da Biblioteca Digital Brasileira de Teses e Dissertações (BDTD), a busca


avançada foi refinada para a grande área de conhecimento Ciências Humanas/Educação e,
posteriormente, cruzados os descritores conforme a necessidade da pesquisa.
Tabela 3: Resultados da área de Ciências Humanas/Educação na BDTD
Descritores Dissertações Teses
Interculturalidade e Estudante indígena 16 03
Escola urbana e Estudante indígena 04 01
Formação de professores e Lei 11.645/08 07 02
Interculturalidade; Estudante indígena e Escola 05 00
urbana
Interculturalidade; Estudante indígena; Escola 01 00
urbana e formação de professores
Fonte: Biblioteca Digital Brasileira de Teses e Dissertações (2019).
Com o intuito de conhecer as publicações do Programa de Pós-Graduação em
Educação (PPGE) da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT) realizou-se uma busca no
banco de dados da Universidade e obteve-se um retorno de 18 Dissertações e nenhuma
Tese. Esse quantitativo está apresentado por descritor na tabela 4.
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Tabela 4: Resultados do repositório da Universidade Federal de Mato Grosso


Descritores Dissertações Teses
Interculturalidade 09 ---
Estudante indígena 07 ---
Escola urbana 01 ---
Formação de professores e Lei 11.645/08 01 ---
Fonte: Universidade Federal de Mato Grosso (2019).
No período entre 2008/2018 nenhuma tese que correspondesse aos descritores
pesquisados foi apresentada na UFMT. Contudo, nos últimos anos foram defendidas
dissertações com temáticas ao encontro dos objetos de estudo da pesquisa de doutorado
em desenvolvimento, a saber, a interculturalidade e os estudantes indígenas em escolas
urbanas. As dissertações que atendiam os objetivos da pesquisa estão apresentadas na
tabela 5.

Tabela 5: Dissertações selecionadas repositório UFMT


Interculturalidade e Estudante indígena
Modalidade Título Autor(a) Instituição Ano
Dissertação Expressões identitárias no SANTOS, Vanúbia UFMT 2014
espaço escolar: um estudo Sampaio dos
com estudantes indígenas de
escolas públicas urbanas de Ji-
Paraná, Rondônia
Dissertação Aprendizagens da lei EICHHOLZ, Gerda UFMT 2015
11.645/08 na experiência Langmantel
intercultural dos XII Jogos dos
Povos Indígenas em Cuiabá-
MT
Dissertação Educação e urbanidade SERPA, Aila UFMT 2017
indígena: nas fronteiras Oliveira
xavantinenses
Fonte: Universidade Federal de Mato Grosso (2019).
A busca por artigos foi desenvolvida no Portal de Periódicos da CAPES via acesso
remoto da Comunidade Acadêmica Federada (CAFe)ii. Com essa busca foi possível localizar
as seguintes ocorrências:
Tabela 6: artigos encontrados Periódicos da CAPES
Descritores Artigos
Interculturalidade e estudante indígena 39
Estudante indígena e escola urbana 18
Lei 11.645/08 27
Fonte: Portal de Periódicos da CAPES (2019).
O estado da arte: produções acadêmicas e científicas sobre estudantes indígenas em escolas urbanas

Após levantamento dos trabalhos encontrados, ao todo 33 dissertações, 06 teses e


84 artigos, realizou-se a leitura criteriosa dos títulos e resumos para selecionar as
publicações que seriam analisadas.
O primeiro critério adotado foi desconsiderar os estudos que apresentavam o
mesmo título, resumo, autor e ano. Em seguida optou-se por excluir as publicações que
abordavam o estudante indígena no ensino superior, educação escolar indígena no
contexto das aldeias, educação ambiental indígena e interculturalidade, saúde indígena e
interculturalidade, formação de docentes indígenas, línguas e educação intercultural, por
compreender que neste momento esses estudos não atendiam aos objetivos da pesquisa.
O critério de inclusão das publicações para análise foi as que abordavam
especificamente o estudante indígena em escola urbana no Ensino Fundamental, a
interculturalidade na educação urbana, a formação de professores e a Lei 11.645/08. Ao final
foram selecionadas, 05 dissertações, 02 teses e 06 artigos, totalizando 13 publicações.
As dissertações e teses estão apresentadas na tabela a seguir:
Tabela 7: dissertações e teses selecionadas para análise
Dissertações e Teses
Modalidade Instituição Título Autor(a) Ano
Tese Universidade de Educação para manejo e LUCIANO, 2011
Brasília (UnB) domesticação do Gersem José
mundo: entre a escola dos Santos
ideal e a escola real - Os
dilemas da educação
escolar indígena no Alto
Rio Negro
Dissertação Universidade Expressões identitárias SANTOS, 2014
Federal de Mato no espaço escolar: um Vanúbia
Grosso (UFMT) estudo com estudantes Sampaio dos
indígenas de escolas
públicas urbanas de Ji-
Paraná, Rondônia
Dissertação Universidade Aprendizagens da lei EICHHOLZ, 2015
Federal de Mato 11.645/08 na experiência Gerda
Grosso (UFMT) intercultural dos XII Langmantel
Jogos dos Povos
Indígenas em Cuiabá-MT
Tese Universidade A Criança Indígena No VIEIRA, Carlos 2015
Católica Dom Bosco Espaço Escolar de Magno Naglis
(UCDB) Campo Grande/MS:
identidades e diferenças
Dissertação Universidade Educação e urbanidade SERPA, Aila 2017
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Federal de Mato indígena: nas fronteiras Oliveira


Grosso (UFMT) xavantinenses
Dissertação Universidade LaSalle Formação de FONTES, 2017
(Canoas/RS) professores, Fernanda
interculturalidade e
educação
Indígena: contribuições
descoloniais no espaço
da escola regular
Dissertação Pontifícia A lei 11.645/08: história,
FANELLI, 2018
Universidade movimentos sociais e Giovana de
Católica de São mudança curricular Cássia Ramos
Paulo (PUC-SP)
Fonte: arquivo pessoal de dissertações e teses selecionadas (2019).

Os artigos selecionados para análise podem ser visualizados na próxima tabela.


Tabela 8: artigos selecionados
Artigos
Instituição/área Título Autores Ano
Educação em Pedagogia decolonial e Luiz Fernandes de Oliveira 2010
Revista | Belo educação antirracista e Vera Maria Ferrão Candau
Horizonte | v.26 | intercultural no Brasil
n.01 | p.15-40 | abr.
2010
Revista HISTEDBR História e cultura afro- Anselmo Alencar Colares 2010
On-line, Campinas, brasileira e indígena nas Marco Antonio de Oliveira
n.38, p.197-213, escolas: uma reflexão Gomes
jun.2010 - ISSN: necessária Maria Lília Imbiriba Sousa
1676-2584 Colares
Revista Eventos LEI 11.645/08: a questão Rosângela Gomes Moreira; 2012
Pedagógicos v.3, étnico-cultural nas escolas Alceu Zoia.
n.3, p. 212 - 220,
Ago. – Dez. 2012
Educ. Soc., Diferenças culturais, Vera Maria Ferrão Candau 2012
Campinas, v. 33, n. interculturalidade e
118, p. 235-250 educação em direitos
humanos
Cadernos de Cotidiano escolar e práticas Vera Maria Ferrão Candau 2016
Pesquisa v.46 interculturais
n.161 p.802-820
jul./set. 2016 803
Laplage em Metodologia intercultural Beleni Saléte Grando; 2018
revista, 2018, na formação-ação para a Vilma Aparecida de Pinho;
Vol.4(1), pp. 86-101 educação infantil: a cultura Eglen Silvia Pipi Rodrigues.
bororo e as relações étnico-
raciais
Fonte: arquivo pessoal de artigos selecionados (2019).
O estado da arte: produções acadêmicas e científicas sobre estudantes indígenas em escolas urbanas

Após leituras, apresenta-se a seguir um breve resumo sobre as publicações


selecionadas. Luciano (2011) em sua tese “Educação para manejo e domesticação do mundo:
entre a escola ideal e a escola real - Os dilemas da educação escolar indígena no Alto Rio
Negro” analisa a demanda dos povos indígenas do Alto Rio Negro por educação escolar e
universitária verificada nos últimos anos e o lugar que a escola e o mundo moderno ocupam
no imaginário atual desses povos, a partir do qual projetam e constroem seu futuro. O
trabalho sugere que em relação aos problemas de culturas e identidades, é desejável que a
escola contribua, facilite e apoie o resgate de culturas e identidades tradicionais, mas estes
devem ser de responsabilidade geral das famílias, das comunidades e dos povos indígenas.
Santos (2014) em sua dissertação “Expressões identitárias no espaço escolar: um
estudo com estudantes indígenas de escolas públicas urbanas de Ji-Paraná, Rondônia”
discute a atual situação de estudantes indígenas do povo Arara e Gavião no contexto de
escolas públicas urbanas no município de Ji-Paraná/RO. Teve como foco as expressões
identitárias dos estudantes indígenas (o ser indígena). A pesquisa foi realizada em duas
escolas públicas urbanas da rede estadual de ensino, com sete estudantes indígenas, 05
(cinco) da etnia Arara e 02 (dois) da etnia Gavião que estão no Ensino Fundamental (anos
iniciais).
A referida dissertação discutiu as implicações pedagógicas, acadêmicas e políticas no
sentido de apontar possíveis ações para conter práticas de violência, preconceito e
silenciamento dos estudantes indígenas. Também teve como objetivo efetivar as ações de
políticas públicas interculturais como a formação continuada na perspectiva da Lei
11.645/2008, contemplando a construção de currículos interculturais em escolas públicas
estaduais e municipais da região amazônica.
A dissertação de Eichholz (2015) “Aprendizagens da Lei 11.645/08 na experiência
intercultural dos XII Jogos dos Povos Indígenas em Cuiabá-MT” apresentou as
aprendizagens, a partir da experiência intercultural, da Lei 11.645/08 durante a realização
dos XII Jogos dos Povos Indígenas (XII JPI) realizados em Cuiabá-MT, tendo como base a
formação dos professores na perspectiva da educação intercultural cujo objetivo era
preparar professores e alunos das escolas públicas do município para o encontro com o
Outro, o indígena. O objetivo do estudo foi compreender como se estabeleceram as
relações entre os saberes e fazeres dos professores e os saberes e fazeres que, numa
perspectiva intercultural, é evidenciada a partir dos alunos, podem qualificar a prática
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pedagógica na perspectiva da inclusão das histórias e culturas dos povos indígenas na


escola.
Os resultados dessa pesquisa permitiu aprofundar as discussões sobre a
implementação da Lei 11.645/08, divulgar as premissas reflexivas sobre a formação inicial,
continuada e à prática docente na busca de humanizar as relações sociais que ocorrem no
âmbito escolar e visam educar para a convivência na diversidade, embasados em saberes a
respeito ao indígena brasileiro.
A tese de doutorado de Vieira (2015) “A Criança Indígena No Espaço Escolar de
Campo Grande/MS: identidades e diferenças” teve por objetivo identificar os elementos que
contribuem na produção de identidade e diferença das crianças indígenas em contexto
urbano em relação aos conflitos e às tensões produzidas na Escola Municipal Sulivam
Silvestre Oliveira – Tumune Kalivono, no município de Campo Grande/MS. Buscou também
identificar as concepções sobre o ser indígena em contexto urbano dos atores envolvidos na
Escola pesquisada; identificar as relações entre as crianças indígenas e os diversos atores
que compõem o espaço escolar não indígena da Escola e verificar se a Escola Municipal
Sulivam Silvestre Oliveira – Tumune Kalivono trabalha com elementos interculturais
considerando a presença das crianças indígenas e os saberes não indígenas.
Os resultados mostram que a presenças das crianças indígenas no espaço escolar do
município de Campo Grande/MS é pouco explorado principalmente no que se refere a
aprender a ouvir as crianças. As crianças indígenas, segundo o autor da pesquisa, “sofrem
com uma prática pedagógica de exclusão, silenciamento, subalternização e marginalização”
em relação as suas diferenças, mas assumem neste espaço da escola “um ‘entrelugar’”
construindo estratégias para se afirmar como ser indígena.
Serpa (2017) em seu trabalho de mestrado “Educação e urbanidade indígena: nas
fronteiras Xavantinenses” buscou compreender como a presença do A’uwe (Xavante) é
percebida pelos gestores e professores de uma escola estadual pública de ensino médio de
Nova Xavantina- MT. Procurou investigar se esta escola pensa e reconhece o papel que a
educação escolar tem na formação do Xavante, se os professores conhecem a Lei 11.645/08
e estão preparados para colocá-la em prática na perspectiva intercultural, se distingue as
necessidades culturais específicas desse Povo e se, preparados ou não, buscam adequar as
suas práticas para incluir a temática em seu cotidiano escolar. Os resultados apontam que na
O estado da arte: produções acadêmicas e científicas sobre estudantes indígenas em escolas urbanas

escola ocorre contradições, tensões e conflitos refletindo no elevado índice de evasão e


reprovação dos alunos indígenas. De acordo com a pesquisadora, para tentar corrigir essa
situação e esse déficit é necessário um novo sistema educacional pautado nos pressupostos
da interculturalidade e da plurietnicidade.
A pesquisa apresentada na dissertação de Fontes (2017) “Formação de professores,
interculturalidade e educação indígena: contribuições descoloniais no espaço da escola
regular” pretendeu investigar a contribuição da formação inicial e continuada de docentes
que atuam com estudantes indígenas e não indígenas. O estudo buscou explorar duas
dimensões culturais existentes em uma escola estadual no município de São Leopoldo – Rio
Grande do Sul. A partir do acesso a aldeia onde vivem os alunos e onde ocorre a sua
alfabetização no idioma Kaingang em escola própria. A pesquisa demonstra que a formação
docente ainda não fornece subsídios teóricos aos professores para lidar com os estudantes
indígenas que frequentam as escolas. Observou-se que os professores percebem a inserção
dos alunos indígenas como experiência positiva e buscam, a partir de possibilidades, criar
espaços de valorização a cultura indígena. Quanto à formação dos professores indígenas,
observou-se que eles ainda necessitam ocupar os espaços e mostrar a sua cultura que é
pouco compreendida pelos demais professores.
Os estudos apresentados na dissertação de Fanelli (2018) sobre “A lei 11.645/08:
história, movimentos sociais e mudança curricular” buscou compreender historicamente
como ocorreu o processo de formação da Lei 11.645/08, que inclui no currículo oficial da
rede de ensino pública e privada, a obrigatoriedade da temática “História e Cultura Afro-
Brasileira e Indígena” nas disciplinas de História, Artes e Língua Portuguesa. Buscou-se
discutir o Movimento Indígena brasileiro e suas principais pautas reivindicatórias, as
contribuições de historiadores e antropólogos na desconstrução do “índio genérico” e as
ações do MEC em relação à temática indígena na escola. A pesquisa partiu de duas
hipóteses: a primeira que a Lei 11.645/08 foi fruto da reivindicação dos professores do
Movimento Indígena. A segunda que o ambiente institucional do governo Lula, que deu
destaque para políticas públicas afirmativas, foi fundamental para a aprovação da norma. Os
procedimentos metodológicos na análise foi toda a documentação oficial referente ao
projeto de lei, a identificação dos sujeitos envolvidos através das fontes escritas, os áudios
dos debates nas comissões da Câmara e Senado federal.
Revista Cocar V.14. N.30. Set./Dez./2020 p.1-19 https://periodicos.uepa.br/index.php/cocar

O artigo de Colares, Gomes e Colares (2010) “História e cultura afro-brasileira e


indígena nas escolas: uma reflexão necessária” propõe uma análise sobre a Lei 11.645/08
que prevê a obrigatoriedade da temática “História e Cultura Afro-Brasileira e Indígena” nas
escolas, seus propósitos, alcances e limites, levando-se em conta principalmente a maneira
como as temáticas abrangidas pela Lei são contempladas nos currículos dos cursos que
formam os professores incumbidos de aplicá-la. O artigo tem como objetivo analisar
historicamente o sentido da inclusão dessa temática nas salas de aula, em uma sociedade na
qual os segmentos economicamente dominantes naturalizam as diferenças entre as classes
sociais.
No texto sobre “Pedagogia decolonial e educação antirracista e intercultural no
Brasil” as estudiosas Candau e Oliveira (2010) discutem no âmbito da pesquisa sobre
"Multiculturalismo, Direitos Humanos e Educação: a tensão entre igualdade e diferença",
que desde 2006 está sendo desenvolvida e tem como objetivos analisar a problemática da
educação intercultural no contexto latino-americano.
Na investigação foi privilegiada a produção do grupo Modernidade-Colonialidade,
para a discussão das relações entre interculturalidade, relações étnico-raciais e educação no
Brasil. O texto inicia com uma breve análise dos principais conceitos que orientam as
reflexões do grupo de pesquisa, após apresenta os sentidos da pedagogia decolonial e
interculturalidade crítica. E finaliza com discussões e possíveis confluências entre as
propostas da pedagogia decolonial e intercultural e as "Diretrizes Curriculares Nacionais
para a Educação das Relações Étnico-Raciais e para o Ensino de História e Cultura Afro-
Brasileira e Africana".
Moreira e Zoia (2012) em seu texto, “LEI 11.645/08: a questão étnico-cultural nas
escolas” apresentam informações sobre o conhecimento que professores e alunos têm da
Lei 11.645/2008, que torna obrigatório o ensino das culturas negra e indígena nas
Instituições de ensino de todo país. A pesquisa foi desenvolvida no município de Sinop-MT,
com alunos e professores de escolas públicas e privadas e constatou que o preconceito
ainda se faz presente em nossa sociedade, principalmente, quando se refere aos negros e
aos indígenas. Os autores apontam a escola como um caminho para a superação dos
preconceitos e concluem que o trabalho desenvolvido em algumas escolas começa a
mostrar resultados positivos na busca da eliminação do preconceito e do racismo.
O estado da arte: produções acadêmicas e científicas sobre estudantes indígenas em escolas urbanas

Candau (2012) em seu artigo sobre as “Diferenças culturais, interculturalidade e


educação em direitos humanos” disserta sobre as questões que remetem às diferenças
culturais e afirma que esses temas vêm se multiplicando na nossa sociedade. Segundo ela, a
consciência dessa realidade cada mais se intensifica entre educadores/as. No entanto,
inúmeras pesquisas que identificam, descrevem e denunciam situações em que alunos/as
com determinadas marcas identitárias são discriminados e excluídos no cotidiano da escola.
A autora defende ainda, que essa realidade afirma a obrigação dos educadores em
trabalhar os temas que envolvem o reconhecimento e à valorização das diferenças culturais
no âmbito escolar. É nessa premissa que esse texto analisa os diferentes sentidos que se
atribuem aos termos de igualdade e diferença na percepção dos professores e também ele
apresenta uma perspectiva sobre educação intercultural que está sendo construindo nos
últimos anos, além de evidenciar a interrelação entre as questões das diferenças e a
educação em direitos humanos.
O artigo “O Cotidiano escolar e práticas interculturais” da pesquisadora Candau
(2016) discorre que na sociedade brasileira acontece uma crescente sensibilidade para o
tema das diferenças culturais presente em diversos segmentos da sociedade. A autora
afirma que no que se refere à educação escolar é possível detectar um sentimento de
impotência, de não sabermos como enfrentar de forma positiva essas questões. O objetivo
do texto é analisar as relações entre escola e práticas interculturais, tendo como referência
um curso inspirado na pesquisa-ação, desenvolvido em 2014 no primeiro semestre.
Pensando na incorporação da perspectiva intercultural no cotidiano escolar, concluiu que
para avançar nesse tipo de trabalho, é importante que o tema seja introduzido nos
processos de formação continuada que são realizados na própria escola.
As pesquisadoras Grando, Pinho e Rodrigues (2018) discutem no texto “Metodologia
intercultural na formação-ação para a educação infantil: a cultura bororo e as relações
étnico-raciais” o resultado de um projeto de extensão (“Ikuiapá”) desenvolvido pelo Grupo
de Pesquisa Corpo, Educação e Cultura (COEDUC), vinculado ao Programa de Pós-Graduação
em Educação da Universidade Federal de Mato Grosso (Cuiabá). O Grupo vem desde 2003
desenvolvendo formação específica para os servidores da Educação Infantil da Secretaria
Municipal de Educação de Cuiabá (MT), buscando atender uma das Creches e Centros
Municipais de Educação Infantil (CMEIs).
Revista Cocar V.14. N.30. Set./Dez./2020 p.1-19 https://periodicos.uepa.br/index.php/cocar

As autoras apresentam discussões relacionadas à inclusão das histórias e culturas dos


povos originários e das comunidades quilombolas e afrodescendentes que vivem em Mato
Grosso e no Pará. Na formação contínua, o grupo de educadoras da Amazônia brasileira,
território das águas e das fronteiras interétnicas e culturais buscam fortalecer as identidades
das professoras e contribuir para a inclusão de diferentes histórias de brasileiros silenciadas
pelas histórias colonialistas de ontem e de hoje.
Observou-se que a pesquisa bibliográfica empreendida nas bases de dados
mencionadas neste texto aponta resultados que demonstram que não há uma quantidade
significativa de pesquisas acadêmicas e científicas sobre estudante indígena em escolas
urbanas com foco na formação de professores na perspectiva da Educação Intercultural.
Discussões sobre a Lei 11.645/08, ainda, são incipientes no âmbito da escola.
Essa ausência de pesquisa preocupa Candau (2016), pois na sociedade brasileira
existe uma crescente sensibilidade para a temática das diferenças culturais que se manifesta
em diversos âmbitos sociais. No entanto, no que se refere à educação escolar, a autora
argumenta que é possível detectar uma sensação de impotência, de não sabermos como
lidar positivamente com essas questões. Assim, afirma que para avançar nessa perspectiva,
é importante que essa temática seja introduzida nos processos de formação continuada
realizados coletivamente na própria escola.
Alexandre e Abramowicz (2019) afirmam que as diferenças no âmbito escolar são
vistas de forma racializadas. Considerando as políticas públicas relacionadas à diversidade
existente na escola, isso não deveria ocorrer. Negros e indígenas continuam sendo vistos
pelo viés da estereotipia, de uma experiência racializada tanto pelos professores quanto
pelos colegas da sala, que alienados, não combatem o comportamento racista e
reproduzem e aprofundam as desigualdades.
Algumas Considerações
Esta pesquisa bibliográfica realizada nas bases de dados da CAPES, BDTD, UFMT
permitiu conhecer e analisar as produções existentes, oferecendo subsídios importantes e
necessários para a compreensão e desenvolvimento das temáticas pesquisadas neste
estudo. As pesquisas descrevem e denunciam situações em que alunos/as com
determinadas marcas identitárias são rejeitados, objeto de discriminações e excluídos no
cotidiano escolar (CANDAU, 2016).
O estado da arte: produções acadêmicas e científicas sobre estudantes indígenas em escolas urbanas

Os resultados mostram que as relações entre os estudantes são baseadas na


invisibilidade, violência, preconceito e em muitas situações em que os professores são
apontados como omissos, ou seja, silenciam diante desse comportamento dos estudantes
não indígenas em relação aos estudantes indígenas. Por outro lado, os resultados mostram
também, que em algumas situações, os estudantes indígenas não são passivos a essas ações
e aproveitam a oportunidade para afirmação de sua identidade e fortalecimento de seu
pertencimento étnico nas escolas urbanas.
Conclui-se, por meio das produções apresentadas, a necessidade de empreender
pesquisas sobre a formação de professores na perspectiva da educação intercultural, como
um caminho possível para promover um diálogo crítico de reconhecimento do direito às
diferenças nos contextos escolares.
Referências

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as crianças migrantes haitianas nas escolas de Sinop no Mato Grosso. Crítica Educativa
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1996, modificada pela Lei nº 10.639, de 9 de janeiro de 2003, que estabelece as diretrizes e
bases da educação nacional, para incluir no currículo oficial da rede de ensino a
obrigatoriedade da temática “História e Cultura Afro-Brasileira e Indígena”. Brasília: MEC,
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Notas

i
O PEFE é construído coletivamente pelos profissionais das unidades escolares de acordo
com suas necessidades formativas e tem como objetivo definir ações de intervenção em
sala de aula que melhorem e elevem a qualidade do ensino e o desempenho dos estudantes
(MATO GROSSO, 2017, p. 7). O termo PEFE foi usado em 2017 quando da construção do
projeto desta pesquisa de doutorado. Em 2019 o projeto de formação das escolas
denominava-se “Formação da/na Escola”. Em 2020 passa a se chamar “Projeto Sala de
Educador”.
ii
A opção permite o acesso remoto ao conteúdo assinado do Portal de Periódicos disponível
para as instituições participantes.

Sobre as autoras
Sandra Regina Braz Ayres
Doutoranda do Programa de Pós-Graduação em Educação da Universidade Federal de Mato
Grosso (PPGE/UFMT) em Cuiabá. Professora da Secretaria de Estado de Educação de Mato
Grosso (SEDUC/MT) desempenhando sua função no Centro de Formação e Atualização dos
Profissionais da Educação Básica (CEFAPRO) de Sinop. Membro do Grupo de Pesquisa
Corpo, Educação e Cultura (COEDUC/UFMT). E-mail: ayressinop@gmail.com
Orcid: https://orcid.org/0000-0002-6856-6671

Beleni Saléte Grando


Professora do Programa de Pós-Graduação em Educação da Universidade Federal de Mato
Grosso (PPGE/UFMT) em Cuiabá-Mato Grosso, coordenadora do Grupo de Pesquisa Corpo,
Educação e Cultura (COEDUC/UFMT) e do Projeto “Ação Saberes Indígenas na Escola” –
Rede UFMT/MEC – UFMT, Unemat, IFMT. E-mail: beleni.grando@gmail.com
Orcid: https://orcid.org/0000-0002-5491-2123

Recebido em: 29/04/2020


Aceito para publicação em: 14/05/2020
Revista Cocar V.14. N.30. Set./Dez./2020 p.1-19 https://periodicos.uepa.br/index.php/cocar

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