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Surgimento Da Sociologia

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Surgimento da Sociologia

O surgimento da Sociologia enquanto ciência, com métodos e objetos de


estudo, data do século XIX.

Nessa época, a Revolução Industrial provocava profundas transformações


no mundo do trabalho europeu; a Revolução Francesa, no mundo político.
Os ideais iluministas influenciavam pensadores a utilizarem a razão para
explicar a natureza e a sociedade. Nesse contexto surge a Sociologia, com
o objetivo de compreender as transformações das sociedades.

Pensadores como Saint-
Simon, Comte, Marx, Weber e Durkheim constituíram papel
fundamental na formação da Sociologia, estruturando o pensamento
sociológico e elaborando conceitos e métodos.

Esses pensadores refletiram sobre temas como a influência das leis sociais
sobre a vida em sociedade; os modos de funcionamento das sociedades; o
modo como cada sociedade organiza seu mundo do trabalho; a luta de
classes; os interesses de classe social; as perspectivas individuais; as ações
sociais, entre outros estudos que lançaram luz sobre como a sociedade pode
determinar os indivíduos.

Saint-Simon: o uso da razão para atingir a boa vida em sociedade

Claude-Henry de Rouvroy, o conde de


Saint-Simon.

Neste contexto de expansão da visão racionalista de mundo e de


substituição de monarquias absolutistas por monarquias parlamentares e
repúblicas liberais (século XIX), despontou Saint-Simon (1760-1825),
nascido Claude Henri de Rouvroy, que, aos 40 anos, desapegado dos bens
materiais, tornou-se um dos principais defensores dos ideais iluministas e
da aplicação da razão para compreensão de questões humanas, sobretudo
sociais.

Saint-Simon identificava o uso do pensamento racional como meio para


entender os mecanismos que regiam a natureza e a criação de técnicas para
melhor aproveitamento dos recursos naturais, garantindo vida melhor para
a sociedade.

Uma de suas principais ideias defendia que o convívio harmonioso e


pacífico das sociedades dependia da elevação da capacidade produtiva,
para sustento da comunidade. Para ele, então, conduzir a humanidade para
uma situação de paz e prosperidade consistia em desenvolver e aplicar o
pensamento racional para compreender e organizar a sociedade.

Auguste Comte e o Positivismo

Auguste Comte (1798-1857).

O cientificismo tornou-se o cerne do pensamento de Comte. A Sociologia


deveria compreender e controlar as sociedades, encontrando leis sociais de
seus funcionamentos, da mesma maneira que as ciências exatas e
biológicas operavam na compreensão e no controle da natureza em busca
do progresso.

Em sua Lei dos Três Estados, Comte defende que as sociedades evoluem


do estágio teológico para o estágio metafísico e, finalmente, científico.
Eis o grande desafio de Comte: projetar uma ciência social que tivesse a
mesma eficiência das ciências naturais.

Émile Durkheim e a Sociologia Funcionalista

Émile
Durkheim (1858-1917).

Durkheim parte da premissa comtiana: existem leis sociais, análogas às leis


da natureza, que determinam a vida em sociedade. Entretanto, Durkheim se
concentra no estudo dos fatos sociais e questiona: qual o modo de
funcionamento das sociedades? Os fenômenos sociais são capazes de
determinar o modo de agir, pensar e sentir dos indivíduos? E como os
indivíduos podem determinar os fenômenos sociais?

Durkheim afirmou que toda ciência deve constituir área própria de


investigação. Assim a sociologia também deveria ser independente, pois
analisava fenômenos específicos, diferenciando-se de outras áreas. Ela
deveria ocupar-se com os fatos sociais que se apresentavam como
coercitivos e exteriores aos indivíduos.

Karl Marx, Friedrich Engels e a Sociologia do materialismo histórico-


dialético

Da mesma forma que Durkheim, Karl Marx e Friedrich Engels estudaram


como a sociedade determina os indivíduos. Entretanto, atribuem o fator
determinante de cada sociedade ao contexto sócio-histórico das relações
sociais de produção, dividido as sociedades em duas classes antagônicas
— os dominantes e os dominados.

Os dominantes ocupam a elite, que se sustenta na exploração dos


dominados. Estes, por sua vez, lutam pelo fim da exploração e dos
privilégios da elite. Essa teoria social, original de Marx e Engels, é
denominada materialismo histórico-dialético.

Max Weber e a Sociologia compreensiva

Maximillian Karl
Emil Weber (1864-1920)

Ao contrário de Durkheim e Marx, o intelectual alemão Max Weber (1864-


1920) lançou um olhar distinto sobre a sociedade europeia do século XIX.

Para Weber, a sociedade não se constituía de um corpo coletivo consciente


que delimitasse e determinasse os passos dos indivíduos, cujas vontades e
determinações individuais levam a direções próprias, impossibilitando ter
panorama amplo e completo da sociedade, o todo apenas teria sentido
mediante compreensão da totalidade de perspectivas individuais, o que é
impossível.

Para Weber, é preciso explorar as perspectivas individuais de modo a


perceber nuances da sociedade, seus valores e comportamentos. Isso é
possível desenvolvendo o conceito de ação social: o ato de um indivíduo
dirigir-se a outro, estabelecendo contato e tendo objetivo, mas sem saber
como o outro vai reagir.

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