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TRAMPOLINS
INTRODUÇÃO
HISTÓRIA
A Ginástica Desportiva é uma modalidade praticada há longos anos, muito embora com características
bastante diferentes das actuais. Nos finais do século XVIII, através da influência de vários pensadores, que se
debruçaram sobre as vantagens da actividade física, é introduzida novamente a ginástica como actividade física.
Em 1785, o alemão Johann Guts-Muths apresentou um novo conceito de ginástica, sendo por isso considerado
como o impulsionador da educação física obrigatória.
No princípio do século XIX, em 1811, o alemão Friedrich Jahn cria o primeiro ginásio ao ar livre em Berlim.
A ginástica acaba de ser alterada superando as ideias de Guts-Muths.
Entre 1820 e 1842, a actividade gímnica na Alemanha foi interrompida por motivos políticos, no entanto
os ginastas não a deixaram de praticar, passando a praticá-la em espaços cobertos, passando esta a designar-se
por gymnastik, desenvolvendo-se desta forma a ginástica de aparelhos.
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A Federação Internacional de Ginástica surge em 1881, na Suíça. Nos primeiros Jogos Olímpicos da era
moderna, 1896 – Atenas na Grécia, teve início a realização da primeira competição de ginástica artística
masculina. A ginástica artística feminina foi inserida nos Jogos Olímpicos de 1952 – Helsínquia, Finlândia.
Em Portugal o Ginásio Clube Português, fundado em 1875, foi a primeira colectividade a praticar ginástica
de forma metódica e ordenada. A Federação Portuguesa de Ginástica foi fundada em 1950, sendo até esta data,
o Ginásio Clube Português o representante de Portugal na Federação Internacional de Ginástica, assim como no
Comité Olímpico Português. Em 2005, a Federação Portuguesa de Ginástica passou a denominar-se de Federação
de Ginástica de Portugal.
O primeiro trampolim (cama elástica) surge em 1936, tendo sido utilizado pela primeira vez num colégio
inglês de Oxford nas aulas de Educação Física.
Os primeiros campeonatos do mundo realizam-se no ano de 1964 em Londres.
Em Portugal as primeiras competições de trampolins, foram organizados pela Federação Portuguesa de
Ginástica, no entanto, em 1990 é criada a Federação Portuguesa de Trampolins e Desportos Acrobáticos.
Nos Jogos Olímpicos de Sydney – Austrália, em 2000, o trampolim é considerado modalidade olímpica,
estando Portugal representado por Nuno Merino.
Elemento gímnico
É uma fracção do exercício possuindo a sua própria finalidade, a sua própria significação e o seu próprio
valor, fixado arbitrariamente ao longo da evolução da ginástica. Desenvolve-se no espaço (forma visual) e tem
uma certa duração (forma temporal).
Exercício gímnico
É um conjunto de gestos e elementos codificados podendo permitir um juízo de valor sobre a escolha,
ligação combinação e execução dos diferentes gestos. Com um inicio e um fim. Qualquer exercício, mesmo que
possua só elementos muito fáceis, é sempre um exercício.
Duração da prova
O tempo de cada exercício varia consoante o aparelho. Nos exercícios de solo, a duração de um exercício
masculino não poderá exceder 70 segundos, e 90 segundos no exercício feminino. Também na trave olímpica
(feminino), o exercício não poderá exceder os 90 segundos. A duração das provas varia consoante as
características da competição.
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DEFINIÇÕES – TRAMPOLINS
Trampolins
O trampolim é considerado um desporto acrobático de carácter individual.
Competição de Trampolins
As competições, em ambos os sexos, podem ser:
− Minitrampolim – individual (execução de três exercícios) ou por equipas (constituída por três ou
quatro atletas);
− Duplo minitrampolim – individual (execução de quatro séries, com dois elementos técnicos por
série) ou por equipas (constituída por três ou quatro atletas);
− Trampolim – individual (execução de uma série obrigatória e outra facultativa com dez
elementos técnicos por série), por equipas (constituída por três ou quatro atletas) e
sincronizado (constituída por dois atletas que têm de executar os mesmos exercícios,
simultaneamente, com o mesmo ritmo e para o mesmo lado).
Pontuação em Trampolins
A pontuação máxima para cada série de exercícios é o máximo possível.
Na competição de minitrampolim, de duplo minitrampolim e no trampolim individual, a pontuação final é o
somatório da nota de execução, no máximo de 10 pontos, com a nota de dificuldade.
Na competição de trampolim sincronizado, a pontuação final é o somatório da nota de execução, com a
nota de dificuldade e com a nota de sincronismo.
Dificuldade
A cada elemento gímnico é atribuído um valor, tendo em consideração o seu grau de dificuldade.
Todos os saltos devem ser realizados com o apoio de ambas as mãos em qualquer parte do aparelho.
O aparelho é colocado no sentido da corrida de balanço, para ambos os sexos. Inicialmente, nas
competições masculinas o aparelho era colocado longitudinalmente (no sentido da corrida de balanço) e nas
competições femininas era colocado transversalmente.
A distância do trampolim ao cavalo é facultativa, dependendo normalmente do carácter do salto, da
estatura do ginasta e da sua velocidade. O comprimento da corrida é também facultativo.
O Salto de Cavalo compõe-se de 6 fases que se interligam umas nas outras:
− Corrida de balanço;
− Chamada;
− 1º voo;
− Apoio no aparelho;
− 2º voo;
− Recepção.
Os factores mais importantes para a execução de um bom salto de cavalo são a postura do corpo, a altura
do corpo no segundo voo e a distância da recepção ao solo, em relação ao aparelho.
Na escola, por não existir cavalo de saltos, é utilizado o plinto de madeira, que é um aparelho constituído
por várias caixas sobrepostas. É utilizado um trampolim (reuther).
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SALTOS DE CAVALO
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Salto entre mãos com extensão do corpo no 1º voo
Hoje em dia, a segurança é vista como um ponto fundamental no ensino dos diferentes elementos
gímnicos. Encarada como um dos pontos a ter em conta na preparação e elaboração das sessões, apresenta um
vasto conjunto de regras que professor e alunos deverão seguir, para que não se coloque em risco a sua
integridade física.
Dever-se-á ter em conta os seguintes princípios de segurança, de forma a prevenir qualquer perigo para o
praticante.
• Não saltar sozinho;
• Não saltar com ténis ou em meias;
• Não saltar para o chão;
• Não usar adornos (fios, pulseiras, anéis...);
• Não saltar sem ajudante qualificado;
• Reconhecer o cansaço – “A fadiga provoca o acidente”;
• Não saltar sem antes ter realizado uma activação geral, que mobilize todos os segmentos corporais,
principalmente, os membros inferiores, os ombros e a coluna vertebral;
• Na iniciação aos saltos os alunos não devem realizar saltos demasiado elevados, pois tendem a
descontrolar-se;
• Em exercícios mais complexos, não saltar sem ajuda;
• Após o salto, deve-se abandonar a zona de queda (colchão) rapidamente;
• Não saltar directamente do trampolim para o solo.
• Após terminar a sessão – aula, os aparelhos deverão ser devidamente arrumados, não permitindo a sua
utilização;
• Atender ao vestuário utilizado na realização dos exercícios. Vestuário muito largo pode provocar
acidentes, devido à sua propensão para se prenderem aos aparelhos;
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Segunda fase – chamada
A chamada deve ser feita com a planta dos pés paralelos, no centro do aparelho, a um tempo e com os
joelhos ligeiramente flectidos. Em seguida, à saída do aparelho, deve efectuar-se um rápido e enérgico puxão dos
braços, bem como uma extensão forte dos joelhos e tornozelos.
Salto engrupado
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Salto encarpado – carpa de pernas afastadas
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Salto em extensão com pirueta
EXERCÍCIOS NO SOLO
Rolamento à frente
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Rolamento à retaguarda
• Não fechar
completamente os
membros inferiores
sobre o tronco.
• Não juntar o queixo
• Fechar bem os membros inferiores ao peito.
flectidos sobre o tronco (joelhos ao • Não efectuar o
peito). "arredondamento"
• Flectir a cabeça para a frente de das costas.
forma a encostar o queixo ao peito. • Não apoiar bem as
• Colocação das mãos no solo à largura mãos (por baixo dos
dos ombros e viradas para a frente. ombros e viradas
para a frente).
• Manutenção do corpo bem fechado
sobre si próprio durante o • Abrir o ângulo
enrolamento. tronco/membros
• Fazer a repulsão das mãos no solo na
inferiores demasiado
"cedo".
parte final com vigor, de forma a
elevar a cabeça e não bater com ela • Fazer pouca repulsão
no solo. dos membros
superiores no solo
que leva a falta de
amplitude e
eventualmente a
bater com a cabeça
no solo e/ou a
terminar de joelhos.
Pino de cabeça
• Fazer subir os
membros inferiores
cedo demais (antes
da elevação da
bacia).
• Deixar que a cabeça
fique demasiado
levantada (flexão à
retaguarda) no
• Partir da posição de sentado sobre os apoio.
joelhos. • Na saída, enrolar à
• Apoiar a testa (cujo ponto de apoio no frente sem
Solo faz um triângulo com os apoios "empurrar" o solo
das mãos). com os membros
superiores (perigo de
• Começar por subir a bacia (noção de
lesão no pescoço).
"puxar" as pontas dos pés para o
nariz) e só quando esta estiver por
cima dos apoios, deixar subir os
membros inferiores para a vertical.
• Tonicidade geral, membros inferiores
e pés bem estendidos.
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Roda
• Falta de equilíbrio.
• Tronco demasiado
inclinado e/ou costas
"arredondadas"
• Flexão dos membros
• Membros inferiores em completa inferiores.
extensão (tanto a de apoio como a • Falta de atitude.
elevada). • Falta de amplitude
• Grande afastamento de membros no afastamento de
inferiores. membros inferiores
• Ligeira inclinação do tronco à frente e/ou na elevação do
(mas sem flexão; "arredondamento" tronco.
das costas).
• Atitude: cabeça levantada, olhar em
frente, tonicidade geral elevada.
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Ponte – posição de flexibilidade
• Membros superiores
e/ou inferiores
flectidos.
• Flexão da cabeça
(queixo ao peito).
• Membros superiores e inferiores em • Palmas das mãos
extensão completa. não apoiam
• Palmas das mãos completamente completamente no
apoiadas no solo e viradas para a solo.
frente. • Bacia pouco elevada.
• Elevação significativa da bacia. • Pés muito longe das
• Empurrar com os pés tentando mãos (falta de flexão
estender completamente as pernas, e de tronco à
forçar com isso a colocação dos retaguarda).
ombros numa linha perpendicular ao
apoio das mãos no solo (ou atrás).
• Membros inferiores
flectidos.
• Pés em extensão
plantar (levantados).
• Extensão completa de membros • Falta de amplitude
inferiores (também os pés). (falta de
• Grande afastamento dos membros
flexibilidade).
inferiores; lateral ao corpo (na gíria • Falta de atitude.
gímnica denominada "de frente") e
anteroposterior.
• Atitude: tronco direito, cabeça
levantada, olhar em frente, braços
estendidos (ao lado ou em elevação
superior) e tonicidade geral elevada.
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BIBLIOGRAFIA
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Lisboa.
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• http://www.terravista.pt/portosanto/7470/indice.html
Ginástica – página 12