Infração Fiscal
Infração Fiscal
Infração Fiscal
FACULDADE DE DIREITO
Luanda
2022
Universidade Independente de Angola
FACULDADE DE DIREITO
Docente:
_______________
Luanda 2022
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Nº Nome Apresentação Nota final
Turma:
Sala:
Turno:
Luanda 2022
Índice
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Introdução.............................................................................................................5
Evolução...............................................................................................................6
Conceito................................................................................................................ 6
Infracções Fiscaias................................................................................................8
Natureza jurídica da infração fiscal.......................................................................8
O Sujeito Activo............................................................................................9
O Sujeito Passivo..........................................................................................9
Tipos de infracções tributárias...........................................................................9
Crimes Tributários........................................................................................9
Transgressões Tributárias............................................................................11
Processo penal das...............................................................................................12
Conclusão............................................................................................................ 14
Bibliografia.........................................................................................................15
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Introdução
Quando uma mercadoria atravessa dois espaços territoriais submetidos a
soberanias aduaneiras diferentes, se produz o acontecimento mais significativo
de uma cadeia de elos cujo denominador comum é o de formar parte de um
mundo especial, regido por normas sui generis, que abarca desde um momento
anterior aquele evento e se prolonga até outro momento posterior. Este mundo
especial é o mundo aduaneiro composto de relações tributárias e não tributárias
cujo objecto é produzir um resultado determinado, para as partes envolvidas.
O presente Trabalho Foca-se em aborda sobre as Infracções fiscais não
Aduaneiras, deste sua Evolução, conceito, Tipos de Infracções fiscais ou
Tributarias, e seu regime Jurídico.
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Evolução
A legislação aduaneira em vigor no País remonta, em muitos casos, ao
período anterior à independência nacional. Assim, por exemplo, o Contencioso
Aduaneiro Colonial, em vigor, foi aprovado pelo Decreto n.º 33.531, de 21 de
Fevereiro de 1944, e o Estatuto Orgânico das Alfândegas do Ultramar foi
aprovado pelo Decreto n.º 43.199, de 29 de Setembro de 1960. O País sofreu,
desde então, profundas modificações a vários níveis, designadamente no que
toca à actividade aduaneira.
A República de Angola aderiu à Organização Mundial do Comércio (O.
M. C.) através da Resolução n.º 4/96, de 15 de Março, da Assembleia Nacional;
ao Conselho de Cooperação Aduaneira (actual Organização Mundial das
Alfândegas) através da Resolução n.º 9/89, de 8 de Abril, da então Comissão
Permanente da Assembleia do Povo; e à Southern African Development
Community (S. A. D. C.), sendo, deste modo, membro de pleno direito das três
organizações. As profundas modificações que o País sofreu e a adesão à
Organização Mundial do Comércio, à Organização Mundial das Alfândegas e à
S. A. D. C. determinam, inelutavelmente, a necessidade de se proceder a uma
completa revisão dos preceitos que até agora têm regido a actividade aduaneira.
Com o Código Aduaneiro, aprovado pelo presente Decreto-Lei, pretende
o Governo definir a disciplina jurídica fundamental do sistema aduaneiro do
País, designadamente, os seus fundamentos legais, a sua organização, as
respectivas competências e o seu regime funcional.
Definindo uma disciplina jurídica sistemática e integrada dos regimes da
actividade aduaneira e das diversas entidades e instituições que nela intervêm,
garante-se às alfândegas e aos utentes dos seus serviços um instrumento legal
baseado em práticas aduaneiras modernas promulgadas pela Organização
Mundial das Alfândegas e gradualmente influenciadas pela internacionalização
do comércio, pela globalização da economia e pela ponderação da necessidade
de um controlo aduaneiro eficaz com a facilitação do comércio legítimo.
A Parte V, relativa ao contencioso fiscal aduaneiro, inclui a enumeração
dos crimes fiscais aduaneiros e das transgressões fiscais aduaneiras, a indicação
das respectivas sanções, nomeadamente das penas de prisão e das multas
aplicáveis e as normas relativas ao processo fiscal aduaneiro, nomeadamente as
que disciplinam a investigação das infracções fiscais aduaneiras, a aplicação das
correspondentes sanções e a interposição de recursos;
Conceito
Infração Aduaneira de acordo com o dispositivo legal que versa sobre a
Matéria mais especificamente no art. 3º. al. mm), e o art. 142.º, nº 1, do Decreto
nº. 05/06 de 4 de outubro de 2006, infração aduaneira é uma ação ou omissão,
cometida tanto por pessoa física, como por pessoa jurídica, que violem o que
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está disposto no Regulamento Aduaneiro, assim como em outros atos
administrativos de caráter normativos.
Infração Fiscal é o facto típico, ilícito e culposo declarado punível por
lei fiscal anterior ao comportamento do contribuinte, quer este seja uma pessoa
singular, uma pessoa coletiva, sociedade ou outra entidade fiscalmente
equiparada, Art. 144.º. da CGT
A infração fiscal é um facto típico porque os seus elementos constitutivos
estão legalmente identificados na lei. O comportamento do contribuinte
consubstanciará uma infração fiscal, independentemente da conduta daquele ser
por ação ou por omissão, se integrar os elementos objetivos e subjectivos
tipificados na lei como enformadores de um determinado tipo legal de infração
fiscal. Os elementos objetivos podem consistir na não entrega de uma
declaração ou na falta de entrega da prestação tributária, mas também podem
consistir na ocultação ou omissão de factos ou valores, na celebração de negócio
simulado ou na viciação ou falsificação de documentos fiscalmente relevantes.
É esta diferenciação de elementos objetivos que concorre para a definição
dos diversos tipos legais de infração fiscal, pelo que o tipo legal de ilícito é
identificado em função da qualificação dos factos integradores do
comportamento do contribuinte. A infração fiscal é um facto ilícito porque
traduz a violação de uma norma ou normas legais que impõem obrigações
fiscais, de natureza declarativa ou principal, que o contribuinte conhece e que
decorrem diretamente do seu enquadramento fiscal em função do tipo de
actividade económica exercida e do qual depende a sua caracterização como
sujeito passivo da relação jurídica tributária ou como outro tipo de obrigado
tributário.
A infração fiscal é um facto culposo porque o contribuinte ou obrigado
tributário conhece quais as suas obrigações tributárias e, nos termos da lei -
artigo 6.º do Código Civil C.C, não pode alegar que não sabe quando e em que
termos deve cumprir as suas obrigações fiscais. Assim, uma pessoa, singular ou
coletiva, é culpada por um facto típico e ilícito que praticou se conhecia ou tinha
possibilidade de conhecer a ilicitude do seu ato, por um lado e por outro, se
tinha liberdade de se motivar segundo esse conhecimento.
A culpa só é excluída quando a pessoa não conheça, nem tenha obrigação
de conhecer, que o ato que está a praticar é ilícito ou, então, não tenha liberdade
de ação para, em função do conhecimento que detém, identificar e selecionar a
sua conduta.
A culpa imputável ao agente da infração fiscal pode ser representada por
comportamento doloso ou por uma conduta negligente. É desta caracterização
subjectiva do comportamento do contribuinte, a qual enforma os elementos
subjectivos do tipo legal de ilícito, que a ação ilícita e culposa praticada pelo
contribuinte consubstanciará um crime ou uma contra-ordenação.
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Quanto ao último elemento do conceito de infração fiscal, isto é, a
circunstância do facto típico, ilícito e culposo ter de ser declarado punível por
lei anterior significa que a ilicitude do comportamento do contribuinte é aferida
em função do ordenamento jurídico vigente à data da ação ou omissão do
obrigado tributário. A punição do facto ilícito tem de estar prevista à data da
prática do facto, não pode resultar de uma lei posterior, não podendo, inclusive,
ser atribuída a esta efeito retroativo.
A este respeito sublinha-se o n.º 3 do artigo 29.º da CRP que estabelece
que: ”Não podem ser aplicadas penas ou medidas de segurança que não estejam
expressamente cominadas em lei anterior”. A lei penal só pode ser aplicada
retroativamente quando em concreto for mais favorável ao agente da infração
fiscal – n.º 4 do artigo 29.º da CRP e n.º 4 do artigo 2.º do CP.
Infracções Fiscaias
É imperioso reter-se que a actividade aduaneira não é restrita apenas a
funções de fiscalização e arrecadação de receitas, estende-se as mais diversas
funções de serviço público que vão desde a fiscalização da classificação pautal
das mercadorias até a verificação das condições sanitárias e aptidão para
consumo humano, desde a vigilância do tráfico de mercadorias até ao destino
dos produtos nacionais, desde a arrecadação de receitas até a de julgar e
sancionar a violação das normas e procedimentos aduaneiros vigentes.
As infracções estão previst as no art. 145.º. da CGT, e nos art. 169.º,
173.º,190.º. ao 211.º do C.A. Aparte deste comparativo podemos deduzir que as
Infrações Fiscais Não Aduaneiras, Serão todas aquelas que não estão sobre o
Regime regra do C.A, sendo estas regidas pela Lei Fiscal Comum (CGT), tal
como refere Casalta Anabais, que reparte as Infrações Tributárias em quatro,
que São:
Crimes Tributários Comuns: os crimes tributários comuns são tipos
legais de crimes que visam a tutela de bens jurídicos cuja violação se pode
registar através do não cumprimento de obrigações para com a Administração
Tributária (fiscal e aduaneira) ou para com a Administração da Segurança
Social.;
Crimes Aduaneiros: é todo acção ou omição tipica e ilicita que viola as
normas Aduaneiras na introdução, extração, ocultação receptão irregular de
mercadorias proibidas no território Nacional Angolano.
Crimes Fiscais: os crimes fiscais têm subjacente factos conexos
exclusivamente com as obrigações fiscais, pelo que os bens tutelados são os que
estão diretamente relacionados com o exercício das atribuições da
Administração Fiscal;
Crimes contra Segurança social.
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alguns casos natureza criminal, em outros, na sua maioria, uma natureza
administrativa. Como esclarece Soares Martínez, é “difícil admitir que todas as
infracções fiscais violem unicamente normas de carácter instrumental, inclusive
quando estas infracções constituem fraudes, falsificações, abusos de confiaça.
O Sujeito Activo
Actualmente na relação jurídica Fiscal aduaneira, o sujeito activo, o
titular do crédito na obrigação, é o Estado Agolano, que por meio de seus orgão
alfadegarios e a AGT são os detentores da função de proceder à liquidação, e
cobrar os impostos aduaneiros.
O Sujeito Passivo
Depois de muito discutida a questão de quem seria o sujeito passivo da
relação jurídica aduaneira, para alguns Autores, tais como Laband e Myrbach-
Rheinfeld, a mercadoria seria o sujeito passivo do imposto aduaneiro, era sobre
ela que recaía o crédito do Estado. Para outros, tal como o jurista italiana
Meucci, “o sujeito passivo da obrigação do imposto podem ser as pessoas, os
actos e as coisas”.
Actualmente, é doutrina pacífica que o sujeito passivo do imposto
aduaneiro é sempre uma pessoa, singular ou colectiva.
Tipos de infracções tributárias
As infracções tributárias dividem-se em dua como refere o art. 145.º. que
são:
I. Crimes tributários:
II. Transgressões tributárias.
Crimes Tributários
Os Crimes Tributários no CGT, estão no capítulo IV, Secção I Crimes
Tributários, art. 177.º com a epígrafe Fraude Fiscal Aduaneira.
Dispõe o artigo em alusão que, comete fraude fiscal aduaneira aquele que:
1. Prestar à autoridade tributária competente, falsa declaração relativa a um
facto importante para a percepção de direitos e demais imposições
aduaneiras;
2. Entregar, remeter por via directa ou indirecta, a autoridade tributária
competente, documento falso e relevante para a percepção de direitos e
demais imposições aduaneiras;
3. Falsificar ou promover a falsificação de qualquer documento relevante
para a percepção de direitos e demais imposições aduaneiras;
4. Induzir a autoridade competente em erro para obter isenções ou
benefícios fiscais aduaneiros;
5. Introduzir no território aduaneiro ou tiver em sua posse qualquer factura
em branco ou por preencher ou outro documento similar suspcetível de
ser preenchido e utilizado como factura de mercadorias importadas, com
o fim de enganar autoridade pública ou prejudicar interesses de outra
pessoa.
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Crime de burla tributária: art. 172.º e 173.º do CGT ; Este tipo legal de
crime ocorre quando alguém através de falsas declarações, falsificação ou
viciação de documento fiscalmente relevante ou outros meios fraudulentos,
determinar a Administração Tributária a efectuar atribuições patrimoniais das
quais resulte enriquecimento do agente ou de terceiro.
Crime de frustração de créditos: art. 178.º do CGT; Este tipo legal de
crime ocorre quando alguém, sabendo que tem de entregar tributo já liquidado
ou em processo de liquidação, alienar, danificar ou ocultar, fizer desaparecer ou
onerar o seu património com intenção de, por essa forma, frustrar total ou
parcialmente o crédito tributário.
Pratica ainda este crime quem outorgar em atos ou contratos que
importem a transferência ou oneração de património com a intenção de alienar,
fazer desaparecer ou onerar, sabendo que o tributo já está liquidado ou em
processo de liquidação.
O crime de frustração de créditos tributários pode ser praticado pelo
devedor de impostos (n.º 1 e do art. 178.º do CGT) ou por um terceiro que
venha a outorgar o instrumento conducente à alienação, oneração ou
desaparecimento do património do devedor tributário (n.º 2 do artigo 88.º do
CGT).
Crime de violação de segredo – 180.º do CGT; Este tipo legal de crime
ocorre quando alguém, sem justa causa e sem consentimento de quem de direito,
dolosamente revelar ou se aproveitar do conhecimento do segredo fiscal de que
tenha conhecimento no exercício das suas funções ou por causa delas. Pratica
ainda este crime o funcionário que revele segredo de que teve conhecimento ou
que lhe foi confiado no exercício das suas funções ou por causa delas ou que,
sem estar devidamente autorizado, revele segredo de que teve conhecimento ou
que lhe foi confiado no exercício das suas funções ou por causa delas com a
intenção de obter para si ou para outrem um benefício ilegítimo ou de causar
prejuízo ao interesse público.
Crime de abuso de confiança: art. 179.º do CGT Este tipo legal de
crime ocorre quando o obrigado tributário não entregar nos cofres da
Administração Tributária, diretamente ou através da rede de cobrança
legalmente instituída, total ou parcialmente, prestação tributária de valor
superior a 500.000.00, deduzida nos termos da lei e que estava legalmente
obrigado a entregar.
A punibilidade dos factos como crime de abuso de confiança exige ainda
a verificação das circunstâncias seguintes:
a) Ter decorrido mais de 90 dias sobre o termo do prazo legal de entrega
da prestação tributária;
b) A prestação ter sido comunicada à Administração Tributária através da
correspondente declaração e não ser paga, acrescida dos juros respetivos e do
valor da coima aplicável, no prazo de 20 dias a contar da notificação realizada
pela AGT para o efeito.
Crime de Fraude qualificada: artigo 172.º do CGT Toda a explanação e
descrição feita para o crime de fraude simples, art. 173.º do CGT é aplicável ao
crime de fraude qualificada – artigo 104.º do CGT, passando a diferenciação por
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um conjunto de característica específicas que implicam a qualificação dos factos
que agravam a ilicitude dos factos típicos e a culpa do agente do crime.
Para que a fraude seja qualificada é necessário que se verifique a
acumulação de mais de uma das seguintes circunstâncias, isto é, torna-se
necessária a acumulação de pelos menos duas das alíneas infra descritas:
a) O agente se tiver conluiado com terceiros que estejam sujeitos a
obrigações acessórias para efeitos de fiscalização tributária;
b) O agente for funcionário público e tiver abusado gravemente das suas
funções;
c) O agente se tiver socorrido do auxílio do funcionário público com
grave abuso das suas funções;
d) O agente falsificar ou viciar, ocultar, destruir, inutilizar ou recusar
entregar, exibir ou apresentar livros, programas ou ficheiros informáticos e
quaisquer outros documentos ou elementos probatórios exigidos pela lei
tributária;
e) O agente usar os livros ou quaisquer outros elementos referidos no
número anterior sabendo-os falsificados ou viciados por terceiro;
f) Tiver sido utilizada a interposição de pessoas singulares ou coletivas
residentes fora do território português e aí submetidas a um regime fiscal
claramente mais favorável;
g) O agente se tiver conluiado com terceiros com os quais esteja em
situação de relações especiais.
A fraude será ainda qualificada se os factos praticados pelo agente do
crime tiverem lugar mediante a utilização de facturas ou documentos
equivalentes por operações inexistentes ou por valores diferentes, isto é, através
do que é vulgarmente designado por “facturas falsas”. Igual situação acontece se
os documentos fizerem referência à intervenção de pessoas ou entidades
diversas das que efectivamente tiveram intervenção na operação descrita no
documento.
Transgressões Tributárias
Não entrega de documento: a recusa de entrega, exibição ou
apresentação de escrita e de documentos fiscalmente relevantes do art. 198.º do
CGT; Este tipo legal de Tansgressões pode ocorrer quando um contribuinte ou
outro obrigado tributário for interpelado ou instado por um funcionário da AGT
a disponibilizar documentos fiscalmente relevantes para o apuramento da sua
situação tributária ou fiscalização das suas obrigações fiscais e dolosamente
aquele se recusar a entregar, a exibir ou apresentar a escrita, a contabilidade ou
outros documentos. São documentos fiscalmente relevantes os livros, demais
documentos e respectivas versões electrónicas, indispensáveis ao apuramento e
fiscalização da situação tributária do contribuinte.
Não entrega negligente de prestação: art. 197.º. CGT, Este tipo legal de
Transgressão pode ocorrer quando o contribuinte ou outro obrigado tributário
não entregar, total ou parcialmente, a prestação tributária deduzida nos termos
da lei.
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Considera-se ainda que há falta de entrega da prestação tributária quando
se verifique alguma das seguintes situações:
a) A falta de liquidação, liquidação inferior à devida ou liquidação
indevida de imposto em factura ou documento equivalente, a falta de entrega,
total ou parcial, ao credor tributário do imposto devido que tenha sido liquidado
ou que devesse ter sido liquidado em factura ou documento equivalente, ou a
sua menção, dedução ou rectificação sem observância dos termos legais;
b) A falta de pedido de liquidação do imposto que deva preceder a
alienação ou aquisição de bens;
c) A falta de pedido de liquidação do imposto que deva ter lugar em
prazo posterior à aquisição de bens;
d) A alienação de quaisquer bens ou o pedido de levantamento, registo,
depósito ou pagamento de valores ou títulos que devam ser precedidos do
pagamento de impostos;
e) A falta de liquidação, do pagamento ou da entrega nos cofres do
Estado do imposto que recaia autonomamente sobre documentos, livros, papéis
e atos;
f) A falta de pagamento, total ou parcial, da prestação tributária devida a
título de pagamento por conta do imposto devido a final, incluindo as situações
de pagamento especial por conta.
Quando esta Trangressão for praticada por negligência a coima mínima
aplicável em processo de Transgressão é de 10%, nem superior e a 30% da
prestação tributária em falta quando não preencha tipo criminal previsto e
punido no presente Código.
Inexistência, inexactidão, omissões ou outras irregularidades: este
tipo legal de Transgressão pode ocorrer quando se verificar:
a) Omissões ou inexactidões relativas à situação tributária praticadas nas
declarações, bem como nos documentos comprovativos dos factos, valores ou
situações delas constantes, incluindo as praticadas nos livros de contabilidade e
escrituração, nos documentos de transporte ou outros que legalmente os possam
substituir ou noutros documentos fiscalmente relevantes que devam ser
mantidos, apresentados ou exibidos;
b) Inexactidões ou omissões praticadas nas declarações ou fichas para
inscrição ou actualização de elementos do número fiscal de contribuinte das
pessoas singulares.
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O processo penal tributário tem por fim o exercício da ação penal, que
pertence ao ministerio Público por conta do Princípio da Legalidade e da
Oficiosidade, pertencendo em exclusivo ao Ministério Público, a quem compete
colaborar com o tribunal na descoberta da verdade e na realização do direito.
O inquérito compreende o conjunto de diligências que visam investigar a
existência de um crime, determinar os seus agentes e a responsabilidade deles e
descobrir e recolher provas no sentido de decidir deduzir acusação contra as
pessoas indiciadas pela prática do crime.
Em alternativa, o Ministério Público, a quem compete deduzir a
acusação, pode vir a decidir-se pelo arquivamento do inquérito em virtude de:
a) ter recolhido prova bastante de não ter sido praticado qualquer crime,
b) da prova recolhida não ser suficiente para sustentar a acusação.
É através do inquérito, cuja regulação consta no Código de Processo
Penal, que são praticados os atos de investigação tendentes a determinar se o
ilícito fiscal praticado pelo agente é ou não algum dos tipos de crime tributário
fiscal previsto no CGT.
O processo das Transgressões tem por objecto o processamento das
infrações que não tenham natureza criminal, o qual é feito de acordo com a
regulamentação dos art. 206.º a 214.º do CGT e aplicação subsidiária do regime
geral do ilícito de mera ordenação social.
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Conclusão
O objectivo da Administração Geral Tributária não é penalizar os
contribuintes pelas infrações cometidas, mas é certo que estas penalizações têm
de existir para atenuarem os incumprimentos.
A AGT tem como grande objectivo a arrecadação de impostos, dos quais
advém a maioria das receitas públicas. Muitos dos contribuintes dificultam este
objectivo, voluntariamente ou involuntariamente, cometendo infrações fiscais,
que nada mais são do que falhas no cumprimento das suas obrigações ou
incumprimentos fiscais. A violação da lei fiscal é penalizada segundo o CGT e a
as Infrações Aduaneiras pela C.A. Tais penalizações têm o intuito de dissuadir o
comportamento incorreto do contribuinte.
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Bibliografia
A.N.A. (s.d.). CÓDIGO GERAL TRIBUTÁRIO.
AGT. (s.d.).
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José Casalta, A. (2010 Outubro). DIREITO FISCAL. Coimbrza: Almedina.
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