Location via proxy:   [ UP ]  
[Report a bug]   [Manage cookies]                

O Ministério Pastoral Na Perspectiva de 31 Anos de Ministério Pastoral

Fazer download em docx, pdf ou txt
Fazer download em docx, pdf ou txt
Você está na página 1de 5

O MINISTÉRIO PASTORAL NA PERSPECTIVA DE 31 ANOS DE MINISTÉRIO

PASTORAL
Rev. Ivanei Carlos Martins da Silveira

Gostaria de propor no início desta apresentação pessoal um resumo do ministério pastoral, uma
afirmação sobre o ministério pastoral e os tipos de ministério pastoral.

RESUMO

Quando alguém é chamado e vocacionado por Deus para exercer o ministério pastoral recebe uma
responsabilidade, um desafio e um trabalho muito maior que toda sua capacidade física, emocional ou
intelectual poderiam conseguir realizar. É chamado para cumprir uma missão muito além de suas
forças, intelecto ou influência. Terá que tratar com pessoas de todos os tipos (temperamentos,
formação, história), e acima de tudo, terá que cuidar e liderar de forma que essas pessoas rumem ao
crescimento e maturidade espiritual.

É um trabalho árduo, diário, constante e muitas vezes solitário.

Além de pregar, ensinar, treinar, discipular, visitar, administrar, liderar, aconselhar e estar presente em
atividades e circunstâncias diversas, terá que se preparar sempre em oração, consagração, meditação e
estudo da Palavra de Deus.

AFIRMAÇÃO

Não importa o tempo de ministério que um pastor já tenha desenvolvido, ele sempre terá o que
aprender. Ele sempre terá de aprender com as novas gerações, com os novos costumes, com as novas
lideranças. E seu aprendizado deverá sempre ser pautado nas verdades absolutas das Escrituras.

TIPOS DE MINISTÉRIO PASTORAL

Tentar entender as múltiplas faces do ministério pastoral é como tentar decifrar o enigma da esfinge na
peça Édipo Rei, de Sófocles (literatura grega, 427 a.C) e que assustava os passantes com a ameaça
“decifra-me ou te devoro”. Sim, se aquele que é chamado ao santo ministério pastoral não conseguir
discernir como Deus o quer atuando em Seu Reino, poderá ser devorado pelas muitas exigências,
cobranças e frustrações de um ministério não compreendido. Assim, é primordial que o pastor entenda
a maneira como Deus o quer atuando em Seu Reino, compreendendo o seu próprio ministério ao qual
foi chamado.

Apesar do ministério pastoral poder ser realizado de inúmeras maneiras, creio que podemos
concentrara toda sua amplitude no tríplice ofício do Senhor Jesus Cristo.

O tríplice ofício de Cristo (“Munus triplex”), o qual ele exerceu tanto em seu estado de humilhação
como no de exaltação, está figurado no Antigo Testamento nos ofícios profético, sacerdotal e real –
ofícios que eram consagrados através de unção (sendo “ungido” o significado do termo grego “Cristo”
e hebraico “Messias”).

Portanto, entendo que o ministério do pastor pode ser assim definido:

 O pastor e o ministério profético : o profeta, na Bíblia, é aquele que traz a Palavra de Deus, é
aquele que gera conhecimento e entendimento sobre a vontade de Deus. O profeta sempre
tinha uma palavra esclarecedora sobre os acontecimentos ao seu redor e sobre o destino do
povo de Deus. Assim, o pastor com um ministério profético é aquele que se habilita e dedica-
se ao estudo da Palavra de Deus e destaca-se como um pregador e mestre. Sua atuação na
igreja, mesmo que em outras áreas, se destacará sempre como alguém pronto a ensinar, treinar
e educar.
 O pastor e o ministério sacerdotal : o sacerdote é o mediador diante de Deus, sempre pronto a
oferecer-se como um ajudador, um conselheiro de ouvidos sempre abertos para saber como
interceder. Sua disposição em cuidar das pessoas vai além daquilo que é esperado, está sempre
pronto a dar o seu tempo, a sua atenção, a sua vida pela saúde e vida de suas ovelhas. Assim, o
pastor com um ministério sacerdotal é aquele que se habilita e dedica-se à intercessão, a andar
junto o máximo possível dos carentes de atenção, ama estar sempre junto de suas ovelhas, por
isso as visita muito, e seus ouvidos estão sempre disponíveis para ouvir e aconselhar.
 O pastor e o ministério real: o papel do Rei é governar, administrar, proteger e conquistar
inimigos. O Rei não tem medo, antes, ele tem ousadia e é empreendedor, sente-se habilitado a
expandir os limites do reino, sempre alerta contra todo ataque do inimigo se coloca sempre na
defesa de suas ovelhas. Sua paixão é conquistar e ampliar o reino. Assim, o pastor com um
ministério real é aquele que se habilita e dedica-se a reunir o povo para a conquista de almas,
está sempre pronto a alargar a tenda da congregação, por isso sempre tem uma visão de
ampliação ou reformas necessárias no templo. Sua habilidade de administrar o leva a se
preocupar com detalhes administrativos e legais que outros não percebem.

O certo é que um pastor nunca se destaca somente em um desses ofícios do ministério pastoral.
Sempre será mais de um. Às vezes um deles mais forte conjuntamente com outro um pouco mais
fraco. Dificilmente um pastor exercerá os três ofícios pastorais de uma vez e com a mesma
intensidade. Então, podemos ter um pastor que tenha seu perfil pastoral como sacerdotal/real,
real/sacerdotal, profético/real, real/profético, sacerdotal/real ou sacerdotal/profético.

Também é certo que esse perfil pastoral pode mudar com o tempo, de acordo com a necessidade, com
a experiência e, até mesmo, com a idade.

Com essas considerações iniciais, passo a apresentar-me:

APRESENTAÇÃO

IVANEI CARLOS MARTINS DA SILVEIRA


Sou pastor há 31 anos (formei-me em 1987 no Seteceb). Tenho 53 anos (23.07.1965).

Sou casado com a Educadora Lílian Cristiana Moutinho da Silveira, 52 anos (10.01.1966), também
formada pelo Seteceb. Ela tem como ministério cuidar do esposo e da casa, mas também é habilitada a
treinar pessoas para o ministério infantil. Temos três filhas; Laís Cecília (30), Lídia Cristina (28) e
Lúcia Catalina (27). A mais velha já é casada com Kelvin Rodrigues (diácono na ICE Central de
Anápolis) e eles nos deram dois netos, Kalel (2) e Eliel (11 meses). A Laís e o Kelvin estão indo para
o seminário em 2019.

Iniciei meu ministério na Igreja Presbiteriana do Brasil, por uma necessidade familiar que me levou a
me mudar para Minas Gerais em 1989. Lá, fui ordenado e pastoreei no sul do estado de Minas Gerais
por 10 anos, quando em 1999 retornamos para Brasília e em 2000 ingressamos no Quadro Ministerial
da ICEB. Desde então:

 ICE Betel – Taguatinga, DF: trabalhando com jovens e casais por 3 anos, auxiliando o pastor
da época;
 MEAR PLANALTO – DF: auxiliei na implantação da ICE Sto Antonio do Descoberto, por 1
ano;
 ICE Asa Norte: liderando um grupo familiar e implantando uma congregação na cidade do
Guará – DF, por 2 anos;
 Editora Cristã Evangélica, São José dos Campos – São Paulo: Gerente de Marketing por 5
anos;
 Campo Missionário em Moçambique – por 3 anos
 ICE Cezarina – Goiás: por 4 anos; pastor da igreja e presidente da MEAR.

Sou formado em Bacharel em Teologia pelo Seteceb, Bacherel em Administração com ênfase em
Marketing, e estou cursando o Mestrado em Teologia Sistemática pelo Seteceb.

Meu perfil pastoral é mestre e pregador (ofício profético). Minha maior paixão no ministério é ensinar
a Palavra e Deus e treinar líderes, é ver pessoas amadurecendo e se transformando pelo ensino.
Entendo que também tenho uma vertente administrativa (ofício real) que me dá uma visão mais ampla
na gestão de pessoas e organizacional.

Minha aspiração ministerial é conduzir uma igreja com pessoas ansiosas e dedicadas a trabalhar e
serem treinadas para frutificarem cada vez mais.

Hoje, eu e minha esposa, temos um envolvimento ministerial em diversas áreas: sou pastor de uma
igreja; somos Treinadores credenciados pela Editora Cristã Evangélica, dando treinamentos, palestras
e como preletores dos Congressos de nossa Editora; realizamos viagens missionárias desenvolvendo
treinamento e acompanhamento de líderes (igrejas em implantação, aldeia indígena, ribeirinhos,
kalungas); a Lílian tem atuação na liderança de Mulheres em Ação Nacional como 1º Tesoureira; e eu
atuarei a partir de 1.01.2019 como 1º Secretário da MEAN.

MINHA VISÃO SOBRE A IGREJA – SUA ADMINISTRAÇÃO E MINISTÉRIOS

LIDERANÇA: Toda liderança da igreja tem participação nas decisões mais importantes e na
elaboração de um plano diretor. Chamo isso de gestão participativa. A liderança da igreja deve ser
treinada em suas necessidades mais básicas para seu desenvolvimento: visão de liderança, organização
de eventos, teologia eclesiástica, interpretação bíblica e pregação. Uma liderança treinada é o braço
estendido do ministério pastoral.
MULHERES EM AÇÃO: As mulheres tem sido responsáveis por boa parte da realização e
sustentação de um ministério pastoral, desde os dias de Jesus e dos apóstolos. Portanto, deve-se ter
incentivo e investimento para esse ministério. Mulheres em Ação, além de agregar as mulheres da
igreja e sustentá-las com o ensino bíblico de como serem mulheres valorosas, devem arregimentar
mulheres que moram ao redor da igreja, com atividades de comunhão e inclusão.

VARÕES: Os homens tem potencial de ajuntar outros homens, por isso este ministério deve funcionar
total apoio, possibilitando os homens da igreja a descobrirem seus dons espirituais e aplicarem suas
habilidades no serviço cristão, por meio de mutirões, ações sociais etc.

MINISTÉRIO INFANTIL: Muito importante o trabalho com crianças. As crianças não são a igreja do
futuro, elas constituem a igreja de hoje. É preciso ensiná-las as histórias bíblicas, mas também como
serem seguidoras de Cristo. O trabalho com crianças deve atender as crianças da igreja e da vizinhança
da igreja. Assim como de escolas que abram a porta para a igreja.

MINISTÉRIO DE ADOLESCENTES: Extremamente necessário dar atenção a esta faixa etária tão
atacada pelo mundo. É preciso criar um espaço único para os adolescentes, fomentar sua criatividade e
permitir que descubram seu potencial quando dedicados ao Senhor. É necessário desenvolver uma
visão de reino nos adolescentes, apresentando campos missionários e os desafiando às atividades
missionais. Um(a) seminarista habilitado pode ser um caminho de apoio, mas sempre acompanhado
por um líder da igreja.

MINISTÉRIO DE JOVENS: Com grande capacidade de agregar outros jovens, os jovens da igreja
devem ser incentivados e financiados em atividades que os coloque em evidência e valorize sua
potencialidade. Um(a) seminarista habilitado pode ser um caminho de apoio, mas sempre
acompanhado por um líder da igreja.

MINISTÉRIO DE MÚSICA E LOUVOR: Música e Louvor é uma parte da expressão da devoção da


igreja. Portanto, não é a parte principal de um culto, é apenas um caminho, sempre privilegiando a
pregação da Palavra como o ponto máximo de todo ajuntamento da igreja. Mas o ministério de música
e louvor deve estar sempre disponível para atuar em todos os encontros, não apenas nos domingo a
noite. Por isso, a igreja deve investir no preparo musical de todos os participantes deste ministério,
investir em equipamentos e no treinamento para o uso de qualquer equipamento, seja instrumento ou
som. Louvor não é apresentação, é condução e serviço a Deus.

MINISTÉRIO DE CASAIS E FAMÍLIA: Sem dúvida, hoje em dia, é necessário investir cada vez
mais em casais. Muitos são os ataques que as famílias sofrem. Homens e mulheres devem aprender na
Palavra como vencer as suas lutas. Encontros de casais periódicos é um bom caminho para isto, além
de um encontro prolongado de casais em lugar para o desfrute do casal (hotel, sítio, clube etc)

ASPECTO FÍSICO DA IGREJA: este é um aspecto que o pastor pode contribuir com ideias e no
desenvolvimento da visão de cuidado com a Casa de Deus (Templo), mas quem deve desenvolver este
ministério deve ser a diretoria de patrimônio associado aos demais ministérios da igreja, conforme
houver necessidade. Mas é fato que o aspecto físico de uma igreja reflete, em grande parte, a realidade
espiritual que uma igreja vive. Por isso, é bom que a o templo esteja sempre em manutenção para o
bem estar dos membros da igreja, mas também para o bom testemunho da circunvizinhança. Mas todo
investimento no aspecto físico da igreja deve corresponder, proporcionalmente, ao investimento feito
em missões e preparo de novos obreiros.
MISSÕES: Ponto fundamental e inegociável para a igreja. Essa é a sua razão de existir. A igreja deve,
anualmente, estabelecer metas de contribuição para as causas missionárias de denominação e definir
um número de missionários para contribuir. A formação de um Conselho Missionário é excelente para
fomentar a visão missionária da igreja, com conferências e atividades missionais, anuais. Além de
promover uma viagem missionária para a igreja.

PARTICIPAÇÃO DENOMINACIONAL: É ponto essencial para a saúde da igreja a sua participação


em atividades e compromissos denominacionais. A entrega do dízimo dos dízimos à MEAR e à
MEAN é inegociável; um compromisso estatutário. Participar de atividades regionais e nacionais são
necessários, mesmo que em caráter apenas representativo de alguns líderes da igreja, juntamente com
o pastor.

Estas ideias são desenvolvidas no decorrer do tempo. É compreensível que tudo passa a funcionar a
partir do ensino, treinamento, do acompanhamento e do exemplo dado pelos líderes.

Você também pode gostar