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Pentecostes - Escola Manaca - Maio 2020

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Orientações para as Famílias

Telma Isabel Volpato- profa. Berçário

Maio 2020
“Salutar só é quando no espelho da alma do homem se forma toda a comunidade e na comunidade vive a
força da alma individual.”

Rudolf Steiner

Na nossa pedagogia o ensino é permeado pelas festas cristãs e a maneira que vivenciamos isso é
através de imagens que nos remetem a uma sabedoria arquetípica que fala ao humano genérico/universal.
Com isso quero dizer que não importa se eu me considero ateu, cristão, islâmico, budista, etc. Existem
temas que se referem a questões internas de todo ser humano. O mais evidente é quando falamos de
nascimento e morte, mas e Pentecostes? A que se refere? Em que aspecto essa imagem nos remete ao
arquétipo humano?
Seguido da páscoa vem Pentecostes, cujo nome se origina deste período de 50 dias após a
ressurreição.
Depois da ascensão os discípulos se sentiram
sozinhos, sem direção e com uma imensa tarefa. Até
que descem línguas de fogo do céu e a partir de então
eles se sentem preenchidos pelo espírito santo e
passam a entender todas as línguas.
Na visão cristã/antroposófica todos temos
origem espiritual, mas gradualmente nos afastamos
desse mundo, tal qual os filhos se emancipam dos pais.
Essa emancipação possibilita a individualidade e a
liberdade e assim podemos percorrer um caminho de
crescimento, sendo necessário se afastar, apesar de
muitas vezes termos medo e não sabermos o caminho.
Pentecostes é a imagem desses seres que se
Mariana Pinhal- profa. 5º ano

individualizaram, mas que agora retomam essa ligação


com o mundo espiritual sem perder a sua identidade.
Esse evento não fez todos falarem a mesma língua,
mas fez pessoas que falavam idiomas diferentes se
entenderem.
Não há dúvidas que somos múltiplos, individualidades que não vivem, não sentem, não pensam e não
querem de maneira una. Mas o que pode nos unir? Que espírito é esse que pode nos unir em comunidade
para que uma imensa tarefa possa ser cumprida?
Para isso não existe uma única resposta. Mas se um grupo de pessoas se une por um ideal, ali poderá
haver compreensão e consentimento, ali poderemos nos entender a despeito das diferenças, ali existirá a
unidade dos diferentes, ali poderemos dar conta de grandes tarefas e seremos mais fortes. Porém a unidade
só surgirá a partir de um propósito e deste ideal comum.
Atualmente vivemos em tempos difíceis que provavelmente nos trarão desafios e obstáculos por muito
tempo. Esses podem ser de todas as ordens: ética, de saúde, emocionais, sociais e econômicos.
Para o que vamos viver não existem precedentes nem receitas. Só poderemos resistir a forças
antissociais se nos sentirmos pertencentes a um grupo de confiança mútua. É a prática social, trocas,
cooperação, colaboração que poderá nos unir em comunidade. Que essa comunidade permita essa unidade
de individualidades e que juntos possamos nos fortalecer.
Que esse material que fizemos de todo o coração possa ser uma centelha. Que ele possa acender esse
fogo interior de cada um. Essa centelha fala acerca dos ideais que fundamentam a nossa escola. Mas, para
que essa faísca se torne fogo, ela precisará tanto de meios físicos quanto atmosféricos.
Que possamos cuidar e cultivar esse fogo em comunidade, que possamos nos unir nesses ideais e
juntos nos fortalecer mutuamente. Pois se conseguirmos transformar essas faíscas em fogo poderemos ver
esse novo caminho, mesmo cercados de tantos desafios e escuridão. (1)

Encontro de Pentecostes com as famílias- 2018 / foto: divulgação


Canção de Outono
Perdoa-me, folha seca,

não posso cuidar de ti.

Vim para amar neste mundo,

e até do amor me perdi.

De que serviu tecer flores

pelas areias do chão

se havia gente dormindo

sobre o próprio coração?

E não pude levantá-la!

Choro pelo que não fiz.

E pela minha fraqueza

é que sou triste e infeliz.

Perdoa-me, folha seca!

Meus olhos sem força estão

velando e rogando aqueles

que não se levantarão...

Tu és folha de outono

voante pelo jardim.

Deixo-te a minha saudade

- a melhor parte de mim.

E vou por este caminho,

certa de que tudo é vão.

Que tudo é menos que o vento,

menos que as folhas do chão...

Cecília Meireles
Pentecostes com as crianças

No jardim da infância, a época de Pentecostes começa logo


após a Páscoa. Existem muitas formas de se vivenciar essa época
com as crianças, porém o mais importante é mostrar a elas que a
união se fortalece pela junção das individualidades em uma vivência
social, comunitária, onde um ajuda o outro e se trabalha para o
bem comum. Neste aprender e ensinar, as professoras constroem
processos, trazendo imagens sobre a diversidade humana e, através
do fazer, elas mostram para as crianças que as coisas não surgem
do nada, que dentro de cada atividade ou de cada profissão existe a
importância do compartilhar, de estar em contato consigo mesmo,
com o outro e com a natureza e, é claro, a de se trabalhar!

Mas como é este trabalho? Como podemos vivenciar essa


época em nossas casas?

Existem pequenas ações no dia a dia que colaboram para


este fim, como exemplos: ajudar a mamãe e o papai a colocar um
detalhe na mesa do almoço, que poderá ser um vaso de flores.
Também poderão ajudar a preparar o alimento. O pão é um
alimento sagrado que se feito pelos padeiros daquela cozinha,
certamente ganhará novas características daquela família, com
aquelas mãos que colaboraram e colocaram toda sua intenção e amor para fazer o seu melhor. Depois, vem o mais
gostoso que é sentir o cheirinho saindo do forno e espalhando aquele aroma pela casa! Dividiremos o pão com toda a
nossa família e pode-se também oferecer e presentear o porteiro de nosso prédio, para a nossa vizinha ou amiga.
Também podemos comemorar esta festa no momento de se preparar a nossa refeição, elaborando algum prato que
seja parte da história da família ou de um país diferente. A beleza está na preparação em conjunto, cada um pode dar o
seu colorido e trazer à mesa o fruto do seu trabalho. Quanto mais conseguirmos usar ingredientes diferentes para
produzi-lo, mais cheio de vida ele será! A família também pode acrescentar um novo idioma ao seu dia a dia, de uma
maneira divertida e simples como dar um “bom dia” diferente ou uma nova forma de agradecer o alimento na hora das
refeições. As músicas são muito bem-vindas!

Guten Morgen! em alemão

Buenos días! em espanhol

Good Morning! em inglês

Bonjour! em francês

kaaro o! em Iorubá

Lembrando que a imagem de Pentecostes é a comunidade e a força espiritual que vem dos céus. Podemos
representá-la, por exemplo, enfeitando a nossa casa com flores, como margaridas e girassóis, que possuem em seu
interior um conjunto de sementinhas reunidas, tal quais os “discípulos” e os povos em unidade. Nesta época do ano as
crianças gostam de brincar com os elementos da natureza como folhas, flores, pedras, galhos de árvores e terra. Pisar
em folhas secas de outono, correr e escutar aquele barulhinho, escolher folhas e sementes para brincar faz parte da
natureza humana e nos conecta com o verdadeiro, o belo e com o mundo da pureza. (2)
Histórias

A Beterraba (crianças menores de 3 anos)

Certo dia o vovô plantou uma beterraba e disse-lhe:

- Cresça beterraba, cresça e fique bem doce! Cresça


beterraba, cresça e fique bem forte!

A beterraba cresceu - doce, forte e grande... ENORME !

O vovô então foi retirá-la da terra. Puxava, puxava, mas


não conseguia retirá-la...

O vovô então foi chamar a vovó para lhe ajudar.

A vovó segurou no vovô, o vovô segurou nas folhas da


beterraba, e puxaram, puxaram... mas não conseguiram
retirar a beterraba da terra.

Então a vovó foi chamar a netinha para ajudá-los.

A netinha segurou na vovó, a vovó segurou no vovô, o


vovô segurou nas folhas da beterraba, e puxaram,
puxaram, mas não conseguiram arrancar a beterraba da
terra .

A netinha então foi chamar o cachorrinho para ajudá-los.


O cachorrinho segurou na netinha, a netinha segurou na
vovó, a vovó segurou no vovô, o vovô segurou nas folhas
da beterraba, e puxaram, puxaram, puxaram... mas não
conseguiram arrancar a beterraba da terra .

O cachorrinho então foi chamar o gatinho para ajudá-los.


O gatinho segurou no cachorrinho, o cachorrinho
segurou na netinha, a netinha segurou na vovó, a vovó
segurou no vovô, o vovô segurou nas folhas da
beterraba, e puxaram, puxaram, puxaram... mas não
conseguiram arrancar a beterraba do chão...!

O gatinho então foi chamar o RATINHO para ajudá-los !

O ratinho segurou no gatinho, o gatinho segurou no


cachorrinho, o cachorrinho segurou na netinha, a
netinha segurou na vovó, a vovó segurou no vovô, o
vovô segurou nas folhas da beterraba e puxaram,
puxaram, puxaram... e PLUFT! Conseguiram arrancar a
beterraba da terra!
Cisne vem de Longe (Acima de 3 anos)

Com estas palavras o ancião retirou-se da


sala do trono, deixando o rei e a rainha em alegre
expectativa.
Um dia, em pleno inverno, a rainha viu
estender-se sobre o palácio um maravilhoso arco-
íris, e, enquanto ela olhava, admirando-lhe a
beleza, ouviu um farfalhar de asas e viu um
resplandecente cisne branco cruzar pela colorida
porta celeste, movimentando com majestade suas
grandes asas.
Ele pousou suavemente no lago, quase
congelado, do jardim real. Era como se ele tivesse
trazido consigo todo um mundo de alegria.
O rei e a rainha, alegres e felizes,
mandaram construir uma moradia para o cisne
em meio a água; eles mesmos o alimentavam e
dele cuidavam.
Pouco tempo depois, a rainha deu ao rei o
esperado filho. A felicidade chegara ao palácio
Era uma vez um rei e uma rainha que real. O rei e a rainha não deixaram de lembrar-se,
desejavam muito uma criança, mas o desejo não com gratidão, do estranho que os visitou na hora
se realizava por mais profundo que fosse. Havia certa.
passado muitos anos de espera, quando um dia, No coração da rainha nasceu uma canção
um ancião entrou pela sala do trono adentro. Seus soando suave e, todos os dias, ela cantava essa
cabelos muito longos caiam-lhe sobre o manto canção ao filho real. A canção era assim:
azul. Seu olhar voltado para o rei e para a rainha
conseguiu penetrar-lhes o coração e ler, ali, seu
grande desejo: ♪ Cisne vem de longe
Leve a voar
- Conheço sua preocupação, mas, não se aflijam. Pelo arco-íris
O seu desejo será realizado, disse o estranho. Na terra vem pousar
Prestem atenção ao que vou lhes dizer agora: Sol, lua, estrelas
quando por sobre sua moradia, se estender o Brilham sem parar
arco-íris e um resplandecente cisne branco cruzar E no firmamento
por ela, para, em seguida, pousar junto ao lago, Anjos a cantar ♪
perto do palácio, terá chegado a hora pela qual
tantos anos estão esperando.
Gata Borralheira – Irmãos Grimm (Jardim)

Era uma vez um homem muito rico; um dia sua esposa


adoeceu gravemente e, quando sentiu que a morte se
aproximava, chamou sua filha única e lhe disse:
- Sê sempre piedosa, que Deus estará contigo e, lá do céu,
eu cuidarei de ti.
Dito isso, fechou os olhos e morreu. Todos os dias
a menina ia visitar a sepultura da mãe, onde chorava
muito; e continuou sempre piedosa e boa. Ao chegar o
inverno, a neve cobriu o túmulo com um vasto lençol
branco e, na primavera, depois que o sol o derreteu, o
homem casou-se outra vez.
A segunda mulher trouxe para casa duas filhas,
belas e de pele muito branca, mas de coração negro e
maldoso. E assim chegaram maus dias para a pobre
enteada.
- Vamos então permitir que essa idiota esteja conosco na
sala?! - diziam elas.
- Quem quiser pão, terá de merecê-lo. Fora daqui! Essa
criada que vá para a cozinha!
Tiraram-lhe seus lindos vestidos; fizeram-na enfiar roupas
velhas, desbotadas, e deram-lhe um par de tamancos para
calçar.
- Vejam a bela princesa, como está bem vestida! - gritavam
rindo. Depois de a levarem para a cozinha.
Ali passava ela o dia inteiro ocupada com trabalhos
pesados. Pela manhã levantava-se antes de raiar o dia,
carregava água, acendia o fogo, cozinhava e lavava roupa.
E não era só isso! Suas irmãs ainda a amarguravam constantemente; riam dela, derramavam ervilhas e lentilhas na
cinza para que fosse obrigada a catá-las. À noite, cansada de tanta trabalheira, em vez de se deitar numa cama tinha
de acomodar-se junto ao fogão, sobre as cinzas. Por isso, andava sempre empoeirada e suja e todos em casa a
chamavam de Gata Borralheira.
Certa vez, o pai, pretendendo ir à feira, perguntou às duas enteadas o que desejavam que lhes trouxesse de
presente.
- Lindos vestidos! - disse uma delas.
- Pérolas e pedras preciosas! - quis a outra.
- E tu, Borralheira - indagou o pai - que desejas?
- Pai, na sua volta, corte o primeiro ramo que tocar o chapéu e traga-o para mim.
O homem comprou belos vestidos, pérolas e pedras preciosas para as duas irmãs. De regresso, ao cavalgar
pelo mato, um ramo de aveleira lhe fez cair o chapéu e ele o cortou e levou consigo. Quando chegou em casa, deu às
suas enteadas o que lhe haviam pedido e à Borralheira o ramo da aveleira. A menina agradeceu e foi até a sepultura
de sua mãe; ali plantou a varinha. Depois chorou tanto que suas lágrimas regaram o ramo. O ramo foi crescendo,
crescendo, até tornar-se uma bela árvore. A Borralheira ia lá três vezes por dia, chorava e rezava, e sempre um
passarinho branco vinha pousar num dos galhos. Cada vez que Borralheira expressava um desejo, ele atirava do alto a
coisa desejada.
Aconteceu que o rei organizou uma festa que devia durar três dias e as moças mais formosas foram
convidadas, para que o príncipe herdeiro escolhesse entre elas a sua esposa. Quando as duas irmãs souberam que
também tinham sido convidadas, ficaram que não cabiam em si de alegria e chamaram logo a Borralheira.
- Penteia-nos - disseram-lhe. - Escova nossos sapatos e fecha as fivelas. Vamos à festa no Palácio Real.
Borralheira obedeceu, mas começou a chorar porque também gostaria de ir ao baile; pediu, pois, à sua
madrasta que a levasse.
- Tu, Borralheira - respondeu ela - imunda e cheia de cinzas, queres ir à festa?
Mas como a menina não cessava de pedir, acabou dizendo:
- Derramei uma panela de lentilhas no borralho; se dentro de duas horas as tiveres catado, poderás ir.
A moça saiu pela porta dos fundos, foi ao jardim e exclamou:
- Ó pombinhas mansas, pombinhas-rolas e todas as avezinhas do céu, ajudem-me a catar essas lentilhas! As boas no
potezinho, as que não prestam, no papinho!
E logo duas pombinhas brancas entraram, voando, pela janela da cozinha; depois vieram as pombas-rolas e
por fim todas as avezinhas do céu compareceram indo pousar nas cinzas. As primeiras, baixando as cabecinhas,
começaram: pic, pic, pic e, em seguida, os outros pássaros as imitaram: pic, pic, pic, recolhendo todos os grãos bons
dentro de uma bacia. Em menos de uma hora estava pronto o trabalho e desapareceram voando. A menina, satisfeita
levou para sua madrasta, pensando que a levariam à festa. A mulher, porém, disse-lhe:
- Não, Borralheira, não tens vestidos de baile e não sabes dançar. Só iriam rir-se de ti!
A menina recomeçou a chorar e ela, então, lhe falou de novo:
- Se fores capaz de escolher das cinzas duas panelas cheias de lentilhas, dentro de uma hora, poderás ir. - E pensou: -
"Ela jamais conseguirá fazer isso".
E foi derramar duas bacias de lentilhas na cinza.
A menina saiu pela porta de fundos e, dirigindo-se ao jardim, chamou:
- Ó pombinhas mansas, pombinhas-rolas e todas as avezinhas do céu, ajudem-me a catar essas lentilhas! As boas no
potezinho, as que não prestam, no papinho!
Em seguida duas pombinhas brancas entraram pela janela da cozinha; depois vieram as rolas e por fim todas
as avezinhas do céu compareceram e pousaram nas cinzas. As primeira, baixando as cabecinhas, começaram: pic, pic,
pic, e, logo depois, os demais pássaros as imitaram: pic, pic, pic, juntando todos os grãos dentro da bacia. Não havia
passado meia hora e todo o trabalho já estava pronto e saíram voando pela janela.
A menina, contente, levou a bacia à sua madrasta, pensando que desta vez lhe permitiriam ir à festa. Ela,
porém, tornou a dizer-lhe:
- É inútil! Não poderás ir porque não tens vestido e não sabes dançar. Contigo só passaremos vergonha!
E, apressadamente, saiu com suas orgulhosas filhas.
Não havendo mais ninguém em casa, Borralheira foi ao túmulo de sua mãe, embaixo da aveleira, e exclamou:
Sacode teus galhos, arvorezinha, e joga ouro e prata sobre mim! E o pássaro encantado, que lá estava, jogou-lhe um
vestido bordado a ouro e prata e uns sapatinhos com adornos de seda e prata. Rapidamente enfiou o vestido e
apresentou-se na festa. Mas suas irmãs e a madrasta não a reconheceram. Ao verem-na, em seu belo vestido
dourado, pensaram que era uma princesa de outro país. Nem
um momento lhes passou pela cabeça que poderia ser a Gata
Borralheira. O príncipe foi ao seu encontro, deu-lhe a mão e
dançou com ela. Daí por diante não quis dançar com mais
ninguém nem lhe soltar a mão. Se acaso outro se aproximava
para convidá-la, ele dizia:
- Ela é meu par!
Borralheira dançou até tarde, quando, então, quis
voltar para sua casa.
- Vou acompanhar-te - disse-lhe o príncipe, pois pretendia
saber a que família pertencia a bela jovem. Ela, no entanto,
conseguiu escapar-lhe e se refugiou na casinha das pombas. O
filho do rei esperou até chegar o pai dela e lhe disse que a
jovem forasteira tinha se escondido no pombal.
"Teria sido a Borralheira?” - pensou o velho.
Mandou em seguida que lhe trouxessem um machado
para derrubar a casinha das pombas. Mas logo viu que não
havia ninguém lá dentro. Quando entraram em casa,
Borralheira estava deitada nas cinzas, envolta em seus trapos, e
só uma pequena lamparina ardia no cano da chaminé. A
menina saltara rápida pela janelinha de trás do pombal, correra
até a arvorezinha e depositara seus belos vestidos sobre o
túmulo. O pássaro os havia retirado e ela, depois de enfiar
novamente seu vestidinho roto, deitara-se na cozinha sobre as
cinzas.
No dia seguinte, na hora de começar a festa, depois que todos de casa já se haviam afastado, Borralheira foi
até a arvorezinha e falou: Sacode teus galhos, arvorezinha, e joga ouro e prata sobre mim!
O pássaro, então, atirou-lhe um vestido ainda mais belo que o do dia anterior. E quando a menina se
apresentou no palácio, todos ficaram assombrados diante de sua beleza. O príncipe, que já a esperava o tempo todo,
logo tomou sua mão e só dançou com ela. Se aparecia outro para convidá-la, dizia ele:
- Ela é meu par!
Quando a jovem quis retirar-se, o príncipe a seguiu ansioso para ver onde morava. Ela, porém, desapareceu
rapidamente no jardim, atrás de sua casa. Havia nele uma árvore alta, muito linda, carregada das mais belas peras, na
qual a moça subiu com a ligeireza de um esquilo, escondendo-se na copa. O filho do rei a perdeu de vista, mas ficou
aguardando a chegada do pai.
- A jovem forasteira escapou outra vez, - disse ele - creio que subiu naquela
arvore.
E o pai ficou pensando: "Seria a Borralheira”?
Mandou trazer um machado e cortou a pereira; mas não havia
ninguém na copa. Quando chegaram à cozinha, lá estava a Borralheira
deitada nas cinzas como de costume, pois descera pelo outro lado da árvore,
depois de devolver o belo vestido ao pássaro da aveleira, enfiara novamente
os seus velhos trapos.
No terceiro dia, depois de terem saído todos os de casa, a Borralheira voltou
à sepultura de sua mãe e falou a arvorezinha: Sacode teus galhos,
arvorezinha e joga ouro e prata sobre mim!
E o pássaro lhe atirou um vestido magnífico, todo fulgurante, como
ainda não tivera igual, e os sapatinhos eram inteiramente dourados. Ao se
apresentar na festa com aquele traje belíssimo, os convidados se
surpreenderam tanto que não podiam fechar a boca de admiração. O
príncipe só dançou com ela e, se alguém a convidava, dizia:
- Ela é meu par!
Na hora de sempre a Borralheira se despediu. O filho do rei quis
acompanhá-la, mas a menina lhe escapou com tanta rapidez que ele não pode seguir. Desta vez, porém, o príncipe
recorrera a um ardil; havia mandado passar piche em toda a escadaria do palácio e, quando a moça por ali desceu
correndo seu sapatinho esquerdo ficou grudado num degrau. O filho do rei levantou-o e viu que era pequenino,
gracioso e todo dourado. No dia seguinte foi à casa do homem e lhe disse:
- Minha esposa será aquela em que sirva este sapatinho dourado.
As duas irmãs se alegraram muito, pois seus pés eram lindos. A mais velha levou o sapato ao quarto para
experimentá-lo na presença de sua mãe. Mas não houve jeito de introduzir o dedo grande do pé, pois o calçado era
pequeno demais. Quando estava cansada de tentar e já ia desistir, a mãe, trazendo um enorme facão da cozinha, lhe
disse: - Se o sapato lhe servir você se tornará rainha e não precisará andar muito. Por isso acho melhor cortar esse
dedo tão grande!
A moça cortou o dedo, meteu o pé à força no calçado e, reprimindo a dor, apresentou-se ao príncipe. Este a
fez montar em seu cavalo e partiu com ela. Mas o caminho passava pela sepultura e lá estavam as duas pombinhas
nos galhos da aveleira, que começaram a gritar:
O sangue está caindo!
Caindo que não cessa!
O pé é muito grande!
A noiva não é essa!

O filho do rei olhou para o pé da moça e viu que o sangue jorrava do calçado. Logo deu meia-volta e, levando
a falsa noiva para casa, disse à mãe que não era a que e procurava; a outra irmã que experimentasse o calçado. Esta
retirou-se, também, para o quarto e, embora conseguisse introduzir os dedos do pé, seu calcanhar era grande demais.
Corta um pedaço - disse-lhe a mãe. - Quando fores rainha, não terás necessidade de andar a pé.
A jovem assim fez: depois forçou o pé no sapato e apresentou-se ao príncipe. Ele a pôs à garupa e ambos
partiram. De passagem pela aveleira, as duas pombinhas que estavam pousadas nos galhos gritaram:

O sangue está caindo!


Caindo que não cessa!
O pé é muito grande!
A noiva não é essa!
O príncipe olhou o pé da moça e viu que o sangue jorrava do sapato e já manchava de vermelho as meias
brancas. Deu meia-volta e levou a falsa noiva para casa.
- Esta também não é a verdadeira - disse ele. - Não tem outra filha?
- Não - respondeu o homem - só resta uma menina, filha de minha falecida esposa. É a Gata Borralheira. Como
poderá ser a noiva?
Ordenou o filho do rei que a chamassem, mas a madrasta opôs-se, dizendo:
- Oh, não! Ela está suja demais!
Mas como o príncipe insistiu, não houve outro remédio senão chamar a Gata Borralheira. Primeiro a jovem
lavou bem suas mãos e o rosto, depois foi apresentar-se ao príncipe e o saudou com uma reverência. Este alcançou-
lhe o sapatinho. Sentando-se num banco, a moça tirou o pé do tamanco pesado e o meteu no sapato, que lhe serviu
como se feito sob medida e quando levantou a cabeça e o rei lhe viu o rosto reconheceu nela a linda jovem com quem
dançara. Exclamou alegremente:
- Esta sim, é a minha verdadeira noiva!
A madrasta e as duas irmãs ficaram verdes de raiva. Ele, no entanto, ajudou-a a montar no cavalo e com ela
partiu. Quando passaram pela aveleira, as pombinhas brancas gritaram:

Podem ir numa carreira, que sangue já não cai.


A noiva verdadeira aí vai!

E desceram voando para ir pousar em cada ombro da Borralheira.


Ao chegar o dia do casamento, as irmãs malvadas quiseram participar da felicidade da moça. Quando o par ia
entrando na igreja, a mais velha caminhava ao lado direito e a outra ao lado esquerdo da noiva.
As pombas, então, com uma bicada, tiraram um dos olhos a cada uma delas. Depois, ao sair o cortejo, quando
a mais velha estava à esquerda e mais moça à direita, as pombinhas lhe tiraram o outro olho. E dessa maneira foram
castigadas por sua maldade.

Cantinho de época

Continuando nosso calendário


pedagógico de ritmos que se fazem presentes na
escola Waldorf, o outono permeia com suas
folhas secas. Cinquenta dias após a Páscoa,
enfim, chegamos a Pentecostes com suas cores
iluminando a alma, com um olhar de puro amor
verdadeiro!
Esse é o momento onde a criança pode vivenciar
junto com sua família um cantinho especial da
casa, onde os elementos da natureza ajudam-na
a perceber esse mundo que está a sua volta, de
forma muito tranquila, com sementes, folhas,
tecidos e principalmente com as preciosidades
que ela encontra em seu caminho.
Adriana Teles- profa. Jardim

Na mesa do cantinho de época de Pentecostes


podemos colocar um galho com pombinhas
feitas de papel, feltro, tecido ou até mesmo de lã
cardada - em tempos antigos a pomba sempre
foi vista como a mensageira – trazendo
elementos que tragam um sentido de
comunidade, de amor ao próximo, que sejam
coerentes para cada família.
Músicas
Quantos abacates
Tem lá no pomar
Vem uma pombinha
Corre mi pingo, galopa lijero Borboleta toda branca
Começa a bicar
Y salta, salta si. Voa, voa não se cansa
Bica aqui, bica ali
Arre, arre, corre que esperan por mí. Voa cá, voa lá,
Bica, bica sem parar
voa para o jasmim.
Logo sai voando
Pro ninho quer voltar.
A galinha no seu choco
Sentadinha sobre o ovo Frere Jacques
Aquecendo Frere Jacques
Com carinho Dormez vous?
Logo terá seus pintinhos Dormez vous?
Serão eles vermelhinhos Sonnez les matines,
Branco ou amarelinhos Sonnez les matines
Creque creque Ding, ding, dong.
Piu piu piu Ding, ding, dong.
Já da casca ele saiu
Creque creque
Piu piu piu Cantiga de ninar (Yudjá)-
Já da casca ele saiu. Povo Juruna (3) Telma Isabel Volpato-
profa. Berçário.

Apï ayã Txuxitxuxi


Ayã txuxitxuxi
Aritada, Aritada
Apï hau hau

Brincadedos

Pombinha voou Salada de frutas (Professora Adriana)

Minha Pombinha voou, voou, Lava, lava a tigelinha,


caiu no laço se embaraçou. Seca, seca, bem sequinha.
Minha Pombinha voou, voou, Vamos fazer uma salada de frutas?
caiu no laço se embaraçou. Pica a banana,
Ai me dá um abraço, Pica a maçã,
que eu desembaraço, Pica o mamão,
a minha pombinha que caiu no laço. Pica a uva.
Ai me dá um abraço, E por cima vamos colocar o caldinho de laranja,
que eu desembaraço, que vai ficar muito bom.
a minha pombinha que caiu no laço. Agora vamos dar uma mexidinha e podemos
comer a nossa salada de frutas.
Hum que delicia!
Vamos enfeitar nossa casa?

Vitral:
Materiais:
- Papel de seda
- Papelão
- Cola Branca

Adelaide Viviane-
profa. Recreação Infantil
Enfeite de Porta:
Materiais:
- Rolinho de papel higiênico ou papel toalha
- Tesoura
- Guache ou outra tinta (caso não tenha tinta as crianças
podem pintar com giz de cera)
- Cola quente ou cola tenaz
- Pregador para quem for usar cola tenaz
- Miçangas
- Fio (qualquer)

Adriana Teles-
profa. Jardim
Enfeite do Divino:
Materiais:
- 1 disco de papelão duro de 22 cm de diâmetro e outro menor de 12
cm (do tamanho de um CD);
- tecido colorido (chita ou tricoline) recortado em forma de disco com
42 cm de diâmetro;
- feltro vermelho recortado em forma de disco com 24 cm de
diâmetro;
- feltro branco para a pombinha;
- folha e lápis para desenhar o molde da pombinha;
- linha mais grossa branca (tipo Cléa) para casear o entorno da
pombinha;
- enchimento (lã, fibra ou algodão);
- agulha e linha de costura (para alinhavar e fazer os fuxicos);
- fitas de cetim coloridas (70 cm de cada cor);
- sianinha amarela (opcional);
- tesoura;

Cristina Chumam-
profa. Jardim
Receitas
Nosso segredo sobre alimentação e sobre o preparo dos nossos lanches é bem simples, são feitos com
muito amor. As crianças ajudam a picar os legumes, ralar o queijo, escolher o chá do dia e sentem-se muito
felizes em poder ajudar.

Salada de frutas
Na escola Manacá a educação infantil tem como tradição no dia que se comemora Pentecostes, 50
dias após a Páscoa, a preparação de uma grande e deliciosa salada de frutas. Cada sala corta um tipo de
fruta, depois os grupos se encontram num salão preparado com muito carinho e devoção. Sentam-se numa
grande roda, intercalando crianças menores e maiores. No centro estão algumas professoras que recebem
as frutas de cada sala e as colocam num grande recipiente e logo surge a esperada salada de frutas. Um
lindo momento de união, permeado por músicas aprendidas nessa época.
A salada de frutas vem permeada com uma das imagens possíveis de trabalhar com as crianças a
metáfora para essa época, onde cada fruta tem a sua qualidade, característica e ao estar entre as demais,
oferecem o seu melhor, não se anulam e juntas formam um novo elemento, surge um novo sabor. Há
intrinsecamente uma relação entre as partes e o todo e vice-versa.

Ingredientes: *
- banana cortada em rodelas;
- mamão picado;
- maçã picadinha;
- uvas verdes picadinhas;
- laranjas para suco.

Modo de preparo:
Junte as frutas e acrescente o suco das laranjas para ajudar a conservar a salada por mais tempo.
*A quantidade de frutas deve se adequar ao número de pessoas da sua família.

Encontro de Pentecostes com as famílias- 2018 / foto: divulgação


Torta de Painço com legumes
Ingredientes

2 xicaras de painço sem casca


1 tomate
2 dentes de alho
2 cenouras
1 brócolis
Queijo minas
Meia abóbora moranga
Azeite para refogar
Sal a gosto

Preparação

Coloque o painço para cozinhar com água e um pouco de


sal, fique atento que o cozimento do painço é bem rápido,
cuidado para não queimar o alimento. Pão de Quê?
Enquanto o painço cozinha corte o tomate, o brócolis em
pedaços pequenos, e rale a cenoura. Ingredientes
Coloque o brócolis e a abóbora separadamente para
cozinhar. Depois de cozido misture o painço com a 500 gramas de polvilho azedo
cenoura, o tomate e o brócolis. 500 gramas de polvilho doce
Amasse a abóbora e misture junto com os outros 5 inhames, baroas ou batatas doce
ingredientes (irá formar uma pastinha) despeje essa Sal
pastinha de forma uniforme em um tabuleiro, coloque o 1 colher de sobremesa de fermento químico
queijo ralado por cima, leve ao forno 200 graus até o 10 colheres de Azeite
queijo derreter e a torta ficar dourada e crocante. 1 ½ xícara rasa de água

Preparação

Adicione os dois tipos de polvilho em uma bacia grande e


reserve.
Cozinhe bem os inhames (ou qual você estiver utilizando).
Depois de cozido amasse bem com auxílio de um garfo e
reserve. Ferva 1 xícara rasa de água com 10 colheres de
azeite e sal. Depois de ferver, vire na bacia dos polvilhos,
escaldando bem. Depois adicione o inhame amassadinho
na bacia e vá misturando bem. Adicione o fermento
químico amassando bem até ficar uma massa bonita para
enrolar os pães de queijo. Prove para ver o sal e enrole as
bolinhas ou palitinhos e coloque em uma forma untada
com óleo ou azeite deixando um espaço entre as bolinhas.
Asse no forno por 20 a 30 min.
Biscoito Doce
Ingredientes

1 xícara de manteiga sem sal


2 ovos
1 xícara de açúcar
2 xícaras de farinha de trigo branca
2 xícaras de farinha de trigo integral
1 pitada de sal
1 colher de chá de fermento em pó
Casca de 1 limão ralada

Preparação

Em uma vasilha misturar a manteiga, os ovos e o açúcar


até formar um creme.
Peneirar as farinhas, o fermento e o sal e adicionar à
mistura. Adicionar a casca do limão e amassar até
formar uma massa que não grude nos dedos.
Modelar a massa com forminhas e colocar numa
assadeira e levar ao forno pré-aquecido à 180ºC até que
os biscoitos fiquem levemente dourados.
Rendimento aproximado: 3 assadeiras grandes de
biscoitos.

Biscoito Salgado
Ingredientes

300 gramas farinha de trigo branca


200 gramas manteiga
100 gramas queijo parmesão
Cristina Chumam- profa. Jardim Opcional para ajudar na liga da massa "creme de leite"

Preparação

Coloque todos os ingredientes em uma bacia e misture


bem até que a massa solte das mãos, se for preciso
acrescente um pouco mais de farinha de trigo. Unte a
forma com manteiga e farinha.
A Festa do Divino

Bandeira do Divino- Ivan Lins


Os devotos do Divino Que o perdão seja sagrado
Vão abrir sua morada Que a fé seja infinita
Pra bandeira do menino Que o homem seja livre
Ser bem-vinda, ser louvada, ai ai Que a justiça sobreviva, ai ai

Deus nos salve, esse devoto Assim, como os três reis magos
Pela esmola em vosso nome Que seguiram a estrela-guia
Dando água a quem tem sede A bandeira segue em frente
Dando pão a quem tem fome, ai ai Atrás de melhores dias, ai ai

A bandeira acredita No estandarte, vai escrito


Que a semente seja tanta Que ele voltará de novo
Que essa mesa seja farta E o Rei será bendito
Que essa casa seja santa, ai ai Ele nascerá do povo, ai, ai
A Festa do Divino é realizada sete semanas
depois do Domingo de Páscoa, no dia de
Pentecostes, para comemorar a descida do
Espírito Santo sobre os doze apóstolos. Mas essa
tradicional festa da cultura popular brasileira é
uma mistura de manifestações religiosas e
profanas.
A origem da Festa do Divino se encontra
em Portugal do século 14, com uma celebração
estabelecida pela rainha Isabel (1271-1336) por
ocasião da construção da igreja do Espírito Santo,
na cidade de Alenquer. A devoção se difundiu
rapidamente e tornou-se uma das mais intensas e
populares em Portugal e depois no Brasil.
Divino indica a divindade do Espírito Santo, Foto: Ingrid Barros/SobreOTatame
a Terceira Pessoa da Santíssima Trindade – Pai,
Filho e Espírito Santo. Vários símbolos são apresentados durante a festa, sendo o mais recorrente a pomba branca
(sinônimo de mensageiro) e possuidor de sete dons (Sabedoria, Entendimento, Ciência, Conselho, Fortaleza, Piedade e
Temor de Deus), que representa o Divino Espírito Santo. Por isso, quase sempre, a figura da ave é acompanhada de sete
raias ou sete fitas.
A bandeira utilizada nos festejos e cortejos do Divino significa que os fiéis que portam a insígnia são guiados pelo
Espírito Santo de Deus. É confeccionada em damasco (tecido grosso e brilhante), normalmente de dupla face, de forma
quadrangular, com cinco palmos de lado (embora existam bandeiras maiores e menores). Sobre a base vermelha, no
centro dela é bordada em relevo uma pomba branca da qual irradiam para baixo raios de luz em branco e fios de prata.
A cor vermelha simboliza o fogo, alusivo à forma pela qual o Espírito Santo se manifestou aos apóstolos e à Virgem
Maria no Cenáculo.
Cada um dos sete dons do Divino, geralmente representados por fitas de cetim, tem sua cor característica:

Azul – SABEDORIA: dom de perceber o certo e o errado, o que favorece


e o que prejudica, quem acredita na libertação ou na opressão. Por este
Dom buscamos não as vantagens deste mundo, mas o Bem Supremo da
Vida, que nos enche o coração de paz e nos faz felizes.

Prata – ENTENDIMENTO: dom de entender os sinais da presença de


Deus nas situações humanas, nos conflitos sociais, nas lutas políticas.

Amarelo – CIÊNCIA: dom de saber interpretar a Palavra de Deus, de


traduzir em palavras o que se vive na prática.

Vermelho – FORTALEZA: dom de resistir às seduções da sociedade


capitalista, de ser coerente, de enfrentar riscos na luta por justiça, de
não temer o martírio.

Verde – CONSELHO: dom de saber discernir caminhos e opções, de


saber orientar e escutar, de animar a fé e a esperança da comunidade.
Só assim orientamos bem a nossa vida e a de quem pede um conselho.

Azul escuro – PIEDADE: dom de estar sempre aberto, identificar no


próximo o rosto do Cristo, amar e servir com alegria.

Roxo – TEMOR A DEUS: dom da prudência e da humildade, de saber


reconhecer os próprios limites, de não pedir ou esperar de Deus que ele
faça a nossa vontade.
Caixeiras do Divino - Guardiãs Sagradas

As Caixeiras do Divino são


responsáveis por conduzir todos os rituais
durante a festa do Divino Espírito Santo
no Maranhão e em Paraty.
Em São Luís e em diversas outras cidades
maranhenses, a festa do Divino é
estreitamente identificada com as
mulheres, e em especial com as mulheres
negras ligadas às religiões afro-brasileiras.
Esse fato distingue a festa no Maranhão
das festas do Divino realizadas em outras
regiões do país e lhe dá uma feição bem
Foto: Fredox Carvalho particular.
As caixeiras são em geral mulheres, com
mais de cinqüenta anos, que moram em bairros periféricos da cidade. É sua responsabilidade não só conhecer
perfeitamente todos os detalhes do ritual e do repertório musical da festa, que é vasto e variado, mas
também possuir o dom do improviso para poder responder a qualquer situação imprevista.
Toda a festa do Divino gira em torno de um grupo de crianças, chamado império ou reinado. Essas crianças
são vestidas com trajes de nobres e tratadas como tais durante os dias da festa, com todas as regalias. Embora
possa envolver gente de todos as camadas sociais, quase todos os participantes são pessoas humildes, de
baixo poder aquisitivo, que se esforçam para produzir uma festa rica e luxuosa, onde não podem faltar as
refeições fartas, a decoração requintada e caras vestimentas para as crianças do império.

Foto: Carlos Araujo


Fontes :

 (1) Fernanda Amado. Professora do


Jardim;
Foto: Daniela Donasci- profa. Jardim

 (2) Marianna White. Professora do


Maternal;
 Pucci, Magda. Cantos da Floresta:
iniciação ao universo musical indígena. SP:
Peirópolis,2017.
 Sites:
https://www.sobreotatame.com/tradicao-e-
ancestralidade-a-programacao-completa-da-
festa-do-divino-em-2019/
 http://www.encontroteca.com.br/gru
po/44/caixeiras-do-divino
 https://www.geledes.org.br/a-festa-
do-divino-espirito-santo-no-maranhao-e-
suas-caixeiras/

Material produzido pelas professoras da Educação infantil:


Andrea Cascino, Ana Lopez, Ana Lucia Santana, Adriana Teles, Adelaide Viviane, Bibiana Ribeiro, Cristina
Chumam, Cristina Ramires, Daniela Donasci, Fernanda Amado, Gisele Verillo, Lucélia Batista, Mariana White,
Roberta Comachio, Renata Magalhães, Rosangela Camargo, Telma Isabel Volpato

Av. João Carlos da Silva Borges, 280


Vila Cruzeiro | São Paulo - SP

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