Cap.7 - Estategias Administrativas para A Realização Do Ensino Inclusivo. Daniel D. Sage
Cap.7 - Estategias Administrativas para A Realização Do Ensino Inclusivo. Daniel D. Sage
Cap.7 - Estategias Administrativas para A Realização Do Ensino Inclusivo. Daniel D. Sage
Daniel D. Sage
p. 129
O TÍTULO deste capítulo, na verdade o título deste livro, pode ser mal-interpretado, pois
sugere a ideia de que há ações simples (truques, artimanhas ou intervenções) que podem
ser empregadas para produzir o ensino inclusivo. No contexto dos comportamentos
administrativos, é particularmente irrealista sugerir que a improvisação possa provocar as
mudanças necessárias para se atingir este objetivo. Em vez disso, devemos reconhecer
que o ensino inclusivo requer uma mudança importante nos sistemas. Além disso, devemos
reconhecer que resistimos à mudança porque ela é bastante desconfortável e em geral
muito temida. Finalmente, devemos reconhecer que os diretores escolares têm uma
expectativa ambígua, porque, embora se espere que eles liderem, também se espera que
mantenham a estabilidade do sistema. Isso faz com que a promoção de uma mudança
temida ou desconfortável torne-se um enorme desafio administrativo.
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têm a responsabilidade de supervisionar), um terreno importante de mudança diz respeito
ao papel e a prática cotidiana dos próprios diretores.
A agenda do CASE sugere que, para provocar a mudança requerida pelo ensino
mais inclusivo, deve haver um ciclo de "políticas centralmente conduzidas e ações
localmente conduzidas em uma comunidade de pessoas que defendem a mudança" (p. 5).
O componente fundamental da política do ciclo envolve os cinco primeiros itens
relacionados, enquanto o componente da ação local envolve os últimos cinco itens. Uma
representação gráfica do ciclo total é mostrada na Figura 7.1. Este é um exemplo de uma
elaboração dos passos dentro da fase de ação do ciclo:
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FIGURA 7.1 Ciclos de politica e de ação- política centralmente conduzida e ações
localmente conduzidas de uma comunidade de pessoas que defendem a mudança. *Do
Council of Administrators of Special Education. (1993. Case future agenda for special
education: Creating a unified system (p.5) Albuquerque, NM. Author; publicação autorizada)
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No âmbito da Estruturação
A ênfase na descentralização e a correspondente retirada da ênfase na
especialização têm importantes implicações para o diretor no âmbito da estruturação. O
papel do diretor é significativamente afetado pelas mudanças no papel do diretor central da
educação especial, que são absolutamente necessárias para pavimentar o caminho rumo a
escolas inclusivas. Embora há muito se reconheça que o comportamento e a liderança
simbólica do diretor estabeleçam o clima cultural da escola, a extensão de suas
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Na Sala de Aula
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No âmbito do professor, deve haver uma preocupação similar pela igualdade entre
os parceiros. É importante que qualquer percepção de hierarquia seja claramente rejeitada
quando a participação cooperativa no ambiente de ensino for desejada. Quando dois
professores cooperam em uma classe, é fundamental que evitemos a percepção de um
deles como um "assistente". A maioria dos professores mantêm o controle da turma e têm
o hábito de ser a única autoridade desses ambientes. Os visitantes (incluindo o diretor)
podem ir e vir, mas a sala de aula é o território do professor. Tem sido tradicionalmente
entendido que a autoridade não é compartilhada. Para o professor sentir-se à vontade em
um ambiente de ensino cooperativo é necessária uma mudança definitiva nas atitudes e
uma renúncia ao controle individual das salas de aula.
Liderança Simbólica
Os diretores de um sistema que está indo em direção rumo a um ambiente mais inclusivo
desempenham um papel importante no exemplo do comportamento cooperativo. Tanto o
diretor quanto o chefe ou supervisor do escritório central podem influenciar o ambiente pela
maneira como exercem suas funções. Ao discutir o papel do diretor, Sage e Burrello (1994)
citaram as forças de liderança identificadas por Sergiovanni (1984), que proporcionam uma
estrutura para se examinar o comportamento do diretor. Essas forças são descritas como
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Sage e Burrello (1994), tirando conclusões de uma série de estudos de caso sobre
diretores, declaram que "As crenças e as atitudes dos diretores em favor da educação
especial influenciam seu comportamento para com os alunos com deficiência” (p.238). Os
diretores cujas filosofias pessoais reconheciam os benefícios da inclusão comunicavam sua
atitude consistentemente de várias maneiras aos alunos, ao seu pessoal e aos pais, e
esperavam que eles apoiassem esta atitude através de seus próprios comportamentos" (p.
238), Além disso, "o papel mais importante que o diretor desempenha na inclusão dos
alunos com deficiências é o de Ilder simbólico" (p. 239). Isso é consistente com a idéia
expressada por Tyler (1983), de que os diretores eficientes são muito conscientes do
simbolismo até da mais rotineira de suas ações administrativas, e de que usam até as
ocasiões mais comuns para demonstrar suas crenças.
Desenvolvimento da Equipe
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Teachers Helping Teachers. Embora o diretor escolar possa facilitar este processo, os
principais benefícios vêm da interação dos pares. O diretor deve ser o revigorador do
comportamento do professor que demonstra pensamentos e ações cooperativas a serviço
da inclusão. É comum que os professores que tentam a inovação e assumem riscos sejam
encarados de forma negativa e com desconfiança pelos pares que estão aferrados aos
modelos tradicionais.. O diretor é de fundamental importância na superação dessas
barreiras previsíveis e pode fazê-lo através de palavras e ações adequadas que reforçam o
apoio aos professores.
Administração do Tempo
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CONCLUSÃO
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● Centralização ● Descentralização
● Responsabilidades dos professores ● Direitos dos professores
● Identificação da incompetência ● Desenvolvimento da competência
● Burocracia ● Centralização na criança
● Aplicação de pressão ● Aplicação de recursos
● Fuga à responsabilidade ● Participação
Skrtic (1994) observa uma justificativa política e econômica para práticas inclusivas
nas escolas que vai além dos argumentos moral e familiar. Diferentemente da época em
que as necessidades da sociedade eram atendidas por escolas estruturadas como
máquinas burocráticas ou até mesmo burocracias profissionais, nossa sociedade
pós-industrial está começando a reconhecer a necessidade de pessoas democráticas,
interdependentes e reflexivas para resolverem os problemas. O impulso para a
personalização da instrução, descategorização dos alunos e desespecialização do pessoal
profissional reflete um movimento rumo à satisfação desta necessidade. Entretanto, o tipo
de colaboração necessária para tornar as escolas realmente diferentes requer a abolição da
ordem burocrática e a adoção de uma estrutura "adhocrática” que enfatize a inovação e a
resolução dos problemas (Skrtic, 1994).
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
Burrelo, L. & Lashley, C. (1992). On organizing the future: The destiny of special education.
In K.Waldron, A. Riester & J. Moore (Eds.), Special education: The challenge of the future
(p. 64-95). San Francisco: Edwin Mellen Press.
Council of Administrators of Special Education. (1993). CASE future agenda for special
education: Creating a unified education system. Albuquerque, NM: Author.
Crawford. C. & Porter, G. (1992). How it happens: A look at inclusive educational practice in
Canada for children and youth with disabilities. Downsview. Ontario, Canada: G. Allan
Rocher Institute.
p. 141
Skrtic, T. (Dezembro, 1994). A political and economic justification for inclusive education.
Artigo apresentado em uma reunião de The Association for Persons with Severe Handicaps,
Atlanta
Thousand, J. & Villa, R. (1992). Collaborative teams: A powerful tool in school restructuring.
In R.A. Villa, J.S. Thousand, W. Stainback & S. Stainback (Eds.), Restructuring for caring
and effective education: An administrator's guide to creating heterogeneous schools (p.
73-108).Baltimore: Paul H. Brookes Publishing Co.
Tyler, R. (1983). A place called school. Phi Delta Kappan, 64, 462-464.