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Habeas Corpus Preventivo: Excelentíssimo Senhor Juiz de Direito Tribunal de Justiça/RJ Câmara Cível

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Excelentíssimo Senhor

Juiz de Direito
Tribunal de Justiça/RJ
Câmara Cível

NOME COMPLETO, brasileiro(a), CPF n. XXX.XXX.XXX-XX, residente e


domiciliado à SEU ENDEREÇO COMPLETO AQUI, Bairro SEU BAIRRO AQUI, na cidade
de Rio de Janeiro/RJ, vêm, perante Vossa Excelência, fundamentado no art. 5º, inciso
LXVIII, da Constituição Federal e arts. 647 e seguintes do Código de Processo Penal,
impetrar o presente

HABEAS CORPUS PREVENTIVO COM PEDIDO DE ORDEM LIMINAR

em favor da consolidação e irrenunciabilidade do direito fundamental de


liberdade de ir e vir de toda a sociedade residente no Município do Rio de Janeiro, em
relação à discriminação da livre circulação de pessoas entre vacinadas e não vacinadas,
uma vez que essa circulação foi condicionada à vacinação através do Decreto nº 49.335/21,
ato este do PREFEITO MUNICIPAL DE RIO DE JANEIRO, ora apontado como
autoridade coatora.

Requer liminarmente a suspensão dos efeitos do Decreto n.º 49335/21, em


especial de seus artigos 1º e 2º.

1. OS FATOS
1.1 ATO COATOR - A EDIÇÃO DO DECRETO Nº 49.335/21

No dia 26 de agosto de 2021, o Prefeito do Município do Rio de Janeiro,


EDUARDO DA COSTA PAES, editou o Decreto nº 49.335/21, que condiciona (art. 1º), a
partir de 1º de setembro de 2021, a permanência no interior de estabelecimentos e locais de
uso coletivo à prévia comprovação da vacinação de COVID-19 como medida de interesse sanitário
de caráter excepcional, correspondente à 1ª dose, a 2ª dose ou a dose única.

Ainda, que serão considerados válidos (art. 3º) como documentos oficiais
de comprovação da vacinação contra o COVID-19 o certificado de vacinas digital, disponível
na plataforma do Sistema Único de Saúde - Conecte SUS e o comprovante/caderneta/cartão de
vacinação em impresso em papel timbrado, emitido no momento da vacinação pela Secretária
Municipal de Saúde do Rio de Janeiro, Institutos de pesquisa clínica, ou outras instituições
governamentais nacionais ou estrangeiras.

Não obstante, o decreto prevê sanções administrativas (art. 4º) para quem
efetuar produção, utilização ou comercialização de documentação comprobatória
falsificada de vacinação contra a COVID-19, sem prejuízo de penalidades na esfera cível e
penal.

No entanto, a prática do referido decreto se perfaz como PASSAPORTE


SANITÁRIO, um meio totalmente inconstitucional de discriminar a sociedade entre
pessoas vacinadas e não vacinadas. Ora, se todos são iguais perante a lei, sem distinção de
qualquer natureza, sendo garantida a liberdade, a medida constitui gravíssimo
cerceamento do direito de ir e vir, razão pela qual é cabível a impetração do presente writ
para fins de reestabelecimento preventivo das liberdades individuais, que se encontram
sobre ameaça do presente ato coator.

1.2. DO COMPORTAMENTO MUNDIAL E BRASILEIRO DURANTE A


PANDEMIA

Quando, no final de 2019, o mundo deparou-se com a pandemia de Sars-


Cov-2, surpreendentemente as grandes nações do mundo colocaram de lado toda a
tradição de garantias que antes eram tidas como absolutas e balizadoras das liberdades e
das democracias. Dentre essas garantias merece destaque o devido processo legislativo e
as competências do parlamento, que deixaram de ser exercidas para entregar aos chefes do
poder executivo poderes quase despóticos de modulação íntima do comportamento social.

Ao mesmo tempo que os parlamentos abriram mão dos seus poderes


legislativos para trazer a ordem às nações que começavam a mergulhar no medo, os
poderes judiciários consagraram essa usurpação àqueles poucos que ainda enfrentavam
resistência. Aliás, foram além e decidiram quais dos chefes de poder executivo teriam ou
não poder de organizar os esforços de pandemia e quem teria o poder de ponderar os
prejuízos e benefícios dos comportamentos sociais.

No Brasil, o STF quase nulificou os poderes dos parlamentos estaduais e


municipais, mitigou os poderes do Chefe do Poder Executivo Federal, fracionou as
decisões para dar autonomia a milhares de entes menores em um total desarranjo que
balançou as estruturas das economias locais e abalou pilares de liberdade conseguidos a
duras penas no processo de redemocratização brasileira.

Apesar de assustador, podemos compreender ou ao menos tentar


encontrar um motivo para isso. O ser humano sempre exibiu uma tendência a querer
seguir ordens. Ter um líder identificado e personificado tende a ser mais aceitável do que
acatar os acordos de algumas dezenas de legisladores. É a inversão do senso comum, sim,
mas é a consagração da reação comum.

No entanto, se justifica a desproporcionalidade de restringir-se a


locomoção e o acesso a locais por pessoas que – mesmo contrários à sua vontade e sem
previsão de lei que preveja punição a quem não se submeter – ainda não se sentem
seguras quanto à vacinação? O que, diante de nosso passado de democracias e desastres
totalitários pelo mundo, seria considerado um escândalo, pois de maneira velada aplica a
obrigação estatal para fins de imposição a populações mais vulneráveis, está sendo
praticado em pleno século XXI.

Por essa razão, e em defesa da liberdade de ir e vir, sobretudo para fins de


liberdade de circulação – de ir e vir e permanecer – no interior de estabelecimentos e locais
de uso coletivo, SEM DISCRIMINAÇÃO DE QUALQUER SORTE, é a finalidade deste
este writ.

2. DO DIREITO
2.1. DO CABIMENTO DO HABEAS CORPUS

O artigo 5º, inciso LXVIII da Constituição Federal é bem claro: “conceder-se-á


Habeas Corpus sempre que alguém sofrer ou se achar ameaçado de sofrer violência ou
coação em sua liberdade de locomoção, por ilegalidade ou abuso de poder”.

O dispositivo tem uma redação bem objetiva e deixa clara a amplitude do


remédio constitucional. O valor envolvido é de alto grau e, portanto, exige uma
proporcional proteção, permitindo o ajuizamento sempre que houver qualquer ameaça ao
direito fundamental todo ser humano de ir, vir e permanecer.
Conforme José Afonso da Silva, a liberdade de locomoção, garantida no
artigo 5º, XV, da Constituição Federal, “constitui o cerne da liberdade da pessoa física no
sistema jurídico” (Curso de direito constitucional positivo, 32ª Ed., São Paulo: Malheiros, 2008,
p. 237).

O direito à circulação, base fundamental da liberdade de locomoção, inclui,


nos dizeres do autor, o direito de ir, vir, ficar, parar, estacionar (idem, p. 239).

No caso dos pacientes, estes terão seus benefícios não concedidos ou


passíveis de não terem sua manutenção, simplesmente por tomarem o ato de liberdade
individual de não se vacinarem, seja por qual motivo, de ordem interna– sem nem mesmo
prejudicar aqueles que optaram pelo procedimento de imunização.

Daí a extrema necessidade de concessão da ordem preventiva para que os


pacientes não tenham seu direito de ir e vir e permanecer cerceado ilegalmente, como no
caso do arbitrário Decreto nº 49.335/21, que discrimina pessoas e condiciona-as a uma
obrigação de se vacinar que deveria passar por um cunho íntimo e pessoal, especialmente
porque a vacinação não resulta em supressão da possibilidade de contágio nem de
disseminação. É o suprassumo do contrassenso.

A ordem, portanto, busca evitar essas violações aos direitos dos pacientes.

Sobre o cabimento do Habeas Corpus preventivo quando alguém for


ameaçado em seu direito de ir, vir e ficar, manifesta-se Aury Lopes Júnior:
“Como explica CALAMANDREI, na tutela jurisdicional preventiva, o
interesse não surge do dano, senão dal pericolo di um danno giuridico. A
tutela não atua a posteriori do dano, como produto da lesão ao direito, senão
que se opera a priori, para evitar o dano que possa derivar da lesão a um
direito, quando existe uma ameaça ainda não realizada. Existe, portanto,
interesse juridicamente tutelável antes da lesão ao direito, pelo simples fato
de que a lesão seja previsível, próxima e provável. Para isso está o habeas
corpus preventivo” (Direito processual penal e sua conformidade constitucional,
vol. 2, 6ª Ed., Rio de Janeiro: Lumen, 2011, p. 645).

Assim, diante da clara e inequívoca circunstância na qual os pacientes se


encontram em situação restritiva ou supressiva em sua liberdade de locomoção, é dever
do Poder Judiciário operar no restabelecimento da ordem e cessar a lesão, cumprindo o
mandamento constitucional que dispõe explicitamente que, pela relevância do direito
atingido, deve o julgador suspender imediatamente a lesão ao direito fazendo-se
cumprir a lei.

Sendo assim, plenamente cabível o habeas corpus, sobretudo em defesa da


liberdade de ir e vir de pessoas que não teriam disposição de busca-lo ou não
conseguiriam postulá-lo.

2.2. AUTORIDADE COATORA


Conforme já mencionado, as referidas ordens inconstitucionais, ilegais e
abusivas estão sendo emanadas do Prefeito Municipal do Rio de Janeiro, Eduardo Paes,
que editou decretos que invadem as competências do Congresso Nacional, exacerbam o
poder regulamentar concedido pela legislação federal e transgridem direitos fundamentais
consagrados na Carta Magna. Portanto, pelos poderes hierárquicos de que goza, a opção
por omitir-se em zelar pela regularidade do modo de proceder de seus subordinados o
converte em autoridade coatora sem qualquer dúvida.

Nesse sentido, vale mencionar que os Tribunais Superiores vêm adotando


a teoria da encampação, no sentido de que a autoridade hierarquicamente superior deve,
sim, figurar como autoridade coatora em sede de remédio constitucional:

“Processual civil. Constitucional. Mandado de segurança. Ato impugnado.


Descontos em proventos de aposentadoria a título de contribuição
previdenciária (FUNPREV). Autoridades apontadas como coatoras.
Governador do Estado e Secretário de Administração Estadual. Teoria da
encampação. Legitimidade passiva ad causam. (...). 4. Deveras, a teoria da
encampação e a condescendência com a aparência de correta propositura
(error comunis facit ius) adotadas pela jurisprudência do E. Superior
Tribunal de Justiça denotam a necessária flexibilização da aferição dessa
condição da ação, no afã de enfrentar e conjurar o ato abusivo da autoridade.
'(...). 4. A errônea indicação da autoridade coatora não implica ilegitimidade
ad causam passiva se aquela pertence à mesma pessoa jurídica de direito
público; porquanto, nesse caso não se altera a polarização processual, o que
preserva a condição da ação. 5. Deveras, a estrutura complexa dos órgãos
administrativos, como sói ocorrer com os fazendários, pode gerar
dificuldade, por parte do administrado, na identificação da autoridade
coatora, revelando, a priori, aparência de propositura correta”. (REsp n°
745.451/BA, rel. Min. Luiz Fux, j. em 14.11.2006).

Assim, ainda que de fato a autoridade impetrada não fosse a correta, a


mera aparência de correção e a manifestação do Prefeito Municipal já seria o quanto basta
para que o r. Juízo enfrentasse o mérito da impetração.

2.3. GRAVE VIOLAÇÃO ÀS LIBERDADES FUNDAMENTAIS E DO


DIREITO DE IR E VIR

O Decreto nº 49.335/21 do Município do Rio de Janeiro é uma grave


violação às liberdades fundamentais e do direito de ir e vir, sobretudo na obrigação que
impõe à toda população, condicionando a livre circulação a uma política sanitarista coisa
que muito se assemelharia a uma dessas séries distópicas da Netflix.

No entanto, não é o primeiro ato totalitário da autoridade coatora, ora


IMPETRADO, utilizando-se do poder de utilizar decretos para obrigar a população.
Houve um momento anterior onde o próprio Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro agiu
contra outra obrigação envolvendo discriminação de pessoas em vistas da imunização.

Nesse sentido, o Decreto Municipal 49.286/21 dispunha sobre a


obrigatoriedade da vacinação contra COVID-19, obrigando a vacinação para servidores e
prestadores de serviços. Bem veio o julgador na Ação Direta de Inconstitucionalidade Nº
0063690-66.2021.8.19.0000, onde em sede liminar suspendeu-se a eficácia do Decreto
49.286/21:

“Por todo o exposto, considerando que a entrada em vigor do Decreto Municipal


49.286/2021 pode ocasionar aos servidores municipais, assim como aos prestadores
de serviço ao município danos de impossível reparação, concedo a medida cautelar
requerida para o fim de suspender a eficácia do referido decreto municipal, até o final
julgamento da presente Representação.”

Não satisfeito, o IMPETRADO editou em setembro o Decreto


49.337/21 condicionando o exercício pleno do direito de inclusão e a manutenção de todos
os beneficiários no Programa de Transferência Condicionada de Renda do Município do
Rio de Janeiro - CARTÃO FAMÍLIA CARIOCA, assunto que será tratado em outro
processo.
Como o Cartão Família Carioca é um programa de benefício
complementar ao Bolsa Família dirigido a populações que enfrentam extrema pobreza,
note-se que preferiu a atual administração da Prefeitura do Rio de Janeiro que tais
populações tenham suas famílias assoladas pela fome, do que não deixem de passar
pelos processos de imunização propostos.

Já quando ao Decreto n 49.335/21, ao qual trata este writ, já houveram


decisões que apontam as transgressões em caso concreto, como foi o caso do Agravo de
Instrumento nº 0069278-54.2021.8.19.0000 interposto pelo Clube Militar e pelo Clube
Naval:

“No que toca ao próximo fundamento do decreto, i.e., a “necessidade de se conter a


disseminação da COVID-19, garantindo-se o funcionamento dos serviços de saúde,
para preservação da saúde pública”, parece não haver nítida correlação entre tal
objetivo e a medida imposta aos clubes.

Isso porque a presença exclusiva de vacinados nas dependências do clube não é fator
decisivo à não circulação do vírus, afinal, é mesmo notória – está em todos os jornais
– a constatação de que a vacinação contra a COVID-19, lamentavelmente, não
impede a contaminação daqueles que foram vacinados, o que determina, portanto, a
manutenção das idênticas cautelas sanitárias desde sempre adotadas,
independentemente de estarem ou não vacinados os frequentadores.
Naturalmente, estudos vêm demonstrando a atenuação da gravidade dos quadros
clínicos daqueles que contraem a doença após a vacinação, mas, repita-se, a chance
de contaminação não é afastada pela vacinação, per se.

(...)

À conta do exposto: 1. CONCEDO A TUTELA DE URGÊNCIA RECURSAL, de


modo a suspender a obrigatoriedade de comprovação de vacinação contra a COVID-
19 para o acesso e a permanência nas instalações dos agravantes.”

Logo, resta claro que há aqui óbice ilegal e inconstitucional à liberdade de


ir e vir, constante da edição do Decreto nº 49.335/21, devendo ser garantida a livre
circulação e a liberdade individual diante desta grave injustiça.

2.4. ACERCA DA COMPULSORIEDADE DA VACINA E A AUSÊNCIA


DE PENALIDADE DE LEI
PENALIDADE SUBMETIDA AO PRINCÍPIO DA RESERVA LEGAL,
SEGUNDO A ADI Nº 6586

Muito embora a própria OMS não recomende a compulsoriedade


dado o caráter experimental das vacinas 1, o STF declarou na ADI nº 6586 a
constitucionalidade da Lei 13.979/20 que em seu art. 3º, III, “d” 2, prevê expressamente
essa possibilidade. Entretanto, não existe qualquer autorização na referida lei para
imposição de medidas restritivas de direitos, ônus ou punições para aqueles que se
recusarem.

Ainda, no art. 3º, o §4º deixa claro que o descumprimento às medidas ali
determinadas acarretará responsabilização nos termos previstos em lei:

1 https://www.cnnbrasil.com.br/internacional/oms-nao-apoia-adocao-de-passaporte-de-vacinacao-contra-covid-19-diz-
porta-voz/

2 Art. 3º - Para enfrentamento da emergência de saúde pública de importância internacional de que trata
esta Lei, as autoridades poderão adotar, no âmbito de suas competências, entre outras, as seguintes
medidas: (Redação dada pela Lei nº 14.035, de 2020)
III - determinação de realização compulsória de:
d) vacinação e outras medidas profiláticas; ou
§ 4º - As pessoas deverão sujeitar-se ao cumprimento das medidas previstas neste
artigo, e o descumprimento delas acarretará responsabilização, nos termos
previstos em lei.
(g.n.)

Ora, se a lei federal falou em responsabilização e silenciou sobre outras


formas de coação, certo é que o legislador federal não quis que tal expediente fosse
utilizado de maneira arbitrária. Sem a menor sombra de dúvida, diante do potencial de
afronta aos direitos fundamentais que podem advir (e advêm) desse tipo de atitude, a
disposição de penalidades, como a perda de direitos e benefícios, deve passar pelo
princípio da reserva legal esculpido pelo art. 5º, II, da Carta Magna:

II - ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer


alguma coisa senão em virtude de lei;
(g.n.)
Dessa mesma forma, enquanto não houver lei federal atendendo essa
necessidade de lei específica prevendo a responsabilização, resta vedado aos demais entes
federados impô-la a seus critérios.

Sendo assim, ainda que seja determinada a vacinação compulsória, ela não
pode vir aliada a qualquer medida punitiva, restritiva, ou de responsabilização, sob pena
de enquadrar-se como invasão da competência do Poder Legislativo.

3. PEDIDO

Por todo o exposto, requer o IMPETRANTE, em favor do paciente, a


concessão da ordem de habeas corpus liminarmente, eis que presentes seus pressupostos, a
fim de que seja a Prefeitura Municipal do Rio de Janeiro impedida de negar a permanência
de pessoas no interior de estabelecimentos e locais de uso coletivo, ou exigir qualquer
prévia comprovação da vacinação de COVID-19 – na qual não resta previsão em lei da sua
penalidade.

No mérito, requer a concessão da ordem, confirmando-se a liminar, nos


termos acima expostos.

______________________________
SEU NOME COMPLETO
CPF n. XXX.XXX.XXX-XX

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