Tesilla
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TRABALHO DE INVESTIGAÇÃO
- 2º Ano –
Setembro de 2003
Título
Orientador
Aluno
INTRODUÇÃO.............................................................................................................. 1
Notas ............................................................................................................................ 5
Notas .......................................................................................................................... 31
OS ANOS 60 .............................................................................................................. 35
Notas .......................................................................................................................... 41
Notas .......................................................................................................................... 63
CONCLUSÃO ............................................................................................................. 66
Notas .......................................................................................................................... 72
BIBLIOGRAFIA........................................................................................................... 76
INTRODUÇÃO
(B.Zevi, 1973).
O trabalho que aqui se apresenta procurou estabelecer uma base de estudo para
espaço.
habitação – e da cidade, por outro marcam a época em que Portugal procura acertar
mundo, sobretudo na Europa, que contrastava com o que acontecia vinte anos atrás
em que a sua formação teórica parecia ser sobretudo autodidacta, solitária e, no geral,
limitada.
grande heterogeneidade”3.
fértil para a observação das várias tendências no terreno. Pela semelhança que têm
É claro que se poderia situar o plano de Olivais Norte no início deste percurso
proposto, e não deixaremos de começar por aí, embora este se apresente ainda muito
tributário dos modelos racionalistas já testados, como veremos adiante, se bem que
seja eventualmente por aqui, como também teremos oportunidade de confirmar, que
panorama da arquitectura portuguesa desde o início dos anos 30, desde os pioneiros
Grande Guerra.
avaliação crítica. Daí a eventual profusão de citações no texto. O objectivo era definir
um território que depois pudesse vir a ser objecto de uma análise mais exaustiva e
aprofundada.
da expressão plástica como ao nível das tipologias urbanas e organização dos fogos
medida em que parece influir directamente nos acontecimentos descritos. Fica assim
ainda por fazer um estudo mais extenso deste factor que permitirá uma visão crítica
desenho de cidade.
B. Zevi enumera algumas das tendências nos anos de 1950 a 1975 no âmbito da
sensoriais, dúctil extensão dos seus habitantes; o informal, sugerindo uma projectação
mais influentes nos arquitectos portugueses desta época, a par do brutalismo – como
E ficamos com a questão que pôs L. Benévolo6. “Quais de entre os modos até
responsabilidade cultural de que fala Gropius? ao desafio lançado pelo velho mestre
1
B. Zevi – “História da Arquitectura Moderna” – vol 2, Editora Arcádia, 1978, p 603
2
“Ao pretender ao mesmo tempo os segmentos mais retrógrados da burguesia fundiária e os
mais avançados dos grupos monopolistas que visavam a Europa da EFTA (com pés em
África), as contradições do poder são crescentes e certos espaços de liberalização tornam-se
inevitáveis, perante: a emergência da nova classe média urbana; de uma tecnocracia mais
informada e das pressões do capital industrial e financeiro à procura de expressão política no
aparelho de Estado; das movimentações democrática e estudantil, da afirmação prestigiada de
expressões culturais não verbais”.
“Aqui (em Portugal) como em toda a parte, pura e branca era a arquitectura
resistências que opunha a matéria. 0 Branco não significava ausência, não era
veículo de uma concepção estilística com duas faces: “uma puramente decorativa, ao
gosto das “Artes Decorativas” importadas de Paris, e outra, então chamada «cubista»,
geométricas puras no desenho dos edifícios”. Segundo ele, a combinação destes dois
factores é feita de forma distinta por cada arquitecto, e a componente decorativa tende
cidade que, tal como antes, continuavam a ser construídas seguindo a ideia de
Figura 2 – 3º projecto do Cinema Éden (1931) e Hotel Vitória (1934) de Cassiano Branco
aquela que “apanha o primeiro embate da ordem imposta pelo Estado Novo e, daí
que se estabelecia em duplo registo: “um primeiro que dizia respeito à maior ou menor
moderna, o que implicaria uma capacidade crítica e uma capacidade formal que nem
sempre estiveram presentes, muito pelo contrário, e um segundo que dizia respeito ao
seu deliberado envolvimento com o poder, tentando conquistar para a sua arquitectura
Ainda segundo este autor um dos conflitos mais sério destes arquitectos vai ser o
seu confronto interior para saber qual das tendências -tradicionalista ou moderna – se
iria impor como arquitectura do poder, “se bem que de facto nem tradicionalismo nem
de moralismo mal entendido e mal enquadrado (a) que os arquitectos parecem ter ido
hipóteses de resposta”. E seria esta uma das razões, para P. Vieira de Almeida, que
Figura 3 – Instit. Superior Técnico (1927) e Diário de Notícias (1936) de Pardal Monteiro
Segundo Nuno Portas6 (1978), o período de 1925 a 1936 foi o único momento
atelier”.
como profissionais. Aparentemente para ele, aos “aliás bem considerados” arquitectos
modernos não é reconhecida “competência para traçarem as linhas mestras das duas
“Será, com efeito, mais a uma vez a um estrangeiro, Agache, que trabalhara para
o Rio de Janeiro, técnico francês conservador (se olhado por uma óptica CIAM), que
será pedido, logo em 33, o traçado de expansão de Lisboa. E aos italianos Piacentinni
Cabe aqui referir que Duarte Pacheco (1899-1943), Ministro das Obras Públicas
de 1932 a 1936 e de 1938 a 1943 (acumulando neste último período o cargo com o de
planeamento urbano.
Entretanto, com o final dos anos 30, ganha terreno o ponto de vista que relaciona
Pacheco, teria decidido que se deveria acompanhar os modelos italianos, “em especial
Monteiro, 1897-1957). Mas acrescenta que o novo modelo do regime é definido por
longo dos anos quarenta. Predomina não só nos edifícios oficiais como também na
zelosos”.14
definição para a arquitectura do Estado Novo, que expõe nos seguintes termos:
Estado Novo. Não porque Salazar não a ambicionasse mas porque nem ele nem o
comportamentos19.
construiu ao longo dos anos 40. E terão acontecido censuras pontuais aos projectos
mal disfarçada do Estado Novo pelas potências do Eixo “vieram pôr progressivamente
em causa o sistema de colaboração, ainda que reticente, que até então se vinha
do poder.
“A quebra desse elo, por um lado, fatal para os arquitectos que nele tinham um
dos seus principais apoios, deixa-os por outro lado mais livres para uma tomada de
ligava”.22
meados dos anos 30, não tinham já, segundo J. A. França (1976), “as razões
uma arquitectura com um pendor bem mais culturalista do que é possível encontrar
sua obra.
nacionalista. Com esta inspiração construíam-se muitos dos grandes edifícios públicos
e principais empresas de estado. Mas fora da capital, mesmo que fosse na segunda
mais afastados das obras de Estado. Viana de Lima (este sim, bem mais perto de um
modernismo heróico), Arménio Losa e outros como José Porto, Manuel Marques, etc.,
entusiasmavam os estudantes, que Carlos Ramos formava com rigor e tolerância –“o
sua geração) e com reconhecido talento diplomático nas suas relações com o Poder,
Salazar tinha proporcionado ao país já não serve como desculpa, o atraso industrial é
arquitectos vão deixar de ter o Estado como único grande cliente. Alguns sectores
Alvalade, que, segundo N. Portas30 (1978) representa “um vector realista, afastado das
Miguel (de Jacobetty Rosa e Sérgio Gomes) e na Av. da Igreja (de Fernando Silva),
partes do mesmo plano, utilizou-se o mesmo princípio compositivo mas já com áreas
tradicionalmente por casas uni familiares com logradouro (Encarnação, Alto da Ajuda,
das suas partes por traçados urbanos que abandonam já a concepção tradicional de
criavam zonas de jardins entre eles e anulavam a habitual hierarquia entre fachada e
edifícios perpendiculares à rua eram agora sustentados por pilares que permitiam um
Em 1956 noutra avenida da zona, a Av. dos E.U.A., são construídos já blocos em
altura (10 pisos), por M. Laginha e P. Cid, em que se segue o figurino tipo do
Técnicas). Era um grupo de arquitectos (muitos jovens) liderados por Keil do Amaral,
que se demarcava claramente do regime na sua luta para uma nova concepção da
debates sobre a profissão e vão adquirir a revista "Arquitectura” onde publicam pela
primeira vez em Portugal – com mais de dez anos de atraso – a Carta de Atenas.
vasto e converte-se no ponto de encontro dos defensores de uma ideologia que não
novas formas estéticas directamente inspiradas nos ClAM. Neste grupo não havia uma
para Keil do Amaral, e Arménio Losa será o novo Presidente da Secção do Norte.
provar que não existe um modelo único na arquitectura vernácula em Portugal que
Apelos neste sentido já haviam sido feitos por Keil nas páginas de “Arquitectura”
moderna no mundo”38.
prioridade dos programas de habitação social colectiva, opondo-se aos bairros sociais
racionalismo do Movimento Moderno numa altura em que ele já estava a ser revisto no
resto da Europa.
unidades de vizinhança.
de fé num mundo melhor, a ponto de a sua crença os ter feito esquecer alguma vez o
território específico da disciplina quase orientada então para uma estética da ética"39.
panorama da arquitectura dos anos seguintes: Keil do Amaral, Rui Athouguia (escola
do bairro de S. Miguel); V. Palla, A. Pessoa, A. Manta, Gandra (Av. Infante Santo), P.
Cid, Esteves, Laginha e Croft de Moura, H. Albino (Av. Estados Unidos da América);
“ilustração máxima dos seus princípios"40 (M. Vicente, 1976). "Estes princípios gerais
(Os expressos no congresso) traçavam uma estratégia que a classe dos arquitectos
igualmente uma geração mais jovem saída das escolas de arquitectura que começava
retirando uma espécie de rude poesia das poderosas e confusas forças que estão em
jogo”42 (A. e P. Smithson, 1956), paralelamente com os primeiros passos da Pop Art
arquitectos portugueses pelo rigor crítico com que adaptavam a arquitectura moderna
No Porto, Viana de Lima que nos anos 30 se tinha relacionado com os C.I.A.M.
O.D.A.M. funda com Távora, Andressen, Veloso, Korrodi, Canossa, Praga, o grupo
português dos C.I.A.M. que ainda assiste aos seus dois últimos congressos. Entre 50
importantíssimo na formação dos estudantes. Zevi e Giedeon são lidos muito cedo e
são frequentes, por intermédio dos membros do C.I.A.M. que prestam assistência na
escola, assistência que durante anos é gratuita mercê do entusiasmo pedagógico que
Carlos Ramos consegue contagiar aos seus antigos alunos. É durante esta década
Keil do Amaral o inquérito era uma armadilha para o regime, apostado que estava em
provar que todas as regiões do país tinham a sua "tradição” e que as construções
resultavam das contingências físicas específicas de cada uma delas, numa óptica
relações com a paisagem e o modo de vida, em contraste com outras equipas -como a
longo dos anos 60, através do movimento da Revista Arquitectura pós 1956 e do que
no Porto lhe correspondeu, dividiria os seguidores do C.I.A.M. dos críticos ao C.I.A.M.
divisão viria a ter ainda e uma vez mais, como ponto focal, o da relação entre tradição
não só entre nós mas também a nível internacional"44 (N. Portas, 1978)
estruturais do Congresso de 48, por outro lado agudizou o conflito até então latente
entre “tendência oficial” desse congresso e as gerações mais novas, o que veio a
conjunta. Para este autor, o trabalho, levado a cabo pelo SNA para provar aos
nacionais, revela-se tão acrítico na sua posição como aqueles mesmos organismos.
oficiais, mantém-se num imobilismo quase total"46 (C. Duarte, 1987). De facto vários
estudantes de Lisboa vão acabar os seus cursos no Porto – uma das razões é que a
escola aceita trabalhos teóricos como teses de formatura – ou procuram trabalhos nos
formados, que estabelecem a ligação com os mais novos que vão pondo em causa os
dogmas do racionalismo.
Figura 18 – Edifício das Águas Livres em Lisboa (1956) de N. Teotónio Pereira e B. Costa
Cabral e Escola Agrícola em Grândola (1959-63) de M. Taínha
outros) que vai tomar conta da revista "Arquitectura" em 1956 que entretanto já
teórico e informativo e fazendo apelos à tarefa de uma nova geração, "apelos por
vezes de difícil entendimento pelo seu excessivo ecletismo metodológico”47 (N. Portas,
1978).
parece estar à míngua de importância e de credibilidade: até aqui, até nos mais nos
uma ordem social discorde; agora, ao invés, mergulha num experimentalismo tão
(B.Zevi, 1971).
O Movimento de Renovação da Arte Religiosa, surgido em 53 (onde pontificavam
Teotónio Pereira, João de Almeida, Diogo Lino Pimentel e outros) foi importante para a
formação de um certo espírito de grupo destes arquitectos que mais tarde vêm a
encontram-se num «novo humanismo» que abriu caminho a realizações muito mais
geração que para aí vai trabalhar (Teotónio Pereira, Manuel Tainha, João de Almeida,
etc.) a par da dos arquitectos um pouco mais novos (A. Soutinho, A. Amaral, Hestnes
Ferreira, L. cunha e outros) vai ser seguida pela revista “Arquitectura" preocupada com
breve, é de maneirismos que se trata, em obras, cada vez mais numerosas, que já
ainda por Duarte Pacheco. O primeiro vai ser o de Olivais Sul, na continuação de outro
mais pequeno, o de Olivais Norte, ainda lançado pelo G.E.U. (Gabinete de Estudos de
Urbanização).
“Que se passou no período 1948-61? No quadro de uma sociedade de fraco
deriva à fixação, da fluidez à rigidez, o passo foi muitas vezes franqueado a coberto de
devemos constatar que estas vítimas da rigidez do quadro não souberam ou não
puderam fazer frente aos problemas que lhe eram postos. Caberá aos seguintes,
Vicente, 1976)
Notas
1
Daniele Vitale, Domus nº 655 11/1984
2
C. Duarte – “La Arquitectura Portuguesa. De los Años Treinta a La Actualidad” – Catálogo da
Exposição Itinerante “Tendencias De La Arquitectura Portuguesa”, Col.legi d`Arquitectes de
Catalunia, 1987, p. 11
3
Idem, p. 11
4
Esta geração (que inclui nomes como C. Ramos, C. da Silva, Pardal Monteiro, Cottinelli
Telmo, C. Branco, G. Mello Breyner, A. Nunes, P. Montês, J. Segurado e R. Azevedo) nascida
no último quinquénio do sec. XIX (à excepção de A. Nunes que nasceu já em 1903) ter-se-á
formado quase toda na primeira metade dos anos 20.
A designação de «geração de 27» terá a ver com a sua identificação com o grupo ligado à
revista Presença cujo primeiro número foi publicado em Maio de 1927.
5
P. Vieira de Almeida, J. M. Fernandes – “História da Arte em Portugal “, Vol 14, “A
arquitectura moderna” – Publicações Alfa, Lisboa 1986, p.112
6
N. Portas – “A Evolução da Arquitectura Moderna em Portugal” – 1978, em B. Zevi – “História
da Arquitectura Moderna” – vol 2, Editora Arcádia 1973 p. 708
7
Idem, p. 724
8
Idem, p. 725
9
Idem, p. 725-726
10
Que a partir da Constituição de 1933 era um cargo a que se acedia por nomeação directa do
Governo.
11
“Ora a esse internacionalismo era fácil descobrir-lhe a cor, vindo de Viena, de Weimar, de
Moscovo, de Barcelona ou dos panfletos do cidadão do mundo, albergado em França, Le
Corbusier, ganhando foros de verdadeira Internacional nas reuniões do CIAM, que se iniciam
em 28. Aliás de pouco serviria aos opositores, se é que estavam a par, que Terragni ou Pagani
construíssem, na Itália mussoliniana, notáveis casas «del fascio» ou universidades; Albini,
bairros sociais; Rogers e Samoná, novas cidades! Ou argumentar com a queda em desgraça,
no virar dos anos 20, dos construtivistas e desurbanistas soviéticos a favor do regresso ás
raízes históricas do povo russo... ao mesmo tempo que os nazis mandavam fechar a Bauhaus”.
Idem, p. 178
20
P. Vieira de Almeida, J. M. Fernandes – “História da Arte em Portugal “, Vol 14, “A
arquitectura moderna” – Publicações Alfa, Lisboa 1986, p.138
21
“De facto, desaparecia aí o homem que até essa altura tinha sido um dos obreiros, mesmo o
principal obreiro, da dócil colaboração, se não do claro empenhamento, dos arquitectos na
estrutura do poder”.
Idem, p. 138
22
Idem, p. 138
23
Idem, p. 139
24
J. A. França – Architecture d`Aujourd´hui Maio/Junho 1976
25
“Keil do Amaral tinha conhecido a obra de Dudok em 1936, naquela que ele considera, no
plano profissional, a viagem da sua vida, e em 1943 escreve um opúsculo sobre as suas
impressões, em termos de um entusiasmo contagiante. Mas a força, a sólida tranquilidade e a
frescura da vinculação nacional patentes na obra de Dudok não serão de facto entendidas por
Keil nem pelos arquitectos da sua geração”.
Idem, p. 144
28
P. Vieira estabelece aqui uma distinção entre estilo «Português Suave» e estilo «Estado
Novo» que não se observa na obra de outros teorizadores de arquitectura. Nos trabalhos
destes últimos ambos os termos parecem designar o mesmo fenómeno.
29
F. Távora –“Evocando Carlos Ramos” – ra Revista de Arquitectura da Universidade do Porto,
nº 0, Outubro de 1987. p 75
30
N. Portas – “A Evolução da Arquitectura Moderna em Portugal”- 1978, em B. Zevi –“História
da Arquitectura Moderna”- vol 2, Editora Arcádia 1973 p. 728
31
Ana Tostões –“Alvalade, Uma Experiência Pioneira de Habitação Colectiva. Quando a
Habitação é capaz de fazer cidade”- Jornal Arquitectos 204, 2002, p. 43 (8)
32
Idem, p. 43
33
N. Portas – “A Evolução da Arquitectura Moderna em Portugal”- 1978, em B. Zevi –“História
da Arquitectura Moderna”- vol 2, Editora Arcádia 1973 p. 731
34
C. Duarte - “La Arquitectura Portuguesa. De los Años Treinta a La Actualidad”- Catálogo da
Exposição Itinerante “Tendencias De La Arquitectura Portuguesa”, Col.legi d`Arquitectes de
Catalunia, 1987, p. 15
35
Idem, p. 15
36
N. Portas – “A Evolução da Arquitectura Moderna em Portugal”- 1978, em B. Zevi –“História
da Arquitectura Moderna”- vol 2, Editora Arcádia 1973 p 737
37
Idem, p. 783
38
F. Távora – “O problema da Casa Portuguesa – 1947 citado em M. Botelho -“OS ANOS 40: A
ética da estética e a estética da ética”- ra Revista de Arquitectura da Universidade do Porto, nº
0, Outubro de 1987. p 7
39
M. Botelho -“Os Anos 40: A ética da estética e a estética da ética”- ra Revista de
Arquitectura da Universidade do Porto, nº 0, Outubro de 1987. p 8
40
M. Vicente – Architecture d`Aujourd´hui Maio/Junho 1976
41
C. Duarte - “La Arquitectura Portuguesa. De los Años Treinta a La Actualidad”- Catálogo da
Exposição Itinerante “Tendencias De La Arquitectura Portuguesa”, Col.legi d`Arquitectes de
Catalunia, 1987, p. 15
42
A. e P. Smithson em 1956 citados por B. Zevi –“História da Arquitectura Moderna”- vol 2,
Editora Arcádia, 1973, p 641
43
N. Portas – “A Evolução da Arquitectura Moderna em Portugal”- 1978, em B. Zevi –“História
da Arquitectura Moderna”- vol 2, Editora Arcádia 1978 p 736
44
N. Portas – “A Evolução da Arquitectura Moderna em Portugal”- 1978, em B. Zevi –“História
da Arquitectura Moderna”- vol 2, Editora Arcádia 1978 p.736
45
P. Vieira de Almeida, J. M. Fernandes –“História da Arte em Portugal “, Vol 14, “A
arquitectura moderna”- Publicações Alfa, Lisboa 1986 p.153
46
C. Duarte - “La Arquitectura Portuguesa. De los Años Treinta a La Actualidad”- Catálogo da
Exposição Itinerante “Tendencias De La Arquitectura Portuguesa”, Col.legi d`Arquitectes de
Catalunia, 1987, p. 17
47
N. Portas – “A Evolução da Arquitectura Moderna em Portugal”- 1978, em B. Zevi –“História
da Arquitectura Moderna”- vol 2, Editora Arcádia 1978 p 741.
48
B. Zevi –“História da Arquitectura Moderna”- vol 2, Editora Arcádia, 1978, p 603
49
M. Vicente– Architecture d`Aujourd´hui Maio/Junho 1976
50
N. Portas – “A Evolução da Arquitectura Moderna em Portugal”- 1978, em B. Zevi –“História
da Arquitectura Moderna”- vol 2, Editora Arcádia 1978p. 743
51
M. Vicente – Architecture d`Aujourd´hui Maio/Junho 1976
OS ANOS 60
diferentes.
Arquitectura Popular Portuguesa (em que ele próprio colaborou) teve, para além da
Assim uma delas terá sido,”e essa com efeitos imediatos”, a Prova Real contra a
Arquitectura dita Portuguesa, uma vez que se demonstrava que não havia uma só
propagandeada e até imposta pela ditadura do Estado Novo não passava de uma
ele reconheça que a “posição do regime” fosse bastante mais branda à época, uma
vez que o Congresso de Arquitectura em 1948, “tomado em mãos por uma nova
da arquitectura vernácula no trabalho de projecto, o que seria tão errado como o era a
”Mas não há dúvida que nessa busca das raízes, ao mesmo tempo que na
impuros e por isso proscritos. Estão neste caso, por exemplo, a cobertura em telhado
engenheiros desenhavam nas vigas para resistir aos elevados momentos nos
mas se deve estender à edificação singela, anónima, muitas vezes escondida nos
objecto isolado, e que se tem estendido nos nossos dias aos centros históricos e a
outros conjuntos e espaços urbanos ou rurais, como bairros, quintas, jardins,
Teotónio Pereira acaba concluindo que embora não tenha sido exclusivamente
por causa do inquérito que surgiram em Portugal estes movimentos (denúncia dos
assim tão clara e inequívoca. No entanto, mesmo para eles, ele reflecte já na sua
uma tendência culturalista (ou orgânica) no âmbito do movimento moderno, que irá
inquérito teve na cultura arquitectónica nacional, não obstante possa assentar numa
relação causal a que alguns críticos põem reservas, descreve bem as questões que se
Portugal.
Carta de Atenas, como é o caso, em Lisboa, do Bairro das Estacas (1954) e das
avenidas Infante Santo e Estados Unidos da América (1956). Estas operações eram
«perversão» de planos que na sua génese não tinham uma concepção modernista,
Assim os novos bairros dos Olivais e Chelas, pela sua dimensão e pelo facto de
como o de Olivais Norte (lançado em 1959), Olivais Sul (lançado em 1961) e Chelas
(lançado em 1966) foram decisivos para a introdução, entre nós, das premissas do
metodológica”.
Notas
1
J. M. Fernandes – “Dos anos 60 aos 70 na Arquitectura Portuguesa”- Catálogo da Exposição
“Anos 60. Anos de Ruptura. Arquitectura Portuguesa nos anos 60”, LISBOA 94, Livros
Horizonte 1994, p. s/nº
2
N. Teotónio Pereira –“Reflexos Culturais do Inquérito à Arquitectura Regional”- Jornal
Arquitectos 195, 2000, p .69 (18)
3
Idem, p. 69
4
Idem, p. 69
5
Ver N. Portas e P. Vieira de Almeida citados no capítulo anterior
6
N. Portas – “A Evolução da Arquitectura Moderna em Portugal”- 1978, em B. Zevi –“História
da Arquitectura Moderna”- vol 2, Editora Arcádia 1973, p.740
7
N. Portas – “A Evolução da Arquitectura Moderna em Portugal”- 1978, em B. Zevi –“História
da Arquitectura Moderna”- vol 2, Editora Arcádia 1973, pp.740-741
8
N. Grande –“A Cidade como um Ford”- Jornal Arquitectos 205, 2002, p. 41 (21)
OLIVAIS E CHELAS
“A nova década faz a sua entrada com uma intervenção maciça de arquitectos e
Olivais Sul, «bairro» para alojamento de quase 50 000 pessoas em Lisboa (planeado
de projecto doméstico colectivo que foi para muitos profissionais”.1 (J. M. Fernandes,
1994)
C. Duarte2 refere que as dificuldades que o regime teve de suportar com o fim da
guerra teriam dado lugar a cedências por parte das Câmaras e do Estado que em
dos EUA, Avenida Infante Santo, Olivais Norte, em Lisboa) que anos antes teriam sido
a eliminação dos bairros de lata, e criado para o efeito na Câmara Municipal de Lisboa
Estudos de Urbanismo do município de Lisboa), tem uma dimensão menor que a dos
seus sucessores em Olivais Sul e Chelas, 40 ha para 8 500 habitantes, mas vai ser o
orientação solar.
No entanto, esta repetitividade de elementos assegura uma unidade de conjunto
que se já não vai verificar em Olivais Sul. Ainda assim verificam-se aqui já algumas
projectistas, se bem que se fiquem sobretudo por cada edifício e não cheguem à
projectos pertencem sobretudo à geração nascida nos anos 20, segundo N. Portas3 a
num modernismo repensado pelas New Towns inglesas e nele vão participar várias
vastidão de terreno, 187 ha para 38 000 habitantes, tem uma estrutura celular e
permite uma grande liberdade individual aos projectistas dentro de cada célula.
em tipos de unidades de vizinhança e foi criticado por não ter assegurado uma
Aqui vamos encontrar a geração nascida nos anos 30, segundo N.Portas4 a dos
que fazia parte da direcção dessa revista, como aliás N. Portas – reconhece que
preliminar cuja autoria incluía ainda R. Botelho, com uma extensão de 224 ha para 55
A unidade não é procurada pelo controle dos projectos de arquitectura mas pela
vida urbana intensa» que atravessem todo o bairro. A geração que aqui trabalha é a
mesma que trabalhou nos Olivais Sul – a tal que nasceu nos anos 30 – acompanhada
Nuno Portas recorda os planos de Olivais Norte e Olivais Sul, onde interveio
como projectista: “Se o plano inicial de Olivais Norte lembrava um imenso siedlung
diversidade – o de Olivais Sul era já celular (e seria gerido como tal) facilitando as
(divergentes) incursões dos autores dos projectos no próprio desenho urbano – a
com a sua lógica própria (de cinturas separadoras das células), os espaços ou
Pevsner7 em 1963 ser esteticamente o melhor plano habitacional até à data e que
flexibilidade que desde há algum tempo são tão procuradas pela arquitectura”.
Pevsner chama a atenção para o cuidado na relação com o sítio e com a paisagem
que faz com que nunca tenhamos a sensação de alojamento de massas (o conjunto
deve albergar cerca de 10 000 habitantes) e lembra que se esta experiência, inspirada
edifícios, resulta melhor é por causa da maior escala que ajuda a criar uma satisfatória
«unidade-na-variedade»8.
se dispõe e configura “na dependência muito estreita do ritmo do terreno e das linhas
visuais da paisagem”10.
Sendo maiores que as suas congéneres suecas12, a sua rápida execução no imediato
1969 e é um dos responsáveis pelo plano de Olivais Sul, diz a esse propósito que foi
um plano feito a partir de concepções datadas (“como afinal todos o são”). Reconhece
embora não siga à letra os esquemas dessas cidades, a estrutura geral dos Olivais Sul
aplicação a uma cidade como Lisboa, com uma tradição de viver urbano que não é a
insistiu na «vida de bairro» com tradução espacial em ruas, caminhos e praças, que
são lugares tradicionais de comércios, encontros e convívios. Esta intenção terá tido,
algumas realizações da INA-Casa da mesma época, Olivais Sul constitui uma ruptura
não só com as concepções da «linha francesa», expressas entre nós nos planos e na
se na resolução e revisão das tipologias propostas pelo plano, sem interferir ainda na
sua articulação urbana: “a experiência foi interessante por termos conseguido «abrir»
uma torre ao meio para que o patamar de acesso aos elevadores e escada tivesse ar
procuraram contrariar o isolamento entre vizinhos, que uma tipologia em torre propicia,
criando uma área comum no patamar de acesso onde chegam a prever um banco de
torres nos Olivais Sul, e não só destes autores mas também de outros como por
edifícios em «Y» previstos no plano inicial. Esta proposta, a ser aprovada, teria
Já em Olivais Sul, em que lhes coube uma célula de vizinhança com mais de 500
habitações de baixo custo (quase 2000 habitantes) e onde o plano de volumes “que
era respeitável mas não imperativo indicava também «bandas» e «torres» como
ingredientes compositivos” 17, N. Portas e B. Costa Cabral procuraram levar mais longe
espaços positivos (menos residuais) que os edifícios por seu turno, mais encostados
uns aos outros, moldariam”. Articularam assim os «blocos» (“que não queríamos que o
fossem”) em quarteirões relativamente abertos e de geometria irregular de modo a
edifícios, que no programa eram previstas separadas, “para que essas ruas ou praças
Figura 33 – Edifícios em banda em Olivais Sul e planta de uma torre (de B. Costa
Cabral e N. Portas)
de convívio com vista para a rua no patamar de piso, mas desta vez a servir quatro
fogos para que esta área tenha mais utilização. No interior das habitações definem-se
circulações possíveis através das várias divisões procurando versatilidade de uso num
com o espaço público pretendido, tentando que as “peças mais vividas (cozinhas,
quartos dos filhos, escadas) se abrissem para o interior dos quarteirões, que, “ao
sala nem esta desse acesso aos quartos e se pudesse fechar ao uso da casa (ou em
alternativa ser vista como um espaço multi-usos), ou ainda que não houvesse passa-
pratos entre a sala e a cozinha mas que fosse esta que tinha um recanto para comer:
”estas preocupações, realistas ou ingénuas dados os tais metros quadrados, não eram
só nossas – tinham afinidades com experiências dos bairros INA-Casa italianos, dos
Quaroni., Aymonimo, Ridolfi, De Carlo, (...). Ou, com a obra de Oiza e discípulos, nos
Olivais só agora se começou a fazer, numa perspectiva mais distanciada, que vinte e
cinco anos de uso e «desgaste» permitem; mas a sua importância na influência que
exerceu pelos bairros do País e até no campo das realizações privadas foi enorme:
“Zonas que não são mais do que conjuntos de blocos sem qualquer sem
antes elementos dispersivos porque arbitrariamente variadas, tudo isto nos mais
dos muitos arquitectos do Sul, dos vinte e cinco aos cinquenta anos, que aí
“estar no mesmo comprimento de onda” não teria sido possível experimentar esta
que era possível porque os futuros moradores não apareciam durante o processo do
projecto; porque os próprios terrenos eram escolhidos de maneira a estarem longe das
constituem uma experiência importante mesmo nas suas limitações, até por aí se
virem a propor, ainda que ao arrepio do plano geral, algumas tímidas mas
C. Duarte – que como já referimos foi um dos responsáveis pelo plano dos
Olivais Sul – diz do plano de Chelas que formalmente foi objecto de um controlo mais
Figura 37 – Toulouse-le-Mirail
A preocupação do «regresso ao urbano», segundo J. M. Fernandes26 uma frase
texto28 o autor distingue cidades naturais (formadas ao longo dos anos mais ou menos
enquanto que as segundas têm uma estrutura em árvore30. Esta estrutura em árvore
térreo, ao invés dos Olivais Sul em que este era concentrado em «centros comerciais
No Plano dos Olivais recomendava-se apenas que se devia “procurar dar forma
implantação dos edifícios em torre de forma a propiciar “uma leitura rítmica das
arquitectura continua a manifesta-se de forma tão díspar como nos Olivais. Só que em
Chelas essa disparidade torna-se mais notória porque o plano se pretendia mais
urbano e não tem a mesma ligação com a paisagem que tem nos olivais. E a
se notar de forma curiosa nos nomes próprios que aqui ganharam alguns edifícios,
vida urbana intensa que se procurava alcançar no plano. Um exemplo é a tal «Pantera
que vem trabalhar em Chelas, e saídos mais uma vez do atelier de Teotónio Pereira -
acesso se ligam criando ruas superiores lembrando mais uma vez as experiências do
A tipologia em galeria, que fora usada em algumas situações nos Olivais, como
nas obras de Vítor Figueiredo em Olivais Sul (que as vai usar de novo em Chelas nos
1
P. Vieira de Almeida, J. M. Fernandes –“História da Arte em Portugal “, Vol 14, “A arquitectura
moderna”- Publicações Alfa, Lisboa 1986 p. 155
2
C. Duarte –“Memórias de Olivais-Sul”- Jornal Arquitectos 204, 2002, p. 53 (10)
3
N. Portas –“A Habitação Colectiva nos Ateliers da Rua da Alegria”- Jornal Arquitectos 204,
2002, p. 48-49 (9)
4
Idem, p. 49 (9)
5
C. Duarte –“Memórias de Olivais-Sul”- Jornal Arquitectos 204, 2002, p. 55 (10)
6
N. Portas –“A Habitação Colectiva nos Ateliers da Rua da Alegria”- Jornal Arquitectos 204,
2002, p. 49 (9)
7
N. Pevsner – “An Outline of European Architecture”- 1ª edição em 1943, Penguin Books, 1990
8
“Consiste em cerca de duas dúzias de edifícios isolados em 3 grupos, algumas barras
paralelas altas, muitos blocos de apartamentos de cinco pisos e muitas casas pequenas em
terraço, juntando-se a isto escolas e algumas lojas. O conjunto deve albergar cerca de 10 000
habitantes. No entanto em nenhum ponto se sente a sensação de alojamento de massas. Isto
é evitado não pela invenção de matrizes para alçados mas pelo cuidado na relação com o sítio
e com a paisagem. Toda aquela área era uma das grandes e obsoletas villas Vitorianas com os
seus jardins. Por isso há muita árvore antiga e relva. Tudo isto foi mantido e reforçado, e
consequentemente a natureza cria o relevo e os ramos e folhas das árvores aos quais os
arquitectos agora aspiram. A combinação de edifícios modernos com árvores é sueca como é o
uso de edifícios isolados. Se o efeito total é superior a qualquer um na Suécia a razão é a
escala. A área é superior à dos empreendimentos privados construídos lá, e a escala ajuda a
criar uma satisfatória unidade-na-variedade”.
N. Pevsner – “An Outline of European Architecture”- 1ª edição em 1943, Penguin Books, 1990,
pp 433-435
9
L. Benévolo, C. Melograni, T. Giura Longo – “Projectar a Cidade Moderna”- 1ª edição em
1969, Editorial Presença,1980
10
Idem, p. 100
11
.
O Plano Abercombrie, de 1944, procura inverter o processo de concentração da cidade de
Londres propondo uma cintura verde (green belt) à volta dos subúrbios existentes (que
entretanto devem ser reordenados) e por fora desta (outer ring) novas cidades que devem ser
suficientemente grandes para ter uma vida auto-suficiente
12
Segundo L. Benévolo a Suécia, por não sofrer danos durante a Guerra e por conseguinte
não experimentar a urgência da reconstrução, pôde planear cuidadosamente a reordenação
urbanística das suas cidades, que tiveram assim um valor exemplar.
“Deste modo, as planificações suecas, graças ao feliz e talvez momentâneo equilíbrio das
exigências sociais, políticas, económicas, desenvolve-se essencialmente na esfera da
composição arquitectónica e as decisões que são pedidas dos urbanistas dizem respeito muito
mais à forma do que ao conteúdo; experiências formais muito diversas e mesmo contrastantes
podem ser feitas, com base numa organização estável.
Neste ambiente desenvolve-se, no pós-guerra imediato, a tendência neo-empirista.”
13
“Essa constatação (popularizada pela Architectural Review, que cunhou a palavra subtopia
para indicar o novo ambiente criado pólos planificadores) é o ponto de partida de uma linha de
pesquisas para o controle formal da paisagem na nova escala urbanística, para onde confluiu a
linha tradicional dos estudos paisagísticos, eliminando, contudo, a contraposição entre cidade e
campo tão viva em Ruskin, em Howard e em Geddes.
Esse interesse renovado pela cena urbana e suas instalações não tardou em frutificar,
permitindo realizar, nos anos cinquenta, alguns dos mais perfeitos bairros residenciais de
media e alta densidade – sobretudo por obra do London City Council: Loughborough Estate,
1955, e Roehampton Estate, 1956- e alguns centros cívicos melhor estudados e articulado nas
New Towns, de entre os quais se destaca o de Crawley.”
15
Idem, p. 58 (10)
16
N. Portas –“A Habitação Colectiva nos Ateliers da Rua da Alegria”- Jornal Arquitectos 204,
2002, p. 51 (9)
17
Idem, p. 51 (9)
18
Idem, p. 51 (9)
19
Idem, p. 51 (9)
20
P. Vieira de Almeida, J. M. Fernandes –“História da Arte em Portugal “, Vol 14, “A
arquitectura moderna”- Publicações Alfa, Lisboa 1986, pp. 153-4
21
N. Portas – “A Evolução da Arquitectura Moderna em Portugal”- 1978, em B. Zevi –“História
da Arquitectura Moderna”- vol 2, Editora Arcádia 1973
22
Idem, p. 742
23
J. M. Fernandes e J. Lamas – “Entrevista a Nuno Portas” - Arquitectura, nº 135, Outubro de
1979
24
P. Vieira de Almeida, J. M. Fernandes –“História da Arte em Portugal “, Vol 14, “A
arquitectura moderna”- Publicações Alfa, Lisboa 1986
25
C. Duarte - “La Arquitectura Portuguesa. De los Años Treinta a La Actualidad”- Catálogo da
Exposição Itinerante “Tendencias De La Arquitectura Portuguesa”, Col.legi d`Arquitectes de
Catalunia, 1987, p. 20
26
P. Vieira de Almeida, J. M. Fernandes –“História da Arte em Portugal “, Vol 14, “A
arquitectura moderna”- Publicações Alfa, Lisboa 1986, p. 155
27
Ver K. Lynch –“The Image of The City”- M.I.T. Press, 1960
28
C. Alexander – “A cidade não é uma árvore”- em Arquitectura, ” nº 95, Janeiro-Fevereiro de
1967, p. 22
29
Alexander define estrutura em semi-retícula deste modo:
“Uma colecção de conjuntos forma uma semi-retícula quando e só quando, dado dois
conjuntos que se intersectam e pertencem à colecção, necessariamente o conjunto de
elementos comum a ambos também pertence à colecção.”
“Uma colecção de conjuntos forma uma árvore quando e só quando, para cada dois
conjuntos que pertencem à colecção, ou um deles está totalmente contido no outro ou dele
está totalmente separado”
Para isso procurou-se definir uma genealogia entre três grandes planos de
O plano dos Olivais Norte não traz muito de novo no âmbito do desenho urbano.
Embora já se note aqui alguma influência do urbanismo inglês na relação com sítio,
não sendo portanto uma transcrição directa da vulgata internacional, é ainda um plano
e por essa razão tem uma estrutura de leitura mais clara. Também pelos altos
dissociação entre a estrutura das vias e as células habitacionais servidas por estas
tanto em Olivais Norte como em Olivais Sul. C. Duarte2 defende-se explicando que
parte importante da estrutura viária dos Olivais Sul já estava construída, seguindo um
plano anterior da autoria do G.E.U – o mesmo gabinete que planeou Olivais Norte.
duas filosofias de projecto distintas: uma que se supõe que seja mais defendida por R.
Botelho – nascido por volta dos anos 20, com formação de urbanista na escola inglesa
– que se inspira no desenvolvimento misto das New Towns; e outra que teria mais
– que tem preocupações de ordem sociológica3 e que procura deixar espaço para que
Esta estrutura aberta permitiu pôr em causa muitas convicções da altura e deu
espaço urbano que, com todas as suas contradições, tem conseguido suportar bem a
passagem do tempo.
procurando não criar zonas segregadas. No entanto a sua divisão por células e a
ghettos que se formaram dentro do bairro e que ganharam nomes populares como por
habitações de categoria superior (de quem tem mais poder de compra). No entanto,
paradoxalmente estes percursos são divididos por uma enorme avenida que parece
Chelas não teve a mesma sorte dos Olivais no que se refere a recursos
financeiros, sofrendo com o esforço da guerra colonial, que começou em 1962, e mais
trabalho. A estrutura urbana pretendida acabou por não sobressair e mais uma vez a
E em Chelas as coisas não resultaram como nos Olivais Sul. Aqui o fundamento
ganga de restrições que põem a uma nova forma que se vai inventar, não ajudam
Mas este plano é diferente dos outros de que aqui damos conta na medida em
que os seus autores (N. Teotónio Pereira, N. Portas e J. Paciência) são também
responsáveis pelos projectos de arquitectura. Curioso é que estes dois primeiros (que
já conhecemos na linha de combate dos Olivais) admitem que para este plano
1
N. Portas –“A Habitação Colectiva nos Ateliers da Rua da Alegria”- Jornal Arquitectos 204,
2002, p. 48 (9)
2
C. Duarte –“Memórias de Olivais-Sul”- Jornal Arquitectos 204, 2002, p. 54 (10)
3
Os estudos de Chombart de Lawe são já lidos na altura
4
J. M. Fernandes e J. Lamas – “Entrevista a Nuno Portas” - Arquitectura, nº 135, Outubro de
1979
5
P. Vieira de Almeida, J. M. Fernandes ––“História da Arte em Portugal “, Vol 14, “A
arquitectura moderna”- Publicações Alfa, Lisboa 1986, p.161
6
Ver “ «Dossier» Restelo”, Arquitectura, nº 130, 1974
7
Ver “«Telheiras/Epul»”, Arquitectura, nº 137, 1980
INDICE DE IMAGENS
Branco .................................................................................................................. 7
Monteiro................................................................................................................ 8
............................................................................................................................ 18
Figura 33 – Edifícios em banda em Olivais Sul e planta de uma torre (de B. Costa
Figura 35 – Torres isoladas em Olivais Sul (de F. Gomes da Silva e O. Rego Costa) 54
LIVROS:
1988
Perspectiva, 1989
Contexto, 1993
Ediciones, 1991
P. Vieira de Almeida –“A Arquitectura no Estado Novo. Uma leitura crítica”- Livros
Horizonte, 2002
REVISTAS:
Fevereiro de 1967
Outubro de 1979
N. Portas –“A Habitação Colectiva nos Ateliers da Rua da Alegria”- Jornal Arquitectos
CATÁLOGOS:
Exposição “Anos 60. Anos de Ruptura. Arquitectura Portuguesa nos anos 60”, LISBOA
de Serralves 1991