A História Do Campeonato Sul-Africano de Formula 1
A História Do Campeonato Sul-Africano de Formula 1
A História Do Campeonato Sul-Africano de Formula 1
campeonato
sul-africano
de formula 1
A HISTÓRIA DO CAMPEONATO SUL-AFRICANO DE FORMULA 1 ---
(PARTE 1/5)
http://continental-circus.blogspot.com/2015/12/a-historia-do-
campeonato-sul-africano.html
I - OS PRIMÓRDIOS
VI - A PASSAGEM DO TESTEMUNHO
I - OS PRIMÓRDIOS
Sem Formula 1 em 1966 por causa do novo circuito, esta voltou a contar
no calendário em 1967, sendo o primeiro do ano, e logo... no dia 2 de
janeiro. Na lista de inscritos estavam apenas quatro pilotos que
alinhavam nesse campeonato: os sul-africanos Luki Botha e Dave
Charlton, e os rodesianos John Love e Sam Tingle. Love alinhava com um
Cooper-Climax que tinha sido feito para correr na Tasman Series, com
um motor de 2,7 litros, bem menos potente do que os carros com 3 litros
que já existiam, mas que ainda eram muito frágeis em termos de
durabilidade. Contudo, esse motor era muito glutão e o consumo de
combustível era bem maior do que o normal, e para isso, Love tinha
arranjado um depósito de combustivel suplente para ver se conseguiria ir
até ao fim.
Quanto aos outros, Charlton e Botha tinham um Brabham-Climax cada
um, e Tingle alinhava com um LDS-Climax.
Apenas com 18 carros inscritos, era fácil para os locais conseguirem
resultados de relevo. E assim foi: Love ficou com o quinto tempo,
Charlton com o oitavo, ambos entrando no "top ten", entre os grandes
pilotos do pelotão da Formula 1. Para ficar com uma ideia, ambos ficaram
na frente de, por exemplo, Jackie Stewart!
Na partida, os Brabham ficaram na frente, com Dennis Hulme a
comandar as operações, com Surtees e Love logo a seguir. Brabham
despistou-se e caiu para o quarto posto, antes de desistir na volta 41,
enquanto que Love passou Surtees para ficar com o terceiro posto.
As coisas ficaram assim até à volta 59 quando Hulme começou a ter
problemas nos seus travões, obrigando-o também a parar, no sentido de
os reparar. O tempo perdido fez com que o líder fosse,
sensacionalmente... John Love! E num carro desfasado!
Nas voltas seguintes, a veterania de Love fez com que pudesse andar de
forma calma e consistente, poupando a mecânica enquanto podia e
mantendo as distâncias. E à medida que se aproximava do fim, parecia
que o impossível iria acontecer: uma vitória surpresa de um piloto que
não fazia qualquer temporada completa no Mundial de Formula 1.
Contudo, a sete voltas do fim, o sonho acabou. Love notou que o seu
Cooper não teria o combustível suficiente para chegar ao fim, e teve de ir
às boxes para fazer um reabastecimento. Assim sendo, a liderança caiu
nas mãos de outro piloto estreante nestas andanças, o mexicano Pedro
Rodriguez, a bordo de um Cooper-Maserati, e só teve de o levar até à
bandeira de xadrez, conseguindo estrear-se na galeria dos vencedores. E
Love chegou ao segundo posto, a sua melhor posição de sempre, e a
única vez que um rodesiano subia ao pódio de um Grande Prémio de
Formula 1.
Em termos do campeonato local, Love continuou com o Cooper, mas
trocou a meio do ano para ter um Brabham BT20, usado pela equipa
oficial em 1966, mas mesmo com o carro antigo, venceu três corridas,
antes de conseguir mais cinco com o carro novo, e sewndo campeão com
trinta pontos de avanço com o seu maior rival, Dave Charlton, a ser o
vencedor apenas no Rand Autumn Trophy e no Rand Spring Trophy,
ambos em Kyalami.
VI - A PASSAGEM DO TESTEMUNHO
Parecia que por esta altura não haveria rival para o piloto rodesiano a
não ser um seu compatriota, Sam Tingle, este um pouco mais velho do
que ele (em 1968 tinha 47 anos!), mas no horizonte já espreitava um
piloto com talento, mas sem uma máquina à altura, pois parecia que a
Gunston tinha dinheiro mais do que suficiente para conseguir as
máquinas mais desejadas da competição. A grande rival da Gunston era
a Scuderia Scribante, uma equipa feita no inicio da década por Neville
Lederle, para os seus carros, mas que depois foi gerido por Alex Blignaut,
que tinha sido piloto em 1963, sem resultados de relevo. Em 1966
passou para o dirigismo, quando Lederle abandonou o automobilismo,
mudando o nome para Scuderia Scribante e recrutando Dave Charlton
para ser seu piloto.
Nascido a 27 de outubro de 1936 em Brotton, no Yorkshire inglês,
Charlton veio para a África do Sul aos dez anos de idade. Cedo
abandonou a escola e envolveu-se no automobilismo, primeiro na
mecânica, e depois começando a competir, logo em 1960, aos 24 anos,
num Austin Healey, vencendo a sua primeira prova, em East London.
Contudo, só se virou para o campeonato em 1965, com um Lotus 20 da
Ecurie Tomahawk, não conseguindo qualificar-se para a corrida.
No ano seguinte, porém, foi para a Scuderia Scribante, onde ficaria o
resto da sua carreira, tornando-se no grande rival de John Love. Venceu
três corridas em 1966 (Khumalo, Lourenço Marques e Kyalami),
acabando no terceiro lugar do campeonato, e no ano seguinte, duas em
Kyalami (Rand Autumn Trophy e o Rand Spring Trophy), sempre num
Brabham BT11, acabando de novo no terceiro lugar, atrás de Love e
Tingle. Em 1968, a bordo de um Lola-Chevrolet, apenas venceu o Rand
Spring Trophy, em Kyalami.
Em 1969, a fasquia ficou bem elevada. A Gunston tinha comprado um
Lotus 49 para Love, e ele dominou a competição, enquanto que Charlton
apenas conseguiu uma vitória em Khumalo, com o seu Lola. Sabendo que
as coisas teriam de se mudar, se queriam quebrar o dominio de Love,
teriam de ficar a par em termos de máquina, senão superá-lo. Assim
sendo, também arranjaram a máquina do momento, um Lotus 49 ex-de
fábrica.
A temporada de 1970 parecia que iria ser como as outras, pois Love
vencera na prova de abertura, a 10 de janeiro, na Cape South Trophy,
em Killarney. Charlton tinha desistido, mas na Highveld 100, a 31 de
janeiro, em Kyalami, Charlton vencia, com Love em segundo, e o mesmo
resultado se repetiria na Coronation 100, em Pietmaritzburg. Mas a 6 de
junho, quando regressaram a Kyalami, para o South African Republic
Festival Trophy, Charlton foi segundo, numa corrida ganha por Pieter de
Klerk, mas o seu rival Love tinha sido apenas o sexto.
Apesar desta vantagem, parecia que tudo voltaria à estaca zero quando
desistiu na Bulawayo 100, em terras rodesianas, pois o vencedor tinha
sido Love. Mas a partir dali, Charlton venceu as cinco provas seguintes,
terminando o campeonato como vencedor, com 69 pontos contra os 37
de Love. Pela primeira vez desde 1964, havia um campeão diferente, e
Charlton, doze anos mais novo do que Love, era o símbolo do futuro.