Teste 3
Teste 3
Teste 3
Apartamento
É o domicílio particular localizado em edifício de um ou mais andares com mais de um
domicílio servido por espaços comuns (hall de entrada, escadas, corredores, portaria ou
outras dependências).
Considere também como apartamento o domicílio que se localiza em prédio de dois ou mais
andares em que as demais unidades não são residenciais e, ainda, aquele localizado em
edifícios de dois ou mais pavimentos com entrada independente para os andares.
Habitação em casa de cômodos ou cortiço
É a unidade localizada dentro de uma estrutura residencial multifamiliar, isto é, com moradia
de várias famílias diferentes, apresentando as seguintes características:
ƒ Uso comum de instalações hidráulica e sanitária (banheiro, cozinha, tanque etc.) na
mesma edificação;
ƒ Utilização do mesmo ambiente para diversas funções (dormir, cozinhar, fazer
refeições, trabalhar etc.); e
ƒ Várias habitações (domicílios particulares) construídas em lotes urbanos ou com
subdivisões de habitações em uma mesma edificação, geralmente alugadas,
subalugadas ou cedidas e sem contrato formal de locação.
Não deixe de considerar os critérios de separação e independência para individualizar os
domicílios corretamente.
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Manual do Recenseador
Estrutura residencial permanente
degradada ou inacabada
Essa categoria abarca estruturas permanentes
concebidas com fins residenciais, que
contam com a presença de moradores, mas
que tiveram:
ƒ elementos estruturais ou serviços
domiciliares comprometidos em
função da degradação;
ƒ construção interrompida enquanto
os seus elementos estruturais ainda
se encontravam incompletos.
Em ambos os casos, a estrutura pode ter
sido completada, de forma improvisada, pelos
moradores.
Porém, quando não há existência de moradores,
a edificação:
ƒ será classificada como “em Construção
ou Reforma” (se estiver inacabada);
ou
ƒ não será registrada (se estiver em
ruínas ou demolida).
Atenção
Não confunda Estrutura residencial permanente degradada ou inacabada
com domicílios envelhecidos ou em construção continuada, ou mesmo com
domicílios que estejam passando por ampliação ou reforma. Também não
confundir com habitações indígenas sem paredes, que são construídas de
acordo com os hábitos habitacionais de alguns povos indígenas.
A situação deve ser caracterizada pela ausência ou pelo desabamento de parte da cobertura
ou das paredes externas, ainda que tenham sido substituídas por material improvisado
(lonas, tapumes etc.), ou ainda pela inexistência de janelas e portas em paredes com vãos
destinados a elas em cômodos que estejam sendo utilizados para fins residenciais.
Em edifícios com 5 ou mais andares, a situação pode ser identificada também pela ausência
de elevador.
Habitação Indígena sem paredes ou Maloca
As habitações indígenas apresentam tamanhos diversos e podem ser simples e sem paredes,
com um ou mais cômodos, ou mais complexas, abrigando uma ou várias construções (com
uma cozinha no fundo, por exemplo).
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Manual do Recenseador
As habitações menores podem ser feitas com galhos de árvores e cobertas de palha, folhas
ou outros materiais (madeira, lona plástica, zinco etc.). As malocas maiores (podem ser
localmente denominadas palhoça, choupana, cabana, casebre ou outra denominação)
podem usar taquaras e troncos, cobertas de palmas secas ou palha e outros materiais. E
ainda ser utilizadas como habitação por várias famílias nucleares, que dividem o espaço
internamente com a ajuda de galhos, pequenos troncos ou pelas redes. Assim, pode-se
muitas vezes definir o número dos núcleos familiares pela quantidade de pontos de fogo no
interior da maloca.
Caso a habitação indígena não seja uma maloca e tenha paredes, selecione uma das opções
apresentadas acima (casa, apartamento, etc), de acordo com suas características.
Malocas e casas da Aldeia Sikaimabiú, Terra Indígena Yanomami, Monte Alegre – RR. Casas na Terra
Indígena Parabubure, Campinápolis/MT.
Atenção
No registro de endereços em terras e agrupamentos indígenas, pode ser
necessário registrar domicílios coexistentes em malocas ou divididos em
múltiplas edificações. Para mais informações sobre como identificar os
domicílios em habitações indígenas consulte o Manual do Recenseador PCT.
O tipo “habitação indígena sem paredes ou maloca” pode estar presente
tanto em setores de terras e agrupamentos indígenas quanto em outros setores
com possível presença indígena pré-identificados pelo IBGE e é considerado
como uma edificação de Domicilio Particular Permanente.
Regionalmente, o termo “maloca” pode significar habitação precária. Entretanto,
nas pesquisas domiciliares do IBGE, ele reflete exclusivamente habitação
indígena. Portanto, nenhuma habitação indígena deve ser classificada
como Domicílio Particular Improvisado Ocupado.
Acabamos de ver todas as espécies de Domicílio Particular Permanente e conhecemos
também os seus diversos Tipos de Edificação. Agora vamos ver as espécies Domicílio
Particular Improvisado Ocupado e Domicílio Coletivo (com e sem morador).
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CD-1.09
Manual do Recenseador
II. Domicílio Particular Improvisado Ocupado – DPIO
É aquele domicílio que pode estar localizado em:
ƒ edificação que não tenha dependências destinadas exclusivamente à moradia (por
exemplo, dentro de um bar, uma loja, um depósito, um escritório, etc.);
ƒ uma estrutura móvel;
ƒ em calçadas, praças ou viadutos; ou
ƒ em abrigos naturais (como grutas ou cavernas).
Atenção
Vale lembrar que os domicílios improvisados só serão registrados se, na data de
referência, estiverem ocupados por moradores (estando ou não presentes
no momento da visita), caso contrário, eles não devem ser registrados.
Importante
Estruturas como barracas, tendas etc., em locais de trabalhos temporários,
como em garimpos, onde as pessoas possuam outro local de residência
habitual, não devem ser registrados como Domicílios Improvisados.
II.a) Categorias dos Domicílios Particulares Improvisados Ocupados – DPIO
As mesmas categorias utilizadas para os Domicílios Particulares Permanentes Ocupados
com o objetivo de organizar o trabalho de cobertura do setor e garantir a realização de todas
as entrevistas serão utilizadas para os Domicílios Particulares Improvisados.
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Manual do Recenseador
Dessa forma, após a classificação de um domicílio como DPIO, o Recenseador deverá
selecionar uma das seguintes opções:
Atenção
Caso não seja possível realizar a entrevista, faça o registro do DPIO no cadastro
de endereços, selecionando a opção agendamento ou não foi possível realizar
a entrevista com a justificativa Ausência ou Recusa, conforme a situação, para
que possa retornar a este domicílio até que consiga realizá-la. Se este domicílio
improvisado for dentro de um estabelecimento, faça também o registro dessa
espécie encontrada. Exemplos: Estabelecimento de Outras Finalidades (EOF),
Estabelecimento Religioso (ERELIG), Estabelecimento Agropecuário (EAGRO)
etc.
Importante
Para os casos de domicílios improvisados ocupados em que não foi possível
realizar a entrevista, solicite sempre que possível, o número de moradores.
II.b) Retorno aos Domicílios Improvisados Ocupados
O retorno aos domicílios Improvisados ocupados deve acontecer da mesma forma que no
DPPO, obrigatoriamente nos seguintes casos:
ƒ Questionário web solicitado pelo morador, mas não finalizado;
ƒ Questionário pendente;
ƒ Agendamento;
ƒ Morador ausente.
Após selecionada a espécie Domicílio Particular Improvisado Ocupado, você também deverá
selecionar o tipo de edificação do domicílio improvisado.
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II.c) Tipos de edificação do Domicílio Particular Improvisado Ocupado
ƒ tenda ou barraca de lona, plástico
ou tecido – abrigo feito de lona, náilon
ou materiais similares de construção
leve e facilmente removível, como,
por exemplo, os utilizados em acampamentos
de sem-terras, ciganos, etc.
Não deve ser confundida com “barracos”
de madeira aproveitada ou outro
material sólido precário em terrenos
particulares, que devem ser classificadas
como domicílio particular permanente.
Apesar das tendas ciganas
serem culturalmente adequadas à habitação,
para o censo elas serão consideradas
DPIO pela sua mobilidade;
ƒ estrutura improvisada em logradouro
público, exceto tenda ou
barraca de lona ou tecido – essa
categoria abarca construções de tapume,
lata, zinco, tijolos ou outros
materiais, em calçadas, praças, viadutos
etc.
ƒ dentro do estabelecimento em
funcionamento – espaço não destinado
à moradia ou simplesmente
uma acomodação (cama, colchão ou
saco de dormir) dentro de um estabelecimento;
ƒ estrutura não residencial permanente
degradada ou inacabada:
aplicada às estruturas industriais ou
comerciais abandonadas ou inacabadas
que estejam servindo como moradia
sem a devida adaptação. Inclui
fábricas, galpões, prédios de escritório
etc.;
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Manual do Recenseador
ƒ veículos (carros, caminhões, ônibus,
trailers, barcos, etc.);
ƒ outros (abrigos naturais e outras
estruturas improvisadas) – qualquer
dependência que não tenha finalidade
de moradia mas que esteja
servindo como tal. Exemplo: gruta,
cocheira, ruínas de construções não
residenciais, paiol etc.
Atenção
Não confundir estrutura não residencial permanente degradada ou
inacabada, que é considerada (DPIO), com estrutura residencial permanente
degradada ou inacabada, que é considerada (DPP).
Atenção
Quando os moradores residem em cômodos exclusivamente destinados a
moradia, localizados aos fundos ou acima de estabelecimentos comerciais em
funcionamento, deve-se classificar como um domicílio particular permanente.
A classificação de domicílio improvisado dentro de estabelecimento
comercial deve ser aplicada apenas quando os moradores residem em
cômodos utilizados pelo próprio estabelecimento, como por exemplo nos
casos de pessoas residindo em depósitos de lojas, cozinhas de bares, etc.
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11.2.2. Domicílio Coletivo
É uma instituição ou estabelecimento onde a relação entre as pessoas que nele se
encontravam, moradoras ou não, na data de referência era restrita a normas de
subordinação administrativa. Pode ser classificado como com ou sem morador.
Os Domicílios Coletivos podem, portanto, ser classificados em duas espécies distintas:
ƒ Domicílio Coletivo com Morador – DCCM;
ƒ Domicílio Coletivo sem Morador – DCSM.
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Tipos de edificação para os Domicílios Coletivos:
ƒ abrigo, albergue ou casa de passagem
para população em situação de rua;
ƒ abrigo, casas de passagem ou república
assistencial para outros grupos vulneráveis
(migrantes, refugiados etc.);
ƒ clínica psiquiátrica, comunidade terapêutica
e similar – instituição de
internação por motivos psiquiátricos
ou de dependência química;
ƒ asilo ou outra instituição de longa
permanência para idosos;
ƒ orfanato e similar;
ƒ unidade de internação de menores;
ƒ hotel ou pensão;
ƒ penitenciária, centro de detenção e
similar;
ƒ alojamento de trabalhadores;
ƒ quartel ou outra organização militar;
ƒ outro.
Atenção
Acampamentos serão considerados domicílios coletivos, desde que estejam
sujeitos a normas de subordinação administrativa, como por exemplo,
acampamento de refugiados administrado por ONGs.
Para ser considerado Domicílio Coletivo com Morador – DCCM, tem que existir pelo menos
um grupo familiar ou um indivíduo nele residindo.
Para isso, serão considerados:
ƒ Grupo familiar em domicílio coletivo
– é o conjunto de pessoas que se
relacionam por laços de parentesco,
residindo em uma ou mais unidades
do Domicílio Coletivo. Neste caso,
será coletado um questionário para
o grupo familiar.
ƒ Morador Individual em domicílio
coletivo – é a pessoa que reside
em Domicílio Coletivo, ainda que
compartilhando a unidade com
outra(s) pessoa(s) com a(s) qual(is)
não tenha laços de parentesco. Neste
caso, será coletado um questionário
para cada indivíduo.
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Manual do Recenseador
Atenção
Só considere a espécie Domicílio Coletivo com Morador depois da realização
da entrevista. Caso não seja possível realizar a entrevista, registre o domicílio
como Domicílio Coletivo Sem Morador até que consiga fazê-la.
Considerando que os domicílios coletivos são estabelecimentos com normas administrativas
de convivência, eles podem atender também à caracterização de outra(s) espécie(s).
Sobre a classificação das espécies de estabelecimentos, devemos considerar que é possível
que um endereço possua mais de uma espécie. Assim, veremos que os domicílios coletivos
requerem atenção especial na caracterização de uma ou mais espécies para o mesmo
endereço.
Para o preenchimento do formulário de domicílio coletivo consulte o capítulo 5 “Entendendo
o Formulário de Domicílio Coletivo” no Manual da Entrevista.
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12. ESTABELECIMENTO
Observe as ilustrações a seguir e pense em como você classificaria as unidades representadas.
Essas unidades são classificadas como estabelecimentos, ou seja, edificações utilizadas
para fins não domiciliares. Por exemplo: escolas, prédios e lojas comerciais, postos de
saúde, igrejas etc.
Observe o esquema a seguir e veja como são classificados os estabelecimentos:
Estabelecimento
Religioso
Ensino
Agropecuário
Outras Finalidades
Saúde
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12.1. Estabelecimento Agropecuário – EAGRO
É toda unidade de produção, independentemente de tamanho, situação jurídica ou
localização (em área urbana ou rural) dedicada, total ou parcialmente, a atividades agrícolas,
pecuárias, florestais ou aquícolas.
Para que a unidade de produção seja classificada como estabelecimento agropecuário, é
necessário que, além da atividade agrícola, florestal, aquícola ou de pecuária, essa unidade
tenha uma edificação localizada no terreno, como sede, casa de morador, armazém, galpão,
curral etc.
Ao identificar um estabelecimento agropecuário, é importante se certificar de que ele faz
parte do setor censitário em coleta. Esta observação é particularmente importante para os
estabelecimentos agropecuários porque, não raro, há unidades que ocupam grandes áreas
que podem ir além dos limites do setor censitário e até mesmo do município em trabalho.
Nestes casos, será necessário avaliar a qual setor censitário o estabelecimento pertence,
pois:
ƒ quando existir uma sede na área do estabelecimento (local destinado à administração
dos trabalhos, sendo, frequentemente, a própria casa do produtor), o endereço
pertencerá ao setor no qual a sede está localizada;
ƒ quando existirem outras construções, mas não uma sede (galpão, curral, armazém
etc.), o estabelecimento pertencerá ao setor censitário onde a maior parte de sua
área está localizada.
Lembrando que a captura de coordenadas geográficas – ação que faz parte do registro dos
endereços – dos estabelecimentos agropecuários também exige orientações específicas. A
captura deve ser feita preferencialmente na edificação que assume a função de sede do
estabelecimento agropecuário, que, por sua vez, pode ter diversas edificações em sua área.
Esta orientação é importante, pois há estabelecimentos com grandes áreas onde a captura
de coordenadas em um ponto bem definido é especialmente importante para a localização
da sede e para verificar o pertencimento do estabelecimento ao setor.
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Manual do Recenseador
Atenção
Não são classificados como agropecuários os estabelecimentos sem qualquer
edificação, como os de cultivo em várzeas intermitentes, de criação de abelhas,
de extração de frutas e de lenha de matas nativas etc.
Por outro lado, devem ser registrados separadamente como endereços de
estabelecimentos agropecuários aqueles com áreas descontínuas e com
edificações, mesmo que estejam sob responsabilidade da mesma pessoa e que
as áreas estejam localizadas no mesmo setor censitário.
Além disso, endereços que possuem a finalidade de desenvolver atividades
produtivas agropecuárias, florestais ou aquícolas devem ser registrados como
estabelecimentos agropecuários independentemente de serem produtivos ou
não na data de referência e independente e do destino da produção (venda ou
subsistência).
São consideradas atividades agropecuárias, florestais ou aquícolas:
ƒ o cultivo do solo com culturas permanentes ou temporárias, hortaliças, flores, plantas
medicinais e ornamentais;
ƒ o cultivo de vegetais em água (hidroponia) e em outros meios;
ƒ a criação, recriação ou engorda de animais de grande, médio e pequeno porte;
ƒ a criação de peixes (os “pesque-pague” só serão considerados quando houver criação
de peixes), crustáceos e moluscos;
ƒ a criação de animais silvestres em cativeiro (jacaré, ema, perdiz, capivara, cateto,
queixada e outros);
ƒ a criação de animais exóticos (avestruz, faisão, pavão, javali e outros); e
ƒ a exploração de matas e florestas nativas ou plantadas.
Não são consideradas atividades agropecuárias, florestais ou aquícolas:
ƒ a criação de animais domésticos, como pássaros, cães, gatos;
ƒ a criação de animais destinados a experiências de laboratórios, produção de soros,
vacinas etc.;
ƒ o confinamento de gado de terceiros, pois é serviço prestado aos produtores rurais
(caracteriza estabelecimento, mas não agropecuário); e
ƒ a pesca.
Atenção
Os quintais de residências com pequenos animais domésticos e as hortas
domésticas não são considerados estabelecimentos agropecuários.
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Manual do Recenseador
É importante ter o cuidado de diferenciar esta situação onde a produção do quintal é
destinada ao passatempo e satisfação dos moradores daquela de subsistência. A
produção de subsistência é aquela na qual a produção é voltada a atender às necessidades
vitais do produtor e sua família, ou seja, aquela que serve como a base de sua alimentação.
Eventualmente, parte desta produção pode ser comercializada por venda ou troca. Nesse
caso, a satisfação das necessidades do núcleo familiar depende totalmente ou em maior
parte desta atividade.
Atenção
Nos setores rurais, é comum encontrar endereços que são, ao mesmo tempo,
Estabelecimento Agropecuário e Domicílio, que serve de residência ao produtor.
Nesses casos, o domicílio é a sede do estabelecimentos que:
Além disso, é possível também encontrar estabelecimentos agropecuários
associados a outras atividades econômicas, como estabelecimentos que:
ƒ Pertencem a indústrias;
ƒ prestam outros serviços (tal como o de confinamento); e
ƒ desempenham outras atividades produtivas (como agroindústria rural).
No registro de um estabelecimento agropecuário, seja ele associado a um domicílio ou
não, o nome do responsável pelo estabelecimento será necessário. O responsável
pelo estabelecimento não precisa ser necessariamente seu proprietário ou responsável
financeiro, mas qualquer produtor ou administrador capaz de prestar informações sobre o
estabelecimento.
Cada estabelecimento deve ser identificado também com o nome específico pelo qual é
conhecido o sítio, a chácara, a fazenda ou o empreendimento. Esse nome tem que ser
preciso. Não utilize expressões genéricas como “criação de bois”, “cultura de laranja”, “horta”
etc.
Atenção
É preciso estar atento para a diferença entre propriedade rural e estabelecimento
agropecuário. Por um lado, uma propriedade rural pode não se caracterizar
como um estabelecimento agropecuário, já que, para tal, precisaria ter
ao menos uma edificação e, como objetivo, a produção comercial e/ou de
subsistência. Por outro lado, uma propriedade rural pode conter em sua área
mais de um estabelecimento agropecuário. Isto é, pode conter mais de uma
unidade produtiva.
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Manual do Recenseador
12.1.1. Como registrar estabelecimentos agropecuários de
exploração comunitária?
Para realizar o registro de endereços que possuem estabelecimentos agropecuários
cuja exploração é comunitária (uma mesma área explorada em conjunto por diferentes
produtores), considere dois critérios:
Quando as famílias trabalharem em conjunto numa mesma área e dividirem a
produção, deve ser registrado apenas um estabelecimento agropecuário; ou
Quando as famílias ocuparem uma mesma área e cada uma tomar a decisão sobre
o que plantar e sobre o destino dado à sua produção individualmente, deve ser
registrado um estabelecimento agropecuário para cada família.
Essas situações ocorrem com alguma frequência em áreas ocupadas por Povos e
Comunidades Tradicionais e em reservas, dentre as quais destacam-se as indígenas
e as extrativistas. Portanto, como orientação geral, sempre que você identificar um
estabelecimento agropecuário associado a um povo ou comunidade tradicional, investigue
a sua forma de organização quanto à exploração comunitária e procure registrar no nome
do estabelecimento (visto adiante) que ele está associado a uma forma de tradicionalidade.
12.2. Estabelecimento de Ensino – EENSINO
É uma edificação utilizada com a finalidade de ensino/educação para cursos regulares,
independentemente de pertencer ao setor público, ao privado ou a fundações educacionais,
como, por exemplo, escolas de educação infantil (em pré-escolas), ensino fundamental e
médio (inclusive formação profissional técnica de nível médio), universidades, escolas
técnicas e academias militares. No caso de aldeias ou comunidades indígenas, mesmo que
uma edificação com atividade de ensino regular não possua paredes, ela deve ser registrada
como Estabelecimento de Ensino.
Escola Municipal Farroupilha, Viamão – RS Professor e alunos em escola indígena sem paredes
Procure identificar com clareza que tipo de estabelecimento de ensino você está registrando
na espécie. Para o IBGE, é importante que seja possível diferenciar as universidades das
unidades da educação técnica ou básica (de nível médio, fundamental ou infantil), bem como
os estabelecimentos de ensino associados aos Povos e Comunidades Tradicionais indígenas
e quilombolas. Em geral, o próprio nome oficial da instituição traz a identificação, mas pode
ser necessário incluir esta informação.
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Manual do Recenseador
Não se caracterizam como estabelecimento de ensino as edificações que estejam sendo
utilizadas para a prática informal de aulas de reforço ou para cursos de formação
profissional, tais como: inglês, informática, artesanato etc. Neste caso, são estabelecimentos
que atendem a outras finalidades.
Atenção
As creches só serão consideradas como estabelecimento de ensino quando
forem oferecidas em um estabelecimento formalizado, ou seja, a atividade de
cuidar de crianças em casa ou organizada informalmente em outros ambientes
por famílias para oferecer cuidados enquanto responsáveis estão ausentes a
trabalho ou por outro motivo não devem ser registradas como estabelecimento
de ensino. É o caso de “cuidadoras de crianças”, “mães crecheiras” ou “creches
parentais”, por exemplo, que devem ser registradas como estabelecimentos de
outras finalidades quando realizadas em local destinado exclusivamente a este
fim.
Estabelecimentos de Ensino podem, ao mesmo tempo, abrigar outras espécies, como
a de Domicílio Coletivo nos casos de internatos. É fundamental verificar sempre se o
estabelecimento se enquadra na caracterização de outra espécie e registrá-la em caso
positivo.
12.3. Estabelecimento de Saúde – ESAUDE
É uma edificação utilizada com a finalidade de ações na área de saúde. Abrange todos os
estabelecimentos de saúde, independentemente de pertencerem ao setor público ou ao
privado, que prestam atendimento a pacientes em regime ambulatorial, clínico, internação,
emergência ou serviço de apoio à diagnose e terapia. Deve possuir instalações físicas
exclusivas e com profissional de saúde para o atendimento de pacientes.
São exemplos:
ƒ clínicas médicas;
ƒ consultórios;
ƒ postos de saúde;
ƒ clínicas de radiologia, de exames
laboratoriais, psicoterápicas,
odontológicas;
ƒ prontos-socorros;
ƒ hospitais;
ƒ casas de saúde indígena;
ƒ polos base de saúde indígena; e
ƒ outros.
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CD-1.09
Manual do Recenseador
Procure identificar com clareza que tipo de estabelecimento de saúde você está registrando
na espécie. Para o IBGE, é importante que seja possível diferenciar os exemplos citados
acima, inclusive aqueles associados à saúde de Povos e Comunidades Tradicionais. Em
geral, o próprio nome oficial da instituição traz a identificação, mas pode ser necessário
incluir esta informação.
Atenção
Os estabelecimentos de saúde com internação são classificados também
como Domicílio Coletivo com ou sem morador, conforme o caso.
12.4. Estabelecimento Religioso – ERELIG
É um local, edificação ou parte de edificação, utilizado com a finalidade exclusiva de
congregar pessoas que comunguem da mesma fé ou crença para a realização de cultos e
rituais religiosos.
Exemplos: igrejas, congregações espíritas, templos budistas, sinagogas, mesquitas, terreiros,
casas de reza, etc.
Atenção
A prática eventual de cerimônias religiosas sem local exclusivamente destinado
a este fim em domicílio particular não caracteriza a unidade como um
estabelecimento religioso.
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Manual do Recenseador
12.5. Estabelecimento de Outras Finalidades – EOF
É uma edificação utilizada para outros fins que não se enquadrem nas opções anteriores,
como oficinas mecânicas, bancos, farmácias, escritórios, associações, lojas e comércio em
geral etc.
Vale destacar que, na última operação censitária (2010), os estabelecimentos religiosos
foram registrados como estabelecimentos de outras finalidades. Portanto, nesta operação,
não será raro encontrar estabelecimentos religiosos com a espécie de outras finalidades,
que deverá ser alterada para a finalidade atual.
Atenção
A prática de atividades econômicas informais em domicílio particular, sem
local destinado exclusivamente a esse fim, não caracteriza a unidade como
um estabelecimento de outras finalidades.
12.6. Dados do estabelecimento - Nome
O Nome do Estabelecimento identificará se a unidade é, por exemplo, uma escola da rede
municipal, uma farmácia ou uma loja de roupas. Observe abaixo os exemplos de como
preencher o Nome do Estabelecimento:
Estabelecimento Identificar como:
Agropecuário Fazenda Bom Pastor; Sítio Ferreira
De Ensino Escola Municipal Barão do Rio Branco; Colégio Indígena
Estadual Karai Kuery Renda; Escola Estadual Quilombola
Professora Rosa Doralina; Colégio Santo Inácio
De Saúde Hospital Municipal Rio Negro; Casa de Saúde do Índio
de Brasília (Casai/DF); Unidade de Saúde da Família de
Conceição das Crioulas
Religioso Igreja de Santo Antônio; Casa de Candomblé Ilê Omiojuaro,
Centro de Umbanda Caminho de Aruanda, Casa de Reza
da Aldeia Taturi
De Outras Finalidades Papelaria Matos; Bar do Zé; Padaria Bom Gosto; Galeria
Santa Fé; Prefeitura Municipal de Contagem
Atenção
Quando um estabelecimento não estiver sendo utilizado (vago), será
caracterizado como estabelecimento de outras finalidades e terá como nome
o termo “Vago”.
Não confundir com o Domicílio Particular Permanente Vago.
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CD-1.09
Manual do Recenseador
Não utilize expressões genéricas para um estabelecimento em funcionamento, como, por
exemplo, “loja”. Identifique-o corretamente como “Comercial Bela Vista” (como na imagem
abaixo). Nos casos de estabelecimentos que não possuem um nome, identifique-o pelo
ramo da atividade, como “loja de roupa infantil” por exemplo.
Quando especificado, o tipo de tradicionalidade deve acompanhar o Nome do
Estabelecimento. Isto é frequente nos estabelecimentos (ensino, saúde etc.) localizados em
territórios de povos tradicionais.
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Manual do Recenseador
Atenção
Ao identificar o nome dos estabelecimentos, não utilize expressões que
possuam informações sigilosas. Os informantes devem ter suas informações
pessoais preservadas no nome do estabelecimento, salvo nos casos em que este
seja de fato o nome do estabelecimento. Por exemplo, o nome “Marcenaria José
Souza” só deve ser registrado caso este seja de fato o nome do estabelecimento
indicado oficialmente. Lembre-se de que o IBGE tem compromisso legal e
institucional assumido com a preservação do sigilo de seus informantes.
12.7. Dados do estabelecimento – Indicador do Endereço
Antes de terminarmos de estudar as formas de estabelecimento, veremos como registramos
estabelecimentos que se repetem em um mesmo endereço.
O indicador de endereço determina se uma mesma espécie ocorre uma ou mais vezes
em um mesmo endereço. Você utilizará este conceito apenas para estabelecimentos de
ensino, de saúde, religioso e de outras finalidades. Um bom exemplo é o de um shopping
que contenha, além de lojas, alguns consultórios médicos. Assim, a espécie poderá ter um
indicador de endereço:
ƒ Único - quando a espécie ocorre uma única vez no endereço;
ƒ Múltiplo:
ƒ até dez estabelecimentos – quando a mesma espécie ocorre de duas a dez vezes
no endereço;
ƒ mais de dez estabelecimentos – quando a mesma espécie ocorre mais de dez
vezes no endereço; e
ƒ quantidade desconhecida – quando não é possível identificar o número de
ocorrências da espécie no endereço.
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CD-1.09
Manual do Recenseador
Para que você entenda melhor, observe os exemplos de indicadores de endereço:
a) Uma galeria comercial com 15 lojas e um consultório médico:
ƒ Registro para a galeria comercial, que é classificada como estabelecimento de outras
finalidades, terá o indicador de endereço assinalado na categoria mais de dez
estabelecimentos.
ƒ Consultório médico, classificado como estabelecimento de saúde, terá o indicador
de endereço único.
b) Um shopping com 60 lojas, oito consultórios médicos e uma faculdade:
ƒ O registro para o shopping será classificado como estabelecimento de outras
finalidades e terá o indicador de endereço assinalado na categoria mais de dez
estabelecimentos.
ƒ Os consultórios médicos são classificados como estabelecimento de saúde e terão o
indicador de endereço assinalado na categoria de até dez estabelecimentos.
ƒ A faculdade, que é classificada como estabelecimento de ensino, terá o indicador de
endereço único.
Perceba que, em ambos os exemplos, o da galeria e o do shopping, o correto seria registrar
somente um endereço com mais de uma espécie, indicando quantas vezes cada espécie
se repete (único ou múltiplo). Ou seja, não é necessário registrar um endereço para cada
espécie e nem um endereço para cada repetição da mesma espécie, basta um registro.
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Manual do Recenseador
13. EDIFICAÇÃO EM CONSTRUÇÃO OU EM
REFORMA - ECR
Edificação em construção é toda futura edificação, considerada a partir da fundação, com
a obra em andamento ou não concluída na data de referência. Edificação em reforma é o
imóvel que, apesar de construído, estava passando por uma obra de manutenção na data
de referência.
Atenção
A edificação em construção ou reforma só será caracterizada como tal se não
houver morador. Quando há morador na data de referência e a edificação está
em reforma ou construção, considere como Domicílio Particular Permanente
Ocupado, de acordo com os critérios desta espécie, já vistos.
13.1. Uso Planejado da Edificação
Você deverá se informar sobre qual o uso planejado para a edificação:
Residencial – quando o imóvel estiver destinado a servir unicamente para moradia;
Não Residencial – quando o imóvel estiver destinado unicamente para fins não
residenciais. Exemplos: lojas, consultórios etc.;
Misto – quando o imóvel estiver destinado tanto para fins residenciais quanto para
fins não residenciais. Exemplo: prédio com lojas e apartamentos residenciais; e
Indeterminado – quando não estiver ainda definido o destino que será dado ao
imóvel ou quando não for possível obter a informação.
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Manual do Recenseador
13.2. Indicador de Construção ou de Reforma
O indicador de construção ou de reforma determina se há uma única unidade ou várias
unidades em construção ou em reforma no mesmo endereço.
Assim, a unidade poderá ter um indicador de construção ou de reforma, nas seguintes
categorias:
ƒ Único – quando a construção ou
reforma for de apenas uma unidade
no endereço;
ƒ Múltiplo:
ƒ até dez unidades – quando
a construção ou reforma
ocorrer em até dez unidades no
endereço;
ƒ mais de dez unidades – quando
a construção ou reforma ocorrer
em mais de dez unidades no
endereço; e
ƒ quantidade de unidades
desconhecida – quando não
é possível identificar quantas
unidades estão em construção
ou reforma.
13.3. Endereço com mais de uma espécie
Em um mesmo endereço, poderão existir duas ou mais espécies. Esta situação ocorrerá
quando nesse endereço forem verificadas características que se enquadram no conceito de
mais de uma espécie. Por exemplo: um colégio religioso e uma igreja no mesmo endereço.
Nesse caso, se a diferenciação entre as duas unidades distintas através do uso do
complemento do endereço (elemento e valor) não se aplicar, individualizando cada uma
das espécies em endereços distintos, você deverá incluí-las no mesmo endereço, ou seja,
o estabelecimento de ensino (colégio religioso) e o estabelecimento religioso (igreja) farão
parte de um mesmo endereço.
Nas unidades domiciliares, só poderá existir um registro de uma única espécie de domicílio
para cada endereço. Assim, caso você identifique duas unidades domiciliares ocupando um
mesmo terreno, precisará diferenciá-las utilizando os componentes do endereço para esta
distinção (modificador, complemento ou ponto de referência, mais especificamente), o que
resultará em dois registros de endereços distintos.
Ao longo deste manual, estudamos o conceito de cada uma das espécies possíveis em um
endereço e a possibilidade de espécies diferentes coexistirem em um mesmo endereço.
Vejamos com mais clareza alguns exemplos práticos:
Domicílios Particulares Permanentes
ƒ Podem estar associados a espécies de estabelecimentos, desde que exista edificação
ou área especificamente destinada a esta função.
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ƒ A associação entre Domicílio e Estabelecimento Agropecuário é frequente nas áreas
rurais.
ƒ Endereços domiciliares com parte da edificação destinada permanentemente a
pequenas vendas são também Estabelecimentos de Outras Finalidades.
ƒ Endereços domiciliares com parte da edificação destinada permanentemente a
atividades religiosas regulares são também Estabelecimentos Religiosos.
Domicílios Particulares Improvisados
ƒ _________Podem estar associados a quaisquer estabelecimentos quando existir morador
residindo de forma improvisada nas dependências do estabelecimento, sem área da
edificação especificamente destinada a moradia.
ƒ Exemplos: área não residencial de uma fábrica, galpão, oficina, bar, restaurante etc.
Domicílios Coletivos
ƒ Podem, frequentemente, ser associados a Estabelecimentos.
ƒ Hotéis, Pensões e similares são também Estabelecimentos de Outras Finalidades,
pois são instituições que prestam serviços.
ƒ Hospitais, Clínicas e similares que possuam internação são também Estabelecimentos
de Saúde;
ƒ É possível que Estabelecimentos de Ensino e Estabelecimentos Religiosos atendam
também às características de domicílio coletivo, sendo sempre necessário caracterizar
todas as espécies quando seus conceitos estiverem atendidos.
Mais de um Estabelecimento no mesmo endereço
ƒ Além de ser frequentemente associado a domicílio, um Estabelecimento Agropecuário
pode frequentemente estar associado a Estabelecimentos de Outras Finalidades,
como quando funciona também como agroindústria, quando possui edificação
destinada à venda da produção ou quando pertence a uma indústria localizada no
mesmo endereço, por exemplo.
ƒ Estabelecimentos de Ensino, Saúde e/ou Religiosos podem, além da já mencionada
possível associação com Domicílios Coletivos, prestar outros tipos de serviços,
como cursos livres (que caracterizam Estabelecimento de Outras Finalidades), ou
estar associados entre si. Por exemplo, um Hospital com internação associado a
determinada religião, onde há um templo com atividades permanentes.
ƒ Já observamos também o exemplo de Shoppings Centers, quando foi destacado o
uso do Indicador do Endereço no registro da espécie.
Atenção
Há no anexo 1, ao final do manual, orientações sobre o “Procedimento do DMC”
envolvendo a temática “Inclusão de mais de uma Espécie”.
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14. PENDENTE DE ESPÉCIE DA UNIDADE VISITADA
– PEUV
É uma edificação cuja espécie não foi possível identificar no momento da coleta. É muito
importante que todas as unidades encontradas sejam corretamente identificadas. Se forem
esgotadas todas as possibilidades de classificação de uma unidade e, ainda assim, você não
souber como caracterizá-la, é possível identificá-la como pendente de espécie.
Atenção
Na impossibilidade de definir a espécie, identifique a unidade como “Pendente
de Espécie”, porém nunca deixe de confirmar um endereço por esse motivo.
No entanto, essa situação é temporária e deverá ser solucionada até o término da coleta.
O setor não poderá ser concluído enquanto essa unidade estiver pendente de espécie,
sem que uma das outras espécies válidas seja atribuída e sem que o questionário seja
devidamente aplicado, caso necessário.
Atenção
Há no anexo 1, ao final do manual, orientações sobre o “Procedimento do DMC”
envolvendo a temática “Registro de Espécies”.
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