Coronavírus Felino
Coronavírus Felino
Coronavírus Felino
O coronavírus felino se divide em dois sorotipos > coronavírus entérico felino (diarreia leve em gatos > mais comum), o
outro é o da PIF > enfermidade fatal.
Enterite por Coronavírus: causada pelo coronavírus entérico, muito comum em gatos domésticos. É infecciosa, que
acomete o trato intestinal dos animais, de baixa letalidade, mas tem alta soropositividade.
PIF: enfermidade infectocontagiosa sistêmica, de felídeos, causando elevada mortalidade.
Características: são enfermidades não zoonóticas, são importantes para os felinos, por ter uma dificuldade de controle do
vírus, pois se dissemina muito rápido, e há uma dificuldade de diagnostico > para diferenciar entre um e outro. A característica de
mutação do vírus entérico, pode levar ao aparecimento do vírus da PIF, que não te tratamento especifico, só o de suporte, mas não
leva a cura.
Distribuição: mundial, afetando populações selvagens de vida livre ou mantidos em cativeiro. Aumento de prevalência
nos últimos anos. Vírus facilmente transmissível > altamente contagioso.
Etiologia: possui alta taxa de recombinação > favorece mutação > faz com que o vírus entérico, sorotipo 1, dê origem ao
da PIF > sorotipo 2. As diferentes cepas tem amplo espectro de virulência > o coronavírus entérico > enterite de gravidade
variável, mas com uma mortalidade baixa; a peritonite infecciosa felina > vários órgãos e tecidos dos felinos + alta mortalidade. A
partir do coronavírus entérico felino, podemos ter enterites leves, ou insignificantes, ou, o vírus pode sofrer mutações e originar o
vírus da PIF > doença sistêmica fatal. Essa mutação ocorre espontaneamente, no genoma do vírus, durante a replicação no interior
do organismo do animal. a mutação também ode ocorrer por uma recombinação entre o vírus entérico felino e o coronavírus
canino.
Epidemiologia: vírus amplamente distribuído em diversos países > onipresente. Gatos em ambiente domestico > 25 a 40%
de sorologia positiva para coronavírus felino. Gatos de gatis > 80 a 100% de soropositividade. A PIF é relativamente rara. A alta
exposição do vírus ocorre em todas as populações felinas. As infecções naturais ocorrem por contato do felino com o sorotipo
entérico. A aquisição da variante da PIF é incomum, o que costuma ocorrer é por meio da mutação do entérico.
Coronavírus Entérico Felino
Fisiopatologia: possui tropismo pelas células epiteliais das vilosidades intestinais, fazendo sua replicação. Com isso, o
animal pode apresenta diarreia e vomito, ou, ainda, pode ter a infecção assintomática. Mesmo sendo assintomático, podem
eliminar o vírus nas fezes > filhotes contaminados fazem alta disseminação do vírus nas fezes, e a maioria dos felinos faz a
disseminação entre 2 a 3 meses. A partir da contaminação do felino com o vírus entérico, podemos ter: alguns felinos podem ser
resistentes, de 5 a 10%; 70% apresenta infecção transitória; 13% apresentam infecção persistente > portador saudável; 5 a 10%
pode passar pela mutação e ser acometido pela PIF.
Transmissão: a disseminação é por meio das fezes > fontes de infecção > alimentos e água contaminada com fezes
contendo o vírus. eliminação tem inicio aos o segundo dia de infecção, ocorrendo de 70 a 100% em gatis. Porta de entrada se da
por via oral. Felinos mais suscetíveis > de 3 a 16 meses, ou os gatos mais idosos, algumas raças > persas, himalaias e bengal,
animais de abrigo (alta disseminação > replicação acentuada > mutação), animais imunocomprometidos > FiV e FeLV e animais
que são submetidos a situações de estresse.
Sinais clínicos: infecções inaparentes; diarreia transitória, leve e autolimitante; má absorção, vômitos (raros), quadros
graves não responsivas à tratamento (incomum), sinais respiratórios.
Diagnostico: excluir outras causas de diarreia nos animais. Pode ser feito por ELIS, imunofluorescência indireta, e PCR
rápido.
Peritonite Infecciosa Felina
Definição: causa uma doença infecciosa contagiosa, sendo sistêmica e imunomediada, acometendo vários sistemas e
órgãos do animal > animal desenvolve vários sinais clínicos. A enfermidade tem início insidioso, onde o animal apresenta febre
persistente, com uma reação piogranulomatosa tecidual nas membranas serosas de vários órgãos, e uma vasculite > características
da enfermidade. Vasculite > extravasamento de liquido > efusões torácicas e acumulo de liquido na cavidade abdominal. É
progressivamente fatal, por isso tem alta mortalidade.
Histórico: reconhecida primeiramente em 1950, mas foi em 1970 que se identificou que era um coronavírus.
Epidemiologia: animais mais acometidos > 2 meses e 3 anos de idade. Acomete mais os animais de raças puras >
himalaia, persas e bengal. Também acomete os animais de abrigos e gatis.
Etiologia: ele se origina a partir de mutações do coronavírus entérico. Para que isso ocorre, há uma deleção de +/- 300
pares de bases na extremidade do 3 linha do genoma do vírus entérico, originando o vírus da peritonite infecciosa felina. O felino
também pode ser acometido pelo vírus entérico e o coronavírus canino > recombinação > PIF.
Patogenia: replicação do vírus no interior do organismo, pois já teve origem no vírus entérico. Origina uma forma
disseminada com infecções sistêmicas, ou forma mais restrita, com infecções mais localizadas > sistema respiratório, células
intestinais e macrófagos. As lesões inflamatórias nas membranas serosas, dão origem as lesões piogranulomatosas > órgãos como
intestino, fígado, omento, tecido linfático, pulmões, cérebro, etc. A replicação viral, ocorre nas células do epitélio do trato
respiratório superior > orofaringe > produção de anticorpos > vírus fagocitado por macrófagos elo ataque dos anticorpos >
carreiam o vírus para diferentes tecidos e órgãos > localização dos macrófagos com vírus em paredes venosas ou paredes
perivasculares > reação piogranulomatosa. Com isso, o vírus invade vários tecidos, e se dissemina, via circulação > infecção
sistêmica > PIF > pode ser seca ou efusiva. Seca > lesões piogranulomatosas em vasos sanguíneos e nas membranas serosas nos
órgãos. A efusiva > vasculite e poliserosite > extravasamento de liquido para cavidade. A infecção dos macrófagos e de células
dendríticas, pelo vírus, auxiliam na disseminação e desregulação dessas células, causando a apoptose de linfócitos. Além disso,
ocorre formação de imunocomplexo, com deposição na vasculatura > ativação de complemento > edema e vasculite. Quanto a
imunidade, o animal pode desenvolver resposta celular > pode ser eficiente e precoce, mediada pelas células, onde o animal pode
não desenvolver a enfermidade imediato, ficando latente e persistente > outra infecção > reativação do vírus > desenvolve a PIF.
Se predominar a resposta humoral > animal desenvolve a PIF. Quando houver uma resposta imune, celular, deficiente, ocorre a
PIF efusiva > vasculite e extravasamento de liquido para cavidades ou subcutâneo, com perda de fluido rico em proteínas para >
cavidade pleural, cavidade abdominal, espaço subcapsular dos rins e espaço pericárdico. Na seca > resposta imune celular parcial
> lesões piogranulomatosa nos órgãos já citados. A forma efusiva tem ascite e insuficiência respiratória por efusão pleural. Já a
forma seca, o animal desenvolve as lesões piogranulomatosas, insuficiência hepática > icterícia, insuficiência renal, doença
pancreática, distúrbios neurológicos e lesões oculares.
Sinais clínicos: são variáveis, dependendo dos distúrbios causados pela vasculite e da sua extensão, assim como das lesões
piogranulomatosas. Um dos sinais clínicos comum aos dois tipos (seca e efusiva) > mucosa pálida, por anemia de doença
inflamatória, por citocinas geradas, que atingem os precursores das hemácias, diminuído a produção dessas células. Na PIF efusiva
> extravasamento de líquidos para as cavidades; vasculite, pela resposta ao vírus, com formação de imunocomplexo que se
deposita no endotélio vascular e causa a vasculite > aumento da permeabilidade dos vasos > exsudação para as cavidades, rico em
proteínas > extravasamento leva a uma ascite, animal tem perda de líquidos e proteínas, e apresenta uma dispineia, e pode ter
acumulo de liquido no saco pericárdico. Na PIF seca, pode haver febre, anorexia, letargia, sinais do órgão afetado com os
piogranulomas. Nessa apresentação, pode ocorrer acometimento ocular > mudança de cor da íris, anisocoria, perda súbita de visão,
edema de córnea e uveíte, pode ocorrer hifema (hemorragia), precipitados ceráticos (acumulo de células inflamatórias na camara
anterior do olho), oclusão da veia central da retina.
Diagnostico: para o diagnostico ante mortem > levar em consideração o histórico de fatores de risco > felinos que
pertencem a gatis/abrigos, se o felino teve contato com animal suspeito, etc. Observar as manifestações clinicas > lembrando que
efusão não é sinônimo de PIF. São feitos exames laboratoriais e exames de imagem, além de sorologia e biologia molecular. O
post mortem, é constituído por histopatologia e imuno-histoquímica (da o diagnostico definitivo).
o Exames laboratoriais: pode se encontrar anemia por doença inflamatória > normocítica, normocromica. Tem aumento
das enzimas hepáticas, e, quando houver comprometimento do fígado, haverá icterícia. Terá aumento de ureia e creatinina, se
houver acometimento renal. Também haverá uma
hipoalbuminemia, que pode ser por lesão hepática ou por uma
perda, por meio do endotélio vascular. Pode se ter
hiperproteinemia, quando tiver aumento de alfa globulinas, na fase
aguda da inflamação, ocorrendo uma produção de proteínas
inflamatórias, como o fibrinogênio, e também por um aumento de
gama globulinas, pela produção de anticorpos. Pode se analisar a
efusão cavitaria > liquido transparente a amarelado, de consistência
viscosa, classificado como transudato modificado ou exsudato
asséptico, pela alta proteína que ele possui. Na maioria das vezes, o
animal apresenta ascite >58% a peritoneal e 11% a pleural. A
analise da efusão > analise citológica > esfregaço > contagem de
células, onde conta uma baixa celularidade (menor que 5 mil
células nucleadas por ml), sendo as células inflamatórias
predominantes > macrófagos e macrófagos, sem bactéria, e a
lâmina fica um fundo proteináceo, mais denso, por alta concentração d proteína. O teste de rivalta, é realizado com o liquido da
cavidade torácica ou abdominal, que é preparado com uma solução (5 ml de água destilada e 1 gota de ácido acético > acrescenta
uma gota de efusão) > formação de gota > positiva, se negativo > dispersão da gota e se mistura ao liquido > quando for positivo,
as suspeitas são de PIF, linfoma e peritonite, pois ele da positivo por ter uma alta quantidade de proteína.
o Sorologia: muito utilizado, mas tem o problema que > na realização do teste, pode ocorrer reação cruzada entre os
sorotipos, não diferenciando o coronavírus entérico do que causa a PIF. Também não diferencia os animais que foram vacinados,
dos animais que foram infectados. Ela ideal só para verificar a soroprevalencia em colônias. As amostras para analise: amostras de
soro, liquor, efusão e cortes histológicos. O ideal seria fazer sorologia pareada, ou seja, ter o conhecimento prévio se o animal
tinha ou não anticorpos, e quando doente repete-se o exame > geralmente não avaliado.
o Moleculares: PCR > sangue, efusões e tecidos. Atualmente, existe o PCR especifico para detectar o material do vírus >
analise da proteína truncada do gene 3c > marcador molecular > teste detecta 5 mutações do vírus da PIF.
o Pos mortem: apresentação de aumento de liquido na cavidade abdominal e lesões piogranulomatosas na serosa de vários
órgãos. Esses tecidos são coletados e enviados para histopatologia e imuno-histoquímica, que dão o diagnostico definitivo.
Prognostico: é ruim, naquele animal com sinais típicos. A PIF tem mortalidade próxima a 100%. Após o diagnóstico,
morte em 2 a 12 semanas.
Tratamento: não tem cura, não tem tratamento especifico, podendo prolongar a sobrevida do animal. mas como é uma
doença imunomediada, pode-se utilizar a predinisolona, para imunosuprimir o felino. O interferon alfa humano, e o ômega felino
tem sido utilizado, mas não se tem comprovação. Os antivirais: GC376 e GS-441524 > não podem ser usados. Polyprenyl
immunostimulant > diminui os sinais clínicos, mas não leva a cura definitiva.