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Aula 6 - Sacerdócio

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SACERDÓCIO

A Identidade e Vocação para qual Fomos Chamados

A PORTA
DO REINO
SACERDOTAL
Aula 6

“Pela fé, Abraão obedeceu quando foi chamado,


partindo para um lugar que receberia por herança;
e partiu, sem saber para onde ia. Pela fé, peregrinou
na terra da promessa, como se fosse terra estrangeira,
habitando em tendas com Isaque e Jacó, herdeiros
com ele da mesma promessa. Porque ele esperava a
cidade que tem fundamentos, da qual Deus é o ar-
quiteto e construtor. Pela fé, até a própria Sara, que
era estéril e de idade avançada, recebeu o poder de
conceber um filho, pois considerou fiel aquele que
lhe havia feito a promessa. Portanto, também de um
homem já sem vigor físico nasceu uma descendência
tão numerosa quanto as estrelas do céu e incontável
como a areia na praia do mar. Todos esses morreram
mantendo a fé, sem ter recebido as promessas; mas
tendo-as visto e acolhendo-as de longe, declararam
ser estrangeiros e peregrinos na terra. Os que dizem
tais coisas mostram que estão buscando uma pátria.
E, se estivessem se lembrando da pátria de onde
saíram, teriam oportunidade de voltar. Mas agora al-

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mejam uma pátria melhor, isto é, a celestial. Por isso,


também Deus não se envergonha deles, nem de ser
chamado o seu Deus, porque já lhes preparou uma
cidade. Pela fé, Abraão, quando provado, ofereceu
Isaque para ser sacrificado; sim, aquele que havia re-
cebido as promessas estava a ponto de oferecer seu
único filho, sobre o qual se havia falado: Em Isaque
será contada a tua descendência. Ele considerou que
Deus era poderoso até para o ressuscitar dos mortos
e, assim, também, simbolicamente o recuperou. Pela
fé, Isaque abençoou Jacó e Esaú no tocante às coisas
que ainda aconteceriam. Pela fé, Jacó, quando estava
para morrer, abençoou cada um dos filhos de José e
adorou, apoiado sobre a extremidade do seu bordão.
Pela fé, José, próximo do seu fim, fez menção da saída
dos filhos de Israel do Egito e deu ordens relativas aos
seus ossos. Pela fé, Moisés, assim que nasceu, foi es-
condido por seus pais durante três meses, pois viram
que o menino era belo e não temeram o decreto do
rei. Pela fé, Moisés, já adulto, recusou ser chamado
filho da filha do faraó, escolhendo, pelo contrário, ser
maltratado com o povo de Deus em vez de experi-
mentar por algum tempo os prazeres do pecado. Ele
considerou a afronta de Cristo como uma riqueza
maior do que os tesouros do Egito, pois tinha em vista
a recompensa. Pela fé, ele deixou o Egito, não temen-
do a ira do rei, e perseverou como quem vê aquele
que é invisível. Pela fé, celebrou a Páscoa e a aspersão
do sangue, para que o destruidor não tocasse nos pri-
mogênitos.” (Hb 11.8-28)

JOSÉ - UMA PONTE ENTRE A ERA PATRIARCAL


E O POVO COMO NAÇÃO
Na aula anterior vimos acerca dos patriarcas e do cronograma da
restauração sacerdotal. Estudamos ainda sobre a restauração da
identidade sacerdotal dos progenitores, nos referindo a Abraão,
Isaque e Jacó, a partir dos quais nasceria uma família, um povo que,
segundo parte da promessa de Deus feita a Abraão, ficaria por qua-
trocentos anos em terra estrangeira debaixo de escravidão.
“Então o SENHOR disse a Abrão: Sabe com certeza
que a tua descendência será peregrina em terra

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alheia; será reduzida à escravidão e oprimida por


quatrocentos anos” (Gn 15.13)
Esse seria um tempo de transição e a figura mais importante dentro
desse período é José, que faz a ponte entre a era patriarcal e a era
do povo de Israel como uma nação.
José é excelente exemplo do novo tipo de gente que estava sendo
gerada na terra por meio dos patriarcas - homens e mulheres sa
cerdotais. Ele foi tentado e provado em muitas situações e em di
ferentes áreas de sua vida, como diz em 1 João, na concupiscência
da carne, na cobiça dos olhos e na soberba da vida, mas em tudo
ele foi vitorioso, aprovado e fez a vontade do Senhor.
“Porque tudo o que há no mundo, a concupiscência
da carne, a concupiscência dos olhos e a soberba
da vida, não é do Pai, mas do mundo. Ora, o mundo
passa, bem como seus desejos; mas aquele que faz
a vontade de Deus permanece para sempre” (1 Jo
2.16)
Como consequência de sua atitude, sempre temente ao Senhor,
José é estabelecido como primeiro ministro da capital do Egito, sen-
do um homem chave e muito importante para o cumprimento da
palavra geracional liberada por Deus para Abraão.
José morre como um referencial, e parte de suas últimas palavras
consistiram em lembrar a promessa do Senhor sobre levar o povo à
terra prometida e pedir que seus ossos fossem levados também. Ele
manteve viva a promessa de Deus até o fim de sua vida.
“Depois dessas coisas, José disse a seus irmãos: Estou
para morrer, mas Deus certamente vos visitará e vos
fará subir desta terra para a terra que jurou a Abraão,
a Isaque e a Jacó. E José fez os israelitas jurarem, di-
zendo: Certamente Deus vos visitará e fareis transpor-
tar daqui os meus ossos. Então morreu José, com cen-
to e dez anos de idade; e, depois de o embalsamar,
colocaram-no num caixão no Egito.” (Gn 50.24-26)

Uma verdadeira referência nos lembra de onde viemos, por


que estamos onde estamos e aonde temos que chegar.

Depois da morte de José e de toda a sua geração, levantou-se um


novo rei que nada sabia a respeito dele e dos seus feitos para com
a terra do Egito.

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A Identidade e Vocação para qual Fomos Chamados

“José morreu, e também todos os seus irmãos, e toda


aquela geração. E os israelitas se reproduziram e au-
mentaram muito, multiplicaram-se, tornaram-se muito
fortes e encheram aquela terra. Então um novo rei,
que não havia conhecido José, levantou-se sobre o
Egito.” (Êx 1.6-8)

MOISÉS - A CERTEZA DA VOCAÇÃO ATRAVÉS


DA EXPERIÊNCIA DO CHAMADO
O cenário se transforma completamente, e o que parecia ser um
tempo de muito favor sobre o povo hebreu, rapidamente se con-
verte em um tempo de grande pressão. É necessário ter atenção ao
interpretar tempos de pressão, porque geralmente eles significam
estações de movimentação.
No fim dos quatrocentos anos a palavra mais do que nunca pairava
sobre o povo, pois estava próximo o momento de romper com o
Egito e tomar posse da terra. E é nesse período que surge outra
figura muito importante - Moisés - que seria o responsável por con-
duzir o povo para um novo tempo.
Moisés foi Instruído no melhor da ciência e educação do seu tem-
po, além de fazer parte da família real e cotado para ser o próximo
Faraó. Mas no auge de sua vida, aos 40 anos, ele tem dentro de
si algo diferente, uma vocação que não era vista em nenhum dos
seus amigos do palácio - o desejo de fazer algo pelo povo hebreu.
Porém, apesar de possuir esse desejo vocacional, Moisés ainda não
havia tido a experiência do chamado. Então, no monte Horebe, no
deserto, ele tem um encontro com o EU SOU e passa a ter, final-
mente, convicção da sua vocação.

O sentido e a convicção da vocação são


encontrados na experiência do chamado.

Nesse ponto da história Moisés já não estava mais na corte do Egito,


pois nesse momento de sua vida precisava de lições que os prín-
cipes egípcios não poderiam lhe dar - a experiência da humildade
e do serviço. O deserto é o maior especialista em ensinar essas
virtudes.
Deus não trabalha com o exaltado e territorialista, mas com o man-
so e o humilde - características daquele que é sacerdotal. Pessoas
sacerdotais não se apropriam, não chamam de seu nem se colocam

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no centro; antes são as que entendem sua instrumentalidade no


propósito divino.
A partir do seu encontro com o Senhor, Moisés entra de fato na sua
missão e trava uma guerra contra Faraó, expondo de forma terrível
todos os deuses do Egito. Muitas coisas acontecem até chegar o dia
memorável da Páscoa.

A PÁSCOA - A PORTA DO REINO SACERDOTAL


“O SENHOR falou a Moisés e a Arão na terra do Egito:
Este mês será para vós o princípio dos meses; será o
primeiro mês do ano. Dizei a toda a comunidade de
Israel: No décimo dia deste mês, cada um tomará para
si um cordeiro, conforme a família dos pais, um cord-
eiro para cada família. Mas, se a família for pequena
demais para um cordeiro, deverá comê-lo com o vi
zinho mais próximo de sua casa, conforme o número
de pessoas. Calculareis o cordeiro conforme a porção
adequada para cada um. O animal será um macho
de um ano, sem defeito. Podereis tomar um cordeiro
ou um cabrito. E o guardareis até o décimo quarto
dia deste mês. Então, reunida, toda a comunidade
de Israel o matará, ao entardecer. Depois, pegarão
um pouco do sangue e colocarão nos batentes e na
viga da porta, nas casas em que tomarem refeição.
E, naquela noite, comerão a carne assada no fogo,
com pães sem fermento; sim, a comerão com ervas
amargas. Não o comereis cru, nem cozido em água,
mas assado no fogo, junto com a cabeça, as pernas
e as vísceras. Não deverá sobrar nada para a manhã
seguinte. O que sobrar até de manhã deverá ser quei
mado no fogo. E vós o comereis assim: com vossos
cintos na cintura, vossos sapatos nos pés e vosso caja-
do na mão; e o comereis às pressas. Esta é a Páscoa
do SENHOR. Porque naquela noite passarei pela terra
do Egito e ferirei de morte todos os primogênitos na
terra do Egito, tanto dos homens como dos animais;
e executarei juízo sobre todos os deuses do Egito. Eu
sou o SENHOR. Mas o sangue servirá de sinal nas ca-
sas em que estiverdes. Se eu vir o sangue, passarei
adiante, e não haverá praga entre vós para vos des
truir, quando eu ferir a terra do Egito. E este dia será

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um memorial. Vós o celebrareis como uma festa ao


SENHOR e como estatuto perpétuo através de todas
as vossas gerações. Comereis pães sem fermento du-
rante sete dias. Logo no primeiro dia, tirareis o fermen-
to das vossas casas, pois quem comer pão fermenta-
do, entre o primeiro e o sétimo dia, será exterminado
de Israel. No primeiro e no sétimo dia haverá uma
santa convocação. Nesses dias, não se fará nenhum
trabalho, a não ser a preparação da comida de cada
um. Podereis fazer apenas isso. Portanto, celebrareis
a festa dos pães sem fermento, porque nesse mesmo
dia tirei vossos agrupamentos da terra do Egito. Por
isso, guardareis este dia através de todas as vossas
gerações como estatuto perpétuo. Comereis pães
sem fermento desde o entardecer do dia catorze do
primeiro mês até o entardecer do dia vinte e um. Não
haja fermento algum nas vossas casas durante sete
dias, pois quem comer pão fermentado será exter-
minado da comunidade de Israel, tanto o peregrino
como o natural da terra. Não comereis nada fermen-
tado; em todas as vossas habitações comereis pães
sem fermento. Então Moisés chamou todos os anciãos
de Israel e disse-lhes: Ide, escolhei os cordeiros segun-
do as vossas famílias e sacrificai a Páscoa. Pegareis
um ramo de hissopo, o embebereis do sangue que
estiver na bacia e marcareis com ele a viga da por-
ta e os dois batentes; mas nenhum de vós sairá da
porta de casa até o amanhecer. Porque o SENHOR
passará para ferir de morte os egípcios e, quando vir
o sangue na viga da porta e nos batentes, seguirá
adiante e não deixará o destruidor entrar em vossas
casas para vos ferir. Observareis isto como estatuto
perpétuo para vós e para vossos filhos. Quando ti-
verdes entrado na terra que o SENHOR prometeu vos
dar, guardareis este ritual. E quando vossos filhos vos
perguntarem: Que significa este ritual? Respondereis:
Este é o sacrifício da Páscoa do SENHOR, que passou
sobre as casas dos israelitas no Egito, quando feriu de
morte os egípcios e livrou as nossas casas. Então o
povo inclinou-se e adorou.” (Êx 12.1-27)
Em Êxodo 12 acontece a instituição da Páscoa, que se torna um
estatuto perpétuo. Aqueles que usam do sangue do cordeiro nos

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umbrais das portas não sofrem a morte de seus primogênitos (últi-


ma praga do Senhor contra os egípcios) e, finalmente, todo o povo
consegue sair do Egito.
Para que o povo respondesse ao DNA e à genética sacerdotal, que
havia começado a partir de Abraão, era necessário que tivesse uma
revelação específica - a revelação do Cordeiro; e a Páscoa era o
meio para que isso acontecesse.

“O SENHOR falou a Moisés e a Arão na terra do Egito:


Este mês será para vós o princípio dos meses; será o
primeiro mês do ano.” (Êx 12.1,2)
A primeira Páscoa celebrada pelo povo anunciava o primeiro dia de
uma nova vida. Eles estavam passando pela porta do Reino, que é a
manifestação sacerdotal de Cristo como Cordeiro.
A porta do Reino tem três valores importantes: condição, posição
e missão.

CONDIÇÃO, POSIÇÃO E MISSÃO.


Essa manifestação de Cristo como Cordeiro nos tira de uma
condição e nos coloca em uma posição - em Cristo. A partir dessa
nova posição, a nação de Israel deveria cumprir a sua missão sacer-
dotal de ser testemunha a todas as nações da terra.
“Mas vós sois geração eleita, sacerdócio real, nação
santa, povo de propriedade exclusiva de Deus, para
que anuncieis as grandezas daquele que vos chamou
das trevas para sua maravilhosa luz.” (1 Pe 2.9)
“João, às sete igrejas que estão na Ásia: Graça a vós
e paz da parte daquele que é, que era e que há de
vir, da parte dos sete espíritos que estão diante do seu
trono, e da parte de Jesus Cristo, o primogênito dos
mortos e o Príncipe dos reis da terra, que é a fiel teste-
munha. Àquele que nos ama e nos libertou dos nos-
sos pecados pelo seu sangue, e nos constituiu reino
e sacerdotes para Deus, seu Pai; a ele sejam glória e
domínio pelos séculos dos séculos. Amém.” (Ap 1.4-6)
“Ele veio e pegou o livro da mão direita de quem es-
tava assentado no trono. Logo que pegou o livro, os
quatro seres viventes e os vinte e quatro anciãos pros-
traram-se diante do Cordeiro, tendo cada um deles
uma harpa e taças de ouro cheias de incenso, que

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são as orações dos santos. E cantavam um cântico


novo, dizendo: Tu és digno de tomar o livro e de abrir
seus selos, porque foste morto, e com o teu sangue
compraste para Deus homens de toda tribo, língua,
povo e nação; e os constituíste reino e sacerdotes
para nosso Deus; e assim reinarão sobre a terra.” (Ap
5.7-10)
As três passagens acima falam de restaurar a posição para cumprir a
missão. E se não estamos cumprindo a missão, talvez não estejamos
bem posicionados. Quando isso acontece, o motivo pode ser o de
estarmos embaraçados em nossa antiga condição.

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PORTA DE ENTRADA OU DE SAÍDA?


Uma questão importante para entendermos: A porta do Reino é de
entrada ou saída? A compreensão de Cristo, o Cordeiro de Deus,
como porta de saída do mundo (do Egito) planta no salvo o sen-
timento de fuga que justifica a escatologia escapista e o dualismo
de sagrado e profano; comprometendo, assim, o engajamento mis-
sional dos santos no tempo presente como testemunhas do Reino
vindouro.
Já parou para pensar o quão prejudicial à nossa fé, assim como para
nossa responsabilidade de despenseiros¹, posição de embaixadores
de Cristo² e missão como ministros da reconciliação³, é pensar no
céu como uma fuga da destruição da terra? Lembre-se que Deus
não criou a terra para ser má e caótica4. Se ela foi contaminada por
causa dos homens que nela habitam5, se a terra está cativa por cau-
sa da vaidade do homem, será que pensar de forma escapista nos
levará a algum lugar? Homens sacerdotais invocam o nome que no-
meia todas as coisas, trazendo a essência e caráter originais, missão
e propósito em tudo. Que venha o teu Reino na terra como no céu.
Se pararmos para olhar para a porta, banhada pelo sangue de Jesus,
o sangue da redenção, como uma porta de entrada, então com-
preenderemos o senhorio de Cristo. Porque na queda do homem
um caminho foi fechado, mas o Filho abriu esse caminho para nós
novamente - ele é o caminho!
“Jesus lhe respondeu: Eu sou o caminho, a verdade
e a vida; ninguém chega ao Pai, a não ser por mim.”
(Jo 14.6)
Dessa forma passamos pela salvação e nos encontramos com o
senhorio de Cristo, porque esses dois aspectos estão completa-
mente conectados. Não existe salvação sem o senhorio de Cristo.
O único lugar onde tudo está a salvo é onde Jesus é o Senhor.
da vaidade do homem6, será que pensar de forma escapista nos
levará a algum lugar? Homens sacerdotais invocam o nome que no-
meia todas as coisas, trazendo a essência e caráter originais, missão
e propósito em tudo. Que venha o teu Reino na terra como no céu.
Se pararmos para olhar para a porta, banhada pelo sangue de Jesus,
o sangue da redenção, como uma porta de entrada, então com-
preenderemos o senhorio de Cristo. Porque na queda do homem7
um caminho foi fechado, mas o Filho abriu esse caminho para nós

¹ BÍBLIA. 1 Coríntios 9:17 / ² BÍBLIA. 2 Coríntios 5:20 /³ BÍBLIA. 2 Coríntios 5:18 /4 BÍBLIA. Isaías 45:18
5
BÍBLIA. Isaías 24:5 / 6BÍBLIA. Romanos 8:20 / 7BÍBLIA. Gênesis 3

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novamente - ele é o caminho!


“Jesus lhe respondeu: Eu sou o caminho, a verdade
e a vida; ninguém chega ao Pai, a não ser por mim.”
(Jo 14.6)
Dessa forma passamos pela salvação e nos encontramos com o
senhorio de Cristo, porque esses dois aspectos estão completa-
mente conectados. Não existe salvação sem o senhorio de Cristo.
O único lugar onde tudo está a salvo é onde Jesus é o Senhor.

Se entendermos que a porta do Reino é uma porta de


entrada, teremos nossa cosmovisão e nossa escatologia
transformadas.

TODOS MORRERAM
A última das dez pragas no Egito era a morte dos primogênitos. Deus
faria distinção entre egípcios e hebreus. Qual seria essa distinção?
O fato dos primogênitos do Egito terem morrido e os de Israel não
terem sofrido nenhum dano? Isso é um fato, porém, é uma leitura
incompleta. Essa perspectiva nos atrasa no processo de desenvolvi-
mento. Seguindo a narrativa de Êxodo, Deus diz: “Separem-me to-
dos os primogênitos porque eles são meus”. O que isso significa?
“O SENHOR falou a Moisés: Consagra-me todo pri-
mogênito, todo o primeiro a sair do ventre de sua
mãe entre os israelitas, tanto homens como animais,
porque será meu.” (Êx 13.1,2)
Naquela noite todos os primogênitos morreram em sentidos distin-
tos: os egípcios morreram fisicamente por causa do juízo de Deus
(por Deus), e os hebreus morreram no sentido de pertencerem a
Deus (para Deus). A partir do momento que passaram por aque-
la porta, suas vidas foram resgatadas por preço de sangue, foram
comprados e pertenciam total e exclusivamente a Deus. Aqui en-
contramos um dos princípios elementares do sacerdócio.
“Pois o que nos motiva é o amor de Cristo, porque con-
cluímos que, se um morreu por todos, logo, todos mor-
reram. E ele morreu por todos para que os que vivem
não vivam mais para si mesmos, mas para aquele que
por eles morreu e ressuscitou.” (2 Co 5.14,15)
O termo páscoa procede de “pacach” que significa
“passar por cima”. Duas vezes em Êxodo 12, nos ver-

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sos 13 e 23, Deus diz que passará por eles. Isso signifi-
ca que Deus passaria adiante das casas com sangue
nas portas, porque aquele sinal dizia: alguém já mor-
reu aqui, então passe adiante. E o sangue era do cor-
deiro, figura do Cordeiro de Deus, Cristo Jesus.
Uma vez comprados por preço de sangue, do outro lado da porta
a vida que é vivida na carne não lhe pertence mais, nada mais se
decide segundo os próprios pensamentos. O homem crucificado
não é mais quem vive, mas Cristo, de modo que agora se vive pela
fé no Filho de Deus, para Deus. E esse é um dos princípios funda-
mentais do sacerdócio:

Homens, cuja vida não mais lhes pertence, se entre-


gam ao senhorio de Cristo Jesus.

“Portanto, não sou mais eu quem vive, mas é Cristo


quem vive em mim. E essa vida que vivo agora no
corpo, vivo pela fé no Filho de Deus, que me amou e
se entregou por mim.” (Gl 2.20)
“Portanto, se alguém está em Cristo, é nova criação;
as coisas velhas já passaram, e surgiram coisas novas.”
(2 Co 5.17)

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