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O Evangelho Por Emmanuel Segundo Lucas

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Comenlario* ao

EVANGELHO SEGUNDO LuCAS


COM E NTAR IOS AO

Coordena93o
Saulo Cesar Ribeiro da Silva

FEB
Sumário
Agradecimentos
Apresentação
Prefácio
Tabela de siglas
Introdução ao Evangelho segundo Lucas
Lucas 1:79
Lucas 2:5
Lucas 2:8-11
Lucas 2:14
Lucas 2:29 a 30
Lucas 2:32
Lucas 2:49
Lucas 3:13
Lucas 3:14
Lucas 3:17
Lucas 4:16
Lucas 4:21
Lucas 5:4
Lucas 5:31
Lucas 6:19
6/
Lucas 6:21
Lucas 6:22
Lucas 6:26
Lucas 6:27
Lucas 6:30
Lucas 6:31
Lucas 6:32
Lucas 6:35
Lucas 6:36
Lucas 6:37
Lucas 6:38
Lucas 6:44
Lucas 6:45
Lucas 6:46
Lucas 7:22
Lucas 8:13
Lucas 8:17 a 18
Lucas 8:25
Lucas 8:28
Lucas 8:30
Lucas 8:45
Lucas 8:48
Lucas 9:20
7/
Lucas 9:23
Lucas 9:25
Lucas 9:26
Lucas 9:28
Lucas 9:30
Lucas 9:35
Lucas 9:44
Lucas 9:53
Lucas 9:60
Lucas 9:62
Lucas 10:3
Lucas 10:5
Lucas 10:6
Lucas 10:9
Lucas 10:20
Lucas 10:26
Lucas 10:27
Lucas 10:28
Lucas 10:29
Lucas 10:30
Lucas 10:33
Lucas 10:37
Lucas 10:42
8/
Lucas 11:1
Lucas 11:3
Lucas 11:9
Lucas 11:10
Lucas 11:11
Lucas 11:13
Lucas 11:23
Lucas 11:28
Lucas 11:35
Lucas 11:41
Lucas 11:49
Lucas 12:1
Lucas 12:8
Lucas 12:15
Lucas 12:20
Lucas 12:21
Lucas 12:26
Lucas 12:34
Lucas 12:48
Lucas 12:49
Lucas 13:24
Lucas 13:26
Lucas 13:33
9/
Lucas 14:10
Lucas 14:11
Lucas 14:12
Lucas 14:13
Lucas 14:18
Lucas 14:21
Lucas 14:27
Lucas 14:28
Lucas 14:33
Lucas 14:35
Lucas 15:12
Lucas 15:17
Lucas 15:18
Lucas 15:20
Lucas 15:29
Lucas 16:2
Lucas 16:9
Lucas 16:12
Lucas 16:13
Lucas 16:19
Lucas 16:25
Lucas 16:29
Lucas 17:5
10/
Lucas 17:10
Lucas 17:20
Lucas 17:21
Lucas 17:23
Lucas 17:31
Lucas 18:1
Lucas 18:16
Lucas 18:20
Lucas 18:41
Lucas 18:43
Lucas 19:13
Lucas 19:42
Lucas 19:48
Lucas 21:9
Lucas 21:13
Lucas 21:19
Lucas 21:34
Lucas 22:12
Lucas 22:26
Lucas 22:27
Lucas 22:32
Lucas 22:42
Lucas 22:46
11/
Lucas 23:25
Lucas 23:26
Lucas 23:31
Lucas 23:34
Lucas 23:43
Lucas 23:49
Lucas 24:11
Lucas 24:16
Lucas 24:35
Lucas 24:38
Lucas 24:45
Lucas 24:48
Tabelas de correspondências de versículos
Relação de comentários por ordem alfabética
Índice geral
Agradecimentos

Ao chegarmos ao terceiro volume da coleção, é preciso reconhecer que


grandes e pequenas contribuições se somaram neste que é o resultado de
muitas mãos e corações. Por isso queremos deixar grafados aqui nossos
agradecimentos.

Em primeiro lugar queremos registrar nossa gratidão à Federação


Espírita Brasileira, particularmente à diretoria da instituição, pelo apoio e in-
centivo com que nos acolheram; às pessoas responsáveis pela biblioteca e ar-
quivos, que literalmente abriram todas as portas para que tivéssemos acesso
aos originais de livros, revistas e materiais de pesquisa, e à equipe de editor-
ação pelo carinho, zelo e competência demonstrados durante o projeto.

Aos nossos companheiros e companheiras da Federação Espírita do


Distrito Federal, que nos ofereceram o ambiente propício ao desenvolvi-
mento do estudo e reflexão sobre o Novo Testamento à luz da Doutrina
Espírita. Muito do que consta nas introduções aos livros e identificação dos
comentários tiveram origem nas reuniões de estudo ali realizadas.

Aos nossos familiares, que souberam compreender-nos as ausências


constantes, em especial ao João Vitor, 9 anos, e Ana Clara, 11 anos, que por
mais de uma vez tiveram que acompanhar intermináveis reuniões de
pesquisa, compilação e conferência de textos. Muito do nosso esforço teve
origem no desejo sincero de que os ensinos aqui compilados representem
uma oportunidade para que nos mantenhamos cada vez mais unidos em
torno do Evangelho.

A Francisco Cândido Xavier, pela vida de abnegação e doação que ser-


viu de estrada luminosa através da qual foram vertidas do alto milhares de
13/455
páginas de esclarecimento e conforto que permanecerão como luzes eternas a
apontar-nos o caminho da redenção.

A Emmanuel, cujas palavras e ensinos representam o contributo de


uma alma profundamente comprometida com a essência do Evangelho.

A Jesus, que, na qualidade de Mestre e Irmão Maior, soube ajustar-se a


nós, trazendo-nos o Seu sublime exemplo de vida e fazendo reverberar em
nosso íntimo a sinfonia imortal do amor. Que a semente plantada por esse
excelso Semeador cresça e se converta na árvore frondosa da fraternidade,
sob cujos galhos possa toda a humanidade se reunir um dia.

A Deus, inteligência suprema, causa primeira de todas as coisas e Pai


misericordioso e bom de todos nós.
Apresentação1

O Novo Testamento constitui uma resposta sublime de Deus aos apelos


aflitos das criaturas humanas.

Constituído por 27 livros, que são: os quatro evangelhos, um registro


dos Atos dos apóstolos, uma carta do apóstolo Paulo aos romanos, duas aos
coríntios, uma aos gálatas, uma aos efésios, uma aos filipenses, uma aos co-
lossenses, duas aos tessalonicenses, duas a Timóteo, uma a Tito, uma a
Filemon, uma aos hebreus, uma carta de Tiago, duas de Pedro, três de João,
uma de Judas e o Apocalipse, de João.

A obra, inspirada pelo Senhor Jesus, que vem atravessando os dois


primeiros milênios sob acirradas lutas históricas e teológicas, pode ser con-
siderada como um escrínio de gemas preciosas que rutilam sempre quando
observadas.

Negada a sua autenticidade por uns pesquisadores e confirmada por


outros, certamente que muitas apresentam-se com lapidação muito especial
defluente da época e das circunstâncias em que foram grafadas em definitivo,
consideradas algumas como de natureza canônica e outras deuterocanônicas,
são definidas como alguns dos mais lindos e profundos livros que jamais fo-
ram escritos. Entre esses, O evangelho de Lucas, portador de beleza in-
comum, sem qualquer demérito para os demais.

Por diversas décadas, o nobre Espírito Emmanuel, através do medi-


umato do abnegado discípulo de Jesus, Francisco Cândido Xavier, analisou
incontáveis e preciosos versículos que constituem o Novo Testamento,
dando-lhe a dimensão merecida e o seu significado na atualidade para o com-
portamento correto de todos aqueles que amam o Mestre ou o não conhecem,
15/
sensibilizando os leitores que se permitiram penetrar pelas luminosas
considerações.

Sucederam-se centenas de estudos, de pesquisas preciosas e profundas,


culminando em livros que foram sendo publicados à medida que eram
concluídos.

Nos desdobramentos dos conteúdos de cada frase analisada, são ofere-


cidos lições psicológicas modernas e psicoterapias extraordinárias, diretrizes
de segurança para o comportamento feliz, exames e soluções para as questões
sociológicas, econômicas, étnicas, referente aos homens e às mulheres, aos
grupos humanos e às Nações, ao desenvolvimento tecnológico e científico, às
conquistas gloriosas do conhecimento, tendo como foco essencial e tran-
scendente o amor conforme Jesus ensinara e vivera.

Cada página reflete a claridade solar na escuridão do entendimento hu-


mano, contribuindo para que o indivíduo não mais retorne à caverna em
sombras de onde veio.

Na condição de hermeneuta sábio, o nobre Mentor soube retirar a


ganga que envolve o diamante estelar da revelação divina, apresentando-o
em todo o seu esplendor e atualidade, porque os ensinamentos de Jesus estão
dirigidos a todas as épocas da Humanidade.

Inegavelmente, é o mais precioso conjunto de estudos do Evangelho de


que se tem conhecimento através dos tempos, atualizado pelas sublimes in-
formações dos Guias da sociedade, conforme a revelação espírita.

Dispondo dos originais que se encontram na Espiritualidade superior,


Emmanuel legou à posteridade este inimaginável contributo de luz e de
sabedoria.

Agora enfeixados em novos livros, para uma síntese final, sob a denom-
inação O evangelho por Emmanuel, podem ser apresentados como o melhor
roteiro de segurança para os viandantes terrestres que buscam a autoilumin-
ação e a conquista do reino dos céus a expandir-se do próprio coração.
16/
Que as claridades miríficas destas páginas que se encontram ao alcance
de todos que as desejem ler, possam incendiar os sentimentos com as chamas
do amor e da caridade, iluminando o pensamento para agir com discerni-
mento e alegria na conquista da plenitude!

Salvador (BA), 15 de agosto de 2013.

JOANNA DE ÂNGELIS
1
Página psicografada pelo médium Divaldo Pereira Franco, na Mansão do
Caminho, em Salvador, Bahia.
Prefácio

O Novo Testamento é a base de uma das maiores religiões de nosso


tempo. Ele traz a vida e os ensinos de Jesus da forma como foram registrados
por aqueles que, direta ou indiretamente, tiveram contato com o Mestre de
Nazaré e sua mensagem de amor que reverbera pelos corredores da história.

Ao longo dos séculos, esses textos são estudados por indivíduos e


comunidades, com o propósito de melhor compreender o seu conteúdo. Reli-
giosos, cientistas, linguistas e devotos, de variados credos, lançaram e lançam
mão de suas páginas, ressaltando aspectos diversos, que vão desde a história
e confiabilidade das informações nelas contidas, até padrões desejáveis de
conduta e crença.

Muitas foram as contribuições, que ao longo de quase dois mil anos,


surgiram para o entendimento do Novo Testamento. Essa, que agora temos a
alegria de entregar ao leitor amigo, é mais uma delas, que merece especial
consideração. Isso porque representa o trabalho amoroso de dois benfeitores,
que, durante mais de 70 anos, se dedicaram ao trabalho iluminativo da senda
da criatura humana. Emmanuel e Francisco Cândido Xavier foram responsá-
veis por uma monumental obra de inestimável valor para nossos dias, partic-
ularmente no que se refere ao estudo e interpretação da mensagem de Jesus.

Os comentários de Emmanuel sobre o Evangelho encontram-se dis-


tribuídos em 138 livros e 441 artigos publicados ao longo de 39 anos nas rev-
istas Reformador e Brasil Espírita. Por essa razão, talvez poucos tenham a
exata noção da amplitude desse trabalho que totaliza 1.616 mensagens sobre
mais de mil versículos. Todo esse material foi agora compilado, reunido e or-
ganizado em uma coleção, cujo terceiro volume é o que ora apresentamos ao
público.
18/
Essa coletânea proporciona uma visão ampliada e nova do que repres-
enta a contribuição de Emmanuel para o entendimento e resgate do Novo
Testamento. Em primeiro lugar, porque possibilita uma abordagem diferente
da que encontramos nos livros e artigos, que trazem, em sua maioria, um ver-
sículo e um comentário em cada capítulo. Neste trabalho, os comentários fo-
ram agrupados pelos versículos a que se referem, possibilitando o estudo e a
reflexão sobre os diferentes aspectos abordados pelo autor. Encontraremos,
por exemplo, 22 comentários sobre Mateus, 5:44; 11 comentários sobre João,
8:32 e 8 sobre Lucas, 17:21. Ao todo, 305 versículos receberam do autor mais
de um comentário. Relembrando antigo ditado judaico, “a Torá tem setenta
faces”, Emmanuel nos mostra que o Evangelho tem muitas faces, que se ap-
licam às diversas situações da vida, restando-nos a tarefa de exercitar a nossa
capacidade de apreensão e vivência das lições nele contidas. Em segundo
lugar, porque a ordem dos comentários obedece a sequência dos 27 textos
que compõem o Novo Testamento. Isso possibilitará ao leitor localizar mais
facilmente os comentários sobre um determinado versículo. O projeto gráfico
foi idealizado também com este fim.

A coleção é composta de sete volumes:

Volume 1 – Comentários ao Evangelho segundo Mateus.

Volume 2 – Comentários ao Evangelho segundo Marcos.

Volume 3 – Comentários ao Evangelho segundo Lucas.

Volume 4 – Comentários ao Evangelho segundo João.

Volume 5 – Comentários aos Atos dos Apóstolos.

Volume 6 – Comentários às Cartas de Paulo.

Volume 7 – Comentários às Cartas universais e Apocalipse.

Em cada volume foram incluídas introduções es-


pecíficas, com o objetivo de familiarizar o leitor com a
natureza e características dos escritos do Novo
19/
Testamento, acrescentando, sempre que possível, a per-
spectiva espírita.

Metodologia

O conjunto das fontes pesquisadas envolveu toda a obra em livros de


Francisco Cândido Xavier, publicada durante a sua vida; todas as revistas Re-
formador, de 1927 até 2002 e todas as edições da revista Brasil Espírita. Dos
412 livros de Chico Xavier, foram identificados 138 com comentários de Em-
manuel sobre o Novo Testamento.

A equipe organizadora optou por atualizar os versículos comentados de


acordo com as traduções mais recentes. Isso se justifica porque, a partir da
década de 60, os progressos, na área da crítica textual, possibilitaram um
avanço significativo no estabelecimento de um texto grego do Novo Testa-
mento, que estivesse o mais próximo possível do original. Esses avanços de-
ram origem anovas traduções, como a Bíblia de Jerusalém, bem como cor-
reções e atualizações de outras já existentes, como a João Ferreira de Al-
meida. Todo esse esforço tem por objetivo resgatar o sentido original dos tex-
tos bíblicos. Os comentários de Emmanuel apontam na mesma direção, razão
pela qual essa atualização foi considerada adequada. Nas poucas ocorrências
em que essa opção pode suscitar questões mais complexas, as notas auxili-
arão o entendimento. A tradução utilizada para os Evangelhos e Atos foi a de
Haroldo Dutra Dias.

Foram incluídos todos os comentários que indicavam os versículos de


maneira destacada ou que faziam referencia a eles no título ou no corpo da
mensagem.

Nos casos em que o mesmo versículo aparece em mais de uma parte do


Novo Testamento e que o comentário não deixa explícito a qual delas ele se
refere, optou-se por uma, evitando a repetição desnecessária do comentário
em mais de uma parte do trabalho. A Tabela de correspondência de
20/
versículos traz a relação desses comentários, indicando a escolha feita pela
equipe e as outras possíveis.

Os textos transcritos tiveram como fonte primária os livros e artigos


publicados pela FEB. Nos casos em que um mesmo texto foi publicado em
outros livros, a referência desses está indicada em nota.

A história do projeto O Evangelho por Emmanuel

Esse trabalho teve duas fases distintas. A primeira iniciou em 2010,


quando surgiu a ideia de estudarmos o Novo Testamento nas reuniões do
culto no lar. Com o propósito de facilitar a localização dos comentários de
Emmanuel, foi elaborada uma primeira relação ainda parcial. Ao longo do
tempo, essa relação foi ampliada e compartilhada com amigos e trabal-
hadores do movimento espírita.

No dia 2 de março de 2013, iniciou-se a segunda e mais importante


fase. Terezinha de Jesus, que já conhecia a relação através de palestras e
estudos que desenvolvemos no Grupo Espírita Operários da Espiritualidade,
comentou com o então e atual vice-presidente da FEB, Geraldo Campetti
Sobrinho, que havia um trabalho sobre os comentários de Emmanuel que
merecia ser conhecido. Geraldo nos procurou e marcamos uma reunião para
o dia seguinte, na sede da FEB, às nove horas da manhã. Nessa reunião, o que
era apenas uma relação de 29 páginas tornou-se um projeto de resgate, com-
pilação e organização do que é um dos maiores acervos de comentários sobre
o Evangelho. A realização dessa empreitada seria impensável para uma só
pessoa, por isso uma equipe foi reunida e um intenso cronograma de ativid-
ades foi elaborado. As reuniões para acompanhamento, definições de
padrões, escolhas de metodologias e análise de situações ocorreram pratica-
mente todas as semanas desde o início do projeto até a sua conclusão.

O que surgiu inicialmente em uma reunião familiar composta por algu-


mas pessoas em torno do Evangelho, hoje está colocado à disposição do
21/
grande público, com o desejo sincero de que a imensa família humana se con-
gregue cada vez mais em torno desse que é e será o farol imortal a iluminar o
caminho de nossas vidas. Relembrando o Mestre inesquecível em sua con-
fortadora promessa: “Pois onde dois ou três estão reunidos em meu nome, aí
estou no meio deles” (MT 17:20).

Brasília (DF), 15 de agosto de 2013

SAULO CESAR RIBEIRO DA SILVA


Coordenador
Tabela de

MT Mateus

LC Lucas

MC Marcos

JO João

LV Levítico

ss e versículos seguintes
Introdução ao Evangelho segundo

Lucas é o terceiro evangelho e o último dos chamados sinóticos. É tam-


bém o mais extenso texto do Novo Testamento, com 1.151 versículos, o que se
explica, dentre outros fatores, pelo estilo e primor de suas narrativas. Se a
mensagem do Cristo é um poema imortal, a sensibilidade de Lucas registra-o
em sua mais formosa expressão. Mesmo quando toma de empréstimo nar-
rativas presentes em Marcos ou Mateus, não raro, as enfeixa numa forma
literária mais elaborada e detalhada. Comparemos, por exemplo, o episódio
do chamado de Simão Pedro registrado por Mateus (MT 4:18 a 20) e Marcos
(MC 1:16 a 18) com o relato mais extenso presente em Lucas (LC 5:1 a 11).
Aliado a isso, como muitos já puderam constatar, o grego de Lucas é cuida-
doso, trabalhado e elegante.

O autor

Embora haja um “eu” (LC 1:3) que pleiteie a autoria desse evangelho, o
nome do autor não é mencionado em nenhum lugar. A tradição conferiu,
desde o início e sem qualquer contestação, a autoria a Lucas, companheiro de
viagem de Paulo de Tarso. Assumindo isso como verdade e também a unid-
ade dessa autoria, estamos diante de um dos mais importantes autores do
Novo Testamento. Isto porque se tomarmos os dois escritos atribuídos a Lu-
cas em conjunto (o Evangelho de Lucas e Atos dos apóstolos) temos 27% de
todo o Novo Testamento. Em tamanho, a contribuição de Lucas só perde para
2
a de Paulo, com 29% dos versículos do NT.

Além de sua importância, a leitura cuidadosa do terceiro evangelho nos


permite entrever outras características desse autor. Em primeiro lugar, é
24/
alguém de boa educação, possui conhecimento escolar superior e está famili-
arizado com as regras da exegese judaica. É, sem dúvida, um judeu que con-
hece as práticas da sinagoga, embora provavelmente não um judeu da
Palestina, isso porque as suas citações do Velho Testamento se baseiam em
3
um conhecimento notável da Septuaginta, a versão grega da Bíblia Hebra-
ica, o que não seria de se esperar de alguém que tivesse sido criado na
Palestina. Se Lucas era um pagão convertido ao Judaísmo e, posteriormente,
ao Cristianismo, ou se era nascido nas comunidades judaicas fora da
Palestina e convertido ao Cristianismo, permanece ainda uma questão não
consensuada.

Muitos têm afirmado que Lucas era médico, atribuindo essa afirmação
às descrições de doenças que ele faz com riquezas de detalhes (ver LC 4:38;
4
5:12; 8:43; 13:11 e AT 28:9ss). O cânon de Muratori também registra a
profissão de Lucas como sendo a de médico. Contudo, não é possível inferir
desses versículos, e da vaga citação no cânon de Muratori, o quão profundos
eram esses conhecimentos. Todavia, se a questão sobre o domínio da medi-
cina para o corpo é imprecisa, o mesmo não se aplica à medicina para as al-
mas doentes, cujos medicamentos estão tão bem prescrito nas narrativas
desse evangelho que fazem ecoar o ditado lembrado por Jesus: “os sãos não
precisam de médicos, e sim os doentes” (LC 5:31).

O autor também deixa transparecer sua veia de historiador. A narrativa


é a mais encadeada do ponto de vista temporal e, nitidamente, há a intenção
de retratar a história de Jesus e dos seus seguidores no Cristianismo nas-
cente. Há, portanto, um sentido de tempo no qual se processa uma história
da salvação que segue um fluxo incessante, iniciado no Gênesis com a figura
5
simbólica de Adão e encontra no Cristo o seu ponto culminante, mas que não
se encerra aí, pois continua através dos exemplos que suscita em seus seguid-
ores, demonstrando que essa história prossegue aguardado que cada um a es-
creva no livro da vida com as tintas da experiência e a pena do esforço
próprio.
25/
Características distintivas

Entre os evangelhos sinóticos, o de Lucas é o que possuiu a maior quan-


tidade de material exclusivo. Esse material é tão extenso que é possível
agrupá-lo em cinco tipos: parábolas, ensinos e fatos da vida de Jesus, nar-
rativas da infância, encontros com pessoas e curas. São de particular in-
teresse as narrativas da infância porque Lucas é um dos dois únicos Evangel-
hos canônicos que contêm informações sobre a infância de Jesus. Entretanto,
enquanto a narrativa de Mateus possui nitidamente a intenção de relembrar
a história do povo hebreu em alguns eventos transpostos para a vida do Mes-
sias, as passagens encontradas em Lucas possuem um cunho muito mais
pessoal desse período.

Elencamos a seguir exemplos de cada um desses tipos que são encon-


trados somente em Lucas:

Parábolas exclusivas de Lucas

– Parábola do Bom Samaritano (LC 10:30 a 37).

– Parábola do Rico Agricultor (12:16 a 21).

– Parábola da Figueira Estéril (LC 13:6 a 9).

– Parábola da Grande Ceia (LC 14:15 a 24).

– Parábola da Moeda Perdida (LC 15:8 a 10).


6
– Parábola dos Dois Filhos ou do Filho Pródigo (LC 15:11 a 32).

– Parábola do Administrador Infiel (LC 16:1 a 10).

– Parábola do Juiz Iníquo e a Viúva (LC 18:1 a 8).

– Parábola do Fariseu e do Publicano (LC 18:9 a 14).


7
– Lázaro e o Homem Rico (LC 16:19 a 31).

Ensinos e fatos da vida de Jesus

– “A quem muito foi dado, muito será exigido” (LC 12:48).


26/
– Os quatro ais (LC 6:24 a 26).

– Bem aventuranças de Jesus aos discípulos (LC 10:23 e 24).

– Quem pode se dizer feliz (LC 11:27 e 28).

– Três das sete palavras proferidas na cruz (LC 23:34;43 e 46).

– A ascensão de Jesus (LC 24:51 a 53).

Curas

– Ressurreição do jovem de Naim (LC 7:11 a 17).

– Cura da mulher encurvada no sábado (LC 13:10 a 17).

– Cura de um hidrópico no sábado (LC 14:1 a 6).

– Cura dos dez leprosos (LC 17:12 a 19).

– Cura da orelha do servo cortada (LC 22:49 a 51).

Encontros de Jesus com pessoas

– Jesus na pescaria com Pedro (LC 5:3 a 10).

– Jesus e os 70 da Galileia (LC 10:1 a 12).

– Jesus na casa de Zaqueu (LC 19:1 a 10).

– Jesus na presença de Herodes (LC 23:7 a 12).

– Jesus com os dois discípulos na estrada para Emaús (LC 24:13 a 35).

– Jesus com Marta e Maria (LC 10:38 a 42).

Narrativas da infância

– Nascimento de João Batista (LC 1:5 a 25; 57 a 80).

– O anúncio feito pelo anjo a Maria sobre o nascimento de Jesus (LC


1:26 a 38).

– A visita de Maria a Isabel (LC 1:39 a 45).

– A viagem de José, Maria grávida da Galileia para Belém por ocasião


do censo (LC 2:1 a 6).
27/
– O nascimento na estrebaria (LC 2:7).

– A visita dos pastores (LC 2:15 a 20).

– A circuncisão de Jesus e sua apresentação no templo de Jerusalém


(LC 2:21 a 40).

– Jesus aos 12 anos no templo de Jerusalém perante os doutores (LC


2:41 a 51).

Esse extenso material permite formular duas hipóteses não ex-


cludentes. A primeira é que o texto pressupõe um autor que empreendeu es-
forço significativo na pesquisa dos fatos da vida e dos ensinos de Jesus. A se-
gunda é que esse autor se valeu de informações reunidas por outros.

Emmanuel, no livro Paulo e Estêvão, indica que essas duas possibilid-


ades de fato se concretizaram na redação desse Evangelho. Nesta obra, nar-
rando o período de dois anos em que Paulo permanece preso em Cesareia, ele
registra as seguintes informações: “A esse tempo, o ex-doutor de Jerusalém
chamou a atenção de Lucas para o velho projeto de escrever uma biografia de
Jesus, valendo-se das informações de Maria; lamentou não poder ir a Éfeso,
incumbindo-o desse trabalho, que reputava de capital importância para os
adeptos do Cristianismo. O médico amigo satisfez-lhe integralmente o desejo,
legando à posteridade o precioso relato da vida do Mestre, rico de luzes e es-
8
peranças divinas.” Talvez por, essa razão, as narrativas da infância,
presentes no Evangelho de Lucas, possuam uma característica peculiar.

Segundo Emmanuel, o projeto de escrever um Evangelho consoante


com as recordações de Maria era inicialmente de Paulo de Tarso e tinha tal
importância para ele que o apóstolo dos gentios chegara a externalizar essa
intenção para João Evangelista, em Éfeso. Não logrando, contudo, tempo e
condições de empreendê-lo, ele repassa essa tarefa para Lucas. Após a con-
clusão desses registros, Paulo sugere que Lucas também faça um relato dos
fatos a partir do Pentecostes, o que daria origem aos Atos dos apóstolos.
Trataremos desses fatos no Volume 5 desta coleção, que trará os comentários
aos Atos dos apóstolos.
28/
Recolhendo as flores do Evangelho, que cresceram no solo dos corações
daqueles que viveram e conviveram com o Mestre e suas lições, Lucas soube
legar à posteridade esse eterno poema de luzes e consolações, cujas páginas
trazem as sutis vibrações da ação transformadora do Evangelho e da presença
do Cristo em nossas vidas.
29/
2
30/
Se considerarmos que a crítica atual questiona a autoria de muitas cartas de
Paulo, o que não ocorre em relação à autoria de Lucas, estamos diante do
autor com a maior contribuição em termos de quantidade para o Novo
Testamento.
3
Tradução para o grego do texto em hebraico do Antigo Testamento. Tecnica-
mente a tradução envolve um conjunto de textos que não estão Bíblia Heb-
raica, razão pela qual as bíblias protestantes (que excluem esses textos
adicionais) diferem das bíblias católicas, que os aceitam.
4
O cânon de Muratori é o mais antigo registro que contém uma relação dos
textos que deveriam ser admitidos pelos cristãos. É comumente datado por
volta do ano 170.
5
É digno de nota que ao contrário de Mateus, que registra a genealogia de Je-
sus a partir de Abraão, Lucas volta até Adão, filho de Deus (LC 3:19ss).
6
Embora essa parábola seja comumente conhecida com esse título, é import-
ante destacar que não existem títulos nos manuscritos gregos mais antigos.
A tradição é que conferiu a cada passagem os títulos que hoje são encon-
trados nas diversas traduções da Bíblia, nem sempre coincidentes. Isso,
contudo, reflete o estado do conhecimento e consenso de certos grupos em
certo tempo. À medida que avançam os estudos, novas luzes fazem ver as
limitações desses títulos. Na atualidade esta parábola tem sido mais refer-
enciada como “a parábola dos dois filhos”, pois a presença do filho mais
velho e de seu papel era ignorada, talvez pelo viés estabelecido pelo título
que se convencionou atribuir a essa passagem.
7
Embora não encontremos explicitamente a palavra parábola, indicando a
natureza dessa narrativa, aqui a incluímos visto que comumente ela é as-
sim considerada.
8
Paulo e Estêvão, Segunda parte, cap. 7 – “O martírio em Jerusalém”.
COMENTÁRIOS AO
EVANGELHO SEGUNDO
LUCAS
Iluminando os que habitam na treva e na sombra da morte, a
fim de guiar nossos pés no caminho da paz.
Lucas 1:79

Substitutos

É razoável que o administrador distribua serviço e responda pela mor-


domia que lhe foi confiada.

Detendo encargos da direção, o homem é obrigado a movimentar


grande número de pessoas.

Orientará os seus dirigidos, educará os subalternos, dar-lhes-á incum-


bências que lhes apurem as qualidades no serviço.

Ainda assim, o dirigente não se exime das obrigações fundamentais que


lhe competem.

Se houve alguém que poderia mobilizar milhões de substitutos para o


testemunho na Crosta da Terra, esse alguém foi Jesus.

Dispunha o Senhor de legiões de emissários esclarecidos, mantinha in-


calculáveis reservas ao seu dispor. Poderia enviar ao mundo iluminados
filósofos para renovarem o entendimento das criaturas, médicos sábios que
curassem os cegos e os loucos, condutores fiéis, dedicados a ensinar o cam-
inho do bem.

Em verdade, desde os primórdios da organização humana mobiliza o


Senhor a multidão de seus cooperadores diretos, a nosso favor, mesmo
porque suas mãos divinas enfeixam o poder administrativo da Terra, mas
urge reconhecer que, no momento julgado essencial para o lançamento do
reino de Deus entre os homens, veio, Ele mesmo, à nossa esfera de sombras e
conflitos.
33/455
Não enviou substitutos ou representantes. Assumiu a responsabilidade
de seus ensinamentos e, sozinho, suportou a incompreensão e a cruz.

Inspiremo-nos no Cristo e atendamos pessoalmente ao dever que a vida


nos confere.

Perante o supremo Senhor, todos temos serviço intransferível.

(Vinha de luz. FEB Editora. Cap. 85)


A fim de registrar-se com Maria, sua esposa, que estava
grávida.
Lucas 2:5

Ordem e luz

Há muitas pessoas que, como os judeus antigos, se fazem rigorosas


quanto ao conceito de ocasião na prática do bem ou no desenvolvimento do
trabalho.

Os fariseus condenavam o Cristo por curar nos dias de sábado, ao


mesmo passo que, modernamente, muitos aprendizes levam a extremismo
suas concepções no capítulo do descanso dominical ou da aplicação das suas
possibilidades de serviço, nos diversos setores das atividades quotidianas.

Naturalmente que ninguém deverá viver fora da ordem e nada se con-


seguirá sem metodização, porém, no centro de toda atividade coordenativa
não deve existir condição convencional para o exercício do bem, porque esta é
a luz que resplandecerá em todas as situações, ao lado de todos os deveres.

Nesse sentido, o Evangelho nos oferece uma lição salutar.

José e Maria dirigindo-se a Belém obedecem à ordenação política de


César, mas Jesus vindo ao seu encontro, nas palhas da Manjedoura, fora do
ambiente doméstico, mostra que a Claridade divina pode bafejar os trabalhos
da criatura em qualquer parte.

O casal de Nazaré não apresenta desculpas a fim de evitar a obrigação


devida à ordem, Jesus não apresenta condições especializadas para se ofere-
cer às criaturas.

Daí inferimos que não se deve viver sem ordem em parte alguma,
observando-se, porém, que esta nunca poderá excluir o bem, porque, antes
de tudo, quando respeitada, é o justo caminho, por onde a Luz se manifesta.
(Sentinelas da luz. Ed. Cultura Espírita União. Cap. “Ordem e luz”) 35/455
Na mesma região havia pastores que pernoitavam no campo
e realizavam a vigília noturna do seu rebanho. E se aprox-
imou um anjo do Senhor, a glória do Senhor iluminou ao
redor deles, e encheram-se de grande temor. Disse-lhes,
porém, o anjo: não tenhais medo! Eis que vos trago boas-
novas de grande alegria, que será de todo o povo, porque
nasceu para vós, hoje, um salvador, que é o Cristo Senhor,
na cidade de Davi.
Lucas 2:8-11

Oferta de Natal

Senhor!

Enquanto as melodias do Natal nos enternecem, recordamos também,


ante o céu iluminado, a estrela divina que te assinalou o berço na palha
singela!...

De novo, alcançam-nos os ouvidos as vozes angélicas:

— Glória a Deus nas alturas, paz na Terra, boa vontade para com os
homens!...

E lembramo-nos do tópico inesquecível da narrativa de Lucas:

“Havia na região da manjedoura pastores que viviam nos campos e


velavam pelos rebanhos durante a noite; e um anjo do Senhor desceu onde
eles se achavam e a glória do Senhor brilhou ao redor deles, pelo que se fizer-
am tomados de assombro... O anjo, porém, lhes disse: ‘Não temais! eis que
vos trago boas novas de grande alegria, que serão para todo o povo... É que
hoje vos nasceu, na cidade de Davi, o Salvador, que é o Cristo, o Senhor’”.
37/
Desde o momento em que os pastores maravilhados se movimentaram
para ver-te, na hora da alva, começaste, por misericórdia tua, a receber os
testemunhos de afeição dos filhos da Terra.

Todavia, muito antes que te homenageassem com o ouro, o incenso e a


mirra, expressando a admiração e a reverência do mundo, o teu cetro in-
visível se dignou acolher, em primeiro lugar, as pequeninas dádivas dos
últimos!

Só tu sabes, Senhor, os nomes daqueles que algo te ofertaram, em nome


do amor puro, nos instantes da estrebaria:

A primeira frase de bênção...

A luz da candeia que principiou a brilhar quando se apagaram as irradi-


ações do firmamento...

Os panos que te livraram do frio...

A manta humilde que te garantiu o leito improvisado...

Os primeiros braços que te enlaçaram ao colo para que José e Maria


repousassem...

A primeira tigela de leite...

O socorro aos pais cansados...

Os utensílios de empréstimo para que te não faltasse assistência...

A bondade que manteve a ordem, ao redor a manjedoura, preservando-


a de possíveis assaltos...

O feno para o animal que devia transportar-te...

Hoje, Senhor, que quase vinte séculos transcorreram sobre o teu nasci-
mento, nós, os pequeninos obreiros desencarnados, com a honra de cooperar
em teu Evangelho redivivo, pedimos vênia para algo ofertar-te... Nada pos-
suindo de nós, trazemos-te as páginas simples que Tu mesmo nos inspiraste,
os pensamentos de gratidão e de amor que nos saíram do coração, em forma
de letras, em louvor de tua infinita bondade!
38/
Recebe-os, ó divino Benfeitor!, com a benevolência com que acolheste
as primeiras palavras de respeito e os primeiros gestos de carinho com que as
criaturas rudes e anônimas te afagaram na gloriosa descida à Terra!... E que
nós — espíritos milenares fatigados do erro, mas renovados na esperança –
possamos rever-te a figura sublime, nos recessos do coração, e repetir, como
o velho Simeão, após acariciar-te na longa vigília do Templo:

— Agora, Senhor, despede em paz os teus servos, segundo a tua palavra,


porque os nossos olhos viram a salvação!...

(Antologia mediúnica do Natal. FEB Editora. Prefácio)

O anúncio divino

A palavra do anjo aos pastores continua vibrando sobre o mundo, em-


bora as sombras densas que envolvem as atividades dos homens.

Como aconteceu, há dois mil anos, a Espiritualidade anuncia que nas-


ceu o Salvador.

Onde se encontram os que desejam a luminosa notícia?

Nas cidades e nos campos, há multidões atormentadas, corações in-


quietos, almas indecisas.

Muita gente pergunta pela Justiça do Céu.

Longas fileiras de criaturas procuram os templos da fé, incapazes,


porém, de ouvir o anúncio divino.

A família cristã, em grande parte, experimenta a incerteza dos mais


fracos.

Muitos discípulos cuidam somente de política, outros apenas de intelec-


tualismo ou de expressões sectárias.
39/
Entretanto, sem que o Cristo haja nascido na “terra do coração”, a polít-
ica pode perverter, a filosofia pode arruinar, a seita é suscetível de destruir
pelo veneno da separatividade.

A paisagem humana sempre exibiu os quadros escuros do ódio e da


desolação.

No longo caminho evolutivo, como sempre, há doentes, criminosos, ig-


norantes, desalentados, esperando a divina Influência do Mestre.

Muitos já ouviram ou pregaram as mensagens do Evangelho, mas, não


desocuparam o coração para que Jesus os visite.

Não renunciam às cargas pesadas de que são portadores e, cedo ou


tarde, dão a prova de que, nos serviços da fé, não passaram de ouvintes ou
transmissores.

No íntimo, não obstante a condição de necessitados, guardam,


ciosamente, o material primitivista do “homem velho”.

Esquecem-se de que Jesus é o Amigo renovador, o Mestre que


transforma.

Os séculos transcorrem. As exigências de cada homem sucedem-se no


caminho terrestre.

E a Espiritualidade continua convidando as criaturas para as esferas


mais altas.

Bendito, assim, todo aquele que puder ouvir a voz do anjo que ainda se
dirige aos simples de coração, sentindo entre as lutas terrestres, que o Cristo
nasceu hoje no país de sua alma.

(Mentores e seareiros. Ed. IDEAL. Cap. “O anúncio divino”)

Saudando o Natal
40/
Ninguém se mostrou, até hoje, na Terra, sob tamanhos contrastes.

Jesus Cristo!...

Senhor e servo.

Zênite da luz espiritual a ocultar-se nas sombras da meia-noite.

Exaltação e humildade.

Emissário de Deus, em socorro dos homens, não teme acolher-se ao re-


duto dos animais para desvincular-se de todos os preconceitos dos homens, a
fim de abraçá-los e servi-los, sem distinção, por irmãos genuínos e, tanto
quanto Ele próprio, filhos de Deus.

Desde então, astro consciente, desce das estrelas para estancar o sofri-
mento de mansardas escuras, e faz-se o viajor de rincões singelos, acendendo
clarões inextinguíveis na marcha dos povos!...

Embaixador da Misericórdia divina, sob o impacto da miséria humana,


sol da vida, dissipando as trevas da morte!... Severidade de juiz, à frente do
mal, brandura materna ante aqueles que o mal encarcera por vítimas...

Jesus Cristo!... o Salvador que não salvou a si mesmo, a fim de real-


mente salvar!... No quadro de todos os triunfadores do mundo, é ele o su-
premo vencedor, porque deu a si mesmo pelo bem de todos, amando e
servindo até à morte e além da morte! Por isso mesmo, de Natal a Natal, per-
ante todas as lutas e conflitos da humanidade, repleta-se o mundo de esper-
ança, ouvindo, de novo, o cântico inesquecível das milícias celestiais:

— Glória a Deus nas Alturas, paz na Terra, boa vontade para com os
homens!...

(Reformador, dez. 1968, p. 267)


Glória a Deus nas alturas, paz sobre a terra, boa vontade
para com os homens.
Lucas 2:14

Mensagem do Natal9

O cântico das legiões angélicas, na noite divina, expressa o programa do


Pai acerca do apostolado que se reservaria ao Mestre nascente.

O louvor celeste sintetiza, em três enunciados pequeninos, a plataforma


do Cristianismo inteiro.

Glória a Deus nas Alturas, significando o imperativo de nossa con-


sagração ao Senhor supremo, de todo o coração e de toda a alma.

Paz na Terra, traduzindo a fraternidade que nos compete incentivar, no


plano de cada dia, com todas as criaturas.

Boa vontade para com os homens, definindo as nossas obrigações de


serviço espontâneo, uns à frente dos outros, no grande roteiro da
humanidade.

O Natal exprime renovação da alma e do mundo, nas bases do Amor, da


Solidariedade e do Trabalho.

Dantes, os que se anunciavam, em nome de Deus, exibiam a púrpura


dos triunfadores sobre o acervo de cadáveres e despojos dos vencidos.

Com o Enviado celeste, que surge na manjedoura, temos o divino


Vencedor arrebanhando os fracos e os sofredores, os pobres e os humildes
para a revelação do Bem universal.

Dantes, exércitos e armadilhas, flagelos e punhais, chuvas de lodo e


lama para a conquista sanguinolenta.
42/
Agora, porém, é um coração armado de amor, aberto à compreensão de
todas as dores, ao encontro das almas.

Não amaldiçoa.

Não condena.

Não fere.

Fortalece as boas obras.

Ensina e passa.

Auxilia e segue adiante.

Consola os aflitos, sem esquecer-se de consagrar o júbilo esponsalício


de Caná.

Reconforta-se com os discípulos no jardim doméstico; todavia, não des-


ampara a multidão na praça pública.

Exalta as virtudes femininas no lar de Pedro; contudo, não menospreza


a Madalena transviada.

Partilha o pão singelo dos pescadores, mas não menoscaba o banquete


dos publicanos.

Cura Bartimeu, o cego esquecido; entretanto, não olvida Zaqueu, o rico


enganado.

Estima a nobreza dos amigos; contudo, não desdenha a cruz entre os


ladrões.

O Cristo na manjedoura representava o Pai na Terra.

O cristão no mundo é o Cristo dentro da vida.

Natal! Gloria a Deus! Paz na Terra! Boa vontade para com os Homens!

Se já podes ouvir a mensagem da Noite inesquecível, recorda que a boa


vontade para com todas as criaturas é o nosso dever de sempre.

(Antologia mediúnica do Natal. FEB Editora. Cap. 2)


43/
Natal10

As legiões angélicas, junto à Manjedoura, anunciando o grande Ren-


ovador, não apresentaram qualquer palavra de violência.

Glória a Deus no universo divino.

Paz na Terra.

Boa vontade para com os homens.

O Pai supremo, legando a nova era de segurança e tranquilidade ao


mundo, não declarava o Embaixador celeste investido de poderes para ferir
ou destruir.

Nem castigo ao rico avarento.

Nem punição ao pobre desesperado.

Nem desprezo aos fracos.

Nem condenação aos pecadores.

Nem hostilidade para com o fariseu orgulhoso.

Nem anátema contra o gentio inconsciente.

Derramava-se o Tesouro divino, pelas mãos de Jesus, para o serviço da


boa vontade.

A justiça do “olho por olho” e do “dente por dente” encontrara, enfim, o


amor disposto à sublime renúncia até a cruz.

Homens e animais, assombrados ante a luz nascente na estrebaria,


assinalaram júbilo inexprimível...

Daquele inolvidável momento em diante a Terra se renovaria.

O algoz seria digno de piedade.

O inimigo converter-se-ia em irmão transviado.

O criminoso passaria à condição de doente.


44/
Em Roma, o povo gradativamente extinguiria a matança nos circos. Em
Sídon, os escravos deixariam de ter os olhos vazados pela crueldade dos sen-
hores. Em Jerusalém, os enfermos não mais seriam relegados ao abandono
nos vales de imundície.

Jesus trazia consigo a mensagem da verdadeira fraternidade e,


revelando-a, transitou vitorioso, do berço de palha ao madeiro sanguinolento.

Irmão, que ouves no Natal os ecos suaves do cântico milagroso dos an-
jos, recorda que o Mestre veio até nós para que nos amemos uns aos outros.

Natal! Boa-Nova! Boa vontade!...

Estendamos a simpatia para com todos e comecemos a viver realmente


com Jesus, sob os esplendores de um novo dia.

(Fonte viva. FEB Editora. Cap. 180)

Prece do Natal

Senhor Jesus!...

Recordando-te a vinda, quando te exaltaste na manjedoura por luz nas


trevas, vimos pedir-te a bênção.

Releva-nos se muitos de nós trazemos saudade e cansaço, assombro e


aflição, quando nos envolves em torrentes de alegria.

Sabes, Senhor, que temos escalado culminâncias... Possuímos cultura e


riqueza, tesouros e palácios, máquinas que estudam as constelações, e engen-
hos que voam no Espaço! Falamos de ti — de ti que volveste dos continentes
celestes, em socorro dos que choram na poeira do mundo, no tope dos altos
edifícios em que amontoamos reconforto, sem coragem de estender os braços
aos companheiros que recolhias no chão...
45/
Destacamos a excelência de teus ensinos, agarrados ao supérfluo, es-
quecidos de que não guardaste uma pedra em que repousar a cabeça; e, ainda
agora, quando te comemoramos o natalício, louvamos-te o nome, em torno
da mesa farta, trancando inconscientemente as portas do coração aos que se
arrastam na rua!

Nunca tivemos, como agora, tanta abastança e tanta penúria, tanta in-
teligência e tanta discórdia! Tanto contraste doloroso, Mestre, tão só por olvi-
darmos que ninguém é feliz sem a felicidade dos outros... Desprezamos a sin-
ceridade e caímos na ilusão, estamos ricos de ciência e pobres de amor. É por
isso que, em te lembrando a humildade, nós te rogamos para que nos perdoes
e ames ainda... Se algo te podemos suplicar além disso, desculpa o nada que
te ofertamos, em troca do tudo que nos dás, e faze-nos mais simples!...

Enquanto o Natal se renova, restaurando-nos a esperança, derrama o


bálsamo de tua bondade sobre as nossas preces, e deixa, Senhor, que ven-
hamos a ouvir de novo, entre as lágrimas de júbilo que nos vertem da alma, a
sublime canção com que os Céus te glorificam o berço de palha, ao clarão das
estrelas:

— Glória a Deus nas alturas, paz na Terra, boa vontade para com os
homens!

(Antologia mediúnica do Natal. FEB Editora. Cap. 3)

Prece do Natal

Senhor!

Enquanto o júbilo do Natal acende a flama da oração, renova-nos por


dentro para o mundo melhor.

Há quem diga que a fé se perdeu nas engrenagens da civilização, e que a


ciência na Terra apagou a luz espiritual.
46/
Em verdade, Mestre, o homem, que já controla as energias atômicas,
prepara-se à conquista das forças cósmicas, qual se fosse comandante da
vida.

Entretanto, à frente dos olhos, não temos somente o egoísmo e a


vaidade que lhe comprometem a grandeza, semelhante a magnificente palá-
cio sobre chão de explosivos...

Em toda parte, marginando a carruagem dos poderosos, arrastam-se os


vencidos de todas as condições. Muitos enlouqueceram, no excesso de con-
forto, e vagueiam, nas furnas do entorpecente; outros, terrificados na visão
dos crimes perfeitos, nascidos da pompa intelectual, jazem mutilados mental-
mente, nas trincheiras do hospício... Milhões erguem os braços por antenas
de dor, no imenso mar das provações humanas, quais náufragos, nos esgares
da morte, junto de multidões agitadas e infelizes, cansadas de incerteza e
desilusão...

Por tudo isso, Senhor, nós, que tantas vezes te negamos acesso às
portas da alma, esperamos por ti, nos campos atormentados do coração.

Dobra-nos a orgulhosa cerviz, diante da manjedoura em que exempli-


ficas a abnegação e a simplicidade, e, perdoando, ainda, as nossas fraquezas e
as nossas mentiras, ensina-nos, de novo, a humildade e o serviço, a concórdia
e o perdão, com a melodia sempre nova do teu cântico de esperança:

— Glória a Deus nas Alturas, paz na Terra e boa vontade para com os
homens!...

(Reformador, dez. 1975, p. 297)

9
Texto publicado em Segue-me!... Ed. O Clarim. Cap. “Mensagem do Natal”,
com pequenas alterações.
10
Texto publicado em Antologia mediúnica do Natal. FEB Editora. Cap. 1.
Segue-me!... Ed. O Clarim. Cap. “Natal”, com pequenas alterações.
Agora, Soberano, despedes em paz teu servo, segundo a tua
palavra, porque os meus olhos viram a tua salvação.
Lucas 2:29 a 30

No Natal

É inútil que se apresente Jesus como filósofo do mundo.

O Mestre não era um simples reformador.

Nem a sua vida constituiu um fato que só alcançaria significação depois


de seus feitos inesquecíveis, culminantes na cruz.

Jesus Cristo era o esperado.

Pela sua vinda, numerosas gerações choraram e sofreram.

A chegada do Mestre foi a Bênção.

Os que desejavam caminhar para Deus alcançavam a Porta.

O Velho Testamento está cheio de esperanças no Messias.

O Evangelho de Lucas refere-se a um homem chamado


Simeão, que vivia esperando a consolação de Israel. Homem justo e inspirado
pelas forças do Céu, vendo a divina Criança, no Templo, tomou-a nos braços,
louvou ao Altíssimo e exclamou: “Agora, Senhor, despede em paz o teu servo,
segundo a tua palavra.”

Havia surgido a consolação.

Ninguém estaria deserdado.

Deus repartira seu coração com os filhos da Terra.

É por isso que o Natal é a festa de lágrimas da alegria.

(Fonte de paz. Ed. IDE. Cap. 21)


48/
Meditando o Natal

Na exaltação do Natal do Senhor, acalentemos nossa fé em Jesus, sem


nos esquecermos da fé que Jesus deposita em nós.

Não desceria o Senhor da comunhão com os anjos, sem positiva confi-


ança nos homens.

É por isso que, da manjedoura de simplicidade e alegria à cruz da re-


nunciação e da morte, vemo-lo preocupado na recuperação das criaturas.

Convida pescadores humildes ao seu ministério salvador e transforma-


os em advogados da redenção humana.

Vai ao encontro de Madalena, possuída pelos adversários do bem, e


converte-a em mensageira de luz.

Chama Zaqueu, mergulhado no conforto da posse material, e faz dele o


administrador consciente e justo.

Não conhece qualquer desânimo ante a negação de Pedro e nele edifica


o Apóstolo fiel que lhe defenderia o Evangelho até ao martírio e à
crucificação.

Não se agasta com as dúvidas de Tomé e eleva-o à condição de mis-


sionário valoroso, que lhe sustenta a causa, até ao sacrifício.

Não se sente ofendido aos golpes da incompreensão de Saulo, o


perseguidor, e visita-o, às portas de Damasco, investindo-o na posição de
emissário de sua graça, coroado de claridades eternas...

A fé e o otimismo do Cristo começaram na descida à estrebaria singela e


continuam, até hoje, amparando-nos e redimindo-nos, dia a dia...

Assinalando, assim, os júbilos do Natal, recordemos a confiança do


Mestre e afeiçoemo-nos à sua obra de amor e luz, tomando por marco de
partida a nossa própria existência.

O Senhor nos conclama à tarefa que o Evangelho nos assinala...


49/
Nos primeiros três séculos de Cristianismo, os discípulos que lhe
ouviram a celeste Revelação levantaram-se e serviram-no com sangue e sofri-
mento, aflição e lágrimas.

Que nós outros estejamos agora dispostos a consagrar-lhe igualmente


as nossas vidas, considerando o crédito moral que a atitude dele para conosco
significa...

Aprendamos, trabalhemos e sirvamos, até que um dia, qual aconteceu


ao velho Simeão, da Boa-Nova, possamos exclamar ante a Presença divina:

— Agora, Senhor, despede em paz o teu servo, segundo a tua palavra,


porque, em verdade, meus olhos já viram a salvação.

(Antologia mediúnica do Natal. FEB Editora. Cap. 13)


Luz para revelação aos gentios e glória do teu povo, Israel.
Lucas 2:32

Página do Natal11

Há claridade nos incêndios destruidores que consomem vidas e bens.

Resplendor sinistro transparece nos bombardeios que trazem a morte.

Reflexos radiosos surgem do lança-chamas.

Relâmpagos estranhos assinalam a movimentação das armas de fogo.

No Evangelho, porém, é diferente.

Comentando o Natal, assevera Lucas que o Cristo é a luz para alumiar


as nações.

Não chegou impondo normas ou pensamento religioso.

Não interpelou governantes e governados sobre processos políticos.

Não disputou com os filósofos quanto às origens dos homens.

Não concorreu com os cientistas na demonstração de aspectos parciais


e transitórios da vida.

Fez luz no Espírito eterno.

Embora tivesse o ministério endereçado aos povos do mundo, não mar-


cou a sua presença com expressões coletivas de poder, quais exército e sacer-
dócio, armamentos e tribunais.

Trouxe claridade para todos, projetando-a de si mesmo.

Revelou a grandeza do serviço à coletividade, por intermédio da con-


sagração pessoal ao Bem infinito.
51/455
Nas reminiscências do Natal do Senhor, meu amigo, medita no próprio
roteiro.

Tens suficiente luz para a marcha?

Que espécie de claridade acendes no caminho?

Foge ao brilho fatal dos curtos-circuitos da cólera, não te contentes com


a lanterninha da vaidade que imita o pirilampo em voo baixo, dentro da
noite, apaga a labareda do ciúme e da discórdia que atira corações aos pre-
cipícios do crime e do sofrimento.

Se procuras o Mestre divino e a experiência cristã, lembra-te de que na


Terra há clarões que ameaçam, perturbam, confundem e anunciam
arrasamento...

Estarás realmente cooperando com o Cristo, na extinção das trevas,


acendendo em ti mesmo aquela sublime luz para alumiar?

(Antologia mediúnica do Natal. FEB Editora. Cap. 4)

11
Texto publicado em Segue-me!... Ed. O Clarim. Cap. “Página do Natal”, com
pequenas alterações.
Ele lhes respondeu: por que me procuravam? Não
que eu preciso estar nas coisas de meu Pai?
Lucas 2:49

Negócios

O homem do mundo está sempre preocupado pelos negócios referentes


aos seus interesses efêmeros.

Alguns passam a existência inteira observando a cotação das bolsas.


Absorvem-se outros no estudo dos mercados.

Os países têm negócios internos e externos. Nos serviços que lhes dizem
respeito, utilizam-se maravilhosas atividades da inteligência. Entretanto,
apesar de sua feição respeitável, quando legítimas, todos esses movimentos
são precários e transitórios. As bolsas mais fortes sofrerão crises; o comércio
do mundo é versátil e, por vezes, ingrato.

São muito raros os homens que se consagram aos seus interesses etern-
os. Frequentemente, lembram-se disso, muito tarde, quando o corpo per-
manece a morrer. Só então, quebram o esquecimento fatal.

No entanto, a criatura humana deveria entender na iluminação de si


mesma o melhor negócio da Terra, porquanto semelhante operação repres-
enta o interesse da Providência divina, a nosso respeito.

Deus permitiu as transações no planeta para que aprendamos a


fraternidade nas expressões da troca, deixou que se processassem os negócios
terrenos, de modo a ensinar-nos, por meio deles, qual o maior de todos. Eis
por que o Mestre nos fala claramente, nas anotações de Lucas: “Não sabíeis
que me convém tratar dos negócios de meu Pai?”.

(Caminho, verdade e vida. FEB Editora. Cap. 27)


Disse-lhes: não deveis exigir nada além do que vos
prescrito.
Lucas 3:13

Executar bem

A advertência de João Batista à massa inquieta é dos avisos mais pre-


ciosos do Evangelho.

A ansiedade é inimiga do trabalho frutuoso.

A precipitação determina desordens e recapitulações consequentes.

Toda atividade edificante reclama entendimento.

A palavra do Precursor não visa a anular a iniciativa ou diminuir a re-


sponsabilidade, mas recomenda espírito de precisão e execução nos com-
promissos assumidos.

As realizações prematuras ocasionam grandes desperdícios de energia e


atritos inúteis.

Nos círculos evangélicos da atualidade, o conselho de João Batista deve


ser especialmente lembrado.

Quantos pedem novas mensagens espirituais, sem haver atendido a


sagradas recomendações das mensagens velhas? Quantos aprendizes aflitos
por transmitir a verdade ao povo, sem haver cumprido ainda a menor parcela
de responsabilidade para com o lar que formaram no mundo? Exigem rev-
elações, emoções e novidades, esquecidos de que também existem deveres in-
alienáveis desafiando o espírito eterno.

O programa individual de trabalho da alma, no aprimoramento de si


mesma, na condição de encarnada ou desencarnada, é lei soberana.
54/455
Inútil enganar o homem a si mesmo com belas palavras, sem lhes aderir
intimamente, ou recolher-se à proteção de terceiros, na esfera da carne ou
nos círculos espirituais que lhe são próximos.

De qualquer modo, haverá na experiência de cada um de nós a orde-


nação do Criador e o serviço da criatura.

Não basta multiplicar as promessas ou pedir variadas tarefas ao mesmo


tempo. Antes de tudo, é indispensável receber a ordenação do Senhor, cada
dia, e executá-la do melhor modo.

(Vinha de luz. FEB Editora. Cap. 19)


[...] contentai-vos com vosso soldo.
Lucas 3:14

Salários

A resposta de João Batista aos soldados, que lhe rogavam esclarecimen-


tos, é modelo de concisão e bom senso.

Muita gente se perde através de inextricáveis labirintos, em virtude da


compreensão deficiente acerca dos problemas de remuneração na vida
comum.

Operários existem que reclamam salários devidos a ministros, sem co-


gitarem das graves responsabilidades que, não raro, convertem os adminis-
tradores do mundo em vítimas da inquietação e da insônia, quando não seja
em mártires de representações e banquetes.

Há homens cultos que vendem a paz do lar em troca da dilatação de


vencimentos.

Inúmeras pessoas seguem, da mocidade à velhice do corpo, ansiosas e


descrentes, enfermas e aflitas, por não se conformarem com os ordenados
mensais que as circunstâncias do caminho humano lhes assinalam, dentro
dos imperscrutáveis Desígnios.

Não é por demasia de remuneração que a criatura se integrará nos


quadros divinos.

Se um homem permanece consciente quanto aos deveres que lhe com-


petem, quanto mais altamente pago, estará mais intranquilo.

Desde muito, esclarece a filosofia popular que para a grande nau sur-
girá a grande tormenta. Contentar-se cada servidor com o próprio salário é
prova de elevada compreensão, ante a justiça do Todo-Poderoso.
56/455
Antes, pois, de analisar o pagamento da Terra, habitua-te a valorizar as
concessões do Céu.

(Pão nosso. FEB Editora. Cap. 5)


A pá está na sua mão para limpar sua eira e recolher o trigo
no seu celeiro, todavia queimará a palha com fogo
inextinguível.
Lucas 3:17

O trabalhador divino

Apóstolos e seguidores do Cristo, desde as organizações primitivas do


movimento evangélico, designaram-no por meio de nomes diversos.

Jesus foi chamado o Mestre, o Pastor, o Messias, o Salvador, o Príncipe


da Paz; todos esses títulos são justos e veneráveis; entretanto, não podemos
esquecer, ao lado dessas evocações sublimes, aquela inesperada apresentação
do Batista. O Precursor designa-o por trabalhador atento que tem a pá nas
mãos, que limpará o chão duro e inculto, que recolherá o trigo na ocasião ad-
equada e que purificará os detritos com a chama da justiça e do amor que
nunca se apaga.

Interessante notar que João não apresenta o Senhor empenhando leis,


cheio de ordenações e pergaminhos, nem se refere a Ele de acordo com as
velhas tradições judaicas, que aguardavam o divino Mensageiro num carro de
glórias magnificentes. Refere-se ao trabalhador abnegado e otimista. A pá
rústica não descansa ao seu lado, mas permanece vigilante em suas mãos, e
em seu espírito reina a esperança de limpar a terra que lhe foi confiada às sal-
vadoras diretrizes.

Todos vós que viveis empenhados nos serviços terrestres, por uma era
melhor, mantende aceso no coração o devotamento à causa do Evangelho do
Cristo. Não nos cerceiem dificuldades ou ingratidões. Desdobremos nossas
atividades sob o precioso estímulo da fé, porque conosco vai à frente,
abençoando-nos a humilde cooperação, aquele Trabalhador divino que
limpará a eira do mundo.
(Pão nosso. FEB Editora. Cap. 90) 58/455
Dirigiu-se a Nazaré, onde fora criado, e entrou na sinagoga,
num dia de sábado, segundo seu costume; e levantou-se
para ler.
Lucas 4:16

Livros12

(Harmonização. Ed. GEEM. Cap. “Livros”)

12
N.E.: A GEEM não autorizou a cessão de direito de uso para transcrição
desta mensagem. Para facilitar o acesso à informação, a FEB Editora
manteve a indicação da fonte referente àquela instituição.
Começou a dizer para eles: hoje se cumpriu esta escritura em
vossos ouvidos.
Lucas 4:21

Pior para eles

Tomando lugar junto dos habitantes de Nazaré, exclamou Jesus, após


ler algumas promessas de Isaías: “Hoje se cumpriu esta Escritura em vossos
ouvidos”.

Os agrupamentos religiosos são procurados, quase sempre, por investi-


gadores curiosos que, à primeira vista, parecem vagabundos itinerantes; to-
davia, é forçoso reconhecer que há sempre ascendentes espirituais
compelindo-lhes o espírito ao exame e à consulta; eles próprios não saberiam
definir essa convocação sutil e silenciosa que os obriga a ouvir, por vezes,
grandes preleções, longas palestras, exposições e elucidações que, aparente-
mente, não os interessam.

Em várias circunstâncias, afirmam tolerar o assunto, em vista do código


de gentileza e do respeito mútuo; entretanto, não é assim. Existe algo mais
forte, além das boas maneiras que os compelem a ouvir. É que soou o mo-
mento da revelação espiritual para eles.

Muitos continuam indiferentes, irônicos, recalcitrantes, mas a re-


sponsabilidade do conhecimento já lhes pesa nos ombros e, se pudessem sen-
tir a verdade com mais clareza, albergariam a carinhosa admoestação do
Mestre no íntimo da alma: “Hoje se cumpre esta Escritura em vossos
ouvidos”.

A Misericórdia foi dispensada. Deu Jesus alguma coisa de sua Bondade


infinita. Cumpriu-se a divina Palavra. Se os interessados não se beneficiarem
com ela, pior para eles.
(Caminho, verdade e vida. FEB Editora. Cap. 141) 61/455
E quando acabou de falar, disse a Simão: faze-te ao mar
alto, e desce as vossas redes para pescaria.
Lucas 5:4

Mar alto

Este versículo nos leva a meditar nos companheiros de luta que se sen-
tem abandonados na experiência humana.

Inquietante sensação de soledade lhes corta o coração.

Choram de saudade, de dor, renovando as amarguras próprias.

Acreditam que o destino lhes reservou a taça da infinita amargura.

Rememoram, compungidos, os dias da infância, da juventude, das es-


peranças crestadas nos conflitos do mundo.

No íntimo, experimentam, a cada instante, o vago tropel das reminis-


cências que lhes dilatam as impressões de vazio.

Entretanto, essas horas amargas pertencem a todas as criaturas


mortais.

Se alguém as não viveu em determinada região do caminho, espere a


sua oportunidade, porquanto, de modo geral, quase todo Espírito se retira da
carne, quando os frios sinais de inverno se multiplicam em torno.

Surgindo, pois, a tua época de dificuldade, convence-te de que


chegaram para tua alma os dias de serviço em “mar alto”, o tempo de procur-
ar os valores justos, sem o incentivo de certas ilusões da experiência material.
Se te encontras sozinho, se te sentes ao abandono, lembra-te de que, além do
túmulo, há companheiros que te assistem e esperam carinhosamente.

O Pai nunca deixa os filhos desamparados; assim, se te vês presente-


mente sem laços domésticos, sem amigos certos na paisagem transitória do
63/455
planeta, é que Jesus te enviou a pleno mar da experiência, a fim de provares
tuas conquistas em supremas lições.

(Pão nosso. FEB Editora. Cap. 21)


[...] Os sãos não têm necessidade de médico, mas os que estão
doentes.
Lucas 5:31

Alguma coisa

Quem sabe ler, não se esqueça de amparar o que ainda não se


alfabetizou.

Quem dispõe de palavra esclarecida, ajude ao companheiro, ensinando-


lhe a ciência da frase correta e expressiva.

Quem desfruta o equilíbrio orgânico não despreze a possibilidade de


auxiliar o doente.

Quem conseguiu acender alguma luz de fé no próprio espírito, suporte


com paciência o infeliz que ainda não se abriu à mínima noção de responsab-
ilidade perante o Senhor, auxiliando-o a desvencilhar-se das trevas.

Quem possua recursos para trabalhar, não olvide o irmão menos


ajustado ao serviço, conduzindo-o, sempre que possível, à atividade digna.

Quem estime a prática da caridade, compadeça-se das almas


endurecidas, beneficiando-as com as vibrações da prece.

Quem já esteja entesourando a humildade não se afaste do orgulhoso,


conferindo-lhe, com o exemplo, os elementos indispensáveis ao reajuste.

Quem seja detentor da bondade não recuse assistência aos maus, uma
vez que a maldade resulta invariavelmente da revolta ou da ignorância.

Quem estiver em companhia da paz, ajude aos desesperados.

Quem guarde alegria, divida a graça do contentamento com os tristes.

Asseverou o Senhor que os sãos não precisam de médico, mas sim os


enfermos.
65/455
Lembra-te dos que transitam no mundo entre dificuldades maiores que
as tuas.

A vida não reclama o teu sacrifício integral, em favor dos outros, mas,
em benefício de ti mesmo, não desdenhes fazer alguma coisa na extensão da
felicidade comum.

(Fonte viva. FEB Editora. Cap. 28)


E a turba toda procurava tocar nele, porque dele saía
poder, e curava todos.
Lucas 6:19

Magnetismo pessoal

Na atualidade, observamos toda uma plêiade de espiritualistas emin-


entes, espalhando conceitos relativos ao magnetismo pessoal, com tamanha
estranheza, qual se estivéssemos perante verdadeira novidade do século XIX.

Tal serviço de investigação e divulgação dos poderes ocultos do homem


representa valioso concurso na obra educativa do presente e do futuro; no en-
tanto, é preciso lembrar que a edificação não é nova.

Jesus, em sua passagem pelo planeta, foi a sublimação individualizada


do magnetismo pessoal, em sua expressão substancialmente divina. As
criaturas disputavam-lhe o encanto da presença, as multidões seguiam-lhe os
passos, tocadas de singular admiração. Quase toda gente buscava tocar-lhe a
vestidura. Dele emanavam irradiações de amor que neutralizavam moléstias
recalcitrantes. Produzia o Mestre, espontaneamente, o clima de paz que al-
cançava quantos lhe gozavam a companhia.

Se pretendes, pois, um caminho mais fácil para a eclosão plena de tuas


potencialidades psíquicas, é razoável aproveites a experiência que os orienta-
dores terrestres te oferecem, nesse sentido, mas não te esqueças dos exem-
plos e das vivas demonstrações de Jesus.

Se intentas atrair, é imprescindível saber amar. Se desejas influência


legítima na Terra, santifica-te pela influência do Céu.

(Pão nosso. FEB Editora. Cap. 110)


[...] Bem-aventurados vós que chorais agora, porque rireis.
Lucas 6:21

Em louvor da alegria

Nos dias em que a experiência terrestre se faça amargosa e difícil, não


convertas a depressão em veneno.

Quando a aflição te ronda o caminho, anuncias trazer o espírito car-


regado de sombra, como quem se encontra ausente do lar, ansiando regresso,
entretanto, isso não é motivo para que te precipites no desânimo arrasador.

Acusas- te em trevas e podes mentalizar com a própria cabeça lu-


minosos pensamentos de otimismo e fraternidade ou retratar nas pupilas o
fulgor do sol e a beleza das flores.

Entregas- te à mudez, proclamando não suportar os conflitos que te


rodeiam e nada te impede abrir a boca, a fim de pronunciar a frase de recon-
forto e apaziguamento.

Asseveras que o mundo é imenso vale de lágrimas, cruzando os braços


para chorar os infortúnios da Terra e possuis duas mãos por antenas de amor
capazes de improvisar canções de felicidade e esperança, no trabalho pessoal
em favor dos que sofrem.

Trancas- te em aposento solitário para a cultura da irritação, alegando


que os melhores amigos te não entendem e perdes horas inteiras de pranto
inútil e senhoreias dois pés, à maneira de alavancas preciosas, prontas a te
transportarem na direção dos que atravessam provações muito mais doloro-
sas que as tuas, junto dos quais um minuto de tua conversação ou leve mig-
alha do que te sobra te granjeariam a compreensão e a simpatia de enorme
família espiritual.
68/455
Em verdade, existe a melancolia edificante, expressando saudade da
Vida superior, contudo aqueles que a registram no âmago do próprio ser,
consagram -se com redobrado fervor ao serviço do bem, preparando no
próprio coração a nesga de céu, suscetível de identificá- los ao plano celestial
que esperam, ansiosos, suspirando pelo reencontro com os entes que mais
amam. Ainda assim, é imperioso arredar de nós o hábito da tristeza destru-
tiva, como quem guerreia o culto do entorpecente.

Espíritos vinculados às diretrizes do Cristo, não podemos olvidar que o


Evangelho, considerado em todos os tempos, como sendo um livro de dor,
por descrever obstáculos e perseguições, dificuldades e martírios sem conta,
começa exalçando a grandeza de Deus e a boa vontade entre os homens, at-
ravés de cânticos jubilosos e termina com a sublime visão da humanidade fu-
tura, na Jerusalém libertada, assentando- se, gloriosa, na alegria sem fim.

(Livro da esperança. Ed. Comunhão Espírita Cristã. Cap. 11)


Bem-aventurados sois quando os homens vos odiarem, e
quando vos excluírem, vos injuriarem e repelirem o vosso
nome como mau, por causa do filho do homem.
Lucas 6:22

Bem-aventuranças

O problema das bem-aventuranças exige sérias reflexões, antes de in-


terpretado por questão líquida, nos bastidores do conhecimento.

Confere Jesus a credencial de bem-aventurados aos seguidores que lhe


partilham as aflições e trabalhos; todavia, cabe-nos salientar que o Mestre
categoriza sacrifícios e sofrimentos à conta de bênçãos educativas e
redentoras.

Surge, então, o imperativo de saber aceitá-los.

Esse ou aquele homem serão bem-aventurados por haverem edificado o


bem, na pobreza material, por encontrarem alegria na simplicidade e na paz,
por saberem guardar no coração longa e divina esperança.

Mas... e a adesão sincera às sagradas obrigações do título?

O Mestre, na supervisão que lhe assinala os ensinamentos, reporta-se


às bem-aventuranças eternas; entretanto, são raros os que se aproximam
delas com a perfeita compreensão de quem se avizinha de tesouro imenso. A
maioria dos menos favorecidos no plano terrestre, se visitados pela dor, pref-
erem a lamentação e o desespero; se convidados ao testemunho de renúncia,
resvalam para a exigência descabida e, quase sempre, em vez de trabalharem
pacificamente, lançam-se às aventuras indignas de quantos se perdem na
desmesurada ambição.
70/455
Ofereceu Jesus muitas bem-aventuranças. Raros, porém, desejam-nas.
É por isso que existem muitos pobres e muitos aflitos que podem ser grandes
necessitados no mundo, mas que ainda não são benditos no Céu.

(Pão nosso. FEB Editora. Cap. 89)


Ai de vós, quando todos os homens falarem bem de vós, pois
dessa forma os pais deles faziam aos falsos profetas.
Lucas 6:26

Opiniões13

Indubitavelmente, muitas pessoas existem de parecer estimável, às


quais podemos recorrer nos momentos oportunos, mas que ninguém de-
spreze a opinião da própria consciência, porquanto a voz de Deus, comu-
mente, nos esclarecerá nesse santuário divino.

Rematada loucura é o propósito de contar com a aprovação geral ao


nosso esforço.

Quando Jesus pronunciou a sublime exortação desta passagem de Lu-


cas, agiu com absoluto conhecimento das criaturas. Sabia o Mestre que, num
plano de contrastes chocantes como a Terra, não será possível agradar a to-
dos simultaneamente.

O homem da verdade será compreendido apenas, em tempo adequado,


pelos espíritos que se fizerem verdadeiros. O prudente não receberá aplauso
dos imprudentes.

O Mestre, em sua época, não reuniu as simpatias comuns. Se foi amado


por criaturas sinceras e simples, sofreu impiedoso ataque dos convencionalis-
tas. Para Maria de Magdala era Ele o Salvador; para Caifás, todavia, era o re-
volucionário perigoso.

O tempo foi a única força de esclarecimento geral.

Se te encontras em serviço edificante, se tua consciência te aprova, que


te importam as opiniões levianas ou insinceras?

Cumpre o teu dever e caminha.


72/455
Examina o material dos ignorantes e caluniadores como proveitosa ad-
vertência e recorda-te de que não é possível conciliar o dever com a levi-
andade, nem a verdade com a mentira.

(Caminho, verdade e vida. FEB Editora. Cap. 80)

13
Texto publicado em Fonte de paz. Ed. IDE. Cap. 3, com pequenas
alterações.
Mas digo a vós, que estais ouvindo: amai os vossos inimigos,
fazei [o] bem aos que vos odeiam.
Lucas 6:27

Jesus e perdão14

Ensinando o amor para com os inimigos, vejamos como procedia Jesus


diante daqueles que lhe hostilizavam a causa e lhe feriam o coração.

Em circunstância alguma o vemos a derramar-se, louvaminheiro, en-


corajando os que se mantinham no erro deliberado, mas sim renovando
sempre o processo de auxiliar com esquecimento de toda injúria.

Diante da turba que o preferia a Barrabás, o delinquente confesso, não


se entrega ao elogio da multidão, mas guarda dignidade e silêncio, tolerando-
lhe a afronta.

Perante Pilatos, o juiz inseguro, não lhe beija as mãos lavadas, mas sim,
pela conduta de vítima irreprochável, lhe devolve ao espírito inconsequente a
noção da responsabilidade precisa.

Em plena rua, cambaleante sob o madeiro, não se volta para sorrir aos
ingratos que lhe cospem no rosto, mas ora por todos eles, confiando-os ao
tempo que é o julgador invisível da humanidade.

Na cruz infamante, não toma a palavra para agradecer a inconstância


de Pedro ou a fraqueza de Judas, nem faz voto festivo aos sacerdotes que lhe
insultam a Doutrina de Amor, mas a todos contempla, sem mágoa, pedindo o
perdão celeste para a ignorância de quantos lhe impunham a humilhação e a
morte...

E olvidando os verdugos e adversários, ei-lo que torna ao convívio das


criaturas, em pleno terceiro dia depois do túmulo em trevas, a fazer ressurgir
para a Terra enoitada a divina mensagem de eterna luz...
74/455
Desculpar aos que nos ofendem não será, portanto, comungar-lhes a
sombra, mas sim esquecer-lhes os golpes e seguir para a frente, trabalhando e
aprendendo, ajudando e servindo sempre, na exaltação do bem, para que o
mundo em nós outros se liberte do mal.

(Reformador, mar. 1959, p. 68)

Amor aos inimigos15

(Monte acima. Ed. GEEM. Cap. “Amor aos inimigos”)

14
Texto publicado em Abrigo. Ed. IDE. Cap. 13, com pequenas alterações.
15
N.E.: Vide nota 12.
Dá a todo o que te pede; e ao que tira as tuas [coisas], não
ijas de volta.
Lucas 6:30

Dar

O ato de dar é dos mais sublimes nas operações da vida; entretanto,


muitos homens são displicentes e incompreensíveis na execução dele.

Alguns distribuem esmolas levianamente, outros se esquecem da vi-


gilância, entregando seu trabalho a malfeitores.

Jesus é nosso Mestre nas ocorrências mínimas. E se ouvimo-lo re-


comendando estejamos prontos a dar “a qualquer” que pedir, vemo-lo
atendendo a todas as criaturas do seu caminho, não de acordo com os
caprichos, mas segundo as necessidades.

Concedeu bem-aventuranças aos aflitos e advertências aos vendilhões.


Certo, os mercadores de má-fé, no íntimo, rogavam-lhe a manutenção do
status quo, mas sua resposta foi eloquente. Deu alegrias nas bodas de Caná e
repreensões em assembleias dos discípulos. Proporcionou a cada situação e a
cada personalidade o de que necessitavam e, quando os ingratos lhe tomaram
o direito da própria vida, aos olhos da humanidade, não voltou o Cristo a
pedir-lhes que o deixassem na obra começada.

Deu tudo o que se coadunava com o bem. E deu com abundância,


salientando-se que, sob o peso da cruz, conferiu sublime compreensão à ig-
norância geral, sem reclamação de qualquer natureza, porque sabia que o ato
de dar vem de Deus e nada mais sagrado que colaborar com o Pai que está
nos céus.

(Caminho, verdade e vida. FEB Editora. Cap. 106)


Como quereis que os homens vos façam, da mesma
fazei vós a eles.
Lucas 6:31

Beneficência e justiça

Examinando a beneficência, reflitamos na justiça que a vida nos pre-


ceitua ao senso de relações.

Sem ela, é possível que os melhores empreendimentos sofram a nódoa


de velhas mentiras cronificadas em nome da gentileza.

Atravessas escabrosas necessidades materiais e, claro, te alegras, ante o


auxílio conveniente, mas se a cooperação chega marcada pelo manifesto de-
sprezo dos que te ajudam com displicência, como se desfizessem de um peso
morto, estarias mais contente se te deixassem a sós.

Caíste moralmente, ansiando levantar, e rejubilas te, diante do apoio


que te surge ao reerguimento, entretanto, se esse concurso aparece tisnado de
violências, qual se representasse um fardo de vergonha para os que te
supõem reabilitar, sentirias reconhecimento maior se te desconhecessem a
luta.

Choras, nas crises de provação que te fustigam a existência, e regozijas


te, quando os amigos se dispõem a ouvir- te o coração faminto de solidar-
iedade, mas se pretendem consolar- te, repetindo apontamentos forçados,
como se fosses para eles um problema que são constrangidos a suportar, por
questões de etiqueta, mostrarias mais ampla gratidão, se te entregassem ao
silêncio da própria dor.

A justiça faz -nos sentir que o supérfluo de nossa casa é o necessário


que falta ao vizinho; que o irmão ignorante, tombado em erro, é alguém que
nos pede os braços e que a aflição alheia amanhã poderá ser nossa.
77/455
Beneficência, por isso, assume o caráter do dever puro e simples.

Recomenda -nos a regra árdua: “faze aos outros o que desejas te seja
feito”.

A sentença quer dizer que todos precisamos de apoio à luz da com-


preensão; de remédio que se acompanhe de enfermagem e de conselho em
bases de simpatia.

Em suma, todos necessitamos de caridade uns para com os outros,


nesse ou naquele ângulo do caminho, mas é forçoso observar que se a bene-
ficência nos traça a obrigação de ajudar, ensina -nos a justiça como se deve
fazer.

(Livro da esperança. Ed. Comunhão Espírita Cristã. Cap. 30)


Se amais os que vos amam, que tipo de recompensa há para
vós? [...].
Lucas 6:32

Mais alto

Evidentemente, é sempre fácil estimar os que nos amam, valorizar os


que nos servem, apoiar os que nos aplaudem, alegrarmo-nos com aqueles que
se nos regozijam com a presença, solidarizarmo-nos com os que nos seguem,
louvar os que nos reverenciam, ajudar companheiros agradecidos e trabalhar
com os que se afinam conosco.

Em Jesus, porém, a vida nos impele a diretrizes mais altas.

É preciso desculpar os ofensores e orar por eles, compreender os que


nos desajudem, respeitar os que nos desaprovam, abençoar quantos nos
criem problemas, prestigiar as causas do bem de todos, ainda quando partam
daqueles que não nos comunguem os pontos de vista, admirar os opositores
naquilo que demonstrem de útil, auxiliar os irmãos indiferentes ou incom-
preensivos e contribuir nas boas obras, junto daqueles que nos desconsider-
em ou hostilizem.

Como é fácil de anotar, tudo agrada quando se trate de agir, segundo os


padrões de vivência que nos lisonjeiem a personalidade; entretanto, para ser-
vir com o Cristo, é necessário colaborar na construção do reino do Amor, com
a obrigação de erguer-nos mais alto, para esquecer o próprio egoísmo e real-
izar algo diferente.

(Ceifa de luz. FEB Editora. Cap. 24)


Todavia, amai os vossos inimigos [...].
Lucas 6:35

Compaixão e socorro

Não apenas os nossos adversários costumam cair.

É preciso entender que as situações constrangedoras não aparecem uni-


camente diante daqueles que não nos comungam os ideais, cujas deficiências,
por isso mesmo, estamos naturalmente inclinados a procurar e reconhecer.

As criaturas que mais amamos também erram, como temos errado e ad-
quirem compromissos indesejáveis, como, tantas vezes, temos nós abraçado
problemas difíceis de resolver.

E todos eles, — os irmãos que resvalam na estrada, — decerto pedem


palavras que os esclareçam e braços que os levantem.

Tanto quanto nós, na travessia das trevas interiores, quando as trevas


interiores nos tomam de assalto, reclamam compaixão e socorro, ao invés de
espancamento e censura.

Ainda assim, compaixão e socorro não significam aplauso e conivência


para com as ilusões de que devemos desven-
cilhar- nos.

Em verdade, exortou -nos Jesus a deixar conjugados, o trigo e o joio, na


gleba da experiência, de vez que a divina Sabedoria separará um do outro, no
dia da ceifa, mas não nos recomendou sustentar reunidos a planta útil e a
praga que a destrói. À vista disso, a compaixão e o socorro expressam- se no
cultivador, através da bondade vigilante, com que libertará o vegetal pro-
veitoso da larva que o carcome.

O papel da compaixão é compreender.


80/
A função do socorro é restaurar.

Mas se a compaixão acalenta o mal reconhecido, a título de ternura,


converte -se em anestesia da consciência e se o socorro suprime o remédio
necessário ao doente, a pretexto de resguardar -lhe o conforto, transforma- se
na irresponsabilidade fantasiada de carinho, apressando- lhe a morte.

Reconhecendo, pois, que todos somos suscetíveis de queda, saibamos


estender incessantemente compaixão e socorro, onde estivermos, sem es-
cárnio para com as nossas feridas e sem louvor para com as nossas fraquezas,
agindo por irmãos afetuosos e compassivos mas sinceros e leais uns dos out-
ros, a fim de continuarmos, todos juntos, na construção do Bem eterno, tra-
balhando e servindo, cada qual de nós, em seu próprio lugar.

(Livro da esperança. Ed. Comunhão Espírita Cristã. Cap. 32)

Inimigos

A afirmativa do Mestre divino merece meditação em toda parte. Natur-


almente que a recomendação quanto ao amor aos inimigos pede análise
especial.

A multidão, em geral, não traduz o verbo amar senão pelas atividades


cariciosas. Para que um homem demonstre capacidade afetiva, ante os olhos
vulgares, precisará movimentar imenso cabedal de palavras e atitudes ternas,
quando sabemos que o amor pode resplandecer no coração das criaturas sem
qualquer exteriorização superficial. Porque o Pai nos confira experiências la-
boriosas e rudes, na Terra ou noutros mundos, não lhe podemos atribuir
qualquer negação de amor.

No terreno a que se reporta o Amigo divino, é justo nos detenhamos em


legítimas ponderações.
81/
Onde há luta há antagonismo, revelando a existência de circunstâncias
com as quais não seria lícito concordar, tratando-se do bem comum. Quando
o Senhor nos aconselhou amar os inimigos, não exigiu aplausos ao que rouba
ou destrói, deliberadamente, nem mandou multiplicarmos as asas da perver-
sidade ou da má-fé. Recomendou, realmente, auxiliarmos os mais cruéis; no
entanto, não com aprovação indébita, e sim com a disposição sincera e
fraternal de ajudá-los a se reerguerem para a senda divina, por meio da pa-
ciência, do recurso reconstrutivo ou do trabalho restaurador. O Mestre, acima
de tudo, preocupou-se em preservar-nos contra o veneno do ódio, evitando-
nos a queda em disputas inferiores, inúteis ou desastrosas.

Ama, pois, os que se mostram contrários ao teu coração, amparando-os


fraternalmente com todas as possibilidades de socorro ao teu alcance, con-
victo de que semelhante medida te livrará do calamitoso duelo do mal contra
o mal.

(Pão nosso. FEB Editora. Cap. 137)


Sede misericordiosos como [também] é misericordioso vosso
Pai.
Lucas 6:36

Misericórdia

A misericórdia será sempre compreensão e amor em todas as circun-


stâncias da vida.

Deixa que a misericórdia te ilumine o coração e segue em teu próprio


caminho auxiliando sempre.

Compadece-te dos infelizes.

Não lhes conheces os problemas desde o princípio.

Compadece-te dos afortunados.

Desconheces que provações terão eles pela frente.

Compadece-te dos maus.

Eles ignoram as consequências dos próprios atos nos sofrimentos que


os esperam.

Em todos os problemas do caminho que a divina Providência te deu a


percorrer, usa a misericórdia e acertarás.

(Tende bom ânimo. Ed. IDEAL. Cap. 6)


Não julgueis, e de modo nenhum sereis julgados; não
condeneis, e de modo nenhum sereis condenados. Absolvei e
sereis absolvidos.
Lucas 6:37

Compaixão sempre

Perante o companheiro que te parece malfeitor, silencia e ampara


sempre.

Assim como existem pessoas, aparentemente sadias, carregando enfer-


midades que apenas no futuro se farão evidentes para a intervenção ne-
cessária, há criaturas supostamente normais, portadoras de estranhos
desequilíbrios, aos quais se lhes debitam os gestos menos edificantes.

Compadece- te, pois, e estende os braços para a obra do auxílio.

Muitos daqueles que tombaram na indisciplina e na violência, acabando


segregados nas casas de tratamento moral, guardam consigo os braseiros de
angústia que lhes foram impostos, em dolorosos processos obsessivos, pelas
mãos imponderáveis dos adversários desencarnados de outras existências... E
quase todos os que esmoreceram no caminho das próprias obrigações,
rendendo- se ao assalto da crueldade e do desespero, sustentaram, por tempo
enorme, na intimidade do próprio ser, a agoniada tensão da resistência às
forças do mal, sucumbindo, muitas vezes, à míngua de compreensão e de
amor...

Para todos eles, os nossos irmãos caídos em delinquência, volvamos, as-


sim, pensamento e ação tocados de simpatia, recordando Jesus, que não co-
gita de nossas imperfeições para sustentar- nos e certos de que também nós,
pela extensão das próprias fraquezas, não conseguimos em verdade, saber em
que obstáculos do caminho os nossos pés tropeçarão.
(Livro da esperança. Ed. Comunhão Espírita Cristã. Cap. 33) 84/455
Dai e vos será dado; darão para o vosso regaço boa medida,
compactada, sacudida, transbordante; pois com a medida
com que medis sereis medidos de volta.
Lucas 6:38

Doação e nós

Deus te deu a ciência, a fim de que a estendas, em benefício de nossos


irmãos, com tal devotamento que a ignorância jamais consiga entenebrecer
os caminhos da humanidade.

Deus te deu o discernimento, para que o teu concurso verbal ajude a


compreensão dos que te ouvem, de tal modo que a tua presença, seja onde
for, venha a se constituir em luz que dissipe a sombra do desequilíbrio e o ne-
voeiro da discórdia.

Deus te deu a autoridade, a fim de que exerças a justiça com misericór-


dia, de tal maneira que a compaixão não desapareça do mundo, sob as raja-
das da violência.

Deus te deu a fortuna para que o teu dinheiro se faça coluna do trabalho
e da beneficência, com tal abnegação que a penúria jamais aniquile os nossos
companheiros ainda menos felizes, nas trilhas da provação e do desespero.

Deus constantemente algo te dá, entretanto só conservarás e multipli-


carás os talentos recebidos através das doações que fizeres.

Todos somos tão somente usufrutuários dos bens da vida, os quais, no


fundo, pertencem unicamente ao Senhor do universo, que no-los conserva
nas mãos, segundo o proveito e o rendimento que lhes venhamos a imprimir.

“Dai e dar-se-vos-á” — afirmou Jesus.

Isso, na essência, quer dizer: Deus te dá para que dês.


86/
(Ceifa de luz. FEB Editora. Cap. 57)

Nós e o mundo16

Muitos religiosos afirmam que o mundo é poço de tentações e culpas,


procurando o deserto para acobertar a pureza; entretanto, mesmo aí, no si-
lencioso retiro em que se entregam a perigoso ócio da alma, por mais hu-
mildes se façam, comem os frutos e vestem a estamenha que o mundo lhes
oferece.

Muitos escritores alegam que o mundo é vasto arsenal de incom-


preensão e discórdia, viciação e delinquência, como quem se vê diante de um
serpentário; contudo, é no mundo que recolhem o precioso material em que
gravam as próprias ideias e encontram os leitores que lhes compram os
livros.

Muitos pregadores clamam que o mundo é vale de malícia e perversid-


ade, qual se as criaturas humanas vivessem mergulhadas em piscinas de
lodo; todavia, é no mundo que adquirem os conhecimentos com que ornam o
próprio verbo e acham os ouvintes que lhes registram respeitosamente a
palavra.

Muitas pessoas dizem que o mundo é antro de perdição em que as tre-


vas do mal senhoreiam a vida; no entanto, é no mundo que receberam o
regaço materno, para tomarem o arado da experiência, e é no mundo que se
nutrem confortavelmente a fim de demandarem mais altos planos evolutivos.

O mundo, porém, obra prima da Criação, indiferente às acusações gra-


tuitas que lhe são desfechadas, prossegue florindo e renovando, guiando o
progresso e sustentando as esperanças da humanidade.

Fugir de trabalhar e sofrer no mundo, a título de resguardar a virtude, é


abraçar o egoísmo mascarado de santidade.
87/
O aluno diplomado em curso superior não pode criticar a bisonhice das
mentes infantis, reunidas nas linhas primárias da escola.

Os bons são realmente bons, se amparam os menos bons.

Os sábios fazem jus à verdadeira sabedoria, se buscam dissipar a névoa


da ignorância.

O espírita, na essência, é o cristão chamado a entender e auxiliar.

Doemos, pois, ao mundo ainda que seja o mínimo do máximo que rece-
bemos dele, compreendendo e servindo aos outros, sem atribuir ao mundo os
erros e desajustes que estão em nós.

(Reformador, dez. 1962, p. 278)

Contempla mais longe

Para o esquimó, o céu é um continente de gelo, sustentado a focas.

Para o selvagem da floresta, não há outro paraíso além da caça


abundante.

Para o homem de religião sectária, a glória de Além-túmulo pertence


exclusivamente a ele e aos que se lhe afeiçoam.

Para o sábio, este mundo e os círculos celestiais que o rodeiam são


pequeninos departamentos do universo.

Transfere a observação para o teu campo de experiência diária e não


olvides que as situações externas serão retratadas em teu plano interior, se-
gundo o material de reflexão que acolhes na consciência.

Se perseverares na cólera, todas as forças em torno te parecerão iradas.

Se preferes a tristeza, anotarás o desalento em cada trecho do caminho.

Se duvidas de ti próprio, ninguém confia em teu esforço.


88/
Se te habituaste às perturbações e aos atritos, dificilmente saberás viver
em paz contigo mesmo.

Respirarás na zona superior ou inferior, torturada ou tranquila, em que


colocas a própria mente. E, dentro da organização na qual te comprazes,
viverás com os gênios que invocas. Se te deténs no repouso, poderás adquiri-
lo em todos os tons e matizes, e, se te fixares no trabalho, encontrarás mil re-
cursos diferentes de servir.

Em torno de teus passos, a paisagem que te abriga será sempre em tua


apreciação aquilo que pensas dela, porque com a mesma medida que apli-
cares à natureza, obra viva de Deus, a natureza igualmente te medirá.

(Pão nosso. FEB Editora. Cap. 72)

Dai e dar-se-vos-á

A ideia geralmente recolhida no ensinamento do “dai e dar-se-vos-á” é


quase tão somente aquela que se reporta à caridade vulgar, às portas do Céu.
Materializando algum benefício, sente-se o aprendiz na posição de credor das
bênçãos divinas, candidatando-se à auréola de santidade, simplesmente
porque haja cumprido algumas obrigações de solidariedade humana.

A afirmativa do Mestre, porém, expressa uma lei clara e precisa, a


exteriorizar-se em efeitos tangíveis, cada dia.

Dai simpatia e dar-se-vos-á amizade.

Dai gentileza e dar-se-vos-á carinho.

Dai apreço e dar-se-vos-á respeito.

Dai secura e dar-se-vos-á dureza.

Dai espinhos e dar-se-vos-á espinheiro.

Dai estímulo ao bem e dar-se-vos-á alegria.


89/
Dai entendimento e dar-se-vos-á confiança.

Dai esforço e dar-se-vos-á realização.

Dai cooperação e dar-se-vos-á auxílio.

Dai fraternidade e dar-se-vos-á amor.

Ninguém precisa desencarnar para encontrar a lei da retribuição.

Semelhante princípio funciona invariável em nossos passos habituais.

As horas no tempo são como as vagas no mar.

Fluxo e refluxo.

Ação e reação.

Retornará sempre a nós o que dermos de nós.

Se encontrais algo de anormal em vossa experiência comum, efetuai


uma revisão das próprias atitudes.

Se alguma coisa vos contraria e desgosta, observai a vossa contribuição


para o mundo e para as criaturas.

Indagamos de nós mesmos: “que faço”, “como faço”, “por que faço”?

Recordemos que a vida está subordinada a leis que não engaremos.

Plantai e colhereis. Dai e dar-se-vos-á.

(Cartas do coração. Ed. LAKE. Cap. “Dai e dar-se-vos-á”)

Dai e ser-vos-á dado

A palavra do Cristo ressoa até hoje nas abóbadas do tempo.

Do que derdes ser-vos-á dado.

Semelhante princípio não se aplica unicamente a assistência de ordem


material.
90/
Dai a vossa paciência em auxílio aos infelizes e a paciência alheia se vos
fará reconforto no momento de vossas tribulações.

Dai as vossas desculpas aos companheiros que, porventura, vos ofen-


dem e sereis desculpados no dia de vossos erros possíveis.

Doai o bem aos outros e o bem vos honorificará todos os dias.

(Tende bom ânimo. Ed. IDEAL. Cap. 2)

Ambientes17

Importante pensar que não apenas teremos o que damos, mas igual-
mente viveremos naquilo que proporcionamos aos outros.

Daí o impositivo de doarmos tão somente o bem, integralmente o bem.

Se em determinada faixa de tempo criamos a alegria para os nossos


semelhantes e criamos para eles o sofrimento em outra faixa, nossa existência
estará dividida entre felicidade e desventura, porque teremos atraído uma e
outra ao nosso convívio, arruinando valiosas oportunidades de serviço e
elevação.

Se oferecemos azedume, é óbvio que avinagraremos o sentimento de


quem nos acolhe, reavendo, em câmbio inevitável, o mesmo clima vibratório,
como quem recolhe água inconveniente para a própria sede, após agitar o
fundo do poço, de cuja colaboração necessite.

Se atiramos crítica e ironia à face do próximo, de outro ambiente não


disporemos para viver senão aquele que se desmanda em sarcasmo e censura.

Certifiquemo-nos de que não somente as pessoas, mas os ambientes


também respondem. Queiramos ou não, somos constrangidos a viver no
clima espiritual que nós mesmos formamos.

Pacifiquemos e seremos pacificados.


91/
Auxilia e colherás auxílio.

Tudo o que espiritualmente verte de nós, regressa a nós.

“Dá e dar-se-te-á” — asseverou Jesus. O ensinamento não prevalece tão


só nos domínios da dádiva material propriamente considerada. Do que
dermos aos outros, a vida fatalmente nos dá.

(Reformador, ago. 1969, p. 178)

Dar18

As maiores transformações de nossa vida surgem, quase sempre, das


doações que fizermos.

Dar, na essência, significa abrir caminhos, fundamentar oportunidades,


multiplicar relações.

Muitos acreditam ainda que o ato de auxiliar procede exclusivamente


daqueles que se garantem sobre poderes amoedados. Em verdade, ninguém
subestime o bem que o dinheiro doado ou emprestado consegue fazer; en-
tretanto, não se infira daí que a doação seja privilégio dos irmãos chamados
transitoriamente à mordomia da finança terrestre.

Todos podemos oferecer consolação, entusiasmo, gentileza,


encorajamento.

Às vezes, basta um sorriso para varrer a solidão. Uma frase de solidar-


iedade é capaz de estabelecer vida nova no espírito em que o sofrimento
crestou a esperança.

A rigor, todas as virtudes têm a sua raiz no ato de dar. Beneficência,


doação dos recursos próprios. Paciência, doação de tranquilidade interior.
Tolerância, doação de entendimento. Sacrifício, doação de si mesmo.
92/
Toda dádiva colocada em circulação volta infalivelmente ao doador,
suplementada de valores sempre maiores.

Quem deseje imprimir mais rendimento e progresso em suas tarefas e


obrigações, procure ampliar os seus dispositivos de auxílio aos outros e ob-
servará sem delonga os resultados felizes de semelhante cometimento. Isso
ocorre porque em todo o universo as Leis divinas se baseiam em amor — no
amor que, no fundo, é a onipresença de Deus em doações eternas.

Em qualquer soma de prosperidade e paz, realização e plenitude, o ser-


viço ao próximo é a parcela mais importante, a única, aliás, suscetível de
sustentar as outras atividades que compõem a estrutura do êxito.

Dá do que possas e tenhas, do que sejas e representes, na convicção de


que a tua dádiva é investimento na organização crediária da vida, afiançando
os saques de recursos e forças dos quais necessites para o caminho.

“Dá e dar-se-te-á” — ensinou-nos o Cristo de Deus.

Unicamente pela bênção de dar é que a vida de cada um de nós se


transformará numa bênção.

(Reformador, abr. 1968, p. 85)

16
Texto publicado em Livro da esperança. Ed. Comunhão Espírita Cristã.
Cap. 12, com pequenas alterações.
17
Texto publicado em Alma e coração. Ed. Pensamento. Cap. 3, com
alterações.
18
Texto publicado em Alma e coração. Ed. Pensamento. Cap. 6, com pequen-
as alterações.
Pois cada árvore é conhecida a partir do próprio fruto; pois
não se colhem figos dos espinheiros, nem vindimam [cacho
de] uva da sarça.
Lucas 6:44

Espinheiros

O cristão é um combatente ativo.

Despertando no campo do Senhor, aturde-se-lhe a visão com a amp-


litude e complexidade do trabalho.

Dificuldades, tropeços, cipoais, ervas daninhas...

E o Evangelho, com propriedade de conceituação, elucida que não se


pode vindimar nos espinheiros.

Entretanto, teria Jesus assumido a paternidade de semelhante afirm-


ativa para que cruzemos os braços em falsa beatitude?

Se o terreno permanece absorvido pelos abrolhos, o discípulo recebeu


inúmeras ferramentas do Mestre dos mestres.

Indispensável, pois, enfrentar o serviço.

O Cristo encarou, face a face, o sacrifício pela humanidade inteira.

Será a existência de alguns espinheiros a causa de nossos obstáculos


insuperáveis?

Não. Se hoje é impossível a vindima, ataquemos o chão duro. Lavremos


o solo árido. Adubemos com suor e lágrimas.

Haverá sempre chuvas fecundantes do Céu ou generosos mananciais da


Terra, abençoando-nos o esforço.

A divina Providência reside em toda parte.


94/
Não olvidemos o imperativo do trabalho e, depois, em lugar dos abrol-
hos, colheremos o fruto suave e doce da videira.

(Caminho, verdade e vida. FEB Editora. Cap. 121)

Seara espírita19

Penetrando a seara espírita, rememora o Cristianismo redivivo, que se


lhe configura nas menores atividades, e não te circunscrevas à expectação.

Em semelhante campo de fé, sem rituais e sem símbolos, sem con-


venções e sem exigências, descobrirás facilmente os recomendados do Sen-
hor, a surgirem naqueles companheiros cujas dificuldades ultrapassam as
nossas.

Pleiteias a mensagem dos entes queridos que te antecederam na viagem


ao túmulo; entretanto, basta procures e divisarás amigos diversos que não
somente perderam a presença de seres inesquecíveis, mas também as possib-
ilidades primárias da intimidade doméstica.

Solicitas proteção para os filhos educados nos primores de tua benção,


agora em obstáculos inquietantes no estudo ou na profissão; contudo, distin-
guirás, ao teu lado, pais valorosos e incapazes de aliviar as necessidades sin-
gelas dos rebentos da própria carne, sem a assistência do amparo público.

Diligencias a cura da enfermidade ligeira que te apoquenta; mas con-


templarás muitos daqueles que trazem moléstias irreversíveis, para os quais
não chega uma frase de esperança, a fim de louvarem as dores da própria
vida.

Pedes, mentalmente, arrimo à solução de negócios materiais que te


propiciem finança mais dilatada; no entanto, surpreenderás os pés desnudos
de irmãos que vieram de longe, à busca de um simples pensamento
95/
confortador, vencendo, passo a passo, largas distâncias, por lhes faltarem
qualquer recurso para o custeio da condução.

Rogas conselho em assunto determinado, não obstante o arsenal dos


conhecimentos de que dispões; todavia, reconhecerás, frente a frente, amigos
diversos que nunca tiveram, em toda a existência física, a bendita oportunid-
ade de um livro às mãos.

Se o plano superior já te permite pisar na seara espírita, não te limites à


prece.

Todos os tipos de rogativa que se voltem para o Bem infinito são re-
speitáveis; no entanto, pensa em nosso divino Mestre, que orou auxiliando e
realiza algo de bom, em favor dos irmãos em humanidade, que ele mesmo
nos apresenta.

Espiritismo é Cristianismo, e Cristianismo quer dizer Cristo em nós


para estender o reino de Deus e servir em seu nome.

(Reformador, mar. 1963, p. 67)

19
Texto publicado em Livro da esperança. Ed. Comunhão Espírita Cristã.
Cap. 73, com pequenas alterações. Educandário de luz. Ed. IDEAL. Cap. 6,
com pequenas alterações.
O homem bom apresenta boa [coisa] do bom tesouro do
coração [...].
Lucas 6:45

Máximo e mínimo

Se aceitarmos Jesus por Mestre, urge recordar que ele está entre nós e
os outros, conquanto sempre mais intimamente unido àqueles que se aprox-
imam famintos, cansados, desorientados, cambaleantes.

Muitas vezes, tomas a refeição, provando acepipes diversos e largando à


toa pratos cheios que endereças, inconscientemente ao cano de esgoto.

Há porém, milhares de criaturas que se regozijariam com diminuta


porção das sobras que te despencam da mesa.

Recolhes a veste comum, verificando ornatos ou combinando cores que


te dignifiquem a presença, relegando peças e peças a descanso inútil no
armário.

Existem, contudo, milhares de infortunados, suspirando pela roupa


batida que afastaste de uso.

Via de regra, guardas no cofre, sem qualquer serventia, o dinheiro de


que não sentes necessidade, após a compra desse ou daquele objeto,
atendendo a passageiro capricho.

Todavia, repontam da estrada milhares de irmãos em dolorosa penúria,


para quem migalhas de teus recursos seriam clarões de felicidade.

Não raro, consultas livros e publicações às dezenas, por simples desfas-


tio, sem o menor pensamento de gratidão por aqueles que consumiram fos-
fato e tempo, para que te não faltem esclarecimento e cultura.
97/455
Entretanto, nas trilhas que perlustras, há milhares de irmãos, ansiando
aprender, aos olhos dos quais os textos mais elevados não passam de garatu-
jas e enigmas.

Razoável possuas casa própria a teu gosto, contudo, que auxilies a ex-
tinguir no mundo a nódoa do desabrigo.

Justo detenhas o carro particular que te garanta eficiência e conforto,


no entanto, que ajudes a abolir a provação da nudez, no trato de terra onde
respires.

Compreensível acumules as mais altas reservas de inteligência, todavia,


ninguém esteja privado de buscar o alfabeto.

Mereces o máximo de segurança e alegria, mas não deixes os outros


sem o mínimo de apoio à necessária sustentação.

Se trazes o nome de Jesus na confissão da própria fé, carregas no cor-


ação a luz do Cristianismo e Cristianismo, na essência, quer dizer Jesus e os
outros junto de nós.

(Livro da esperança. Ed. Comunhão Espírita Cristã. Cap. 65)


Por que me chamais Senhor, Senhor, e não fazeis o que eu
digo?
Lucas 6:46

A grande pergunta

Em lamentável indiferença, muitas pessoas esperam pela morte do


corpo, a fim de ouvir as sublimes palavras do Cristo.

Não se compreende, porém, o motivo de semelhante propósito. O


Mestre permanece vivo em seu Evangelho de amor e luz.

É desnecessário aguardar ocasiões solenes para que lhe ouçamos os en-


sinamentos sublimes e claros.

Muitos aprendizes aproximam-se do trabalho santo, mas desejam rev-


elações diretas. Teriam mais fé, asseguram displicentes, se ouvissem o Sen-
hor, de modo pessoal, em suas manifestações divinas. Acreditam-se merece-
dores de dádivas celestes e acabam considerando que o serviço do Evangelho
é grande em demasia para o esforço humano e põem-se à espera de milagres
imprevistos, sem perceberem que a preguiça sutilmente se lhes mistura à
vaidade, anulando-lhes as forças.

Tais companheiros não sabem ouvir o Mestre divino em seu verbo


imortal. Ignoram que o serviço deles é aquele a que foram chamados, por
mais humildes lhes pareçam as atividades a que se ajustam.

Na qualidade de político ou de varredor, num palácio ou numa


choupana, o homem da Terra pode fazer o que lhe ensinou Jesus.

É por isso que a oportuna pergunta do Senhor deveria gravar-se de


maneira indelével em todos os templos, para que os discípulos, em lhe pro-
nunciando o nome, nunca se esqueçam de atender, sinceramente, às re-
comendações do seu verbo sublime.
(Caminho, verdade e vida. FEB Editora. Cap. 47) 99/455
Em resposta, disse-lhes: Ide e anunciai [...].
Lucas 7:22

Exemplificar20

Através de todas as nações, o homem levanta realizações notáveis, nas


quais se lhe exalça o egoísmo inteligente.

Em toda a parte, repontam obras suntuárias, solicitando moderação e


corrigenda, para que o abuso de poucos não agrave as aflições e as necessid-
ades de muitos.

Entretanto, porque o raciocínio rogue confrontações claras para


estudos corretos, reconheçamos o realce, conquanto vazio e por vezes
ruinoso, de semelhantes cometimentos.

Ninguém nega a amenidade do edifício caprichosamente construído


para festas inúteis, embora não se lhe possa louvar o destino.

É indiscutível a preciosidade do iate de luxo, não obstante seja tão


somente dedicado ao excesso.

Inegável a feição deleitosa de um jardim suspenso, mesmo quando não


passe de apêndice arquitetônico.

Belo o espetáculo da fonte luminosa por distração na praça pública,


apesar de se manter muito longe do proveito de um simples chafariz.

Analisando essas empresas, na lógica do Espiritismo, somos, contudo,


impelidos a reconhecer que os amigos afeiçoados ao supérfluo estarão agindo
dessa forma por falta de esclarecimento e orientação.

A experiência terrestre na atualidade não desconhece que é preciso en-


sinar aos homens a arte de alimentar e vestir, conversar e conviver, a fim de
que haja saúde, euforia, compreensão e harmonia na humanidade.
101/455
Disse Jesus, em várias ocasiões, aos seguidores: “Ide e pregai...”

Nada justo, assim, reprovar sem consideração os companheiros que


ainda se encontram involuntariamente distantes das realidades do espírito.
Onde o desperdício apareça por flagelo da ignorância, iniciemos a construção
da verdade pelo exemplo da sobriedade, na certeza de que, em toda tarefa de
educação, exemplificar é explicar.

(Reformador, set. 1963, p. 195)

20
Texto publicado em Palavras de vida eterna. Ed. Comunhão Espírita
Cristã. Cap. 144.
As [que estão] sobre a rocha [são] os que, quando ouvem, re-
cebem a palavra com alegria; esses não têm raiz, [são] os que
por um tempo creem, mas no tempo da prova, afastam-se.
Lucas 8:13

Firmeza de fé

A palavra “pedra”, entre nós, costuma simbolizar rigidez e impedi-


mento; no entanto, convém não esquecer que Jesus, de vez em quando, a ela
recorria para significar a firmeza. Pedro foi chamado pelo Mestre, certa vez, a
“rocha viva da fé”.

O evangelho de Lucas fala-nos daqueles que estão sobre pedra, os quais


receberão a palavra com alegria, mas que, por ausência de raiz, caem, fatal-
mente, na época das tentações.

Não são poucos os que estranham essa promessa de tentações, que,


aliás, devem ser consideradas como experiências imprescindíveis.

Na organização doméstica, os pais cuidarão excessivamente dos filhos,


em pequeninos, mas a demasia de ternura é imprópria no tempo em que ne-
cessitam demonstrar o esforço de si mesmos.

O chefe de serviço ensinará os auxiliares novos com paciência e, depois,


exigirá, com justiça, expressões de trabalho próprio.

Reconhecemos, assim, pelo apontamento de Lucas, que nas experiên-


cias religiosas não é aconselhável repousar alguém sobre a firmeza espiritual
dos outros; enquanto o imprevidente descansa em bases estranhas, provavel-
mente está tranquilo, mas, se não possui raízes de segurança em si mesmo,
desviar-se-á nas épocas difíceis, com a finalidade de procurar alicerces
alheios.
103/455
Tudo convida o homem ao trabalho de seu aperfeiçoamento e
iluminação.

Respeitemos a firmeza de fé, onde ela existir, mas não olvidemos a edi-
ficação da nossa, para a vitória estável.

(Caminho, verdade e vida. FEB Editora. Cap. 124)


Pois não há [algo] escondido que não se torne manifesto, nem
oculto que não venha a [ser] conhecido e manifesto. Vede,
pois, como ouvis [...].
Lucas 8:17 a 18

Palavra falada21

A palavra é vigoroso fio da sugestão.

É por ela que recolhemos o ensinamento dos grandes orientadores da


humanidade, na tradição oral, mas igualmente com ela recebemos toda es-
pécie de informações no plano evolutivo em que se nos apresenta a luta
diária.

Por isso mesmo, se é importante saber como falas, é mais importante


saber como ouves, porquanto, segundo ouvimos, nossa frase semeará bál-
samo ou veneno, paz ou discórdia, treva ou luz.

No templo doméstico ou fora dele, escutarás os mais variados


apontamentos.

Apreciações acerca da natureza...

Críticas em torno da autoridade constituída...

Notas alusivas à conduta dos outros...

Opiniões diferentes nesse ou naquele assunto...

Cada registro falado traz consigo o impacto da ação. Contudo, a reação


mora em ti mesmo, solucionando os problemas ou agravando-lhes a
estrutura.

Por tua resposta, converter-se-á o bem na lição ou na alegria dos que te


comungam a experiência ou transformar-se-á o mal no açoite ou no sofri-
mento daqueles que te acompanham.
105/455
Saibamos, assim, lubrificar as engrenagens da audição com o óleo do
amor puro, a fim de que a nossa língua traduza o idioma da compreensão e
da paciência, do otimismo e da caridade, porque nem sempre o nosso julga-
mento é o julgamento da Lei divina e, conforme asseverou o Cristo de Deus,
não há propósito oculto ou atividade transitoriamente escondida que não
hajam de vir à luz.

(Reformador, abr. 1959, p. 74)

21
Texto publicado em Palavras de vida eterna. Ed. Comunhão Espírita Cristã.
Cap. 52.
Disse-lhes, porém: Onde [está] a vossa fé? [...]
Lucas 8:25

Tempo de confiança

A tempestade estabelecera a perturbação no ânimo dos discípulos mais


fortes. Desorientados, ante a fúria dos elementos, socorrem-se de Jesus, em
altos brados.

Atende-os o Mestre, mas pergunta depois:

— Onde está a vossa fé?

O quadro sugere ponderações de vasto alcance. A interrogação de Jesus


indica claramente a necessidade de manutenção da confiança, quando tudo
parece obscuro e perdido. Em tais circunstâncias, surge a ocasião da fé, no
tempo que lhe é próprio.

Se há ensejo para trabalho e descanso, plantio e colheita, revelar-se-á


igualmente a confiança na hora adequada.

Ninguém exercitará otimismo, quando todas as situações se conjugam


para o bem-estar. É difícil demonstrar amizade nos momentos felizes.

Aguardem os discípulos, naturalmente, oportunidades de luta maior,


em que necessitarão aplicar mais extensa e intensivamente os ensinos do
Senhor. Sem isso, seria impossível aferir valores.

Na atualidade dolorosa, inúmeros companheiros invocam a cooperação


direta do Cristo. E o socorro vem sempre, porque é infinita a misericórdia ce-
lestial, mas, vencida a dificuldade, esperem a indagação:

— Onde está a vossa fé?

E outros obstáculos sobrevirão, até que o discípulo aprenda a dominar-


se, a educar-se e a vencer, serenamente, com as lições recebidas.
(Caminho, verdade e vida. FEB Editora. Cap. 40) 107/455
[...] O que queres de mim, Jesus, filho do Deus
Rogo-te, não me atormentes!
Lucas 8:28

Falsas alegações

O caso do Espírito perturbado que sentiu a aproximação de Jesus,


recebendo-lhe a presença com furiosas indagações, apresenta muitos aspec-
tos dignos de estudo.

A circunstância de suplicar ao divino Mestre que não o atormentasse re-


quer muita atenção por parte dos discípulos sinceros.

Quem poderá supor o Cristo capaz de infligir tormentos a quem quer


que seja? E, no caso, trata-se de uma entidade ignorante e perversa que, nos
íntimos desvarios, muito já padecia por si mesma. A vizinhança do Mestre,
contudo, trazia-lhe claridade suficiente para contemplar o martírio da pró-
pria consciência, atolada num pântano de crimes e defecções tenebrosas. A
luz castigava-lhe as trevas interiores e revelava-lhe a nudez dolorosa e digna
de comiseração.

O quadro é muito significativo para quantos fogem das verdades religio-


sas da vida, categorizando-lhe o conteúdo à conta de amargo elixir de angús-
tia e sofrimento. Esses espíritos indiferentes e gozadores costumam afirmar
que os serviços da fé alagam o caminho de lágrimas, enevoando o coração.

Tais afirmativas, no entanto, denunciam-nos. Em maior ou menor es-


cala, são companheiros do irmão infeliz que acusava Jesus por ministro de
tormentos.

(Pão nosso. FEB Editora. Cap. 19)


Perguntou-lhe Jesus: qual é o teu nome? Ele disse:
porque tinham entrado nele muitos daimones.
Lucas 8:30

Um livro diferente

Atendendo ao trabalho da desobsessão nos arredores de Gádara, vemos


Jesus a conversar fraternalmente com o obsesso que lhe era apresentado, ao
mesmo tempo que se fazia ouvido pelos desencarnados infelizes.

Importante verificar que ante a interrogativa do Mestre, a perguntar-


lhe o nome, o médium, consciente da pressão que sofria por parte das In-
teligências conturbadas e errantes, informa chamar-se “Legião”, e o evan-
gelista acrescenta que o obsidiado assim procedia “porque tinham entrado
nele muitos demônios”.

Sabemos hoje com Allan Kardec, conforme palavras textuais do codific-


ador da Doutrina Espírita, no item 6 do capítulo XII, Amai os vossos inimi-
gos, de O evangelho segundo o espiritismo, que “esses demônios mais não
são do que as almas dos homens perversos, que ainda se não despojaram dos
instintos materiais”.

No episódio, observamos o Cristo entendendo-se, de maneira simul-


tânea, com o médium e com as entidades comunicantes, na benemérita
empresa do esclarecimento coletivo, ensinando-nos que a desobsessão não é
caça a fenômeno e sim trabalho paciente do amor conjugado ao conheci-
mento e do raciocínio associado à fé.

Seja no caso de mera influenciação ou nas ocorrências da possessão


profunda, a mente medianímica permanece jugulada por pensamentos es-
tranhos a ela mesma, em processos de hipnose de que apenas gradativamente
se livrará. Daí ressalta o imperativo de se vulgarizar a assistência sistemática
aos desencarnados prisioneiros da insatisfação ou da angústia, por
110/455
intermédio das equipes de companheiros consagrados aos serviços dessa or-
dem que, aliás, demandam paciência e compreensão análogas às que carac-
terizam os enfermeiros dedicados ao socorro dos irmãos segregados nos me-
andros da psicose, portas a dentro dos estabelecimentos de cura mental. [...]

(Desobsessão. FEB Editora. Prefácio – “Um livro diferente”)


Disse Jesus: quem tocou em mim? Negando todos,
Pedro: Comandante, as turbas te comprimem e espremem.
Lucas 8:45

O toque22

(Harmonização. Ed. GEEM. Cap. “O toque”)

22
N.E.: Vide nota 12.
Disse a ela: filha, a tua fé te salvou. Vai em
Lucas 8:48

Tua fé

É importante observar que o divino Mestre, após o benefício dispens-


ado, sempre se reporta ao prodígio da fé, patrimônio sublime daqueles que o
procuram.

Diversas vezes, ouvimo-lo na expressiva afirmação: “A tua fé te salvou.”


Doentes do corpo e da alma, depois do alívio ou da cura, escutam a frase gen-
erosa. É que a vontade e a confiança do homem são poderosos fatores no
desenvolvimento e iluminação da vida.

O navegante sem rumo e que em nada confia somente poderá atingir al-
gum porto em virtude do jogo das forças sobre as quais se equilibra, descon-
hecendo, porém, de maneira absoluta, o que lhe possa ocorrer.

O enfermo, descrente da ação de todos os remédios, é o primeiro a tra-


balhar contra a própria segurança. O homem que se mostra desalentado em
todas as coisas não deverá aguardar a cooperação útil de coisa alguma.

As almas vazias embalde reclamam o quinhão de felicidade que o


mundo lhes deve. As negações, em que perambulam, transformam-nas, per-
ante a vida, em zonas de amortecimento, quais isoladores em eletricidade.
Passa corrente vitalizante, mas permanecem insensíveis.

Nos empreendimentos e necessidades de teu caminho, não te isoles nas


posições negativas. Jesus pode tudo, teus amigos verdadeiros farão o possível
por ti; contudo, nem o Mestre nem os companheiros realizarão em sentido
integral a felicidade que ambicionas, sem o concurso de tua fé, porque tam-
bém tu és filho do mesmo Deus, com as mesmas possibilidades de elevação.
(Pão nosso. FEB Editora. Cap. 113) 113/455
Disse-lhes: Vós, porém, quem dizeis ser eu? [...]
Lucas 9:20

Vós, que dizeis?

Nas discussões propriamente do mundo, existirão sempre escritores e


cientistas dispostos a examinar o Mestre, na pauta de suas impressões pura-
mente intelectuais, sob os pruridos da presunção humana.

Esses amigos, porém, não tiveram contato com a alma do Evangelho,


não superaram os círculos acadêmicos nem arriscam títulos convencionais,
numa excursão desapaixonada por meio da revelação divina; naturalmente,
portanto, continuarão enganados pela vaidade, pelo preconceito ou pelo
temor que lhes são peculiares ao transitório modo de ser, até que se lhes ren-
ove a experiência nas estradas da vida imperecível.

Entretanto, na intimidade dos aprendizes sinceros e fiéis, a pergunta de


Jesus reveste-se de singular importância.

Cada um de nós deve possuir opiniões próprias, relativamente à


sabedoria e à misericórdia com que temos sido agraciados.

Palestras vãs acerca do Cristo quadram bem apenas a espíritos desar-


vorados no caminho da vida. A nós outros, porém, compete o testemunho da
intimidade com o Senhor, porque somos usufrutuários diretos de sua infinita
bondade. Meditemos e renovemos aspirações em seu Evangelho de amor,
compreendendo a impropriedade de mútuas interpelações, com respeito ao
Mestre, porque a interrogação sublime vem Dele a cada um de nós e todos
necessitamos conhecê-lo, de modo a assinalá-lo em nossas tarefas de cada
dia.

(Pão nosso. FEB Editora. Cap. 161)


Ele dizia a todos: se alguém quer vir após mim, negue a si
mesmo, tome a sua cruz a cada dia, e siga-me.
Lucas 9:23

No roteiro da fé23

O aviso do Senhor é insofismável.

“Siga-me” — diz o Mestre.

Entretanto, há muita gente a lamentar-se de fracassos e desilusões, em


matéria de fé, nas escolas do Cristianismo, por não Lhe acatarem o conselho.

Buscam Jesus, fazendo a idolatria em derredor de seus intermediários


humanos e, como toda criatura terrestre, os intermediários humanos do
Evangelho não podem substituir o Cristo, junto à sede das almas.

Aqui, é o padre católico, caridoso e sincero, contudo, incapaz de ofere-


cer a santidade perfeita.

Ali, é o pastor da Igreja reformada atento e nobre, mas inabilitado à


demonstração de todas as virtudes.

Acolá, é o médium espírita, abnegado e diligente, todavia distante da


própria sublimação.

Mais além, surgem doutrinadores e comentaristas, companheiros e par-


entes, afeiçoados ao estudo e excelentes amigos, mas ainda longe da integ-
ração com o Benfeitor eterno.

E quase sempre aqueles que os acompanham, na suposição de buscar-


em o Cristo, ante os mínimos erros a que se arrojam, por força da invigilância
ou inexperiência, retiram-se, apressados, do serviço espiritual, alegando des-
apontamento e amargura.

O convite do Senhor, no entanto, não deixa margem à dúvida.


116/
Não desconhecia Jesus que todos nós, os Espíritos encarnados ou des-
encarnados que suspiramos pela comunhão com Ele, somos portadores de ci-
catrizes e aflições, dívidas e defeitos muitas vezes escabrosos. Daí o
recomendar-nos: “Se alguém quer vir após mim, negue-se a si mesmo, tome
cada dia a sua cruz e siga-me”.

Se te dispões, desse modo, a encontrar o Senhor para a edificação da


tua felicidade, renuncia com desassombro às bagatelas da estrada, suporta
corajosamente as consequências dos teus atos de ontem e de hoje e procura
Jesus por divino Modelo.

Não olvides que há muita diferença entre seguir ao Cristo e seguir aos
cristãos.

(Reformador, jul. 1957, p. 162)

Monte acima24

(Monte acima. Ed. GEEM. Prefácio – “Monte acima”)

Realidade e nós25

Aspiras à união com Jesus e, consequentemente, à vitória da paz em ti


mesmo.

Para conseguir semelhante realização, será preciso, porém, penetrar


mais profundamente no significado das palavras do Cristo: “e aquele que
quiser vir em meus passos, renuncie a si mesmo, tome a sua cruz e siga-me”.

A fim de que os liames inferiores da personalidade sejam desatados, de


modo a empreendermos a marcha na direção do Senhor, é necessário,
entretanto, desarraigá-los de nossa realidade e não da realidade dos outros.
117/
Por isso mesmo, se nos propomos renovar-nos, é imperioso deixar que
os demais livremente se renovem.

Não tiveste o pai que desejarias e nem a progenitora que esperavas?


Ama-os, tais quais se revelam, e abençoa-os pelo bem que te fizeram,
trazendo-te à escola humana.

Não achaste o esposo ou a esposa, na altura de teus ideais? Aceita o


companheiro ou a companheira que a vida te deu, exercendo a tolerância e o
amor, observando que todos somos ainda espíritos incompletos, na oficina da
evolução.

Não possuis nos filhos os seres afins com que sonhavas? Acolhe-os
como são e dá-lhes a melhor ternura da própria alma, na certeza de que tam-
bém eles estão a caminho da perfeição que, para nós todos, ainda vem muito
longe.

Não vês nos irmãos e nos amigos os gênios de bondade e abnegação que
supunhas? Abraça-os, qual se mostram, e oferece-lhes o apoio fraterno que se
te faça possível, sem algemá-los a pontos de vista.

Cada criatura vive na realidade que lhe é característica. Em toda parte,


cada um de nós em sua luta, em sua dificuldade, em sua prova, em seu
problema.

Enquanto nos pomos a censurar, não conseguimos entender.

Enquanto exigimos, não aprendemos a auxiliar.

Deixemos cada companheiro ou companheira de caminho, na realidade


que lhes toca, e, amando e abençoando a todos, atendamos à realidade que
nos diga respeito, reconhecendo que não nos achamos no educandário da ex-
periência para dar lições alheias e sim dar conta das lições outras que, pelas
aulas do dia a dia, a própria vida confere a nós.

(Reformador, ago. 1970, p. 177)


118/
Heroísmo oculto

Terás ouvido narrativas em torno de feitos sublimes, nos quais criaturas


intrépidas ofereceram a própria existência para salvar os outros, quais os que
tombaram na defesa da coletividade, em honra da justiça, e os que foram sur-
preendidos pela desencarnação inesperada, em louvor da ciência, ao per-
quirirem processos de socorro aos sofrimentos da humanidade.

Reverenciemos, sim, o nome dos que se esqueceram, a benefício dos


semelhantes; contudo, não nos será lícito esquecer que existe um heroísmo
obscuro, tão autêntico e tão belo quanto aquele que assinala os protagonistas
das grandes façanhas, perante a morte — o heroísmo oculto dos que sabem
viver, dia por dia, no círculo estreito das próprias obrigações, a despeito dos
empecilhos e das provações que os supliciam na estrada comum.

Pondera isso, quando os embaraços da vida te amarguem o coração!...


Certifica-te de que se existem multidões na Terra que aplaudem as demon-
strações de coragem dos que sabem morrer pelas causas nobres, existem
multidões no Mundo espiritual que aplaudem os testemunhos da com-
preensão e sacrifício dos que sabem viver, no auxílio ao próximo, apagando-
se, a pouco e pouco, em penhor do levantamento de alguém ou da melhoria
de alguns na arena terrestre.

Reflete no assunto e observa a parte mais difícil da existência que o


Senhor te confiou... Será ela talvez o cativeiro a obrigações domésticas inadiá-
veis, o conflito íntimo, a condução laboriosa de um filho doente, a tutela de
um companheiro menos feliz, a tolerância permanente para com o esposo ou
a esposa em desequilíbrio ou, ainda, a responsabilidade pessoal e direta na
garantia das obras de benemerência e cultura, a elevação e concórdia na
direção da comunidade?

A matrícula na escola do heroísmo silencioso está aberta constante-


mente, a nós todos.

Revisemos a anotação do divino Mestre: “Quem quiser caminhar nos


meus passos, renuncie a si mesmo, tome a sua cruz e siga-me”.
119/
Qual será e como será a cruz que te pesa nos ombros? Seja ela qual for,
lembra-te de que o Cristo de Deus nos aguarda no monte da vitória e da re-
denção, esperando tenhamos suficiente coragem para abraçar o heroísmo
oculto na fidelidade aos nossos próprios deveres até o fim.

(Alma e coração. Ed. Pensamento. Cap.17)

23
Texto publicado em Palavras de vida eterna. Ed. Comunhão Espírita Cristã.
Cap. 15.
24
N.E.: Vide nota 12.
25
Texto publicado em Mãos unidas. Ed. IDE. Cap. 13.
Porquanto, que benefício tem o homem ao ganhar o mundo
inteiro, destruindo a si mesmo ou sofrendo perda?
Lucas 9:25

Interrogação do Mestre26

Em verdade, com a força associada à inteligência, pode o homem


terrestre:

revolver o solo planetário;

sugar os benefícios da Terra;

incentivar interesses personalistas;

erguer arranha-céus nas cidades maravilhosas;

construir palácios para o ninho doméstico;

elevar-se ao firmamento em máquinas possantes;

consultar os abismos do mar;

atravessar oceanos em navios velozes;

estender utilidades no plano da civilização;

criar paraísos de fantasias para os sentidos corporais;

monopolizar os negócios do mundo;

abrir estradas, ligando continentes e povos;

conversar à distância de milhares de quilômetros;

dominar o dia que passa em carros de triunfo;

substituir os ídolos de barro no altar da ilusão;

formar exércitos poderosos, consagrados à morte;


121/455
forjar espadas e canhões;

ditar duras leis aos mais fracos;

gritar a palavra de ódio em tribunas de ouro;

exercer a vingança, oprimir, gozar, amaldiçoar...

Em verdade, o homem, usufrutuário da Terra, e depositário da confi-


ança de Deus, pode fazer tudo isso; contudo, que lhe aproveitará tamanha ex-
altação se, distraído de si mesmo, se vale das glórias da inteligência para
precipitar-se nos despenhadeiros da treva e da morte?

(Reformador, set. 1945, p. 204)

26
Texto publicado em Segue-me!... Ed. O Clarim. Cap. “Interrogação do
Mestre”, com pequenas alterações. Coletânea do além. Ed. LAKE. Cap.
“Interrogação do Mestre”, com pequenas alterações.
Pois quem se envergonhar de mim e das minhas palavras, o
filho do homem se envergonhará dele [...].
Lucas 9:26

Não se envergonhar

Muitos aprendizes existem satisfeitos consigo mesmos tão somente em


razão de algumas afirmativas quixotescas. Congregam-se em grandes dis-
cussões, atrabiliários e irascíveis, tentando convencer gregos e troianos, re-
lativamente à fé religiosa e, quando interpelados sobre a fúria em que se com-
prazem, na imposição dos pontos de vista que lhes são próprios, costumam
redarguir que é imprescindível não nos envergonharmos do Mestre, nem de
seus ensinamentos perante a multidão.

Todavia, por vezes, a preocupação de preservar o Cristianismo não


passa de posição meramente verbal.

Tais defensores do Cristo andam esquecidos de que, antes de tudo, é in-


dispensável não esquecer-lhe os princípios sublimes, diante das tarefas de
cada dia.

A vida de um homem é a sua própria confissão pública.

A conduta de cada crente é a sua verdadeira profissão de fé.

Muito infantis o trovão da voz e a mímica verbalista, filhos da vaidade


individual, junto de ouvintes incompreensivos e complacentes, com pleno es-
quecimento dos necessários testemunhos com o Mestre, na oficina de tra-
balho comum e no lar purificador.

Torna-se indispensável não se envergonhar o aprendiz de Jesus, não em


perlengas calorosas, das quais cada contendor regressa mais exasperado, mas
sim perante as situações, aparentemente insignificantes ou eminentemente
123/455
expressivas, em que se pede ao crente o exemplo de amor, renúncia e sacrifí-
cio pessoal que o Senhor demonstrou em sua trajetória sublime.

(Vinha de luz. FEB Editora. Cap. 51)


E sucedeu que, cerca de oito dias após estas palavras,
to- mando consigo a Pedro, João e Tiago, subiu a um
monte para orar.
Lucas 9:28

Nem todos

Digna de notar-se a atitude do Mestre, convidando apenas Simão e os


filhos de Zebedeu para presenciarem a sublime manifestação do monte,
quando Moisés e outro emissário divino estariam em contato direto com Je-
sus, aos olhos dos discípulos.

Por que não convocou os demais companheiros?

Acaso Filipe ou André não teriam prazer na sublime revelação? Não era
Tomé um companheiro indagador, ansioso por equações espirituais? No ent-
anto, o Mestre sabia a causa de suas decisões e somente Ele poderia dosar,
convenientemente, as dádivas do conhecimento superior.

O fato deve ser lembrado por quantos desejem forçar a porta do plano
espiritual.

Certo, o intercâmbio com esse ou aquele núcleo de entidades do Além é


possível, mas nem todos estão preparados, a um só tempo, para a recepção de
responsabilidades ou benefícios.

Não se confia, imprudentemente, um aparelho de produção preciosa,


cujo manejo dependa de competência prévia, ao primeiro homem que surja,
tomado de bons desejos. Não se atraiçoa impunemente a ordem natural. Nem
todos os aprendizes e estudiosos receberão do Além, num pronto, as grandes
revelações. Cada núcleo de atividade espiritualizante deve ser presidido pelo
melhor senso de harmonia, esforço e afinidade. Nesse mister, além das boas
intenções é indispensável a apresentação da ficha de bons trabalhos pessoais.
125/455
E, no mundo, toda gente permanece disposta a querer isso ou aquilo, mas
raríssimas criaturas se prontificam a servir e a educar-se.

(Caminho, verdade e vida. FEB Editora. Cap. 105)


E eis que dois varões conversavam com ele, os quais
Moisés e Elias.
Lucas 9:30

Os vivos do Além

Várias escolas religiosas, defendendo talvez determinados interesses do


sacerdócio, asseguram que o Evangelho não apresenta bases ao movimento
de intercâmbio entre os homens e os espíritos desencarnados que os pre-
cederam na jornada do mais Além...

Entretanto, nesta passagem de Lucas, vemos o Mestre dos mestres con-


fabulando com duas entidades egressas da esfera invisível de que o sepulcro é
a porta de acesso.

Aliás, em diversas circunstâncias encontramos o Cristo em contato com


almas perturbadas ou perversas, aliviando os padecimentos de infortunados
perseguidos. Todavia, a mentalidade dogmática encontrou aí a manifestação
de Satanás, inimigo eterno e insaciável.

Aqui, porém, trata-se de sublime acontecimento no Tabor. Não vemos


qualquer demonstração diabólica e sim dois espíritos gloriosos em conver-
sação íntima com o Salvador. E não podemos situar o fenômeno em asso-
ciação de generalidades, porquanto os “amigos do outro mundo”, que falaram
com Jesus sobre o monte, foram devidamente identificados. Não se registrou
o fato, declarando-se, por exemplo, que se tratava da visita de um anjo, mas
de Moisés e do companheiro, dando-se a entender claramente que os
“mortos” voltam de sua nova vida.

(Caminho, verdade e vida. FEB Editora. Cap. 67)


E surgiu uma voz da nuvem, dizendo: este é o meu
eleito, ouvi-o!
Lucas 9:35

Nuvens

O homem, quase sempre, tem a mente absorvida na contemplação das


nuvens que lhe surgem no horizonte. São nuvens de contrariedades, de proje-
tos frustrados, de esperanças desfeitas.

Por vezes, desespera-se, envenenando as fontes da própria vida. Dese-


jaria, invariavelmente, um céu azul a distância, um Sol brilhante no dia e lu-
minosas estrelas que lhe embelezassem a noite. No entanto, aparece a nuvem
e a perplexidade o toma, de súbito.

Conta-nos o Evangelho a formosa história de uma nuvem.

Encontravam-se os discípulos deslumbrados com a visão de Jesus


transfigurado, tendo junto de si Moisés e Elias, aureolados de intensa luz.

Eis, porém, que uma grande sombra comparece. Não mais distinguem o
maravilhoso quadro. Todavia, do manto de névoa espessa, clama a voz poder-
osa da revelação divina: “Este é o meu amado Filho, a Ele ouvi!”

Manifestava-se a palavra do Céu, na sombra temporária.

A existência terrestre, efetivamente, impõe angústias inquietantes e


aflições amargosas. É conveniente, contudo, que as criaturas guardem seren-
idade e confiança, nos momentos difíceis.

As penas e os dissabores da luta planetária contêm esclarecimentos


profundos, lições ocultas, apelos grandiosos. A voz sábia e amorosa de Deus
fala sempre por meio deles.

(Caminho, verdade e vida. FEB Editora. Cap. 32)


Ponde vós estas palavras em vossos ouvidos
Lucas 9:44

Guardemos o ensino

Muitos escutam a palavra do Cristo, entretanto, muito poucos são os


que colocam a lição nos ouvidos.

Não se trata de registrar meros vocábulos e sim de fixar apontamentos


que devem palpitar no livro do coração.

Não se reportava Jesus à letra morta, mas ao verbo criador.

Os círculos doutrinários do Cristianismo estão repletos de aprendizes


que não sabem atender a esse apelo. Comparecem às atividades espirituais,
sintonizando a mente com todas as inquietações inferiores, menos com o
Espírito do Cristo. Dobram joelhos, repetem fórmulas verbalistas,
concentram-se em si mesmos, todavia, no fundo, atuam em esfera distante do
serviço justo.

A maioria não pretende ouvir o Senhor e sim falar ao Senhor, qual se


Jesus desempenhasse simples função de pajem subordinado aos caprichos de
cada um.

São alunos que procuram subverter a ordem escolar.

Pronunciam longas orações, gritam protestos, alinhavam promessas


que não podem cumprir.

Não estimam ensinamentos. Formulam imposições.

E, à maneira de loucos, buscam agir em nome do Cristo.

Os resultados não se fazem esperar. O fracasso e a desilusão, a esterilid-


ade e a dor vão chegando devagarinho, acordando a alma dormente para as
realidades eternas.
129/455
Não poucos se revoltam, desencantados...

Não se queixem, contudo, senão de si mesmos.

“Ponde minhas palavras em vossos ouvidos”, disse Jesus.

O próprio vento possui uma direção. Teria, pois, o divino Mestre trans-
mitido alguma lição, ao acaso?

(Vinha de luz. FEB Editora. Cap. 70)


Mas não o receberam porque tinha o propósito de se dirigir a
Jerusalém.
Lucas 9:53

Mudança

Digna de nota a presente passagem de Lucas.

Reparando os samaritanos que Jesus e os discípulos se dirigiam a


Jerusalém, negaram-se a recebê-los.

Identificaram-nos pelo aspecto.

Se fossem viajores com destino a outros lugares, talvez lhes oferecessem


hospedagem, reconforto, alegria...

Não se verifica, até hoje, o mesmo fenômeno com os verdadeiros con-


tinuadores do Mestre?

Jerusalém, para nós, simboliza aqui testemunho de fé.

E basta que alguém se encaminhe resolutamente a semelhante domínio


espiritual, para que os homens comuns, desorientados e discutidores, lhe cer-
rem as portas do coração.

Os descuidados, que rumam na direção dos prazeres fáceis, encontram


imediato acolhimento entre os novos samaritanos do mundo.

Mulheres inquietas, homens enganadores e doentes espirituais bem ap-


resentados possuem, por enquanto, na Terra, luzida assembleia de
companheiros.

Todavia, quando o aprendiz de Jesus acorda na estrada humana, veri-


ficando que é indispensável fornecer testemunho da sua confiança em Deus,
com a negação de velhos caprichos, na maior parte das vezes é constrangido a
seguir sem ninguém.
131/455
É que, habitualmente, em tais ocasiões, o homem se revela modificado.

Não dá a impressão comum da criatura disposta a satisfazer-se.

É alguém resolvido a renunciar aos próprios defeitos e a anulá-los, a


golpes de imenso esforço, para esposar a cruz redentora que o identificará
com o Mestre divino...

Por essa razão, mesmo portas adentro do lar, quase sempre não será
plenamente reconhecido, porque seu aspecto sofreu metamorfose profunda...
Ele mostra o sinal de quem tomou o rumo da definitiva renovação interior
para Deus, disposto a consagrar-se ao eterno bem e a soerguer seu coração no
grande caminho...

(Fonte viva. FEB Editora. Cap. 175)


Disse-lhe: deixa que os mortos enterrem seus próprios mor-
tos. Tu, porém, vai e anuncia o reino de Deus.
Lucas 9:60

Mortos27

Há sempre numerosos mortos em nossa luta de cada dia, convocando-


nos à prece da diligência e da bondade.

Mortos que jazem muito mais impassíveis que os outros — aqueles que,
por vezes, julgais sentenciados à cinza e à separação.

Há usurários, inermes, em túmulos de ouro.

Há dominadores da carne, encerrados em sarcófagos imponentes de or-


gulho falaz.

Há juízes inumados em covas de lama.

Há legisladores mumificados em terríveis enganos da alma.

Há sacerdotes enterrados em brilhantes mausoléus de simonia e ad-


ministradores encarcerados em urnas infernais de inconfessáveis
compromissos.

Há jovens mortos no vício e velhos amortalhados no frio do desencanto.

Há sábios enrijecidos no gelo da indiferença e heróis cristalizados em


ataúdes de medalhas faiscantes.

Há criaturas impulsivas em sepulturas de espinhos e mentes preguiço-


sas em sepulcros de miséria.

Se proclamardes a verdade para essas almas cadaverizadas no esqueci-


mento da Lei divina, decerto responder-vos-ão com a inércia, com a ironia,
com a imobilidade e com a negação.
133/455
Para semelhantes retardados de espírito pronunciou o Senhor as in-
esquecíveis palavras — “Deixemos aos mortos o cuidado de enterrar os seus
mortos.”

Procuremos, pois, a vida, descerrando nosso coração ao trabalho con-


stante do Bem infinito, porque, em verdade, só aquele que aprende e ama
sempre, renovando-se sem cessar para a Luz, consegue superar os níveis in-
feriores da treva, subindo, vitorioso, ao encontro da vida imperecível, com
eterna libertação.

(Brasil espírita, dez. 1956, p. 3)

27
Texto publicado em Alma e luz. Ed. IDE. Cap. 8, com alterações.
Disse-lhe Jesus: ninguém que põe sua mão no arado e olha
para [as coisas de] trás é apto para o reino de Deus.
Lucas 9:62

Acima

A fim de que nos promovamos à condição de obreiros mais eficientes,


na Seara do Cristo, é forçoso observar a vida acima de nossas impressões
superficiais.

Para isso, ser-nos-á necessário:

mais do que ver – refletir;

mais do que escutar – compreender;

mais do que estudar – aprender;

mais do que trabalhar – servir;

mais do que obedecer – cooperar espontaneamente em apoio aos


semelhantes;

mais do que administrar – harmonizar;

mais do que crer – raciocinar;

mais do que esclarecer – discernir;

mais do que escrever – elevar;

mais do que falar – construir;

mais do que comentar – melhorar;

mais do que saber – transmitir para o bem;

mais do que informar – educar;

mais do que desculpar – esquecer o mal;


135/
mais do que desincumbir-se – auxiliar para a felicidade geral.

Todos temos ideias e possibilidades, escolhas e relações, crenças e


luzes. E se é muito importante guardar equilíbrio para desfrutar semelhantes
bênçãos, em nosso progresso de espíritos imortais, ante as Leis de Causa e
Efeito, é muito mais importante ainda saber o que estamos fazendo por elas e
com elas.

(Aulas da vida. Ed. IDEAL. Cap. 26)

O arado

Aqui, vemos Jesus utilizar na edificação do reino divino um dos mais


belos símbolos.

Efetivamente, se desejasse, o Mestre criaria outras imagens. Poderia


reportar-se às leis do mundo, aos deveres sociais, aos textos da profecia, mas
prefere fixar o ensinamento em bases mais simples.

O arado é aparelho de todos os tempos. É pesado, demanda esforço de


colaboração entre o homem e a máquina, provoca suor e cuidado e, sobre-
tudo, fere a terra para que produza. Constrói o berço das sementeiras e, à sua
passagem, o terreno cede para que a chuva, o sol e os adubos sejam conveni-
entemente aproveitados.

É necessário, pois, que o discípulo sincero tome lições com o divino


Cultivador, abraçando-se ao arado da responsabilidade, na luta edificante,
sem dele retirar as mãos, de modo a evitar prejuízos graves à “terra de si
mesmo”.

Meditemos nas oportunidades perdidas, nas chuvas de misericórdia


que caíram sobre nós e que se foram sem qualquer aproveitamento para
nosso espírito, no sol de amor que nos vem vivificando há muitos milênios,
136/
nos adubos preciosos que temos recusado, por preferirmos a ociosidade e a
indiferença.

Examinemos tudo isso e reflitamos no símbolo de Jesus.

Um arado promete serviço, disciplina, aflição e cansaço; no entanto,


não se deve esquecer de que, depois dele, chegam semeaduras e colheitas,
pães no prato e celeiros guarnecidos.

(Pão nosso. FEB Editora. Cap. 3)


Ide! Eis que vos envio como cordeiros em meio de lobos.
Lucas 10:3

Em meio de lobos

Naturalmente Jesus, pronunciando semelhante recomendação,


reportava-se a cordeiros fortes que conseguissem respirar em plano superior
aos lobos vorazes.

Seria razoável enviar ovelhas frágeis a bestas violentas? Seria o mesmo


que ajudar a carnificina.

O Mestre, indubitavelmente, desejava as qualidades de ternura e mag-


nanimidade dos continuadores, mas não lhes endossaria as vacilações e
fraquezas.

Aliás, para serviço de tal envergadura, desdobrado em verdadeiras


batalhas espirituais, ele necessitava de cooperadores fiéis, bondosos,
prudentes, mas valorosos. Enviava os discípulos ao centro de conflito áspero,
não no gesto de quem remete carneiros ao matadouro, e sim à gleba de ser-
viço, onde pudessem semear novos e sublimados dons espirituais, entre os
lobos famintos, por meio da exemplificação no bem incessante.

Entretanto, há companheiros, ainda hoje, que se acreditam colabor-


adores do Cristo apenas porque levantam aos céus as mãos-postas, em atit-
ude suplicante. Esquecem-se de que Jesus afirmou peremptório: “Ide; eis que
vos mando!...”

Em tal determinação, vemos claramente que existem trabalhos a efetu-


ar, ações beneméritas a instituir.

O mundo é o campo, onde o trabalhador encontrará a sua cota de


colaboração.
138/455
É preciso realmente ir aos lobos. Seria perigoso esperá-los. Muitos lid-
adores, porém, reclamam contra a cruz e o martírio, olvidando que o Senhor
e seus corajosos sucessores neles encontraram a ressurreição e a eternidade
com a resistência construtiva contra o mal.

Se os madeiros e leões retornassem, deveriam encontrar o trabalhador


no esforço que lhe compete e nunca em atitude de inércia, à distância do min-
istério que lhe foi confiado.

O apelo do Cristo ressoa, ainda agora...

É imprescindível caminhar na direção dos lobos, não na condição de


fera contra fera, mas na posição de cordeiros-embaixadores; não por emis-
sários da morte, mas por doadores da vida eterna.

(Vinha de luz. FEB Editora. Cap. 144)


Em qualquer casa em que entrardes, primeiro dizei: paz a
es- ta casa!
Lucas 10:5

Paz em casa28

Compras na Terra o pão e a vestimenta, o calçado e o remédio, menos a


paz.

Dar-te-á o dinheiro residência e conforto, com exceção da tranquilidade


de espírito.

Eis porque nos recomenda Jesus venhamos a dizer, antes de tudo, ao


entrarmos numa casa: “paz seja nesta casa.”

A lição exprime vigoroso apelo à tolerância e ao entendimento.

No limiar do ninho doméstico, unge-te de compreensão e de paciência,


a fim de que não penetres o clima dos teus, à feição de inimigo familiar.

Se alguém está fora do caminho desejável ou se te desgostam arranjos


caseiros, mobiliza a bondade e a cooperação para que o mal se reduza.

Se problemas te preocupam ou apontamentos te humilham, cala os


próprios aborrecimentos, limitando as inquietações.

Recebe a refeição por bênção divina.

Usa portas e janelas, sem estrondos brutais.

Não movas objetos, de arranco.

Foge à gritaria inconveniente.

Atende ao culto da gentileza.


140/455
Há quem diga que o lar é o ponto do desabafo, o lugar em que a pessoa
se desoprime. Reconhecemos que sim; entretanto, isso não é razão para que
ele se torne em praça onde a criatura se animalize.

Pacifiquemos nossa área individual para que a área dos outros se


pacifique.

Todos anelamos a paz do mundo; no entanto, é imperioso não esquecer


que a paz do mundo parte de nós.

(Reformador, fev. 1962, p. 27)

28
Texto publicado em Palavras de vida eterna. Ed. Comunhão Espírita
Cristã. Cap. 108.
E se ali houver um filho da paz, repousará sobre ele a vossa
paz; se não [houver], retornará para vós.
Lucas 10:6

Cultiva a paz

Em verdade, há muitos desesperados na vida humana. Mas quantos se


apegam, voluptuosamente, à própria desesperação? Quantos revoltados fo-
gem à luz da paciência? Quantos criminosos choram de dor por lhes ser im-
possível a consumação de novos delitos? Quantos tristes escapam, voluntari-
amente, às bênçãos da esperança?

Para que um homem seja filho da paz, é imprescindível trabalhe in-


tensamente no mundo íntimo, cessando as vozes da inadaptação à Vontade
divina e evitando as manifestações de desarmonia perante as leis eternas.

Todos rogam a paz no planeta atormentado de horríveis discórdias, mas


raros se fazem dignos dela.

Exigem que a tranquilidade resida no mesmo apartamento onde mora o


ódio gratuito aos vizinhos, reclamam que a esperança tome assento com a in-
conformação e rogam à fé lhes aprove a ociosidade, no campo da necessária
preparação espiritual.

Para esmagadora maioria dessas criaturas comodistas a paz legítima é


realização muito distante.

Em todos os setores da vida, a preparação e o mérito devem anteceder o


benefício.

Ninguém atinge o bem-estar em Cristo, sem esforço no bem, sem dis-


ciplina elevada de sentimentos, sem iluminação do raciocínio. Antes da sub-
lime edificação, poderão registrar os mais belos discursos, vislumbrar as mais
altas perspectivas do plano superior, conviver com os grandes apóstolos da
142/455
Causa da Redenção, mas poderão igualmente viver longe da harmonia interi-
or, que constitui a fonte divina e inesgotável da verdadeira felicidade, porque
se o homem ouve a lição da paz cristã, sem o propósito firme de se lhe
afeiçoar, é da própria recomendação do Senhor que esse bem celestial volte
ao núcleo de origem, como intransferível conquista de cada um.

(Vinha de luz. FEB Editora. Cap. 65)


Curai os enfermos que nela [houver] e dizei-lhes: está próx-
imo de vós o reino de Deus.
Lucas 10:9

Curas

Realmente Jesus curou muitos enfermos e recomendou-os, de modo es-


pecial, aos discípulos. Todavia, o Médico celestial não se esqueceu de requis-
itar ao reino divino quantos se restauram nas deficiências humanas.

Não nos interessa apenas a regeneração do veículo em que nos expres-


samos, mas, acima de tudo, o corretivo espiritual.

Que o homem comum se liberte da enfermidade, mas é imprescindível


que entenda o valor da saúde. Existe, porém, tanta dificuldade para com-
preendermos a lição oculta da moléstia no corpo, quanta se verifica em as-
similarmos o apelo ao trabalho santificante que nos é endereçado pelo
equilíbrio orgânico.

Permitiria o Senhor a constituição da harmonia celular apenas para que


a vontade viciada viesse golpeá-la e quebrá-la em detrimento do espírito?

O enfermo pretenderá o reajustamento das energias vitais; entretanto,


cabe-lhe conhecer a prudência e o valor dos elementos colocados à sua dis-
posição na experiência edificante da Terra.

Há criaturas doentes que lastimam a retenção no leito e choram aflitas,


não porque desejem renovar concepções acerca dos sagrados fundamentos da
vida, mas por se sentirem impossibilitadas de prolongar os próprios
desatinos.

É sempre útil curar os enfermos, quando haja permissão de ordem su-


perior para isto; contudo, em face de semelhante concessão do Altíssimo, é
razoável que o interessado na bênção reconsidere as questões que lhe dizem
144/455
respeito, compreendendo que raiou para seu espírito um novo dia no cam-
inho redentor.

(Pão nosso. FEB Editora. Cap. 44)


Todavia, não vos alegreis porque os espíritos estão sujeitos a
vós; mas porque os vossos nomes estão escritos nos céus.
Lucas 10:20

Doutrinações

Frequentemente encontramos novos discípulos do Evangelho ex-


ultando de contentamento, porque os Espíritos perturbados se lhes sujeitam.

Narram, com alegria, os resultados de sessões empolgantes, nas quais


doutrinaram, com êxito, entidades muita vez ignorantes e perversas.

Perdem-se muitos no emaranhado desses deslumbramentos e tocam a


multiplicar os chamados “trabalhos práticos”, sequiosos por orientar, em
contatos mais diretos, os amigos inconscientes ou infelizes dos planos imedi-
atos à esfera carnal.

Recomendou Jesus o remédio adequado a situações semelhantes, em


que os aprendizes, quase sempre interessados em ensinar os outros, es-
quecem, pouco a pouco, de aprender em proveito próprio.

Que os doutrinadores sinceros se rejubilem, não por submeterem cri-


aturas desencarnadas, em desespero, convictos de que em tais circunstâncias
o bem é ministrado, não propriamente por eles, em sua feição humana, mas
por emissários de Jesus, caridosos e solícitos, que os utilizam à maneira de
canais para a Misericórdia divina; que esse regozijo nasça da oportunidade de
servir ao bem, de consciência sintonizada com o Mestre divino, entre as cer-
tezas doces da fé, solidamente guardada no coração.

A palavra do Mestre aos companheiros é muito expressiva e pode bene-


ficiar amplamente os discípulos inquietos de hoje.

(Caminho, verdade e vida. FEB Editora. Cap. 145)


Ele lhe disse: que está escrito na Lei? Como lês?
Lucas 10:26

Como lês?

A interrogação do Mestre ao doutor de Jerusalém dá ideia do interesse


de Jesus pela nossa maneira de penetração da leitura.

Sem nos referirmos ao círculo vasto de pessoas ainda indiferentes às


lições do Evangelho, podemos reconhecer, mesmo entre os aprendizes, as
mais diversas tendências no que se refere ao problema dos livros.

Os leitores distanciam-se uns dos outros pelas expressões mais


heterogêneas.

Uns pedem consolação, outros procuram recreio.

Há os que buscam motivos tristes por cultivar a dor, tanto quanto os


que se arvoram em caçadores de gargalhadas.

Surgem os que reclamam tóxicos intelectuais, os que andam em busca


de fantasias, os que insistem por incentivos à polêmica envenenada.

Raros leitores pedem iluminação.

Sem isto, entretanto, podem ler muito, saturando o pensamento de


teorias as mais estranhas. Chega o dia em que reconhecem a pouca substan-
cialidade de seus esforços, porque, sem luz, o conforto pode induzir à
preguiça, ao entretenimento, à aventura menos digna, à tristeza, ao isola-
mento, ao riso e ao deboche.

Com a iluminação espiritual, todavia, cada coisa permanece em seu


lugar, orientada no sentido próprio de utilidade justa.

Lembra que quando te aproximes de um livro estás sempre pedindo al-


guma coisa. Repara, com atenção, o que fazes.
147/455
Que procuras? Emoções, consolo, entretenimento? Não olvides que o
Mestre pode também interrogar-te: “Como lês?”.

(Alma e luz. Ed. IDE. Cap. 6)


[...] Amarás [...] o teu próximo como a ti mesmo.
Lucas 10:27

Auxiliar e servir29

Irmãos!

Quando estiverdes à beira do desânimo, porque alfinetadas do mundo


vos hajam ferido o coração; quando o desespero vos ameace, à vista das
provações que se vos abatem na senda, reflitamos naqueles companheiros
outros que se agoniam, junto de nós, em meio dos espinheiros que nos margi-
nam a estrada; nos que foram relegados à solidão sem voz de amigo que os
reconforte; nos que tateiam, a pleno dia, ansiando por fio de luz que lhes
atenue a cegueira; nos que perderam o lume da razão e se despencaram na
vala da loucura; nos que foram arrojados à orfandade, quando a existência na
Terra se lhes esboça em começo, naqueles que estão terminando a romagem
no mundo, atirados à ventania; nos que desistiram do refúgio na fé e se en-
caminham, desorientados, para as trevas do suicídio; nos que se largaram à
delinquência, comprando arrependimentos e lágrimas na segregação em que
expiam as próprias faltas; nos que choram escravizados à penúria, a definhar-
em de inanição!...

Façamos isso e aprenderemos a agradecer a Bondade de Deus que a to-


dos nos reúne em sua bênção de amor, de vez que a melancolia se nos trans-
formará no ser em clarão de piedade, ensinando-nos a observar que, por mais
necessitados ou sofredores estejamos, dispomos, ainda do privilégio de col-
aborar com Jesus, na edificação do Mundo melhor, pela felicidade de auxiliar
e pelo dom de servir.

(Reformador, dez. 1969, p. 269)


149/455
29
Texto publicado em Segue-me!... Ed. O Clarim. Cap. “Auxiliar e servir”, com
pequenas alterações.
Disse-lhe: respondeste de forma justa. Faze isto e viverás.
Lucas 10:28

Faze isso e viverás

O caso daquele doutor da Lei que interpelou o Mestre a respeito do que


lhe competia fazer para herdar a vida eterna, reveste-se de grande interesse
para quantos procuram a bênção do Cristo.

A palavra de Lucas é altamente elucidativa.

Não se surpreende Jesus com a pergunta, e, conhecendo a elevada con-


dição intelectual do consulente, indaga acerca da sua concepção da Lei e fá-lo
sentir que a resposta à interrogação já se achava nele mesmo, insculpida na
tábua mental de seus conhecimentos.

“Respondeste bem”, diz o Mestre. E acrescenta: “Faze isso, e viverás”.

Semelhante afirmação destaca-se singularmente, porque o Cristo se di-


rigia a um homem em plena força de ação vital, declarando entretanto: “Faze
isso, e viverás”.

É que o viver não se circunscreve ao movimento do corpo, nem à exib-


ição de certos títulos convencionais. Estende-se a vida a esferas mais altas, a
outros campos de realização superior com a espiritualidade sublime.

A mesma cena evangélica diariamente se repete em muitos setores.


Grande número de aprendizes, plenamente integrados no conhecimento do
dever que lhes compete, tocam a pedir orientação dos Mensageiros divinos,
quanto à melhor maneira de agir na Terra... A resposta, porém, está neles
mesmos, em seus corações que temem a responsabilidade, a decisão e o ser-
viço áspero...
151/455
Se já foste banhado pela claridade da fé viva, se foste beneficiado pelos
princípios da salvação, executa o que aprendeste do nosso divino Mestre:
“Faze isso, e viverás”.

(Caminho, verdade e vida. FEB Editora. Cap. 157)


Ele, porém, querendo justificar-se, disse a Jesus: quem é meu
próximo?
Lucas 10:29

Ajudemos sempre

O próximo a quem precisamos prestar imediata assistência é sempre a


pessoa que se encontra mais perto de nós.

Em suma, é, por todos os modos, a criatura que se avizinha de nossos


passos. E como a Lei divina recomenda amemos o próximo como a nós
mesmos, preparemo-nos para ajudar, infinitamente...

Se temos pela frente um familiar, auxiliemo-lo com a nossa cooperação


ativa.

Se somos defrontados por um superior hierárquico, exercitemos o re-


speito e a boa vontade.

Se um subordinado nos procura, ajudemo-lo com atenção e carinho.

Se um malfeitor nos visita, pratiquemos a fraternidade, tentando, sem


afetação, abrir-lhe rumos novos na direção do bem.

Se o doente nos pede socorro, compadeçamo-nos de sua posição,


qualquer que ela seja.

Se o bom se socorre de nossa palavra, estimulemo-lo a que se faça


melhor.

Se o mau nos busca a influência, amparemo-lo, sem alarde, para que se


corrija.

Se há Cristianismo em nossa consciência, o cultivo sistemático da com-


preensão e da bondade tem força de lei em nossos destinos.
153/
Um cristão sem atividade no bem é um doente de mau aspecto, pesando
na economia da coletividade.

No Evangelho, a posição neutra significa menor esforço.

Com Jesus, de perto, agindo intensivamente junto dele; ou com Jesus,


de longe, retardando o avanço da luz. E sabemos que o divino Mestre amou e
amparou, lutou em favor da luz e resistiu à sombra, até a cruz.

Diante, pois, do próximo, que se acerca do teu coração, cada dia,


lembra-te sempre de que estás situado na Terra para aprender e auxiliar.

(Fonte viva. FEB Editora. Cap. 126)

O próximo e nós

Esperas ansiosamente encontrar o Senhor e um dia chegarás à divina


Presença; entretanto, antes de tudo, a vida te encaminha à presença do próx-
imo, porque o próximo é sempre o degrau da bendita aproximação.

Mas quem é o meu próximo? — perguntarás decerto, qual ocorreu ao


doutor da Lei nas luzes da parábola.

Todavia, convém saber que, além do próximo mais próximo a quem


nomeias como sendo o coração materno, o pai querido, o filho de nossa
bênção, o irmão estimável e o amigo íntimo, no clima doméstico, o próximo é
igualmente o homem que nunca viste, tanto quanto aquele que te fixa indifer-
ente em qualquer canto da rua. É a criança que passa, o chefe que te exige
trabalho, o subordinado que te obedece, o sócio de ideal, o mendigo que te
fala a distância...

É a pessoa que te impõe um problema, verificando-te a capacidade de


auxílio; é quem te calunia, medindo-te a tolerância; quem te oferece alegria,
anotando-te o equilíbrio; é a criatura que te induz à tentação, testando-te a
154/
resistência... É o companheiro que te solicita concurso fraterno, tanto quanto
o inimigo que se sente incapaz de pedir-te o mais ligeiro favor.

Às vezes tem um nome familiar que te soa docemente aos ouvidos; de


outras, é categorizado por ti à conta de adversário que não te aprova o modo
de ser. Em suma, o próximo é sempre o inspetor da vida que nos examina a
posição da alma nos assuntos da Vida eterna. Entre ele e nós se destacam
sempre a necessidade e a oportunidade a que se referia Jesus na parábola
inesquecível.

Isto porque o Bom Samaritano foi efetivamente o socorro para o irmão


caído na estrada de Jerusalém para Jericó, mas o irmão tombado no caminho
de Jerusalém para Jericó foi, para o Bom Samaritano, o ponto de apoio para
mais um degrau de avanço, no caminho para o encontro com Deus.

(Rumo certo. FEB Editora. Cap. 9)

Misericórdia sempre

Conta-se que Jesus, após haver lançado a parábola do Bom Samaritano,


entraram os apóstolos no exame da conduta dos personagens da narrativa.

E porque traçassem fulminativas reprovações, em torno de alguns


deles, o Cristo prosseguiu no ensinamento para lá do contato público:

— Em verdade — acentuou o Mestre —, referindo-nos ao próximo, ante


as indagações do doutor da Lei, à frente do povo, a lição de misericórdia tem
raízes profundas.

Quem passasse irradiando amor na estrada, onde o viajante generoso


testemunhou a solidariedade, encontraria mais amplos motivos para com-
preender e auxiliar.

Além do homem ferido e arrojado ao pó, claramente necessitado de so-


corro, teria cuidado de apiedar-se do sacerdote e do levita, mergulhados na
155/
obsessão do egoísmo e carecentes de compaixão; simpatizar-se-ia com o
hoteleiro, endereçando-lhe pensamentos de bondade que o sustentassem no
exercício da profissão; compadecer-se-ia dos malfeitores, orando por eles, a
fim de que se refizessem, perante as leis da vida, e, tanto quanto possível am-
pararia a vítima dos ladrões, estendendo igualmente mãos operosas e amigas
ao samaritano da caridade, para que se lhe não esmorecessem as energias na
tarefas do bem.

E, diante dos companheiros surpreendidos, o Mestre rematou:

— Para Deus, todos somos filhos abençoados e eternos, mas enquanto a


misericórdia não se nos fixar nos domínios do coração, em verdade, não
teremos atingido o caminho da paz e o reino do amor.

(Coragem. Ed. Comunhão Espírita Cristã. Cap. 18)


Prosseguindo, disse Jesus: certo homem descia de Jerusalém
para Jericó e caiu [nas mãos de] assaltantes, os quais, depois
de havê-lo despojado e espancado, retiraram-se, deixando-o
semimorto.
Lucas 10:30

Evangelho e caridade

Antes de Jesus, a caridade é desconhecida.

Os monumentos das civilizações antigas não se reportam à divina


virtude.

Os destroços do palácio de Nabucodonosor, no solo em que se erguia a


grandeza de Babilônia, falam simplesmente de fausto e poder que os séculos
consumiram.

Nas lembranças do Egito glorioso, as pirâmides não se referem à


compaixão.

Os famosos hipogeus de Persépolis são atestados de orgulho racial.

As muralhas da China traduzem a preocupação de defesa.

Nos velhos santuários da Índia, o Todo-Poderoso é venerado por mil-


hões de fiéis, indiscutivelmente sinceros, mas deliberadamente afastados dos
semelhantes, nascidos na condição de párias desprezíveis.

A acrópole de Atenas, com as suas colunas respeitáveis, é louvor à


inteligência.

O coliseu de Vespasiano, em Roma, é monumento levantado ao triunfo


bélico, para as expansões da alegria popular.
157/
Por milênios numerosos, o homem admitiu a hegemonia dos mais for-
tes e consagrou-a através da Arte e da Cultura que era suscetível de criar e
desenvolver.

Com Jesus, porém, a paisagem social experimenta decisivas alterações.

O Mestre não se limita a ensinar o bem. Desce ao convívio com a mul-


tidão e materializa-o com o próprio esforço.

Cura os doentes na via pública, sem cerimoniais, e ajuda a milhares de


ouvintes, amparando-os na solução dos mais complicados problemas de
natureza moral, sem valer-se das etiquetas do culto externo.

Lega aos discípulos a parábola do Bom Samaritano, que exalta a missão


sublime da caridade para sempre.

A história é simples e expressiva.

Transmite Lucas a palavra do celeste Orientador, explicando que “des-


cia um homem de Jerusalém para Jericó e caiu nas mãos dos salteadores que
o despojaram, espancando-o e deixando-o semimorto. Ocasionalmente, pas-
sava pelo mesmo caminho um sacerdote e, vendo-o, passou de largo. E, de
igual modo, também um levita, abordando o mesmo lugar e observando-o,
passou a distância. Mas um samaritano, que ia de viagem, chegou ao pé dele
e, reparando-o, moveu-se de íntima piedade. Abeirando-se do infortunado,
aliviou-lhe as feridas e, colocando-o sobre a sua cavalgadura,
cuidadosamente asilou-o numa estalagem”.

Vemos, dentro da narrativa, que o Senhor situa no necessitado simples-


mente “um homem”.

Não lhe identifica a raça, a cor, a posição social ou os pontos de vista.

Nele, enxerga a humanidade sofredora, carecente de auxílio das cri-


aturas que acendam a luz da caridade, acima de todos os preconceitos de
classe ou de religião.

Desde aí, novo movimento de solidariedade humana surge na Terra.


158/
No curso do tempo, dispersam-se os apóstolos, ensinando, em variadas
regiões do mundo, que “mais vale dar que receber”.

E, inspirados na lição do Senhor, os vanguardeiros do bem substituem


os vales da imundície pelos hospitais confortáveis; combatem vícios multimi-
lenários, com orfanatos e creches; instalam escolas, onde a cultura jazia con-
fiada aos escravos; criam institutos de socorro e previdência, onde a so-
ciedade mantinha a mendicância para os mais fracos. E a caridade, como
gênio cristão na Terra, continua crescendo com os séculos, através da
bondade de um Francisco de Assis, da dedicação de um Vicente de Paulo, da
benemerência de um Rockefeller ou da fraternidade do companheiro anôn-
imo da via pública, salientando, valorosa e sublime, que o Espírito do Cristo
prossegue agindo conosco e por nós.

(Roteiro. FEB Editora. Cap. 16)

Semimortos

“Um homem que descia de Jerusalém para Jericó caiu em poder de lad-
rões que o despojaram, cobriram de ferimentos e o deixaram semimorto...” —
começa Jesus o ensinamento inesquecível da parábola.

Em todos os tempos, encontramos também os semimortos da alma, nas


estradas do mundo:

Os caídos a golpes de incompreensão...

Os desorientados que o ateísmo empurrou para nevoeiros de


sofrimento...

Os mutilados de espírito, que a calúnia atropelou em pleno trabalho...

Os cansados de solidão...

Os que se emaranharam no espinheiral da revolta...


159/
Os envenenados de desespero...

Os perseguidos pela dúvida destrutiva...

Os prisioneiros da obsessão...

As vítimas do desânimo...

Os que sucumbiram sob a hipnose de sugestões infelizes...

Os feridos de angústia...

Os que foram esquecidos na sombra da ignorância...

Companheiros do mundo, sois Espíritos eternos, em viagem educativa


na escola e na oficina do Planeta! Ao término da jornada conhecereis o que
aprendestes e colhereis o que semeastes. A Terra é tão somente a estalagem a
que chegastes ontem e da qual partireis amanhã! Acumulai os tesouros da fe-
licidade futura, aperfeiçoando-vos pelo estudo e servindo aos outros, quanto
puderdes!... Sobretudo, meditai nos outros viajores em condições mais di-
fíceis que as vossas e aproveitai o vosso privilégio de entender e de auxiliar!...

(Reformador, mar. 1966, p. 66)


Certo samaritano, em viagem, veio até ele e, ao vê-
lo, compadeceu-se.
Lucas 10:33

Caridade e Jesus30

A história do bom samaritano, ainda hoje, compele-nos a reconhecer na


caridade o caminho aberto por Jesus à união e à paz, entre as criaturas, e não
antes dele.

Os papiros do Egito ancião não se reportam a qualquer sentimento,


qual o da parábola, capaz de reunir corações estranhos uns aos outros.

Os documentários de Roma imperial não evidenciam qualquer vestígio


de semelhante demonstração de calor humano.

As páginas da Grécia antiga, conquanto se definam, até agora, por


ápices da cultura filosófica de todos os tempos, não nos revelam indícios
desse amor ao próximo, desacompanhado de indagações.

Arquivos de povos outros que passaram na Terra, antes do Cristo, não


revelam qualquer sinal desse imperativo de amparo imediato a necessitados
que se desconheça.

Jesus, porém, com a história do Samaritano generoso, inaugura um


mundo novo no campo emotivo da humanidade, com base na assistência a
qualquer irmão do caminho terrestre, que se veja em calamidade e penúria,
sem distinção de credo e raça.

Caridade, onde esteja, é a presença de Nosso Senhor Jesus Cristo.

Sempre que te detenhas a contemplar um hospital ou um lar con-


sagrado aos desprotegidos, uma instituição de auxílio social ou de socorro
fraterno, eleva o pensamento à Bondade divina em sinal de louvor e colabora,
quanto puderes, em benefício dos outros.
161/455
Através do ensinamento do Senhor, todas as criaturas válidas são nat-
uralmente chamadas pelas Leis de Deus, à sustentação possível daquelas out-
ras que estejam caídas em provação.

E sempre que te observes, à frente de quaisquer dessas obras dedicadas


à compreensão e ao amor, recorda que te achas, perante a irradiação da Luz
divina, ou mais propriamente, ante a Caridade e Jesus.

(Marcas do caminho. Ed. IDEAL. Cap. 12)

30
Texto publicado em Educandário de luz. Ed. IDEAL. Cap. 36.
Ele disse: o que praticou a misericórdia com ele. Disse-lhe Je-
sus: vai e faze tu do mesmo modo.
Lucas 10:37

O homem bom

Conta-se que Jesus, após narrar a Parábola do Bom Samaritano, foi


novamente interpelado pelo doutor da lei que, alegando não lhe haver com-
preendido integralmente a lição, perguntou, sutil:

— Mestre, que farei para ser considerado homem bom?

Evidenciando paciência admirável, o Senhor respondeu:

— Imagina-te vitimado por mudez que te iniba a manifestação do verbo


escorreito e pensa quão grato te mostrarias ao companheiro que falasse por ti
a palavra encarcerada na boca.

Imagina-te de olhos mortos pela enfermidade irremediável e lembra a


alegria da caminhada, ante as mãos que te estendessem ao passo incerto,
garantindo-te a segurança.

Imagina-te caído e desfalecente, na via pública, e preliba o teu consolo


nos braços que te oferecessem amparo, sem qualquer desrespeito para com
os teus sofrimentos.

Imagina-te tocado por moléstia contagiosa e reflete no contentamento


que te iluminaria o coração, perante a visita do amigo que te fosse levar al-
guns minutos de solidariedade.

Imagina-te no cárcere, padecendo a incompreensão do mundo, e re-


corda como te edificaria o gesto de coragem do irmão que te buscasse
testemunhar entendimento.
163/
Imagina-te sem pão no lar, arrostando amargura e escassez, e raciocina
sobre a felicidade que te apareceria de súbito no amparo daqueles que te
levassem leve migalha de auxílio, sem perguntar por teu modo de crer e sem
te exigir exames de consciência.

Imagina-te em erro, sob o sarcasmo de muitos, e mentaliza o bálsamo


com que te acalmarias, diante da indulgência dos que te desculpassem a falta,
alentando-te o recomeço.

Imagina-te fatigado e intemperante e observa quão reconhecido ficarias


para com todos os que te ofertassem a oração do silêncio e a frase de
simpatia.

Em seguida ao intervalo espontâneo, indagou-lhe o divino Amigo:

— Em teu parecer, quais teriam sido os homens bons nessas


circunstâncias?

— Os que usassem de compreensão e misericórdia para comigo — ex-


plicou o interlocutor.

— Então — repetiu Jesus com bondade —, segue adiante e faze também


o mesmo.

(Religião dos espíritos. FEB Editora. Cap. “O homem bom”)

Receita de vida eterna

Tantas vezes encontramos pela frente a Parábola do Bom Samaritano e


tantas outras nela encontramos inesperados ensinamentos.

Repetir costuma cansar, convenhamos. Lições, contudo, existem semel-


hantes à luz solar que se rearticula, diariamente, criando vida renovadora.

Realmente, a história contada por Jesus expõe a caridade por brilhante


divino, com revelações prismáticas de inexprimível beleza.
164/
A atitude daquele cavaleiro desconhecido resume todo um compêndio
de bondade.

Enquanto o sacerdote e o levita, pessoas de reconhecido valor intelectu-


al, se afastam deliberadamente do ferido, o samaritano para sensibilizado.

Até aí, o assunto patenteia feição comum, porque nós todos, habitual-
mente, somos movidos à piedade, diante do sofrimento alheio.

Situemo-nos, entretanto, em lugar do viajante generoso...

Talvez estivesse ele com os minutos contados...

Muito compreensivelmente, estaria sendo chamado com urgência e ter-


ia pressa de atingir o término da viagem...

Provável que fosse atender a encontro marcado...

É possível que atravessasse naquela hora o fim do dia e devesse


acautelar-se contra qualquer trecho perigoso da estrada, na sombra da noite
próxima...

No entanto, à frente do companheiro anônimo abatido, detém-se e se


compadece. Olvida a si mesmo e não pergunta quem é. Interrompe-se.
Aproxima-se. Faz pensos e efetua curativos. Para ele, contudo, isso não basta.
Coloca-o na montada. Apresenta-o na hospedaria e responsabiliza-se por ele.
Além disso, compromete-se sem indagar se está preservando um adversário.
Pagará pelos serviços que receba. Vê-lo-á, quando regressar.

Narrando o acontecido, Jesus recordou o comportamento do sacerdote,


do levita e do samaritano e perguntou ao doutor da Lei que se interessava
pela posse da vida eterna:

— Qual dos três te parece haver amado o próximo, caído em


necessidade?

— O que usou de misericórdia para com ele — replicou o interpelado.

— Então, vai — disse Jesus — e faze tu o mesmo.


165/
Segundo é fácil de ver, a indicação para entesourar a luz da vida eterna,
em nós próprios, é clara e simples. Amor ao próximo é o sublime recurso na
base de semelhante realização. Mas não basta reconhecer os méritos da re-
ceita. É preciso usá-la.

(Encontro marcado. FEB Editora. Cap. 23)

Samaritanos e nós

Quem de nós não terá caído, alguma vez, em abandono ou penúria,


aflição, amargura, engano ou perturbação?

À face disso, para nós o samaritano da bondade — a criatura que nos


reergue ou reanima — será sempre aquela pessoa:

que nos acolhe nos dias de tristeza com a mesma generosidade com que
nos abraça nos instantes de alegria;

que nos estima, assim tais quais somos, sem reclamar-nos espetáculos
de grandeza, de um dia para outro;

que nos levanta do chão das próprias quedas para o regaço da esper-
ança, sem cogitar de nossas fraquezas;

que nos alça do precipício da desilusão ao clima do otimismo, sem


reprovar-nos a imprevidência;

que nos ouve as queixas reiteradas, rearticulando sem aspereza o verbo


da paciência e da compreensão;

que nos estende essa ou aquela porção dos recursos de que disponha,
em favor da solução de nossos problemas, sem pedir o relatório de nossas ne-
cessidades e compromissos;

que nos oferece esclarecimento, sem ferir-nos o brio;

que nos ilumina a fé, sem destruir-nos a confiança;


166/
que se transforma em harmonia e concurso fraterno, seja em nossa
casa, ou no grupo de serviço em que trabalhamos;

que se nos converte no cotidiano em apoio e cooperação, sem exigir-nos


tributos de reconhecimento;

que, por fim, se transubstancia, em nosso benefício, em luz e consol-


ação, amparo e bênção.

Detenhamo-nos a pensar nisso e lembrando, reconhecidamente, quan-


tos se nos fazem samaritanos do auxílio e da bondade, nas estradas da ex-
istência, recordemos a lição de Jesus e, diante dos outros, sejam eles quem
sejam, façamos nós o mesmo.

(Aulas da vida. Ed. IDEAL. Cap. 15)

Receita de luz

Realmente a história do bom samaritano, contada por Jesus, expõe a


caridade por brilhante sublime oferecendo revelações prismáticas de
inigualável beleza.

A atitude daquele peregrino desconhecido resume um tratado de ped-


agogia, acerca de compreensão e bondade.

Enquanto o sacerdote e o levita, pessoas de reconhecido merecimento


intelectual, se desviam deliberadamente do ferido, o samaritano não apenas
se detém, mas, também se compadece.

Situemo-nos, porém, no lugar do viajante generoso.

Talvez estivesse ele com os minutos contados...

Muito razoavelmente, estaria sendo aguardado às pressas para a realiz-


ação de um negócio...

Provavelmente, iria atender a encontro marcado com pessoa querida...


167/
É possível fosse aquela hora a do fim do dia e devesse acautelar-se con-
tra algum trecho perigoso da estrada, nas sombras da noite próxima.

Entretanto, à frente do companheiro anônimo e desfalecido, não


somente se emociona.

Esquece-se e diligencia socorrê-lo sem perguntar quem é.

Interrompe-se. Aproxima-se dele.

Faz pensos e efetua curativos.

Para ele, no entanto, tudo isso não basta.

Coloca-o na montaria.

Condu-lo à estalagem e apresenta-o, responsabilizando-se por ele.

Pagará pelos serviços que ele venha a receber, sem nem mesmo indagar
de si próprio se estaria recuperando um adversário.

Vela por ele.

Vê-lo-á de novo ao regressar.

Narrando a história, assinalou Jesus o comportamento do sacerdote, do


levita e do samaritano e inquiriu ao Doutor da Lei que se interessava pela
posse da Vida eterna:

— Qual dos três te parece haver amado o próximo caído em


desvalimento?

O Doutor respondeu:

— Aquele que usou de misericórdia para com ele.

— Então, vai — disse Jesus — e faze tu o mesmo.

Segundo percebemos, a indicação do divino Mestre para entesourarmos


conosco os dons da imortalidade, é simples e clara.

Compaixão é receita de luz para a ascensão da alma aos reinos divinos.


168/
Entretanto, de algum modo se assemelha à prescrição médica em re-
lação à saúde.

Para que ela atinja os efeitos precisos, em nós mesmos, não basta se
grave com segurança e precisão no pergaminho de nossos sentimentos.

É preciso nos disponhamos a usá-la.

(Refúgio. Ed. IDEAL. Cap. “Receita de luz”)

Em nossos caminhos

Revisando a Parábola do samaritano, lembramo-nos de que hoje mil-


hares de irmãos nossos sobem do passado em direção do futuro pelos camin-
hos do presente, desfalecendo, muitas vezes, sob dificuldades e provações que
os deixam semimortos:

os que não contavam com as tempestades de renovação da atualidade e


se marginalizaram em desequilíbrio;

os que forjaram algemas para o amor transformando-o, logo após, no


fogo passional em que se atiraram na delinquência;

os que desertaram do trabalho e tombaram em penúria;

os que converteram a inteligência em antena das trevas e se horizontal-


izaram, por dentro de si mesmos, nas depressões da culpa;

os que abusaram da misericórdia dos medicamentos pacificadores e,


tentando fugir das próprias responsabilidades, se precipitaram em despen-
hadeiros de alucinação e loucura;

os que perderam a fé em meio das experiências necessárias à evolução e


estiraram-se no desânimo, à beira do suicídio;

os que não suportaram a transformação dos seres amados e se acomod-


aram, revoltados, sobre pedras da angústia;
169/
e aqueles outros que tateiam a lousa, nos parques da saudade, pergunt-
ando pelos entes queridos que a morte lhes arredou da convivência, a car-
regarem o coração encharcado de lágrimas.

À frente de quantos surpreendas na estrada, caídos em sofrimento,


interrompe-te para compreender e servir.

Determina a caridade nos situemos no lugar daqueles que necessitam


de amparo, doando-lhes o melhor de nós, com a certeza de que provavel-
mente amanhã serão eles, os socorridos de agora, nossos próprios
benfeitores.

Entre os companheiros de humanidade que conhecem o campo de tra-


balho e passam, de longe, com receio de serem incomodados, e aqueles que
foram espoliados na coragem de caminhar e na alegria de viver, recordemos o
samaritano que se deteve na marcha dos próprios interesses e auxiliou espon-
taneamente ao próximo sem nada perguntar e, conforme a lição do Cristo,
façamos nós o mesmo.

(Viajor. Ed. IDE. Cap. 1)

Sugestões da parábola

Habitualmente recorremos à Parábola do Bom Samaritano tão só para


exaltar a generosidade daquele viajante de alma nobre, à frente do irmão
menos feliz; forçoso, porém, salientar a expectativa humana com as reflexões
que o companheiro tombado no infortúnio articulava decerto.

Com que ansiedade aguardaria o socorro preciso!...

Tendo visto o sacerdote e o levita que passaram de largo, possivelmente


perguntou a si mesmo de que lhe valeriam a cultura e a preparação espiritual
deles se o abandonavam ao próprio desvalimento; e, observando o samarit-
ano que se aproximava, não indagou quem era ele, o que era, o que sabia, o
170/
que detinha ou para onde se encaminhava... Com os olhos, suplicou-lhe am-
paro e, no silêncio do coração, agradeceu-lhe a bênção dos braços estendidos.

A narração de Jesus fala de dois homens evidentemente qualificados


para a prestação de serviço, que se deram pressa em se afastar, no resguardo
das próprias conveniências, e menciona outro, completamente desconhecido,
que se consagrou ao mister da solidariedade; com isso, o divino Mestre nos
conclama a todos para as tarefas do auxílio mútuo.

Bastas vezes, perante os acidentados e espoliados do corpo ou da alma,


formulamos escapatórias, no só intuito de sonegar os tributos naturais da
fraternidade. Em várias ocasiões, instados ao socorro por aqueles compan-
heiros de experiência que sofrem muito mais que nós, repetimos displicente-
mente: “quem sou eu?”, “não presto”, “sou um fardo de imperfeições” ou
“quem me dera poder!”...

Situemo-nos, porém, no lugar e na angustiosa expectativa do irmão


caído na estrada e reconheceremos que Jesus nos espera como somos e como
estamos para servir, porquanto, servindo, acabaremos aprendendo que todos
somos filhos de Deus e que, se hoje desfrutamos o privilégio de dar, talvez
amanhã estejamos com a necessidade de receber.

(Reformador, ago. 1969, p. 184)


Porém é necessária uma. Assim, Maria escolheu a boa
parte, que não será tirada dela.
Lucas 10:42

A boa parte

Não te esqueças da “boa parte” que reside em todas as criaturas e em


todas as coisas.

O fogo destrói, mas transporta consigo o elemento purificador.

A pedra é contundente, mas consolida a segurança.

A ventania açoita impiedosa, todavia, ajuda a renovação.

A enxurrada é imundície, entretanto, costuma carrear o adubo indis-


pensável à sementeira vitoriosa.

Assim também há criaturas que, revelando-se negativas em determina-


dos setores da luta humana, são extremamente valiosas em outros.

A apreciação unilateral é sempre ruinosa.

A imperfeição completa, tanto quanto a perfeição integral, não existem


no plano em que evolutimos.

O criminoso, acusado por toda a gente, amanhã pode ser o enfermeiro


que te estende o copo d’água.

O companheiro, no qual descobres agora uma faixa de trevas, pode ser


depois o irmão sublimado que te convida ao bom exemplo.

A tempestade da hora em que vivemos é, muitas vezes, a fonte do bem-


estar das horas que vamos viver.

Busquemos o lado melhor das situações, dos acontecimentos e das


pessoas.
172/
“Maria escolheu a boa parte, que não lhe será tirada” — disse-nos o
Senhor.

Assimilemos a essência da divina lição.

Quem procura a “boa parte”, e nela se detém, recolhe no campo da vida


o tesouro espiritual que jamais lhe será roubado.

(Fonte viva. FEB Editora. Cap. 32)

O necessário31

Terás muitos negócios próximos ou remotos, mas não poderás subtrair-


lhes o caráter de lição, porque a morte te descerrará realidades com as quais
nem sonhas de leve...

Administrarás interesses vários, entretanto, não poderás controlar to-


dos os ângulos do serviço, de vez que a maldade e a indiferença se insinuam
em todas as tarefas, prejudicando o raio de ação de todos os missionários da
elevação.

Amealharás enorme fortuna, todavia, ignorarás, por muitos anos, a que


região da vida te conduzirá o dinheiro.

Improvisarás pomposos discursos, contudo, desconheces as consequên-


cias de tuas palavras.

Organizarás grande movimento, em derredor de teus passos, no ent-


anto, se não construíres algo dentro deles para o bem legítimo, cansar-te-ás
em vão.

Experimentarás muitas dores, mas, se não permaneceres vigilante no


aproveitamento da luta, teus dissabores correrão inúteis.
173/
Exaltarás o direito com o verbo indignado e ardoroso, todavia, é
provável não estejas senão estimulando a indisciplina e a ociosidade de
muitos.

“Uma só coisa é necessária”, asseverou o Mestre, em sua lição a Marta,


cooperadora dedicada e ativa.

Jesus desejava dizer que, acima de tudo, compete-nos guardar, dentro


de nós mesmos, uma atitude adequada, ante os desígnios do Todo-Poderoso,
avançando, segundo o roteiro que nos traçou a divina Lei. Realizado esse “ne-
cessário”, cada acontecimento, cada pessoa e cada coisa se ajustarão, a nossos
olhos, no lugar que lhes é próprio. Sem essa posição espiritual de sintonia
com o celeste Instrutor, é muito difícil agir alguém com proveito.

(Vinha de luz. FEB Editora. Cap. 3)

31s
Texto publicado em Segue-me!... Ed. O Clarim. Cap. “O necessário”.
[...] Senhor, ensina-nos a orar [...].
Lucas 11:1

Na oração32

A prece, nos círculos do Cristianismo, caracteriza-se por gradação infin-


ita em suas manifestações, porque existem crentes de todos os matizes nos
vários cursos da fé.

Os seguidores inquietos reclamam a realização de propósitos


inconstantes.

Os egoístas exigem a solução de caprichos inferiores.

Os ignorantes do bem chegam a rogar o mal para o próximo.

Os tristes pedem a solidão com ociosidade.

Os desesperados suplicam a morte.

Inúmeros beneficiários do Evangelho imploram isso ou aquilo, com


alusão à boa marcha dos negócios que lhes interessam à vida física. Em suma,
buscam a fuga. Anelam somente a distância da dificuldade, do trabalho, da
luta digna.

Jesus suporta, paciente, todas as fileiras de candidatos do seu serviço,


de sua iluminação, estendendo-lhes mãos benignas, tolerando-lhes as
queixas descabidas e as lágrimas inaceitáveis.

Todavia, quando aceita alguém no discipulado definitivo, algo acontece


no íntimo da alma contemplada pelo Senhor.

Cessam as rogativas ruidosas.

Acalmam-se os desejos tumultuários.

Converte-se a oração em trabalho edificante.


175/455
O discípulo nada reclama. E o Mestre, respondendo-lhe às orações,
modifica-lhe a vontade, todos os dias, alijando-lhe do pensamento os objet-
ivos inferiores.

O coração unido a Jesus é um servo alegre e silencioso.

Disse-lhe o Mestre: “Levanta-te e segue-me”. E ele ergueu-se e seguiu.

(Caminho, verdade e vida. FEB Editora. Cap. 167)

32
Texto publicado em À luz da oração. Ed. O Clarim. 2ª meditação sobre a
prece – “Na oração”, com pequenas alterações.
O pão nosso diário dá-nos a cada dia.
Lucas 11:3

Pão de cada dia

Já pensaste no pão de cada dia?

À força de possuí-lo, em abundância, o homem costuma desvalorizá-lo,


à maneira da criatura irrefletida que somente medita na saúde, ao sobrevir a
enfermidade.

Se a maioria dos filhos da Terra estivesse à altura de atender à gratidão


nos seus aspectos reais, bastaria o pão cotidiano para que não faltassem às
coletividades terrestres perfeitas noções da existência de Deus. Tão magnân-
ima é a bondade celestial que, promovendo recursos para a manutenção dos
homens, escapa à admiração das criaturas, a fim de que compreendam mel-
hor a vida, integrando-se nas responsabilidades que lhes dizem respeito, nas
organizações de trabalho a que foram chamadas, com a finalidade de realizar-
em o aprimoramento próprio.

O Altíssimo deixa aos homens a crença de que o pão terrestre é con-


quista deles, para que se aperfeiçoem convenientemente no dom de servir.
Em verdade, no entanto, o pão de cada dia, para todas as refeições do mundo,
procede da Providência divina.

O homem cavará o solo, espalhará as sementes, defenderá o serviço e


cooperará com a natureza, mas a germinação, o crescimento, a florescência e
a frutificação pertencem ao Todo-Misericordioso.

No alimento de cada dia, prevalece sublime ensinamento de colabor-


ação entre o Criador e a criatura, que raras pessoas se dispõem a observar.
Esforça-se o homem e o Senhor lhe concede as utilidades.

O servo trabalha e o Altíssimo lhe abençoa o suor.


177/455
É nesse processo de íntima cooperação e natural entendimento que o
Pai espera colher, um dia, os doces frutos da perfeição no espírito dos filhos.

(Caminho, verdade e vida. FEB Editora. Cap. 174)


Eu também vos digo: pedi e vos será dado; buscai e encon-
trareis; batei e será aberto para vós.
Lucas 11:9

Três imperativos

Pedi, buscai, batei...

Estes três imperativos da recomendação de Jesus não foram enuncia-


dos sem um sentido especial.

No emaranhado de lutas e débitos da experiência terrestre, é impre-


scindível que o homem aprenda a pedir caminhos de libertação da antiga ca-
deia de convenções sufocantes, preconceitos estéreis, dedicações vazias e
hábitos cristalizados. É necessário desejar com força e decisão a saída do
escuro cipoal em que a maioria das criaturas perdeu a visão dos interesses
eternos.

Logo após, é imprescindível buscar.

A procura constitui-se de esforço seletivo. O campo jaz repleto de soli-


citações inferiores, algumas delas recamadas de sugestões brilhantes. É indis-
pensável localizar a ação digna e santificadora. Muitos perseguem miragens
perigosas, à maneira das mariposas que se apaixonam pela claridade de um
incêndio. Chegam de longe, acercam-se das chamas e consomem a bênção do
corpo.

É imperativo aprender a buscar o bem legítimo.

Estabelecido o roteiro edificante, é chegado o momento de bater à porta


da edificação; sem o martelo do esforço metódico e sem o buril da boa vont-
ade, é muito difícil transformar os recursos da vida carnal em obras lumino-
sas de arte divina, com vistas à felicidade espiritual e ao amor eterno.
179/
Não bastará, portanto, rogar sem rumo, procurar sem exame e agir sem
objetivo elevado.

Peçamos ao Senhor nossa libertação da animalidade primitivista,


busquemos a espiritualidade sublime e trabalhemos por nossa localização
dentro dela, a fim de converter-nos em fiéis instrumentos da divina Vontade.

Pedi, buscai, batei!... Esta trilogia de Jesus reveste-se de especial signi-


ficação para os aprendizes do Evangelho, em todos os tempos.

(Pão nosso. FEB Editora. Cap. 109)

Obter e pagar

Pede a graça da saúde, mas não te esqueça da própria defesa contra a


enfermidade.

Roga o favor da luz, todavia, não permaneças na sombra.

Solicita o facho da esperança, contudo, aprende a cultivar a serenidade,


a fim de que te não arrojes aos precipícios do desespero.

Pede a bênção da coragem, mas preserva-te contra o desânimo.

Roga a realização dos próprios desejos, entretanto, procura adaptar-te à


Vontade divina.

Solicita a concretização dos ideais superiores que te nutrem na Terra,


mas, busca agir sem apego, para que não te enamores das próprias obras que
pertencem, no fundo, à Criação divina.

Pede a graça da iniciação na fé viva, no entanto, capacita-te de que é ne-


cessário perseverar na confiança, para que a ventania das perturbações hu-
manas não te apaguem a candeia da boa vontade.
180/
Roga a concessão de recursos materiais para a solução dos problemas
que te afligem no mundo, mas, não te esqueças de aprender a gastar com
equilíbrio e respeito sem te precipitares em débitos insolúveis.

Solicita a alegria do amor, através dos entes queridos que te rodeiam na


existência, no entanto, reconheça que a felicidade dos amigos é diferente da
tua, para que te não convertas em tirano do círculo afetivo.

Tudo na vida é permuta, colaboração, experiência e o nosso trabalho é


sempre um contrato entre o Senhor e nós outros, na execução do qual precis-
amos receber para dar e dar para receber.

A Providência nos concede as mais ricas possibilidades em todos os


setores da jornada evolutiva, entretanto, a Lei exige a nossa quota de
contribuição.

“Pedi e obtereis” — ensinou o divino Mestre.

Não nos esqueçamos, porém, de que todas as criaturas e de que todas as


coisas são importantes no universo e que poderemos tudo receber, mas para
tudo pagar hoje ou amanhã.

(Assim vencerás. Ed. IDEAL. Cap. 31)


Pois todo aquele que pede recebe, e aquele que busca
encontra [...].
Lucas 11:10

Acharemos sempre

Ao experimentar o crente a necessidade de alguma coisa, recorda ma-


quinalmente a promessa do Mestre, quando assegurou resposta adequada a
qualquer que pedir.

Importa, contudo, saber o que procuramos. Naturalmente, receberemos


sempre, mas é imprescindível conhecer o objeto de nossa solicitação.

Asseverou Jesus: “Quem busca, acha”.

Quem procura o mal encontra-se com o mal igualmente.

Existe perfeita correspondência entre nossa alma e a alma das coisas.


Não expendemos uma hipótese, examinamos uma lei.

Para os que procuram ladrões, escutando os falsos apelos do mundo in-


terior que lhes é próprio, todos os homens serão desonestos. Assim ocorre
aos que possuem aspirações de crença, acercando-se, desconfiados, dos agru-
pamentos religiosos. Nunca surpreendem a fé, porque tudo analisam pela
má-fé a que se acolhem. Tanto experimentam e insistem, manejando os
propósitos inferiores de que se nutrem, que nada encontram, efetivamente,
além das desilusões que esperavam.

A fim de encontrarmos o bem, é preciso buscá-lo todos os dias.

Inegavelmente, num campo de lutas chocantes como a esfera terrestre,


a caçada ao mal é imediatamente coroada de êxito, pela preponderância do
mal entre as criaturas. A pesca do bem não é tão fácil; no entanto, o bem será
encontrado como valor divino e eterno.
182/455
É indispensável, pois, muita vigilância na decisão de buscarmos alguma
coisa, porquanto o Mestre afirmou: “Quem busca, acha”; e acharemos sempre
o que procuramos.

(Caminho, verdade e vida. FEB Editora. Cap. 109)


Qual dentre vós é o pai que seu filho lhe pedirá um peixe e em
vez de um peixe lhe dará uma serpente?
Lucas 11:11

Respostas do Alto

Nos círculos da fé, encontramos diversos corações extenuados e


desiludidos. Referem-se à oração, à maneira de doentes desenganados
quanto à eficácia do remédio, alegando que não recebem respostas do Alto.

Entretanto, a meditação mais profunda lhes conferiria mais elevada


noção dos divinos Desígnios, entendendo, enfim, que o Senhor jamais oferece
pedras ao filho que pede pão.

Nem sempre é possível compreender, de pronto, a resposta celeste em


nosso caminho de luta, no entanto, nunca é demais refletir para perceber com
sabedoria.

Em muitas ocasiões, a contrariedade amarga é aviso benéfico e a


doença é recurso de salvação.

Não poucas vezes, as flores da compaixão do Cristo visitam a criatura


em forma de espinhos e, em muitas circunstâncias da experiência terrestre,
as bênçãos da medicina celestial se transformam temporariamente em feri-
das santificantes.

Em muitas fases da luta, o Senhor decreta a cassação de tempo ao cír-


culo do servidor, para que ele não encha os dias com a repetição de graves de-
litos e, não raro, dá-lhe fealdade ao corpo físico para que sua alma se ilumine
e progrida.

Se a paternidade terrena, imperfeita e deficiente, vela em favor dos fil-


hos, que dizer da Paternidade de Deus, que sustenta o universo ao preço de
inesgotável amor?
184/455
O Todo-Compassivo nunca atira pedras às mãos súplices que lhe rogam
auxílio.

Se te demoras, pois, no seio das inibições provisórias, permanece con-


victo de que todos os impedimentos e dores te foram concedidos por respos-
tas do Alto aos teus pedidos de socorro, amparo e lição, com vistas à vida
eterna.

(Vinha de luz. FEB Editora. Cap. 166)


Portanto, se vós, sendo maus, sabeis dar boas dádivas aos
vossos filhos, quanto mais vosso Pai [que está] no céu dará o
Espírito Santo aos que lhe pedem.
Lucas 11:13

O Senhor dá sempre

Um pai terrestre, não obstante o carinho cego com que muitas vezes en-
volve o coração, sempre sabe cercar o filho de dádivas proveitosas.

Por que motivo o Pai celestial, cheio de sabedoria e amor, permaneceria


surdo e imóvel perante as nossas súplicas?

O devotamento paternal do supremo Senhor nos rodeia em toda parte.


Importa, contudo, não viciarmos o entendimento.

Lembremo-nos de que a Providência divina opera invariavelmente para


o bem infinito.

Liberta a atmosfera asfixiante com os recursos da tempestade.

Defende a flor com espinhos.

Protege a plantação útil com adubos desagradáveis.

Sustenta a verdura dos vales com a dureza das rochas.

Assim também, nos círculos de lutas planetárias, acontecimentos que


nos parecem desastrosos, à atividade particular, representam escoras ao
nosso equilíbrio e ao nosso êxito, enquanto fenômenos interpretados como
calamidades na ordem coletiva constituem enormes benefícios públicos.

Roga, pois, ao Senhor a bênção da Luz divina para o teu coração e para
a tua inteligência, a fim de que te não percas no labirinto dos problemas; con-
tudo, não te esqueças de que, na maioria das ocasiões, o socorro inicial do
Céu nos vem ao caminho comum, por meio de angústias e desenganos.
186/455
Aguarda, porém, confiante, a passagem dos dias. O tempo é o nosso explic-
ador silencioso e te revelará ao coração a bondade infinita do Pai que nos res-
taura a saúde da alma, por intermédio do espinho da desilusão ou do amar-
goso elixir do sofrimento.

(Pão nosso. FEB Editora. Cap. 63)


Quem não está comigo é contra mim; e quem não ajunta
comigo, espalha.
Lucas 11:23

Pró ou contra

Entre o bem e o mal não existe neutralidade.

De igual modo, não há miscibilidade ou transição entre a verdade e a


mentira.

Escondemo-nos na sombra ou revelamo-nos na luz.

Quem não edifica o bem só por essa omissão já está forjando o mal em
forma de negligência.

Quem foge à realidade cairá inevitavelmente no engano de consequên-


cias imprevisíveis.

Importa considerar, entretanto, a relatividade das posições individuais


nos quadros da vida coletiva para não encarcerarmos a própria conduta em
opiniões inamovíveis.

Desse modo, busquemos sempre, acima de tudo, a verdade fundament-


al que dimana do Criador e o bem maior, relativo ao interesse espiritual de
todas as criaturas.

Partindo desse princípio basilar, sentiremos a realidade do esclareci-


mento justo do Senhor:

“Quem não é comigo é contra mim”.

A necessidade mais imperiosa de nossas almas é sempre aquela do culto


incessante à caridade pura sem condições de qualquer natureza. Quem est-
iver fora dessa orientação respira a distância do apostolado com Jesus.
188/
Para assegurar-nos a firme atitude na senda reta, trazemos dentro de
nós a consciência, à feição de porta-voz do roteiro exato.

Nos mínimos sucessos de cada dia, define-te, pois, com clareza, para
que te não abandones à neblina dos vales de indecisão.

Estacionamento no mal, ou ascensão para o bem.

Com Jesus ou distante dele.

Isso significa que estarás ao lado do Cristo, desprezando agora as


supostas facilidades que gerarão depois as dificuldades reais, ou abraçando,
hoje, a cruz do caminho, que, amanhã, conferir-te-á o galardão do
imarcescível triunfo.

(O espírito da verdade. FEB Editora. Cap. 84)

Unificação

Trabalhar pela Unificação dos órgãos doutrinários do Espiritismo no


Brasil é prestar relevante serviço à causa do Evangelho redentor junto à hu-
manidade. Reunir elementos dispersos, concatená-los e estruturar-lhes o pla-
no de ação, na ordem superior que nos orienta o idealismo, é serviço de indis-
cutível benemerência porque demanda sacrifício pessoal, oração e vigilância
na fé renovadora e, sobretudo, elevada capacidade de renunciação.

À maneira do trabalhador fiel que se desvela no amanho da terra,


subtraindo-lhe os espinheiros e drenando-lhe os pantanais, cooperar na asso-
ciação de energias da fraternidade legítima — com o Espírito do Senhor —, le-
gislando em nosso mundo íntimo, representa obrigação de quantos se
propõem a contribuir na reconstrução planetária, a caminho da Terra regen-
erada e feliz.

Trabalhemos, pois, entrelaçando pensamentos e ações, dentro dessas


diretrizes superiores de confraternização substancial. A tarefa é complexa,
189/
bem o sabemos. O ministério exige lealdade e decisão. Todavia, sem o suor do
servo fiel, a casa pereceria sem pão.

Lembremo-nos de que a vitória do Evangelho, ainda não alcançada,


começou com a congregação de doze aprendizes, humildes e sinceros, em
torno de um Mestre sábio, paciente, generoso e justo, e continuemos, cada
qual de nós, no posto de trabalho que lhe compete, atentos às determinações
divinas da execução do próprio dever.

(Reformador, out. 1977, p. 301)


Ele disse: bem-aventurados, antes, os que ouvem a palavra
de Deus e a guardam.
Lucas 11:28

Elogios

Dirigira-se Jesus à multidão, com o enorme poder do seu amor, con-


quistando geral atenção. Mal terminara as observações amorosas e sábias, eis
que uma senhora se levanta no seio da turba e, magnetizada pela sua ex-
pressão de espiritualidade sublime, reporta-se, em alta voz, às bem-aventur-
anças que deviam caber a Maria, por haver contribuído na vinda do Salvador
à face da Terra. Mas, prestamente, na perfeita compreensão das consequên-
cias infelizes que poderiam advir da atitude impensada, responde o Mestre
que, antes de tudo, serão bem-aventurados os que ouvem a revelação de Deus
e lhe praticam os ensinamentos, observando-lhe os princípios.

A passagem constitui esclarecimento vivo para que não se amorteça,


entre os discípulos sinceros, a campanha contra o elogio pessoal, veneno das
obras mais santas a sufocar-lhes propósitos e esperanças.

Se admiras algum companheiro que se categoriza a teus olhos por tra-


balhador fiel do bem, não o perturbes com palavras, das quais o mundo tem
abusado muitas vezes, construindo frases superficiais, no perigoso festim da
lisonja. Ajuda-o, com boa vontade e entendimento, na execução do ministério
que lhe compete, sem te esqueceres de que, acima de todas as bem-aventur-
anças, brilham os divinos dons daqueles que ouvem a palavra do Senhor,
colocando-a em prática.

(Pão nosso. FEB Editora. Cap. 70)


Portanto, examina [se] a luz [que há] em ti não é treva.
Lucas 11:35

Vê, pois

Há ciência e há sabedoria, inteligência e conhecimento, intelectualidade


e luz espiritual.

Geralmente, todo homem de raciocínio fácil é interpretado à conta de


mais sábio, no entanto, há que distinguir.

O homem não possui ainda qualidades para registrar a verdadeira luz.


Daí, a necessidade de prudência e vigilância.

Em todos os lugares, há industriosos e entendidos, conhecedores e


psicólogos. Muitas vezes, porém, não passam de oportunistas prontos para o
golpe do interesse inferior.

Quantos escrevem livros abomináveis, espalhando veneno nos cor-


ações? Quantos se aproveitam do rótulo da própria caridade visando extrair
vantagens à ambição?

Não bastam o engenho e a habilidade. Não satisfaz a simples visão


psicológica. É preciso luz divina.

Há homens que, num instante, apreendem toda a extensão dum campo,


conhecem-lhe a terra, identificam-lhe o valor. Há, todavia, poucos homens
que se apercebem de tudo isso e se disponham a suar por ele, amando-o antes
de explorá-lo, dando-lhe compreensão antes da exigência.

Nem sempre a luz reside onde a opinião comum pretende observá-la.

Sagacidade não chega a ser elevação, e o poder expressivo apenas é re-


speitável e sagrado quando se torna ação construtiva com a luz divina.

Raciocina, pois, sobre a própria vida.


192/455
Vê, com clareza, se a pretensa claridade que há em ti não é sombra de
cegueira espiritual.

(Vinha de luz. FEB Editora. Cap. 33)


Todavia, dai as [coisas] interiores [como] dádiva […].
Lucas 11:41

Esmola

A palavra do Senhor está sempre estruturada em luminosa beleza que


não podemos perder de vista.

No capítulo da esmola, a recomendação do Mestre, dentro da narrativa


de Lucas, merece apontamentos especiais.

“Dai antes esmola do que tiverdes.”

Dar o que temos é diferente de dar o que detemos.

A caridade é sublime em todos os aspectos sob os quais se nos revele e


em circunstância alguma devemos esquecer a abnegação admirável daqueles
que distribuem pão e agasalho, remédio e socorro para o corpo, aprendendo a
solidariedade e ensinando-a.

É justo, porém, salientar que a fortuna ou a autoridade são bens que de-
temos provisoriamente na marcha comum e que, nos fundamentos substanci-
ais da vida, não nos pertencem.

O dono de todo o poder e de toda a riqueza no universo é Deus, nosso


Criador e Pai, que empresta recursos aos homens, segundo os méritos ou as
necessidades de cada um.

Não olvidemos, assim, as doações de nossa esfera íntima e perguntemos


a nós mesmos:

Que temos de nós próprios para dar?

Que espécie de emoção estamos comunicando aos outros?

Que reações provocamos no próximo?


194/455
Que distribuímos com os nossos companheiros de luta diária?

Qual é o estoque de nossos sentimentos?

Que tipo de vibrações espalhamos?

Para difundir a bondade, ninguém precisa cultivar riso estridente ou


sorrisos baratos, mas, para não darmos pedras de indiferença aos corações
famintos de pão da fraternidade, é indispensável amealhar em nosso espírito
as reservas da boa compreensão, emitindo o tesouro de amizade e entendi-
mento que o Mestre nos confiou em serviço ao bem de quantos nos rodeiam,
perto ou longe.

É sempre reduzida a caridade que alimenta o estômago, mas que não


esquece a ofensa, que não se dispõe a servir diretamente ou que não acende
luz para a ignorância.

O aviso do Instrutor divino nas anotações de Lucas significa: dai esmola


de vossa vida íntima, ajudai por vós mesmos, espalhai alegria e bom ânimo,
oportunidade de crescimento e elevação com os vossos semelhantes, sede
irmãos dedicados ao próximo, porque, em verdade, o amor que se irradia em
bênçãos de felicidade e trabalho, paz e confiança, é sempre a dádiva maior de
todas.

(Fonte viva. FEB Editora. Cap. 60)


Por isso também a Sabedoria de Deus disse: enviarei a eles
profetas e apóstolos, e [a alguns] deles matarão e
perseguirão.
Lucas 11:49

Profetas e apóstolos33

(Harmonização. Ed. GEEM. Cap. “Profetas e apóstolos”)

33
N.E.: Vide nota 12.
[…] Primeiramente, acautelai-vos do fermento dos fariseus,
que é a hipocrisia.
Lucas 12:1

Fariseus

Fariseu ainda é todo homem presunçoso, dogmático, exclusivo, pre-


tenso privilegiado das Forças divinas.

O orgulhoso descendente dos doutores de Jerusalém ainda vive.


Atravessa todas as organizações humanas. Respira em todos os templos
terrestres. Acredita-se o herdeiro único da divina Bondade. Nada aprecia
senão pelo prisma do orgulho pessoal. Traça programas caprichosos e intenta
torcer as próprias leis universais, submetendo-as ao ponto de vista que espo-
sou na sua escola ou no seu argumento sectarista.

Jamais comparece, ante a bênção do Senhor, na condição de alguém


que se converteu em instrumento de seus amorosos desígnios, mas como
crente orgulhoso, cheio de propósitos individualistas, declarando-se detentor
de considerações especiais.

Os aprendizes fiéis necessitam acautelar-se contra o levedo de tais en-


fermos do espírito.

Toda ideia opera fermentações mentais.

Certamente que o Mestre não determinou a morte dos fariseus, mas re-
comendou cautela em se tratando da influenciação deles.

Exigências farisaicas constituem perigosas moléstias da alma. Urge


auxiliar o doente e extinguir a enfermidade. Todavia, não conseguiremos a
realização, provocando tumultos, e sim usando a cautela na antiga re-
comendação de vigilância.
(Vinha de luz. FEB Editora. Cap. 54) 197/455
Eu vos digo: todo aquele que se declarar por mim diante dos
homens, também o filho do homem se declarará por ele di-
ante dos anjos de Deus.
Lucas 12:8

Confessar o Mestre34

Muitos companheiros de labor evangélico supõem que confessar o


Mestre se resume tão somente numa profissão de fé, por intermédio das pa-
lavras. Para a demonstração de que aderimos, sinceramente, a Jesus, bastará
subir a uma tribuna ou discutir, acaloradamente, com alguns amigos que
ainda não nos conseguem compreender? Semelhante confissão tem sido o
objetivo da maioria dos discípulos, através dos tempos; mas, essa atitude de-
sassombrada é uma das faces da realização, sem constituir, entretanto, o seu
precioso conjunto. Confessar o Cristo, diante dos homens, é revelar-lhe a luz
e o poder, em ações de amor e desprendimento, que os homens vulgares
ainda não conhecem. Não será instituir convicções apressadas nos outros,
mas pautar a vida em plano diferente e superior, de sorte que os espíritos
mais frágeis ou levianos possam encontrar, junto de nossa alma, algo de mais
elevado, que não sentem noutros lugares e situações do mundo.

Não é fácil confessar a Jesus entre as comunidades terrestres, quando


sabemos que ele próprio foi por elas conduzido à cruz do martírio; mas, é
dessa confissão que a sua palavra persuasiva nos fala no Evangelho da Ver-
dade e do Amor.

É preciso se precate o discípulo contra o perigo de uma adesão verbal,


sem a participação de suas energias interiores.

O Senhor deseja ser confessado pelos seus continuadores nas estradas


do mundo; mas, esse ato não se pratica apenas por palavras e sim por todas
as demonstrações vivas do coração.
199/455
(Reformador, jan. 1942, p. 1)

34
Texto publicado em Segue-me!... Ed. O Clarim. Cap. “Contra o perigo”, com
pequenas alterações. Mentores e seareiros. Ed. IDEAL. Cap. “Confessar o
mestre”, com pequenas alterações.
E disse-lhes: olhai! Guardai-vos de toda avareza, porque a
vida de alguém não está na abundância dos seus bens.
Lucas 12:15

Bens externos

“A vida de um homem não consiste na abundância das coisas que


possui.”

A palavra do Mestre está cheia de oportunidade para quaisquer círculos


de atividade humana, em todos os tempos.

Um homem poderá reter vasta porção de dinheiro. Porém, que fará


dele?

Poderá exercer extensa autoridade. Entretanto, como se comportará


dentro dela?

Poderá dispor de muitas propriedades. Todavia, de que modo utiliza os


patrimônios provisórios?

Terá muitos projetos elevados. Quantos edificou?

Poderá guardar inúmeros ideais de perfeição. Mas estará atendendo aos


nobres princípios de que é portador?

Terá escrito milhares de páginas. Qual a substância de sua obra?

Contará muitos anos de existência no corpo. No entanto, que fez do


tempo?

Poderá contar com numerosos amigos. Como se conduz perante as


afeições que o cercam?

Nossa vida não consiste da riqueza numérica de coisas e graças,


aquisições nominais e títulos exteriores. Nossa paz e felicidade dependem do
201/
uso que fizermos, onde nos encontramos hoje, aqui e agora, das oportunid-
ades e dons, situações e favores, recebidos do Altíssimo.

Não procures amontoar levianamente o que deténs por empréstimo.


Mobiliza, com critério, os recursos depositados em tuas mãos.

O Senhor não te identificará pelos tesouros que ajuntaste, pelas bênçãos


que retiveste, pelos anos que viveste no corpo físico. Reconhecer-te-á pelo
emprego dos teus dons, pelo valor de tuas realizações e pelas obras que
deixaste, em torno dos próprios pés.

(Caminho, verdade e vida. FEB Editora. Cap. 165)

Recursos35

Frequentemente, quando nos referimos à propriedade, recordamos, de


imediato, posses e haveres de expressão material e reconstituímos na lem-
brança a imagem dos nossos amigos que carregam compromissos com a for-
tuna terrestre, como se eles fossem os únicos responsáveis pelo equilíbrio do
mundo. Entretanto, assim agindo, escorregamos inconscientemente para a
fuga de nossos próprios deveres, sem que isso nos isente das obrigações
assumidas.

Simbolicamente, todos retemos capitais a movimentar, uma vez que,


em cada estância regeneradora ou evolutiva em que nos encontremos, somos
acompanhados por valiosos créditos de tempo, através dos quais a divina
Providência nos considera iguais pela necessidade e, simultaneamente, nos
diferencia uns dos outros pela aplicação individual que fazemos deles.

Somos todos, desse modo, convocados não apenas a empregar dinheiro,


mas também saúde, condição, profissão, habilidade, entendimento, cultura,
relações e possibilidades outras de que sejamos detentores, em favor dos out-
ros, porquanto pelas nossas próprias ações somos valorizados ou
202/
depreciados, enriquecidos ou podados em nossos recursos pela contabilidade
da eterna Justiça.

Permaneçamos, assim, atentos às menores oportunidades de ajudar


que se nos ofereçam, na experiência cotidiana, aproveitando-as, quanto pos-
sível, porque, se as nossas reservas de tempo estão sendo realmente deposita-
das no Fundo de Serviço ao Próximo, no Banco da Vida, a Carteira do
Suprimento Espontâneo nos enviará, estejamos onde estivermos, os di-
videndos de auxílio e felicidade a que tenhamos direito, sem que haja, de
nossa parte, nem mesmo a preocupação de sacar.

(Ceifa de luz. FEB Editora. Cap. 41)

Emprego de riquezas36

Foge de reprovar todos aqueles que transitam na Terra sob a cruz do


dinheiro, a definir-se, frequentemente, por fardo de aflição.

Não somente os depósitos amoedados podem ser convertidos em tra-


balho renovador e santificante.

Todas as disponibilidades da natureza são forças neutras.

O ouro e o vapor, a eletricidade e o magnetismo não são maus e nem


bons em si mesmos; o uso é o denominador comum que lhes revela os bens
ou os males decorrentes do controle e da orientação que lhes imprimimos.

Meditemos na utilização daquelas outras riquezas que nos felicitam a


cada hora.

No teste individual, é desnecessário ir longe para a justa demonstração.

Ouçamos a consciência sobre o aproveitamento de todas as preciosas


possibilidades do corpo que nos patenteiam a mente.
203/
Diante de uma cena suspeitosa, observemos a conduta que ditamos aos
olhos para que nos auxiliem a fixar as imagens edificantes, com espontâneo
desinteresse por todos os ingredientes capazes de formar o vinagre da injúria.

Escutando essa ou aquela notícia inusitada, reparemos a diretriz que


impomos aos próprios ouvidos, de modo a que retenham o melhor das in-
formações recolhidas, a fim de que a nossa palavra se abstenha de tudo o que
possa constituir agravo a instituições e pessoas.

À frente do trabalho, é preciso anotar que espécie de comportamento


indicamos aos nossos implementos de manifestação, para que não nos
disponhamos a ilaquear os deveres que nos competem, com flagrante pre-
juízo dos outros.

Em assuntos do sentimento, será forçoso perguntar, no íntimo, quanto


ao procedimento que sugerimos aos nossos recursos de expressão afetiva,
para que, em nome do amor, não venhamos a precipitar corações sensíveis e
generosos em abismos de criminalidade e desilusão.

Reflitamos nos talentos divinos que nos abençoam em todas as esferas


da existência e, desejando felicidade e vitória, a todos os nossos amigos que
se movimentam, no mundo, sob o peso da fortuna transitória, com difíceis
problemas a resolver, anotemos com imparcialidade como empregamos, dia a
dia, os créditos do tempo e os tesouros da vida, para que venhamos a saber
com segurança o que estamos fazendo realmente de nós.

(Reformador, fev. 1963, p. 32)

Avareza

Fujamos à retenção de qualquer possibilidade sem espírito de serviço.

Avareza não consiste apenas em amealhar o dinheiro nos cofres da


mesquinhez.
204/
As próprias águas benfeitoras da natureza, quando encarceradas sem
preocupação de benefício, costumam formar zonas infecciosas. Quem vive à
cata de compensações, englobando-as ao redor de si, não passa igualmente
de avaro infeliz.

Toda avareza é centralização doentia, preparando metas de sofrimento.

Não basta saber pedir, nem basta a habilidade e a eficiência em con-


quistar. É preciso adquirir no clima do Cristo, espalhando os benefícios da
posse temporária, para que a própria existência não constitua obstáculo à paz
e à alegria dos outros.

Inúmeros homens, atacados pelo vírus da avareza, muito ganharam em


fortuna, autoridade e inteligência, mas apenas conseguiram, ao termo da ex-
periência, a perversão dos que mais amavam e o ódio dos que lhes eram
vizinhos.

Amontoaram vantagens para a própria perda. Arruinaram-se, envenen-


ando, igualmente, os que lhes partilharam as tarefas no mundo.

Recordemos a palavra do Mestre divino, gravando-a no espírito.

A vida do homem não consiste na abundância daquilo que possui, mas


na abundância dos benefícios que esparge e semeia, atendendo aos desígnios
do supremo Senhor.

(Vinha de luz. FEB Editora. Cap. 52)

35
Texto publicado em Segue-me!... Ed. O Clarim. Cap. “Fundo de serviço”,
com pequenas alterações.
36
Texto publicado em Livro da esperança. Ed. Comunhão Espírita Cristã.
Cap. 43, com pequenas alterações.
Mas disse-lhe Deus: insensato! Nesta noite, requisitam a tua
alma de ti; e o que preparastes para quem será?
Lucas 12:20

Posses terrestres37

Do ponto de vista da posse, de que disporá, o homem, que realmente


lhe pertença?

O corpo é uma bênção que lhe foi concedida pelos pais, em nome do
amor eterno que rege a vida.

A família é uma equipe de corações afins e menos afins, em que ele


estagia.

Os laços afetivos em que se motiva para trabalhar e viver podem ser


mudados ou subtraídos, a qualquer tempo.

O nome é uma doação do registro civil que o arrola nos acervos da es-
tatística para definir-lhe o nascimento e a situação.

As potências mentais e os recursos físicos que se lhe erigem por instru-


mentos sutis de manifestação, muita vez são suscetíveis de sofrer temporárias
cassações, dentro dos princípios de causa e efeito.

O prestígio social é um movimento digno, mas claramente mutável, en-


tretecido pelas opiniões de amigos e adversários.

O conhecimento intelectual é um quadro de afirmações provisórias, no


edifício da evolução, de que ele compartilha sem ser o responsável.

A fortuna material é um empréstimo dos Poderes superiores, que, não


raro, lhe escapa ao controle, quando menos espera.

Tudo o que a criatura humana possui é tão somente obséquio, con-


cessão, favor ou benefício da Providência divina ou da Bondade humana.
206/
Todos temos efetivamente de nós unicamente a nossa própria alma, e,
já que somos usufrutuários de todos os bens da vida, estejamos constante-
mente prevenidos para dar conta de nós próprios, ante as Leis do Destino, no
tocante a uso e proveito, rendimento e administração.

(Brasil espírita, out. 1971, p. 3)

Lucros

Em todos os agrupamentos humanos, palpita a preocupação de ganhar.


O espírito de lucro alcança os setores mais singelos. Meninos, mal saídos da
primeira infância, mostram-se interessados em amontoar egoisticamente al-
guma coisa. A atualidade conta com mães numerosas que abandonam seu lar
a desconhecidos, durante muitas horas do dia, a fim de experimentarem a
mina lucrativa. Nesse sentido, a maioria das criaturas converte a marcha
evolutiva em corrida inquietante.

Por trás do sepulcro, ponto de chegada de todos os que saíram do berço,


a verdade aguarda o homem e interroga:

— Que trouxeste?

O infeliz responderá que reuniu vantagens materiais, que se esforçou


por assegurar a posição tranquila de si mesmo e dos seus.

Examinada, porém, a bagagem, verifica-se, quase sempre, que as vitóri-


as são derrotas fragorosas. Não constituem valores da alma, nem trazem o
selo dos bens eternos.

Atingida semelhante equação, o viajor olha para trás e sente frio.


Prende-se, de maneira inexplicável, aos resultados de tudo o que amontoou
na crosta da Terra. A consciência inquieta enche-se de nuvens e a voz do
Evangelho soa-lhe aos ouvidos: Pobre de ti, porque teus lucros foram perdas
desastrosas! “E o que tens ajuntado, para quem será?”.
207/
(Caminho, verdade e vida. FEB Editora. Cap. 56)

Supercultura e calamidades morais38

Não basta ajuntar valores materiais para a garantia da felicidade.

A supercultura consegue atualmente na Terra feitos prodigiosos, em to-


dos os reinos da natureza física, desde o controle das forças atômicas às real-
izações da astronáutica. No entanto, entre os povos mais adiantados do Plan-
eta, avançam duas calamidades morais do materialismo, corrompendo-lhes
as forças: o suicídio e a loucura, ou, mais propriamente, a angústia e a
obsessão.

É que o homem não se aprovisiona de reservas espirituais à custa de


máquinas. Para suportar os atritos necessários à evolução e aos conflitos res-
ultantes da luta regenerativa, precisa alimentar-se com recursos da alma e
apoiar-se neles.

Nesse sentido, vale recordar o sensato comentário de Allan Kardec, no


item 14, do capítulo V, de “O evangelho segundo o espiritismo”, sob a epí-
grafe “O Suicídio e a Loucura”:

“A calma e a resignação hauridas na maneira de considerar a vida ter-


restre e da confiança no futuro dão ao Espírito uma serenidade que é o mel-
hor preservativo contra a loucura e o suicídio. Com efeito, é certo que a
maioria dos casos de loucura se devem à comoção produzida pelas vicis-
situdes que o homem não tem a coragem de suportar. Ora, se encarando as
coisas deste mundo da maneira por que o Espiritismo faz que ele as con-
sidere, o homem recebe com indiferença, mesmo com alegria, os reveses e as
decepções que o houveram desesperado noutras circunstâncias, evidente se
torna que essa força, que o coloca acima dos acontecimentos, lhe preserva de
abalos a razão, os quais, se não fora isso, o conturbariam.”
208/
Espíritas, amigos! atendamos à caridade que suprime a penúria do
corpo, mas não menosprezemos o socorro às necessidades da alma!
Divulguemos a luz da Doutrina Espírita! Auxiliemos o próximo a discernir e
pensar.

(Entre irmãos de outras terras. FEB Editora. Cap. 12)

Caso grave

Dentre os nossos companheiros de experiência humana, aquele:

Que apenas enxerga as suas necessidades, sem consideração para com


as necessidades de seus vizinhos;

Que jamais se afastou da casa farta, nem mesmo por momentos, para
levar um pão à choupana que a penúria vigia;

Que nunca se lembrou de oferecer migalha dos recursos que lhe são
próprios, nas obras da solidariedade;

Que vê exclusivamente as exigências dos próprios filhos, laureando-os


de abastança e carinho sem tentar, nem mesmo ao de leve, minorar o suplício
das crianças abandonadas;

Que se iluminou com o facho da ciência e se trancafiou em bibliotecas


valiosas, sem estender a mais ligeira réstia de luz aos ignorantes;

Que se enriqueceu de tributos afetivos no lar tranquilo, sem acender,


em tempo algum, o menor raio de esperança ou de alegria para a viuvez em
desamparo;

Que unicamente sabe desfrutar vantagens pessoais, sem alongar braço


amigo na direção dos que anseiam por singela oportunidade das muitas opor-
tunidades de elevação e progresso que lhe favorecem a vida;
209/
Que vai, existência afora, no carro da saúde física, cerrando os ouvidos
para não escutar o choro e a súplica dos doentes que lhe rogam proteção e
consolo;

É, de todos os irmãos prejudicados pelo egoísmo, um caso dos mais


graves e dos que mais carecem de piedade, com direito a ser internado com
urgência em nosso pronto-socorro da oração.

(Ceifa de luz. FEB Editora. Cap. 46)

Que pedes?39

Que pedes à vida, amigo?

Os ambiciosos reclamam reservas de milhões.

Os egoístas exigem todas as satisfações para si somente.

Os arbitrários solicitam atenção exclusiva aos caprichos que lhes são


próprios.

Os vaidosos reclamam louvores.

Os invejosos exigem compensações que lhes não cabem.

Os despeitados solicitam considerações indébitas.

Os ociosos pedem prosperidade sem esforço.

Os tolos reclamam divertimentos sem preocupação de serviço.

Os revoltados reclamam direitos sem deveres.

Os extravagantes exigem saúde sem cuidados.

Os impacientes aguardam realizações sem bases.

Os insaciáveis pedem todos os bens, olvidando as necessidades dos


outros.
210/
Essencialmente considerando, porém, tudo isto é verdadeira loucura,
tudo fantasia do coração que se atirou exclusivamente à posse efêmera das
coisas mutáveis.

Vigia, assim, cautelosamente, o plano de teus desejos.

Que pedes à vida?

Não te esqueças de que, talvez nesta noite, pedirá o Senhor a tua alma.

(Vinha de luz. FEB Editora. Cap. 35)

37
Texto publicado em Alvorada do reino. Ed. IDEAL. Cap. “Posses terrestres”,
com alterações.
38
Texto publicado em Ceifa de luz. FEB Editora. Cap. 37. Segue-me!... Ed. O
Clarim. Cap. “Esta noite!...”, com pequenas alterações.
39
Texto publicado em Nosso livro. Ed. LAKE. Cap. “Que pedes?”, com
pequenas alterações.
Assim [é] o que entesoura para si mesmo, mas não está en-
riquecendo para Deus.
Lucas 12:21

Assim será

Guardarás inúmeros títulos de posse sobre as utilidades terrestres, mas


se não és senhor de tua própria alma, todo o teu patrimônio não passará de
simples introdução à loucura.

Multiplicarás, em torno de teus pés, maravilhosos jardins da alegria ju-


venil, entretanto, se não adquirires o conhecimento superior para o roteiro de
amanhã, a tua mocidade será a véspera ruidosa da verdadeira velhice.

Cobrirás com medalhas honoríficas o teu peito, aumentando a série dos


admiradores que te aplaudem, mas, se a luz da reta consciência não te banha
o coração, assemelhar-te-ás a um cofre de trevas, enfeitado por fora e vazio
por dentro.

Amontoarás riquezas e apetrechos de conforto para a tua casa terrena,


imprimindo-lhe perfil dominante e revestindo-a de esplendores artísticos,
contudo, se não possuíres na intimidade do lar a harmonia que sustenta a fe-
licidade de viver, o teu domicílio será tão somente um mausoléu adornado.

Empilharás moedas de ouro e prata, à sombra das quais falarás com


autoridade e influência aos ouvidos do próximo, todavia, se os teus haveres
não se dilatam, em forma de socorro e trabalho, estímulo e educação, em fa-
vor dos semelhantes, és apenas um viajor descuidado, no rumo de pavorosas
desilusões.

Crescerás horizontalmente, conquistarás o poder e a fama, reverenciar-


te-ão a presença física na Terra, mas, se não trouxeres contigo os valores do
212/455
bem, ombrearás com os infelizes, em marcha imprevidente para as ruínas do
desencanto.

Assim será “todo aquele que ajunta tesouros para si, sem ser rico para
com Deus”.

(Fonte viva. FEB Editora. Cap. 120)


Portanto, se não podeis o mínimo, por que vos inquietais a
respeito do restante?
Lucas 12:26

Coisas mínimas40

Pouca gente conhece a importância da boa execução das coisas


mínimas.

Há homens que, com falsa superioridade, zombam das tarefas hu-


mildes, como se não fossem imprescindíveis ao êxito dos trabalhos de maior
envergadura. Um sábio não pode esquecer-se de que, um dia, necessitou
aprender com as letras simples do alfabeto.

Além disso, nenhuma obra é perfeita se as particularidades não foram


devidamente consideradas e compreendidas.

De modo geral, o homem está sempre fascinado pelas situações de


grande evidência, pelos destinos dramáticos e empolgantes.

Destacar-se, entretanto, exige muitos cuidados. Os espinhos também se


destacam, as pedras salientam-se na estrada comum.

Convém, desse modo, atender às coisas mínimas da senda que Deus nos
reservou, para que a nossa ação se fixe com real proveito à vida.

A sinfonia estará perturbada se faltou uma nota, o poema é obscuro


quando se omite um verso.

Estejamos zelosos pelas coisas pequeninas, pois são parte integrante e


inalienável dos grandes feitos. Compreendendo a importância disso, o Mestre
nos interroga no Evangelho de Lucas: “Pois se nem podeis ainda fazer as
coisas mínimas, por que estais ansiosos pelas outras?”.

(Caminho, verdade e vida. FEB Editora. Cap. 31)


214/455
40
Texto publicado em Luz no caminho. Ed. Cultura Espírita União. Cap.
“Coisas mínimas”, com pequenas alterações.
Pois onde está o vosso tesouro, ali estará também o vosso
coração.
Lucas 12:34

O tesouro maior

No mundo, os templos da fé religiosa, desde que consagrados à


Divindade do Pai, são departamentos da casa infinita de Deus, onde Jesus
ministra os seus bens aos corações da Terra, independentemente da escola de
crença a que se filiam.

A essas subdivisões do eterno santuário comparecem os tutelados do


Cristo, em seus diferentes graus de compreensão. Cada qual, instintivamente,
revela ao Senhor onde coloca seu tesouro.

Muitas vezes, por isso mesmo, nos recintos diversos de sua casa, Jesus
recebe, sem resposta, as súplicas de inúmeros crentes de mentalidade infant-
il, contraditórias ou contraproducentes.

O egoísta fala de seu tesouro, exaltando as posses precárias; o avarento


refere-se a mesquinhas preocupações; o gozador demonstra apetites insaciá-
veis; o fanático repete pedidos loucos.

Cada qual apresenta seu capricho ferido como a dor maior.

Cristo ouve-lhes as solicitações e espera a oportunidade de dar-lhes a


conhecer o tesouro imperecível. Ouve em silêncio, porque a erva tenra pede
tempo destinado ao processo evolutivo e espera, confiante, porquanto não
prescinde da colaboração dos discípulos resolutos e sinceros para a extensão
do divino apostolado. No momento adequado, surgem esses, ao seu influxo
sublime, e a paisagem dos templos se modifica. Não são apenas crentes que
comparecem para a rogativa, são trabalhadores decididos que chegam para o
trabalho. Cheios de coragem, dispostos a morrer para que outros alcancem a
216/
vida, exemplificam a renúncia e o desinteresse, revelam a vontade do Pai em
si próprios e, com isso, ampliam no mundo a compreensão do tesouro maior,
sintetizado na conquista da luz eterna e do amor universal, que já lhes en-
riquece o espírito engrandecido.

(Caminho, verdade e vida. FEB Editora. Cap. 64)

Pensamento e forma41

O sentimento inspira.

O pensamento plasma.

A palavra orienta.

O ato realiza.

Figuremos, assim, a ideia como sendo a fonte, nascida no manancial do


coração e traçando a si mesma o curso que lhe é próprio.

O pensamento vibra, desse modo, no alicerce de todas as formas e de


todas experiências da vida.

Pensando, o arquiteto imagina o edifício a elevar-se do solo, o técnico


cria a máquina que diminui o esforço braçal do homem, o escultor arranca ao
mármore os primores da estatuária e o artista compõe sublimadas formações
da beleza, endereçando apelos à ciência e à virtude.

E é também pensando que o usurário levanta para si mesmo o inferno


da posse insaciável, que o viciado gera as fantasias monstruosas que o con-
duzem à delinquência, que o criminoso se arroja aos abismos da perversid-
ade, nos quais se afogará em desilusão, e que o preguiçoso coagula para si
mesmo os venenos da inércia.

Em razão disso, depois da morte do corpo, mais intensivamente vive a


alma nas criações a que se afeiçoa.
217/
Isso não quer dizer que haja retrocesso na marcha evolutiva do Espírito,
mas estagnação do ser nas formas infelizes em que se compraz, pelo seu
próprio pensamento desgovernado e delituoso.

Com isso, desejamos igualmente dizer que todos influenciamos e somos


influenciados.

Agimos e reagimos.

E se os missionários do bem recebem dos planos superiores a força que


lhes enriquece as ações para a vitória da luz, os tarefeiros do mal recolhem
dos planos inferiores as sugestões que lhes infelicitam a senda, inclinando-os
aos resvaladouros da treva.

Assim, pois, recordemos o magnetismo desvairado das inteligências que


se transviam nas sombras e compreenderemos a loucura temporária que ele
pode trazer às almas que o provocam.

— “Viverá o homem onde situe o coração” — diz-nos o Evangelho e po-


demos acrescentar, sem trair o ensinamento do Senhor, que onde colocarmos
o pensamento – força viva de nosso coração — aí manifestará, como é justo, a
forma de nossa vida.

(Reformador, mar. 1957, p. 58)

41
Texto publicado em Semeador em tempos novos. Ed. GEEM. Cap.
“Pensamento e forma”, com pequenas alterações. Assim vencerás. Ed.
IDEAL. Cap. 33, com pequenas alterações.
Aquele, porém, que não soube e fez [coisas] dignas de açoite,
será açoitado poucas [vezes]. A todo aquele que muito foi
dado, muito lhe será requerido; e ao que muito foi confiado,
ainda mais lhe será pedido.
Lucas 12:48

Para e pensa

Se a perturbação, por ventania gritante, ruge à porta, não te entregues


aos pensamentos desordenados que aflições e temores te sugiram à alma.

Para e pensa.

Escorregaste no erro e experimentas a inquietação decorrente da falta


cometida, como se te imobilizasses na vertigem permanente da queda...

Aceitaste o alvitre de ilusões ardilosas e tomaste caminho inverso,


reconhecendo-te na condição de alguém, cujo veículo dispara em declive
ameaçador, no rumo do abismo...

Superestimaste as próprias forças e assumiste compromissos, acima da


própria capacidade, lembrando um discípulo injustamente aguilhoado num
teste de competência, para o qual se encontra ainda imaturo...

Viste companheiros queridos internados em labirintos de sombra, ass-


estando baterias contra a lógica, a te depreciarem o culto à sinceridade e
trazes, por isso, o coração arpoado por doloroso desencanto...

Sofreste perdas consideráveis e guardas o espírito, à feição de barco à


matroca...

Distorceste o raciocínio, sob o efeito de palavras loucas, desfechadas no


ambiente em que vives e cambaleias, qual se tivesses o ânimo ferreteado por
dardos de fogo e fel...
219/
Recorda, porém, que pacificação e reajuste são recursos de retorno à
tranquilidade e à estrada certa.

Entretanto, recuperação e paz em nós reclamam reconhecimento de de-


ver a cumprir.

A vista disso, se desatinos dessa ou daquela procedência te visitam a


alma, entra em ti mesmo e acende a luz da prece, reexaminando atitudes e re-
considerando problemas, entendendo que a renovação somente será ver-
dadeira renovação para o bem, não à custa de compressões exteriores, mas se
projetarmos ao tear da vida o fio do próprio pensamento, intimamente
reajustado e emendado por nós.

(Livro da esperança. Ed. Comunhão Espírita Cristã. Cap. 57)

Responsabilidade42

Quase sempre, registrando a afirmativa do Senhor — “muito se pedirá a


quem muito recebeu” —, automaticamente nos recordamos daquelas cri-
aturas a quem devemos apreço pela eminência a que foram guindadas nas
telas de nosso tempo e de nossa vida.

E lembramos os grandes mordomos da economia amoedada, os vultos


distintos da Religião, os destacados criadores do pensamento literário, os
cientistas de prol e personalidades outras de nosso convívio que transcend-
eram por seu trabalho a craveira comum.

E delas exigindo maiores somas de renunciação pessoal em nosso


proveito, esquecemo-nos da quota de recursos do espírito que nos foi adju-
dicada para que também nos ergamos de nível no campo da experiência.

É imperioso saber que a responsabilidade não pode centralizar-se de


maneira absoluta em alguém, sob pena de sufocarmos o progresso em seu
impulso divino.
220/
À feição da escola em que a instrução crescente é patrimônio de aprend-
izes e educadores e à maneira da oficina em que o trabalho é riqueza de diri-
gentes e dirigidos, no terreno das conquistas morais, é preciso não esquecer
que todos somos chamados à obra em conjunto, na qual somos todos deve-
dores à felicidade geral, no esforço que corresponda aos valores que
recebemos.

Assim, pois, ante a palavra do Cristo, não te fixes apenas no “muito”


que os outros entesouraram, mas lembra, acima de tudo, os talentos que
guardas por tua vez, à espera de tua própria consagração ao bem, para que
possas responder, sem corar, no balanço das horas, quando se pedirá de ti
contas justas das bênçãos de segurança e conhecimento que acumulas con-
tigo, com a obrigação de fazê-las frutificar na esfera do serviço e no campo do
rendimento.

(Reformador, jul. 1960, p. 150)

42
Texto publicado em Cura. Ed. GEEM. Cap. “Responsabilidade”, com
pequenas alterações.
Vim lançar fogo sobre a terra [...].
Lucas 12:49

Ante o sol eterno43

“Vim trazer fogo à Terra” — disse-nos o Senhor.

Semelhantes palavras do divino Mestre podem induzir o discípulo invi-


gilante aos mais estranhos pensamentos.

É preciso, porém, exumar o espírito da letra, na alimentação de nossas


almas, tanto quanto, no fruto, para o serviço da refeição, liberamos a polpa
do envoltório que a constringe.

Jesus não se propunha ombrear com o petroleiro comum, intérprete da


indisciplina e do desespero.

Cristo trazia-nos calor ao espírito enregelado na indiferença e no vício


de séculos incessantes...

Chama viva para extinguir as trevas de nosso passado obscuro e delitu-


oso, lume para clarear a senda que nos cabe trilhar nos sacrifícios do
presente, a caminho do grande porvir que a vida nos reserva...

Flama de brio restaurador com que nos cabe atender aos compromissos
esposados no esforço regenerativo e braseiro rubro de responsabilidade, que,
situado no campo de nossa consciência, impeça a germinação ou o cresci-
mento do joio venenoso da crueldade e do ódio...

Labareda de fé renovadora, suscetível de purificar-nos o sentimento e


soerguê-lo à prática da caridade genuína, e pira ardente de amor que nos
aprume a alma arrojada ao pó de velhas desilusões, a fim de que possamos
penetrar, como filhos de Deus, o santuário de nossa sublimação para a divina
imortalidade...
222/455
Se ouviste, pois, a palavra de Jesus, decerto conduzes contigo não mais
o frio do desânimo ou a paralisia da ociosidade e da queixa, porque terás in-
flamado o próprio coração, ao sol glorioso da compreensão e do trabalho in-
cessantes, única força capaz de levantar-nos, enfim, do antigo vale da neg-
ação e da morte.

(Reformador, jan. 1958, p. 23)

43
Texto publicado em Escrínio de luz. Ed. O Clarim. Cap. “Ante o sol eterno”.
Esforçai-vos por entrar pela porta estreita, pois eu vos digo
que muitos buscarão entrar e não serão capazes.
Lucas 13:24

A senda estreita

Não te aconselhes com a facilidade humana para a solução dos prob-


lemas que te inquietam a alma.

Realização pede trabalho.

Vitória exige luta.

Muitos jornadeiam no mundo na larga avenida dos prazeres efêmeros e


esbarram no cipoal do tédio ou da intemperança, quando não sucumbem sob
as farpas do crime.

Muitos preferem a estrada agradável dos caprichos pessoais atendidos e


caem, desavisados, nos fojos de tenebrosos enganos, quando não se despen-
ham nos precipícios de tardio arrependimento.

Seja qual for a experiência em que te situas, na Terra, lembra-te de que


ninguém recebe um berço entre os homens para acomodar-se com a inércia,
no desprezo deliberado às leis que regem a vida.

Nosso dever é a nossa escola.

Por isso mesmo, a senda estreita a que se refere Jesus é a fidelidade que
nos cabe manter limpa e constante, no culto às obrigações assumidas diante
do Bem eterno.

Para sustentá-la, é imprescindível sacrificar no santuário do coração


tudo aquilo que constitua bagagem de sombra no campo de nossas aspirações
e desejos.
224/
Adaptarmo-nos à disciplina do próprio espírito na garantia da felicid-
ade geral é estabelecer em nós próprios o caminho para o Céu que
almejamos.

Não te detenhas no círculo das vantagens que se apagam em fulguração


passageira, de vez que a ociosidade compra, em desfavor de si mesma, as
chagas da penúria e as trevas da ignorância.

Porfia na renúncia que eleva e edifica, enobrece e ilumina.

Não desdenhes a provação e o trabalho, a abnegação e o suor.

E, em todas as circunstâncias, recorda sempre que a “porta larga” é a


paixão desregrada do “eu” e a “porta estreita” é sempre o amor intraduzível e
incomensurável de Deus.

(Ceifa de luz. FEB Editora. Cap. 12)

Porta estreita

Antes da reencarnação necessária ao progresso, a alma estima na “porta


estreita” a sua oportunidade gloriosa nos círculos carnais.

Reconhece a necessidade do sofrimento purificador. Anseia pelo sacrifí-


cio que redime. Exalta o obstáculo que ensina. Compreende a dificuldade que
enriquece a mente e não pede outra coisa que não seja a lição, nem espera
senão a luz do entendimento que a elevará nos caminhos infinitos da vida.

Obtém o vaso frágil de carne, em que se mergulha para o serviço de reti-


ficação e aperfeiçoamento.

Reconquistando, porém, a oportunidade da existência terrestre, volta a


procurar as “portas largas” por onde transitam as multidões.

Fugindo à dificuldade, empenha-se pelo menor esforço.

Temendo o sacrifício, exige a vantagem pessoal.


225/
Longe de servir aos semelhantes, reclama os serviços dos outros para si.

E, no sono doentio do passado, atravessa os campos de evolução, sem


algo realizar de útil, menosprezando os compromissos assumidos.

Em geral, quase todos os homens somente acordam quando a enfer-


midade lhes requisita o corpo às transformações da morte.

“Ah! se fosse possível voltar!...” — pensam todos.

Com que aflição acariciam o desejo de tornar a viver no mundo, a fim


de aprenderem a humildade, a paciência e a fé!... Com que transporte de júb-
ilo se devotariam então à felicidade dos outros!...

Mas... é tarde. Rogaram a “porta estreita” e receberam-na, entretanto,


recuaram no instante do serviço justo. E porque se acomodaram muito bem
nas “portas largas”, volvem a integrar as fileiras ansiosas daqueles que pro-
curam entrar, de novo, e não conseguem.

(Vinha de luz. FEB Editora. Cap. 20)

A porta estreita

Aceitemos a dificuldade por mestra amorável, se esperamos que a vida


nos entregue os seus tesouros.

Sem a porta estreita do obstáculo, não conseguiríamos medir a nossa


capacidade de trabalho ou ajuizar quanto à nossa fé.

As lições do próprio suor são as mais preciosas.

Os ensinamentos hauridos na própria renúncia são aqueles que se nos


estampam na alma, no campo evolutivo.

Ouvimos mil conselhos edificantes e sorrimos, ante o fracasso iminente.

Basta, porém, por vezes, uma pequena dor para que se nos consolide a
cautela à frente do perigo.
226/
Com discernimento louvável, improvisamos prodigiosos facilitários de
felicidade para os outros, indicando-lhes o melhor caminho para a vitória no
bem ou para a comunhão com Deus, entretanto, à primeira alfinetada do
caminho sobre nossas esperanças mais caras, habitualmente, nos desman-
damos à distância do equilíbrio justo, espalhando golpes e lágrimas, exigên-
cias e sombras.

Saibamos, no entanto, respeitar na “porta estreita” que o mundo nos


impõe o socorro da Vida maior, a fim de que possamos reconsiderar a própria
marcha.

Por vezes, ela é a enfermidade que nos auxilia a preservar as vantagens


da saúde; em muitas fases de nossa luta, é a incompreensão alheia, que nos
compele ao reajuste necessário; em muitos passos da senda, é a prova que
nos segrega no isolamento, impelindo-nos a seguir, pela escada miraculosa
da prece, da Terra para os Céus...

Por vezes, é o abandono de afeições muito amadas a impulsionar-nos


para os braços de Cristo; em variadas circunstâncias, é o desencanto ante a
enganosa satisfação de nossos desejos na experiência física, inspirando-nos
ideais mais altos e, em alguns casos, é a visitação da morte que nos obriga a
refletir na imortalidade triunfante...

Por onde fores, cada dia, agradece a dificuldade que nos melhore e nos
eleve à grande renovação.

Jesus não escolheu a larga avenida do menor esforço.

Da Manjedoura ao Calvário, movimentou-se entre os obstáculos que se


transfiguraram para Ele em degraus para a volta ao Pai celestial e, aceitando
na cruz a sua maior mensagem de amor à humanidade de todos os séculos,
legou-nos, com exemplo vivo, a porta estreita do sacrifício como sendo o
nosso mais belo caminho de paz e libertação.

(Abrigo. Ed. IDE. Cap. 12)


Então, começareis a dizer: comemos e bebemos diante de ti, e
ensinaste em nossas ruas.
Lucas 13:26

Comer e beber

O versículo de Lucas, aqui anotado, refere-se ao pai de família que cer-


rou a porta aos filhos ingratos.

O quadro reflete a situação dos religiosos de todos os matizes que apen-


as falaram, em demasia, reportando-se ao nome de Jesus. No dia da análise
minuciosa, quando a morte abre, de novo, a porta espiritual, eis que dirão
haver “comido e bebido” na presença do Mestre, cujos ensinamentos conhe-
ceram e disseminaram nas ruas.

Comeram e beberam apenas. Aproveitaram-se dos recursos egoistica-


mente. Comeram e acreditaram com a fé intelectual. Beberam e transmitiram
o que haviam aprendido de outrem. Assimilar a lição na existência própria
não lhes interessava à mente inconstante.

Conheceram o Mestre, é verdade, mas não o revelaram em seus cor-


ações. Também Jesus conhecia Deus; no entanto, não se limitou a afirmar a
realidade dessas relações. Viveu o amor ao Pai, junto dos homens. Ensinando
a verdade, entregou-se à redenção humana, sem cogitar de recompensa. En-
tendeu as criaturas antes que essas o entendessem, concedeu-nos supremo
favor com a sua vinda, deu-se em holocausto para que aprendêssemos a ciên-
cia do bem.

Não bastará crer intelectualmente em Jesus. É necessário aplicá-lo a


nós próprios.
228/455
O homem deve cultivar a meditação no círculo dos problemas que o
preocupam cada dia. Os irracionais também comem e bebem. Contudo, os fil-
hos das nações nascem na Terra para uma vida mais alta.

(Caminho, verdade e vida. FEB Editora. Cap. 34)


Todavia, é necessário caminhar hoje, amanhã e no [dia]
seguinte [...].
Lucas 13:33

A marcha

Importa seguir sempre em busca da edificação espiritual definitiva.


Indispensável caminhar, vencendo obstáculos e sombras, transformando to-
das as dores e dificuldades em degraus de ascensão.

Traçando o seu programa, referia-se Jesus à marcha na direção de Jer-


usalém, onde o esperava a derradeira glorificação pelo martírio. Podemos ap-
licar, porém, o ensinamento às nossas experiências incessantes no roteiro da
Jerusalém de nossos testemunhos redentores.

É imprescindível, todavia, esclarecer a característica dessa jornada para


a aquisição dos bens eternos.

Acreditam muitos que caminhar é invadir as situações de evidência no


mundo, conquistando posições de destaque transitório ou trazendo as mais
vastas expressões financeiras ao círculo pessoal.

Entretanto, não é isso.

Nesse particular, os chamados “homens de rotina” talvez detenham


maiores probabilidades a seu favor.

A personalidade dominante, em situações efêmeras, tem a marcha in-


çada de perigos, de responsabilidades complexas, de ameaças atrozes. A
sensação de altura aumenta a sensação de queda.

É preciso caminhar sempre, mas a jornada compete ao Espírito eterno,


no terreno das conquistas interiores.
230/
Muitas vezes, certas criaturas que se presumem nos mais altos pontos
da viagem, para a Sabedoria divina se encontram apenas paralisadas na con-
templação de fogos-fátuos.

Que ninguém se engane nas estações de falso repouso.

Importa trabalhar, conhecer-se, iluminar-se e atender ao Cristo diaria-


mente. Para fixarmos semelhante lição em nós, temos nascido na Terra,
partilhando-lhe as lutas, gastando-lhe os corpos e nela tornaremos a
renascer.

(Pão nosso. FEB Editora. Cap. 20)

Caminhar adiante

Destacamos do texto do evangelista Lucas esta recomendação do Sen-


hor, para entendermos a importância da continuidade na execução dos
deveres que nos cabem na sementeira do bem.

Muitos companheiros começam no serviço do Evangelho, mas depois


de alguns dias alegam obstáculos para se imobilizarem através de com-
promissos com atividades sem proveito; outros se acreditam diminuídos ante
os pontos de vista de amigos e param à margem da estrada a fim de se aco-
modarem com a queixa descabida.

Entretanto, a palavra do divino Mestre é demasiado límpida para que


nos enganemos.

É necessário agir na extensão da luz e na sustentação das boas obras,


tanto quanto se nos faça possível.

Não percas tempo com ilusões e queixumes.

Esquece males, sombras, enganos e ofensas e, agindo para o bem, cam-


inha para a frente.
231/
(Escultores de almas. Ed. Cultura Espírita União. Cap. “Caminhar adiante”)
Mas quando fores convidado, vai e reclina-te no último lugar
[...].
Lucas 14:10

Convite ao bem

Em todas as épocas, o bem constitui a fonte divina, suscetível de


fornecer-nos valores imortais.

O homem de reflexão terá observado que todo o período infantil é con-


junto de apelos ao sublime manancial.

O convite sagrado é repetido, anos a fio. Vem por intermédio dos amor-
osos pais humanos, dos mentores escolares, da leitura salutar, do sentimento
religioso, dos amigos comuns.

Entretanto, raras inteligências atingem a juventude, de atenção fixa no


chamamento elevado. Quase toda gente ouve as requisições da natureza in-
ferior, olvidando deveres preciosos.

Os apelos, todavia, continuam...

Aqui, é um livro amigo, revelando a verdade em silêncio; ali, é um com-


panheiro generoso que insiste em favor das realidades luminosas da vida...

A rebeldia, porém, ainda mesmo em plena madureza do homem, cos-


tuma rir inconscientemente, passando, todavia, em marcha compulsória, na
direção dos desencantos naturais, que lhe impõem mais equilibrados
pensamentos.

No Evangelho de Jesus, o convite ao bem reveste-se de claridades


eternas. Atendendo-o, poderemos seguir ao encontro de nosso Pai, sem
hesitações.
233/
Se o clarim cristão já te alcançou os ouvidos, aceita-lhe as clarinadas
sem vacilar.

Não esperes pelo aguilhão da necessidade.

Sob a tormenta, é cada vez mais difícil a visão do porto.

A maioria dos nossos irmãos na Terra caminha para Deus, sob o ulti-
mato das dores, mas não aguardes pelo açoite de sombras, quando podes
seguir calmamente pelas estradas claras do amor.

(Pão nosso. FEB Editora. Cap. 39)

Boas maneiras

O Mestre, nesta passagem, proporciona inolvidável ensinamento de


boas maneiras.

Certo, a sentença revela conteúdo altamente simbólico, relativamente


ao banquete paternal da Bondade divina; todavia, convém deslocarmos o
conceito a fim de aplicá-lo igualmente ao mecanismo da vida comum.

A recomendação do Salvador presta-se a todas as situações em que nos


vejamos convocados a examinar algo de novo, junto aos semelhantes. Alguém
que penetre uma casa ou participe de uma reunião pela primeira vez, tim-
brando demonstrar que tudo sabe ou que é superior ao ambiente em que se
encontra, torna-se intolerável aos circunstantes.

Ainda que se trate de agrupamento enganado em suas finalidades ou in-


tenções, não é razoável que o homem esclarecido, aí ingressando pela vez
primeira, se faça doutrinador austero e exigente, porquanto, para a tarefa de
retificar ou reconduzir almas, é indispensável que o trabalhador fiel ao bem
inicie o esforço, indo ao encontro dos corações pelos laços da fraternidade
legítima. Somente assim conseguirá alijar a imperfeição eficazmente, elimin-
ando uma parcela de sombra, cada dia, por meio do serviço constante.
234/
Sabemos que Jesus foi o grande reformador do mundo, entretanto, cor-
rigindo e amando, asseverava que viera ao caminho dos homens para
cumprir a Lei.

Não assaltes os lugares de evidência por onde passares. E, quando te


detiveres com os nossos irmãos em alguma parte, não os ofusques com a ex-
posição de quanto já tenhas conquistado nos domínios do amor e da
sabedoria. Se te encontras decidido a cooperar pelo bem dos outros, apaga-te,
de algum modo, a fim de que o próximo te possa compreender. Impondo nor-
mas ou exibindo poder, nada conseguirás senão estabelecer mais fortes
perturbações.

(Pão nosso. FEB Editora. Cap. 43)


[...] e aquele que diminui a si mesmo será exaltado.
Lucas 14:11

Ninguém é inútil44

Não aguardes aparente grandeza para ser útil.

Missão quer dizer incumbência.

E ninguém existe aos ventos do acaso.

Buscando entender os mandatos de trabalho que nos competem, estu-


demos, de leve, algumas lições de coisas da natureza.

A usina poderosa ilumina qualquer lugar, à longa distância; contudo,


para isso, não age por si só.

Usa transformadores de um circuito a outro, alterando, em geral, a


tensão e a intensidade da corrente.

Os transformadores requisitam fios de condução.

Os fios recorrem à tomada de força.

Isso, porém, ainda não resolve.

Para que a luz se faça, é indispensável a presença da lâmpada, que se


forma de componentes diversos.

O rio, de muito longe, fornece água limpa à atividade caseira, mas não
se projeta, desordenado, a serviço das criaturas.

Cede os próprios recursos à rede de encanamento.

A rede pede tubos de formação variada.

Os tubos exigem a torneira de controle.

Isso, porém, ainda não é tudo.


236/455
Para que o líquido se mostre purificado, requere-se o concurso do filtro.

O avião transporta o homem, de um lado a outro da Terra, mas não é


um gigante autossuficiente.

A fim de elevar-se, precisa combustível.

O combustível solicita motores que o aproveitem.

Os motores reclamam os elementos de que se constituem.

Isso, porém, ainda não chega.

Para que a máquina voadora satisfaça aos próprios fins, é impre-


scindível se lhe construa adequado campo de pouso.

No dicionário das leis divinas, as nossas tarefas têm o sinônimo de


dever.

Atendamos à obrigação para que fomos chamados no clima do bem.

Não te digas inútil, nem te asseveres incompetente.

Para cumprir a missão que nos cabe, não são necessários um cargo
diretivo, uma tribuna brilhante, um nome preclaro ou uma fortuna de mil-
hões. Basta estimemos a disciplina no lugar que nos é próprio, com o prazer
de servir.

(Reformador, set. 1962, p. 208)

44
Texto publicado em Livro da esperança. Ed. Comunhão Espírita Cristã.
Cap. 16, com pequenas alterações.
[...] Quando preparares um almoço ou uma ceia, não chames
os teus amigos, nem os teus irmãos, nem os teus parentes,
nem vizinhos ricos, para não [suceder que] também te con-
videm de volta e sejas recompensado.
Lucas 14:12

Eles, antes45

“Quando derdes um festim, disse Jesus, não convideis para ele os vos-
sos amigos, mas os pobres e os estropiados.”

Decerto que o divino Orientador não estabelecia a desistência das re-


lações fraternais, nem o abandono do culto às afinidades do coração. Consid-
erando, porém, a humanidade por família única, induzia-nos a observar os
irmãos menos felizes, na categoria de credores principais de nossa atenção, à
maneira de enfermos queridos, que esperam no lar a prioridade de assistên-
cia por parte daqueles que lhes comungam o mesmo sangue.

Nas celebrações da alegria, é inútil convocar os entes amados, de vez


que todos eles se encontram automaticamente dentro delas. Recorda os que
jornadeiam no mundo, sob as algemas de austeras privações, e partilha com
eles as vantagens que te felicitam a vida.

Se exerces autoridade, é natural te disponhas à sustentação dos com-


panheiros honestos que te apoiam a luta. Antes deles, no entanto, pensa no
amparo que deves a todos os que padecem aflição e injustiça.

Obtiveste merecimentos sociais elevados, pelos títulos de competência


que granjeaste a preço de trabalho e de estudo, e, com semelhantes valores, é
razoável te empenhes no reconforto, a benefício dos que viajam no carro de
tuas facilidades terrestres. Antes deles, contudo, atende à cooperação em fa-
vor dos que jazem cansados nas provações sem remédio.
238/455
Desfrutas extensa possibilidade econômica, na qual é compreensível te
devotes a obsequiar os amigos do teu nível doméstico. Antes deles, todavia,
socorre os que esmorecem de fadiga e penúria, para quem, muitas vezes, a fe-
licidade reside num sorriso amistoso ou num pedaço de pão.

Amealhaste conhecimento e, nos tesouros culturais que adquiriste, é


justo te aprazas, nos torneios verbais de salão, enriquecendo o cérebro dos
ouvintes que te respiram as normas superiores. Antes deles, porém, divide a
luz que te clareia o mundo mental com os irmãos do caminho, que se de-
batem, ainda, na noite da ignorância.

Jesus não te pede a deserção dos círculos afetivos.

Ele próprio, certa feita, asseverou aos companheiros de apostolado: “Já


não vos chamo servos, porque o servo não sabe o que faz o seu senhor;
chamo-vos, amigos, porque vos revelei tudo quanto ouvi de meu Pai”.

Com os amigos, entretanto, consagrou-se primeiramente a aliviar a


carga de todos os sofredores, como a dizer-nos que todos podemos cultivar
afeições preciosas que nos alentem as energias, mas à frente dos que choram,
nos transes de dolorosas necessidades, é preciso adotar a legenda — “eles,
antes”.

(Reformador, mar. 1963, p. 64)

45
Texto publicado em Livro da esperança. Ed. Comunhão Espírita Cristã.
Cap. 35, com pequenas alterações.
Mas, quando preparares uma recepção, convida pobres, mu-
tilados, coxos, cegos.
Lucas 14:13

Na hora da assistência

Nas obras de assistência aos irmãos que nos felicitam com as opor-
tunidades do serviço fraterno, em nome do Senhor, vale salientar a autorid-
ade amorosa do Cristo que no-los recomendou.

Ao recebê-los à porta, intentemos ofertar-lhes algumas frases de con-


forto e bom ânimo, sem ferir-lhes o coração, ainda mesmo quando não lhes
possamos ser úteis.

Visitando-lhes o lar, diligenciemos respirar-lhes o ambiente doméstico,


afetuosamente, reconhecendo-nos, na intimidade da própria família, que nos
merece respeito natural e cooperação espontânea, sem traços de censura.

Em lhes servindo à mesa, fujamos de reprovar-lhes os modos ou ex-


pressões, diferentes dos nossos, calando apontamentos desprimorosos e
manifestações de azedume, o que lhes agravaria a subalternidade e a
desventura.

Socorrendo-lhes o corpo enfermo ou dolorido, reflitamos nos seres que


nos são particularmente amados e imaginemos a gratidão de que seríamos
possuídos, diante daqueles que os amparassem nos constrangimentos
orgânicos.

Se aceitamos a incumbência de provê-los nas filas organizadas para dis-


tribuição de favores diminutos, preservemos o regulamento estabelecido,
com lhaneza e bondade, sem fomentar impaciência ou tumulto; e, se alguns
deles, depois de atendidos, voltarem a nova solicitação, recordemos os filhos
queridos, quando nos pedem repetição do prato, e procuremos satisfazê-los,
240/455
dentro das possibilidades em mão, sem desmerecê-los com qualquer
reprimenda.

Na ocasião em que estivermos reunidos, em equipe de trabalho, a fim


de supri-los, estejamos de bom humor, resguardando a disciplina sem intol-
erância e cultivando a generosidade sem relaxamento, na convicção de que,
usando a gentileza, no veículo da ordem, é sempre possível situar os tarefeir-
os do bem, no lugar próprio, sem desaproveitar-lhes o concurso valioso.

Nós que sabemos acatar com apreço e solicitude a todos os represent-


antes dos poderes transitórios do mundo e que treinamos boas maneiras para
comportamento digno nos salões aristocráticos da Terra, saibamos também
ser afáveis e amigos, junto dos nossos companheiros em dificuldades
maiores.

Eles não são apenas nossos irmãos. São convidados de Cristo, em nossa
casa, pelos quais encontramos ensejo de demonstrar carinho e consideração
para com Ele, o divino Mestre, em pequeninos gestos de amor.

(Livro da esperança. Ed. Comunhão Espírita Cristã. Cap. 36)


E todos, um a um, começaram a escusar-se. Disse-lhe o
primeiro: comprei um campo e tenho necessidade de sair
para vê-lo. Peço-te que me dês por escusado.
Lucas 14:18

Desculpismo46

Desculpismo sempre foi a porta de escape dos que abandonam as pró-


prias obrigações.

Irmãos nossos que tiveram a infelicidade de escorregar na delinquência


costumam justificar-se com vigoroso poder de persuasão, mas isso não lhes
exonera a consciência do resgate preciso.

Companheiros que arruínam o corpo em hábitos viciosos arquitetam


largo sistema de escusas, tentando legitimar as atitudes infelizes que adotam,
comovendo a quem os ouve; entretanto, acabam suportando em si mesmos as
consequências das responsabilidades a que se afeiçoam.

E, ainda agora, quando a Doutrina Espírita revive o Evangelho, concit-


ando os homens à construção do bem na Terra, surgem às pencas desculpas
disfarçando deserções:

– Estou muito jovem ainda...

– Sou velho demais...

– Assumi compromissos de monta e não posso atender...

– Minhas atribulações são enormes...

– Obrigações de família estão crescendo...

– Os negócios não me permitem qualquer atividade espiritual...

– Empenhei-me a débitos que me afligem...


242/455
– Os filhos tomam tempo...

– Problemas são muitos...

Tantas são as evasivas e tão veementes aparecem que os ouvintes mais


argutos terminam convencidos de que se encontram à frente de grandes so-
fredores ou de criaturas francamente incapazes, passando até mesmo a
sustentá-los na fuga. Os convidados para a lavoura da luz, no entanto, en-
godados por si próprios, acordam para a verdade no momento oportuno e,
atados às ruinosas consequências da própria leviandade, não encontram
outra providência restauradora senão a de esperarem por outras
reencarnações.

(Reformador, jan. 1963, p. 2)

46
Texto publicado em Palavras de vida eterna. Ed. Comunhão Espírita
Cristã. Cap. 128, com pequenas alterações.
[...] o senhor da casa disse ao seu servo: sai depressa pelas
ruas e vielas da cidade e trazei para cá os pobres,
mutilados, cegos e coxos.
Lucas 14:21

Chamamento divino47

Muita gente alega incapacidade de colaborar nos serviços do bem, sob a


égide do Cristo, relacionando impedimentos morais.

Há quem se diga errado em excesso; há quem se afirme sob fardos de


remorsos e culpas; há quem se declare portador de graves defeitos, e quem
assevere haver sofrido lamentáveis acidentes da alma...

Entretanto, a palavra de Jesus se dirige a todos, sem qualquer exceção.

Pobres de virtude, aleijados do sentimento, coxos do raciocínio e cegos


do conhecimento superior são chamados à edificação da era nova. Isso
porque, em Jesus, tudo é novo para que a vida se renove.

Espíritos viciados, inibidos, desorientados e ignorantes de ontem, ao


toque do Evangelho, fazem-se hoje cooperadores da grande Causa, esque-
cendo ilusões, desfazendo cárceres mentais, suprimindo desequilíbrios e dis-
sipando velhas sombras.

Se a realidade espiritual te busca, ofertando-te serviço no levantamento


das boas obras, não te detenhas, apresentando deformidades e frustrações.
No clima da Boa-Nova, todos nós encontramos recursos de cura e reabilit-
ação, reerguimento e consolo. Para isso, basta sejamos sinceros, diante da
nossa própria necessidade de corrigenda, com o espírito espontaneamente
consagrado ao privilégio de trabalhar e servir.

(Reformador, jan. 1963, p. 2)


244/455
47
Texto publicado em Palavras de vida eterna. Ed. Comunhão Espírita Cristã.
Cap. 127.
Quem não carrega a sua própria cruz e vem atrás de mim,
não pode ser meu discípulo.
Lucas 14:27

Discípulos

Os círculos cristãos de todos os matizes permanecem repletos de


estudantes que se classificam no discipulado de Jesus, com inexcedível
entusiasmo verbal, como se a ligação legítima com o Mestre estivesse circun-
scrita a problema de palavras.

Na realidade, porém, o Evangelho não deixa dúvidas a esse respeito.

A vida de cada criatura consciente é um conjunto de deveres para con-


sigo mesma, para com a família de corações que se agrupam em seus senti-
mentos e para com a humanidade inteira.

E não é tão fácil desempenhar todas essas obrigações com aprovação


plena das diretrizes evangélicas.

Imprescindível se faz eliminar as arestas do próprio temperamento,


garantindo o equilíbrio que nos é particular, contribuir com eficiência em fa-
vor de quantos nos cercam o caminho, dando a cada um o que lhe pertence, e
servir à comunidade, de cujo quadro fazemos parte.

Sem que nos retifiquemos, não corrigiremos o roteiro em que


marchamos.

Árvores tortas não projetam imagens irrepreensíveis.

Se buscamos a sublimação com o Cristo, ouçamos os ensinamentos


divinos. Para sermos discípulos dele é necessário nos disponhamos com
firmeza a conduzir a cruz de nossos testemunhos de assimilação do bem,
acompanhando-lhe os passos.
246/
Aprendizes existem que levam consigo o madeiro das provas salvador-
as, mas não seguem o Senhor por se confiarem à revolta no endurecimento e
na fuga.

Outros aparecem, seguindo o Mestre nas frases benfeitas, mas não car-
regam a cruz que lhes toca, abandonando-a à porta de vizinhos e
companheiros.

Dever e renovação.

Serviço e aprimoramento.

Ação e progresso.

Responsabilidade e crescimento espiritual.

Aceitação dos impositivos do bem e obediência aos padrões do Senhor.

Somente depois de semelhantes aquisições é que atingiremos a ver-


dadeira comunhão com o divino Mestre.

(Fonte viva. FEB Editora. Cap. 58)

Atitudes essenciais48

Neste passo do Novo Testamento, encontramos a verdadeira fórmula


para o ingresso ao sublime Discipulado.

“Qualquer que não tomar a sua cruz e vier após mim, não pode ser meu
discípulo” — afirma-nos o Mestre.

Duas atitudes fundamentais recomenda-nos o eterno Benfeitor se nos


propomos desfrutar-lhe a intimidade — tomar a cruz redentora de nossos
deveres e seguir-lhe os passos.

Muitos acreditam receber nos ombros o madeiro das próprias


obrigações, mas fogem ao caminho do Cristo; e muitos pretendem perlustrar
o caminho do Cristo, mas recusam o madeiro das obrigações que lhes cabem.
247/
Os primeiros dizem aceitar o sofrimento, todavia, andam agressivos e
desditosos, espalhando desânimo e azedume por onde passam.

Os segundos creem respirar na senda do Cristo, mas abominam a re-


sponsabilidade e o serviço aos semelhantes, detendo-se no escárnio e na levi-
andade, embora saibam interpretar as lições do Evangelho, apregoando-as
com arrazoado enternecedor.

Uns se agarram à lamentação e ao aviltamento das horas.

Outros se cristalizam na ironia e na ociosidade, menosprezando os dons


da vida.

Não nos esqueçamos, assim, de que é preciso abraçar a cruz das provas
indispensáveis à nossa redenção e burilamento, com amor e alegria,
marchando no espaço e no tempo, com o verdadeiro espírito cristão de tra-
balho infatigável no bem, se aspiramos a alcançar a comunhão com o divino
Mestre.

Não vale apenas sofrer. É preciso aproveitar o sofrimento.

Nem basta somente crer e mostrar o roteiro da fé. É imprescindível


viver cada dia, segundo a fé salvadora que nos orienta o caminho.

(Reformador, set. 1957, p. 210)

48
Texto publicado em Palavras de vida eterna. Ed. Comunhão Espírita
Cristã. Cap. 18.
Pois qual dentre vós, querendo edificar uma torre, não
cal- cula primeiro, sentado, a despensa; se tem [os meios]
para concluir?
Lucas 14:28

A torre

Constitui objeto de observação singular as circunstâncias do Mestre se


referir, à essa altura dos ensinamentos evangélicos, à uma torre, quando
deseja simbolizar o esforço de elevação espiritual por parte da criatura.

A torre e a casa são construções muito diversas entre si.

A primeira é fortaleza, a segunda é habitação.

A casa proporciona aconchego, a torre dilata a visão.

Um homem de bem, integrado no conhecimento espiritual e


praticando-lhe os princípios sagrados está em sua casa, edificando a torre
divina da iluminação, ao mesmo tempo.

Em regra vulgar, porém, o que se observa no mundo é o número es-


pontâneo de pessoas que nem cuidaram ainda da construção da casa interior
e já falam calorosamente sobre a torre, de que se acham tão distantes.

Não é fácil o serviço profundo da elevação espiritual, nem é justo apen-


as pintar projetos sem intenção séria de edificação própria.

É indispensável refletir nas contas, nos dias ásperos de trabalho, de


autodisciplina.

Para atingir o sublime desiderato, o homem precisará gastar o pat-


rimônio das velhas arbitrariedades e só realizará esses gastos com um de-
sprendimento sincero da vaidade humana e com excelente disposição para o
trabalho da elevação de si mesmo, a fim de chegar ao término, dignamente.
249/455
Queres construir uma torre de luz divina?

É justo. Mas não comeces o esforço, antes de haver edificado a própria


casa íntima.

(Alma e luz. Ed. IDE. Cap. 15)


Assim, portanto, todo aquele que dentre vós não
todos os seus próprios bens, não pode ser meu discípulo.
Lucas 14:33

Pergunta 66 do livro O consolador

Pergunta: O preceito evangélico: “Assim pois, aquele que dentre vós


não renunciar a tudo o que tem, não pode ser meu discípulo” deve ser inter-
pretado no sentido absoluto?

Resposta: Ainda esse ensino do Mestre deve ser considerado no seu


divino simbolismo.

A fortuna e a autoridade humanas são também caminhos de experiên-


cias e provas, e o homem que as atirasse fora de si, arbitrariamente, pro-
cederia com a noção da irresponsabilidade, desprezando o ensejo do pro-
gresso que a Providência divina lhe colocou nas mãos.

Todos os homens são usufrutuários dos bens divinos, e os convocados


ao trabalho de administração desses bens devem encarar a sua responsabilid-
ade como problema dos mais sérios da vida.

Renunciando ao egoísmo, ao orgulho, à fraqueza, às expressões de


vaidade, o homem cumprirá a ordenação evangélica, e, sentindo a grandeza
de Deus, único dispensador no patrimônio real da vida, será discípulo do
Senhor em qualquer circunstância, por usar as suas possibilidades materiais
e espirituais, sem os característicos envenenados do mundo, como intérprete
sincero dos desígnios divinos para felicidade de todos.

(O consolador. FEB Editora. Pergunta 66)


Não é apropriado nem para a terra nem para
lançam-no fora. Quem tem ouvidos para ouvir ouça.
Lucas 14:35

Monturo

Segundo deduzimos, Jesus emprestou significação ao monturo.

Terra e lixo, nesta passagem, revestem-se de valor essencial. Com a


primeira, realizaremos a semeadura; com a segunda, é possível fazer a
adubação, onde se faça necessária.

Grande porção de aprendizes, imitando a atitude dos fariseus antigos,


foge ao primeiro encontro com as “zonas estercorárias” do próximo; en-
tretanto, tal se verifica porque lhes desconhecem as expressões proveitosas.

O Evangelho está cheio de lições nesse setor do conhecimento


iluminativo.

Se José da Galileia ou Maria de Nazaré simbolizam terras de virtudes


fartas, o mesmo não sucede aos apóstolos que, a cada passo, necessitam re-
correr à fonte das lágrimas que escorrem do monturo de remorsos e
fraquezas, propriamente humanos, a fim de fertilizarem o terreno empobre-
cido de seus corações. De quanto adubo dessa natureza precisaram Madalena
e Paulo, por exemplo, até alcançarem a gloriosa posição em que se
destacaram?

Transformemos nossas misérias em lições.

Identifiquemos o monturo que a própria ignorância amontoou em


torno de nós mesmos, converta-mo-lo em adubo de nossa “terra íntima” e
teremos dado razoável solução ao problema de nossos grandes males.

(Pão nosso. FEB Editora. Cap. 121)


[...] Ele repartiu os recursos entre
Lucas 15:12

A grande fazenda

A natureza é a fazenda vasta que o Pai entregou a todas as criaturas.


Cada pormenor do valioso patrimônio apresenta significação particular. A
árvore, o caminho, a nuvem, o pó, o rio, revelam mensagens silenciosas e
especiais.

É preciso, contudo, que o homem aprenda a recolher-se para escutar as


grandes vozes que lhe falam ao coração.

A natureza é sempre o celeiro abençoado de lições maternais. Em seus


círculos de serviço, coisa alguma permanece sem propósito, sem finalidade
justa. [...]

Relembremos semelhantes ensinos e recebamos a fazenda do Senhor,


não como o filho pródigo que lhe desbaratou os bens, mas como filhos pre-
videntes que procuram aprender sempre, enriquecendo-se de tesouros
imortais.

(Cartilha da natureza. FEB Editora. Prefácio – “A grande fazenda”)


Mas, caindo em si, disse: quantos assalariados do meu
têm abundância de pães, e eu aqui pereço de fome!
Lucas 15:17

Caindo em si

Este pequeno trecho da Parábola do Filho Pródigo desperta valiosas


considerações a respeito da vida.

Judas sonhou com o domínio político do Evangelho, interessado na


transformação compulsória das criaturas; contudo, quando caiu em si, era
demasiado tarde, porque o divino Amigo fora entregue a juízes cruéis.

Outras personagens da Boa-Nova, porém, tornaram a si, a tempo de


realizarem salvadora retificação.

Maria de Magdala pusera a vida íntima nas mãos de gênios perversos,


todavia, caindo em si, sob a influência do Cristo, observa o tempo perdido e
conquista a mais elevada dignidade espiritual, por intermédio da humildade
e da renunciação.

Pedro, intimidado ante as ameaças de perseguição e sofrimento, nega o


Mestre divino; entretanto, caindo em si, ao se lhe deparar o olhar compassivo
de Jesus, chora amargamente e avança, resoluto, para a sua reabilitação no
apostolado.

Paulo confia-se a desvairada paixão contra o Cristianismo e persegue,


furioso, todas as manifestações do Evangelho nascente; no entanto, caindo
em si, perante o chamado sublime do Senhor, penitencia-se dos seus erros e
converte-se num dos mais brilhantes colaboradores do triunfo cristão.

Há grande massa de crentes de todos os matizes, nas mais diversas lin-


has da fé, todavia, reinam entre eles a perturbação e a dúvida, porque vivem
mergulhados nas interpretações puramente verbalistas da revelação celeste,
254/
em gozos fantasistas, em mentiras da hora carnal ou imantados à casca da
vida a que se prendem desavisados. Para eles, a alegria é o interesse imedi-
atista satisfeito e a paz é a sensação passageira de bem-estar do corpo de
carne, sem dor alguma, a fim de que possam comer e beber sem
impedimento.

Cai, contudo, em ti mesmo, sob a bênção de Jesus e, transferindo-te,


então, da inércia para o trabalho incessante pela tua redenção, observarás,
surpreendido, como a vida é diferente.

(Fonte viva. FEB Editora. Cap. 88)

Filhos pródigos

Examinando-se a figura do filho pródigo, toda gente idealiza um


homem rico, dissipando possibilidades materiais nos festins do mundo.

O quadro, todavia, deve ser ampliado, abrangendo as modalidades


diferentes.

Os filhos pródigos não respiram somente onde se encontra o dinheiro


em abundância. Acomodam-se em todos os campos da atividade humana,
resvalando de posições diversas.

Grandes cientistas da Terra são perdulários da inteligência, destilando


venenos intelectuais, indignos das concessões de que foram aquinhoados.
Artistas preciosos gastam, por vezes, inutilmente, a imaginação e a sensibilid-
ade, em aventuras mesquinhas, caindo, afinal, nos desvãos do relaxamento e
do crime.

Em toda parte, vemos os dissipadores de bens, de saber, de tempo, de


saúde, de oportunidades...

São eles que, contemplando os corações simples e humildes, em marcha


para Deus, possuídos de verdadeira confiança, experimentam a enorme
255/
angústia da inutilidade e, distantes da paz íntima, exclamam desalentados:
“Quantos trabalhadores pequeninos guardam o pão da tranquilidade, en-
quanto a fome de paz me tortura o espírito!”.

O mundo permanece repleto de filhos pródigos e, de hora a hora, mil-


hares de vozes proferem aflitivas exclamações iguais a esta.

(Pão nosso. FEB Editora. Cap. 24)


Após levantar-me, irei ao meu pai [...].
Lucas 15:18

Ergamo-nos

Quando o filho pródigo deliberou tornar aos braços paternos, resolveu


intimamente levantar-se.

Sair da cova escura da ociosidade para o campo da ação regeneradora.

Erguer-se do chão frio da inércia para o calor do movimento


reconstrutivo.

Elevar-se do vale da indecisão para a montanha do serviço edificante.

Fugir à treva e penetrar a luz.

Ausentar-se da posição negativa e absorver-se na reestruturação dos


próprios ideais.

Levantou-se e partiu no rumo do lar paterno.

Quantos de nós, porém, filhos pródigos da vida, depois de estragarmos


as mais valiosas oportunidades, clamamos pela assistência do Senhor, de
acordo com os nossos desejos menos dignos, para que sejamos satisfeitos?
Quantos de nós descemos, voluntariamente, ao abismo, e, lá dentro, atolados
na sombria corrente de nossas paixões, exigimos que o Todo-Misericordioso
se faça presente, ao nosso lado, por intermédio de seus divinos mensageiros,
a fim de que os nossos caprichos sejam atendidos?

Se é verdade, no entanto, que nos achamos empenhados em nosso


soerguimento, coloquemo-nos de pé e retiremo-nos da retaguarda que dese-
jamos abandonar.

Aperfeiçoamento pede esforço.

Panorama dos cimos pede ascensão.


257/455
Se aspiramos ao clima da Vida superior, adiantemo-nos para a frente,
caminhando com os padrões de Jesus.

“Levantar-me-ei” — disse o moço da parábola.

“Levantemo-nos” — repitamos nós.

(Fonte viva. FEB Editora. Cap. 13)


Levantando-se, dirigiu-se ao seu próprio pai. Estando ele
ainda longe, seu pai o viu, compadeceu-se, correu, lançou-se
sobre o pescoço dele e o beijou [repetidamente].
Lucas 15:20

Pai e amigo49

É possível que essa ou aquela falta te sombreie o coração, impelindo-te


ao desânimo.

Anseias respirar a fé pura, entregar-te aos misteres do bem; contudo,


trazes remorso e tristeza.

Dissipaste as forças da vida, extraviaste votos santificantes, erraste,


caíste na negação, qual viajor que perdesse a luz...

Entretanto, recorda a Providência divina e reergue-te.

O amor de Deus nunca falta.

Para toda ferida haverá remédio adequado.

Para todo desequilíbrio aparecerá reajuste.

Fixa-te no ensinamento do Cristo, enunciando o retorno do filho


pródigo.

O reencontro não se deu em casa, com remoques e humilhações para o


moço em desvalimento.

Assinalando-o, no caminho de volta “e, quando ainda estava longe, o


pai, ao vê-lo, moveu-se de íntima compaixão e, correndo, lançou-se-lhe ao
pescoço e o beijou”.

O pai não esperou que o filho se penitenciasse a rojo, não exigiu escus-
as, não solicitou justificativas e nem impôs condições de qualquer natureza
259/455
para estender-lhe os braços; apenas aguardou que o filho se levantasse e lhe
desejasse o calor do coração.

(Reformador, jul. 1961, p. 148)

49
Texto publicado em Palavras de vida eterna. Ed. Comunhão Espírita
Cristã. Cap. 97, com alterações.
Em resposta ao seu pai, disse: eis que te sirvo [há] tantos
anos, jamais negligenciei um mandamento teu, e nunca me
deste um cabrito para deleitar-me com meus amigos.
Lucas 15:29

Filho e censor50

Na Parábola do Filho Pródigo, não encontramos somente o irmão que


volta experiente e arrependido ao convívio do lar.

Nela, surge também o irmão correto, mas egoísta, remoendo censura e


reclamação.

Ele observa a alegria paternal, abraçando o irmão recuperado; en-


tretanto, reprova e confronta. Procede como quem lastima o dever cumprido,
age à feição de um homem que desestima a própria nobreza.

É fiel aos serviços do pai; contudo, critica-lhe os gestos. Trabalha com


ele; no entanto, anseia escravizá-lo aos próprios caprichos.

Atende-lhe aos interesses, vigiando-lhe o pão e a prata.

Guarda lealdade, mergulhando-se na ideia de evidência e de herança.

Se o coração paterno demonstra grandeza de sentimento, explode em


ciúme e queixa. Se perdoa e auxilia, interpõe o merecimento de que se julga
detentor, tentando limitar-lhe a bondade.

Perde-se num misto de crueldade e carinho, sombra e luz.

É justo e injusto, terno e agressivo, companheiro e censor.

Deseja o pai somente para si, a fazenda e o direito, o equilíbrio e a tran-


quilidade somente para si.

No caminho da fé, repara igualmente a tua atitude.


261/
Se te sentes ligado à Esfera superior por teus atos e diretrizes, palavras
e pensamentos, não te encarceres na vaidade de ser bom. Não te esqueças,
em circunstância alguma, de que Deus é Pai de todos, e, se te ajudou para es-
tares com ele, é para que estejas com ele, ajudando aos outros.

(Reformador, jul. 1961, p. 148)

O filho egoísta

A parábola não apresenta somente o filho pródigo. Mais aguçada


atenção e encontraremos o filho egoísta.

O ensinamento velado do Mestre demonstra dois extremos da in-


gratidão filial. Um reside no esbanjamento; o outro, na avareza. São as duas
extremidades que fecham o círculo da incompreensão humana.

De maneira geral, os crentes apenas enxergaram o filho que abandonou


o lar paterno, a fim de viver nas estroinices do escândalo, tornando-se credor
de todas as punições; e raros aprendizes conseguiram fixar o pensamento na
conduta condenável do irmão que permanecia sob o teto familiar, não menos
passível de repreensão.

Observando a generosidade paterna, os sentimentos inferiores que o


animam sobem à tona e ei-lo na demonstração de sovinice.

Contraria-o a vibração de amor reinante no ambiente doméstico; alega,


como autêntico preguiçoso, os anos de serviço em família; invoca, na posição
de crente vaidoso, a suposta observância da Lei divina e desrespeita o genitor,
incapaz de partilhar-lhe o justo contentamento.

Esse tipo de homem egoísta é muito vulgar nos quadros da vida. Ante o
bem-estar e a alegria dos outros, revolta-se e sofre, por meio da secura que o
aniquila e do ciúme que o envenena.
262/
Lendo a parábola com atenção, ignoramos qual dos filhos é o mais in-
fortunado, se o pródigo, se o egoísta, mas atrevemo-nos a crer na imensa in-
felicidade do segundo, porque o primeiro já possuía a bênção do remorso em
seu favor.

(Pão nosso. FEB Editora. Cap. 157)

50
Texto publicado em Palavras de vida eterna. Ed. Comunhão Espírita
Cristã. Cap. 98, com pequenas alterações.
[...] Presta contas da tua administração [...].
Lucas 16:2

Administração

Na essência, cada homem é servidor pelo trabalho que realiza na obra


do supremo Pai, e, simultaneamente, é administrador, porquanto cada cri-
atura humana detém possibilidades enormes no plano em que moureja.

Mordomo do mundo não é somente aquele que encanece os cabelos, à


frente dos interesses coletivos, nas empresas públicas ou particulares, com-
batendo tricas mil, a fim de cumprir a missão a que se dedica.

Cada inteligência da Terra dará conta dos recursos que lhe foram
confiados.

A fortuna e a autoridade não são valores únicos de que devemos dar


conta hoje e amanhã.

O corpo é um templo sagrado.

A saúde física é um tesouro.

A oportunidade de trabalhar é uma bênção.

A possibilidade de servir é um obséquio divino.

O ensejo de aprender é uma porta libertadora.

O tempo é um patrimônio inestimável.

O lar é uma dádiva do Céu.

O amigo é um benfeitor.

A experiência benéfica é uma grande conquista.

A ocasião de viver em harmonia com o Senhor, com os semelhantes e


com a natureza é uma glória comum a todos.
264/455
A hora de ajudar os menos favorecidos de recursos ou entendimento é
valiosa.

O chão para semear, a ignorância para ser instruída e a dor para ser
consolada são apelos que o Céu envia sem palavras ao mundo inteiro.

Que fazes, portanto, dos talentos preciosos que repousam em teu cor-
ação, em tuas mãos e no teu caminho? Vela por tua própria tarefa no bem, di-
ante do eterno, porque chegará o momento em que o Poder divino te pedirá:
“Dá conta de tua administração”.

(Fonte viva. FEB Editora. Cap. 75)


E eu vos digo: fazei amigos, para vós mesmos, da Mâmon da
injustiça, para que, quando cessar, vos recebam nos
tabernáculos eternos.
Lucas 16:9

Granjeai amigos

Se o homem conseguisse, desde a experiência humana, devassar o


pretérito profundo, chegaria mais rapidamente à conclusão de que todas as
possibilidades que o felicitam, em conhecimento e saúde, provêm da
Bondade divina e de que a maioria dos recursos materiais, à disposição de
seus caprichos, procede da injustiça.

Não nos cabe particularizar, e sim deduzir que as concepções do direito


humano se originaram da influência divina, porque, quanto a nós outros,
somos compelidos a reconhecer nossa vagarosa evolução individual do
egoísmo feroz para o amor universalista, da iniquidade para a justiça real.

Bastará recordar, nesse sentido, que quase todos os Estados terrestres


se levantaram, há séculos, sobre conquistas cruéis. Com exceções, os homens
têm sido servos dissipadores que, no momento do ajuste, não se mostram à
altura da mordomia.

Eis por que Jesus nos legou a Parábola do Empregado Infiel,


convidando-nos à fraternidade sincera para que, por meio dela, encontremos
o caminho da reabilitação.

O Mestre aconselhou-nos a granjear amigos, isto é, a dilatar o círculo de


simpatias em que nos sintamos cada vez mais intensivamente amparados
pelo espírito de cooperação e pelos valores intercessores.

Se o nosso passado espiritual é sombrio e doloroso, busquemos


simplificá-lo, adquirindo dedicações verdadeiras, que nos auxiliem por meio
266/
da subida áspera da redenção. Se não temos hoje determinadas ligações com
as riquezas da injustiça, tivemo-las, ontem, e faz-se imprescindível aproveitar
o tempo para o nosso reajustamento individual perante a Justiça divina.

(Pão nosso. FEB Editora. Cap. 111)

Tabernáculos eternos

Um homem despercebido das obrigações espirituais julgará encontrar


nesta passagem um ladrão inteligente comprando o favor de advogados
venais, de modo a reintegrar-se nos títulos honrosos da convenção humana.
Todavia, quando Jesus fala em amigos, refere-se a irmãos sinceros e devota-
dos, e, quando menciona as riquezas da injustiça, inclui o passado total da
criatura, com todas as lições dolorosas que o caracterizam. Assim também,
quando se reporta aos tabernáculos eternos, não os localiza em paços
celestiais.

O Mestre situou o tabernáculo sagrado no coração do homem.

Mais que ninguém, o Salvador identificava-nos as imperfeições e, evid-


enciando imensa piedade, ante as deficiências que nos assinalam o espírito,
proferiu as divinas palavras que nos servem ao estudo.

Conhecendo-nos os desvios, asseverou, em síntese, que devemos apro-


veitar os bens transitórios, ao alcance de nossas mãos, mobilizando-os na
fraternidade legítima para que, esquecendo os crimes e ódios de outro tempo,
nos façamos irmãos abnegados uns dos outros.

Valorizemos, desse modo, a nossa permanência nos serviços da Terra,


na condição de encarnados ou desencarnados, favorecendo, por todos os re-
cursos ao nosso dispor, a própria melhoria e a elevação dos nossos semel-
hantes, agindo na direção da luz e amando sempre, porquanto, dentro dessas
normas de solidariedade sublime, poderemos contar com a dedicação de ami-
gos fiéis que, na qualidade de discípulos mais dedicados e enobrecidos que
267/
nós, nos auxiliarão efetivamente, acolhendo-nos em seus corações, conver-
tidos em tabernáculos do Senhor, ajudando-nos não só a obter novas opor-
tunidades de reajustamento e santificação, mas também endossando perante
Jesus as nossas promessas e aspirações, diante da vida superior.

(Pão nosso. FEB Editora. Cap. 112)


E, se não vos tornardes fiéis no alheio, quem vos dará o
vosso?
Lucas 16:12

Onde estivermos

O homem, frequentemente, dispõe de recursos maiores ou menores que


pertencem à administração de outros homens.

Entretanto, são poucos os que se guardam nos limites das obrigações


próprias.

Imensa maioria, sob pretextos diversos invadem, embora cortesmente,


a área de trabalho pertencente a outros companheiros, para usufruir vant-
agens que não lhes dizem respeito.

Onde estivermos, saibamos respeitar os patrimônios materiais ou espir-


ituais sob a responsabilidade alheia.

Semelhante atitude é muito importante na preservação de nossa paz.

Dia chegará em que ouviremos de novo as palavras do divino Mestre: “e


se no alheio não fostes fiéis, quem vos dará o que é vosso?”

(Escultores de almas. Ed. Cultura Espírita União. Cap. “Onde estivermos”)


Nenhum servo [doméstico] pode servir a dois senhores [...].
Lucas 16:13

Um só senhor

Se os cristãos de todos os tempos encontraram dolorosas situações de


perplexidade nas estradas do mundo, é que, depois dos apóstolos e dos
mártires, a maioria tem cooperado na divulgação de falsos sentimentos, com
respeito ao Senhor a que devem servir.

Como o reino do Cristo ainda não é da Terra, não se pode satisfazer a


Jesus e ao mundo, a um só tempo. O vício e o dever não se aliam na marcha
diária.

Que dizer de um homem que pretenda dirigir dois centros de atividade


antagônica, em simultâneo esforço?

Cristo é a linha central de nossas cogitações.

Ele é o Senhor único, depois de Deus, para os filhos da Terra, com


direitos inalienáveis, porquanto é a nossa luz do primeiro dia evolutivo e
adquiriu-nos para a redenção com os sacrifícios de seu amor.

Somos servos Dele. Precisamos atender-lhe aos interesses sublimes,


com humildade. E, para isso, é necessário não fugir do mundo, nem das re-
sponsabilidades que nos cercam, mas sim transformar a parte de serviço con-
fiada ao nosso esforço, nos círculos de luta, em célula de trabalho do Cristo.

A tarefa primordial do discípulo é, portanto, compreender o caráter


transitório da existência carnal, consagrar-se ao Mestre como centro da vida
e oferecer aos semelhantes os seus divinos benefícios.

(Caminho, verdade e vida. FEB Editora. Cap. 142)


Havia um homem rico que se vestia de púrpura e linho
fino, deleitando-se a cada dia esplendidamente.
Lucas 16:19

Ante a Parábola do Rico

Não suponhas que o rico da parábola seja a única espécie de mordomo


infeliz na vida espiritual.

Ainda hoje há quem se banqueteia no festim da saúde física, menos-


prezando os enfermos que lhe batem à porta.

Por toda parte, verificamos a luzida assembleia dos que se fartam à


mesa da inteligência, olvidando os irmãos de caminho que lhes pedem so-
corro, mergulhados nas correntes da ignorância.

Em todos os lugares, é possível observar a caravana dos que passam,


hipertrofiados de conforto, fugindo aos filhos da angústia que lhes imploram
uma réstea de alegria.

Nas variadas sendas do mundo, somos defrontados pelos que se


mostram supernutridos de fé, a menoscabar aqueles que lhes suplicam leve
migalha de esperança.

Todos somos surpreendidos pelos lázaros da necessidade e da aflição


em provas mais ríspidas que as nossas.

Todos identificamos, junto do próprio coração, bafejado de conheci-


mento superior, companheiros infortunados que se enriqueceriam com míni-
mos gestos nossos, no setor da bondade e do estímulo, do entendimento e do
perdão.

Não te detenhas, tão somente, na contemplação do quadro evangélico,


em que um pobre sovina encontrou, ao fim da estrada, apenas o azinhavre a
que se lhe reduziu o perecível tesouro.
271/
Recordemos nossas oportunidades de semear o bem, reconhecendo no
próximo o degrau vivo que nos conferirá o desejado acesso à comunhão com
a Providência divina.

Abracemos os penitentes da necessidade e do desânimo, da expiação e


do sofrimento, que nos anotam os passos, em todos os ângulos da estrada
evolutiva e, oferecendo-lhes o próprio coração, em forma de serviço fraterno,
estejamos convencidos de que marcharemos com eles na direção da vida
imperecível, para a incorporação definitiva de nossa herança espiritual.

(Tocando o barco. Ed. IDEAL. Cap. “Ante a Parábola do Rico”)

Estudando a riqueza51

Não é somente o rico da parábola o grande devedor diante da vida.

A fortuna amoedada é, por vezes, simples cárcere.

Há outros avarentos que devemos recordar em nossa viagem para a


divina Luz.

Temos, conosco, os usurários da inteligência, que se ocultam nas flori-


das trincheiras da inércia; os abastados da saúde, que desamparam os aflitos
e os doentes; os privilegiados da alegria que cerram a porta aos tristes,
isolando-se nos oásis de prazer; os felizes da fé que procuram a solidão, a pre-
texto de se preservarem contra o pecado; os filhos da mocidade que menos-
prezam a velhice; os favorecidos da família terrestre, que olvidam os peregri-
nos do mundo, sem carinho e sem lar.

Todos esses ricos da experiência comum contraem escabrosos débitos


para com a humanidade.

Lembremo-nos de que o Tesouro real da vida está em nosso coração.

Quem não pode dar alguma coisa de si mesmo, na boa vontade, no sor-
riso fraterno ou na palavra sincera de bondade e encorajamento, debalde
272/
estenderá as mãos recheadas de ouro, porque só o amor abre as portas da
plenitude espiritual e semeia na Terra a luz da verdadeira caridade, que ex-
tingue o mal e dissipa as trevas.

A pobreza é mera ficção.

Todos temos algo.

Todos podemos auxiliar.

Todos podemos servir.

E, consoante a palavra do Mestre, “o maior na vida será sempre aquele


que se fizer o devotado servidor de todos”.

(Reformador, jul. 1952, p. 158)

51
Texto publicado em Dinheiro. Ed. IDE. Cap. “Estudando a riqueza”, com
pequenas alterações.
Disse Abraão: filho, lembra-te as tuas [coisas] boas, durante
a tua vida; e Lázaro, do mesmo modo, as [coisas] más.
Agora, ele está sendo consolado aqui e tu estás aflito.
Lucas 16:25

Lázaro e o rico52

Recordemos a lição de Jesus na parábola, para que não lhe percamos a


bênção do conteúdo.

Não se ergueu Lázaro ao paraíso porque fosse pobre, nem desceu o Rico
aos abismos da sombra porque houvesse granjeado a fortuna entre os
homens.

O primeiro elevou-se à glória de Abrahão pela humildade com que se


portou na provação recebida.

Arrojou-se o segundo ao seio atormentado das trevas, pela displicência


com que usufruiu a posição e o dinheiro que o mundo lhe oferecia.

Enquanto o Rico se trajava de linho e púrpura, exibia Lázaro as chagas


que lhe cobriam a carne, e, enquanto o afortunado companheiro se ban-
queteava, feliz, sem lembrar-se do irmão desditoso que lhe visitava a porta,
conformava-se Lázaro, sofredor, com o espinheiro de angústia que as circun-
stâncias lhe impunham à sensibilidade, incapaz de amaldiçoar o vizinho goz-
ador, indiferente e surdo aos seus rogos.

O problema, pois, do Céu para Lázaro e da expiação para o Rico é de


simples atitude, induzindo-nos a meditar nas oportunidades de progresso e
sublimação que o Senhor nos confere, para que o tempo amanhã não nos en-
contre categorizados à condição de réus em nós mesmos.
274/455
Não nos esqueçamos, ainda, de que os dois, embora separados por des-
filadeiros intransponíveis, na alegria celeste e no sofrimento infernal podiam
comunicar-se entre si, entendendo-se um com outro.

Não olvides, assim, que na abundância ou na carência, na mordomia ou


na subalternidade, sempre somos depositários da confiança de Deus e que
somente a nossa atitude para com a vida, cultivando o bem onde estivermos,
determinará a nossa ascensão à luz e o nosso definitivo afastamento do mal.

(Reformador, jul. 1958, p. 161)

52
Texto publicado em Escrínio de luz. Ed. O Clarim. Cap. “Lázaro e o Rico”,
com pequenas alterações.
Diz Abraão: eles têm Moisés e os Profetas; ouçam a eles.
Lucas 16:29

Ouçam-nos

A resposta de Abraão ao rico da parábola ainda é ensinamento de todos


os dias, no caminho comum.

Inúmeras pessoas se aproximam das fontes de revelação espiritual; en-


tretanto, não conseguem a libertação dos laços egoísticos de modo que vejam
e ouçam, qual lhes convém aos interesses essenciais.

Há precisamente um século, estabeleceu-se intercâmbio mais intenso


entre os dois planos, na grande movimentação do Cristianismo redivivo; con-
tudo, há aprendizes que contemplam o céu, angustiados tão só porque nunca
receberam a mensagem direta de um pai ou de um filho na experiência hu-
mana. Alguns chegam ao disparate de se desviarem da senda alegando tais
motivos. Para esses, o fenômeno e a revelação no Espiritismo Evangélico são
simples conjunto de inverdades, porque nada obtiveram de parentes mortos,
em consecutivos anos de observação.

Isso, porém, não passa de contrassenso.

Quem poderá garantir a perpetuidade dos elos frágeis das ligações


terrestres?

O impulso animal tem limites.

Ninguém justifique a própria cegueira com a insatisfação do capricho


pessoal.

O mundo está repleto de mensagens e emissários, há milênios. O


grande problema, no entanto, não está em requisitar-se a verdade para
atender ao círculo exclusivista de cada criatura, mas na deliberação de cada
276/455
homem, quanto a caminhar com o próprio valor, na direção das realidades
eternas.

(Pão nosso. FEB Editora. Cap. 116)


E os apóstolos disseram ao Senhor: acrescenta-nos fé.
Lucas 17:5

Fidelidade

A solicitação dos discípulos a Jesus é de plena atualidade.

Os cristãos de todas as procedências se encontram hoje fustigados por


teorias contraditórias.

Ciências psicológicas sem Deus, pregações visando a dominação do


mundo, com esquecimento das conquistas espirituais, o relaxamento das dis-
ciplinas religiosas, a zombaria de muita gente contra o hábito da oração...

Muitos companheiros jazem atônitos.

De que modo conciliar o progresso da inteligência com os ensinamentos


evangélicos?

Deixa, porém, os delírios do cérebro aos que o procuram e roga ao Sen-


hor nos conserve os corações na tranquilidade da fé.

(Escultores de almas. Ed. Cultura Espírita União. Cap. “Fidelidade”)


Assim também vós, quando fizerdes tudo quanto vos foi
orde- nado, dizei: Somos servos inúteis; fizemos o que
devíamos ter feito.
Lucas 17:10

No júbilo de servir53

Guarda tua alma no júbilo de servir.

Não reclames honrarias, por mais alto te pareça o triunfo em tuas mãos.

Se a terra se julgasse dona da árvore que frutifica na sua crosta,


intentando negar-lhe arrimo, não faria mais que privar-se da proteção que o
vegetal lhe dispensa, e se a árvore se presumisse proprietária da terra que a
suporta, fugindo-lhe às bases, nada mais conseguiria que a eliminação de si
mesma. Atentas, porém, à seiva e ao equilíbrio que a Sabedoria divina lhes
assegura, entram em abençoada cooperação e produzem a bênção da
colheita.

Todos os bens da vida fluem da Bondade de nosso Pai.

Nas tuas horas de êxito, medita nas forças conjugadas que te sustentam.
Pensa nos que te beneficiam e te instruem, nos que te amparam e te
garantem.

Orgulhar-se das boas obras é ensombrar a própria visão, invocando


homenagens indébitas que de direito pertencem à Deus.

À maneira do instrumento leal e dócil, deixa que o sumo Bem te use a


vida.

O violino, ainda mesmo o de mais rara fabricação, não vale por si.
Engrandece-se, porém, na fidelidade com que se rende às mãos do artista que
o integra na exaltação da Harmonia eterna.
279/455
(Reformador, dez. 1955, p. 266)

53
Texto publicado em Segue-me!... Ed. O Clarim. Cap. “No júbilo de servir”,
com pequenas alterações.
Interrogado pelos fariseus sobre quando vem o reino de
Deus, em resposta, disse-lhes: o reino de Deus não vem de
modo visível.
Lucas 17:20

Vinda do reino

Os agrupamentos religiosos no mundo permanecem, quase sempre,


preocupados pelas conversões alheias. Os crentes mais entusiastas anseiam
por transformar as concepções dos amigos. Em vista disso, em toda parte
somos defrontados por irmãos aflitos pela dilatação do proselitismo em seus
círculos de estudo.

Semelhante atividade nem sempre é útil, porquanto, em muitas


ocasiões, pode perturbar elevados projetos em realização.

Afirma Jesus que o reino de Deus não vem com aparência exterior. É
sempre ruinosa a preocupação por demonstrar pompas e números
vaidosamente, nos grupos da fé. Expressões transitórias de poder humano
não atestam o reino de Deus. A realização divina começará do íntimo das cri-
aturas, constituindo gloriosa luz do templo interno. Não surge à comum apre-
ciação, porque a maioria dos homens transitam semicegos, por intermédio do
túnel da carne, sepultando os erros do passado culposo.

A carne é digna e venerável, pois é vaso de purificação, recebendo-nos


para o resgate preciso; entretanto, para os espíritos redimidos significa
“morte” ou “transformação permanente”. O homem carnal, em vista das cir-
cunstâncias que lhe governam o esforço, pode ver somente o que está “morto”
ou aquilo que “vai morrer”. O reino de Deus, porém, divino e imortal, escapa
naturalmente à visão dos humanos.

(Caminho, verdade e vida. FEB Editora. Cap. 107)


281/
Civilização e reino de Deus54

A Terra de hoje reúne povos de vanguarda na esfera da inteligência.

Cidades enormes são usadas, à feição de ninhos gigantescos de cimento


e aço, por agrupamentos de milhões de pessoas.

A energia elétrica assegura a circulação da força necessária à ma-


nutenção do trabalho e do conforto doméstico.

A Ciência garante a higiene.

O automóvel ganha tempo e encurta distâncias.

A imprensa e a radiotelevisão interligam milhares de criaturas num só


instante, na mesma faixa de pensamento.

A escola abrilhanta o cérebro.

A técnica orienta a indústria.

Os institutos sociais patrocinam os assuntos de previdência e


segurança.

O comércio, sabiamente dirigido, atende ao consumo com precisão.

Entretanto, estaremos diante de civilização impecável?

À frente desses empórios resplendentes de cultura e progresso material,


recordemos a palavra dos instrutores de Allan Kardec, nas bases da Codi-
ficação do Espiritismo.

Perguntando a eles “por que indícios se pode reconhecer uma civiliza-


ção completa”, através da questão 793, constante de O livro dos espíritos,
deles recolheu a seguinte resposta:

“Reconhecê-la-eis pelo desenvolvimento moral. Credes que estais muito


adiantados, porque tendes feito grandes descobertas e obtido maravilhosas
invenções; porque vos alojais e vestis melhor do que os selvagens. Todavia,
não tereis verdadeiramente o direito de dizer-vos civilizados, senão quando
de vossa sociedade houverdes banido os vícios que a desonram e quando
282/
viverdes, como irmãos, praticando a caridade cristã. Até então, sereis apenas
povos esclarecidos, que hão percorrido a primeira fase da civilização.”

Espíritas, irmãos! Rememoremos a advertência do Cristo, quando nos


afirma que o reino de Deus não vem até nós com aparências exteriores; para
edificá-lo, não nos esqueçamos de que a Doutrina Espírita é luz em nossas
mãos. Reflitamos nisso.

(Entre irmãos de outras terras. FEB Editora. Cap. 8)

Enquanto55

Dominarás a gramática, adquirindo fino lavor verbalista, na ciência da


expressão, mas, enquanto não articulares a própria linguagem na luz da sin-
ceridade e da compreensão, a tua palavra, conquanto primorosa, não renov-
ará a ninguém.

Indicarás a trilha exata da beneficência, através de preciosos conselhos,


mas, enquanto não te dispuseres a percorrer a estrada do desprendimento,
no auxílio aos semelhantes, embora ajudes indiretamente a quem te ouça, an-
darás órfão de teus próprios avisos.

Pregarás tolerância, movimentando conceitos sublimes, mas, enquanto


não deres de ti mesmo, em abnegação e humildade, na desculpa que ofertas,
não farás claridade no coração, a fim de acertar com o próprio caminho.

Levantarás magnificentes construções terrestres, mas, enquanto não


ergueres em ti próprio o templo da paz, alicerçado no dever nobremente
cumprido, não encontrarás em teu benefício o pouso interior da genuína
tranquilidade.

Honrarás os teus familiares e amigos por seres extremamente queridos,


mas, enquanto não compreenderes que as esperanças e as necessidades deles
283/
são iguais às do próximo, com o mesmo direito à bênção de Deus, não con-
quistarás, em favor de ti, a cidadania do universo.

Desfrutarás admiração e apreço, com espetáculos de prestígio e


renome, mas, enquanto essas realizações não te repercutirem na vida íntima,
em forma de alegria oculta pelas obrigações irrepreensivelmente atendidas,
ainda mesmo à custa de supostos fracassos e prejuízos, no campo das exper-
iências materiais, nenhuma demonstração de estima pública te adiantará no
reino do espírito, onde, em verdade, se te vincula a vida real.

Melhoremos o mundo em derredor de nós, aperfeiçoando a nós


mesmos. Capacita-te de que, depois das tarefas executadas no plano físico,
possuirás tão somente a extensão e a quantidade de céu que houveres edific-
ado dentro de ti.

(Reformador, jan. 1967, p. 2)

Autoentrevista56

Vez por outra, convém tomar o caderno de notas e rumar para dentro
de nós mesmos, efetuando uma autoentrevista, a fim de sabermos em que
posição se nos situa a personalidade, na soma integral de nossas tendências
mais íntimas:

quem somos verdadeiramente para lá da genética humana e das docu-


mentações cartorárias do mundo, na condição real de filhos de Deus, em pro-
visório serviço no campo da evolução terrestre;

para que objetivos nos dirigimos;

que fazemos do tempo;

se nos achamos hoje com menos débito e mais crédito do que ontem,
perante as Leis eternas;

se já recolhemos dificuldades e provações por reais benefícios;


284/
se procuramos renovar-nos constantemente, em espírito, para fazer o
melhor ao nosso alcance;

o que estamos produzindo, a favor do próximo, seja no trabalho remu-


nerado ou na atividade gratuita das boas obras;

se já sabemos esquecer as ofensas alheias, tanto quanto desejamos que


as nossas sejam esquecidas;

se o nosso entusiasmo é invariável, na prática do bem.

Nós, que nos interessamos tão vivamente pelo noticiário de cada dia,
acerca do que vai acontecendo no mundo, de quando em quando realizemos
uma entrevista com o nosso próprio espírito e estejamos convencidos de que
recolheremos as mais importantes informações para orientar-nos com segur-
ança e êxito, na viagem de aperfeiçoamento, em que nos encontramos,
descobrindo gradativamente o reino do Senhor, em nós mesmos, ante a
Espiritualidade maior.

(Reformador, dez. 1967, p. 266)

54
Texto publicado em Ceifa de luz. FEB Editora. Cap. 36. Segue-me...! Ed. O
Clarim. Cap. “Luz em nossas mãos”, com pequenas alterações.
55
Texto publicado em Bênção de paz. Ed. GEEM. Cap. 37.
56
Texto publicado em Bênção de paz. Ed. GEEM. Cap. 39, com pequenas
alterações.
Nem dirão: vede aqui ou vede ali, pois o reino de Deus está
dentro de vós.
Lucas 17:21

Edificação do reino

Nem na alegria excessiva que ensurdece.

Nem na tristeza demasiada que deprime.

Nem na ternura incondicional que prejudica.

Nem na severidade indiscriminada que destrói.

Nem na cegueira afetiva que jamais corrige.

Nem no rigor que resseca.

Nem no absurdo afirmativo que é dogma.

Nem no absurdo negativo que é vaidade.

Nem nas obras sem fé que se reduzem a pedra e pó.

Nem na fé sem obras que é estagnação da alma.

Nem no movimento sem ideal de elevação que é cansaço vazio.

Nem no ideal de elevação sem movimento que é ociosidade brilhante.

Nem cabeça excessivamente voltada para o firmamento com inteira de-


spreocupação do valioso trabalho na Terra.

Nem pés definitivamente chumbados ao chão do planeta com integral


esquecimento dos apelos do Céu.

Nem exigência a todo instante.

Nem desculpa sem fim.


286/
O reino divino não será concretizado na Terra pela prática de atitudes
extremistas.

O próprio Mestre asseverou-nos que a sublime realização está no meio


de nós.

A edificação do reino divino é obra de aprimoramento, de ordem, es-


forço e aplicação aos desígnios do Mestre, com bases no trabalho metódico e
na harmonia necessária.

Não te prendas excessivamente às dificuldades do dia de ontem, nem te


inquietes demasiado pelos prováveis obstáculos de amanhã.

Vive e age bem no dia de hoje, equilibra-te e vencerás.

(Vinha de luz. FEB Editora. Cap. 177)

Alvorada do reino

Disse-nos Jesus:

“O reino de Deus está dentro de vós”.

Que interpretação devemos dar à semelhante afirmativa? Se o reino de


Deus está dentro de nós, por que as práticas religiosas para encontrá-Lo?
Perguntam-nos muitos amigos.

As práticas religiosas respeitáveis são sempre valioso trabalho para que


venhamos a desentranhá-lo das sombras que conhecemos sob os nomes de
“vaidade”, “orgulho”, “crueldade”, “ódio”, “indiferença”, “egoísmo”, “indiscip-
lina”, e “inconformação” — sombras que nos envolvem o sentimento, ao
modo do cascalho que encerra o diamante.

Comparemos os prenúncios do reino de Deus em nós com a alvorada de


cada dia.
287/
O Sol que nos sustenta não aparece de jato no firmamento. Na escur-
idão das primeiras fases da madrugada começam a surgir aberturas róseas de
luz, aqui e ali, quando não estejam sob o peso de nuvens que lhes ocultam
temporariamente a beleza.

O processo de liquidação das trevas é sutil e vagaroso.

Os núcleos luminosos, somente a pouco e pouco, aumentam em brilho e


número, até que as sombras, necessariamente extintas, abandonem os Céus,
para que o Sol resplandeça e alimente todas as vidas que evoluem na Terra.

Assim também nós, sob a carapaça das imperfeições e defeitos, ad-


quiridos em múltiplas estâncias de trabalho e experiência, com o esforço de
auto aperfeiçoamento que as revelações religiosas nos oferecem, vamos cri-
ando forças de libertação com as quais surgem os primeiros clarões de vida
nova, em meio das sombras que ainda se nos adensam no campo íntimo, em
forma de faltas e desacertos porque, atravessando dificuldades numerosas,
vamos, assim, multiplicando os valores espirituais em nós mesmos,
rejubilando-nos com os pontos de luz interna que vamos adquirindo, até que
os nossos nevoeiros se desfaçam e possamos usufruir as irradiações do reino
de Deus, em nós próprios, identificando-nos com a Imortalidade em plena
luz.

(Alvorada do reino. Ed. IDEAL. Prefácio – “Alvorada do reino”)

Céu

Aflitiva e longa tem sido a nossa viagem multimilenária, por meio da


reencarnação, a fim de que venhamos a entender o conceito de Céu.

Entre os chineses de épocas venerandas, afiançávamos que a imortalid-


ade era a absoluta integração com os antepassados.
288/
Na Índia bramânica, admitíamos que o Éden fosse a condição privilegi-
ada de alguns eleitos na pureza intocável dos cimos.

No Egito remoto, imaginávamos que a glória, na esfera espiritual, con-


sistisse na intimidade com os deuses particulares, mesmo quando se
mostrassem positivamente cruéis.

Na Grécia antiga, supúnhamos que a felicidade suprema, além da


morte, brilhasse no trono das honrarias domésticas.

Com gauleses e romanos, incas e astecas, tínhamos figurações especiais


do paraíso e, ainda ontem, acreditávamos que o Céu fosse região deleitosa em
que Deus, teologicamente transformado em caprichoso patriarca, vivesse
condecorando os filhos oportunistas que evidenciassem mais ampla in-
teligência no campeonato da adulação.

De existência a existência, entretanto, aprendemos hoje que a vida se


espraia, triunfante, em todos os domínios universais do sem-fim; que a
matéria assume estados diversos de fluidez e condensação; que os mundos se
multiplicam infinitamente no plano cósmico; que cada Espírito permanece
em determinado momento evolutivo e que, por isso, o Céu, em essência, é um
estado de alma que varia conforme a visão interior de cada um.

É por esse motivo que Allan Kardec pergunta e responde:

— Nessa imensidade ilimitada, onde está o Céu? Em toda parte. Nen-


hum contorno lhe traça limites. Os mundos superiores são as últimas es-
tações do seu caminho que as virtudes franqueiam e os vícios interditam.

E foi ainda por essa mesma razão que, prevenindo-nos para com-
preender as realidades da natureza no grande porvir, ensinou-nos Jesus
claramente: “O reino de Deus está dentro de vós”.

(Justiça divina. FEB Editora. Cap. 24)

Lugares de expiação
289/
Múltiplas são as conceituações dos infernos exteriores.

Para os hindus de várias legendas religiosas da Antiguidade, a região do


sofrimento, para lá do sepulcro, dividia-se em dezenas de seções nas quais os
Espíritos culpados experimentavam os martírios do fogo e da asfixia, dos
botes de serpentes e aves famélicas, de venenos e martelos, lâminas e prisões.

Entre os chineses, acreditava-se que os condenados, após o decesso, at-


ravessavam privações e torturas até caírem, exaustos, numa espécie de se-
gunda morte, com o suposto aniquilamento do próprio ser.

Egípcios empregavam aparatosos regimes de corrigenda para os mortos


que fossem implacavelmente sentenciados a penas aflitivas sob as vistas de
Anúbis.

A crença popular grega admitia a existência de abismos insondáveis,


Além-túmulo, onde os maus eram atormentados por agonias cruéis.

E, seguindo por vasta escala de concepções, a Teologia relaciona in-


fernos hebraicos, persas, romanos, escandinavos, muçulmanos e ainda os que
são até hoje perfilhados pelos diversos departamentos da atividade cristã.

Não ignoras que os sistemas de castigo, mentalizados para depois da


morte, obedecem às idiossincrasias de cada povo, apresentando, por isso,
variedades multiformes. E sabemos igualmente, em Doutrina Espírita, que
existem outros infernos exteriores a cercar-nos na Terra entre os próprios
Espíritos encarnados.

Não longe de nós, vemos o inferno da ignorância, em que se debatem as


inteligências sequiosas de luz, o inferno das necessidades primárias absoluta-
mente desatendidas, o inferno dos entorpecentes, o inferno do lenocínio, o
inferno do desespero e o inferno das crianças desamparadas, todos eles ger-
ando os suplícios da sombra e da loucura, do pauperismo e da enfermidade,
do abandono e da delinquência.

Em razão disso, embora respeitando as crenças alheias, observemos as


próprias ações, a fim de verificar o que estamos fazendo para extinguir os in-
fernos que nos rodeiam.
290/
E, sobretudo, aprendendo e servindo, vigiemos o coração para que a
prática do bem nos garanta a consciência tranquila, uma vez que todos somos
responsáveis pela nossa própria condição espiritual.

Disse-nos o Cristo: “O reino de Deus está dentro de vós”, ao que, de


acordo com ele mesmo, ousamos acrescentar: “E o inferno também”.

(Justiça divina. FEB Editora. Cap. 77)

Encontro de paz

Leitor Amigo.

Frequentemente, anseias por segurança e tranquilidade, no entanto, é


forçoso não esquecer que paz e estabilidade estão em ti e se irradiam de ti.

Se o tumulto te rodeia, envia pensamentos de harmonia aos que se


emaranham nele, desejando-lhes reajuste.

Ante conflitos que surjam, silencia projetando vibrações de entendi-


mento a quantos se lhe fazem vítimas, aspirando a vê-los repostos na luz da
fraternidade.

À frente de companheiros entregues à desesperação, imagina-te a


envolvê-los em serenidade, rearticulando-lhes o otimismo e a esperança.

Perante o desequilíbrio de alguém, auxilia a esse alguém com os teus


votos íntimos de recuperação e repouso.

Se te vês ao lado de um enfermo, detém-te a meditar em melhora e


restauração, augurando-lhe saúde e alegria.

Diante de irmãos abatidos e tristes, canaliza para eles as tuas mais


amplas ideias de reconforto.
291/
Quando ouvires uma pessoa imatura ou portadora de conversação
menos feliz, busca socorrê-la sem palavras, encaminhando-lhe mensagens in-
articuladas de compreensão e simpatia.

Se te recordas de amigos ausentes, mentaliza apoio e bondade, relativa-


mente a eles, a fim de protegê-los e animá-los na execução dos compromissos
que abraçam. [...]

Saibamos suprimir de sentimentos, ideias, atitudes, palavras e ações


tudo o que se relacione com ressentimento, perturbação, ódio, azedume, am-
argura ou violência e, trabalhando e servindo no bem de todos, procuremos
agir e pensar em paz, doando paz aos que nos compartilham a vida.

O reino dos Céus é luz de amor em refúgio de paz e não nos será lícito
olvidar que Jesus, a cada um de nós, afirmou, convincente: “Não procures o
reino de Deus aqui ou além, porque o reino de Deus está dentro de ti”.

(Encontro de paz. Ed. IDE. Prefácio – “Encontro de paz”)

Reino divino

“Quando se vos disser que o reino de Deus está aqui ou ali não acred-
iteis, porque o reino divino não surge com aparências exteriores...”

Semelhante conceito do Cristo exorta-nos ao imperativo da iluminação


interior para que o nosso coração não se tresmalhe na sombra.

Habitualmente, exigimos dos outros determinadas rotas de ação, qual


se nos assistisse o direito de fazê-los caminhar com os nossos pés.

Cristãos de outras interpretações do Evangelho, reclamamos de


pastores humanos a salvação de nossas almas e quando espíritas, aguar-
damos que médiuns e benfeitores nos exonerem da responsabilidade de tra-
balhar e sofrer em nosso próprio aperfeiçoamento.
292/
É por isso que as falsas profecias proliferam com tanta intensidade nas
escolas cristãs, multiplicando as legiões de espíritos sofredores a se desvairar-
em no desespero, depois da morte.

É que nós mesmos, quase sempre receosos da própria consciência, bus-


camos oráculos que nos engodem a mente com sugestões imaginárias, acerca
de méritos que estamos longe de possuir, auxiliando-nos a fuga calculada da
áspera região em que se nos configuram os deveres maiores.

Reconhecemos que o reino celeste se encontra em estado potencial no


íntimo de todas as criaturas e que somente construindo-o em nós e
desdobrando-o, a dentro de nós mesmos, é que alcançaremos a chave da
grande compreensão a investir-nos na posse da grande Luz.

Nesse sentido, é justo recordar que o divino Mestre não apenas traçou o
asserto que nos serve de apontamento ao estudo e sim que lhe viveu a ex-
pressão mais profunda, aceitando, sem reclamar, as lutas e as dores que lhe
foram impostas, padecendo por auxiliar e angustiando-se sem merecer,
ensinando-nos, porém, a receber com valor as cruzes que nós mesmos tal-
hamos para atingir, em plenitude de alegria e vitória o terreno seguro de
nossa suspirada ascensão.

(Viajor. Ed. IDE. Cap. 10)

No portal da luz

Aspiras à posse do conhecimento espírita evangélico?

Iniciemos o aprendizado pela reforma íntima.

Disse Jesus: “O reino de Deus está dentro de vós”. Descobri-lo e es-


tabelecer as vias de acesso para alcançá-lo depende de nós.

Será justo suplicar o socorro de Deus nas horas de aflição e construir a


existência como se Deus não existisse?
293/
Ergamos a fé raciocinada, principiando pela base do dever cumprido,
de modo a que não nos falte a paz de consciência.

Em seguida, enxerguemos a nós mesmos.

Se vens da província obscura da negação, procura discernir a verdade,


para perceberes a divina Sabedoria que te rodeia em toda parte e começa a
jornada, no rumo da Espiritualidade maior.

Se procedes do distrito superado de outras crenças que não mais te sat-


isfazem as exigências da alma, busca o entendimento de ti mesmo, de modo a
prosseguires na ascensão à Vida superior.

Jamais aniquilar o tesouro das horas com discussões estéreis.

Se te reconheces com necessidade de mudança espiritual, atingiste


nova faixa de madureza para a grande compreensão.

Cada fruto aparece no tempo adequado.

Contempla a vida em torno com a visão mais ampla de que dispões


agora e ama cada ser e cada coisa no lugar em que se encontrem e, conquanto
lhes ofereças auxílio incessante, age sem a preocupação de alterá-los.

Consagra-te, acima de tudo, à edificação do reino interno. Entretanto,


se o anseio de perfeição te aquece com veemência, recorda que Deus nos es-
perou até hoje o impulso de melhoria e, cooperando com a Providência divina
para o bem de todos os nossos irmãos, é urgente reconhecer que nenhum de
nós sabe ou pode amá-los mais do que Deus.

(No portal da luz. Ed. IDE. Cap. 1)

Reino de Deus57

(Neste instante. Ed. GEEM. Cap. “Reino de Deus”)


57 294/
N.E.: Vide nota 12.
E vos dirão: vede aqui! Vede ali! Não saiam nem persigam.
Lucas 17:23

Na propaganda

As exortações do Mestre aos discípulos são muito precisas para provo-


carem qualquer incerteza ou indecisão.

Quando tantas expressões sectárias requisitam o Cristo para os seus


desmandos intelectuais, é justo que os aprendizes novos, na luz do Consol-
ador, meditem a elevada significação deste versículo de Lucas.

Na propaganda genuinamente cristã, não basta dizer onde está o Sen-


hor. Indispensável é mostrá-lo na própria exemplificação.

Muitos percorrem templos e altares, procurando Jesus.

Mudar de crença religiosa pode ser modificação de caminho, mas pode


ser também continuidade de perturbação.

Torna-se necessário encontrar o Cristo no santuário interior.

Cristianizar a vida não é imprimir-lhe novas feições exteriores. É


reformá-la para o bem no âmbito particular.

Os que afirmam apenas na forma verbal que o Mestre se encontra aqui


ou ali, arcam com profundas responsabilidades. A preocupação de proselit-
ismo é sempre perigosa para os que se seduzem com as belezas sonoras da
palavra sem exemplos edificantes.

O discípulo sincero sabe que dizer é fácil, mas que é difícil revelar os
propósitos do Senhor na existência própria. É imprescindível fazer o bem,
antes de ensiná-lo a outrem, porque Jesus recomendou ninguém seguisse os
pregoeiros que somente dissessem onde se poderia encontrar o Filho de
Deus.
(Caminho, verdade e vida. FEB Editora. Cap. 19) 296/455
Naquele dia, quem estiver sobre o terraço, e os seus utensílios
dentro de casa, não desça para pegá-los. [...]
Lucas 17:31

Alfaias

A palavra do Mestre não deixa margem a hesitações.

Naturalmente, todo aprendiz vive na organização que lhe é própria.


Cada qual permanece em casa, isto é, na criação individual ou no campo de
testemunho a que o Senhor o conduziu.

Geralmente, porém, jamais está sozinho.

Reduzido ou extenso, há sempre um séquito de afeições a acompanhá-


lo. Muita vez, contudo, a companheira, o pai e o filho não conseguem mover-
se além das zonas inferiores de compreensão, quando o discípulo, pelos
nobres esforços despendidos, se equilibra, vitorioso, na parte mais alta do en-
tendimento. Chegados a semelhante situação, muitos trabalhadores aplicados
experimentam dificuldades de vulto.

Não sabem separar as alfaias de adorno dos vasos essenciais, as frivol-


idades dos deveres justos e sofrem dolorosos abalos no coração.

Indispensável se precatem contra esse perigo comum.

Cumpra-se a obrigação sagrada, atenda-se, antes de tudo, ao programa


da Vontade divina, exemplifique-se a fraternidade e a tolerância, acendendo-
se a lâmpada do esforço próprio, mas que se não prejudique o serviço divino
da ascensão, por receio aos melindres pessoais e às convenções puramente
exteriores.

Um lar não vive simplesmente em razão das alfaias que o povoam,


transitoriamente, e sim pelos fundamentos espirituais que lhe construíram as
298/455
bases. Um homem não será superior porque satisfaça a opiniões passageiras,
mas sim porque sabe cumprir, em tudo, os desígnios de Deus.

(Vinha de luz. FEB Editora. Cap. 134)


[...] orar sempre e não desanimar.
Lucas 18:1

Nunca desfalecer58

Não permitas que os problemas externos, inclusive os do próprio corpo,


te inabilitem para o serviço da tua iluminação.

Enquanto te encontrares no plano de exercício, qual a crosta da Terra,


sempre serás defrontado pela dificuldade e pela dor.

A lição dada é caminho para novas lições.

Atrás do enigma resolvido, outros enigmas aparecem.

Outra não pode ser a função da escola, senão ensinar, exercitar e


aperfeiçoar.

Enche-te, pois, de calma e bom ânimo, em todas as situações.

Foste colocado entre obstáculos mil de natureza estranha, para que,


vencendo inibições fora de ti, aprendas a superar as tuas limitações.

Enquanto a comunidade terrestre não se adaptar à nova luz, respirarás


cercado de lágrimas inquietantes, de gestos impensados e de sentimentos
escuros.

Dispõe-te a desculpar e auxiliar sempre, a fim de que não percas a glori-


osa oportunidade de crescimento espiritual.

Lembra-te de todas as aflições que rodearam o espírito cristão, no


mundo, desde a vinda do Senhor.

Onde está o Sinédrio que condenou o Amigo celeste à morte?

Onde os romanos vaidosos e dominadores?

Onde os verdugos da Boa-Nova nascente?


300/455
Onde os guerreiros que fizeram correr, por causa do Evangelho, rios
escuros de sangue e suor?

Onde os príncipes astutos que combateram e negociaram, em nome do


Renovador crucificado?

Onde as trevas da Idade Média?

Onde os políticos e inquisidores de todos os matizes, que feriram em


nome do excelso Benfeitor?

Arrojados pelo tempo aos despenhadeiros de cinza, fortaleceram e con-


solidaram o pedestal de luz, em que a figura do Cristo resplandece, cada vez
mais gloriosa, no governo dos séculos.

Centraliza-te no esforço de ajudar no bem comum, seguindo com a tua


cruz, ao encontro da ressurreição divina. Nas surpresas constrangedoras da
marcha, recorda que, antes de tudo, importa orar sempre, trabalhando,
servindo, aprendendo, amando, e nunca desfalecer.

(Fonte viva. FEB Editora. Cap. 61)

58
Texto Publicado em Alvorada do reino. Ed. IDEAL. Cap. 7, com pequenas
alterações.
Jesus as chamou para si, dizendo: deixai vir a mim as crian-
cinhas e não as impeçais, pois delas é o reino de Deus.
Lucas 18:16

Sejamos simples

Surge o progresso da sucessão constante de labores variados em todas


as frentes de atividade humana.

Um esforço acompanha outro, um objetivo mais aperfeiçoado modifica


os movimentos da criatura.

Vida após vida, geração à geração, a humanidade caminha recebendo


luz e burilamento.

Toda a vida futura, no entanto, depende inevitavelmente da vida


presente, como toda colheita próxima se deriva da sementeira atual.

A infância significa, por isso, as vibrações da esperança nos dias


porvindouros, muito embora a fragilidade com que se caracteriza.

A ingenuidade dos pensamentos e a meiguice dos modos dão à criança


os traços da virgindade sentimental necessária ao espírito para galgar os está-
gios superiores da evolução.

Eis, porque, o Senhor, com muita propriedade, elegeu na infância o


símbolo da pureza indispensável à sustentação do ser na Vida maior.

No período infantil encontramos as provas irrecusáveis de que as almas


possuem, no âmago de si mesmas, as condições potenciais para a angelitude.

Urge, pois, saibamos viver com a simplicidade dos pequeninos, na rota


da madureza renunciando às expressões inferiores do egoísmo e do orgulho,
da astúcia e da crueldade, que tantas vezes se nos ocultam nos gestos de fidal-
guia aparente.
302/
No reino de Deus ninguém cresce para a maldade.

Sejamos simples, vivendo o bem espontâneo.

Observa, portanto, em ti, os sinais positivos que conservas da infância,


como índice de valores morais para a excursão, monte acima.

Sê criança em relação ao mal que perturba e fere, realizando a matur-


ação de teus sentimentos na criação do amor puro, porque somente no amor
puro encontraremos acesso à eterna Sublimação a que estamos destinados.

(Ideal espírita. Ed. Comunhão Espírita Cristã. Cap. 30)

Em auxílio à criança59

Dentro das tarefas que o Espiritismo nos impõe, uma delas avulta pela
importância e significação com que se destaca no presente para a garantia do
futuro de nosso trabalho regenerativo e santificante.

Referimo-nos à imprescindível assistência espiritual que a criança exige


de nós, a fim de que não estejamos descuidados no erguimento das colunas
vivas do reino do Senhor, na Terra.

Não levantaremos um edifício, sem assegurar a firmeza dos alicerces.

Não escreveremos um livro, sem, antes, penetrar o sentido do alfabeto.

Não chegaremos a produzir uma sinfonia, sem abordar os segredos


primários das notas simples.

Não colheremos em seara feliz sem sacrifícios na sementeira.

Como esperar o aprimoramento da humanidade, sem a melhoria do


Homem e como aguardar o Homem renovado, sem o amparo à criança?

O menino de agora dominará depois.


303/
Na urna do coração infantil, reside a decifração dos inquietantes enig-
mas da felicidade sobre o mundo.

Façamos de nossos templos de fé espírita-cristã não somente santuários


de socorro às aflições e aos problemas da madureza humana, mas também
lares de adestramento espiritual, com vistas à plantação do bem, onde nossos
filhos encontrem a primeira escola de comunhão com o Senhor e com o
próximo.

A recuperação da mente infantil para o equilíbrio da vida planetária é


trabalho urgente e inadiável, que devemos executar, se nos propomos al-
cançar o porvir com a verdadeira regeneração.

Na criança, ergue-se o amanhã.

Talvez, por isso mesmo, à frente da multidão aflita, proclamou o nosso


divino Mestre:

— Deixai vir a Mim os pequeninos...

Dirijamo-nos para o Cristo, conduzindo conosco os tenros corações das


criancinhas, e, mais cedo que possamos esperar, a Terra encontrará o cam-
inho glorioso da paz imperecível.

(Brasil espírita, jan. 1953, p. 4)

59
Texto publicado em Reformador, out. 1953, p. 229.
Sabes os mandamentos: Não adulterarás, não matarás, não
roubarás, não prestarás falso testemunho, honra teu pai e
tua mãe.
Lucas 18:20

Não furtar

Diz a lei: “não furtarás”.

Sim, não furtarás o dinheiro, nem a fazenda, nem a veste, nem a posse
dos semelhantes.

Contudo, existem outros bens que desaparecem, subtraídos pelo assalto


da agressividade invisível que passa, impune, diante dos tribunais articulados
na Terra.

Há muitos amigos que restituem honestamente a moeda encontrada na


rua, mas que não se pejam de roubar a esperança e o entusiasmo dos com-
panheiros dedicados ao bem, traçando telas de amargura e desânimo com as
quais favorecem a vitória do mal.

Muitos respeitam a terra dos outros; entretanto, não hesitam em


dilapidar-lhes o patrimônio moral, assestando contra eles a maledicência e a
calúnia.

Há criaturas que nunca arrebataram objetos devidos ao conforto do


próximo; contudo, não vacilam em surripiar-lhes a confiança.

E há pessoas inúmeras que jamais invadiram a posse material de quem


quer que seja; no entanto, destroem, sem piedade, a concórdia e a segurança
do ambiente em que vivem, roubando o tempo e a alegria dos que trabalham.

“Não furtarás” — estatui o preceito divino.


305/
É preciso, porém, não furtar nem os recursos do corpo, nem os bens da
alma, pois que a consequência de todo furto é prevista na lei.

(Justiça divina. FEB Editora. Cap. 3)

Mutilações congênitas60

(Caminhos de volta. Ed. GEEM. Cap. “Mutilações congênitas”)

Não matarás

Situado entre leis físicas inelutáveis, no campo de evolução na Terra, à


maneira do aluno, entre as paredes e regimes do educandário, o homem dis-
põe do livre-arbítrio na esfera das leis morais que lhe presidem o desenvolvi-
mento e a ascensão para a imortalidade.

Justo, portanto, seja defrontado por todos os débitos em que se onerou


perante a vida, porque, de outro modo, não conseguiria crescer para a luz a
que está reservado.

Não poderá, por isso, desvencilhar-se dos compromissos que plasmou


para si mesmo, razão pela qual, se desperto para a verdade, ser-lhe-á o bem
de todos a meta de cada dia, a fim de que por testemunhos incessantes de boa
vontade e amor, se desagrave na Lei, quanto às aflições que lhe estão debita-
das pela própria conduta no pretérito, que lhe comanda o presente.

Compreendendo que o destino amargo de hoje foi por ele mesmo cri-
ado, com o livre-arbítrio de ontem, constitui-lhe dever atenuar quanto pos-
sível as próprias contas para que se lhe solucionem os problemas sem
maiores inquietações.
306/
Chegados à semelhante conclusão, é natural tudo façamos para que a
preservação digna nos favoreça contra o assalto do crime, mesmo porque a
excelsa Providência concedendo à criatura humana o benefício do lar, fê-lo de
modo a resguardá-la com a eficiência devida, inspirando-lhe meios para
defender-se de malfeitores, tanto quanto lhe sugere o agasalho contra a
intempérie.

Em razão disso, o próprio Cristo não nos exortou em vão à própria se-
gurança, quando nos traçou o imperativo da vigilância e da oração.

Cumpridos por nós tais deveres, com a execução das obrigações outras
que nos quitem a consciência no plano do respeito recíproco e da caridade in-
fatigável para com o próximo, estejamos seguros na fortaleza de nossa fé,
prontos a receber quaisquer golpes que nos sejam desferidos na estrada re-
generadora, porque, então, diante da paz de nossas almas, toda sorte de in-
fortúnio que nos acometa a existência terrena representará imprescindível
resgate das culpas que contraímos, cabendo-nos confiar as nossas decisões e
situações ao julgamento justo de Deus, porquanto, para nós o regulamento da
Lei divina é claro e insofismável em nos preceituando:

Não matarás.

(Fonte de paz. Ed. IDE. Cap. 5)

60
N.E.: Vide nota 12.
[Jesus disse-lhe] Que queres que eu faça? Ele respondeu: Sen-
hor, que eu possa ver novamente.
Lucas 18:41

O cego de Jericó

O cego de Jericó é das grandes figuras dos ensinamentos evangélicos.

Informa-nos a narrativa de Lucas que o infeliz andava pelo caminho,


mendigando... Sentindo a aproximação do Mestre, põe-se a gritar, implor-
ando misericórdia.

Irritam-se os populares, em face de tão insistentes rogativas. Tentam


impedi-lo, recomendando-lhe calar as solicitações. Jesus, contudo, ouve-lhe a
súplica, aproxima-se dele e interroga com amor:

— Que queres que te faça?

À frente do magnânimo dispensador dos bens divinos, recebendo liber-


dade tão ampla, o pedinte sincero responde apenas isto:

— Senhor, que eu veja!

O propósito desse cego honesto e humilde deveria ser o nosso em todas


as circunstâncias da vida.

Mergulhados na carne ou fora dela, somos, às vezes, esse mendigo de


Jericó, esmolando às margens da estrada comum. Chama-nos a vida, o tra-
balho apela para nós, abençoa-nos a luz do conhecimento, mas per-
manecemos indecisos, sem coragem de marchar para a realização elevada
que nos compete atingir. E, quando surge a oportunidade de nosso encontro
espiritual com o Cristo, além de sentirmos que o mundo se volta contra nós,
induzindo-nos à indiferença, é muito raro sabermos pedir sensatamente.
308/455
Por isso mesmo, é muito valiosa a recordação do pobrezinho mencion-
ado no versículo de Lucas, porquanto não é preciso compareçamos diante do
Mestre com volumosa bagagem de rogativas. Basta lhe peçamos o dom de
ver, com a exata compreensão das particularidades do caminho evolutivo.
Que o Senhor, portanto, nos faça enxergar todos os fenômenos e situações,
pessoas e coisas, com amor e justiça, e possuiremos o necessário à nossa
alegria imortal.

(Caminho, verdade e vida. FEB Editora. Cap. 44)


No mesmo instante, recuperou a vista, e seguia a Jesus glori-
ficando a Deus. [...]
Lucas 18:43

Não basta ver

A atitude do cego de Jericó representa padrão elevado a todo discípulo


sincero do Evangelho.

O enfermo de boa vontade procura primeiramente o Mestre, diante da


multidão. Em seguida à cura, acompanha Jesus, glorificando a Deus. E todo o
povo, observando o benefício, a gratidão e a fidelidade reunidos, volta-se para
a confiança no divino Poder.

A maioria dos necessitados, porém, assume posição muito diversa.


Quase todos os doentes reclamam a atuação do Cristo, exigindo que a dádiva
desça aos caprichos perniciosos que lhes são peculiares, sem qualquer esforço
pela elevação de si mesmos à bênção do Mestre.

Raros procuram o Cristo à luz meridiana; e, de quantos lhe recebem os


dons, raríssimos são os que lhe seguem os passos no mundo.

Daí procede a ausência da legítima glorificação a Deus e a cura incom-


pleta da cegueira que os obscurecia, antes do primeiro contato com a fé.

Em razão disso, a Terra está repleta dos que creem e descreem,


estudam e não aprendem, esperam e desesperam, ensinam e não sabem, con-
fiam e duvidam.

Aquele que recebe dádivas pode ser somente beneficiário.

O que, porém, recebe o favor e agradece-o, vendo a luz e seguindo-a,


será redimido.
310/455
É óbvio que o mundo inteiro reclama visão com o Cristo, mas não basta
ver simplesmente; os que se circunscrevem ao ato de enxergar podem ser
bons narradores, excelentes estatísticos, entretanto, para ver e glorificar o
Senhor é indispensável marchar nas pegadas do Cristo, escalando, com Ele, a
montanha do trabalho e do testemunho.

(Vinha de luz. FEB Editora. Cap. 34)


Chamando seus dez servos, deu-lhes dez minas e disse-lhes:
negociai até que eu venha.
Lucas 19:13

Vê como vives

Com a precisa madureza do raciocínio, compreenderá o homem que


toda a sua existência é um grande conjunto de negócios espirituais e que a
vida, em si, não passa de ato religioso permanente, com vistas aos deveres
divinos que nos prendem a Deus.

Por enquanto, o mundo apenas exige testemunhos de fé das pessoas in-


dicadas por detentoras de mandato essencialmente religioso.

Os católicos romanos rodeiam de exigências os sacerdotes,


desvirtuando-lhes o apostolado. Os protestantes, na maioria, atribuem aos
ministros evangélicos as obrigações mais completas do culto. Os espiritistas
reclamam de doutrinadores e médiuns as supremas demonstrações de carid-
ade e pureza, como se a luz e a verdade da Nova Revelação pudessem con-
stituir exclusivo patrimônio de alguns cérebros falíveis.

Urge considerar, porém, que o testemunho cristão, no campo trans-


itório da luta humana, é dever de todos os homens, indistintamente.

Cada criatura foi chamada pela Providência a determinado setor de tra-


balhos espirituais na Terra.

O comerciante está em negócios de suprimento e de fraternidade.

O administrador permanece em negócios de orientação, distribuição e


responsabilidade.

O servidor foi trazido a negócios de obediência e edificação.


312/455
As mães e os pais terrestres foram convocados a negócios de renúncia,
exemplificação e devotamento.

O carpinteiro está fabricando colunas para o templo vivo do lar.

O cientista vive fornecendo equações de progresso que melhorem o


bem-estar do mundo.

O cozinheiro trabalha para alimentar o operário e o sábio.

Todos os homens vivem na obra de Deus, valendo-se dela para al-


cançarem, um dia, a grandeza divina. Usufrutuários de patrimônios que per-
tencem ao Pai encontram-se no campo das oportunidades presentes, nego-
ciando com os valores do Senhor.

Em razão desta verdade, meu amigo, vê o que fazes e não te esqueças de


subordinar teus desejos a Deus, nos negócios que por algum tempo te forem
confiados no mundo.

(Vinha de luz. FEB Editora. Cap. 2)


[...] Se soubesses, também tu, neste dia, as [coisas] que [con-
duzem] para paz! [...]
Lucas 19:42

Conta particular

A exclamação de Jesus, junto de Jerusalém, aplica-se muito mais ao


coração do homem — templo vivo do Senhor — que à cidade de ordem mater-
ial, destinada à ruína e à desagregação nos setores da experiência.

Imaginemos o que seria o mundo se cada criatura conhecesse o que lhe


pertence à paz íntima.

Em virtude da quase geral desatenção a esse imperativo da vida é que


os homens se empenham em dolorosos atritos, provocando escabrosos
débitos.

Atentemos para a assertiva do Mestre — “ao menos neste teu dia”.

Estas palavras convidam-nos a pensar na oportunidade de serviço de


que dispomos presentemente e a refletir nos séculos que perdemos;
compelem-nos a meditar quanto ao ensejo de trabalho, sempre aberto aos es-
píritos diligentes.

O homem encarnado dispõe dum tempo glorioso que é provisoriamente


dele, que lhe foi proporcionado pelo Altíssimo em favor de sua própria
renovação.

Necessário é que cada um conheça o que lhe toca à tranquilidade indi-


vidual. Guarde cada homem digna atitude de compreensão dos deveres
próprios e os fantasmas da inquietude estarão afastados. Cuide cada pessoa
do que se lhe refira à conta particular e dois terços dos problemas sociais do
mundo surgirão naturalmente resolvidos.
314/455
Repara as pequeninas exigências de teu círculo e atende-as, em favor de
ti mesmo.

Não caminharás entre as estrelas, antes de trilhares as sendas humildes


que te competem.

(Pão nosso. FEB Editora. Cap. 38)


Mas não encontravam o que fazer, pois todo o povo pendia
para ele, ouvindo-o.
Lucas 19:48

O povo e o Evangelho

A perseguição aos postulados do Cristianismo é de todos os tempos.

Nos próprios dias do Mestre divino, nos círculos carnais, já se exterior-


izavam hostilidades de todos os matizes contra os movimentos da iluminação
cristã.

Em todas as ocasiões, no entanto, tem sido possível observar a grav-


itação do povo para Jesus. Entre Ele e a multidão, nunca se extinguiu o po-
deroso magnetismo da virtude e do amor.

Debalde surgem medidas draconianas da ignorância e da crueldade, em


vão aparecem os prejuízos eclesiásticos do sacerdócio, quando sem luz na
missão sublime de orientar; cientistas presunçosos, demagogos subornados
por interesses mesquinhos, clamam nas praças pela consagração de fantasias
brilhantes.

O povo, porém, inclina-se para o Cristo, com a mesma fascinação do


primeiro dia.

Indiscutivelmente, considerados num todo, achamo-nos ainda longe da


união com Jesus, em sentido integral.

De quando em quando, a turba experimenta pavorosos desastres. Tor-


mentas de sangue e lágrimas varrem-lhe os caminhos.

A claridade do Mestre, contudo, acena-lhe a distância. Velhos e crianças


identificam-lhe o brilho santificado.
316/455
Os políticos do mundo formulam mil promessas ao espírito das massas;
raras pessoas, entretanto, se interessam por semelhantes plataformas.

Os enunciados do Senhor, todavia, em cada século se renovam, sempre


mais altos para a mente popular, traduzindo consolações e apelos imortais.

(Vinha de luz. FEB Editora. Cap. 47)


Quando ouvirdes de guerras e distúrbios, não vos
[...].
Lucas 21:9

Sede firmes61

(Harmonização. Ed. GEEM. Cap. “Sede firmes”)

61
N.E.: Vide nota 12.
[Isso] vos sucederá para
Lucas 21:13

Para testemunhar

Naturalmente que o Mestre não folgará de ver seus discípulos mergul-


hados no sofrimento. Considerando, porém, as necessidades extensas dos ho-
mens da Terra, compreende o caráter indispensável das provações e dos
obstáculos.

A pedagogia moderna está repleta de esforços seletivos, de concursos de


capacidade, de testes da inteligência.

O Evangelho oferece situações semelhantes.

O amigo do Cristo não deve ser uma criatura sombria, à espera de pade-
cimentos; entretanto, conhecendo a sua posição de trabalho, num plano
como a Terra, deve contar com dificuldades de toda sorte.

Para os gozos falsificados do mundo, o planeta está cheio de condutores


enganados.

Como invocar o Salvador para a continuidade de fantasias? Quando


chamados para o Cristo, é para que aprendamos a executar o trabalho em fa-
vor da esfera maior, sem olvidarmos que o serviço começa em nós mesmos.

Existem muitos homens de valor cultural que se constituíram em ment-


ores dos que desejam mentirosos regalos no plano físico.

No Evangelho, porém, não acontece assim. Quando o Mestre convida


alguém ao seu trabalho, não é para que chore em desalento ou repouse em
satisfação ociosa.

Se o Senhor te chamou, não te esqueças de que já te considera digno de


testemunhar.
(Caminho, verdade e vida. FEB Editora. Cap. 71) 319/455
Com a vossa perseverança adquiram as vossas almas.
Lucas 21:19

Paciência em estudo

Todos necessitamos de paciência uns para com os outros, mas compete-


nos igualmente a todos estudar a paciência em sua função educativa.

Paciência!

É serenidade; calma, porém, não é aprovação ao desequilíbrio.

É compreensão; entendimento, no entanto, não é passaporte ao abuso.

É harmonização; ajuste, todavia, não é apoio à delinquência.

É tolerância; brandura, entretanto, não é coonestação com o erro


deliberado.

Paciência, sobretudo, é a capacidade de verificar a dificuldade ou o de-


sacerto nas engrenagens do cotidiano, buscando a solução do problema ou a
transposição do obstáculo, sem toques de alarde e sem farpas de irritação.

Em todos os aspectos da paciência, recordemos Jesus.

O Mestre foi, no mundo, o paradigma de semelhante virtude, mas não


foi conformista. Nunca se apassivou diante do mal, conquanto lhe suportasse
as manifestações, diligenciando meios de tudo renovar para o bem; e, em lhe
lembrando a sinceridade e a franqueza, não nos será lícito esquecer que o
Cristo se revelou tão paciente que não hesitou em regressar, depois da morte,
ao convívio das criaturas humanas que o haviam abandonado. Ainda assim, é
forçoso reconhecer que ele se materializou perante os discípulos que, em
maioria, podiam ser iletrados e medrosos, mas suficientemente sinceros para
continuar-lhe a obra libertadora, e não diante dos fariseus, altamente intelec-
tualizados e profundos conhecedores das revelações divinas, mas
321/
habitualmente atolados em conveniências e preconceitos e, por isso mesmo,
capazes de omitir a verdade e estabelecer a perturbação.

(Palavras de vida eterna. Ed. Comunhão Espírita Cristã. Cap. 171)

Paciência62

Afinal de contas, ter paciência não será sorrir para as maldades human-
as, nem coonestar suas atividades indignas, sobre a face do mundo.

Concordar alguém com todos os males da senda terrestre, a pretexto de


revelar essa virtude, seria um contrassenso absurdo.

Ter paciência, então, será resistir aos impulsos inferiores que nos cer-
quem na estrada evolutiva, conduzindo todo o bem que nos seja possível aos
seres e coisas que se achem diante de nós, como a representação desses mes-
mos impulsos.

Jesus foi o modelo da paciência suprema e resistiu à nossa


inferioridade, amando-nos. Não se nivelou com as nossas fraquezas, mas
valeu-se de todas as ocasiões para nos melhorar e conduzir ao bem. Sua
misericórdia tomou os nossos pecados e transformou cada um em profunda
lição para a reforma de nós mesmos. Não aplaudiu as nossas misérias, nem
sorriu para os nossos erros, mas compreendeu-nos as deficiências e
amparou-nos. Embora tudo isso, resistiu-nos sempre, dentro de seu amor,
até à cruz do martírio.

A paciência do Cristo é um livro aberto para todos os corações inclina-


dos ao bem e à verdade.

Somente pela sincera resistência ao mal, com a disposição fiel de


transformá-lo no bem, conseguireis possuir as vossas almas. Ao contrário
disso, ainda que vos sintais autônomos e fortes, vós mesmos é que sereis pos-
suídos por tendências indignas ou sentimentos inferiores.
322/
Portanto, justo é que busqueis saber, hoje mesmo, se já possuís os vos-
sos corações, ou se estais ocupados pelas forças estranhas ao vosso título de
filhos de Deus.

(Reformador, jan. 1942, p. 1)

Em nós

Paciência incessante em todas as dores e em todas as circunstâncias, a


fim de que venhamos a transpor com segurança as dificuldades que vigem
por fora, mas também cultivar paciência conosco, para construirmos a nobil-
itação que nos é necessária.

Com isso, não queremos dizer que devamos acalentar as nossas


fraquezas ou aplaudir as próprias faltas, mas sim que não nos cabe inter-
romper a edificação, no mundo íntimo, quando surjam falhas em nós, no ser-
viço do bem que nos toca fazer.

Frequentemente, fugimos envergonhados, desertando das tarefas de el-


evação, martelando confissões, qual se pregássemos esponjas de farpas no
coração, para que nos firamos a toda hora.

E repetimos, a cada instante:

– Verifiquei que não presto...

– Tentei melhorar-me e não pude...

– Não me peçam voltar ao serviço, que não sou santo...

– Larguei a oração porque tenho lama no pensamento...

– Sou um poço de vermes...

– Não quero perturbar os outros com os meus defeitos...

– Sou um monte de erros...


323/
– Há quem recorra ao rifão popular: “pau que nasce torto tem a sombra
torta”, esquecendo-se de que existem milhares de troncos, tortos na configur-
ação externa, guardando seiva robusta e sadia, na produção dos frutos com
que alimentam as criaturas.

Cair é acidente dos que caminham.

Refocilar-se no chão é próprio dos que se animalizam.

Aprendamos a emendar, corrigir, restaurar, refazer...

Nos derradeiros ensinamentos, Jesus não se esqueceu de induzir-nos à


calma, recomendando aos seguidores: “na paciência, possuireis as vossas
almas”.

Isso realmente significa que precisamos de paciência, não só para an-


gariar a simpatia e a colaboração das almas alheias, mas para educar também
as nossas.

(Reformador, out. 1963, p. 233)

62
Texto publicado em Segue-me!... Ed. O Clarim. Cap. “Filhos de Deus”, com
pequenas alterações.
Acautelai-vos para que vossos corações não estejam pesados
na ressaca, embriaguez e ansiedade da vida [física], e
aquele dia venha, repentino, sobre vós.
Lucas 21:34

E olhai por vós

Em geral, o homem se interessa por tudo quanto diga respeito ao bem-


estar imediato da existência física, descuidando-se da vida espiritual, a sobre-
carregar sentimentos de vícios e inquietações de toda sorte. Enquanto lhe so-
bra tempo para comprar aflições no vasto noticiário dos planos inferiores da
atividade terrena, nunca encontra oportunidade para escassos momentos de
meditação elevada. Fixa com interesse as ondas destruidoras de ódio e treva
que assolam nações, mas não vê, comumente, as sombras que o invadem.
Vasculha os males do vizinho e distrai-se dos que lhe são próprios.

Não cuida senão de alimentar convenientemente o veículo físico,


mergulhando-se no mar de fantasias ou encarcerando-se em laços terríveis de
dor, que ele próprio cria, ao longo do caminho.

Depois de plasmar escuros fantasmas e de nutrir os próprios verdugos,


clama, desesperado, por Jesus e seus mensageiros.

O Mestre, porém, não se descuida em tempo algum e, desde muito, re-


comendou vele cada um por si, na direção da espiritualidade superior.

Sabia o Senhor quanto é amargo o sofrimento de improviso e não nos


faltou com o roteiro, antecedendo-nos a solicitação, há muitos séculos.

Retire-se cada um dos excessos na satisfação egoística, fuja ao relaxa-


mento do dever, alije as inquietações mesquinhas — e estará preparado à
sublime transformação.
325/455
Em verdade, a Terra não viverá indefinidamente, sem contas; contudo,
cada aprendiz do Evangelho deve compreender que o instante da morte do
corpo físico é dia de juízo no mundo de cada homem.

(Vinha de luz. FEB Editora. Cap. 23)


E aquele [homem] vos mostrará uma grande sala [no ter-
raço], arrumada; preparai ali [a ceia].
Lucas 22:12

Fazei preparativos

Aquele cenáculo mobilado, a que se referiu Jesus, é perfeito símbolo do


aposento interno da alma.

Em face da natureza que oferece lições valiosas em todos os planos de


atividade, observemos que o homem aguarda cada dia, renovando sempre as
disposições do lar. Aqui, varrem-se detritos; acolá, ornamentam-se paredes.
Os móveis, quase sempre os mesmos, passam por processos de limpeza
diária.

O homem consciencioso reconhecerá que a maioria das ações, na exper-


iência física, encerra-se em preparação incessante para a vida com que será
defrontado, além da morte do corpo.

Se isso ocorre com a feição material da vida terrena, que não dizer do
esforço propriamente espiritual para o caminho eterno?

Certamente, numerosas criaturas atravessarão o dia à maneira do irra-


cional, em movimentos quase mecânicos. Erguem-se do leito, alimentam o
corpo perecível, absorvem a atenção com bagatelas e dormem de novo, cada
noite.

O aprendiz sincero, todavia, sabe que atingiu o cenáculo simbólico do


coração. Embora não possa mudar de ideias diariamente, qual acontece aos
móveis da residência, dá-lhes novo brilho a cada instante, sublimando os im-
pulsos, renovando concepções, elevando desejos e melhorando sempre as
qualidades estimáveis que já possui.
327/455
O homem simplesmente terrestre mantém-se na expectativa da morte
orgânica; o homem espiritual espera o Mestre divino, para consolidar a re-
denção própria.

Não abandoneis, portanto, o cenáculo da fé e, aí dentro, fazei preparat-


ivos em constante ascensão.

(Pão nosso. FEB Editora. Cap. 144)


[...] o maior entre vós seja como o mais novo, e o
que comanda como o que serve.
Lucas 22:26

Política

O Evangelho apresenta, igualmente, a mais elevada fórmula de vida


político-administrativa aos povos da Terra.

Quem afirma que semelhantes serviços não se compadecem com os


labores do Mestre não penetrou ainda toda a verdade de suas Lições divinas.

A magna questão é encontrar o elemento humano disposto à execução


do sublime princípio.

Os ideais democráticos do mundo não derivaram senão do próprio ensi-


namento do Salvador.

Poderá encontrar algum sociólogo do planeta, plataforma superior além


da gloriosa síntese que reclama do governante as legítimas qualidades do ser-
vidor fiel?

As revoluções, que custaram tanto sangue, não foram senão uma ânsia
de obtenção da fórmula sagrada na realidade política das nações.

Nem, por isso, entretanto, deixaram de ser movimentos criminosos e


desleais, como infiéis e perversos têm sido os falsos políticos na atuação do
governo comum.

O ensinamento de Jesus, nesse particular, ainda está acima da com-


preensão vulgar das criaturas.

Quase todos os homens se atiram à conquista dos postos de autoridade


e evidência, mas geralmente se encontram excessivamente interessados com
as suas próprias vantagens no imediatismo do mundo.
329/455
Ignoram que o Cristo aí conta com eles, não como quem governa tirân-
ica ou arbitrariamente, mas como quem serve com alegria, não como quem
administra a golpes de força, mas como quem obedece ao Esquema divino,
junto dos seres e coisas da vida.

Jesus é o supremo Governador da Terra e, ao mesmo tempo, o supremo


Servidor das criaturas humanas.

(Alma e luz. Ed. IDE. Cap. 12)


[...] Eu, porém, no meio de vós, sou como aquele que serve.
Lucas 22:27

O grande servidor63

Sim, o Cristo não passou entre os homens como quem impõe.

Nem como quem determina.

Nem como quem governa.

Nem como quem manda.

Caminhou na Terra à feição do servidor.

Legou-nos o Evangelho da vida, escrevendo-lhe a epopeia no coração


das criaturas.

Mestre, tomou o próprio coração para sua cátedra.

Enviado celestial, não se detém num trono terrestre e aproxima-se da


multidão para auxiliá-la.

Fundador da Boa-Nova, não se limita a tecer-lhe a coroa com palavras


estudadas, mas estende-a e consolida-lhe os valores com as próprias mãos.

A prática é o seu modo de convencer.

O próprio sacrifício é o seu método de transformar.

Aprendamos, com o divino Mestre, a ciência da renovação pelo bem. E


modificar a nós mesmos para a vitória do bem, elevando pessoas e melhor-
ando situações, é servir sempre como quem sabe que fazer é o melhor pro-
cesso de aconselhar.

(Reformador, dez. 1955, p. 266)


331/
Política divina

O discípulo sincero do Evangelho não necessita respirar o clima da


política administrativa do mundo para cumprir o ministério que lhe é
cometido.

O Governador da Terra, entre nós, para atender aos objetivos da polít-


ica do amor, representou, antes de tudo, os interesses de Deus junto do cor-
ação humano, sem necessidade de portarias e decretos, respeitáveis embora.

Administrou servindo, elevou os demais, humilhando a si mesmo.

Não vestiu o traje do sacerdote, nem a toga do magistrado.

Amou profundamente os semelhantes e, nessa tarefa sublime,


testemunhou a sua grandeza celestial.

Que seria das organizações cristãs se o apostolado que lhes diz respeito
estivesse subordinado a reis e ministros, câmaras e parlamentos transitórios?

Se desejas penetrar, efetivamente, o templo da verdade e da fé viva, da


paz e do amor, com Jesus, não olvides as plataformas do Evangelho redentor.

Ama a Deus sobre todas as coisas, com todo o teu coração e


entendimento.

Ama o próximo como a ti mesmo.

Cessa o egoísmo da animalidade primitiva.

Faze o bem aos que te fazem mal.

Abençoa os que te perseguem e caluniam.

Ora pela paz dos que te ferem.

Bendize os que te contrariam o coração inclinado ao passado inferior.

Reparte as alegrias de teu espírito e os dons de tua vida com os menos


afortunados e mais pobres do caminho.

Dissipa as trevas, fazendo brilhar a tua luz.


332/
Revela o amor que acalma as tempestades do ódio.

Mantém viva a chama da esperança, onde sopra o frio do desalento.

Levanta os caídos.

Sê a muleta benfeitora dos que se arrastam sob aleijões morais.

Combate a ignorância, acendendo lâmpadas de auxílio fraterno, sem


golpes de crítica e sem gritos de condenação.

Ama, compreende e perdoa sempre.

Dependerás, acaso, de decretos humanos para meter mãos à obra?

Lembra-te, meu amigo, de que os administradores do mundo são, na


maioria das vezes, veneráveis prepostos da Sabedoria imortal, amparando os
potenciais econômicos, passageiros e perecíveis do mundo; todavia, não te
esqueças das recomendações traçadas no Código da Vida eterna, na execução
das quais devemos edificar o reino divino, dentro de nós mesmos.

(Vinha de luz. FEB Editora. Cap. 59)

63
Texto publicado em Segue-me!... Ed. O Clarim. Cap. “O grande servidor”.
Eu, porém, roguei por ti para que não cesse a tua fé; e tu,
quando voltares, apoia os teus irmãos.
Lucas 22:32

Necessidade essencial

Justo destacar que Jesus, ciente de que Simão permanecia num mundo
em que imperam as vantagens de caráter material, não intercedesse, junto ao
Pai, a fim de que lhe não faltassem recursos físicos, tais como a satisfação do
corpo, a remuneração substanciosa ou a consideração social.

Declara o Mestre haver pedido ao supremo Senhor para que em Pedro


não se enfraqueça o dom da fé.

Salientou, assim, o Cristo, a necessidade essencial da criatura humana,


no que se refere à confiança em Deus, num círculo de lutas onde todos os be-
nefícios visíveis estão sujeitos à transformação e à morte.

Testemunhava que, de todas as realizações sublimes do homem atual, a


fé viva e ativa é das mais difíceis de serem consolidadas. Reconhecia que a se-
gurança espiritual dos companheiros terrestres não é obra de alguns dias,
porque pequeninos acontecimentos podem interrompê-la, feri-la, adiá-la. A
ingratidão de um amigo, um gesto impensado, a incompreensão de alguém,
uma insignificante dificuldade, podem prejudicar-lhe o desenvolvimento.

Em plena oficina humana, portanto, é imprescindível reconheças a


transitoriedade de todos os bens transferíveis que te cercam. Mobiliza-os
sempre, atendendo aos superiores desígnios da fraternidade que nos ensinam
a amar-nos uns aos outros com fidelidade e devotamento. Convence-te,
porém, de que a fé viva na vitória final do espírito eterno é o óleo divino que
nos sustenta a luz interior para a divina ascensão.

(Vinha de luz. FEB Editora. Cap. 45)


334/455
Conversão

Não é tão fácil a conversão do homem, quanto afirmam os portadores


de convicções apressadas.

Muitos dizem “eu creio”, mas poucos podem declarar “estou


transformado”.

As palavras do Mestre a Simão Pedro são muito simbólicas. Jesus


proferiu-as, na véspera do Calvário, na hora grave da última reunião com os
discípulos. Recomendava ao pescador de Cafarnaum confirmasse os irmãos
na fé, quando se convertesse.

Acresce notar que Pedro sempre foi o seu mais ativo companheiro de
apostolado. O Mestre preferia sempre a sua casa singela para exercer o divino
ministério do amor. Durante três anos sucessivos, Simão presenciou aconte-
cimentos assombrosos. Viu leprosos limpos, cegos que voltavam a ver, loucos
que recuperavam a razão; deslumbrara-se com a visão do Messias transfig-
urado no Tabor, assistira a saída de Lázaro da escuridão do sepulcro, e, no
entanto, ainda não estava convertido.

Seriam necessários os trabalhos imensos de Jerusalém, os sacrifícios


pessoais, as lutas enormes consigo mesmo, para que pudesse converter-se ao
Evangelho e dar testemunho do Cristo aos seus irmãos.

Não será por se maravilhar tua alma, ante as revelações espirituais, que
estarás convertido e transformado para Jesus. Simão Pedro presenciou essas
revelações com o próprio Messias e custou muito a obter esses títulos. Trabal-
hemos, portanto, por nos convertermos. Somente nessas condições, estare-
mos habilitados para o testemunho.

(Caminho, verdade e vida. FEB Editora. Cap. 15)


[...] não se faça a minha vontade, mas a tua.
Lucas 22:42

Rogar64

É comum a alteração de votos que formulamos, de planos que fazemos.

Vários propósitos que se nos erigiam na alma, por anseios aflitivos do


sentimento, caem, após realizados, nos domínios do trivial, dando lugar a
novos anseios.

Petições que endereçamos à Vida maior, em muitas ocasiões, quando


atendidas, já nos encontram modificados por súplicas diferentes. O que on-
tem era importante para nós costuma descer para as linhas da vulgaridade e
o que desprezávamos antigamente, não poucas vezes, passa à condição de
essencial.

Forçoso, desse modo, rogar com prudência as concessões da vida.

Poderes superiores velam por nossas necessidades, facultando-nos


aquilo que nos é efetivamente proveitoso.

Em circunstâncias diversas, acontecimentos que nos parecem males são


bens que não chegamos a entender, de pronto, e basta analisar as ocorrências
da vida para percebermos que muitas daquelas que se nos afiguram bens res-
ultam em males que nos dilapidam a consciência e golpeiam o coração.

Todos possuímos amigos admiráveis que se comovem à frente de


nossas rogativas, empenhando influência e recurso por satisfazer-nos,
prejudicando-se, frequentemente, em nome do amor, por nossa causa, de vez
que nem sempre estamos habilitados a receber o que desejamos, no que se
refere a conforto e vantagem.

Aprendamos, assim, a trabalhar, esperando pelos desígnios da Justiça


divina sobre os nossos impulsos.
336/455
Importante lembrar que o próprio Cristo, na fidelidade a Deus, foi con-
strangido também a dizer: “Pai, não se faça a minha vontade, mas a tua”.

(Reformador, jan. 1964, p. 8)

64
Texto publicado em Palavras de vida eterna. Ed. Comunhão Espírita
Cristã. Cap. 151.
Disse-lhes: por que dormis? Orai para que não entreis em
tentação.
Lucas 22:46

Por que dormis?

Nos ensinos fundamentais de Jesus, é imperioso evitar as situações aco-


modatícias, em detrimento das atividades do bem.

O Evangelho de Lucas, nesta passagem, conta que os discípulos


“dormiam de tristeza”, enquanto o Mestre orava fervorosamente no Horto.
Vê-se, pois, que o Senhor não justificou nem mesmo a inatividade oriunda do
choque ante as grandes dores.

O aprendiz figurará o mundo como o campo de trabalho do reino, onde


se esforçará, operoso e vigilante, compreendendo que o Cristo prossegue em
serviço redentor para o resgate total das criaturas.

Recordando a prece em Getsêmani, somos obrigados a lembrar que in-


úmeras comunidades de alicerces cristãos permanecem dormindo nas con-
vivências pessoais, nos mesquinhos interesses, nas vaidades efêmeras. Falam
do Cristo, referem-se à sua imperecível exemplificação, como se fossem
sonâmbulos, inconscientes do que dizem e do que fazem, para despertarem
tão só no instante da morte corporal, em soluços tardios.

Ouçamos a interrogação do Salvador e busquemos a edificação e o tra-


balho, a fim de que não existam lugares vagos para o que seja inútil e ruinoso
à consciência.

Quanto a ti, que ainda te encontras na carne, não durmas em espírito,


desatendendo aos interesses do Redentor. Levanta-te e esforça-te, porque é
no sono da alma que se encontram as mais perigosas tentações, em pesadelos
ou fantasias.
(Caminho, verdade e vida. FEB Editora. Cap. 87) 338/455
[...] e entregou Jesus à vontade deles.
Lucas 23:25

Pilatos

Pilatos hesitava. Seu coração era um pêndulo entre duas forças


poderosas...

De um lado, era a consciência transmitindo-lhe a vontade superior dos


Planos divinos, de outro, era a imposição da turba ameaçadora,
encaminhando-lhe a vontade inferior das esferas mais baixas do mundo.

O infortúnio do juiz romano foi entregar o Senhor aos desígnios da


multidão mesquinha.

Na qualidade de homem, Pôncio Pilatos era portador de defeitos nat-


urais que nos caracterizam a quase todos na experiência em que o nobre
patrício se encontrava, mas como juiz, naquele instante, seu imenso desejo
era de acertar.

Queria ser justo e ser bom no processo do Messias Nazareno, en-


tretanto, fraquejou pela vontade enfermiça, cedendo à zona contrária ao bem.

Examinando o fenômeno, todavia, não nos move outro desejo senão de


analisar nossa própria fragilidade.

Quantas vezes agimos até ontem, ao modo de Pilatos, nas estradas da


vida? Imaginemos o tribunal de Jerusalém transportado ao nosso foro
íntimo.

Jesus não se punha contra o nosso exame, mas, esperando pela nossa
decisão, aí permanece conosco a Sua ideia divina e salvadora.

Qual aconteceu ao juiz, nosso coração transforma-se em pêndulo, entre


as exortações da consciência eterna e as requisições dos desejos inferiores.
340/455
Quase que invariavelmente, entregamos o pensamento de Jesus às zo-
nas baixas, onde sofre a mesma crucificação do Mestre.

Vemos assim que Pilatos converteu-se em profundo símbolo para a


caminhada humana.

(Alma e luz. Ed. IDE. Cap. 11)


E, quando o conduziram, tomando a Simão, um cirineu, que
vinha do campo, puseram sobre ele a cruz, para levá-la
atrás de Jesus.
Lucas 23:26

Após Jesus

A multidão que rodeava o Mestre no dia supremo era enorme.

Achavam-se ali os gozadores impenitentes do mundo, os campeões da


usura, os ridicularizadores, os ignorantes, os espíritos fracos que recon-
heciam a superioridade do Cristo e temiam anunciar as próprias convicções,
os amigos vacilantes do Evangelho, as testemunhas acovardadas, os benefi-
ciados pelo divino Médico, que se ocultavam, medrosos, com receio de
sacrifícios...

Mas um estrangeiro, instado pelo povo, aceitou o madeiro, embora con-


strangidamente, e seguiu carregando-o após Jesus.

A lição, entretanto, seria legada aos séculos do futuro...

O mundo ainda é uma Jerusalém enorme, congregando criaturas dos


mais variados matizes, mas se te aproximas do Evangelho, com sinceridade e
fervor, colocam-te a cruz sobre o coração.

Daí em diante, serás compelido às maiores demonstrações de renúncia,


raros te observarão o cansaço e a angústia e, não obstante a tua condição de
servidor, com os mesmos problemas dos outros, exigir-te-ão espetáculos de
humildade e resistência, heroísmo e lealdade ao bem.

Sofre e trabalha de olhos voltados para a divina Luz.

Do Alto descerão para o teu espírito as torrentes invisíveis das fontes


celestes, e vencerás valorosamente.
342/455
Por enquanto, a cruz ainda é o sinal dos aprendizes fiéis.

Se não tens contigo as marcas do testemunho pela responsabilidade,


pelo trabalho, pelo sacrifício ou pelo aprimoramento íntimo, é possível que
ames profundamente o Mestre, mas é quase certo que ainda não te colocaste,
junto dele, na jornada redentora.

Abençoemos, pois, a nossa cruz e sigamo-lo, destemerosos, buscando a


vitória do amor e a ressurreição eterna.

(Fonte viva. FEB Editora. Cap. 140)


Porque se fazem essas [coisas] ao lenho viçoso, o que aconte-
cerá ao seco?
Lucas 23:31

Madeiros secos

Jesus é a videira eterna, cheia de seiva divina, espalhando ramos fartos,


perfumes consoladores e frutos substanciosos entre os homens, e o mundo
não lhe ofereceu senão a cruz da flagelação e da morte infamante.

Desde milênios remotos é o Salvador, o puro por excelência.

Que não devemos esperar, por nossa vez, criaturas endividadas que
somos, representando galhos ainda secos na árvore da vida?

Em cada experiência, necessitamos de processos novos no serviço de re-


paração e corrigenda.

Somos madeiros sem vida própria, que as paixões humanas inutiliz-


aram, em sua fúria destruidora.

Os homens do campo metem a vara punitiva nos pessegueiros, quando


suas frondes raquíticas não produzem. O efeito é benéfico e compensador.

O martírio do Cristo ultrapassou os limites de nossa imaginação. Como


tronco sublime da vida, sofreu por desejar transmitir-nos sua seiva
fecundante.

Como lenhos ressequidos, ao calor do mal, sofremos por necessidade,


em favor de nós mesmos.

O mundo organizou a tragédia da cruz para o Mestre, por espírito de


maldade e ingratidão; mas, nós outros, se temos cruzes na senda redentora,
não é porque Deus seja rigoroso na execução de suas leis, mas por ser
344/455
amoroso Pai de nossas almas, cheio de sabedoria e compaixão nos processos
educativos.

(Caminho, verdade e vida. FEB Editora. Cap. 82)


[Jesus, porém, dizia: Pai, perdoa-lhes, pois não sabem o que
fazem]. [...]
Lucas 23:34

Tolerância divina

Ouvem-se as opiniões mais disparatadas no que concerne ao perdão e à


tolerância de Deus.

Aprendizes levianos, a todo instante, referem-se ao problema, com mais


infantilidade que espírito de observação e obediência.

São raros os que se compenetram da magnitude do assunto.

O perdão divino jamais será entendido no quadro da preguiça, do


egoísmo pessoal ou da inconstância da criatura.

As palavras do Mestre, na cruz, oferecem um roteiro de pensamentos


profundos, nesse sentido: “Perdoa-lhes, meu Pai, porque não sabem o que
fazem”, representa uma sentença básica da responsabilidade que o assunto
envolve em si mesmo.

Num momento, qual o do Calvário, em que a dor se lhe impunha ao


Espírito divino, Jesus roga o perdão de Deus para as criaturas, mas não es-
quece de assinalar o porquê de Sua solicitação.

Seu motivo profundo era o da ignorância em que os homens se


mergulhavam.

O Mestre compreendia que não se deve invocar a tolerância de Deus


sem razão justa, como nunca se abusa de um Pai abnegado e carinhoso.

Tornava-se preciso explicar que o drama do Gólgota era forma de anim-


alidade de quantos o rodeavam.
346/
E a expressão do Cristo foi guardada no Evangelho, a fim de que todos
os aprendizes venham a compreender que tolerância e perdão de Deus não
são forças que se reclamem a esmo.

(Alma e luz. Ed. IDE. Cap. 19)

Se soubéssemos

Se o homicida conhecesse, de antemão, o tributo de dor que a vida lhe


cobrará, no reajuste do seu destino, preferiria não ter braços para desferir
qualquer golpe.

Se o caluniador pudesse eliminar a crosta de sombra que lhe en-


louquece a visão, observando o sofrimento que o espera no acerto de contas
com a verdade, paralisaria as cordas vocais ou imobilizaria a pena, a fim de
não se confiar à acusação descabida.

Se o desertor do bem conseguisse enxergar as perigosas ciladas com que


as trevas lhe furtarão o contentamento de viver, deter-se-ia feliz, sob as
algemas santificantes dos mais pesados deveres.

Se o ingrato percebesse o fel de amargura que lhe invadirá, mais tarde,


o coração, não perpetraria o delito da indiferença.

Se o egoísta contemplasse a solidão infernal que o aguarda, nunca se


apartaria da prática infatigável da fraternidade e da cooperação.

Se o glutão enxergasse os desequilíbrios para os quais encaminha o


próprio corpo, apressando a marcha para a morte, renderia culto invariável à
frugalidade e à harmonia.

Se soubéssemos quão terrível é o resultado de nosso desrespeito às Leis


divinas, jamais nos afastaríamos do caminho reto.

Perdoa, pois, a quem te fere e calunia...


347/
Em verdade, quantos se rendem às sugestões perturbadoras do mal,
não sabem o que fazem.

(Fonte viva. FEB Editora. Cap. 38)

Perdão – remédio santo65

Toda vez que a moléstia te ameaça, recorres necessariamente aos remé-


dios que te liberem da apreensão.

Agentes calmantes para a dor...

Sedativos para a ansiedade...

Em suma, à face de qualquer embaraço físico, procuras reabilitar as


funções do órgão lesado.

Lembra-te de semelhante impositivo e recorda que há pensamentos en-


fermiços de queixa e mágoa, de prevenção e antipatia, a te solicitarem ad-
equada medicação para que se restaure o equilíbrio.

E se nas doenças vulgares reclamas despreocupação, em favor da cura,


é natural que nos achaques do espírito necessites de esquecimento para que
se te refaçam as forças.

O perdão é, pois, remédio santo para a euforia da mente na luta


cotidiana.

Tanto quanto não deves conservar detritos e infecções no vaso orgânico,


não mantenhas aversão e rancor na própria alma.

Perdoa a quantos te aborreçam, perdoa a quantos te firam.

Perdoa agora, hoje e amanhã, incondicionalmente.

Recorda que todas as criaturas trazem consigo as imperfeições e


fraquezas que lhes são peculiares, tanto quanto, ainda desajustados, trazemos
também as nossas.
348/
É por isso que Jesus, o Emissário divino, crucificado pela perseguição
gratuita, rogou a Deus, ante os próprios algozes: “Pai, perdoa-lhes porque
não sabem o que fazem...”.

E, deixando os ofensores nas inibições próprias a cada um, sustentou


em si a luz do amor que dissolve toda sombra, induzindo-nos à conquista da
luz eterna.

(Reformador, set. 1959, p. 194)

No escândalo da cruz66

Finda a crucificação, espraiou o Mestre o olhar pela turba inconsciente.


As opiniões contraditórias do povo alcançavam-lhe os ouvidos. Os compan-
heiros estavam distantes. Ocultavam-se os beneficiários de seu amor. Era
constrangido, agora, a permanecer entre o insulto dos acusadores e o es-
cárnio da multidão.

Angustiado, identificava a maioria dos semblantes.

Ali, comprimiam-se pessoas da cidade que lhe conheciam a missão


divina; mais além, acotovelavam-se romanos aos quais socorrera, generoso,
ou romeiros de regiões diversas, que lhe deviam favores e benefícios. Quase
todos haviam comparecido à festividade de sua entrada triunfal em
Jerusalém, comentando-lhe o feito, na ressurreição de Lázaro, ou
recordando-lhe, entusiasticamente, a virtude, a cooperação, o ânimo e o
serviço.

Não haviam decorrido muitas horas e as mesmas bocas


ridicularizavam-no, sem piedade.

– Por que não reagira, em recebendo a ordem de prisão?

– Não seria razoável a fuga dos discípulos, diante de sua tolerância em


frente aos sequazes dos sacerdotes?
349/
– Não salvara a tantos? Por que não remediara a si mesmo?

– Ensinara a resistência ao crime e às tentações... Por que se entregava,


assim, como desordeiro vulgar?

– Não seria vergonha atender a missionário como aquele, incapaz de


qualquer reação? Entretanto, um dia, indignara-se, no templo, perante os
mercadores infiéis...

– Que razões o moviam a não recorrer à justiça do mundo?

– Contrariamente a toda expectativa, aceitara a prisão sem resistência!

– Deixou-se conduzir como criança, pela pior companhia, submeteu-se


aos açoites e bofetadas...

– Deixou-se vestir de uma túnica escandalosa, ele, que era simples e


sóbrio por excelência, nem reclamou contra os espinhos com que lhe
coroaram a fronte...

– Aceitou a cruz como se a merecesse e, por fim, ó ridículo supremo!


Não se revoltou quando o exibiram no madeiro, seminu, sob apupos e
gargalhadas...

Jesus ouvia as opiniões que se entrechocavam, guardando silêncio.

Onde estaria o Evangelho, se reagisse? Para onde enviaria os seguidores


de sua palavra se lhes abrisse no coração a sede de vingança? Que seria do
reino de Deus, se pretendesse um reino dominador na Terra? Onde colocaria
a Justiça do Pai, se também duelasse com a justiça dos homens? Onde
situava o auxílio divino, de que era portador, se não desculpasse a ignorân-
cia? Como demonstraria o amor de que se fizera pregoeiro, lançando chamas
de cólera, exigindo reivindicações e castigando os escarnecedores, já de si
mesmos tão infelizes? Deveria acusar publicamente os organizadores do
escândalo, dando-lhes pasto aos sentimentos perversos ou deveria tratá-los
com o silêncio, para que tivessem de enxergar a si próprios?

O Mestre espraiou o olhar pela multidão desvairada, lembrou-se dos


amigos distantes e fixou os adversários presentes, meditou nas profundas
350/
perturbações da hora em curso, considerou as necessidades espirituais de
cada homem, compreendeu o imperativo da Vontade de Deus e, já que era in-
dispensável dizer alguma coisa, movendo os lábios na direção do futuro de
sua doutrina, levantou os olhos da Terra para os Céus e murmurou
compassivo: “Perdoai-lhes, meu Pai, porque não sabem o que fazem...”.

(Reformador, mar. 1945, p. 62)

65
Texto publicado em Palavras de vida eterna. Ed. Comunhão Espírita Cristã.
Cap. 61.
66
Texto publicado em Coletânea do além. Ed. LAKE. Cap. “No escândalo da
cruz”, com pequenas alterações.
Disse-lhe: amém, te digo que hoje estarás comigo no paraíso.
Lucas 23:43

No paraíso

À primeira vista, parece que Jesus se inclinou para o chamado bom lad-
rão, por meio da simpatia particular.

Mas não é assim.

O Mestre, nessa lição do Calvário, renovou a definição de paraíso.

Noutra passagem, Ele mesmo asseverou que o reino divino não surge
com aparências exteriores. Inicia-se, desenvolve-se e consolida-se, em
resplendores eternos, no imo do coração.

Naquela hora de sacrifício culminante, o bom ladrão rendeu-se incondi-


cionalmente a Jesus Cristo. O leitor do Evangelho não se informa com re-
speito aos porfiados trabalhos e às responsabilidades novas que lhe pesariam
nos ombros, de modo a cimentar a união com o Salvador; todavia, convence-
se de que daquele momento em diante o ex-malfeitor penetrará o Céu.

O símbolo é formoso e profundo e dá ideia da infinita extensão da


divina Misericórdia.

Podemos apresentar-nos com volumosa bagagem de débitos do passado


escuro, ante a verdade, mas desde o instante em que nos rendemos aos
desígnios do Senhor, aceitando sinceramente o dever da própria regeneração,
avançamos para região espiritual diferente, onde todo jugo é suave e todo
fardo é leve. Chegado a essa altura, o espírito endividado não permanecerá
em falsa atitude beatífica, reconhecendo, acima de tudo, que, com Jesus, o
sofrimento é retificação e as cruzes são claridades imortais.

Eis o motivo pelo qual o bom ladrão, naquela mesma hora, ingressou
nas excelsitudes do paraíso.
(Pão nosso. FEB Editora. Cap. 81) 352/455
Estavam de pé, ao longe, vendo estas [coisas], todos dos con-
hecidos dele bem como as mulheres que o haviam seguido
desde a Galileia.
Lucas 23:49

Nos grandes momentos67

A solidão de Jesus no Calvário é uma lição viva aos discípulos do Evan-


gelho, em todos os tempos.

Quase sempre os aprendizes procuram impor ao próximo o seu modo


de sentir. Às vezes, quando menos avisados, raiam pela imprudência, ansio-
sos da renovação imediata de amigos, conhecidos, familiares. Suas atividades
se convertem num conjunto de inquietações indevidas. Andam esquecidos de
que cada um será compelido ao testemunho nos grandes momentos. E,
quando chegado o ensejo, devem contar, acima de tudo, com Deus e consigo
próprios.

Jesus, no apostolado da luz e do bem, junto ao espírito popular, form-


ara compacta legião de amigos. Todos os beneficiários de sua obra o seguiam
em admiração constante. Volteavam-lhe em torno dos passos não só os ad-
miradores, os aprendizes, os curiosos, mas também os doentes da véspera,
reintegrados no tesouro da saúde, à força da sua dedicação divina. No grande
momento, porém, quando as sombras do martírio lhe amortalhavam o cor-
ação, todos os participantes de suas caminhadas se recolheram à distância da
cruz, contemplando-o de longe. Não se ouviu a voz de nenhum beneficiado,
ao pé do Calvário. Ninguém lhe recordou, no extremo instante, as obras gen-
erosas, perante os algozes que o apupavam. E o ensinamento ficou para que
cada aprendiz, no decurso do tempo, não esqueça a necessidade do próprio
valor.
354/455
(Reformador, out. 1942, p. 235)

67
Texto publicado em Alma e luz. Ed. IDE. Cap. 17, com pequenas alterações.
Trilha de luz. Ed. IDE. Cap. 19, com pequenas alterações.
Mas, diante deles, essas palavras pareceram como que tolice,
e não acreditaram nelas.
Lucas 24:11

A luz segue sempre

A perplexidade surgida no dia da Ressurreição do Senhor ainda é a


mesma nos tempos que passam, sempre que a natureza divina e invisível ao
olhar comum dos homens manifesta suas gloriosas mensagens.

As mulheres devotadas, que se foram em romaria de amor ao túmulo do


Mestre, sempre encontraram sucessores. Todavia, são muito raros os Pedros
que se dispõem a levantar para a averiguação da verdade.

Em todos os tempos, os transmissores de notícias de Além-túmulo per-


egrinaram na Terra, quanto hoje.

As escolas religiosas deturpadas, porém, somente em raras ocasiões


aceitaram o valioso concurso que se lhes oferecia.

Nas épocas passadas, todos os instrumentos da revelação espiritual,


com raras exceções, foram categorizados como bruxos, queimados na praça
pública, e, ainda hoje, são tidos por dementes, visionários e feiticeiros. É que
a maioria dos companheiros de jornada humana vivem agarrados aos inferi-
ores interesses de alguns momentos e as palavras da verdade imortalista
sempre lhes pareceram consumado desvario. Entregues ao efêmero, não
creem na expansão da vida, dentro do infinito e da eternidade, mas a luz da
Ressurreição prossegue sempre, inspirando seus missionários ainda
incompreendidos.

(Vinha de luz. FEB Editora. Cap. 9)


Os seus olhos, porém, estavam impedidos de reconhecê-lo.
Lucas 24:16

O amigo oculto

Os discípulos, a caminho de Emaús, comentavam, amargurados, os


acontecimentos terríveis do Calvário.

Permaneciam sob a tormenta da angústia. A dúvida penetrava-lhes a


alma, levando-os ao abatimento, à negação.

Um homem desconhecido, porém, alcançou-os na estrada. Oferecia o


aspecto de mísero peregrino. Sem identificar-se, esclareceu as verdades da
Escritura, exaltou a cruz e o sofrimento.

Ambos os companheiros, que se haviam emaranhado no cipoal de con-


tradições ingratas, experimentaram agradável bem-estar, ouvindo a argu-
mentação confortadora.

Somente ao termo da viagem, sentindo-se fortalecidos no tépido ambi-


ente da hospedaria, perceberam que o desconhecido era o Mestre.

Ainda existem aprendizes na “estrada simbólica de Emaús”, todos os di-


as. Atingem o Evangelho e espantam-se em face dos sacrifícios necessários à
eterna iluminação espiritual. Não entendem o ambiente divino da cruz e pro-
curam “paisagens mentais” distantes... Entretanto, chega sempre um descon-
hecido que caminha ao lado dos que vacilam e fogem. Tem a forma de um vi-
andante incompreendido, de um companheiro inesperado, de um velho gen-
eroso, de uma criança tímida. Sua voz é diferente das outras, seus esclareci-
mentos mais firmes, seus apelos mais doces.

Quem partilha, por um momento, do banquete da cruz, jamais poderá


olvidá-la. Muitas vezes, partirá mundo afora, demorando-se nos trilhos
escuros; no entanto, minuto virá em que Jesus, de maneira imprevista, busca
357/455
esses viajores transviados e não os desampara enquanto não os contempla,
seguros e livres, na hospedaria da confiança.

(Caminho, verdade e vida. FEB Editora. Cap. 95)


Eles explicaram as [coisas ocorridas] no caminho, e
haviam reconhecido pelo partir do pão.
Lucas 24:35

Ao partir do pão

Muito importante o episódio em que o Mestre é reconhecido pelos dis-


cípulos que se dirigiam para Emaús, em desesperação.

Jesus seguira-os, qual amigo oculto, fixando-lhes a verdade no coração


com as fórmulas verbais, carinhosas e doces.

Grande parte do caminho foi atravessada em companhia daquele


homem, amoroso e sábio, que ambos interpretaram por generoso e simpático
desconhecido, e, somente ao partir do pão, reconhecem o Mestre muito
amado.

Os dois aprendizes não conseguiram a identificação nem pelas palavras,


nem pelo gesto afetuoso; contudo, tão logo surgiu o pão materializado, dissi-
param todas as dúvidas e creram.

Não será o mesmo que vem ocorrendo no mundo há milênios?

Compactas multidões de candidatos à fé se afastam do serviço divino


por não atingirem, depois de certa expectação, as vantagens que aguardavam
no imediatismo da luta humana. Sem garantia financeira, sem caprichos sat-
isfeitos, não comungam na crença renovadora, respeitável e fiel.

É necessário combater semelhante miopia da alma.

Louvado seja o Senhor por todas as lições e testemunhos que nos con-
fere, mas continuarás muito longe da verdade se o procuras apenas na divisão
dos bens fragmentários e perecíveis.

(Pão nosso. FEB Editora. Cap. 129)


E ele lhes disse: por que estais perturbados, e por que
tais pensamentos ao vosso coração?
Lucas 24:38

Fé e paz

Para a inquirição do Senhor aos discípulos a quem demonstrava a


sobrevivência, não encontraríamos realmente uma resposta aceitável, porque
o abatimento e a perturbação quase sempre resultam da inconstância na fé.

O objetivo que atingiremos na senda evolutiva inclui, hoje ou amanhã, o


domínio de nós mesmos, guardando-nos o coração tranquilo e imperturbável.

E, enquanto experimentamos o suor das tarefas que nos honram o


“hoje”, é preciso aceitar de frente todas as circunstâncias, para que não
desmereçamos o ideal superior que nos alimenta os sonhos.

Fenômenos infelizes ou sucessos amargos não nos devem toldar o clima


de esperança.

Resguardados na fé que nos emoldura os passos, estejamos desassom-


brados e valorosos perante todas as ocorrências que nos envolvem as horas.

Perturbar-se é render-se à névoa da invigilância.

Apavorar-se é cair sob o domínio das sombras.

Mantenhamos o coração sereno, firme e forte, em qualquer emergência


escura, pois os minutos próximos são incógnitas constantes para o nosso ra-
ciocínio humilde e fragmentário.

Não nos deixemos abater ante as lutas da marcha.

Se trazemos conosco a fé, a paz ser-nos-á o escudo amigo e


invulnerável.
360/455
Assim, que as aflições jamais nos amedrontem, porquanto, muitas
vezes, qual sucedeu um dia aos amigos do Mestre, a surpresa que surge, a
trazer-nos espanto, é somente a visita da mensagem do Céu em talentos de
amor e tesouros de luz.

(Reformador, fev. 1958, p. 43)


Então o entendimento deles foi aberto e compreenderam
Escrituras.
Lucas 24:45

Entendimento espiritual68

(Harmonização. Ed. GEEM. Cap. “Entendimento espiritual”)

68
N.E.: Vide nota 12.
Vós [sois] testemunhas destas
Lucas 24:48

Aproveitemos

Jesus sempre aproveitou o mínimo para produzir o máximo.

Com três anos de apostolado, acendeu luzes para milênios.

Congregando pequena assembleia de doze companheiros, renovou o


mundo.

Com uma pregação na montanha, inspirou milhões de almas para a


vida eterna.

Converte a esmola de uma viúva em lição imperecível de solidariedade.

Corrigindo alguns espíritos perturbados, transforma o sistema judi-


ciário da Terra, erigindo o “amai-vos uns aos outros” para a felicidade
humana.

De cinco pães e dois peixes, retira o alimento para milhares de


famintos.

Da ação de um Zaqueu bem-intencionado, traça programa edificante


para os mordomos da fortuna material.

Da atitude de um fariseu orgulhoso, extrai a verdade que confunde os


crentes menos sinceros.

Curando alguns doentes, institui a medicina espiritual para todos os


centros da Terra.

Faz dum grão de mostarda maravilhoso símbolo do reino de Deus.

De uma dracma perdida, forma ensinamento inesquecível sobre o amor


espiritual.
363/455
De uma cruz grosseira, grava a maior lição de Divindade na História.

De tudo isso somos testemunhas em nossa condição de beneficiários.


Em razão de nosso conhecimento, convém ouvirmos a própria consciência.
Que fazemos das bagatelas de nosso caminho? Estaremos aproveitando
nossas oportunidades para fazer algo de bom?

(Caminho, verdade e vida. FEB Editora. Cap. 161)


Tabelas de correspondências de
versículos

Estas tabelas contêm a relação de todos os comentários, deste volume,


cuja vinculação poderia ser feita a mais de um versículo. Isso ocorre, princip-
almente, nas chamadas passagens paralelas dos evangelhos de Mateus, Mar-
cos e Lucas.

Essa informação é particularmente útil quando o leitor não localizar um


comentário sobre um versículo, como, por exemplo, MC 4:21: “Dizia-lhes:
Acaso vem a candeia para que seja posta sob o módio ou sob o leito, não para
que seja posta sobre o candeeiro?”. Embora não haja comentário sobre esse
versículo, existe sobre MT 5:15: “nem se acende uma candeia colocando-a de-
baixo do módio, mas sobre o candeeiro, assim ilumina todos que estão na
casa.” cujo conteúdo é o mesmo. O comentário A candeia pode referir-se
tanto a um quanto ao outro, e, para evitar repetições de textos, foi vinculado
somente a MT 5:15.

Os comentários cujas vinculações não apresentam dúvidas, por se en-


quadrarem em um ou mais dos casos a seguir, não constam dessa tabela: 1) o
versículo foi destacado na fonte primária; 2) o versículo foi destacado em
fonte secundária; 3) o texto do comentário remete a um versículo que ocorre
somente uma vez no Novo Testamento.

Para esse terceiro volume, incluímos também uma relação dos


comentários que, de acordo com a explicação acima, foram inseridos no
primeiro e segundo volumes da coleção, e referem-se a versículos que são
paralelos em Marcos.
365/
Relação de versículos cujos comentários constam

do primeiro e segundo volume da coleção.

Para Ver

LC 5:31 Mateus 9:12 – Acidentados da alma

Mateus 9:12 – Em plena marcha

Marcos 2:17 – Doença e remédio

LC 5:32 Mateus 9:12 – Nos quadros da luta

Mateus 9:12 – Perante os caídos

LC 6:21 Mateus 5:4 – Aflições

Mateus 5:4 – Aflições excedentes

Mateus 5:4 – Aflitos

Mateus 5:4 – Aflitos bem... Aventurados

Mateus 5:4 – Apressados

Mateus 5:4 – Desespero

Mateus 5:4 – Examina a própria aflição

Mateus 5:4 – Não te aflijas

Mateus 5:4 – Nem todos os aflitos

Mateus 5:4 – No estudo da aflição

Mateus 5:4 – Os que não esperaram

Mateus 5:4 – Ouvindo o sermão do


monte

LC 6:27 Mateus 5:44 – Amigos e inimigos

Mateus 5:44 – Ante nossos adversários


366/
Para Ver
367/
Mateus 5:44 – Ante os adversários

Mateus 5:44 – Companheiros difíceis

Mateus 5:44 – Desafetos

Mateus 5:44 – Inimigos que não deve-


mos acalentar

Mateus 5:44 – Necessitados difíceis

Mateus 5:44 – Ofensas e ofensores

Mateus 5:44 – Orai pelos que vos


perseguem

Mateus 5:44 – Orai pelos que vos


perseguem

Mateus 5:44 – Professores gratuitos

Mateus 5:44 – Traços do inimigo

Mateus 5:39 – Pergunta 345 do livro O


LC 6:29 consolador

LC 6:35 Mateus 5:44 – Amigos e inimigos

Mateus 5:44 – Ante nossos adversários

Mateus 5:44 – Ante os adversários

Mateus 5:44 – Companheiros difíceis

Mateus 5:44 – Desafetos

Mateus 5:44 – Inimigos que não deve-


mos acalentar

Mateus 5:44 – Necessitados difíceis

Mateus 5:44 – Ofensas e ofensores

Mateus 5:44 – Orai pelos que vos


perseguem

Para Ver
368/
Mateus 5:44 – Orai pelos que vos
perseguem

Mateus 5:44 – Professores gratuitos

Mateus 5:44 – Traços do inimigo

LC 6:41 Mateus 7:3 – O olhar de Jesus

LC 6:37 - por
aproximação Mateus 7:1 – Autojulgamento

Mateus 7:1 - Na obra cristã

LC 8:5 Mateus 13:3 – Ante o campo da vida

Mateus 13:3 – O semeador saiu

Mateus 13:3 – Palavra ao semeador

Mateus 13:3 – Semeia, semeia...

LC 8:16 Mateus 5:15 – A candeia

Mateus 5:15 – A candeia simbólica

Mateus 5:15 – Exposição espírita

Mateus 5:15 – No combate à ignorância

LC 8:18 Mateus 13:12 – A quem mais tem

Marcos 4:25 – Marcos 4:25 – Menos e


mais

Marcos 4:25 – Marcos 4:25 – Quanto


Mais

LC 9:5 Mateus 10:14 – O pó das sandálias

Mateus 10:14 – Poeira

LC 9:23 Mateus 16:24 – Apelos e solicitações

Mateus 16:24 – Em marcha

Para Ver
369/
Mateus 16:24 – Evangelização

Marcos 8:34 – Sigam-me os passos


LC 9:24 (prefácio)

Marcos 9:2 – Pergunta 310 do livro O


LC 9:28-29 consolador

LC 10:10 Mateus 10:14 – O pó das sandálias

Mateus 10:14 – Poeira

Marcos 1:15 – O reino de Deus está


LC 10:11 próximo

Mateus 22:37 – Na execução da divina


LC 10:27 lei

Mateus 22:39 – O próximo

Mateus 22:39 – Tempo da regra áurea

Marcos 12:31 – Diante do próximo

Marcos 12:31 – Pergunta 351 do livro O


consolador

LC 11:9 Mateus 7:7 – A chave

Mateus 7:7 – Batei e abrir-se-vos-á

Mateus 7:7 – Campeonatos

Mateus 7:7 – Esmola e oração

Mateus 7:7 – Examina o teu desejo

Mateus 7:7 – Imperfeitos, mas úteis

Mateus 7:7 – Na ação de pedir

Mateus 7:7 – Orar

Mateus 7:7 – Pedi e obtereis

Mateus 7:7 – Vibrações


370/
Para Ver

LC 11:2 - por
aproximação Mateus 6:10 – Assistência espiritual

Mateus 6:10 – Felicidade real

Mateus 6:10 – Na lição de Jesus

Mateus 6:10 – Seja feita a divina vontade

Mateus 6:12 – Como perdoar

Mateus 6:12 – Justiça e amor

Mateus 6:12 – Perdão e vida

Mateus 10:35 – Pergunta 305 do livro O


LC 12:53 consolador

LC 12:58 Mateus 5:25 – De imediato

Mateus 5:25 – Pergunta 337 do livro O


consolador

Mateus 5:25 – Reconcilia-te

LC 16:13 Mateus 6:24 – Atendamos

Mateus 6:24 – Diante da posse

LC 17:1 Mateus 18:7 – No domínio das provas

Mateus 18:7 – Pergunta 307 do livro O


consolador

LC 17:3 Mateus 18:15 – No exame do perdão

LC 17:6 Mateus 17:20 – A semente de mostarda

LC 17:6 - por
aproximação Marcos 11:23 – Alcancemos a luz

Marcos 10:14 – A criança e o futuro/Por


LC 18:16 amor à criança

LC 18:25 Mateus 19:23 – Ante o reino dos Céus


371/
Para Ver

LC 19:26 Mateus 13:12 – A quem mais tem

LC 20:25 Mateus 22:21 – A César o que é de César

Mateus 22:21 – Diante de Deus e de


César

Mateus 22:21 – Jesus e César

Mateus 22:21 – Oração do dinheiro

Marcos 12:17 – Os minutos de Deus

Marcos 1:15 – O reino de Deus está


LC 21:31 próximo

Marcos 14:71 – Pergunta 320 do livro O


LC 22:54ss consolador

Marcos 15:21 – Pergunta 316 do livro O


LC 23:26 consolador

Tabela de correspondência de versículos

do volume 3 da coleção

Título do Vinculação Vinculação


Capítulo adotada alternativa

Amor aos LC 6:27 MT 5:44


inimigos

Jesus e perdão LC 6:27 MT 5:44

Mortos LC 9:60 MT 18:22

Heroísmo oculto LC 9:23 MT 16:24; MC 8:34

Realidade e nós LC 9:23 MT 16:24; MC 8:34


372/
Obter e pagar LC 11:9 MT 7:7

A porta estreita LC 13:24 MT 7:13

Em auxílio à LC 18:16 MT 19:14 ;MC 10:14


criança

Mutilações LC 18:20 MT 19:18; MC 10:19


congênitas

Não furtar LC 18:20 MT 19:18; MC 10:19


Relação de comentários por ordem
alfabética

2ª meditação sobre a prece – Na oração – ver Na oração*


A boa parte – LC 10:42
A grande fazenda – LC 15:12
A Grande Pergunta – LC 6:46
A luz segue sempre – LC
24:11 A marcha – LC 13:33
A porta estreita – LC 13:24
A senda estreita – LC 13:24
A torre – LC 14:28
Acharemos sempre – LC 11:10
Acima – LC 9:62
Administração – LC 16:2
Ajudemos sempre – LC 10:29
Alfaias – LC 17:31
Alguma coisa – LC 5:31
Alvorada do reino (Prefácio) – LC 17:21
Ambientes – LC 6:38
Amor aos inimigos – LC 6:27
Ante a Parábola do Rico – LC 16:19
Ante o sol eterno – LC 12:49
Ao partir do pão – LC 24:35
373/
Após Jesus – LC 23:26
Aproveitemos – LC 24:48
Assim Será – LC 12:21
Atitudes essenciais – LC 14:27
Auto entrevista – LC 17:20
Auxiliar e servir – LC 10:27
Avareza – LC 12:15
Bem-aventuranças – LC 6:22
Beneficência e justiça – LC 6:31
Bens externos – LC 12:15
Boas maneiras – LC 14:10
Caindo em si – LC 15:17
Caminhar adiante – LC 13:33
Caridade e Jesus – LC 10:33
Caso Grave – LC 12:20
Céu – LC 17:21
Chamamento divino – LC 14:21
Civilização e reino de Deus – LC 17:20
Coisas mínimas – LC 12:26
Comer e beber – LC 13:26
Como lês? – LC 10:26
Compaixão e socorro – LC 6:35
Compaixão sempre – LC 6:37
Confessar o Mestre – LC 12:8
Conta particular – LC 19:42
Contempla mais longe – LC 6:38
Conversão – LC 22:32
Convite ao bem – LC 14:10
374/
Cultiva a paz – LC 10:6
Curas – LC 10:9
Dai e dar-se-vos-á – LC 6:38
Dai e ser-vos-á dado – LC 6:38
Dar – LC 6:30
Dar – LC 6:38
Desculpismo – LC 14:18
Discípulos – LC 14:27
Doação e nós – LC 6:38
Doutrinações – LC 10:20
E olhai por vós – LC
21:34
Edificação do reino – LC 17:21
Eles, antes – LC 14:12
Elogios – LC 11:28
Em auxílio à criança – LC
18:16 Em louvor da alegria –
LC 6:21 Em meio de lobos –
LC 10:3 Em nós – LC 21:19
Em nossos caminhos – LC 10:37
Emprego de riquezas – LC 12:15
Encontro de paz – Prefácio – LC 17:21
Enquanto – LC 17:20
Entendimento espiritual – LC 24:45
Ergamo-nos – LC 15:18
Esmola – LC 11:41
Espinheiros – LC 6:44
Esta noite!... – ver Supercultura e calamidades morais*
Estudando a riqueza – LC 16:19
375/
Evangelho e caridade – LC 10:30
Executar bem – LC 3:13
Exemplificar – LC 7:22
Falsas alegações – LC 8:28
Fariseus – LC 12:1
Faze isso e viverás – LC 10:28
Fazei preparativos – LC 22:12
Fé e paz – LC 24:38
Fidelidade – LC 17:5
Filho e censor – LC 15:29
Filhos de Deus – ver Paciência*
Filhos pródigos – LC 15:17
Firmeza de Fé – LC 8:13
Fundo de serviço – ver Recursos*
Granjeai amigos – LC 16:9
Guardemos o ensino – LC 9:44
Heroísmo oculto – LC 9:23
Inimigos – LC 6:35
Interrogação do Mestre – LC 9:25
Jesus e perdão – LC 6:27
Lázaro e o rico – LC 16:25
Livros – LC 4:16
Lucros – LC 12:20
Lugares de expiação – LC 17:21
Luz em nossas mãos – LC
17:20 Madeiros secos – LC
23:31 Magnetismo pessoal –
LC 6:19 Mais alto – LC 6:32
376/
Mar alto – LC 5:4
Máximo e mínimo – LC 6:45
Meditando o Natal – LC 2:29
Mensagem do Natal – LC 2:14
Mensagem espírita – ver Opiniões*
Misericórdia – LC 6:36
Misericórdia sempre – LC 10:29
Monte acima – LC 9:23
Monturo – LC 14:35
Mortos – LC 9:60
Mudança – LC 9:53
Mutilações congênitas – LC 18:20
Na hora da assistência – LC 14:13
Na oração – LC 11:1
Na Propaganda – LC 17:23
Não basta ver – LC 18:43
Não desfalecer – ver Nunca desfalecer*
Não furtar – LC 18:20
Não matarás – LC 18:20
Não se envergonhar – LC 9:26
Natal – LC 2:14
Necessidade essencial – LC 22:32
Negócios – LC 2:49
Nem Todos – LC 9:28
Ninguém é inútil – LC 14:11
No escândalo da cruz – LC
23:34 No júbilo de servir – LC
17:10 No Natal – LC 2:29
377/
No paraíso – LC 23:43
No portal da luz – LC 17:21
No roteiro da fé – LC 9:23
Nós e o mundo – LC 6:38
Nos grandes momentos – LC 23:49
Nunca desfalecer – LC 18:1
Nuvens – LC 9:35
O amigo oculto – LC 24:16
O anúncio divino – LC 2:11
O arado – LC 9:62
O cego de Jericó – LC 18:41
O filho egoísta – LC 15:29
O grande servidor – LC 22:27
O homem bom – LC 10:37
O necessário – LC 10:42
O povo e o Evangelho – LC 19:48
O próximo e nós – LC 10:29
O Senhor dá sempre – LC 11:13
O Tesouro maior – LC 12:34
O toque – LC 8:45
O trabalhador divino – LC 3:17
Obter e pagar – LC 11:9
Oferta de Natal – LC 2:8
Onde estivermos – LC 16:12
Opiniões – LC 6:26
Ordem e Luz – LC 2:5
Os Vivos do Além – LC
9:30 Ouçam-nos – LC
16:29
378/
Paciência – LC 21:19
Paciência em estudo – LC 21:19
Página do Natal – LC 2:32
Pai e amigo – LC 15:20
Palavra falada – LC 8:17
Pão de cada dia – LC 11:3
Para e pensa – LC 12:48
Para testemunhar – LC 21:13
Paz em casa – LC 10:5
Perdão – remédio santo – LC 23:34
Pergunta 66 do livro O consolador – LC 14:33
Pilatos – LC 23:25
Pior para eles – LC 4:21
Política – LC 22:26
Política divina – LC 22:27
Por que dormis? – LC 22:46
Porta estreita – LC 13:24
Posses terrestres – LC 12:20
Prece do Natal – LC 2:14
Prece do Natal – LC 2:14
Pró ou Contra – LC 11:23
Profetas e Apóstolos – LC 11:49
Que pedes? – LC 12:20
Realidade e nós – LC 9:23
Receita de luz – LC 10:37
Receita de vida eterna – LC 10:37
Recursos – LC 12:15
Reino de Deus – LC 17:21
379/
Reino divino – LC 17:21
Responsabilidade – LC 12:48
Respostas do alto – LC 11:11
Rogar – LC 22:42
Salários – LC 3:14
Samaritanos e nós – LC
10:37 Saudando o Natal –
LC 2:9 Se soubéssemos – LC
23:34 Seara espírita – LC
6:44
Sede firmes – LC 21:9
Sejamos simples – LC 18:16
Semimortos – LC 10:30
Substitutos – LC 1:79
Sugestões da parábola – LC 10:37
Supercultura e Calamidades Morais – LC 12:20
Tabernáculos eternos – LC 16:9
Tempo de Confiança – LC
8:25 Tolerância divina – LC
23:34 Três imperativos – LC
11:9 Tua fé – LC 8:48
Um livro diferente – LC 8:30
Um só Senhor – LC 16:13
Vê como vives – LC 19:13
Vê, pois – LC 11:35
Vinda do reino – LC 17:20
Vós, que dizeis? – LC 9:20
Índice geral

A
ABORRECIMENTO
silêncio diante do próprio (LC 10:5)
ABRAÃO
resposta de * ao rico da parábola (LC 16:29)
AÇÃO
campo da * regeneradora (LC 15:18)
ACEITAÇÃO
desígnios e (LC 23:43)
sofrimento e (LC 6:22)
ADMINISTRADOR
distribuição de serviço e (LC 1:79)
inconfessáveis compromissos e (LC 9:60)
negócios de orientação e (LC 19:13)
ADMIRAÇÃO
expressão da * e da reverência do mundo (LC 2:8 a 11)
ADUBO
proteção da plantação com * desagradável (LC 11:13)
AFLIÇÃO
amparo aos que padecem (LC 14:12)
pensamentos desordenados e (LC 12:48)
socorro de Deus nas horas de (LC 17:21)
AFORTUNADO
provações e (LC 6:36)
AGRESSIVIDADE
assalto da * invisível (LC 18:20)
AGRUPAMENTO RELIGIOSO
desconfiança e (LC 11:10)
ÁGUA
requisito para purificação da (LC 14:11)
AGUILHÃO
espera pelo * da necessidade (LC 14:10)
381/
AJUDA
atenção às oportunidades de (LC 12:15)
facilidade de * aos companheiros (LC
6:32)
AJUSTE
momento do (LC 16:9)
ALEGRIA
criação e (LC 6:38)
distribuição de * e bom ânimo (LC 11:41)
festa de lágrimas da * e natal (LC 2:29)
interesse imediatista satisfeito e (LC 15:17)
privilegiados da (LC 16:19)
ALÉM-TÚMULO
assistência de companheiros de (LC 5:4)
notícias de (LC 24:11)
possibilidade do intercâmbio com (LC 9:28)
ALFABETO
cooperação na busca do (LC 6:45)
ALFAIA
separação da * de adorno dos vasos (LC 17:31)
transitoriedade da * do lar (LC 17:31)
ALLAN KARDEC
comentário de (LC 12:20)
palavra dos instrutores de (LC 17:20)
ALMA
acesso às portas da (LC 2:14)
acomodação nas portas largas e (LC 13:24)
anseio pelo sacrifício e (LC 13:24)
condição para posse da (LC 21:19)
corpo físico e (LC 13:24)
crença e exigências da (LC 17:21)
desejo de nova vida no mundo e (LC 13:24)
despertamento da * para as realidades eternas (LC
9:44) dificuldade que enriquece a mente e (LC 13:24)
eliminação da aversão e do rancor na (LC 23:34)
exaltação pelo obstáculo que ensina e (LC 13:24)
felicidade e (LC 13:24)
fuga à dificuldade e (LC
13:24) lágrimas e (LC 2:14)
menosprezo pelo compromisso assumido e (LC 13:24)
miopia da (LC 24:35)
necessidade do combate a miopia da (LC 24:45)
382/
necessidade do sofrimento purificador e (LC 13:24)
negações da * vazia (LC 8:48)
perigosas tentações no sono da (LC
22:46) porta estreita e (LC 13:24)
potenciais para a angelitude na (LC
18:16) programa individual da (LC 3:13)
programa individual de trabalho da (LC 3:13)
próximo e exame da posição da (LC 10:29)
queda de propósitos erigidos na (LC 22:42)
reclamos da (LC 8:48)
recuo no instante do serviço justo e (LC 13:24)
retorno às portas largas e (LC 13:24)
rogativa pela porta estreita e (LC
13:24) semimortos da (LC 10:30)
símbolo do aposento interno da (LC
22:12) socorro às necessidades da (LC
12:20) sono da (LC 22:46)
tarefa de retificação ou recondução da (LC
14:10) temor do sacrifício e (LC 13:24)
vitórias e valores da (LC 12:20)
ALUCINAÇÃO
precipitação nos despenhadeiros de (LC 10:37)
AMBICIOSO
reclamação do (LC 12:20)
AMBIENTE
disponibilidade e (LC 6:38)
resposta e (LC 6:38)
AMIGO
benfeitor e (LC 16:2)
oferta do apoio fraterno ao (LC 9:23)
significado da palavra * segundo Jesus (LC 16:9)
AMIGO DO OUTRO MUNDO
identificação do (LC 9:30)
AMOR
aprendendo no * ao próximo (LC
10:29) busca da vitória do (LC 23:26)
caridade e (LC 11:41)
conceito de (LC 6:35)
coração armado de (LC 2:14)
dracma perdida e * espiritual (LC
383/
24:48) exercício de * ao cônjuge (LC
9:23)
exercício do ministério do * na casa de Pedro (LC 22:32)
irradiação de (LC 11:41)
Jesus e (LC 6:32)
pobreza e (LC 2:14)
resplandecência do * no coração (LC 6:35)
revelação do * que acalma as tempestades (LC
22:27) solicitação e (LC 11:9)
AMOR ESPIRITUAL
dracma perdida e ensinamento sobre (LC 24:48)
ANGÚSTIA
acomodamento sobre as pedras da (LC 10:37)
processos obsessivos e (LC 6:37)
ANIMALIDADE
libertação da * primitivista (LC 11:9)
ANSIEDADE
inimiga do trabalho frutuoso e (LC 3:13)
APOIO
cooperação em * aos semelhantes (LC 9:62)
facilidade no * aos que nos aplaudem (LC
6:32)
APOSTOLADO
acendimento das luzes com três anos de (LC 24:48)
APRECIAÇÃO UNILATERAL
prejuízo da (LC 10:42)
APREÇO
respeito e (LC 6:38)
APRENDIZ
bênçãos divinas e (LC 6:38)
Evangelho e (LC 6:46)
fé e (LC 6:46)
preguiça, vaidade e (LC 6:46)
remédio recomendado ao (LC 10:20)
solidariedade humana e (LC 6:38)
APRENDIZ SINCERO
cenáculo simbólico do coração e (LC 22:12)
APRENDIZADO
esquecimento de * em proveito próprio (LC 10:20)
ARADO
aproveitamento do terreno e (LC 9:62) 384/
características do (LC 9:62)
385/
construção do berço das sementeiras e (LC 9:62)
discípulo sincero e * da responsabilidade (LC
9:62) fruto do (LC 9:62)
promessa de serviço e (LC
9:62) reino de Deus e (LC
9:62) serviço e (LC 9:62)
ARBITRÁRIO
solicitação do (LC 12:20)
ARMA DE FOGO
relâmpagos estranhos e (LC 2:32)
ARREPENDIMENTO
caprichos e (LC 13:24)
compra de * e lágrimas (LC
10:27) demora para o (LC 13:24)
despenhamento nos precipícios de tardio (LC 13:24)
trabalho e (LC 15:17)
ARTE
consagração da hegemonia dos mais fortes e (LC 10:30)
ARTISTA
queda nos desvãos do relaxamento e (LC 15:17)
ÁRVORE DA VIDA
galhos secos da (LC 23:31)
ASCENDENTE ESPIRITUAL
agrupamento religioso e (LC 4:21)
ASCENSÃO
panorama dos cimos e (LC 15:18)
prejuízo do serviço divino da (LC
17:31)
ASCENSÃO ESPIRITUAL
melindres, convenções e (LC 17:31)
ATENAS
inteligência e acrópole de (LC 10:30)
ATITUDE
importância da * na preservação da paz (LC
16:12) revisão da própria (LC 6:38)
ATIVIDADE DIGNA
condução do irmão à (LC 5:31)
AUDIÇÃO
lubrificação das engrenagens da (LC 8:17-18)
óleo do amor puro e (LC 8:17)
386/
AUTOENTREVISTA
débitos, créditos e (LC 17:20)
dificuldades, provações e (LC 17:20)
esquecimento das ofensas alheias e (LC 17:20)
personalidade, tendências íntimas e (LC 17:20)
prática do bem e (LC 17:20)
renovação constante e (LC 17:20)
utilização do tempo e (LC 17:20)
AUTORIDADE
compaixão e (LC 6:38)
crítica em torno da (LC 8:17 e 18)
Deus e doação da (LC 6:38)
experiências, provas e * humana (LC
14:33) justiça, misericórdia e (LC 6:38)
AUXÍLIO
acendimento das lâmpadas de * fraterno (LC
22:27) extensão dos braços na obra do (LC 6:37)
homem bom e (LC 10:37)
AVARENTO
mesquinhas preocupações e (LC 12:34)
AVAREZA
acúmulo de dinheiro e (LC
12:15) ataque pelo vírus da (LC
12:15) conceito de (LC 12:15)
consequência da (LC 12:15)
Jesus e (LC 12:15)
loucura e (LC 12:21)
sofrimento e (LC 12:15)
AVARO
característica do * infeliz (LC 12:15)
AZEDUME
oferta e (LC 6:38)

B
BAGAGEM
exame da * e valores da alma (LC 12:20)
BÁLSAMO
semeadura e (LC 8:17)
BARRABÁS
Jesus e (LC 6:27)
BATISTA, JOÃO
advertência de (LC 3:13)
387/
lembrança dos conselhos de (LC 3:13)
referência de * a Jesus (LC 3:17)
resposta de * aos soldados (LC 3:14)
BEM
ação dos vanguardeiros do (LC 10:30)
ação no * no caminho para frente (LC
13:33) aceitação dos impositivos do (LC
14:27) aproveitamento do * transitório (LC
16:9) busca do * legítimo (LC 11:9)
caráter firme, defensor do (LC 21:9)
centralização no esforço de ajuda no (LC
18:1)
condição convencional para o exercício do (LC
2:5) consciência tranquila e prática do (LC 17:21)
conversão do * na lição ou na alegria (LC 8:17 e
18) convite ao (LC 14:10)
corações inclinados ao * e à verdade (LC 21:19)
cristão sem atividade no (LC 10:39)
doação do * aos outros (LC
6:38) doação e (LC 6:38)
encontro com o (LC 14:10)
estímulo à construção do * na Terra (LC 14:18)
fonte divina e (LC 14:10)
herança dos valores do (LC 12:21)
incapacidade de colaboração nos serviços
do (LC 14:18)
Jesus e materialização do (LC 10:30)
Magdala e adversário do (LC 2:29)
necessidade da busca diária do (LC
11:10) necessidade do (LC 14:10)
neutralidade entre o * e o mal (LC 11:23)
origem do (LC 14:10)
paciência e (LC 21:19)
poder, fama e valorização do (LC
12:21) prática do (LC 14:10)
presença do (LC 14:10)
provas do mal e (LC
14:10) semeadura e (LC
16:19)
talentos e consagração ao (LC
12:48) transformação do mal no (LC 388/
21:19)
valor divino e eterno do (LC 11:10)
389/
BEM-AVENTURANÇAS
aflitos e (LC 6:22)
Jesus e oferta das (LC 6:22)
pobres de espírito e (LC
6:22)
reflexões sobre o problema das (LC
6:22) resistências às (LC 6:22)
sofrimento e (LC 6:22)
BEM DIVINO
trabalho de administração e (LC 14:33)
usufruto e (LC 14:33)
BÊNÇÃO
necessidade de * aos que criam problemas (LC 6:32)
BENEFICÊNCIA
dever puro e simples e (LC 6:31)
exame da * e justiça da vida (LC 6:31)
BENFEITOR ETERNO VER JESUS
BENS
aquisição de * terrenos (LC
13:33) aquisição dos * eternos
(LC 13:33)
BENS MATERIAIS
administração dos (LC 16:2)
altruísmo e (LC 12:21)
caridade e (LC 11:41)
lei de causa e efeito e (LC
12:21) loucura e (LC 12:21)
procedência dos (LC 11:41)
BOA-NOVA
extensão e consolidação dos valores da (LC 22:27)
BOA VONTADE PARA COM OS HOMENS
significado da expressão (LC 2:14)
BOAS MANEIRAS
convocação ao exame de algo novo e (LC 14:10)
recomendação e (LC 14:10)
BOM LADRÃO
ingresso no céu e (LC 23:43)
rendição incondicional do * a Jesus (LC 23:43)
trabalho e responsabilidades novas do (LC 23:43)
BOM SAMARITANO
caminho para o encontro com Deus e (LC 10:29) 390/
irmão caído e (LC 10:29)
391/
Jesus e Parábola do (LC 10:30)
Lucas, evangelista, e Parábola do (LC 10:30)
BOMBARDEIO
resplendor sinistro no (LC 2:32)
BONDADE
condições para difusão da (LC
11:41) Deus e * infinita (LC 11:13)
difusão da (LC 11:41)
BONDADE DE DEUS
agradecimento à (LC 10:27)
BONDADE VIGILANTE
expressão da compaixão e do socorro na (LC 6:35)
BRAÇO AMIGO
extensão do * na direção do próximo (LC 12:20)
BRUXO
instrumentos da revelação espiritual e (LC 24:11)

C
CAIFÁS
Mestre e (LC 6:26)
CALMA
indução à * e Jesus (LC 21:19)
CALUNIADOR
paralisia das cordas vocais e (LC 23:34)
CAMINHO EVOLUTIVO
compreensão do (LC 18:41)
CAPACIDADE AFETIVA
demonstração da (LC 6:35)
CAPRICHO
preferência pela estrada agradável do (LC 13:24)
CÁRCERE
dissolução de * mental (LC
14:18) fortuna amoedada e (LC
16:19)
CARIDADE
abnegação e (LC 11:41)
amor e (LC 11:41)
arquivos antes de Jesus e (LC
10:33) Céu e * vulgar (LC 6:38)
compreensão e (LC 11:41)
conceito de (LC 10:33), (LC 10:37) 392/
culto incessante à * pura (LC 11:23)
393/
documentários de Roma e (LC
10:33) estima pela prática da (LC
5:31) Francisco de Assis, São, e (LC
10:30) gênio cristão na Terra e (LC
10:30)
história do Samaritano generoso e (LC
10:33) irradiação da Luz divina e (LC 10:33)
Jesus e (LC 10:30), (LC 10:33), (LC 10:37)
necessidade de (LC 6:31)
necessidade de amparo e (LC 10:37)
páginas da Grécia antiga e (LC
10:33) papiros do Egito e (LC 10:33)
prática da (LC 5:31)
redução da (LC 11:41)
Rockefeller e (LC 10:30)
rótulo da * e extração de vantagens (LC 11:35)
semeadura da luz da verdadeira (LC 16:19)
sublimidade da (LC 11:41)
tipos de (LC 11:41)
Vicente de Paulo, S., e (LC
10:30) vida íntima e (LC 11:41)
CARNE VER CORPO FÍSICO
CARTAS DO CRISTO
Cego de Jericó, O, e (LC 18:41)
Jesus e (LC 18:41)
Lucas, apóstolo, e (LC 18:41)
CASAL DE NAZARÉ
cumprimento da ordem e (LC 2:5)
CASTIGO
sistemas de * depois da morte (LC 17:21)
CATÓLICO ROMANO
desvirtuação do apostolado e (LC 19:13)
sacerdotes e (LC 19:13)
CEGO DE JERICÓ
Jesus e a súplica do (LC 18:41)
representação da atitude do (LC 18:43)
CEGUEIRA
justificação da própria (LC 16:29)
CEGUEIRA ESPIRITUAL
pretensa claridade, sombra de (LC 11:35)
394/
CELESTE INSTRUTOR VER JESUS
CELESTE ORIENTADOR VER JESUS
CÉU
apelos do (LC 16:2)
caridade vulgar às portas do (LC
6:38) conceito de (LC 17:21)
entendimento do conceito de (LC 17:21)
localização do (LC 17:21)
manifestação da palavra do (LC 9:35)
socorro do (LC 11:13)
valorização das concessões do (LC 3:14)
CHINA
preocupação das muralhas da (LC 10:30)
CHINESES
segunda morte e (LC 17:21)
CHORO
ouvidos cerrados ao * e súplica dos doentes (LC 12:20)
CIÊNCIA
Deus e doação da (LC 6:38)
ensino da * da frase correta e expressiva (LC 5:31)
garantia da higiene e (LC 17:20)
humanidade e (LC 6:38)
oferta da própria existência em louvor da (LC 9:23)
CIENTISTA
lembranças do * de prol (LC 12:48)
perdulário da inteligência e (LC 15:17)
CIRCO
extinção da matança no (LC
2:14) morte dos cristãos no (LC
21:9)
CIÚME
labareda do * e da discórdia (LC 2:32)
CIVILIZAÇÃO
fé e (LC 2:14)
indícios da * completa (LC
17:20) moral e * completa (LC
17:20) povos esclarecidos e (LC
17:20) primeira fase da (LC
17:20)
reino de Deus e (LC 17:20)
CLARIDADE ESPIRITUAL
impossibilidade de retenção de (LC 4:16) 395/
396/
CLARIDADE IMORTAL
cruzes e (LC 23:43)
CLARINADA
aceitação da * sem vacilação (LC 14:10)
CLIMA ESPIRITUAL
vida, constrangimento e (LC 6:38)
CÓDIGO DA VIDA
recomendações traçadas no * eterna (LC 22:27)
COISA MÍNIMA
zelo pela (LC 12:26)
CÓLERA
curtos-circuitos da (LC 2:32)
perseverança na (LC 6:38)
COLHEITA
produção da bênção da (LC 17:10)
COMERCIANTE
negócios de suprimento e de fraternidade e (LC 19:13)
COMPAIXÃO
conversão da * em anestesia da consciência (LC
6:35) extensão incessante da * e do socorro (LC
6:35) lembranças do Egito glorioso e (LC 10:30)
papel da (LC 6:35)
receita de luz e (LC 10:37)
COMPANHEIRO
abandono dos e (LC
5:4) Além-túmulo e
(LC 5:4) desculpas ao
(LC 6:38)
insistência de * em favor das realidades da vida (LC 14:10)
meditação sobre (LC 5:4)
COMPREENSÃO
acúmulo de reservas da boa (LC 11:41)
aplausos aos testemunhos de (LC 9:23)
caminho evolutivo e (LC 18:41)
cultivo da * e da bondade (LC 10:39)
mensagens inarticuladas de * e simpatia (LC
17:21) necessidade de * aos que nos desajudam
(LC 6:32)
COMPROMISSO
assunção do * acima da capacidade (LC 12:48)
CONCÓRDIA
destruição da * e da segurança (LC 18:20) 397/
398/
CONDUTA
aflições debitadas pela própria (LC 18:20)
CONFIANÇA
fé e (LC 8:25)
necessidade de manutenção da (LC 8:25)
revelação da * na hora adequada (LC
8:25) roubo da (LC 18:20)
CONFISSÃO
farpas no coração e (LC
21:19) profissão de fé e (LC
12:8)
revelação da luz e poder de Jesus e (LC 12:8)
CONFISSÃO PÚBLICA
vida do homem e (LC 9:26)
CONFLITO
entendimento e (LC 17:21)
CONFORTO
enlouquecimento e (LC 2:14)
hipertrofia e (LC 16:19)
oferta de frases de * e bom ânimo (LC 14:13)
CONHECIMENTO
limitações no (LC 6:38)
paz íntima e (LC 19:42)
peso da responsabilidade do (LC 4:21)
CONHECIMENTO INTELECTUAL
afirmações provisórias da evolução e (LC 12:20)
CONHECIMENTO SUPERIOR
aquisição de * para o roteiro de amanhã (LC 12:21)
dosagem do (LC 9:28)
CÔNJUGE
exercício de tolerância e amor ao (LC 9:23)
CONQUISTA
caminhada no terreno da * interior (LC 13:33)
CONSCIÊNCIA
aprovação da (LC 6:26)
caridade para com o próximo e (LC
18:20) cotidiano e (LC 6:38)
Cristianismo e (LC 10:29)
esclarecimento da voz de Deus e (LC 6:26)
exoneração da * do resgate preciso (LC
14:18) fé raciocinada e paz de (LC 17:21)
importância das opiniões levianas e (LC 6:26)
399/
males dilapidadores da (LC 22:42)
martírio da (LC 8:28)
nuvens na * inquieta (LC 12:20)
oráculo e receio da própria (LC 17:21)
porta-voz do roteiro exato (LC 11:23)
prática do bem e * tranquila (LC
17:21) respeito recíproco e (LC 18:20)
santuário divino da (LC 6:26)
CONSELHO
rogativa de * em assunto determinado (LC 6:44)
CONTRARIEDADE
aviso benéfico e * amarga (LC 11:11)
COOPERAÇÃO
auxílio ao familiar com nossa (LC
10:39) auxílio e (LC 6:38)
COOPERADOR
necessidade de * fiel (LC 10:3)
CORAÇÃO
abnegação, humildade e claridade no (LC 17:20)
alfinetadas do mundo e ferimento no (LC
10:27) apontamentos no livro do (LC 9:44)
cátedra e * de Jesus (LC
22:27) humilde de (LC 24:35)
luz da reta consciência e (LC 12:21)
misericórdia e iluminação do (LC 6:36)
revelação de Jesus no (LC 13:26)
talentos preciosos do (LC 16:2)
transformação do * em pêndulo (LC 23:25)
CORAGEM
aplausos às demonstrações de (LC 9:23)
benção e (LC 11:9)
CORPO
templo sagrado e (LC 16:2)
CORPO FÍSICO
alma e (LC 13:24)
bênção concedida pelos pais e (LC
12:20) dor e (LC 21:34)
enfermidade do (LC 13:24)
fealdade e (LC 11:11)
morte do *, juízo no mundo de cada homem (LC 21:34)
400/
morte e (LC 13:24), (LC 21:34)
serviço no (LC 13:24)
vaso de purificação e (LC
17:20) vaso purificador e (LC
17:20)
CORRETIVO ESPIRITUAL
interesse pelo (LC 10:9)
CORRIGENDA
sinceridade diante da necessidade de (LC 14:18)
CRENÇA
abismos insondáveis além-túmulo e * grega (LC 17:21)
exigências da alma e (LC 17:21)
CRENÇA RELIGIOSA
perturbação e mudança da (LC 17:23)
CRENTE
capricho ferido do (LC 12:34)
mentalidade infantil do (LC 12:34)
pedido de exemplo de amor ao (LC
9:26) profissão de fé do (LC 9:26)
promessa do Mestre e (LC 11:10)
renúncia e desinteresse do (LC 12:34)
CRESCIMENTO ESPIRITUAL
oportunidade de (LC 18:1)
CRIANÇA
amparo à * e homem renovado (LC 18:16)
assistência à * e Espiritismo (LC 18:16)
colunas vivas do reino de Jesus e (LC 18:16)
traços da virgindade sentimental e (LC
18:16)
CRIATURA
Sabedoria divina e (LC 13:33)
CRIATURA CONSCIENTE
conjunto de deveres da (LC 14:27)
CRIMINOSO
passagem do * à condição de doente (LC 2:14)
CRISTÃO
divulgação de falsos sentimentos e (LC
16:13) dolorosas situações do (LC 16:13)
perplexidade nas estradas do mundo e (LC
16:13) teorias contraditórias e (LC 17:5)
CRISTIANISMO 401/
aprendizes do (LC 9:44)
402/
compreensão, bondade e (LC 10:29)
consciência e (LC 10:29)
Espiritismo e * Redivivo (LC 6:44)
Jesus e (LC 2:29)
perseguição ao (LC 19:48)
perseguição aos postulados do (LC 19:48)
prece e (LC 11:1)
preocupação na preservação do (LC 9:26)
significado do termo (LC 6:45)
CRISTO
amigo do (LC 21:13)
chamados ao (LC 21:13)
direitos inalienáveis do (LC 16:13)
encontro espiritual com (LC 18:41)
martírio do (LC 23:31)
palavras do * e morte (LC
6:46) pegadas do (LC 18:43)
sacrifício do (LC 6:44)
serviço e (LC 6:32)
CRISTO VER JESUS
CRUZ
abandono da * à porta dos vizinhos (LC 14:27)
banquete da (LC 24:16)
bênção da nossa (LC 23:26)
condução da * dos nossos testemunhos (LC 14:27)
desconhecimento do ambiente divino da (LC 24:16)
Jesus e * infamante (LC 6:27)
lição de Divindade na História e * grosseira (LC 24:48)
necessidade de abraço a * das provas (LC 14:27)
organização da tragédia da * para Jesus (LC 23:31)
palavras de Jesus na (LC 23:34)
processos educativos da (LC 23:31)
reclamação contra a * e o martírio (LC 10:3)
sinal dos aprendizes fiéis e (LC 23:26)
tragédia da (LC 23:31)
CULTURA
consagração da hegemonia dos mais fortes e (LC 10:30)
CURA
corpo físico, alma e (LC 10:9)
Jesus e (LC 10:9)
403/
libertação pela (LC 10:9)
mente e (LC 10:9)
permissão superior e (LC 10:9)
socorro para a * da enfermidade ligeira (LC 6:44)
CURA MENTAL
comportamento nos estabelecimentos de (LC 8:30)

D
DEFICIÊNCIA
busca e reconhecimento da (LC 6:35)
Jesus e compreensão de nossa (LC
21:19)
DELINQUÊNCIA
fogo passional e (LC 10:37)
irmãos caídos em (LC 6:37)
pensamento voltado aos irmãos caídos em (LC 6:37)
DEMÔNIO
Allan Kardec e (LC 8:30)
Legião e (LC 8:30)
DENTE POR DENTE
justiça do (LC 2:14)
DEPRESSÃO
conversão da * em veneno (LC 6:21)
horizontabilidade na * da culpa (LC
10:37)
DESABRIGO
auxílio a extinção da nódoa do (LC 6:45)
DESÂNIMO
precipitação no * arrasador (LC 6:21)
DESCULPISMO
porta de escape às próprias obrigações e (LC 14:18)
DESEJO
realização e (LC 11:9)
DESENCARNADO
vulgarização da assistência sistemática e (LC 8:30)
DESEQUILÍBRIO
marginalização e (LC 10:37)
recuperação e (LC 17:21)
DESERTO
perigoso ócio da alma e (LC 6:38)
DESERTOR DO BEM 404/
visão das perigosas ciladas e (LC 23:34)
405/
DESESPERAÇÃO
apego à própria (LC 10:6)
serenidade e (LC 17:21)
DESILUSÃO
encontro da * esperada (LC 11:10)
espinho da * e restauração da saúde da alma (LC 11:13)
precipitação de corações em abismos de (LC 12:15)
DESOBSESSÃO
conceito de (LC 8:30)
Jesus e (LC 8:30)
trabalho de * nos arredores de Gádara (LC 8:30)
DESPEITADO
solicitação do (LC 12:20)
DESPRENDIMENTO
auxílio aos semelhantes e (LC 17:20)
DESTAQUE
conquista de posições de * transitório (LC 13:33)
DESTINO
criação do * amargo (LC 18:20)
livre-arbítrio e * amargo (LC
18:20)
DEUS
atenção às coisas mínimas que * reservou (LC
12:26) ausência da legítima glorificação a (LC
18:43)
Bom Samaritano e encontro com (LC
10:29) ciências psicológicas sem (LC 17:5)
compreensão da Vontade de (LC 21:19)
dispensador no patrimônio real da vida e (LC
14:33) doação e (LC 6:38)
empréstimo de recursos aos homens e (LC 11:41)
frutos da perfeição no espírito dos filhos e (LC 11:3)
homem e obra de (LC 19:13)
Jesus e caminho para (LC
2:29) Jesus e negócios de (LC
2:49)
Jesus e representação dos interesses de (LC
22:27) Jesus, emissário de (LC 2:9)
sabedoria, amor e (LC 11:13)
socorro de * nas horas de aflição (LC 17:21)
surdez e imobilidade de * perante as súplicas (LC 11:13)
talento e (LC 6:38) 406/
tolerância e perdão de (LC 23:34)
trabalho realizado na obra de (LC
407/
16:2) voz sábia e amorosa de (LC
9:35)
DEVER
caráter pedagógico do (LC 13:24)
compreensão do (LC 19:42)
conciliação do * com a leviandade (LC
6:26) cumprimento do (LC 3:14)
fuga ao relaxamento do (LC
21:34) regeneração e (LC 23:43)
DIFICULDADE
desejo de distância da (LC
11:1) época e (LC 5:4)
fixação excessiva à * de ontem (LC
17:21) significado das (LC 14:35)
valor das (LC 14:35)
DINHEIRO
conversão do * em trabalho renovador (LC
12:15) convocados ao emprego do (LC 12:15)
reprovação dos que transitam na Terra e (LC 12:15)
DIRIGENTE
obrigações fundamentais e (LC 1:79)
DISCERNIMENTO
auxílio ao próximo no * e pensamento (LC
12:20) compreensão e (LC 6:38)
Deus e doação do (LC 6:38)
DISCIPLINA
relaxamento da * religiosa (LC 17:5)
DISCÍPULO
encontro de Jesus com o * sincero (LC 24:45)
entendimento e equilíbrio vitorioso do (LC 17:31)
envio do * ao conflito áspero (LC 10:3)
sofrimento do (LC 21:13)
tarefa primordial do (LC 16:13)
DISCÍPULO RESOLUTO
ampliação da compreensão do tesouro maior e (LC
12:34) exemplo da renúncia e do desinteresse e (LC
12:34) revelação da vontade de Deus e (LC 12:34)
trabalhador que chega para o trabalho e (LC 12:34)
DISCÍPULO SINCERO
responsabilidade e (LC 9:62)
408/
DIVINO AMIGO VER JESUS
DIVINO CULTIVADOR VER JESUS
DIVINO MESTRE VER JESUS
DIVINO MODELO VER JESUS
DOAÇÃO
desfrute do privilégio da (LC 10:37)
DOENÇA
recurso de salvação e (LC 11:11)
DOENTE
compaixão e (LC 10:39)
exigência das dádiva de Jesus e (LC
18:43) possibilidade de auxílio ao (LC
5:31)
DOM ESPIRITUAL
semeadura de novo e sublimado (LC
10:3) reconhecimento e (LC 12:15)
DOR
antenas de (LC 2:14)
caminhada para Deus sob o ultimado da (LC
14:10) lamentação, desespero e visita da (LC
6:22) motivos para cultivo da (LC 10:26)
transformação da * em degrau de ascensão (LC
13:33) tributo de (LC 23:34)
DOUTOR DA LEI
identificação do próximo e (LC 10:29)
DOUTRINA ESPÍRITA
infernos exteriores e (LC 17:21)
reino de Deus e (LC 17:20)
DOUTRINADOR
alegria do * sincero (LC 10:20)
canal para a Misericórdia divina e (LC
10:20) deslumbramento dos (LC 10:20)
motivo de regozijo dos (LC 10:20)
DRACMA PERDIDA
amor espiritual e (LC 24:48)

E
ECONOMIA
mordomos da * amoedada (LC 12:48)
EDIFICAÇÃO
busca da * espiritual (LC 13:33)
EDUCANDÁRIO 409/
realidade no * da experiência (LC 9:23)
410/
EGÍPCIOS
corrigenda para os mortos e (LC 17:21)
EGITO
glória na esfera espiritual e (LC
17:21) lembranças do * glorioso (LC
10:30) papiros do * e caridade (LC
10:33)
EGOÍSMO
exaltação do * inteligente (LC 7:22)
extinção do (LC 22:27)
homem e (LC 2:14)
irmãos prejudicados pelo (LC 12:20)
renúncia às expressões inferiores do (LC 18:16)
renúncia e (LC 14:33)
vagarosa evolução individual do (LC 16:9)
EGOÍSTA
contemplação da solidão infernal e (LC
23:34) exaltação das posses precárias e (LC
12:34) exigência do (LC 12:20)
solução de caprichos inferiores e (LC 11:1)
ELEVAÇÃO
deserção das tarefas e (LC 21:19)
ELEVAÇÃO ESPIRITUAL
serviço profundo de (LC 14:28)
ELOGIO
campanha contra o * pessoal (LC 11:28)
ELOS
perpetuidade dos * frágeis das ligações terrestres (LC 16:29)
EMAÚS
comentários dos discípulos a caminho de (LC
24:16) dificuldades na identificação de Jesus e (LC
24:45) importância do episódio da estrada de (LC
24:45)
ENERGIA ELÉTRICA
força necessária à manutenção do trabalho e (LC 17:20)
ENERGIA VITAL
reajustamento da (LC 10:9)
ENFERMIDADE
compreensão da (LC 10:9)
defesa e (LC 11:9)
evidências da (LC 6:37) 411/
homem e (LC 10:9)
412/
queixas da (LC 10:9)
requisição do corpo pela (LC 13:24)
ENFERMO
Jesus e recomendação de * aos discípulos (LC
10:9) restauração e (LC 17:21)
trabalho contra a própria segurança e (LC
8:48) utilidade da cura do (LC 10:9)
ENGANO
fuga à realidade, queda no (LC 11:23)
ENTENDIMENTO
confiança e (LC 6:38)
EQUILÍBRIO
acontecimento desastroso, escora ao nosso (LC 11:13)
solicitação da medicação para restauração do (LC 23:34)
ERA NOVA
chamamento à edificação da (LC 14:18)
ERRO
inquietação decorrente do (LC 12:48)
ERVA TENRA
tempo destinado ao processo evolutivo e (LC 12:34)
ESCLARECIMENTO
palavras de (LC 6:35)
ESCOLA
função da (LC 18:1)
realce do cérebro e (LC 17:20)
ESCOLA CRISTÃ
subordinação da (LC 22:27)
ESCOLA RELIGIOSA
sacerdócio e (LC 9:30)
ESCRITOS SAGRADOS
Jesus e a leitura dos (LC 4:16)
ESFORÇO
oração e (LC 11:9)
realização e (LC 6:38)
renovação e (LC 16:29)
tarefa retificadora e (LC 14:10)
ESMOLA
abnegação e (LC 11:41)
caridade e (LC 11:41)
distribuição de * levianamente (LC 6:30)
413/
doação de * da vida íntima (LC 11:41)
recomendação de Jesus e (LC 11:41)
vida íntima e (LC 11:41)
ESPERANÇA
manutenção da chama da (LC 22:27)
Natal e (LC 2:14)
roubo da * e do entusiasmo (LC 18:20)
solicitação e (LC 11:9)
ESPINHEIRO
impossibilidade de vindima no (LC 6:44)
ESPINHO
espinheiro e (LC 6:38)
ESPÍRITA
responsabilidade de trabalho e (LC 17:21)
Doutrina Espírita e (LC 12:20)
ESPIRITISMO
assistência espiritual à criança e (LC 18:16)
considerações sobre as coisa deste mundo e (LC
12:20)
fenômeno e revelação do *
evangélico (LC 16:29)
fenômeno, revelação e (LC 16:29)
ESPIRITISTA
demonstrações de caridade
e pureza e (LC 19:13)
doutrinadores, médiuns e (LC 19:13)
ESPÍRITO
caso do * perturbado (LC 8:28)
conhecimento, colheita e * eterno (LC
10:30) evolução e (LC 17:21)
fuga do (LC 8:28)
Jesus e * perturbado (LC
8:28) martírio do (LC 8:28)
oficina do planeta e * eterno (LC 10:30)
Terra e * eterno (LC 10:30)
ESPÍRITO CRISTÃO
aflições do (LC 18:1)
lembrança das aflições do * no mundo (LC 18:1)
ESPÍRITO DESENCARNADO
desejo da comunhão com Jesus e (LC 9:23)
414/
ESPÍRITO ENCARNADO
desejo da comunhão com Jesus e (LC 9:23)
ESPÍRITO ETERNO
deveres inalienáveis e (LC 3:13)
ESQUIMÓ
continente de gelo e (LC 6:38)
ESTABILIDADE
localização e irradiação da (LC 17:21)
ESTIMA
facilidade de * aos que nos amam (LC 6:32)
ESTÍMULO AO BEM
alegria e (LC 6:38)
ESTRADA
renúncia às bagatelas da (LC 9:23)
ESTRADA SIMBÓLICA DE EMAÚS
aprendizes na (LC 24:16)
ESTRELA DIVINA
indicação do berço na palha singela e (LC 2:8-11)
ETERNO BENFEITOR VER JESUS
EVANGELHO
alegação dos queixosos no entendimento do (LC 24:45)
aprendiz e (LC 6:46)
aproximação do * com sinceridade e fervor (LC
23:26) avisos de João Batista e (LC 3:13)
contato com a alma do (LC 9:20)
contentamento dos novos discípulos do (LC 10:20)
conversão ao (LC 22:32)
convite do Mestre e (LC 21:13)
decretos humanos e (LC 22:27)
demonstração de renúncia e (LC 23:26)
devotamento à causa do (LC 3:17)
discípulo de Jesus e (LC 14:27)
elucidações do (LC 6:44)
epopeia do * nos corações das criaturas (LC 22:27)
fórmula de vida político-administrativa e (LC 22:26)
imprudência dos discípulos do (LC 23:49)
intermediários humanos do (LC 9:23)
interpretações do (LC 15:17)
Jesus e seu * de amor e luz (LC 6:46)
João Batista, o precursor, e (LC 3:13)
lição aos discípulos do * em todos os tempos (LC 23:49)
415/
livro de dor e (LC 6:21)
neutralidade e (LC 10:29)
obstáculos no serviço do (LC
13:33) Paulo de Tarso e (LC 15:17)
Pedro e (LC 2:29)
pessoas indiferentes às lições do (LC
10:26) plataformas do (LC 22:27)
política administrativa do mundo e discípulo do (LC
22:27) significado da posição neutra no (LC 10:39)
voz do * aos ouvidos (LC 12:20)
EVANGELHO DA VERDADE E DO AMOR
confissão a Jesus e (LC 12:8)
EVANGELHO VITORIOSO
crença no * sem suor e sem lágrimas (LC 21:9)
EVOLUÇÃO
lentidão da (LC 16:9)
EXISTÊNCIA
parte mais difícil da (LC 9:23)
EXISTÊNCIA TERRESTRE
imposição da (LC 9:35)
EXTRAVAGANTE
exigência do (LC 12:20)

F
FACILIDADE
aconselhamento com a * humana (LC 13:24)
FADIGA
socorro aos que esmorecem de (LC 14:12)
FALSO REPOUSO
estações e (LC 13:33)
FALSO PROFETA
Jesus e (LC 6:26)
FAMÍLIA
equipe de corações afins e
menos afins e (LC 12:20)
favorecidos da * terrestre (LC 16:19)
FANÁTICO
pedidos loucos e (LC 12:34)
FANTASMA
aproximação de Jesus à conta de (LC 8:45)
416/
FARISEU
atitude do * orgulhoso e extração da verdade (LC 24:48)
conceito de (LC 12:1)
condenação de Jesus e (LC 2:5)
distorção das leis universais e (LC
12:1) enfermo do espírito e (LC 12:1)
herdeiro único da divina Bondade e (LC
12:1) influenciação do (LC 12:1)
Jesus e (LC 12:1)
orgulho e (LC 12:1)
privilégio e (LC 12:1)
recomendação de Jesus e influência do (LC 12:1)

análise da atitude no caminho da (LC 15:29)
anseio pela respiração da * pura (LC 15:20)
aparecimento da * no tempo próprio (LC
8:25) aprendiz e (LC 6:46)
aproveitamento dos recursos e * intelectual (LC 13:26)
atividades sob o estímulo da (LC 3:17)
ausência de (LC 8:48)
civilização e (LC 2:14)
confiança e (LC 8:25)
confirmação na (LC 22:32)
confissão e profissão de (LC
12:8) consolidação da (LC
22:32)
corações na tranquilidade da (LC 17:5)
crença e demonstração do roteiro da (LC
14:27) desistência do refúgio da (LC 10:27)
dificuldade de consolidação da * viva e ativa (LC 22:32)
edificação da (LC 8:13)
espírito e (LC 5:31)
estímulo da (LC 3:17)
exigência de testemunhos de (LC 19:13)
felizes da (LC 16:19)
fracassos e desilusões em matéria de (LC
9:23) graça e (LC 11:9)
Jesus e (LC 2:29), (LC 8:13), (LC 22:32)
Lucas, apóstolo, e (LC 8:25)
modo de instalação da * no coração (LC 8:45)
patrimônio daqueles que procuram Jesus e (LC
8:48) 417/
paz de consciência e * raciocinada (LC
418/
17:21) prodígio da (LC 8:48)
revelação direta de Jesus e conquista de (LC
6:46) suicídio e perda da (LC 10:37)
supernutrição e (LC 16:19)
templos da * religiosa (LC
12:34)
templos de * espírita-cristã (LC 18:16)
tentativa de convencimento relativamente à (LC 9:26)
vitória final do espírito eterno e * viva (LC 22:32)
FEALDADE
iluminação da alma e * do corpo físico (LC 11:11)
FELICIDADE
alma e (LC 13:24)
auxílio para a * geral (LC 9:62)
disciplina do Espírito na garantia da (LC
13:24) encontro com Jesus e edificação da
(LC 9:23) estudo, serviço e * futura (LC
10:30)
fonte da (LC 10:6)
fonte da verdadeira (LC 10:6)
harmonia e * no lar (LC 12:21)
realização da * ambicionada (LC 8:48)
sacrifício e (LC 5:31)
tesouros da * futura (LC
10:30) valores materiais e (LC
12:20)
valores materiais e garantia da (LC 12:20)
FESTIM
pobres e estropiados e convite para um (LC 14:12)
FILHO
acolhimento, doação de ternura e (LC 9:23)
atividade humana e * pródigo (LC 15:17), (LC
15:29) egoísmo e (LC 15:29)
FILHO EGOÍSTA
alegação do (LC 15:29)
avareza e (LC 15:29)
conduta condenável do (LC 15:29)
contrariedade do (LC 15:29)
invocação do (LC 15:29)
sentimentos inferiores e (LC 15:29)
FILHO PRÓDIGO 419/
angústias e (LC 15:17)
bênção do remorso e (LC
420/
15:29) conceito de (LC 15:17)
enunciação do retorno do (LC 15:20)
esbanjamento e (LC 15:29)
exame da figura do (LC
15:17) filho egoísta e (LC
15:29)
volta aos braços paternos e (LC 15:18)
FIRMEZA DE FÉ
respeito à (LC 8:13)
FLAGELAÇÃO
cruz da * e da morte infamante (LC 23:31)
FLOR
defesa da * com espinhos (LC 11:13)
FONTE LUMINOSA
espetáculo da (LC 7:22)
FORÇA
esquecimento para refazimento da (LC 23:34)
FORTUNA
compromissos com a * terrestre (LC
12:15) Deus e doação da (LC 6:38)
empréstimo dos Poderes Superiores e (LC 12:20)
experiências, provas e * humana (LC 14:33)
posse provisória da (LC 11:41)
trabalho, beneficência e (LC 6:38)
FRAGILIDADE
análise da própria (LC 23:25)
FRANCISCO DE ASSIS, S.
caridade e (LC 10:30)
FRAQUEZA
acalentamento e (LC 21:19)
renúncia e (LC 14:33)
FRASE
semeadura de bálsamo ou
veneno e (LC 8:17-18)
FRATERNIDADE
amor e (LC 6:38)
aprendizado da (LC 2:49)
aprendizado da * nas expressões da troca (LC
2:49) convite de Jesus à * sincera (LC 16:9)
exemplificação da * e da tolerância (LC 17:31)
laços de (LC 14:10)
421/
mensagem de * e Jesus (LC 2:14)
mobilização na * legítima (LC 16:9)
sonegação dos tributos naturais e (LC
10:37)
FUGA
verdades religiosas e (LC 8:28)

G
GENTILEZA
atenção ao culto da (LC
10:5) carinho e (LC 6:38)
GLÓRIA A DEUS NAS ALTURAS
significado da expressão (LC 2:14)
GLUTÃO
culto à frugalidade e à harmonia e (LC 23:34)
GÓLGOTA
explicação sobre o drama do (LC 23:34)
GOVERNADOR DA TERRA VER JESUS
GOVERNANTE
legítimas qualidades do servidor fiel e (LC 22:26)
GOZADOR
apetites insaciáveis e (LC 12:34)
GRÃO DE MOSTARDA
reino de Deus e (LC 24:48)
GRÉCIA
felicidade suprema além da morte e (LC
17:21) páginas da * antiga e caridade (LC
10:33)

H
HÁBITO VICIOSO
ruína do corpo em (LC 14:18)
HEGEMONIA
consagração da * dos mais fortes (LC 10:30)
HERÓI
cristalização de (LC 9:60)
HEROÍSMO
coragem no abraço do * oculto (LC 9:23)
empecilhos, provações e * oculto (LC 9:23)
matrícula na escola do * silencioso (LC
9:23)
HINDUS 422/
sofrimento para lá do sepulcro e (LC 17:21)
423/
HOMEM
abertura de estradas e (LC 9:25)
amparo à criança e * renovado (LC
18:16) anseio do (LC 22:12)
aparecimento da nuvem e perplexidade do (LC
9:35) aprimoramento da humanidade e (LC 18:16)
arte de alimentação e vestuário e (LC
7:22) causa dos dolorosos atritos do (LC
19:42) cegueira espiritual e (LC 11:35)
comando da vida e (LC 2:14)
conquista dos postos de autoridade e (LC
22:26) consagração aos interesses eternos e
(LC 2:49) consistência na vida do (LC 12:15)
consolidação da redenção e * espiritual (LC
22:12) construção de palácios e (LC 9:25)
consulta aos abismos do mar e (LC 9:25)
contemplação das nuvens no horizonte e (LC
9:35) cotação das bolsas e (LC 2:49)
criação de paraísos de fantasias e (LC 9:25)
depositário da confiança de Deus e (LC
9:25) Deus e (LC 19:13)
egoísmo, vaidade e (LC 2:14)
energias atômicas e (LC 2:14)
enfermidade e (LC 10:9)
estudo dos mercados e (LC 2:49)
expectativa da morte orgânica e * terrestre (LC
22:12) facilidade de conversão do (LC 22:32)
fascinação do (LC 12:26)
fascínio pelas situações de evidência e (LC
12:26) força associada à inteligência e (LC 9:25)
forças cósmicas e (LC 2:14)
forja de espadas e canhões e (LC 9:25)
fundamento da vida do (LC 12:15)
glória de Além-túmulo e * de religião sectária (LC 6:38)
homem atemorizado e * vencido (LC 21:9)
incentivo aos interesses personalistas e (LC 9:25)
indiferença do * ante o revés e a decepção (LC 12:20)
interesses do (LC 2:49)
Jesus e confiança no (LC
2:29) Jesus em socorro do
(LC 2:9)
livre-arbítrio e (LC 18:20)
424/
negócios espirituais e (LC 19:13)
obrigações do * e encargos de direção (LC 1:79)
palavras de ódio em tribunas de ouro e (LC
9:25) paz e (LC 10:6)
precipitação nos despenhadeiros da treva e (LC
9:25) preconceitos do * e Jesus (LC 2:9)
preocupação do * pelos negócios do mundo (LC
2:49) preparação para a vida e * consciencioso (LC
22:12) preservação dos abalos da razão e (LC 12:20)
renúncia do * aos próprios defeitos (LC 9:53)
responsabilidade do (LC 1:79)
substituição de ídolos de barro e (LC
9:25) superioridade do (LC 17:31)
testemunho cristão, dever de todo (LC
19:13) usufrutuário da Terra e (LC 9:25)
usufrutuário de patrimônio de Deus e (LC
19:13) verdade e (LC 6:26)
verdadeira luz e (LC 11:35)
vulgaridade do * egoísta (LC 15:29)
HOMEM BOM
auxílio e (LC 10:37)
garantia da segurança e (LC
10:37) indulgência e (LC 10:37)
Jesus e (LC 10:37)
manifestação do verbo e (LC 10:37)
oração, simpatia e (LC 10:37)
respeito ao sofrimento e (LC
10:37) solidariedade e (LC 10:37)
testemunho de entendimento e (LC 10:37)
HOMEM DE BEM
integração do * no conhecimento espiritual (LC 14:28)
HOMEM DO CAMPO
vara punitiva nos pessegueiros e (LC 23:31)
HOMENAGEM
invocação de indébita (LC 17:10)
HOMICIDA
tributo de dor no reajuste do destino e (LC 23:34)
HORTO
oração e (LC 22:46)
425/
HOSPÍCIO
trincheiras do (LC 2:14)
HOTELEIRO
parábola do Bom Samaritano e (LC 10:29)
HUMANIDADE
palavra e ensinamento dos orientadores da (LC 8:17-
18) recepção de luz e burilamento e (LC 18:16)
símbolo da * sofredora (LC 10:30)
tempo, julgador invisível da (LC 6:27)
HUMILDADE
caminho de (LC 19:42)
conquista da (LC 14:10)
entesouramento da (LC 5:31)
exemplo de (LC 5:31)
exigência de espetáculos de (LC 23:26)
HUMILDE
menosprezo da tarefa (LC 12:26)

I
IATE DE LUXO
preciosidade do (LC 7:22)
IDEAL
concretização e (LC 11:9)
IGNORÂNCIA
aparecimento do desperdício por flagelo da (LC
7:22) inferno da (LC 17:21)
medidas draconianas da * e da crueldade (LC 19:48)
IGNORANTE
rogativa do mal para o próximo (LC 11:1)
ILUMINAÇÃO
inabilitação para o serviço da (LC
18:1) pedido de (LC 10:26)
ILUMINAÇÃO ESPIRITUAL
sacrifícios necessários à eterna (LC 24:16)
ILUSÃO
aceitação do convite de * ardilosa (LC
12:48) liberação da (LC 6:35)
perda de tempo e (LC 13:33)
IMORTALIDADE
entesouramento dos dons da (LC 10:37)
chineses e (LC 17:21)
426/
IMPACIENTE
espera do (LC 12:20)
IMPERFEIÇÃO
alijamento eficaz da (LC 14:10)
identificação da (LC 16:9)
inexistência da (LC 10:42)
IMPRENSA
interligação na mesma faixa de pensamento e (LC 17:20)
IMPREVIDENTE
descanso do * em bases estranhas (LC 8:13)
INATIVIDADE
Jesus e justificativa da (LC 22:46)
INCÊNDIO DESTRUIDOR
claridade no (LC 2:32)
INDECISÃO
abandono à neblina dos vales de (LC 11:23)
ÍNDIA
párias desprezíveis e santuários da (LC
10:30) Éden e (LC 17:21)
INDIFERENÇA
doação de pedras de * aos corações (LC
11:41) Espírito enregelado na * e no vício
(LC 12:49) ociosidade e (LC 9:62)
INDISCIPLINA
angústia dos tombados na *
e na violência (LC 6:37)
estímulo à * e à ociosidade (LC 10:42)
INDULGÊNCIA
homem bom e (LC 10:37)
INÉRCIA
acomodamento com a (LC 13:24)
elevação do chão frio da (LC
15:18)
INFÂNCIA
índice de valores morais e (LC
18:16) recordação dos dias da (LC
5:4) símbolo da pureza e (LC 18:16)
vibração da esperança e (LC 18:16)
INFELIZ
compadecimento e (LC 6:36)
paciência em auxílio do (LC
6:38) 427/
428/
INFERNO
crenças alheias e extinção do (LC
17:21) crianças desamparadas e (LC
17:21) desespero e (LC 17:21)
Doutrina Espírita e * exterior (LC
17:21) entorpecentes e (LC 17:21)
inteligências sequiosas de luz e (LC
17:21) lenocínio e (LC 17:21)
necessidades primárias e (LC 17:21)
INFLUENCIAÇÃO
mente medianímica e (LC 8:30)
INFORTÚNIO
resgate das culpas e (LC 18:20)
INGRATIDÃO
extremos da * filial (LC 15:29)
INGRATIDÃO FILIAL
prodigalidade, egoísmo e (LC 15:29)
INGRATO
percepção do fel de amargura e (LC 23:34)
INIMIGO
amar o (LC 6:35)
auxílio ao (LC 6:35)
conversão do * em irmão transviado (LC 2:14)
recomendação de Jesus quanto ao amor ao (LC
6:35)
INJÚRIA
formação do vinagre do (LC 12:15)
INQUIETAÇÃO
afastamento da * mesquinha (LC 21:34)
INQUIETUDE
afastamento dos fantasmas da (LC 19:42)
INSACIÁVEL
pedido do (LC 12:20)
INSTRUÇÃO
patrimônio de aprendizes e educadores e (LC 12:48)
INTELIGÊNCIA
acrópole de Atenas e (LC
10:30) fartura à mesa e (LC
16:19)
povos de vanguarda na esfera da (LC 17:20)
progresso da * e ensinamentos evangélicos (LC
17:5) usurários da (LC 16:19) 429/
430/
INVEJOSO
exigência do (LC 12:20)
IRMÃO
divisão da luz do mundo mental com o * do caminho (LC 14:12)
egoísmo e (LC 12:20)
figura do * correto mas egoísta (LC
15:29) migalhas para o * em penúria
(LC 6:45)
observação do * menos feliz como enfermo (LC
14:12) oferta do apoio fraterno e (LC 9:23)
retorno do * arrependido ao convívio do lar (LC 15:29)
IRMÃO INDIFERENTE
auxílio ao (LC 6:32)
IRMÃO INFELIZ
Jesus e (LC 8:28)
IRMÃO NECESSITADO
convidado de Jesus e (LC 14:13)
incumbência de abastecimento do (LC 14:13)
reprovação dos modos e expressões do (LC
14:13) socorro ao corpo enfermo do (LC 14:13)
visita ao lar do (LC 14:13)
IRRITAÇÃO
cultura da (LC 6:21)
ISAÍAS, PROFETA
Jesus e (LC 4:21)
ISRAEL
Simeão e consolação de (LC 2:29)

J
JARDIM SUSPENSO
beleza do (LC 7:22)
JERUSALÉM
abandono nos vales de imundície e (LC
2:14) simbologia do termo (LC 9:53)
JESUS
aceitação da cruz e (LC 23:34)
aceitação da prisão sem resistência e (LC
23:34) aceitação das lutas e dores e (LC 17:21)
açoites e bofetadas e (LC 23:34)
adoção da legenda de (LC 14:12)
advertências aos vendilhões e (LC 6:30)
afeição a nobreza dos amigos e (LC 2:14) 431/
alcance da verdadeira comunhão com (LC 14:27)
432/
alegrias nas bodas de Caná e (LC 6:30)
alterações na paisagem social e (LC 10:30)
amor e (LC 6:32)
apostolado de (LC 24:48)
assédio da multidão necessitada e (LC 8:45)
ataque impiedoso dos convencionalistas e (LC 6:26)
atendimento e (LC 13:33)
atitudes fundamentais recomendadas por (LC 14:27)
atividades terrestres e (LC 3:17)
auxílio aos mais cruéis e (LC 6:35)
auxílio de livros edificantes e (LC
4:16) avareza e (LC 12:15), (LC 12:20)
Barrabás e (LC 6:27)
bodas de Caná e (LC
6:30)
brilhantismo da figura de (LC 18:1)
busca da sublimação com (LC
14:27) caminho para Deus e (LC
2:29)
campo emotivo da humanidade e (LC 10:33)
caridade e (LC 10:30), (LC 10:33), (LC 10:37)
Cego de Jericó, O, e (LC 18:41)
colunas vivas do reino de (LC
18:16) comunhão com (LC 14:27)
conceito de senda estreita e (LC 13:24)
concessão de bem-aventuranças aos aflitos e (LC
6:30) concessões de (LC 6:30)
concorrência com os cientistas e (LC 2:32)
condição para merecimento da assistência de (LC 21:9)
condição para visão e glorificação de (LC 18:43)
condições especiais para apresentação de (LC 2:5)
condução de * à cruz do martírio (LC 12:8)
confiança nos homens e (LC 2:29)
confissão a * e Evangelho da Verdade e do Amor (LC 12:8)
confissão a * nas estradas do mundo (LC 12:8)
confissão de * e demonstrações do coração (LC
12:8) confissão, profissão de fé e (LC 12:8)
consolo aos aflitos e (LC 2:14)
constrangimento do aprendiz de (LC 9:53)
contato com * e fé legítima (LC 8:45)
contato de * com almas perturbadas (LC 9:30) 433/
continuidade do serviço redentor e (LC 22:46)
434/
conversa de * com entidades desencarnadas (LC
9:30) conversa de * com obsesso (LC 8:30)
conversão da esmola em solidariedade e (LC
24:48) conversão do homem e (LC 22:32)
convite de * a manifestação do monte (LC
9:28) convite de * ao seu trabalho (LC 21:13)
crença intelectual em (LC 13:26)
Cristianismo e (LC 2:29)
cruz infamante e (LC 6:27)
cruz, martírio e (LC 10:3)
cura de Bartimeu e (LC
2:14) cura de doentes e (LC
10:30) cura e (LC 10:9)
dádivas do conhecimento superior e (LC
9:28) deliberação de (LC 15:18)
demonstração de carinho para com (LC 14:13)
desencarnados infelizes e (LC 8:30)
deserção dos círculos afetivos e (LC
14:12) desígnios de Deus e (LC 10:42)
deslumbramento com a visão de * transfigurado (LC
9:35) desobsessão e (LC 8:30)
dificuldade na revelação dos propósitos de (LC
17:23) diretrizes da vida em (LC 6:32)
discípulos de (LC 3:17), (LC 14:27)
disputa com os filósofos e (LC
2:32) doação individual e (LC
6:38) dogmatismo farisaico e (LC
21:9)
doutrinadores longe da integração com (LC 9:23)
embaixador da Misericórdia divina e (LC 2:9)
emissário de Deus e (LC 2:9)
encontro de * no santuário interior (LC
17:23) enfermidade e (LC 5:31)
ensinamentos de (LC 13:33), (LC 19:48)
ensinamentos e (LC 2:14)
ensino da verdade e (LC 13:26)
entendimento das criaturas e (LC 13:26)
entrada triunfal em Jerusalém e (LC
23:34) esmola e (LC 11:41)
espírito perturbado e (LC 8:28)
esquecimento dos princípios sublimes de (LC 9:26)
435/
estímulo ao trabalho e (LC 16:2)
etiquetas do culto externo e (LC 10:30)
exaltação à iluminação interior e (LC 17:21)
exaltação das virtudes femininas e (LC
2:14) exaltação de * na manjedoura (LC
2:14)
exame de * sob os pruridos da presunção humana(LC 9:20)
exibição no madeiro e (LC 23:34)
ex-malfeitor e (LC 23:43)
exortação de (LC 6:35)
expressões coletivas de poder e (LC
2:32) extensão das mãos benignas e (LC
11:1)
facilidade de confissão de * entre os homens (LC 12:8)
falsos profetas e (LC 6:26)
fariseus e (LC 12:1)
fé e (LC 2:29), (LC 8:13), (LC 22:32)
fidelidade e (LC 13:24)
filósofo do mundo e (LC
2:29)
formação de compacta legião de amigos e (LC
23:49) fraqueza de Judas e (LC 6:27)
fraternidade e (LC 2:14)
frio do desânimo e (LC 12:49)
fuga ao caminho de (LC 14:27)
fuga dos discípulos e (LC
23:34)
gravitação do povo para (LC
19:48) homem bom e (LC 10:37)
humildade e (LC 2:14)
identificação do brilho santificado de (LC 19:48)
imperativo da vigilância e da oração e (LC
18:20) importância da pergunta de (LC 9:20)
imposição de gesto de convenção e (LC
4:16) imposição e (LC 2:32)
inclinação de * para o bom ladrão (LC 23:43)
inclinação do povo para (LC 19:48)
inconstância de Pedro e (LC 6:27)
indignação perante os mercadores infiéis e (LC 23:34)
indução à calma e (LC 21:19)
insulto, escárnio e (LC 23:34) 436/
intercessão de * em nome de Simão Pedro (LC 22:32)
interpelação aos governantes e (LC 2:32)
irradiação da Luz divina e (LC
437/
10:33) irradiações de amor e (LC
6:19) Isaías, profeta, e (LC 4:21)
Jerusalém e (LC 13:33)
João Batista e (LC 3:17)
Judas, apóstolo, e (LC 15:17)
justiça do mundo e (LC
23:34) Justiça do Pai e (LC
23:34) lição de (LC 9:44)
lições do discípulo sincero com (LC 9:62)
linha central de nossas cogitações e (LC
16:13) loucos agindo em nome de (LC 9:44)
luz divina e (LC 11:35)
luz do primeiro dia evolutivo e (LC
16:13) luz no espírito eterno e (LC 2:32)
luz para alumiar as nações e (LC
2:32) madeiro verde e (LC 23:31)
Magdala e (LC 2:29), (LC 15:17)
magnetismo e (LC 6:19)
Marta e (LC 10:42)
materialização de * perante os discípulos (LC
21:19) materialização do bem e (LC 10:30)
materialização do pão e (LC 24:35)
mensagem da verdadeira fraternidade e (LC 2:14)
misérias e (LC 21:19)
misericórdia e (LC 21:19)
mobilização de substitutos e (LC 1:79)
multidão e (LC 1:79), (LC 9:26), (LC
19:48)
nascimento de (LC 2:8 a 11)
necessidades da alma e (LC
12:20)
nenhuma voz ao pé do Calvário de (LC 23:49)
objetivo da vinda de * até nós (LC 2:14)
objetivo do chamamento para (LC 21:13)
oportunidade de encontro espiritual com (LC 18:41)
oportunidades da palavra de (LC 12:15)
orgulho romano e (LC 21:9)
otimismo e (LC 2:29)
paciência e (LC 21:19)
padrão de (LC 15:18)
palavras de (LC 6:38), (LC 9:44), (LC 11:41) 438/
palavras de * a Pedro na véspera do Calvário (LC 22:32)
439/
palestras vãs acerca de (LC 9:20)
Parábola do Bom Samaritano e (LC 10:29), (LC 10:30), (LC 10:37)
paralisia da ociosidade e (LC 12:49)
partilha do pão dos pescadores e (LC
2:14) paz e (LC 10:6)
pedido de perdão e (LC
6:27) pedidos à vida e (LC
12:20) Pedro e (LC 2:29)
perdão e (LC 23:34)
Pilatos e (LC 6:27)
poder administrativo da Terra e (LC
1:79) porta estreita e (LC 13:24)
posição espiritual de sintonia com (LC
10:42) preconceitos dos homens e (LC 2:9)
pregação na montanha e (LC 24:48)
presença de * entre nós e os outros (LC 6:45)
primeira escola de comunhão com (LC
18:16) privilégio de colaboração com (LC
10:27) procedimento de (LC 6:27)
reação à ordem de prisão e (LC 23:34)
recepção de responsabilidades e (LC 9:28)
reclamos contra os espinhos e (LC 23:34)
recolhimento à distância da cruz de (LC
23:49)
reconhecimento de * pelas obras deixadas (LC 12:15)
reconhecimento de * pelo emprego dos dons (LC
12:15) recordação da promessa de (LC 11:10)
recordação no extremo instante das obras de (LC
23:49) recrutamento do fraco e do sofredor e (LC 2:14)
recuperação nas criaturas e (LC 2:29)
reforma íntima com (LC 14:27)
reformador do mundo e (LC 14:10)
reino de Deus e (LC 1:79), (LC 17:20), (LC 17:21), (LC 23:34)
religiosos e (LC 13:26)
renovação do mundo e (LC 24:48)
renovação dos enunciados de (LC 19:48)
resistência ao crime e às tentações e (LC
23:34) responsabilidade dos ensinamentos e
(LC 1:79) ressurreição e (LC 6:27)
revelação aos companheiros de apostolado e (LC 14:12)
revelação da luz e do poder de (LC
440/
12:8) rogativas diante de (LC 18:41)
sacerdote, magistrado e (LC 22:27)
samaritano e (LC 9:53)
Saulo e (LC 2:29)
serviço da Boa Vontade pelas mãos de (LC 2:14)
significação da trilogia de (LC 11:9)
significação da vida de (LC 2:29)
significado de pedra e (LC 8:13)
Simão Pedro e (LC 22:32), (LC
15:17) Simão, cireneu, e (LC 23:26)
simbologia de lobos e cordeiros e (LC
10:3) Simeão e (LC 2:29)
Sinédrio e (LC 18:1)
sintonia com (LC 10:42)
socorro e (LC 2:14)
sofrimento de mansardas escuras e (LC
2:9) solicitações dos discípulos e (LC 17:5)
solidão de * no Calvário (LC 23:49)
súplica do crente de mentalidade infantil e (LC
12:34) tarefas do auxílio mútuo e (LC 10:37)
Terra e (LC 3:17)
tesouro, coração e (LC 12:34)
testemunhas de (LC 23:26)
testemunho da grandeza celestial e (LC
22:27) testemunho da intimidade com (LC
9:20) testemunho dos discípulos de (LC
9:53) testemunho e (LC 21:13)
títulos atribuídos a (LC 3:17)
tolerância às lágrimas inaceitáveis e (LC
11:1) tolerância às queixas descabidas e (LC
11:1) Tomé e (LC 2:29)
trabalhador e (LC 3:17)
transfiguração de (LC 9:35)
três imperativos da recomendação de (LC 11:9)
tronco sublime da vida e (LC 23:31)
túnica escandalosa e (LC 23:34)
turba inconsciente e (LC 23:34)
usufrutuários da bondade de (LC 9:20)
utilização dos talentos e (LC 10:42)
Velho Testamento e (LC 2:29)
441/
vergonha e (LC 9:26)
viajores transviados e (LC 24:16)
videira e (LC 23:31)
videira eterna e (LC 23:31)
viver em harmonia com (LC
16:2) Zaqueu e (LC 2:29), (LC
24:48)
zênite da luz espiritual e (LC 2:9)
JOÃO BATISTA, O PRECURSOR
conselho de (LC 3:13)
Evangelho e (LC 3:13)
JOIO
germinação ou crescimento do *
venenoso (LC 12:49)
JOVEM
morte de * no vício (LC 9:60)
JUDAS
domínio político do Evangelho
e sonho de (LC 15:17)
Jesus e fraqueza de (LC 6:27)
JUDAS, APÓSTOLO
Jesus e (LC 15:17)
JUDEUS
rigor no conceito na prática do bem e (LC 2:5)
JUIZ
infortúnio do * romano (LC 23:25)
inumação de * em covas de lama (LC 9:60)
JULGAMENTO
lei de causa e efeito e (LC 6:38)
JUSTIÇA
exigência com (LC 8:13)
oferta da própria existência em honra da (LC 9:23)
recompensa e (LC 3:14)
supérfluo, necessário e (LC 6:31)
JUVENTUDE
atenção fixa no chamamento elevado e (LC 14:10)

K
KARDEC, ALLAN
demônios e (LC 8:30)
recordação da palavra dos instrutores de (LC 17:20)
442/
L
LAÇO AFETIVO
mudança e subtração do (LC 12:20)
LAÇOS
libertação dos * egoísticos (LC 16:29)
LADO MELHOR
busca do * das situações (LC 10:42)
LADRÃO
apelos do mundo interior e (LC 11:10)
LÁGRIMAS
alma e (LC 2:14)
LANÇA-CHAMAS
reflexos radiosos no (LC 2:32)
LAR
aprendiz de Jesus no (LC
9:53) bases do (LC 17:31)
bases espirituais do (LC 17:31)
bens materiais e harmonia no (LC
12:21) comunhão com Jesus e (LC
18:16)
concessão do * à criatura humana (LC 18:20)
cumprimento de responsabilidade no (LC 3:13)
dádiva do Céu e (LC 16:2)
harmonia na intimidade do (LC 12:21)
local de desopressão e ponto
de desabafo e (LC 10:5)
penetração no * à feição de
inimigo familiar (LC 10:5)
responsabilidade no (LC 3:13)
venda da paz do (LC 3:14)
LÁZARO
alegria celeste e (LC 16:25)
céu e (LC 16:25)
elevação de * à glória de Abrahão (LC 16:25)
LEGIÃO
demônios e (LC 8:30)
inteligências conturbadas e errantes e (LC 8:30)
LEGIÕES ANGÉLICAS
anunciação de Jesus e (LC 2:14)
expressão do cântico das (LC
2:14)
LEGISLADOR 443/
mumificação de * em enganos
444/
da alma (LC 9:60)
LEI DA RETRIBUIÇÃO
desencarne e (LC 6:38)
LEI DE CAUSA E EFEITO
bens materiais e (LC 12:21)
julgamento e (LC 6:38)
LEI DE DEUS
amor ao próximo e (LC 10:29)
criaturas chamadas e (LC 10:33)
desrespeito à (LC 23:34)
LEI DIVINA
julgamento e (LC 8:17)
regulamento e (LC 18:20)
resultado do desrespeito à (LC 23:34)
LEIS MORAIS
ascensão para a imortalidade e (LC 18:20)
LEIS NATURAIS
desprezo às (LC 13:24)
LETRA
necessidade da exumação do
espírito da (LC 12:49)
LEVITA
comportamento e (LC 10:37)
Parábola do Bom Samaritano e (LC 10:29)
LIBERDADE
assimilação da (LC 13:26)
LIBERTAÇÃO
cura e (LC 10:9)
LIÇÃO
assimilação da essência da divina (LC 10:42)
colocação da * nos ouvidos (LC 9:44)
criação de vida renovadora e (LC 10:37)
desinteresse pela assimilação da (LC 13:26)
prova da conquista em suprema (LC 5:4)
LIGAÇÃO TERRESTRE
elos frágeis da (LC 16:29)
LIMITAÇÃO
aprendizado na superação da (LC 18:1)
superação das (LC 18:1)
445/
LÍNGUA
idioma da compreensão e
da paciência (LC 8:17-18)
LISONJA
perigoso festim da (LC 11:28)
LIVRE-ARBÍTRIO
destino amargo e (LC 18:20)
homem e (LC 18:20)
LIVRO
consulta de * por simples desfastio (LC 6:45)
revelação da verdade em silêncio e (LC 14:10)
LIXO
adubação e (LC 14:35)
LOBO
caminhada na direção do (LC
10:3) cordeiros fortes e * voraz
(LC 10:3)
necessidade real de encontro com o (LC 10:3)
LOUCURA
avareza e (LC 12:21)
bens materiais e (LC 12:21)
causa da (LC 12:20)
melhor preservativo contra a
* e o suicídio (LC 12:20)
patrimônio, introdução à (LC 12:21)
precipitação nos despenhadeiros de (LC 10:37)
LUCAS, APÓSTOLO
arrependimento e (LC 15:17)
cego de Jericó e (LC 18:43)
Cego de Jericó, O, e (LC
18:41) doutrinações e (LC
10:20)
fé e (LC 8:25)
fraternidade e (LC 10:29)
mal e (LC 19:48)
Moisés, Elias e (LC 9:30)
Natal e (LC 2:14)
oração e (LC 11:1), (LC 9:28), (LC 22:46)
palavras de Jesus e (LC
24:11) paz e (LC 1:79)
prece e (LC 18:1)
reino de Deus e (LC 17:20) 446/
Simão, cireneu e (LC 23:26)
447/
soerguimento e (LC 15:18)
LUCAS, EVANGELISTA
destaque do texto e (LC 13:33)
Parábola do Bom Samaritano e (LC 10:30)
LUCRO
espírito de * nos setores
mais singelos (LC
12:20)
LUTA
abandono dos companheiros de (LC 5:4)
círculos de (LC 11:13)
companheiros de (LC 5:4)
vigilância no aproveitamento da (LC10:42)
LUTA PLANETÁRIA
penas e dissabores da (LC
9:35) penas, dissabores e (LC
9:35)
LUZ
ação na extensão da (LC
13:33) adaptação a nova (LC
18:1)
condição necessária para aparecimento da (LC 14:11)
convidados para a lavoura da (LC 14:18)
determinantes para nossa ascensão à (LC 16:25)
extensão de réstia de * aos ignorantes (LC 12:20)
indução à conquista da * eterna (LC 23:34)
renovação e (LC 9:60)
revelação da * e poder de Jesus (LC 12:8)
rogativa e (LC 11:9)
sofrimento e trabalho voltados para a divina (LC
23:26) trevas interiores e castigo da (LC 8:28)
LUZ DIVINA
bênção da (LC 11:13)
caridade e irradiação da (LC
10:33) Jesus e irradiação da (LC
10:33)
LUZ ESPIRITUAL
Jesus, zênite de (LC 2:9)
LUZ NA ESTREBARIA
assombro ante a (LC 2:14)
448/
M
MADEIRO
recusa ao * das obrigações (LC 14:27)
449/
MADEIRO VERDE
Jesus e (LC 23:31)
MÃE
abandono do lar a desconhecidos e (LC 12:20)
MÁ-FÉ
análise pela * interior (LC 11:10)
MAGDALA
adversários do bem e (LC
2:29) Jesus e (LC 2:29)
MAGNETISMO
conceito de (LC 6:19)
Jesus, multidão e (LC 19:48)
virtude e (LC 6:19)
MAGNETISMO PESSOAL
conceitos relativos ao (LC 6:19)
Jesus, sublimação individualizada do (LC 6:19)
MAL
busca do *, encontro com o mal (LC 11:10)
duelo do * contra o mal (LC 6:35)
êxito na caçada do (LC 11:10)
favorecimento à vitória do (LC 18:20)
omissão do bem, forja do (LC 11:23)
predominância do (LC 11:10)
redução do (LC 10:5)
resistência às forças do (LC 6:37)
transformação do * no açoite (LC 8:17-
18) transformação do * no bem (LC
21:19)
MALDADE
insinuações da * e da indiferença (LC
10:42) origem da (LC 5:31)
MALFEITOR
Parábola do Bom Samaritano e (LC
10:29) prática da fraternidade e (LC
10:39)
silêncio e amparo ao companheiro (LC 6:37)
MANJEDOURA
abnegação, simplicidade e (LC 2:14)
brilho da glória de Jesus na (LC 2:8-11)
exaltação de Jesus e (LC 2:14)
luz da candeia e (LC 2:8-11)
manta humilde e (LC 2:8-11) 450/
primeira frase de bênção e (LC 2:8-
451/
11) primeira tigela de leite e (LC 2:8-
11)
MAR ALTO
chegada dos dias de serviço em (LC 5:4)
MARCHA EVOLUTIVA
conversão da * em corrida
inquietante (LC 12:20)
MARIA DE MAGDALA
conquista da elevada dignidade espiritual e (LC
15:17) Jesus e (LC 15:17)
Mestre e (LC 6:26)
MATÉRIA
estados da (LC 17:21)
MATERIALISMO
calamidades morais e (LC 12:20)
MAU
amparo ao * sem alarde (LC
10:39) compadecimento e (LC
6:36)
ignorância das consequências do sofrimento e (LC 6:36)
MEDICINA CELESTIAL
transformação da * em feridas santificantes (LC 11:11)
MEDICINA ESPIRITUAL
cura de doentes e (LC 24:48)
MÉDICO CELESTIAL VER JESUS
MEDITAÇÃO
cultivo da (LC 13:26)
escassos momentos de * elevada (LC 21:34)
noção dos divinos Desígnios e * profunda (LC 11:11)
MÉDIUM
inteligências conturbadas e errantes e (LC 8:30)
MÉDIUM ESPÍRITA
distanciamento da própria sublimação e (LC 9:23)
MEDIUNIDADE
contrassenso e (LC 16:29)
Cristianismo e (LC 16:29)
Espiritismo e (LC 16:29)
MEDO
adversário terrível oculto e (LC 21:9)
poder destrutivo do (LC 21:9)
MENSAGEM 452/
solicitação de * dos entes queridos (LC 6:44)
453/
MENTE
influenciação e * medianímica (LC 8:30)
pensamentos estranhos e * medianímica (LC 8:30)
posicionamento da (LC 6:38)
possessão profunda e * medianímica (LC 8:30)
sepulcro de miséria e * preguiçosa (LC 9:60)
sintonia inferior e (LC 6:38)
sintonização da * com inquietações inferiores (LC 9:44)
trabalho no bem e (LC 6:38)
MENTE INFANTIL
crítica da bisonhice da (LC 6:38)
MERECIMENTO
interposição do * do irmão egoísta (LC 15:29)
MESSIAS
transfiguração do (LC 22:32)
MESSIAS VER JESUS
MESTRE
Caifás e (LC 6:26)
Evangelho e convite do (LC
21:13) Maria de Magdala e (LC
6:26) resposta do * às orações
(LC 11:1) revelação do (LC
13:26)
Simão Pedro e (LC 22:32)
MESTRE VER JESUS
MINISTÉRIO SALVADOR
pescadores humildes e (LC 2:29)
MIRAGEM
perseguição de * perigosa (LC 11:9)
MISÉRIA
transformação da * em lição (LC 14:35)
MISERICÓRDIA
compreensão, amor e (LC 6:36)
extensão da (LC 23:43)
fixação da * no coração (LC
10:29) iluminação do coração e
(LC 6:36) Jesus e (LC 21:19)
problemas do caminho e (LC 6:36)
MISERICÓRDIA DIVINA
Jesus e (LC 2:9)
454/
MISSÃO
disciplina no cumprimento da (LC 14:11)
significado do termo (LC 14:11)
MOCIDADE
filhos da (LC 16:19)
MOMENTOS DIFÍCEIS
serenidade, confiança e (LC 9:35)
MONTE
sublime manifestação do (LC 9:28)
MONTURO
identificação do * em torno de nós (LC 14:35)
lágrimas que escorrem do
* de remorsos (LC 14:35)
significado do termo (LC 14:35)
MORDOMO
característica do * do mundo (LC 16:2)
MORTE
corpo físico e (LC 13:24), (LC 21:34)
despertando da * corporal (LC
22:46) enfermidade e (LC 13:24)
espera pela (LC 6:46)
palavras do Cristo e (LC
6:46)
pergunta pelos entes queridos e (LC
10:37) porta espiritual e (LC 13:26)
realidades da (LC 10:42)
realidades reveladas pela (LC 10:42)
sistemas de castigo depois da (LC
17:21) súplica dos desesperados e (LC
11:1)
MORTO
impassibilidade e (LC 9:60)
MUDANÇA ESPIRITUAL
necessidade de (LC 17:21)
MULTIDÃO
aproximação da * para auxílio (LC
22:27) Jesus e (LC :79), (LC 9:26), (LC
19:48)
Jesus e a * no dia supremo (LC 23:26)
porta larga e (LC 13:24)
tradução do verbo amar pela (LC 6:35)
MUNDO(S) 455/
antro de perdição e (LC 6:38)
arsenal de incompreensão e
456/
discórdia e (LC 6:38)
campo imenso de trabalho do bem (LC 12:20)
derivação dos ideais democráticos do (LC 22:26)
fuga do trabalho e sofrimento no (LC 6:38)
interesse pelas vantagens no imediatismo do (LC 22:26)
multiplicação dos * no plano cósmico (LC 17:21)
obra prima da Criação e (LC 6:38)
pobres, aflitos e necessitados do (LC
6:22) poço de tentações e culpas e (LC
6:38) pregações e dominação do (LC
17:5)
vale de malícia e perversidade e (LC 6:38)
MUNDO ESPIRITUAL
entidades egressas do (LC 9:30)
MUNDO INTERIOR
ladrões e apelos do (LC 11:10)
MUNDO SUPERIOR
Céu e (LC 17:21)
virtudes, vícios e (LC 17:21)

N
NABUCODONOSOR
destroços do palácio e (LC 10:30)
NATAL
esperança e (LC 2:14)
festas de lágrimas da alegria e (LC
2:29) oração e (LC 2:14)
renovação da alma e do mundo e (LC 2:14)
NATUREZA
retribuição da (LC 10:42)
NECESSIDADE
bem e (LC 14:10)
desconsideração com a * dos vizinhos (LC
12:20) Jesus e (LC 9:20)
NECESSIDADE MATERIAL
auxílio conveniente diante da (LC 6:31)
NEGÓCIO MATERIAL
solução para (LC 6:44)
NEGÓCIOS
maior de todos os * terrenos (LC 2:49)
precariedade dos * internos e externos (LC
2:49) 457/
precariedade e transitoriedade dos (LC 2:49)
458/
NINHO DOMÉSTICO VER LAR
NOME
doação do registro civil e (LC 12:20)
NUDEZ
ajuda na abolição da provação da (LC 6:45)
NUVEM
Evangelho e história de uma (LC 9:35)

O
OBRA
orgulho da boa (LC 17:10)
perfectibilidade da (LC 12:26)
OBREIRO
promoção à condição de * eficiente (LC 9:62)
OBRIGAÇÃO
alegria oculta pela * atendida (LC 17:20)
OBSESSÃO
calamidade moral do materialismo e (LC 12:20)
OBSESSO
conversa de Jesus e (LC 8:30)
OBSTÁCULO
inquietação pelo provável * de amanhã (LC 17:21)
OCIOSIDADE
aprovação da (LC 10:6)
chagas da penúria e (LC
13:24) consequências da (LC
13:24) indiferença e (LC
9:62)
preferência pela * e indiferença (LC
9:62) saída da cova escura da (LC 15:18)
trevas da ignorância e (LC 13:24)
OCIOSO
pedido do (LC 12:20)
ÓDIO
preservação contra o veneno do (LC 6:35)
OFENSA
desculpa dos golpes e (LC 6:27)
OFENSOR
desculpa e oração ao (LC 6:32)
OFICINA DE LUZ
vaidade e presunção abandonam o serviço da (LC 24:45) 459/
460/
OFICINA DO PLANETA
Espíritos eternos e (LC 10:30)
OLHO POR OLHO
justiça do (LC 2:14)
OPINIÕES VÃS
Mestre e (LC 9:20)
OPOSITOR
admiração pelo (LC 6:32)
ORAÇÃO
benefício com as vibrações da (LC 5:31)
conversão da * em trabalho edificante (LC
11:1) desenganados e (LC 11:11)
gradação infinita da (LC 11:1)
homem bom e (LC 10:37)
Horto e (LC 22:46)
imperativos da (LC 11:9)
Jesus e imperativo da * e vigilância (LC 18:20)
lama no pensamento e (LC 21:19)
Lucas, apóstolo, e (LC 11:1), (LC 9:28), (LC
22:46) Natal e (LC 2:14)
pronto-socorro da (LC 12:20)
referência à * à maneira de doentes (LC 11:11)
resposta do Mestre e (LC 11:1)
respostas celeste e (LC 11:11)
sinceridade na (LC 10:9)
zombaria contra o hábito da (LC 17:5)
ORÁCULO
receio da própria consciência e (LC 17:21)
ORDEM
exclusão do bem e (LC 2:5)
justo caminho de manifestação da luz e (LC 2:5)
ORGULHO
escribas, fariseus e (LC 12:1)
hipogeus de Persépolis e * racial (LC
10:30) renúncia e (LC 14:33)
OTIMISMO
exercício de (LC 8:25)
OURO
revelação do bem ou do mal do (LC 12:15)

P
461/
PACIÊNCIA
bem e (LC 21:19)
compreensão e (LC 21:19)
conceito de (LC 21:19)
contrassenso e (LC 21:19)
corações inclinados ao bem e à verdade e (LC 21:19)
dificuldades e (LC 21:19)
ensino com (LC 8:13)
estudo da * em sua função educativa (LC 21:19)
fuga à luz da (LC 10:6)
harmonização e (LC 21:19)
infeliz e auxílio da (LC
6:38) Jesus e (LC 21:19)
Jesus, modelo de (LC 21:19)
necessidade e (LC 21:19)
resistência aos impulsos inferiores e (LC 21:19)
serenidade e (LC 21:19)
tolerância e (LC 21:19)
PADRE CATÓLICO
incapacidade de oferecer a santidade perfeita e (LC 9:23)
PAI
comportamento do * amigo (LC 15:20)
fidelidade aos serviços do (LC 15:29)
PAIS
amor, bênção aos (LC 9:23)
negócios de renúncia e (LC
19:13)
PAISAGEM SOCIAL
Jesus e alterações na (LC 10:30)
PALAVRA
agravo da * a instituição e pessoas (LC 12:15)
desconhecimento das consequências da (LC 10:42)
fio da sugestão e (LC 8:17)
informação e (LC 8:17)
Jesus e (LC 9:44)
poderoso fio da sugestão e (LC 8:17-
18) tradição oral e (LC 8:17)
PÃO
reconhecimento de Jesus e * materializado (LC 24:45)
PÃO COTIDIANO
noções da existência de Deus e (LC 11:3)
462/
PÃO DE CADA DIA
desvalorização do (LC 11:3)
procedência do (LC 11:3)
PÃO TERRESTRE
crença de que o * é conquista do homem (LC 11:3)
PARÁBOLA DO BOM SAMARITANO
comportamento do levita e (LC 10:37)
comportamento do sacerdote e (LC 10:37)
comportamento do samaritano e (LC 10:37)
ensinamentos e (LC 10:37)
identificação do próximo e (LC 10:29)
Jesus e (LC 10:29), (LC 10:30), (LC
10:37)
personagens e (LC 10:29)
solidariedade e (LC 10:29)
tratado de pedagogia e (LC
10:37)
viajante de alma nobre e (LC 10:37)
PARÁBOLA DO RICO
mordomo infeliz na vida espiritual e (LC 16:19)
PARÁBOLA DO RICO E LÁZARO
comportamento de Lázaro e (LC 16:25)
comportamento do rico e (LC 16:25)
PARÁBOLA DO SAMARITANO
revisão e (LC 10:37)
PARAÍSO
definição de (LC 23:43)
figurações especiais e (LC 17:21)
renovação da definição de (LC 23:43)
PASSADO
lições dolorosas do (LC 16:9)
PASTOR
inabilitação à demonstração das virtudes e (LC 9:23)
PATRIMÔNIO
respeito ao * alheio (LC 16:12)
utilização do * provisório (LC
12:15)
PATRIMÔNIO MORAL
dilapidação e (LC 18:20)
PAULO
penitência dos erros e conversão de (LC 15:17)
PAULO DE TARSO 463/
Evangelho e (LC 15:17)
464/
PAZ
afeiçoamento do homem à * cristã (LC
10:6) ausência da (LC 19:42)
compra da * na Terra (LC 10:5)
condição para que o homem seja filho da (LC 10:6)
conhecimento do que pertence à * íntima (LC
19:42) conhecimento e (LC 19:42)
desejo da * do mundo (LC
10:5) dignos de (LC 10:6)
doação e (LC 17:21)
erguimento do templo da (LC 17:20)
fé raciocinada e * de consciência (LC
17:21) homem e (LC 10:6)
Jesus e (LC 10:6)
Jesus e produção espontânea do clima de (LC
6:19) localização e irradiação da (LC 17:21)
Lucas, apóstolo, e (LC 1:79)
mundo íntimo e (LC 10:6)
preservação da (LC 16:12)
rogativa de (LC 10:6)
semeadura e (LC 8:17)
sensação passageira de bem-estar e (LC
15:17) vitória da (LC 9:23)
PAZ NA TERRA
significado da expressão (LC 2:14)
PEDAGOGIA
bom samaritano e tratado de (LC 10:37)
PEDRA
Jesus e significado de (LC
8:13) Pedro, apóstolo, e (LC
8:13) significado do termo
(LC 8:13)
PEDRO, APÓSTOLO
Jesus e (LC 2:29), (LC 15:17), (LC 22:32)
visão de (LC 22:32)
Evangelho e (LC 2:29)
Jesus e inconstância de (LC 6:27)
reabilitação de * no apostolado (LC
15:17) fé e (LC 22:32)
acontecimentos assombrosos presenciados por (LC 22:32)
rocha viva da fé e (LC 8:13)
465/
PENSAMENTO
afastamento do * dos objetivos inferiores (LC
11:1) criação e (LC 3:14)
criadores do * literário (LC 12:48)
delinquência e * de simpatia (LC 6:37)
elevação do * à Bondade divina (LC 10:33)
mente medianímica e * estranho (LC 8:30)
PENÚRIA
deserção do trabalho e (LC 10:37)
doação de pão à choupana da (LC
12:20)
PERDÃO
amor, compreensão e (LC 22:27)
entendimento do * divino (LC 23:34)
Jesus e pedido de (LC 6:27)
opiniões disparatadas no que concerne ao (LC
23:34) remédio santo para a euforia da mente e (LC
23:34) rogativa de * de Deus para as criaturas (LC
23:34)
PERFEIÇÃO
inexistência da * integral (LC 10:42)
PERSÉPOLIS
hipogeus de * e orgulho racial (LC 10:30)
PERSONALIDADE
liames inferiores e (LC 9:23)
PERTURBAÇÃO
hábito de * e atrito (LC 6:38)
PILATOS
defeitos naturais de * – homem (LC
23:25) desejo de * – juiz (LC 23:25)
enfraquecimento pela vontade enfermiça e (LC 23:25)
imposição da turba ameaçadora e (LC 23:25)
Jesus e (LC 6:27)
símbolo da caminhada humana e (LC 23:25)
vontade superior dos planos divinos e (LC
23:25)
PLENITUDE ESPIRITUAL
abertura das portas e (LC 16:19)
POBRE
céu e (LC 6:22)
POBREZA
amor e (LC 2:14) 466/
POLÍTICO
formulação de promessas às massas e (LC
467/
19:48) infiel, perverso, falso e (LC 22:26)
PORTA ESTREITA
alma e (LC 13:24)
amor incomensurável de Deus e (LC
13:24) Jesus e (LC 13:24)
reencarnação e (LC 13:24)
significados de (LC 13:24)
PORTA LARGA
paixão desregrada do eu e (LC 13:24)
PORTA LIBERTADORA
ensejo de aprendizado e (LC 16:2)
POSSE
disseminação da * temporária (LC 12:15)
recordação da propriedade como * material (LC 12:15)
POSSESSÃO
mente medianímica e * profunda (LC 8:30)
POTENCIALIDADE PSÍQUICA
eclosão de (LC 6:19)
POVO ESCLARECIDO
primeira fase da civilização e (LC 17:20)
PRAZER EFÊMERO
crime e (LC 13:24)
intemperança e (LC 13:24)
tédio e (LC 13:24)
PRECE
convocação à (LC 9:60)
Cristianismo e (LC 11:1)
iluminação e (LC 18:1)
importância da (LC 18:1)
recordando a * no Getsêmani (LC 22:46)
PRECE VER ORAÇÃO
PRECEITO EVANGÉLICO
cumprimento e (LC 14:33)
simbolismo e (LC 14:33)
PRECIPITAÇÃO
desordem, recapitulação e (LC 3:13)
PRECONCEITO
Jesus e * do homem (LC 2:9)
PREGUIÇA
espera de milagres imprevistos e (LC 6:46)
468/
indução do conforto à (LC 10:26)
PRESTÍGIO
necessidade de * as causas do bem (LC 6:32)
PRESTÍGIO SOCIAL
mutabilidade do (LC 12:20)
PRETÉRITO
devassa do * profundo (LC 16:9)
PRIVAÇÃO
recordação dos que jornadeiam sob (LC 14:12)
PRIVILÉGIO
entendimento, auxílio e (LC 10:30)
PROBLEMA(S)
resolução de * social (LC 19:42)
solução para os * da vida (LC 13:24)
PRODIGALIDADE
mundo e (LC 15:17)
PROFECIA
escolas cristãs e falsa (LC 17:21)
PROFETA
identificação à exata União com Deus e (LC 11:49)
PROGRESSO
sucessão constante de labores e (LC 18:16)
PROPRIEDADE
conceito de (LC 12:15)
PROSELITISMO
dilatação do (LC 17:20)
perigo do (LC 17:20), (LC 17:23)
preocupação de (LC 17:23)
PROTEÇÃO
solicitação de * para os filhos (LC 6:44)
PROTESTANTE
obrigações dos ministros evangélicos e (LC 19:13)
PROVA
cooperação aos que jazem cansados na (LC 14:12)
PROVAÇÃO
caráter indispensável da * e do obstáculo (LC
21:13) choro nas crises de (LC 6:31)
desprezo pela * e pelo trabalho (LC 13:24)
PROVIDÊNCIA
concessão e (LC 11:9)
469/
PROVIDÊNCIA DIVINA
administração do talento e (LC 16:2)
apelos da (LC 16:2)
bem infinito e (LC 11:13)
recordação da * e reerguimento (LC 15:20)
PRÓXIMO
exame da posição da alma e (LC 10:29)
Parábola do Bom Samaritano e identificação do (LC
10:29) vida e encaminhamento à presença do (LC 10:29)
PRUDÊNCIA
necessidade de * e vigilância (LC 11:35)

Q
QUADRO EVANGÉLICO
contemplação do (LC 16:19)
QUEIXA
doenças e (LC 10:9)
QUEIXUME
perda de tempo e (LC 13:33)

R
RACIOCÍNIO
distorção do (LC 12:48)
RAZÃO
perda do lume da (LC 10:27)
REABILITAÇÃO
caminho da (LC 16:9)
REAJUSTAMENTO
justiça divina e (LC 16:9)
obtenção de novas oportunidades de (LC
16:9) oportunidades de (LC 16:9)
REAJUSTE
elementos indispensáveis ao (LC 5:31)
REALCE
exigência de cuidados e (LC 12:26)
REALIZAÇÃO
trabalho e (LC 13:24)
REALIZAÇÃO ESPIRITUAL
serviço supremo do espírito e (LC 24:45)
RECOMPENSA
justiça e (LC 3:14)
470/
responsabilidade e (LC 3:14)
RECONFORTO
pronúncia da frase de * e apaziguamento (LC 6:21)
RECURSO
disposição de * de administração
alheia (LC 16:12)
RECURSO MATERIAL
concessão e (LC 11:9)
procedência do * à disposição
dos caprichos (LC 16:9)
RECURSO INDIVIDUAL
créditos de tempo e (LC 12:15)
diversidade de (LC 12:15)
providência divina e (LC 12:15)
REDENÇÃO
presença de Jesus no monte da (LC 9:23)
REENCARNAÇÃO
porta estreita e (LC 13:24)
viagem multimilenária e (LC 17:21)
REERGUIMENTO
alegria diante do apoio ao (LC 6:31)
REFORMA ÍNTIMA
amor a Jesus e (LC 23:26)
aprendiz de Jesus e (LC
9:53)
conhecimento espírita evangélico e (LC 17:21)
testemunho de (LC 23:26)
REGENERAÇÃO
dever de (LC 23:43)
recuperação da mente infantil e verdadeira (LC 18:16)
REGIÃO ESPIRITUAL
avanço para * diferente (LC 23:43)
REINO CELESTE VER REINO DE DEUS
REINO DE DEUS
alvorada de cada dia e (LC 17:21)
aparências exteriores e (LC 17:21)
apresentação do (LC 17:20)
chave da grande compreensão e (LC
17:21) descoberta e (LC 17:21)
edificação do (LC 9:62), (LC 17:21)
expressões transitórias do poder humano e (LC
471/
17:20) grão de mostarda e (LC 24:48)
grão de mostarda, símbolo do (LC
24:48) Jesus e (LC 1:79), (LC 17:20),
(LC 17:21)
lançamento do (LC 1:79)
lançamento do * entre os homens (LC
1:79) poder humano e (LC 17:20)
práticas religiosas e (LC 17:21)
surgimento do (LC 17:20), (LC
23:43) templo interno e (LC 17:20)
visão dos homens e (LC 17:20)
REINO DIVINO
concretização do * na Terra (LC
17:21) edificação do (LC 17:21)
início, desenvolvimento e consolidação do (LC 23:43)
símbolo da edificação do (LC 9:62)
REINO DO AMOR
colaboração na construção do (LC 6:32)
REINO DO ESPÍRITO
demonstração da estima pública no (LC 17:20)
REINO DO SENHOR
descoberta gradativa do (LC 17:20)
REINO INTERNO
edificação e (LC 17:21)
RELIGIÃO
cooperadores da (LC 11:49)
investigadores curiosos e procura pela (LC 4:21)
perseguições e ataques dolorosos aos cooperadores da (LC
11:49) preocupações da * no mundo (LC 17:20)
vultos distintos e (LC 12:48)
RENASCIMENTO DOLOROSO
motivo do (LC 11:10)
RENOVAÇÃO
ciência da * pelo bem (LC
22:27) esforço e (LC 16:29)
sinal da * interior para Deus (LC 9:53)
verdadeira * e pensamento reajustado (LC 12:48)
RENÚNCIA
consequências da (LC 13:24)
convidados ao testemunho da (LC 6:22)
demonstrações de (LC 23:26)
472/
REPARAÇÃO
processos novos no serviço de (LC 23:31)
REPOUSO
detenção no (LC 6:38)
RESERVA ESPIRITUAL
aprovisionamento de (LC 12:20)
RESPEITO
exercício do (LC 23:34)
RESPONSABILIDADE
abandono da cruz e (LC 14:27)
abominação à * e serviço aos semelhantes (LC
14:27) centralização e (LC 12:48)
luta edificante e (LC 9:62)
marcas do testemunho pela (LC 23:26)
recompensa e (LC 3:14)
trabalho e (LC 11:3)
RESPOSTA
importância da (LC 8:17)
RESPOSTA CELESTE
compreensão da (LC 11:11)
inibições provisórias e (LC 11:11)
RESSURREIÇÃO
busca da * eterna (LC
23:26) luz da (LC 24:11)
perplexidade surgida no dia da * de Jesus (LC 24:11)
prosseguimento da luz da (LC 24:11)
RETIFICAÇÃO
sofrimento e (LC 23:43)
REVELAÇÃO
fontes de * espiritual (LC 16:29)
REVELAÇÃO CELESTE
interpretações verbalista da (LC 15:17)
REVELAÇÃO ESPIRITUAL
chegada da (LC 4:21)
chegada do momento da (LC
4:21) instrumentos da (LC 24:11)
REVELAÇÃO RELIGIOSA
auto aperfeiçoamento e (LC 17:21)
REVOLTA
reclamação e (LC 12:20)
473/
RICO
expiação e (LC 16:25)
sofrimento infernal e (LC 16:25)
RIQUEZA
meditação na utilização da (LC 12:15)
RIQUEZA DA INJUSTIÇA
Jesus e o significado da expressão (LC 16:9)
ROCHA
sustentação dos vales com a dureza da (LC 11:13)
ROCKEFELLER
caridade e (LC 10:30)
ROMA
documentários de * imperial e caridade (LC 10:33)

S
SÁBIO
aprendizado com as letras
do alfabeto e (LC 12:26)
aprendizado do (LC 12:26)
departamentos do universo e (LC 6:38)
dissipação da névoa da ignorância e (LC
6:38) gelo da indiferença e (LC 9:60)
SACERDÓCIO
prejuízos eclesiásticos do (LC 19:48)
escolas religiosas e (LC 9:30)
SACERDOTE
comportamento e (LC 10:37)
mausoléu de simonia e (LC
9:60)
Parábola do Bom Samaritano e (LC 10:29)
SACRIFÍCIO
aplausos aos testemunhos de (LC 9:23)
bênção educativa e redentora (LC 6:22)
reclamação do * em benefício próprio (LC 5:31)
SALÁRIO
ansiedade e descrença pelo * mensal (LC
3:14) contentamento com o próprio (LC
3:14) inconformação e (LC 3:14)
problema de (LC 3:14)
SALVAÇÃO
benefício dos princípios da (LC 10:28)
fé e (LC 8:48)
474/
pastores humanos e (LC 17:21)
SAMARITANO
acolhimento dos descuidados e (LC 9:53)
caridade e história do * generoso (LC
10:33) comportamento e (LC 10:37)
Jesus e (LC 9:53)
Jesus, discípulos e (LC 9:53)
SAMARITANO DA BONDADE
acolhimento nos dias de tristeza e (LC 10:37)
alceamento do precipício da desilusão e (LC
10:37) apoio e cooperação e (LC 10:37)
atenção às queixas reiteradas e (LC
10:37) demonstração de estima e (LC
10:37)
elevação do chão das próprias quedas e (LC
10:37) iluminação da fé e (LC 10:37)
luz, consolação, amparo, bênção e (LC 10:37)
oferta de esclarecimento e (LC 10:37)
transformação em concurso fraterno e (LC 10:37)
SATANÁS
mentalidade dogmática e
manifestação de (LC 9:30)
SATISFAÇÃO
excesso na * egoística (LC 21:34)
SAUDADE
choro de * e dor (LC 5:4)
SAÚDE
abastados e (LC 16:19)
banquete no festim da * física (LC 16:19)
entendimento do valor da (LC 10:9)
graça e (LC 11:9)
tesouro da * física (LC
16:2) valor da (LC 10:9)
SAULO
Jesus e (LC 2:29)
SECURA
dureza e (LC 6:38)
SEGURANÇA
homem bom e (LC 10:37)
interrupção da * espiritual (LC 22:32)
nova era de * e tranquilidade (LC 2:14)
475/
SELVAGEM
caça abundante e (LC 6:38)
SEMEADOR
colheita e (LC 10:42)
SEMIMORTO
estradas do mundo e * da alma (LC 10:30)
SENDA ESTREITA
fidelidade no culto às obrigações assumidas e (LC 13:24)
SENHOR VER JESUS
SENTIMENTO
divulgação de falso (LC 16:13)
nível de (LC 15:29)
sombras que envolvem o (LC 17:21)
SEPULCRO
chegada dos que saíram do berço e (LC 12:20)
exame da bagagem e (LC 12:20)
verdade e (LC 12:20)
SERENIDADE
calma, resignação, confiança no futuro e (LC
12:20) manutenção da * e da confiança (LC 9:35)
SERVIÇO
atuação em esfera distante do * justo (LC 9:44)
oportunidade de (LC 19:42)
oportunidades de * fraterno (LC 14:13)
SERVIÇO DIVINO
afastamento do (LC 24:35)
SERVIÇO ESPIRITUAL
retirada apressada do (LC 9:23)
SERVIÇO NOBRE
requisição de missionários da visão e (LC 11:49)
SERVIDOR
negócios de obediência e edificação e (LC 19:13)
SIMÃO PEDRO VER PEDRO, APÓSTOLO
SIMÃO, CIRENEU
Jesus e (LC 23:26)
Lucas, apóstolo, e (LC 23:26)
SIMEÃO
consolação de Israel e (LC
2:29) Jesus e (LC 2:29)
476/
SIMPATIA
amizade e (LC 6:38)
círculo da (LC 16:9)
SINCERIDADE
articulação da linguagem na luz da (LC
17:20) depreciação do culto à (LC 12:48)
desprezo e (LC 2:14)
SINTONIA
mente e (LC 6:38)
SISTEMA JUDICIÁRIO
transformação do * da Terra (LC 24:48)
SOCORRO
dilatação dos haveres em forma de (LC
12:21) função do (LC 6:35)
respostas do Alto aos pedidos de (LC 11:11)
transformação do * em irresponsabilidade (LC 6:35)
SOFRIMENTO
aceitação e (LC 6:22)
bem-aventurança e (LC 6:22)
bênção educativa e redentora e (LC
6:22) criação e (LC 6:38)
discípulos e (LC 21:13)
ensino pelo (LC 14:35)
homem bom e (LC 10:37)
Jesus e (LC 23:43)
Jesus e * de mansardas escuras (LC 2:9)
necessidade de aproveitamento do (LC 14:27)
resistência ao (LC 6:22)
SOLICITAÇÃO
conhecimento do objetivo da (LC 11:10)
SOLIDÃO
companheiros e (LC 5:4)
experiência e (LC 5:4)
SOLIDARIEDADE
aprendiz e * humana (LC
6:38) homem bom e (LC
10:37) normas de * sublime
(LC 16:9)
novo movimento de * na Terra (LC 10:30)
oferta de migalhas de recursos e (LC
12:20) samaritano e (LC 10:29)
477/
SOLIDARIZAÇÃO
facilidade de * com os que nos seguem (LC 6:32)
SONO
alma e (LC 22:46)
SOVINICE
demonstração de (LC 15:29)
SUBLIME DISCIPULADO
verdadeira fórmula para ingresso ao (LC 14:27)
SUBORDINADO
ajuda com atenção e carinho e (LC 10:39)
SUGESTÃO
palavra, fio da (LC 8:17)
SUICÍDIO
perda da fé e (LC 10:37)
SUPERCULTURA
feitos prodigiosos da (LC 12:20)
SUPÉRFLUO
amigos afeiçoados ao (LC 7:22)
SUPERIOR HIERÁRQUICO
exercício de respeito e
boa vontade e (LC 10:39)
SUPLÍCIO
atenuação do * das crianças
abandonadas (LC 12:20)

T
TABERNÁCULO ETERNO
localização do (LC 16:9)
TABOR, MONTE
Moisés, Elias e (LC 9:30)
sublime acontecimento do (LC 9:30)
TALENTO
administração do (LC 16:2)
consagração ao bem e (LC
12:48)
TAREFA HUMILDE
importância da (LC 12:26)
TEMPERAMENTO
eliminação das arestas do próprio (LC 14:27)
TEMPESTADE
libertação da atmosfera asfixiante e (LC 11:13)
TEMPLO DA FÉ
comparecimento dos tutelados
478/
de Jesus e (LC 12:34)
departamento da casa infinita de Deus e (LC 12:34)
TEMPLO
paisagens do (LC 12:34)
TEMPO
aproveitamento do * no reajustamento individual (LC 16:9)
emprego dos créditos do (LC 12:15)
explicador silencioso e (LC 11:13)
horas do * e vagas no mar (LC 6:38)
igualdade perante os créditos do (LC 12:15)
julgador invisível da humanidade e (LC 6:27)
meditação elevada e (LC 21:34)
patrimônio inestimável e (LC 16:2)
revelação da bondade infinita de Deus e (LC
11:13) roubo do * e da alegria (LC 18:20)
utilização do (LC 21:34)
TENTAÇÃO
ausência de raiz e (LC 8:13)
TEOLOGIA
infernos e (LC 17:21)
TERNURA
excesso de (LC 8:13)
TERRA
caminho de Jesus para os céus e (LC 12:20)
caridade, gênio cristão na (LC 10:30)
Espíritos eternos e (LC 10:30)
melhor negócio da (LC 2:49)
novo movimento de solidariedade na (LC 10:30)
obrigações evolutivas na (LC 13:24)
paz imperecível e (LC 18:16)
povos esclarecidos na (LC 17:20)
progresso material na (LC 17:20)
renascimento na (LC 13:33)
semeadura e (LC 14:35)
sistema judiciário da (LC 24:48)
supercultura e (LC 12:20)
testemunhos de feição dos filhos da (LC 2:8-11)
TESOURO ESPIRITUAL
aquisição do (LC 10:42)
recolhimento no campo da vida do (LC 10:42)
479/
TESTEMUNHO
condições para habilitação ao (LC 22:32)
TESTEMUNHO CRISTÃO
luta humana e (LC 19:13)
TOLERÂNCIA
apelo à * e ao entendimento (LC 10:5)
exercício de * ao cônjuge (LC 9:23)
TOLO
reclamação do (LC 12:20)
TOMÉ
Jesus e (LC 2:29)
TOQUE
complexidade no problema do (LC 8:45)
espera pela mão resplandecente e (LC
8:45)
mulher doente e o * na veste de Jesus (LC 8:45)
referência ao * indispensável (LC 8:45)
TOQUE DIVINO
caso da mulher doente e (LC 8:45)
TORRE
construção da * de luz divina (LC 14:28)
simbolismo da (LC 14:28)
TRABALHADOR
encontro do * com os madeiros e leões (LC
10:3) Jesus e * divino (LC 3:17)
pão da tranquilidade e * pequeno (LC 15:17)
TRABALHO
administração do talento e (LC 16:2)
amplitude e complexidade do (LC 6:44)
aperfeiçoamento, iluminação e (LC 8:13)
apresentação da ficha de bom * pessoal (LC
9:28) arrependimento e (LC 15:17)
bênção da oportunidade de (LC
16:2) busca da edificação e do (LC
22:46)
comportamento na equipe de * assistencial (LC
14:13) dificuldade de assimilação do apelo ao (LC
10:9) espírita e responsabilidade de (LC 17:21)
estudo e observação do Evangelho e (LC
24:45) fixação no (LC 6:38)
invasão da área de (LC 16:12) 480/
penúria e deserção do (LC 10:37)
481/
requisição de fervor e boa vontade no (LC 24:45)
responsabilidade e (LC 11:3)
riqueza de dirigentes e dirigidos e (LC 12:48)
TRABALHO PRÁTICO
multiplicação do chamado (LC 10:20)
TRANQUILIDADE
aquisição de * de espírito (LC
10:5) recursos de retorno à (LC
12:48)
TRANSFORMAÇÃO ESPIRITUAL
esforço e (LC 22:12)
TREVA INTERIOR
compaixão, socorro e (LC 6:35)
TREVAS
auxílio no desembaraço das (LC 5:31)
dissipação das (LC 22:27)
processo de liquidação das (LC 17:21)
TRIBUNAL DE JERUSALÉM
transporte do * ao nosso foro íntimo (LC 23:25)
TRIGO E JOIO
separação do * no dia da ceifa (LC 6:35)
TRISTEZA
afastamento do hábito da *
destrutiva (LC 6:21)
preferência pela (LC 6:38)
TUMULTO
pensamentos de harmonia e (LC 17:21)

U
UNIVERSO
conquista da cidadania do (LC
17:20) importância das coisas no
(LC 11:9)
USURÁRIO
inermidade de * em túmulos de ouro (LC 9:60)

V
VAIDADE
amigos enganados pela (LC 9:20)
desprendimento sincero da
* humana (LC 14:28)
exibição, conhecimento e (LC 14:10) 482/
filhos da * individual (LC 9:26)
lanterninha da (LC 2:32)
483/
renúncia e (LC 14:33)
semelhantes e (LC 14:10)
VAIDADE
homem e (LC 2:14)
VAIDOSO
reclamação do (LC 12:20)
VALORES DA ALMA
vitórias e (LC 12:20)
VALORIZAÇÃO
facilidade de * dos que nos servem (LC 6:32)
VELHO
frio do desencanto e (LC 9:60)
VELHO TESTAMENTO
Jesus e (LC 2:29)
VENENO
livros abomináveis espalhando (LC 11:35)
VERDADE
corações inclinados à * e ao bem (LC 21:19)
acerto de contas com a (LC 23:34)
conciliação da * com a mentira (LC 6:26)
discernimento e (LC 17:21)
distância da (LC 24:35)
fuga da * religiosa (LC
8:28) homem da (LC 6:26)
penetração no templo da * e da fé viva (LC 22:27)
proclamação da (LC 9:60)
sepulcro e (LC 12:20)
transição entre a * e a mentira (LC 11:23)
VESPASIANO
triunfo bélico e coliseu de (LC 10:30)
VICENTE DE PAULO, S.
caridade e (LC 10:30)
VÍCIO
incompatibilidade entre * e dever (LC 16:13)
VIDA
aspiração ao clima da * superior (LC
15:18) ato religioso permanente e (LC
19:13) benefício da (LC 12:15)
cristianização da (LC 17:23)
débitos onerados e (LC 18:20)
484/
descrença na expansão da (LC
24:11)
dispensador no patrimônio real da (LC
14:33) doadores da * eterna (LC 10:3)
encaminhamento da * à presença do próximo (LC
10:29) enriquecimento dos patrimônios da (LC 11:49)
espraiamento da * nos domínios universais (LC 17:21)
fatores no desenvolvimento e iluminação da (LC 8:48)
filhos pródigos da (LC 15:18)
fuga das verdades religiosas da (LC
8:28) localização do Tesouro real da
(LC 16:19) menosprezo aos dons da (LC
14:27)
observação da * acima das impressões superficiais (LC
9:62) pedidos à (LC 12:20)
permuta, colaboração, experiência e (LC 11:9)
problemas de remuneração na * comum (LC 3:14)
prudência na rogativa das concessões da (LC
22:42) reforma e cristianização da (LC 17:23)
revelação da * eterna (LC 10:42)
significação da * de Jesus (LC 2:29)
usufrutuários dos bens da (LC 6:38)
VIDA ESPIRITUAL
descuido da (LC 21:34)
VIDA ETERNA
amor ao próximo e (LC 10:37)
doutor da Lei e herança da (LC 10:28)
entesouramento da luz e (LC 10:37)
herança e (LC 10:28)
VIDA INTERIOR
caridade e (LC 11:41)
esmola e (LC 11:41)
irradiação de amor e (LC 11:41)
VIDA MAIOR
petições endereçadas à (LC 22:42)
VIDA MATERIAL
transformação dos recursos da * em obras luminosas (LC 11:9)
VIDA SUPERIOR
melancolia expressando saudade da (LC 6:21)
VIDEIRA
Jesus e (LC 23:31) 485/
486/
VIRTUDE
magnetismo e (LC 6:19)
VISÃO
perda da * dos interesses eternos (LC 11:9)
VITÓRIA
presença de Jesus no monte da (LC 9:23)
VIUVEZ
esperança e alegria para a * em desamparo (LC 12:20)
VIVER
significado do termo (LC 10:28)
VOTO
alteração de * formulado (LC 22:42)
VULGARIDADE
vitória da (LC 11:49)

Z
ZAQUEU
Jesus e (LC 2:29), (LC 24:48)
mordomo da fortuna material e ação de (LC 24:48)
ZONA ESTERCORÁRIA
fuga ao primeiro encontro com a (LC 14:35)
Conselho Editorial:
Jorge Godinho Barreto Nery – Presidente
Geraldo Campetti Sobrinho – Coord. Editorial
Evandro Noleto Bezerra
Marta Antunes de Oliveira de Moura
Miriam Lúcia Herrera Masotti Dusi

Produção Editorial:
Rosiane Dias Rodrigues

Preparação de conteúdo e indexação:


Cyntia Larissa Ninomia
Daniel Meirelles
Erealdo Rocelhou
Geraldo Campetti Sobrinho
Larissa Meirelles Barbalho Silva
Saulo Cesar Ribeiro da Silva

Revisão:
Erealdo Rocelhou
Larissa Meirelles Barbalho Silva

Capa e Projeto Gráfico:


Luisa Jannuzzi Fonseca
Miguel Cunha

Diagramação:
Rones José Silvano de Lima – www.bookebooks.com.br

Normalização Técnica:
Biblioteca de Obras Raras e Documentos Patrimoniais do Livro

E-Book:
Diego Henrique Oliveira Santos

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