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Apontamentos de Introdução de Sociologia

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INSTITUTO SUPERIOR DE CIÊNCIAS E GESTÃO

CURSO: ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA.

DISCIPLINA: INTRODUÇÃO À SOCIOLOGIA, I° ANO, I° SEMESTRE, MÓDULO I

Docente: Santos Estevão

1
Fairchild, Dicionário de sociologia, p.
194.

NACALA
2

UNIDADE I: INTRODUÇÃO AO ESTUDO DA SOCIOLOGIA.


O pensamento sociológico desponta de maneira mais expressiva no século XIX, devido as
diversas transformações que ocorriam na Europa. Contudo, na antiguidade grega, os
sofistas despertaram o interesse pelo social. Assim, Aristóteles definira o homem como um
animal social por natureza.

1.1. Noções básicas da Sociologia.


a) Sociedade.
A etimologia da palavra sociedade deriva do latim, societas, que significa associação
“amistosa com outros”.
Para Geque & Biriate (2010), Sociedade é reunião de pessoas unidas pela mesma origem e
pelas mesmas leis.

Todavia, Sociedade consiste em um grupo de indivíduos ordenados em uma estrutura


social e que partilham as mesmas leis.

b) Sociologia.
Sociologia é uma palavra formada de outras duas: socius, que em latim significa sócio,
social; e logos, que em grego significa estudo. Sociologia, portanto, significa, em sua
origem, o estudo do social, ou da sociedade, ou de tudo o que se refere a mais pessoas
( Heerdt, 2006).
Reinaldo Dias (2010) apresenta as seguintes definições da Sociologia:
• Sociologia é o estudo das interacções e inter-relações humanas, suas condições e
circunstâncias (M. Ginsberg);
• Sociologia é a ciência do comportamento colectivo (Burgess);
• Sociologia é da sociedade ou dos fenómenos sociais (Ward);
• Sociologia é o estudo sistemático do comportamento social, dos grupos e das
interacções humanas.(Dias, 2010).
Com efeito Sociologia é o estudo científico das relações sociais, do comportamento dos
grupos sociais e da Sociedade.

c) Os fenômenos sociais e suas características.


Segundo José Vargas (2005) as características dos fenômenos socais são:
• Totalidade -os fenómenos sociais são unos e indivisíveis;
• Exterioridade - os fenómenos sociais encontram-se fora das consciências
individuais;
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• Coercitividade - os fenómenos sociais são dotados de um poder imperativo e
coercitivo;
• Relacionalidade - os fenómenos sociais estão inseridos num jogo de expectativas
de um grupo social;
• Relatividade - os fenómenos sociais ocorrem num espaço e num tempo especifico;
• Previsibilidade (relativa) - estão situados num leque de previsões condicionadas por
novos conhecimentos ou utilização de códigos diferentes.
1.2. Objecto de estudo da Sociologia.
O objecto de estudo da sociologia - são os factos sociais. Esses factos sociais podem ser:
jurídicos, religiosos, políticos, económicos, educacionais, turísticos e científicos.
Segundo o sociólogo Durkheim, o objecto da sociologia são os factos sociais. Contudo,
para Max Weber, o objecto da Sociologia é acção social. Esta pode ser: racional referente
aos fins e valores, afectivo ou emocional e tradicional.

1.3. Tipologias da Sociologia.


Existem diferenciados tipos de Sociologia, mas importa destacar:
• Sociologia geral aquela que define os conceitos básicos, os métodos e técnicas de
investigação do fenómeno social;
• Sociologia do trabalho é um ramo da sociologia relacionado com o estudo das
relações sociais no mundo do trabalho.
• Sociologia Jurídica dedica-se ao estudo sistemático das relações entre o fenómeno
jurídico com a realidade social.
Pode-se falar ainda da Sociologia da família, sociologia urbana, Sociologia política.
Sociologia desportiva, sociologia da educação e outros.

1.4. Objectivos da Sociologia.


De acordo com Vargas (2005) a Sociologia tem os seguintes objectivos:
• Contribuir para uma melhor compreensão da vida social;
• Contribuir para a análise crítica da Sociedade;
• Ajudar na explicação e compreensão das mudanças sociais;
• Prever os comportamentos desequilibrados e conflitos sociais;
• Contribuir para os outros saberes sociais.

2. EVOLUÇÃO HISTÓRICA DA SOCIOLOGIA.


A Sociologia como ciência evoluiu ao longo da história da humanidade a semelhança das
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diferentes ciências. Ela tem quando e onde surgiu e foi lhe determinada o seu objecto de
estudo. Assim, pode-se destacar dois períodos principais: a sociologia pré - científica e a
sociologia clássica ou científica.

2.1. Sociologia pré - científica.


Na Antiguidade, o filósofo Aristóteles distinguiu a ‘’ lei e costumes humanos e a lei
natural’’. Assim, Aristóteles definia o homem como um animal político e social,
aproximando o direito a realidade social.

a) Período do Renascimento ou renascença.


Movimento filosófico e artístico dos séculos XV e XVI que teve como principal centro
difusor a Itália e alcançou, sobretudo, a Inglaterra, a França e a Alemanha. Foi um
movimento de redescoberta do humanismo greco-latino. Foi uma primeira transformação
do pensamento medieval, sempre voltado para a religião, para a vida pós-morte.

O Renascimento foi, portanto, o retorno da ideia de homem com toda a importância das
Antiguidades Clássica, Grega e Latina.
Para alguns historiadores, o Renascimento significou, principalmente, o reviver da cultura
e da erudição. Com o surgimento da imprensa e das universidades, o burguês inculto teve
acesso aos antigos textos dos sábios.
Outros viram no Renascimento um surto de “cultura de ostentação”, à qual teve acesso a
burguesia, enriquecida pelo comércio e desejosa de mostrar à nobreza sua capacidade de
adquirir bens de valor, entre eles a própria cultura. Procurando pensar sobre a vida social e
política, o homem renascentista vai desenvolver também suas teorias, nas quais ficará
reflectida sua inquietude para com as turbulências dessa transição.
Como Platão, os filósofos renascentistas criaram uma sociedade imaginária perfeita.

THOMAS MORUS (1478 - 1535), nasceu em Londres, idealizou um lugar sem problemas,
onde todas as soluções foram encontradas: a Utopia. Uma ilha cujo nome significa
“nenhum lugar”, onde existe harmonia e equilíbrio, onde estão reunidos a verdade e o bem.
Desse modo, o pensamento social no Renascimento se expressa na criação imaginária de
mundos ideais que simbolizariam como a realidade deveria ser. Utopia é uma ilha onde
reina a igualdade e a concórdia. Todos vivem as mesmas condições de vida e executam
em rodízio os mesmos trabalhos.
Seria A Utopia uma obra sociológica?
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Não no sentido moderno ou científico do conceito, mas como expressão das preocupações
do filósofo com a vida social e com os problemas de sua época.
Todavia ou, como o próprio autor chama, o “regime social” dos utopienses demonstra
claramente a preocupação com o estabelecimento de regras sociais mais justas e
humanas como respostas às críticas, particularmente em relação à Inglaterra, na parte
introdutória do livro.

MAQUIAVEL (1469 - 1527) nasceu em Florença.


O criador da ciência política. Escreveu “O Príncipe”, livro dedicado a Lourenço de Médici,
em que se propõe a explorar as condições pelas quais um monarca absoluto é capaz de
fazer conquistas, reinar e manter o seu poder. O Príncipe é um manual de acção política
Maquiavel (1996) acredita que um bom governo depende de pulso forte e mente sábia,
aliados a qualidades pessoais como astúcia, coragem e decisão.
Em seu livro, mostra como deve agir o soberano para alcançar e preservar o poder, como
manipular a vontade popular e como usufruir de seus poderes e de seus aliados. Faz uma
análise clara das bases em que se sustenta o poder político, como conseguir exércitos fiéis
e corajosos, como castigar os inimigos, como recompensar os aliados e como destruir, na
memória do povo, a imagem dos antigos líderes.

A visão laica da sociedade e do poder


Em relação ao desenvolvimento do pensamento sociológico, Maquiavel teve mais êxito do
que Thomas Morus, na medida em que seu objectivo foi conhecer a realidade tal como se
lhe apresentava, em vez de imaginar como ela deveria ser.

De qualquer maneira, nas obras de Thomas Morus e de Maquiavel, percebemos como as


relações sociais voltam, após a predominância quase absoluta do pensamento místico e
teológico da Idade Média, a ser objecto de estudo e análise. A vida dos homens já aparece,
nessas obras, como resultado das condições económicas e políticas e não de sua fé ou de
sua consciência individual.
Além disso, esses filósofos expressam os novos valores burgueses, ao colocarem os
destinos da sociedade e sua boa organização nas mãos de um indivíduo que se
distingue por características pessoais. A monarquia proposta no Renascimento não se
assenta na legitimidade do sangue ou da linhagem, na herança ou na tradição, mas na
capacidade pessoal do governante e sua sabedoria. Nessa ideia de monarquia, se baseia a
aliança que a burguesia estabelece com os reis para o surgimento dos estados nacionais,
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onde a ordem social será tanto mais atingível quanto mais o soberano agir como estadista ,
pondo em marcha às forças económicas do capitalismo em formação.

b) A ilustração e a sociedade contratual: uma nova etapa do pensamento burguês


O Renascimento exalta a natureza e os prazeres da vida terrena, fossem a glória ou o
simples prazer dos sentidos, apesar de ainda ter um certo carácter religioso.
No século XVII, a burguesia avança na concepção de uma forma de pensar própria, capaz
de transformar o conhecimento num processo que desse frutos em termos de utilidade
prática. Era preciso preparar a sociedade para receber os resultados do trabalho bem
dirigido. Os próprios sábios deveriam se interessar em desenvolver conhecimentos de
aplicação prática.

Novos valores guiando a vida social para a modernização da vida, maior empenho das
pesquisas e do saber para conquistar avanços técnicos, melhora nas condições de vida -
tudo isso somado levou a um novo surto de ideias conhecido pelo nome de ilustração (ela
foi essencialmente pragmática e liberal).
Fortalecida, a burguesia propunha agora formas de governo baseadas na legitimidade
popular. Conclamava o povo a aderir à defesa do liberalismo económico, da igualdade
jurídica e do sufrágio universal.

A filosofia social nos séculos XVII e XVIII


O pensamento da ilustração defendia a ideia de que a economia era regida por leis naturais
de oferta e procura que tendiam a estabelecer, de maneira mais eficiente do que os decretos
reais, o melhor preço, o melhor produto e o melhor contrato através da livre concordância.
O controle das relações humanas surgia, portanto, da própria dinâmica da vida econômica e
social, dotada de uma racionalidade intrínseca cuja descoberta era a principal meta dos
estudos científicos.

A racionalidade estava na origem natural e física das leis de organização da sociedade


humana e na base da própria actividade humana e do conhecimento, como defendiam René
Descartes e Denis Diderot. O racionalismo cartesiano se expressa pela frase “penso, logo
existo'’”, na qual mostrava ser a razão a essência do ser humano.
No plano social, o racionalismo manifestava-se na noção de que as sociedades se
baseavam em acordos mútuos entre os indivíduos que as compunham.

JEAN - JACQUES ROUSSEAU (1712 - 1778) nasceu em Genebra.


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Afirmava que a base da sociedade estavano interesse comum pela vida social, no
consentimento unânime dos homens em renunciar as suas vontades particulares em favor
de toda a comunidade.

JOHN LOCKE (1632 - 1704) - Inglês.


Para ele a contratação estabelecia, entre outras coisas, as formas de poder, as garantias de
liberdade individual e o respeito à propriedade. Seus princípios deveriam ser redigidos sob
a forma de uma constituição. Os filósofos da ilustração só conseguiram conceber a ideia de
sociedade como somatório de individualidades. O comportamento social decorria da
manifestação explícita das vontades individuais.

ADAM SMITH ( 1723 - 1790) nasceu na Escócia,


fundador da ciência económica. Demonstrou que a análise científica pode ir além do que
era expressamente manifesto nas vontades individuais.
Em sua análise sobre a riqueza das nações, descobriu no trabalho, ou seja, na
produtividade, a grande fonte de riqueza.
Adam Smith (1776) revelara a importância do trabalho ao pensar na sociedade não
como um conjunto abstracto de indivíduos dotados de vontade e liberdade, tal como
Rousseau e Locke, mas ao aprender e interpretar a realidade inglesa de seu tempo. A
Revolução Industrial estava em pleno andamento e seus frutos já se anunciavam.

c) A crise das explicações religiosas e o triunfo da ciência


Vários aspectos da filosofia da ilustração preparam o surgimento das ciências sociais no
século XIX e um deles foi a crescente credibilidade alcançada pelo pensamento científico.
As ideias de progresso, racionalismo e vitória do homem sobre a natureza exerceram todo
seu encanto sobre a mentalidade da época. Esse pensamento científico e racional via a
sociedade como um componente da natureza. A sociedade, como a natureza, poderia
ser explicada, conhecida e controlada.

Começaram, então, as discussões em torno do método científico: a indução (manipulação


empírica) e a dedução (racional - encadeamento lógico de hipóteses elaboradas).
A existência da Igreja como instituição social foi discutida por alguns pensadores e
sociólogos do século XIX. Émile Durkheim a considerava um meio de integrar os homens
em torno de ideias comuns. Karl Marx a julgava responsável por uma falsa imagem dos
problemas humanos, ligada à acomodação e à submissão pregadas por sua doutrina.
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2.2. Sociologia clássica e científica.
Augusto Comte e a origem da Sociologia.
A paternidade da Sociologia é incumbida a Augusto Comte, pois ele foi o criador da
Sociologia e o defensor do positivismo. Quem é afinal Augusto Comte?
Augusto Comte, nasceu em França em 1798, tornou-se filósofo, matemático, fundador da
Sociologia e do positivismo. Estudou no Liceu de Montpellier, onde teve a iniciação
académica;

Em seguida frequentou na Escola Politécnica de Paris e em 1816 foi expulso por rebelião a
um docente; em 1946, Comte dedicou-se a questões religiosas e espirituais.

Comte, é visto como filósofo social, reformador da sua sociedade. Importa salientar que, as
suas obras literárias destacáveis são: Curso de Filosofia Positiva (1857) e Sistema de
Política positiva (1854). Ele morreu em Paris em 5 de Setembro de 1857.

A Sociologia como ciência surgiu no século XIX com intuito de responder e compreender
os grandes problemas sociais advindos do processo de urbanização e da industrialização. O
principal objectivo do surgimento da Sociologia foi de estudar sistematicamente o
comportamento social dos grupos e das diversas interacções humanas.
De facto, com a urbanização e a industrialização da Europa no século XIX, nasceram
muitos problemas advindos das interacções sociais tais como: a violência social, o
alcoolismo, as epidemias, a própria urbanização, etc.

Contextualização do pensamento de A. Comte.


Com a revolução francesa e industrial provocam grandes transformações na sociedade
europeia. Das duas revoluções surgem outros problemas de natureza social como: o
aumento da urbanização, o incremento de número de suicídios, das epidemias, do
alcoolismo e outros. Esta realidade, fez emergir um caos social, desordem e anarquia.
Factores que influenciaram o pensamento Comtiano:
- A revolução francesa que permitiu a exaltação dos valores da “ liberdade, igualdade e
fraternidade”. Verifica-se também a exaltação dos direitos do homem e o uso da razão
humana na resolução dos problemas sociais;
- Revolução industrial o que facilitou o uso da maquina a vapor e o aperfeiçoamento dos
métodos produtivos;
- Reacção conservadora do século XIX, preocupados com a ordem estabelecida e a coesão
social, davam importância a autoridade, a hierarquia, a tradição e aos valores morais para a
conservação da vida social (Reinaldo Dias, 2010)
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O positivismo de Comte
Positivismo - ou ciência positiva - consiste na formulação das leis da natureza através da
observação e da experiencia. O conhecimento científico provem da observação e da
experiencia. Por isso, física social deve usar a observação e a experiencia como método de
investigação.
De acordo com Dias, o estado positivo comtiano caracteriza-se pela subordinação da
imaginação e da argumentação à observação. Cada proposição enunciada de maneira
positiva deve corresponder a um facto, seja particular ou universal.

Para Comte, ‘’as sociedades europeias encontravam-se em estado do caos social e para que
haja coesão e equilíbrio na sociedade, é necessário restabelecer a ordem nas ideias, nos
conhecimentos, criando um conjunto de crenças comuns a todos homens’’ Isto deu o nome
de Filosofia positiva (Positivismo). Então, o positivismo consiste no progresso com ordem
(Reinaldo Dias, 2010)

Para Comte, a Filosofia Positiva é que funda a física social, isto é, a Sociologia. Ele divide
a Filosofia Positiva em cinco ciências principais: astronomia, física, química, fisiologia e
a física social ou sociologia. O método da ciência positiva é a observação (Reinaldo Dias,
2010).

Na obra Curso de filosofia positiva, Comte formulou a teoria dos três estados nos quais se
desenvolve o conhecimento humano:

1. Estado teológico - compara com a fase de desenvolve humano - infantil;

2. Estado metafísico - compara com a fase da juventude;


3. Estado positivo ou empírico - a fase de maturidade ou adulta. Neste estado
encontramos a verdadeira ciência. O estudo dos fenómenos sociais deve se aplicar
o método positivo.

b) Sociologia em Émile Durkheim: Definição e objecto.


Durkheim nasceu na França em 15 de Abril de 1858. descendente de uma família judia,
começou seus estudos filosóficos na Escola Normal superior de Paris e doutorou-se em
Filosofia.
Durkheim, é o fundador da Escola Objectiva Francesa. Foi professor da Universidade
Bordéus, onde ocupou a primeira cátedra de Sociologia criada na França em 1887. Ele
morreu em 15 de Novembro de 1917 em Paris. As Principais obras literárias de Émile
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Durkheim são:
• A divisão do trabalho social em 1893;
• As regras do método sociológico em 1895;

• O suicídio em 1897;

• As formas elementares da vida religiosa (1912).

Definição da Sociologia em Durkheim.


Para Durkheim, Sociologia é ‘’o estudo dos factos essencialmente sociais’’. O objecto da
Sociologia são os factos sociais devem ser visto como coisas (Reinaldo Dias, 2005).

Características dos factos sociais segundo Durkheim.


Na perspectiva de Durkheim, considerou “os factos sociais como coisas”. Assim, a
principal característica do facto social é exercer uma coacção sobre os indivíduos. Os
factos sociais são coisas, porque é tudo aquilo que é dado, tudo que se oferece, aquilo que
impõe à observação. De facto, os factos sociais podem se caracterizar-se em:
 Generalidade - porque o facto social está patente em toda colectividade ou
sociedade; é extensiva a todos os membros da mesma sociedade;
 Exterioridade - os factos sociais são observáveis; e
 Coercitividade - significa que é um comportamento estabelecido pela
sociedade, isto é, o que as pessoas sentem, pensam e fazem é independente das
suas vontades individuais.

O método sociológico no pensamento de Durkheim.


Na obra “As regras do método sociológico”, Durkheim afirma que “devemos observar os
factos sociais como coisas”. Assim, o principal método da investigação sociológica é a
observação.
Durkheim, apresenta duas etapas do método sociológico: a primeira é observar os factos
sociais como coisas; segunda - reconhecer o facto social pela coacção que exerce na
sociedade (Raymond Aron, 1994) Na mesma senda, Durkheim identificou três regras do
método sociológico:
1a definição do fenómeno;
2a refutação das interpretações anteriores; e 3a ponto de chegada: uma explicação
sociológica do fenómeno em estudo.
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Concepção Durkheimiana do crime.
Crime é o acto que a consciência colectiva proíbe. O que é então ser criminoso?
Para Durkheim, criminoso é todo aquele que numa sociedade, se recusou a obedecer às leis
da cidade. (Estado).A interpretação clássica sobre a teoria da sanção tinha como objectivo:
prevenir a repetição do acto culpado.
Todavia, para Durkheim, a sanção ou castigo tem a função de: satisfazer a consciência
comum. Pois foi ferida pelo acto cometido por um dos membros da colectividade.

Característica da sociedade Moderna segundo Émile.


A característica fundamental da sociedade moderna é a diferenciação social. A diferenca
social é a solução pacifica da luta pela vida. Cada membro da sociedade desempenha o seu
papel e preenche a uma função. Por conseguinte, a diferenciação social é a condição
criadora da liberdade individual. Assim, o indivíduo é expressão da colectividade e a falta
da solidariedade orgânica, implicaria a desintegração social.

c) A Sociologia em Max Weber e a teoria da acção social.


Max Weber iniciou a sua vida académica na Universidade Humboldt em Berlim. Mais
tarde, tornou-se professor da Universidade Heidelberg, na Universidade de Viena e de
Monaco. Ele foi um dos pensadores influentes na política alemã e chegou a dirigir a
Constituição de Weimar. Max doutorou-se em direito em 1889 na Universidade de Berlim.
Ele morreu em Munique, em 14 de Junho de 1920.

Principais obras de Weber:


 A ética protestante e o espírito do capitalismo;
 Economia e sociedade;
 Escritos de sociologia e política social

Teoria da acção social em Max Weber


O que é sociologia para Weber?
Max Weber, entende que a Sociologia é uma ciência que procura compreender a acção
social. Na mesma senda, acha que a sociologia deve entender como acontecem e como
estabilizar as relações sociais, por isso, objectivo primordial de Weber, é compreender o
sentido que dá a sua conduta e perceber a sua estrutura inteligível.
O pensamento sociológico de Max começa com a teoria sociológica no conceito acção.
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A acção é o comportamento humano.
Os principais conceitos sociológicos de Max Weber podem ser retirados da obra
“Economia e Sociedade” publicada em 1920 por sua esposa Marianne Weber. Nesta obra
encontra-se a teoria da acção social. Assim, Weber distingue quatro tipos de acção social:
1. Acção racional objectiva - é a constatação de que cada ser humano pensa sobre a
realidade social;
2. Acção racional valorativa ou axiológica - consiste no juízo de valor sobre as
acções em que realiza cada membro da sociedade;
3. Acção afectiva ou emocional - aquela que surge da relação amorosa ou a criação
das amizades e como reagimos sobre acção social;
4. Acção tradicional ou costumeira - provem dos hábitos e costumes, significa que o
nosso comportamento é modelado pela nossa prática cultural.

Acções afectiva e tradicional são aquelas que produzem as relações entre as pessoas. Elas
são de dimensão comunitária ou colectiva, por isso, os indivíduos constroem sentido de
comunhão e colectividade.

Para Weber, a comunidade e a sociedade são entidades coexistentes, pois a comunidade


existe dentro da sociedade. Ex: comunidade muçulmana que existe dentro da sociedade
moçambicana.

Tipos de dominação segundo Max Webber.


Os tipos de dominação na perspectiva weberiana, encontra-se na sociologia política.
Weber, analisou a burocratização da sociedade, sendo esta, uma forma de mudança
organizacional baseada em valores e acção.
Dominação é a submissão de um determinado grupo a um mandato. Contudo,
existem três tipos de dominação:
1. Dominação legal - estatuto que pode criar ou modificar normas de forma
pré-estabelecida. O dominado obedece a regra e não a pessoa em si. Este obedece
ao dominante, porque tem autoridade devido a regra que lhe deu legitimidade para
ocupar o tal cargo;
2. Dominação tradicional - acontece quando há crença na santidade de quem
manda. O ordenamento é fixado pela tradição e a sua violação seria afronto contra
a legitimidade da própria autoridade. Ex: um pai emprega o seu filho na mesma
empresa pelo facto deste ser seu filho;
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3. Dominação carismática - consiste na obediência às regras de um pessoa e
das suas qualidades. Os dotes da pessoa pelos quais alguns admiram são
sobrenaturais. Ex: um bom orador, um, profeta, um padre, etc.

O que é classe social?


Segundo Marx, Classe social é um grupo que ocupa um lugar determinado no processo de
produção (Raymond Aron, 1994).

Tipos de classes sociais em Karl Marx:


Em O Capital, Marx apresenta duas classes sociais principais:
 Classe da burguesia que se interessam em produzir para obter lucros;
d) A sociologia em Karl Marx e as classes sociais.
A sociologia de Marx é a de luta de classes. Para ele, a sociedade actual é antagônica. As
classes são actores principais do drama histórico, em particular do capitalismo, e da
história geral. A luta de classes é o motor da história e conduz a uma revolução que
assinalará o fim da pré-história e o advento de uma sociedade socialista.

O indivíduo é um ser social.


Marx ressalta com toda clareza: o homem vive desde sempre em uma sociedade que o
supera. "O indivíduo é o ser social.""O homem, isto é o mundo do homem: Estado,
sociedade." Essa natureza social constitui para Marx o ponto de partida para toda reflexão
subsequente. Assim, deve-se entender a muito discutida frase: "Não é a consciência do
homem que determina seu ser, mas é seu ser social que determina sua consciência."
• Classe Proletária - aquela que vende a sua força de trabalho para obtenção dos meios de
subsistência para a manutenção da própria vida.
Por conseguinte, as duas classes sociais são opostas e complementares.

Karl Marx: O materialismo histórico e materialismo dialéctico.


O que é materialismo?

É “o conjunto de relações sociais interligadas às forças produtivas” Os homens modificam


o seu modo de produção adquirindo novas forças produtivas. Marx, afirmava que, a
produção material de uma sociedade é o factor determinante da organização política. Para
ele, a base material ou económica é infrastrutura da sociedade que exerce influência
directa nas instituições jurídicas.
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A super - estrutura são as instituições jurídicas, políticas (as leis, o Estado) e ideológicas
(as artes, a religião e a moral).
Segundo Marx, a base material é formada por forças produtivas que são as ferramentas, as
máquinas, as técnicas, tudo aquilo que permite a produção) e por relações de produção
(relações entre as maquinas e os trabalhadores, os proprietários dos meios de produção: as
terras e matérias primas).

Materialismo histórico é o conjunto das leis particulares que governam as transformações


económicas ao longo da história humana. Para Marx, a única realidade é a história, esta
que é, a evolução da matéria. Portanto, o factor fundamental da existência humana é o
económico.

Materialismo dialéctico - o conjunto de leis supremas que regem toda a realidade. Para
Marx, as leis do pensamento correspondem às leis da realidade. Dialéctica é pensamento e
a realidade. O motor da dialéctica é a contradição. Assim, a dialéctica torna-se um método
científico de pesquisa da verdade. Este método apresenta as seguintes características:
• Lei da acção recíproca e da conexão universal - a ideia de que tudo se relaciona;
• Lei da transformação universal e do desenvolvimento incessante - a ideia de que
tudo se transforma;
• Mudança qualitativa;
• Luta dos contrários.

O método dialéctico apresenta três momentos principais: tese, antítese e síntese.


Segundo Karl Marx, as épocas da história do mundo consoante os vários tipos de estrutura:
• Comunismo primitivo - comunhão de meios de produção;
• Escravidão - os escravos não tinham nenhum meio de produção;
• Capitalismo - os servos e os proletários tem como próprio só o trabalho;
• Comunismo no futuro - será posse comum dos meios de produção.
Segundo Marx, a lei que regula a transformação da estrutura económica da sociedade tem
carácter dialéctico. Com efeito, o “indivíduo é o ser social”. Assim, a sua sociabilidade
determina sua consciência. A essência humana é o conjunto das relações sociais. Isto
significa que, o modo como os indivíduos se comportam, agem, sentem e pensam vincula a
forma como se dão as relações sociais.

Para Marx e Engels, o estudo da sociedade deve partir de sua base material e a
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investigação do fenómeno social, da estrutura econômica da sociedade que constituía
a verdadeira base histórica humana.

Visão marxiana da sociedade comunista.


Para Marx, é necessário o surgimento da sociedade comunista com as seguintes
características:
• Abolição da propriedade privada;
• Igualdade - as classes serão abolidas, não haveria nem explorado, nem explorador;
• Justiça - a sociedade exigirá de cada um de acordo com as suas forças e lhe dará de
acordo com as suas necessidades;
• Continuação do processo dialéctico - consistirá na luta do homem contra a natureza
e não a exploração do homem pelo homem e de classe contra outra classe.

A luta de classes, a ideologia e alienação.


Para Marx, a luta de classes é a força motora da história que se desenvolve até o advento
do socialismo. A luta de classes “conceito marxista que considera inevitável o conflito
entre as diferentes classes que se opõem na sociedade” (Reinaldo Dias, 2010).

A IDEOLOGIA EM Marx.
É o conjunto das representações colectivas (morais, filosóficas e religiosas), através das
quais os homens traduzem as condições reais de existência.Contudo, Marx opõe ideologia
da ciência, pois o protótipo da ideologia é a religião.
De acordo com Aron (1994), as interpretações da doutrina marxista, tornou-se ideologia
para alguns Estados como: o Estado russo; os Estados da Europa Oriental e o Estado
Chinês.

A alienação em Marx.
O conceito alienação significa “tornar-se estranho a si próprio”. Assim, alienação refere
a certas condições impostas ao ser humano em diferentes sociedades o torna estranho a si
próprio ( Aron, 1994).

Para Marx, a alienação é um processo “sociológico através do qual os homens ou as


sociedades edificam organizações colectivas nas quais se perdem” Com efeito, no sistema
capitalista, os seres humanos estão alienados, perdendo-se a si próprios na colectividade e
a génese da alienação é económica financeira ( Aron, 1994).
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Marx determina duas formas de alienação económica:
a) Primeira alienação é imputável a propriedade privada dos meios de
produção. Esta alienação diz respeito ao de o ser humano perder a sua dignidade
pelo trabalho; o trabalho é degradante e torna-se instrumento em meio da vida;
b) Segunda alienação está relacionada à anarquia do mercado - os
empresários são alienados pelo mercado, pois buscam o beneficio próprios e não a
satisfação da clientela. Por isso, o empresário torna-se escravo do mercado
imprevisível submetendo-se a concorrência. Portanto, os empresários exploram os
assalariados (Raymond Aron, 1994).
Marx, refere por um lado que o “homem realiza a sua humanidade no trabalho e será a
libertação do trabalho que marcará a humanização da sociedade”. Por outro lado, o homem
é livre e humaniza-se fora do trabalho. Por conseguinte, a humanização completa da
sociedade realiza-se pelas condições do homem no trabalho, reduzindo-se a duração do
trabalho Raymond Aron, 1994).

2.3. Correntes da Sociologia: o funcionalismo e sociologia critica.


Existem diferentes correntes da Sociologi como ciencia e destacam-se: Organicismo
Positivista, Teorias do Conflito, Formalismo, Behaviorismo Social e Funcionalismo e
Sociologia critica.
• Funcionalismo - para Vargas (2005) o funcionalismo compara a sociologia uma
especie de enginharia social que constroi o “edifico social” (modelo de sociedade),
onde cada individuo ocupa um lugarpreviamente definido.
• Sociologia critica - aquela que defende que a Sociologia é uma ciência de analise e
critica global, que consciencializa os actores sociais e lhes permite dominar o
processo social (Vargas, 2005).

2.4. Comportamentos colectivos e Sociologia na administração pública.


De acordo com Dias (2010), comportamento colectivo compreende muitas formas de
interacção humana. É a formação da opinião de cada um sobre determinado assunto
público, a presença em uma manifestação pública e o comportamento das pessoas em uma
festa, em um teatro, cinema ou jogo de futebol. O comportamento colectivo caracteriza-se
como:

• Imprevisível - não se prevê a resposta e como poderá reagir a uma dada situação;
• Eventual - é esporádica, não ocorre com regularidade, e
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• Irracional - origina da emoção e não da razão lógica.
Principais manifestações do comportamento colectivo:
• Opinião pública;
• Os tumultos;
• Pânicos;
As manifestações de colectividades são: o público, as massas populares, a multidão e as
turbas (Dias, 2010).

Teste 1 escrito individualmente


UNIDADE III: A SOCIOLOGIA E OS PROCESSOS SOCIAIS BÁSICOS.

3. A SOCIOLOGIA E OS PROCESSOS SOCIAIS BÁSICOS.

De acordo com Dias (2010), processos sociais é a interacção repetitiva de padrões de


comportamentos comumente encontrados na vida social (...). Os principais processos
sociais básicos são: a cooperação, a competição, o conflito, a acomodação e a assimilação.
3.1. Competição e rivalidade.
A competição é um processo social que ocorre com os indivíduos ou grupos sociais e que
consiste na disputa, consciente ou inconsciente, por bens e vantagens sociais limitadas em
número e oportunidades (bens escassos).
Quando a competição se torna altamente consciente, e há hostilidade deliberada, torna-se
rivalidade. Dada a rivalidade pode ser gerado o conflito (Dias, 2010).
Exemplos de competição: o exame de admissão 'as universidades, os campeonatos de
futebol, disputa comercial, e outros tipos.

3.2. Acomodação e conflito.


A acomodação é o processo pelo qual o individuo ou grupos se ajustam a uma situação
conflitiva sem terem admitido mudanças importantes nos motivos que deram origem ao
conflito.
A acomodação tem vários graus: a coerção, a tolerância, o compromisso ou acordo e a
conciliação (Carvalho, 1964).
O conflito é um processo pelo qual pessoas ou grupos procuram recompensas pela
eliminação ou enfraquecimento dos competidores.
Existem diferentes tipos de conflito: raciais, religiosos, econômicos, políticos e outros.
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3.3. Cooperação e assimilação.
A cooperação é um modo de interacção, em que diferentes indivíduos ou grupos trabalham
juntos para um fim comum (Reinaldo Dias, 2010).
Ex: O conjunto dos funcionários da administração pública.
Assimilação é um processo de interacção social pelo qual dois ou mais indivíduos ou
grupos culturais unem-se formando um único grupo cultural.
Para Dias (2010), assimilação é um processo que surge se a acomodação teve êxito e
perdurou o que acabará afectando, além do comportamento exterior, os hábitos e costumes
daqueles que se acomodaram. Quando ocorre uma assimilação de elementos culturais de
um grupo por parte de outro e vice-versa, denomina-se por aculturação.

3.4. Socialização, comunidade e sociedade.


A Perpetuação da Sociedade pela Socialização
 A sociedade sobrevive aos indivíduos que a compõem.
 Socialização é o processo pelo qual os “novatos” de uma sociedade são preparados
para o convívio, para adquirir os modos de vida que essa sociedade elaborou
através de sucessivas gerações.
 Patrimônio cultural - modos de vida de uma sociedade: tecnologia, costumes,
técnicas de comunicação social, crenças, sentimentos e formas de expressão.
 •A socialização envolve a aquisição de conhecimentos, de hábitos e de sentimentos
prôprios da sociedade. Ou seja, é preciso aprender a utilizar os conhecimentos a
serviço dos objectivos que a sociedade preza.
 Há padrões sociais que quase todos sabem, sentem e praticam (universais), porém,
há outros que pertencem a determinadas categorias da população (especiais).
 Padrões alternativos - modos de agir não obrigatórios, entre os quais os indivíduos
podem escolher (ex: cortar cabelo ou barba, etc.).
Com efeito, os principais agentes da socialização são: a família, escolas, pequenos grupos,
grupos de status, grupo de referência, meios de comunicação em massa (Dias, 2010).

3.4.1. Socialização e personalidade social.


 No processo de socialização, o homem simultaneamente tornar-se membro útil da
sociedade, e pessoa social, no contexto daquela determinada sociedade e cultura.
 A personalidade tanto tem conteúdo social como se forma num processo social; ela
tem um substrato físico moldado pela influência de outra pessoas que, por sua vez,
1
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funcionam como intermediários da sociedade e da cultura.
 A socialização é um processo cumulativo em que novas aquisições não apagam as
anteriores, mas se integram no sistema pessoal já existente.

De acordo com Nespoli (2006), existem três os factores de socialização:


a) Educação - os mais velhos impõem aos mais novos os ensinamentos, por meio da
persuasão, sugestão ou coação.
b) Experiências sociais - o que se vê, ouve, etc. colabora para a sua socialização,
aprendendo a apreciar certas coisas e detestar outras, a amar, a desprezar, etc. (aquisição de
sentimentos).
c) Participação em actividades sociais - fazendo é que se adquire, não apenas hábitos, mas
também, conhecimentos sólidos.

3.4.2. Comunidade e Sociedade: conceitos e características.


a) Conceito de comunidade e sociedade.
“Comunidade” e “Sociedade” são, às vezes, usados como termos antitéticos, referindo-se,
este, à associação de pessoas movidas por interesses individuais, por laços contratuais ou
quase contratuais, enquanto que aquele designa a fusão de pensamentos e sentimentos num
todo que supera as individualidades (Nespoli, 2006).
b) Características da sociedade.
Segundo Nespoli (2006), as características da sociedade são:
 A duração temporal de uma sociedade ultrapassa o período de vida dos indivíduos
componentes;
 A sociedade é multifuncional;
 Ela é tal como a comunidade, um grupo local, ou seja, localizado em determinado
território, com cuja extensão os seus limites coincidem, pelo menos,
aproximadamente (há, às vezes, faixas cuja atribuição a uma ou outra sociedade é
incerta;
• As sociedades têm cada qual, sua cultura peculiar.

3.4.3. Instituições sociais e suas funções.


Conceito de instituição social.
Para Reinaldo Dias (2010), o sociólogo sul americano, Instituição social é um sistema
complexo e organizado de relações sociais relativamente permanentes, que incorpora
valores e procedimentos comuns e atende a certas necessidades básicas da sociedade.
2
0
Instituição é uma forma regular e padronizada de fazer ou realizar certa tarefa com vista
alcançar um determinado objectivo previamente definido.

Importância das instituições sociais.


As instituições sociais são importantes para a realização de tarefas cruciais de uma
determinada sociedade. Elas:
 São sistemas de interacções sociais;
 Realizam tarefas contínuas, repetitivas e previstas pela sociedade;
 Cumprem um determinado papel da colectividade;
 Satisfazem e preenchem algumas necessidades sociais.

No processo de institucionalização, as instituições possuem elementos comuns tais como:


pessoas, organizações, equipamentos e ritualidade (costumes, leis ou normas, cerimónias).
De acordo com Dias (2010)a institucionalização é um processo pelo qual certas actividades
vão adquirindo padrões e rotinas. São actividades esperadas e aprovadas que visam atingir
objectivos importantes. Ela desenvolve normas, status sociais que são aceitos pela
sociedade. Numa instituição, o comportamento previsível e regulamentável.
Características das instituições.
Entre as diversas características passamos a destacar as principais como:
a) Cada instituição tem como objectivo principal a satisfaço das necessidades sociais
especificas;
b) As instituições sociais incorporam os valores fundamentais adoptados pela maioria da
sociedade;
c) Os ideais de uma instituição social são aceitos pela maioria dos membros da sociedade;
d) Cada instituição está perfeitamente estruturada e organizada segundo um conjunto
estabelecido de normas, valores e padrões de comportamento;
e) As actividades das instituições ocupam um lugar central dentro da sociedade, uma
mudança drástica em uma provavelmente afectará as outras; e
f) As instituições são relativamente duradouras.

As funções das principais instituições sociais:


Qualquer instituição tem uma função específica. Todavia, todas elas apresentam algumas
funções comuns que passamos a enumerar:
1. As instituições sociais apresentam para os membros da sociedade diversos modelos
de comportamentos sociais apropriados a situações diversas. Exemplo: No Hospital
2
1
- o doente sabe que deve estar numa fila para acesso ao gabinete médico;
2. A sociedade aprova o comportamento institucionalizado, dando estabilidade e
consistência nos seus membros. Exemplo: quando um estudante universitário entra
numa faculdade devera aceitar novos valores e normas e adoptar um certo
comportamento;

3. As instituições sociais proporcionam diversidade de papéis com um determinado


comportamento julgado adequado. Cada membro de uma instituição ocupa um
papel correspondente, uns são advogados, outros juízes, alguns escriturários, etc;

4. As instituições regulamentam e controlam o comportamento dos indivíduos. Um


estudante que cábula, será penalizado segundo o regulamento da avaliação em
vigor.

Das várias instituições que existem, importa salientar cinco: a família, a educação,
religiosas, económicas e políticas.

A família
Conceito de família.
A lei da família moçambicana, no seu Art. 1. N° 1. define a família como: “a célula base da
sociedade, factor de socialização da pessoa humana.” No mesmo Artigo, numero 2, diz
que, “a família constitui o espaço privilegiado no qual se cria, desenvolve e consolida a
personalidade dos seus membros e onde devem ser cultivados o dialogo e a entreajuda.”
Depois da conceptualização da família importa referenciar os deveres plasmados na mesma
lei. Assim, o Art. 4 apresenta as alíneas dos deveres da família:

a) Assegurar a unidade e estabilidade próprias;


b) Assistir os pais no cumprimento dos seus deveres de educar e orientar os filhos;
c) Garantir o crescimento e o desenvolvimento integral da criança, do adolescente e do
jovem;
d) Assegurar que não ocorram situações de discriminação, exploração, negligencia,
exercício abusivo de autoridade ou violência no seu seio;
e) Amparar e assistir os membros mais idosos, assegurando a sua participação na vida
familiar e comunitária e defendendo a sua dignidade e bem-estar;
f) Amparar e assistir os membros mais carentes nomeadamente: os portadores de
2
2
deficiência;
g) Velar para que sejam respeitados os direitos e os legítimos interesses de todos e de
cada um dos seus membros.
Com efeito, as principais funções da família são:
 Transmissão dos valores e normas através da educação informal;
 Regulamentar o comportamento sexual;
 Reproduzir para a permanência da geração ou espécie;
 Cuidar e proteger as crianças, os velhos, os doentes , etc.;
 Socializar ou educar as crianças;
 Estabelecer e fixar o status transmitido pela herança cultural e social;
 Proporcionar as condições básicas de economia, produção e de consumo.

Estrutura da família moçambicana.


A família como unidade básica, social e universal, ela tem a seguinte estrutura: pai, mãe,
filhos e familiares.
A família é a comunidade de membros ligados entre si pelo parentesco, casamento,
afinidade e adopção (Art. 2, n° 1).
Tipos de família:
Família conjugal é aquela composta por marido, mulher e filhos.
Família consanguínea - composta por pessoas ligadas por laços de parentesco com uma
linhagem comum. Compõem pais, irmãos, avos, tios, tias, e primos.

A educação.
Para Reinaldo Dias (2010), a educação é um processo pelo qual a sociedade transmite suas
tradições, costumes, habilidades, valores e normas. Eis as principais funções da educação
como instituição:

 Ensinar e preparar as pessoas para ocuparem os papéis sociais;

 Transmitir e preservar a cultura de geração em geração;


 Estimular a acomodação pessoal melhorando as relações sociais;
 Formar e projectar os horizontes intelectuais dos alunos.
 Ensinar e instruir os jovens valores, normas e costumes
2
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A religião.
Émile Durkheim, citado por Dias (2010), define Religião como um sistema unificado de
crenças e práticas relativas a coisas sagradas, que unem em uma comunidade moral única
todos os que a dotam.

Funções da Religião
 Tem a função conservadora, pois serve de sustentáculo para as normas sociais;
 A religião é unificadora entre as pessoas perfazendo comunidade de crentes;
 As funções podem ser vistas por dois prismas:
1. Nível psicológico - ou função psicológica:
 Toda crença é aceite psicologicamente;
 A fé constitui uma questão psicológica, pois assegura o crente a protecção divina;
 A religião facilita o conformismo.

2. A nível social ou função social. A religião é pertinente para a sociedade, pois...


 Tem a tarefa socializadora - ela transmite os valores, hábitos e costumes. Estes
valores servem para manutenção e estabilidade social;
 A religião influencia e molda o comportamento da família, os sistemas
educacionais e o Estado;
 É uma força de controle social - a religião exerce forte controle social, proibindo os
desvios de comportamento e punindo os que se afastam dos valores nobres de
convivência social;
 A religião promove a sociabilidade entre os seus membros - dinamiza o amor,
amizade, o companheirismo, etc;
 Promove a coesão social;
 A religião promove a solidariedade universal e social.

Econômicas.
As principais funções das instituições económicas:
1. Produção;
2. Distribuição; e
3. Consumo.
Tipos de sistemas económicas:
1. esclavagista ou escravista.
2. Feudal;
2
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3. Socialista
4. Capitalista.

Politicas
O termo política, do grego polis - significa Cidade Estado. Então, política é a arte de dirigir
o Estado ou a arte de governar. Existem diversas formas de governo.
a) Monarquia é uma instituição política na qual o poder reside sobre o rei ou a rainha. Ela
pode ser absoluta ou constitucional.
Ex: a Monarquia Inglesa é constitucional - o governo é exercido pelo primeiro-ministro e o
há funcionamento do parlamento;

Ex2: a Monarquia da Arábia Saudita é absoluta, pois não há parlamento e o poder está
concentrado no Rei ou na Rainha.
b) Oligarquia - aquele que o poder é exercido por poucas pessoas.
c) Democracia - sistema político que a soberania é do povo. Caracteriza-se pela existência
do parlamento e do poder judicial independente.
d) ditadura - o poder político é exercido por uma pessoa ou um pequeno grupo e estes
concentram todos poderes do Estado.

O CONCEITO DO PODER
Não se pode falar de política sem referir-se ao poder. Com efeito, os detentores do poder
influenciam ou podem alterar o comportamento do grupo ou de pessoas. Ora, o exercício
do poder é um acto eminentemente social, pois este realiza-se através das interacções
sociais.

Para Reinaldo Dias (2010), poder é a capacidade para afectar o comportamento dos outros.
O poder pode ser considerado como um meio que o grupo ou indivíduo tem de fazer com
que as coisas sejam realizadas por outros.

Segundo Max Weber, citado por sociólogo Reinaldo Dias (2010), define poder como toda
probabilidade de impor a própria vontade em uma relação social, mesmo contra
resistências, seja qual for o fundamento dessa probabilidade.
O poder pode ser legitimo ou ilegítimo. Por um lado, o poder é legitimo quando é aceite
pela maioria ou seja emana da vontade geral, por isso, a soberania pertence ao povo. Por
outro lado, pode ser ilegítimo quando exercido por um individuo sem consentimento da
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maioria.
O poder é exercido através de três componentes: força, autoridade e influência.

Componentes do poder:
a) Força - o uso ou a ameaça de coerção física. A coerção física pode ser aplicada
através de armas, ou prisão, castigo, etc.
b) Autoridade - o direito estabelecido para tomar decisões e ordenar acções de
outrem.

Max Weber identificou três tipos de autoridade:

1. Autoridade burocrática ou racional - legal - baseada no cargo ou na posição


formalmente instituída. O exercício do poder ou autoridade é legítimo, pois está de
acordo com a lei. É burocrática porque há hierarquia da autoridade ou do poder.
Exemplo: juiz, advogado, ministério público, escrivão, etc.
2. Autoridade Tradicional - fundamentada em crenças, normas e tradições
sagradas as quais as pessoas obedecem por meio da tradição. A autoridade emana
da herança cultural ou tradicional;
3. Autoridade carismática - baseada nas qualidades ou talentos exclusivos do
indivíduo. Exemplo: Jesus Cristo, Napoleão, Martin Luther King, Marcus Garvey,
etc.
c) Influência - capacidade que alguém tem para afectar as decisões e acções de
outros.

3.4.4. Tipos de agrupamentos sociais.


Para Vargas (2005), agrupamento é um processo de interacção social. Assim, os
agrupamentos podem ser:
Estruturados - aqueles que possuem uma organização, uma estrutura e uma finalidade,
com funções distribuídas e tendem a ser de longa duração. Ex: os grupos.
a) Não estruturados - aqueles não possuem estrutura e organização. São espontâneos,
casuísticos. Ex: agregados sociais e categorias sociais.
2
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Tipo de Caracterização Formas de agrupamentos
agrupamento
Estruturados Relações de comunicação Conforme o critério da função social, o da relação
(língua); interacções; uma de pertença ou modelo, o da identificação e o de
organização; interesses; uma proximidade afectiva os grupos
finalidade; valores e normas; podem ser:
uma linguagem. - função social (grupo familiar, político, desportivo,
religioso);
- o da relação de pertença ou modelo (grupo de
pertença: familiar, religião, partido político; grupo de
referencia: positiva e negativa);
- o da identificação e o de proximidade afectiva
(grupo primário: família, vizinhos, amigos; grupo
secundário: empresa, sindicato, partido político, )
Não - agregados sociais - agregados sociais (uma multidão - grupo de indivíduos
estruturados caracterizam-se: pessoas que que fazem a mesma coisa num mesmo local: ex:
estão fisicamente juntas; banhistas da praia, paragem de transportes, adeptos no
fraca comunicação recíproca; campo de futebol; um ajuntamento: indivíduos que
e categorias sociais – esperam um autocarro, pessoas que assistem a um
pessoas que têm em comum acidente de transito; a assistência: reunião de pessoas
uma ou várias um objectivo: cinema, espectáculo, fogo-de-artifício;
características: grupo de uma manifestação: ; )
professores, enfermeiros,
advogados, camponeses e
outros

Fonte: José Vergas, Sociologia, 2005

Depois dos grupos sociais importa referir as organizações formais e grupos informais.

Organização - do grego órganon, significa: instrumento, ferramenta, objecto com


funcionalidade específica.

Organização - é um conjunto de pessoas ou grupos quem têm interesses e valores comuns


num espaço de actuação delimitado durante um tempo
 Organizações formais - são colectividades especializadas na produção de um
determinado bem ou serviços. Ex: escolas, industrias, bancos, o Estado e outros.
Elas caracterizam-se por: especializada, definida por sua tarefa; produtoras de um
determinado bem e serviço; grupo de indivíduos com um objectivo em comum;
conjunto de pessoas que cumprem papéis formais e compartilham propósitos
comuns.
 Grupos informais constituem uma organização social que coexiste com a estrutura formal
2
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(Dias, 2010). Estes caracterizam: tamanho reduzido de pessoas; são interacções
espontâneas entre os indivíduos; apresenta certa hierarquia paralela poder; formam
subsistemas autónomos e outras.

Com os grupos informais surgem os movimentos sociais.


Movimento social é um agrupamento de indivíduos envolvidos em um esforço organizado
para promover ou resistir a mudanças na sociedade. Assim, segundo Alain Touraine,
existem três princípios dos movimentos sociais tais como: identidade, de oposição e de
totalidade (Dias, 2010).
b) principio de identidade - responde a questão quem? Quais são os objectivos. Ex:
movimento feminista; estudantil, dos trabalhadores, dos empregados domésticos,
etc.
c) principio de oposição - todo movimento surge para lutar contra um certo bloqueio,
injustiças, resistências, buscando vencer a apatia ou a indiferença. Ex: movimento
sindical - luta contra a exploração dos trabalhadores.
d) principio de totalidade - a defesa dos interesses particulares do grupo, afirmam
valores universais reconhecidos pela colectividade como um todo.

Tipos de movimentos sociais.


1. Movimento conservador ou reaccionário - aquele preserva a sociedade das
mudanças sociais.
2. Movimento reformista - é aquele que procura modificar alguns aspectos da
sociedade.
3. Movimento revolucionário - aquele que tenta rectificar radicalmente a estrutura
social (Dias, 2010).

4. A DESIGUALDADE SOCIAL E OS DESVIOS SOCIAIS.


Estratificação social é “disposição dos elementos sociais em camadas situadas em
diferentes planos”.
De facto, estratificação social no entender de Reinaldo Dias (2010), é a “divisão da
sociedade em camadas ou estratos sociais”. Assim, estrato significa um conjunto de
pessoas que tem o mesmo status ou posição social.
Entretanto, existem diferentes critérios para a hierarquização dos grupos humanos do seu
status social:
1. Hierarquização pela idade: (criança, adolescente, jovem, adulto e idoso ou
velhos);
2
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2. Hierarquização pela condição financeira (pauperismos, pobres, classe media e
ricos);
3. Hierarquização pela condição do status social: etnias, nível académico, raça,
religião e tradição (Dias, 2010).
a) Critério de maior relevância, encontram-se os principais factores de
estratificação social como:
• A competição,
• O conflito,
• A divisão do trabalho,
• A especialização.
As sociedades estratificadas podem ser estruturadas em:
• Castas - um sistema rígido de estratificação social, no qual as pessoas não passam
livremente de um status para outro;
• Estamentos - segundo weber, estamento é “formado por quem compartilha uma
situação estamental, com base no modo de vida”.
Numa sociedade de classes abertas, o direito não proíbe a moda e modos diferentes que o
cidadão possa levar. Pois, a sociedade de classes caracteriza-se pela mobilidade e pela
moda.
Todavia, na visão de Max Weber, diz que, “quando a diferenciação é baseada na honra,
impõe-se por meio de privilégios, jurídicos e ritualísticos, o regime estamental transforma-
se em regime de castas”2.
Contudo, numa sociedade de casta, o direito interfere na moda, na indumentária ou hábitos,
isto é, regula tais práticas. Portanto, a sociedade de classes ou estamentais, o direito é
aberto, o cidadão é livre de abraçar a moda ou não.

4.1. Estratificação social em Karl Marx.


Para Marx, a estratificação social tem uma dimensão económica. Assim, a desigualdade
encontra- se nas relações de produção, pois dai vemos os homens explorados (dominados)
e exploradores (os dominantes).
As camadas sociais nas sociedades industriais passaram a ser designadas (classes sociais).
Segundo Marx, as classes são expressão do modo de produzir da sociedade, pois o modo
de produção define- se pelas relações entre as classes sociais.
Na sociedade capitalista existem duas classes:
1a a burguesia - constituída por proprietários dos meios de produção; e
2
9
2a o proletariado - constituído por aqueles que vendem a força de trabalho.
Com efeito, se questionamos Marx a que classe pertence os pequenos comerciantes,
fabricantes, artesãos e camponeses? Para ele, existem as classes médias a que compõem. A
outra classe é o lumpem proletariado - conjunto dos membros da sociedade mais baixas,
marginalizadas do processo produtivo. Portanto, para Marx, a sociedade capitalista
caracteriza-se de forma expressiva em duas classes: a burguesia e o proletariado.

4.2. Estratificação social em Max Weber.


Para Max Weber, existem três dimensões da sociedade que identificam as desigualdades:
1a. Econômica - composta por classes de riqueza e de renda;
2a. Social - constituída por classe do status ou prestígio;
3a. Política ou legal - composta por classe dos poderosos.

Teorias da estratificação e classes sociais.


a) Teoria Marxista.
O que é classe social para Marx?
Para ele classe social - é um grupo de pessoas com uma posição comum face aos meios de
produção.
No entanto, na sociedade capitalista, os burgueses possuem os meios de produção,
enquanto que o proletariado vende a sua força de trabalho para o sue prôprio auto-sustento;

b) Teoria neomarxista.
Os neomarxistas determinam dois objectivos das classes sociais:

1. Resolver as lacunas deixadas por Marx em relação aos critérios de identificação das
classes sociais na perspectiva e tendências do século XX;
2. Cruzar quatro eixos que definem os lugares de classes sociais.
3. Eis os quatro eixos segundo erick o. Wright:
 Propriedade dos meios de produção - a classe dominante detêm-nos mantendo a hegemonia
de exploração;
 Recursos organizacionais;
 Recursos educacionais - as habilitações literárias;
3
0
Dimensão da empresa - valorizam a especialização.O que é classe para Weber?
É todo grupo de pessoas que se encontra em igual situação de classe. No entanto, a situação
de cada classe, definida com oportunidade própria:
a) Abastecimento de bens;
b) Posição de vida externa; e
c) Destino pessoal resultante da ordem económica, da extensão e natureza do poder,
disposição de bens ou qualificação de serviço.
De facto, segundo Max Weber, as classes sociais estratificam-se segundo o interesse
económico, em função das suas relações de produção e aquisição de bens. Por conseguinte, a
diferenciação económica é representada pelos: rendimentos, bens e serviços que o individuo
possui ou dispõe.

T.P.C
4.2. A desigualdade de género e de idade.
4.3. Sociedade e controle social.
Controlo social - acção que os agrupamentos humanos (sociedade) exercem sobre os seus
membros de maneira a manter a coesão interna e a evitar a desagregação (Vargas, 2005).
As principais formas de controle social são: socialização, pressão do grupo, aplicação de
sanções.
 Sanções - sistema de recompensas e punições utilizado para o controle social. Assim,
as sanções podem ser positivas e negativas.
 Sanções positivas são aquelas em que se referem 'as recompensas para estimular um
determinado comportamento. Ex: o elogio, a promoção no emprego, o aumento
salarial, o mérito.
Sanções negativas- são aquelas que se referem 'a punição para reprimir um tipo de
comportamento. Ex: a prisão, o isolamento, o desprezo, a advertência e outros

4.4. A cultura e suas características.


O conceito Cultura, foi centro de debates ao longo da História Humana, tendo começado no
mundo latino de maneira expressiva. O conceito sofreu alterações e acréscimos segundo as
situações que Teorias da estratificação e classes sociais.

A) Teoria Marxista.
O que é classe social para Marx?
Para ele classe social - é um grupo de pessoas com uma posição comum face aos meios de
3
1
produção.
No entanto, na sociedade capitalista, os burgueses possuem os meios de produção, enquanto
que o proletariado vende a sua força de trabalho para o sue prôprio auto-sustento;

b) Teoria neomarxista.
Os neomarxistas determinam dois objectivos das classes sociais:
1. Resolver as lacunas deixadas por Marx em relação aos critérios de identificação das
classes sociais na perspectiva e tendências do século XX;
2. Cruzar quatro eixos que definem os lugares de classes sociais.

Eis os quatro eixos segundo erick o. Wright:


 Propriedade dos meios de produção – a classe dominante detêm-nos mantendo a
hegemonia de exploração;
 Recursos organizacionais;
 Recursos educacionais – as habilitações literárias;
 Dimensão da empresa – valorizam a especialização.

O que é classe para Weber?


É todo grupo de pessoas que se encontra em igual situação de classe. No entanto, a situação
de
cada classe, definida com oportunidade própria:
a) Abastecimento de bens;
b) Posição de vida externa; e
c) Destino pessoal resultante da ordem económica, da extensão e natureza do
poder,
disposição de bens ou qualificação de serviço.
De facto, segundo Max Weber, as classes sociais estratificam-se segundo o interesse
económico, em função das suas relações de produção e aquisição de bens. Por conseguinte, a
diferenciação económica é representada pelos: rendimentos, bens e serviços que o individuo
possui ou dispõe.

T.P.C
4.4. A desigualdade de género e de idade.
4.5. Sociedade e controle social.
Controlo social - acção que os agrupamentos humanos (sociedade) exercem sobre os seus
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membros de maneira a manter a coesão interna e a evitar a desagregação (Vargas, 2005).
As principais formas de controle social são: socialização, pressão do grupo, aplicação de
sanções.
 Sanções - sistema de recompensas e punições utilizado para o controle social. Assim,
as sanções podem ser positivas e negativas.
 Sanções positivas são aquelas em que se referem 'as recompensas para estimular um
determinado comportamento. Ex: o elogio, a promoção no emprego, o aumento
salarial, o mérito.
Sanções negativas- são aquelas que se referem 'a punição para reprimir um tipo de
comportamento. Ex: a prisão, o isolamento, o desprezo, a advertência e outros.

4.2. A cultura e suas características.


O conceito Cultura, foi centro de debates ao longo da História Humana, tendo começado no
mundo latino de maneira expressiva. O conceito sofreu alterações e acréscimos segundo as
situações que visava o seu empregue. Assim, das diversas definições, pode-se dizer que,
cultura é a forma de agir, pensar, fazer as coisas de um determinado conjunto de pessoas,
dando sentido ao seu modo de vida na integridade.
Com efeito, Edward B. Tylor, definia a cultura como todo complexo que inclui
conhecimentos, crença, arte, moral, direito, costume e outras capacidades e hábitos adquiridos
pelo homem como membro da sociedade (Dias, 2010).

Existem diversos elementos básicos da estrutura cultural


a) Normas - os valores, as crenças e o comportamento são previstos e codificados pelo
direito. Consiste no regramento dos hábitos e costumes;
b) Sanções - são recompensas e punições usadas para fazer com que as normas sejam
cumpridas;
c) Símbolos - são definidos como qualquer coisa que carrega um significado particular
reconhecido pelas pessoas que partilham uma determinada cultura (dias, 2010);
d) Língua ou signo - é o idioma que serve para transmitir os valores e as normas sociais;
e) Valores - é aquilo que é desejável, bom, correcto, etc;
f) Crenças - toda cultura tem génese numa cultura.

Características da cultura:
De acordo com Reinaldo Dias (2010), a cultura apresentas as seguintes características:
 É transmissível pela herança social - as pessoas adquirem a cultura por meio de
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socialização;
 Compreende a totalidade das criações humanas - inclui ideias, valores, arte, crenças,
conhecimentos científicos e técnicos, tipos de vestuários, alimentação e outros;
 É um mecanismo de adaptação;
 Interfere como a pessoa vê o mundo, como percebe as coisas;
 É uma característica exclusiva dos seres humanos.

T.P.C.
4.6. As normas e costumes.

As normas sociais - conjunto de regras que enformam a actuação dos actores sociais e que
são a expressão simbólica dos valores. Todavia, costumes são normas sociais não escritas e
estes são reproduzidos por longo tempo.

4.7. Desvio social e anomia.


O comportamento pode ser individual e colectivo. Assim, o comportamento colectivo
manifesta- se em: opinião pública; tumultos; pânicos. As manifestações de colectividades
são: o público, as massas populares; a multidão e as turbas. O comportamento colectivo
caracteriza-se como: imprevisível, eventual e irracional.
visava o seu empregue. Assim, das diversas definições, pode-se dizer que, cultura é a forma
de agir, pensar, fazer as coisas de um determinado conjunto de pessoas, dando sentido ao seu
modo de vida na integridade.
Com efeito, Edward B. Tylor, definia a cultura como todo complexo que inclui
conhecimentos, crença, arte, moral, direito, costume e outras capacidades e hábitos adquiridos
pelo homem como membro da sociedade (Dias, 2010).

Existem diversos elementos básicos da estrutura cultural:

a) Normas - os valores, as crenças e o comportamento são previstos e codificados pelo


direito. Consiste no regramento dos hábitos e costumes;
b) Sanções - são recompensas e punições usadas para fazer com que as normas sejam
cumpridas;
c) Símbolos - são definidos como qualquer coisa que carrega um significado particular
reconhecido pelas pessoas que partilham uma determinada cultura (dias, 2010);
d) Língua ou signo - é o idioma que serve para transmitir os valores e as normas sociais;
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e) Valores - é aquilo que é desejável, bom, correcto, etc;
f) Crenças - toda cultura tem génese numa cultura.
Características da cultura:
De acordo com Reinaldo Dias (2010), a cultura apresentas as seguintes características:
 É transmissível pela herança social - as pessoas adquirem a cultura por meio de
socialização;
 Compreende a totalidade das criações humanas - inclui ideias, valores, arte, crenças,
conhecimentos científicos e técnicos, tipos de vestuários, alimentação e outros;
 É um mecanismo de adaptação;
 Interfere como a pessoa vê o mundo, como percebe as coisas;
 É uma característica exclusiva dos seres humanos.

T.P.C.
4.8. As normas e costumes.
As normas sociais - conjunto de regras que enformam a actuação dos actores sociais e que
são a expressão simbólica dos valores. Todavia, costumes são normas sociais não escritas e
estes são reproduzidos por longo tempo.

4.9. Desvio social e anomia.


O comportamento pode ser individual e colectivo. Assim, o comportamento colectivo
manifesta- se em: opinião pública; tumultos; pânicos. As manifestações de colectividades
são: o público, as massas populares; a multidão e as turbas. O comportamento colectivo
caracteriza-se como: imprevisível, eventual e irracional.
Desvio social ou comportamento anormal - comportamento do individuo que se afasta das
normas adoptadas em determinada sociedade. Anomia - forma de comportamento
caracterizada pela ausência ou violação de normas sociais (Vargas, 2005).
O desvio pode ser socialmente reprovado (criminosos, prostitutas, alcoólatras) e
socialmente aprovado (músico, santo, aluno que só tira nota máxima, trabalhador
excepcional)
Segundo Durkheirm, anomia é o enfraquecimento das normas em uma dada sociedade.
 Faltará uma regulamentação durante um certo tempo;
 Não se sabe o que é possível e o que não é;
 Não se sabe o que é justo e injusto;
 Não se sabe quais reivindicações e esperanças legitimas, quais as que ultrapassam a
medida (Durkheirm, 1974).
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 Avaliação do curso.
 Sistematização
 Preparação para o exame.
BIBLIOGRAFIA GERAL:
COSTA, Maria Cristina Castilho. Sociologia: introdução à ciência da sociedade. São
Paulo: Moderna, 2003.
DURKHEIM, Emile. Educação e Sociologia. São Paulo: Melhoramentos, 1952.
FERNANDES, F. Fundamentos empíricos da explicação sociológica. Rio de Janeiro: LTC,
1978.
FERRARI, Afonso Trujillo. Fundamentos de Sociologia. Rio de Janeiro: MacGraw Hill,
1983.
GRAMSCI, António. Os intelectuais e a organização da cultura. Rio de Janeiro:
Civilização Brasileira, 1992.
HABERMAS, Jürgen. Sociologia. São Paulo: Ática, 1980. (Tradução e organização
BÁRBARA FREITAS e SÉRGIO PAULO RAWANET).
LENHARD, Rudolf. Sociologia Geral. São Paulo, Pioneira, 2004.
MANHEIM, Karl. Introdução à Sociologia da Educação. Rio de Janeiro, Zahar, 1970.

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