Aquifero Bambuí
Aquifero Bambuí
Aquifero Bambuí
RESUMO
O sistema Bambuí é um aquífero com potencial hídrico médio, localizado na região do médio São Francisco em Mi-
nas Gerais, que apresenta relativa limitação de disponibilidade de águas superficiais e subterrâneas, associada a pressões
crescentes. O objetivo principal deste trabalho foi avaliar as águas subterrâneas deste sistema nas Sub-bacias do rio Verde
Grande e dos rios Jequitaí e Pacuí, com ênfase na qualidade destas águas. Observou-se que o valor do gradiente hidráulico
médio foi de 0,34 e a condutividade elétrica (CE) variou entre 10 e 8.774 μS/cm, havendo predominância de águas com
CE inferior a 1.500 μS/cm. As águas apresentaram, em sua maioria, caráter neutro a levemente alcalino, sendo muito
duras. A relação entre os principais íons foi Ca2+ > Mg2+ > Na+ > HCO3- > Cl- > SO42 e as concentrações de Cloreto aumen-
taram no decorrer do fluxo subterrâneo. As águas subterrâneas na região estudada foram inadequadas para fins de con-
sumo humano em 82% dos poços monitorados, sendo que 64% dos poços apresentaram-se inadequados exclusivamente
em função de parâmetros organolépticos.
Palavras-chave: Norte de Minas Gerais, Aquífero Bambuí, Qualidade de Águas Subterrâneas, Sub-bacia rio Verde Grande,
Sub-bacia dos rios Jequitaí e Pacuí.
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Aspectos Hidrodinâmicos e Qualidade das Águas Subterrâneas do Aquífero Bambuí no Norte de Minas Gerais
Francisco. As unidades médias do Grupo Bambuí, função da presença de rochas calcárias, o aquífero
formações Serra de Santa Helena (siltitos, folhe- pode ser dividido, em: fraturado, fraturado-cárstico
lhos e lentes de calcário escuro) e Lagoa do Jacaré e cárstico, sendo que, de forma geral, as áreas de
(calcários oolíticos/intraclásticos, siltitos e margas), maior produtividade dos poços correspondem às
apresentam uma ampla distribuição em toda a áreas cársticas, em que predominam rochas calcá-
região. Estudo petrográfico dos carbonatos da rias. O carste representa 32% da área total do
Formação Lagoa do Jacaré na região de Lontra (sul Bambuí e 19% desta área apresenta comportamen-
da área) evidencia importante variação faciológica to de aquífero tipicamente fraturado. (ZOBY et al.,
para esta unidade. Já as formações Serra da Sauda- 2004; ANA, 2005). A área de estudo, no Norte de
de (siltitos e folhelhos) e Três Marias (arenitos, Minas Gerais, corresponde a uma área de, aproxi-
arcósios e siltitos) afloram apenas nos extremos madamente 39.000 km2.
leste e sul da área, apresentando depocentros lo- A escassez de água na região associada à e-
cais, diferenciados das formações inferiores (PES- levada demanda por recursos hídricos subterrâneos
SOTI et al., 1989; IGLESIAS & UHLEIN, 2009). torna necessário conhecer as potencialidades do
O sistema aquífero Bambuí apresenta es- aquífero Bambuí, suas propriedades e sua qualida-
pessura média estimada de 2.500 m e produtivida- de físico-química. O potencial hídrico subterrâneo
de muito variável, em função da heterogeneidade na região é classificado como médio, com reservas
dos terrenos regionais, compreendendo os metas- explotáveis de apenas 47 m3/s, no domínio fratu-
sedimentos, em sua maioria, de natureza carboná- rado-cárstico. A faixa mais comum de vazões dos
tica de idade neoproterozóica (850 a 650 Ma.). A poços é de 5 a 60 m3/h para profundidades, geral-
extensão do aquífero Bambuí é estimada em mente, entre 50 e 150 m (ANA, 2006). A transmis-
182.000 km2 de área de recarga total, abrangendo sividade está compreendida entre 20 m2/dia a
Minas Gerais, Bahia, Goiás e Distrito Federal. Em 1.000 m2/dia, de acordo com Silva e colaboradores
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(1982). Faixa diferente e ainda mais ampla da exceção de Cloretos totais (USGS, 1985); sólidos
transmissividade no Bambuí foi reportada pelo totais dissolvidos - STD (ABNT, 1989-a); e fenóis
Cetec (1984), com valores entre 233 m2/dia e 7700 (ABNT, 1989-b). As medições de níveis estáticos
m2/dia. A capacidade específica é, em média, 3,6 foram realizadas nas campanhas de 2010 a 2012,
m3/h/m (ZOBY et al., 2004). O uso da água subter- em 33 poços em que houve condições apropriadas.
rânea concentra-se, em Minas Gerais, na bacia do O tratamento dos dados foi feito utilizando os soft-
rio Verde Grande e na bacia do rio Riachão (aflu- wares AquaChem, Golden Surfer 9 e Statistica 8.0.
ente do Pacuí) e em alguns municípios das micror- O gradiente hidráulico médio da área de estudo foi
regiões administrativas de Unaí e Montes Claros, e estimado de acordo com Coelho e Damázio (2006),
é utilizada principalmente para consumo humano, com base em medições de nível estático executadas
irrigação e dessedentação animal (CPRM, 2009). O em períodos chuvosos em 33 poços.
principal objetivo deste estudo é avaliar a qualidade Para fins de verificação da adequação das
do aquífero Bambuí nas sub-bacias do rio Verde águas para os diferentes usos, foram considerados
Grande (SF10) e dos rios Jequitaí e Pacuí (SF6), tanto os limites de concentração estabelecidos pela
cuja localização é mostrada na Figura 1, corres- Resolução Conama nº 396/2008, quanto pela Por-
pondente a 35,5% do sistema aquífero Bambuí. taria MS Nº 2914/2011, sendo esta última no caso
Esta avaliação incluiu aspectos relacionados à qua- de consumo humano. Buscou-se verificar os per-
lidade das águas subterrâneas, ao fluxo e a níveis centuais de atendimento aos padrões tanto em
estáticos. Também foram analisados os prováveis relação ao número total de medições, que incluem
processos responsáveis pelas variações qualitativas resultados de diferentes campanhas em um mesmo
nas águas e adequabilidade destas águas para dife- poço, quanto em relação ao número total de poços.
rentes usos. Para avaliar a adequação das águas subter-
râneas do aquífero Bambuí para fins de irrigação
foi utilizada a RAS — Razão de Adsorção de Sódio,
METODOLOGIA de acordo com a equação: RAS = Na+/[(Ca2+ +
Mg2+)/2]1/2. As concentrações de Mg2+, Ca2+ e Na+
foram previamente substituídas por miliequivalen-
Os métodos usados neste estudo incluíram te/L (meq/L) para aplicação da equação.
levantamentos de campo e análises laboratoriais.
Os ensaios de campo contemplaram medições de
níveis de água estáticos quando possível, medidas RESULTADOS E DISCUSSÃO
da taxa de descarga usando dados de cada poço,
amostragem de água subterrânea para análise de O aquífero na área de estudo
parâmetros físico-químicos e análises de campo —
temperatura, Eh, pH, STD e condutividade elétrica As águas subterrâneas ocorrem no calcário
— CE. Bambuí em zonas caracterizadas com porosidade
As amostragens foram feitas em poços de secundária, criadas devido a falhas, cavidades e
abastecimento distribuídos na área de estudo, a- fraturas, sendo que as características hidráulicas
brangendo a SF6 e a SF10, tendo sido executadas exibem ampla variabilidade refletindo a heteroge-
em 13 campanhas semestrais, de 2005 a 2011. O neidade de comportamento dos aquíferos carboná-
número de poços e a configuração da rede de mo- ticos.
nitoramento variaram no decorrer do monitora- Em algumas áreas os rendimentos são ele-
mento, sendo atualmente 58 poços, com 19 pontos vados, especialmente quando as cavidades estão
na SF6 e 39 na SF10. Considerando as 13 campa- conectadas. A elevação do lençol freático, tomando
nhas, os poços de monitoramento totalizaram 124 e como referência o nível do mar, variou de 436 a
foram executadas 9.884 medições. Foram selecio- 928 m. O gradiente hidráulico médio é de 0,34. A
nados 28 dos parâmetros analisados, a saber: tem- Figura 2 mostra o mapa potenciométrico obtido a
peratura, pH, CE, STD, Eh, dureza total, turbidez, partir dos níveis estatísticos do lençol freático na
Ca2+, Mg2+, Na+, K+, HCO3-, SO42-, Cl-, NO3-, P, Si, Al, área de estudo e os sentidos dos fluxos de águas
As, Fe, F-, Cu, fenóis, Mn, Ni, Pb, Se e Zn. As análi- subterrâneas. É possível observar que o fluxo sub-
ses físico-químicas foram executadas pela Fundação terrâneo predominante tem sentido de sudoeste
Centro Tecnológico de Minas Gerais — Cetec, de para nordeste. Regionalmente, os sentidos dos
acordo com o Standard Methods for the Examina- fluxos variam em função de variações localizadas
tion of Water and Wastewater (APHA, 2005), com nos gradientes hidráulicos.
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Aspectos Hidrodinâmicos e Qualidade das Águas Subterrâneas do Aquífero Bambuí no Norte de Minas Gerais
Figura 2 - Mapa potenciométrico obtido a partir dos níveis estatísticos do lençol freático na área de estudo e os sentidos
dos fluxos de águas subterrâneas — as setas na figura indicam as direções do escoamento.
Tabela 1 — Estatística descritiva da composição físico-química das águas subterrâneas na área de estudo.
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Aspectos Hidrodinâmicos e Qualidade das Águas Subterrâneas do Aquífero Bambuí no Norte de Minas Gerais
Figura 3 - Plumas de isoteores da condutividade elétrica - CE (μS/cm) — (a) períodos chuvosos e (b) períodos secos.
(a) Períodos chuvosos (b) Períodos secos
Figura 4 - Plumas de isoteores da dureza total (mg/L) — (a) períodos chuvosos e (b) períodos secos.
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2+ + 2+
- - 2-
Figura 5 — Seções hidroquímicas — linhas tracejadas no mapa — e respectivos gráficos mostrando a evolução dos íons
principais nas águas subterrâneas ao longo da linha de escoamento (baseado nas medianas de cada seção).
baixas taxas de precipitações, associado à ocorrên- indicou erro médio de 2,69%, com 75% das análi-
cia de reações de dissolução em equilíbrio com ses com erro inferior a 10%. Do total de amostras
reações de precipitação no decorrer do fluxo desta de águas, 51% delas águas pertencem às fácies hi-
região. droquímicas Ca2+-Mg2+-Na+-HCO3--Cl-; e 30% per-
tencem às fácies hidroquímicas: Ca2+-Na+-Mg2+-
A classificação hidroquímica das águas HCO3--Cl-. As fácies hidroquímicas Na+-Ca2+-Mg2+-Cl—
subterrâneas -HCO3- e Mg2+-Ca2+- Na+-HCO3--Cl- representam cada
uma, apenas 0,8% das águas dos poços analisados.
Fácies hidroquímicas são corpos de água, As relações entre os íons dissolvidos na água sub-
no aquífero, com composições químicas diferentes, terrânea podem indicar certa relação com o litoti-
sendo que cada fácie hidroquímica define um gru- po do qual a água se origina. A predominância das
po de águas subterrâneas com composição seme- águas bicarbonatadas cálcicas é característica de
lhante e tem, tipicamente, uma origem ou padrão aquíferos associados ao carste e indica a presença
de evolução único. As fácies são função da litologia, dos minerais calcita e dolomita nas rochas.
cinética da solução, e padrão do fluxo do aquífero Com relação ao total de medições, 90% de-
e fornecem indicações sobre os processos ambien- las são adequadas para fins de consumo humano; e
tais que atuam continuamente. Elas são classifica- dos 10% que se apresentaram inadequadas, 5,7% o
das com base nos íons dominantes, podendo ser foram por excederem limites relacionados a ques-
mais facilmente expressas por meio do diagrama tões organolépticas e o restante, 4,3% referem-se a
trilinear de Piper (MELO et al., 2008). Para defini- padrões associados a riscos à saúde. Ainda para o
ção das fácies hidroquímicas presentes na porção consumo humano, verificou-se que 23% dos poços
do aquífero em estudo foi elaborado o Diagrama monitorados no período de 2005 a 2011 apresenta-
de Piper para as amostras analisadas, conforme ram águas inadequadas para este fim em função de
mostrado na Figura 6. O balanço iônico realizado excederem padrões relacionados a riscos à saúde.
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Aspectos Hidrodinâmicos e Qualidade das Águas Subterrâneas do Aquífero Bambuí no Norte de Minas Gerais
Figura 6 - Diagrama trilinear de Piper para as amostras analisadas — 124 poços no período de 2005-2011.
Dentre os poços que excederam limites Quanto ao uso para dessedentação animal,
somente para um parâmetro, quatro deles foram 99,2% do total de medições no período de 2005 a
para nitrato (EP004, LP001, MA001 e VD022), 2011 resultaram em águas adequadas para este fim,
quatro deles excederam limites de fluoreto (JB003, com base nos padrões preconizados pela Resolução
JB007, MTC002 e VZ006), cinco poços excederam Conama nº 396/2008. Em relação ao total de 124
limites de chumbo (BC001, JB008, SL001, VD001, poços monitorados no período de 2005 a 2011,
VZ001), e um poço para arsênio (FD001). Outros verificou-se que 38% deles apresentaram águas
poços excederam limites para mais de um parâme- inadequadas para a dessedentação. Dentre estes,
tro conjuntamente, caso do poço MA003 que ex- 18,5% dos poços excederam o limite para Manga-
cedeu limites de nitrato e de chumbo, do poço nês; 7,3% dos poços excederam limite para Fenóis;
EP001 que excedeu limites de nitrato e de fluoreto 6,5% dos poços excederam limite para Fenóis e
e do poço PP001 para bário e nitrato. Estes resulta- Manganês. Outros poços (4% do total) excederam,
dos demonstram a necessidade de algumas restri- individualmente, limites de mais de um parâmetro,
ções de uso por parte dos órgãos responsáveis. a saber: Chumbo e Manganês; Chumbo, Manganês
Considerando também os parâmetros or- e Fenóis; Fenóis e Fluoreto; Alumínio e Manganês;
ganolépticos, o percentual total de poços inade- e Fluoreto, Alumínio e Manganês.
quados aumenta consideravelmente, para 82% do Para fins de recreação e de acordo com a
total, sendo que os parâmetros de caráter organo- Resolução Conama nº 396/2008, 97,9% do total de
léptico que mais excederam os limites legais foram: medições feitas no período de 2005 a 2011 resulta-
Ferro (56% dos poços), Alumínio (47,6%) e Man- ram em águas que são adequadas. Em relação ao
ganês (23%). A turbidez, a cor e a dureza ultrapas- total de 124 poços monitorados no período de
saram os limites em 42%, 40% e 16% dos poços, 2005 a 2011, verificou-se que 24% deles apresenta-
respectivamente. As elevadas concentrações de ram águas inadequadas para recreação. Dentre
ferro, alumínio e manganês, não são resultados estes, 17 poços excederam limites para Fenóis, 10
esperados para águas subterrâneas em ambientes poços ultrapassaram padrão para Nitrato, um poço
cársticos, e associados a níveis elevados de turbidez excedeu limite de Selênio, um poço excedeu limi-
como ocorreu, podem indicar possíveis interferên- tes de Nitrato e de Chumbo, e um poço excedeu
cias do bombeamento e dos próprios poços de limites de Fenóis e de Chumbo.
extração, o que deverá ser mais bem avaliado futu- Em climas semiáridos, as altas taxas de eva-
ramente. poração da água tendem a enriquecer o solo com
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Razão de Adsorção DIAGRAMA DE WILCOX
de Sódio – RAS
(meq/L)1/2
30 Risco de Sódio
S1:baixo; S2: médio;
S4 S3: alto; S4: muito alto.
Risco de Salinidade
25 C1:baixo; C2: médio;
C3: alto; C4: muito alto.
S3
20
15
S2
10
S1 5
0
100 250 750 1000 2250 5000
C1 C2 C3 C4
Condutividade Elétrica ‐ µS/cm (Log)
Figura 7 - Diagrama de Wilcox para as amostras analisadas — 124 poços no período de 2005-2011.
os solutos, ao longo do tempo, potencializando o Dentre estes, os percentuais de poços que excede-
risco de salinização. Dois parâmetros são usados ram limite legal para parâmetro individual foram,
para avaliar a adequação da água na irrigação: a respectivamente: 10,5% para Manganês; 5,6% para
razão de adsorção de sódio — RAS (ou SAR em Fluoreto; 3,2% para Ferro; 1,6% para Zinco. Cinco
inglês) e a salinidade, medida indiretamente pela poços (4% deles) excederam padrões de Ferro e
CE. A RAS indica a porcentagem de sódio contida Manganês, conjuntamente; dois poços excederam
na água que pode ser adsorvido pelo solo, sendo concentrações de Cloreto e Alumínio; e dois de
sua análise de grande importância uma vez que Cloreto e Manganês. Outros poços excederam,
concentrações excessivas deste elemento podem individualmente, limites de mais de um parâmetro,
causar o endurecimento e a impermeabilização do a saber: Cobre e Manganês; Fluoreto e Cobre; Flu-
solo. A salinidade também é um fator limitante ao oreto e Zinco; e Cloreto, Fluoreto, Cobre e Ferro.
uso na agricultura, impactando os solos e o desen- A RAS variou de zero a 10,1 (meq/L)1/2,
volvimento das plantas (LIMA et al., 2010; HUSSE- com mediana de 0,48 (meq/L)1/2. A classificação
IN et al., 2012). das amostras de água, de acordo com o Diagrama
Para avaliar a adequação das águas subter- de Wilcox, é apresentada na Figura 7.
râneas do Bambuí para fins de irrigação, além da A maioria das amostras concentrou-se nos
verificação do atendimento aos padrões legais (Re- campos C2-S1 e C3-S1 do diagrama de Wilcox, ou
solução Conama nº 396/2008), foi feita classifica- seja, com risco de salinidade baixo e risco de sódio
ção da água subterrânea para irrigação, baseada na moderado; seguido de risco de salinidade baixo e
razão de adsorção de sódio (RAS) e na condutivi- risco de sódio alto, respectivamente. Um único
dade elétrica medidas da água. poço (MTC002) apresentou águas com risco de
Com relação ao total das medições realiza- salinidade alto e risco de sódio moderado — campo
das em 124 poços no período de 2005 a 2011, C3-S2 — e dois poços (EP001 e VD004) tiveram suas
99,2% delas são adequadas para fins de irrigação, águas no campo C4-S2, com risco de salinidade
de acordo com a Legislação mencionada anterior- muito alto e risco de sódio moderado. Estes pontos
mente. Para a irrigação, verificou-se que 31% dos concentram-se mais ao norte da área estudada (Fi-
poços monitorados no mesmo período (124 poços) gura 2).
apresentaram águas inadequadas para este fim.
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pressures. The main objective of this study was to evaluate
MELO, Jose Geraldo de; Vasconcelos, Mickaelon the groundwater of this system in the sub-basin of the Verde
Belchior; Moraes, Franklin de; Morais, Samara Da- Grande river and sub-basin of the rivers Jequitaí-Pacuí,
nielle Oliveira de; Medeiros, José Ivan de. Aspectos with emphasis on the quality of these waters. It was ob-
da salinização das águas subterrâneas na borda sul served that the average value of the hydraulic gradient was
da bacia Potiguar, RN. IN: CONGRESSO BRASI- 0.34 and the electrical conductivity (EC) ranged between
LEIRO DE ÁGUAS SUBTERRÂNEAS, 15., 2008, 10 and 8774 S/cm, and there was a predominance of
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dos de material cenozoico da região do rio Jequitaí, trations increased during the groundwater flow. The
MG. Anais da Escola Superior de Agricultura Luiz de groundwater in the study area was unsuitable for human
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