IV Teorico
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Revisão Textual:
Prof.ª Me. Natalia Conti
Gestão Estratégica de Compras
Objetivos
• Trabalhar o conteúdo de Gestão Estratégica de Compras. Este tema é muito relevante
para a Gestão da Cadeia de Suprimentos; cada vez mais a área de compras tem se
tornado estratégica dentro das organizações. Além disso, estudaremos algumas formas
de compras que as empresas têm utilizado com o uso da tecnologia da informação.
Caro Aluno(a)!
Normalmente, com a correria do dia a dia, não nos organizamos e deixamos para o
último momento o acesso ao estudo, o que implicará o não aprofundamento no material
trabalhado ou, ainda, a perda dos prazos para o lançamento das atividades solicitadas.
Assim, organize seus estudos de maneira que entrem na sua rotina. Por exemplo, você
poderá escolher um dia ao longo da semana ou um determinado horário todos ou alguns
dias e determinar como o seu “momento do estudo”.
Após o contato com o conteúdo proposto, participe dos debates mediados em fóruns de
discussão, pois estes ajudarão a verificar o quanto você absorveu do conteúdo, além de
propiciar o contato com seus colegas e tutores, o que se apresenta como rico espaço de
troca de ideias e aprendizagem.
Bons Estudos!
UNIDADE
Gestão Estratégica de Compras
Contextualização
Nesta unidade trabalharemos o conteúdo de Gestão Estratégica de Compras e
analisaremos como a área de compras pode ser estratégica dentro das organizações e
qual o seu impacto na gestão da cadeia de suprimentos.
Para iniciarmos a unidade, analise a figura abaixo. Esta figura ilustra que
em uma aquisição, o preço é o custo mais visível. No entanto, muitos custos
estão ocultos e devem ser considerados em uma tomada de decisão de compras.
Portanto, após analisar a figura, imagine como devem ser complexas as atividades
de compras se levarmos em conta todos os custos ocultos envolvidos em uma
compra organizacional.
Preço
Negligência
Entrega Apoio
Atrasos Inspeção
Treinamento
Custo de estoque
Custo de Manipulação
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Visão Estratégica de Compras
As organizações bem sucedidas percebem hoje que a área de compra é uma atividade
estratégica considerável que integra a cadeia de suprimentos na busca de tornar a em-
presa competitiva no mercado.
Figura 2
Fonte: iStock/Getty Images
Por outro lado, verificamos que as empresas têm gasto menos nos custos internos,
por conta de uma maior automação industrial, pela busca de maior eficiência e compe-
titividade que pressupõe especialização.
Percebemos também que a área de compras vem se destacando por conta de uma
maior especialização das empresas, pelo uso da estratégia de terceirização, o foco na
competência essencial, acesso ao mercado mundial, que são demonstrados através do
aumento dos gastos em compras.
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UNIDADE
Gestão Estratégica de Compras
80%
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44%
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Brasil(1) EUA(2)
Fonte: Adaptado de COPPEAD, 2007
60%
40%
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Brasil(1) EUA(2)
Fonte: Adaptado de CAPS Research - Report of Cross - Industry Standard Benchmarks, 2007
Vamos supor que uma empresa tem um faturamento anual de R$ 1,6 milhões e
tem um lucro de 10%, equivalente a R$ 160.000. O volume de compras da empresa
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representa 50%, ou seja, os gastos com materiais e serviços representa R$ 800.000. A
empresa reduziu o seu custo de compra em 5%, conforme demonstrado abaixo:
Figura 3
Fonte: iStock/Getty Images
Para tanto, as empresas utilizam estratégias para buscar redução de custos. Destaca-
remos a seguir, algumas estratégias citadas por Balou (2011):
Grupo de melhoria: A empresa envia uma equipe de especialistas para a fábrica dos
fornecedores e buscam juntos melhorias na fabricação e métodos alternativos de produ-
ção, visando reduzir os preços do produto.
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Gestão Estratégica de Compras
O Papel de Compras na
Cadeia de Suprimentos
Mas, qual o papel de compras na cadeia de suprimentos? O que podemos compre-
ender até agora, é que compras é uma área estratégica e que através de estratégias de
redução de custo é possível criar valor para o cliente, já que consequentemente, parte
dessas reduções de custos é repassada aos clientes.
Figura 4
Fonte: iStock/Getty Images
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A definição dos objetivos de compras apresentada por de Baily (2000) é “comprar a
qualidade de material correta, no tempo certo, na quantidade exata, da fonte certa, ao
preço adequado”.
Com o passar dos anos esta definição tem sofrido críticas por ser simplista e superfi-
cial, assim, o autor faz uma sugestão dos principais objetivos de compras de acordo com
a evolução e importância que a área ganhou nos últimos anos.
·· Suprira organização com um fluxo seguro de materiais e serviços para aten-
der suas necessidades;
·· Assegurarcontinuidade de suprimento para manter relacionamentos efetivos
com fontes existentes, desenvolvendo outras fontes de suprimentos alternati-
vas, ou para atender a necessidades emergentes ou planejadas;
·· Comprar eficiente e sabiamente, obtendo por meios éticos o melhor valor
por centavo gasto;
·· Administrarestoques para proporcionar o melhor serviço possível aos usuá-
rios e ao menor custo;
·· Manter relacionamentos cooperativos sólidos com outros departamentos,
fornecendo informações e aconselhamentos necessários para assegurar a
operação eficaz de toda a organização;
·· Desenvolver funcionários, políticas, procedimentos e organização para asse-
gurar o alcance dos objetivos previstos.
Através dos objetivos propostos acima, podemos verificar que o papel de compras é
estratégico, e muitos dos objetivos citados desempenham um papel relevante na cadeia
de suprimentos.
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Gestão Estratégica de Compras
Figura 5
Fonte: iStock/Getty Images
Sabemos que a gestão da cadeia de suprimentos tem a sua atenção voltada ao geren-
ciamento das relações entre a empresa e os seus fornecedores e distribuidores, buscando
a interação deles na sua cadeia.
Figura 6
Fonte: iStock/Getty Images
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No Japão, cada montadora de automóvel e motocicleta possui uma associação de
fornecedores. Frequentemente as associações se reúnem e fornecedores desenvolvem
novas formas de produção, melhorias logísticas que reduzam custos para as montadoras.
Figura 7
Fonte: iStock/Getty Images
Podemos supor que além dos custos diretos de uma cadeia temos também os custos
da ineficiência de cada um dos fornecedores que são difíceis de identificar. Portanto, à
medida que os profissionais de compras desenvolvem uma visão estratégica e holística
dos suprimentos, que envolve desde a compra de matérias-primas e consumidores finais,
eles identificam os benefícios de uma maior eficiência da cadeia de suprimentos, auxi-
liando a empresa a criar valor para os clientes.
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Gestão Estratégica de Compras
Figura 8
Fonte: iStock/Getty Images
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A Volkswagen tem uma rede B2B chamada VWGroupSupply.com que interliga a
empresa com a sua rede de fornecedores. Esta ferramenta administra 90% das compras
globais do grupo pelo mundo. Esta ferramenta é essencial para a gestão da cadeia de
suprimentos da empresa.
Figura 9
Fonte: iStock/Getty Images
EDI
Uma das ferramentas muito utilizadas pelas empresas é o EDI (Eletronic Data Inter-
change) que é uma tecnologia que transmite dados eletronicamente que permite que tran-
sações rotineiras como pedidos e programações possam ser transacionadas via internet.
Credenciamento do fornecedor
Lista de preços
Pedido de cotação
Cotação
Cliente Programação de entrega ou pedido Fornecedor
Kanban
Material crítico
Aviso de embarque
Acordos comerciais Via Portal EDI
Figura 10
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Gestão Estratégica de Compras
Esta forma de comunicação integrada entre as empresas parceiras evita perdas de in-
formações, como acontece com o uso de e-mails. O EDI interliga clientes, fornecedores,
banco, transportadora, entre outros parceiros.
Com o uso do EDI, a relação fornecedor/cliente deixa de ser uma simples compra e
passa a ser de parceria, na qual o cliente compartilha as suas informações com o seus
fornecedores. Em compras que poderiam levar até 3 dias para concretizar um pedido,
com o EDI isso pode ocorrer de forma imediata e automatizada.
Internet
Com a evolução da internet, as compras feitas pela internet são uma realidade para
os consumidores finais, assim como para as empresas. As compras de materiais de
escritórios que demandavam muito tempo para a compra, hoje são efetuadas através
da internet.
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Figura 11
Cartões de Crédito
O uso de cartão de crédito está se tornando usual pelas empresas. O cartão de
crédito, também chamado de cartão empresarial ou cartão corporativo, tem auxiliado as
empresas nas compras de matérias-primas e componentes.
Figura 12
Fonte: iStock/Getty Images
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Gestão Estratégica de Compras
Leilões
O uso de leilões corporativos tem auxiliado as empresas a realizar compras mais
acertadas. Neste caso, a empresa disponibiliza uma página na internet e coloca as suas
necessidades de compras. A partir de um cadastro prévio de fornecedores é selecionado
aquele que atender aos requisitos solicitados, o melhor preço e prazo estipulado. O
trabalho do comprador é escolher entre os fornecedores, qual tem a melhor oferta.
Figura 13
Fonte: iStock/Getty Images
Desintegração Vertical
A desintegração vertical ou horizontalização consiste na estratégia de comprar de
terceiros o máximo de itens que fazem parte do produto final ou serviços (Martins 2011)
Muitas empresas têm utilizado esta estratégia porque os fornecedores geralmente são
mais competentes e eficientes do que ela, permitindo a empresa compradora focar os
seus esforços naquilo que gera valor para o cliente.
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Muitas empresas passaram a desintegrar verticalmente a sua produção.
Figura 14
Fonte: iStock/Getty Images
Outra empresa que é referência em horizontalizar é a Nike, que foca seus esforços no
desenvolvimento de produto, marketing e distribuição.
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Gestão Estratégica de Compras
Figura 15
Fonte: iStock/Getty Images
Figura 16
No entanto, terceirizar pode não ser um grande negócio se buscada apenas a redução
de custo. Um estudo elaborado por professores da universidade de Utah apontam que
terceirizar setores importantes da empresa pode ser fatal.
Segundo Carvalho (Revista Exame, 2010), a Toyota, com o intuito de buscar o cresci-
mento rápido em 2004 e 2005, terceirizou a fabricação de sistema elétrico e acelerador
dos carros. Sem investimento em qualificação e interna a empresa sofreu anos depois
com a queda da qualidade das peças.
Figura 17
Fonte: iStock/Getty Images
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Material Complementar
Indicações para saber mais sobre os assuntos abordados nesta Unidade:
Sites
Gestão de Compras nos Supermercados de Médio Porte da Cidade de Castro: Avaliação da ges-
tão de compras em supermercados de médio porte
BARBOSA, J. M. e outros. Gestão de Compras nos Supermercados de Médio Porte
da Cidade de Castro: Avaliação da gestão de compras em supermercados de médio porte.
https://goo.gl/VaJYwJ
Leitura
A reconfiguração da função compras: um estudo na indústria automobilística
LIMA, J. C. S.; Marx, R. A reconfiguração da função compras: um estudo na indús-
tria automobilística. In: XXIV ENEGEP – Encontro Nacional de Engenharia de Produ-
ção, 2004, Florianópolis. Anais do XXIV ENEGEP.
https://goo.gl/4EJJdp
Evolução estratégica do processo de compras ou suprimentos de bens e serviços nas empresas
Braga, A. Evolução estratégica do processo de compras ou suprimentos de bens e
serviços nas empresas. São Paulo: Revista Tecnologística, 2006.
https://goo.gl/HYuz76
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UNIDADE
Gestão Estratégica de Compras
Referências
AGÊNCIA ESTADO. Amil assina contrato com Dasa para terceirizar exames.
São Paulo: fev. 2011. Disponível em: http://economia.estadao.com.br/noticias/
negocios,amil-assina-contrato-com-dasa-para-terceirizar-exames,56955e
BAILY, P.; outros. Compras: Princípios e Administração. São Paulo: 8ª edição original
inglesa pelo Chantered Institute of Purchasing and Supply (CIPS). Atlas, 2000.
CARVALHO, L. Terceirizar pode não ser a melhor solução, diz estudo. São Pau-
lo: Revista Exame, ago. 2010. Disponível em: https://exame.abril.com.br/negocios/
terceirizar-pode-nao-ser-melhor-solucao-diz-estudo-584765/
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