Temperamentos e Relacionamentos

Temperamentos e Relacionamentos
@temperamentosdazoeira
Você já se perguntou o porquê de alguns relacionamentos
terminarem de forma aparentemente superficial? Será que
todos esses términos teriam sido evitados caso houvesse ali
um temperinho especial? Talvez. Mas esse tempero existe
mesmo ou só estaríamos romantizando a vida real? A verda-
de é que não se ama aquilo que não se conhece.
Muitas vezes, quando nos deparamos com o que há de

mais profundo no outro, ficamos meio sem rumo e desejan-
do ter um manual de instruções de como lidar com o outro.
Esse manual não existe e nunca vai existir, e não teria graça
se fosse assim. Amar não é uma fórmula mágica, não é um
simples estalar de dedos... Amar é se doar, dia após dia, em
cada circunstância, em cada história.
Se você já ouviu falar nas quatro estações do amor, sabe

que, assim como várias outras coisas na vida, o amor tam-
bém pode passar por suas fases, umas mais leves e outras
especialmente para testar o quanto cada um está dispos-
to a permanecer e se doar. É na fase do outono que muitos
relacionamentos acabam, porque não há mais vida e nem
calor, tudo cai na rotina e os defeitos do outro parecem mais
marcantes do que nunca.
Sabemos que o universo que existe em cada ser humano

é muito maior que um mero temperamento. Embora seja
apenas uma entre tantas outras particularidades de cada
pessoa, ele continua ali sendo parte dela e pode nos dizer
muito sobre como o outro reage e como absorve o mundo.
Não é novidade que cada temperamento traz na bagagem
defeitos que podem acabar com muitos relacionamentos.
Conhecer o outro dá a liberdade de ter uma espécie de ma-
nual; você não se sentirá perdido(a) outra vez e poderá enfim
se perguntar: “Serei capaz de me doar todos os dias a essa
pessoa?”
Se você entendeu a mensagem sabe que cada estação do

amor será mais fácil de ser vivida conhecendo quem está ao
seu lado; certos defeitos não parecerão mais monstros im-
possíveis de se tolerar, porque você os compreende e deci-
diu amar mesmo assim.
Esperamos que você, caro(a) leitor(a), aproveite o conheci-

mento deste e-book para melhorar suas relações e amar
sem reservas. Boa leitura!
PREFÁCIO
INTRODUÇÃO AOS
1 TEMPERAMENTOS P. 5
TEMPERAMENTO
2 SANGUÍNEO P. 9
2.1 CONSELHOS P. 12
TEMPERAMENTO
4 COLÉRICO P. 13
4.1 CONSELHOS P. 16
TEMPERAMENTO
6 MELANCÓLICO P. 18
6.1 CONSELHOS P. 21
TEMPERAMENTO
8 FLEUMÁTICO P. 23
8.1 CONSELHOS P. 26
OS TEMPERAMENTOS
9 NO AMOR P. 28
10 COMBINAÇÕES P. 41
CONSIDERAÇÕES
11 FINAIS P. 68
Introdução aos
Temperamentos
6 TEMPERAMENTOS E RELACIONAMENTOS
Os quatro temperamentos surgiram como uma teoria criada

por Hipócrates, o pai da Medicina, na Grécia antiga. Ele con-
cluiu que os quatro elementos primários do universo (fogo, ar,
terra e água) poderiam ser atribuídos a quatro característi-
cas: quente, frio, úmido e seco. Essas quatro características
foram comparadas com os quatro humores corporais: san-
gue, fleuma, bile negra e bile branca. A partir disso, Claudio
Galeno, um médico talentoso da Grécia antiga, usou a teoria
para classificar os quatro temperamentos primários e secun-
dários de acordo com as quatro características descritas por
Hipócrates.
Deduziu-se que as pessoas com maior predominância de

sangue em seu corpo possuíam o temperamento sanguíneo;
as pessoas com maior predominância da bile amarela pos-
suíam o temperamento colérico; as pessoas com maior pre-
dominância da bile negra possuíam o temperamento me-
lancólico; e as pessoas com maior predominância da fleuma
possuíam o temperamento fleumático.
O primeiro ponto que se deve levar em consideração antes

de entender os temperamentos é de que trata-se de uma
realidade puramente simbólica. Como dito anteriormente,
a ciência dos temperamentos faz uma analogia aos quatro
elementos da natureza: o fogo (colérico), o ar (sanguíneo), a
terra (melancólico) e a água (fleumático). Essas quatro qua-
lidades, quando observadas, nos apontam uma realidade
representada por tendências. Sendo o temperamento uma
estrutura mineral, ou seja, imutável, que sustenta a psique
humana, nós não podemos confundir com a personalidade,
INTRODUÇÃO AOS TEMPERAMENTOS 7
já que esta trata-se da biografia particular de cada um, que

é construída ao longo da vida.
O temperamento, ainda que seja uma estrutura mineral, se

dá através da combinação de dois pares opostos e essa
combinação gera quatro novas combinações, como vemos
na representação a seguir:
QUENTE E ÚMIDO:
• Característica do ar (Sanguíneo)
• Reações rápidas e curtas impressões.
QUENTE E SECO:
• característica do fogo (Colérico)
• Reações rápidas e longas impressões.
FRIO E SECO:
• característica da terra (Melancólico)
• Reações lentas e longas impressões.
FRIO E ÚMIDO:
• característica da água (Fleumático)
• Reações lentas e curtas impressões.
Quando estudamos a ciência dos temperamentos, entende-

mos que se trata do modo como vemos o mundo e como o
absorvemos. A partir do momento em que processamos as
informações daquilo que está à nossa volta, entram em cena
os apetites. Esses apetites absorvem elementos de estética,
proporção e beleza. Ou seja, em outras palavras, todos os
dias acontecem em nossas vidas uma sucessão de acon-
tecimentos, sejam eles de pequena ou grande proporção,
e esses fatos, essas circunstâncias impactam a nossa vida
de alguma forma. Como reagimos a esse fato? E depois que
ele passa, como isso fica (ou não) em nós?
Agora, vamos nos aprofundar um pouco em cada tempera-

mento…
Temperamento completamente voltado
para o exterior e com os sentidos muito
desenvolvidos, por isso é facilmente im-
pressionável. Ele é bastante extroverti-
do, amigável, alegre, um pouco chorão
e adora ser o centro das atenções.
Qualidades
Sociável
É muito carismático e afetuoso, tem facilidade para sociali-
zar. É aquele que necessita estar entre pessoas. Em público,
se sente muito à vontade.
Dócil
Ele é sensível, generoso e bom. Carrega consigo a dor do
próximo. Se oferece facilmente para prestar serviços, quase
sempre de maneira espontânea.
Criativo
O sanguíneo tem a mente muito fértil. Sua imaginação pode
criar soluções pra problemas de maneira muito fácil, desde
que ele saiba silenciar e se concentrar naquilo que tem de
fazer.
Eloquente
O sanguíneo costuma dominar a arte de falar bem. Por ser
expansivo, ele se expressa pra envolver os outros ao seu re-
dor e tem uma facilidade natural para a comunicação. Re-
vela expressividade, é persuasivo e convincente.
SANGUÍNEO 11
Pontos negativos
Inconstante
O sanguíneo é muito volátil. É ligado aos sentimentos e,
quando estes desaparecem ou mudam, ele não mantém
constância no que tem de fazer. Possui tendência a iniciar
vários projetos e não terminar nenhum. Não há nele uma in-
clinação natural pela organização.
Superficial
Ele é aquele que rapidamente julga ter compreendido algo,
quando só enxergou de maneira superficial. Isso acontece
porque ele não costuma meditar e refletir sobre o que está
a sua volta, então seu jugo sobre isso ou aquilo tende a ser
muito vago. Tem a tendência de serem superficiais também
em seus relacionamentos, pois não se aprofundam.
Vaidoso
O orgulho aparece no sanguíneo na forma de vaidade. Ele
tem uma tendência em querer ser o centro das atenções, se
preocupa muito com a aparência e procura ser um bajulador
para também ser bajulado.
Amor desordenado
Com os sentidos muito desenvolvidos, o sanguíneo possui
uma inclinação para o amor desordenado ao prazer. Ele
busca somente aquilo que lhe é agradável, porque as emo-
ções e sensações costumam ser o motor que o leva a fazer
as coisas.
Conselhos para você, sanguíneo

• Preste atenção no seu parceiro, você pode ter uma facilida-
de maior para a comunicação, mas o seu parceiro não, en-
tão fique atento ao que ele quer falar até mesmo por sinais.
• Aproveite seu dom de envolver as pessoas para fazer o ou-

tro sentir vontade de se abrir com você, dê esse espaço e
queira conhecer o mundinho que o outro tem a oferecer. Isso
te ajudará a aprofundar suas relações, já que não é só você
que tem vontade de se comunicar. Dar voz aos outros fará
com que você aprenda a ouvir antes de falar, desde que se
interesse pelo assunto.
• Procure colocar o outro em primeiro lugar. A vontade de es-

tar sempre no centro é uma vaidade que pode atrapalhar
muito seu relacionamento, porque amar é se doar, se sacrifi-
car, escolher a vontade do outro primeiro.
• Treine a sua vontade de falar, porque você fala para só de-

pois pensar, então experimente fazer o contrário e perceba
que isso evita comentários inoportunos que às vezes causa-
riam certos atritos.
• Os acontecimentos são, por muitas vezes, facilmente esque-

cidos por você. Mas fique atento porque para muitos talvez
não aconteça assim. O que para você não passa de uma
“besteirinha”, talvez seja uma grande preocupação para o
outro.
• Muito cuidado com os “sentidos”, você facilmente é atraí-

do por aquilo que é apetitoso, seja sempre vigilante nisso
e sempre evitando ocasiões que você sabe que podem te
fazer mal.
É um temperamento muito rico, voltado
para a ação. Geralmente são líderes e
conquistadores. São muito obstinados
e possuem uma vontade de ferro. Sua
linguagem é franca e incisiva. Apresen-
tam uma forte tendência para o orgu-
lho e soberba.
Qualidades
Determinado
Ele é esforçado, enxerga seu descanso na execução de seus
projetos e não se sente satisfeito até ter concluído o que
começou. Sua força de vontade o transforma em um traba-
lhador competente.
Voluntarioso
Se bem intencionado, o colérico está sempre direcionan-
do suas forças para grandes coisas. Ele é aquele que busca
fazer tudo que está ao seu alcance e é capaz de dar a vida
pelos seus.
Instrutor
Os coléricos podem se tornar grandes líderes, pois possuem
um entendimento agudo sobre os fatos que os rodeiam.
Além disso, a sua linguagem clara e firme os capacita para o
ato de liderar os demais, portanto, tendem a ser bons edu-
cadores.
Apaixonado
Diante da ambição e disposição em direcionar suas forças
para grandes coisas, nota-se no colérico a paixão que ele
coloca em tudo que realiza. Ele vive aquilo que acredita cus-
te o que custar.
COLÉRICO 15
Pontos negativos
Autoritário
O colérico sempre buscar dar o seu melhor, mas ele também
espera que os outros façam o mesmo. Contudo, ele precisa
entender que as outras pessoas possuem seu próprio tempo
e compasso e que não deve tratá-las de uma forma robó-
tica como se fossem obrigadas a entregar tal resultado só
porque ele quer.
Irascível
Uma má inclinação muito forte presente no colérico é a ira.
Quando ele se vê diante de um obstáculo é tomado pela
cólera e esta o faz agir de maneira irracional. É necessário
um autocontrole e para isso deve existir um grande esforço
da sua parte.
Insensível
Devido à praticidade da natureza do colérico, ele se torna
mais frio e insensível. Não é de se deixar levar pelos senti-
mentos, porque estes não são colocados no pedestal quan-
do se trata de tomar decisões e isso se reflete em suas falas
e ações que muitas vezes demonstram aspereza.
Orgulhoso
O colérico é ambicioso, confia fortemente em sua verdade e
por isso se coloca em uma posição irredutível quando se tra-
ta de mudar seus pensamentos por outrem. Por isso, pode se
tornar orgulhoso por não se desfazer das suas convicções.
Conselhos para você, colérico

• Em primeiríssimo lugar: entenda que as outras pessoas não
têm o mesmo ritmo que você. Querer moldar o outro à sua
maneira, porque em sua visão tem de ser daquela forma, é
desgastante. Você desgasta a relação e ao mesmo tempo
se desgasta.
• Você sempre procura dar soluções e propostas, mas nem

sempre o outro quer ou está precisando. Entenda que a
convivência pede momentos em que só a sua presença
basta, sem necessidade de proposta ou solução.
• A relação romântica exige momentos de bem-estar em

que a delicadeza impera sobre a força. É onde a secura
precisa ceder aos carinhos, e mesmo que você não en-
xergue sentido nesses instantes que em que não há con-
tinuidade, entenda que o outro e até mesmo você pedem
por aquele abraço que não tem hora para acabar. Essas
ações suaves em meio ao cotidiano não são vilãs da rela-
ção amorosa, muito pelo contrário, é aí que nasce o motor
de toda relação. Provavelmente você ter dado o primeiro
passo para isso tudo acontecer não quer dizer que parou
por aí e que não deve haver dedicação.
• O colérico que é rude tem que se esforçar para enxergar

como necessários os olhares, as carícias, a sensibilidade
desses momentos para as relações humanas. Então essa
parte não deve ser tratada com desprezo.
• Cuidado com a sua ambição de querer estar com a certe-

za o tempo todo. É muito importante entender que o amor
exige sacrifícios e ceder por aquele que se ama é manter a
COLÉRICO 17
harmonia dentro do relacionamento.
• Parabenize o outro, porque às vezes você pode cobrar

tanto que a outra pessoa nunca se sentirá suficiente para
você.
• Dê voz ao outro, cada um tem a sua percepção sobre os

acontecimentos, então o diálogo não é algo que aconte-
ce como um tribunal, algo pesado e por vezes assustador,
mas como um grupo de apoio onde os sentimentos ga-
nham voz. A outra pessoa também pode te ensinar algo,
permita-se aprender.
• Não existe nenhum fogo irascível que resista à chama viva

da caridade. Você não tem que tirar ou abafar sua ener-
gia e força, você tem que usá-las em seu favor. É na guerra
contra seus instintos que você encontrará a paz.
• Sempre pare para fazer um exame de consciência, poder

saber em que você errou e reconhecer isso vai te ajudar
não somente no seu relacionamento, mas no seu cres-
cimento pessoal. Que o perdão nunca se afaste da sua
boca.
O melancólico é um temperamento que
possui uma sensibilidade tão viva quan-
to discreta. Seu coração é bondoso. Ele
é introvertido e ponderado. Primeiro re-
flete e, só depois, toma uma atitude.
Muitas vezes é acompanhado de um
pessimismo, por isso tem a tendência de
paralisar diante de grandes desafios por
ter medo do enfrentamento.
MELANCÓLICO 19
Qualidades
Profundo e sensível
O melancólico é aquele que tende à reflexão. Quando está
interessado em algo, procura alcançar aquilo sempre da for-
ma mais perfeita e com grande atenção aos detalhes. Seu
bom coração e a sua percepção em enxergar os detalhes
fazem dele uma pessoa sensível, que anseia pelo belo.
Determinado
O melancólico concentra suas forças naquilo que é eterno.
Ele se concentra naquilo que quer possuir e dificilmente se
distrai no caminho. Ele é naturalmente movido por aquilo que
é belo e insiste em sua contemplação.
Talentoso
Com a sua sensibilidade em enxergar o mundo, muitas ve-
zes ele pode externar sua visão detalhista através de artes,
como a música, a pintura e a escrita. Costumam ser artistas
muito talentosos.
Organizado
O melancólico é naturalmente inclinado à ordem. Ele se pre-
ocupa em manter organizado o que estiver em sua volta.
Não se sente bem em meio à desordem - isso o incomoda
profundamente.
Pontos negativos
Pessimista
Diante da sua busca pela perfeição, ele costuma cobrar
muito de si mesmo e também dos outros. Seus níveis de
aprovação são altos e, quando não são atingidos, ele aca-
ba caindo no pessimismo, em uma visão distorcida daquilo
que está acontecendo. Ele tende a enxergar os problemas
maiores do que realmente são.
Alto senso crítico

Por ter um alto nível de aprovação e por tender ao pessimis-
mo, o melancólico facilmente pode julgar o próximo ou as
situações que o rodeiam, enxergando somente aquilo que
existe de negativo. Isso pode acabar afastando as pessoas
mais próximas.
Perfeccionista
Seus altos ideais muitas vezes tornam os seus trabalhos
quase impossíveis, pois seu perfeccionismo o faz enxergar
que sempre há algo de muito negativo naquilo que ele re-
aliza. Por isso, ele tende a acabar travando diante dos de-
safios, justamente por acreditar não estar pronto. O medo
do fracasso e da humilhação tende a assustar fortemente o
melancólico.
Complexado e desconfiado
A inclinação à solidão e a introspecção resultam no melan-
cólico uma falta de confiança em si mesmo e uma dificulda-
MELANCÓLICO 21
de de lidar com as outras pessoas. Ele se torna complexado

e desconfia das ações generosas do próximo por conta da
sua falta de confiança. Se alguém o elogia, nem sempre o
elogio é bem recebido, pois o próprio não acredita naquilo
que está sendo dito.
Conselhos para você, melancólico

• Cuidado com o seu senso crítico, treinando para parar de
falar a si mesmo e ao outro que algo é feio, horrível ou que
não tem jeito.
• Você é alguém que possui uma inclinação para coisas

transcendentes, profundas, como a grandeza do espírito,
que dá gosto e brilho para a vida. Faça disso um modo de
ajudar o seu parceiro a também enxergar a beleza nos de-
talhes, pois certamente será bom para os dois.
• É preciso fazer um movimento para fora. Quando o parceiro

fizer algo ruim, não guarde para si alimentando seu potinho
de mágoas, a outra pessoa pode não ter percebido que
aquilo em si foi ruim. Se abra, não tenha medo de expres-
sar seus sentimentos, porque isso é necessário. A relação
que é movida por ressentimentos é desgastante.
• Você é naturalmente alguém inclinado à ordem e isso é

benéfico ao relacionamento amoroso, pois garante uma
estrutura, mas não fique preso ao mundo da previsibilida-
de. Às vezes as coisas sairão do controle e está tudo bem,
é importante não enxergar isso como o fim do mundo, pois
não é. Uma vida 100% em ordem não permite lugar para
aventuras ou desafios e isso pode levar a uma completa
monotonia.
• Essa tendência em procurar ter o controle sobre tudo pode

fazer com que você tenha dificuldade em estar completa-
mente presente nos momentos de “alegria ordinária’’, onde
o cotidiano mostra que a vida é feita de instantes e que
aqui na terra não encontraremos a perfeita estabilidade.
• Devido à sua natureza estável da terra, você pode ter uma

dificuldade em seus relacionamentos em entender que o
outro não é semelhante a você, mas é preciso fazer um
esforço para envolver e acolher como sendo uma abertura
para essa nova realidade.
• Nunca idealize a forma de ser do outro, ele é um mundo

completamente diferente do seu. Quando um melancólico
passa a exigir que o outro funcione da mesma forma me-
tódica que ele, acaba desgastando muito a relação.
• Nunca se feche em si quando estiver magoado, sempre

coloque para fora, exponha o que você está sentindo, o
outro não é obrigado a ter uma bolinha de cristal para
atender às suas expectativas.
• Lembre-se da regra de ouro: “Faça para o outro aquilo que

você gostaria que fizessem para você!”, ou seja, ao invés
de colocar milhares de exigências, dê você mesmo o amor
que gostaria de receber.
O fleumático é um temperamento mo-
derado e tranquilo. Fleumáticos rea-
gem lentamente às impressões (as vezes
acabam nem reagindo). Seus comentá-
rios costumam ser neutros e ele se torna
alguém discreto. Apesar disso, ele conti-
nua sendo agradável e simpático. Pos-
sui um autocontrole invejável, mas sua
inércia costuma ser um grande empeci-
lho em sua vida.
Qualidades
Calmo
A sua tendência para a calma e a tranquilidade é uma
força que, sem dúvidas, pode ser muito invejada pelos
outros temperamentos. Ele abomina conflitos e preza pela
harmonia, porque as contrariedades lhe tiram sua paz
interior e o força a sair da sua zona de repouso.
Excelente Convívio
Conviver com o fleumático, geralmente, é muito agradá-
vel. Ele é afável, simpático e de fácil acesso, não gosta de
comandar, pois isso traz responsabilidades, muitas vezes,
estressantes demais. Além disso, tem a capacidade de
minimizar problemas que muitas vezes tirariam a paz de
um melancólico, deixariam o sanguíneo descontrolado e
fariam o colérico agir violentamente.
Controlado
Ele sabe ser calmo e possui um autocontrole excelente.
Enquanto outras pessoas explodem com problemas, até
mesmo comuns, o fleumático sabe separar aquilo que é
drama do que realmente está acontecendo. É paciente e
equilibrado.
Confiável
O fleumático tende a ser um temperamento leal e respon-
sável, se é alguém que cultiva virtudes. Ele sabe que seu
repouso é muito mais agradável quando é merecido. Ele
tende a ser perseverante naquilo que lhe é importante.
FLEUMÁTICO 25
Pontos negativos
Preguiçoso
Ele é dificilmente impressionável com os acontecimentos
externos. Isso pode o tornar alguém sem motivações. Se
não é monitorado constantemente, acaba se entregan-
do à preguiça e isso o paralisa diante da vida.
Inerte
O desejo por permanecer em sua zona de conforto faz
do fleumático uma pessoa inerte, que dificilmente se
joga em grandes desafios, pois isso demanda um esfor-
ço que muitas vezes ele não está disposto a fazer.
Indeciso
Com a sua inércia, o fleumático costuma ser aquele que
fica em cima do muro. Para ele qualquer coisa serve,
para ele tanto faz. Isso parte de um medo de assumir as
responsabilidades e consequências das suas decisões.
Desordem
A sua falta de ação faz com que ele fique apenas no
campo da observação. Isso pode fazer com que ele erre
muitas vezes e perca ótimas oportunidades ao decorrer
de sua vida.
Conselhos para você, Fleumático

• Faça um esforço para ter um maior entusiasmo com o
seu parceiro. Enquanto ele está ali falando e falando,
ou você não presta atenção ou simplesmente dá uma
resposta bem mixuruca. Isso muitas vezes parece uma
forma de desprezo pelo outro, então faça tentativas
para agradar a pessoa amada, porque é nesses ges-
tos sacrificados que nasce o amor.
• Cuidado com seu senso de humor, você tem uma in-

clinação para a ironia como mais ninguém tem, mas a
ironia pode machucar, e ignorar isso é egoísmo.
• Esteja disposto a se jogar em momentos de lazer com

o outro, ir a passeios, fazer coisas às quais não estejam
acostumados. Isso tudo vai te tirar da comodidade e
colocar um tempero bom em seu relacionamento.
• Permita-se ser agitado pelo outro, porque isso quebra

a sua zona de conforto e lhe tira da inércia que muitas
vezes pode ser irritante.
• Se abra! Você é alguém que existe, tem a sua própria

vida, suas próprias opiniões e pensamentos. Sabemos
que na sua cabeça você acha que seus posiciona-
mentos não são importantes, mas as relações amo-
rosas são uma via de mão dupla, assim como o seu
parceiro diz o que gosta ou não, você também pode e
deve. A pessoa que está ao seu lado com certeza se
alegrará com uma participação mais ativa na relação.
• Finja estar interessado naquela conversa, estar anima-

do com aquele presente, finja estar muito admirado
FLEUMÁTICO 27
com aquela explicação, ainda que a conversa seja chata,

o presente insignificante e a explicação banal. E o amor
que te faz “fingir”, deixará impresso em você o interesse,
pois a virtude nasce da prática, dessas repetições cons-
tantes. E não pense: “Isso é falsidade!” Sabe quando uma
criança faz sopinha na cozinha imaginária dela e a gente
tem que fingir que é a melhor comida do mundo? Ou quan-
do a mãe desejava muito comer o último pedaço daquela
torta, mas diz ao filho que pode comer e não demonstra
nem o mínimo de vontade mesmo querendo muito? Você
teria coragem de chamar isso de falsidade? Pois é, isso é
amor!
• Lembre-se que o relacionamento perfeito não significa não

ter nenhuma briga ou crise, da mesma forma que “paz não
significa ausência de guerra.” Muitas vezes os conflitos ser-
vem para exortar realidades que em nós precisam ser mu-
dadas, pois não somos pessoas perfeitas e completas.
• Faz bem ao outro que você conte como foi o seu dia, conte
fatos da sua história, não pense “Ah, não vou falar, isso não
é importante!” Em um relacionamento faz bem essas con-
versas, não são só coisas grandes e de alta relevância que
precisam ser conversadas.
• Não desvalorize as coisas banais, os detalhes; o amor tem

um tom brega e isso faz bem para a relação, de vez em
quando. Vocês não são dois sócios, vocês são dois com-
panheiros.
Os temperamentos
no Amor
OS TEMPERAMENTOS NO AMOR 29
Sanguíneo
O sanguíneo é o único temperamento onde a presença do
elemento é puramente poética. O ar não é como a terra, que
é estável e alimenta os demais com seus frutos, ou como a
água, que é preciso bebê-la, ou como o fogo, que queima e
deixa marcas... Ele simplesmente rompe todas as estruturas
horizontais e nos envolve sem pedir licença, ele nos invade a
qualquer momento, invade nosso sangue e alimenta nossas
células.
Ele é movido pelos seus sentidos, facilmente é tocado por

tudo à sua volta. Existe nele uma certa instabilidade, por-
que ele envolve, mas também espera ser envolvido, além das
impressões dos acontecimentos não serem fortes em seu
ser. E isso é para o parceiro uma liberdade, porque ele pode
facilmente voltar ali quantas vezes quiser, com as mesmas
demonstrações de carinho que serão recebidas pelo sanguí-
neo como se fosse a primeira vez. No livro Elogio aos Quatro
Temperamentos, o Dr. Ítalo Marsili relaciona essa instabilidade
do sanguíneo como uma forma de nos lembrar que o amor é
uma ação perseverante, constante, um cultivo necessário. En-
tão saiba que agradar o sanguíneo é demonstrar seu carinho
por ele de forma constante, para mostrá-lo que, em você, ele
encontra a segurança emocional que tanto anseia.
Ele é inconstante, nem sempre consegue terminar, sozinho,

seus deveres ou projetos, porque se distrai rapidamente, en-
tão ele necessita de um apoio, de alguém que o incentive,
basicamente ele tem de ser vigiado. E não é questão dele
ser tratado como uma criança, mas sem um incentivo, sem
um apoio, ele não foca naquilo que deve ser feito com toda
a garra que é necessária. O parceiro deve ser um ponto de
apoio para ele, alguém com quem ele possa falar sobre suas
inseguranças sem medo, para que ele encontre a respos-
ta que seu coração tanto almeja: “Sim, você consegue, eu
acredito em você e estarei aqui até você terminar.” Seja um
incentivador para o sanguíneo e observe como ele respon-
derá rápido às suas obrigações.
O parceiro terá no sanguíneo alguém que vai amar intensa-

mente em todas as linguagens do amor, porque fazer o par-
ceiro feliz é como uma obrigação para ele. Certamente ele
não poupará as demonstrações de seus sentimentos e será
aquele que topa tudo com o parceiro, que ama a compa-
nhia, porque o combustível de suas relações é sentir no outro
a segurança que ele tanto aspira.
O sanguíneo carrega, quase como algo natural dele, o es-

quecimento de si, é aberto ao serviço e à necessidade do
outro, tem um dom intrínseco de saber como distribuir o seu
afeto.
Por outro lado, precisa sair inúmeras vezes do mundo das

fantasias, impresso em sua imaginação seja por um livro, no-
vela, filme... Nunca se pode cair naquela ideia falsa de que
o outro tem dever de “te conquistar” todos os dias, mas de
que é seu dever servir ao outro todos os dias, porque é essa
a missão que o amor nos dá. Uma pessoa que se casa para
ser feliz nunca será, pois a vida matrimonial é um constante

esquecimento de si, um morrer para a sua vontade, para que
o outro seja feliz e, nisso, aquele que ama encontra a sua
total realização. O outro não é um objeto que eu posso usar
de forma egoísta e desordenada, mas uma alma que preci-
sa ser ouvida, cuidada, amada... isso precisa sempre estar
presente na vida do sanguíneo.
Colérico
O colérico é como a presença do fogo, que queima e deixa
rastro onde passa. Ele se expande e traz consigo uma ideia,
um posicionamento. Embora seja expansivo, o mundo ex-
terno não o afeta tanto, pois a sua preocupação está em
marcar território. É aquele que já entra na vida dos outros
trazendo consigo a resolução dos problemas. Essa sua de-
terminação não será diferente no campo do amor.
Ele é voluntarioso, apaixonado, entra “de cabeça” no que

tiver de fazer. Provavelmente, ele é quem dá o primeiro pas-
so para iniciar uma relação amorosa e não deixará dúvidas
de que está interessado. É aquele que faz o que for preciso
para demonstrar o seu amor, pois para ele não existe meio
termo. Se preocupará com a segurança do parceiro como
ninguém, com sua garra e determinação será um verdadeiro
companheiro.
Você terá no colérico alguém que estará sempre te incenti-

vando e tentando extrair o que há de melhor em você, isso
faz parte da natureza desse temperamento. Ele se preocupa
em ser bom e espera o mesmo das outras pessoas, quem
dirá da pessoa que é amada por ele.
O colérico ama se sentir útil; suas ações, mesmo quando de-

sinteressadas, se são notadas pelo outro, certamente o dei-
xam feliz. Quem não ama quando o parceiro nota aquilo que
você faz por ele? É certo que o amor deve ser desprendido,
mas os gestos de carinho fazem parte da fortaleza que vai
sendo construída ao longo do tempo; afinal, a intimidade,
quando chega, não quer dizer o fim da colheita, mas sim que
aquele solo está mais fértil do que nunca e deve continu-
ar sendo usado para dar cada vez mais frutos. Elogie o seu
parceiro colérico, não como simples bajulação mas como
uma forma de continuar plantando no solo que pertencem a
vocês.
Esse temperamento, apesar de não ter tanta sensibilidade

para algumas coisas, merece saber o que acontece, quan-
do você não está bem ou quando não gostou de algo, mas
isso não deve ser falado nos momentos tensos, no calor de
uma discussão… e sim quando os dois estão calmos e pen-
sando racionalmente. Não deixem de dialogar com clareza
e firmeza sobre o que não está bem. Se o colérico não tem
essa facilidade ara perceber que machucou o outro, então
o parceiro deve abrir seu coração. E como relacionamento
é uma via de mão dupla, incentive o colérico a se abrir tam-
bém, ele gosta de manter uma imagem de quem dá conta
de tudo, mas ele também tem seus momentos de angústias
e deve ser ouvido e acolhido.
Muitas vezes, quando ferido, o colérico pode se posicionar

como alguém muito ríspido, mas é apenas um mecanismo
de defesa. Com cautela e paciência, se poderá descobrir o
que de fato se passa com ele. Como falado anteriormente,
o caminho é sempre o diálogo, nunca o fechamento de si.
O exercício constante do perdão e a abertura à escuta é neces-

sário. O colérico é alguém muito prático, objetivo, direto, por isso
sempre precisa estar vigilante, em um constante exame de cons-
ciência. No relacionamento, o colérico nunca pode fazer do outro
um “bode expiatório”, como se o outro fosse o motivo de todas as
suas falhas e distrações, nem uma projeção, e colocar nos om-
bros do outro uma responsabilidade que nasceu exclusivamente
das suas expectativas. Ele precisa olhar para dentro de si e ver
que nem ele mesmo é do jeito que ele queria e mesmo assim ele
é amado e compreendido.
Quando o colérico deixa o verdadeiro amor cravar seu coração,

esse amor molda sua vida, suas atitudes. Não é à toa que saiu
da boca de um colérico as palavras tão famosas que foram per-
petuadas na história da humanidade, mesmo passados dois mil
anos: “O amor é paciente, é benigno, é serviçal, tudo compreen-
de, tudo desculpa, tudo suporta…!”
Melancólico
Primeiro, é importante lembrar que os melancólicos não são
tristes, muito pelo contrário, são pessoas amáveis. A nature-
za do melancólico é como a da terra, que é firme e estável,
onde são construídas as casas, pois é um ambiente propício
para se instalar. E assim é o melancólico, bondoso, profun-
do e seguro, nos transmite a sensação de que encontramos
terra firme em meio à tempestade.
Ele é leal e sensível, você terá no melancólico um parcei-

ro romântico que se preocupará com a sua felicidade, em
demonstrar carinho, que é atento aos detalhes, que anseia
pelo domínio das coisas belas. É em sua profundidade que
ele guarda seus tesouros e só mostra para aqueles que lhe
são especiais. Ele não deve ser pressionado; não é assim
que ele funciona. É um temperamento que, primeiro, deve
ser acolhido, deve sentir ali confiança para que ele vá se
abrindo ao outro. Não o pressione e não desmereça os me-
dos que ele possui; antes de querer apresentar uma solução,
acolha o e mostre-lhe que entende o que ele sente. É assim
que ele vai se sentir à vontade para dar grandes saltos, pois
aquele que está ao seu lado o compreende.
O melancólico será um parceiro devotado e seguro, alguém

em quem você pode depositar sua confiança sem medo,

conversar sobre tudo por horas, pois ele é um bom ou-
vinte, é sensível à dor do próximo, e será ainda mais pre-
ocupado com quem ama. Ele vai dar o seu melhor para
manter a ordem dentro do relacionamento, isso é ótimo.
Mas quando algo não sair como o planejado, faça-o en-
xergar que isso também é bom, que a vida não é estável
e que não há razão para desespero, pois o melancólico
não sabe reagir bem a mudanças e o parceiro deve ser
seu ponto de apoio quando isso acontecer.
O melancólico terá tendência, por vezes, a pensar que

está sendo um peso ou um incômodo para o outro, até
mesmo com a sua simples presença. Esse estranho sen-
timento pode ser pacientemente retirado dele se o par-
ceiro, mostrando tolerância, ir marcando, por meio de
palavras e gestos, a singularidade do melancólico em
sua vida e o bem que ele lhe faz. Não adianta agir de
maneira incompreensiva quando se deparar com essas
situações, dizendo: “Nunca te dei motivo para pensar
isso!”, porque isso tenderá a piorar ainda mais a relação.
Da parte do melancólico é necessário um esforço para

fazer uma passagem, sair do mundo das ideias e das
suposições e partir para os fatos. Quando aparecer o
pessimismo, a sensação de incômodo, a insegurança de
não ser suficientemente amado, o melancólico precisa
olhar para os fatos, para as inúmeras demons- trações
de afeto já recebidas, de lealdade comprovada, e com
isso ir cravando na sua memória a certeza do amor.
Um amor que nunca será “perfeito”, no sentido de ser

como ele sempre planejou, mas que sempre será since-
ro, dedicado, constante. Sempre faz bem ao melancó-

lico voltar às origens e ali alicerçar a sua história.
É interessante como isso de “voltar às origens” é presen-

te até mesmo no próprio Evangelho. Depois de ficarem
escandalizados da cruz e terem fugido do Mestre, Cristo,
quando ressuscita, manda as santas mulheres avisarem
aos seus discípulos: “Digam que se dirijam à Galileia, lá
me vereis!” Mas ora, onde era a Galiléia? O lugar do pri-
meiro amor, onde tudo começou, onde eles sentiram o
primeiro ardor, o primeiro chamado...
Faz bem para os casais sempre também fazerem pre-

sente esse fato, não com um sentido de saudosismo do
passado, mas de um melhor compreender e viver o pre-
sente. O melancólico precisa entender que o outro não
é um fato isolado, o outro não corresponde somente
àquele momento em que ele falhou comigo, mas é uma
história, uma história com erros, que aconteceram tam-
bém da sua parte, mas mais do que isso, é necessário
focar na tentativa do acerto, no dever assumido.
O amor, antes de ser uma exigência, é um constante

exercício de doação. O verdadeiro amor ama sem es-
perar retribuição alguma.
Na vida prática, diante de uma crise matrimonial com

um melancólico (ou com qualquer outro temperamen-
to), faz bem fazer uma viagem a dois, sair um pouco da
rotina e novamente permitir-se enamorar.
Fleumático
O fleumático é aquele que traz consigo a capacidade de
se adaptar facilmente aos ambientes. Assim como a água,
ele fica em repouso, se contrai ou reage até mesmo a uma
pequena tribulação. Esse temperamento se relaciona à re-
novação, porque ele pode se adequar a cada contexto que
em sua vida venha a surgir, basta ele estar motivado. Ele
meio que se deixa guiar contra a sua vontade. E isso é um
ponto importante, o fleumático reage às nossas interven-
ções, mas não é por isso que ele deve ser moldado à nossa
vontade. Ele não é só feito de temperamento, existe alguém
ali que merece ser conhecido, amado e compreendido. Se
bem incentivado, ele é capaz de grandes coisas, embora
sua inércia seja uma característica marcante, ele não é só
feito de preguiça e pode tornar-se uma pessoa extraordiná-
ria se seguir grandes ideais.
O parceiro do fleumático deve incentivá-lo a dar grandes

saltos, sair da sua zona de conforto, mas não como uma
imposição, porque ele não funciona como uma máquina. Ele
funciona como um ser humano. É alguém que tem medos,
sentimentos e sonhos. O incentive com amor, respeite o seu
tempo e com isso ele vai se adaptando a uma nova – e me-
lhor – versão de si mesmo facilmente.
Ele certamente te ensinará muito sobre equilíbrio, uma

vez que ele não se deixa abalar desesperadamente
como o sanguíneo, iradamente como o colérico ou de
forma angustiante como o melancólico. Ter um fleu-
mático em sua vida, com certeza, vai ser um alento em
muitos momentos. Ao contrário do que parece, ou como
muitos costumam dizer, ele ama sim, ele ama e se sacrifi-
ca pelos seus quando é necessário, então, essa percep-
ção precisa ser desmistificada.
O fleumático é alguém que precisa sempre se vigiar para

não cair na rotina, na monotonia. Precisa ver que existe
beleza nas coisas simples, nos detalhes. Ele traz consigo
um forte ponto em seu favor que é a flexibilidade, logo,
estará disposto a aprender como “melhor demonstrar
amor”, por exemplo. Não é alguém que se sentirá extre-
mamente incomodado quando ouvir que precisa melho-
rar nesse aspecto, mas tenderá a ouvir e a colocar em
prática. Veja, estamos tratando nesse e-book do amor
e o amor é quase como essa força motora que coloca
todos em ação, mesmo quando não queremos, que nos
faz sair de nós, nos colocar a serviço, à entrega, que nos
tira do nosso mundo, do nosso comodismo e nos coloca
em favor do outro.
O fleumático sempre precisa lembrar isso, seu motivo

original, seu objetivo, o verdadeiro sentido de de por que
ele está fazendo cada coisa e jamais se deixará levar
pela apatia ou pela preguiça. Saberá que tem uma fa-
mília a zelar, mulher e filhos para proteger, um trabalho a
ser feito; se mulher, saberá dedicar-se também ao ma-
rido e aos filhos, como também nas tarefas que são de
sua responsabilidade, seja dentro do lar ou fora dele. Um

fleumático que tem claro o seu dever sempre estará preocu-
pado com a estabilidade daqueles que estão sob sua res-
ponsabilidade, porque preza muito por isso.
Cabe bem aos fleumáticos as diversões que o façam sair de

si, interagir, que o tirem da rotina, para também aumentar
mais ainda essa dosagem poética do amor e da vida. Se ele
tem um companheiro de elemento quente (sanguíneo ou co-
lérico) faz bem aderir às sugestões por eles dadas; se é um
melancólico, ambos precisam fazer juntos esse esforço, que
aparentemente pode parecer um tanto quanto “violento”,
mas, se bem vivido, logo serão notados os seus benefícios.
Combinações
Sanguíneo com Melancólico

Dois temperamentos que se complementam. Assim como a
terra é necessária para a construção de uma casa, pois é
firme e sustenta aquilo que é construído, o ar é um dos ele-
mentos sem o qual nos é impossível viver. Ele entra sem pe-
dir licença, refrigera nossos pulmões e leva oxigênio para o
nosso sangue, nos dá a vida. O melancólico pode ser para
um sanguíneo a estabilidade que ele naturalmente não
tem, e o sanguíneo pode representar a leveza da vida para
o melancólico.
Pontos importantes:
O melancólico possui uma dificuldade para a tomada de
decisões rápidas, pois, para ele, é difícil separar aquilo que é
importante do que não demanda uma atenção tão grande
assim e, a partir disso, ele tem uma tendência de também
enxergar certos problemas maiores do que realmente são.
Para o melancólico tudo é absolutamente importante, até

mesmo uma palavra trivial dita em uma conversa informal,
tudo tem um peso no mundo, por isso muitas vezes ele vive
com um peso de parecer estar carregando todo o “sofrimen-
COMBINAÇÕES 43
to do mundo em suas costas.”
O sanguíneo é aquele que precisa mostrar ao melancólico

que é verdade que a vida tem que ser levada a sério, mas
isso implica muitas vezes em não dar tanta importância a
ela. Daí vocês podem se perguntar... como assim? Veja bem,
vamos aos fatos concretos. A gente sempre brinca que o
melancólico tem horror à palavra “imprevisto”, mas o que são
os imprevistos? A vida acontecendo. Puramente isso. Não
está no nosso controle se amanhã vai fazer sol ou chover, se
a pessoa vai fazer ou não aquilo que eu pedi, isso são ape-
nas projeções que criamos. Então se algo não for como o
projetado, eu não posso perder o dia por causa disso, justa-
mente porque “o imprevisto está dentro do previsto.” Ficar se
lamentando sobre isso ou pensando que podia ter sido dife-
rente, não vai mudar em nada aquilo que aconteceu. Enten-
dem?
Outro exemplo é que às vezes uma brincadeira é apenas

uma brincadeira, não significa uma indireta para você ou
algo do tipo; aprender com o parceiro sanguíneo como rea-
gir diante dessas situações vale muito a pena. E quando eu
falo aprender para os melancólicos, é sobre um aprender em
forma de “contemplar”.
Aquele olhar de admiração, amoroso, desejo de ser o mes-

mo. Não olhe para o sanguíneo como algo que você tem
repugnância, que você jamais queria ser, mas aprenda a
admirar essa leveza de se levar a vida, uma admiração a tal
ponto que te faça querer ser também assim. Quando o me-
lancólico contempla algo, aquilo vai adentrando no coração
dele, é como se ele examinasse tudo daquela ação, até que
ele constate: “É verdade! Essa ação é nobre! É verdadeira!
Quero ser assim!”
São nesses momentos que o sanguíneo pode trazer mais le-

veza para a vida do parceiro melancólico, tentando ajudá-lo
a enxergar os desafios com uma visão mais corajosa, mos-
trando que aquilo que é tão problemático para o melancó-
lico, não é tão ruim assim. É necessário o parceiro sanguíneo
usar a sua capacidade de envolver para abraçar o medo
que muitas vezes paralisa o melancólico, acolher aquilo que
ele sente, para depois encorajá-lo. Até mesmo o medo que o
melancólico tem de não ser amado, de estar sendo um peso,
de estar incomodando... é verdade que isso pode, muitas
vezes, causar um estresse para o sanguíneo, ao pensar: “Mas
por que ele(a) pensa isso? Nunca dei motivo!” E daí se você
já parte assim para o melancólico, já pode sair mais con-
fusão... Vale a pena tratar esses momentos com leveza, im-
primindo em seu coração segurança, garantindo confiança,
até que, uma vez “estável” nessa relação, o melancólico se
sentirá completamente seguro e feliz.
O sanguíneo não é naturalmente inclinado à ordem, ele ex-

pande, mas não tem uma estrutura firme para orientar seus
objetivos, ele tende à dispersão e à superficialidade, en-
quanto o parceiro melancólico é o contrário disso. O melan-
cólico traz consigo o desejo de ordenar aquilo que está ao
seu redor e ele leva isso para os seus relacionamentos e isso
pode ser maravilhoso para a relação entre esses dois tem-
peramentos. O melancólico também tem o papel de incen-
tivar o parceiro sanguíneo, mas de uma forma diferente, na
qual o sanguíneo precisa de um apoio para manter sua vida
mais organizada, seus ambientes, o que ele precisa fazer,
etc. Porque todas essas coisas, de alguma maneira, também
COMBINAÇÕES 45
influenciam nas relações pessoais.
O melancólico é aquele que costuma reter para si aquilo que

lhe machuca, e o sanguíneo precisa prestar atenção nesses
sinais, de que algo não vai bem com o parceiro(a), até mes-
mo por algo que o próprio sanguíneo fez e não percebeu.
É necessário o diálogo, quando o sanguíneo deve estar

aberto a escutar e, inclusive, incentivar o melancólico a se
abrir mais, assim como o melancólico também deve fazer um
esforço para resolver possíveis conflitos de maneira mais rá-
pida, desabafar sobre aquilo que não está lhe fazendo bem,
pois ficar ali remoendo só vai aumentando a proporção do
problema e também uma possivel mágoa que ali ficou.
Sanguíneo com Fleumático

Dois temperamentos úmidos e, ao mesmo tempo, tão dife-
rentes! Enquanto o sanguíneo é aquele que primeiro fala,
para só depois pensar, o fleumático é bastante pondera-
do em suas ações; ele primeiro absorve, reflete e só depois
parte para a ação. Em virtude do sanguíneo ser normal-
mente uma pessoa mais agitada, a inércia e a falta de
emoções afloradas do parceiro fleumático podem se tornar
pontos que incomodam bastante o parceiro sanguíneo. Se
os dois souberem aproveitar os frutos da convivência um
com o outro, poderão lidar muito bem com suas diferentes
reações e se tornarem pessoas mais maduras.
Pontos importantes:
Apesar de não se identificar com a espontaneidade e ener-
gia do sanguíneo, o fleumático pode ser muito beneficiado
por essa relação. Ele funciona muito bem quando é impulsio-
nado através de entusiasmo, motivação, acolhimento e bons
elogios e todas essas coisas o sanguíneo pode executar
com maestria.
COMBINAÇÕES 47
O fleumático, se bem motivado, tende a melhorar muito com

o passar do tempo, por isso, é preciso que o seu parcei-
ro tenha paciência e o desejo de compreender a natureza
desse temperamento. O parceiro sanguíneo deve usar suas
inclinações naturais para entender que, apesar de querer
que o fleumático aja de maneira entusiasmada na maioria
das vezes, isso é algo que provavelmente não acontecerá.
O sanguíneo deve ser alguém que incentive o fleumático a
sair da sua zona de conforto, com empatia, mas não deve
esperar que ele se transforme em outra pessoa. Na verdade,
é aí que o sanguíneo pode aprender muito sobre equilíbrio,
observando como o fleumático é ponderado e não age de
forma impulsiva, comportamento que muitas vezes lhe causa
arrependimento.
O fleumático é adaptável e, apesar de sua natureza ser mui-

to diferente do sanguíneo, provavelmente irá se adaptar a
seu modo à visão de mundo do sanguíneo, o que lhe exigirá
um esforço para transmitir seu afeto de maneira mais ex-
pressiva, saindo da sua zona de conforto. Isso pode aconte-
cer através dos pequenos detalhes, como prestar mais aten-
ção ao tanto que o sanguíneo sempre tem a falar e interagir
com ele, expressando suas opiniões, porque nada agrada
mais ao sanguíneo do que ter alguém que esteja ali com-
partilhando seus pensamentos e suas emoções. Por ambos
serem de elemento úmido, ou seja, facilmente adaptáveis,
muitas coisas podem e devem ser deixadas para trás; há fa-
tos que podem ser resolvidos em um diálogo, em uma con-
versa. Se o que precisa ser melhorado não é discutido, pode
desgastar a relação. Aprender sempre com o outro, escutar
sua história, seus sentimentos. O sanguíneo sempre estipu-
la metas demais, sonha alto demais, já o fleumático sempre
estipula aquilo que menos lhe causará incômodo, ou seja,

ele sempre pode fazer mais daquilo que pensa. Assim, dedu-
z-se, que daí nasce um perfeito equilíbrio, que ajudará não
só nas questões mais triviais do cotidiano como também na-
quelas mais nobres, que se referem ao amor, à vida espiritu-
al, por exemplo. Em resumo, quando o sanguíneo quiser voar
demais, o fleumático seja aquele que jogue no sanguíneo
um “balde de água fria” de realidade e quando o fleumático
quiser estagnar, o sanguíneo seja aquele incentivador, que
mostra que a vida é movimento e ação.
COMBINAÇÕES 49
Melancólico com Fleumático

Dois temperamentos frios, mas com suas diferenças bem
apresentadas. Apesar de terem um modo diferente de en-
xergar o mundo, a inquietude do temperamento melancó-
lico e a introspecção do fleumático tornam a relação um
ciclo confortável, na qual é difícil invadir o espaço do outro,
mas é aí onde se deve ter uma maior atenção, porque em
alguns momentos esse ciclo precisa ser quebrado.
Pontos importantes:
O melancólico é aquele que dá estrutura às coisas devido
a sua consistência, não será diferente nos relacionamentos
e isso é imprescindível nessa relação, já que o fleumático é
aquele que tem facilidade de envolver, mas não dá soluções
porque lhe falta estrutura.
Vejamos uma situação em que ocorre uma perda e compa-

remos a reação dos dois. O melancólico certamente sentirá
um luto por mais tempo, essa impressão vai marcá-lo pro-
fundamente, enquanto o fleumático não ficará marcado por
muito tempo, mas seguirá impressionado com o que aconte-
ceu de uma maneira geral.
Não ficará nele a marca do que aconteceu, mas sim frag-

mentos das impressões que aquela perda lhe causou. Assim,
nisso, o parceiro fleumático é privilegiado.
Mas o parceiro melancólico não é assim. Caso esteja ma-

goado com algo que o próprio fleumático causou, ele irá se
fechar e ficará remoendo aquela mágoa. E a passividade
que existe dentro dessa relação colabora para que os dois
evitem conflitos, cada um no seu espaço, já que o fleumático
tende a se acomodar e achar que está tudo bem enquan-
to o melancólico se contrai. É necessário enxergar a impor-
tância que o diálogo possui nessa relação, pois apesar da
existência de conflitos, ainda que pareçam algo ruim, a exis-
tência deles prova que o casal presta atenção um no outro.
Como é possível uma relação na qual um não sabe o que o
outro sente ou deseja? O companheiro melancólico precisa
fazer um movimento para fora, abrir-se quanto ao que sente
e ao que incomoda e o parceiro fleumático também precisa
fazer essa participação, treinar a sua expressividade mais do
que nunca.
Aquilo que parece tantas vezes sem importância para o fleu-

mático, como contar algo sobre sua história, o olhar atento
a um detalhe, é muito valorizado para o melancólico. Nes-
se sentido, ambos podem ser uma escola, um aprendizado
para o outro.
A água (fleumático) tirando a rigidez da terra (melancólico) e

a terra delineando o caminho da água, para que ela não se
disperse ou paralise.
COMBINAÇÕES 51
Colérico com Sanguíneo

Dois temperamentos quentes, onde é necessária uma aten-
ção maior, a fim de evitar conflitos desnecessários. Mas se
engana quem pensa que dessa combinação só vai sair fa-
ísca e explosão. O relacionamento é uma via de mão dupla,
em que as duas pessoas envolvidas podem aprender mui-
to uma com a outra, e é isso que também deve acontecer
aqui. Essa combinação pode dar incontáveis frutos e am-
bos caminharão juntos por um caminho de amadurecimen-
to se escolherem dar o seu melhor. O colérico, com toda a
sua garra e determinação, será para o sanguíneo um bra-
ço forte e um ótimo incentivador, assim como o sanguíneo
será para o colérico alguém que pode lhe ensinar que a
vida não é feita só de lutas, mas que também há momentos
para se permitir enxergar o mundo com mais leveza.
Pontos importantes:
O sanguíneo é aquele que se deixa guiar através de suas
novas emoções e está sempre em busca de novas sensa-
ções, então eles começam muito bem novos projetos, mas
assim que a emoção se desfaz, eles não conseguem perma-
necer naquilo que começaram. E é aí onde o colérico pode

ser um grande incentivador para o sanguíneo, ser um ponto
de apoio, não como alguém que lhe dá ordens, mas como
alguém que está ali para lembrá-lo que ele consegue con-
cluir aquilo que abandonou, pois o sanguíneo não é voltado
para a ação como o colérico. Sendo assim, não haveria por-
que não dizer que esses dois temperamentos juntos podem
se ajudar de uma maneira única.
O colérico é um temperamento expansivo, não como o san-

guíneo, que o é de modo a envolver os demais, interagindo e
alimentando seu desejo de socializar, mas sim a fim de apre-
sentar suas opiniões e percepções sobre algo que esteja
acontecendo.
O colérico expressa seus objetivos, enquanto o sanguíneo,

seus sentimentos. Ou seja, o colérico é mais prático e os sen-
timentos não estão para ele no topo de suas hierarquias e
isso, em alguns momentos, o faz esconder suas próprias do-
res para não demonstrar fraqueza ao próximo.
O sanguíneo deve despertar no parceiro colérico o desejo

do diálogo, de se abrir, se permitir compartilhar suas angús-
tias para acolhê-lo, pois ele também sofre, também sente,
apesar de sua postura mais reservada quanto ao seu emo-
cional.
É necessário esse diálogo sincero sobre as dores um do ou-

tro, a fim de evitar brigas desnecessárias que só desgastam
a relação, para que assim o colérico possa enxergar os sen-
timentos como uma coisa importante na relação, tanto aqui-
lo que sente o parceiro, como ele também. O colérico está
sempre concentrando suas forças naquilo que lhe é mais
COMBINAÇÕES 53
desafiador e talvez isso não seja o mais importante naquele

momento, é preciso que ele saiba distinguir.
O sanguíneo deve ser aquele que mostra ao colérico que a

vida pode ser mais leve, mais descontraída, já que isso cos-
tuma ser algo que o colérico não se permite viver. E assim os
dois podem amadurecer muito juntos, fazendo um esforço
para evitar brigas desnecessárias no calor do momento, pois
são dois temperamentos quentes, que tendem a agir pelo
impulso para só depois refletir sobre o que fizeram. Devem
sempre lembrar-se que onde a ira e a raiva reinam, não há
paz, não há amor.
O pensar antes de falar vale para ambos. Esperar que as

coisas se acalmem para serem discutidas. Nunca reter o
perdão e defender meramente a sua opinião. Muitas brigas
poderiam ser evitadas se isso fosse levado em consideração.
Mas isso não é uma conquista de um dia para a noite, é fruto
da constância, do esforço, da prática, do olhar atento para
as próprias atitudes. Lembrem-se de que vocês não são dois
rivais que disputam um troféu, mas dois companheiros, que
devem caminhar, correr juntos em direção ao amor mútuo e
ao amadurecimento. Nunca o outro será do jeito que proje-
tamos, que queremos que seja, o outro é um mundo comple-
tamente diferente do meu, não só no temperamento, mas na
história, na educação, na forma como foi criado... E nessa di-
versidade, nesse contraste de vida, pode aparecer a unida-
de, a compreensão. Não tenha medo de pedir perdão, você
não está “perdendo a guerra para o outro, mas ganhando a
guerra contra o seu egoísmo, contra o seu orgulho.
Melancólico com Melancólico

Dois melancólicos caminhando juntos certamente é sinal
de que há um solo muito fértil para um plantio. O fato de
terem o mesmo temperamento certamente é um alento;
saber que o outro compreende a forma como você enxerga
o mundo, com certeza, é especial. Mas, como em qualquer
outra relação, os dois juntos devem fazer aquele movimento
para fora.
Pontos importantes:
Os dois se conhecem e isso é ótimo, ambos não invadem
o espaço do outro e se sentem bem assim, porém o perigo
está em um distanciamento que pode ocorrer entre o casal.
Precisam trabalhar a expressão dos sentimentos e de tudo
aquilo que também incomoda. O melancólico é um tem-
peramento que gosta de saber que são amados, mas por
vezes não sabem como demonstrar suas vontades. Se são
um casal, por que haveria de ter esse bloqueio? Os dois pre-
cisam fazer esse movimento para fora, é assim que um rela-
cionamento prospera, onde há diálogo, onde o outro sabe
que fez algo ruim para haver reconciliação, onde o outro
sabe que o companheiro não está bem.
COMBINAÇÕES 55
Precisam estar atentos ao senso crítico que ambos possuem,

à visão sobre alguma situação que pode estar distorcida e
isso pode gerar um conflito desnecessário no relacionamen-
to. Esse ato de fazer uma tempestade em copo d’água só
vai fazer com que esses pequenos atritos se acumulem cada
vez mais até um dos dois explodirem de repente. É bom que
tenham o hábito de estarem perguntando um ao outro o
que estão pensando ou sentindo com uma frequência maior.
É certo que a ordem e a estrutura são necessárias para se

construir uma relação, mas tentar buscar um controle acima
do esperado impede a saída da zona de conforto para que
cresçam e alinhem suas expectativas sobre a realidade do
mundo, enfrentando os medos e desafios, fazendo do outro
um porto seguro onde possam repousar.
Fleumático com Fleumático

Os dois apreciam a harmonia, isso é mesmo uma coisa ma-
ravilhosa. Encontrar alguém com o mesmo temperamento é
encontrar alguém que enxerga o mundo da mesma forma,
é encontrar alguém que tenha uma compreensão que mui-
to provavelmente as pessoas de outro temperamento não
teriam. Mas nem tudo são flores. A harmonia é boa, mas
muitas vezes ela custa algo.
Pontos importantes:
O temperamento fleumático tem a tendência a se acomo-
dar e acreditar que muitas coisas não são necessariamente
um problema, mas é justamente nessa atitude que existe
um problema, e dos grandes. Não há evolução e amadure-
cimento sem esse choque na realidade, sem o encontro de
opiniões e a tomada de atitudes necessárias. É nesse aco-
modamento que os dois se distanciam e, deixando de saber
um do outro em profundidade, não saberão o que o parceiro
está sentindo ou o que ele quer, porque tudo está bem, nin-
guém demonstra, nada muda.
O amor está sempre diante de nós cobrando a nossa ação

COMBINAÇÕES 57
para passar pelos desafios, é preciso coragem e a morte da

indecisão. Somos nós que escolhemos se queremos sair do
lugar ou permanecer em nossas comodidades que de nada
servem para o amadurecimento. Este temperamento é mo-
vido pelos grandes ideais, então devem buscar estabelecer
seus objetivos para o futuro da relação e focar nisso com o
máximo da atenção. É bom que também se coloquem em
um meio de amizade propício e com os mesmos princípios,
de preferência, pessoas que sejam ativas para que possam
influenciar de maneira positiva o movimento dessa relação
com convites para saírem de casa, irem a passeios e mo-
mentos de lazer.
Colérico com Colérico

É uma relação que pode ser extremamente difícil, pois junta
dois temperamentos com dificuldade em autocontrole. Mas
isso não quer dizer que esse relacionamento está fadado
aos conflitos, muito pelo contrário. Provavelmente será exi-
gido um esforço maior de ambas as partes para evitar bri-
gas desnecessárias, no entanto não podemos dizer que é
uma relação que não dá nenhum fruto. Diferente disso, po-
derá dar incontáveis frutos se os dois estiverem dispostos.
Para lapidar um diamante, basta o colocar em contato com
outro diamante.
Pontos importantes:
O colérico tem dificuldade em se expressar e também em
permitir o outro se expressar, por isso é preciso focar na vir-
tude da humildade e também naquilo que é essencial nos
relacionamentos: o diálogo. É necessário que ambos consi-
derem a possibilidade de guiar um ao outro e para isso, pre-
cisam estar abertos a receber conselhos ou alguns coman-
dos vindos do outro, sem questionar, sem competir. E sem
a humildade, isso é praticamente impossível, então os dois
COMBINAÇÕES 59
necessitam estarem decididos a amadurecerem juntos.
O amor exige sacrifícios e entre eles está a morte do orgulho,

o orgulho que muitas vezes rouba o ato de se doar, de man-
ter a paz dentro da relação, rouba o espaço do amor.
Embora seja possível evitar conflitos desnecessários, é pre-

ciso estar ciente que alguns atritos acontecem uma vez ou
outra, e o que fazer? Não tentar resolver no calor do mo-
mento, onde a ira reina, onde a desordem se instala. Onde
há ira, não ponderação, não há sensatez. Devem procurar
não alimentar a raiva e a mágoa, mas buscarem se resolver
assim que puderem, de cabeça fria. Aquela ira e as decep-
ções que são levadas em diante, empurradas com a barriga,
desgastam o relacionamento pouco a pouco, ao ponto que
torna a relação pesada e sem rumo, devem sempre se lem-
brar disso.
Juntos podem fazer grandes coisas, pois ocorre a união de

duas forças, duas forças que movem céus e terras quando é
preciso. Basta que estejam dispostos a darem o melhor de
si, se doar, receber sem questionar e não alimentar a paixão
pelo orgulho.
Colérico com Fleumático

Aqui é uma relação em que cabe facilmente aquela famo-
sa frase: “os opostos se atraem”. A água que apaga o fogo
quando necessário e o fogo que aquece a água e a faz ex-
pandir. É exatamente assim. O colérico, tão enérgico e de-
terminado vai se chocar com a inércia do fleumático, mas
disso podem sair muitos frutos, basta que os dois saibam
lidar um com o outro.
Pontos importantes:
Assim que começarem a conviver, vão se chocar com tama-
nha diferença de suas naturezas. O colérico já vai procurar
dar uma mexida aqui e ali, mas é preciso ressaltar que o
fleumático é outro temperamento que não funciona sendo
desafiado, assim como o colérico. Nos momentos em que o
fleumático estiver sendo chamado a sair do lugar, e o seu
parceiro colérico estiver no papel de incentivar, sendo aque-
le que sempre dá empurrões e faz propostas, será necessá-
rio agir com o ato de apoiar e não de exigir que ele faça isto
ou aquilo. Isso vai ser ótimo para o colérico buscar a virtude
da paciência, que ele naturalmente não possui.
COMBINAÇÕES 61
É necessário que ele entenda a natureza do fleumático e

não tente simplesmente modificá-lo a seu gosto, porque isso
não se trata de amor e sim de egoísmo. A posição do co-
lérico é impulsionar o fleumático a dar grandes saltos, mas
através de apoio, elogiando-o naquilo ele já é bom. E esse
processo exige calma, porque o fleumático trabalha a seu
modo e é moldado ao longo do tempo.
Nessa relação, como em qualquer outra, o fleumático pre-

cisa permitir ser tirado da sua zona de conforto e aproveitar
o que o companheiro colérico tem a oferecer para ajudá-lo
nisso. E a pessoa de temperamento colérico também pode
aprender
muito com o parceiro fleumático porque, ao lidar com a len-

tidão desse temperamento, ao invés disso ser um aborre-
cimento, será uma possibilidade de adquirir virtudes, basta
que queira e se sacrifique por amor. Um é aquele que parte
para ação, e o outro aquele que mostra o valor da paciência
e da prudência. O fleumático saberá com a delicadeza que
lhe é própria contornar a rigidez do colérico, dando-lhe um
novo olhar para situações em que ele já havia considerado
imutáveis de opinião.
Sanguíneo com Sanguíneo

Certamente, a princípio, os dois se darão muito bem. Atra-
vés da essência do temperamento sanguíneo, a interação e
comunicação serão muito beneficiadas. Os dois são expan-
sivos e empáticos, vão desfrutar da companhia um do outro
com compreensão e a interpretação daquilo que o outro
tende a sentir. Mas, apesar de terem o mesmo tempera-
mento, não significa que não haverá dificuldades. São duas
pessoas diferentes, cada uma com a sua criação e sua his-
tória e é necessário se aprofundar naquilo que o outro é.
Pontos importantes:
Os dois já conhecem suas tendências e, por serem as mes-
mas, isso pode ser um ponto positivo. Poderão, assim, traba-
lhar juntos o amadurecimento como pessoa e como casal.
É preciso lutar contra a inconstância, a superficialidade e a
vaidade de querer estar sempre no centro, e isso pode ser
trabalhado no ato de se aprofundar no outro como pessoa,
conhecer seus sentimentos mais profundos, seus sonhos,
seus medos; afinal, são duas pessoas com suas histórias e
seus gostos pessoais.
COMBINAÇÕES 63
Devem incentivar um ao outro no término dos seus deveres e

tentar estabelecer a ordem no relacionamento, mas isso não
vai acontecer se antes não tentarem ordenar a si mesmos;
por isso devem juntos caminhar em busca do amadureci-
mento. Na relação, sair da rotina geralmente é um sinal de
divertimento, mas a vida pede ordem e cautela em muitos
momentos e os dois precisam estar atentos a isso. Devem
lembrar que a relação exige sacrifícios e que precisam se
doar um ao outro, sem fugir das adversidades que aparece-
rem. Porque o amor é doar-se.
Não podem cair na tendência de contentar-se com o esta-

do atual, escondendo os defeitos, para não ter o trabalho
de combatê-los. Precisam ter sempre o olhar atento e fixo
ao que é nobre, justo e valoroso. Buscar o amadurecimento
para o bem próprio e para o casal.
Aqui aplica-se perfeitamente a dica dada nas páginas an-

teriores sobre o diálogo no relacionamento mútuo. Também
estejam muitos atentos, porque vocês estão diante de uma
situação que pode ser uma decolagem para a maturidade
ou uma paralisia na imaturidade: ambos conhecem os defei-
tos em comum, como foi dito, podem trabalhar juntos para
melhor superá-los, mas podem cair na péssima decisão de
compartilharem juntos desses defeitos, que parecem algu-
mas vezes tão “prazerosos”. Isso traz consequências trágicas
para a vida a dois, porque onde aparentemente se pode ver
uma “vida leve e feliz”, existe uma vontade egoísta de fazer
unicamente o que me apetece e o outro vira um mero ob-
jeto da minha felicidade. O amor que me coloca sempre no
movimento de saída de mim, para a doação, para o servi-
ço, para a entrega, deixa de ser isso e torna-se uma paixão
desregrada, que tem como único fim a satisfação do próprio

ego, disfarçado de uma busca do bem pelo outro.
COMBINAÇÕES 65
Colérico com Melancólico

Dois temperamentos secos, que possuem a qualidade da-
quilo que é resistente e permanece. O melancólico é aquele
que direciona seu olhar para ideais elevados, mas, por ve-
zes, não consegue partir para a ação e concretização; já o
colérico é aquele que parte para a ação de modo imediato
e se transforma num importante encorajador para o melan-
cólico e essa relação pode dar incontáveis frutos.
Pontos importantes:
O combustível para a ação do colérico é o desafio e ele
tende a acreditar que para incentivar outra pessoa é muito
fácil, basta lhe oferecer o mesmo que o impulsiona: os desa-
fios. Mas apesar do melancólico compartilhar com o colérico
uma mesma característica, que é o elemento seco, o tem-
peramento frio (melancólico) dessa relação funciona de uma
maneira totalmente diferente do colérico. O melancólico não
é aquele que é incentivado por desafios, e o colérico preci-
sa ter isso em mente. Antes de apresentar uma solução, uma
atitude tão comum para o temperamento colérico, ele deve
acolher o melancólico, tentar entender o que ele sente e
estar disposto a ajudá-lo de uma maneira delicada e espe-

rar pelo seu tempo, pois o melancólico precisa de um tempo
consigo mesmo.
O melancólico pode enxergar o colérico como alguém que

vê os outros como meios e não como pessoas e, de fato, o
colérico pode passar uma impressão mais rígida e insensível,
mas suas reações muitas vezes se devem à natureza desse
temperamento, o que faz com que em alguns momentos ele
não perceba que agiu mal. E isso pode ser um impasse para
a relação, caso o melancólico também não faça um esforço
para compreender o parceiro e tentar vencer esse bloqueio
de não desabafar sobre aquilo que não está bem. O me-
lancólico precisa se abrir para manter o diálogo dentro da
relação, tanto da parte dele quanto do colérico. E o colérico,
observando o melancólico, deve aprender a refletir mais an-
tes de falar algo ou tomar alguma ação que possa ser ruim
para o relacionamento.
Unindo a sensibilidade do melancólico e a praticidade do

colérico, teremos uma relação muito frutífera, na qual um
ajuda o outro com aquilo que tem. O melancólico auxilia o
colérico com seu olhar mais sensível ao mundo, e o colérico
auxilia o melancólico para a ação.
O colérico, quando se vê diante das ações da vida, deseja

que as pessoas ajam do modo como ele pensa, porque jul-
ga ser o melhor, o mais prático. Já o melancólico, não tanto
diante das ações, mas nos seus pensamentos, tenderá a
idealizar o outro, inclusive seu parceiro. Em ambos aparece
um defeito comum, só que de formas diferentes: o controle
do outro. Nisso precisam estar sempre vigilantes, para com-
preender que o outro é livre e que a expectativa projetada é
COMBINAÇÕES 67
de responsabilidade.
exclusivamente sua. Permitam-se amar com carinho e leve-

za, saiam da rigidez, dos esquemas, relevem algumas coisas
para o bem dessa relação.
Considerações finais
Nesse e-book procuramos entregar a vocês, queridos leito-
res, o nosso conhecimento sobre temperamentos e tudo que
ele agrega nos relacionamentos amorosos. É importante nos
lembrarmos que nosso temperamento não nos define, e que
não existe uma combinação perfeita. É tudo uma questão
do quanto se está disposto a amar e se doar pelo outro.
Assim, esperamos que você tenha gostado da leitura e que

possa tirar um bom proveito.
Obrigado por confiar em nosso trabalho!

CAPÍTULO 69

Temperamentos e Relacionamentos

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Temperamentos e Relacionamentos

Muitas vezes, quando nos deparamos com o que há de

Se você já ouviu falar nas quatro estações do amor, sabe

Sabemos que o universo que existe em cada ser humano

Se você entendeu a mensagem sabe que cada estação do

Esperamos que você, caro(a) leitor(a), aproveite o conheci-

Os quatro temperamentos surgiram como uma teoria criada

Deduziu-se que as pessoas com maior predominância de

O primeiro ponto que se deve levar em consideração antes

já que esta trata-se da biografia particular de cada um, que

O temperamento, ainda que seja uma estrutura mineral, se

Quando estudamos a ciência dos temperamentos, entende-

Agora, vamos nos aprofundar um pouco em cada tempera-

Conselhos para você, sanguíneo

• Aproveite seu dom de envolver as pessoas para fazer o ou-

• Procure colocar o outro em primeiro lugar. A vontade de es-

• Treine a sua vontade de falar, porque você fala para só de-

• Os acontecimentos são, por muitas vezes, facilmente esque-

• Muito cuidado com os “sentidos”, você facilmente é atraí-

Conselhos para você, colérico

• Você sempre procura dar soluções e propostas, mas nem

• A relação romântica exige momentos de bem-estar em

• O colérico que é rude tem que se esforçar para enxergar

• Cuidado com a sua ambição de querer estar com a certe-

harmonia dentro do relacionamento.

• Parabenize o outro, porque às vezes você pode cobrar

• Dê voz ao outro, cada um tem a sua percepção sobre os

• Não existe nenhum fogo irascível que resista à chama viva

• Sempre pare para fazer um exame de consciência, poder

Alto senso crítico

de de lidar com as outras pessoas. Ele se torna complexado

Conselhos para você, melancólico

• Você é alguém que possui uma inclinação para coisas

• É preciso fazer um movimento para fora. Quando o parceiro

• Você é naturalmente alguém inclinado à ordem e isso é

• Essa tendência em procurar ter o controle sobre tudo pode

• Devido à sua natureza estável da terra, você pode ter uma

• Nunca idealize a forma de ser do outro, ele é um mundo

• Nunca se feche em si quando estiver magoado, sempre

• Lembre-se da regra de ouro: “Faça para o outro aquilo que

Conselhos para você, Fleumático

• Cuidado com seu senso de humor, você tem uma in-

• Esteja disposto a se jogar em momentos de lazer com

• Permita-se ser agitado pelo outro, porque isso quebra

• Se abra! Você é alguém que existe, tem a sua própria

• Finja estar interessado naquela conversa, estar anima-

com aquela explicação, ainda que a conversa seja chata,

• Lembre-se que o relacionamento perfeito não significa não

• Não desvalorize as coisas banais, os detalhes; o amor tem

Ele é movido pelos seus sentidos, facilmente é tocado por

Ele é inconstante, nem sempre consegue terminar, sozinho,

O parceiro terá no sanguíneo alguém que vai amar intensa-

O sanguíneo carrega, quase como algo natural dele, o es-

Por outro lado, precisa sair inúmeras vezes do mundo das

ser feliz nunca será, pois a vida matrimonial é um constante

Ele é voluntarioso, apaixonado, entra “de cabeça” no que

Você terá no colérico alguém que estará sempre te incenti-

O colérico ama se sentir útil; suas ações, mesmo quando de-

Esse temperamento, apesar de não ter tanta sensibilidade