Apostila de Mecanismos Area I
Apostila de Mecanismos Area I
Apostila de Mecanismos Area I
Quando não há especificado, dentre os elementos, qual é a base (frame) ou elemento fixo do
sistema, esse sistema recebe o nome de cadeia cinemática. Uma vez definidos um ou mais
elementos fixos, o sistema recebe o nome de mecanismo. Em outras palavras, em um
mecanismo pelo menos um dos elementos deve ser o elemento fixo.
Além disso, para um mecanismo ser considerado útil, é ainda necessário que o mesmo possa
produzir um movimento próprio, de forma que o projeto seja capaz de desempenhar a tarefa
para o qual o mecanismo foi designado. A função de uma junta ou conexão é definir o
movimento relativo entre os elementos acoplados.
Pares cinemáticos são as conexões ou juntas entre as barras ou elementos de um sistema que
transmite movimento de uma entrada para uma saída (pode ser de um mecanismo ou de uma
cadeia cinemática). A literatura [Norton, 2009] classifica as juntas pelo tipo de contato entre seus
elementos (ponto, linha e superfície), pelo número de graus de liberdade permitidos por este
elemento, pelo tipo de fechamento (por forma ou por força) e ainda pelo número de elementos
unidos pela junta.
i) Pares inferiores (lower pairs): correspondem àqueles em que ocorre contato entre a área ou
superfície de seus elementos. Exemplo: porca e parafuso, manivela-cursor, junta universal. Um
sistema articulado (4 barras, por exemplo) é conectado somente por pares inferiores.
ii) Pares superiores (higher pairs): o contato ocorre entre pontos ou entre uma linha. Exemplos
de pares superiores: par de engrenagens, uma roda rolando e/ou escorregando sobre uma
superfície e um came em contato com seu seguidor.
Figura 1 - Pares cinemáticos inferiores: (a) par de revolução, (b) par prismático, (c) par
helicoidal, (d) par cilíndrico, (e) par esférico e (f) par plano.
M=3(n-1)-2j1-j2
Classificação de mecanismos
Mecanismos se dividem em 3 categorias, de acordo com as características de movimentação
entre seus elementos:
i) Mecanismos planares: utilizam somente sistemas articulados planares. Maioria dos
mecanismos se enquadram nesta categoria. Todos eixos são compostos por pares de revolução
e prismáticos. Os pares de revolução são normais ao plano de movimento enquanto todos pares
prismáticos são paralelos. São exemplos deste tipo de mecanismo: manivela-cursor, came
seguidor e mecanismos de 4 barras.Todos movimentos deste tipo de mecanismo podem ser
representados em uma vista única (coplanar).
ii) Mecanismos esféricos: cada ponto descreve uma curva contida em uma esfera. As superfícies
concêntricas definidas por vários pontos escolhidos arbitrariamente são todas concêntricas.
Exemplo deste tipo de mecanismo é o eixo cardan ou junta universal.
iii) Mecanismos espaciais: o movimento não é coplanar e nem esférico. Um mecanismo espacial
pode ter partículas com localização de dupla curvatura. Qualquer sistema articulado que
contenha um par de parafuso é, na verdade, um mecanismo espacial (movimento helicoidal).
Observação: considere um mecanismo de 4 barras. O paralelismo entre suas barras é, na
verdade, uma hipótese matemática e não é a realidade. Se há um desalinhamento elevado, o
mecanismo só opera devido à flexibilidade dos seus elementos, produzindo sobrecarga nos
rolamentos e mancais. Se os eixos são pouco desalinhados, o mecanismo opera devido às
folgas dos mancais e flexibilidade das barras. Nestas condições, tal mecanismo planar é, ainda
que em um grau baixo, um mecanismo espacial. Assim, a esmagadora maioria dos mecanismos
são, na realidade, mecanismos espaciais.
(a) (b)
Figura 16 – Oscilador: configuração formada por manivela (elemento a), cremalheira (elemento
b) e engrenagem (elemento c).
Uma particularidade de mecanismos de retorno rápido é a razão dos tempos R, definida pela
relação entre os tempos relativos ao curso de avanço e retorno da manivela ou simplesmente
pela relação entre os ângulos de avanço (α) e de retorno (β) do mecanismo. Assim, pela
Equação 1 tem-se que:
𝑇𝑒𝑚𝑝𝑜 𝑑𝑒 𝑎𝑣𝑎𝑛ç𝑜 𝛼
𝑅= = (1)
𝑇𝑒𝑚𝑝𝑜 𝑑𝑒 𝑟𝑒𝑡𝑜𝑟𝑛𝑜 𝛽
Ë também muitas vezes considerado como mecanismo de retorno rápido o mecanismo de barras
ilustrado pela Figura 18.
10) Acoplamento e conectores: são elementos para transmitir movimento entre eixos.
Engrenagens, correias, 4 barras e juntas de diversos tipos (universal, Reuleaux).
11) Parada, pausa e hesitação mecanismo: em um motor automotivo, uma válvula precisa abrir,
permanecer aberta por um curto espaço de tempo e então fechar. Dentro desta categoria,
existem os mecanismos para e permanece, para e retorna e para e avança. Cames,
mecanismos de indexação, mecanismos de catracas, engrenagens com embreagens e sistemas
articulados no limite de seus movimentos.
12) Mecanismos geradores de curva: composto por sistema de barras articuladas, como um
quatro barras.
Figura 20 – Traçadores de linha reta: (a) Mecanismo de Watt, (b) Mecanismo de Robert, (c)
Mecanismo de Chebychev e (d) Mecanismo de Peaucillier inversor.
Um mecanismo manivela-biela pode ser alinhado (Figura 21) ou deslocado (Figura 22) em
relação ao centro do eixo da manivela ao centro do eixo do cursor. Em ambos mecanismos
manivela-biela (alinhado e no deslocado), o movimento não é harmônico simples, embora seja
muito próximo disso (principalmente no alinhado). Pelo método gráfico, verifica-se que o tempo
de avanço e retorno são diferentes no manivela-biela deslocado. No alinhado, tempo de avanço
e retorno do cursor são iguais.
Uma característica muito importante, no caso do manivela biela deslocado, é que ele TRANCA
MENOS do que o manivela biela alinhado. Por que? Por que existe um braço de alavanca "e"
entre o centro da manivela e o centro do cursor. Isso produz um torque na manivela, mesmo que
as barras R e L estejam alinhadas.
Outra diferença: curso de manivela-biela alinhado é 2R. No caso do desalinhado, o curso é
diferente de 2R.
A distância máxima percorrida pelo cursor do mecanismo manivela biela é chamada de curso,
sendo seu máximo deslocamento conhecido como PMS (ponto morto superior) e seu mínimo
deslocamento como PMI (ponto morto inferior). No caso do mecanismo manivela-biela alinhado,
PMS= L+R, PMI=L-R e curso=2R.
• Posição:
𝑅𝑠𝑒𝑛(𝜃)
𝑠𝑒𝑛(∅) = (3)
𝐿
Da identidade trigonométrica:
2
𝑅𝑠𝑒𝑛(𝜃)
cos(∅) = √1 − ( ) (6)
𝐿
2
𝑅𝑠𝑒𝑛(𝜃)
𝑥(𝜃) = 𝑅𝑐𝑜𝑠(𝜃) + 𝐿√1 − ( )
𝐿
• Velocidade:
2
𝑑 𝑅𝑠𝑒𝑛(𝜃)
𝑥̇ = 𝜔 [𝑅𝑐𝑜𝑠(𝜃) + 𝐿√1 − ( ) ] (1)
𝑑𝜃 𝐿
𝑅2 𝑠𝑒𝑛(𝜃) cos(𝜃)
𝑥̇ = 𝜔 −𝑅𝑠𝑒𝑛(𝜃) − 1 (2)
2 2
𝑅
𝐿 [1 − ( 𝑠𝑒𝑛(𝜃)) ]
[ 𝐿 ]
• Aceleração:
A aceleração é igual a derivada da velocidade em relação ao tempo, o que faz aparecer o termo
de velocidade angular ao quadrado ω²:
𝑑 𝑅2 𝑠𝑒𝑛(𝜃) cos(𝜃)
𝑥̈ = 𝐴𝑐𝑒𝑙 = 𝜔 𝜔 −𝑅𝑠𝑒𝑛(𝜃) − 1
𝑑𝜃 2 2
𝑅
𝐿 [1 − ( 𝑠𝑒𝑛(𝜃)) ]
{ [ 𝐿 ]}
4 2 2 2 2 2 2
2 R sin( ) cos( ) R cos( ) R sin( )
Acel := −R cos( ) − − +
3 2
2
R sin( )
2 2
R sin( )
2 L 1− L 1−
2 2 2 2
3 R sin(
) L L
L 1 −
2
L
> restart;
> x(theta):= R*cos(theta)+L*sqrt(1-
((R^2/L^2)*sin(theta)^2));
> V:=omega*diff(x(theta),theta);
> Acel:=(omega)*diff(V,theta);
• Posição:
𝑅𝑠𝑒𝑛(𝜃)−𝑒
𝑠𝑒𝑛(∅) = (3)
𝐿
Da identidade trigonométrica:
2
𝑅𝑠𝑒𝑛(𝜃) − 𝑒
cos(∅) = √1 − ( ) (6)
𝐿
2
𝑅𝑠𝑒𝑛(𝜃) − 𝑒
𝑥(𝜃) = 𝑅𝑐𝑜𝑠(𝜃) + 𝐿√1 − ( )
𝐿
• Velocidade e aceleração:
A velocidade e a aceleração calculadas, respectivamente, como sendo a derivada da posição
e da velocidade em relação ao tempo, e determinadas pelo programa maple (linha de
comando e equação) é igual a:
> restart;
> x(theta):= R*cos(theta)+L*sqrt(1-((R/L)*sin(theta)-
(e/L))^2);
>
2
R sin( ) e
x( ) := R cos( ) + L 1 − −
L L
> V:=omega*diff(x(theta),theta);
R sin( ) − e R cos( )
L
V := −R sin( ) −
L
2
R sin( ) e
1 − −
L L
> Acel:=(omega)*diff(V,theta);
R sin( ) − e R sin( )
L L
+
2
1 − −
R sin ( ) e
L L
Inversões do manivela-biela:
2) O elemento fixo é a manivela: um exemplo típico deste mecanismo são os motores rotativos
empregados na aviação antiga, conforme mostra a Figura 24.
4) O elemento fixo é o cilindro: um exemplo típico deste mecanismo são as bombas de água
manuais empregadas em jardins, conforme mostra a Figura 26. Atenção para a diferença da
inversão do primeiro elemento, a barra 1 (chamada de estrutura). Nesse caso, ela não é fixa,
apenas o cilindro.
R 2 sin( t ) 2
X( t ) := R cos( t ) + L 1−
L2
> diff(X(theta),t);
Equacionamento:
Considerando o ponto P da Figura 27 à direita. Assuma o lado esquerdo como sendo o sentiddo
positivo. Outra alternativa é assumir o ângulo theta iniciando entre o segundo e terceiro
quadrantes, daí o sentido do x será como positivo à direita.
• Posição:
𝑥(𝜃) = 𝑅 − 𝑅𝑐𝑜𝑠(𝜃) (1)
• Velocidade:
𝑥̇ (𝜃) = 𝜔𝑅𝑠𝑒𝑛(𝜃) (2)
• Aceleração:
̇
𝑥̈ (𝜃) = 𝜔²𝑅𝑐𝑜𝑠(𝜃) (3)
𝑇𝑒𝑚𝑝𝑜 𝑑𝑒 𝑎𝑣𝑎𝑛ç𝑜 𝛼
𝑅= = (1)
𝑇𝑒𝑚𝑝𝑜 𝑑𝑒 𝑟𝑒𝑡𝑜𝑟𝑛𝑜 𝛽
Para R=1, tem-se tempo de avanço igual ao tempo de retorno. Para R<1, tem-se um tempo de
avanço menor que o de retorno, configurando um mecanismo de avanço rápido. Para R>1, tem-
se o tempo de avanço maior do que o de retorno, o que configura um mecanismo de retorno
rápido. Observe que a simples inversão do sentido de giro faz o retorno rápido se tornar avanço
rápido ou vice-versa.
Figura 30 - Mecanismos de retorno rápido (da esquerda para direita): whitworth normal, invertido
e empregado em plainas limadoras.
Considerando a Figura 32, onde a força F é a força de entrada e a força P é a força de saída do
mecanismo de alavanca articulada (força de resistência a ser vencida), tem-se a Equação (1).
Repare que para pequenos ângulos α entre as barras, a força de saída P tende a infinito. Ao
mesmo tempo, para ângulo α de 90°, tem-se força de saída P tendendo a zero.
(1)
O tipo mais comumente usado é o came radial e o menos empregado é o came linear devido à
necessidade de movimento alternado como entrada.
Existe ainda o came invertido, que é o exemplo da alavanca de câmbio de um automóvel em
relação ao caminho que deve ser percorrido pelo mesmo sobre os sulcos. Chama-se came
invertido porque a entrada do movimento dá-se pelo seguidor (a alavanca de marchas), o qual
segue o perfil dos sulcos da transmissão de um veículo.
Uma última classificação diz respeito à posição da haste do seguidor, podendo ser de 2 formas:
- Deslocado (a), (d)
- Radial (b), (c) e (h)
Como exemplos típicos de aplicação, cames podem ser empregados em comando de válvulas
de veículos e maquinas em geral (indústria têxtil, empacotadoras, etc).
Figura 36 – Exemplo de came de retorno comandado ou sistema de quadro com came circular.
Figura 37 – Cames de disco e seguidor de face plana, de translação e vínculo por molas.
Como existem várias formas de elevação e retorno, os diagramas de deslocamentos deverão ser
construídos para os movimentos:
- uniforme (ou velocidade constante)
- parabólicos (ou aceleração constante)
- harmônico simples
- cicloidais
As curvas da velocidade, aceleração e impulso são mostradas na Figura Figura 39-a, enquanto
logo abaixo é apresentado um gráfico resumo deste tipo de movimento.
y=(d/β)θ
d d d
=
y =
Velocidade →
dt
d d
y = =0
Aceleração →
dt
ω é a velocidade angular do cames e é constante, portanto sua derivada é igual a zero, exceto
no início e fim da elevação onde vai imediatamente ao infinito.
Para construção de um came com o perfil que gere um movimento uniforme, é construir um
came de disco cujo tamanho de raio aumente linearmente com o ângulo.
4d
y =
Velocidade →
2
4d2
y =
Aceleração →
2
2d
y max =
Para a segunda metade do deslocamento usa-se a equação de segundo grau completa:
y=C1+C2 θ+C3 θ²
y = C2 ω + 2C3 ω θ
Condições de contorno:
y(θ= β)=d
2 d
y (θ= β/2)= (a velocidade é máxima quando θ= β/2)
y (θ= β)= 0
Fazendo y (θ= β)= 0 na equação da velocidade:
0= C2 ω + 2C3 ω β
C2 = -2C3 β
2 d
Fazendo y (θ= β/2)= na equação da velocidade e substituindo C2:
2 d
= -2C3 β ω + 2C3 ω β/2
2 d
= -C3 β ω
C3=-2d/β²
Substituindo C3 em C2 = -2C3 β:
C2=-2(-2d/β²) β = 4d/β
C2 = 4d/β
Por último, falta encontrar C1. Fazendo y(θ= β)=d na equação do deslocamento
y = C1 + C2θ + C3θ²
y = (4d/β)ω + 2 ω (-2d/β²) θ
y = -4 ω² (d/β²)
y(θ=β/2)=d/2 e y(θ=β)=d
Tem-se que:
d/2=a Cos(π/2) + b
b=d/2
d = a Cos(π) + d/2
d/2 = a (-1)
a = -d/2
A equação da velocidade é:
y = πd ω /2β Sen(θπ/β)
1 2
Deslocamento →
y = d − sen
2
d 2
Velocidade → y =
1 − cos
2
2
y = 2d sen
Aceleração →
Desenvolvimento de cames:
Para desenvolver uma came cujo seguidor é de face plana (Figura 47), deve-se marcar os
pontos (distância) sobre as retas em relação ao círculo de primário ou primitivo. Note que a curva
primitiva passa pelos pontos, mas não coincide com o perfil da came.
Posição extrema crítica (PEC): não são especificadas as funções que devem ser
empregadas para ir da espera inferior a superior (posições extremas).
Percurso de movimento crítico (PMC): é o caso mais crítico, uma vez que as
derivadas durante o percurso do movimento devem ser especificadas.
• Posição do seguidor:
𝑦 = 𝑒 − 𝑒𝑐𝑜𝑠(𝜃) (1)
• Velocidade do seguidor:
• Aceleração do seguidor:
𝑦̈ = 𝑒𝜔²𝑐𝑜𝑠(𝜃) (3)
Observe que o máximo deslocamento de uma came excêntrica é igual a 2e, ou seja, duas vezes
a sua excentricidade.
N/m - g + Fa/m=a
-g+Fa/m = a
A aceleração é menor que g, pois o vetor do atrito é contrário ao movimento de descida do
seguidor.
Neste caso, o seguidor irá saltar quando a came estiver em uma rotação mais baixa que a
rotação crítica calculada qdo não há atrito (sem atrito N=0 qdo a=g).
12
10
Deslocamento do seguidor [mm]
0
0 30 60 90 120 150 180 210 240 270 300 330 360
Ângulo da came [°]
Resolução:
Repouso: 0° – 90°; Rb=20 mm;y=0mm
Elevação: 91°-180°; d=10mm, β=90°
- 1ª parte: 91°-135°:
2
y = 2d Y=2*10*[(θ-90)/90]²
R=20 + Y
Onde:
𝜃2 =ângulo de entrada
Z: Linha imaginária que serve para dar semelhança entre os triângulos
𝜃4 = ângulo de saída
𝛾 =ângulo de transmissão
𝜃3 , 𝛽 𝑒 𝜑 = ângulos auxiliares
Pela lei dos cossenos:
𝑍² = 𝑅1 2 + 𝑅2 2 − 2𝑅1 𝑅2 cos 𝜃2 (1)
𝑍² = 𝑅3 2 + 𝑅4 2 − 2𝑅3 𝑅4 cos 𝛾 (2)
Da figura:
𝑅3 2 = 𝑍² + 𝑅4 2 − 2𝑍𝑅4 cos 𝛼 (5)
𝑅2 2 = 𝑍² + 𝑅1 2 − 2𝑍𝑅1 cos 𝛽 (6)
𝜃4 = 180 − ( 𝛽 + 𝛼)(9)
𝑍²+𝑅3 2 −𝑅4 2
𝑅4 = 𝑅3 2 + 𝑍² − 2. 𝑅3 𝑍 cos 𝜑
2
→ 𝜑 = arccos [ ] (10)
2𝑍𝑅3
Como 𝜑 = 𝛽 + 𝜃3 (11)
Então:
𝑍²+𝑅3 2 −𝑅4 2
𝜃3 = arccos [ ] − 𝛽 (12)
2.𝑅3 .𝑍
I24, I12 e I14 são os centros instantâneos (ver conteúdo mais pra frente).
Quando ∅ = 0o ou ∅ = 180o a vantagem mecânica tende ao infinito e o mecanismo pode
ser usado como grampo (Figura 52). Atenção: Ф=θ2- θ3 e Ƴ= θ3- θ4.Na verdade tanto faz fora
ou dentro das barras.
𝑅 .sin 𝛾
Quando ∅ = 0o ou ∅ = 180o => 𝑉𝑀 = 4 = ∞ (esses são pontos mortos, pois um 4
𝑅2 .0
barras verificado por Grashoff terá seus pontos mortos quando quaisquer duas barras estejam
alinhadas, ou seja, colinearmente sobrepostas ou estendidas ou ainda caso não seja verificado
por Grashoff pela colineariedade de quaisquer duas barras.
Pode-se usar ângulo interno entre R2 e R3 em substituição ao externo. As reações na
junta de um mecanismo são uma força radial e outra tangencial. Quanto maior a tangencial a
Lei de Grashoff
“Para uma articulação plana de 4 barras, a soma das barras maior e menor não pode ser
maior que a soma das barras restantes se for desejável uma rotação contínua de pelo menos
uma barra.
Matematicamente, temos que:
𝑀+𝑚≤𝑎+𝑏
M = maior, m = menor, a+b = demais.
Obs: Essa lei vale apenas para uma avaliação rápida se o mecanismo pode fazer uma revolução
completa em pelo menos uma das barras. Entretanto, caso o mecanismo em geral não satisfaça
Grashoff, ou seja, caso 𝑀 + 𝑚 > 𝑎 = 𝑏, este pode oscilar.
Dado R1= 7cm, R2 = 3cm, R3 = 8cm, R4 = 6cm e 𝜃2 = 60𝑜 , encontre ang. transmissão,
saída, VM e desenhe.
𝑍 2 = 37, 𝜃4 = 71,8°, 𝛼 = 82.9𝑜 , 𝛾 = 48.9𝑜 , 𝑉𝑀 = 2.5
I24
Exercício 1: Encontre ângulo de transmissão e saída para o caso do exemplo acima, onde
R1= 7cm, R2 = 3cm, R3 = 8cm, R4 = 6cm e 𝜃2 = 60𝑜 , encontre ang. transmissão, saída, VM e
desenhe. Veja desenho da Figura 53.
R3
R2 R4
R1
Figura 53 – Representação vetorial para cálculo do 4 barras.
R2 Res
R1
Figura 54 – Esquema para determinação da resultante entre R2 e R1.
iii) Passar equação vetorial para o número complexo na forma polar 𝑒 𝑖𝜃 , onde 𝑒 𝑖𝜃 é Rcos(θ) + i
sen(θ) (equação ou identidade ou relação de Euler). Na verdade, ambos 𝑒 𝑖𝜃 e Rcos(θ) + i sen(θ)
são formas de representação por número complexo.
θ3-154,7 = ±131,90
θ3 = 289,60º ou θ3 = 22,8º (sempre haverá dois, escolhe-se um deles. Nesse caso 22,8º, de
acordo com o desenho inicial)
viii) Para encontrar θ4, basta substituir θ3 = 22,8º em uma das equações:
8 sen(22,8-154,7) = 6 sen(θ4 -154,7)
-5,95 / 6= sen(θ4 -154,7)
- 82,93 + 154,7 = θ4
θ4 = 71,76
Ƴ
θ4 θ3
θ3
θ4
Figura 55 – Esquema representativo dos ângulos que compõe ângulo de transmissão.
Para encontrar o ângulo Ф entre as barras 2 e 3, faça 180 – (θ4 – θ3). Fazendo as contas, chega-
se a 142,8º.
Como θ1 =0°:
-R1+ 3cos(60) + 8Cos(θ3) –6cos(71,8)=0
0 + 3sen(60) + 8sen(θ3) –6sen(71,8)=0
θ3=22,8° e R1=7cm
Exercício 3: Dado VBA= 14,14 cm/s, para o mecanismo abaixo, encontre a velocidade
absoluta no ponto B e indique sua direção e sentido. Dados: R2=6cm, R3=18cm,
R4=12cm, θ2 = 135°, θ4 = 68,4°, giro da barra 2 em sentido horário.
Agora, precisamos encontrar R1 e θ3 por malha fechada: encontramos , R1= 8cm, theta3=22,6°.
355,95°
R 45° L
W1=0, logo
0,025*20*PI*cos(45)+ 0,25*w3*cos(355,95)=0
W3=-4,45rad/s
Considere o ponto B sobre o cursor e o ponto A sobre a manivela:
VBA=VB-VA
VB=VBA+VA VBA
B
VA
𝑅².sin 𝜃.cos 𝜃
Cheque por: 𝑥̇ = 𝜔 [−𝑅. sin 𝜃 − 1 ]
𝑅.sin 𝜃 2 2
𝐿[1−( ) ]
𝐿
Vel(45)=1,18m/s
θ4
θ3
θ2 θ1
⃗⃗⃗⃗
𝑟1 + ⃗⃗⃗⃗
𝑟2 + ⃗⃗⃗⃗
𝑟3 − ⃗⃗⃗⃗
𝑟4 = 0 A equação será resolvida pela figura acima, mas pode-se inverter os sinais
que o resultado final dará certo.
Como ω1=0:
Empregando as propriedades:
Logo:
Equação de Fraudenstein
Método muito parecido com malha fechada, porém sem utilizar a equação de euler e
sem simplificar para 3 barras. As posições angulares são diferentes. Considerando-se a
articulação mostrada na figura:
a +b+c +d = 0
Equacionando as distâncias horizontais:
E as distâncias verticais:
c 2 − a 2 − b2 − d 2 a a
+ cos 2 + cos 4 = cos ( 2 − 4 )
2bd d b
A equação de Fraudenstein resulta dessa relação como:
Solução:
K1 cos 2 + K2 cos 4 + K3 = cos (2 − 4 )
a a c2 − a 2 − b2 − d 2
K1 = ; K 2 = ; 3
K =
d b 2bd
K1 = a/6 K2 = a/3 K3 = (8²)-(a²)-(3²)-(6²)/2(3)(6)
3a - 3,72a +19 – a² = -35,239 -> -0,72a – a² +19 = -35,239 -> a² +0,72a – 54,24 = 0
Resposta: a=7m
No caso de ocorrer deformações relativas, como em molas, a análise vibratória é mais adequada
para descrição do movimento.
a) Análise vetorial: é uma forma analítica, porém os movimentos e forças são decompostos em
vetores.
c) Análise analítica: são empregadas equações escritas na forma complexa, como por meio da
equação de euler, onde 𝑒 𝑖𝜃 é Rcos(θ) + i sen(θ)
P
ΔS
R P’
ΔθR R+ΔR
C
C’
Para o cálculo das velocidades, devem ser consideradas duas componentes: uma componente
devido ao deslocamento angular (ωR) e outra devido a variação do comprimento do raio (dR/dt).
Logo, a velocidade do ponto é:
Vp = ωR + dR/dt
Vp = ωR
VP VP
P’
R VP’ (ΔVP)n
Como houve uma modificação da aceleração em direção e sentido, houve uma combinação de
aceleração tangencial (ΔVP/Δt)t e normal (ΔVP/Δt)n
No caso da aceleração, mesmo com o raio constante, teremos duas componentes, uma
centrípeta, normal ao raio, e outra tangencial.
Antes ainda de adentrarmos nos cálculos pelo método gráfico, é importante definirmos
alguns conceitos básicos em mecanismos:
VBA = VB - VA
VB = VBA + VA
B
A
C
O2 O4
ABC – sujeito a w3
VC = ω3(CB) + ω4(O4B)
W1=0, logo
0,025*20*PI*cos(45)+ 0,25*w3*cos(4,05)=0
W3=4,45rad/s
VBA=VB-VA
VB=VBA+VA VBA
VA
VB=(w3*L)*sen(4,05) +w2*(R)*cos(45) =
4,45*0,25*sen(4,05)+20*Pi*(0,025)*cos(45)= 1,18m/s
W2Rcos(theta2) + W3Lcos(theta3) = 0
20*pi*0,025*cos(90) + W3*0,25*cos(5,74) = 0
W3=0 = VBA=0
VBA
VB
VB
VA
VBA
VA
Assim, o método gráfico serve para determinar as relações de velocidade. Mas antes, é
preciso conhecer as relações de velocidade entre as barras, que podem ser calculadas
pelas relações do centro instantâneo.
B
P1
A
P2
C
O2 O4
VA VP2A
I3
B1 B2
I1
A1
Peça fixa
R2
ωb I2
I3
R1 I1
Sempre que um ponto tiver velocidade relativa zero, é ponto de centro instantâneio. Então, em
um trem de engrenagens simples ou em uma planetária, temos 3 centros instantâneos.
Para engrenagem 2:
ωbR1 ω2R2
2
R2
V1
R1 -V1
1 V2 V21
V2 V21
Repare que a construçãodo polígono de vetores (método gráfico) foi feita em 2 etapas, onde no
segundo caso (mais a direita) temos a resultante entre V2 e –V1.
V1= ω1R1
V2= ω2R2
2
V2
R2 V2
R1
-V1 V21
1 V1 V21
Aqui, novamente pelo método gráfico, determinamos V21. Convém destacar que com o seguidor
de contato de ponta a velocidade do mesmo segue a linha do próprio elemento.
P
(APQ)n
(APQ)t
3
αr= α3
ωr= ω3
Q
Sempre que envolver velocidades relativas, o método gráfico é útil. No exemplo acima, temos
velocidade relativa de P em relação a Q. O movimento circular de P em relação a Q (movimento
relativo) é igual ao movimento circular de P em relação a um ponto fixo. Por isso ωr e αr (r de
relativos) são iguais a ω3 e α3 (velocidade e aceleração absolutas). No caso de APQ, dR/dt =0.
Então:
Sabendo-se que APQ = AP - AQ e uma vez que APQ pode ser determinado pela soma das
componentes (APQ)t e (APQ)n e assumindo AQ conhecido, pode-se graficamente determinar
a aceleração absoluta em P (termo AP).
3) Num mecanismo biela-manivela, com R=1m, L=5m e Omega=π rad/s, uma aceleração
nula do cursor é alcançada quando o ângulo da manivela é de 79° e 281°. A máxima
aceleração do cursor vale -11,84m/s² e ocorre quando a manivela encontra-se em 0° e
360°. A partir destas informações, calcule a máxima velocidade do cursor. Lembrando
que a equação que descreve a velocidade é
R 2 sen cos
x ( ) = − R sen + .
R2
L 1 − 2 sen 2
L
L
10
8
[mm]
6
4
2
0
0 45 90 135 180 225 270 315 360 405
Angulo [graus]
5)Verifique se o mecanismo de quatro barras irá emperrar quando a barra motora for
posta para girar: Dados: r1 = 40 cm; r2 = 15 cm; r3 = 40 cm; r4 = 25 cm.
Formulário:
z 2 − r32 − r42
z 2 = r22 + r12 − 2r1r2 cos2 ; z 2 = r32 + r42 − 2r3r4 cos ; = arccos ;
−2r3r4
4 = 180 − ( + )
𝜔𝑘/𝑖 𝑅𝐼𝑗𝑘𝐼𝑖𝑗
=
𝜔𝑗/𝑖 𝑅𝐼𝑗𝑘𝐼𝑖𝑘
( ) Considere um mecanismo de 4 barras com uma das barras sendo fixa e com 4
articulações simples que permitem apenas a rotação. Esse mecanismo possui 1 grau de
liberdade.
Solução:
- malha fechada
r2ω2 Sen(θ3 − θ2)
𝜔4 =
r4Sen(θ3 − θ4)
W4=30.(10).sen(25,91-30)/35.sen(25,91-60) = 1,09rad/s
- Centro instantâneo:
Determinou-se I24=4,9
𝜔𝑘/𝑖 𝑅𝐼𝑗𝑘𝐼𝑖𝑗
=
𝜔𝑗/𝑖 𝑅𝐼𝑗𝑘𝐼𝑖𝑘
4,9.w2 = 44,9.w4
49 = 44,9.w4
w4 = 1,09 rad/s
Respostas: V, V,F, F
Solução
2) Qual das opções acima possui vínculo mecânico, vínculo por gravidade e
vínculo por mola?
SHIEGLEY, J.; Mischke, E.; Budynas, C.R. Projeto de Engenharia Mecânica, Bookman
Uicker, J.J.; Pennock, G. R.;J.; Shigley, J. E. Theory of Machines and Mechanisms, Oxford
University Press, 2011.